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I – INTRODUÇÃO
A Lei Geral Tributária (LGT) tem como finalidade os princípios fundamentais do sistema fiscal, as
garantias dos contribuintes e os poderes da administração tributária.
Uma das garantias dos contribuintes consagradas na LGT é o direito à informação. Um destes
direitos materializa-se na possibilidade de conhecer a sua correta situação tributária.
O art.º 68º da LGT, determina que os sujeitos passivos podem solicitar à Autoridade Tributária
(AT) informações vinculativas sobre a sua situação tributária.
Este apontamento tem como objetivo divulgar as informações vinculativas prestadas pela
Autoridade Tributária sobre o IRC em 2017.
Deste universo de informações vinculativas 65 foram sobre o Código do IRC (CIRC), 5 foram
sobre o Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) e 2 sobre Decreto-Lei n.º 162/2014 de 31/10 -
Código Fiscal do Investimento (CFI).
Analisando as informações vinculativas sobre IRC verificamos que a sua distribuição pelos
capítulos do CIRC é a seguinte:
Uma Cooperativa de Solidariedade Social pode ser considerada como uma “entidade
que não exerce a titulo principal uma atividade comercial industrial ou agrícola”?
O enquadramento fiscal dos rendimentos pagos a uma entidade não residente pela
prestação de serviços técnicos especializados de georreferenciação e cadastro,
realizados, integralmente, em território angolano.
1
Artigo 66.º-A (*) Cooperativas
1 - Estão isentas de IRC, com exceção dos resultados provenientes de operações com terceiros e de atividades alheias aos próprios fins:
a) As cooperativas agrícolas;
b) As cooperativas culturais;
c) As cooperativas de consumo;
d) As cooperativas de habitação e construção;
e) As cooperativas de solidariedade social.
de retenção na fonte (n.ºs 1 e 4 do art.º 94ª do CIRC). (Processo
843/2017 – Art.º 4º)
Uma sociedade com sede no continente, que possui um estabelecimento estável fora
do território nacional, pode deduzir à coleta de IRC o imposto suportado pelo seu
estabelecimento estável, como crédito de imposto por dupla tributação jurídica
internacional, ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 2 do art.º 90º do CIRC ou, caso não
possa, se pode considerar aquele valor como gasto fiscal em sede de IRC.
Sim pode deduzir à coleta do IRC. De notar que, para que o crédito
de imposto em causa possa ser acionado, os rendimentos obtidos
fora do território português têm que estar contabilizados como tal
e incluídos na base tributável do período a que os mesmos
respeitam Donde, não pode ser aceite como gasto fiscal, em sede de
IRC, o valor de imposto sobre os rendimentos apurado fora do
território nacional. (Processo 2016 003401 – Art.º 4º)
A aplicação do regime previsto no artigo 91.º do Código do IRC (crédito de imposto por
dupla tributação jurídica internacional) a uma entidade que se enquadra no regime
de transparência fiscal, com sede em território português, que presta serviços de
advocacia em Portugal e em Angola.
A questão que se levanta prende-se com a aplicação da alteração, introduzida pela Lei
do Orçamento de Estado para 2017 (Lei do OE 2017), ao n.º 2 do art.º 8.º do Código
do IRC (CIRC), a qual vem exigir a coincidência do período de tributação com o período
social de prestação de contas.
III – ISENÇÕES
Como se constata do quadro inscrito no Capitulo I as informações vinculativas divulgadas pela
AT em 2017 sobre IRC relativas ao capitulo das isenções representam 8%.
IV.1 – Pessoas coletivas e outras entidades residentes que exerçam, a título principal,
atividade comercial, industrial ou agrícola
IV.1.1 – Regras gerais
No pedido de informação vinculativa em apreço estava em causa o enquadramento,
em sede de IRC, das diferenças de câmbio registadas em capitais próprios decorrentes
da transposição dos resultados e da posição financeira da moeda funcional para a
moeda de apresentação, efetuada nos termos previstos na norma internacional de
contabilidade (IAS) 21 ou na norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) 23, que
versam sobre os efeitos de alterações em taxas de câmbio
Que interpretação a dar ao artigo 244.º da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro, foi, pelo
despacho n.º 105/2017-XXI, de 17 de abril de 2017 (OE para 2017), do Secretário de
Estado dos Assuntos Fiscais, sancionado o seguinte entendimento.
Nota: Esta informação vinculativa encontra-se associada ao art.º 23º do CIRC, mas na realidade
deveria estar afeta ao Código Fiscal ao Investimento (CFI)
IV.1.3 – Provisões
Enquadramento fiscal de despesas efetuadas por uma empresa com almoços convívio
entre os funcionários, incluindo o jantar de Natal, e com a colocação à disposição dos
mesmos, de água, café, snacks, sumos e fruta.
Enquadramento fiscal dos vales infância/vales educação que uma sociedade pretendia
atribuir a todos os sócios (gerentes e não gerentes), com filhos em idade escolar.
Enquadramento fiscal dos lucros obtidos por uma filial, localizada na Dinamarca e cujo
capital social é detido na totalidade por uma sociedade portuguesa, que foram objeto
de tributação naquele país.
Tendo em conta que o imóvel foi registado pelo locatário nos ativos
fixos tangíveis antes de 1 de janeiro de 2014, não se aplica o disposto
no n.º4 do artigo 51.º - C. De qualquer modo, a sociedade não tem por
objeto a compra e venda de imóveis. Nestes termos, as mais-valias que
venham a ser apuradas com a alienação da participação não
concorrem para a determinação do lucro tributável, desde que se
verifiquem os requisitos previstos no n.º1 do art.º 51.º - C. (Processo
910/2017- Art.º 51º - C)
Um grupo sujeito ao RETGS é adquirido por uma sociedade qualificada para ser a nova
sociedade dominante do grupo. No entanto, esta sociedade apurou prejuízos fiscais
nos três últimos períodos de tributação, pelo que vem a sociedade dominante do
grupo fiscal solicitar a confirmação da não obrigatoriedade de efetuar a opção
referida no nº 10 do art. 69º do Código do IRC (CIRC).
Uma sociedade que reúne as condições para ser considerada sociedade dominante de
um grupo pretende saber se pode ficar abrangida pela aplicação do RETGS e estar
sujeita à taxa geral dos Açores, dado que todas as sociedades ditas dominadas estão
sediadas na Região Autónoma.
Assim, ainda que todas as sociedades do grupo estejam sediadas nos
Açores e estejam sujeitas ao regime geral de IRC, à taxa normal da RAA,
para o grupo poder optar pelo RETGS previsto no art.º. 69º do CIRC, tem
que renunciar à taxa da Região Autónoma, conforme previsto na
alínea d) do nº 4 do art. 69º do CIRC, e optar pela taxa normal mais
elevada, conforme alínea a) do nº 3 do mesmo diploma, devendo a
renúncia manter-se por um período mínimo de três anos (nº 15 do art.º.
69º do CIRC). (Processo 1028/2017 – Art.º 69º)
Tendo sido constituídas várias sociedades antes do final do prazo para a entrega da
declaração de alterações, mas após o início do período de tributação em que se
pretende iniciar a aplicação do regime especial de tributação dos grupos de sociedades
(RETGS) às mesmas, veio a sociedade dominante solicitar a sua inclusão no Grupo
nesse período.
Pretende uma sociedade dominante residente na UE, a qual detém, de forma direta e
indireta, um conjunto de participações sociais em sociedades residentes para efeitos
fiscais em território português, o alargamento do perímetro de um grupo fiscal sujeito
ao RETGS, constituído por algumas dessas sociedades e optar pela continuidade de
aplicação do regime a esse Grupo. A nova sociedade dominante residente na UE
dispõe de uma sucursal em Portugal que detém apenas uma das sociedades
residentes em território português.
Em todo o caso, tal não invalida que, a posteriori, possa ser aplicável a
cláusula especial anti-abuso, prevista no n.º 10 do artigo 73.º do CIRC,
caso se conclua que se verificam os requisitos aí mencionados.
Tendo em conta que, segundo a Requerente, se trata de uma fusão, que reúne os
requisitos para se enquadrar na alínea d) do n.º 1 do artigo 73.º do Código do IRC, vem
requerer que lhe seja confirmado o enquadramento por si proposto através do qual
os prejuízos fiscais gerados pelos ACE podem ser transmitidos para a sociedade
adquirente.
Mas ainda que assim não fosse, dado que os ACE são obrigatoriamente
sujeitos ao regime de transparência fiscal, previsto no artigo 6.º do
Código do IRC, nos termos do qual, no caso dos ACE, os lucros ou
prejuízos fiscais são imputados aos seus membros de acordo com a sua
quota-parte que resulta do ato constitutivo ou, na sua falta, em partes
iguais, não se pode, na verdade, falar em transmissibilidade de
prejuízos fiscais, porque os prejuízos fiscais não são reportados nos
ACE mas sim, imputados aos seus membros que os constituem.
V – TAXAS
VI – LIQUIDAÇÃO
Nos casos em que uma sociedade, que se dedica à execução de obras de engenharia
civil e obras públicas, que desenvolve a sua atividade em Portugal e em diversos
outros países através de sucursais e paga o imposto correspondente no Estado da
fonte dos rendimentos, no cálculo da fração prevista na alínea b) do n.º 1 do art.º 91.º
do CIRC, relativa ao crédito de imposto por dupla tributação jurídica internacional, para
além do imposto principal (IRC) e da derrama estadual se se considera, igualmente, a
derrama municipal, independentemente de Portugal ter celebrado Convenção para
Evitar a Dupla Tributação (CDT) com os países onde foram obtidos os rendimentos.
VII – PAGAMENTO
A questão em apreço consiste em saber qual o tempo necessário que uma sociedade,
que cessou a sua atividade, deve manter um representante com domicílio fiscal em
território nacional, tendo em atenção que já se encontram cumpridas todas as
obrigações declarativas e que tanto a entidade cessada como o representante da
cessação nomeado têm ativas as Notificações Eletrónicas através do serviço ViaCTT,
bem como o representante da cessação tem o seu domicílio fiscal num país da União
Europeia.
NOTA FINAL – A leitura deste texto NÂO DISPENSA a leitura das informações vinculativas que
constam do Portal das Finanças, no seguinte link:
http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/informacoes_vinculativas/rendimen
to/circ/Pages/circ-visualizacao-por-artigo.aspx
Depois de aceder ao link acima referido deve escolher o artigo que pretende consultar e escolher
a informação vinculativa que se refere ao processo acima citado.
Bruno Lagos
ANEXOS
Fevereiro de 2018