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IRC – INFORMAÇÕES VINCULATIVAS DE 2017

I – INTRODUÇÃO
A Lei Geral Tributária (LGT) tem como finalidade os princípios fundamentais do sistema fiscal, as
garantias dos contribuintes e os poderes da administração tributária.

Uma das garantias dos contribuintes consagradas na LGT é o direito à informação. Um destes
direitos materializa-se na possibilidade de conhecer a sua correta situação tributária.

O art.º 68º da LGT, determina que os sujeitos passivos podem solicitar à Autoridade Tributária
(AT) informações vinculativas sobre a sua situação tributária.

Este apontamento tem como objetivo divulgar as informações vinculativas prestadas pela
Autoridade Tributária sobre o IRC em 2017.

Como determina a citada norma a Autoridade Tributária tem de publicar no Portal da AT as


informações prestadas no prazo de 30 dias.

Consultado o Portal da AT em “Informação Fiscal”> ”Informações


Vinculativas”>”Rendimento”>”IRC”, verifica-se que foram emitidas 72 informações vinculativas
em 2017.

Deste universo de informações vinculativas 65 foram sobre o Código do IRC (CIRC), 5 foram
sobre o Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) e 2 sobre Decreto-Lei n.º 162/2014 de 31/10 -
Código Fiscal do Investimento (CFI).

Analisando as informações vinculativas sobre IRC verificamos que a sua distribuição pelos
capítulos do CIRC é a seguinte:

Capitulo do CIRC N.º de Informações Vinculativas


divulgadas em 2017
Incidência 12
Isenções 5
Determinação da Matéria Coletável 33
Taxas 7
Liquidação 6
Pagamento 1
Obrigações acessórias e de fiscalização 1
Garantias dos contribuintes 0
Disposições Finais 0
TOTAL 65
II – INCIDÊNCIA
Como se constata do quadro anterior as informações vinculativas divulgadas pela AT em 2017
sobre IRC relativas ao capitulo da incidência representam 18%.

Os assuntos tratados nestas informações vinculativas foram os seguintes:

1. A consideração de sujeito passivo de IRC;


2. Extensão e obrigação do imposto;
3. Transparência Fiscal;
4. Período de tributação.

II.1 - A consideração de sujeito passivo de IRC


Sobre o conceito de sujeito passivo foi divulgada a seguinte situação:

A questão colocada à AT:

 Uma Cooperativa de Solidariedade Social pode ser considerada como uma “entidade
que não exerce a titulo principal uma atividade comercial industrial ou agrícola”?

 O conceito, no CIRC do exercício a título principal, de uma atividade de natureza


comercial, industrial ou agrícola, não está necessariamente associado a um fim
lucrativo.

As cooperativas de solidariedade social, estão isentas de IRC, de acordo com o n.º


1 do artigo 66.º-A do EBF1, à exceção dos rendimentos sujeitos a IRC por retenção
na fonte, a qual tem caráter definitivo no caso de a cooperativa não ter outros
rendimentos sujeitos a imposto, aplicando-se as taxas que lhe correspondem.
(Processo 2017 000733 – Art.º 2º)

II. 2 - Extensão e obrigação do imposto


Sobre a extensão da obrigação do imposto foram divulgadas as seguintes situações:

 O enquadramento fiscal dos rendimentos pagos a uma entidade não residente pela
prestação de serviços técnicos especializados de georreferenciação e cadastro,
realizados, integralmente, em território angolano.

 A decisão foi considerar que este tipo de serviços se enquadram no


conceito de “apoio técnico” (n.º 4 do art.º 4º do CIRC), pelo que os
rendimentos consideram-se obtidos em Portugal, devendo ser objeto

1
Artigo 66.º-A (*) Cooperativas

1 - Estão isentas de IRC, com exceção dos resultados provenientes de operações com terceiros e de atividades alheias aos próprios fins:

a) As cooperativas agrícolas;
b) As cooperativas culturais;
c) As cooperativas de consumo;
d) As cooperativas de habitação e construção;
e) As cooperativas de solidariedade social.
de retenção na fonte (n.ºs 1 e 4 do art.º 94ª do CIRC). (Processo
843/2017 – Art.º 4º)

 Uma sociedade com sede no continente, que possui um estabelecimento estável fora
do território nacional, pode deduzir à coleta de IRC o imposto suportado pelo seu
estabelecimento estável, como crédito de imposto por dupla tributação jurídica
internacional, ao abrigo do disposto na al. a) do n.º 2 do art.º 90º do CIRC ou, caso não
possa, se pode considerar aquele valor como gasto fiscal em sede de IRC.

 Sim pode deduzir à coleta do IRC. De notar que, para que o crédito
de imposto em causa possa ser acionado, os rendimentos obtidos
fora do território português têm que estar contabilizados como tal
e incluídos na base tributável do período a que os mesmos
respeitam Donde, não pode ser aceite como gasto fiscal, em sede de
IRC, o valor de imposto sobre os rendimentos apurado fora do
território nacional. (Processo 2016 003401 – Art.º 4º)

 Uma entidade não residente, cuja atividade consiste no desenvolvimento e


comercialização de diversos produtos, que são vendidos para diversos Estados-
Membros da União Europeia, bem como para países terceiros, possui ou não
estabelecimento estável em território português.

 Embora as entidades com quem a entidade não residente contrata


em Portugal revelem alguma dependência jurídica e, no caso de um
dos fornecedores portugueses também económica, não pareciam
estar reunidos todos os requisitos para aquelas serem qualificadas
como agentes dependentes, nos termos do artigo 5.° Convenção
celebrada. Parece-nos assim que, quanto às atividades descritas e
tendo em conta os precisos termos em que foram enunciadas, a
entidade não residente não possui em Portugal um estabelecimento
estável. (Processo 2015 003789 – Art.º 4º)

 Uma entidade não residente sem estabelecimento estável em território português,


de acordo com o Art. 3º/1 d) do Código do IRC (CIRC), está sujeita a IRC sobre os
rendimentos das diversas categorias, consideradas para efeitos de IRS. ´

 De acordo com o Art. 10º do Código do IRS (CIRS), constituem mais-


valias os ganhos obtidos que, não sendo considerados rendimentos
empresariais e profissionais, de capitais ou prediais, resultem de
alienação onerosa de direitos reais sobre bens imóveis. . Como na
data da aquisição o prédio urbano estava omisso na matriz, o valor
de aquisição do imóvel é o correspondente ao valor que serviu de
base à liquidação da SISA (ou na ausência de liquidação de imposto,
considera-se o valor que lhe serviria de base, caso fosse devido,
determinado de harmonia com as regras próprias daquele imposto),
aquando da aquisição do terreno, acrescido ainda dos custos de
construção suportados, devidamente comprovados, até à
finalização da construção do referido prédio urbano, dos quais
fazem parte os gastos respeitantes à fase de construção das
estruturas e alvenarias levantadas, pagos no ato da escritura. O Art.
44º/2 do CIRS dispõe, quanto ao valor de realização, que, no caso de
direitos reais sobre bens imóveis, prevalecerão, quando superiores,
os valores por que os bens houverem sido considerados para efeitos
de liquidação de IMT ou, não havendo lugar a esta liquidação, os que
devessem ser, caso fosse devido. (Processo 1050 / 2017 – Art.º 4º)

 Pretende-se saber se se considera obtido em território português o rendimento


resultante da comissão paga pela utilização da plataforma online, residente fora do
território português e desconhece-se a existência de um estabelecimento estável
neste território, e, em caso afirmativo, quais as obrigações acessórias a cumprir pelo
proprietário dos imóveis.

 Os serviços prestados dizem respeito à mera intermediação (digital)


na prestação de serviços de alojamento turístico no setor hoteleiro
ou noutros de natureza similar e, como tal, são considerados obtidos
em território português e, portanto, cá tributáveis, de acordo com o
disposto no ponto 6) da alínea c) do n.º 3 do artigo 4.º do Código do
IRC, uma vez que se trata de uma comissão pela intermediação na
celebração de um contrato. Aqueles rendimentos ficam sujeitos a
retenção na fonte, a qual tem caráter definitivo, aplicando-se, nessa
circunstância a correspondente taxa prevista no n.º 5 do artigo 87.º
do Código do IRC, de 25%. No entanto, dado que Portugal celebrou
uma Convenção para eliminar a dupla tributação sobre o rendimento
com o Estado de residência do beneficiário dos rendimentos, uma vez
que estamos perante rendimentos decorrentes da prestação
serviços que se enquadram no artigo 7.º “Lucros das Empresas”, a
competência para tributar os rendimentos é exclusiva desse outro
Estado. Para o efeito, o beneficiário dos rendimentos, deverá, para
invocar o disposto na Convenção, entregar ao devedor o formulário
modelo 21-RFI preenchido e certificado pelas autoridades fiscais do
Estado da sua residência ou acompanhado de um certificado que
ateste a sua residência fiscal e a sua sujeição a imposto. (Processo
2016 003792 – Art.º 4º)

 Uma sociedade comercial residente em território português que desenvolve


aplicações e plataformas informáticas adquire um conjunto de serviços de caráter
imaterial e virtual a entidades não residentes e sem estabelecimento estável em
território português, designadamente, compra de créditos no skype, compra de um
domínio na internet, serviço de mailtrap, serviço VPN, prestação de serviços de
servidores em cloud e staffing tecnológico. Quanto a este último, é pago o valor
correspondente ao custo de dois funcionários que trabalham no desenvolvimento de
software.

 Uma vez que os servidores dos vários prestadores de serviços não


residentes não se encontram localizados em território português,
não se sabendo, aliás, o seu paradeiro, não se pode concluir pela
existência de um estabelecimento estável cá situado, ao qual sejam
imputados os rendimentos auferidos.
Como Portugal celebrou Convenções para eliminar a dupla
tributação sobre o rendimento com os países de residência dos
prestadores de serviços, e que as mesmas prevalecem face ao direito
interno, tendo em conta o disposto no artigo 7.º “Lucros das
Empresas”, verifica-se que a competência para tributar os
rendimentos é exclusiva dos Estados de residência dos prestadores.
Quantos aos serviços de staffing tecnológico, respeitantes a
desenvolvimento de sotfware, os mesmos enquadram-se no disposto
na subalínea 1) da alínea c) do n.º 3 do artigo 4º do Código do IRC.
Como Portugal também celebrou uma convenção para eliminar a
dupla tributação sobre o rendimento com o país de residência do
prestador de serviços, e dado que se trata de royalties, a tributação
faz-se nos termos do artigo 12.º “Royalties”, caso em que a
competência para tributar é cumulativa aos dois Estados, embora
limitada no caso de Portugal.
Devem ser indicados na declaração modelo 30, os montantes pagos
às várias entidades não residentes, até ao fim do segundo mês
seguinte àquele em que ocorreu o ato de pagamento, uma vez que
esta declaração, deverá ser entregue quando estão em causa
rendimentos e retenções na fonte (ou só rendimentos) pagos a
sujeitos passivos de IRC ou IRS não residentes, que nos termos legais
sejam considerados obtidos em território português. (Processo 2016
003767 – Art.º 4º)

II.3 – Transparência Fiscal


Sobre a transparência fiscal foram divulgadas as seguintes situações:

 A aplicação do regime previsto no artigo 91.º do Código do IRC (crédito de imposto por
dupla tributação jurídica internacional) a uma entidade que se enquadra no regime
de transparência fiscal, com sede em território português, que presta serviços de
advocacia em Portugal e em Angola.

 Para a aplicação do mecanismo previsto no artigo 91.º do CIRC, a


comprovação do imposto pago no estrangeiro deve ser efetuada
através de documentos emitidos ou autenticados pelas autoridades
fiscais do Estado de origem dos rendimentos, em nome da entidade
em causa.
Nos termos do n.º5 do artigo 90.º do CIRC, as deduções referidas no
n.º 2, designadamente, a correspondente à dupla tributação jurídica
internacional, são imputadas aos respetivos sócios ou membros nos
termos estabelecidos no n.º 3 do artigo 6º do CIRC e deduzidas ao
montante apurado com base na matéria coletável que tenha tido
em consideração a imputação prevista no mesmo artigo, ainda que
não tenha havido distribuição de lucros. (Processo 185/2017 – Art.º
6º)

 A questão em apreço refere-se à sujeição ao regime de transparência fiscal de uma


sociedade que se dedica a atividades de medicina dentária e odontologia (CAE 86230)
e atividades de prática médica de clínica geral, em ambulatório (CAE 86210). O capital
social da sociedade encontra-se repartido por duas quotas, cujos titulares são
profissionais da área médica. O sócio maioritário está reformado e não exerce
qualquer atividade na sociedade, resultando, da análise efetuada, que somente o
sócio minoritário, no âmbito das suas competências e habilitações, desenvolve a
atividade necessária e imprescindível para a prossecução do objeto social da
entidade, ou seja, desenvolve na sociedade atividades que constam da lista anexa ao
artigo 151.º do CIRS.

 Quanto ao capital societário, este encontra-se distribuído por duas


quotas, correspondentes a 52% e 48% do capital social.
Tendo em consideração que o sócio maioritário está reformado e não
exerce qualquer atividade na sociedade, o requisito relativo à
percentagem do capital social detido por profissional que exerça a
atividade através da sociedade não se encontra verificado, uma vez
que o sócio que exerce a atividade naqueles termos detém, apenas,
48% do capital social, não alcançando o limiar de 75% exigido.
Assim, e porque não se observam os requisitos constantes das
subalíneas 1) e 2), da alínea a), do n.º 4 do artigo 6.º do CIRC, a
Requerente não pode ser classificada como sociedade de
profissionais, pelo que não está enquadrada no regime de
transparência fiscal. (Processo 911/2017 – Art.º 6º)

 A questão colocada prende-se com o enquadramento de uma sociedade de


consultoria económica, financeira e de comércio eletrónico, serviços de gestão e
desenvolvimento de empresas a nível doméstico e internacional, e consultoria
informática, no regime de transparência fiscal:

 Com a Lei nº 2/2014, de 16 de janeiro, alargou-se o conceito de


sociedade de profissionais, do Art. 6º do CIRC, com introdução de
uma nova subalínea 2) na al. a) do nº 4, que veio dispor que
considera-se uma sociedade de profissionais a sociedade cujos
rendimentos provenham, em mais de 75%, do exercício conjunto
ou isolado de atividades profissionais especificamente previstas
na lista constante do artigo 151º do Código do IRS, desde que,
cumulativamente, durante mais de 183 dias do período de
tributação, o número de sócios não seja superior a cinco, nenhum
deles seja pessoa coletiva de direito público e, pelo menos, 75% do
capital social seja detido por profissionais que exercem as referidas
atividades, total ou parcialmente, através da sociedade.
No caso, o sócio único da sociedade exerce, através da sociedade, a
atividade profissional especificamente prevista na lista de
atividades a que alude o artigo 151º do Código do IRS,
designadamente sob o nº 1320 – Consultores, que representa a
totalidade dos rendimentos da sociedade.
De forma que, a sociedade, por preencher o conceito de sociedade
de profissionais, encontra-se, de acordo com o Art. 6º do CIRC,
sujeita ao regime de transparência fiscal, por verificação
cumulativa de todos os seus requisitos legais. (Processo 2789/2017
– Art.º 6º)

 Se mantêm o enquadramento no regime de transparência fiscal alegando, para o


efeito, ter alterado o seu objeto social para “exercício exclusivo e em comum da
atividade de agentes de execução” e que, não se confundindo nem integrando a figura
de agente de execução na de solicitador ou de advogado, por a atividade que
desenvolve não configurar uma atividade especificamente prevista na lista de
atividades a que se refere o artigo 151º do CIRS, poderia questionar-se o seu
enquadramento no nº 1 da alínea a) do nº 4 do artigo 6º do Código do IRC (CIRC).

 Pelo que se conclui pelo correto enquadramento da requerente


enquanto sociedade constituída para o exercício de uma atividade
profissional especificamente prevista na lista de atividades a que
se refere o artigo 151º do CIRS. (Processo 2017001951 – Art.º 6º)

II.4 – Período de Tributação


Sobre a período de tributação foi divulgada a seguinte situação:

 A questão que se levanta prende-se com a aplicação da alteração, introduzida pela Lei
do Orçamento de Estado para 2017 (Lei do OE 2017), ao n.º 2 do art.º 8.º do Código
do IRC (CIRC), a qual vem exigir a coincidência do período de tributação com o período
social de prestação de contas.

 No caso concreto de um grupo de sociedades, ao qual se aplica o


Regime Especial de Tributação de Grupos de Sociedades (RETGS), e
que adotou nos termos daquela norma, previamente à referida
alteração, um período de tributação não coincidente com o período
social de prestação de contas, terá de ser dado cumprimento à
exigência legal já no período de tributação que se inicia em 2017.
Atendendo à alteração em causa e à respetiva norma de aplicação
temporal (n.º 5 do art.º 198.º da Lei do OE 2017), a qual vai ao
encontro da regra geral de aplicação da lei no tempo prevista na Lei
Geral Tributária, admite-se que o grupo possa dar cumprimento
àquela exigência legal, procedendo à alteração do período de
tributação adotado, ainda que não esteja cumprida a
obrigatoriedade de permanência de, pelo menos, cinco anos no
período diferente do ano civil.
A referida alteração não implica a obrigatoriedade de permanência
nos cinco períodos de tributação seguintes, uma vez que, nos
termos do disposto no n.º 2 do art.º 8.º do CIRC, essa imposição
legal apenas tem que ser respeitada nos casos em que é adotado
um período anual de imposto diferente do ano civil. (Processo
3803/16 – Art.º 8º)

III – ISENÇÕES
Como se constata do quadro inscrito no Capitulo I as informações vinculativas divulgadas pela
AT em 2017 sobre IRC relativas ao capitulo das isenções representam 8%.

Os assuntos tratados nestas informações vinculativas foram os seguintes:

1. Enquadramento fiscal e obrigações de uma autarquia local;


2. Amplitude da isenção de IRC a uma IPSS – Rendimentos Prediais;
3. Extensão da isenção – rendimentos silvícolas;
4. Procedimento para usufruir de isenção de uma Associação Cultural;
5. Enquadramento de rendimentos de uma Associação Cultural.

III.1 – Estado, Regiões Autónomas, autarquias locais, suas associações de direito


público e federações e instituições de segurança social

 Uma Junta de Freguesia veio solicitar o enquadramento fiscal das atividades


por si exercidas, bem como requerer informação sobre as suas obrigações
declarativas.
 Das atividades enumeradas pela requerente, só a referente
aos “recebimentos de juros resultantes de aplicações
financeiras em entidades bancárias”, é suscetível de ser
considerada como rendimentos de capitais, de acordo com o
artigo 5.º do Código do IRS, e, nesses termos, a mesma não se
encontra isenta, ao abrigo do artigo 9.º do Código do IRC.
Quanto aos rendimentos das restantes atividades, e não
excecionando a norma da isenção outros rendimentos que
não sejam os de capitais, estão os mesmos isentos ao abrigo
daquela disposição.
Por fim, no que respeita às obrigações declarativas, nos
termos do n.º 6 do artigo 117.º do Código do IRC, tais
entidades encontram-se dispensadas do envio da declaração
modelo 22, exceto quando estejam sujeitas a uma qualquer
tributação autónoma, uma vez que os rendimentos de
capitais que auferem são objeto de retenção na fonte com
caráter definitivo, mas têm que proceder à entrega da IES, a
efetuar até ao dia 15 do mês de Julho. (Processo 2017 000923
– Art.º 9º)

III.2 – Pessoas coletivas de utilidade pública e de solidariedade social

 Uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), nos termos do Decreto-


Lei n.º 119/83, de 25 de novembro, e entidade isenta de IRC, de acordo com a
alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º do Código do IRC, veio solicitar esclarecimentos
sobre a amplitude da referida isenção, designadamente, se a mesma abrangia
rendimentos resultantes do arrendamento de um imóvel.

 Tendo em conta que a isenção que a IPSS usufrui não abrange,


somente, os rendimentos comerciais e industriais
desenvolvidos fora do âmbito dos seus fins estatutários
(Categoria B em sede de IRS), bem como os rendimentos de
títulos ao portador, não registados nem depositados, nos
termos da legislação em vigor, os rendimentos que decorram
do contrato de arrendamento em causa (Categoria F em sede
de IRS) encontram-se isentos de IRC, por aplicação do n.º 3 do
artigo 10.º do Código do IRC, supra transcrito. (Processo
536/2017 – Art.º 10º)

 Uma entidade equiparada a instituição particular de solidariedade social (IPSS),


nos termos do Decreto-Lei n.º 119/83, de 25 de novembro, e entidade isenta de
IRC, de acordo com a alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º do Código do IRC, veio
suscitar dúvidas sobre a extensão da referida isenção aos rendimentos que
decorram da exploração silvícola (venda de árvores).

 Tendo em conta que a isenção de que a entidade usufrui não abrange,


somente, os rendimentos comerciais e industriais desenvolvidos fora
do âmbito dos seus fins estatutários, bem como os rendimentos de
títulos ao portador, não registados nem depositados, nos termos da
legislação em vigor, os rendimentos silvícolas que decorram da venda
de árvores encontram-se isentos de IRC, por aplicação do n.º 3 do
artigo 10.º do Código do IRC, supra transcrito. (Processo 1361/2017 –
Art.º 10º)

III.3 – Atividades culturais, recreativas e desportivas

 Em causa está o enquadramento fiscal em sede de IRC de uma associação sem


fins lucrativos, mais concretamente, se tal entidade pode usufruir,
automaticamente, da isenção prevista no artigo 11.º do Código do IRC (CIRC).
 Tratando-se de uma associação de caráter cultural e/ou recreativo,
poderá beneficiar, automaticamente, do regime de isenção previsto
no artigo 11.º do CIRC (quanto aos rendimentos resultantes das
referidas atividades), não necessitando de efetuar qualquer pedido de
reconhecimento de isenção ou obter declaração de utilidade pública,
desde que sejam cumpridos os requisitos estabelecidos no n.º 2 do
referido artigo 11.º CIRC.
No que concerne a outros rendimentos resultantes do exercício de
atividades de natureza comercial, industrial ou agrícola que,
eventualmente, aufira, estes não se encontram abrangidos pela
referida isenção, pelo que, tal como estabelece o n.º 3 do artigo 11.º
do CIRC, ficam sujeitos a imposto, à taxa de 21% fixada no n.º 5, do
artigo 87.º do CIRC, pese embora, e caso não ultrapassem o montante
de €7.500,00, possam estar isentos de imposto, conforme o disposto
no artigo 54.º do EBF. (Processo 1153/2017 – Art.º 11º)

 Qual o enquadramento, em sede de IRC, dos rendimentos que decorrem de recitais de


guitarra portuguesa auferidos por uma Associação

 Os rendimentos auferidos pela Associação decorrentes da venda de


ingressos para os recitais de guitarra portuguesa podem encontrar-se
isentos de IRC, nos termos do artigo 11.º do Código do IRC, se a
Entidade Requerente respeitar cumulativamente as condições
enumeradas no n.º 2 do artigo 11.º do Código do IRC, ou seja
a) Em caso algum distribuam resultados e os membros dos seus órgãos
sociais não tenham, por si ou por interposta pessoa, algum interesse
direto ou indireto nos resultados de exploração das atividades
prosseguidas;
b) Disponham de contabilidade ou escrituração que abranja todas as
suas atividades e a ponham à disposição dos serviços fiscais,
designadamente para a comprovação do referido na alínea anterior.
A Entidade Requerente poderá, ainda, usufruir da isenção de IRC,
prevista no artigo 54.º do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF), caso a
totalidade dos seus rendimentos brutos sujeitos a tributação e não
isentos nos termos do Código do IRC, não exceda o montante de €
7.500,00. (Processo 1676/2017 – Art.º 11º)

IV – DETERMINAÇÃO DA MATÉRIA COLETÁVEL

Como se constata do quadro anterior as informações vinculativas divulgadas pela AT em 2017


sobre IRC relativas ao capitulo da determinação da matéria coletável representam 51%.

Os assuntos tratados nestas informações vinculativas foram os seguintes:


1. Diferenças de câmbio apuradas na transposição para o Euro de demonstrações
financeiras preparadas em moeda funcional;
2. Gastos e perdas;
3. Deslocações ao estrangeiro de sócio gerente;
4. Enquadramento fiscal de encargos suportados com a realização de um evento de
promoção e lançamento de um produto novo;
5. Seguro de saúde a favor do único sócio de uma sociedade sujeita ao regime de
transparência fiscal;
6. Gastos de sociedade incorporada por fusão;
7. Viagens de avião adquiridas a empresas lowcost;
8. Alteração operada pela Lei n.º 42/2016. de 28 de dezembro (OE para 2017) e disposição
transitória constante do artigo 244.º da mesma lei;
9. Depreciação de Ativo Fixo Tangível;
10. Provisão para processo judicial em curso;
11. Contribuições para um Fundo de Pensões – Pensões de sobrevivência;
12. Realizações de utilidade social;
13. Contribuições para um Fundo de Pensões – Perdas atuariais;
14. Realizações de utilidade social - Vales Sociais;
15. Mais-valia – Alienação de imóvel antes da partilha de sociedade;
16. Conceito de Mais-Valias e de Menos-Valias de Imóveis;
17. Reinvestimento do valor de realização de imóveis reclassificados como propriedades de
investimento;
18. Eliminação da dupla tributação de lucros e reservas distribuídos;
19. Distribuição de lucros a uma cooperativa agrícola;
20. Elaboração das demonstrações financeiras individuais com base em diferentes
referenciais contabilísticos por sociedades integrantes de um grupo tributado pelo
RETGS;
21. Sociedade que apresenta três períodos de tributação com prejuízos fiscais adquire o
domínio de um Grupo sujeito ao Regime Especial de Tributação dos Grupos de
Sociedades (RETGS);
22. Opção pelo RETGS - Taxa dos Açores;
23. Constituição de sociedades após A data de início do período de tributação em que se
pretende a sua inclusão no Grupo para efeitos da aplicação do RETGS;
24. Opção pela continuidade da aplicação do RETGS a um Grupo anteriormente dominado
por sociedade residente na EU;
25. Transformação de sociedade em comandita simples em sociedade anónima.
Manutenção da aplicação do regime de transparência fiscal:
26. Transmissão de ramo de atividade numa operação de entrada de ativos;
27. Fusão transfronteiriça, por transmissão global do património de uma sociedade
residente para uma sociedade não residente e afetação dos elementos patrimoniais a
um estabelecimento estável situado em território português – aplicação do regime de
neutralidade fiscal;
28. Transmissibilidade de prejuízos fiscais no âmbito de uma operação de transmissão das
posições jurídicas detidas em três Agrupamentos Complementares de Empresas;
29. Sociedades em liquidação;
30. Aplicação do regime previsto no artigo 51.º - C às mais-valias que se venham a apurar
com a transmissão da totalidade do capital social de uma participada, que detém um
imóvel em regime de locação financeira, que representa a quase totalidade do ativo
desta empresa;
31. Aplicação do regime previsto no artigo 51.º - C às mais-valias que se venham a apurar
com a transmissão da totalidade do capital social de uma participada, que detém um
imóvel em regime de locação financeira, que representa a quase totalidade do ativo
desta empresa;
32. Sociedade dominante de um Grupo sujeito ao regime especial de tributação dos grupos
de sociedades (RETGS), com sede na União Europeia (UE), adquire o domínio de
sociedade dominante de um outro Grupo sujeito ao RETGS, também ela com sede na
EU;
33. Alteração da sociedade dominante de um Grupo sujeito ao RETGS para uma sociedade
residente na EU com sucursal em Portugal. Retroatividade da opção.

IV.1 – Pessoas coletivas e outras entidades residentes que exerçam, a título principal,
atividade comercial, industrial ou agrícola
IV.1.1 – Regras gerais
 No pedido de informação vinculativa em apreço estava em causa o enquadramento,
em sede de IRC, das diferenças de câmbio registadas em capitais próprios decorrentes
da transposição dos resultados e da posição financeira da moeda funcional para a
moeda de apresentação, efetuada nos termos previstos na norma internacional de
contabilidade (IAS) 21 ou na norma contabilística e de relato financeiro (NCRF) 23, que
versam sobre os efeitos de alterações em taxas de câmbio

 As variações patrimoniais não refletidas no resultado líquido do


período que resultem da contabilização de diferenças cambiais devem
concorrer para a formação do lucro tributável do período de
tributação em que, de acordo com o regime de acréscimo, devam ser
contabilizadas, exceto quando respeitem a valorização de elementos
do balanço abrangidos por algumas das exceções previstas nas alíneas
a) a e) do n.º 1 do art.º 21.º, das alíneas a) a f) do n.º 1 do art.º 24.º,
ou de outras disposições do Código do IRC, nos termos das quais
devem, nomeadamente, ser consideradas aquelas que respeitem a:
i) Elementos do património (isto é, os mencionados nas alíneas
a) e b) do n.º 1 do art.º 46.º do CIRC), aos quais seja aplicável
o regime das mais-valias e menos-valias (cf. alínea b) do n.º 1
do art.º 21.º e alínea b) do n.º 1 do art.º 24.º, ambos do CIRC);
ii) ii) Ativos e passivos por impostos diferidos relativos a
impostos diferidos sobre o rendimento (cf. alínea d) do n.º 1
do art.º 21.º e alínea e) do n.º 1 do art.º 24.º, ambos do CIRC);
iii) iii) Subsídios relacionados com ativos não correntes (cf. art.º
22.º do CIRC);
iv) iv) Partes de capital contabilizadas através do método de
equivalência patrimonial ou do método de consolidação
proporcional (cf. n.º 8 do art.º 18.º do CIRC). (Processo 2017
001652 – Art.º 21º)
 Enquadramento em sede de IRC dos encargos com deslocações ao estrangeiro
efetuadas pelo sócio gerente.

 Assim, as deslocações do sócio gerente ao estrangeiro ao serviço da


empresa, tendo em vista obter ou garantir os rendimentos sujeitos a
IRC, o montante despendido com a aquisição do bilhete de transporte
(no caso de avião) será aceite como gasto ao abrigo da alínea d) do n.º
2 do art.º 23.º do CIRC, desde que a respetiva companhia aérea emita
uma fatura pela aquisição do mesmo, com todos os elementos
previstos no n.º 4 do art.º 23.º do CIRC.
Relativamente aos gastos com o alojamento e as refeições suportados
na deslocação ao estrangeiro ao serviço da empresa, esta pode optar
por atribuir uma verba fixa diária (ajudas de custo) não estando o seu
valor sujeito a IRS, desde que o montante atribuído não ultrapasse o
montante fixado para os trabalhadores que exercem funções públicas,
que, para o ano de 2017, de acordo com a Portaria n.º 1153-D/2008, de
31/12, alterada pelo art.º 42.º da Lei n.º 66 - B/2012, de 31/12, para os
membros dos órgãos sociais é de €100,24. Neste caso, o sócio gerente
não tem que prestar contas à empresa e, consequentemente, não tem
de apresentar os documentos comprovativos das despesas. Tal não
prejudica, todavia, que a empresa deva comprovar a natureza de ajuda
de custo da despesa e que a sua dedutibilidade esteja dependente da
observância dos requisitos previstos na referida al. h) do n.º 1 do art.º
23.º - A do CIRC.
O valor das ajudas de custo, caso não sejam debitadas aos clientes,
estão sujeitas a tributação autónoma à taxa de 5%, exceto na parte em
que haja lugar a tributação em sede de IRS na esfera do respetivo
beneficiário, de acordo com o n.º 9 do art.º 88.º do CIRC. Caso o sujeito
passivo apresente prejuízo fiscal no período de tributação em que
efetuou ou suportou as ajudas de custo, a taxa de tributação autónoma
será elevada em 10 pontos percentuais cf. n.º 14 do citado art.º 88.º.
Caso a empresa opte por não atribuir uma verba fixa diária (ajuda de
custo), mas por suportar (para além do transporte) as despesas com o
alojamento e as refeições, para que o gasto seja dedutível, para além
de ser demonstrado que foram efetuadas ao serviço da empresa com
vista à obtenção de rendimentos, terão de estar suportadas por
documentos que contenham os requisitos previstos no n.º 4 do art.º
23.º do CIRC. Nesta opção, não há sujeição a tributação autónoma.
(Processo 1618/2017 – Art.º 23º)

 Formalidades exigidas na emissão de recibos.

 No caso especifico dos serviços religiosos, se a contratação dos


mesmos estiver incluída nos serviços a prestar pela agência funerária,
este serviço deverá estar discriminado na fatura emitida pela mesma à
família do defunto, apesar de ser apenas uma intermediária deste
serviço.
Neste caso, a agência funerária recebe o pagamento do preço total por
parte dos seus clientes e efetua o pagamento na parte respetiva à
instituição religiosa, que, em consequência, deve emitir o respetivo
recibo de quitação à requerente.
Neste caso, a agência funerária recebe o pagamento do preço total por
parte dos seus clientes e efetua o pagamento na parte respetiva à
instituição religiosa, que, em consequência, deve emitir o respetivo
recibo de quitação à requerente.
No caso de os serviços funerários não estarem incluídos nos serviços a
prestar pela agência funerária, os seus clientes devem efetuar
diretamente o pagamento dos serviços religiosos à respetiva instituição,
pelo que deverá então a instituição religiosa emitir recibo de quitação e
apresentar o mesmo à pessoa que efetuou o pagamento dos citados
serviços. (Processo 694/2017 – Art.º 23º)

 Despesas efetuadas com a realização de um evento (realizado num hotel), faturadas


por este e discriminadas como aluguer de sala e jantar, podem ser aceites como
“despesas de publicidade e propaganda“, ou se terão de ser consideradas “despesas
de representação” e por isso sujeitas a tributação autónoma.

 Desde que o sujeito passivo apresente uma fatura de encargos


referente a despesas com aluguer de sala e jantar suportadas com a
realização do evento de promoção e lançamento de um produto novo,
e desde que possua outros elementos que comprovem
indubitavelmente que essas despesas estão relacionadas com o mesmo,
considera-se que esses encargos revestem o cariz de despesas de
publicidade e propaganda com vista a obter rendimentos futuros, e
não despesas de representação, podendo ser aceites como gastos nos
termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 23.º do CIRC e não estando
sujeitos a tributação autónoma. (Processo 1519/17 – Art.º 23º)

 Foram suscitadas dúvidas sobre a dedutibilidade fiscal de um seguro de saúde


a favor do único sócio de uma sociedade sujeita ao regime de transparência
fiscal, que desconta para a Segurança Social como trabalhador independente.

 Neste caso, em que o sócio não aufere quaisquer remunerações


como trabalhador dependente, o gasto com o seguro de saúde
não pode ser aceite na esfera da sociedade nem pelo disposto
no artigo 23.º nem pelo artigo 43.º, ambos do Código do IRC. Por
um lado, o benefício não é atribuído ao sócio em razão da
prestação de trabalho e, por outro lado, o sócio não é um
trabalhador dependente nem o benefício tem caráter geral.
Assim sendo, fica afastada a dedutibilidade dos gastos ao abrigo
do regime do artigo 43.º do Código do IRC. (Processo 1614/2017
– Art.º 23º)
 Enquadramento, em sede de IRC, dos gastos contidos em faturas emitidas em
nome da sociedade incorporada, que a sociedade incorporante se encontra a
receber, mesmo após a extinção daquela sociedade.

 Assim, os gastos subjacentes às faturas emitidas em nome da


sociedade incorporada, após a sua extinção, e desde que a tais
faturas esteja subjacente o consumo de bens e serviços efetuado
no referido período intercalar, devem ser considerados, para
efeitos fiscais, pela sociedade incorporante, uma vez que esta
sucede nos direitos e obrigações da sociedade incorporada.
Contudo, se tais faturas compreenderem apenas consumos
posteriores à data da eficácia da fusão e, consequentemente, à
data da extinção da sociedade incorporada, os gastos que lhes
estejam associados só poderão ser aceites fiscalmente, caso se
encontrem cumpridos os n.ºs 3, 4 e 6 do art.º 23.º do CIRC,
nomeadamente, caso seja identificado o efetivo adquirente dos
bens e serviços. (Processo 1437/16 – Art.º 23º)

 A questão prende-se com a aceitação como gasto fiscal dos encargos


suportados por uma Associação com a aquisição de viagens de avião, quando
as companhias aéreas não emitem fatura.

 Assim, nos casos em que não é obrigatória a emissão de fatura


ou documento legalmente equiparado, nos termos do Código do
IVA, estabeleceram-se os elementos mínimos, referidos no n.º 4
do art.º 23.º do CIRC, que devem constar dos documentos
emitidos para que o gasto seja comprovado documentalmente
em sede de IRC (nos quais se incluem o NIF e outros elementos).
Para além disso, o gasto só será aceite se reunir as condições
previstas no n.º 1 do art.º 23.º do CIRC, ou seja, se se comprovar
que o mesmo foi suportado pelo sujeito passivo no âmbito da
atividade comercial para obter ou garantir os rendimentos
sujeitos a IRC. (Processo 1907/16 – Art.º 23º)

 Que interpretação a dar ao artigo 244.º da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro, foi, pelo
despacho n.º 105/2017-XXI, de 17 de abril de 2017 (OE para 2017), do Secretário de
Estado dos Assuntos Fiscais, sancionado o seguinte entendimento.

 O alcance desta norma é o de permitir que, para os investimentos


realizados em 2016 entre € 5.000.000 e € 10.000.000, os sujeitos
passivos possam aproveitar, no período de tributação de 2017, do
incentivo decorrente da alteração do artigo 23.º do CFI pela referida Lei
n.º 42/2016, de 28 de dezembro, desde que o mesmo não tenha sido
integrado em 2016. (Processo 235/2017)

Nota: Esta informação vinculativa encontra-se associada ao art.º 23º do CIRC, mas na realidade
deveria estar afeta ao Código Fiscal ao Investimento (CFI)

IV.1.2 – Depreciações, amortizações e perdas por imparidades em ativos não correntes

 A questão em apreço prende-se com o montante da quota anual de depreciação que


poderá ser aceite para efeitos fiscais no ano de aquisição de um bem do ativo fixo
tangível a adquirir no final do mês de dezembro, ou seja, nos últimos dias do período
de tributação.

 No que concerne ao caso apresentado pela entidade, aquisição de um


bem do ativo fixo tangível no último mês do período de tributação, será
mais razoável registar a depreciação por duodécimos, um duodécimo
no ano de aquisição. Sendo o ativo adquirido no último mês do
exercício económico, o gasto de depreciação é diminuto. Os futuros
benefícios económicos incorporados no ativo são consumidos pela
entidade principalmente através do seu uso. Havendo um uso reduzido,
quase nulo pela contingência de a aquisição ser efectuada nos últimos
dias do exercício económico, consequentemente a depreciação efetiva
tende para valores irrelevantes.
Contudo, em sede de IRC, poderá ser aceite como gasto, no ano de
entrada em funcionamento ou utilização do ativo, a quota de
depreciação anual, desde que a mesma tenha sido relevada na
contabilidade, nos termos do n.º 3 do art.º 1.º conjugado com o n.º 1
do art.º 5.º, ambos do Dec. Reg. n.º 25/2009, de 14 de setembro.
(Processo 1423/2017 – Art.º 31º)

IV.1.3 – Provisões

 A questão em apreço prende-se com a aceitação como gasto fiscal da provisão


para processos judiciais em curso no período de tributação, relativamente à
apresentação de uma ação judicial por parte de um trabalhador contra a
sociedade, reclamando compensação pecuniária pela cessação do contrato de
trabalho e respetivas consequências decorrentes do respetivo “Acordo de
Pagamento”.
 No caso em apreço, a provisão constituída contabilisticamente, para
fazer face a processos judiciais em curso, no período de tributação, não
será aceite como gasto fiscal, uma vez que os encargos derivados do
facto (compensação pecuniária pela cessação do contrato de trabalho
do empregado), para o qual foi constituída, não serão de incluir entre
os gastos deste período de tributação, de acordo com o n.º 1 do art.º
39.º, conjugado com o n.º 12 do art.º 18.º, ambos do CIRC. Assim, o
montante relativo à constituição da provisão em causa, terá de ser
acrescido no quadro 07, campo 721 da Mod. 22, relativa ao período de
tributação.
Tendo havido acordo das partes, em n+1, em que o Autor da ação reduz
o valor a receber e a sociedade reconhece que é devedora do mesmo
montante, há que contabilisticamente anular a provisão em causa
(conta de balanço) por contrapartida da conta de reversões de provisões
deduzindo esse valor no campo 764 do Quadro 07 da Mod. 22 do
período n+1.
Quanto ao valor acordado, correspondente ao benefício de cessação
de emprego, é gasto fiscal do período de tributação de n+1, ao abrigo
do n.º 12 do art.º 18.º do CIRC e, como a Provisão para Processos
Judiciais em Curso, foi acrescida no Quadro 07 da Mod. 22, do período
de tributação de n, a sociedade, na declaração Mod. 22 relativa ao
período de tributação de n+1, irá deduzir no quadro 07, no campo 761,
esse montante. (Processo n.º 258/17 – Art.º 39º)

IV.1.3 – Regime de outros encargos

 Foram suscitadas dúvidas sobre a aceitabilidade fiscal das contribuições efetuadas


para um Fundo de Pensões, quando as verbas capitalizadas decorrentes dessas
contribuições, na situação de morte do trabalhador, na vigência do contrato, sejam
atribuídas aos beneficiários de sobrevivência que não tenham os requisitos
enunciados no regime geral da segurança social (quanto à idade e à titularidade do
direito às correspondentes prestações).

 Na situação em que não existam pessoas que reúnam as condições de


elegibilidade previstas no regime geral da segurança social, tendo em
conta o disposto no site da Autoridade de Supervisão de Seguros e
Fundos de Pensões, que refere que os herdeiros legais deverão ter
sempre direito à restituição das contribuições entregues, quer a mesma
seja efetuada pelo Fundo de Pensões quer seja pelo sujeito passivo com
recurso às verbas alocadas na sua conta residual, haverá sempre lugar
à aplicação do n.º10 do artigo 43.º do Código do IRC.
Mas, caso esses valores alocados à conta residual do associado se
destinem a financiar as contribuições futuras da empresa, ou seja, não
revertam para a própria empresa nem para os herdeiros legais que não
reúnam as condições de elegibilidade previstas no regime geral da
Segurança Social, esta operação não constitui uma operação de
resgate, pois não há qualquer restituição de fundos por parte do Fundo
de Pensões a favor do sujeito passivo, não sendo aplicável nem o n.º11
nem o n.º12 do artigo 43.º do Código do IRC e, por conseguinte, não
sendo aplicável a limitação prevista no n.º10 da mesma norma.

Quando os montantes forem alocados às contas individuais, no futuro,


em vez de serem efetuadas novas contribuições pelo associado do plano
de pensões, não serão, de facto, dedutíveis em sede de IRC, pois esses
montantes já foram considerados gastos (dentro dos limites previstos
no n.º2 do artigo 43.º do CIRC), quando ocorreu o financiamento do
plano de pensões. (Processo 3439/2016 – Art.º 43º)

 Enquadramento fiscal de despesas efetuadas por uma empresa com almoços convívio
entre os funcionários, incluindo o jantar de Natal, e com a colocação à disposição dos
mesmos, de água, café, snacks, sumos e fruta.

 Os gastos incorridos pela empresa com almoços convívio entre os


trabalhadores, incluindo o jantar de Natal, e com a colocação à
disposição dos mesmos de água, café, snacks, sumos e fruta podem ser
considerados realizações de utilidade social e, como tal, ser dedutíveis
fiscalmente, nos termos do n.º 1 do artigo 43.º do CIRC, uma vez que:
revestem caráter geral (ou seja, são extensivos a todos os trabalhadores
da empresa, não sendo atribuídos apenas a um grupo restrito); visam o
bem-estar dos trabalhadores; e, ainda que pudessem revestir a
natureza de rendimentos do trabalho dependente, seriam de difícil
individualização relativamente a cada um dos trabalhadores.
Uma vez que tais despesas não respeitam a creches, lactários e jardins-
de-infância, não podem beneficiar da majoração em 40% prevista no
n.º 9 do artigo 43.º CIRC.
Se nos almoços ou jantares convívio participarem clientes,
fornecedores, ou quaisquer outras pessoas ou entidades, as despesas
inerentes àquelas pessoas não se enquadram no artigo 43.º do CIRC.
(Processo 2321/2017 – Art.º 43º)

 Aceitabilidade fiscal das perdas atuariais associadas com as responsabilidades com a,


população ativa com os reformados/pensionistas e com os ex-colaboradores.

 Quanto à perda atuarial associada a responsabilidades com a população


ativa, a dedutibilidade fiscal tem por limite o valor acumulado das
diferenças entre os valores dos limites previstos nos nºs 2 e 3 do artigo
43.º do Código do IRC (CIRC) relativos ao período constituído pelos 10
períodos imediatamente anteriores ou, se inferior, ao período
contado desde o período de tributação da transferência das
responsabilidades ou da última alteração dos pressupostos atuariais e
os valores das contribuições efetuadas e aceites como gastos em cada
um desses períodos.
Quanto à perda atuarial associada a responsabilidades com
pensionistas, não se aplica a limitação prevista na alínea b) do nº7 do
artigo 43º do CIRC, o que significa que as contribuições efetuadas
podem ser aceites na totalidade, no momento em que for efetuada a
contribuição, não estando sujeita a qualquer limite.
No que respeita à perda atuarial associada a responsabilidades com ex-
colaboradores, estando em causa responsabilidades passadas com os
ex-trabalhadores com direitos adquiridos, podem estes gastos ser
aceites, nos termos do artigo 23.º e não pelo artigo 43.º, ambos do
CIRC, no momento em que se procede ao reconhecimento das
alterações dos pressupostos atuariais e desde que a contribuição
respetiva seja efetuada. (Processo 3688/2016 – Art.º 43º)

 Enquadramento fiscal dos vales infância/vales educação que uma sociedade pretendia
atribuir a todos os sócios (gerentes e não gerentes), com filhos em idade escolar.

 A atribuição de vales sociais só pode ser efetuada a trabalhadores da


entidade empregadora, não se enquadrando neste conceito os sócios,
porquanto não possuem qualquer tipo de vínculo de subordinação
jurídica perante a sociedade.
Refira-se, porém, que o conceito de “trabalhadores” utilizado abrange,
igualmente, os gerentes de uma sociedade (sócios ou não sócios), que,
para efeitos fiscais, são considerados trabalhadores dependentes.
Dado que a sociedade pretendia que a atribuição dos vales
infância/vales educação fosse efetuada a todos os sócios (gerentes e
restantes), ficava desde logo prejudicada a aplicação do regime
constante do Decreto-Lei n.º 26/99, de 28 de janeiro. (Processo
1591/2017 – Art.º 43º)

 Aceitação como gasto fiscal da dotação anual da amortização de um alvará, adquirido


por uma entidade, em 2009.

 Assim, no caso concreto, a entidade não pode beneficiar do regime


estabelecido no art.º 45.º-A do CIRC, uma vez que este só se aplica aos
ativos adquiridos em ou após 1 de janeiro de 2014, não sendo
aplicável, portanto, ao alvará adquirido em 2009, de acordo com o
disposto no referido n.º 1 do art.º 12.º da Lei n.º 2/2014, de 16 de
janeiro.
O alvará terá uma utilização exclusiva sem limitação temporal definida
e, de acordo com os dados apresentados pela entidade, não há
qualquer indício de que esteja a ser alvo de deperecimento, pelo que
a amortização deste ativo intangível não pode ser aceite fiscalmente,
de acordo com o n.º 3 do art.º 16.º do Dec. Reg. n.º 25/2009, de 14 de
setembro. (Processo 1256/2017 – Art.º 45º-A)
IV.1.4 – Regime de mais-valias e menos-valias realizadas

 Enquadramento fiscal da alienação de um imóvel, efetuada previamente à dissolução


e liquidação da sociedade.

 Se a sociedade proprietária do imóvel, aliena o prédio urbano em


momento anterior ao da dissolução da sociedade – e,
consequentemente, em momento anterior à partilha da sociedade - não
pode considerar-se que tal situação se enquadre na esfera do IRS,
enquanto rendimento dos sócios.
E isto independentemente dos motivos que estão subjacentes a tal
alienação, ou seja, independentemente de a venda ser efetuada na
expetativa de uma ulterior dissolução e liquidação do ente societário.
Não se subsumindo o facto tributário ao Código do IRS, não será
suscetível de ser tributado na esfera dos sócios.
O ganho obtido com a transmissão onerosa do prédio urbano,
efetuada pela sociedade, enquadra-se no conceito de mais-valia
previsto no artigo 46.º do CIRC, devendo a sua tributação ocorrer na
esfera da sociedade. (Processo 2156/2017 – Art.º 46º)

 Tributação das mais-valias de imóveis registados como ativos fixos tangíveis

 A mais-valia corresponderá à diferença entre o valor de realização,


líquido dos encargos que lhe sejam inerentes, e o valor de aquisição
deduzido da depreciação praticada e aceite fiscalmente no período de
tributação em causa.
De acordo com o nº 2 do Art. 64º do CIRC, sempre que nas referidas
transmissões onerosas o valor constante do contrato seja inferior ao
valor patrimonial tributário definitivo do imóvel, é este o valor a
considerar pelo alienante e adquirente, para determinação do lucro
tributável.
Quanto a uma eventual isenção das mais-valias apuradas, determina o
Art. 48º do CIRC que, em caso de reinvestimento do valor de realização,
na sua totalidade, a diferença positiva entre as mais valias e as menos
valias apuradas são apenas consideradas em 50% do seu valor para a
determinação do lucro tributável, se verificados os requisitos legais aí
previstos.
Para beneficiar deste regime, os sujeitos passivos devem mencionar a
intenção de efetuar o reinvestimento na declaração a que se refere a
alínea c) do nº 1 do artigo 117º (declaração anual de informação
contabilística e fiscal - IES) do período de tributação em que a realização
ocorre, comprovando na mesma e nas declarações dos dois períodos de
tributação seguintes os reinvestimentos efetuados. (Processo 2 662 /
2016 – Art.º 46º)
 É possível considerar apenas em metade do valor as mais-valias que eventualmente
venham ser realizadas com a venda dos imóveis, quer aqueles que foram registados
como inventários quer os que foram reclassificados como propriedades de
investimento.

 Assim, os ganhos provenientes da alienação de inventários não são


considerados mais-valias, pelo que não estão abrangidos pelo regime
do reinvestimento.
Por sua vez, aos ganhos resultantes da venda de propriedades de
investimento também não poderá ser aplicado o regime do
reinvestimento, uma vez que, embora tenham a natureza de mais-
valias, não resultam da transmissão de ativos fixos tangíveis, ativos
intangíveis ou ativos biológicos não consumíveis. (Processo 2016
002009 – Art.º 48º)

IV.1.5 – Dedução de lucros e reservas distribuídos e de mais e menos-valias


realizadas com a transmissão onerosa de partes sociais

 Enquadramento fiscal dos lucros obtidos por uma filial, localizada na Dinamarca e cujo
capital social é detido na totalidade por uma sociedade portuguesa, que foram objeto
de tributação naquele país.

 Assim, desde que os lucros distribuídos pela filial não correspondam a


gastos fiscais para efeitos do imposto dinamarquês, conclui-se que se
encontram verificadas as condições de que depende a aplicação, ao
caso concreto, do mecanismo previsto no artigo 51.º do CIRC.
Nestas circunstâncias, estando os lucros distribuídos à sociedade-mãe
excluídos de tributação, deverá a sua dedução ser efetuada, na
totalidade, no campo 771 do quadro 07 da declaração Modelo 22 do
IRC.
Para efeitos de eliminação da dupla tributação económica
internacional sobre os dividendos distribuídos, além do referido
método da isenção previsto no artigo 51.º do CIRC, pode, em
alternativa, utilizar-se o método do crédito indireto, por opção,
quando não seja aplicável o método da isenção, com os limites
constantes do n.º 2 do artigo 91.º-A do CIRC e desde que verificados
os requisitos estabelecidos no seu n.º 3.
Estabelece o n.º 1 do artigo 91.º-A do CIRC que a dedução da dupla
tributação económica internacional é aplicável, por opção do sujeito
passivo, na declaração de rendimentos Modelo 22, quando na matéria
coletável deste tenham sido incluídos dividendos, distribuídos por
entidade residente fora do território português, que preencham os
requisitos previstos no presente artigo e aos quais não seja aplicável o
disposto no artigo 51.º.
Mais se refira que, nos termos do n.º 3 do artigo 68.º do CIRC, quando
seja exercida esta opção, deve ser acrescido à matéria coletável do
sujeito passivo requerente o imposto sobre os lucros pago pela
entidade dinamarquesa correspondente aos dividendos distribuídos.
De acordo com o estabelecido nos n.ºs 5 e 6 do mencionado artigo 91.º-
A, a prova do cumprimento dos requisitos previstos nesta disposição e
do montante de imposto efetivamente pago sobre os lucros e reservas
incluídos na matéria coletável deve ser efetuada pelo sujeito passivo
através de declarações ou documentos confirmados e autenticados
pelas autoridades públicas competentes dinamarquesas, devendo tais
declarações e documentos integrar o processo de documentação fiscal
a que se refere o artigo 130.º. (Processo 254/2017 – Art.º 51º)

 Os lucros que, no futuro, vierem a ser distribuídos à cooperativa podem beneficiar do


regime de eliminação da dupla tributação económica de lucros e reservas
distribuídos, previsto no artigo 51.º do Código do IRC (CIRC).

 O mecanismo do artigo 51.º do CIRC opera no período em que os réditos


estiverem a influenciar a base tributável. E, uma vez que os lucros que
a cooperativa venha a receber das suas participadas caem fora da
isenção estabelecida no artigo 66.º - A do EBF, estão os mesmos
sujeitos a IRC.
Assim, no período em que esses lucros venham a influenciar a base
tributável da cooperativa, é possível a aplicação do regime previsto no
artigo 51.º do CIRC, não concorrendo esses lucros para a determinação
do lucro tributável, desde que se verifiquem os requisitos aí
expressamente referidos.
Por outro lado, esses lucros, aos quais seja aplicável o regime do artigo
51.º do CIRC, poderão ficar dispensados de retenção na fonte, desde
que a participação no capital tenha permanecido na titularidade da
entidade, de modo ininterrupto, durante o ano anterior à data da sua
colocação à disposição. (Processo 1871/2017 – Art.º 51º)

 Aplicação do regime previsto no artigo 51.º - C às mais-valias que se venham a apurar


com a transmissão da totalidade do capital social de uma participada, que detém um
imóvel em regime de locação financeira, que representa a quase totalidade do ativo
desta empresa.

 Tendo em conta que o imóvel foi registado pelo locatário nos ativos
fixos tangíveis antes de 1 de janeiro de 2014, não se aplica o disposto
no n.º4 do artigo 51.º - C. De qualquer modo, a sociedade não tem por
objeto a compra e venda de imóveis. Nestes termos, as mais-valias que
venham a ser apuradas com a alienação da participação não
concorrem para a determinação do lucro tributável, desde que se
verifiquem os requisitos previstos no n.º1 do art.º 51.º - C. (Processo
910/2017- Art.º 51º - C)

V.1.6 – Regime especial de tributação dos grupos de sociedades

 Num mesmo grupo fiscal, estarem incluídas sociedades cujas demonstrações


financeiras individuais são elaboradas com base em referenciais contabilísticos
distintos (i.e., simultaneamente NIC e SNC) não apresenta qualquer constrangimento
ao nível da aplicação do RETGS.

 Nada obsta a que o resultado fiscal do grupo, apurado através da soma


algébrica dos resultados fiscais individuais apurados pelas empresas
que o integram, tenha como ponto de partida resultados líquidos do
período apurados com base em diferentes referenciais contabilísticos,
uma vez que os ajustamentos previstos no Código do IRC e demais
legislação complementar estabelecem condicionalismos que
conduzem à homogeneização do apuramento dos vários resultados
tributáveis. (Processo 2016 000725 – Art.º 69º)

 Um grupo sujeito ao RETGS é adquirido por uma sociedade qualificada para ser a nova
sociedade dominante do grupo. No entanto, esta sociedade apurou prejuízos fiscais
nos três últimos períodos de tributação, pelo que vem a sociedade dominante do
grupo fiscal solicitar a confirmação da não obrigatoriedade de efetuar a opção
referida no nº 10 do art. 69º do Código do IRC (CIRC).

 Não tendo a nova sociedade dominante exercido a opção aí prevista,


por apresentar, nos três períodos de tributação anteriores, prejuízo
fiscal, mantém-se a aplicação do RETGS ao grupo fiscal existente, dado
que não se encontra verificada a condição de cessação prevista na
alínea a) do nº 8 do referido artigo 69º. De facto, a nova sociedade
dominante não se encontra obrigada a integrar o perímetro do grupo
fiscal na qualidade de sociedade dominante, a menos que venha a
apurar lucro tributável num período de tributação subsequente,
mantendo todos os demais requisitos, caso em que a manutenção da
aplicação do RETGS está condicionada ao exercício da opção prevista
no nº 10 do art. 69º do CIRC. (Processo 229/2017 – Art.º 69º)

 Uma sociedade que reúne as condições para ser considerada sociedade dominante de
um grupo pretende saber se pode ficar abrangida pela aplicação do RETGS e estar
sujeita à taxa geral dos Açores, dado que todas as sociedades ditas dominadas estão
sediadas na Região Autónoma.
 Assim, ainda que todas as sociedades do grupo estejam sediadas nos
Açores e estejam sujeitas ao regime geral de IRC, à taxa normal da RAA,
para o grupo poder optar pelo RETGS previsto no art.º. 69º do CIRC, tem
que renunciar à taxa da Região Autónoma, conforme previsto na
alínea d) do nº 4 do art. 69º do CIRC, e optar pela taxa normal mais
elevada, conforme alínea a) do nº 3 do mesmo diploma, devendo a
renúncia manter-se por um período mínimo de três anos (nº 15 do art.º.
69º do CIRC). (Processo 1028/2017 – Art.º 69º)

 Tendo sido constituídas várias sociedades antes do final do prazo para a entrega da
declaração de alterações, mas após o início do período de tributação em que se
pretende iniciar a aplicação do regime especial de tributação dos grupos de sociedades
(RETGS) às mesmas, veio a sociedade dominante solicitar a sua inclusão no Grupo
nesse período.

 Agindo os sujeitos passivos nesta matéria de acordo com a anterior


Circular nº 5/2002, visto não ter sido ainda divulgado entendimento
contrário, e, no sentido de não defraudar as suas expetativas, apesar
de as sociedades não estarem constituídas à data de início da aplicação
do regime em que se pretende incluir as mesmas no grupo, mas antes
do final do prazo para a entrega da declaração de alterações a que se
refere ao alínea b) 1) do nº 7 do art.º. 69º do CIRC, mantém-se o
entendimento de que estas sociedades podem fazer parte do grupo
ainda nesse período de tributação.
No entanto, a partir dos períodos de tributação que se iniciem em, ou
após, 01.01.2017, não é aceite a inclusão, no grupo, de sociedades
constituídas após o início do período de tributação em que as referidas
sociedades forem constituídas. (Processo 1106/2015 – Art.º 69º)

 A sociedade dominada de um Grupo tributado pelo regime especial de tributação dos


grupos de sociedades (RETGS), cuja sociedade dominante era residente para efeitos
fiscais na UE, pretende manter a continuidade da aplicação do regime ao Grupo, nos
termos do nº 10 do art.º. 69º do Código do IRC (CIRC), visto a sociedade anteriormente
dominante ter perdido o domínio indireto das sociedades que faziam parte do Grupo,
mas verificando-se esse domínio nas participadas, há mais de um ano, por parte dessa
sociedade dominada.

 Não obstante, existindo uma sociedade que já anteriormente integrava


o grupo e que reúne os requisitos e condições para ser considerada
como sociedade dominante da totalidade, ou parte, das demais
sociedades que integravam aquele grupo, é possível a manutenção da
aplicação do RETGS, sem prejuízo, obviamente, da extinção do direito
à dedução da quota-parte dos prejuízos fiscais respeitantes às
sociedades que saiam do grupo, apurados durante a aplicação do
RETGS ao Grupo da sociedade dominante que sai, nos termos da alínea
c) do nº 1 do art. 71º do CIRC, não sendo esses prejuízos igualmente
dedutíveis no grupo, nos termos da alínea d) do nº 1 do mencionado
art.º. 71º, podendo, caso pretenda manter a aplicação do regime, a
nova sociedade dominante proceder à comunicação das alterações na
composição do grupo nos termos previstos no nº 7 do art.º. 69º do CIRC.
(Processo 253/2017 – Art.º 69º)

 Pretende uma sociedade dominante residente na UE, a qual detém, de forma direta e
indireta, um conjunto de participações sociais em sociedades residentes para efeitos
fiscais em território português, o alargamento do perímetro de um grupo fiscal sujeito
ao RETGS, constituído por algumas dessas sociedades e optar pela continuidade de
aplicação do regime a esse Grupo. A nova sociedade dominante residente na UE
dispõe de uma sucursal em Portugal que detém apenas uma das sociedades
residentes em território português.

 Assim, nada obsta a que a sociedade residente na UE possa ser


considerada a nova sociedade dominante do anterior Grupo e de
incluir no seu perímetro as outras filiais residentes em território
português que cumpram as condições para o poderem integrar.

De notar ainda que, quando a nova sociedade dominante opte pela


continuidade de aplicação do RETGS nos termos do nº 10 do art. 69º
do CIRC, caso haja prejuízos fiscais do Grupo verificados durante os
períodos de tributação anteriores em que o regime se aplicou, o
sujeito passivo pode solicitar a dedução dos mesmos ao lucro
tributável do novo grupo, desde que obtida autorização mediante
requerimento a apresentar à AT, conforme previsto no nº 3 do art. 71º
do CIRC. (Processo 1349/2017 – Art.º 69º-A)

 Pretendia-se, assim, saber se para a sociedade dominante do Grupo A era obrigatório


o alargamento do perímetro do Grupo, mediante a inclusão de todas as sociedades
residentes em Portugal de ambos os Grupos, ou se, em alternativa, podiam continuar
a subsistir autonomamente os dois Grupos A e B.
Pretendia-se ainda saber a partir de que período de tributação se encontravam
reunidos os pressupostos para o alargamento do perímetro do Grupo, atendendo aos
efeitos fiscais da fusão ocorrida e qual o impacto fiscal desse alargamento na dedução
dos prejuízos fiscais em reporte.

 A sociedade dominante do Grupo A, nos termos do nº 2, é obrigada a


incluir todas as sociedades residentes em território português,
passando a existir apenas um único Grupo fiscal.
O domínio fiscal da sociedade dominante do Grupo B (primeiro dia útil
do período de tributação em que a participação é detida há mais de um
ano), por parte da sociedade dominante do Grupo A, verifica-se à data
de 01.01.n+1, ou seja, no início do período de tributação seguinte à
data de aquisição, por fusão, das participações em, pelo menos, 75%
do capital social, uma vez que as condições de acesso ao RETGS têm
que estar verificadas à data do início do período de tributação, nos
termos da alínea b) do nº 3 do art. 69º do CIRC.
Assim sendo, o Grupo cuja sociedade dominante é a B, continua a
manter-se como Grupo autónomo no período referente ao ano n, só
devendo ser integrado no Grupo A a partir de 01.01.n+1.
Para efeitos de dedução dos prejuízos fiscais do Grupo adquirido B nos
resultados do Grupo A, aplica-se o nº 5 do art. 71º do CIRC, sendo os
mesmos dedutíveis em quotas-partes, como se de prejuízos
individuais se tratassem, nos termos da alínea a) do nº 1 do mesmo
artigo, não sendo necessário reconhecer o interesse económico da
operação, uma vez que a participação adquirida foi inferior a 50%.
Por sua vez, os prejuízos fiscais do Grupo A, continuam a ser dedutíveis
na totalidade, como prejuízos fiscais do Grupo. (Processo 2155/2017 –
Art.º 69º-A)

V.1.6 – Transformação de sociedades

 As implicações fiscais da conversão de uma sociedade em comandita simples em


sociedade anónima, nomeadamente, se tal transformação poderia gerar qualquer facto
gerador de imposto em sede de IRC e se a mesma implicaria, por si só, a cessação da
aplicação do regime de transparência fiscal a que a entidade requerente estava sujeita

 Assim, sendo necessário, para que uma sociedade se considere como


de simples administração de bens, e tendo em conta o primeiro
requisito que consta na alínea b) do nº4 do art.º 6º do CIRC, que a
mesma apenas pratique atos de administração de bens ou valores
mantidos como reserva ou para fruição, e entendidos estes como
aqueles que digam respeito, entre outros, a contratos de locação ou
arrendamento desses bens, e que os mesmos sejam bens próprios,
desde que se mostrem cumpridos os pressupostos a que fizemos
referência, a empresa pode ser qualificada como sociedade de simples
administração de bens, nos termos do disposto na alínea c) do n.º 2
em conjugação com o n.º 4 do artigo 6.º do Código do IRC. (Processo
2017 002902 – Art.º 72º)
V.1.7 - Regime especial aplicável às fusões, cisões, entradas de ativos e permutas de
partes sociais

 Enquadramento fiscal de uma operação de reestruturação e sobre o seu possível


enquadramento no regime de neutralidade fiscal, previsto nos artigos 73.º e seguintes
do Código do IRC (CIRC).

 O regime especial de neutralidade fiscal, previsto nos artigos 73.º e


seguintes do CIRC, só é aplicável às operações, taxativamente
descritas nos n.ºs 1 a 3 do artigo 73.º do CIRC, sendo fundamental, no
que toca concretamente às operações de entradas de ativos, que se
transmita um ramo de atividade.

Relativamente às projetadas operações de entrada de ativos, conclui-


se que não podem beneficiar do regime de neutralidade, uma vez que
inexistem, relativamente aos elementos transferidos, três ramos de
atividades distintos, na aceção do n.º 4 do art.º 73º do CIRC, dado que
a Requerente não logrou demonstrar que cada um dos edifícios
destacados configurava, na sociedade contribuidora, um ramo de
atividade. De facto, atendendo a que apenas tinha nos seus quadros um
colaborador, sendo a gestão da atividade de alojamento local
subcontratada a terceiros, que a mesma só estava a ser desenvolvida
num dos edifícios, estando os outros em remodelação, e que não são
também transferidos quaisquer meios monetários, fica prejudicada a
possibilidade de demonstrar a gestão individualizada dos edifícios.

Na eventualidade de a operação de reestruturação (entradas de ativos),


prosseguir nos termos acima expostos, conclui-se que não se
encontram reunidos os requisitos para se poder enquadrar no regime
especial de neutralidade fiscal, nos termos dos artigos 73.º e seguintes
do CIRC. Deverão, desta forma, caso a mesma venha a ter lugar, ser
apurados resultados com a transmissão de todos os elementos
patrimoniais da Sociedade Contribuidora, transmitidos a coberto da
alínea d) do n.º 3 do artigo 46.º do CIRC. (Processo 2016 003474 – Art.º
73º)

 Uma entidade portuguesa pretende transmitir, por ocasião de uma fusão


transfronteiriça, a globalidade do seu património para uma sociedade não residente
detentora da totalidade do seu capital.

Os elementos patrimoniais da sociedade portuguesa transferidos ficarão afetos a um


estabelecimento estável da sociedade não residente situado em território português,
o qual passará a desenvolver a atividade que antes era desenvolvida pela entidade
residente. Os bens transmitidos serão registados na sociedade incorporante pelos
mesmos valores que tinham na sociedade fundida antes da realização da operação,
valor esse que resulta das regras fiscais.
Pretende-se saber se a operação pode beneficiar do disposto no regime de
neutralidade fiscal, previsto nos artigos 73.º e seguintes do Código do IRC (CIRC).

 No caso em apreço, dado que todos os requisitos atrás descritos se


mostram cumpridos, conclui-se que a operação de fusão
transfronteiriça projetada, em que a entidade não residente irá
absorver por fusão a sociedade residente, alocando o património
desta a um estabelecimento estável daquela situado em território
português, poderá beneficiar do regime de neutralidade fiscal,
previsto nos artigos 73.º e seguintes do CIRC.

Em todo o caso, tal não invalida que, a posteriori, possa ser aplicável a
cláusula especial anti-abuso, prevista no n.º 10 do artigo 73.º do CIRC,
caso se conclua que se verificam os requisitos aí mencionados.

É de salientar o conjunto de obrigações de caráter acessório previsto


no artigo 78.º do CIRC que devem ser cumpridos pelas entidades
envolvidas, designadamente, a necessidade de manifestar
expressamente a opção pelo dito regime especial. (Processo 2017
001593 – Art.º 74º)

 Tendo em conta que, segundo a Requerente, se trata de uma fusão, que reúne os
requisitos para se enquadrar na alínea d) do n.º 1 do artigo 73.º do Código do IRC, vem
requerer que lhe seja confirmado o enquadramento por si proposto através do qual
os prejuízos fiscais gerados pelos ACE podem ser transmitidos para a sociedade
adquirente.

 No caso em análise, a operação não se caracteriza como uma fusão.


De facto, existem características típicas de uma fusão que não se
encontram aqui verificadas, como é o caso, designadamente, da
atribuição de partes sociais (ou posição jurídica) da entidade adquirente
dessas posições (a Requerente) aos antigos detentores das posições
jurídicas dos ACE extintos, ficando assim comprometida a
possibilidade de se transmitirem eventuais prejuízos fiscais.

Mas ainda que assim não fosse, dado que os ACE são obrigatoriamente
sujeitos ao regime de transparência fiscal, previsto no artigo 6.º do
Código do IRC, nos termos do qual, no caso dos ACE, os lucros ou
prejuízos fiscais são imputados aos seus membros de acordo com a sua
quota-parte que resulta do ato constitutivo ou, na sua falta, em partes
iguais, não se pode, na verdade, falar em transmissibilidade de
prejuízos fiscais, porque os prejuízos fiscais não são reportados nos
ACE mas sim, imputados aos seus membros que os constituem.

Para além disso, como o regime de neutralidade fiscal é aplicável, de


acordo com a alínea a) do n.º 7 do artigo 73.º do Código do IRC, às
entidades sujeitas e não isentas de IRC, com sede ou direção efetiva
em território português, as entidades abrangidas pelo regime de
transparência fiscal estão manifestamente fora do campo de
incidência daquele regime especial, porquanto estas entidades não
são tributadas em IRC. (Processo 2016 003475 – Art.º 75º)

V.1.8 - Liquidação de sociedades e outras entidades

 Enquadramento fiscal, em sede de IRC, de rendimentos pagos a título de indemnização


devida por resolução de um contrato de concessão, bem como dos correspondentes
gastos associados à entrega de bens e direitos.
Mais concretamente, a sociedade requerente pretende esclarecer se tais rendimentos
e gastos, embora ainda não tenha sido formalmente deliberada a sua dissolução,
devem considerar-se como integrando o processo de liquidação da sociedade e,
consequentemente, ser tidos em conta num único período de tributação, nos termos
do artigo 79.º do Código do IRC, ou noutros períodos de tributação.

 Assim, caso a sociedade obtenha os rendimentos relativos à


indemnização e incorra nos correlativos gastos associados à entrega
de bens e direitos antes da sua dissolução, estes não poderão
concorrer para a determinação do lucro tributável a efetuar nos
termos do artigo 79.º do Código do IRC, sendo que, caso ocorram no
período em que for deliberada a dissolução, devem integrar a
determinação do lucro tributável correspondente ao tempo decorrido
desde o início do período em que se verificou a dissolução até à data
desta. (Processo 1324/2017 – Art.º 79º)

V – TAXAS

 Uma sociedade com sede no continente, que se dedica em regime de empreitada e


subempreitada, à construção e montagem de tubagens, de tanques e de reservatórios
metálicos para armazenagem de combustíveis e de outros fluidos, quer no continente,
mas especialmente na Região Autónoma dos Açores, pode beneficiar da redução de
taxa de IRC prevista no Decreto Legislativo Regional n.º 2/99/A, de 20 de janeiro.

 Tendo presente que a redução de taxa de IRC, como aliás se refere no


próprio preâmbulo do Decreto Legislativo Regional n.º 2/99/A, de 20 de
janeiro, surge como uma medida tendente a compensar os custos da
insularidade bem como a promover a competitividade e criação de
emprego das empresas com atividade no arquipélago, visando, assim, a
promoção do investimento na Região Autónoma dos Açores, a empresa
não pode beneficiar do regime de redução de taxa previsto no art. 5.º
do Decreto Legislativo Regional n.º 2/99/A, de 20 de janeiro. (Processo
2016 002300 – Art.º 87º)

 A dúvida em apreço prende-se com a sujeição ou não a tributação autónoma dos


encargos com “viaturas de serviço” de um sujeito passivo que exerce como atividade
principal, comércio de veículos automóveis ligeiros, cujo Código das atividades
económicas é CAE – 45110.

 No que concerne ao caso em análise, a requerente no âmbito da sua


atividade principal – Comércio de Veículos Automóveis Ligeiros, utiliza
viaturas do seu inventário para demonstração, aos seus clientes e/ou
potenciais clientes, suportando as despesas inerentes com combustível,
portagens, seguros.
Muito embora estes encargos sejam imprescindíveis ao
desenvolvimento da sua atividade, estão sujeitos a tributação
autónoma, de acordo com o n.º 3 do art.º 88.º do CIRC. Esta é uma
norma antiabuso e todos os encargos efetuados ou suportados com as
viaturas mencionadas no n.º 3 do art.º 88.º, estão sujeitos a tributação
autónoma, a não ser que se enquadrem nas exceções previstas no n.º
6 do art.º 88.º do CIRC, o que não é o caso. (Processo 840/17 – Art.º
88º)

 A questão colocada prende se com o regime da tributação autónoma, relativamente a


encargos com um veiculo automóvel movido alternadamente a gasolina/GPL.

 Tem de se efetuar uma interpretação restritiva do disposto no Art.


88º/18 do CIRC, de forma que este preceito prevê apenas a
redução das taxas de tributação autónoma para as viaturas
ligeiras de passageiros movidas exclusivamente a GPL ou GNV.
Deste modo, tem de se efetuar uma interpretação restritiva do
disposto no Art. 18º/8 do CIRC, de forma que este preceito prevê
apenas a redução das taxas de tributação autónoma para as
viaturas ligeiras de passageiros movidas exclusivamente a GPL
ou GNV. (Processo 1 427/2017 – Art.º 88º)
 Enquadramento a dar ao nível da tributação autónoma de encargos, efetuados ou
suportados, relacionados com viaturas ligeiras de passageiros com a lotação de nove
lugares incluindo a do condutor.

 Não estando a viatura ligeira de passageiros, de que a requerente é


locatária, diretamente relacionada com a exploração do serviço
público de transportes ou com o aluguer das viaturas no exercício da
atividade normal do sujeito passivo, os encargos suportados com a
mesma estão sujeitos à tributação autónoma prevista no n.º 3 do
referido artigo 88.º não sendo aplicável a exclusão prevista no n.º 6 do
mesmo artigo. (Processo 2017 001168 – Art.º 88º)

 A questão suscitada prende-se com a sujeição ou não a tributação autónoma dos


encargos com viaturas ligeiras de passageiros afetas à atividade de prestação de
serviços de apoio familiar e social (serviços de lar), adquiridas com a finalidade de
transportar os utentes a consultas médicas, atividades exteriores, parques temáticos,
exposições, festas concelhias, entre outros destinos. Os serviços de transporte são
cobrados e faturados aos utentes (clientes) e estão incluídos na mensalidade paga
pelos mesmos.

 No que concerne aos encargos suportados com as viaturas ligeiras de


passageiros afetos ao serviço de deslocação/transporte dos
utentes/clientes, enquanto serviço acessório da atividade
desenvolvida pela requerente, que configura a prestação se serviços
de apoio social, e, em especial, atendendo a que este serviço não é
faturado expressamente aos utentes/clientes, considera-se que tal
serviço não se enquadra no conceito de “viaturas (…) destinadas a
serem alugadas no exercício da atividade normal” desenvolvida pelo
sujeito passivo, pelo que tais encargos não estão abrangidos pela
exceção prevista no n.º 6 do artigo 88.º do Código do IRC, estando, por
isso, sujeitos a tributação autónoma. (Processo 2016 003738 – Art.º
88º)

 Sujeição ou não a tributação autónoma dos encargos com viaturas ligeiras de


passageiros, utilizadas ao serviço da plataforma UBER.

 Destinando se a viatura da requerente à atividade de animação


turística (plataforma UBER), os encargos com a mesma não estarão
sujeitos a tributação autónoma, desde que o serviço prestado com a
mesma seja faturado e cobrado aos clientes, à semelhança das viaturas
ligeiras de passageiros afetas aos serviços de transferes e pequenos
circuitos turísticos, prestados pelos hotéis e agências de viagens aos
seus clientes, os quais faturam e cobram estes serviços aos seus clientes,
por se considerar que as mesmas estão abrangidas pela exceção
prevista no n.º 6 do art.º 88.º do Código do IRC. (Processo 209/2017 –
Art.º 88º)

 Regime da tributação autónoma, relativamente a certos encargos de publicidade


sobre um veículo automóvel.

 Este encargo, embora resulte de publicidade sobre um veículo


automóvel, não é uma despesa abrangida pelo nº 3 do Art. 88º do CIRC,
pelo que sobre o mesmo não recai tributação autónoma. (Processo
921/2017 – Art.º 88º)

VI – LIQUIDAÇÃO

 Nos casos em que uma sociedade, que se dedica à execução de obras de engenharia
civil e obras públicas, que desenvolve a sua atividade em Portugal e em diversos
outros países através de sucursais e paga o imposto correspondente no Estado da
fonte dos rendimentos, no cálculo da fração prevista na alínea b) do n.º 1 do art.º 91.º
do CIRC, relativa ao crédito de imposto por dupla tributação jurídica internacional, para
além do imposto principal (IRC) e da derrama estadual se se considera, igualmente, a
derrama municipal, independentemente de Portugal ter celebrado Convenção para
Evitar a Dupla Tributação (CDT) com os países onde foram obtidos os rendimentos.

 O que significa que, no que se refere ao crédito de imposto por dupla


tributação internacional, não se permite que este seja deduzido ao
valor da derrama municipal, nem esta entra no cálculo da fração
prevista na referida alínea b) do n.º 1 do art.º 91.º do CIRC.
 Nas CDT são estabelecidos acordos em matéria de impostos sobre o
rendimento, tendo em vista evitar a dupla tributação e prevenir a
evasão fiscal. E, nos termos do art.º 2.º da maioria das convenções
celebradas por Portugal, a sua aplicação abrange também os impostos
cujos sujeitos ativos são as autarquias locais, como é o caso da
derrama municipal. Neste sentido, apenas nos casos em que estejam
em causa rendimentos abrangidos por CDT, a dedução correspondente
ao crédito de imposto por dupla tributação internacional é efetuada à
soma resultante do IRC liquidado segundo as normas do CIRC e do
montante da derrama municipal liquidada nos termos da legislação
respetiva. (Processo 2017 000721 – Art.º 91º)
 Enquadramento fiscal de um contrato de cessão de exploração comercial, mais
concretamente no que concerne à sua eventual sujeição a retenção na fonte.

 O rendimento obtido pela disponibilização de uma determinada


universalidade de bens com aptidão e autonomia económica
(estabelecimento comercial), por determinado período de tempo,
configura um rendimento de natureza empresarial, nos termos da
alínea e), do n.º 2, do artigo 3.º do CIRS, não estando sujeito a retenção
na fonte, de acordo com o disposto no artigo 94.º do CIRC. (Processo
1960/2017 – Art.º 94º)

 Dispensa ou não de retenção na fonte de IRC sobre lucros distribuídos a entidade


religiosa à luz da Concordata celebrada entre o Estado Português e a Igreja Católica.

 Os rendimentos de capitais provenientes da distribuição de lucros a


entidade religiosa no âmbito da Igreja Católica, por entidade residente
em território português, estão sujeitos a retenção na fonte de IRC.
(Processo 2017 541 – Art.º 94º)

 Uma pessoa coletiva de direito público, dotada de autonomia administrativa e


financeira e património próprio, que não exerce a título principal uma atividade de
natureza comercial, industrial ou agrícola, aufere, entre outros rendimentos,
rendimentos de capitais (juros) provenientes de contas abertas em diversas instituições
bancárias.
Sobre os juros pagos, as diversas instituições financeiras têm vindo a aplicar uma taxa
de retenção de 25%, o que, na opinião da pessoa que requer, é um procedimento
errado, uma vez que, tratando-se de uma entidade isenta de IRC, nos termos da alínea
a) do n.º 1 do artigo 9.º do CIRC, a taxa aplicável é de 21,5% (taxa aplicável à data).

 Aos rendimentos de capitais que não se encontrem isentos nos termos


do n.º 4 do artigo 9.º do CIRC deve ser aplicável a taxa de 21% (1 Taxa
em vigor a partir de 1 de janeiro de 2016, com o Orçamento de Estado
para 2016 (Lei n.º 7-A/2016, de 30 de março. Até 31 de dezembro de
2015, a taxa aplicável era de 21,5%) prevista no n.º 5 do artigo 87.º do
CIRC, a qual é aplicável ao rendimento global das entidades que não
exercem, a título principal, uma atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola, com sede ou direção efetiva em território
português. (Processo 2014 002134 – Art.º 94º)

 No pedido de informação vinculativa em apreço estava em causa a obrigatoriedade (ou


não) de retenção na fonte sobre a renda ou rendas pagas à sociedade requerente por
uma pessoa coletiva residente, e devidamente identificada, em face do que dispõe o
n.º 1, alínea g) do artigo 97.º do Código do IRC.
 O objeto social da requerente consubstancia-se, entre outros, na gestão
de imóveis próprios e na compra e venda de imóveis e revenda dos
adquiridos para esse fim.
No entanto, por análise, designadamente, à declaração anual IES
(Informação Empresarial Simplificada), referente a 2016, não se
concluiu que a atividade de gestão de imóveis próprios fosse a
atividade predominante, no contexto global da atividade da sociedade,
e que fosse exercida com caráter regular, e não meramente esporádico.
De forma que, concluiu-se que a sociedade requerente não pode
beneficiar da dispensa de retenção na fonte quanto aos referidos
rendimentos prediais. (Processo 2017 000717 – Art.º 97º)

 Dispensa de retenção na fonte sobre rendas pagas em resultado de um contrato de


sublocação imobiliária, quando as sublocadoras detêm os imóveis em regime de
locação financeira.

 No caso da sublocação imobiliária, apesar da titularidade jurídica dos


imóveis não pertencer às entidades sublocadoras, os rendimentos
pagos pelas entidades sublocatárias encontram-se dispensados da
retenção na fonte, nos termos da alínea g) do n.º 1 do artigo 97.º do
Código do IRC, se as entidades sublocadoras tiverem por objeto social
a gestão de imóveis próprios e a maioria dos seus rendimentos
provierem, direta e predominantemente, dessa atividade. (Processo
413/2017 – Art.º 97º)

VII – PAGAMENTO

 Determinada sociedade dominante de um Grupo (Grupo A) deixou de ter a participação


mínima de 75% de uma sociedade dominada, a qual é detentora de várias outras
sociedades, durante o mês de julho de ano n, tendo passado a existir dois grupos
distintos a partir dessa data.
Ambos os grupos alteraram o seu período de tributação do ano civil para o período com
início em 01.07 e fim em 30.06. Assim, constituiu-se um novo Grupo (Grupo B), com
início a 01.07 desse período de tributação (n).
A questão consiste em saber se serão devidos pagamentos por conta no período
seguinte ao período intercalar, por parte do novo Grupo (Grupo B).

 Os PC vão ser efetuados pela sociedade dominante do novo Grupo B e


pela sociedade dominante do Grupo A, nos respetivos meses (7º, 9º e
dia 15 do 12º meses) do período de tributação que se inicia em 01.07.n.
Face à letra da lei, as coletas das sociedades que já não façam parte do
perímetro do grupo, não são excluídas para efeitos de cálculo dos PC,
limitando-se o nº 6 do art. 106º do CIRC a referir que os PC a efetuar por
cada uma das sociedades do grupo, no período de tributação seguinte
àquele em que terminar a aplicação do RETGS, são calculados com base
no imposto que lhes teria sido liquidado no período de tributação
anterior se não estivessem abrangidas pelo regime
Assim, não é possível expurgar dos resultados do grupo as coletas
individuais das sociedades que dele saem, uma vez que a coleta é
calculada a partir do somatório dos resultados das sociedades
pertencentes ao grupo, constituindo-se como um todo indiferenciável.
(Processo 378/2016 – Art.º 105º)

VIII – OUTRAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS DE ENTIDADES PÚBLICAS E


PRIVADAS

 A questão em apreço consiste em saber qual o tempo necessário que uma sociedade,
que cessou a sua atividade, deve manter um representante com domicílio fiscal em
território nacional, tendo em atenção que já se encontram cumpridas todas as
obrigações declarativas e que tanto a entidade cessada como o representante da
cessação nomeado têm ativas as Notificações Eletrónicas através do serviço ViaCTT,
bem como o representante da cessação tem o seu domicílio fiscal num país da União
Europeia.

 Aplicando-se as normas tributárias ao território português e sendo a


entidade residente neste território, deverá manter um processo de
documentação fiscal, relativo a cada período de tributação, nas
instalações do representante fiscal, que forçosamente terá que ser
residente em território nacional, durante o prazo de 10 anos.

NOTA FINAL – A leitura deste texto NÂO DISPENSA a leitura das informações vinculativas que
constam do Portal das Finanças, no seguinte link:

http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt/informacao_fiscal/informacoes_vinculativas/rendimen
to/circ/Pages/circ-visualizacao-por-artigo.aspx

Depois de aceder ao link acima referido deve escolher o artigo que pretende consultar e escolher
a informação vinculativa que se refere ao processo acima citado.

Lisboa, janeiro de 2018

Bruno Lagos
ANEXOS

ANEXO I – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – INCIDÊNCIA

Data Diploma Artigo Assunto


Entidades que exercem, a título principal, uma atividade de natureza comercial, industrial ou
22-11-2017 CIRC 2
agrícola – Cooperativa.
23-11-2017 CIRC 4 Extensão da obrigação de imposto.
22-11-2017 CIRC 4 Serviços tecnológicos virtuais prestados por entidades não residentes.
Oferta de alojamento para turistas através da internet – Pagamento de taxa de utilização da
22-11-2017 CIRC 4
plataforma virtual a entidade não residente.
22-11-2017 CIRC 4 Extensão da obrigação de imposto.
21-07-2017 CIRC 4 Extensão da obrigação de imposto
21-07-2017 CIRC 4 Extensão da obrigação de imposto.
Abrangência do regime de transparência fiscal a sociedade de profissionais em que a atividade
28-11-2017 CIRC 6
prosseguida por todos os sócios é a de agente de execução.
24-11-2017 CIRC 6 Transparência Fiscal.
23-11-2017 CIRC 6 Transparência Fiscal.
22-11-2017 CIRC 6 Transparência fiscal – Crédito de imposto por dupla tributação internacional.
21-07-2017 CIRC 8 Alteração de período de tributação - Alteração introduzida pelo OE 2017

ANEXO II – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – ISENÇÕES


Data Diploma Artigo Assunto

Isenção (subjetiva) de IRC conferida ao Estado, às Regiões Autónomas e às Autarquias Locais,


bem como qualquer dos seus serviços, estabelecimentos e organismos, ainda que
22-11-2017 CIRC 9
personalizados, incluindo os Institutos Públicos mas com exceção das entidades públicas
empresariais e respetivas obrigações declarativas – Enquadramento fiscal – Junta de Freguesia.
24-11-2017 CIRC 10 Amplitude da isenção (Rendimentos Prediais).
24-11-2017 CIRC 10 Extensão da isenção – rendimentos silvícolas.
24-11-2017 CIRC 11 Isenção de IRC – Rendimentos decorrentes de atividades culturais.
23-11-2017 CIRC 11 Atividades culturais, recreativas e desportivas.

ANEXO III – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – DETERMINA DA


MATÉRIA COLECTÁVEL
Data Diploma Artigo Assunto
Diferenças de câmbio apuradas na transposição para o Euro de demonstrações financeiras
23-11-2017 CIRC 21
preparadas em moeda funcional.
22-11-2017 CIRC 23 Deslocações ao estrangeiro de sócio gerente.
22-11-2017 CIRC 23 Conceito de Gastos.
Enquadramento fiscal de encargos suportados com a realização de um evento de promoção e
22-11-2017 CIRC 23
lançamento de um produto novo.
Seguro de saúde a favor do único sócio de uma sociedade sujeita ao regime de transparência
22-11-2017 CIRC 23
fiscal.
21-07-2017 CIRC 23 Gastos de sociedade incorporada por fusão.
21-07-2017 CIRC 23 Viagens de avião adquiridas a empresas lowcost.
Alteração operada pela Lei n.º 42/2016. de 28 de dezembro (OE para 2017) e disposição
27-04-2017 CIRC 23
transitória constante do artigo 244.º da mesma lei.
24-11-2017 CIRC 31 Depreciação de Ativo Fixo Tangível.
21-07-2017 CIRC 39 Provisão para processo judicial em curso.
22-11-2017 CIRC 43 Contribuições para um Fundo de Pensões – Pensões de sobrevivência.
22-11-2017 CIRC 43 Realizações de utilidade social.
22-11-2017 CIRC 43 Contribuições para um Fundo de Pensões – Perdas atuariais.
21-07-2017 CIRC 43 Realizações de utilidade social - Vales Sociais.
22-11-2017 CIRC 46 Mais-valia – Alienação de imóvel antes da partilha de sociedade.
22-11-2017 CIRC 46 Conceito de Mais-Valias e de Menos-Valias de Imóveis.
Reinvestimento do valor de realização de imóveis reclassificados como propriedades de
25-07-2017 CIRC 48
investimento.
23-11-2017 CIRC 51 Eliminação da dupla tributação de lucros e reservas distribuídos.
23-11-2017 CIRC 51 Distribuição de lucros a uma cooperativa agrícola.
Elaboração das demonstrações financeiras individuais com base em diferentes referenciais
28-11-2017 CIRC 69
contabilísticos por sociedades integrantes de um grupo tributado pelo RETGS.
Sociedade que apresenta três períodos de tributação com prejuízos fiscais adquire o domínio de
07-09-2017 CIRC 69
um Grupo sujeito ao Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades (RETGS).
21-07-2017 CIRC 69 Opção pelo RETGS - Taxa dos Açores
Constituição de sociedades após A data de início do período de tributação em que se pretende a
21-07-2017 CIRC 69
sua inclusão no Grupo para efeitos da aplicação do RETGS
Opção pela continuidade da aplicação do RETGS a um Grupo anteriormente dominado por
21-07-2017 CIRC 69
sociedade residente na UE.
Transformação de sociedade em comandita simples em sociedade anónima; Manutenção da
23-11-2017 CIRC 72
aplicação do regime de transparência fiscal.
22-11-2017 CIRC 73 Transmissão de ramo de atividade numa operação de entrada de ativos.
Fusão transfronteiriça, por transmissão global do património de uma sociedade residente para
28-11-2017 CIRC 74 uma sociedade não residente e afetação dos elementos patrimoniais a um estabelecimento
estável situado em território português – aplicação do regime de neutralidade fiscal.
Transmissibilidade de prejuízos fiscais no âmbito de uma operação de transmissão das posições
25-07-2017 CIRC 75
jurídicas detidas em três Agrupamentos Complementares de Empresas.
23-11-2017 CIRC 79 Sociedades em liquidação.
24-11-2017 CIRC 045-A Amortização de alvará adquirido anteriormente à Lei n.º 2/2014 de 16/01.
Aplicação do regime previsto no artigo 51.º - C às mais-valias que se venham a apurar com a
22-11-2017 CIRC 051-C transmissão da totalidade do capital social de uma participada, que detém um imóvel em regime
de locação financeira, que representa a quase totalidade do ativo desta empresa.
Sociedade dominante de um Grupo sujeito ao regime especial de tributação dos grupos de
22-11-2017 CIRC 069-A sociedades (RETGS), com sede na União Europeia (UE), adquire o domínio de sociedade
dominante de um outro Grupo sujeito ao RETGS, também ela com sede na UE.
Alteração da sociedade dominante de um Grupo sujeito ao RETGS. para uma sociedade
21-07-2017 CIRC 069-A
residente na UE. com sucursal em Portugal. Retroatividade da opção.

ANEXO IV – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – TAXAS


Data Diploma Artigo Assunto
24-11-2017 CIRC 88 Taxas de Tributação Autónoma.
Encargos com viaturas ligeiras de passageiros com a lotação de nove lugares
23-11-2017 CIRC 88
incluindo o do condutor.
21-07-2017 CIRC 87 Taxa de IRC na Região Autónoma dos Açores.
Encargos com viaturas ligeiras de passageiros afetas a serviços sociais e de saúde -
21-07-2017 CIRC 88
Enquadramento em sede de tributação autónoma.
Taxas de tributação autónoma - viatura ligeira de passageiros utilizada no transporte
21-07-2017 CIRC 88
ocasional de passageiros através da plataforma uber.
21-07-2017 CIRC 88 Encargos com "viaturas de serviço" - sujeição a tributação autónoma.
21-07-2017 CIRC 88 Taxas de Tributação Autónoma.

ANEXO V – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – LIQUIDAÇÃO

Data Diploma Artigo Assunto


22-11-2017 CIRC 94 Cessão de exploração de estabelecimento comercial.
Taxa de retenção na fonte a aplicar aos rendimentos de capitais auferidos pelo
Estado, as Regiões Autónomas e as Autarquias Locais, bem como qualquer dos
22-11-2017 CIRC 94 seus serviços, estabelecimentos e organismos, incluindo os Institutos Públicos e
entidades públicas empresariais que não desenvolvam predominantemente uma
atividade comercial ou industrial.
Dispensa de retenção na fonte sobre rendimentos auferidos por residentes –
22-11-2017 CIRC 97
atividade de gestão de imóveis próprios.
21-07-2017 CIRC 91 Crédito de Imposto por Dupla Tributação Internacional.
Retenção na fonte de IRC sobre lucros distribuídos a entidade religiosa - artigo 94º
21-07-2017 CIRC 94
CIRC.
Dispensa de Retenção na Fonte (Rendimentos Prediais) - Locação Financeira
21-07-2017 CIRC 97
Imobiliária.
ANEXO VI – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – PAGAMENTO

Data Diploma Artigo Assunto


24-07-2017 CIRC 105 Cálculo dos pagamentos por conta quando da alteração do período de tributação.

ANEXO VII – TABELA DE INFORMAÇÕES VINCULATIVAS – OBRIGAÇÕES


ACESSÓRIAS

Data Diploma Artigo Assunto


22-11-2017 CIRC 130 Documentação fiscal e domicílio fiscal do representante da cessação.

Compilação da autoria de Bruno Lagos, membro do Conselho Científico da APOTEC

Fevereiro de 2018

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