No 88

LEGION
A INOVADORA SÉRIE DOS
MUTANTES DA MARVEL NA TV
BERNIE
WRIGHTSON
A CARREIRA DO
GRANDE ARTISTA
DE TERROR E HERÓIS

DOSSIÊ
DO
OSSIÊ COMPLETO

GUARDIÕES TUDO SOBRE O FILME MAIS

DA
GALAXIA POP DO UNIVEERRSO
SSOO MARVEL
š BBastidores
tid dde produção
d ã
š Os novos personagens
š O grupo nos quadrinhos atuais

E AINDA HULK VS. COISA ENTREVISTA: JOHN TOTLEBEN SUPERMAN

SUP SOVIÉTICO JACK KIRBY
 No 88
R$ 19,90

LEGION

BERNIE
WRIGHTSON

DOSSIÊ COMPLETO

GUARDIÕES TUDO SOBRE O FILME MAIS

DA
GALAXIA POP DO UNIVERSO MARVEL
š Bastidores de produção
š Os novos personagens
š O grupo nos quadrinhos atuais
Aydano Roriz
Luiz Siqueira
E AINDA HULK VS. COISA ENTREVISTA: JOHN TOTLEBEN SUPERMAN SOVIÉTICO JACK KIRBY
Tânia Roriz

MUNDO DOS
SUPER-HERÓIS
ABRIL/2017
#88 NOSSA SUPEREQUIPE
Editor e diretor responsável: Aydano Roriz
Diretor executivo: Luiz Siqueira
Diretor editorial e jornalista responsável:
Roberto Araújo – MTb.10.766 – araujo@europanet.com.br

REDAÇÃO
Editor: Manoel de Souza
Redator: Gustavo Vícola ROBERTO ARAÚJO GUSTAVO VÍCOLA NANI JOTA SILVESTRE
Editor de arte (projeto e capa): Alexandre Dias (Nani)
Colaboraram nesta edição: Clayton Godinho, Chefão da revista. Com Passou um tempo bravo Designer responsável Jornalista, escreve sobre
Eder Pegoraro, Eduardo Marchiori, Fernando Caruso, décadas de experiência, com a DC, mas está disposto pela arte da Mundo. Em quadrinhos e cultura pop
Fransérgio Rodrigues, Gabriela Franco, Heitor Pitombo,
Jota Silvestre, Leonardo Vicente Di Sessa, Maurício Muniz,
mostra os caminhos para a aceitar as desculpas suas horas vagas é um aqui na Mundo e no blog
Nikki Nixon, Ricardo Quartim, Roberto Guedes, Vinícius deixar a Mundo mais super. com a fase Renascimento. designer responsável. Papo de Quadrinho.
Serpa (textos) e Andrea Mariz (revisão)

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Maurício Dias (11) 3038-5093

São Paulo
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Equipe de publicidade: Ângela Taddeo, Alessandro
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Criação: Daniel Bordini (11) 3038-5103 ROBERTO GUEDES EDUARDO MARCHIORI LEONARDO VICENTE HEITOR PITOMBO
Outras regiões
Escritor, roteirista, Mutante que se divide entre Integrante da Mansão Além de músico e jornalista,
Bahia e Sergipe: Aura Bahia – (71) 3345-5600/9965-8133 editor e monstro salvar o mundo, escrever Wayne, mesmo quando ela anda lendo mais gibis
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A revista MUNDO DOS SUPER-HERÓIS é uma

publicação da Editora Europa Ltda. (ISSN 16766091).
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ANDREA MARIZ ROBERTO SOUZA POPGROUND VOCÊ, LEITOR
Meio nerd, meio bruxa, Professor de desenho do O trio nerd – André Morelli, Aquele sujeito ponta firme,
Distribuidor exclusivo para o Brasil devora livros e filmes e é Instituto HQ. É autor do Cláudio Murena e Toni que nunca nos deixa na mão
Total Publicações Santos – adora discutir qual
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sempre chamada quando quadrinho independente e que está sempre disposto
CEP 06045-390 – Osasco, SP os prazos estão apertados. O Caminho. é a melhor: Marvel ou DC. a encarar uma aventura.
Impressão: 3URO*UºÚFD
DIZ AÍ!

UMA COISA SE LIGA À OUTRA ~

NESTA EDIÇAO
C
ada edição da Mundo é uma aventura. Nos bastidores, tudo é cercado
por um minucioso planejamento, com muitas planilhas e espelhos (um
gldjudpd#xvdgr#sdud#frqwurodu#d#srvlÉÅr#h#r#ľ#x{r#gh#pdwËuldv,/#doËp#gd#
boa e velha pressão para manter os prazos à risca. Mas o imponderável
7DESAFIO DOS HERÓIS
Teste seus conhecimentos

vhpsuh#gÃ#dv#fdudv/#wruqdqgr#fdgd#hglÉÅr#xp#fdsÏwxor#Â#sduwh1#Sru#h{hpsorB#
Bom, nenhuma citação sobre Bernie Wrightson estava prevista para essa Mundo. 9UMA IMAGEM
Edwpdq#6G

10PENEIRA POP
Mas, aos poucos, o grande ilustrador foi ganhando seu espaço...
Primeiro, Wrightson surgiu timidamente em citações da entrevista de John Totleben
+txh/#dolÃv/#qhp#hud#sdud#vhu#r#hqwuhylvwdgr#gd#hglÉÅr#h#vÕ#hqwurx#qr#Ľ#qdo,1#GdÏ#qd#uhsruwdjhp# QrwÏfldv/#hyhqwrv#h#dĽ#qv

16ENTREVISTA
dos combates entre Coisa e Hulk encontramos uma imagem perfeita para a abertura da
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d#wulvwh#qrwÏfld#gr#idohflphqwr#gr#eulokdqwh#duwlvwd#txh#pdufrx#r#whuuru#h#fulrx#pxlwdv#KTv# John Totleben

20NOVOS CLÁSSICOS
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Jxhghv#wudÉrx#xp#fdsulfkdgr#shuĽ#o#txh#ghl{d#fodud#d#lpsruwÄqfld#gr#judqgh#Ehuqlh1#
Outra coincidência inesperada, ainda que em menor escala, ocorreu na criação de nossa Entre a Foice e o Martelo
fdsd1#WÏqkdprv#xp#sulphlur#od|rxw#phlr#frqyhqflrqdo#sdud#r#sÖvwhu#grv#Jxdugl×hv/#dwË#txh#r#
Jxvwdyr#YÏfrod#dsduhfhx#frp#d#lqvsludgd#lghld#gh#krphqdjhduprv#
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dos personagens de Clube dos Cinco +d#lpdjhp#dÏ#gr#odgr,/#dtxhoh#
24DOSSIÊ
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clássico da Sessão da Tarde1#Sdud#uhdoÉdu#r#frqfhlwr/#pdqghl#sdud#

d#frorulvwd#GËerud#FdulwÃ/#frpr#h{hpsor#gh#slqwxud#gd#Ësrfd/#r#
cartaz de Os Aventureiros do Bairro Proibido/#Ľ#oph#gh#4<;8#hvwuhodgr#
40ACTION-FIGURES
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no segundo Guardiões1#
42HOMENAGEM
433#dqrv#gh#Nlue|#+sduwh#7,

48COMBATE
Coincidências felizes,
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Kxon#yv1#Frlvd
Dvvlp#Ë#r#gld#d#gld#qxpd#

50EM SÉRIE
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MANOEL DE SOUZA
manoel.souza@europanet.com.br
Legion

E FOR O CASO, RECLAME 56VÁRIAS FACES

Shazam

Nosso objetivo é a Excelência!

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Correspondência
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66RECEBEMOS
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74UNIVERSO MARVEL/DC
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REVISTA MUNDO | 5
 DESAFIODOSHERÓIS UM QUIZ PARA QUEM É SUPER

TESTE SEUS PODERES

1 2 3 4 5

O QUE MOTIVOU DICK QUEM FOI O PRIMEIRO

QUAL É O VILÃO DO FILME AQUAMAN É MONARCA QUAIS SÃO OS PODERES
GRAYSON A SE TORNAR VILÃO ENFRENTADO PELOS
HOMEM DE FERRO 3? DE QUAL NAÇÃO? DA MULHER-ARANHA?
O ROBIN? VINGADORES?

6 7 8 9 10

QUANTAS PESSOAS JÁ QUEM É STEVEN ROGERS? QUE DEUS GREGO CRIOU O

DEADPOOL É UMA CRIAÇÃO O QUE É A
FORAM A CANÁRIO NEGRO (VOCÊ NÃO VAI ERRAR LAÇO E OS BRACELETES DA
DE QUAIS AUTORES? ARGUS?
NO SERIADO ARROW? ESSA, NÃO É?) MULHER-MARAVILHA?

VIRE A PÁGINA E VEJA AS RESPOSTAS

REVISTA MUNDO | 7
DESAFIODOSHERÓIS

1 2
O jovem se tornou o
Menino-Prodígio para
capturar o assassino
de seus pais. Porém, ao
contrário de seu mentor
Bruce Wayne, que se tornou
o Batman motivado por
vingança, Dick iniciou sua
luta contra o crime movido
por uma forte necessidade
de justiça. Foi o que obteve
ao derrotar e prender o
pdĽrvr#Dqwkrq|#]xffr/#
autor do crime. Após essa
missão, o garoto insistiu
em continuar como Robin.
Engana-se quem
cravou Mandarim
logo de cara. O grande
vilão da trama é Aldrich
Killian (vivido pelo ator
Guy Pearce), cientista
e fundador da empresa
de tecnologia Ideias
Mecânicas Avançadas, a
IMA. Ele é o responsável
por atentados terroristas
em diversas cidades, mas
usa o Mandarim (Ben
Kingsley), um personagem
criado por ele, como bode
expiatório dessas ações.
3 4
O herói é rei de
Atlântida, uma antiga
e desenvolvida ilha
que desapareceu ao ser
tragada pelo mar milênios
atrás. Hoje, o reino se
divide em cidades-estado
espalhadas pelo oceano,
como a capital Poseidon
(lar da família real), a
colônia-penal Xebel (que
Ľfd#vre#r#WulÄqjxor#gdv#
Bermudas) e a devastada
Sub Diego (a região
naufragada da cidade de
San Diego), entre outras.
A equipe encarou
Loki em The Avengers 1
(1963), quando o
asgardiano incitou a fúria
de Hulk contra o Deus do
Trovão. A situação resultou
na intervenção de outros
heróis (Homem de Ferro,
Homem-Formiga e Vespa)
e os cinco se aliaram contra
o vilão. No cinema, o grupo
contou com uma formação
diferente, mas também se
uniu em Os Vingadores (2012)
para deter Loki, em posse
de um poderoso artefato.
5
A lista é grande.
Jessica Drew conta
com superforça,
resistência e velocidade
ampliadas, rajadas de
energia (tidas como
disparos bioelétricos) e a
capacidade de aderir a
qualquer superfície. Além
disso, a Mulher-Aranha é
imune a venenos e
radiação e produz um
feromônio atraente para
homens e repulsivo para
mulheres. Ela estreou em
Marvel Spotlight 32 (1977).

AGORA, VAMOS DESCOBRIR SEU NÍVEL DE PODER

0 a 3 ACERTOS
Sua carreira ainda está começando, então
não queira acertar todos os alvos de uma vez.
O importante é ler várias HQs, travar debates
acalorados com os amigos e treinar mais.
4 a 8 ACERTOS
Descolado, você pode vacilar eventualmente,
mas sabemos que o bom mesmo é ter mais
acertos do que erros, não é? Então, entre uma
pizza e outra, dê uma bela treinada.
9 a 10 ACERTOS
O tempo e a experiência deixaram suas
marcas, mas você ainda acerta os alvos mais
difíceis. Nem mesmo as maiores adversidades
são capazes de deter seus disparos certeiros.

6 7
O personagem foi
criado pelo roteirista
Fabian Nicieza e pelo
desenhista Rob Liefeld
(a dupla na foto acima).
Deadpool estreou em New
Mutants 98 (1991) como
um mercenário contratado
para matar Cable, o líder da
equipe adolescente Novos
Mutantes. Liefeld inspirou-
se no vilão Slade Wilson,
da DC, o Exterminador,
motivo pelo qual deu a
Deadpool uma identidade
parecida: Wade Wilson.
Quatro. A primeira foi
Sara Lance. Conhecida
só como Canário, ela
recebeu treinamento da
Liga dos Assassinos e logo
foi substituída pela irmã
Laurel Lance, morta por
Damian Darhk. Em seguida,
Evelyn Sharp usou a
identidade por uns dias,
antes de se tornar a heroína
Ártemis. A nova Canário
Negro é Dinah Drake, que
emite um grito poderoso,
ao contrário das anteriores,
que usavam tecnologia.
8 9
É o homem por trás da
máscara de Capitão
América, conhecido
entre os amigos como
Steve. Ao contrário do que
se pensa, o herói nunca
teve um nome do meio,
ainda que já tenha referido
a si mesmo como Steven
Grant Rogers. Isso ocorreu
devido a uma confusão
causada por memórias
implantadas pelo Exército
para impedi-lo de revelar
dados importantes caso
fosse capturado.
10
Os dois icônicos itens
da heroína foram
forjados por Hefesto,
a divindade relacionada a
metais e tecnologia. O Laço
da Verdade impede que a
pessoa envolta por ele
minta, enquanto o par de
poderosos braceletes serve
principalmente como
defesa, permitindo a Diana
aparar até mesmo disparos
de armas de fogo. Os
apetrechos estrearam
junto com a personagem,
em All-Star Comics 8 (1941).
Trata-se de uma
agência do Universo
DC responsável por
lidar com superseres. O
nome é um acrônimo para
Advanced Research Group
Uniting Super-Humans, que
nos gibis brasileiros foi
adaptado como Agência
de Respaldo e Gestão para
NgbƮ\ZÀ¼h]^Lni^k&AnfZghl.
A Argus serve como apoio
rĽfldo#gr#jryhuqr#sdud#d#
Liga da Justiça. Na prática,
é muito parecida com a
Shield da Marvel.

8 | REVISTA MUNDO
UMA IMAGEM
NOSTALGIA PROFUNDA - Com arte de Carmine Infantino na
capa, o gibi 3-D Batman saiu em 1966 e trouxe três HQs antigas do
herói (de 1947 e 1948), mas dessa vez lançadas em preto e branco
e com a impressão desalinhada em preto, vermelho e verde, típica
dos impressos em 3D. Os tradicionais óculos para esse tipo de
imagem também acompanhavam a edição lançada no embalo
do programa de TV Batman, que chegou à TV norte-americana
no mesmo ano. O gibi, contudo, não era novidade e tratava-se
da republicação da mesma edição publicada em 1953, no auge da
iheuh#grv#Ľophv#h#txdgulqkrv#hp#wuÌv#glphqv×hv1#D#glihuhqÉd#
era a capa de Curt Swan no material original.

REVISTA MUNDO | 9
PENEIRAPOP
U M AQ UE CIM EN TO PA R A S UA L E I T U R A
Tudo novo na DC
AS NOVAS SÉRIES DA FASE REBIRTH, QUE DERAM NOVO FÔLEGO À CRONOLOGIA DA EDITORA,
FINALMENTE CHEGAM AO BRASIL. CONFIRA COMO FICAM OS GIBIS DA PANINI POR LEONARDO VICENTE DI SESSA
L
ançada nos Estados Unidos em maio
de 2016, a linha editorial Rebirth
revitalizou com sucesso os heróis
da DC. A iniciativa retomou conceitos
clássicos (e uma certa aura nostálgica) ao
mesmo tempo em que manteve o pouco
que deu certo na fase anterior Os Novos 52
(que já tinha reiniciado a cronologia da
editora em 2011 e andava bem desgastada
entre os leitores). Esse novo material
chega às bancas brasileiras a partir de
abril com o selo Renascimento.
A Panini já abriu o caminho em março,
com o especial Universo DC: Renascimento,
que traz a volta do Flash Wally West (sua
ausência na fase Os Novos 52 foi muito
sentida), que desencadeia uma grande
reviravolta (leia-se: coloca ordem na casa)
no dia a dia dos heróis. Esse especial teve
10 | REVISTA MUNDO
duas versões de capa (uma do brasileiro As revistas trazem o conteúdo de suas
Ivan Reis e a outra de Gary Frank), com versões homônimas originais, publicadas
116 páginas em papel LWC (de melhor quinzenalmente nos Estados Unidos. Assim,
qualidade) e preço de R$ 13,90. cada uma das nossas mensais publicará
Já em abril chegam sete novas séries duas histórias dos respectivos títulos norte-
mensais: Action Comics, Batman, Detective americanos. Novamente, a exceção é Lanternas
Comics, Liga da Justiça, Mulher-Maravilha, Verdes, que reunirá duas séries: Green Lanterns
Lanternas Verdes e Superman. Com exceção e Hal Jordan and the Green Lantern Corps.
de Lanternas, que tem 92 páginas, as demais
O especial lançado em março teve duas capas
têm 52 páginas. Os preços não foram
revelados até o fechamento dessa Mundo.
Todas essas mudanças são bem
relevantes. É a primeira vez, por exemplo,
que saem revistas batizadas no Brasil
com os nomes das históricas Action Comics
e Detective Comics. Fora que a Princesa
Amazona não tem um título-solo no país
desde 1983, quando os gibis da DC ainda
eram lançados pela editora Ebal.
 Por enquanto, só a revista Lanternas Verdes terá 92 páginas. Os outros seis títulos anunciados virão
com 52 páginas cada. Mas todas essas publicações contarão com capas alternativas em seu lançamento
As publicações da Panini serão
impressas em papel LWC (aquele de
qualidade melhor) e as capas das edições
no 1 terão versões variantes. O conteúdo
das HQs (o mais importante, é claro)
promete. Entre as novidades, estão a nova
origem da Mulher-Maravilha, o retorno
do Superman clássico, a formação de uma
nova equipe em Gotham liderada pelo
Batman e as aventuras dos Lanternas da
Terra, Simon Baz e Jessica Cruz.
A Panini planeja novidades para os
próximos meses, ainda sem dar detalhes.
Sabe-se apenas que mais duas séries
mensais serão lançadas, uma em maio
e outra em junho. Vale a pena dar uma
chance para essa nova fase, que soa como
um grande pedido de desculpas da DC após
r#Ľdvfr#gh#Os Novos 52. Desculpas aceitas.

REVISTA MUNDO | 11

PENEIRAPOP
IÅv#hp#frqľ#lwr
Os últimos dias de março foram marcados por
acalorados debates “Marvel vs. DC” nas redes
sociais. A causa? O lançamento dos trailers
dos superaguardados longas Liga da Justiça
e Homem-Aranha: De Volta ao Lar.
FOTOS: PAULO ROCHA
O lançamento do vídeo da equipe da DC, no
dia 25, foi recebido com expectativa, resultado da
campanha de marketing da Warner, que anunciou
a novidade durante toda a semana anterior. Logo
nas primeiras horas, os comentários contavam
com elogios e empolgação, mas com muito mais
críticas negativas de fãs que caíram matando
no tom sombrio, cenas pouco inspiradas, falta
de ritmo e o visual de alguns personagens.
Já o trailer do novo filme do Aranha, lançado
no dia 28, teve uma recepção mais favorável.
Ainda que criticado pela participação ostensiva
de Tony Stark ou o excesso de informações
sobre a trama, a maioria dos comentários se
focou em acertos como o tom cômico, as cenas
de ação e as novidades do traje do herói. Anote
na agenda: o filme do Homem-Aranha sai em 6
de julho e o da Liga em 16 de novembro. Aí então
saberemos para valer quem será o vencedor
desse confronto de gigantes. (GV)
Quem é melhor: DC ou Marvel? Isso
ainda vai render muita discussão...
UM NÚMERO
108...
... foi o número de edições da cultuada
revista Fantastic Four produzidas por
seus criadores Stan Lee e Jack Kirby
entre 1961 e 1970 (seis foram anuais).
12 | REVISTA MUNDO
No final dos anos 1960,
Elze começou a produzir
suas revistinhas do
herói Cong. Atualmente,
esse material é cuidado
por seu filho Paulo
Paixão antiga
UMA CURIOSA PRODUÇÃO CASEIRA DE GIBIS QUE RESISTIU AO TEMPO
E MARCOU A VIDA DE UM PAI (E AGORA TAMBÉM DE SEU FILHO) POR GUSTAVO VÍCOLA
“A
necessidade é a mãe da
invenção”. A frase atribuída ao
grego Platão aplica-se bem ao
ex-metalúrgico de Taubaté, SP, Elze João
da Rocha, de 62 anos. Ele tinha 14 anos em
1969, ano em que o Homem-Aranha, seu
herói preferido, chegou ao Brasil pela Ebal.
O quinto de uma família de seis irmãos
e com o pai falecido há pouco tempo, o
jovem Elze não dispunha dos trocados
necessários para comprar gibis. Para dar
vazão ao entusiasmo que sentia com os
heróis, decidiu criar suas próprias HQs.
Talento não faltava, já que anos antes
ele vencera um concurso de desenho que
lhe rendeu algum dinheiro e até uma
matéria no jornal local A Tribuna. Por
isso, quando decidiu criar seus gibis, a
única coisa que faltava a Elze eram os
materiais. O problema foi resolvido com
visitas frequentes ao ponto de descarte
do Departamento de Estradas e Rodagem
(DER), onde ele se municiava de papel,
lápis e canetas destinadas ao lixo. Assim,
com data de outubro de 1969, surgia o
gibi caseiro O Monstruoso Cong 1, que
apresentou um herói trajado com um
uniforme listrado em tons de verde.
Na origem do herói, só revelada na edição
31, o jovem Smyley Karson foi escolhido
pelo pai para herdar um capacete obtido
durante uma expedição, o que incomodou
o irmão do menino, Charles. Movido
pela inveja e já adulto, o gêmeo preterido
matou o pai e roubou o capacete, que lhe
concedeu superforça, invulnerabilidade e
poder de voo. Tais habilidades, contudo,
foram perdidas quando Charles as usou para
cometer um assassinato. Assim, Smyley
assume o elmo que lhe era de direito e tenta
fazer um uso melhor dos poderes.
Condizentes com o material produzido
por um fã tão jovem, os roteiros e a arte não
são o destaque dos gibis. Bacana mesmo é
o capricho e a dedicação do autor. Medindo
15 cm x 10 cm (¼ de uma folha de papel
vxoĽ#wh,/#dv#hglÉ×hv#gh#45#d#53#sÃjlqdv#
contavam com capas que imitavam o estilo
juÃĽ#fr#gd#Hedo#qd#Ësrfd#h#wud}ldp#gdwd#
na lateral, número da edição e de série
e até mesmo preço – ainda que o único
exemplar de cada gibi nunca tenha sido
comercializado. A arte a lápis do miolo era
Ľ#qdol}dgd#frp#fdqhwd#+dwË#krmh#gÃ#sdud#yhu#
dv#pdufdÉ×hv#hp#judĽ#wh,#h#vÕ#d#fdsd#uhfheld#
cores com lápis colorido.
A edição derradeira de O Monstruoso
Cong foi a de número 50, datada de 24
gh#deulo#gh#4<:61#Dshvdu#gr#Ľ#p#gd#vËulh/#
a experiência serviu para desenvolver o
wdohqwr#h#d#frqĽ#dqÉd#gh#Ho}h#Urfkd#txh/#hp#
1981, cogitou inscrever-se em um concurso
para novos artistas aberto pelo estúdio
de Mauricio de Sousa. Mas, sem o apoio
necessário, cedeu às pressões da noiva –
com quem se casou – e partiu para uma
carreira mais segura.
RESGATE HISTÓRICO
Em meio a tudo isso, as 48 edições de
O Monstruoso Cong (os números 14 e 22 se
shughudp,#Ľ#fdudp#hvtxhflgdv#qd#fdvd#gd#
mãe do autor. Só foram reencontradas

sru#Ho}h#qr#Ľ#qdo#gd#gËfdgd#gh#4<<3/#
txdqgr#hoh#dv#dsuhvhqwrx#dr#Ľ#okr#Sdxor/#
na época com dez anos. “No primeiro
momento, não dei valor pois estava
acostumado a ler as HQs modernas do
Aranha. Perto daquilo, o Cong não me
pareceu atraente”, relembra Paulo.
Sua opinião começou a mudar anos
depois, quando, já adulto, entendeu
que a produção do pai tinha um grande
valor histórico e sentimental. Assim
que se casou e foi para sua própria casa,
Paulo tratou de levar as edições de Cong
e as guardou com cuidado. Foi só em
fevereiro de 2017, ao mexer mais uma
vez nos gibis que notou o precário estado
de conservação e pediu dicas para os
amigos do Facebook na comunidade
Colecionadores de HQ. A recepção foi muito
positiva e sobraram elogios ao material
criado há tantas décadas.
Antes da repercussão na rede social,
poucas pessoas sabiam da existência de
Frqj/#mÃ#txh#dshqdv#Ho}h#h#rv#Ľ#okrv#ohudp#
o material. “Meu pai é muito na dele e
tinha vergonha de mostrar os quadrinhos
para outras pessoas com medo de algum
tipo de reprovação”, explicou Paulo.
Hoje, Elze Rocha não faz mais seus gibis
e detesta as HQs atuais. Acha tudo muito
exagerado. No máximo, compra de vez
em quando alguma republicação de
materiais antigos. “Isso é que era gibi”,
frvwxpd#frphqwdu#frp#r#Ľ#okr1
Do papel aos lápis, todo o material
veio do lixo e serviu para Elze criar
50 edições de Cong
Raio Negro é
o novo herói da
DC a ganhar um
seriado na TV
Festa no interior
A cidade de Ribeirão Preto, SP, sediará nos dias
8 e 9 de setembro a JuntaGEEK, que pretende
se firmar como o maior evento de quadrinhos
do interior paulista. Para isso, o quadrinhista
Cordeiro de Sá e a produtora cultural Malena
Spiritus, organizadores do evento, não
pouparam esforços para garantir a presença
de grandes nomes das HQs, como Klebs Junior,
Laudo Ferreira, Marcatti e Octavio Cariello.
Outro destaque será o encontro com o
ator Lino Facioli (o Robin Arryn, de Game of
Thrones) em 12 de agosto, para as 300 pessoas
que adquirirem o primeiro lote de ingressos.
O evento ainda contará com cosplayers,
animações, palestras, colecionáveis e várias
outras atrações do mundo nerd. Para outras
informações, acesse a página do JuntaGeek
no Facebook. (Ricardo Quartim)
Alta voltagem
O universo televisivo da DC não dá sinais de
fraqueza, como provaram as novidades da mais
nova série com um personagem da editora:
Black Lightning. Encarnado pelo ator experiente
em seriados Cress Williams (Prison Break,
Plantão Médico), o herói Raio Negro, dono de
poderes elétricos, teve seu visual revelado em
30 de março e ficou semelhantes à sua versão
dos quadrinhos, em que é publicado desde 1977.
Ainda sem data de estreia, Black Lightning
será exibida pelo CW, canal que já abriga as
famosas Arrow, Legends of Tomorrow, Supergirl
e The Flash. Contudo, Salim Akil, que acumula
as funções de produtor executivo, roteirista e
diretor da nova atração, esclareceu que Raio
Negro não fará parte do Arrowverso, o cenário
compartilhado pelos heróis das outras séries.
Bastante embasada pelos quadrinhos, a
trama é estrelada por Jefferson Pierce, pai de
duas adolescentes que afastou-se da vida de
combate ao crime há muito tempo. Contudo, ele
volta a atuar como Raio Negro quando as filhas
são ameaçadas por uma gangue. (GV)
Risada nervosa
Depois de emplacar o site Boca do Inferno, o
maior portal de filmes de terror da América
Latina, os autores Marcelo Milici, Filipe Falcão,
Gabriel Paixão, Matheus Ferraz e Rodrigo Ramos
juntaram forças e acabam de lançar o livro Medo
de Palhaço. O volume de 284 páginas reúne
informações sobre mais de 100 filmes, seriados
e HQs que destacam palhaços assustadores,
que mais metem medo do que fazem rir.
As HQs merecem um capítulo à parte na
obra, que destaca personagens como o Capitão
Louco (da Marvel), o Caixa de Surpresas (criado
por Kurt Busiek para sua série Astro City) e o
Violador (que apavora o universo do Spawn, de
Todd McFarlane). Mas, evidentemente, o Coringa
merece um grande destaque dentro do livro,
com direito a retrospectiva de sua carreira nos
gibis e filmografia selecionada. (Heitor Pitombo)
REVISTA MUNDO | 13

Heróis em prosa
O nonagenário Stan Lee voltou-se para o
antigo sonho de escrever livros e lançou
seu primeiro material em prosa, Zodíaco:
O Legado - Livro 1: Convergência (400
páginas, R$ 50), que chegou ao Brasil em
março pela Novo Século. O trabalho foi feito
em parceria com Stuart Moore, também
editor de gibis (Monstro do Pântano, Alias) e
autor da adaptação da HQ Guerra Civil para
o formato (lançado pela editora em 2014).
Esse livro de Lee e Moore é o primeiro
de uma trilogia baseada no horóscopo
chinês, em que jovens manifestam poderes
do zodíaco. O protagonista é Steven Lee,
que ganha as habilidades do signo do Tigre.
Outro lançamento da Novo Século
em março foi Homem-Aranha: A Última
Caçada de Kraven (320 páginas, R$ 45),
livro baseado na aclamada HQ homônima
de 1987 e adaptado por Neil Kleid. Imersa
em loucura e tragédia, a trama apresenta o
confronto final do herói contra um de seus
maiores inimigos, o caçador russo Kraven.
14 | REVISTA MUNDO
Na Image desde os
anos 1990, McFarlane
nunca mais trabalhou
fora da editora
POR ONDE ANDA Todd McFarlane
POR LEONARDO VICENTE DI SESSA
O
quadrinhista canadense foi um
dos nomes mais marcantes
das HQs nos anos 1990, mas já
naquela época começou a se envolver
com a McFarlane Toys, a empresa de
colecionáveis que criou em 1994. Seu
envolvimento com o novo negócio e
outras áreas cresceu tanto que ele parecia
ter se afastado dos gibis, o que não é
verdade. Nos últimos anos, ele lançou
novos títulos pela Image Comics e se
aprofundou em outros, caso de Spawn.
Em 2009, ele criou o anti-herói Haunt,
em parceria com o autor de The Walking
Dead, Robert Kirkman. O personagem
estreou em revista própria, em que
PfIduodqh#Ľ#qdol}rx#d#duwh#gr#dqwljr#
companheiro Greg Capullo, repetindo a
sdufhuld#txh#Ľ#}hudp#hp#Spawn em 1994
e 1995. A trama apresenta um padre que
une-se ao espírito de seu irmão, um agente
secreto, tornando-se Haunt. O personagem
McFarlane volta para a arte de Spawn apenas em
acabou inserido no universo de Spawn. edições comemorativas, como a de número 250
Outra parceria de peso rolou em 2011,
dessa vez com Stan Lee. Ele e McFarlane 219 (2011 a 2012) e foi bastante elogiado.
desenvolveram a revista Blood Red Dragon, Mas pouca gente sabia que Carlton era um
da Image, que transformou o astro do rock pseudônimo de McFarlane. Ao revelar a
japonês Yoshiki em super-herói. Nesse verdade, o autor fez questão de destacar
caso, Todd foi diretor-criativo do projeto. que bastou mudar seu nome para ser
Sua grande paixão mesmo sempre elogiado. Hoje, McFarlane assina o roteiro
foi sua maior criação, o Spawn. Mesmo com seu nome real junto a Tom Leveen.
afastado da arte do título desde 1994 - com Ao contrário da maioria de seus
exceção de edições comemorativas e capas sócios na Image, McFarlane nunca mais
0/#PfIduodqh#qxqfd#odujrx#ghĽ#qlwlydphqwh# trabalhou fora da editora, sempre se
os roteiros, apesar das críticas por parte de dedicando ao seu personagem. Sem novos
leitores. Durante um tempo, ele revezou projetos nas HQs, Todd vem lutando para
as tramas com outros roteiristas, entre surgx}lu#xp#Ľ#oph#gr#Vsdzq#h#mÃ#whp#r#
eles Erik Larsen que, nos últimos anos, roteiro escrito. Outro projeto é o de uma
também desenhou a maioria das edições. nova série animada do personagem, que
Um desses roteiristas, Will Carlton, jhurx#dwË#dfwlrq0Ľ#jxuhv/#pdv#dlqgd#qÅr#
escreveu a série entre as edições 201 e saiu do papel.
 Heróis
modernizados
Q
uem foi criança na década de 1990 certamente
tem boas lembranças da série Power Rangers,
criada pela Saban Entertainment. A franquia
O filme tem um ar de nipo-americana, que já tem 20 séries derivadas, acaba
nostalgia e as armaduras de lançar um longa-metragem nos cinemas, que
dos heróis receberam uma conta a origem da equipe. Na trama, cinco jovens em
interessante releitura
recuperação escolar (no clima do clássico oitentista
O Clube dos Cinco) descobrem discos coloridos numa
mina abandonada e recebem a missão de impedir
a milenar vilã Rita Repulsa de destruir o cristal que
sustenta a vida no planeta. Porém, antes disso, eles
devem se adaptar a seus recém-adquiridos poderes e
aprender a atuar em equipe.
Um pouco vagarosa no início, a história trabalha
bem a personalidade de cada jovem e a relação entre
hohv1#R#Ľoph#whp#dojxqv#ixurv#qr#urwhlur#h#sureohpdv#gh#
edição, mas isso não chega a comprometer a aventura,
que tem um bom ritmo, efeitos especiais competentes e
xp#Ľjxulqr#fdsulfkdgr#+jrvwhl#edvwdqwh#gdv#dupdgxudv#
dos heróis). Além disso, não faltam referências à série
original, o que certamente deve agradar aos fãs mais
antigos. Vale o ingresso. (Eduardo Marchiori)

OUTROS ABRIS OS GIBIS QUE SE DESTACARAM NESSE MÊS EM… POR GUSTAVO VÍCOLA
CAPAS CEDIDAS PELO SITE GUIA DOS QUADRINHOS (WWW.GUIADOSQUADRINHOS.COM)

...1977 Conhecida do público
por sua série de TV (1975 e 1976), a
Poderosa Ísis estreou nos gibis em 1976,
mas a HQ com sua primeira aparição só
chegou ao Brasil no ano seguinte, em
Shazam em Formatinho 10 (Ebal). Na
trama, Ísis e Capitão Marvel repetem
a parceria que também chegaram a
formar no seriado televisivo do herói.
...1987 Batman: O Cavaleiro das
Trevas 1 (Ed. Abril) ofuscou todos os gibis
nas bancas e não é para menos. A HQ de
Frank Miller e Klaus Janson reformulou
o herói e ditou a maneira de fazer
quadrinhos nos anos 1980. Lançado por
aqui em formato americano, algo muito
raro na época, o gibi era descrito como
edição de luxo.
...1997 Misturar heróis da Marvel
e da DC não traz boas recordações aos
fãs, mas o gibi Amálgama 1 (Ed. Abril)
arrebentou ao apresentar o Garra
das Trevas, uma fusão de Wolverine
com Batman. A mesma edição trouxe
LJX (amálgama de Liga/X-Men) e
Assassinas (Mulher-Gato/Elektra e
Demolidor/Exterminador).
...2007 Um dos mais complexos
trabalhos do roteirista Grant Morrison,
a minissérie Sete Soldados da Vitória
chegou ao Brasil pela Panini. A primeira
edição trouxe um prelúdio da trama e
histórias-solo do Cavaleiro Andante e do
Guardião, dois heróis da equipe do título.
Repleta de metalinguagem, a HQ até
hoje gera debates entre os fãs.

REVISTA MUNDO | 15
 ENTREVISTA
Artista
visionário Um dos responsáveis por redefinir o
Monstro do Pântano, John Totleben
fala sobre sua carreira, seu período
de aprendizado e suas parcerias
DIVULGAÇÃO
POR HEITOR PITOMBO
N
ascido na Pensilvânia
em 1958, John Totleben
é considerado um dos
artistas que mais ajudou
a renovar os quadrinhos
mainstream a partir dos anos 1980.
Basta comparar a arte nos gibis das
majors norte-americanas antes e depois
do lançamento da série Saga of the
Swamp Thing, mais precisamente na fase
do Monstro do Pântano que Totleben
produziu ao lado do roteirista Alan Moore
e do desenhista Stephen Bissette.
Esse trabalho desencadeou uma
mudança estrutural dentro da DC, que deu
origem ao selo Vertigo e, praticamente,
inaugurou a era dos quadrinhos adultos
de grande tiragem nos Estados Unidos.
Mesmo reverente à criação original de
Len Wein e Bernie Wrightson, pode-se
dizer que o Monstro do Pântano de
Totleben e seus parceiros abriu caminho
para clássicos como O Cavaleiro das Trevas
(de Frank Miller), Watchmen (do próprio
Moore) e Sandman (de Neil Gaiman).
Tanto talento para inovar não surgiu
por acaso. John ralou bastante para
desenvolver seu traço e passou por
instituições como a Tech Memorial e a
Joe Kubert School para aprimorar seu
estilo e aprender as manhas do ofício.
A partir de 1979, começou a colaborar em
revistas como Heavy Metal e Savage Sword
of Conan, até chegar ao título regular do
16 | REVISTA MUNDO
Capa de 2008 para
republicação da
série Miraclemen
Monstro do Pântano e posteriormente
Ľ#updu#qrydv#sdufhuldv#frp#Dodq#Prruh#
nas séries Miracleman e 1963.
Nesta entrevista exclusiva, John
Totleben fala mais profundamente sobre
esses temas e ainda aborda o problema
de visão que fez com que encerrasse
prematuramente sua carreira.
QUANDO VOCÊ COMEÇOU A SE
INTERESSAR POR HQS? Desde que me
entendo por gente sempre gostei de quadrinhos.
Comecei a comprar gibis por volta de 1965.
Logo de cara, caí dentro das primeiras revistas
da Marvel, principalmente as do Homem-
Aranha, do Demolidor, a Tales of Suspense
estrelada pelo Homem de Ferro e pelo Capitão
América... Mas logo também passei a me Acima, uma inspirada arte para a série em quadrinhos
interessar pelas revistas Creepy e Eerie, da da Buffy e, abaixo, página da série 1963, da Image
Warren, pois, já a essa altura, o terror fazia a
minha cabeça. Claro que eu comprava gibis da
DC de vez em quando, como um Batman ou
um Superman para variar. Mas no começo da
década de 1970, comecei a priorizar as coisas
da DC, pois eles começaram a lançar HQs mais
antenadas com o espírito do período.
ALGUM AUTOR JÁ CHAMAVA MAIS A
SUA ATENÇÃO NAQUELA ÉPOCA? Neal Adams
era uma estrela ascendente naquela ocasião.
Quando vi seu trabalho, senti vontade de
me tornar desenhista de quadrinhos. Tive a
chance de dizer isso a ele numa convenção em
Baltimore, por volta de 2015.
O trabalho de Totleben, Moore e Bissette na revista do Monstro
do Pântano deu novo rumo às HQs. Abaixo, o desenhista
com Heitor Pitombo durante a Comic-Con Experience de 2015
COMO VOCÊ APRIMOROU SEU TRAÇO?
Em 1970 comecei a sentir vontade de me
tornar um artista. Eu tinha 12 anos e, embora
gostasse de super-heróis e parecesse maneiro
me tornar um desenhista, não sabia como
]^l^goheo^kfbgaZlablmÌkbZl':bgƯnÃg\bZ]^
Neal Adams me levou a criar meus primeiros
esboços e, aos 15 anos, entrei na Tech
Memorial, em Erie, uma escola vocacional
hg]^^n^lmn]ZoZlÌmkÃlo^s^lihkl^fZgZ'Eº
eram ministradas aulas de arte, nas quais eu
era submetido a treinamentos intensivos. De
modo que, dos 15 anos até a minha formatura,
Zik^g]bfnbmh^_nbƮ\Zg]h_^kZ'
LOGO DEPOIS VOCÊ TEVE UMA PASSAGEM
PELA FAMOSA ESCOLA DE JOE KUBERT. O
QUE APRENDEU POR LÁ? Com professores
como Joe e Dick Giordano, claro que eu teria
muito o que desenvolver. Lá eu aprendi,
principalmente, a escolher qual era o
material mais adequado ao meu estilo. Até
então, eu não usava os pincéis certos, pois os
que tinha eram mais recomendáveis mesmo
para pintura a óleo. Sem contar que nem ao
menos eu sabia qual era o melhor tipo de
papel para desenhar. Em suma, foi na escola
do Joe Kubert que vi como os quadrinhos eram
realmente produzidos e comecei a aprender
o ofício. Cada professor tinha um pequeno
truque para nos ensinar e logo eu me vi
fazendo muitos trabalhos em que usava lápis
e nanquim, pois antes só sabia fazer arte-
ƮgZenlZg]hZjn^e^lf^nlZgmb`hlibg\Âbl'
A ENTRADA NESSA ESCOLA FEZ VOCÊ
PRESTAR ATENÇÃO EM OUTROS ESTILOS DE
DESENHO? Lbf%\eZkh'FbgaZfZbhkk^_^kÃg\bZ
nessa época foi o trabalho de Bernie Wrightson.
Na minha primeira semana na Kubert School,
em setembro de 1977, eu e outros alunos fomos
para a Frazetta Con que, na época, rolava em
Strasburg, na Pensilvânia. Lá encontramos
Wrightson, Mike Kaluta e Burne Hogarth, entre
outros artistas. Na ocasião, Bernie estava com
vários originais feitos para uma edição clássica
com Frankenstein [lançada há poucos anos
pela Mythos no Brasil] e pude conferir cada
detalhe das artes. Uma semana depois, ele
esteve numa galeria de Nova York, onde expôs
seu material em uma mostra. Lembro que
Bernie trouxe bastante coisa das séries de terror
REVISTA MUNDO | 17
ENTREVISTA JOHN TOTLEBEN
“Muitas vezes, [eu e Moore] tínhamos
as mesmas ideias ao mesmo tempo.
Isso continuou rolando em Miracleman”
que fazia para a Christopher Enterprises e
muitas páginas do Frankenstein. Tive, então, a
chance de conversar profundamente com meu
ídolo, que me deu muitas dicas sobre materiais
e técnicas. Essa conversa efetivamente abriu
meus horizontes.
MAS QUANDO DE FATO COMEÇOU A SUA
CARREIRA PROFISSIONAL? Meu primeiro
trabalho saiu na Heavy Metal de janeiro
O clima de terror proporcionado pela arte-final precisa de Totleben foi essencial para as tramas de Alan Moore
18 | REVISTA MUNDO
de 1979. Era um desenho de página dupla
que vendi para eles durante uma viagem
à Nova York, na qual visitei a redação da
revista. Meu parceiro e colega Stephen
Bissette já havia feito o mesmo e me deu
o caminho das pedras. O diretor de arte da
Heavy Metal era John Workman, que viu as
minhas coisas, gostou muito e quis comprar
tudo. Mas acabou levando apenas esse
desenho, pois seu orçamento não permitia
extravagâncias (risos). Depois disso, consegui
emplacar alguns trabalhos na Savage Sword
of Conan – no caso uma ou outra comission
encomendada por Louise Simonson. Fui
fazendo um ou outro freela até aparecer
a chance de entrar na equipe criativa do
Monstro do Pântano em 1983.
COMO SE DEU ISSO? Eu convivia muito
com Tom Yeates na época em que ele estava
na revista e trabalhava com Stephen Bissette.
Quando ele saiu, eu meio que era tido como
um substituto natural. Eu e Bissette já
funcionávamos como um time a essa altura.
CONSTA INCLUSIVE QUE VOCÊ, TOM, RICH
VEITCH E STEPHEN MORAVAM JUNTOS [COMO
CONTOU BISSETTE EM SUA ENTREVISTA PARA
A MUNDO 64]. Pois é, morávamos numa casa
em Nova Jersey e nos autodenominávamos
The Flying Dutch Masters. Havia até essa
alcunha gravada em nossa caixa de correio.
Só não me pergunte a origem desse nome que
não me lembro...
QUANDO VOCÊ E STEPHEN SE TORNARAM
OS DESENHISTAS DO MONSTRO DO PÂNTANO,
A DC FEZ TESTES PARA VER QUEM SERIA O
DESENHISTA E QUEM SERIA O ARTE-FINALISTA,
NÃO É? Acabamos descobrindo quem era
melhor em cada função naturalmente. A
narrativa de Stephen acabou se mostrando
melhor e ele assumiu o cargo de desenhista,
até porque fazia ótimos esboços e, para Swamp
Thing, seus layouts de página funcionavam
f^eahk'IhkÂf%fbgaZZkm^&ƮgZe_hbikhoZg]h
l^kfZblk^ƮgZ]Z^Z\Z[hn_Zs^g]hl^gmb]h
dividirmos as tarefas dessa maneira.
QUAIS FORAM SEUS MELHORES
MOMENTOS EM SWAMP THING?
Provavelmente a edição 34 [março de 1985].
Fizemos muitas coisas boas, mas creio que
alcançamos um belíssimo resultado nessa
edição. Fomos bem ao longo de toda a série
e, claro, desenhamos um ou outro quadro
questionável. Teve uma edição, a número 60
TfZbh]^*210V%^fjn^]^l^ga^b^ƮgZebs^b
tudo. Era uma trama que se passava no
^liZÀh%gZjnZeƮs^fhlnfZ[hZZ[hk]Z`^f
do protagonista. Também desenhei e arte-
ƮgZebs^bZ^]bÀ¼h.,Thnmn[kh]^*21/V%gZ
jnZeh;ZmfZgZiZk^\bZ'>gƮf%LpZfiMabg`
teve vários bons momentos.

COMO ERA SUA RELAÇÃO COM ALAN
MOORE NA ÉPOCA? Trabalhávamos muito
colados. Tanto que, muitas vezes, tínhamos
as mesmas ideias ao mesmo tempo. Quando
oh\ÃmkZ[ZeaZ^l^oZe^]Z\kbZmbob]Z]^\hf
pessoas desse calibre, rola sempre uma certa
sincronicidade. Isso continuou rolando quando
trabalhamos juntos em Miracleman [de 1987
a 1989], chegando ao ponto de pensarmos nas
mesmas falas para determinados personagens.
EM QUANTAS EDIÇÕES DE MIRACLEMAN
VOCÊS TRABALHARAM JUNTOS? L^bl^]bÀÎ^l
para ser exato. Eram 16 páginas por edição,
exceto a última, que tinha o dobro. O que faz
com que sejam de fato sete números (risos).
?bs]hgÓf^kh**Zh*/%^_hbnfZ^qi^kbÃg\bZ
completamente diferente da que tive com o
Monstro do Pântano, até porque se tratavam
de dois títulos absolutamente distintos.
Exemplos da arte de Totleben
na revista do Miraclemen
VOCÊ DEVE ESTAR A PAR QUE A SUA
FASE EM MIRACLEMAN FOI TOTALMENTE
LANÇADA NO BRASIL RECENTEMENTE.
Pois é, já me disseram isso.
O QUE ESSA SÉRIE TEVE DE ESPECIAL
PARA SUA CARREIRA? Do número 11 ao 13
eu estava meio que desenvolvendo minha
autoestima dentro do trabalho, mas a partir
do 14 a coisa começou a andar de uma forma
mais satisfatória, já que as técnicas usadas
^hleZrhnmlƮ\ZkZffZblbgm^k^llZgm^l':l
fbgaZlmkÃlÓembfZl^]bÀÎ^l%^_^mboZf^gm^%
foram as mais bem elaboradas durante minha
passagem pela série. Mas levou algum tempo
para que alcançássemos esse nível.
VOCÊ TEVE ALGUMAS EXPERIÊNCIAS
NA MARVEL. O QUE DÁ PARA FALAR SOBRE
ESSE PERÍODO? Esse vínculo se deu quando
Tom Yeates desenhou alguns títulos que
faziam parte da linha Universo X, na qual
:e^qKhll^lmZoZ^goheob]h%^^nZkm^&ƮgZebs^b
lnZliº`bgZl'Ikbg\biZef^gm^^flibg&hƭl
como Cap [de 2001], que naturalmente
estava centrada no Capitão América, e Beasts
[também de 2001], vinculada ao universo dos
X-Men. Eu e Tom sempre nos divertimos muito
trabalhando em dupla... Também desenhei
uma história de Brian Michael Bendis para a
linha Ultimate, estrelada por Homem-Aranha,
Ahf^f&<hblZ^EZ`Zkmh%^ƮsnfZablmÌkbZ]^
12 páginas para uma dessas X-Men Unlimited,
centrada no Fera [em 2002]. Depois disso, não
ƮsfZblgZ]ZiZkZZFZko^e'
Página de Cap, a edição
especial que faz parte da
série Universo X
FALE UM POUCO SOBRE 1963, A SÉRIE
DE MOORE PARA A IMAGE NA QUAL VOCÊ
TAMBÉM TRABALHOU. Nesse trabalho, eu fui
Zi^gZlhZkm^&ƮgZeblmZ'?hbZe`hjn^^nƮs
me divertindo, até porque a onda era recriar
a atmosfera daquelas revistas da Marvel dos
anos 1960. Lembro de ter trabalhado para
a edição estrelada pelo deus egípcio Horus.
Também me diverti muito com o N-Man que
Ʈscngmh\hfLm^ia^g'=^nfZ\^kmZ_hkfZ%ZmÂ
por conta da simplicidade da coisa como um
mh]h%^ll^mkZ[Zeahf^e^f[khnfnbmhhjn^Ʈs
com Alan em Miracleman, principalmente no
número 11, em que explicávamos a origem da
Miraclewoman, e desenhamos muitas páginas
no estilo dos anos 1960 e até dos anos 1940.
STEPHEN ME CONTOU QUE TEVE
PROBLEMAS COM ALAN DURANTE 1963.
SUA RELAÇÃO COM O ROTEIRISTA INGLÊS
TAMBÉM FOI AFETADA DURANTE ESSE
PERÍODO? Comigo não houve nada. Eu ainda
me comunico com Alan de vez em quando,
embora não nos vejamos há muito tempo.
VOCÊS AINDA PENSAM EM FAZER ALGUMA
COISA JUNTOS? Não. Até por conta do meu
problema de visão, que não me permite
mais desenhar quadrinhos como antes. E, há
tempos, Alan também vem se dedicando a
outros tipos de projetos.
EM QUE MEDIDA SEU PROBLEMA DE VISÃO
ATRAPALHA SUA ATIVIDADE DE DESENHISTA?
Ainda consigo desenhar, mas demoro muito
para fazer as coisas mais simples. De modo que
ik^Ʈkhg¼hf^]^]b\ZkfZbl\hfmZgmhZƮg\h
a algo que exige muito esforço. Isso abreviou a
minha carreira, infelizmente.
REVISTA MUNDO | 19
H
á muitas décadas, a
DC tem a tradição de
apresentar histórias que
fogem à sua cronologia
vigente. Uma dessas
foi publicada em Superman 300, gibi
de 1976 que mostrava Kal-El, o último
sobrevivente de Krypton, caindo com
sua nave em águas internacionais e
sendo disputado por Estados Unidos e
XqlÅr#VrylËwlfd#+reyldphqwh/#qr#Ľ#qdo#rv#
Estados Unidos saem vencedores).
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nome de Superman: Entre a Foice e o Martelo1
SUPERDITADOR
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Cenas icônicas na mitologia do Super se repetem na
minissérie mas com um viés bem inusitado, já que
aqui o herói é o protetor de Stalin e da União Soviética
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“Homem de Aço”) de maneira bem
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Muito criativas, as capas de Entre a Foice e o Martelo foram influenciadas pela escrita e design russos
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NOVOSCLÁSSICOS
A Mulher-Maravilha testemunha como Superman se torna o símbolo do povo. Os inimigos do herói comunista são o presidente norte-americano Lex Luthor e o Batman russo
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22 | REVISTA MUNDO
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Foice e o Martelo#vhmd#dpduudgr/#Ploodu#
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MARK MILLAR TECEU UMA TRAMA BEM INTELIGENTE
E RESERVOU UMA GRANDE SURPRESA PARA O FINAL

Brainiac (acima) e Bizarro também estão na trama.
À direita, o Superman comunista no arco Multiplicity
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CRÍTICA E VENDAS
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Martelo#Ľ#jxud#hp#sudwlfdphqwh#wrgd#olvwd#
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Ao longo da história
também há espaço para
personagens históricos,
como John Kennedy,
entre outros
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Entre a Foice e o Martelo#qÅr#orjurx#wdqwr#
vxfhvvr=#dwË#fkhjrx#d#vhu#lqglfdgd#dr#Eisner
Awards de Melhor Minissérie/#pdv#qÅr#ohyrx1#
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SOBREVIDA NAS HQS
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realidade de Entre a Foice e o Martelo#irl#
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em Arena - Contagem Regressiva +533:,#h#
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nos games, Entre a Foice e o Martelo#uhqghx#
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Origins e Injustice/#dperv#gh#53461#Sru#
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klvwÕuld#ruljlqdo#gh#Ploodu1
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REVISTA MUNDO | 23
 DOSSIÊ

Desafio
galáctico

HUMOR, TRILHA
SONORA INSPIRADA E
CONFLITOS PESSOAIS
MARCAM O RETORNO
DOS GUARDIÕES DA
GALÁXIA AO CINEMA
POR JOTA SILVESTRE
Em sua volta aos
cinemas, a equipe
mais inusitada da
Marvel tem tudo para
conquistar o público
mais uma vez
s tempos de anonimato do grupo já vão longe
e, ironicamente, a bem-vinda fama dos
khuÕlv#frqĽjxurx0vh#frpr#xp#ghvdĽr#sdud#
James Gunn, diretor e roteirista de Guardiões
da Galáxia vol. 21#Ghvgh#r#sulphlur#Ľoph#gh#5347/#rv#
O
heróis espaciais da Marvel ganharam vários gibis,
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surpresa como Gunn fez três anos atrás, quando os
Guardiões eram ilustres desconhecidos na cultura pop.
Para superar o sucesso anterior e continuar inovando,
ele apostou nas relações familiares e pessoais dos
personagens, o que promete ser o ponto forte dessa
vhtxÌqfld/#suhylvwd#sdud#hvwuhdu#hp#7#gh#pdlr#qr#Eudvlo1
 Ayesha atua como
vilã e tenta extinguir
milhares de seres

DOSSIÊ G UARDIÕES DA GALÁXIA

A PRESENÇA DO
PERSONAGEM EGO
GEROU PROBLEMAS
E ELE QUASE FOI
SUBSTITUÍDO
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Glhjr#Frplf0Frq#5349/#hp#txh# Ao final da trama anterior, o Senhor das Estrelas não sabia quem era
r#gluhwru#dqwhflsrx#d#uhvsrvwd#
seu pai, uma questão que será explorada em Guardiões da Galáxia Vol. 2
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gdv#Hvwuhodv#dfrqwhfh#orjr#h#yhp#
qdwxudophqwhĤ/#h{solfrx1

Casos de família
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dv#lupÅv#gh#fuldÉÅr#Jdprud#+]rh#
Vdogdqd,#h#Qhexorvd#+Nduhq#Jloodq,#
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frpsoh{d#gr#txh#r#sulphlur#Ľ#oph#
ghl{rx#wudqvsduhfhu/#gh#txh#xpd
Ë#d#khurÏqd#h#d#rxwud/#d#yloÅ1#
D#dpl}dgh#hqwuh#Urfn|#Udfxp#
+gxeodgr#sru#Eudgoh|#Frrshu,#h#
Jurrw#+sru#Ylq#Glhvho,#vriuh#xpd# MÃ#Gud{#+Gdyh#Edxwlvwd,# Acima, Ego tem
lqyhuvÅr#gh#sdsËlv1#Ghsrlv#gh ghvhqyroyh#xpd#uhodÉÅr# uma relação
conturbada com o
vh#vdfulĽ#fdu#sdud#vdoydu#rv#dpljrv# txdvh#sdwhuqdo#frp#xpd#qryd#
filho Peter Quill.
qd#wudpd#dqwhulru/#r#jljdqwhvfr# shuvrqdjhp/#Pdqwlv#+Srp# Já Rocky e Groot
yhjhwdo#kxpdqrlgh#Jurrw#uhqdvfh# Nohphqwlhļ#,1#Dr#phvpr#whpsr# (em miniatura)
frpr#xpd#pxgd#gh#sodqwd#h#Ë# hp#txh#hod#rfxsd#r#oxjdu#gd# continuam
Urfn|#txhp#r#surwhjh1#Dr#phvpr# Ľ#okd#dvvdvvlqdgd#qr#frudÉÅr#gr#
inseparáveis
whpsr/#idwrv#gr#sdvvdgr#h{solfdp# jxhuuhlur/#rv#grlv#wÌp#hp#frpxp#
r#prwlyr#gh#vhu#wÅr#gliÏflo#sdud# d#lqrfÌqfld#h#fhuwd#glĽ#fxogdgh#
Udfxp#id}hu#sduwh#gd#htxlsh1# sdud#hqwhqghu#surwrfrorv#vrfldlv1#

26 | REVISTA MUNDO

Ameaças
inusitadas
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dsÕv#d#dyhqwxud#ruljlqdo/#d#qryd#
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sodqr#gh#hxjhqld#gd#vdfhugrwlvd/#
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D#lpsruwÄqfld#gr#Sodqhwd#Ylyr#
Com novos membros, Ľ#fd#fodud#frp#d#hvfdodÉÅr#gh#xp#
a equipe está mais qrph#frpr#r#gh#Nxuw#Uxvvhoo#
poderosa, mas também sdud#r#sdsho/#dvwur#yhwhudqr#gh#
está mais turbulenta
Ľ#ophv#gh#dyhqwxud#grv#dqrv#4<;3/#
frpr#Fuga de Nova York#+4<;4,/#
O Enigma de Outro Mundo#+4<;5,/#
A carga de ação
do filme parece Os Aventureiros do Bairro Proibido
caprichada. +4<;9,#h#pxlwrv#rxwurv1#
Basta ver essa Vreuh#d#pxgdqÉd#qd#irupd#
impressionante
gr#shuvrqdjhp#Ğ#gh#xp#sodqhwd#
cena com Drax
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dr#orqjr#gh#plok×hv#gh#dqrv#
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O veterano Drax e a novata Mantis desenvolvem um forte vínculo
enquanto Gamora e Senhor das Estrelas vivem em pé de guerra
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judqgh#dsdulÉÅr#hp#Vingadores:
QUEM É QUEM
Senhor das Estrelas/
Peter Quill (Chris Pratt):
Terráqueo abduzido
na noite em que a mãe
morreu, cresceu no
espaço e tornou-se um caçador de
tesouros. Formou os Guardiões e
recentemente descobriu que o pai
é um alienígena.
Gamora (Zoe Saldana):
Adotada por Thanos,
é uma assassina nata,
mas voltou-se contra
ele. Uniu-se aos
Guardiões e atua como a voz da
razão da equipe.
Rocky Racum (Bradley
Cooper): Membro de
uma raça parecida com
guaxinins, foi modificado
com implantes e se
tornou um caçador de recompensas
perito em armas. Tem dificuldades
em se integrar à equipe.
Baby Groot (Vin Diesel):
Membro de uma raça de
vegetais humanoides, é
parceiro de Rocky. Teve
o corpo destruído ao
proteger o grupo meses antes e agora
cresce como uma muda de planta.
Drax (Dave Bautista):
Extremamente forte e
violento, mas de bom
coração. Com a derrota
de Ronan, o alien que
matou sua família, voltou seu desejo
de vingança contra Thanos.
Nebulosa (Karen Gillan):
Filha adotiva de Thanos,
nutre sentimentos
conflituosos pela irmã
de criação Gamora.
Desapareceu após uma luta contra a
irmã no primeiro filme e atualmente
é prisioneira do povo de Ayesha.
Yondu (Michael Rooker):
Líder de piratas
espaciais, foi contratado
para abduzir Peter Quill
anos antes, mas decidiu
criá-lo como filho. Ajudou os Guardiões
a recuperar a Joia do Infinito na batalha
contra Ronan no filme anterior.
Mantis (Pom
Klementieff): Nascida
e criada sozinha no
planeta Ego, aprende
a se relacionar ao
conhecer os Guardiões. Capaz de
compartilhar sentimentos entre
as pessoas.
Ayesha (Elizabeth
Debicki): Alta
sacerdotisa de uma
raça que se considera
perfeita. Tem planos
de exterminar os “impuros” para
purificar a galáxia.
Ego (Kurt Russell):
Pai do Senhor das
Estrelas, o Planeta
Vivo é capaz de criar
avatares para caminhar
entre as inúmeras raças do universo.
REVISTA MUNDO | 27
DOSSIÊ G UARDIÕES DA GALÁXIA
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Guardiões da Galáxia Vol. 21
Novos membros
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A relação de amor e ódio entre Nebulosa (acima) e Gamora é mais complexa Hjr/#vhp#lqwhudÉ×hv#vrfldlv1#Hp#
do que parece. Abaixo, a atriz Karen Gillan e o resto do elenco nos bastidores frqwdwr#frp#rv#Jxdugl×hv/#hod#
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28 | REVISTA MUNDO
A EXPECTATIVA É
QUE O FILME FATURE
CERCA DE US$ 400
MILHÕES SÓ NOS
ESTADOS UNIDOS
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Humor e música
Guardiões da Galáxia Vol. 2
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Galáxia Vol. 2/#hp#xpd#uhihuÌqfld#
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A nova trama
é ambientada
apenas três meses
após os eventos
do filme anterior
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Rumo às estrelas
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Entre os trunfos do novo filme estão o irresistível carisma de Baby Groot
e a trilha sonora, que Gunn promete ser ainda melhor do que a anterior h#d#wudqviruprx#qd#6d#pdlru#
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Os Vingadores/#Os Vingadores: Era
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Guardiões da Galáxia Vol. 2#idwxuh#
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A equipe toda reunida na SDCC 2016: Bautista,
Rooker (devidamente paramentado), Klementieff, REVISTA MUNDO | 29
Gunn, Pratt, Saldana, Debicki, Russel e Gillan
 DOSSIÊ G UARDIÕES DA GALÁXIA

Coadjuvantes
espaciais
O ATUAL FILME DOS GUARDIÕES DA GALÁXIA APRESENTA NOVOS PERSONAGENS E DESENVOLVE
ALGUNS JÁ CONHECIDOS. CONHEÇA A TRAJETÓRIA DELES NOS QUADRINHOS POR EDUARDO MARCHIORI

Yondu
Estreou em Marvel Super-Heroes 18 (1969)
Criado por Arnold Drake (roteiro) e Gene Colan (desenhos)

Yondu Udonta entrou para a história dos Guardiões

A Marvel reformulou Yondu para que a versão das HQs se alinhasse à dos cinemas (acima), mas
muitos fãs ainda se lembram do valoroso herói que fez parte dos Guardiões originais (abaixo)
da Galáxia como um dos membros fundadores da
equipe, formada no distante século 31. Nativo do planeta
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treinado na relação empática com outros seres e na arte
da caça. Como arma em suas caçadas, usa a letal Seta de
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capaz de mudar de direção com os assovios de seu dono.
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A VERSÃO ORIGINAL DE YONDU É

MUITO MAIS HONRADA E BONDOSA
DO QUE A MOSTRADA NAS TELAS
30 | REVISTA MUNDO
Mantis
Estreou em The Avengers 112 (1973)
Criada por Steve Englehart (roteiro)
^=hgA^\d!]^l^gahl"

Mantis nasceu na Terra e foi criada no Vietnã

pelos Sacerdotes de Pama, um grupo de
alienígenas da raça kree que acreditavam
que ela estava destinada a se tornar a
mãe de um messias celestial, o ser mais
importante do universo. No templo, Mantis
foi treinada em artes marciais e telepatia
até atingir a perfeição de corpo e mente.
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MANTIS INVADIU A MENTE

DE VÁRIOS HERÓIS ESPACIAIS
E OS FORÇOU A FORMAR
OS GUARDIÕES DA GALÁXIA Durante muito tempo, Mantis foi tida como a Madona Celestial, ou seja, a futura mãe de um messias
R#eheÌ#Ľ#frx#drv#fxlgdgrv#grv#frwdwlv/#qr# Celestial. Quando essa questão foi resolvida, ela vagou pelo cosmos e se uniu aos Guardiões da Galáxia
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REVISTA MUNDO | 31
DOSSIÊ G UARDIÕES DA GALÁXIA

Nebulosa
Estreou em The Avengers 257 (1985)
Criada por Kh`^kLm^kg!khm^bkh"^Chag;nl\^fZ!]^l^gahl"

Nos quadrinhos, Nebulosa é neta de Thanos (algo que o vilão

O parentesco com Thanos cobrou
um alto preço da criminosa, que foi
reduzida a um estado digno de pena
sempre negou), o que lhe rendeu muito sofrimento. Conhecida
pela galáxia como uma temida pirata espacial, ela tomou a nave do
avô, a Santuário II, e a usou para atacar o império skrull e o planeta
Xandar. Nem mesmo a intervenção dos Vingadores a impediu de
destruir aquele mundo e, como resultado de seus atos, Nebulosa
foi banida para outra galáxia pela entidade cósmica Beyonder, que
acompanhava os heróis (The Avengers 257 a 260, 1985).
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xp#juxsr#gh#jxhuuhludv#olghudgr#sru#Jdprud#+qd#vdjd#Aniquilação/#5339,1

Ayesha
Estreou em Ma^Bg\k^]b[e^Aned:ggnZe/!*2/1"
Criada por Len Wein e David Anthony Kraft (roteiros) e Herb Trimpe (desenhos)

Ayesha é a segunda tentativa de um grupo de cientistas da Terra, o Enclave,

de criar um ser humano perfeito – a primeira deu origem ao herói dourado
Adam Warlock, dono de tanto poder que se tornou uma ameaça para
o Enclave. Para evitar que o novo ser se voltasse contra eles, os cientistas
tentaram controlar a mente de sua criação enquanto ela ainda era gerada.
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D|hvkd#h#dwdfrx#r#Txduwhwr#IdqwÃvwlfr#+Ma^?ZgmZlmb\?hnk#45/#4<<;,1#Frqwxgr/# Ayesha teve várias identidades antes de se
r#frpedwh#uhvxowrx#hp#vhx#edqlphqwr#sdud#rxwud#glphqvÅr1 tornar uma grande ameaça aos heróis da Terra

32 | REVISTA MUNDO

Ego, o Planeta Vivo
Estreou em Thor 132 (1966)
Criado por Stan Lee (roteiro)
^CZ\dDbk[r!]^l^gah"
Ego é um mundo situado
em uma área remota
do universo. O astro
desenvolveu consciência
após ser submetido aos
experimentos de Estranho,
uma entidade cósmica
em constante busca por
respostas sobre a Criação.
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O orgulhoso imperador J’Son, pai de Peter Quill
Nas HQs, Ego nunca esteve
relacionado à mitologia dos
Guardiões da Galáxia
J’son
Estreou em Marvel Preview 11 (1977)
Criado por Chris Claremont (roteiros)
e John Byrne (desenhos)
Nas HQs, o pai do Senhor das Estrelas é J’son,
soberano do planeta Spartax. Ele se refugiou
na Terra para se afastar da vida na corte e se
apaixonou por Meredith Quill. Um ano depois,
J’son voltou a Spartax e apagou as memórias da
amada sem saber que ela estava grávida.
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E MAIS....
Taserface
Estreou em Guardians of the Galaxy 1 (1990)
Criado por Jim Valentino (roteiro e arte)
Nascido no século 31, Taserface pertence a
uma raça primitiva de alienígenas que se deparou
com partes da antiga armadura de Tony Stark.
Em posse do equipamento e após anos de
pesquisa, o povo do local se desenvolveu como
uma raça de ciborgues. Autointitulados como
Starks, eles usaram a tecnologia para conquistar
novos mundos, até que Taserface se deparou
com os Guardiões da Galáxia daquela época e foi
derrotado (Guardians of the Galaxy 1, 1990).
Simon Williams
Estreou em The Avengers 9 (1964)
Criado por Stan Lee (roteiros) e Don Heck (desenhos)
Culpando os Vingadores pela ruína dos negócios
da família, Simon Williams, o Magnum, foi
aprimorado por energia iônica pelo Barão Zemo
para destruir a equipe, mas arrependeu-se
e se voltou contra o vilão.
A traição pareceu ter custado a vida do herói
e ele foi dado como morto por anos, sem que
alguém suspeitasse que, na verdade, ele estava
em coma e seu corpo passava por uma poderosa
transformação devido à energia iônica. Ao
retornar, em The Avengers 150 (1976), Magnum
tornou-se membro dos Vingadores e, em seu
tempo livre, dedicou-se à carreira de ator.
Nas HQs dos Guardiões da Galáxia originais,
é revelado que Williams ainda está vivo no século
31, conserva seus poderes e ainda atua. Nessa
época, assume a identidade heroica Hollywood e
se une à equipe (Guardians of the Galaxy 17, 1991).
REVISTA MUNDO | 33
DOSSIÊ G UARDIÕES DA GALÁXIA
Popularidade
nas estrelas
COMO PERSONAGENS ESQUECIDOS SE TORNARAM UM
DOS MAIORES SUCESSOS DA MARVEL POR LEONARDO VICENTE DI SESSA
É
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para os Guardiões da
Galáxia gozarem de
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do roteirista Arnold Drake e
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e nunca teve grande destaque.
Foi só com a saga espacial
Aniquilação: A Conquista/#gh#533;/#
que os Guardiões ganharam sua
versão de sucesso, que logo foi
transposta para as telas. Desde
então, a equipe tem trilhado
um caminho marcado por bons
momentos nos gibis.
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Em suas primeiras aventuras, alguns dos novos Guardiões ainda exibiam seus visuais clássicos
34 | REVISTA MUNDO
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vre#d#olghudqÉd#gh#Shwhu#Txloo1
Guardians of the Galaxy 1 marcou a retomada definitiva da equipe
após anos no limbo editorial e abriu caminho para novos sucessos
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Nova fase
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As HQs lançadas
a partir de 2013
estão entre as mais
aclamadas pelos fãs
Os primeiros membros:
Gamora, Rocky, Senhor
das Estrelas, Warlock,
Drax e Phyla-Vell
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Aniquilação: A Conquista1#Ghvvhv/#
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Inspiração
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REVISTA MUNDO | 35
DOSSIÊ G UARDIÕES DA GALÁXIA
NOS ÚLTIMOS TEMPOS, OS GUARDIÕES
GANHARAM INTEGRANTES BEM INUSITADOS
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As formações recentes da equipe: em 2015 e 2016 com Kitty e Coisa, e a atual versão na novíssima All-New Guardians of the Galaxy
36 | REVISTA MUNDO
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Volta ao básico
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gr#qryr#Ľ#oph1#Hp#pdlr/#r#juxsr#
Baby Groot terá seu próprio
gibi, assim como Rocky
ganhou sua série em 2014
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r#txlq}hqdo#All-New Guardians
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I Am Groot1
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All-New Guardians of the Galaxy
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orqjd#Thor 3: Ragnarok,1
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xp#grv#pdlruhv#h#pdlv#fuldwlyrv#
juxsrv#gh#khuÕlv#gd#dwxdolgdgh1
BASTIDORES foiVejaconcebida
como

DE CRIAÇÃO nossa capa
A
pós recebermos muitos
elogios pela capa da
Mundo ;:/#frp#r#sÖvwhu#
alternativo de Logan,
surgiu a ideia de usarmos
r#phvpr#frqfhlwr#sdud#r#Ľ#oph#grv#
Guardiões. Para isso, escalamos a
gxsod#Jhdqhv#Kroodqg#h#GËerud#FdulwÃ1#
Hod#mÃ#Ë#frqkhflgd#gh#qrvvrv#ohlwruhv#
pela ótima capa do Aranha publicada
na Mundo#;51#MÃ#Jhdqhv#hqfdurx#shod#
primeira vez essa gloriosa missão.
Krmh#frp#68#dqrv/#Jhdqhv#whp#pdlv#
gh#xpd#gËfdgd#gh#fduuhlud1#FrphÉrx#
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DIVULGAÇÃO
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prudp#mxqwrv#qd#Judqgh#VÅr#Sdxor1 CONTATO: OS DOIS ARTISTAS PODEM SER
ENCONTRADOS EM SEUS PERFIS NO FACEBOOK

PASSO A PASSO DA ILUSTRAÇÃO

1. O primeiro estudo de Geanes
para a capa partiu de um conceito
bem simples, com uma cena de
ação e os elementos do filme. Daí o
redator Gustavo Vícola sugeriu que
homenageássemos um pôster dos
anos 1980, época cultuada no filme
dos Guardiões. O pôster escolhido
foi O Clube dos Cinco e coube a
Geanes adaptar o layout oitentista
aos personagens de 2017.

2. Por mais que a ilustração fosse 3. “O SketchBook Pro é muito parecido

baseada no pôster de 1985, Geanes como o tradicional método de desenhar
teve trabalho para encaixar cada com lápis no papel. Assim, minha arte
membro dos Guardiões em sua ficou mais natural. E tudo saiu como
proporção correta e reproduzir eu imaginava”, explica Geanes.
a fisionomia dos atores.
O processo foi criado
no SketchBook Pro
Autodesk, programa
que dá liberdade
ao artista, variando
bastante a espessura
do lápis e
os tons de
cinza.

4. Na colorização do desenho, Débora Caritá usou como

referência o pôster de Os Aventureiros do Bairro Proibido,
outro clássico filme dos anos 1980. Por isso, abusou de
traços, texturas e efeitos de cor comuns naquela época,
tudo criado com os filtros do Photophop CS 2017.

REVISTA MUNDO | 37
ACTIONFIGURES
2

POR EDER PEGORARO

Toque retrô
O
conceito da coleção DC Comics
Bombshell surgiu em 2011, na
Chicago Comic-Con, quando 1
o design e ilustrador Ant Lucia
retratou algumas super-heroínas do
Universo DC com o visual das pin-ups
dos anos 1940. Daí, para surgirem as famosas
estátuas lançadas pela DC Collectibles foram
necessários muitos meses, até que as
primeiras beldades chegaram às lojas em
setembro de 2013. Produzida em resina e
com altura média de 9 polegadas (aprox.
25 cm), a coleção DC Comics Bombshell
começou com 12 peças desenhadas por
Ant Lucia e esculpidas por Tim Miller.
Desde então, a coleção ganhou novas
peças criadas também por outros artistas.
Selecionamos algumas das mais inspiradas.

1 ABRACADABRA
O traje da heroína Zatanna, com fraque,
cartola e meias-arrastão, praticamente
mÃ#frqĽ#jxud#xpd#slq0xs#surqwd1#Phvpr#
assim, Ant Lucia acrescentou um
espartilho, luvas e uma pequena cartola.

2 VOO AO PASSADO
Esse traje da Mulher-Gavião foi criado com 4
base em uniformes de pilotos dos anos
3
1940, desde o tipo de macacão até o modelo
de jetpack nas costas. A goma de mascar é
uma referência aos pilotos, que recorriam ao
chiclete para evitar o incômodo nos ouvidos
provocado por grandes altitudes.

3 VOTOS DA TRIPULAÇÃO
Xpd#gdv#shÉdv#txh#pdlv#ghvdĽ#rx#Dqw#Oxfld#
foi a rainha de Atlântida, Mera. Foram tantos
conceitos interessantes que a DC Collectibles
organizou uma votação para os fãs
hvfrokhuhp#r#prghor#Ľ#qdo1#D#jdqkdgrud#irl#
essa opção de Mera usando chapéu de praia.

4 EXTRA, EXTRA
A eterna repórter Lois Lane é retratada como
uma vendedora de jornais dos anos dourados,
ostentando um exemplar do Planeta Diário
com a notícia de capa sobre a Supergirl.

40 | REVISTA MUNDO
 5

5 ESPIÃ FELINA
Retratada como uma verdadeira femme fatale,
a Mulher-Gato volta às suas origens, pois as
primeiras aparições da personagem nos gibis
mostravam-na em trajes comuns. Desde
aquela época, ela já era forte e sedutora.

6 BOLA DENTRO
Também em outubro de 2015, foi lançada
essa Batwoman como uma jogadora de
baseball dos anos 1940. O design da heroína
é um dos favoritos de Marguerite Bennett, a
roteirista responsável pela adaptação da linha
Bombshell para os quadrinhos.

7 BEIJO DA VITÓRIA
Vestida com um uniforme de enfermeira,
Arlequina deixa suas marcas de batom em
um desconcertado Coringa trajado como
marinheiro. Além de marcar a primeira
7
aparição de um personagem masculino
na linha, a peça é uma referência à icônica
foto publicada no jornal New York Times, na
fhoheudÉÅr#gr#Ľ#qdo#gd#5a Guerra Mundial.

8 SEXO FORTE
Apesar do apelo sexual ser parte do sucesso
das Bombshell, a DC Collectibles se preocupa
8 em não retratar as personagens em poses
dshodwlydv1#Lvvr#Ľ#fd#hylghqwh#qhvvd#fhqd#gd#
Poderosa ao lado do Superman como artistas
de circo. Ela representa a mulher forte do
espetáculo e segura o primo nos ombros,
que é mostrado como acrobata.

9 GAROTA DAS TREVAS

A segunda estátua da Batgirl da coleção
celebra o Halloween ao apresentar a heroína
como uma vampira. A peça é uma variante de
vxd#sulphlud#Ľ#jxud/#frp#pxgdqÉdv#gdv#fruhv#
do traje e uma cabeça diferente sem máscara e
9 com um belo sorriso para exibir suas presas.

10 FAST FOOD
A velocista Jessie Quick, a Flash, aparece
na coleção dando uma piscadinha, com
um milk shake numa bandeja e carregando
um par de patins, representando as clássicas
10
garçonetes dos drive-ins. Será a primeira
Ľ#jxud#gd#frohÉÅr#frp#lqľ#xÌqfld#gd#fxowxud#
rockabilly dos anos 1950. Seu lançamento
está previsto para abril de 2017.

Onde comprar Com preço de US$ 80

a US$ 160, as peças da coleção DC Comics
Bombshell podem ser adquiridas em sites
como Big Bad Toy Store e Entertainment Earth,
que aceitam encomendas para o Brasil.

REVISTA MUNDO | 41
 As HQs do herói mascarado Stuntman mostraram a maturidade de Simon e Kirby, mas não fizeram sucesso nas bancas

Na Harvey, Kirby e Simon criaram

Stuntman, um novo super-herói lançado
em revista própria em abril de 1946. A
primeira edição, que trazia o nome da
dupla na capa, apresentava Fred Drake,
um dublê de cinema que, nas horas
vagas, usava um uniforme e máscara para
combater o crime. O personagem seguia
bem os moldes de Kirby e Simon, com
páginas duplas centrais como as da revista
do Capitão América. Mas, mesmo com a
ótima qualidade das HQs de Stuntman,
os super-heróis já não atraíam a atenção
do público e a revista foi cancelada após
apenas três edições.
Outro título da dupla na Harvey foi
Boy Explorers, sobre um grupo de garotos
aventureiros, bem ao estilo das séries
lançadas anos antes na DC. Os heróis eram
quatro garotos órfãos (Gadget, Gashouse,
Smiley e Zero) que são adotados pelo
As séries Flying Fool e Boys’ Ranch: dois dos trabalhos de Joe Simon e Jack Kirby após o fim da Segunda Guerra
Capitão Sinbad, dono de um barco. Mas,
novamente os novos personagens não Airboy Comics 5, Simon e Kirby criaram a Qr#Ľ#qdo#gd#gËfdgd#gh#4<73/#xp#grv#
agradaram e a revista foi encerrada após série The Flying Fool, sobre Link Thorn, maiores sucessos dos quadrinhos era
sua segunda edição. um piloto durão que trabalha em Xangai a revista humorística Archie, sobre as
Como as coisas não pareciam estar depois da guerra. Mesmo com apenas oito aventuras amorosas de um adolescente
dando muito certo na Harvey, Kirby e histórias, a série é considerada um dos na cidade de Riverdale. Archie gerou várias
Simon começaram a oferecer seus serviços melhores trabalhos da dupla na época. edições especiais e séries paralelas para
para outras editoras. Uma delas foi a Para a Hillman, produziram ainda uma seus personagens secundários. Juntas, as
Hillman Comics, famosa por publicar os edição de My Date Comics, uma revista de revistas vendiam milhões de exemplares
quadrinhos do personagem Airboy, um pouca expressão, mas que daria a Simon e por mês. Frente a tal sucesso, era óbvio que
piloto aventureiro. Em 1947, para a revista Kirby uma ideia genial... outras editoras tentariam imitar a fórmula e
d#Kloopdq#Frplfv#qÅr#Ľ#frx#dwuÃv1#D#hglwrud#

COM O FIM DA GRANDE GUERRA, KIRBY E SIMON DEIXARAM bolou a revista My Date Comics, que teve
uma edição escrita por Kirby e desenhada
A DC E COLABORARAM COM A HARVEY E OUTRAS EDITORAS por Kirby. Em meio à produção, Simon se

REVISTA MUNDO | 43
100ANOSDEKIRBY
A REVISTA HUMORÍSTICA ARCHIE DEU UMA IDEIA INUSITADA
E MUITO LUCRATIVA À DUPLA: HQS ROMÂNTICAS SÉRIAS
perguntou o que aconteceria se houvesse
uma revista com quadrinhos românticos
que não fossem paródias e, sim, com
tramas levadas a sério.
Na época, o romantismo estava em
dowd1#Kdyld#Ľ#ophv/#frqwrv#qrv#mruqdlv#h#
até revistas pulps dedicadas a tramas
extremamente açucaradas. Com base
nesse sucesso, Simon e Kirby bolaram a
revista Young Romance e, em poucos dias,
produziram uma edição de 48 páginas
para ser oferecida às editoras. A escolhida
foi a Prize Comics, selo de quadrinhos
da Crestwood Publications, que editava
revistas de contos românticos. Como a
Prize se mostrou muito interessada, Simon
e Kirby propuseram um acordo inédito:
O herói Fighting America e a série de terror Black Magic
estão entre as grandes criações de Kirby nos anos 1950
eles produziriam a revista para a editora e
Ľ#fduldp#frp#phwdgh#grv#oxfurv1#D#Sul}h#
aceitou, com a condição de que não pagaria
nada antes do retorno de vendas.
Lançada em outubro de 1947 como
“uma revista de quadrinhos para leitores
mais adultos”, Young Romance 1 teve
lpsuhvvÅr#gh#833#plo#h{hpsoduhv#h#orjr#
se mostrou um fenômeno ao vender mais
gh#<3#sru#fhqwr#ghvvd#wludjhp1#D#vhjxqgd#
edição teve tiragem ainda maior, novamente
com vendas espetaculares. Logo, a revista
se tornou um dos produtos mais lucrativos
do mercado, levando a Prize a encomendar
mais títulos românticos, caso de Young Love,
outro sucesso lançado em fevereiro de 1949.
Sob a coordenação de Kirby e Simon,
cada uma da revistas vendia um milhão
de exemplares. Graças a essas vendas, a
gxsod#Ľ#qdophqwh#wlqkd#vxd#lqghshqgÌqfld#
Ľ#qdqfhlud/#d#srqwr#gh#Nlue|#frqvhjxlu#
comprar uma confortável casa para a sua
família – ele era casado desde 1942 com
Urvdolqg#Jroghqvwhlq#h#wlqkd#xp#Ľ#okr1
Hp#4<83/#hp#phlr#dr#vxfhvvr#grv#jlelv#
românticos, Kirby e Simon criaram outras
duas interessantes revistas. A primeira foi a
antologia de terror Black Magic, para a Prize,
que viria a durar mais de duas décadas
com várias equipes e se caracterizava
por histórias que não traziam sangue ou
violência. A segunda foi Boys’ Ranch, para
a Harvey, sobre um rancho habitado por
meninos (brancos e índios) que vivem
muitas aventuras. Era uma adaptação do
conceito dos “gibis estrelados por garotos”
para um cenário de faroeste.
OUTRO PATRIOTA
Gh#rokr#qd#prgd#grv#Ľ#ophv#60G/#
hp#4<86#d#gxsod#ihfkrx#xp#dfrugr#frp#
a Harvey para produzir uma revista do
gênero, acompanhada de um par de óculos
para possibilitar sua leitura. Captain 3-D
saiu em dezembro apresentando um
super-herói que enfrenta uma raça de
antigas criaturas felinas. Apesar da boa
sacada, a revista não vendeu o esperado.
No mesmo mês que Captain 3-D
chegou às bancas, a Atlas Comics (a antiga
Timely, de Martin Goodman) relançou o
Capitão América, agora como um inimigo
dos espiões soviéticos em solo americano.
Irritados pelo uso do personagem que
haviam criado, Kirby e Simon resolveram
criar um outro herói patriótico “feito da

Young Romance atraiu um
público mais adulto e, claro,
muitas mulheres. Abaixo,
um exemplo dos momentos
dramáticos das histórias
Bullseye, com seu caubói mascarado, e Foxhole, com histórias de guerra, foram duas das revistas principais da Mainline
maneira correta”, conforme diziam. Foi aí
que surgiu Fighting American, lançado em
julho de 1954 pela Prize Comics.
O herói era Nelson Flagg, um escritor
que, após ter o irmão morto por comunistas
lqĽ#owudgrv/#hqwud#hp#xp#surjudpd#gr#
governo que o deixa mais rápido e mais
forte que um humano normal. Com seu
uniforme que (obviamente!) lembrava a
bandeira norte-americana e acompanhado
de um parceiro mirim, Fighting American
começou como um personagem sério
mas, a partir da segunda edição, virou
uam espécie de paródia dos super-heróis.
Batizado no Brasil como Tim Cometa,
Fighting American estrelou apenas sete
edições até seu cancelamento. Mas a dupla
tinha um projeto muito maior pela frente.
EDITORA PRÓPRIA
Ghvgh#r#Ľ#qdo#grv#dqrv#4<73/#r#phufdgr#
de quadrinhos sofria ataques de educadores
e da mídia, que acusavam os gibis de
incentivar crimes e rebeldia entre as
crianças e os jovens. Toda essa neurose foi
depositada no livro Seduction of the Innocent,
lançado em 1954 pelo Dr. Fredric Wertham,
psiquiatra do Departamento Hospitalar
de Nova York, que apresentava dados
e conclusões (mais tarde considerados
idovlĽ#fdgrv,#vreuh#frpr#rv#jlelv#srgldp#
ser perigosos. Isso levou a audiências
no Senado norte-americano e um clima
de caça às bruxas que fez as vendas de
quadrinhos desabarem e muitas editoras
fecharem suas portas.
Em meio a essa crise, Kirby e Simon
receberam a proposta de formar sua própria
hglwrud/#frp#dsrlr#+lqfoxvlyh#Ľ#qdqfhlur,#
gh#juÃĽ#fdv#h#glvwulexlgrudv#txh#yludp#vhxv#
lucros ser reduzidos com o cancelamento
de várias revistas. A dupla, que sempre quis
editar por conta própria e tinha dinheiro
guardado após o sucesso das revistas
românticas, resolveu embarcar na nova
empreitada. Assim, em julho de 1954 surgiu
a Mainline Publications, que estreou com
quatro títulos: Bullseye: Western Scout (com
aventuras de um caubói mascarado), In
Love (uma revista romântica), Police Trap
(histórias policiais baseadas em casos reais)
e Foxhole (sobre soldados na 2a Guerra).
Bullseye duraria cinco edições
bimestrais e as outras revistas teriam
quatro edições, até que a Mainline encerrou
suas atividades precocemente em abril
de 1955. Os motivos para o fracasso foram
vários. Kirby e Simon até contrataram um
adminstrador para gerir a empresa, mas a
falta de experiência empresarial teve seu
peso, uma vez que eles é que tomavam as
ghflv×hv#Ľ#qdlv1#Rv#wÏwxorv#gd#Pdlqolqh#qhp#
sempre traziam arte e roteiro da famosa
dupla – às vezes, Kirby provia apenas a
capa das revistas, o que pode ter afastado
ohlwruhv1#H/#Ľ#qdophqwh/#d#ghvdsurydÉÅr#
do público com os quadrinhos, graças à
campanha de difamação do Dr. Wertham,
afetou as vendas e tornou extremamente
difícil distribuir quadrinhos por todo o
país. Como as revistas não se mostraram
lucrativas, foi impossível continuar.
Além do prejuízo que descapitalizou
Kirby e Simon, essa infeliz aventura
hpsuhvduldo#fdxvrx#r#Ľ#p#gd#sdufhuld#gh#
15 anos entre eles. Assim que fechou a
Mailine, Simon decidiu sair do mercado de
HQs e se dedicar ao ramo da publicidade.
Nlue|/#frp#6:#dqrv#h#xpd#idpÏold#sdud#
sustentar, voltou à oferecer seus serviços
para diversas editoras, inclusive a Atlas, a
empresa de onde saiu brigado com o dono.
Na próxima Mundo: os quadrinhos de
monstros e faroeste da Atlas e o início da
parceria de Kirby com Stan Lee
REVISTA MUNDO | 45
GRANDES
COMBATES

Hulk vs. Coisa

OS DOIS MONSTROS DA MARVEL VIVEM TROCANDO SOPAPOS PARA PROVAR
QUEM É O MAIS FORTE. E POBRE DE QUEM ESTIVER NO CAMINHO... POR EDUARDO MARCHIORI

48 | REVISTA MUNDO
AJUDA MÍSTICA
Publicada em Marvel Fanfare 20 e 21 (1985)
A trama: Capturado pelo mago Xandu, o
Dr. Estranho pede ajuda a Ben Grimm, o
Coisa, para evitar que o bruxo una sua
essência a um cristal místico e controle a
humanidade. O herói só não esperava que o
Hulk já estivesse dominado pelo vilão.
Por que é imperdível: Com sua mente
controlada, o Hulk não estava com todo seu
potencial. Aproveitando-se disso, o Coisa
desce a porrada no Gigante Verde e, numa
luta no esgoto, derruba uma coluna, fazendo
desabar um quarteirão inteiro sobre o Hulk.
A luta prossegue sobre os edifícios até que
o Coisa foi jogado no Sanctum Sanctorum,
onde pôde destruir o cristal de Xandu e
derrotar o vilão.
EMPATE
EMPATE
NOVOS PODERES
Publicada em Fantastic Four 320 (1988)
A trama: Enganado pelo Dr. Destino, o
Sr. Tira-Teima (o Hulk, na versão cinza)
arruma briga com o Coisa para provar que é
mais forte. Ele só não sabia que Grimm tinha
sofrido uma mutação que o deixou mais
poderoso. Já o Coisa achava que o Hulk
estava morto e desconhecia o monstro cinza.
Porque é imperdível: É a oportunidade de
ver os dois titãs em situações fora do comum:
o Coisa muito mais forte e o Hulk mais fraco,
porém mais inteligente. Por conta dessa
vantagem, o monstro alaranjado dá uma
surra no Sr. Tira-Teima e ainda tem pique
para enfrentar um robô do Hulk verde,
enviado pelo Dr. Destino.
VITÓRIA DO COISA
VERSÃO ANIMADA
Exibida em Pesadelo Verde (Temporada 2,
episódio 9) de Quarteto Fantástico (1996)
A trama: Reed Richards descobre que os
raios gama podem ser uma solução para
curar a transformação do Coisa e pede
ajuda a Bruce Banner. Mas o Dr. Destino
decide entrar na jogada e coloca o Hulk
contra o Quarteto Fantástico.
Porque é imperdível: O desenho mistura
UNIÃO DE FORÇAS
as HQs de Fantastic Four 25-26 e 111-112 e
mostra Coisa e Hulk numa empolgante luta,
usando tudo que veem pela frente para se
Publicada em Fantastic Four 25 e 26 (1964)
atacarem. Mesmo cansado, o Coisa mostra
A trama: Cheio de raiva pela sua saída
determinação contra o Golias Esmeralda
turbulenta dos Vingadores e a adesão
que, como se sabe, quanto mais furioso,
de seu amigo Rick Jones à equipe, o
mais forte fica, tornando a luta desigual.
Hulk vai à Nova York louco para
destruir seus ex-aliados. Em seu rastro VITÓRIA DO HULK
de ódio, se depara com o Quarteto
Fantástico, cujos integrantes não são
páreo para a força do Gigante Verde,
restando apenas o Coisa para detê-lo.
Por que é imperdível: O Coisa usa toda
a sua sagacidade para tentar derrotar
o Hulk e ambos vão parar na Ponte
George Washington, onde trocam socos
pendurados sobre o Rio Hudson.
FÚRIA CEGA Publicada em Fantastic Four 111 e 112 (1971)
A trama: Reed Richards cria uma máquina que permite a Ben Grimm
controlar sua transformação em Coisa, mas o equipamento faz com que
o herói enlouqueça e saia destruindo Nova York. Para resolver a situação,
Richards pede ajuda ao Dr. Banner, que se transforma no Hulk e encontra
o enfurecido Coisa em um parque, atacando quem vê pela frente.
Por que é imperdível: Aqui os dois titãs aparecem mais enfurecidos do
que nunca, trocando socos e usando tudo que encontram à mão como
arma: estátuas, árvores, obeliscos e brinquedos. A briga só terminou
quando Alícia Masters, a namorada cega do Coisa, foi atingida por um
destroço, distraindo o herói, que foi nocauteado pelo Hulk.
VITÓRIA DO HULK
REVISTA MUNDO | 49
EMSÉRIE

Um dos grandes
desafios da série
é saber o que é real
e o que é apenas
fruto da loucura
do mutante

50 | REVISTA MUNDO
Loucura
poderosa
LEGION É O SERIADO DE SUPER-HERÓIS MAIS ESTRANHO
JÁ PRODUZIDO. E, ACREDITE, ISSO É MUITO BOM! POR JOTA SILVESTRE
A
série protagonizada pelo
psicótico David Haller
estreou em fevereiro
na FX, um dos canais da Fox,
e marcou a nova estratégia
do estúdio em apresentar os
mutantes da Marvel fora dos
cinemas. Longe das tirânicas
fórmulas de Hollywood, Legion
conta com muita liberdade
criativa e engenhosidade, o que
vem a calhar na hora de mostrar
um personagem esquizofrênico
e tão poderoso quanto David.
Os recursos são os mais inspirados:
narrativa fragmentada, cenários
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de diferentes décadas e uso de narrador
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phvpr#qÅr#vdeh#r#txh#Ë#uhdo/#d#dxglÌqfld#
ghyh#whu#d#phvpd#h{shulÌqfldĤ/#mxvwlĽfd#
Noah Hawley, o showrunner e criador da
série. A própria escolha do protagonista
David Haller (conhecido pelos fãs de
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inusitada, pois ele nunca esteve entre os
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Ľophv#grv#[0Phq1#IÅ#ghfodudgr#gd#htxlsh#
desde criança, Hawley buscava uma nova
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ser insano e poderoso ao mesmo tempo.
Além disso, um personagem pouco visado
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txh#Legion compartilha o universo dos
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txdqgr#qhp#frpr#r#vhuldgr#vh#frqhfwduÃ#
frp#rv#Ľophv#rx#frp#Gifted, a futura série
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TRAMA NÃO LINEAR
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monstro chamado Demônio de Olhos
Dpduhorv1#MÃ#dgxowr/#r#pxwdqwh#pdqlihvwrx
REVISTA MUNDO | 51
EMSÉRIE
Diagnosticado
com esquizofrenia,
David perambula
pelo hospital
psiquiátrico

seus poderes de maneira violenta no Hospital

Forfnzrunv/#r#txh#uhvxowrx#hp#fdrv#h#pruwh/#frpr#d#
gd#dpljd#h#wdpeËp#sdflhqwh#Ohqq|#+Dxeuh|#Sod}d,1
O fato chamou a atenção da Divisão 3, uma
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whp#R#Rokr#+Pdfnhq}lh#Jud|,#frpr#vhx#sulqflsdo#djhqwh1#
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Vpduw,/#gluhwrud#gr#Lqvwlwxwr#Vxpphuodqg#h/#dr#odgr#gh#
outros mutantes de sua escola, responsável pelo resgate
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Nhuu|#+Dpehu#Plgwkxqghu,#h#V|g#+Udfkho#Nhoohu,#whqwdp#
decifrar a extensão dos poderes do novato e desvendar
sua conturbada memória. Os surtos de David VISIONÁRIO
A trama pode parecer básica, principalmente aos podem ser violentos, R#fuËglwr#sru#hvvd#hvwuxwxud#fdeh#d#Kdzoh|/#txh#
mas ele conta com
ohlwruhv#gdv#KTv#grv#[0Phq/#pdv#r#glihuhqfldo#gh#Legion cuidou pessoalmente do roteiro, personagens, visual,
a ajuda de Melanie
é sua narrativa não linear, com episódios repletos de Bird, diretora de wulokd#vrqrud#h#gluhÉÅr#gr#hslvÕglr0slorwr1#Hoh#dofdqÉrx#
ľ#dvkedfnv#ghqwur#gh#ľ#dvkedfnv/#hqwuhylvwdv/#yldjhqv# Summerland notoriedade com a premiada série Fargo#+5347,/#
phqwdlv#h#dwË#qÜphurv#pxvlfdlv1#YÃuldv#fhqdv#vÅr# wdpeËp#gd#I[/#txh#fulrx/#hvfuhyhx#h#surgx}lx#sru#gxdv#
uhsulvdgdv#frp#shuvrqdjhqv#glihuhqwhv#d#fdgd#yh}#h# whpsrudgdv1#Lqvsludgd#qr#Ľ#oph#krpÖqlpr/#Fargo
frqwdp#frp#ģghihlwrvĤ#gh#hglÉÅr#txh#hvfrqghp#odsvrv# dyhqwxud0vh#shor#odgr#revfxur#gd#qdwxuh}d#kxpdqd1
gh#phpÕuld#h#lpdjhqv#vxeolplqduhv#fdsd}hv#gh#uhyhodu# Da mesma forma, em Legion Hawley se preocupou
segredos para David e para o espectador. pdlv#hp#h{sorudu#d#hvvÌqfld#gr#pdwhuldo#ruljlqdo#
gr#txh#vh#suhqghu#d#ghwdokhv1#Lvvr#suryrfd#dojxpdv#

QUEM É QUEM

David Haller/Legião (Dan Stevens)
Poderoso mutante diagnosticado
como esquizofrênico, tem parte da
sua mente e poderes controlados
pelo Demônio de Olhos Amarelos.
Syd Barrett (Rachel Keller)
Mutante e namorada de David. Troca
de corpo com qualquer pessoa ao
menor contato físico, motivo pelo qual
está sempre de roupas compridas.
Melanie Bird (Jean Smart)
Fundadora do refúgio para mutantes
Summerland ao lado do marido
desaparecido. Tenta ajudar David a
descobrir a extensão de seus poderes.
Ptonomy Wallace (Jeremie Harris)
Mutante de Summerland capaz de
visitar a memória de outras pessoas.
É um dos principais auxiliares de
Melanie na tentativa de ajudar David.

52 | REVISTA MUNDO

No hospital Clockworks, David conhece a amada Syd. Cenas inusitadas,
como números musicais (abaixo), também são comuns na série
LEGION
NOS QUADRINHOS
Filho de Charles Xavier e de Gabrielle Haller, Legião talvez seja
o mutante mais poderoso do universo Marvel e detém várias
habilidades – telepatia, telecinésia, alteração da realidade –, cada
uma comandada por suas diferentes personalidades. O personagem é
uma criação do roteirista Chris Claremont e do artista Bill Sienkiewicz
e estreou no gibi The New Mutants (1985). Sua mais recente aparição
foi na série mensal X-Men Legacy (2013 e 2014), da qual foi o astro
principal. Na trama, após perder o controle sobre seus poderes
mais uma vez, David decide colocar fim à própria existência.

gr#Slqn#Ior|g1#ģHvvh#glvfr#Ë#r#uhjlvwur#vrqrur#gh#xpd#
grhqÉd#phqwdoĤ/#mxvwlĽ#frx#r#vkrzuxqqhu1#R#qrph#gd#
qdprudgd#gh#Gdylg/#V|g#Eduuhww/#Ë#xpd#krphqdjhp#
d#xp#grv#ixqgdgruhv#gd#edqgd#eulwÄqlfd#txh/#dsÕv#vh#
afundar nas drogas e desenvolver um comportamento
txdvh#ghphqwh/#didvwrx0vh#gr#phlr#pxvlfdo#dwË#vxd#
morte em 2006, aos 60 anos.
Hqwuhwdqwr/#dv#vroxÉ×hv#qdgd#frqyhqflrqdlv#xvdgdv#
pxgdqÉdv#hp#uhodÉÅr#Â#plwrorjld#grv#txdgulqkrv=#V|g/# em Legion parecem ter agradado mais aos críticos
por exemplo, substitui a namorada de David nas HQs, a h#d#xp#shtxhqr#juxsr#gh#hvshfwdgruhv#gr#txh#dr#judqgh#
pxwdqwh#Rokrv#Yhqgdgrv/#hqtxdqwr#Phodqlh#id}#r#sdsho# sÜeolfr1#R#vhuldgr#frqwd#frp#r#Õwlpr#Ïqglfh#gh#<6(#gh#
gh#phqwrud/#uhvhuydgr#qrv#jlelv#dr#Surihvvru#[1#R#suÕsulr# dsurydÉÅr#gd#fuÏwlfd#hvshfldol}dgd#h#;:(#sru#sduwh#gd#
uhiÜjlr#Vxpphuodqg/#rqgh#rv#pxwdqwhv#dsuhqghp#d# dxglÌqfld#qr#djuhjdgru#gh#uhvhqkdv#Rotten Tomatoes. O Demônio de Olhos
olgdu#frp#vhxv#srghuhv/#id}#dv#yh}hv#gd#hvfrod#gh#[dylhu# Frqwxgr/#d#mÃ#wÏplgd#dxglÌqfld#gh#4/9#plok×hv#gh# Amarelos surge para
Ğ#kÃ#shor#phqrv#xpd#vdod#hp#txh#d#mdqhod#uhgrqgd# shvvrdv#gr#slorwr#fdlx#shod#phwdgh#qr#:o episódio. David nos momentos
de maior tensão
dwudyhvvdgd#sru#xp#[#ohpeud#r#vÏperor#grv#[0Phq1 Como comparação, a 1a temporada
de Fargo#pdqwhyh#dxglÌqfld#
INSPIRAÇÕES suÕ{lpd#d#5#plok×hv#h#xpd#vËulh#
O nível de experimentação em Legion é alto e não convencional de heróis como Agents
srghuld#vhu#glihuhqwh#gdgr#r#pdwhuldo#txh#vhuylx#gh#edvh# of Shield#whyh#pËgld#gh#6#plok×hv#
sdud#Kdzoh|1#Hoh#ghfodurx#txh#xpd#gh#vxdv#lqvsludÉ×hv# em seus piores momentos.
Ë#r#wudedokr#gr#flqhdvwd#Gdylg#O|qfk/#fuldgru#gd# Dshvdu#ghvvhv#qÜphurv#qdgd#
lqvwljdqwh#vËulh#gh#WY#Twin Peaks#+4<<3#h#4<<4,#h#gh#Ľ#ophv# dqlpdgruhv/#d#Ir{#edqfrx#d#dsrvwd#
perturbadores como O Homem-Elefante#+4<;3,/#Estrada e anunciou a 2a temporada para
Perdida#+4<<:,#h#Cidade dos Sonhos#+5334,/#hqwuh#rxwurv1 534;1#Txdotxhu#txh#vhmd#vhx#whpsr#
Sdud#d#wulokd#vrqrud/#Kdzoh|#frqylgrx#r#surgxwru# de vida, Legion#mÃ#vh#frqvdjurx#
pxvlfdo#Mhļ##Uxvvr/#ixqgdgru#gd#edqgd#Wrqlf/#h#shglx# como a mais estranha série de
algo inspirado no álbum Dark Side of the Moon#+4<:6,/# vxshu0khuÕlv#mdpdlv#surgx}lgd1

Cary Loudermilk (Bill Irwin)
Brilhante cientista, está em Summerland
desde o começo do instituto. Seu poder
é dividir o corpo com uma garota
especialista em combate corpo a corpo.
Kerry (Amber Midthunder)
Passa a existir sempre que Cary ativa
seu poder. Viciada em adrenalina, ela
não se importa com relacionamentos
sociais e vive para lutar.
Lenny Busker (Aubrey Plaza)
Pode ser fruto da imaginação de David
criada no lugar de um amigo ou mesmo
de um vilão. Para aumentar a confusão,
Lenny tem um visual andrógino.
Walter/ O Olho (Mackenzie Gray)
Um dos primeiros alunos de
Summerland, mas mudou de lado
e passou a trabalhar com a Divisão 3.
É capaz de localizar mutantes.

REVISTA MUNDO | 53
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Em Batman:

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56 | REVISTA MUNDO
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REVISTA MUNDO | 57
 CRIADOR
Talento
sobrenatural O MUNDO DOS QUADRINHOS FICOU CHOCADO COM
A RECENTE MORTE DE BERNIE WRIGHTSON, UM DOS
MAIORES EXPOENTES DAS HISTÓRIAS DE TERROR E DE
SUPER-HERÓIS. CONHEÇA ESSA BRILHANTE CARREIRA
POR ROBERTO GUEDES
C
riador do visual do Monstro
do Pântano e de muitas
obras-primas das HQs,
Wrightson teve contato
com o mundo do terror
desde a tenra idade. O artista nasceu em
1948, numa comunidade fundada por
imigrantes irlandeses em Maryland,
Estados Unidos. Ainda garoto, nos anos
1950, se interessou pelas revistas da
EC Comics, como Tales from the Crypt,
The Vault of Horror e The Haunt of Fear.
“Eu lia escondido, pois se minha mãe
descobrisse, ela rasgaria os gibis”, disse
o artista em entrevista à revista Comic
Book Artist 5, em 1999. O garoto também
arrumou problemas na escola católica em
que estudava quando a professora o
pegou desenhando monstros horrendos.
Não havia mais jeito. O pequeno Bernie
estava magnetizado pela arte de Frank
Frazetta, Jack Davis e Graham Ingels, e
decidiu que também se tornaria um
surĽ#vvlrqdo#grv#txdgulqkrv1
Como não havia uma escola de arte
próxima à sua casa, começou a assistir às
aulas televisivas do programa You Are an
Artist, ministradas pelo apresentador Jon
58 | REVISTA MUNDO
Gnagy, ao mesmo tempo em que fazia um
curso por correspondência. Em poucos
anos, seu estilo gótico repleto de sombras
insinuantes começou a tomar forma e o
rapaz conseguiu uma vaga de ilustrador no
jornal The Baltimore Sun, praticamente ao
mesmo tempo em que teve um de seus
desenhos publicados – em junho de 1966
– na página de artes de leitores do
magazine Creepy 9, da Warren Publishing.
“Costumava comprar a revista Famous
Monsters e, numa das edições, anunciaram
a Creepy. Meu Deus! Eu me apaixonei na
hora”, lembrou com entusiasmo. O jovem
Wrightson se tornou um leitor fanático das
revistas da Warren e pensava em mandar
mais amostras na esperança de ser
contratado. Porém, algo o fez mudar de
ideia e tentar outra editora. “Quando a
Warren começou a incluir material de
artistas espanhóis, perdi o interesse. Como
era algo que não me agradava, procurei
a DC que, na mesma época, publicava a
Na consagrada
revista House of Mystery”. Apesar de preferir carreira de Bernie
sua arte em preto e branco, Wrightson Wrightson, uma de
acreditava que teria mais chance de sucesso suas maiores obras
foi a adaptação da
se começasse sua carreira nos gibis história de Frankstein
coloridos da editora do Superman. (na página ao lado)
 CRIADOR Abaixo, o primeiro trabalho profissional de Wrightson na DC em 1969 e, ao lado,
uma das muitas colaborações para fanzines (aqui, homenageando a EC Comics)

Capa da primeira aparição do Monstro do Pântano, um clássico do

Universo DC. Abaixo, cartaz anuncia Wrightson em evento de 1972

Capa da Heavy Metal de 1977 e um

Lobisomem para lá de assustador

Arte da revista-slo do Monstro do Pântano e o primeiro

encontro do personagem com o Homem-Morcego

60 | REVISTA MUNDO

VIDA LOUCA
Jovem e talentoso, Wrightson mergulhou
de cabeça no agitado cenário cultural dos
anos 1970. Ainda em 1971, participou de
badaladas festas promovidas pelo escritor
e entusiasta de HQs Tom Fagan. “Aquilo era
um inferno! Teve uma vez que fomos todos
juntos: eu, Alan Weiss, Denny O’Neil, Len
Wein, Marv Wolfman e Gerry Conway. Denny,
Alan e eu ficamos bêbados e chapados,
e saímos para caminhar na mata. Estava
congelante e nos perdemos. Ali, muito
doidões, começamos a gargalhar e a bolar
histórias assustadoras. Depois, o Denny
escreveu um roteiro com a gente como
personagens”. A HQ era A Noite do Ceifador,
publicada em Batman 237 (dezembro de
1971), desenhada por Neal Adams.
COM O SEU TRABALHO NA REVISTA DO MONSTRO DO
PÂNTANO, BERNIE WRIGHTSON CONQUISTOU FAMA
ENTRE OS LEITORES E VÁRIOS PRÊMIOS DA CRÍTICA
D#hvwuhld#surĽ#vvlrqdo#gh#Zuljkwvrq#irl#
com a história The Man who Murdered
Himself, escrita pelo também novato Marv
Wolfman, e publicada em House of Mystery
179 (março de 1969). Logo, o desenhista
começou a aparecer em outros títulos de
mistério da DC, como The Witching Hour e
Spectre, e também nas revistas das editoras
concorrentes. Para a Major Magazines
produziu capas da revista Web of Horror e,
para a Marvel, participou de Chamber of
Darkness, Conan, the Barbarian e Tower of
Shadows, desenhando capas ou histórias
secundárias, além de uma HQ do Rei Kull
em Creatures on the Loose 10, de 1971.
Em meio a todo esse trabalho, o artista
encontrava tempo para colaborar com
diversos fanzines (como Witzend, Xanadu e
Rocket’s Blast Comicollector), criando capas e
ilustrações belíssimas, que viraram itens
de colecionador. Para o I’ll be Damned 3
(1971), por exemplo, desenhou uma HQ do
monstro de Frankenstein (baseado na
Ľ#jxud#hvwdehohflgd#shor#dwru#Erulv#Nduorļ#,/#
personagem que estaria intrinsicamente
oljdgr#dr#vhx#ixwxur#surĽ#vvlrqdo1
TERRENO PANTANOSO
O roteirista Len Wein havia imaginado
um drama vitoriano de horror envolvendo
uma fera de lama. O editor da DC Joe
Orlando gostou, mas deu sugestões e pediu
para Wein redigir o roteiro, pois pretendia
incluir a história na próxima edição de
House of Secrets1#Hp#yh}#gh#sdvvdu#r#Ľ#qdo#gh#
semana debruçado sobre a máquina de
escrever, Wein foi para uma festa na casa
do amigo Marv Wolfman, onde encontrou
Wrightson cabisbaixo. O desenhista havia
acabado de levar um fora da namorada e
curtia uma fossa. Sem saber como animar
o amigo, Wein comentou sobre a história
da criatura que ia escrever. “Perguntei se
ele não estava interessado em desenhá-la
para exorcizar seus demônios pessoais. Ele
topou meio desanimado”, comentou Wein
na introdução do encadernado Swamp
Thing: Dark Genesis (1991).
CRIADOR
House of Secrets 92 (julho de 1971)
trouxe a primeira aventura do Monstro do
Pântano e foi um enorme sucesso. A moça
na capa, surpreendida pelo monstrengo,
teve suas feições baseadas em Louise
Mrqhv/#hqwÅr#hvsrvd#gr#ghvhqklvwd#Mhļ#uh|#
Jones (e futura senhora Louise Simonson,
esposa do desenhista Walt Simonson), que
trabalhara com Wrightson tempos antes
na Major Magazines.
Wrightson desenhou aquela HQ com
muita dedicação, como se fosse uma
verdadeira obra de arte. Por isso, quando
os editores propuseram a criação de uma
série bimestral com o Monstro do Pântano,
ele e Wein optaram por recriar o conceito,
com uma trama estabelecida no presente
(no caso, os anos 1970), e personagens
diferentes – deixando imaculada aquela
história original. O novo Monstro do
Pântano estreou em revista própria em
novembro de 1972.
A trama do Monstro já se tornou
um clássico: enquanto trabalhava em seu
laboratório nos pântanos da Louisiana,
numa fórmula bioquímica restauradora,
Alec Holland sofreu um atentado à bomba
por agentes do Senhor E, que queria a
fórmula para si. Seu corpo coberto pela
química em chamas cai na água
pantanosa, emergindo dali como um ser
meio planta, meio humanoide. Com o
intelecto de Holland intacto, o Monstro do
Pântano segue em busca de cura, se
embrenhando em macabras aventuras.
A Marvel ameaçou processar a DC,
alegando que o Monstro do Pântano era
um plágio descarado de seu Homem-Coisa,
lançado antes da primeira versão da DC.
Mas a editora do Aranha desistiu da ideia
pois compreendeu que ambos foram
inspirados no Heap (Monstro), antigo
personagem lodoso publicado nos anos
1940 pela editora Hillman.
Rapidamente Swamp Thing se tornou
um dos mais aclamados títulos de terror do
mercado, devido à combinação de enredo
bem elaborado com desenhos primorosos.
REVISTA MUNDO | 61
CRIADOR
A PARTIR DE 1974, WRIGHTSON FIRMOU SEU NOME
ENTRE OS GRANDES ILUSTRADORES DO TERROR. MAS
ELE TAMBÉM MARCARIA OS GIBIS DA MARVEL E DC
A terceira edição marcou a estreia de
Abigail Arcane, futura esposa do Monstro
do Pântano e, na sétima edição, o estranho
khuÕl#hqfrqwud#Edwpdq#shod#sulphlud#yh}1#
Wrightson parecia à vontade delineando
monstruosidades, demônios ou alienígenas
por todas as suas páginas – e não seria
h{djhur#dĽupdu#txh#r#orelvrphp#txh#
aparece no número 4 é o mais assustador
já visto nos quadrinhos.
Para se ter ideia do impacto criado pela
série do Monstro do Pântano, Wrightson
faturou dois anos seguidos o Shazam Award
na categoria Melhor Desenhista (1972/1973),
e o de Melhor Arte-Finalista (1973), além de
mais dois em parceria com Wein, por
Melhor História, referente às edições 1 e 6.
Dojr#pdlv#gr#txh#vxĽflhqwh#sdud#ghl{du#
qualquer um inchado de orgulho, mas
Wrightson chocou a todos ao anunciar que
sairia do título após o número 10.
AVENTURAS MACABRAS
Havia algum tempo que o artista era
cortejado por James Warren para trabalhar
na Warren Publishing. Wrightson nunca
abandonou o desejo de ver sua arte
naqueles magazines preto e branco, pois
entendia que as cores e formato reduzido
dos gibis da DC não valorizavam sua arte.
“Um monte de gente bronqueou comigo
por ter saído de Swamp Thing. Eu as deixei
frustradas, mas era a minha vida... e
Na foto, Bernie Wrightson aparece com os amigos
quadrinhistas Marv Wolfman, Bill Morrison e Len Wein
62 | REVISTA MUNDO
minha escolha”, explicou em entrevista à
Comic Book Artists 4 (1999). Apesar de
mxvwlĽfdu#pdlv#wdugh#txh#d#pxgdqÉd#gh#
editora se deu estritamente por questões
artísticas, o fato de Warren oferecer U$ 110
por página, quase o dobro que a DC pagava,
foi determinante para sua decisão.
O jovem artista começou a produzir
uma série de ilustrações e HQs arrepiantes
para os magazines da Warren. Algumas
seriam bem lembradas. The Pepper Lake
Monster, de Eerie 58 (setembro de 1974)
– uma alegoria à lendária criatura do Lago
Ness. Jennifer, um terror perturbador
sobre uma demente deformada com
srghuhv#phqwdlv/#urwhlul}dgr#sru#Euxfh#
Jones e publicado em Creepy 63 (julho de
4<:7,1#Sru#Ľp/#The Muck Monster
(literalmente “O Monstro de Estrume”),
de Eerie 68 (julho de 1975). Já as adaptações
literárias feitas por Wrightson, como O
Gato Preto, de Edgar Allan Poe, em Creepy
62 (maio de 1974), e Ar Frio, de H. P.
Lovecraft, em Eerie 62 (janeiro de 1975) são
consideradas obras-primas da Nona Arte.
PROJETOS ESPECIAIS
Entre 1980 e 1985, Wrightson atuou em
várias frentes de trabalho. Enquanto suas
antigas HQs pela Warren eram reprisadas
hp#fruhv#shod#SdflĽf#Frplfv/#r#duwlvwd#
contribuía com material inédito para as
vrĽvwlfdgdv#uhylvwdv#Heavy Metal e Epic
Illustrated. Produziu arte para vários livros
e também cuidou da quadrinhização do
Ľoph#Creepshow, escrito por Stephen King.
Depois juntou-se a Jim Starlin na
organização de duas publicações para
levantar fundos para a fome na África:
Heroes for Hope (1985), pela Marvel, e
Heroes Against Hunger (1986), pela DC.
Ambas contaram com a participação de
vários autores de peso. Wrightson também
desenhou duas portentosas graphic novels
para a Casa das Ideias: Marandi (1986),
escrita por Susan K. Putney, estrelando o
Homem-Aranha; e Hulk e o Coisa: A Grande
Mudança (1987), com roteiro de Jim Starlin,
com quem formaria parceria novamente
na DC, nas minisséries Aberração Cósmica
e Batman: O Messias – ambas lançadas
originalmente em 1988.
Wrgdyld/#vhx#wudedokr#pdlv#vrĽvwlfdgr#
na década foi Bernie Wrightson’s
Frankenstein, lançado em 1983 pela Marvel.
Trata-se de um álbum com o texto da
escritora Mary Shelley entrecortado por
belíssimas ilustrações do artista, repletas
de hachuras e detalhes que remetem a
1831, o período histórico em que o romance
ruljlqdo#irl#hvfulwr1#Sdud#Ľfdu#wxgr#shuihlwr/#
Wrightson ignorou o visual perpetrado
shorv#Ľophv#h#uhwudwrx#d#fuldwxud#frqiruph#
ela foi descrita por Shelley. A introdução
foi escrita por Stephen King.
PROBLEMAS DE SAÚDE
Desde que produziu Frankenstein,
Wrightson passou a sofrer de tendinite e
dohujld#dr#wlsr#gh#phwdo#xvdgr#sdud#Ľ{du#dv#
cerdas dos pincéis. Para piorar a situação,
em 1992 ele sofreu um acidente doméstico
e quebrou o pulso. Ao se recuperar,
continuou produzindo HQs sob encomenda
para editoras como Fantagraphics, Dark
Horse, Gemstone, Twomorrows, Marvel e
DC, além de ilustrações para cards e capas
de álbuns de rock. Tudo em um ritmo mais
lento, chegando a admitir que depois do
acidente nunca mais foi o mesmo.
Ainda assim, foi agraciado em 2013
com um importante prêmio da National
Cartoonist Society, por seu trabalho em
Frankenstein Alive, Alive!, outra série em
quadrinhos do personagem de Mary
Sheeley, agora produzida em parceria com
o roteirista Steve Niles. Dois anos depois,
levou o Inkwell Award, pelo conjunto da
obra. Após isso, foram só notícias ruins.
Em 2015, a cartunista Michele Wrightson,
h{0pxokhu#gr#duwlvwd/#idohfhx#h#qr#Ľqdo#gh#
5349/#Ehuqlh#Zuljkwvrq#irl#gldjqrvwlfdgr#
com câncer no cérebro. Em 18 de março de
2017, uma nota fatídica de sua morte foi
anunciada pela esposa atual, Liz, no site
rĽfldo#gr#dxwru#+www.berniewrightson.
com,1#YÃulrv#surĽvvlrqdlv#gd#Ãuhd/#dpljrv#
e fãs de Wrightson se manifestaram nas
redes sociais. “Os quadrinhos perderam
um de seus melhores artistas na noite
sdvvdgd1#Ehuqlh/#yrfÌ#ydl#id}hu#idowdĤ/#
desabafou Jim Starlin.
 Com suas adaptações literárias, Wrightson criou verdadeiras obras de arte das HQs

Wrightson levou o aracnídeo para um cenário bem diferente do habitual. Já com a graphic
do Hulk e Coisa, mostrou seu lado cômico. Ao lado dela, a capa da minissérie do Batman

GRUPO DE
CELEBRIDADES
A HQ da revista Eerie 68 é uma das mais lembradas da fase de Wrightson na editora Warren

Wrightson criou duas impressionantes

obras com o monstro de Frankenstein,
uma em 1983 (acima) e outra em 2013
Em paralelo ao trabalho na Warren,
Wrightson se juntou a Jeffrey Jones,
Michael Kaluta e Barry Smith para formar a
comunidade de artistas de vanguarda The
Studio, em que os integrantes pretendiam
desenvolver trabalhos autorais, livres das
amarras das editoras, ao mesmo tempo em
que mantinham seus contratos individuais.
“A gente não ligava para grana. Queríamos
experimentar e superar uns aos outros”,
comentou Wrightson à Comic Book Artist,
em 1999. Assim, em 1975, os rapazes
alugaram um loft em Manhattan e posaram
para fotos promocionais com a petulância
de verdadeiros rock stars. O fruto disso foi
o álbum de ilustrações The Studio, lançado
em 1979 pela editora inglesa Dragon’s
Dreams, especializada em livros de arte.
No mesmo ano, o grupo se dispersou.
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2 5 M I L V O L U N TÁ R I O S N O
BRASIL TRABALHANDO
PA R A O S B R A S I L E I RO S,
CUIDANDO DAQUELES
QUE PRECISAM DE APOIO.
RECEBEMOS
O Q U E C H E G O U À R E DAÇÃO E PA S S O U P E LO N O S S O C R I VO
Várias características das HQs da
heroína publicadas nos anos 1940
voltam com nova roupagem

Terra proibida
UMA CRIATIVA HQ DE GRANT MORRISON QUE EXPLORA ANTIGOS TABUS DA MULHER-MARAVILHA

É
compreensível a cautela da DC
quando o tresloucado Grant
Morrison sugeriu explorar os
elementos dos primeiros gibis
da Mulher-Maravilha, que eram repletos
de ideias sobre amor livre, insinuações
à homossexualidade e fetiches eróticos.
Após anos de diplomacia entre editora e
autor, o resultado é Mulher-Maravilha:
Terra Um, um material mais brando do
que Morrison pretendia, mas mais ousado
do que qualquer HQ de Diana.
A trama é quase a mesma criada há
mais de 75 anos. Filha da rainha Hipólita,
a princesa Diana vive há milênios na Ilha
Paraíso, um lugar habitado pelas imortais
amazonas. Entediada, a rebelde princesa
encontra seu caminho para fora da ilha
ao ajudar o tenente Steve Trevor, que
sobreviveu à queda de seu avião. Ao levá-lo
de volta aos Estados Unidos, Diana provoca
a fúria de suas conterrâneas e de sua mãe e
deve voltar ao seu lar para ser julgada.
A releitura explora o relacionamento
entre as amazonas e a vida na Ilha Paraíso,
oportunidade para que as antigas sugestões
de homossexualismo apareçam na trama.
A sugestão de um possível envolvimento
entre Diana e Althea, a maior guerreira da
ilha, está nas entrelinhas, da mesma forma
que a insinuante arte de Yanick Paquette
retrata amazonas dormindo abraçadas
ou festejando de maneira desinibida. O
fetiche do bondage já é mostrado na capa
e permeia a HQ ao mostrar Diana sempre
apertada por correntes.
A arte de Paquette convida a passar
bons minutos observando cada página,
inspeções que revelam elementos incríveis
da interpretação do artista sobre a Ilha
Paraíso. Por conta disso, as páginas extras
detalhando o processo criativo de Paquette
são mais do que bem-vindas.
Apesar de tudo, o trabalho pode não
agradar a todos, principalmente aos
leitores sempre ligeiros em bradar que
“não se faz gibis como antigamente”.
Ainda assim, Mulher-Maravilha: Terra Um
prova ser um material fascinante para
os leitores que, como mandam os novos
tempos, mantiverem a mente aberta.
(Gustavo Vícola)
Mulher-Maravilha: Terra Um *****
Panini // 148 páginas // R$ 28,90

FASE BRILHANTE
Dando continuidade à coleção Lendas do Universo DC
(que já teve edições estreladas pelo Batman, Superman
e Lanterna Verde), a Mulher-Maravilha ganha sua própria
série de encadernados. E o material não poderia ser
mais bem escolhido: a série resgata uma de suas fases
mais aclamadas, logo após a saga Crise nas Infinitas
Terras, quando a heroína esteve sob os cuidados de
George Pérez e teve sua origem reformulada. Pérez
não apenas respeita a essência da heroína, mas a
valoriza, ao associá-la à mitologia grega, dando uma
nova dinâmica às aventuras da Princesa Amazona.
O traço do artista destaca a beleza da personagem,
justificando o nome de “maravilha”. Embora lançado
há mais de 30 anos, o material mantém o frescor da
modernidade e recoloca a Mulher-Maravilha como
um dos pilares da DC. (Eduardo Marchiori)
Lendas do Universo DC:
Mulher-Maravilha 1 e 2 *****
Panini // 180 páginas cada // R$ 25,90 cada

66 | REVISTA MUNDO
AS NOTAS
DA MUNDO
***** IMPERDÍVEL
***** MUITO BOM
***** BOM
***** RAZOÁVEL
***** RUIM

A VEZ DA GURIZADA
Brian K. Vaughan já provou ser um roteirista acima da
média após emplacar clássicos recentes como Y - O
Último Homem, Ex-Machina e Saga, para citar alguns.
Por conta desse currículo é que novidades de sua lavra,
como Paper Girls (série da Image produzida com o
desenhista Cliff Chiang, cujo primeiro volume acaba de
chegar ao Brasil), sempre são recebidas com euforia.
No entanto, mesmo tendo sido premiado com o Eisner
e o Harvey, esse título pode ser visto como um trabalho
menor do autor. Não que isso tire o mérito da obra...
Paper Girls começa na madrugada que se seguiu
ao Dia das Bruxas de 1988 e envolve uma turma
de adolescentes de 12 anos que trabalha como
entregadoras de jornal e se depara com uma invasão
de alienígenas do futuro. O clima de terror e mistério da
trama envolvendo crianças embarca na onda do seriado
Stranger Things, da Netflix, embora não haja indícios
de que o quadrinho tenha se inspirado no programa do
canal de streaming. (Heitor Pitombo)

Paper Girls 1 *** 1/2

NOIR NO CÉU
Para quem curte romance
de detetive, a Devir acaba de
lançar Dead Letters – Operação
Existencial, da BOOM! Studios.
O enredo de Christopher Sebela
traz as desventuras do detetive
Sam para encontrar uma
pessoa desaparecida, no melhor
estilo Raymond Chandler, mas
com uma diferença crucial: o
protagonista já está morto logo
no início da história. Não, não
se trata de spoiler: toda a trama
se passa no além, com direito
a disputas por poder, forças
ocultas e mais coisas entre
o céu e a terra do que possa
lpdjlqdu#qrvvd#yÅ#ĽorvrĽd1#D#
arte caprichada de Chris Visions
O álbum aposta numa trama de mistério, com detetive e tudo, mas que se passa no além
Devir // 144 páginas // R$ 35
merece destaque, sendo um
dos pontos altos do título.
O grande problema da HQ é
seu roteiro um pouco confuso,
apresentando um novo
universo ao mesmo tempo que
tenta resolver um intrínseco
mistério. Mesmo assim, essa
pode ser uma boa pedida para
os fãs do gênero. A edição
da Devir reúne os números
1 a 4 e uma galeria de capas
originais e variantes da série.
(Fernando Caruso)
Dead Letters ***
Devir // 116 páginas // R$ 45
Mesmo não sendo um grande trabalho de Vaughan, a HQ merece atenção
DÍVIDA MORTAL
Com roteiro de Mark Millar e
Nacho Vigalondo e desenhos de
Leinil Francis Yu, Supercrooks
chega ao Brasil em formato
de luxo pela Panini. A história
faz parte do selo Millarworld,
no qual Millar desenvolve
trabalhos mais autorais,
como os celebrados Kick Ass e
Kingsman: Serviço Secreto.
Nesse álbum, Johnny Bolt
e sua trupe de supervilões
se reúnem em um último
trabalho para pagar as
dívidas de seu mentor,
agora ameaçado de morte.
Entretanto, para obter sucesso,
o grupo tenta o crime na
Millar em boa forma, em mais uma
Espanha, já que as metrópoles
de suas HQ com cara de filme
dos Estados Unidos estão
repletas de super-heróis. e boas cenas de ação. Os
A trama de assalto diálogos repletos de carisma
construída por Millar não acabam criando uma empatia
é inovadora e está repleta pelos bandidos e logo me
de clichês do gênero, mas vi torcendo por eles. E tudo
isso está longe de torná- isso acompanhado pelo
la maçante. A história se traço bonito de Yu e as ideias
ghvhqyroyh#frp#ľxlgh}#h# flqhpdwrjuÃĽfdv#gh#Ploodu1#
acompanha o grupo traçando (Vinícius Serpa)
seu plano e o executando de
uma maneira cativante, Supercrooks: O Assalto ****
com personagens excêntricos Panini // 148 páginas // R$ 56

REVISTA MUNDO | 67
RECEBEMOS
ALTERNATIVOS E AFINS
MINORIAS DO GLAUCO
1 - GLAUCO (EXPRESSÃO E
ARTE) Relançada para coincidir
com a Ocupação Glauco que foi
montada em 2016 no Itaú Cultural
de São Paulo, a obra em questão
foi o primeiro livro lançado pelo
desenhista (em 1982), que
desde então já demonstrava
sua verve para a crítica de
costumes. Personagens de vulto
do autor, como Geraldão e Dona
Marta, fazem neste livro suas
primeiras aparições. A reedição
também foi o último trabalho
de Toninho Mendes em vida
como editor. A R$ 19 em www.
editoraexpressaoearte.com.br.
GUS VOL. 2: BELO BANDIDO,
DE CHRISTOPHE BLAIN
(SESI-SP) Apesar de vilões,
Gus, Clem e Angus são os
mocinhos e protagonistas
dessa série de álbuns que há
pouco chegou ao Brasil. Os
três vivem várias histórias
passadas em diversos períodos
de suas vidas, tendo como
cenário o Velho Oeste cheio
de assaltos e romances. São
HQs contadas em um ritmo
que não deixa o leitor pregar
o olho. Até porque, as tramas
privilegiam a inteligência
acima da violência. A R$ 35
em www.sesispeditora.com.br.
68 | REVISTA MUNDO
OS POUCOS E AMALDIÇOADOS
PARTE II: OS CORVOS DE
MANA’OLANA, DE FELIPE
CAGNO E FABIANO NEVES
(INDEPENDENTE) Bancada por
campanhas no Catarse, a série
de Cagno e Neves teve duas
de suas seis partes lançadas
até agora e tem como trunfo
o nível de profissionalismo de
sua produção. Em um mundo
pós-apocalíptico no qual mais
de 90% da água desapareceu, a
trama traz a personagem A Ruiva,
que aqui se vê às voltas com a
perda de um amigo e a ameaça
de corvos malignos. A R$ 15 em
www.loja-timberwolf.com.br.
ALENA, DE KIM W.
ANDERSSON (AVEC)
Se bobear, Alena é a primeira
HQ sueca a sair no Brasil.
Mérito da Avec, que trouxe para
cá a história de uma menina
que sofre com o bullying de
suas “colegas” do colégio, e
tem como única defensora
a melhor amiga. O problema
é que Josefin, a dita cuja,
está morta, e entra numas de
resolver todos os problemas
de Alena por conta própria. No
fim, trata-se de uma trama de
terror e suspense para ninguém
botar defeito. A R$ 49,90 em
www.aveceditora.com.br.
UMA LISTA DE HQS QUE REALMENTE CHAMARAM
NOSSA ATENÇÃO NOS ÚLTIMOS MESES POR HEITOR PITOMBO
SIC: É... OLHANDO
ASSIM FAZ SENTIDO, DE
ORLANDELI (SESI-SP)
Depois de uma modesta
antologia lançada pela Conrad
e do primeiro volume intitulado
Sim, Eu Posso Ver... Eu Acho, o
Sesi-SP se esmerou ainda mais
e lançou esse segundo livrão
que compila trabalhos da série
SIC, de Orlandeli. A qualidade
do traço e das ideias do autor
fica ainda mais notável nesse
calhamaço de 25 cm x 25 cm
e 160 páginas de cuchê de alta
gramatura, coisa para poucos
autores em nosso país. A R$ 58
em www.sesispeditora.com.br.
DESLOCAMENTO: UM
DIÁRIO DE VIAGEM, DE LUCY
KNISLEY (NEMO) Depois de
uma viagem cheia de aventuras
e romance pela Europa, Lucy
agora tem que encarar um
cruzeiro que vai levá-la até o
Caribe junto com os avós que
estão na casa dos 90. Essa é a
trama de Deslocamento que,
mais do que se centrar em um
gesto de caridade, evoca uma
jornada de autoconhecimento.
O traço caricato da autora e
sua maneira delicada de narrar
a história criam um vínculo
imediato com o leitor. A R$ 44,90
em www.editoranemo.com.br.
CALIGARI!, DE ALEXANDRE
TELES (VENETA) Em seu novo
trabalho, Teles não só revisita
um clássico do cinema, como
também inova no que se refere
à produção de HQs. Tudo porque
ele usa as imagens originais
captadas pelo diretor Robert
Wiene em O Gabinete do Doutor
Caligari, se valendo de uma
técnica chamada monotipia
(reprodução de um desenho
em cópia única que, ao ser
passado para o papel, cria efeitos
imprevisíveis). O resultado é
quase tão acachapante quanto
o filme de 1920. A R$ 69,90 em
www.veneta.com.br.
FRÁUZIO NO PARAÍSO, DE
MARCATTI (INDEPENDENTE)
Tal qual já aconteceu com o
Lobo de Simon Bisley e Alan
Grant, Fráuzio, a criação mais
popular de Marcatti, bate as
botas e vai parar no céu, onde
se encontra com Deus e vê seu
maior sonho virar realidade.
Tudo isso acontece no novo
álbum do personagem que,
de um tempo para cá, vem
ganhando histórias inéditas,
uma mais hilária que a outra.
Mas como diz o autor, as HQs de
Fráuzio são desaconselháveis
para todas as idades. Atreva-se!
A R$ 12 em www.marcatti.com.br.
QUACK 3, DE KAJI PATO
(DRACO) Quem diz que no
Brasil não se faz mangá de
respeito não conhece séries
como Quack, que desde 2015
vem saindo com alguma
regularidade. A nova aventura
mantém o mesmo ritmo bacana
de sempre e mostra que a saga
ainda tem muita lenha para
queimar. Nesta terceira edição,
Baltazar e as meninas lutam
para escapar do avariado navio
Porconês Voador, e o paradeiro
do Pato Colombo é uma
grande incógnita. Garantia de
diversão. A R$ 19,90 em www.
editoradraco.com.
UGRITO 10: CADEADO, DE
JUSCELINO NECO (UGRA)
Uma das grandes revelações
dos últimos anos, Neco
não decepciona na última
edição da série Ugritos. Nas
16 páginas de Cadeado,
ele esbanja a mesma
desenvoltura que manifesta
em obras mais longas como
Matadouro de Unicórnios,
criando um ótimo clima de
terror psicológico. Vale a pena
ler e reler para desvendar
todos os significados ocultos
da trama e se esbaldar com o
estilo ímpar do autor. A R$ 7
em www.ugrapress.com.br.
SUPERLEITORES
DÚVIDAS, SUGESTÕES, ELOGIOS, CRÍTICAS...
ESSÊNCIA DE HERÓI
A Marvel se superou no cinema.
HƮef^l^\aZfZEh`Zg'L^f
uniforme, sem Wolverine.
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72 | REVISTA MUNDO
Logan e Esquadrão Suicida foram destaques da Mundo 87
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TRAÇO AFIADO
Sou ilustrador e como admiro o
trabalho de vocês, aqui vai um
desenho que criei após assistir Logan.
Roger Rodrigues / Paranaguá, PR
criacao@inovepublicidadepr.com.br
Sinta-se publicado, Roger. Muito
bacana o seu desenho. Deu até
vontade de comer um chocolate.
PROPOSTA MUTANTE
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ACTION-FIGURES
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POR MANOEL DE SOUZA
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JDOHULD MUNDO
DICAS DO PROFESSOR ROBERTO SOUZA
ROBERTO SOUZA é professor de desenho do Instituto HQ (www.institutohq.com.br)
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ESDRAS STEVANY
www.kawek.net/esdrasarts
Comentários: Ferramentas digitais
são ótimas aliadas para mais rapidez
e qualidade. Mas o perigo é exagerar
em detalhes que dificilmente
conseguirão ser impressos no papel.
E vejo muito disso no seu trabalho,
Esdras. Existem áreas negras no
desenho que só percebi serem
hachuras depois de dar um belo
zoom na imagem. Como resolver
isso? No momento do layout e do
ARTISTA DIGITAL
planejamento da luz e sombra, não Tenho 47 anos e desenho no
use o zoom exagerado. Assim, você tablet desde 2011. Aqui vai
se concentrará apenas nos detalhes uma de minhas criações. Tem
que realmente importam na imagem. muito mais no meu Facebook.
Lembre-se: menos é mais.
Aguir Andrade da Costa
andradeaguircosta@gmail.com
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REVISTA MUNDO | 73
UNIVERSOMARVELDC
POR ROBERTO GUEDES

Heroísmo
pioneiro
Apesar de pouco conhecido, o Capitão Cometa é um dos mais fascinantes
personagens da DC. Surgido durante a chamada Era Atômica – termo
usado por pesquisadores em referência aos quadrinhos de ficção científica
publicados entre 1945 (o final da Era de Ouro) e 1956 (o começo da Era de Acima, a estreia do Capitão Cometa, um herói com
Prata) –, o Capitão foi o primeiro super-herói classificado como mutante, características muito à frente de seu tempo
antecipando em mais de uma década os badalados X-Men da Marvel, e bem
antes que Namor e Centelha também fossem chamados assim.
Inspirado pelas histórias do Captain estrelou 38 HQs antes de sua série ser
Future, um aventureiro espacial dos pulps cancelada em Strange Adventures 49 (outubro de
criado em 1940 por Mort Weisinger, o editor 1954), sendo considerado um dos precursores
Julius Schwartz idealizou o Capitão Cometa da Era de Prata dos super-heróis – que teria
com o auxílio do roteirista John Broome início com o Flash Barry Allen em 1956.
(sob o pseudônimo Edgar Ray Merritt) e do Após um longo hiato, o Capitão retornaria
desenhista Carmine Infantino. A primeira em Secret Society of Super Villains 2 (julho de
aparição do novo herói ocorreu em Strange 1976), pelas mãos do roteirista Gerry Conway
Adventures 9 (junho de 1951). e do desenhista Pablo Marcos. Como o próprio
A trama era criativa. No momento de nome diz, a Sociedade Secreta dos Supervilões
seu nascimento, Adam Blake foi banhado era um grupo de criminosos formado por
pela radiação de um cometa que passava Gdunvhlg/#frqwdqgr#hp#vxdv#Ľ#ohludv#frp#Jrulod#
próximo à Terra, ativando seu metagene e Jurrg/#VdĽ#ud#Hvwuhod/#Fdud#gh#Eduur/#FdslwÅr#
despertando poderes latentes como telecinésia, Frio e Funky Flashman, entre outros. Devido a
superforça, clarividência, supervelocidade um mal-entendido, o Capitão Cometa se aliou
e invulnerabilidade. Esse conceito era tão aos malfeitores e chegou a enfrentar alguns
pioneiro, que o termo metagene só seria membros da Liga da Justiça.
introduzido no Universo DC em 1988, na saga No decorrer das décadas, o Capitão se
Invasão, para explicar a predisposição de certos envolveu em vários eventos cósmicos da
indivíduos para desenvolver superpoderes. editora, com destaque para suas participações
O cientista e mentor Emery Zackro via em nos títulos Super-Team Family (em 1977), DC
Blake a escala evolutiva do homem, alguém Comics Presents (em 1980), L.E.G.I.O.N. (em 1990)
que só viria a existir em um futuro distante. e R.E.B.E.L.S. (em 1995), além de minisséries A partir dos anos 1970, o Capitão teve participações
Ou em suas palavras: “Um mutante que nasceu como Guerra Rann-Tanagar (em 2005) e Mystery esporádicas em diversas revistas do Universo DC
100 mil anos antes do seu tempo” (e isso tudo in Space (em 2006). No Brasil, as aventuras do
12 anos antes de Stan Lee e Jack Kirby lançarem Capitão Cometa já podiam ser lidas desde 1954
a revista dos X-Men, dando início à galgada na revista S.O.S., da Editora Orbis (a mesma
dos mutantes na cultura pop). Ao atingir que publicava HQs da Mulher-Maravilha com
a idade adulta, e já com domínio de suas o bizarro nome de Super-Mulher).
habilidades, Blake se tornou o super-herói Uma curiosidade: o roteirista Marv
Capitão Cometa. Em sua meteórica carreira, Wolfman homenageou John Broome, seu
ídolo declarado, ao introduzir, pela Marvel,

O CAPITÃO COMETA ERA UM um personagem chamado Cometa na revista

The Man Called Nova 22, em novembro de 1978.
MUTANTE ANTES DOS X-MEN E Nessa edição foi explicado que o Cometa é um
super-herói desaparecido desde os 1950, uma
TINHA UMA ÓTIMA EXPLICAÇÃO alusão direta ao sumiço do Capitão Cometa.

PARA SEUS SUPERPODERES

Não por acaso, a história foi desenhada pelo
experiente Carmine Infantino.

74 | REVISTA MUNDO
 História do Brasil, Portugal e Espanha em
ROMANCES
O Desbravador
UMA AVENTURA EXTRAORDINÁRIA

Em O Desbravador, Aydano Roriz revela os bastidores da

extraordinária Era dos Descobrimentos e dos primeiros
anos da colonização do Brasil. Tempos heroicos, quando,
em busca de vida melhor no Novo Mundo, as pessoas
se metiam em embarcações de madeira, movidas a
vento, para atravessar oceanos. Baseado em fatos reais,
descobertos em profundas pesquisas; devidamente
temperados com doses da melhor ficção; no seu peculiar
estilo bem-humorado e de leitura agradável, o autor
O Desejado
A FASCINANTE HISTÓRIA DE
compôs este romance épico, fascinante e divertido.
DOM SEBASTIÃO
16cm x 23cm
R$ 39,90 360 páginas
Autor: Aydano Roriz
Rei aos três anos de idade. Desaparecido
em batalha aos 24. Descubra segredos
reais, escondidos por quase 500 anos, que
O Fundador mudaram a História. Um livro tão excitante,
Autor: Aydano Roriz que não se consegue parar de ler.
Venturas e desventuras 16cm x 23cm
de Tomé de Sousa, R$ 39,90 400 páginas
Caramuru e Garcia d’Ávila
para fundar, na Bahia, a
primeira capital do Brasil.
16cm x 23cm
R$ 39,00 384 páginas

Carlos Quinto
Autora: Linda Carlino
Ousado, divertido e apaixonante,
Carlos V é um romance histórico
que revela as memórias e
inconfidências desse todo-poderoso
imperador, depois de abdicar do trono. Invasão à Bahia, Jornada dos Vassalos
R$ 39, 90 16cm x 23cm e Invasão a Pernambuco
512 páginas
Autor: Aydano Roriz
Por que eles vieram de tão longe para se apossar do Brasil.
Três grandes romances, repletos de aventura,
Joana, a Louca conhecimento e diversão, da primeira à última página.
Autora: Linda Carlino
Um olhar feminino sobre R$ 39,90 cada ou R$ 89,90 trilogia
os bastidores do poder
na Europa dos séculos 15 e 16.
16cm x 23cm
R$ 39,90 416 páginas

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(11) 3038-5050 (SP), e pelo site www.europanet.com.br/livraria
O FILHO DO DEMÔNIO

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