Você está na página 1de 37

SUMÁRIO

1. HISTÓRIA DA ELETRICIDADE ............................................................................ 3


1.1. Lei de Ohm..................................................................................................... 6

2. INTRODUÇÃO A ELETRICIDADE ...................................................................... 7


2.1. Energia ........................................................................................................... 7
2.2. Eletricidade..................................................................................................... 8
2.3. Grandezas elétricas (Corrente, tensão, resistência e potência) ...................... 9
2.4. Condutores e isolantes ................................................................................... 11

3. GERAÇÃO E TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA...................................... 12


3.1. Fontes de energia elétrica no Brasil ............................................................... 12
3.2. Geração .......................................................................................................... 17
3.3. Transmissão ................................................................................................... 17
3.4. Distribuição .................................................................................................... 17

4. ANÁLISE E EXECUÇÃO DE PROJETOS ELÉTRICOS ....................................... 19


4.1 Simbologias..................................................................................................... 19
4.2. Interpretação de planta baixa elétrica ............................................................. 24
4.3. Diagrama unifilar e multifilar ........................................................................... 27
4.4. Ligações elétricas (série e paralelo) ............................................................... 29
4.5. Conexões elétricas ......................................................................................... 30

5. FERRAMENTAL E EQUIPAMENTOS ................................................................. 33

6. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 37

Página 2
1. A HISTÓRIA DA ELETRICIDADE

A História da eletricidade tem seu início no século VI a.C., na Grécia


Antiga, quando o filósofo Thales de Mileto, após descobrir uma resina vegetal
fóssil petrificada chamada âmbar (elektron em grego), esfregou-a com pele e lã
de animais e pôde então observar seu poder de atrair objetos leves como
palhas, fragmentos de madeira e penas.

Tal observação iniciou o estudo


de uma nova ciência derivada dessa
atração.

Os estudos de Thales foram


continuados por diversas
personalidades, como o médico da
rainha da Inglaterra Willian Gilbert,
que, em 1600, denominou o evento de
atração dos corpos de eletricidade.

Também foi ele quem descobriu


que outros objetos, ao serem atritados com o âmbar, também se eletrizam, e por
isso chamou tais objetos de elétricos.

Em meados de 1730, o físico inglês Stephen Gray identificou que, além


da eletrização por atrito, também era possível eletrizar corpos por contato
(encostando um corpo eletrizado num corpo neutro). Através de tais
observações, ele chegou ao conceito de existência de materiais que conduzem a
eletricidade com maior e menor eficácia, e os denominou como condutores e
isolantes elétricos. Com isso, Gray viu a possibilidade de canalizar a
eletricidade e levá-la de um corpo a outro.

O químico francês Charles Du Fay também contribuiu enormemente para


a melhoria dos estudos da eletricidade, quando, em 1733, propôs a existência de
dois tipos de eletricidade, a vítrea e a resinosa, que fomentaram a hipótese de
existência de fluidos elétricos.

Essa teoria foi, por volta de 1750,


continuada pelo conhecido nos Estados Unidos,
pelo físico e político Benjamin Franklin, que
propôs uma teoria na qual, tais fluidos seriam na
verdade um único fluido. Baseado nessa teoria,
pela primeira vez se conhecia os
termos positivo e negativo na eletricidade.
Franklin também fez outra invenção importante,
o pára-raios. Ele disse que a eletrização de dois
corpos atritados era a falta de um dos dois tipos
de eletricidade em um dos corpos.

Em 1796 na Itália, Alessandro Volta


descobriu que ocorria uma reação química
quando dois metais diferentes ficam em contato
com uma solução acida. Devido esta reação
surgia uma corrente elétrica. A partir daí ele

Página 3
construiu a primeira pilha utilizando discos de cobre e zinco, separados por um
material que continha uma solução acida, essa pilha ficou conhecida como Pilha
de volta.

Em 1827 na Alemanha, George Simon Ohm descobriu a relação entre


corrente, tensão e resistência em um condutor elétrico surgindo uma das mais
utilizadas expressões na eletricidade, “1ª Lei de Ohm” V = R x I. Ele afirmou
que, para um condutor mantido à temperatura constante, a razão entre
a tensão entre dois pontos e a corrente elétrica é constante e a denominou
de resistência elétrica.

Em 1831 na Inglaterra, Michael Faraday


descobre que a variação na intensidade da
corrente elétrica que percorre um circuito fechado
induz uma corrente em uma bobina próxima. Uma
corrente induzida também é observada ao se
introduzir um ímã nessa bobina. Essa indução
magnética teve uma imediata aplicação na geração
de correntes elétricas. Uma bobina próxima a um
ímã que gira é um exemplo de um gerador de
corrente elétrica alternada, tornando os geradores
as principais fontes de suprimento de eletricidade
empregada principalmente na iluminação. Michael
Faraday também estabeleceu as leis da eletrólise,
da capacitância elétrica e inventou o motor elétrico,
o dínamo e o transformador.

Em 1880 nos Estados Unidos, Thomas Alva Edison um empresário


visionário, criou a lâmpada incandescente. Foram necessários enormes
investimentos e milhares de tentativas para descobrir o filamento ideal: um fio de
algodão parcialmente carbonizado, instalado num bulbo de vidro com vácuo,
aquecia-se com a passagem da corrente elétrica até ficar incandescente, sem
derreter, sublimar ou queimar. A primeira lâmpada assim construída brilhou por
48 horas contínuas e nas comemorações do final de ano, uma rua inteira foi
iluminada para demonstração pública.

Thomas Edison projetou e construiu as primeiras usinas geradoras, uma


em Londres e duas nos Estados Unidos. Ambas eram de pequeno porte e
forneciam eletricidade em corrente contínua.

Outro grande inventor foi Nikola Tesla, ele


criou o sistema de geração de energia elétrica
trifásico por corrente alternada. Tesla havia se
mudado para os Estados Unidos em 1884,
estabelecendo-se em Nova Iorque e tornando-se um
assistente do famoso cientista da época Thomas
Alva Edison. Após um sério desentendimento com
este por não haver recebido um gigantesco bônus
prometido por Edison (segundo ele, uma brincadeira)
por algumas de suas aplicações, aprimoramentos e

Página 4
descobertas, Tesla perdeu o emprego e passou por um período difícil, realizando
trabalho braçal.
Em 1887, Tesla conseguiu realizar um contrato com um grande investidor
e vende a sua patente da corrente alternada a George Westinghouse, que
convence o governo americano a adotar o modelo-padrão de corrente alternada
como meio mais eficiente para a distribuição de energia elétrica, contrariando
interesses de seu antigo empregador Thomas Edison.

Em 1903, houve uma disputa comercial entre Thomas Edison e o


inventor Nikola Tesla. Nikola defendia o uso da corrente alternada e Thomas da
corrente contínua. Edison teve, então, a desumana idéia de eletrocutar animais,
dentre eles uma elefanta, para convencer o público dos perigos da corrente
alternada. Essa disputa ficou conhecida como “Guerra das correntes”.

As contribuições para o então entendimento sobre a natureza da


eletricidade tem se aprofundado desde o século XIX, quando a ideia do átomo
como elemento constituinte da matéria foi aceita e, com ela, a convicção de que
a eletricidade é uma propriedade de partículas elementares que compõem o
átomo (elétrons, prótons e nêutrons).

1.1. Lei de Ohm

Como mencionamos anteriormente, Georg Simon Ohm foi um físico


alemão que viveu entre os anos de 1789 e 1854 e
verificou experimentalmente que existem resistores nos
quais a variação da corrente elétrica é proporcional à
variação da diferença de potencial (ddp). Simon realizou
inúmeras experiências com diversos tipos de condutores,
aplicando sobre eles várias intensidades de voltagens,
contudo, percebeu que nos metais, principalmente, a
relação entre a corrente elétrica e a diferença de

Página 5
potencial se mantinha sempre constante. Dessa forma, elaborou uma relação
matemática que diz que a voltagem aplicada nos terminais de um condutor é
proporcional à corrente elétrica que o percorre, matematicamente fica escrita

do seguinte modo: “V = R.i”


Onde:
V É a diferença de potencial, cuja unidade é o Volts (V)
I É a corrente elétrica, cuja unidade é o Àmpere (A)
R É a resistência elétrica, cuja unidade é o Ohm (Ω)

É importante destacar que essa lei nem sempre é válida, ou seja, ela não
se aplica a todos os resistores, pois depende do material que constitui o resistor.
Quando ela é obedecida, o
resistor é dito resistor ôhmico
ou linear.

A expressão
matemática descrita por Simon
vale para todos os tipos de
condutores, tanto para aqueles
que obedecem quanto para os que não obedecem a lei de Ohm. Fica claro que o
condutor que se submete a esta lei terá sempre o mesmo valor de resistência,
não importando o valor da voltagem, e o condutor que não obedece, terá valores
de resistência diferentes para cada valor de voltagem aplicada sobre ele.

Georg Simon Ohm também definiu que quando um resistor é percorrido


por uma corrente elétrica , devida a uma tensão fornecida por uma fonte
de energia, ele se aquece. Esse aquecimento, chamado de efeito Joule, é
resultado da transformação da energia que vem da fonte em energia térmica no
resistor. A energia transformada em calor por unidade de tempo é a potência

dissipada e é calculada pela equação: “P = V.I”


A unidade de medida da potência é
o watt (W).

Por terem essa finalidade de transformar


energia elétrica em energia térmica, os resistores
também estão presentes nos aquecedores elétricos
de ambiente, nos chuveiros elétricos, nos ferros
elétricos de passar roupa, nos soldadores elétricos.

Página 6
2. INTRODUÇÃO A ELETRICIDADE

2.1. Energia

Energia é um termo que deriva do grego "ergos" cujo significado


original é trabalho. Energia na Física está associada à capacidade de
qualquer corpo produzir trabalho, ação ou movimento.

A energia não pode ser criada, mas apenas transformada (primeiro


princípio da termodinâmica) e cada uma capaz de provocar fenômenos
determinados e característicos nos sistemas físicos.

A unidade de energia no sistema internacional de unidades é o joule (J).


O joule é uma unidade derivada, equivalente a 1 newton metro ( )
ou ainda a 1 quilograma metro quadrado por segundo quadrado

( ).

FORMAS DE ENERGIA
Muscular  Animal ou do ser humano;
Calorífica  Madeira, carvão mineral, álcool, petróleo, etc
Solar  Fornecida pelo sol;
Mecânica  Moinho de vento (energia eólica), a energia
obtida por motores que utilizam combustíveis
diversos, e a produzida por motores elétricos;
Química  Baterias e pilhas;

Elétrica  Usinas elétricas e termelétricas;


Nuclear ou atômica  Usinas nucleares ou termonucleares.

Cerca de 40% de CO2 (dióxido de carbono) produzido no mundo é


resultante da geração de energia e calor. Isto ocorre, pois o carvão mineral ainda
é a principal fonte utilizada.

Atualmente, a China é o país que mais lança CO 2 na atmosfera. Isto


ocorre, pois o carvão mineral é muito utilizado na geração de energia. Porém, o
governo chinês vem desenvolvendo, nos últimos anos, uma política de geração
de energia limpa. Este fato faz da China o país que mais produz eletricidade a
partir de fontes de energia limpa.

Um dado positivo é que, desde 2006, os investimentos globais em


energias renováveis aumentaram mais de 500%.

Página 7
2.2. Eletricidade

Na eletricidade básica existem quatro grandezas fundamentais, são elas


TENSÃO ELÉTRICA, CORRENTE ELÉTRICA, RESISTÊNCIA ELÉTRICA E
POTÊNCIA ELÉTRICA, para estudá-las precisamos entender primeiro sobre o
conceito de “cargas elétricas”.

Sabemos que a matéria é constituída por átomos e estes por sua vez são
constituídos por elétrons, prótons, nêutrons e outros. Qualquer corpo em seu
estado normal possui um número igual de elétrons e prótons (corpo neutro). Os
elétrons e os prótons são cargas elétricas e pelo principio das cargas sabe-se
que cargas iguais se repelem e cargas diferentes se atraem.

Em determinados processos, podemos retirar ou adicionar elétrons de um


corpo fazendo com que este corpo fique com um número diferente de elétrons e
prótons, através da indução ou atrito por exemplo. Observe o esquema abaixo:

Nota-se que o corpo A está carregado eletricamente com carga positiva,


possuindo então potencial positivo, já o corpo B está eletricamente carregado
com carga negativa, o que determina seu potencial negativo e o corpo C está
neutro não possuindo potencial.

Eletricidade é o fluxo de elétrons de átomo para átomo em um condutor e


para entendê-la, deve-se pensar na menor parte da matéria, que é o átomo.

Todos os átomos têm partículas chamadas elétrons, que descrevem uma


órbita ao redor de um núcleo com prótons.

O elemento cobre é muito empregado em sistemas elétricos, porque é um


bom condutor de eletricidade. Essa conclusão pode ser facilmente verificada
observando-se a figura ao lado, o átomo de cobre
contém 29 prótons e 29 elétrons, esses elétrons estão
distribuídos em quatro camadas ou anéis, Deve-se
notar, porém, que existe apenas um elétron na última
camada (anel exterior). Esse é o segredo de um bom
condutor de eletricidade, elementos cujos átomos têm
menos de quatro elétrons em seus respectivos anéis
exteriores são geralmente denominados ”bons
condutores”. Elementos cujos átomos têm mais de
quatro elétrons em seus respectivos anéis exteriores são maus condutores. São,
por isso, chamados de isolantes. Poucos elétrons no anel exterior de condutores
são mais facilmente desalojados de suas órbitas por uma baixa voltagem, para
criar um fluxo de corrente de átomo para átomo.

Página 8
.
2.3. Grandezas elétricas (Corrente, tensão DDP, resistência e
potência.

Eletricidade ou energia elétrica, para a maioria das pessoas, traduz-se em


iluminação de ambientes, aquecimento de água e funcionamento de
eletroeletrônicos. Mas, o que acontece quando uma lâmpada acende?

Assim como toda matéria, os condutores (materiais capazes de conduzir


corrente elétrica) são compostos por átomos; por definição corrente elétrica é o
movimento ordenado de elétrons, e, essa grandeza é representada em
cálculos pela letra I e tem como unidade de medida o ampère (A). Logo,
quando uma lâmpada incandescente acende, podemos entender que existe um
fluxo de elétrons pelo condutor, fluxo este provocado por uma diferença de
potencial.

E o que é diferença de potencial?

A diferença de potencial, também conhecida como tensão elétrica é a


força que impulsiona o movimento dos elétrons; essa grandeza é representada
em cálculos pelas letras “U”, “V”, “T” ou “E” e tem como unidade de medida
o volt (V). Em alguns livros de ensino médio é possível que se encontre como
sinônimo de tensão o termo voltagem, que não é bem aceito na área técnica.

O núcleo do átomo exerce uma força sobre o elétron; para que o elétron
se desprenda desse átomo
e aconteça o fluxo é
necessária uma força, que é
chamada tensão.

A essa resistência
oferecida ao fluxo de
elétrons damos o nome de
resistência elétrica e esta
é uma grandeza que pode
ser calculada e medida, é
representada pela letra R
e tem como unidade de
medida o ohm (Ω).

Até então
conseguimos entender que
por meio dos condutores flui um movimento ordenado de elétrons chamado
corrente elétrica, esse movimento se dá por uma força que impulsiona o
movimento dos elétrons, chamada tensão, e existe uma oposição à passagem
da corrente elétrica chamada resistência elétrica.

Página 9
Mas, por que uma lâmpada brilha mais do que outra?

Para respondermos
a essa pergunta devemos
entender o conceito de
potência elétrica que é a
capacidade de realizar
trabalho. Logo, uma
lâmpada brilha mais do que
a outra porque é mais
potente do que a outra. Nos
cálculos a potência é
representada pela letra P
e sua unidade de medida é
o watt (W).

Logo, podemos perceber que quanto maior for a resistência para uma
mesma tensão, menor será a corrente elétrica e vice-versa.

Lei de Ohm: V = RxI Efeito Joule: P = VxI

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1º Exemplo: Utilizando a fórmula I = P / V, pode-se afirmar que a


corrente elétrica que passa pelo resistor de um chuveiro de 5.500W, ligado
a uma tensão de 220 V, é:

Para resolvermos este


exercício basta que apliquemos a
fórmula que está no enunciado:
I = P / V, em que a corrente é igual
à potência dividida pela tensão, por
substituição encontramos:

I = 5.500 / 220 = 25 A.

2º Exemplo: Utilizando a fórmula I = P / V, pode-se afirmar que a


corrente elétrica que passa pelo resistor de um chuveiro de 5.500 W, ligado
a uma tensão de 127 V, é aproximadamente:

Para resolvermos esta questão utilizaremos os mesmos procedimentos


do exemplo anterior, logo basta substituir os valores I = 5.500 / 127 = 43,3 A.
Podemos concluir assim que, no chuveiro, quando ligado em 127 V, circula uma
corrente elétrica maior do que quando ligado em 220 V.

Página
10
2.4. Condutores e isolantes

Todos os corpos são constituídos por átomos e estes são formados por
partículas com pequenas dimensões que são os nêutrons (não possuem carga),
os prótons (partículas de carga positiva) e os elétrons (partículas de carga
negativa). Os
nêutrons juntamente
com os prótons
ficam no interior do
núcleo, e os elétrons
ficam na eletrosfera.
Para manter esses
elétrons sempre em
órbita na eletrosfera,
existem forças
internas que os seguram, não deixando que os mesmos escapem. No entanto,
quanto maior a distância entre a órbita e o núcleo, mais fraca é a força que
mantém o elétron preso ao átomo, pois, dessa forma, pode se mover com certa
liberdade no interior do material, dando origem aos chamados elétrons livres.

O que determina se um material é condutor ou isolante é justamente a


existência dos elétrons livres. São eles os responsáveis pela passagem e
transporte da corrente elétrica através dos materiais. São chamados
de condutores aqueles materiais onde há possibilidade de trânsito da corrente
elétrica através dele como, por exemplo, o ferro. Este é um elemento químico
que possui dois elétrons na última camada, os quais estão fracamente ligados
ao núcleo. Dessa forma, o ferro se torna um ótimo condutor de eletricidade.

Com os materiais isolantes, também chamados de materiais dielétricos,


ocorre o processo inverso. Nesses materiais, os elétrons estão fortemente
ligados ao núcleo atômico, ou seja, eles não possuem elétrons livres ou a
quantidade é tão pequena que pode ser desprezada. Dessa maneira, não
permitem passagem de corrente elétrica. São bons exemplos de materiais
isolantes: o vidro, a borracha, a cerâmica e o plástico.

Página
11
3. GERAÇÃO E TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA

3.1. Fontes de energia elétrica no Brasil

A facilidade de transporte da eletricidade e seu baixo índice de perda


energética durante conversões incentivam o uso da energia em grande escala
no mundo todo, inclusive no Brasil.

Fontes renováveis, como a força das águas, dos ventos ou a energia do


sol e recursos fósseis, estão entre os combustíveis usados para a geração da
energia elétrica. Por meio de turbinas e geradores podemos transformar outras
formas de energia, como a mecânica e a química, em eletricidade.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostra em seu site que, pela


abundância de grandes cursos d’água, espalhados por quase todo o território
brasileiro, a fonte hidrelétrica está no topo da matriz elétrica brasileira. Políticas
públicas, implementadas nos últimos anos, no entanto, têm feito aumentar a
participação de outras fontes nessa matriz.

A utilização de outros recursos naturais para geração de energia elétrica


deve como fontes complementares, por exemplo, energia eólica, energia solar,
biogás, etc.

Página
12
Mas o que é energia eólica?

A energia eólica é, basicamente, aquela obtida da energia cinética (do


movimento) gerada pela migração das massas de ar provocada pelas diferenças
de temperatura
existentes na
superfície do planeta.
Não existem
informações precisas
sobre o período em
que ela começou a ser
aplicada, visto que
desde a Antigüidade
dá origem à energia
mecânica utilizada na
movimentação dos
barcos e em atividades
econômicas básicas
como bombeamento
de água e moagem de
grãos. A geração eólica ocorre pelo contato do vento com as pás do cata-vento,
elementos integrantes da usina. Ao girar, essas pás dão origem à energia
mecânica que aciona o rotor do aerogerador, que produz a eletricidade. A
quantidade de energia mecânica transferida – e, portanto, o potencial de energia
elétrica a ser produzida – está diretamente relacionada à densidade do ar, à
área coberta pela rotação das pás e à velocidade do vento.

O Brasil é favorecido em termos de ventos, que se caracterizam por uma


presença duas vezes superior à média mundial e pela volatilidade de 5%
(oscilação da velocidade), o
que dá maior previsibilidade
ao volume a ser produzido.
Além disso, como a
velocidade costuma ser maior
em períodos de estiagem, é
possível operar as usinas
eólicas em sistema
complementar com as usinas
hidrelétricas, de forma a
preservar a água dos
reservatórios em períodos de
poucas chuvas. Sua operação
permitiria, portanto, a
“estocagem” da energia
elétrica. Finalmente,
estimativas constantes do
Atlas do Potencial Eólico de
2001 (último estudo realizado
a respeito) apontam para um
potencial de geração de energia eólica de 143 mil MW no Brasil, volume superior
à potência instalada total no país, de 105 mil MW em novembro de 2008.

Página
13
E sobre energia solar?

A energia solar chega à Terra nas formas térmica e luminosa. Segundo o


estudo sobre Outras Fontes constante do Plano Nacional de Energia 2030,
produzido pela Empresa de Pesquisa Energética, sua irradiação por ano na
superfície da Terra é suficiente para atender milhares de vezes o consumo anual
de energia do mundo. Essa
radiação, porém, não
atinge de maneira uniforme
toda a crosta terrestre,
dependendo da latitude, da
estação do ano e de
condições atmosféricas
como nebulosidade e
umidade relativa do ar.

Ao passar pela
atmosfera terrestre, a maior
parte da energia solar
manifesta-se sob a forma
de luz visível de raios infravermelhos e de raios ultravioleta. É possível captar
essa luz e transformá-la em alguma forma de energia utilizada pelo homem:
térmica ou elétrica. São os equipamentos utilizados nessa captação que se
determina qual será o tipo de energia a ser obtida.

Se for utilizada uma superfície escura para a captação, a energia solar


será transformada em calor. Se utilizadas células fotovoltaicas (painéis
fotovoltaicos), o resultado será a eletricidade. Os equipamentos necessários à
produção do calor são chamados de coletores e concentradores – pois, além de
coletar, às vezes é necessário concentrar a radiação em um só ponto. Este é o
princípio de muitos aquecedores solares de água.

Para a produção de energia elétrica existem dois sistemas: o heliotérmico


e o fotovoltaico. No primeiro, a irradiação solar é convertida em calor que é
utilizado em usinas termelétricas para a produção de eletricidade. O processo
completo compreende quatro fases: coleta da irradiação, conversão em calor,
transporte e armazenamento e, finalmente, conversão em eletricidade. Para o
aproveitamento da energia heliotérmica é necessário um local com alta
incidência de irradiação solar direta, o que implica em pouca intensidade de
nuvens e baixos índices pluviométricos, como ocorre no semi-árido brasileiro.

Já no sistema fotovoltaico, a transformação da radiação solar em


eletricidade é direta. Para tanto, é necessário adaptar um material semicondutor
(geralmente o silício) para que, na medida em que é estimulado pela radiação,
permita o fluxo eletrônico (partículas positivas e negativas). Segundo o Plano
Nacional 2030, todas as células fotovoltaicas têm, pelo menos, duas camadas
de semicondutores: uma positivamente carregada e outra negativamente
carregada, formando uma junção eletrônica. Quando a luz do sol atinge o
semicondutor na região dessa junção, o campo elétrico existente permite o
estabelecimento do fluxo eletrônico, antes bloqueado, e dá início ao fluxo de
energia na forma de corrente contínua.

Página
14
Assim como ocorre com os ventos, o Brasil é privilegiado em termos de
radiação solar. O Plano Nacional de Energia 2030 reproduz dados do Atlas
Solarimétrico do Brasil e registra que essa radiação varia de 8 a 22 MJ
(megajoules)1 por metro quadrado (m2 ) durante o dia, sendo que as menores
variações ocorrem nos meses de maio a julho, variando de 8 a 18 MJ/m2. Além
disso, complementa o estudo, o Nordeste possui radiação comparável às
melhores regiões do mundo nessa variável. O que, porém, não ocorre com
outras localidades mais distantes da linha do Equador, como as regiões Sul e
Sudeste, onde está concentrada a maior parte da atividade econômica.

Apesar deste potencial e de o uso de aquecedores solares estarem


bastante difundidos em
cidades do interior e na
zona rural, a
participação do sol na
matriz energética
nacional é bastante
reduzida. O que existe
no país são pesquisas e
implantação de projetos
pilotos da tecnologia.
Um deles é o projeto
Sistemas Fotovoltaicos
Domiciliares, da
Universidade de São
Paulo (USP), que
instalou 19 sistemas
fotovoltaicos na
comunidade de São
Francisco de Aiuca,
localizada na Reserva
de Desenvolvimento
Sustentável Mamiruá, no
Amazonas, com produção de 13 kWh (quilowatts-hora) mensais.

A expectativa é que a expansão do número de usinas solares ocorra


exatamente na zona rural, como integrante de projetos de universalização do
atendimento focados em comunidades mais pobres e localizadas a grande
distância das redes de distribuição. O Programa Luz para Todos, lançado em
2003 pelo Ministério de Minas e Energia, instalou diversos sistemas fotovoltaicos
no Estado da Bahia. Com o objetivo de levar energia elétrica a uma população
superior a 10 milhões de pessoas que residem no interior do país, ele contempla
o atendimento das demandas do meio rural através de três tipos de iniciativas:
extensão da rede das distribuidoras, sistemas de geração descentralizada com
redes isoladas e sistemas de geração individuais.

Página
15
E o biogás, como entender essa fonte de energia?

Das fontes para produção de energia, o biogás é uma das mais favoráveis
ao meio ambiente. Sua aplicação permite a redução dos gases causadores do
efeito estufa e contribui com o combate à poluição do solo e dos lençóis
freáticos. Isto porque o biogás é obtido da biomassa contida em dejetos
(urbanos, industriais e agropecuários) e em esgotos.

Essa biomassa passa naturalmente do estado sólido para o gasoso por


meio da ação de microorganismos que decompõem a matéria orgânica em um
ambiente anaeróbico (sem ar). Neste caso, o biogás também é lançado à
atmosfera e passa a contribuir para o aquecimento global, uma vez que é
composto por metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), nitrogênio (N2 ),
hidrogênio (H2), oxigênio (O2) e gás sulfídrico (H2S). A utilização do lixo para
produção de energia
permite o
direcionamento e
utilização deste gás e
a redução do volume
dos dejetos em
estado sólido.

Na verdade,
existem três rotas
tecnológicas para a
utilização do lixo
como energético.
Uma delas, a mais
simples e
disseminada, é a
combustão direta dos
resíduos sólidos.
Outra é a
gaseificação por meio da termoquímica (produção de calor por meio de reações
químicas). Finalmente, a terceira (mais utilizada para a produção do biogás) é a
reprodução artificial do processo natural em que a ação de microorganismos em
um ambiente anaeróbico produz a decomposição da maté- ria orgânica e, em
conseqüência, a emissão do biogás.

No Brasil, além de um projeto piloto segundo o Banco de Informações de


Geração (BIG), da Aneel, em novembro de 2008 existiam três usinas
termelétricas de pequeno porte movidas a biogás em operação. A primeira
delas, inaugurada em 2003, dentro do aterro sanitário Bandeirantes, na cidade
de São Paulo, com capacidade instalada de 20 MW, foi anunciada, à época,
como a maior usina a biogás do mundo. As demais são: São João, também em
aterro sanitário da cidade de São Paulo, com potência instalada de 24,6 MW, e
Energ Biog, com 30 kW de potência, na cidade de Barueri, região da Grande
São Paulo. Além dessas, havia mais sete empreendimentos outorgados,
totalizando 109 MW de potência nos Estados de São Paulo, Bahia, Rio de
Janeiro, Pernambuco e Santa Catarina.

Página
16
3.2. Geração de energia elétrica

A geração de energia elétrica se leva a cabo mediante diferentes


tecnologias. As principais
aproveitam um
movimento rotatório para
gerar corrente alternada
em um alternador. O
movimento rotatório pode
provir de uma fonte de
energia mecânica direta,
como a corrente de uma
queda d'água ou o vento,
ou de um ciclo
termodinâmico.

As principais fontes
de energia elétrica são: Hidráulica, eólica, solar, térmica, carvoeira e nuclear.

3.3. Transmissão

Transmissão de energia
elétrica é o processo de
transportar energia entre dois
pontos. O transporte de energia
elétrica é realizado por linhas de
transmissão de alta potência,
geralmente usando corrente
alternada, que, de uma forma
mais simples, conecta uma
usina ao consumidor.
A transmissão de energia é
dividida em duas faixas: a
transmissão, propriamente dita,
para potências mais elevadas e
ligando grandes centros e
centrais de distribuição; e a
distribuição, usada dentro de centros urbanos para levar, por exemplo, a
energia de uma central de distribuição até os consumidores finais.

3.4. Distribuição

A rede de distribuição de energia elétrica é um segmento do sistema elétrico


composto pelas redes elétricas primárias (redes de distribuição de média tensão)
e redes secundárias (redes de distribuição de baixa tensão), cuja construção,
manutenção e operação é responsabilidade das companhias distribuidoras de
eletricidade.

As redes de distribuição primárias são circuitos elétricos trifásicos a três fios


(três fases) ligados nas subestações de distribuição. Normalmente são
construídas nas classes de tensão 15 KV, 23 KV, ou 34,5 KV.
Página
17
Nas redes de distribuição primárias estão instalados os transformadores de
distribuição, fixados em postes, cuja função é rebaixar o nível de tensão primário
para o nível de tensão secundário (para rebaixar de 13,8 KV para 220 volts).

As redes de distribuição secundárias são circuitos elétricos trifásicos a


quatro fios (três fases e neutro) e normalmente operam nas tensões (fase-
fase/fase-neutro) 230/115 volts, 220/127 volts, 380/220 volts. Nestas redes estão
ligados os consumidores, que são residências, padarias, lojas, etc., e também as
luminárias da iluminação pública.

São caracterizados pela


DISTRIBUIÇÃO (até a
medição, inclusive) os
consumidores industriais,
comerciais, urbanos e
rurais.

A diferença está nos níveis


de tensão em que são
atendidos esses
consumidores em função de
sua demanda.

Página
18
4. ANÁLISE E EXECUÇÃO DE PROJETOS ELÉTRICOS

4.1 Simbologia

A norma da ABNT que regulamenta os símbolos gráficos para instalações


elétricas prediais é a NBR-5444, publicada em 1989. A construção da simbologia
desta Norma é baseada em figuras geométricas simples, para permitir uma
representação adequada e coerente dos dispositivos elétricos.

Esta Norma se baseia na conceituação simbológica de quatro elementos


geométricos básicos: o traço, o círculo, o triângulo equilátero e o quadrado.

Traço Polegadas Milímetros


1/2 15
O seguimento de reta
3/4 20
representa o eletroduto. Os
diâmetros normalizados são 1 25

segundo a NBR 5626, convertidos 1 1/4 32

em milímetros, usando-se a Tabela 1 1/2 40


a seguir: 2 50

2 1/2 60
Círculo
3 75
Representa três funções 4 100
básicas: o ponto de luz, o interruptor
e a indicação de qualquer dispositivo embutido no teto. O ponto de luz deve ter
um diâmetro maior que o do interruptor para diferenciá-los. Um elemento
qualquer circundado indica que este se localiza no teto. O ponto de luz na
parede (arandela) também é representado pelo círculo.

Triângulo equilátero

Representa as tomadas em geral. Variações acrescentadas a ela indicam


mudança de significado e função (tomadas de luz e telefone, por exemplo), bem
como modificações em seus níveis na instalação (baixa, média e alta).

Quadrado

Representa qualquer tipo de elemento no piso ou conversor de energia


(motor elétrico). De forma semelhante ao círculo, envolvendo a figura, significa
que o dispositivo localiza-se no piso.

A seguir estudaremos as simbologias mais usadas em projetos elétricos


para auxiliar nosso entendimento.

 Tabela: Dutos e distribuição.

Página
19
Página
20
 Tabela: Quadros de distribuição.

 Tabela: Interruptores

Página
21
 Tabela: Luminárias, refletores e lâmpadas.

Página
22
 Tabela: Tomadas.

Página
23
4.2. Interpretação de planta baixa elétrica

Ao iniciar qualquer tipo de instalação elétrica, o eletricista deve estar


ciente da existência de um projeto elétrico. Obras que contem este
documento facilitam muito a execução de uma instalação, pois assim inicia-
se o trabalho a partir de um planejamento bem definido.

Quando vamos executar uma instalação elétrica qualquer, necessitamos


de vários dados como: localização dos elementos, percursos de uma
instalação, condutores, distribuição da carga.

Para que possamos representar estes dados, somos obrigados a utilizar a


uma planta baixa da instalação. Nesta planta baixa, deve estar representado
o seguinte:

 A localização dos pontos de consumo de energia elétrica, seus comandos


e indicações dos circuitos a que estão ligados;

 A localização dos quadros e centros de distribuição;

 O trajeto dos condutores e sua projeção mecânica (inclusive dimensões


dos condutos e caixas);

 Um diagrama unifilar discriminando os circuitos, seção dos condutores,


dispositivos de manobra e proteção;

 As características do material a empregar, suficientes para indicar a


adequabilidade de seu emprego tanto nos casos comuns, como em
condições especiais.

Vale ressaltar alguns trechos importantes da NBR-5410, para definição de


pontos de iluminação e tomadas como segue:

9.5.2 Previsão de carga

9.5.2.1 Iluminação

“9.5.2.1.1 - Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto pelo


menos um ponto de luz fixo no teto, comandado por interruptor”.

“9.5.1.2 - Em cômodo ou dependências com área superior a 6m², deve


ser prevista uma carga mínima de 100 VA para os primeiros 6m², acrescida
de 60 VA para cada aumento de 4m² inteiros”.

NOTA Os valores apurados correspondem à potência destinada a iluminação


para efeito de dimensionamento dos circuitos, e não necessariamente à potência
nominal das lâmpadas.

Página
24
9.5.2.2 Pontos de tomada

9.5.2.2.1 Número de pontos de tomada

“9.5.2.2.1 O número de pontos de tomada deve ser determinado em


função da destinação do local e dos equipamentos elétricos que podem ser
aí utilizados, observando-se no mínimo os seguintes critérios:

a) em banheiros, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada,


próximo ao lavatório, atendidas as restrições de 9.1;

b) em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço, cozinha-área de


serviço, lavanderias e locais análogos, deve ser previsto no mínimo um
ponto de tomada para cada 3,5 m, ou fração, de perímetro, sendo que
acima da bancada da pia devem ser previstas no mínimo duas tomadas
de corrente, no mesmo ponto ou em pontos distintos;

c) em varandas, deve ser previsto pelo menos um ponto de tomada;

NOTA Admite-se que o ponto de tomada não seja instalado na própria varanda, mas
próximo ao seu acesso, quando a varanda, por razões construtivas, não
comportar o ponto de tomada, quando sua área for inferior a 2 m2 ou, ainda,
quando sua profundidade for inferior a 0,80 m.

d) em salas e dormitórios devem ser previstos pelo menos um ponto de


tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, devendo esses pontos
ser espaçados tão uniformemente quanto possível;

NOTA Particularmente no caso de salas de estar, deve-se atentar para a


possibilidade de que um ponto de tomada venha a ser usado para alimentação
de mais de um equipamento, sendo recomendável equipá-lo, portanto, com a
quantidade de tomadas julgada adequada.

e) em cada um dos demais cômodos e dependências de habitação devem


ser previstos pelo menos:

- um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for igual ou


inferior a 2,25 m2. Admite-se que esse ponto seja posicionado
externamente ao cômodo ou dependência, a até 0,80 m no máximo de
sua porta de acesso;

- um ponto de tomada, se a área do cômodo ou dependência for superior a


2,25 m2e igual ou inferior a 6 m2;

- um ponto de tomada para cada 5 m, ou fração, de perímetro, se a área do


cômodo ou dependência for superior a 6 m2, devendo esses pontos ser
espaçados tão uniformemente quanto possível.

A seguir apresentamos uma planta baixa elétrica de uma risdência


simples com apenas cinco cômodos, segue tammbém a legenda para auxílio.

Página
25
Página
26
4.3. Diagrama unifilar e multifilar

 Diagrama unifilar

O diagrama unifilar é um desenho que utilizando simbologia específica,


representa graficamente uma instalação elétrica, indicando, sobre a planta
arquitetônica:

• os pontos de luz e as tomadas;


• a posição dos eletrodutos;
• a localização dos quadros de distribuição;
• a divisão dos circuitos;
• o número e a caracterização dos condutores dentro dos eletrodutos.

Tanto aspectos do circuito elétrico como do caminhamento físico da


instalação são contemplados no diagrama unifilar.

Quanto ao circuito elétrico, o diagrama unifilar deve indicar para cada


carga (ponto de luz, tomada, ou aparelho específico), os correspondentes
elementos básicos:

• fonte (ponto de suprimento ou quadro de distribuição);


• circuito parcial a que pertence;
• pontos de comando (interruptores e chaves associados);
• condutores associados.

Para ilustrar esses conceitos, considera-se uma fonte (fase e neutro) e


uma lâmpada, que deve ser comandada por um interruptor, conforme
mostrado na figura abaixo.

Nota-se que, embora a primeira vista o interruptor (1-2) poderia inserir-se


no trecho do circuito Fase/Lâmpada (entre os pontos F e 3) ou no circuito
Neutro/Lâmpada (entre os pontos N e 4), é obrigatório, por norma, inseri-lo
no trecho que contém a fase (F). Isto ocorre para que se garanta maior
segurança na manutenção da luminária, mantendo-a com o potencial do
neutro, quando o interruptor estiver aberto. Caso se interrompesse o neutro,
o potencial da lâmpada seria sempre igual ao da fase, o que não é
conveniente.

Há uma nomenclatura própria para os três condutores que constituem os


três trechos do circuito:

Página
27
• O condutor do trecho F/1, é designado por condutor FASE ou
simplesmente FASE e está sempre no potencial da fase (110V, 115V, 127V
ou 220V);

• O condutor do trecho N/4, é designado por condutor NEUTRO ou


simplesmente NEUTRO, e está no potencial do neutro quando a lâmpada
está desligada e muito próximo dele quando a lâmpada esta energizada.

• O condutor do trecho 2/3, é designado por retorno e ora está no


potencial do neutro quando a lâmpada esta desligada, ora está no potencial
da fase quando a lâmpada estiver acesa.

Nota-se que podem ocorrer situações particulares em que circuitos são


alimentados por duas fases, ao invés de uma fase e um neutro. Neste caso,
esses dois trechos são designados por fase, e necessariamente há a
interrupção de uma fase pelo interruptor.

Abaixo segue o modelo do diagrama unifilar correspondente a planta


residencial que já vimos estudando.

Podemos observar alguns componentes do sistema como:

• Disjuntores (alimentação geral e circuitos);


• Condutores (fases, neutro, terra e dimensionamento);
• DDR (dispositivo diferencial residual, por grupo de circuitos);
• DPS (dispositivo de proteção contra surtos);
• Quadro de distribuição;
• Identificação dos circuitos; etc.

 Diagrama multifilar

O diagrama multifilar é representação mais minuciosa de uma instalação


elétrica, assim como no diagrama unifilar ele também mostra todos
os condutores e componentes. Mas, além disso ele tenta representar os
componentes da instalação bem como os condutores em sua posição
correta.

Representa com clareza todos os componentes, não considerando sua


posição física na instalação, considerando todos os fios utilizados nas
conexões de forma objetiva. É utilizado somente para circuitos elementares,
pois se o circuito é complexo sua representação torna-se confusa

Página
28
Desenhando em plano tridimensional ele representa detalhes de
componentes e conexões. Devido sua complexidade este diagrama é menos
usado, sua interpretação para grandes circuitos é bastante complexa.

Abaixo segue o modelo de diagrama multifilar referente a planta


residencial que estamos estudando.

Observação: O diagrama acima representa a mesma instalação do


diagrama unifilar da página anterior.

4.4. Ligações elétricas (série e paralelo)

 Ligação em série

As lâmpadas são ligadas


em sequência, nesta ligação
você pode usar várias lâmpadas
ligadas ao mesmo circuito,
desde que o mesmo esteja
dimensionado para tal
montagem, a desvantagem de
uma ligação em série, é que se
queimar uma lâmpada, as
outras que estão ligadas em
sequência com esta lâmpada se
apaga também, é o caso
daqueles cordões de iluminação
Página
29
para enfeite de natal os famosos pisca pisa, queimou uma a sequência
adiante toda se apaga, para solucionar o problema é só identificar a lâmpada
queimada, e fazer a substituição da mesma que tudo volta a funcionar
normalmente.

Sempre é bom usar lâmpadas da mesma potência neste tipo de ligação,


vale também lembrar que este tipo de ligação não é usado em uma
iluminação residencial ou para iluminar locais escuros, a aplicação desse tipo
de ligação se dá mais a aparelhos eletrônicos bem como enfeites de natal,
por exemplo, o pisca-pisca.

 Ligação em paralelo

Nas ligações em paralelo, uma lâmpada é ligada no terminal da outra,


você poderá ligar quantas lâmpadas quiser desde que dimensione o circuito
elétrico para isso.

Na ligação em paralelo, as
lâmpadas funcionam umas
independentes das outras, se
uma lâmpada queima, as
outras continuam funcionando
normalmente sem apagar, ao
contrário da ligação em série,
que se uma lâmpada queimar
as outras em sequência se
apagarão, pois as mesmas
funcionam simultaneamente.

A ligação em paralelo pode


ser usada em galpões, áreas indústrias e em ambientes residenciais, onde
existe a necessidade de interligar um conjunto de lâmpadas em um só
disjuntor ou outros dispositivos elétricos.

4.5. Conexões elétricas

Conexão elétrica significa estabelecer uma ligação entre dois ou mais


pontos discretos permitindo a continuidade do fluxo de elétrons, corrente
elétrica. Nas instalações elétricas em geral, as conexões são indispensáveis
e fundamentais para o funcionamento correto dos circuitos.

“As conexões de condutores elétricos entre si e com outros


componentes da instalação devem garantir a continuidade elétrica durável,
adequada proteção e limite mecânico”.

A NBR-5410:2004, determina as condições que devem ser considerada


na seleção dos meios de conexão:

a) O material dos condutores, incluindo sua isolação;


b) A quantidade de fios e o formato dos condutores;
c) A seção dos condutores;

Página
30
d) O número de condutores a serem conectados conjuntamente.

“As conexões devem ser acessíveis para verificação, ensaios e


manutenção, exceto nos seguintes casos:
a) emendas de cabos enterrados; e
b) emendas imersas em compostos ou seladas.

A conexão elétrica pode ser efetuada utilizando-se dos seguintes


procedimentos:

 Conectores

 Terminais

 Emendas de condutores entre si e olhal.

 Conectores e terminais

Os conectores e terminais
são dispositivos que têm a
finalidade de interligar os
condutores com
equipamentos, com
barramentos e condutores
entre si.

Página
31
 Emendas de condutores elétricos entre si

Esta operação consiste em unir dois ou mais condutores, cuja finalidade é


prolongar ou derivar esses mesmos condutores.

As emendas de condutores entre si podem ser realizadas de quatro


formas, de acordo com a necessidade, a saber:

a) Emenda em prolongamento: Este tipo de emenda tem por finalidade unir


dois condutores para dar prolongamento aos mesmos, para restabelecer
a continuidade elétrica do circuito. Recomendada a sua utilização em
linhas abertas.

b) Emenda em derivação: Quando se deseja tomar a energia elétrica de uma


rede para derivar a um dispositivo ou a outro circuito, utiliza-se este tipo
de emenda.

c) Emenda tipo rabo de rato ou condutores torcidos: Este tipa de emenda é


utilizada em caixas de derivação ou de passagem.

Esta operação tem por


finalidade prolongar ou derivar os
condutores para atender uma
necessidade específica. É a
emenda utilizada em instalações
embutidas.

Página
32
d) Olhal: Tem por finalidade conectar condutores rígidos diretamente aos
bornes ou nas conexões de dispositivos, tais como: interruptores,
tomadas, receptáculos, disjuntores, barramentos de quadros de
distribuição e painéis, etc.

5. Ferramental e equipamentos

Para a realização de suas tarefas do dia-a-dia, o profissional da área


eletroeletrônica necessita não só do conhecimento teórico, mas também de
uma série de equipamentos, componentes e ferramentas que o auxiliam
nesse trabalho. Este texto apresenta as ferramentas e equipamentos mais
usados em eletricidade.

 Alicates

O alicate é uma ferramenta de aço forjado, composta de dois braços e um


pino de articulação. Cada uma das extremidades de cada braço (cabeça)
pode ser em formato de garras, de lâminas de corte ou de pontas que
servem para segurar, cortar, dobrar ou retirar peças de determinadas
montagens.

Existem vários modelos de alicates, cada um adequado a um tipo de


trabalho. Em serviços de eletricidade, os alicates mais usuais são os
seguintes:

Universal Corte diagonal Bico Decapador

Página
33
O alicate universal é o modelo mais conhecido e usado de toda a família
dos alicates. Esse tipo de alicate é uma das principais ferramentas usadas
pelo eletricista, pois serve para prender, cortar ou dobrar condutores.

Este alicate é composto de dois braços articulados por um pino ou eixo,


que permite abri-lo e fechá-lo, e em uma das extremidades se encontram
suas mandíbulas. Os tipos existentes no mercado variam principalmente em
relação ao acabamento e ao formato da cabeça.

O alicate de corte diagonal serve para cortar condutores.

O alicate de bico é utilizado para fazer olhal em condutores com


diâmetros diferentes, de acordo com o parafuso de fixação.

O alicate decapador possui mandíbulas reguláveis para decapar a


isolação com rapidez e sem danificar o condutor.

Outro alicate usado pelo eletricista instalador é o alicate gasista, também


chamado de alicate bomba d’água, que possui mandíbulas reguláveis, braços
não isolados e não tem corte. Serve para montar rede de eletrodutos, e
especificamente buchas e arruelas.

 Chave de fenda

A chave de fenda comum ou chave de parafuso é uma ferramenta manual


utilizada para apertar e desapertar parafusos que apresentam uma fenda ou
ranhura em suas cabeças.

Ela é constituída por uma haste de aço-carbono ou aço


especial, com uma das extremidades forjada em forma de cunha
e outra, em forma de espiga prismática ou cilíndrica estriada, encravada
solidamente em um cabo.

O cabo normalmente é feito de material isolante rígido com


ranhuras longitudinais que permitem uma boa empunhadura do
operador e impedem que a ferramenta escorregue da mão.

A região da cunha da chave de fenda é temperada para resistir à ação


cortante das ranhuras existentes nas fendas dos parafusos. O restante da
haste deve apresentar uma boa tenacidade para resistir ao esforço de torção
quando a chave de fenda estiver sendo utilizada.

Para permitir o correto ajuste na fenda do parafuso, as chaves de fenda


comuns de boa qualidade apresentam as faces esmerilhadas em planos
paralelos, próximo ao topo.

A finalidade dessas faces esmerilhadas é dificultar o escorregamento da


cunha na fenda do parafuso quando ele está sendo apertado ou
desapertado. Isso evita que a fenda do parafuso fique danificada e protege o
operador de acidentes devidos ao escorregamento da ferramenta.

Página
34
Além da chave de fenda comum, existem alguns outros modelos
indicados para o uso em trabalhos da área eletroeletrônica. Elas são:

Chave Chave
Philips Tipo Canhão

A chave Philips é uma variante da chave de fenda. Nela, a extremidade


da haste, oposta ao cabo, tem o formato de cruz. É usada em parafusos que
usam este tipo de fenda.

A chave tipo canhão tem na extremidade de sua haste um alojamento


com dimensões iguais às dimensões externas de uma porca. Esse tipo de
chave serve para a colocação de porcas.

Como qualquer outra ferramenta, a chave de fenda requer cuidados


especiais de manuseio e armazenamento. Para que a chave de fenda se
mantenha em perfeito estado para uso, deve-se seguir os seguintes cuidados
de manuseio:
 Não usar o cabo da chave como um martelo;
 Não usar a chave para cortar, raspar ou traçar qualquer material;
 Usar a chave adequada ao tamanho e tipo do parafuso;
 Jamais esmerilhar ou limar a cunha da chave.

Para evitar acidentes, ao apertar parafusos, a peça deve estar apoiada


em um lugar firme. Do contrário, a chave poderá escorregar e causar
ferimentos na mão que estiver segurando a peça.

 Instrumentos de medição de grandezas elétricas

Sabemos que, corrente, tensão e resistência são grandezas elétricas e


por isso, podem ser medidas. Existem vários instrumentos para medição
dessas grandezas elétricas, iremos abordar os dois principais, multímetro
digital e o alicate volt-amperímetro.

O multímetro digital e o volt-


amperímetro alicate são instrumentos
dotados de múltiplas funções: com
eles é possível fazer medições de
tensão, corrente, resistência. Com
alguns de seus modelos pode-se,
também, testar componentes
eletrônicos, e até mesmo medir outros
tipos de grandezas.

Com a utilização do multímetro


digital a leitura dos valores
observados é de fácil execução, pois
eles aparecem no visor digital, sem a

Página
35
necessidade de interpretação de valores como ocorre com os instrumentos
analógicos, ou seja, que têm um mostrador com um ponteiro.

Antes de se efetuar qualquer medição, deve-se ajustar o seletor de


funções na função correta, isto é, na grandeza a ser medida (tensão, ou
corrente, ou resistência) e a escala no valor superior ao ponto observado.
Quando não se tem idéia do valor a ser medido, inicia-se pela escala de
maior valor, e de acordo com o valor observado, diminui-se a escala até um
valor ideal.

Observação: Nunca se deve mudar de escala ou função quando o


instrumento de medição estiver conectado a um circuito ligado, porque
isso poderá causar a queima do instrumento. Para a mudança de
escala, deve-se desligar antes o circuito. Para a mudança de função,
deve-se desligar o circuito, desligar as pontas de prova, selecionar a
função e escala apropriadas, antes de conectar as pontas de prova no
circuito.

Para a medição de tensão elétrica as pontas de prova do instrumento


devem ser conectadas aos pontos a serem medidos, ou seja, em paralelo.

Nas medições da corrente elétrica, o circuito deve ser interrompido e o


instrumento inserido nesta parte do circuito, para que os elétrons que estão
circulando por ele passem também pelo instrumento e este possa informar o
valor dessa corrente. Desse modo, o instrumento deve ser ligado em série.

Para a medição de resistência elétrica, o resistor desconhecido deve estar


desconectado do circuito. Se isto não for feito, o valor encontrado não será
verdadeiro, pois o restante do circuito funcionará como uma resistência. Além
disso, se o circuito estiver energizado poderá ocorrer a
queima do instrumento.

 Alicate Volt-amperímetro

Para a medição de tensão e resistência com o alicate


volt-amperímetro deve-se, seguir os mesmos
procedimentos empregados na utilização do multímetro.

Na medição de corrente elétrica, o manuseio do


alicate volt-amperímetro difere do manuseio do
multímetro, pois com ele não é necessário interromper o
circuito para colocá-lo em série. Basta abraçar o condutor
a ser medido com a garra do alicate.

É indispensável em instalações industriais, para


medições da corrente elétrica de motores,
transformadores, cabos alimentadores de painéis.

Antes de utilizar qualquer instrumento de medição, é


necessário que se consulte o manual do instrumento, no qual são descritas
particularidades e formas de utilização, pois de um instrumento para outro
ocorrem diferenças significativas.

Página
36
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MATSUMI, Carlos T. - Instalações Elétricas Industriais - IFSC

CAMPOS, Luiz Fernado L. - Apostila de ELETRICIDADE BÁSICA

MAMEDE FILHO, João. Instalações Elétricas Industriais. 8ª Edição,


Editora LTC, Rio de Janeiro, 2010.

SILVA, Marco Aurélio - FÍSICA, Lei de ohm - Brasil escola

CCEE, Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - FONTES

ABNT – NBR 14039:2003 - Instalações elétricas de média tensão de 1,0


kV a 36,2 kV

CREDER, Hélio. Instalações Elétricas , 15ª Edição, Editora LTC, Rio de


Janeiro, 2007.

ABNT – NBR 5444:1989 - Símbolos gráficos para instalações elétricas


prediais

CESP - Manual de segurança do eletricista.

SENAI/SP - Conteúdos extraídos de diversas apostilas.

LIMA FILHO, Domingos Leite. Projeto de Instalações Elétricas Prediais,


11ª
Edição , Editora Érica , São Paulo, 2007.

ABNT – NBR 6148:1997 - Condutores isolados com isolação extrudada


de cloreto de polivinila (pvc) para tensões até 750 V - Sem cobertura

Catálogos e sites das empresas: PRYSMIAN, SIEMENS, SYLVANIA,


WEG, PHILIPS,.

Página
37

Você também pode gostar