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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

RODRIGO PARMEGGIANI

EMOÇÃO NO VIÉS PSICOSSOCIAL

CURITIBA
2019
EMOÇÃO NO VIÉS BIOPSICOSSOCIAL

As emoções desde muito tempo foram objetos de investigações e


reflexões por parte de filósofos, artistas, religiosos, e mais recentemente na
história da humanidade, os psicólogos. Essas reações produzidas pelo corpo,
foram até substancializadas, ou seja, os fenômenos ou processos que são,
acabaram por ganhar nomes, tornaram-se substantivos. Disso decorreu a
categorização delas, as boas e as más, as emoções pecadoras e virtuosas.
Além disso, como as emoções dialogam com a característica humana da
racionalidade? Existe um contraste evidente ou uma inter-relação em suas
conexões? Nosso comportamento é condicionado pela razão ou emoção? Ou
as duas?
Mas hoje, o que a psicologia, a área que trata, grosso modo, do
comportamento e as funções mentais, pode ajudar no entendimento disso tudo.
Daniel Goleman, em seu livro Inteligencia Emocional, trará algumas
considerações acerca do que são as emoções, segundo ele:

“Eu entendo que emoção se refere a um sentimento e seus


pensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos, e a
uma gama de tendências para agir. Há centenas de emoções,
juntamente com suas combinações, variações, mutações e
matizes. Na verdade, existem mais sutilezas de emoções do
que palavras que temos para defini-las” (GOLEMAN, 1995,
p.303).

Interessante notar que, existem emoções básicas, ou seja , emoções


que são reconhecidas por diferentes povos e culturas de todo o mundo, o que
sugere universalidade, por exemplo, o medo, a ira, a tristeza e alegria
(GOLEMAN, 1995).
Segundo Goleman, dessas emoções básicas, que detém um núcleo que
as caracteriza de forma total, deveriam os estados de espírito, que são mais
contidos e duram menos, e além desses, o temperamento, que seria a
disposição para evocar uma determinada emoção ou estado de espírito, e por
fim os distúrbios das emoções, onde a pessoa se encontra num estado tóxico.
Goleman ainda ilustra a distinção existe entre mente emocional e mente
racional. A mente emocional é muito mais rápida que a racional, ou seja,
“quando a poeira assenta, ou mesmo durante a reação, aí pensamos: ‘por que
fiz isso?’ - este é o sinal de que a mente racional percebeu o que aconteceu,
mas não com a agilidade da mente emocional” (GOLEMAN, 1995, p. 306).
Assim a mente emocional, frente a algum estímulo externo acaba
imperando sobre a racional que:

“[…] por outro lado, em geral não decide que emoções


devemos ter. Ao contrário, nossos pensamentos em geral nos
chegam como um fait accompli. Diante disso, o que a mente
racional pode fazer é controlar o curso de nossa reação. Salvo
exceções, não decidimos quando fica furiosos, tristes, etc”
(GOLEMAN, 1995, p. 308).

A ABORDAGEM PSICOSSOCIAL
De modo a ficar ilustrado objetivamente, deve-se definir em que se
constitui essa abordagem psicossocial. Ela surge a partir da Medicina
Psicossomática que propõe uma visão mais integral do ser humano, em que
considera que vários são os fatores que contribuem para a formação de
determinado indivíduo, como por exemplo, os fatores: biológicos, psicológicos,
e sociais:

“[…] o nível biológico diz respeito às características da


condição físicas do ser humano, herdadas no nascimento e/ou
adquiridas ao longo de sua vida. Neste nível estão incluídos o
metabolismo, as resistências e vulnerabilidades dos seres
humanos. Já o nível psicológico, refere-se ao interior do
indivíduo levando em consideração as emoções, processos
afetivos e de raciocínio (consciente e inconsciente), aspectos
estes que contribuem para a formação da personalidade,
interferindo no estilo cognitivo através no modo de perceber e
se posicionar diante dos semelhantes e das circunstâncias da
vida. Paralelamente, o nível social incorpora um conjunto de
valores e crenças, o papel e relação da família, no trabalho e
no ambiente em que vive atrelado ao papel que cada indivíduo
desempenha na sociedade” (BRITO, L.C. et al. 2014, p. 25).
Levando-se em consideração este tipo complexo e completo de
abordagem, as emoções, podem ser compreendidas como um conjunto de
respostas do organismo, que derivam de um ambiente (aspecto social), de um
fator biológico, já que é o organismo humano que percebe as sensações do
ambiente (aspecto biológico) e por fim de um fator que caracteriza a mente
humana e suas complexas relações neurais cerebrais (aspecto psicológico).
Esses três fatores ou aspectos da constituição da abordagem biopsicossocial,
são interessantes pois possibilitam analisar o fenômeno da emoção, não em
separado, mas sim, dentro de uma abrangência maior, de forma a poder tornar
mais compreensível esses fenômenos que regem as vidas dos indivíduos
cotidianamente, são gatilhos para uma infinidade de acontecimentos como
traumas, momentos felizes, crimes, etc.

REFERÊNCIAS
GOLEMAN, daniel. Inteligência Emocional, a teoria revolucionária que
redefine o que é ser inteligente. Objetiva. Rio de Janeiro, 1995.

BRITO, L.C. et al. A Abordagem Biopsicossocial Em Profissionais De Nível


Operacional, Intermediário E Liderança, Um Estudo Em Organizações
Públicas E Privadas. Revista Inova ação. Teresina, v. 3, n. 1, art. 2, p. 19-33,
jan./jun. 2014.

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