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BRYAN
LUARA RAMOS MARTINS DE ALBUQUERQUE
LUCAS CAMPAROTO DE SOUZA
MARCOS ANTONIO DE OLIVEIRA SANTIAGO
PAMELA SILVANO SANTIAGO
SOFIA RIBEIRO DO VALLE DE SA
DIREITO ROMANO
CURITIBA
2019
SUMÁRIO
1. FICHAMENTOS ...............................................................................................................
1.1. MALERBA, Jurandir...................................................................................
1.2. ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira. .....................................................................
2. RELATÓRIO DE PESQUISA....................................................................................
2.1. Conceito e Finalidade do Direito Romano...................................................................
2.2. O que se fala e como se fala do direito romano e da sociedade romana na
internet......................................................................................................................
2.3. Entrevista com algum romanista ou civilista falando da sociedade romana e do
direito romano.........................................................................................................
3. ANÁLISE CRÍTICA DO USO DO DIREITO ROMANO PELA ACADEMIA E PELO
HISTORIADOR PÚBLICO...............................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................
No contexto de ataques ao ensino das ciências humanas nas escolas provocadas por
movimentos como o da Escola Sem Partido, principalmente da matéria de história, a
expansão da história pública se mostra como uma medida contra a tentativa de um ensino
supostamente neutro, o qual acabará tornando a história cada vez mais elitista, unilateral
e, consequentemente, desigual.
A história pública tem como característica um olhar diverso, que objetiva expandir os
espaços de discussão acerca da história, não sendo mais restrito ao ambiente acadêmico.
Além disso, procura aumentar o protagonismo de outros agentes sociais que buscam seu
espaço na sociedade, inclusive dentro da história, com a construção de uma visão histórica
sobre suas próprias identidades. Para isso, de acordo com o texto, a tecnologia se mostra
como um grande aliado na ampliação das relações de conhecimento, visto que inova a
noção do que é público e, assim, transforma a forma de narrar os acontecimentos históricos.
Mais do que explorar novos âmbitos de pesquisa, a história pública também requere que o
historiador tenha uma reconfiguração do seu papel, adaptando-se em relação a uma
história que pretende alcançar, cada vez mais, o público.
Embora falar sobre história pública pareça simplificar o debate histórico, a realidade,
segundo o texto, é que a publicização da história significa inserir múltiplas redes de
narrativas vivas da coletividade na discussão da história. Nessa perspectiva que reside a
grande dificuldade do historiador, que é conciliar tantas narrativas diferentes, fazendo com
que várias vozes possam ser ouvidas, construindo um passado funcional para os diferentes
grupos. A história pública é, antes de uma atividade intelectual, uma ação política, visto que
retrata de temas que não estão presentes no contexto da academia. Logo, por ser político,
de acordo com a autora, a publicização afasta-se da visão que haja uma ciência neutra e
sem aspectos políticos na construção histórica porque a história pública almeja ser o mais
acessível, ou seja, democrática possível. Tal fato não significa, porém, que há uma
despreocupação com a seriedade do trabalho histórico com o uso de métodos científicos e
procedimentos. O que se discute, na verdade, é uma reformulação no modo analítico de se
fazer história, tendo, como fim, ampliar o debate acadêmico e inserindo novos agentes e
demandas sociais na construção.
No texto, o cerne da questão é mostrar que uma publicização da história não significa
simplificar o debate histórico, e muito menos torná-lo não científico. Na realidade, não são
conceitos excludentes, mas complementares. Uma abordagem histórica mais democrática
e científica, segundo a autora, pode atingir um público amplamente maior e discutir as
questões históricas de maneira coletiva. Isso é exposto em contraste às tentativas de vários
historiadores que objetivaram criar uma história daqueles que eram excluídos, uma história
vista “de baixo”. Porém, de acordo com a autora, tal tentativa não dialogava com os agentes
sociais que se tentava retratar, ou seja, eram narrativas que não davam voz aos que
estavam sendo estudados e, muitas vezes, retratava-os como vítimas e ignorando eles
como os protagonistas de sua própria vida. Tal exposição seria um reducionismo histórico
e não incluiria os próprios retratados como auxiliares na construção da própria história,
sendo eles alvos, portanto, de produções históricas elitistas que visam a divulgação em
massa de produções que seguem a lógica do mercado.
Nesse âmbito, com o objetivo de se construir uma história com o público, o historiador
deve reconhecer os novos protagonistas que exigem reconhecimento dentro do espaço
social e, para isso, tem a sua disposição as novas tecnologias que o auxiliarão na expansão
de uma história democrática, inclusiva e, de acordo com o texto, empática. No processo, o
historiador é um ouvinte das diversas vozes, é o mediador do ambiente acadêmico, local
da intelectualidade, com os diversos grupos que serão estudados e, portanto, deverá
registrar a história deles a partir de suas memórias e demandas. Em suma, o trabalho de
construção de uma história pública que abarque os aspectos relacionais dos grupos e os
coloque como protagonistas da construção da própria história é um projeto conjunto.
Além dessa exposição, o texto procura mostrar como a história pública afasta-se de
ser um entretenimento. A publicização, embora seja popular, não é simples. Há uma grande
responsabilidade envolvida e, por isso, é preciso dar voz e respeitar os grupos que serão
estudados, com transparência nas metas e construção de projetos conjuntos. Uma história
pública com tais objetivos muito diverge de narrativas que não tem compromisso com a
veracidade histórica e muito menos com os grupos que são retratados, visto que, em prol
do entretenimento e arrecadação, retratam de forma estereotipada e sem dar voz aos
grupos que foram colocados ao esquecimento no debate histórico como, segundo a autora,
negros, mulheres, índios e homossexuais. Logo, para entender a entender a complexidade
das relações desses grupos, é preciso, primeiramente, não ligar o estudo de sua história à
lógica do mercado. O historiador, nesse âmbito, deve saber qual é o seu papel e, mais do
que isso, propiciar autonomia aos grupos para que eles narrem sua própria história e sejam
reconhecidos.
Embora a democratização da história traga muitas vantagens, é preciso, porém, ter
cuidado em relação ao volume de informação que se possui. Para tal reflexão, a autora cita
Joël Caudal para trazer reflexões acerca da intersecção entre memória e a história pública.
O historiador, nesse contexto, dialoga com a forma que o grupo representa a metamemória
- maneira que o indivíduo ou coletividade representa a própria memória - com a meta de
evitar uma história elitista, rígida e unilateral. A comunidade aqui possui um grande
protagonismo, visto que ela decide suas representações, selecionando lembranças e
elaborando a compreensão do passado. Entretanto, a autora adverte que tal própria
representação pode conter excessos de informação, os quais, sem reflexão, seriam apenas
traços informacionais. A história pública trata acerca de conhecimento e não a multiplicação
incansável de informações. Dessa maneira, a divulgação de grande quantidade de
informações não significa a democratização do debate histórico, mas sim usar a memória
como um estoque de informações, delegando a história uma construção sem significados
fadada ao esquecimento.
Para se construir uma publicização com significado, a reflexão é um elemento central,
visto que, sem ela, não há a elaboração do conhecimento histórico. Ao se relacionar a
reflexão com os acontecimentos dos fatos, é possível, segundo o texto, elaborar uma
consciência histórica, que é uma compreensão da importância da memória e das narrativas
passadas. Assim, a história pública possui um papel ativo no mundo, haja vista que
historiador e comunidades, com diálogo e reflexão, podem pesquisar sobre experiências
que eram ignoradas, ou seja, torná-las visíveis. A história pública deve reconhecer a
legitimidade da participação dos agentes sociais na construção de seu passado. Por isso,
no contato entre a memória e a publicização da história, deve haver uma contribuição
mútua, em que sejam feitos consensos entre ambos, para que as histórias não sejam
apenas expostas, mas sim valorizadas.
Por fim, na história pública, o historiador deve evitar a arrogância acadêmica, ou seja,
entender que o processo de os grupos quererem expor as memórias e histórias é
consensual. A publicização, no âmbito do agente social como protagonista, envolve
escolhas e consensos e, logo, muitas vezes, pode não haver consenso entre os
historiadores e os grupos. O historiador deve não só reproduzir as informações, mas
necessita sentar e ouvir as histórias como forma de construção e sentimento com o registro
e, assim, poder passá-lo adiante e mostrar que a história pública não é simplificar o debate
histórico, mas trazê-lo para mais perto das pessoas.
2. RELATÓRIO DE PESQUISA
I. DIREITO ROMANO
De modo geral, o site afirma que o direito romano representa o conjunto de
regras, normas e princípios jurídicos formulados pela antiga civilização
romana. Com aproximadamente 13 séculos de história, seu início se deu com
as origens lendárias da própria cidade de Roma, em meados do século VIII
a.C. Por outro lado, a morte do Imperador Justiniano, no ano de 565, é
considerada o marco do seu fim.
Nesse sentido, visto a grande perduração histórica do direito romano, os
juristas modernos costumam dividi-lo em períodos, aderindo a critérios
diversos para melhor compreendê-lo. Uma das divisões feitas, desse modo,
se refere ao direito romano antigo, também conhecido como juris quiritium ou
juris civile (quirites ou cives eram os cidadãos romanos), o qual concebia o
direito como sendo costumeiro, rudimentar- assim como a organização da
sociedade-, formalista e impregnado de elementos imaginários- a linha que
separava o direito divino e o direito humano era extremamente tênue. Já o
segundo período do direito romano foi iniciado com a codificação da Lei das
Doze Tábuas (450 a.C.) e perdurou até o falecimento do imperador
Alexandre Severo em 235 d.C. Esse período foi, sobretudo, protagonizado
pela crise da constituição republicana e a instauração do principado, com
Augusto (27 a.C.). Além disso, vale ressaltar a ocorrência de um vertiginoso
desenvolvimento econômico ocorrido nessa fase.
Por conseguinte, o direito romano acompanhou as mudanças propiciadas por
tal crescimento econômico, de maneira que configurou essas novas relações,
abandonou seu rígido formalismo, modificou seu caráter estritamente
citadino e nacional e passou a reger também as relações entre romanos e
estrangeiros. Posteriormente, já na fase de maior expansão imperial, se
tornou o direito universal dos povos e, devido a isso, passou por mais uma
série de transformações, entre elas se destaca o abandono definitivo das
fontes e influências primitivas, como o costume e a religião, além do
surgimento das leis, dos plebiscitos, das constituições imperiais e dos editos
dos pretores e magistrados- incumbidos de administrar a justiça. Ademais, a
equidade e a boa-fé emergiram como princípios basilares desse direito, o
qual passou, agora, a ser função do poder público.
Todavia, foi em meados do século I a.C, que o direito romano atingiu seu
apogeu no denominado direito romano clássico. É desse período que remete
o surgimento da jurisprudência romana. Por fim, o direito romano pós-
clássico- o último da divisão dos períodos históricos- tem como característica
principal o desenvolvimento da importante atividade de compilação jurídica,
que angariou extraordinárias proporções com o Imperador Justiniano. Sua
codificação, portanto, conhecida como o Corpus juris civilis diz respeito a
jurisprudência clássica e as constituições anteriores em quatro divisões: o
Digesto ou Pandectas, o Código, as Instituições e as Novelas.
Consequentemente, foi essa codificação a responsável pela sobrevivência e
a unidade da tradição jurídica latina.
Dessa forma, o texto da plataforma digital “Estudante de Filosofia” ainda
expõe a atuação dos criadores do direito romano como muito valorosa e
importante, visto que “formularam o mais grandioso e perfeito sistema jurídico
da idade antiga”, que em decorrência disso, sobrevive em incalculáveis
instituições e princípios no mundo contemporâneo. Ademais, ainda se afirma
que o direito romano influi sobremaneira sobre a ordem jurídica
principalmente do Ocidente e, se consagra como um dos principais
elementos da civilização moderna.
II. DIREITO ROMANO - CONCEITO, O QUE É, SIGNIFICADO
O direito romano corresponde não somente à organização jurídica que se fez
presente na antiga sociedade europeia, mas também às ideias e
experiências concebidas desde o surgimento das cidades até a
desagregação do Império, com a morte de Justiniano. Sendo assim, de
acordo com o site, os três pilares que regiram o direito romano são resumidos
em três: “não prejudicar ninguém, viver honestamente e dar a cada um aquilo
que lhe corresponde.” Essa foi a síntese elaborada por Ulpiano, importante
jurista romano, da qual se pode extrair interpretações mais minuciosas para
cada um dos três preceitos supracitados. Dessa forma, segundo o site,
quando se afirma no direito romano que não se deve prejudicar ninguém, isso
se refere ao fato de que as leis devem amparar tanto as pessoas quanto aos
bens, de tal maneira que sejam estabelecidos mecanismos capazes de evitar
danos casuais. Por outro lado, o segundo pilar que preconiza a vida honesta
na sociedade romana, faz jus ao princípio de que o direito deveria defender
a honestidade, a moral e os bons costumes, de modo a punir aqueles que
transgredissem tal prerrogativa, isto é, que possuíssem comportamento
contrário ao “Honestae Vivere”- viver honestamente. Por fim, o último
fundamento diz respeito a particularidade de cada um perante a justiça
romana.
No site, é abordado, também, a importância do direito romano, bem como
sua aplicabilidade nos dias de hoje. Por conseguinte, se constata que o
processo de dominação romana não se restringiu apenas a uma conquista
territorial, mas também protagonizou um característico processo de
colonização que impôs aos dominados os costumes, tradições e valores
romanos. Nesse âmbito, o direito ocupou um papel central, sendo o
aglutinador das relações sociais e humanas que regeriam aquela sociedade,
mediante, entre outros fatores, a premissa de que autoridade e liberdades
não são conceitos antagônicos, mas sim complementares. Ademais, com
toda essa acepção, foi possível também estabelecer novos conceitos que até
então eram inexistentes para aqueles povos.
Destarte, o estudo minucioso do direito romano, ainda de acordo com o site,
é crucial para se compreender a evolução da mentalidade europeia. Além
disso, diversas criações daquele período ainda são utilizadas até mesmo por
juristas modernos, os quais se respaldam muitas vezes em fontes romanas
e nas suas metodologias para angariar uma solução que seja condizente e
fiel às normas vigentes.
V. DIREITO ROMANO
O Direito Romano, infiltrou-se nos costumes judiciários de todos os povos e
tem resistido à corrente dos códigos, que inauguram contra ele o espírito
reacionário. O Direito Romano, em vez de surgir de um jacto, como Minerva
na cabeça de Júpiter, bem ao contrário sofreu uma longa gestação, no longo
percurso entre a fundação de Roma até a constituição do Império Bisantino.
Assim, três fases características se assinalam (Afonso Cláudio):
1ª – quando a ideia de unificação do Direito surgiu com Tarquínio, o Soberbo,
sem que houvesse participação do povo;
2ª – quando, sob a República, todas as classes, de comum acordo, reclamam
a codificação, cuja necessidade ficou acentuada com o aparecimento da
complilação Papiriana.
3ª – quando aos imperadores e ao povo se juntam os jurisconsultos, que
elaboram o Edicto Perpétuo, os Códigos Gregoriano e Hermogeniano, o
Código Teodosiano, e, sob Justiniano, o Corpus Juris Civilis Romanorum.
Prevalência do jus gentium, o direito comum a todos os povos do
Mediterrâneo, a fundação sobre o bonum et aequum e a boa-fé, o direito
universal se aplica a todos os homens livres, constrói-se um sistema jurídico
magistratural, o jus honorárium que, por influência do jus gentium auxilia,
supre, emenda com elasticidade o cepo originário do jus civile.
O direito magistratural é substituído pelo cognitio extra órdinem,
administração da justiça assumida diretamente pelo imperador. Faltam os
grandes jurisconsultos, porém o direito se adapta aos novos princípios
sociais firmados pelo Cristianismo.
Para o estudo do Direito Romano têm notável importância os escritos dos
Jurisconsultos (Pomponius, Paulus, Ulpianus, Justinianus), ao lado dos
monumentos epigráficos. Estes constituem testemunhas fiéis das épocas
desaparecidas, embora reste um pequeno número de inscrições relativas ao
direito privado Romano dos primeiros séculos. O tratado De ré rústica, de
Catão (520-605) oferece interesse capital para o conhecimento do direito
Romano do VI século.
Este trabalho tem como objetivo central analisar de maneira crítica as diferentes
concepções do Direito Romano retratadas por fontes variadas. Considerando as reflexões
acerca da história pública reproduzidas nos textos de Jurandir Malerba e Marta Gouveia de
Oliveira, faremos uma análise crítica do conceito de direito romano apresentado em
manuais de direito civil e direito romano e plataformas digitais. O direito romano abrangeu
mais de 1000 anos da história e têm influência até os dias atuais. Entretanto, nem sempre
é retratado em seu formato ideal, muitas vezes retratado de maneira anacrônica. É
importante ter um conhecimento consistente acerca do direito romano devido a sua forte
influência no direito atual.
O texto de Jurandir Malerba trata sobre os conflitos entre história pública e acadêmica.
A tradicional história acadêmica vem perdendo espaço pois sua linguagem e estrutura não
é acessível ao público em geral. Além disso, esse formato não atende a crescente demanda
por conhecimentos históricos e em contra partido os historiadores públicos facilitam o
acesso e atendem a demanda. Entretanto, os historiadores públicos operam segundo
interesses econômicos, por esse motivo nem sempre disponibilizam um conteúdo completo
e verídico. De acordo com o autor, a história pública tem seu apogeu com grandes
programas midiáticos em países europeus, nos Estados Unidos e na Austrália.
Posteriormente este tipo de conteúdo chega ao Brasil se tornando também um grande
sucesso até os dias atuais. O grande problema apresentado pelo autor é que o principal
fator considerado para produzir esses programas é a audiência, desse modo assuntos
relevantes, como política, não são discutidos.
Por outro lado, a história pública possibilita um conhecimento acessível a todos.
Portanto, apesar de não apresentarem formação acadêmica, os historiadores públicos
necessitam ter um conhecimento histórico pautado na realidade pois atingem um grande
público. Os historiadores acadêmicos, por outro lado, deveriam aumentar a acessibilidade
a suas produções pois essas se encontram limitadas a comunidade acadêmica, além disso
deveriam se mostrar importantes para o público. Uma síntese do pensamento de Malerba
revela que, apesar de que a história possa ser escrita por todos, isso não garante a
relevância das produções. Além disso, a rivalidade entre dois tipos de historiadores não
deveria existir pois o seu objetivo central deveria ser produzir conhecimento histórico de
qualidade.
Sob outro ponto de vista, a autora Marta Rovai destaca a democratização do
conhecimento proporcionada pela história pública. Rovai aponta que a história pública é
uma biente que propõe discussões e análises mais críticas pois dá voz a diversos grupos
e não apenas ao grupo dominante. A história pública tem um papel político de retratar
assuntos que não estão na acadêmia mas estão no cotidiano de grande parcela da
sociedade e são de extrema importância de serem compreendidos. Além das diversas
vantagens elencadas pela autora ela também demonstra algumas preocupações em
relação ao volume de informações e com a simplificação do debate histórico, que deve ser
evitada.
O objeto desta análise crítica é o direito romano. Tal análise será embasada nos dois
pontos de vista históricos apresentados anteriormente. No âmbito acadêmico, o direito
romano é retratado de maneira simplista, ou seja, seus mais de dez séculos de duração
são limitados ao conjunto de normas que vigoram até a morte do Imperador do Justiniano.
Limitar toda a complexidade e diversidade de um sistema jurídico a algumas normas é uma
visão dogmática imposta pela academia. A maneira com que os manuais apresentam o
conceito, servindo apenas para a finalidade desejada é de certa forma uma apropriação
cultural. Há um aproveitamento apenas das partes que interessam para a constituição do
direito privado atual, e o tema acaba sendo tratado de maneira anacrônica.
A finalidade do direito romano apresentada na maioria dos manuais se limita ao ensino
jurídico com enfoque no direito privado. No entanto, o direito romano poderia ser explorado
de uma maneira mais abrangente e realista. Em seus longos séculos de duração teve
grandes efeitos na sociedade que abrangem muito mais do que apenas um código escrito.
Portanto o recorte da finalidade feito pelos manuais é extremamente restrito e não condiz
com o período de tempo que vigorou o direito romano.
Com base em tudo que foi apresentado, podemos inferir que a academia deveria ter
uma maior preocupação em retratar a complexidade do sistema jurídico romano. O
protagonismo intelectual da academia a coloca como referência tanto para a comunidade
acadêmica quanto para os historiadores, e estes atingem o público em geral.
Em contrapartida, analisando os sites nota-se uma maior preocupação com a
contextualização do momento histórico em que vigorou o direito romano. Em muito dos sites
prevalece uma visão eurocêntrica e romantizada, exemplificada pela frase: “formularam o
mais grandioso e perfeito sistema jurídico da idade antiga”. Em contraste com os manuais
os sites utilizam uma linguagem mais acessível ao público mesmo que alguns deles sejam
escritos por acadêmicos. Dentre os sites analisados existem divergências nos conteúdos
abordados em relação à qualidade. A história pública tem como objetivo tornar acessível
os conteúdos mas de maneira nenhuma deve ocorrer uma simplificação dos debates
históricos. O compromisso com a qualidade e veracidade são indispensáveis pois as
informações são de fácil acesso e têm grande circulação.
Considerando os sites pesquisados notamos claramente o contraste sobre as
diferentes formas de se fazer história pública, ao olharmos em site que tratam de diversos
assuntos, como o infoescola, percebemos uma história extremamente limitada. Já os sites
mais especializados, como jusbrasil, trazem conteúdos mais consistentes.
Os manuais conceituam o direito romano como apenas o conjunto de normas que
vigoraram em Roma em um determinado período. Em contraste a essa definição os sites
iniciam seus conceitos pautando que direito romano não se limita apenas ao conjunto de
normas jurídicas, mas também as ideias e experiências surgidas desde o momento da
fundação da cidade até a desagregação do Império após a morte de Justiniano.
PARA O BRYAN
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira. Publicizar sem simplificar. O historiador como mediador
ético. In: ALMEIDA, Juniele Rabêlo; MENESES, Sonia. História Pública em Debate.
Patrimônio, Educação e Mediações com o passado. São Paulo: letra e voz, 2018, p. 185-
196.
ALVES, José Carlos Moreira. Direito Romano. 5 ed. Rio de Janeiro, RJ: Forense, (1983).
MOURA, Paulo Cesar Cusino. Manual de direito romano: instituições de direito privado. Rio
de Janeiro: Forense, 1998.
AMARAL, Francisco. Direito Civil Introdução. 6ª ed. ver., atual. E aum. - Rio de Janeiro:
Renovar, 2006.
CRETELA, Júnior J. Curso de Direito Romano: O direito romano e o direito civil brasileiro.
22ª ed. Rio de Janeiro, RJ: Forense (1999).
PEIXOTO, José Carlos de Matos. Curso de Direito Romano. 2º ed. Rio de Janeiro, RJ:
Companhia Editora Fortaleza (1950).