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Conceito de Acidente de Trabalho

No Brasil, a primeira Lei de Acidente do Trabalho surgiu em 1919, e baseava-se no conceito de


“risco profissional”, considerando esse risco como sendo natural à atividade profissional. Essa lei adotou,
como fundamento jurídico, a teoria que se fundamenta no fato de que, como é o empregador que goza a
vantagem dos lucros, é ele que deve responder por todos os riscos derivados da atividade da empresa,
entre eles, os de acidentes do trabalho, não importando saber se houve culpa e nem mesmo de quem. A
partir de 1967, a legislação previdenciária brasileira passou a incorporar também a teoria do risco social,
que se baseia na responsabilidade coletiva pelos riscos sociais. Atualmente, em nosso país, a associação
dessas duas teorias fundamentam, juridicamente, o dever da indenização acidentária. Note como
o conceito de acidente de trabalho é amplo, e ampara o trabalhador de uma forma muito completa.

Nesse texto nota-se com clareza a proteção que a lei oferece ao trabalhador o amparando nas
mais variadas situações e deixando o empregador com muita responsabilidade nas mãos.

Conforme prevê o Artigo 19 da Lei 8.213/91, acidente do trabalho é o que ocorre pelo
exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que
cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Lesão corporal é o resultado bem sucedido de qualquer agressão ao corpo. Pode dizer respeito
e debilitação de um órgão do corpo humano, exemplo: ferida cegueira causada por um lançamento de um
estilhaço no olho.

Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento de qualquer parte do


corpo, órgão ou sentido, como por exemplo: a perda da capacidade de ouvir, por parte de um trabalhador
no ambiente de trabalho (doença ocupacional) ou fora do ambiente de trabalho (não-ocupacional). Veja
mais no Wikipédia

É importante observar que nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião
da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é
considerado no exercício do trabalho.

Exemplo:

Quando a norma diz satisfazer necessidades fisiológicas, ela se refere aos dejetos excretados pelo
corpo humano (ir ao banheiro).

Também é considerado acidente de trabalho:

– Doença profissional, aquela a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a


determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego;

É importante lembrar, Doença profissional é aquela adquirida em função do risco específico da função do
trabalhador. Exemplo: o soldador que desenvolveu catarata.
– Doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente.

Doença do trabalho tem a ver com o ambiente em que o trabalho é realizado. Exemplo:
Trabalhador que trabalho em um ambiente com muitas máquinas e por isso desenvolve surdez. Nesse
item não incluem doenças degenerativas e inerentes a determinadas a faixas de idades (idosos ou crianças)
Em casos excepcionais em que a doença não se enquadrar nos itens anteriores o INSS concederá
os mesmos direitos e benefícios garantidos os casos de acidentes de trabalho.

Equiparam-se ao acidente do trabalho os seguintes acontecimentos:

O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido única causa, tenha contribuído
diretamente para a morte do trabalhador, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou
produzido lesão que exija cuidados médicos para que seja possível sua recuperação;

O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de:

– Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa
física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho;

– Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;

– Ato de pessoa privada do uso da razão (louca);

– Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;

– A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade (ex:


intoxicação);

O acidente sofrido pelo empregado, ainda que fora do local e horário de trabalho:

– Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa;

– Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar
proveito;

– Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta e dentro de seus
planos para melhor capacitação profissional, independentemente de meio de locomoção utilizado,
inclusive veículo de propriedade do empregado;

– No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de
locomoção, inclusive veículo do funcionário.

As doenças que não são consideradas doenças do trabalho são (§ 1º do art. 20 da lei 8.213/91
–PBPS):
a) Doença degenerativa;
b) A inerente ao grupo etário;
c) A que não produza incapacidade laborativa;
d) A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva.

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