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'Eduardo Bolsonaro está amplamente envolvido' em

ataques virtuais, diz Joice


Deput ada afirma t ambém que assessores do deput ado e grupo do 'gabinet e do ódio' do Planato
est ão envolvidos

Isabella Macedo  
04/12/2019 - 15:31 / Atualizado e m 04/12/2019 - 18:47

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) em depoimento à Comissão das Fake News Foto: Geraldo Magela / Agência Senado

BRASÍLIA — A deputada e ex-líder do governo no Congresso,


Joice Hasselmann  (PSL-SP), disse à CPI das Fake News , nesta quarta-
feira, que o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) é um dos
coordenadores de estrutura montada pelo grupo de apoiadores do
presidente Jair Bolsonaro para fazer ataques virtuais. Segundo a
deputada, Eduardo está “amplamente envolvido” no esquema, do qual
também fazem parte assessores dele e de outros deputados federais e
estaduais, além de integrantes do Planalto.

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Lauro Jardim: A munição de Joice na CPMI das Fake News

A deputada foi convidada a depor na comissão de inquérito e, antes de


começar a ser questionada, fez uma apresentação com dados levantados
nas redes do deputado e do presidente por uma ferramenta criada pela
Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, chamada Botometer, que
identifica robôs no Twitter. O levantamento foi feito a pedido dela.

— O que eu vou mostrar aqui é fruto de uma investigação que eu comecei


a fazer com muito mais intensidade depois que eu virei o alvo de ataques
coordenados na internet. Inclusive os laudos apresentados são assinados
por perito renomado —disse Joice.
Enquanto a deputada prestava depoimento na comissão, o presidente
rebateu as acusações, dizendo que havia "um idiota prestando
depoimento a esta hora lá", sem citar nominalmente a parlamentar.

Entre os diversos dados, em uma tela na CPI, a deputada exibiu


reproduções de um grupo em uma rede social chamado “SECRETO2 G.O”,
no qual, segundo ela, os integrantes coordenam os ataques nas redes,
incluindo um dos assessores de Eduardo na Câmara. O levantamento
apresentado pela deputada aponta que, somadas, as redes de Eduardo e
Jair são seguidas por mais de 1,8 milhão de robôs, que seriam usados
para impulsionar as informações falsas e difamatórias.

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U C

— Nós temos quase dois milhões de robôs em apenas duas contas de


Twitter. Eu quero crer que o presidente Bolsonaro não sabe disso. Mas
pelo que vocês vão ver nas conversas do grupo do gabinete do ódio, o
deputado Eduardo Bolsonaro está amplamente envolvido e é um dos
líderes desse grupo que chamamos milícia digital. 

O grupo chamado de “gabinete do ódio” é, supostamente, formado por


assessores do Palácio do Planalto ligados ao núcleo duro da família
Bolsonaro. Eles seriam encarregados de coordenar ataques virtuais e
disseminação de notícias falsas nas redes sociais.

Leia : Fritura é a escória do comportamento político', diz ex-ministro


Santos Cruz

A deputada também disse que Carlos esteve envolvido com o grupo, mas
se afastou. Segundo ela, os ataques são orquestrados. As postagens são
programadas em dia e hora por uma agenda. 

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— As instruções são passadas por um grupo. São vários deles, mas um
vou abrir para vocês. É um grupo do gabinete do ódio que tantos dizem
que não existe. Vocês vão ver prints das conversas desses grupos. As
instruções são passadas, principalmente pelo Eduardo e assessores
ligados a ele. O Carlos [Bolsonaro] também teve muita atividade, mas
agora ele está mais com o freio de mão puxado — afirmou a deputada. 

Joice também sugeriu que a comissão siga “o rastro do dinheiro” para


saber quem paga pela manutenção da estrutura, já que assessores estão
envolvidos.

Joice: Assessores de Carlos, Eduardo e Flávio Bolsonaro atuam com perfis


falsos dentro do Planalto

— De onde vem esse dinheiro? Não estamos falando de trocado, estamos


falando de milhões — disse a deputada. 

Durante a apresentação, ela afirmou que o grupo na rede social, que era
protegido por senha, foi notificado de que estava sendo exposto por ela e
foi excluído. Joice disse que todas as análises trazidas por ela, incluindo os
nomes citados e como estão envolvidos no esquema, serão entregues à
comissão.

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O GLOBO procurou o deputado Eduardo Bolsonaro por meio do gabinete


dele, mas não obteve resposta.

Abin paralela

Questionada sobre quais recomendações daria para ajudar nas


investigações da CPI, Joice afirmou que os deputados deveriam convidar o
ex-ministro da Secretaria de Governo Gustavo Bebianno. A deputada disse
que Carlos Bolsonaro teve a intenção de criar uma “Abin paralela”, em
referência à Agência Brasileira de Inteligência, o que intensificou o atrito
entre Bebianno e o filho do presidente. 

- Tem muito para ser investigado. Acho importante também ouvir o ex-
ministro Bebianno, que acompanhou muito de perto o modus operandi
que se desenrolava dentro desse núcleo de comunicação. Inclusive ele me
deu uma informação, e eu estou dando essa informação porque ele falou
claramente, com testemunha, e disse que confirmaria à CPI. Houve uma
tentativa, no início, de que o Carlos tentou montar uma “Abin paralela”
para que houvesse grampo de celular, dossiês feitos. E isso teria criado
um atrito. E o nome foi esse, uma Abin paralela - disse Joice.

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Joice também foi questionada pela relatora da CPI, a deputada Lídice da


Mata (PSB-BA), sobre quem participa do núcleo econômico do “gabinete
do ódio”.

- Uma parte a gente já sabe. É dinheiro público que vem de deputados


para pagar assessores que trabalham, que são indicados para isso. Os
assessores entram para isso – afirmou a deputada.

Joice disse ainda que, no núcleo político da estrutura, há ainda altos


funcionários do governo, incluindo Filipe Martins, assessor especial da
presidência da República. 

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