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CONCEITO DE RECURSO
2. FUNDAMENTOS DO DIREITO DE RECORRER
3. PRINCÍPIOS GERAIS DOS RECURSOS
4. ATOS SUJEITOS A RECURSO
5. TÉCNICAS DE JULGAMENTO
6. SUCEDÂNEOS DE RECURSOS
7. PRESSUPOSTOS PARA UM JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE POSITIVO
7.1 PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS
7.2 PRESSUPOSTOS OBJETIVOS
8. PROCESSAMENTO DOS RECURSOS
1. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS
2. EMBARGOS INFRINGENTES DE OFÍCIO (incidente de colegialidade)
3. CONFLITO DE COMPETÊNCIA
4. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDA REPETITIVAS (IRDR)
5. DA RECLAMAÇÃO
6. DA REMESSA NECESSÁRIA
1. NOÇÕES GERAIS
2. EXTENSÃO DOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS
3. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO
4. ADMISSIBILIDADE
5. PROCESSAMENTO
6. EFEITO INTERRUPTIVO
7. EFEITO INFRINGENTE
1. CONCEITO
2. PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DO RECURSO DE APELAÇÃO
3. PETIÇÃO COM AS RAZÕES DA APELAÇÃO
4. PRAZO PARA INTERPOR E PARA RESPONDER
5. DOCUMENTOS QUE DEVEM INSTRUIR O RECURSO
6. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
9. CONTRA-RAZÕES
10. ENCAMINHAMENTO AO TRIBUNAL:
11. PROCESSAMENTO NO TRIBUNAL
I – AGRAVO DE INSTRUMENTO
(CPC, arts. 1.015 a 1.020)
II – DO AGRAVO INTERNO
(art. 1.021 do CPC/15)
4 – EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
(artigo 1.043, do CPC)
4.1 CONCEITO
4.2 CABIMENTO
4.3 REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE
4.4 PROCESSAMENTO
1. CONCEITO DE RECURSO
É o direito da parte requerer, antes de formada a coisa julgada, em uma relação
processual em curso, a reforma, invalidação ou esclarecimento de uma decisão judicial.
Advirta-se que só é cabível recurso de processos que estejam em andamento.
Se o processo já foi encerrado e sobre ele já ocorreu a coisa julgada, só se pode impugnar
tais decisões através de ações impugnativas próprias tais como a ação rescisória, a ação
anulatória, a ação declaratória de inexistência de relação jurídica (actio ou querela
nullitatis) e o mandato de segurança.
6. SUCEDÂNEOS DE RECURSOS
a) interesse:
a-1) recurso contra motivação:
a-2) necessidade de sucumbência:
b). legitimidade:
a) recorribilidade:
b). tempestividade:
c) adequação (o recurso “certo”):
d) preparo:
O preparo deve ser recolhido integralmente, entretanto se for recolhido a menor,
o recorrente deve ser intimado a complementá-lo, circunstância em que se não o fizer
em 5 (cinco) dias, será julgado DESERTO, ou seja, o recurso NÃO SERÁ
RECEBIDO (art. 1.007, § 2°, CPC/15).
A DESERÇÃO do recurso é penalidade que deve desde logo ser aplicada pelo órgão
jurisdicional a exercitar em primeiro plano o juízo de admissibilidade.
e) forma (regularidade e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do
direito a recorrer): o respeito a forma prevista em lei é também requisito de
admissibilidade do recurso na medida em que a legislação aplicável a exija. Assim, o
recurso de apelação só possui a forma escrita, não sendo admissível sua interposição
oral, ainda que a sentença tenha sido proferida em audiência.
Muito se falou sobre o fim dos embargos infringentes no Novo CPC, porém o que
vemos é a sua sobrevivência sob uma nova roupagem e com outra finalidade, vejamos.
O art. 942 contém a previsão de que se o resultado do julgamento da apelação não
for unânime, o julgamento deverá ter prosseguimento, na mesma sessão ou em outra a
ser designada, com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos
previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a
possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros
o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores.
Aplica-se a mesma sistemática de julgamento de ação rescisória quando o resultado
for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão
de maior composição previsto no regimento interno; bem como no julgamento de agravo
de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito (art.
942, § 3°).
De outro lado, o legislador fez uma ressalva para estabelecer que não se aplica esta
técnica de julgamento para nos casos envolvendo o incidente de assunção de
competência e ao de resolução de demandas repetitivas, bem como quanto tratar-se de
remessa necessária e nos resultados não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário
ou pela corte especial (art. 942, § 4°).
Como percebemos os embargos infringentes não mais existem da forma como era
previsto no CPC/73, porém ganhou uma sobrevida com outro nome: agora poderão ser
chamados de “embargos infringentes de ofício” ou, quem sabe, de “julgamento ampliado
de votação não unânime” ou talvez de “remessa necessária de votação não unânime” ou
mesmo “incidente de colegialidade”.
Cumpre esclarecer que os embargos infringentes regulados no CPC/73, só chegava
ao tribunal por iniciativa da parte que pretendesse submeter a decisão não unânime ao
colegiado. Pela sistemática do Novo CPC a iniciativa é da lei e é impositiva e independente
de qualquer vontade, implicando dizer que qualquer julgamento de apelação não unânime
terá que ser submetido ao colegiado para reexame. Significa dizer que o julgamento não
unânime obrigará o presidente da turma a convocar novos membros (que não
participaram o primeiro julgamento), para, em número suficiente para que o resultado
possa ser reformado, promova um outro julgamento na mesma ou em futura sessão.
Vejamos outro detalhe importante. No disciplinamento do CPC/73, os embargos
infringentes só seriam cabíveis contra decisão não unânime que tivesse reformado
sentença de mérito. Pelo Novo CPC caberá a remessa em todo e qualquer julgamento de
apelação que não seja unânime.
Em conclusão: considerando que o julgamento da apelação é realizado por três
desembargadores (relator, revisor e terceiro juiz), implica dizer que qualquer julgamento
por dois a um, implicará na divergência que impõe ao presidente da turma a
obrigatoriedade de prorrogar o julgamento, através da convocação de outros julgadores
para, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial.
Os defensores da sobrevivência dos embargos infringentes dizem que é importante
a sistemática adotada tendo em vista que as decisões dos tribunais não sendo unânimes,
poderiam suscitar dúvidas no jurisdicionado sobre quem de fato estará certo, razão
porque o julgamento ampliado evitará que permaneça qualquer dúvida no ar.
3. CONFLITO DE COMPETÊNCIA
Cumpre esclarecer desde logo que ocorre conflito de competência quando dois ou
mais juízes se declaram competente para conhecer de um determinado processo (conflito
positivo); ou, ao reverso disso, quando dois ou mais juízes se declaram incompetentes
para o mesmo processo (conflito negativo).
Quando o conflito é suscitado entre juízes vinculados ao mesmo tribunal, não há
maiores problemas porquanto este será o órgão competente para julgar e processar o
incidente. O problema surge quando são envolvidos juízes de tribunais diferentes (um
juiz federal e outro estadual, por exemplo). Nessa circunstância é preciso verificar as
disposições constitucionais aplicáveis à espécie (ver CF, art. 201, I e art. 105, I, letra d).
Para solucionar a questão o Novo CPC prevê a instauração do incidente processual
chamado de conflito de competência cujo regramento está previsto nos arts. 951 a 958.
Diz o Código que o conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das
partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz. Diferentemente do CPC/73, o Ministério
Público somente atuará nos processos previstos no art. 178, mas terá qualidade de parte
nos conflitos que suscitar (ver art. 941 e parágrafo único).
Por uma questão de lealdade e boa-fé a lei processual não permite seja suscitado o
conflito pela parte que, no processo, arguiu incompetência relativa, contudo nada obsta
que a parte que não o arguiu suscite a incompetência (art. 952).
O conflito de competência deverá ser suscitado diretamente no tribunal competente.
Se for suscitado pelo juiz, isto deverá ser processado mediante oficio. Se for pelas partes
ou pelo Ministério Público, deverá ser provocado por petição e, em ambos os casos,
instruídos com os documentos necessários a comprovação do conflito (art. 953).
Depois de distribuído o incidente no tribunal, o relator determinará a oitiva dos
juízes em conflito ou, se um deles for suscitante, apenas do suscitado. As informações
deverão ser prestadas no prazo assinalado pelo relator (art. 954).
No caso de conflito positivo de competência, o relator poderá, de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes, determinar o sobrestamento do processo e, nesse
caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em
caráter provisório, as medidas urgentes (art. 955).
Autoriza o CPC que o relator possa julgar monocraticamente o incidente quando sua
decisão se fundar em súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de
Justiça ou do próprio tribunal; ou ainda, se for baseada em tese firmada em julgamento
de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência (art. 955, parágrafo
único).
Decorrido o prazo para prestação de informações, tendo elas ocorrido ou não, será
aberto prazo de 5 (cinco) dias ao Ministério Público e, em seguida, o incidente será levado
a julgamento (art. 956).
Com o julgamento monocrático ou colegiadamente, o tribunal declarará qual o juízo
será competente, pronunciando-se também sobre a validade dos atos do juízo
incompetente (art. 957).
Por fim trata a lei processual dos conflitos entre órgãos fracionários de um mesmo
tribunal, estabelecendo que o julgamento deverá ser conforme dispuser o regimento
interno do tribunal em questão (art. 958).
Esta é mais uma novidade do Novo CPC com a finalidade uniformizar decisões sobre
mesma questão, evitando com isso a insegurança jurídica até outrora reinante de
decisões diferentes para casos exatamente iguais.
Muitos têm argumentado que o novo CPC acabou com o chamado “livre
convencimento motivado” que era albergado expressamente no CPC/73 (art. 131).
Outros doutrinadores entendem que não.
Veja-se que independente de permanecer sob o critério do juiz a valoração da prova
(art. 371 do CPC/15), é certo que a liberdade do julgador foi bastante reduzida na exata
medida em que nenhum julgador poderá ignorar os precedentes jurisprudenciais
existentes (art. 927 do CPC/15), bem como não poderá utilizar fundamentos genéricos
para suas decisões ou mesmo ignorar os argumentos das partes, sob pena de nulidade
(art. 489, § 1°do CPC/15).
Nessa linha de proceder é que ressalta a importância do IRDR como garantia de,
independente de qual juiz vai julgar a causa, o resultado será igual por vinculação de
todos os juízes aos precedentes já firmados pelo seu tribunal.
Em breve síntese: o objetivo do IRDR é uniformizar entendimento sobre questões
da vida prática que se repetem nos tribunais. Escolhe-se um caso, utiliza-se ele como
paradigma, processa-se o seu julgamento e a decisão proferida será aplicada a todos os
processos em andamento e a todos os processos futuros que venham a ser proposto
naquela base territorial.
O incidente pode ser instauração através de pedido que será dirigido ao presidente
de tribunal, podendo ser provado pelo juiz ou relator, através de ofício ou pelas partes,
Ministério Público ou Defensoria Pública, através de petição (art. 977).
Os requisitos para a instauração do incidente são os seguintes (art. 976):
5. DA RECLAMAÇÃO
6. DA REMESSA NECESSÁRIA
4. ADMISSIBILIDADE
As hipóteses de admissibilidade dos embargos de declaração vêm expressas nos
incisos do art. 1.022, CPC/15: esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; suprir
omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a
requerimento; e, corrigir erro material.
Assim, percebe-se claramente que a finalidade precípua deste recurso é o
aprimoramento da prestação jurisdicional, esclarecendo obscuridade, eliminando
contradição, suprimindo omissões e corrigindo erro material.
5. PROCESSAMENTO
A competência para receber, processar e julgar os embargos de declaração é do
próprio magistrado cuja decisão estará sendo atacada. Por se tratar de decisão
unipessoal, mesmo nos tribunais o relator estará dispensado de levá-lo a julgamento no
colegiado do qual faz parte.
De igual forma, se os embargos forem opostos contra decisão proferida pelo
colegiado, aí sim deve, obrigatoriamente, ser julgados pelo colegiado.
O prazo para julgamento dos embargos de declaração é de 5 (cinco) dias, embora
se trate de prazo impróprio, já que dirigido ao magistrado. O descumprimento deste prazo
não acarreta nenhuma consequência jurídica pela natureza do seu prazo. No tribunal,
também o magistrado tem prazo de 5 (cinco) dias para levá-los em mesa na sessão logo
subsequente. Ao não fazê-lo, a consequência jurídica é a inclusão em pauta do recurso
de embargos de declaração, que poderá ser acompanhando pelas partes no dia da sessão.
A inclusão em pauta dos embargos de declaração é uma vitória para os advogados
e serventuários da justiça. Os advogados terão ciência do dia certo do julgamento deste
recurso e o serventuário se desincumbirá da função de informação diária acerca do
possível julgamento de todos os recursos de embargos de declaração.
6. EFEITO INTERRUPTIVO
7. EFEITO INFRINGENTE
Ainda que por vias transversas O Novo CPC fez prevê a hipótese de embargos
declaratórios com efeito infringentes ao estabelecer no § 2° do art. 1.023, que “o juiz
intimará o embargado para, querendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre
os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modificação da decisão
embargada”.
Esse é o chamado efeito infringente que poderá resultar do provimento do recurso.
Logo, por força do princípio do contraditório e da ampla defesa, o embargado terá a
oportunidade, de impugnar os embargos no prazo que a lei estabelece.
O Novo CPC nada mais fez do que adequar essa regra já conhecida da doutrina e
da jurisprudência, que determinava a intimação do embargado sob pena de violação ao
princípio do contraditório. A verdade é que não pode a parte ser surpreendida com a
alteração da decisão anterior, sem, contudo, ter a oportunidade de se manifestar.
Quer dizer, se há possibilidade de alteração do resultado do julgado no caso de
eventual acolhimento dos embargos, a observância do contraditório nesses casos é de
rigor, sob pena de violação da garantia constitucional de contraditório e da ampla defesa.
Assim, caberá ao juiz ou relator determinar a intimação da parte contrária sempre que o
objeto dos embargos de declaração tenham potencial para alterar o conteúdo da decisão
anteriormente proferida, circunstância em que se diz que estes embargos terão efeitos
infringentes (ver art. 1.023, § 2°).
1. CONCEITO
É o recurso adequado para impugnar a sentença proferida por juiz de primeiro grau,
seja ela definitiva (que resolve o mérito, pois acolhe ou rejeita o pedido do autor, como
disposto no art. 487 do NCPC) ou terminativa (que extingue o processo sem resolução
de mérito nas hipóteses elencadas no art. 486 do NCPC).
Assim, é indiferente se a sentença é terminativa (art. 485, CPC) ou definitiva (art.
487, CPC), se é proferida em processo contencioso ou de jurisdição voluntária, se o
processo é de conhecimento, procedimento especial ou mesmo no processo de execução.
É importante destacar que o Novo CPC ampliou ainda mais os temas que podem ser
abordados na apelação, incluindo as questões resolvidas na fase de conhecimento que
não comportam impugnação por agravo de instrumento. De acordo com o § 1º do art.
1.009: “As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final,
ou nas contrarrazões”.
Ademais, o recorrente deve atentar para a possibilidade de o recorrido alegar essas
matérias (que não comportam agravo de instrumento) em preliminares de suas
contrarrazões, fato que irá ampliar a matéria objeto da apelação inicialmente interposta,
nos termos do § 2º do art. 1.009 do NCPC. Trata-se de observação importante, pois
conflita com o que até então considerávamos como princípios norteadores dos recursos:
a proibição da reformátio in pejus e o princípio da dialeticidade que exigia respeito ao
princípio dispositivo e, portanto enunciava que a petição de interposição do recurso era
suficiente para estabelecer os limites do princípio devolutivo.
6. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
O Novo CPC acabou com o “juízo de admissibilidade” de sorte que pela nova
sistemática, após as formalidades previstas nos §§ 1° e 2°, do art. 1.010, caberá ao juiz
tão somente mandar remeter os autos ao tribunal correspondente, cuja admissibilidade
será feita pelo relator no tribunal.
I – EFEITO DEVOLUTIVO
O efeito devolutivo é a aptidão que possui o recurso, no caso a apelação de fazer
com que o Tribunal reexamine todas e quaisquer matérias de fato e de direito, suscitadas
em primeira instância pelas partes, desde que a parte recorrente peça o reexame dessa
questão na apelação.
É o chamado princípio “tantum devolutum quantum apelatum”, ou em outras
palavras, se foi objeto do apelo, o seu reexame será transferido ao Tribunal (juízo “ad
quem”).
São consideradas como exceções a regra de que o Tribunal só fará o reexame do
que for objeto do recurso, os seguintes dispositivos legais:
a. O artigo 1.013, do CPC, em seu § 1°, fala dos fatos não abordados
pela sentença.
Esclarece que dentro do âmbito da devolução, o Tribunal examinará livremente
todas as questões de fato suscitadas e discutidas, ainda que o juiz não tenha se
manifestado sobre elas na sentença. Exemplo: em uma ação de indenização cujos
pedidos eram os de danos materiais e danos morais, se o juiz concluir que o fato lesivo
não ocorreu ou que não foi o réu que os praticou, sequer apurará a natureza dos danos
em primeira instância, mas no julgamento da apelação o Tribunal pode reformar a
sentença e considerando que houve fato lesivo praticado pelo réu deve decidir também
se os danos foram materiais e/ou morais e qual é a sua extensão.
II – EFEITO SUSPENSIVO
I – EFEITO TRANSLATIVO
A apelação também tem o efeito translativo ao permitir que o tribunal possa tomar
conhecimento de todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não
tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado (ver NCPC, art.
1.013, § 1°).
Dentre outras hipóteses, pode ocorrer o efeito translativo quando o tribunal
reformar a sentença de mérito e a causa estiver em condições de ser julgada (causa
madura). Neste caso o próprio tribunal pode dar continuidade ao julgamento sem a
necessidade de devolver os autos a primeira instância (art. 1.013, § 2°).
Ademais, o tribunal pode conhecer todas as matérias de ordem pública, mesmo que
não tenham sido suscitadas no recurso.
II – EFEITO SUBSTITUTIVO
9. CONTRA-RAZÕES
2. INTERPOSIÇÃO DO RECURSO
3. PEÇAS OBRIGATÓRIAS
O agravante deverá juntar OBRIGATORIAMENTE para instruir a petição de
agravo de instrumento as seguintes cópias:
a. da petição inicial,
b. da contestação,
c. da petição que ensejou a decisão agravada,
d. da própria decisão agravada,
e. da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que
comprove a tempestividade,
f. das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado e,
finalmente,
g. a comprovação do recolhimento das respectivas custas e do porte de
retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.
Cumpre destacar que o inciso II do referido art. 1.017 traz uma importante inovação
ao permitir que, na impossibilidade de instruir a petição do agravo de instrumento com
os documentos necessários, possa o advogado da parte, sob as penas da lei, juntar a
declaração de inexistência destes documentos.
É também permitido ao agravante a juntadas ao recurso das peças ditas facultativas
que, a seu critério, possa ser útil à perfeita compreensão da questão posta em discussão.
Na eventualidade de o recorrente não juntar as cópias necessárias ou mesmo tendo
o recurso algum outro vício que comprometa a admissibilidade do agravo de instrumento,
o relator determinará que a parte promova a regularização, visando com isso o
aproveitamento do ato processual, somente indeferindo o recurso se a parte não cumprir
com essa determinação (ver CPC, art. 932, parágrafo único).
Uma vez protocolado e distribuído no Tribunal, o Relator, se não for o caso de negar
seguimento ao recurso (ver art. 932, III e IV), determinará seu processamento e,
obrigatoriamente, mandará intimar o agravado para oferecer resposta no prazo de 15
(quinze) dias.
Caso tenha havido pedido de efeito suspensivo ao recurso ou antecipação de tutela
(efeito ativo), o relator poderá decidir de plano, liminarmente, assim que receba o recurso
(art. 1.019, I, CPC/15).
Ademais, o RELATOR PODERÁ JULGAR LIMINARMENTE, em decisão
monocrática, quando o recurso for inadmissível, prejudicado ou não tenha impugnado
especificamente os fundamentos da decisão recorrida (art. 932, III, CPC/15), e também
negar provimento ao recurso que for contrário a jurisprudência dominante dos tribunais
superiores (art. 932, IV), vejamos:
7. RESUMO IMPORTANTE
II – DO AGRAVO INTERNO
(art. 1.021 do CPC/15)
11. PROCESSAMENTO
Será processado conforme o disciplinamento constante do regimento interno do
respectivo tribunal.
12. PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO
O prazo para interposição será de 15 (quinze) dias nos termos do estabelecido no
art. 1.070. Igual prazo terá o agravado para responder aos termos do recurso,
permitindo-se ao relator a possibilidade de retratação (art. 1.021, § 2°).
ESCLARECIMENTOS INICIAIS
Neste módulo vamos tratar dos recursos aos tribunais superiores (STJ e STF), quais
sejam: recurso ordinário (arts. 1.027/1.028); recurso especial e recurso extraordinário
(arts. 1.029/1.035); e, do agravo em recurso especial e em recurso extraordinário (art.
1.042), além dos embargos de divergência (arts. 1.043 e 1.044).
1.1 CONCEITO
É um tipo de recurso dirigido ao STF (CF, art. 102, II) ou STJ (art. 105, II), conforme
o caso, que vai funcionar como uma espécie de “apelação” nas causas julgadas em única
instância pelos tribunais, nos termos como previsto no art. 1.027, I e II.
O objetivo do recurso ordinário constitucional é o de permitir que ações originárias
dos Tribunais tenham uma verdadeira segunda instância, representada pela possibilidade
de amplo reexame das matérias decididas anteriormente (tanto de fato quanto de
direito).
Por ser um tipo de recurso regulado na Constituição Federal, a doutrina denomina
de recurso ordinário constitucional, até mesmo para diferenciá-lo do recurso ordinário
trabalhista (espécie de apelação na Justiça do Trabalho).
1.2 CABIMENTO
1.3 INTERPOSIÇÃO
2.2 CABIMENTO
2.3 INTERPOSIÇÃO
Em ambos os casos o recurso deve ser interposto por petição dirigida ao presidente
ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas, que conterão: a
exposição do fato e do direito; a demonstração do cabimento do recurso interposto; e as
razões do pedido de reforma da decisão recorrida (NCPC, art. 1.029, caput).
O prazo para a interposição tanto do recurso especial quanto do recurso
extraordinário será de 15 (quinze) dias (ver NCPC, art. 1.003, § 5°). Será também de 15
(quinze) dias o prazo para o recorrido apresentar suas contrarazões (ver NCPC, art.
1.030, caput).
No ato de interposição o recorrente deverá comprovar o recolhimento das custas
exigidas, bem como de outras despesas, sob pena de ver seu recurso ser declarado
deserto (ver NCPC, art. 1.007). Se for beneficiário da gratuidade de justiça, deverá
informar tal fato indicando com precisão em quais folhas do processo se encontra a
decisão concessiva.
3.2 PROCESSAMENTO
4 – EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
(artigo 1.043, do CPC)
4.1 CONCEITO
Os embargos de divergência é o recurso através do qual se busca impugnar decisão
proferida por uma das Turmas do STJ ou do STF, quando esta colidir com decisão de
outra Turma ou Seção do mesmo Tribunal, em caso idêntico ao que se julga.
Isso demonstra a função social desse recurso, o qual promove a pacificação
jurisprudencial nos chamados Tribunais de superposição (STJ e STF), pois obviamente se
cabe ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal interpretar em última
instância o direito federal assim como o constitucional, parece-nos lógico que o mesmo
se espere dos órgãos internos dessas Cortes de Justiça, mantendo coerência em seus
julgados.
É fácil concluir que o fundamento maior dos Embargos de Divergência é o de
preservar a segurança jurídica, evitando que aquelas máximas Cortes atribuam soluções
distintas à questões similares.
Repare que o objetivo dos embargos de divergência é o de extirpar julgamentos
divergentes dentro do STJ e do STF, não constituindo hipótese deste recurso qualquer
divergência em relação a outros tribunais.
4.2 CABIMENTO
Os embargos de divergência, como já dito são cabíveis apenas no âmbito do
Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça, na hipótese de acórdão que
decida um recurso extraordinário (STF) ou um recurso especial (STJ), havendo
divergência entre este acórdão e outro proferido naquela mesma Corte (art. 1.043, I e
III, do Código de Processo Civil).
4.4 PROCESSAMENTO
[1] MELO, Nehemias Domingos de. Novo CPC Anotado, Comentado e Comparado, 2ª.
ed, Rumo Legal, 2016, p. 932.
[2] Conforme Nehemias Domingos de Melo in Como advogar no cível com o Novo CPC –
Teoria e prática, 2ª ed.. Rumo legal, 2016.
DO JULGAMENTO DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL REPETITIVOS
(arts. 1.036 a 1.041)
1. CONCEITO
O recurso extraordinário ou especial repetitivo nada mais é do que um mecanismo
de julgamento de múltiplos recursos que possuem teses idênticas e tenham como
fundamento idêntica questão de direito, justificando-se assim o julgamento por
amostragem, na exata medida em que, o resultado do julgamento do caso paradigma
será aplicado aos múltiplos recursos baseados em questão idêntica.
Justifica-se a aplicação deste dispositivo quando existirem perante o mesmo
Tribunal diversos recursos especiais ou extraordinários com fundamento em idêntica
questão de direito. Nesse caso, o legislador determinou um procedimento de economia
processual a fim de evitar que tais recursos se acumulem perante o Superior Tribunal
de Justiça ou perante o Supremo Tribunal Federal (art. 1.036, CPC).
2. PROCESSAMENTO
O presidente ou vice-presidente do tribunal de origem (tribunal de justiça ou tribunal
regional federal) escolherá dois ou mais recursos representativo de controvérsia, os
quais serão encaminhados ao STJ ou STF, e os demais permanecerão suspensos
aguardando a decisão a respeito. Caso o Tribunal de origem não tome essa providência,
o STJ ou STF, poderá determiná-la, conforme preceitua o art. 1.036, § 5° do CPC.
O Relator do recurso especial ou extraordinário no STJ ou STF, conforme o caso,
poderá solicitar informações aos Tribunais a respeito da controvérsia e tais informações
devem ser prestadas no prazo máximo de 15 (quinze) dias, podendo também admitir a
manifestação de terceiros a respeito da controvérsia (art. 1.038, I, CPC).
Recebidas as informações e eventuais manifestações de terceiros, será aberta vista
dos autos ao Ministério Público que proferirá parecer, sendo em seguida a esse parecer,
emitido relatório com cópias encaminhadas aos demais Ministros.
O processo será colocado em pauta de julgamento, tendo preferência sobre os
demais, exceto os que envolvam réu preso e os pedidos habeas corpus (art. 1.038, CPC).
4. EFEITOS DO JULGAMENTO
Julgado o caso paradigma, o resultado deste julgamento será automaticamente
aplicado a todos os processos que ficaram sobrestados esperando a solução da
controvérsia, bem como servirá como paradigma para a análise dos casos futuros, isto é,
aqueles processos que por ventura sejam interpostos futuramente versando sobre a
mesma questão.
É o chamado efeito erga omnes que terá como resultado prático a vinculação das
instâncias ordinárias ao resultado proferido. Significa dizer que o resultado do julgamento
é vinculante, isto é, obriga todos os juízes e tribunais tanto para os casos presentes
quanto para os casos futuros.
Como resultado disso ocorrerá uma significativa redução do número de processo
em tramite nos tribunais superiores, porém isso não é o mais importante. Importante
mesmo é que o julgamento de casos repetitivos visa garantir tratamento isonômico aos
jurisdicionados, tendo em vista que as instâncias ordinárias deverão seguir a orientação
emanada que servirá como norte para quando se depararem com a mesma questão de
direito posta sub judice.
Quer dizer, para casos exatamente iguais, espera-se soluções exatamente iguais.
Com isso elimina-se a insegurança jurídica representada pelas decisões díspares, de
primeira e segunda instância, sobre mesma questão de direito.
1. CONCEITO
A ação rescisória é uma ação autônoma que tem como escopo a finalidade de
desconstituir decisão já coberta pelo manto da coisa julgada que tenha sido proferida
com vício ou grau de imperfeição de tamanha grandeza, que justifique rever e modificar
o julgado imperfeito ou viciado.
A ação rescisória visa, em última análise, corrigir a eventual injustiça permitindo
seja buscado a decretação da nulidade de uma decisão que, por ter passado em julgado,
tornou-se irretratável e imutável, com graves danos para a coletividade ou para as partes,
em virtude de sua nulidade.[1]
O recurso é o remédio processual utilizado a fim de requerer nova decisão, até antes
do trânsito em julgado da sentença, sendo sempre interposto dentro de uma mesma
relação processual.
A ação rescisória em contrapartida só poderá ser utilizada quando constituída a
coisa julgada material, tratando-se, portanto, de uma nova relação processual.
4. CABIMENTO
a. se verificar que foi proferida por força de prevaricação (deixar de fazer ato
para satisfazer interesse pessoal), concussão (exigir vantagem indevida
em razão da função) ou corrupção (solicitar ou receber vantagem ou
aceitar promessa de tal vantagem) do juiz;[2]
b. for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente:
as causa que tornam o juiz impedido estão elencados no art. 144 e a
incompetência absoluta no art. 64, § 1°, ambos vícios insanáveis (não se
confunda impedido com suspeito).
c. resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte
vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de
fraudar a lei: o dolo aqui tratado é o processual, ou seja, aquele destinado
a enganar o julgador; já a coação é obrigar alguém, mediante grave
ameaça, a proceder de forma que não agiria se não tivesse sido coagido;
enquanto que a colusão e a simulação significa o acordo entre as partes
para obter através do processo algo ilegal.
d. ofender a coisa julgada: isso pode ocorrer quando a sentença que se
pretenda rescindir tiver violado coisa julgada anteriormente constituída
anteriormente em outro processo.
e. violar manifestamente norma jurídica: atente-se para o fato de que a
sentença deve violar “manifestamente” norma jurídica cuja jurisprudência
seja consolidada, não se admitido rescisória quando a ofensa a determinar
norma tenha interpretação divergente nos tribunais. Nesse sentido a
sumula 343, do STF: “Não cabe ação rescisória por ofensa a literal
dispositivo de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto
legal de interpretação controvertida nos tribunais”. Podemos citar um
exemplo de violação literal à lei: na sentença o juiz declarou a revelia e
verdadeiro os fatos narrados pelo autor em uma ação que versava sobre
direito indisponível, contrariando o artigo 345, II, do Código de Processo
Civil.
f. Contrariar decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido
em julgamento de casos repetitivos que não tenha considerado a existência
de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que
lhe deu fundamento: nesse caso caberá ao autor, sob pena de inépcia,
demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por
hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a impor
outra solução jurídica (ver § 5, do art. 966).
g. for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo
criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória: tome-se
como exemplo os documentos falsos (notas fiscais e recibos) juntados pelo
devedor numa ação de prestação de contas.
h. obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja
existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe
assegurar pronunciamento favorável: prova nova aqui mencionada deve
ser entendida como prova referente aos fatos que orientaram o julgamento
mas que só agora foi conhecida sua existência (prova velha cujo
conhecimento é novo).
i. for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos: ocorre erro de
fato quando a sentença admite como ocorrido fato inexistente ou considera
inexistente fato efetivamente ocorrido. Este erro, só ensejará ação
rescisória se deu causa à conclusão da sentença, e se pode ser apurado
simplesmente pelo exame dos autos, pois a ação rescisória não é meio de
consertar uma instrução deficiente, igualmente não pode ter havido
pronunciamento judicial a respeito do erro. Exemplo: a sentença não
considerou recibos de pagamento que estavam nos autos.
Atente-se para o fato de que as causas que justificam a interposição da ação
rescisória, não visam discutir a justiça ou injustiça da sentença proferida, mas corrigir
graves vícios que macularam a decisão original.
Outro aspecto que releva comentar é que “os atos de disposição de direitos,
praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados pelo juízo,
bem como os atos homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à
anulação, nos termos da lei” (art. 966, § 4°). Quer dizer, nestes casos cabe ação
anulatória e não rescisória.
A ação rescisória pode ser proposta pela parte ou por seu sucessor a título singular
ou universal (sendo que neste caso está excluída a possibilidade da ação rescisória se
fundamentar em confissão viciada, pois a confissão é ato personalíssimo e só poderia ser
invalidade pelo próprio confitente); por terceiro juridicamente interessado ou pelo
membro do Ministério Público (quando não foi ouvido no processo cuja participação era
obrigatória ou se houve colusão entre as partes).
A legitimidade passiva será de todos aqueles que tenham sido partes vencedoras
no processo original. Quer dizer, será réu na ação rescisória a parte vencedora na
demanda cuja coisa julgada se pretende desconstituir.
É possível a existência de litisconsórcio passivo necessário em duas hipóteses: no
caso de conluio entre as partes para fraudar a lei, já que o Ministério Público deverá
propor a ação rescisória contra ambas as partes da relação processual anterior; e, no
caso de terceiro juridicamente interessado que deverá propor a ação contra o autor e o
réu da ação originária.
7. RESPOSTA DO RÉU
8. PROCEDIMENTO
A ação rescisória observará, no que couber, o procedimento comum, apenas com o
fato de que o Relator irá assumir o lugar do juiz de primeira instância, entretanto não
poderá julgar sozinho, pois este julgamento compete ao colegiado pelo órgão
competente.
A instrução probatória, se necessária, poderá ser delegada ao um juiz de
primeira instância, que deve concluía-la no prazo que será fixado entre 1 (um)
a 3 (três) meses, devolvendo em seguida os autos ao Tribunal (art. 972, CPC).
Encerrada a instrução, será concedida vista às partes para as suas alegações finais,
no prazo de 10 (dez) dias sucessivos, e em seguida ao Ministério Público para que profira
parecer (art. 973).
O julgamento, no Tribunal, se inicia sob o visto do Relator (que será,
preferencialmente, magistrado que não tenha participado do julgamento rescindendo),
providenciando a secretaria cópia do relatório para os membros do colegiado (art. 971).
A ação rescisória não tem efeito suspensivo, tendo em vista ser uma ação e não um
recurso. Para que dúvidas não pairem o art. 969, do CPC, deixa claro essa assertiva,
vejamos: “A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão
rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória”.
Embora a ação rescisória não tenha efeito suspensivo o próprio dispositivo legal
supra citado admite a possibilidade de ser concedida tutela antecipada ou cautelar se o
autor requerer e demonstrando a probabilidade do direito e o perigo de dano (ver art.
294 e ss do CPC).
O tribunal proferirá novo julgamento sempre que a ação rescisória for julgada
procedente, eis que uma vez rescindido o julgado anterior, a antiga sentença deixou de
existir no mundo jurídico, sendo necessário, por isso, um novo julgamento (art.
974, caput).
Esse novo julgamento só não ocorrerá na hipótese de a ação rescisória ser
fundada em violação de coisa julgada anterior, pois neste caso a sentença rescindida
não deveria ter existido e por isso não será substituída por outro julgamento de mérito.
Da mesma forma nas hipóteses de impedimento ou incompetência absoluta, em
virtude da nulidade de todos os atos decisórios do juiz de primeira instância, não será
possível ao Tribunal proferir novo julgamento, uma vez que o processo não estará em
condições para tanto (analogia com a teoria da causa madura).
[1] Nehemias Domingos de Melo in Novo CPC anotado, comentado e comparado, 2ª.
ed. Rumo Legal, 2016, p. 878.
[2] São tipos penais previstos nossarts. 319, 316 e 317, respectivamente, do Código
Penal.