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ABRAIDI

Associação Brasileira de Importadores


e Distribuidores de Produtos para Saúde

2019
O CICLO DE
FORNECIMENTO
DE PRODUTOS
PARA SAÚDE
NO BRASIL

2ª edição
4 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
GOVERNANÇA
Presidente
GESTÃO Sérgio Dilamar Bitencourt da Rocha
2017–2020 ENDOSUL COM. E REP. DE MAT. CIRÚRGICOS LTDA./RS

Vice-Presidente
Gláucio Pegurin Libório
ORTHOHEAD INSTR. E IMPL. CIRÚRGICOS LTDA./ES

Diretor
Ronaldo Sampaio Carneiro
DUDER PRODUTOS MÉDICOS LTDA./BA

Conselheiros
Cândida de Fátima Bollis
SP INTERVENTION LTDA./SP

Cassius Maggioni
CORTICAL COMÉRCIO DE PRODUTOS CIRÚRGICOS LTDA./SP

Eduardo Ferreira Simões


IMPLAMED IMPLANTES ESP. COM. IMPOR. EXP. LTDA./SP

Eduardo Sanchez Facci


ORTHOMAXX HOSPITALAR EIRELI/SP

Fábio Almeida Bastos


EMILCARDIO PRODUTOS HOSPITALARES EIRELI/ES

Gil Clemente de Magalhães Pinho


MEDARTIS IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA./SP

Maria Cecilia Patrícia Braga Braile Verdi


BRAILE BIOMÉDICA IND. COM. E REPRESENTAÇÕES LTDA./SP

Roberley Carlos Polycarpo


UL QUÍMICA E CIENTÍFICA LTDA./ES

Silvio Tsukuda
LIVANOVA BRASIL COM. E DIST. DE EQUIP. MED. HOSP. LTDA./SP
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 5

CONSELHO FISCAL CORPO EXECUTIVO E TÉCNICO

Conselheiros Diretoria Executiva


Fernando Reatto Bruno Boldrin Bezerra
CIENLABOR INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA./PB
Diretoria Técnica
Josevaldo Nergino de Sousa Sérgio Alcântara Madeira
LITORMED COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA./CE
Corpo Administrativo
Ronaldo Sampaio Carneiro
Daise de Oliveira Domingues
DUDER PRODUTOS MÉDICOS LTDA./BA
ADMINISTRATIVO/FINANCEIRO

COMISSÃO DE ÉTICA E PROCESSAMENTO Flávia Guimarães


SECRETARIA
Presidente
Volnei Luiz Ortigara Liliam Salazar
CANADÁ CENTRAL DE NEGÓCIOS DO BRASIL LTDA./RS ATENDIMENTO AO ASSOCIADO

Vice-Presidente Lucas Macedo


Gil Clemente de Magalhães Pinho RELAÇÕES GOVERNAMENTAIS
MEDARTIS IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA./SP Tatiane Munhoz
Membros COMUNICAÇÃO
Eduardo Ferreira Simões (titular)
IMPLAMED IMPLANTES ESP. COM. IMPOR. EXP. LTDA./SP
REALIZAÇÃO
Henrique Cesar Martins (1º suplente)
Associação Brasileira de Importadores e
HMS IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA./SP
Distribuidores de Produtos para Saúde - ABRAIDI
Rogério Pinheiro Gerszt (2º suplente) Websetorial Consultoria Econômica
MEDICAL SUTURE COMÉRCIO LTDA./ES

COLABORAÇÃO
(EM ORDEM ALFABÉTICA)

Bruno Boldrin Bezerra (ABRAIDI)


Lucas Flávio de Macedo (ABRAIDI)
Patrícia Véras Marrone (Websetorial)
Sérgio Alcântara Madeira (ABRAIDI)
Sérgio Dilamar Bitencourt da Rocha (ABRAIDI)

Projeto gráfico: Laika Design


Impressão: Centrográfica
Sumário
Capítulo 1

13 Carta 17 Ações e
ao leitor Números
DA ABRAIDI

15 Missão, 18 Números
Visão e
Valores 24 Principais temas
e ações - 2018

31 Compliance

Capítulo 2

39 O setor de
produtos
para saúde

42 Números do
setor e mercado
interno

51 Dados do
comércio
exterior de
produtos para
saúde
Capítulo 3 Capítulo 4

63 Análise comparativa 95 Distorções


de preços de do sistema
dispositivos médicos de saúde
implantáveis em
países selecionados
97 Retenção de
faturamento
65 O mercado de
dispositivos médicos
e sua dinâmica 102 Glosas
de preços.
105 Inadimplência
72 Análise da evolução
dOS preços
de produtos 106 Desconto
hospitalar
selecionados

79 Evolução dos preços 110 Serviços não


remunerados
de comercialização
de DMI’s nos países
analisados 111 Perdas por
distorções
92 conclusões
112 conclusões
113 Referências

114 EMPRESAS ASSOCIADAS


ABRAIDI - 2018
8 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Segmentação dos associados ABRAI- GRÁFICO 13: Contratualização nos associados
DI por tipo de atividade. Página 18 ABRAIDI. Página 46
GRÁFICO 2: Distribuição dos associados ABRAIDI GRÁFICO 14: Participação dos players na contra-
por porte (faturamento anual). Página 19 tualização com associados ABRAIDI. Página 46
GRÁFICO 3: Distribuição dos associados ABRAIDI GRÁFICO 15: Associados ABRAIDI que vendem
por região. Página 20 produtos contemplados pelo Convênio ICMS n.
01/1999. Página 47
GRÁFICO 4: Distribuição dos associados ABRAIDI
por unidade da Federação. Página 21 GRÁFICO 16: Consequências do fim do Convê-
nio ICMS n. 01/1999 para os associados ABRAIDI.
GRÁFICO 5: Segmentação dos associados ABRAI-
Página 48
DI por especialidade de atuação. Página 22
GRÁFICO 17: Distribuição do faturamento dos
GRÁFICO 6: Volume cirúrgico mensal nas princi-
associados ABRAIDI por fonte pagadora. Página 49
pais especialidades de atuação. Página 23
GRÁFICO 18: Distribuição do faturamento dos
GRÁFICO 7: Status dos associados ABRAIDI em
associados ABRAIDI por fonte pagadora privada.
relação a programas de compliance. Página 37
Página 50
GRÁFICO 8: Associados ABRAIDI que possuem
GRÁFICO 19: Produção de dispositivos médicos
subdistribuidores. Página 42
implantáveis, materiais e equipamentos de apoio
GRÁFICO 9: Quantificação de subdistribuidores no Brasil. Página 51
para as empresas que afirmaram atuar com estes.
GRÁFICO 20: Balança comercial de dispositivos
Página 42
médicos implantáveis, materiais e equipamentos
GRÁFICO 10: Número de instrumentadores no de apoio. Página 52
quadro de funcionários (fixos e temporários).
GRÁFICO 21: Participação percentual das impor-
Página 43
tações no consumo aparente de dispositivos mé-
GRÁFICO 11: Volume de vendas de materiais dos dicos implantáveis, materiais e equipamentos de
associados ABRAIDI ao SUS. Página 44 apoio. Página 53
GRÁFICO 12: Top 10 principais produtos vendi-
dos por associados ABRAIDI ao SUS. Página 45
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 9

GRÁFICO 22: Principais países de origem das im- GRÁFICO 30: Ocorrência da prática de glosa
portações de dispositivos médicos implantáveis, por planos de saúde ou operadoras. Página 103
materiais e equipamentos de apoio. Página 54
GRÁFICO 31: Volume total de glosa dos asso-
GRÁFICO 23: Principais países de destino das ex- ciados ABRAIDI. Página 104
portações de dispositivos médicos implantáveis,
GRÁFICO 32: Ocorrência de perdas com ina-
materiais e equipamentos de apoio. Página 58
dimplência por hospitais, operadoras e órgãos
GRÁFICO 24: Preços médios anuais de stents públicos. Página 105
sem fármacos pagos pelas operadoras de saúde
GRÁFICO 33: Ocorrência da prática de des-
ou hospitais em países da América Latina, nos Es-
conto hospitalar. Página 106
tados Unidos e em países da Europa, em us$, 2014
a 2018. Página 83 GRÁFICO 34: Ocorrência de retaliação ao
negar a concessão de desconto hospitalar.
GRÁFICO 25: Preços médios anuais de stents com
Página 107
fármacos, pagos pelas operadoras de saúde ou hos-
pitais, em países da América Latina, nos Estados GRÁFICO 35: Porcentagem de associados
Unidos, e em países da Europa, em us$, de 2014 a ABRAIDI que voltaram a vender ao cliente,
2018. Página 86 mesmo após recusa em conceder o desconto.
Página 108
GRÁFICO 26: Preços médios anuais das próteses
totais primárias de joelho pagos pelas operadoras GRÁFICO 36: Ocorrência de pressão pelo hos-
de saúde ou hospitais, em países da América La- pital para o desconto, mesmo quando o fatura-
tina, nos Estados Unidos e em países da Europa, mento é feito para o plano de saúde. Página 109
em us$, 2014 a 2018. Página 91
GRÁFICO 37: Ocorrência de serviços não re-
GRÁFICO 27: Faturamento dos associados munerados prestados por associados ABRAIDI.
ABRAIDI retido por fonte pagadora. Página 98 Página 110
GRÁFICO 28: Número médio de dias até a GRÁFICO 38: Custos adicionais à operação do
emissão de nota fiscal dos associados ABRAIDI distribuidor decorrentes das distorções no setor
para cada fonte pagadora. Página 99 de produtos para saúde. Página 111
GRÁFICO 29: Número médio de dias entre a
emissão de nota fiscal e o pagamento – associa-
dos ABRAIDI por fonte pagadora. Página 100
10 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Reunião com o então diretor de Mo- FIGURA 7: Entidades da Argentina, do Brasil, do
nitoramento e Controle Sanitário da Anvisa, Dr. Chile, da Colômbia, dos Estados Unidos e do Méxi-
William Dib e a Gerência Geral de Portos, Aeropor- co participaram da reunião na Filadélfia. Página 32
tos e Fronteiras. Página 24
FIGURA 8: Presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha,
FIGURA 2: Reunião com os diretores da ANS Ro- participa do Compliance Across Americas.
drigo Rodrigues Aguiar e Simone Sanches Freire, Página 33
na qual foram apresentados dados e informações
FIGURA 9: Diretor executivo, Bruno Boldrin Be-
sobre o problema de retenção de faturamento.
zerra, representou a ABRAIDI no evento. Página 33
Página 25
FIGURA 10: Abertura do I Workshop Compliance
FIGURA 3: Reunião com o Secretário de Contro-
para Distribuidores. Página 35
le Externo da Saúde do TCU, Marcelo Chaves, para
discutir as distorções na área da saúde, incluindo a FIGURA 11: Palestra de encerramento do
retenção de faturamento. Página 26 workshop ministrada pelo Procurador da Repú-
blica, Deltan Dallagnol, membro da Força Tarefa
FIGURA 4: Reunião com a Secretária de Transpa-
da Operação Lava Jato. Página 35
rência e Prevenção da Corrupção da CGU, Claudia
Taya e o coordenador geral de Auditoria da Área da FIGURA 12: Representação do Paradigma Estru-
Saúde da CGU, Alexandre Gomide Lemos. tura-Conduta-Desempenho. Página 66
Página 26
FIGURA 13: Dados macroeconômicos de saúde
FIGURA 5: Reunião com o então Secretário Exe- no Brasil - 2018. Página 68
cutivo da Casa Civil, Daniel Sigelmann, em novem-
FIGURA 14: Prazo médio entre emissão de nota
bro de 2018 – Brasília/DF. Página 27
fiscal e recebimento dos Associados ABRAIDI.
FIGURA 6: Presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, Página 101
no Fórum Compliance Healthcare. Página 31
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 11

LISTA DE TABELAS

TABELA 1: Principais países de origem das im-


portações de dispositivos médicos implantáveis,
por produto - 2018. Página 56
TABELA 2: Principais países de destino das ex-
portações de dispositivos médicos implantáveis,
por produto - 2018. Página 61
TABELA 3: Vinte principais dispositivos médicos
comprados pelo SUS, em 2018, em valores totais
de compra. Página 73
TABELA 4: Vinte principais dispositivos médicos
comprados pelo Sistema Suplementar, em 2012,
em valores totais de compra. Página 74
TABELA 5: Preços médios anuais de stents sem
fármacos pagos pelas operadoras de saúde ou
hospitais, em países da América Latina, nos Es-
tados Unidos e em países da Europa, em US$, de
2014 a 2018. Página 82
TABELA 6: Preços médios anuais de stents com
fármacos pagos pelas operadoras de saúde ou
hospitais, em países da América Latina, nos Es-
tados Unidos e em países da Europa, em US$, de
2014 a 2018. Página 85
TABELA 7: Preços médios anuais das próteses to-
tais primárias de joelho pagos pelas operadoras
de saúde ou hospitais, em países da América Lati-
na, nos Estados Unidos e em países da Europa, em
US$, de 2014 a 2018. Página 89
12 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL
Carta ao leitor

Em 2018, a ABRAIDI dedicou-se com afinco


para demonstrar à sociedade, ao setor de saúde
e aos órgãos governamentais, a importância e
os detalhes do funcionamento das atividades de
importação e distribuição de produtos para saúde
em todo o país. Fizemos isso na primeira edição
da publicação O ciclo de fornecimento de produtos
para saúde no Brasil, trazendo números e dados
inéditos sobre o setor, extraídos de ampla pesqui-
sa com associados da ABRAIDI.

Mais do que apresentar essas informações volume, a ABRAIDI mostra dados inéditos de um
como contribuição ao debate da saúde, buscamos comparativo de preços de dispositivos médicos
mostrar as dificuldades enfrentadas por um setor em vários países do mundo, trazendo luz sobre
que hoje é bastante pulverizado em todo o país, uma questão sempre colocada em debates públi-
mas que é vital para o atendimento de saúde de cos, mas com poucos dados concretos.
milhões de brasileiros e que está em crise, acom-
panhando boa parte de toda cadeia. Apesar de compreender uma amostra de dois
produtos largamente utilizados nos sistemas pú-
Nesta segunda edição, procuramos publicar blico e privado brasileiro, os dados de preços in-
números atualizados sobre o setor de forneci- ternacionais mostram que o nosso mercado, ao
mento de produtos para saúde no Brasil e esta- contrário do que muitos dizem, não está fora da
belecer comparativos com os resultados anterio- curva mundial quando se compara a países de-
res, para mensurar tendências de mercado que senvolvidos e, até mesmo, a países no mesmo
possam orientar não só as próprias empresas em estágio de desenvolvimento do Brasil.
seus negócios, mas também auxiliar na definição
de políticas públicas que busquem a sustentabili- Novamente, a proposta da ABRAIDI ao apre-
dade de todos os players da saúde. sentar esses dados é provocar a reflexão e oferecer
conteúdo para o debate. Afinal, a sustentabilidade
Além de constatar que problemas recorren- do setor de saúde brasileiro é vital para milhões
tes e estruturais do sistema de saúde persistem de pessoas e ela só acontecerá, a partir de mudan-
e, em alguns casos, aumentaram em tamanho e ças estruturais que deverão ser feitas por todos.

Sérgio Dilamar B. da Rocha


Presidente do Conselho de Administração
14 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

MISSÃO
VISÃO
VALORES
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 15

Missão
Assegurar que as empresas associadas
reconhecidamente representem
a vanguarda nas soluções para a saúde.

Visão
Ser a associação representante
de distribuidores e importadores
de produtos para a saúde, sustentada
na ética e na transparência, promovendo
ações que tornem nossas associadas
referências no mercado para a saúde.

Valores
Da boa cidadania, que compreendem:
> Ética
> Responsabilidade social
> Sistemas e gestão da qualidade
> Contínuo foco no ser fragilizado
– o paciente
1 AÇÕES E
NÚMEROS
DA ABRAIDI
18

AÇÕES E NÚMEROS
DA ABRAIDI

NÚMEROS
mais dE
294 13 MIL 4,8 BILHÕES
3

ASSOCIADOS1 EMPREGOS DIRETOS2 DE FATURAMENTO EM 2018

GRÁFICO 01

Segmentação dos associados ABRAIDI


por tipo de atividade
Em % e número de associados - fevereiro / 2019
Fonte: ABRAIDI

APENAS
DISTRIBUIDOR 138 - 47%
IMPORTADOR
E DISTRIBUIDOR 129 - 44%
IMPORTADOR,
DISTRIBUIDOR
E FABRICANTE
12 - 5%
APENAS
IMPORTADOR 10 - 3%
DISTRIBUIDOR
E FABRICANTE 3 - 0,5%
IMPORTADOR
E FABRICANTE 2 - 0,5%
1
Fevereiro/2019
2
Estimativa baseada em pesquisa com empresas associadas (amostra = 116).
3
Estimativa baseada em pesquisa com empresas associadas (amostra = 116).
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 19
1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

GRÁFICO 02

Distribuição dos associados ABRAIDI por porte


(faturamento anual)
Em % dos associados – fevereiro / 2019
Fonte: ABRAIDI

20%
Pequeno

Micro
13% 41%
Médio

Grande I
7%
19%
Grande II

Classificação de porte ABRAIDI (em faturamento anual):

Micro: até R$ 2 milhões;


Pequeno: acima de R$ 2 milhões;
Médio: acima de R$ 6 milhões;
Grande II: acima de R$ 20 milhões;
Grande I: acima de R$ 50 milhões.
20

GRÁFICO 03

Distribuição dos associados ABRAIDI por região


Em % dos associados – fevereiro / 2019
Fonte: ABRAIDI

Nordeste
15%
Norte
3%
Centro-Oeste
8%
Sul
14%
60%
Sudeste
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 21
1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

GRÁFICO 04

Distribuição dos associados ABRAIDI


por unidade da federação
Em % e número absoluto de associados - fevereiro / 2019
Fonte: ABRAIDI

SÃO PAULO 118 - 40%


RIO DE JANEIRO 33 - 11%
PARANÁ 19 - 6,5%
RIO GRANDE 17 - 6%
DO SUL
MINAS GERAIS 15 - 5%
DISTRITO
FEDERAL 13 - 4,5%
ESPÍRITO
SANTO 12 - 4%
PERNAMBUCO 12 - 4%
BAHIA 9 - 3%
CEARÁ 8 - 3%
PARÁ 5 - 2%
MATO GROSSO 4 - 1%
MATO GROSSO
DO SUL 4 - 1%
PARAÍBA 4 - 1%
SANTA CATARINA 4 - 1%
AMAZONAS 3 - 1%
RIO GRANDE
DO NORTE 3 - 1%
SERGIPE 3 - 1%
ALAGOAS 2 - 1%
GOIÁS 2 - 1%
MARANHÃO 2 - 1%
ACRE 1 - 0,5%
PIAUÍ 1 - 0,5%
22 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

GRÁFICO 05

Segmentação dos associados ABRAIDI


por especialidades de atuação 1

Em % dos associados - fevereiro / 2019


Fonte: ABRAIDI

CIRUGIA
CARDIOVASCULAR2 67%
ORTOPEDIA3 63%
NEUROCIRCURGIA 53%
MATERIAIS 24%
ESPECIAIS4
CIRURGIA
GERAL 21%
UROLOGIA 15%
CONSUMO 12 %
CIRURGIA
PLÁSTICA 9%
BUCO MAXILAR 9%
NEFROLOGIA 5%
ODONTOLOGIA 5%
RADIOLOGIA 4%
OFTALMOLOGIA 4%
OUTROS 18%

1
É comum importadores e distribuidores trabalharem em várias especializações ao mesmo tempo.

2
Cirurgia cardiovascular compreende cardiologia, cirurgia vascular e cardiologia intervencionista.

3
Ortopedia inclui também coluna.

4
Materiais especiais: quaisquer materiais ou dispositivos de uso individual que auxiliam em
procedimento diagnóstico ou terapêutico e que não se enquadram nas especificações de órteses
ou próteses, implantáveis ou não, podendo ou não sofrer reprocessamento, conforme regras
determinadas pela Anvisa.
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 23
1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

GRÁFICO 06

Volume cirúrgico mensal nas principais


especialidades de atuação 1

Em número de cirurgias e % do total - 2018


Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI; Análise Websetorial.
2
TOTAL: 71.985 CIRURGIAS/MÊS
45000
56%
40000
40374

35000

30000

25000

20000
ORTOPEDIA E COLUNA 3

19%
13825
CARDIVASCULAR 4

15000
10%
NEUROCIRURGIA

10000 7053
MATERIAIS5
CONSUMO

ESPECIAIS

5% 5%
CIRURGIA

CIRURGIA

2% 3%
OUTROS
5000
3600
GERAL

3590 1914
1628
0

É comum importadores e distribuidores trabalharem em várias especializações ao mesmo tempo.


1

Cálculo estimado com base na amostra da Pesquisa dos associados ABRAIDI.


2

3
Ortopedia inclui também coluna.

Cirurgia cardiovascular compreende cardiologia, cirurgia vascular e cardiologia intervencionista.


4

5
Materiais especiais: quaisquer materiais ou dispositivos de uso individual que auxiliam em procedimento diagnóstico ou
terapêutico e que não se enquadram nas especificações de órteses ou próteses, implantáveis ou não, podendo ou não sofrer
reprocessamento, conforme regras determinadas pela Anvisa (MINISTÉRIO DA SAÚDE, loc. cit.)

O volume cirúrgico mensal em ortopedia é muito superior aos de-


mais, representando mais da metade (56%) das cirurgias mensais conta-
bilizadas.
Ao todo, estima-se mais de 863 mil cirurgias atendidas por ano pelos
associados ABRAIDI nas principais especialidades de atuação.
24 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

PRINCIPAIS TEMAS
E AÇÕES - 2018

PORTOS, AEROPORTOS
E FRONTEIRAS (PAF)

A ABRAIDI, em conjunto com outras entidades do setor, trabalhou perante a


Anvisa para propor medidas e encontrar soluções que reduzissem o prazo mé-
dio de liberação sanitária de produtos importados para saúde.

Diante do significativo volume de importações adoção de formulários eletrônicos;


de produtos para saúde que o Brasil realiza todos centralização da análise das petições em “pos-
os anos, da descentralização do processo de libe- tos virtuais”, divididos por tipo de produto, com
ração, dos problemas orçamentários e de recursos servidores dedicados;
humanos – muitos servidores da Anvisa nas áreas simplificação e desburocratização de regras
de PAF se aposentaram e as vagas não foram repos- e procedimentos para importação – RDC n.
tas – enfrentados pela Agência, o prazo médio das 208/2018;
liberações sanitárias, que chegou a 50 dias úteis em divulgação das informações relativas à quanti-
2016, hoje está na média de 3-5 dias úteis graças dade de processos pendentes de análise e prazos
a uma série de mudanças propostas pela ABRAIDI no site da Anvisa;
e pelas demais entidades do setor e adotadas pela consolidação do procedimento de gestão
Anvisa. de risco nos processos de importação – RDC n.
228/2018;
Principais mudanças no processo de liberação implementação do mecanismo de parametri-
sanitária de produtos importados para saúde: zação de cargas, semelhante ao que é feito pela
Receita Federal.

Ainda que o panorama geral tenha melhora-


do, a ABRAIDI monitora constantemente a situa-
ção com seus associados importadores e mantém
um canal de diálogo aberto com a Agência para
reportar problemas. Por isso, ainda é necessário
que a Anvisa invista em Tecnologia da Informa-
ção (TI) para modernizar os sistemas que hoje
efetuam todas essas operações, conferindo maior
agilidade aos processos e evitando “apagões”, que
prejudicam não só as empresas de produtos para
saúde, mas também as de outros setores impor-
Figura 1. Reunião com o então diretor
de Monitoramento e Controle Sanitário
da ANVISA, Dr. William Dib e a Gerência Geral
tantes, como o setor farmacêutico.
*
de Portos, Aeroportos e Fronteiras.
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 25
1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

RETENÇÃO
DE FATURAMENTO

Em 2018, a ABRAIDI lançou a primeira edição desta publicação O ciclo de for-


necimento de produtos para saúde no Brasil, que apresentava, de forma inédi-
ta, um levantamento do montante total estimado de recursos dos associados
da ABRAIDI que estavam pendentes de faturamento.

A prática somou em 2017, R$ 539,6 milhões,


com uma média de 64 dias para emissão da nota
fiscal e mais 106 dias para o efetivo pagamento de
A prática
cirurgias já realizadas e previamente autorizadas. somou
Com base nesse levantamento, a ABRAIDI
realizou dezenas de reuniões com autoridades
em 2017,
governamentais para apresentar e discutir o pro- R$ 539,6
blema, visando encontrar caminhos e apresentar
contribuições para eliminar essa distorção que milhões.
hoje impacta negativamente todo o sistema de
saúde e, sobretudo, os pacientes/consumidores
que pagam a conta.
*

Figura 2. Reunião com os diretores da ANS


Rodrigo Rodrigues Aguiar e Simone Sanches
Freire, na qual foram apresentados dados e
informações sobre o problema de retenção
de faturamento.
26 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

Figura 3. Reunião com o Secretário de Controle


Externo da Saúde do TCU, Marcelo Chaves,
para discutir as distorções na área da saúde,
incluindo a retenção de faturamento.

Em 2019, além de atualizar a pesquisa com os


associados para mensurar o tamanho do mon-
tante de recursos relacionados à retenção de fa-
ABRAIDI apresentou
turamento, a ABRAIDI apresentou denúncia for- denúncia formal
mal sobre a prática, aos órgãos governamentais
competentes, cobrando providências e expondo sobre a prática,
os principais problemas que a retenção de fatura-
mento ocasiona aos pacientes e aos fornecedores
aos órgãos
de produtos para saúde.
* governamentais
competentes.

Figura 4. Reunião com a Secretária de Transparência


e Prevenção da Corrupção da CGU, Claudia Taya
e com o coordenador geral de Auditoria da Área
da Saúde da CGU, Alexandre Gomide Lemos.
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 27
1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

Figura 5. Reunião com o então Secretário


Executivo da Casa Civil, Daniel Sigelmann,
em novembro de 2018.

Manutenção das alíquotas


de Imposto de Importação
de produtos para saúde

Em julho de 2018, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Co-


mércio Exterior (Camex) do Governo Federal, durante o processo de revisão
da Lista de Exceções da Tarifa Externa Comum do Mercosul (Letec), retirou
os produtos para saúde classificados na NCM 9021.10.20 (artigos e aparelhos
para fraturas) da Lista de Exceções, o que resultou no aumento da alíquota de
Imposto de Importação (II) desses produtos de 4% para 14%.

Somente em recolhimento de impostos pelas sondas e cânulas. Caso esses produtos tivessem
empresas fornecedoras, o impacto poderia chegar suas alíquotas de Imposto de Importação au-
a R$ 30 milhões, se mantidos os mesmos volu- mentadas, o impacto para o sistema seria de, no
mes de importação. mínimo, R$ 160 milhões.
Depois de a ABRAIDI demonstrar esses efeitos
A ABRAIDI, ao tomar conhecimento da medi- negativos para todo o sistema, a Camex decidiu,
da, imediatamente iniciou um trabalho de cola- em novembro de 2018, pela manutenção desses
boração com o Ministério da Saúde e interlocução produtos na Lista de Exceções com alíquotas
com os demais órgãos do Governo Federal envol- de II reduzidas. Além disso, a ABRAIDI continua
vidos na decisão, com o objetivo de levar dados e trabalhando perante o Governo Federal plei-
informações sobre o mercado de produtos para teando a reinclusão de artigos e aparelhos para
saúde, a fim de demonstrar os impactos negati- fraturas na Lista de Exceções, além de outras ca-
vos que tal ação trazia para todo o sistema. tegorias de produtos como bisturis e aparelhos e
equipamentos de anestesia, com o objetivo de re-
Além dos produtos para fraturas, também duzir as alíquotas, evitando o aumento de custos
estavam sob revisão as NCMs das próteses articu- em todo o sistema de saúde e permitindo melhor
lares femorais e não femorais, além de cateteres, acesso da população a essas tecnologias.
*
28 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

Reprocessamento
de produtos para trauma

Desde 2007, a ABRAIDI vem apoiando associados em contatos com a Anvisa


para o atendimento de exigências por ocasião dos registros de dispositivos
médicos implantáveis (DMIs) não estéreis, mais especificamente placas e pa-
rafusos necessários a cirurgias ortopédicas, diante das não conformidades
criadas com a publicação da RDC n. 156/2006.

Foram inúmeras reuniões e solicitações de


mudança no enquadramento desses DMIs es- Os esforços
pecíficos nessa RDC, que atualmente proíbe o
reprocessamento e a comercialização.
foram
redobrados
Os esforços foram redobrados a partir de fe- a partir de
vereiro de 2018, no sentido de propor alterações,
retirando os implantes de uso único não estéreis
fevereiro de
da mesma regra sanitária dos implantes de uso 2018, no sentido
único permanentes. O ordenamento regulatório de propor
se mostra incompatível com a realidade atual alterações.
do sistema de saúde: distribuidores, hospitais,
equipes médicas. Destacamos que não há evi-
dências comprovadas de prejuízo aos pacientes
em razão dessa prática, corroborada pela Socie-
dade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia em todo o território nacional, seria importante
(SBOT), nossa parceira nas reivindicações, junto que a agência liderasse um grupo de trabalho
com a Abimo, a Abimed e a CBDL. envolvendo os vários interessados, tanto do se-
tor regulado quanto do setor regulador.
Após uma série de reuniões com os asso-
ciados, com as entidades acima mencionadas e A ABRAIDI entende que há questões contro-
com a própria Anvisa, apresentamos em agosto versas como as relacionadas à rastreabilidade, à
de 2018 uma proposta de Resolução que defen- abertura de embalagens para montar as caixas,
de um tratamento específico para esses DMIs, a à questão de controle e faturamento dos itens
exemplo de outras situações de exceção regula- consumidos, bem como à questão do forneci-
tória, como reprocessamento na área de cirurgia mento de produtos estéreis, placas e parafusos,
cardíaca (a recente RDC n. 256/2018) e reproces- em embalagens unitárias. No entanto, há ques-
samento de dialisadores. Ainda que as soluções tões sem controvérsia, como a inequívoca res-
apresentadas pela ABRAIDI possam ser conside- ponsabilidade de limpeza dos conjuntos instru-
radas imperfeitas, diante do impasse regulatório mentais e pelo processamento:
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 29
1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

responsabilidade do fabricante: o fabricante de- A adoção de outros procedimentos, já valida-


1 senvolve e produz estes DMIs não estéreis, e espe- dos, pela indústria é perfeitamente possível, por
cifica nas instruções de uso, as condições de pro- exemplo a adoção sistemática dos DMIs de trau-
cessamento prévio e esterilização, pelo hospital, ma em apresentação estéril e embalagens indivi-
antes da cirurgia nos pacientes; duais, se a Anvisa assim decidir e regulamentar,
incluindo análises de impacto. Outro aspecto in-
responsabilidade do fornecedor: receber e entre- teressante de mencionar é que em muitos hos-
2 gar o material recebido do fabricante, nas condi- pitais no exterior, o instrumental é de proprieda-
ções especificadas nos registros, observando as de dos hospitais e as dezenas de caixas de DMIs
boas práticas de distribuição e armazenamento; consignados ficam armazenadas em ambientes
controlados, nos serviços de saúde.
responsabilidade do fabricante/fornecedor e do O setor está, como sempre, disposto à implan-
3 hospital: o conjunto instrumental de ortopedia tação de novos processos, em acompanhamento
deve ser fornecido revisado e limpo e a seguir das tendências mundiais através da adoção de
processado pelo serviço de saúde, como indica o tecnologias que beneficiam a todos, mas visando
fabricante, antes dos procedimentos operatórios, especialmente os pacientes, com o objetivo de
conforme regras mundialmente reconhecidas participar da ampliação do acesso com a qualida-
para garantir a esterilização e a segurança para
uso nos pacientes;
de e a segurança necessárias.
*
responsabilidade do hospital: como qualquer
4 caixa de instrumental cirúrgico, o instrumental
de ortopedia deve ser lavado, limpo e desconta- Propostas
da ABRAIDI
minado, processado conforme regras mundial-
mente reconhecidas, após a cirurgia, para garan-
tir a segurança de usuários e pessoas no entorno
hospitalar, prevenindo a disseminação de infecção
Regulamentar o fornecimento de
hospitalar. Não há dúvida de que é o hospital que
detém a autorização sanitária, a tecnologia, as ins- DMIs não estéreis e de uso único em
talações, os equipamentos, os materiais de con- caixas com instrumental, para pre-
sumo e os agentes desinfetantes, os profissionais paro e processamento de implantes
especializados e os recursos humanos dedicados para cirurgia e posterior processa-
a essas tarefas; mento dos DMIs não utilizados.

responsabilidade do fornecedor: recolher os con- Regulamentar o processo logístico


5 juntos limpos e descontaminados, conferir, subs- e comercial da consignação, espe-
tituir componentes para reinício do processo. cialmente a contratualização, sob
a ótica das melhores práticas.
30 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

Isenção do rodízio para veículos


de empresas que transportam
produtos para saúde na cidade
de São Paulo

Desde 2017, atendendo a uma demanda dos associados, a ABRAIDI vinha tra-
balhando para incluir os veículos responsáveis pelo transporte de produtos
para saúde na cidade de São Paulo na isenção do Rodízio Municipal Veicular,
instituído pela Lei Municipal n. 12.490, de 3 de outubro de 1997 – Programa de
Restrição ao Trânsito de Veículos Automotores no Município de São Paulo –
Rodízio Municipal Veicular.

Por meio da realização de reuniões com a Di- Rodízio Municipal e, depois disso, o DSV publicou
retoria de Divisão Técnica do DSV, da Secretaria de a Portaria SMT.DSV.GAB n. 09, de 30 de janeiro de
Transportes do Município de São Paulo, e tam- 2019, estabelecendo os critérios para a solicitação
bém com o Grupo de Trabalho para estudos e da isenção, definindo que será implantado, de
compartilhamento de experiências para a gestão forma gradativa, um sistema de cadastro pré-
das excepcionalidades do “Programa de Restrição vio para identificação dos veículos isentos.
ao Trânsito de Veículos Automotores no Municí-
pio de São Paulo” (“Rodízio Municipal”) – criado O sistema de cadastro ainda não está dispo-
pela Portaria DSV.GAB n. 44, de 20 de abril de 2018, nível e se encontra em fase de desenvolvimen-
a ABRAIDI conseguiu, com sucesso, detalhar e to de sistema e legislação para atender à Lei n.
incluir como necessária a isenção dos veícu- 16.813/2018, que estabelece o cadastro. A ABRAI-
los que transportam produtos para a saúde, DI vai acompanhar essa fase de implantação, e,
em caráter de urgência ou emergência. posteriormente, comunicará com detalhes aos
associados os procedimentos para realização
Com base no estudo realizado pelo Grupo do cadastro diretamente no sistema ou pela
de Trabalho do Departamento de Operação do própria ABRAIDI. Com o cadastro, os veículos
Sistema Viário (DSV), o prefeito de São Paulo receberão uma identificação automática de
editou o Decreto n. 58.584, de 20 de dezembro “veículos isentos”, de que trata a Lei Municipal
de 2018, revisando a antiga regulamentação do
*
n. 16.813, de 1º de fevereiro de 2018.
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 31
1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

COMPLIANCE
Em 2018, a ABRAIDI deu continuidade à ex-
pansão das atividades ligadas aos temas ética e
compliance para seus associados, obtendo avan-
ços significativos. Além da realização e partici- Em 2018, a
pação de uma série de eventos sobre o tema, a
ABRAIDI lançou o programa Compliance em Ação,
ABRAIDI deu
com o objetivo de disseminar conhecimento e continuidade
auxiliar na capacitação e qualificação dos asso- à expansão
ciados para a implementação de programas de das atividades
integridade e mitigação de riscos.
ligadas aos
temas ética e
compliance para
seus associados.

Figura 6. Presidente da ABRAIDI Sérgio


Rocha no Fórum Compliance Healthcare.
Fórum
Compliance
Healthcare
O evento, realizado em abril de 2018, foi orga-
nizado em conjunto pela ABRAIDI, pela ABIIS, pela
Abimed e pela CBDL e debateu o fortalecimento
do ambiente ético de negócios no Brasil. Em cin-
co painéis, discutiu-se a maturidade do compliance
no país, os desafios ainda enfrentados pelo setor de
dispositivos médicos, tanto no setor público quan-
to no privado, a remuneração na cadeia da saúde e
como a ética pode trazer soluções.

Destaque para a participação do presidente da


ABRAIDI, Sérgio Rocha, que mediou o painel com
o tema “Como a remuneração na cadeia da saúde
e como a ética podem interferir nas relações?”, in-
serindo questões polêmicas na discussão, como a
exigência de descontos não pactuados por parte de
hospitais como condição de venda e qual tem sido

*
o papel das autoridades para coibir essas práticas.
32 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

Figura 7. Entidades da Argentina,


do Brasil, do Chile, da Colômbia,
dos Estados Unidos e do México
participaram da reunião na Filadélfia.

Reuniões
da Coalizão ABRAIDI é
Interamericana uma das
de Ética fundadoras
da Coalizão
Em 2018, a Coalizão Interamericana de Éti-
ca no setor de Dispositivos Médicos realizou sua
Interamericana
terceira e sua quarta reunião. A primeira ocorreu de Ética.
em abril, em São Paulo, e contou com notável
participação das entidades brasileiras do setor.
No encontro, foram pactuadas as ações a serem
desenvolvidas pelas entidades durante o ano e o
cronograma de resultados esperados. O diretor executivo da ABRAIDI, Bruno Bezerra,
apresentou as principais realizações da ABRAIDI,
A segunda reunião do ano aconteceu em se- destacando os trabalhos da Comissão de Ética e
tembro, na Filadélfia, nos Estados Unidos, durante Processamento, a criação do Programa Complian-
a MedTech Conference, onde a ABRAIDI e as demais ce em Ação e seus resultados iniciais. Somente nas
entidades participantes puderam apresentar os duas primeiras edições do Módulo 1 (curso básico
avanços das iniciativas de compliance com os asso- de compliance), foram 87 participantes de 64 em-
ciados e o plano de ações para 2019. presas associadas, de 13 estados diferentes.
*
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 33
1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

Compliance Across
Americas
Também no mês de abril, o presidente da ABRAIDI, Sérgio
Rocha, participou do painel “Compliance na área da saúde” do
evento Compliance Across Americas, em São Paulo. Durante o
debate, foram apresentadas as ações da ABRAIDI em relação
a compliance, incluindo as iniciativas de capacitação. Além da
ABRAIDI, estiveram presentes no painel o presidente do Ins-
tituto Ética Saúde, Gláucio Libório; a diretora de compliance
do Hospital Albert Einstein, Viviane Miranda, e o advogado
especialista em compliance, Giovanni Saavedra.
*
Figura 8. Presidente da ABRAIDI,
Sérgio Rocha, participa do
Compliance Across Americas.

Global Medtech
Compliance Conference
Em maio, a ABRAIDI participou da Global Medtech Com-
pliance Conference, na França, evento promovido pela Adva-
med e pela MedTech Europa. O diretor executivo da ABRAIDI,
Bruno Boldrin, foi um dos palestrantes no painel sobre com-
pliance para distribuidores.

Em sua fala, ele detalhou a realidade dos distribuidores


no Brasil, que enfrentam graves distorções, como a retenção
de faturamento e o desconto hospitalar, citando dados iné-
ditos da primeira edição da publicação O ciclo de fornecimento
de produtos para a saúde no Brasil. Além disso, Bruno Boldrin
Figura 9. Diretor executivo, Bruno destacou a vasta gama de serviços prestados pelo distribui-
Boldrin Bezerra, representou dor brasileiro que não são remunerados por hospitais nem
a ABRAIDI no evento.
pelas operadoras de saúde, a quantidade de responsabilida-
des que os distribuidores acumulam, comparada com em-
presas semelhantes nos demais países, e ainda ressaltou a
importância de os fabricantes se aproximarem e atuarem
como parceiros de seus distribuidores.
*
34 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

Programa ABRAIDI
Compliance em Ação

A ABRAIDI, mantendo seu papel de lideran-


ça em compliance na saúde e com o objetivo de 4 módulos:
colaborar e auxiliar seus associados na adoção de
programas e sistemas de integridade, lançou em
parceria com a Escola Superior de Ética Corporati- > Curso básico
va, Negócios e Inovação (Eseni) e com o apoio do sobre compliance
Instituto Ética Saúde, o Programa “Compliance em
Ação”, que conta com quatro módulos nas áreas
> Formação de
de conscientização, educação, suporte técnico, compliance officer
monitoramento e certificação em compliance. > Suporte técnico
> Certificação.
O Programa é permanente e composto de 4
módulos independentes, nos quais a empresa
escolhe o módulo de que deseja participar, de
acordo com seu estágio de desenvolvimento em
compliance.
*
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 35
1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

I Workshop
Compliance para
Distribuidores

No dia 8 de novembro, a ABRAIDI, em parceria


com a AdvaMed, realizou o I Workshop Compliance
para Distribuidores, promovendo interação entre
os participantes com estudos de caso, treina-
mentos e capacitação em diversos temas ligados
a compliance. O evento contou com a participa-
ção de 150 executivos de empresas fabricantes,
importadores e distribuidores de produtos para
saúde e teve as inscrições esgotadas.
Figura 10. Abertura do I Workshop
Compliance para Distribuidores.
No encerramento do workshop, os partici-
pantes assistiram à palestra “A ética e a luta contra
a corrupção”, ministrada pelo Procurador da Re-
pública, Deltan Dallagnol, que atua na Operação
Lava Jato.
*
Workshop fruto
da parceria
entre ABRAIDI
e AdvaMed
contou com 150
participantes
da indústria,
importadores e
distribuidores.

Figura 11. Palestra de encerramento


do workshop ministrada pelo Procurador
da República, Deltan Dallagnol, membro
da força-tarefa da Operação Lava Jato.
36

Ações
desenvolvidas
25 cursos, eventos e palestras sobre
compliance realizados entre 2013 e 2018

mais de 600 participantes

200 empresas associadas participantes

Em 2018, o percentual de associados


da ABRAIDI pesquisados que possuíam
alguma ação em compliance alcançou
90,7%, ante 72% em 2017, sendo 25,9%
das empresas já com o programa
de compliance completamente
implementado.
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 37
1. AÇÕES E NÚMEROS DA ABRAIDI

GRÁFICO 07

Status dos associados ABRAIDI


em relação a programas de compliance
Em % dos associados - 2018
Fonte: ABRAIDI baseada em pesquisa por amostragem, com empresas associadas.

2017
2018
51,8%

46%

26% 25,9%

14% 14%
13%
9,3%

NÃO POSSUEM POSSUEM POSSUEM CÓDIGO POSSUEM O


SOMENTE DE CONDUTA PROGRAMA
CÓDIGO DE E ESTÃO DE COMPLIANCE
CONDUTA DESENVOLVENDO IMPLEMENTADO
PROGRAMA DE
COMPLIANCE
2
O SETOR DE
PRODUTOS
PARA SAÚDE
40

O SETOR
DE PRODUTOS
PARA SAÚDE

De acordo com boletim1 da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde


(ABIIS), da qual a ABRAIDI é membro, o índice de consumo aparente de pro-
dutos para saúde no Brasil cresceu 13,5% em 2018, comparado ao ano de 2017.

Entre os segmentos que compõem o índice,


o da área de órteses, próteses e materiais espe-
ciais (OPME), especificamente, apresentou cres-
cimento de 5,4%. Já no mercado de trabalho, o
setor registrou aumento de 4,6% no número de
empregados, chegando a 139 mil trabalhadores,
considerando a indústria e o comércio atacadista
de peticionamento eletrônico para produtos para
e varejista de produtos para saúde.
saúde. A medida possibilitou que as empresas
Em relação ao comércio internacional, o seg- enviassem eletronicamente os documentos ne-
mento de OPME registrou alta de 9,7% nas impor- cessários ao atendimento das notificações de exi-
tações em 2018, comparado a 2017, enquanto as gência recebidas em decorrência das análises das
exportações registraram queda de 8,1%. Se consi- petições. É importante mencionar ainda a RDC n.
derarmos todos os segmentos – OPME, materiais 232/2018, que dispõe sobre a obrigatoriedade de
e equipamentos, e reagentes para diagnóstico inclusão de código de barras linear ou bidimen-
in vitro, as importações aumentaram 21,8% e as sional em etiquetas de rastreabilidade de stents
exportações registraram queda de 7,3%, quando para artérias coronárias, stents farmacológicos
comparados a 2017. para artérias coronárias, e implantes para artro-
plastia de quadril e de joelho.
No campo regulatório, 2018 foi repleto de mu-
danças. Logo no início do ano, a validade do regis- Do lado das importações, após intensos de-
tro de produtos para saúde foi ampliada de 5 para bates com o setor, incluindo a participação ativa
10 anos. Além disso, foi implementado o sistema da ABRAIDI, a Anvisa deu importante passo na

1 ABIIS – Boletim Econômico nº 25 – jan.-dez./2018.


O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 41
2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

modernização dos processos ao editar a RDC n.


Em 2018, o 208/2018, que simplificou os procedimentos para
segmento de importação de produtos sujeitos à vigilância sa-
OPME apresentou nitária, até então regidos pela RDC n. 81/2008,
crescimento acatando parte das propostas apresentadas pela
ABRAIDI. Ao longo do ano, foram adotados tam-
de 5,4% no índice bém os procedimentos de gestão de risco e para-
de consumo metrização de cargas, que agilizaram os processos
aparente. de análise e liberação de mercadorias importadas,
reduzindo seus prazos.
Também vale destacar a alteração nas regras
para renovação do Certificado de Boas Práticas de
Fabricação (CBPF) de Produtos para Saúde, Cos-
méticos ou Saneantes ou do Certificado de Boas
Práticas de Distribuição e Armazenagem (CBPDA)
de Produtos para a Saúde. A criação de códigos de
assunto tem como objetivo propiciar maior agilidade na distribuição e na análise das petições de reno-
vação, bem como de harmonizar os fluxos dos processos com outros fluxos existentes na Agência.
Para os produtos importados, a principal mudança em 2018 foi a retirada, pela Câmara de Comércio
Exterior da Receita Federal (Camex), da NCM 9021.10.20 (artigos e aparelhos para fraturas) da Lista de
Exceções da Tarifa Externa Comum do Mercosul, o que elevou a alíquota de Imposto de Importação de
4% para 14%. Além disso, foram mantidas as alíquotas para outras 3 classificações (próteses articulares
femurais; próteses articulares não femurais e; cânulas, cateteres e sondas). Em 2019, a ABRAIDI enviou
informações ao Ministério da Saúde para subsidiar as análises técnicas do Grupo de Trabalho que vai
analisar o pedido de reinclusão da NCM de artigos e aparelhos para fraturas, além da eventual redução
de alíquotas para bisturis e aparelhos e equipamentos para anestesia.
*
42

NÚMEROS DO SETOR E MERCADO INTERNO


GRÁFICO 08

Associados ABRAIDI
que possuem subdistribuidores
Em % – 2018
Fonte: Pesquisa ABRAIDI- Websetorial

Não
22,4 %

Sim
77,6%

GRÁFICO 09

Quantificação de subdistribuidores para as


empresas que afirmaram atuar com estes
Em número de subdistribuidores – 2018
Fonte: Pesquisa ABRAIDI- Websetorial

Mais de 21
11
%
De 16 a 20
4%
De 11 a 15
8%
De 6 a 10
8%
69%
Até 5
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 43
2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 10

Número de instrumentadores no quadro


de funcionários (fixos e temporários)
Em número de instrumentadores – 2018
Fonte: Pesquisa ABRAIDI- Websetorial

60

QUANTIDADE DE INSTRUMENTADORES
50 50

40

35
32
30

25
22
20

10

20 40 60 80 100
NÚMERO DE RESPONDENTES À PERGUNTA

De acordo com a pesquisa, a média de instrumentadores cirúrgicos contra-


tados por empresa é de 7 profissionais.
O instrumentador cirúrgico, assim como o perfusionista, é elemento indis-
pensável para a realização de um procedimento cirúrgico. Já faz alguns anos
que, em muitos casos, esse profissional é contratado e remunerado pelo for-
necedor do produto para saúde, porém este, na maioria das vezes, não pode
cobrar por esse serviço, sob pena de retaliação dos hospitais ou das operadoras
que compram os produtos.
A ABRAIDI defende a regulamentação da profissão de instrumentador
cirúrgico, em discussão no Congresso Nacional, e acredita que a responsabi-
lidade ou a obrigatoriedade de contratação desses profissionais deve ser dos
prestadores de serviço, visando evitar insegurança jurídica para profissionais,
prestadores e fornecedores, além de riscos ligados a compliance.
*
44 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 11

Volume de vendas de materiais


dos associados ABRAIDI ao SUS
Em R$ milhões
Fonte: Datasus/InfoABRAIDI.

1.400
1.391
1.380

1.360

1.347 1.340

1.313 1.316 1.320

1.300

1.280

1.260
2015 2016 2017 2018

O volume de vendas (em R$) ao SUS, pelos associados ABRAIDI, tem cres-
cido por 4 anos consecutivos. De 2015 a 2018, as vendas aumentaram 5,94%.
Os associados ABRAIDI foram responsáveis pela venda de R$ 1,39 bilhão
em produtos para saúde ao SUS, em 2018, aumento de R$ 44 milhões em re-
lação a 2017.
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 45
2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 12

Top 10 principais produtos vendidos


por associados ABRAIDI ao SUS
Em % do valor total vendido – 2018
Fonte: DATASUS/InfoABRAIDI.

1
TOTAL R$ 1.39 BILHÃO
STENT PARA 11,6%
ARTÉRIA CORONÁRIA

MARCAPASSO CARDÍACO 6,8%


MULTIPROGRAMÁVEL

STENT FARMACOLÓGICO
PARA ARTÉRIA CORONÁRIA 5,3%
CONJUNTO PARA
CIRCULAÇÃO 4,1%
EXTRACORPOREA
CATETER BALÃO 3,3%
PARA ANGIOPLASTIA

CARDIOVERSOR
DESFIBRILADOR 3,2%
IMPLANTÁVEL

GRAMPEADOR
LINEAR CORTANTE
3,1%
CARDIOVERSOR
DESFIBRILADOR COM 2,5%
MARCAPASSO MULTI-SITIO

DISPOSITIVO PECULIAR 2,5%


PARA FIXAÇÃO DE HASTE
ELETRODO
ENDOCÁRDICO 2,2%
DEFINITIVO

Valor total engloba todos os materiais além dos top 10


1

O produto mais vendido por associados ABRAIDI ao SUS em 2018 foi o stent
para artéria coronária, que representou 11,6% (R$ 160 milhões) das vendas,
queda de 1,2% em relação aos valores de 2017.
Os 10 principais produtos vendidos pelos associados ABRAIDI ao SUS repre-
sentam 45% (R$ 620 milhões) do total de vendas ao SUS, aumento de 1% em
relação a 2017.
46 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 13

Contratualização nos Associados ABRAIDI


Em % – 2018
Fonte: Pesquisa ABRAIDI- Websetorial

Não trabalha com base


em contratos
10 %

Trabalha com base


em contratos
90%

GRÁFICO 14

Participação dos players na contratualização


com associados ABRAIDI
Em % – 2018
Fonte: Pesquisa ABRAIDI- Websetorial

89,3 %

54,4%
OPERADORAS DE SAÚDE

SUBDISTRIBUIDORES

36,9 %
FORNECEDORES

19,4 %
HOSPITAIS
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 47
2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

Hoje, uma série extremamente relevante de produtos vitais para sal-


var milhões de vidas está incluída na lista de produtos do Convênio ICMS
n. 01/1999, firmado em 2 de março de 1999, em Fortaleza/CE, e que vem
sendo prorrogado desde então, isentando esses produtos da cobrança
de ICMS pelos Estados. A última renovação do Convênio ICMS n. 01/1999
ocorreu em 25 de abril de 2017, por meio do Convênio ICMS n. 49/2017, e
tem vigência até 30 de setembro de 2019. Para demonstrar a importân-
cia do Convênio ICMS n. 01/1999, a ABRAIDI realizou pesquisa com seus
associados.
*

GRÁFICO 15

Associados ABRAIDI que vendem produtos


contemplados pelo Convênio ICMS n. 01/1999
Em % – 2018
Fonte: Pesquisa ABRAIDI- Websetorial

NÃO
20 %

SIM
80%

Desde que a isenção foi instituída, a população é diretamente bene-


ficiada, visto que os produtos para saúde contemplados pelo Convênio
ICMS n. 01/1999 tiveram seus preços reduzidos e essa isenção permitiu o
acesso a tecnologias e produtos cada vez mais sofisticados, tanto na saúde
pública quanto na privada.
*
48 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 16

Consequências do fim do Convênio ICMS


n. 01/1999 para os associados ABRAIDI
Em % – 2018
Fonte: Pesquisa ABRAIDI- Websetorial

43,5 % 45,2 % 46,8%


38,7 %

6,5 %

A EMPRESA DEIXARIA DEIXARIA FARIA NÃO


PODERIA DE ATENDER DE VENDER DEMISSÕES SOFRERIA
FECHAR O SUS ALGUNS IMPACTOS
PRODUTOS OU
MUDARIA DE
ESPECIALIDADE

Observando os resultados dos gráficos, percebe-se que a isenção do ICMS


proporcionada pelo Convênio ICMS n. 01/1999 é vital para a continuidade e a ma-
nutenção dos atuais níveis de abastecimento de produtos para saúde nas redes
pública e privada de hospitais e nas unidades de atendimento de urgências no
Brasil, além da manutenção de empresas, empregos e impostos. Só entre os as-
sociados ABRAIDI, o número de empresas que afirmaram que podem encerrar
suas atividades se o Convênio não for renovado chega a 43%.
*
49

GRÁFICO 17

Distribuição do faturamento dos associados


ABRAIDI por fonte pagadora
Em % de faturamento – 2018
Fonte: Pesquisa ABRAIDI- Websetorial

SUS
27 %

PRIVADO
73 %
50 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 18

Distribuição do faturamento dos associados


ABRAIDI por fonte pagadora privada
Em % de faturamento – 2018
Fonte: Pesquisa ABRAIDI- Websetorial

OPERADORAS
51 %

PARTICULARES/
OUTRAS
15 %

HOSPITAIS
34%
Ainda segundo a pesquisa, 60,3% dos associados informaram que o maior
cliente da empresa é uma operadora de saúde, enquanto 31,5% afirmaram ser
um hospital privado e 8,2%, um hospital público.
Em relação ao faturamento da empresa, os maiores clientes representam:
Para 4,4% das empresas, o maior cliente representa até 20% do faturamento;
Para 27,9%, o maior cliente representa entre 21% e 40% do faturamento;
Para 23,6%, o maior cliente representa entre 41% e 60% do faturamento;
Para 35,3%, o maior cliente representa entre 61% e 80% do faturamento;
Para 8,8%, o maior cliente representa mais de 81% do faturamento.
76,1% afirmaram
De toda a amostra de associados que responderam à pesquisa, 76,1% afir- que seu maior
maram que seu maior cliente é uma empresa líder de mercado na região cliente é uma
de atuação. empresa líder
Os resultados acima ilustram o domínio de mercado que alguns hospitais de mercado
na região
e operadoras de saúde têm em muitas regiões do país.
* de atuação.
51

DADOS DO COMÉRCIO EXTERIOR


DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 19

Produção de dispositivos médicos implantáveis,


materiais e equipamentos de apoio no Brasil 5

Em R$ milhões e em US$ milhões


Fonte: IBGE/PIA PRODUTO 2016
(P): projetado – as atualizações do IBGE ocorrem a cada 2 anos

Em milhões US$
5.000
Em milhões R$ 4.832
4.543 4.589
4.226
4.000
3.981
3.448
3.000 2.966

2.124 2.065 2.056 2.057 2.160


2.000 1.920
1.731

1.000

0
2012 2013 2014 2015 2016 2017(P) 2018(P)

5 Em 2018, em razão das mudanças de classificação, os NCMs de dispositivos médicos que compõem o gráfico foram revistos.

A produção de dispositivos médicos, materiais


e equipamentos de apoio no Brasil cresceu 5% em
2018 em relação a 2017, atingindo o valor de R$ 4,8
bilhões.
52 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 20

Balança comercial de dispositivos médicos


implantáveis, materiais e equipamentos de apoio 6

Em US$ milhões
Fonte: COMEX Stat 7

Importações + 10%
Exportações -8%

1.400
1.202

1.200
1.199
1.107 1.027
1.021
1.000 945 936

800

600

400
284 284
272 267 258
223 237
200

0
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Em 2018, devido a mudanças de classificação, os NCM’s de dispositivos médicos que compõem o gráfico foram revistos.
6

Em 2018, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços mudou o sistema de apuração de dados de comércio
7

exterior de AliceWeb para Comex Stat. Por isso, pode haver algumas divergências de valores entre as bases.

O volume de importação de dispositivos mé-


dicos, materiais e equipamentos de apoio no
Brasil tem sido muito superior ao de exportação
em todos os anos, desde 2012. Em 2018, o volu-
me de importação (US$ 1,027 bilhão) foi equiva-
lente a quase 5 vezes o volume de exportações
(US$ 237 milhões).
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 53
2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 21

Participação percentual das importações


no consumo aparente de dispositivos médicos1

implantáveis, materiais e equipamentos de apoio


Participação das importações em %
Consumo aparente em US$ milhões
Fonte: SECEX – Alice Web Comex Stat8 ; IBGE/PIA PRODUTO 2016.

Consumo Aparente
Importação/Consumo Aparente
3.100 50%

43% 42% 3.039 45%


3.000
39% 2.950 40%
2.900
36%
2.849 34% 35%
34% 35%
2.819
2.800
2.778 30%
2.735
2.700 25%

20%
2.600
2.554 15%
2.500
10%
2.400
5%

2.300 0%
2012 2013 2014 2015 2016 2017(P) 2018(P)

Consumo aparente: soma da produção nacional e das importações, deduzidas as exportações.


1

8
O sistema Alice Web foi desativado e substituído pelo Comex Stat.

O consumo aparente de dispositivos médicos implantáveis, materiais e


equipamentos de apoio no Brasil cresceu 7,8% no ano de 2018, demostrando a
recuperação do setor, em relação aos últimos anos.
Houve queda na participação das importações em relação ao consumo
aparente de 43% em 2012 para 35% em 2018, indicando o crescimento da pro-
dução nacional no período.
54 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 22
Principais países de origem das importações
de dispositivos médicos implantáveis, materiais
e equipamentos de apoio
Em % de US$ - 2017 e 2018
Fonte: Comex Stat

2018 - TOTAL: US$ 1.03 BILHÕES

COSTA RICA 3,4%


ÍNDIA 3,4%
MÉXICO 4%
FRANÇA 4,3%
PORTO RICO 5,4%

SUÍÇA 5,5%
CHINA 6,7%

IRLANDA 6,8%
ALEMANHA 10,4%
DEMAIS PAÍSES 17,3%
ESTADOS UNIDOS 32,7%
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 55
2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

Em 2018, foram importados US$ 1,03 bilhões em dispositivos médicos im-


plantáveis, materiais e equipamentos de apoio, o equivalente a 16.083 tone-
ladas.
Os Estados Unidos foi o principal país de origem de importações, repre-
sentando 32,7% do total em 2018. Somados com a Alemanha e a Irlanda, esses
países representaram 50% das importações brasileiras.
Os 10 maiores países de origem das importações, juntos, representaram
82,7% das importações.

2017 - TOTAL: US$ 936 MILHÕES

COSTA RICA 2,9%

JAPÃO 3%
ÍNDIA 3,1%
FRANÇA 4,2%
PORTO RICO 4,5%

SUÍÇA 5,4%
CHINA 6,3%
IRLANDA 7%

ALEMANHA 9,5%
DEMAIS PAÍSES 15%
ESTADOS UNIDOS 39,1%
56 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

TABELA 01

Principais países de origem das importações de


dispositivos médicos implantáveis 9

Por produto – 2018


Fonte: Comex Stat.

TOTAL
IMPORTADO EM PART.%
CÓDIGO DESCRIÇÃO EM MILHÕES PRINCIPAL PAÍS MILHÕES DO PAÍS
NCM NCM DE US$ DE ORIGEM US$ NO TOTAL

Outros categutes esterilizados,


30061090 ect, para suturas cirúrgicas 97 Irlanda 42 43%

Grampos e clipes, seus


90189095 aplicadores e extratores 88 Estados Unidos 46 52%

90211010 Artigos e aparelhos ortopédicos 81 Porto Rico 45 55%

Artigos e aparelhos para


90211020 fraturas 42 Costa Rica 16 38%

90213110 Próteses articulares femurais 39 Estados Unidos 18 47%

90213190 Outras próteses articulares 37 Estados Unidos 17 46%

90213920 Lentes intraoculares 36 Suíça 9 25%

Próteses de artérias vasculares


90213930 revestidas 31 Estados Unidos 16 53%

Outros artigos e aparelhos Estados Unidos 11 38%


90213980 de prótese 28

Implantes expansíveis (stents),


90219081 mesmo montados sobre 28 Estados Unidos 12 43%
cateter do tipo balão

Não inclui materiais e equipamentos de apoio.


9
57

Determinados
produtos e
tecnologias só
estão disponíveis
na saúde brasileira
via importações.
58 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

GRÁFICO 23
Principais países de destino das exportações
de dispositivos médicos implatáveis, materiais
e equipamentos de apoio
Em % de US$ - 2017 e 2018
Fonte: Comex Stat

2018 - TOTAL: US$ 237 MILHÕES

ESPANHA 3%
PORTO RICO 3%
CHILE 4%
COSTA RICA 5%
ARGENTINA 5%

COLÔMBIA 6%
MÉXICO 10%

SUÍÇA 11%
BÉLGICA 11%
ESTADOS UNIDOS 19%

DEMAIS PAÍSES 23%


O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 59
2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

Em 2018, foram exportados US$ 237 milhões em dispositivos médicos im-


plantáveis, materiais e equipamentos de apoio, o equivalente a 1.702 toneladas.
Os Estados Unidos foi o principal país de destino das exportações, repre-
sentando 19% do total em 2018. Somados com a Bélgica e a Suíça, representa-
ram 41% das exportações.
Os 10 maiores destinos de exportação, juntos, representaram 77% das ex-
portações brasileiras.

2017 - TOTAL: US$ 258 MILHÕES

PORTO RICO 2,5%

COSTA RICA 3%
ESPANHA 3,4%
CHILE 3,7%
COLÔMBIA 5,3%

ARGENTINA 5,7%
SUÍÇA 7,5%
MÉXICO 10,3%

BÉLGICA 10,8%
DEMAIS PAÍSES 19,8%

ESTADOS UNIDOS 28,1%


60

Entre 2017
e 2018, houve
queda nas
exportações
de DMI’s,
materiais e
equipamentos
de apoio.
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 61
2. O SETOR DE PRODUTOS PARA SAÚDE

TABELA 02

Principais países de destino das exportações


de dispositivos médicos implantáveis 10

Por produto – 2018


Fonte: Comex Stat.

TOTAL
EXPORTADO EM PART.%
CÓDIGO DESCRIÇÃO EM MILHÕES PRINCIPAL PAÍS MILHÕES DO PAÍS
NCM NCM DE US$ DE DESTINO US$ NO TOTAL

Outros categutes esterilizados, 59 Bélgica 16,8 28,4%


30061090 ect, para suturas cirúrgicas

90211010 Artigos e aparelhos ortopédicos 57 Suíça 8 14%

90213930 Próteses de artérias vasculares 27 Países Baixos 1,1 4,2%


revestidas (Holanda)

Outros artigos e aparelhos


90213980 de prótese 9 México 1 11,1%

90213190 Outras próteses articulares 5 França 0,9 16,7%

90211020 Artigos e aparelhos 5 Equador 0,8 16,6%


para fraturas

90213110 Próteses articulares femurais 5 França 0,7 13,9%

Grampos e clipes, seus Estados Unidos 0,3 14,8%


90189095 aplicadores e extratores 2

90213920 Lentes intraoculares 2 Estados Unidos 0,2 12,9%

Implantes expansíveis (stents), Países Baixos


90219081 mesmo montados sobre 1 (Holanda) 0,2 19,7%
cateter do tipo balão

Não inclui materiais e equipamentos de apoio.


10
3
Análise
comparativa
de preços de
dispositivos
médicos
implantáveis
EM PAÍSES
selecionados
64

ANÁLISE COMPARATIVA DE
PREÇOS DE DISPOSITIVOS
MÉDICOS IMPLANTÁVEIS
EM PAÍSES SELECIONADOS

Neste capítulo objetivamos aprofun-


dar o conhecimento e verificar a ve-
racidade de alguns argumentos que
têm sido utilizados nos fóruns de dis-
cussão sobre os mais variados temas,
ligados ao setor de saúde, em que os
preços de dispositivos médicos im- Ao final, apresentamos nossas conclusões
diante do debate sobre os preços dos dispositi-
plantáveis passaram a servir de vilões
vos médicos e do seu impacto sobre os custos
para justificar reajustes de preços em da saúde.
todo o setor.
Com isso, a ABRAIDI busca contribuir para a
discussão, trazendo dados inéditos no Brasil sobre
Inicialmente, descrevemos o funcionamento preços médios de produtos em vários países do
do mercado de dispositivos médicos implantá-
veis, sob a óptica da organização industrial, colo-
mundo e estabelecendo um comparativo.
*
cando em perspectiva as questões de estrutura e
de conduta desse setor, apontadas nos capítulos
anteriores e aqui organizadas no esquema lógico a ABRAIDI busca
do E-C-D (Estrutura-Conduta-Desempenho) para,
então, inserir o rico debate sobre a questão de tec-
contribuir para a
nologias e preços nesse contexto. discussão ao trazer
Na sequência, apresentamos um comparativo
dados inéditos no
de preços médios, entre países da Europa, Amé- Brasil sobre preços
rica Latina e Estados Unidos, de dois dispositivos médios em vários
médicos diferentes e largamente utilizados nos
sistemas público e privado brasileiros, obtidos por
países.
meio de consulta em base de dados secundária.
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 65
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

O MERCADO DE DISPOSITIVOS MÉDICOS


E A SUA DINÂMICA DE PREÇOS

O mercado de dispositivos médicos representa parte importante e cres-


cente da indústria de produtos para a saúde. A interação entre fabrican-
tes, importadores, distribuidores, hospitais, profissionais, operadoras de
planos de saúde, seguradoras e pacientes impacta diretamente no de-
sempenho desse setor, bem como nos preços de produtos e serviços.

O governo também exerce papel fundamen- complexidade das interações que ocorrem em
tal nesse mercado ao regular a referida interação um setor, ao separar seus elementos caracterís-
entre os agentes e a introdução de novos pro- ticos como: estrutura, conduta e desempenho
dutos, garantindo a segurança no seu uso pelos (E-C-D).
pacientes e também ao ser demandante e com-
O paradigma E-C-D foi inicialmente defini-
prador, para que esses produtos estejam dispo-
do no livro de Bain (1967) intitulado Organização
níveis aos pacientes que recorrem ao sistema de
Industrial. De acordo com esse paradigma, as-
saúde público – Sistema Único de Saúde (SUS).
pectos estruturais da indústria, notadamente:
Descreveremos aqui brevemente, sem a concentração de empresas, barreiras à entrada
pretensão de esgotar a discussão, os principais e economias de escala influenciam os preços.
aspectos desse mercado à luz do arcabouço da O desempenho refere-se à eficiência técnica,
teoria de organização industrial, desenvolvido a relação entre preços e custos de longo prazo,
inicialmente por Joe Staten Bain na década de tamanho, capacidade de crescimento e, por úl-
1950, e aprimorada por diversos autores que timo e também importante, o progresso social
o sucederam. Essa análise ajuda a entender a derivado dessas dinâmicas de mercado.
*
66 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

3. Análise compArAtivA de preços de dispositivos


médicos implAntáveis em pAÍses selecionAdos

FIGURA 12

Representação do paradigma
estrutura, conduta e desempenho
Fonte: Scherer & Ross (1990).

CONDIÇÕES BÁSICAS

OFERTA DEMANDA
matéria-prima elasticidade
tecnologia substitutos
perecibilidade do produto taxa de crescimento
peso / valor sazonalidade
ambiente institucional método de compra
tipo de comercialização

ESTRUTURA DE MERCADO
número de compradores barreiras à entrada
e vendedores e à saída
diferenciação de produto estruturas de custos
integração vertical diversificação

CONDUTA
precificação pesquisa e desenvolvimento
estratégia de produto expansão da capacidade
e propaganda
estratégias institucionais

DESEMPENHO
eficiência produtiva desenvolvimento
e alocativa econômico
pleno emprego equidade
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 67
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

Assim, a estrutura de um setor diz respeito às


características de organização das empresas que
influenciam a natureza da competição e os preços
dentro de determinado mercado.
Nesse caso, o número de empresas, o seu ta-
manho relativo, o grau de concentração de mer-
cado, as barreiras à entrada, como o acesso aos
A eficiência
canais de distribuição, as barreiras institucionais, produtiva
os custos de transação e a concorrência potencial, e alocativa
afetam a possibilidade de as empresas elevarem
seus preços acima dos custos médios sem atrair
é um dos
a concorrência11. indicadores
A estrutura de mercado ainda leva em consi-
de desempenho
deração a diferenciação dos produtos, ou seja, a do setor.
capacidade de introdução de uma nova merca-
doria que tenha a característica de ser substituta
próxima de outra anteriormente produzida.
*

No caso do setor de dispositivos médicos, a estrutura do setor apresenta


as seguintes características principais:

CARACTERÍSTICAS DOS PLAYERS


A produção de dispositivos médicos im- A rede de hospitais no Brasil é formada por
plantáveis nas áreas de cardiologia, ortopedia, 6.805 unidades com 596.186 leitos, dos quais
etc. está restrita a pouco mais de duas dezenas 44,3% são privados e 55,7%, públicos.
de fabricantes no mundo inteiro.
Existem 769 operadoras, seguradoras e pla-
A rede de distribuição brasileira na área nos de saúde com registro ativo no Brasil, se-
da saúde contempla produtos como: medica- gundo a ANS12.
mentos, material médico, equipamentos, dis-
Em algumas regiões do país, poucos hospi-
positivos médicos implantáveis, entre outros,
tais e ou seguradoras atuam e exercem poder
distribuídos de Norte a Sul do país, com carac-
de compra local definindo condições e regras
terísticas de pequenas e médias empresas.
para a compra dos produtos (oligopsônio).

11
Coase (1993) e Williamson (1999).

12
Operadoras com registro ativo – ANS Tabnet. Disponível em: <http://www.ans.gov.br/
perfil-do-setor/dados-e-indicadores-do-setor>. Acesso em: 26 mar. 2019.
68 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

3. Análise compArAtivA de preços de dispositivos


médicos implAntáveis em pAÍses selecionAdos

FIGURA 13

Dados macroeconômicos
de saúde do Brasil – 2018

209 milhões
de habitantes 9,1% do PIB 496.073
enfermeiros

6.805
hospitais

596.186 leitos
44,3% privados
e 55,7% públicos
435.098
médicos

312.622
estabelecimentos 22,5%
de saúde da população tem
plano de saúde

média de expectativa de vida


75,8 anos 21.325
(72,9 para homens / 79,4 para mulheres) laboratórios

Fontes: Demografia Médica no Brasil 2018, pesquisa realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP) com colaboração institucional do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Conselho Regional de Medicina de São
Paulo (Cremesp); Conselho Federal de Enfermagem (Cofen); Relatório de mercado Focus, divulgado pelo Banco Central (BC);
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Cadastro Nacional de
Estabelecimentos de Saúde (CNES); Federação Brasileira de Hospitais (FBH). Figura extraída do site: <https://www.hospitalar.
com/pt/o-evento/setor-da-saude>. Acesso em: 26 mar. 2019.
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 69
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

BARREIRAS À ENTRADA DE CONCORRENTES


As barreiras à entrada de novos fabricantes, de informações ao longo do processo de apro-
importadores e distribuidores nesse merca- vação do registro de produtos requerem extre-
do são relativamente elevadas em virtude da ma capacitação dos profissionais envolvidos, e
complexidade da atuação no setor. O cumpri- demandam investimentos altíssimos.
mento das etapas e o nível de exigência técnica

CARACTERÍSTICA DOS PRODUTOS


E DO RESPECTIVO PROCESSO DE INOVAÇÃO
O setor oferece uma ampla gama de pro- O processo de inovação ocorre em duas
dutos que apresentam distinções tecnológicas etapas, uma primeira, chamada disruptiva,
entre si. A qualidade dos dispositivos médicos quando um produto totalmente inovador é de-
precisa ser assegurada e requer a disponibiliza- senvolvido. Esse novo produto continua sendo
ção de informações sobre segurança, efetivida- considerado inovador por um curto período de
de, validade e desempenho do produto, fazen- tempo, que nesse setor é em torno de quatro
do com que o acompanhamento de seu uso anos, o que dificulta o depósito de patentes. Na
seja permanente. segunda etapa, daí para a frente, a evolução tec-
nológica ocorre a partir de aprimoramentos na
versão inicial e passa a ser incremental.

ENTRE A ESTRUTURA DE MERCADO


E O DESEMPENHO, ENCONTRA-SE
A CONDUTA DAS EMPRESAS

A conduta refere-se aos padrões de comportamento que as empresas as-


sumem para se ajustarem ao mercado, visando com isso auferir melhores ní-
veis de desempenho (LEITE, 1998). Elas englobam as diversas estratégias, como
ocupação de nichos de mercado, decisões de centralizar ou não a produção,
características do produto, despesas de venda e gastos com Pesquisa e Desen-
volvimento (P&D).
No caso do setor de dispositivos médicos, podem ser destacadas as seguin-
tes condutas.
70 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

3. Análise compArAtivA de preços de dispositivos


médicos implAntáveis em pAÍses selecionAdos

CONDUTAS DOS AGENTES


PAGADORES E CUSTOS DE TRANSAÇÃO
Hospitais, planos de saúde, seguradoras e Saúde, em um ambiente de dificuldades crô-
o SUS (agentes pagadores) pagam diretamente nicas de financiamento do SUS e com grandes
pela aquisição do dispositivo aos fabricantes ou barreiras tecnológicas e administrativas para a
aos distribuidores. Os preços de muitos procedi- exclusão de produtos ou a inclusão de novos e
mentos hospitalares já incluem o uso de dispo- mesmo a revisão de preços. No seu conjunto,
sitivos médicos e são predefinidos em tabelas trata-se de uma tabela muito defasada, com al-
de reembolso. terações pontuais. Nesse sistema, o destaque é
a escala de alcance do SUS, com população de
Nos casos em que os planos de saúde pa- 209 milhões de potenciais cidadãos-usuários.
gam diretamente aos distribuidores pela aqui-
sição dos dispositivos, os hospitais têm sido re- A regra é um sistema que demanda um
munerados pelas operadoras por meio de uma volume de caixa altíssimo, com imposição de
taxa de comercialização. atrasos no faturamento, pagamentos com pra-
zos muito elevados, atrasos, glosas e descontos
Os dispositivos médicos de alta complexida- que aumentam desproporcionalmente os cus-
de (OPME) são precificados pelo Ministério da tos de transação da cadeia.

RELAÇÃO ENTRE A DINÂMICA DE FIXAÇÃO


DOS PREÇOS E O PROCESSO DE INOVAÇÃO
A complexidade de determinados produtos, Muitas vezes determinada tecnologia torna-
o investimento feito e a demanda de cada es- se tecnicamente inviável pela baixa demanda
pecialidade estão diretamente ligados ao custo existente, visto que a indicação é extremamen-
efetivado ao mercado. te específica, tornando dessa forma alto o custo
do procedimento, apesar da alta resolutividade.

DIFICULDADE DE APROPRIAÇÃO DE CUSTOS


DIRETOS E INDIRETOS NA VALORAÇÃO
DE PRODUTOS E SERVIÇOS
A existência de serviços muitas vezes não transparente o valor final de produtos e serviços
remunerados como os de logística, disponibili- ou dificultam a percepção do que seja valor do
zação de instrumentais, equipamentos, instru- produto e o que seja valor do produto somado
mentadores e de esterilização tornam pouco aos serviços citados (produto ampliado).
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 71
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

O congelamento
de reajustes
em tabelas
de reembolso
de dispositivos
médicos no
SUS torna o
desempenho Como decorrência da interação entre estru-
financeiro de tura de mercado e conduta tem-se o desempe-
nho de um setor. No caso do setor de DMIs, seu
distribuidores desempenho se traduz no acesso da população
mais dependente aos produtos, nos resultados das empresas que
de isenções atuam nesse mercado, na sua capacidade de ino-
var de maneira permanente e na percepção pelo
de tributos. mercado do valor do DMI que é oferecido. Nesse
sentido:

REMUNERAÇÃO JUSTA
O congelamento de reajustes em tabe- de distribuidores mais dependente de
las de reembolso de dispositivos médicos isenções de tributos e do atendimento ao
no SUS torna o desempenho financeiro mercado privado.

ACESSO E BEM-ESTAR
O processo de incorporação de novas tecno- Além disso, o sistema público não conse-
logias no sistema público é burocrático e demo- gue remunerar de maneira apropriada essas
rado, em razão de questões políticas, e limitado tecnologias, limitando o acesso da população a
também por pressões de custos sempre cres- produtos de “ponta”, fazendo com que uma das
centes. alternativas seja a judicialização.

Portanto, as características da oferta (tecnologia, tipo de produto, atores,


etc.) e da demanda de DMIs repercutem sobre o desempenho do setor, sobre a
estrutura e a conduta da indústria. Políticas públicas ou ações governamentais
(regulamentações, impostos, incentivos ao investimento, etc.) também afetam
direta ou indiretamente a indústria.
*
72

ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DOS PREÇOS


DE PRODUTOS SELECIONADOS

Metodologia de seleção dos produtos e de coleta de dados


Para a presente análise, foram selecionados
dois produtos como sinalizadores de mercado.
Na área de cardiologia, os stents coronarianos são
o primeiro item da tabela de OPME do SUS, em
valor. Estima-se que a mesma situação esteja es-
pelhada no setor de saúde supletiva.
No setor de ortopedia, as próteses totais de jo-
elho, embora não estejam entre as cinco maiores
despesas do SUS com dispositivos médicos (são a
Para a presente
décima quinta) ficaram estigmatizadas, nos últi- análise, foram
mos cinco anos, como exemplo negativo e supe- selecionados dois
rado de distorções no SUS, mas principalmente no produtos como
Sistema de Saúde Suplementar. (Tabelas 3 e 4)
* sinalizadores de
mercado: o stent
coronariano
e a prótese total
de joelho.
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 73
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

TABELA 03
Vinte principais dispositivos médicos
comprados pelo SUS, em 2018, em valores
totais de compra – em R$
Fonte: InfoABRAIDI/Datasus

Emissão Distribuição das 20 OPM, segundo o valor SUS


Filtros
26/02/2019 Utilizados Período: 01/2018 a 12/2018, Brasil

Material(OPM) Código Quant. %* Valor Médio Valor Total %*

TOTAIS DO RELATÓRIO (CONFORME FILTRO) Totais: 2631552 533,97 1.405.159.629,23

TOP 20 - OPM Totais: 748049 28,4 1.130,48 845.651.652,97 60,2

Stent para artéria coronaria 0702040533 79911 3 2.034,50 162.578.929,50 11,6

Marcapasso cardiaco 0702040410 18228 0,7 5.225,55 95.245.857,00 6,8


multiprogramavel de camara dupla
Stent Farmacológico para arteria coronaria 0702040614 36513 1,4 2.034,50 74.285.698,50 5,3
Conjunto para circulação extracorporea (adulto) 0702040193 36415 1,4 1.581,63 57.595.056,45 4,1

Cateter Balão para angioplastia 0702040088 93528 3,6 500,00 46.764.000,00 3,3
transluminal percutanea
Cardioversor desfibrilador implantável 0702040061 1248 0,0 36.089,38 45.039.546,24 3,2
Grampeador linear cortante 0702050288 42502 1,6 1.033,00 43.904.566,00 3,1
Dispositivos pedicular para fixação 70298 2,7 500,00 35.149.000,00 2,5
de haste (incluir bloqueador) 0702050822

Cardioversor desfibrilador 0702040045 700 0,0 50.000,00 35.000.000,00 2,5


com marcapasso multi-sitio
Eletrodo endocardico definivo 0702040240 32023 1,2 973,70 31.180.795,10 2,2
Placa de titânio sistema 0702050482 68938 2,6 361,81 24.942.457,78 1,8
mini/microfragmentos (inclui parafusos)
Endoprotese aortica tubular / conica 0702040290 2436 0,1 10.200,00 24.847.200,00 1,8
Prótese para implante coclear multicanal 0702090093 556 0,0 43.830,15 24.369.563,40 1,7
Fio guia dirigivel para angioplastia 0702040380 121252 4,6 195,45 23.698.703,40 1,7

Stent para artéria periférica 0702040517 10752 0,4 2.034,50 21.874.944,00 1,6

Marcapasso cardiaco multiprogramavel 0702040428 4931 0,2 4.324,34 21.323.320,54 1,5


de camara unica
Bomba centrifuga descartavel para uso em 0702050016 27451 1 729,56 20.027.151,56 1,4
circulação extracorporea e/ou circulação assistida
Prótese para implante coclear multicanal 0702090034 440 0,0 43.830,15 19.285.266,00 1,4
Endoprotese aortica bifurcada 0702040282 1377 0,1 14.000,00 19.279.000,00 1,4
Cateter guia para angioplastia 0702040134 98550 3,7 195,45 19.261.597,50 1,4
transluminal percutanea
74 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

3. Análise compArAtivA de preços de dispositivos


médicos implAntáveis em pAÍses selecionAdos

TABELA 04

Vinte principais Dispositivos Médicos


comprados pelo Sistema Suplementar,
em 2012, em valores totais de compra
Fonte: ANS, 2015. Extraído do Relatório Final do Grupo de Trabalho Interinstitucional sobre órteses, próteses e materiais
especiais (GTI-OPME). Disponível em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2015/julho/07/Relatorio-Final-versao-
final-6-7-2015.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2019.

ITEM DESPESAS % % ACUMULADO

TOTAL GERAL 100 100

OPME R$ 12.829.197,18 6,4 6,4

Stent C-P Recoberto R$ 10.725.254,23 5,3 11,7

Kit para cirurgia bariátrica R$ 5.876.069,30 2,9 14,7


(Vídeo) com Cargas (unid. med: und)

Actos R$ 5.526.191,58 2,8 17,4

Liberte monorail 12mm x 2.5mm R$ 4.402.854,00 2,2 19,6


sistema stent Coronário

Prótese total joelha B2C AE 600 R$ 3.899.836,77 1,9 21,6

Stent farmacológico dexamet R$ 3.500.507,00 1,7 23,3

Prótese Quadril Grampeador linear cortante R$ 3.412.552,54 1,7 25,0

Placa R$ 3.261.700,14 1,6 26,6

Parafuso cirúrgico R$ 2.860.462,28 1,4 28,1

Stent cor biomatrix R$ 2.749.175,90 1,4 29,4

Stentcoronário em cromo-cobalto revestido R$ 2.433.736,91 30,6


com Everolimus Xience V / Promus (Unid.
med:unid) 1,2

Promus stent coronário (Unid.med:unid) R$ 2.377.985,40 1,2 31,8

Endoprótese zenith 24x96 Bifurcado R$ 2.273.472,00 1,1 33,0

Micro mola aneurisma cerebral goc 10 30 4x6 R$ 2.140.002,19 1,1 34,0

Parafuso Ped. Poliaxial R$ 2.098.545,60 1,0 35,1

Marcapasso at 501 dupla câmara R$ 2.070.493,46 1,0 36,1

Parafuso SFS polaxial (Unid.med:unid) R$ 1.953.900,00 1,0 37,1

Parafuso de pedicular R$ 1.930.375,75 1,0 38,0


O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 75
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

ITEM DESPESAS % % ACUMULADO

Endoprótese vascular bifurcada R$ 1.812.053,80 0,9 38,9

Trocater longo c/pta.piramidal p/bainha tp.diafragma R$ 1.731.628,00 0,9 39,8


(obesidade) 14.1444

Parafuso R$ 1.633.051,76 0,8 40,6

Endoprótese A A.T. Relay 32mm x 155mm 23f R$ 1.630.200,00 0,8 41,4

Eletrodo bipolar do sistema de ressectospio versapoint R$ 1.630.943,20 0,8 42,2

Stent farmacológico revestido endeavor R$ 1.538.660,00 0,8 43,0

Equipo intrafix primeline air il 401450p R$ 1.440.407,38 0,7 43,7

Stent farmacológico R$ 1.361.338,45 0,7 44,4

Cardiodesfibrilador bicameral lumax 300 DR T R$ 1.360.179,00 0,7 45,1

Cardiodesfibrilador com ressincrinizador lumax 540 HF-T R$ 1.311.842,94 0,7 45,7

Stent taxus express R$ 1.259.848,40 0,6 46,4

Algodão ortopédico 12cm x 1mt super branco h02312 R$ 1.224.548,32 0,6 47,0

Prot. Lig. Disco cervical R$ 1.170.354,28 0,6 47,6

Endoprótese R$ 1.142.262,74 0,6 48,1

Asnis III Paraf TI06 5 x 40 mm Total rosca estéril R$ 1.112.740,95 0,6 48,7

Cage em peek R$ 1.080.701,78 0,5 49,2

Sistema stent micro introd 2.5x15mm neuroform 3 R$ 1.060.555,00 0,5 49,8

Carga endo gia* II 30-3.5 mm R$ 1.042.420,00 0,5 50,3

Kit Colecistectomia Knc6oxl R$ 1.004.848,00 0,5 50,8

Asnis III Paraf Ti08.ox45mm Total rosca estéril R$ 1.004.276,52 0,5 51,3
76

foram analisados
os preços médios
de venda em países
da Europa,
da América Latina
e nos Estados Unidos,
entre 2014 e 2018.
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 77
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS


SELECIONADOS

Prótese total primária de joelho (NCM:


9021.31.10 Próteses femorais articulares. A deno-
minação para esse produto é prótese total de jo-
elho, correspondendo ao procedimento médico-
cirúrgico da artroplastia total primária de joelho
e, grosso modo, envolve a soma de quatro compo-
nentes).
ESTADOS UNIDOS
Stents coronarianos (NCM: 9021.90.81 Im-
A DRG obtém os dados das seguintes fontes
plantes expansíveis (stents), mesmo montados
do mundo real para identificar taxas de uso de
sobre cateter do tipo balão).
dispositivos e procedimentos no ambiente hos-
COLETA DE DADOS pitalar:
Os preços médios de mercado nos países ana- bancos de dados internos, com dados do Cen-
lisados foram obtidos por meio de consulta à base ters for Medicare e Medicaid Services (CMS) relati-
de dados secundários da empresa Decision Re- vos aos sinistros de seguradoras;
sources Group – Millennium Research Group, para
dados do pagador privado (seguro comercial)
os mesmos produtos pesquisados no Brasil, na
no nível dos sinistros e site de dados de serviço no
Argentina, na Colômbia, no México, nos Estados
nível de reclamações;
Unidos e em alguns países da Europa 13.
dados de compra de hospitais ao vivo, que são
Para os dados dos produtos norte-america-
usados para identificar dados de vendas (unida-
nos, a DRG pesquisa em bancos de dados, preços
des vendidas, preço de venda, etc.);
de pedidos de compras hospitalares de mais de
1.600 hospitais nos Estados Unidos. Com isso, fo- pesquisas de campo nos Estados Unidos para
ram fornecidos os preços médios de venda “ava- vários laboratórios de cateterismo ativos em dife-
rage sale prices” (ASPs), análogos aos dados obtidos rentes estados, onde são obtidos dados de proce-
para o Brasil. dimentos e vendas;
A metodologia de obtenção dos dados de pre- entrevistas com médicos para identificar o uso
ços médios anuais nos países analisados foi assim de dispositivos e as tendências de procedimentos,
descrita pela DRG: geralmente em centros maiores.

13
Dados internacionais fornecidos para Drug Eluting Stent (DES); Bare-Metal Stent (BMS)
e dados internacionais fornecidos sobre primary TKA ou prótese total primária de joelho.
78

EUROPA PAÍSES DA AMÉRICA LATINA


A DRG usou as seguintes fontes de dados para a metodologia utilizada nos países analisados
identificar volumes de procedimentos dentro da consiste em pesquisa enviada aos hospitais para
configuração hospitalar: obter dados de processos de compra, por parte de
seguradoras e hospitais, e de vendas;
bancos de dados internos com informações
de volume de código de procedimento no nível
de instalação dentro dos cinco maiores países da entrevistas com médicos para identificar o uso
Europa: França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino dos dispositivos e as tendências processuais.
Unido;
Os valores médios anuais foram obtidos em
dados de registro nacional publicamente dis- bases secundárias públicas de listagens interna-
poníveis; cionais. Os estudos utilizados preservam o sigilo
de fonte e trabalham com dados anonimizados,
pesquisas de campo em andamento nas na-
seguindo assim as melhores práticas internacio-
ções europeias para vários laboratórios de catete-
nais de compliance no uso de dados.
rismo ativos, onde são obtidos dados sobre proce-
dimentos e vendas; Os dados obtidos referiram-se ao período
entrevistas com médicos para identificar o uso
2014-2018.
*
de dispositivos e as tendências de procedimentos,
geralmente em centros maiores.
Os estudos utilizados
preservam o sigilo de fonte
e trabalham com dados
anonimizados, seguindo
assim as melhores práticas
internacionais de compliance
no uso de dados.
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 79
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS


DE COMERCIALIZAÇÃO DE DMIS
NOS PAÍSES ANALISADOS

Os preços finais de comercialização dos pro-


dutos incluem as margens de lucratividade e os
valores adicionais necessários para remunerar
a mão de obra alocada na sua venda técnica, a
estrutura de distribuição e logística e as inúme-
ras ineficiências do sistema de saúde brasileiro,
como: impostos, prestação de serviços que não
são remunerados, glosas, imposição de descon-
tos, retenções e atrasos em pagamentos pratica- os preços
dos por agentes pagadores. de produtos
Na exposição sobre “O mercado de disposi- inovadores são
tivos médicos implantáveis e a sua dinâmica de
preços” já nos referimos à questão da relação en-
mais elevados
tre preço e tecnologia nesse setor, de onde desta- na época do
camos o fato de que os preços de produtos inova- lançamento e
dores são mais elevados na época do lançamento depois decaem
e depois decaem quando o produto atinge certa
maturidade. Os dados nacionais e internacionais
quando o produto
atestam essa afirmativa. atinge certa
Vejamos o que mostram os dados sobre pre- maturidade.
ços desses dois produtos.
*
80 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

3. Análise compArAtivA de preços de dispositivos


médicos implAntáveis em pAÍses selecionAdos

EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
DOS STENTS CORONARIANOS

A primeira questão a ser levantada é definir a linha de tempo de quando o


stent coronariano foi introduzido no mercado internacional, podendo ser
considerado uma inovação “disruptiva”, e se e quando passou a ser con-
siderado um produto que atingiu sua maturidade tecnológica, para daí,
analisar a evolução de seus preços.

Segundo Iqbal (2013) “Os stents coronários fo- nados com drogas, que são liberadas lentamente
ram desenvolvidos em meados da década de 1980 ao longo de algumas semanas após a implan-
e, desde então, tiveram grandes refinamentos em tação do stent. Eduardo Sousa implantou o pri-
design e composição.” meiro stent eluído de sirolimus em 1999. E esse
Os stents iniciais de metal, usados até o final stent tornou-se disponível para uso clínico em
da década de 1990, tinham alta densidade metá- 2002-2004. Desde 2002, uma variedade de agen-
lica, resultando em alta incidência de trombose tes imunossupressores e antiproliferativos foram
de stent subaguda (ST), e eram volumosos e tec- testados e os tipos de droga “limus” mostraram
nicamente difíceis de usar, resultando em falha eficácia real na prática clínica. Os polímeros usa-
frequente na implantação e embolização. Esses dos na fabricação desses stents também têm evo-
stents eram geralmente feitos de aço inoxidável, luído muito.
que é biologicamente inerte. Nos últimos anos,
houve refinamentos significativos no material e
no design dos stents metálicos. Na geração atu-
al dos stents, as ligas de cromo-cobalto e nitinol Os stents coronários
(liga de níquel e titânio) substituíram o aço, per-
mitindo que os stents mais novos sejam projeta- foram desenvolvidos
dos com estruturas significativamente mais finas, em meados da década
sem comprometer a resistência radial nem a re- de 1980 e, desde então,
sistência à corrosão.
tiveram grandes
O desenvolvimento de stents coronarianos
fármacos ou com drogas representou uma re-
refinamentos em
volução na cardiologia intervencionista. Os stents design e composição.
passaram a ser revestidos por polímeros impreg-
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 81
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

A busca pelo
A busca pelo stent ideal continua, mas talvez
stent ideal
não haja um único stent adequado para todos continua, mas
os pacientes e todas as lesões. Os cardiologistas talvez não
intervencionistas no futuro terão grande varie- haja um único
dade de stents disponíveis, que poderão permitir
a prática de Medicina personalizada baseada em
stent adequado
evidências, em que a escolha do stent é baseada para todos.
em determinantes genéticos, perfil de risco (para
reestenose, trombose e sangramento) e caracte-
rísticas da lesão individual dos pacientes.
No Brasil, os primeiros stents com fármacos damente 14% das intervenções coronarianas per-
à base de sirolimo (Cypher) e de paclitaxel (Taxus cutâneas (ICP) incluíram o implante de um SF. E
Express) receberam aprovação da Anvisa em 2003. somente em 2014 o Ministério da Saúde incluiu o
De 2003 até 2005, a utilização dos SF cresceu sig- tratamento com stent farmacológico no SUS para
nificativamente. No biênio 2004-2005, aproxima-
*
pacientes com doença arterial coronariana.

PREÇOS DOS STENTS CORONARIANOS,


SEM FÁRMACOS, NOS PAÍSES
ANALISADOS

A Tabela 5 traz os preços médios anuais dos praticados na França e são inferiores aos valo-
stents sem fármacos pagos pelos hospitais em res médios praticados no México.
países da América Latina, nos Estados Unidos e
em países da Europa, em dólares. Os valores médios do mercado brasileiro
variam ou são impactados pelo preço praticado
Em todos os países houve queda nos pela tabela SUS. O pouco uso na saúde suple-
preços desses stents. A queda mais acentuada mentar faz com que os preços desse produto
ocorreu com os preços dos stents na Espanha, caiam a um nível aproximado dos menores
na França e na Itália. Vale notar que os preços preços internacionais, uma vez que foi subs-
praticados no Brasil são inferiores aos pratica- tituído tecnicamente pelo stent recoberto ou
dos nos Estados Unidos, assemelham-se aos farmacológico.
*
82 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

3. Análise compArAtivA de preços de dispositivos


médicos implAntáveis em pAÍses selecionAdos

TABELA 05

Preços médios anuais de stents sem fármacos


pagos pelas operadoras de saúde ou hospitais,
em países da América Latina, nos Estados Unidos
e em países da Europa
Em US$, de 2014 a 2018
Fonte: DRG © 2019 Millennium Research Group, Inc. Todos os direitos reservados. Reprodução, distribuição, transmissão ou
publicação proibidas. Reimpresso com autorização. Tabela elaborada pela Websetorial.

VARIAÇÃO
PAÍSES 2014 2015 2016 2017 2018 2018/2014

Alemanha $ 123,33 $ 117,47 $ 112,58 $ 108,58 $ 105,34 - 14,6%

Espanha $ 1.203,27 $ 1.062,12 $ 944,53 $ 848,07 $ 769,95 - 36%

França $ 628,89 $ 570,59 $ 522,03 $ 482,19 $ 449,93 - 28,5%

Reino Unido $ 255,84 $ 237,83 $ 222,82 $ 210,51 $ 200,54 - 21,6%

Itália $ 387,64 $ 355,74 $ 329,16 $ 307,37 $ 289,71 - 25,3%

EUA $ 716,47 $ 715,58 $ 713,24 $ 707,53 $ 694,94 - 3%

Brasil $ 642,36 $ 597,23 $ 556,50 $ 519,85 $ 486,96 - 24,2%

Argentina $ 135,94 $ 133,03 $ 130,28 $ 127,68 $ 125,21 - 7,9%

Colômbia $ 466,88 $ 442,74 $ 419,91 $ 398,49 $ 378,52 - 18,9%

México $ 782,02 $ 742,94 $ 706,01 $ 671,34 $ 639,02 - 18,3%


O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 83
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

GRÁFICO 24
Preços médios anuais de stents sem fármacos
pagos pelas operadoras de saúde ou hospitais,
em países da América Latina, nos Estados Unidos
e em países da Europa
Em US$, de 2014 a 2018
Fonte: DRG © 2019 Millennium Research Group, Inc. Todos os direitos reservados. Reprodução, distribuição, transmissão ou
publicação proibidas. Reimpresso com autorização. Gráfico elaborado pela ABRAIDI.

2014 2015 2016 2017 2018

0 200 400 600 800 1000 1200

ALEMANHA

ESPANHA

FRANÇA

REINO UNIDO

ITÁLIA

EUA

BRASIL

COLÔ MBIA

ARGENTINA

MÉXICO
84

PREÇOS DOS STENTS


CORONARIANOS
COM FÁRMACOS
NOS PAÍSES ANALISADOS

A Tabela 6 apresenta os preços médios anuais


pagos pelos hospitais em países da América La-
tina, nos Estados Unidos e em países da Europa,
em dólares.
Em todos os países houve queda nos preços
dos stents. A queda mais acentuada ocorreu com
os preços dos stents na Espanha, na Argentina e na Em todos
Colômbia. Vale notar que os preços praticados no os países
Brasil se assemelham aos praticados na Espanha
e são inferiores aos valores médios praticados no
houve
queda nos
México e na Colômbia.
* preços dos
stents.
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 85
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

TABELA 06

Preços médios anuais de stents com fármacos


pagos pelas operadoras de saúde ou hospitais, em
países da América Latina, nos Estados Unidos e em
países da Europa
Em US$, de 2014 a 2018
Fonte: DRG © 2019. Millennium Research Group, Inc. Todos os direitos reservados. Reprodução, distribuição, transmissão ou
publicação proibidas. Reimpresso com autorização. Tabela elaborada pela Websetorial.

VARIAÇÃO
PAÍSES 2014 2015 2016 2017 2018 2018/2014

Alemanha $ 246,85 $ 239,87 $ 232,89 $ 226,08 $ 219,57 - 11,1%

Espanha $ 1.487,06 $ 1.404,70 $ 1.322,34 $ 1.241,91 $ 1.165,09 - 21,7%

França $ 1.041,20 $ 988,13 $ 935,04 $ 883,21 $ 833,70 - 19,9%

Reino Unido $ 583,23 $ 560,56 $ 537,89 $ 515,75 $ 494,60 - 15,2%

Itália $ 750,46 $ 717,80 $ 685,14 $ 653,24 $ 622,78 - 17%

EUA $ 1.316,59 $ 1.243,20 $ 1.173,86 $ 1.108,34 $ 1.046,44 - 20,5%

Brasil $ 1.570,87 $ 1.481,90 $ 1.397,80 $ 1.318,87 $ 1.245,28 - 20,7%

Argentina $ 611,16 $ 574,66 $ 541,12 $ 510,44 $ 482,50 - 21,1%

Colômbia $ 1.674,24 $ 1,578,12 $ 1.487,25 $ 1.401,97 $ 1.322,47 - 21%

México $ 1,711,92 $ 1.635,97 $ 1.564,17 $ 1.496,79 $ 1.433,97 - 16,2%


86 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

3. Análise compArAtivA de preços de dispositivos


médicos implAntáveis em pAÍses selecionAdos

GRÁFICO 25
Preços médios anuais de stents com fármacos
pagos pelas operadoras de saúde ou hospitais,
em países da América Latina, nos Estados Unidos
e em países da Europa
Em US$, de 2014 a 2018
Fonte: DRG © 2019. Millennium Research Group, Inc. Todos os direitos reservados. Reprodução, distribuição, transmissão ou
publicação proibidas. Reimpresso com autorização. Gráfico elaborado pela ABRAIDI.

2014 2015 2016 2017 2018

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

ALEMANHA

ESPANHA

FRANÇA

REINO UNIDO

ITÁLIA

EUA

BRASIL

COLÔ MBIA

ARGENTINA

MÉXICO
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 87
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA
DAS PRÓTESES DE JOELHO

A prótese de joelho substitui superfície articular do fêmur e da tíbia por um


componente metálico e um conjunto de duas peças, uma de plástico e outra de
metal, respectivamente. Dependendo de cada caso, inclui-se um quarto ele-
mento, a patela, com os mesmos materiais.

As indicações para a instalação desses im-


plantes são principalmente doenças degenera- A busca da
tivas que destroem essa articulação, mas tam- superação
bém infeções, doenças oncológicas e trauma. O
resultado de uma artrite crônica é um processo
dessa invalidez
de dor e comprometimento dos movimentos, resultou no
inabilitando o paciente progressivamente para as desenvolvimento
mais simples atividades e básicas, como sentar e
levantar, andar, fazer a higiene pessoal, e prejudica
de técnicas
a vida de relacionamento. cirúrgicas
e materiais
A busca dos meios de superação dessa inva- que minimamente
lidez resultou no desenvolvimento de técnicas
cirúrgicas e materiais que minimamente pudes-
pudessem
sem restabelecer a função da articulação do jo- restabelecer
elho, com toda a sua complexidade, envolvendo a função da
movimentos (flexão-extensão, rotação, autoblo-
queio), cargas, fixação dos componentes, biocom-
articulação
patibilidade, desgaste e infecções. do joelho.
Ainda no século XIX foram feitas tentativas de uso de diversos materiais como marfim e tecidos hu-
manos, até mesmo de animais, de forma pioneira e artesanal, com resultados muito restritos.

Os progressos mais sólidos surgiram a partir da segunda metade do século XX, com domínio dos
processos industriais de metalurgia e desenvolvimento de polímeros, a serviço de médicos, engenhei-
ros, projetistas e inúmeros outros especialistas.
As primeiras próteses eram em aço inoxidável, ainda utilizado, mas atualmente, têm sido preferidas
as ligas de crômio-cobalto, que são mais resistentes ao desgaste e produzem menos resíduos, que são
responsáveis pelos descolamentos e maus resultados das próteses, junto com técnica cirúrgica inade-
quada e comorbidades.
As ligas de titânio são também utilizadas para o componente tibial metálico. A elasticidade do ti-
tânio, em relação à do aço, é mais próxima do osso, o que reduz os riscos de reabsorção óssea em tor-
88 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

3. Análise compArAtivA de preços de dispositivos


médicos implAntáveis em pAÍses selecionAdos

no da prótese. Entretanto o titânio e as suas ligas ses testes para 10 milhões de ciclos, pensando em
não devem ser utilizados em superfícies sujeitas duração de próteses por vinte anos ou mais.
a atritos e à liberação de resíduos, como mencio-
nado acima. Os estudos de desgaste são feitos tanto para os
metais quanto para o polietileno. São um ramo
Os materiais constituintes das superfícies de da ciência chamado tribologia e demandam múl-
contato deslizante devem ser escolhidos em ra- tiplos laboratórios complementares, dotados de
zão da maior ou menor libertação de partículas, equipamentos de precisão, microscópios eletrôni-
pelo desgaste que aí ocorre. Como exemplo, os cos e de varredura, espectrofotometria de massa,
problemas divulgados recentemente com articu- equipamentos de raio X e dezenas de outros.
lações metal-metal, liberando crômio na circula-
ção sanguínea, com risco de câncer e intoxicação. Entretanto, equipamentos, softwares e esfor-
Por isso, o outro componente tibial, que vai su- ço metrológico e de qualidade só funcionam e
portar o componente femoral, é quase sempre estão justificados quando a serviço das equipes
em polietileno. multiprofissionais. A tecnologia elevada nesse
setor depende de engenheiros, químicos, físicos,
Atualmente é aqui que se concentram os projetistas, analistas de dados e especialistas de
maiores esforços de desenvolvimento, com estu- TI, todos, atuando em colaboração de cirurgiões
dos sofisticados da natureza molecular dos políme- ortopedistas, em universidades e grandes centros
ros, estudos físico-químicos e prolongados testes de referência.
para analisar desgaste, simulando a biomecânica
do joelho – flexão-extensão, rotação, suporte de Por fim, é importante mencionar que, em-
cargas – simulando a incrível experiência humana bora o foco fique no implante, o conjunto ins-
de dez ou quinze anos de uso contínuo. No labora- trumental necessário à sua instalação tem papel
tório, máquinas sofisticadas realizam movimentos fundamental no resultado, tendo em vista que
repetitivos durante semanas para prever o desgaste ele guia as boas mãos do cirurgião bem treina-
de uso em seres humanos. Inicialmente faziam-se do nos planos e em profundidades adequados ao
5 milhões de ciclos, mas, com a necessidade de ter bom resultado no longo prazo. Portanto, prótese
produtos mais duráveis, a tendência é estender es- de joelho não é uma “pecinha”.
*

PREÇOS DA PRÓTESE TOTAL PRIMÁRIA


DE JOELHO NOS PAÍSES ANALISADOS

A Tabela 7 apresenta os preços médios anuais pagos por hospitais e segura-


doras de próteses totais primárias de joelho em países da América Latina, nos
Estados Unidos e em países da Europa, em dólares.
Em todos os países houve leve queda nos preços das próteses totais pri-
márias de joelho. A queda mais acentuada ocorreu nos Estados Unidos, onde
os valores médios são muito superiores aos praticados internacionalmente. Vale
notar que os preços praticados no Brasil se assemelham aos praticados na Euro-
pa, com exceção da Alemanha.
*
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 89
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

TABELA 07

Preços médios anuais das próteses totais


primárias de joelho pagos pelas operadoras de
saúde ou hospitais, em países da América Latina,
nos Estados Unidos e em países da Europa
Em US$, De 2014 a 2018
Fonte: DRG © 2019. Millennium Research Group, Inc. Todos os direitos reservados. Reprodução, distribuição, transmissão ou
publicação proibidas. Reimpresso com autorização. Tabela elaborada pela Websetorial.

VARIAÇÃO
PAÍSES 2014 2015 2016 2017 2018 2018/2014

Alemanha $ 1.435,3 $ 1.429,8 $ 1.424,1 $ 1.418,10 $ 1.411,8 - 1,6%

Espanha $ 2.154,2 $ 2.139,5 $ 2.124,2 $ 2.108,3 $ 2.091,9 - 2,9%

França $ 2.343,2 $ 2.327,3 $ 2.311,4 $ 2.295,3 $ 2.279,2 - 2,7%

Reino Unido $ 2.290,7 $ 2.274,9 $ 2.258,6 $ 2.242,0 $ 2.224,9 - 2,9%

Itália $ 2.157,0 $ 2.143,9 $ 2.130,5 $ 2.116,7 $ 2.102,6 - 2,5%

EUA $ 4.496,0 $ 4.387,2 $ 4.280,3 $ 4,175,8 $ 4.074,1 - 9,4%

Brasil $ 2.151,8 $ 2.148,0 $ 2.143,5 $ 2.138,0 $ 2.131,4 - 0,9%

Argentina $ 2.244,0 $ 2.240,3 $ 2.236,0 $ 2.230,8 $ 2.224,5 - 0,9%

Colômbia $ 1.127,4 $ 1.121,1 $ 1.114,1 $ 1.106,0 $ 1.096,1 - 2,8%

México $ 867,6 $ 862,7 $ 857,1 $ 850,7 $ 842,9 - 2,8%


90

A análise dos gráficos


apresentados com os
comparativos de stents
e prótese total primária
de joelho mostram que
o Brasil está inserido
na média mundial de venda
ao consumidor final.
O ciclO DE FORnEcimEnTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE nO BRASil 91
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

GRÁFICO 26
Preços médios anuais das próteses totais
primárias de joelho pagos pelas operadoras de
saúde ou hospitais, em países da América Latina,
nos Estados Unidos e em países da Europa
Em US$, De 2014 a 2018
Fonte: DRG © 2019. Millennium Research Group, Inc. Todos os direitos reservados. Reprodução, distribuição, transmissão ou
publicação proibidas. Reimpresso com autorização. Gráfico elaborado pela ABRAIDI.

2014 2015 2016 2017 2018

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500

ALEMANHA

ESPANHA

FRANÇA

REINO UNIDO

ITÁLIA

EUA

BRASIL

COLÔ MBIA

ARGENTINA

MÉXICO
92

CONCLUSÕES

FATORES RELACIONADOS COMPARAÇÕES


AO PRODUTO E AO SEU DE PREÇOS DENTRO
ESTÁGIO DE MATURIDADE DE PAÍSES
TECNOLÓGICA

As decisões de adoção da nova tecnologia, os Os preços de implantes similares podem


valores de reembolso e de procedimento estão sujei- variar significativamente entre os mercados re-
tos a uma ampla gama de fatores que não envolvem gionais.
puramente o valor econômico do produto.
Essas diferenças podem decorrer: de di-
Dispositivos médicos implantáveis são produ- ferentes tipos de negociação, de condições de
tos considerados de “alto risco” e exigem alto nível oferta-demanda e poder de barganha de hospi-
de evidência em segurança e eficácia no processo de tais ou de distribuidores nesses mercados, bem
aprovação para sua incorporação. como da amplitude dos serviços não cobrados,
como logística, taxa de esterilização, glosas, des-
Existem mais de vinte modelos de stents com
contos, possibilidades de calotes e outras falhas
fármacos e apenas seis deles provaram eficácia em
de mercado que acabam sendo incorporadas
testes clínicos.
nos preços.
Médicos são pouco sensíveis às diferenças de
Esse fato foi verificado para vários países,
preços e suas preferências refletem principalmente a
conforme estudo de Wenzl e Mossialos (2018). A
familiaridade com determinadas marcas, o suporte,
magnitude da variação foi quantificada pelos au-
o treinamento, e a gestão de estoques, no caso dos
tores citados por meio do cálculo do coeficiente
hospitais.
de variação.
Em alguns países, os hospitais recebem paga-
O estudo de Wenzl e Mossialos (2018)
mentos adicionais temporários pelo uso de produ-
mostrou que os diferenciais de preço estão fra-
tos novos
camente correlacionados com os volumes de
A complexidade tecnológica, o número de fa- compra dos hospitais, mas podem estar relacio-
bricantes que atuam no mercado, o estágio no ciclo nados a volumes de compra de uma cesta de
de vida do produto, a diferenciação de produtos no produtos de determinado fabricante, das moda-
mercado e a possibilidade de inovações incremen- lidades e dos prazos de contrato de fornecimen-
tais definem o preço presente bem como sua ten- to e prestação de serviços e do treinamento que
dência de queda. acompanha o produto (WENZL e MOSSIALOS,
2018, p. 1575).
A queda nos preços refletiu o grau de matu-
ridade alcançado nas tecnologias dos produtos, até
que ocorra uma nova onda tecnológica disruptiva
nos procedimentos médicos relacionados aos pro-
dutos em análise.
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 93
3. AnáliSE cOmPARATivA DE PREçOS DE DiSPOSiTivOS
méDicOS imPlAnTávEiS Em PAÍSES SElEciOnADOS

COMPARAÇÃO TENDÊNCIAS
DE PREÇOS ENTRE DE PREÇOS
PAÍSES

Os preços dos produtos brasileiros são Observou-se tendência de queda de preços


compatíveis com os parâmetros internacionais. dos dois produtos analisados para o caso do Bra-
sil e dos demais países considerados na análise.
Apesar da inexistência de barreiras de co- A queda pode estar relacionada ao ciclo de ma-
mércio e harmonização de exigências regulató- turidade tecnológica dos produtos no exterior e
rias entre os países da Europa, as diferenças de no Brasil.
preço dos DMIs mostraram-se significativas en-
tre os países. Assim como salientado por Wen-
zl e Mossialos (2018), essas diferenças sugerem
que fatores relacionados à estrutura interna dos
sistemas de saúde determinem esses preços,
como: acesso à tecnologia, regras para a obten-
ção de reembolsos de seguradoras, mecanismos
de compra e de remuneração de hospitais e in-
centivos dos agentes para a contenção de custos.

A análise dos gráficos apresentados com os comparativos de stents e prótese total primá-
ria de joelhomostram que o Brasil está inserido na média mundial de venda ao consumidor
final. Não há nenhuma discrepância severa entre os preços praticados na Europa e nos Esta-
dos Unidos em comparação aos preços praticados no Brasil. Provamos com este estudo que o
alarde midiático de muitos players sobre os valores praticados abusivamente não condiz com
a realidade demonstrada. A ABRAIDI mostra mais uma vez a realidade de mercado, afastando
definitivamente fantasias criadas, na maioria das vezes, com a intenção de esconder o que re-
almente está acontecendo. Fica o documento aqui produzido como forma de alerta à sociedade
em geral para que deixemos de analisar fatos isolados e nos concentremos no todo.
*
4
Distorções
do Sistema
de Saúde
96

DISTORÇÕES
DO SISTEMA
DE SAÚDE

Sabe-se que o sistema de saúde brasileiro enfrenta uma crise estrutural sem
precedentes, com enorme desequilíbrio na relação entre os players do setor,
causado pela regulação deficiente que não fiscaliza os abusos de poder eco-
nômico praticados por determinados agentes, além de condutas de natureza
comercial predatórias que contribuem para os altos custos e a baixa eficiência.

No ano passado, mostramos uma série de O desequilíbrio nas responsabilidades en-


distorções que afetam todo o sistema de saúde tre os players do sistema de saúde e os meca-
brasileiro, em especial os importadores e os distri- nismos de controle financeiro adotados cau-
buidores de produtos para saúde. Em geral, como sam problemas de remuneração dos elos da
mencionado, o desequilíbrio na relação entre os
players acarreta uma divisão desequilibrada de
cadeia, onerando o paciente.
*
responsabilidades que não remunera adequada-
mente cada elo da cadeia de saúde e ainda onera
o paciente, seja do sistema público, que tem de O desequilíbrio
gastar mais, seja do setor privado, que tem de ar-
car com reajustes abusivos.
na relação entre
As distorções que afetam os distribuidores e
os players do
os importadores persiste e, segundo pesquisa setor, causado
com os associados da ABRAIDI, aumentaram de pela regulação
volume e de intensidade, demonstrando que ain- deficiente, contribui
da são necessárias ações efetivas para coibir deter-
minadas condutas.
para os altos
custos e a baixa
eficiência.
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 97
4. DISTORÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE

RETENÇÃO
DE FATURAMENTO

A prática conhecida como “retenção de faturamento” por parte de ope-


radoras, planos de saúde e hospitais ocorre quando, após a realização do
procedimento cirúrgico previamente autorizado, e a consequente utiliza-
ção de produtos e materiais relacionados, tanto a operadora como o hos-
pital não autorizam o faturamento, sob pena de retaliação, postergando
dessa forma o pagamento dos materiais.

Segundo pesquisa da ABRAIDI com seus as- Após a emissão da nota fiscal, o prazo para
sociados, o valor total estimado de faturamento efetivação do pagamento em 2018 variou entre 62
retido ou bloqueado em 2018 alcançou R$ 488,5 e 81 dias.
milhões, ante R$ 539,6 milhões em 2017, queda
Além disso, foi possível observar, em 2018,
de 9,46%.
que houve aumento nos valores de faturamen-
O prazo médio até a emissão da nota fiscal, to retido para hospitais privados e para o SUS, na
após a realização da cirurgia, em 2018 variou entre comparação com 2017. Em relação a operadoras e
29 e 53 dias. planos de saúde, houve redução dos valores.
98 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

4. DISTORÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE

GRÁFICO 27

Faturamentos dos associados ABRAIDI


retido por fonte pagadora
Em R$ milhões – 2017 / 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI

2017 TOTAL: R$ 488,5 milhões


1

2018

331

177 162,6
148,9
113,8 94,8

CONVÊNIOS, HOSPITAIS PRIVADOS HOSPITAIS SUS


PLANOS DE SAÚDE
E SEGURADORAS

Cálculo estimado com base na amostra da Pesquisa associados ABRAIDI.


1
99

GRÁFICO 28

Número médio de dias até a emissão


1

de nota fiscal dos associados ABRAIDI


para cada fonte pagadora
Comparativo em dias – 2017 / 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI

2017
2018

68
62
53 54
45
29

CONVÊNIOS, HOSPITAIS PRIVADOS HOSPITAIS SUS


PLANOS DE SAÚDE
E SEGURADORAS

1
Dias Corridos
100

GRÁFICO 29

Número médio de dias entre a emissão


1

de nota fiscal e o pagamento – associados


ABRAIDI por fonte pagadora
Comparativo em dias– 2017 / 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI

2017
2018

92 91
83
81
67
62

CONVÊNIOS, HOSPITAIS PRIVADOS HOSPITAIS SUS


PLANOS DE SAÚDE
E SEGURADORAS
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 101
4. DISTORÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE

FIGURA 14

Prazo médio entre emissão de nota fiscal


e recebimento dos associados ABRAIDI
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI.

APROVADO

AUTORIZAÇÃO AUTORIZAÇÃO
DO PROCEDIMENTO CIRURGIA DO FATURAMENTO PAGAMENTO

42
DIAS1
70
DIAS2

112 DIAS = 3 MESES + 22 DIAS

1
Média de dias corridos entre as fontes pagadoras (estimativa da Pesquisa associados ABRAIDI).
2
Média de dias corridos entre as fontes pagadoras (estimativa da Pesquisa associados ABRAIDI).

Observando a figura acima, nota-se que um Em 2018, a pesquisa com os associados ABRAI-
distribuidor leva, em média, em torno de 112 dias DI revelou que, após a emissão da nota fiscal,
entre o fornecimento dos produtos e o efetivo re- 72,6% dos valores totais a receber das empresas
cebimento do pagamento. Isso equivale a 3 meses são efetivados no período entre 30 e 90 dias após
e 22 dias: 1 mês e 12 dias para a emissão da nota a emissão da nota fiscal.
fiscal e 2 meses e 10 dias da emissão até o paga-
21,1% dos valores de faturamento retidos são
mento.
pagos entre 91 e 180 dias, enquanto 6,3% dos va-
lores levam mais de 180 dias para serem pagos.
102

GLOSAS

Geralmente, as glosas ocorrem


quando a operadora ou plano de
saúde se nega a pagar alguns pro-
dutos, materiais ou equipamentos
utilizados em cirurgia previamente
autorizada por eles mesmos (em
alguns casos, a conta hospitalar
inteira pode ser glosada), por uma
série de motivos burocráticos, de
terceiros ou não justificáveis.
Total de valores
glosados dos
associados
Em pesquisa realizada pela ABRAIDI com seus
associados em 2018, constatou-se que 87% dos
ABRAIDI em 2018:
associados sofrem com as glosas, o que totaliza R$ 127,2 milhões.
R$ 127,2 milhões em valores glosados, aumento
de 26,2% no comparativo com 2017.
*
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 103
4. DISTORÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE

GRÁFICO 30

Ocorrência da prática de glosa


por planos de saúde ou operadoras
Em % dos associados – 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI

Não ocorre
a prática
13 %

Ocorre
a prática
87 %
104

GRÁFICO 31

Volume total de glosa dos associados ABRAIDI


Em milhões R$ – Comparativo 2017/2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI

2017
2018
127.2
100.8

GLOSAS

Em média, 59% dos casos de glosa são reapre-


sentados pelos distribuidores, ante 64% em 2017.
A taxa de recuperação dos valores glosados
em 2018 foi de 23%, ante 22,7% em 2017.
Os convênios, operadoras e planos de saúde
são responsáveis por 84% de todo o volume de
glosas a receber pelos distribuidores.
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 105
4. DISTORÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE

INADIMPLÊNCIA

Outra distorção que afeta todo o sistema de lência do prestador de serviço ou fonte pagadora
saúde é a inadimplência. Ela ocorre quando o e até mesmo por calote intencional.
fornecedor não é remunerado após 180 dias, Em 2018, 81% dos associados da ABRAIDI regis-
a partir da realização do procedimento cirúrgico. traram perdas com inadimplência ou calote por
Também devem-se considerar como inadim- parte de hospitais, operadoras ou órgãos públi-
plência os valores “perdidos” em razão de fa- cos. Em 2017, esse índice era de 91%.
*

GRÁFICO 32

Ocorrência de perdas com inadimplência


por hospitais, operadoras e órgãos públicos
Em % dos associados – 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI

Não sofre
com perdas
19 %

Sofre
com perdas
81 %
Estimativa total
de perdas, por
inadimplência,
de associados
ABRAIDI em 2018:

R$ 554,8 milhões.
106 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

4. DISTORÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE

DESCONTO HOSPITALAR

O desconto hospitalar pode ser caracterizado tanto, já está incluído na conta hospitalar repassa-
como a prática unilateral dos hospitais de exi- da às operadoras, não cabendo assim nenhuma
gir ou impor aos fornecedores a concessão de cobrança ao fornecedor.
descontos como condição imprescindível para
o fornecimento de produtos, materiais e equipa- Segundo pesquisa da ABRAIDI em 2018, 73%
mentos. Além do desconto, é possível encontrar dos associados disseram que ocorre a prática de
casos em que os hospitais cobram dos distribui- desconto hospitalar em sua região de operação
dores a chamada “taxa de esterilização”, serviço comercial. Em 2017, esse número era de 89%, o
que é de inteira responsabilidade dos hospitais que pode indicar uma eventual redução da ocor-
(vide normas de vigilância sanitária) e que, por- rência dessa prática.
*
GRÁFICO 33

Ocorrência da prática de desconto hospitalar


Em % dos associados – 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI

Não
27 %

Sim
73 %

Quando os fornecedores se negam a dar


o desconto, em geral, são retaliados. Em 2018,
67% dos associados disseram sofrer retaliações,
uma redução de 17% no comparativo com 2017.
*
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 107
4. DISTORÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE

GRÁFICO 34

Ocorrência de retaliação ao negar


a concessão de desconto hospitalar
Em % dos associados – 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI

Não
33 %

Sim
67 %

Após a recusa em
conceder os descontos,
43% dos associados
foram retaliados e
deixaram de vender
ao mesmo cliente,
enquanto 57% deles
conseguiram voltar
a vender mesmo assim.
108

GRÁFICO 35

Porcentagem de associados ABRAIDI


que voltaram a vender ao cliente, mesmo
após recusa em conceder desconto
Em % dos associados – 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI

Voltaram
a vender
43 %

Não voltaram
a vender
57 %

O tempo médio levado por um associado Mesmo quando a venda é feita diretamente
para voltar a vender seus produtos a hospitais e para as operadoras ou planos de saúde, os hospi-
planos de saúde após a recusa em conceder des- tais geralmente cobram outras taxas, podendo ser
contos foi de 105 dias em 2018, ante 153 dias em chamadas de “taxa de esterilização”. Em 2018, 63%
2017. dos associados disseram sofrer pressões para o
pagamento dessas taxas, ante 60% em 2017.
*
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 109
4. DISTORÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE

GRÁFICO 36

Ocorrência de pressão pelo hospital


para o desconto, mesmo quando
o faturamento é feito para o plano de saúde
Em % dos associados – 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI

Não
37 %

Sim
63 %
110 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

4. DISTORÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE

SERVIÇOS NÃO REMUNERADOS

Atualmente, no setor de saúde, os fornecedores deparam-se muitas vezes com situações


nas quais é exigida a prestação de serviços que não são remunerados por hospitais, ope-
radoras e planos de saúde como condição para venda de produtos.

GRÁFICO 37

Ocorrência de serviços não remunerados


prestados por associados ABRAIDI
Em % dos associados – 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI.

75 %

45,8%
INSTRUMENTADORES / PERFUSIONISTAS
FORNECIMENTO DE EQUIPAMENTOS

OU OUTROS PROFISSIONAIS
E/OU INSTRUMENTAIS

20,8%
OUTROS

Os serviços mais comuns não remunerados são o fornecimento de equipamen-


tos e instrumentais (75% dos associados) e o fornecimento de instrumentadores,
perfusionistas ou outros profissionais (45,8% dos associados).
Estima-se que os fornecedores tenham perdas de faturamento equivalentes a 7%
do valor do produto com os serviços não remunerados.
*
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 111
4. DISTORÇÕES DO SISTEMA DE SAÚDE

PERDAS POR DISTORÇÕES

Em 2018, a estimativa de perdas e onerações causadas à operação dos fornecedores de


produtos para saúde chegou a 55%, contra 42% em 2017. Isso evidencia a crise enfrentada
por distribuidores e importadores, que viram crescer as distorções causadas, muitas vezes,
por hospitais, operadoras e planos de saúde.
*

GRÁFICO 38
Custos adicionais à operação do distribuidor
decorrentes das distorções no setor de produtos
para saúde
Em % do custo operacional mensal médio - 2018
Fonte: Pesquisa associados ABRAIDI.

PERDAS POR DESPERDÍCIO


DE PRODUTO OU DANO
Á EQUIPAMENTOS 4%
E INSTRUMENTAIS

PERDAS POR VALIDADE 4%


DISTORÇÕES

SERVIÇOS NÃO REMUNERADOS


INSTRUMENTADORES,
EQUIPAMENTOS,
7%
INSTRUMENTAIS E OUTROS

INADIMPLÊNCIA E /OU CALOTES 7%

GLOSAS 8% 55%
DESCONTO FINANCEIRO 12%
OU OUTRAS TAXAS INDEVIDAS

RETENÇÃO DE FATURAMENTO 13%


112

CONCLUSÕES

Ao comparar as respostas da pesquisa anual com os associados da


ABRAIDI, entre 2017 e 2018, e considerar as novas informações e os da-
dos trazidos para o debate, é possível extrair algumas conclusões.

As empresas importadoras e distribuidoras de produtos para saúde


enfrentam uma crise sem precedentes, acompanhando a crise que
permeia todo o setor, causada pelo desequilíbrio de responsabilidades
entre os players na saúde.

Apesar da aparente melhoria em relação a algumas distorções no setor,


ainda há problemas sérios a serem resolvidos.

O comparativo de preços médios de alguns dispositivos médicos no


Brasil e em outros países mostra claramente que o mercado brasileiro
está em linha com o mercado mundial, tornando desnecessária e da-
nosa qualquer interferência governamental no mercado, em termos
de preços.

As iniciativas governamentais de aprimorar o sistema de saúde, me-


lhorar o acesso e o atendimento da população e regular melhor a in-
teração entre os atores do sistema passa necessariamente pelo diálogo
aberto com todos.

Atualmente, o setor de saúde convive com uma complexidade tributá-


ria que traz impactos negativos e de custos para todas as empresas. É
necessária uma reforma tributária que organize as obrigações e permi-
ta ampliar os investimentos e o desenvolvimento do setor.

É fundamental, por parte de todos, que as ações para elevar os pa-


drões de ética, conduta e integridade do mercado sejam colocadas
como prioridade.
*
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 113

REFERÊNCIAS

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status and future directions” British Medical
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Junho de 2009 25 de fevereiro de 2019.

CAVES, Richard, American industry: Structure, LEITE, A. L. Concentração e desempenho compe-


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Research: Retrospect and Prospect, no livro “Policy SCHERER, F. & ROSS, D. Industrial market structu-
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COASE, The Nature of the Firm, 4 Economica, Higher In The US Than In Some European
New Series, 386 (1937). Reprinted in Readings in Countries”, HEALTH AFFAIRS, VOL. 37, NO. 10:
Price Theory, 331 (1952) SOCIAL DETERMINANTS, DRUG & DEVICE PRICES
& MORE CONSIDERING HEALTH SPENDING,
COASE, R. The nature of the firm: orgins, evolu- October, 2018
tion, and development. Nova York/Oxford: Oxford
University, 1993. WILLIAMSON, O. E. The economics and transac-
tion costs. New York: Free Press, 1999

Ministério da Saúde , PORTARIA Nº 503, DE 08 DE


MARÇO DE 2017, http://portalarquivos.saude.gov.
br/images/pdf/2017/marco/10/MINUTA-de-Por-
taria-SAS-Atualizacao-protese-total-de-joelho-e-
quadril.pdf
114 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

EMPRESAS ASSOCIADAS ABRAIDI - 2018

EMPRESAS ASSOCIADAS
ABRAIDI

ACRE
PSC DE HOLANDA Rio Branco

ALAGOAS
FIX BRASIL LTDA. Maceió
IMPLAMEDICAL ALAGOAS COM. DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Maceió

AMAZONAS
HW COMÉRCIO DE PRODUTOS HOSPITALARES LTDA. Manaus
LIDERA COMÉRCIO DE ARTIGOS MÉDICOS LTDA-EPP Manaus
RODRIGO SARAN AZEVEDO-ME Manaus

BAHIA
CORAMED COMÉRCIO DE ARTIGOS MÉDICOS LTDA. Salvador
DUDER PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Salvador
HEMOCAT COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO LTDA. Salvador
IMPLANTES MÉDICOS BAHIA COM. DE PRODS. MÉD. HOSP. LTDA. Salvador
JDR COMÉRCIO PRODUTOS CIRÚRGICOS LTDA. Salvador
JOINTMED - COM. DE MAT. CIR. HOSP. E ORT. LTDA. Salvador
MEDICICOR COMERCIAL - EIRELI Salvador
ORTHEK COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS HOSPITALARES LTDA. Salvador
SYNTECH COMÉRCIO IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO LTDA. Salvador

CEARÁ
AGF MEDICAL LTDA. Fortaleza
CEARAMED IMPLANTES ESPECIALIZADOS LTDA. Fortaleza
INTUIT IMP E COM. MAT. CIRUR. HOSPIT. LTDA. Fortaleza
LITORMED COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Fortaleza
MEDTRAUMA COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO DE ORTOPEDIA LTDA.-ME Fortaleza
NEW CARDIO MEDICAL COMÉRCIO PRODUTOS MÉDICOS LTDA.-ME Fortaleza
ORTOGÊNESE COM. IMP. MAT. MÉD. CIRURGICOS LTDA. Fortaleza
PROTECH COM. PROD. MÉDICOS LTDA. Fortaleza

DISTRITO FEDERAL
BRASMÉDICA HOSPITALAR E ORTOPEDICA LTDA. Brasília
CARDIOMED IMPORTAÇÃO E DIST. DE PROD. PARA SAÚDE EIRELI-ME Brasília
CPMH - COM. E IND. DE PRODS. MÉDICO-HOSP. E ODONT. LTDA. Brasília
FUSÃO SOLUÇÕES PARA MEDICINA LTDA. Brasília
INOMEDI COMÉRCIO DE MATERIAL HOSPITALAR LTDA. Brasília
LEADS MEDICAL COMÉRCIO DE MATERIAIS HOSPITALARES LTDA. Brasília
MEDICATO PRODUTOS PARA SAÚDE LTDA. Brasília
OSTEOFIX COM. DE PRODUTOS MÉDICO-ODONTOLÓGICOS LTDA. Brasília
SAFE IMPLANTES PRODS. MÉDS. HOSPITALARES LTDA. Brasília
TRAUMA SURGICAL PRODUTOS MÉDICOS HOSP. LTDA. Brasília
UNIÃO MÉDICA COM. PRODS. HOSPITALARES LTDA. Brasília
UNIMEK COM. DE MAT. MED. HOSP. LTDA. Brasília
VIVA COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO LTDA. Brasília
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 115
EMPRESAS ASSOCIADAS ABRAIDI - 2018

ESPÍRITO SANTO
ALFA MEDICAL LTDA Vitória
BONE SURGERY COM. DIST. LTDA. Vitória
COMERCIAL COSTA GOMES LTDA. Cariacica
EMILCARDIO PRODUTOS HOSPITALARES EIRELI Vitória
ENDOTEX COMERCIAL MATERIAIS MÉDICO HOSPITALARES LTDA. Vitória
ENDOVIX IMP. E COM. DE MATERIAL HOSPITALAR LTDA. Vila Velha
MEDICAL SUTURE COM. LTDA. Vitória
MULTIVISION COMÉRCIO DE MATERIAL HOSP. EIRELI Vitória
ORTHOHEAD INSTR. E IMPL. CIRÚRGICOS LTDA. Serra
PH COMÉRCIO DE PRODUTOS HOSPITALARES LTDA. Serra
UL QUÍMICA E CIENTÍFICA LTDA. Vitória
VITÓRIA HOSPITALAR LTDA. Vitória

GOIÁS
CMS PRODUTOS MÉDICOS LTDA Aparecida de Goiânia
SÍNTESE COMERCIAL HOSPITALAR LTDA. Goiânia

MARANHÃO
MEDFIX ORTOPÉDICA LTDA. São Luís
TG COMÉRCIO E IMPORTAÇÕES DE MATERIAL MÉDICO LTDA.-ME São Luís

MATO GROSSO
ASTRAMED COM. MAT. MÉDICOS LTDA. Cuiabá
FAST MEDICAL COMÉRCIO HOSPITALAR LTDA. EPP Cuiabá
QUALITY COMERCIAL DE PROD. MÉD. HOSP. LTDA. Cuiabá
TITANIUN COMÉRCIO DE MAT. MED. HOSPITALARES LTDA. Cuiabá

MATO GROSSO DO SUL


ALFEMA DOIS MERCANTIL LTDA. Campo Grande
CENTROSUL COM. DE PROD. MÉDICOS LTDA.-ME Campo Grande
INFINITY PRODUTOS MÉDICOS E HOSPITALARES Campo Grande
NOREM PRODUTOS MÉDICOS E HOSPITALARES LTDA.-ME Campo Grande

MINAS GERAIS
AMGS - COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Belo Horizonte
BIOMEDICAL PROD. CIENT. MÉD. E HOSPITALARES LTDA. Belo Horizonte
COMÉRCIO E DISTRIBUIÇÃO ALLBORG MED LTDA. Barbacena
ENDOLATINA COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Belo Horizonte
EVOLUTION BRASIL LTDA. Belo Horizonte
GE HOSPITALAR LTDA. Belo Horizonte
GJO COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Belo Horizonte
H MEDICAL IMPORTAÇÃO E COMÉRCIO LTDA. Belo Horizonte
IMPLANTEC - COMÉRCIO E ASSISTÊNCIA TÉCNICA LTDA.-ME Belo Horizonte
JYAS COMÉRCIO MATERIAIS CIRURG. HOSPITALARES LTDA. Belo Horizonte
MARJA COM. REP. IMP. DE PROD. P/ SAÚDE LTDA. Ubá
MEDIODONTOMINAS COMÉRCIO LTDA. Montes Claros
116 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

EMPRESAS ASSOCIADAS ABRAIDI - 2018

ORTONEURO PRODUTOS CIRÚRGICOS E HOSPITALARES LTDA.-EPP Governador Valadares


REPROCIR PROD. CIR. E HOSPITALARES LTDA. Governador Valadares
TRAUMINAS DIST. MAT. CIRÚRGICOS HOSPITALARES S.A. Belo Horizonte

PARÁ
ART MED COMÉRCIO LTDA.-ME Ananindeua
BIOSAÚDE PRODUTOS HOSPITALARES LTDA. Belém
CTA CLÍNICA TRAUMA ARLES EIRELI-EPP Parauapebas
EXATA NORTE DISTR HOSPITALAR LTDA. Belém
IMPLANTUS COMÉRCIO E REPRES. DE PRODUTOS HOSPITALARES LTDA. Belém

PARAÍBA
ARTSÍNTESE COM. MAT. EQUIP. HOSPITALARES LTDA. João Pessoa
CIENLABOR INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA. João Pessoa
PROMED MATERIAIS CIRÚRGIGOS LTDA. João Pessoa
TOP IMPLANTES MATERIAIS CIRÚRGICOS LTDA. Campina Grande

PARANÁ
ARTROFIX COMÉRCIO DE MATERIAIS CIRÚRGICOS LTDA. Londrina
CARDIO E ENDO LUMINAL PROD MÉDICOS LTDA. Londrina
CICLO MED DO BRASIL LTDA. Curitiba
FORMATHOS FORNECEDORA DE MATERIAL HOSPITALAR LTDA. Curitiba
HYPERDINÂMICA REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS LTDA. Curitiba
INVASIVE IMP. E COM. DE PROD. MÉDICOS LTDA. Curitiba
L&G MATERIAIS CIRÚRGICOS LTDA. Curitiba
ONIVALDO BUENO MARQUES - EPP Curitiba
ORTHOFACE IMPLANTES ESPECIAIS LTDA. Curitiba
ORTOESTE COM. PROD. MÉD. HOSPITALARES LTDA. Curitiba
POLYMEDICAL IMP. E COM. DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Curitiba
PRÓ VASCULAR REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS LTDA. Curitiba
PROSPINE COMÉRCIO DE MATERIAIS CIRÚRGICOS LTDA. Curitiba
PROSURG PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Curitiba
PROTECNO COMÉRCIO DE MATERIAIS HOSPITALARES LTDA. Cascavel
TC TÉCNICA CIRÚRGICA COM. MAT. HOSP. ODONT. LTDA. Curitiba
TECMEDIC COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Curitiba
TECNOMEDICAL PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Curitiba
TKL IMP. E EXP. DE PRODUTOS MÉDICOS E HOSPITALARES LTDA. Curitiba

PERNAMBUCO
ADN SAÚDE COMÉRCIO DE PRODUTOS HOSPITALARES LTDA. Recife
BRASIL ORTOPEDIA COM. IMP. PROD. CIRURG HOSP. LTDA. Recife
GOLDMEDIC PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA. Recife
JL MATERIAL CIRÚRGICO LTDA. Recife
NEUROFIX COM. DE MATERIAIS HOSPITALARES LTDA.-EPP Recife
ORTHOMAC IMPLANTES E SOLUÇÕES MÉDICAS LTDA. Petrolina
ORTHOMAX MEDICAL COM. IMPL. ORTOP. LTDA.-EPP Recife
ORTHOSERV COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDA.-ME Recife
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 117
EMPRESAS ASSOCIADAS ABRAIDI - 2018

ORTOPLAN COMÉRCIO DE IMPLANTES ORTOPÉDICOS LTDA. Recife


PE IMPLANTES COM. IMPL. ORTOPÉDICOS LTDA. Recife
PROSMED PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Olinda
REPRESENTA MATERIAIS CIRÚRGICOS MÉDICOS E HOSPITALARES LTDA. Recife

PIAUÍ
BIOSÍNTESE COM. IMP. MAT. MÉD. HOSP. IMPL. LTDA. Teresina

RIO DE JANEIRO
ARTERIAL LIFE SERVIÇOS E COMÉRCIO LTDA. Rio de Janeiro
AXISTE COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA. Rio de Janeiro
BIOCARDIO COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Rio de Janeiro
CIBRAMED PRODS. MÉD. DESCART. COM. IMP. EXP. LTDA. Niterói
CLASSY MED COMÉRCIO DE MATERIAL HOSPITALAR LTDA.-ME Rio de Janeiro
CORTEX MED COM. DE PRODUTOS HOSP. LTDA. Rio de Janeiro
CROMO LIFE DIST. DE MATERIAIS HOSPITALARES LTDA. Rio de Janeiro
DMO DISTRIBUIDORA MATERIAIS ORTOPÉDICOS LTDA. Rio de Janeiro
E. TAMUSSINO & CIA. LTDA. Rio de Janeiro
ECMAX COMÉRCIO DE MATERIAL HOSPOSPITALAR LTDA.-ME Rio de Janeiro
ENDO MEDICAL RIO COMERCIAL LTDA. Rio de Janeiro
ENDO SUTURE COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Itaperuna
ENDOTEX COMERCIAL MAT. MÉD. HOSPTALARES LTDA. Rio de Janeiro
FLEX LAB COMÉRCIO DE MATERIAIS CIRÚRGICOS E HOSP. EIRELI-EPP Rio de Janeiro
INTER HOSPITALAR LTDA. Rio de Janeiro
LABORATÓRIOS B. BRAUN S/A São Gonçalo
MEDICAL HEALTH COMERCIO, SERVIÇOS E IMPORTAÇÃO EIRELI Rio de Janeiro
NOVUM SALUTARIS HOSPITALAR LTDA. Rio de Janeiro
NUVASIVE BRASIL COMERCIAL LTDA. Rio de Janeiro
OPERANDI COMÉRCIO DE MATERIAL HOSPITALAR LTDA. Niterói
ORTONENSE EQUIPAMENTOS HOSPITALARES LTDA. Volta Redonda
ORTONEURO COMÉRCIO E IMPORT. MATERIAIS HOSPITALARES Rio de Janeiro
PER PRIMA COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Rio de Janeiro
PORTO SURGICAL COMÉRCIO DE MATERIAL HOSPITALAR LTDA. Rio de Janeiro
REALCARE COM. E REPR. DE MAT. MÉDICO HOSP. LTDA. Rio de Janeiro
RIO SURGICAL COMÉRCIO DE MATERIAL HOSPITALAR LTDA. Rio das Ostras
RPM COMÉRCIO DE MATERIAL HOSPITALAR LTDA. Rio de Janeiro
SINTEX MEDICAL IMPLANTES BIOMÉDICA COMERCIAL LTDA. Rio de Janeiro
TECHNICARE INSTRUMENTAL CIRÚRGICO LTDA. Rio de Janeiro
TECNEURO PRODUTOS CIENTÍFICOS E HOSPITALARES LTDA. Três Rios
TELLUS RIO COMÉRCIO IMP. EXP. LTDA. Rio de Janeiro
WM WORLD MEDICAL IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. Rio de Janeiro
ZEIKI MEDICAL PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Rio de Janeiro

RIO GRANDE DO NORTE


KOMPAZO SAÚDE DIST. DE PROD. E SERV. HOSPITALARES LTDA. Natal
LITORMED COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Natal
ORBIMED COM. PROD. MÉDICOS LTDA. Natal
118 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

EMPRESAS ASSOCIADAS ABRAIDI - 2018

RIO GRANDE DO SUL


BOYNTON IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. Porto Alegre
CANADÁ CENTRAL DE NEGÓCIOS DO BRASIL LTDA. Porto Alegre
DISCOMED COMÉRCIO PRODUTOS HOSPITALARES LTDA. Porto Alegre
ENDOSUL COM. E REP. DE MAT. CIRÚRGICO LTDA. Porto Alegre
GF MEDICAL IMPLANTES CIRÚRGICOS LTDA. Porto Alegre
IMPROTEC COMÉRCIO DE MATERIAL CIRÚRGICO LTDA. Porto Alegre
INMED COMÉRCIO DE MATERIAIS HOSPITALARES LTDA. Porto Alegre
INTELIMED COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Porto Alegre
JOMHEDICA NORTE PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA. Porto Alegre
MODULUS EQUIPAMENTOS MÉDICOS LTDA. Porto Alegre
OSTHEON COMÉRCIO IMP. E EXP. DE PRODS. HOSPITALARES LTDA. Porto Alegre
PORTOMED COMÉRCIO E REP. DE MATERIAIS ORTOPÉDICOS LTDA. Porto Alegre
PROGER COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. Porto Alegre
PROSUL COM. E IMP. DE MATERIAIS MÉDICO-CIRÚRGICOS LTDA. Porto Alegre
PROTIL - PRÓTESE E INSTRUMENTAL LTDA. Porto Alegre
SERRA NORTE IMPLANTES ORTOPÉDICOS LTDA. Caxias do Sul
ZAREK DISTRIBUIDORA DE MAT. CIRÚRG. E MEDICAMENTOS Porto Alegre

SANTA CATARINA
BR MEDICAL LTDA. Florianópolis
CMO COMÉRCIO DE MATERIAIS ORTOPÉDICOS LTDA. São José
FENERGY COM. PROD. MÉD. HOSP. LTDA. Florianópolis
SELECTA MED DISTRIBUIDORA PRODUTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA. Garuva

SÃO PAULO
A2 MEDICAL SUPLLY COMÉRCIO E REPRESENTAÇÃO LTDA.-ME Mogi Guaçu
ACERTTA DISTRIBUIDORA HOSPITALAR LTDA. São Paulo
ALLERGAN PRODUTOS FARMACÊUTICOS LTDA.-EPP São Paulo
ANGIOMEDICAL COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Campinas
ARTHREX DO BRASIL IMP. COM. EQUIP. LTDA. São Paulo
ARTROMED DISTRIBUIDORA Rio Claro
BIOCATH COMÉRCIO DE PRODUTOS HOSPITALARES LTDA. São Paulo
BIOMAX MEDICAL COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. São Paulo
BM9 - COM. DE MATERIAIS CIRÚRGICOS EIRELI-EPP São Caetano do Sul
BONE SURGICAL EQUIPAMENTOS MÉDICOS EIRELI São Paulo
BOSTON SCIENTIFIC DO BRASIL LTDA. São Paulo
BR HOMMED COM. MAT. MÉDICOS LTDA. Itu
BRAILE BIOMÉDICA INDÚSTRIA COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. São José do Rio Preto
BRUNO GARISTO JUNIOR - BRUMED IMPLANTES São José do Rio Preto
CARDIOPIRA COM. IMPORT. MAT. HOSPITALARES LTDA.-EPP Piracicaba
CARL ZEISS DO BRASIL LTDA. São Paulo
COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO ERECTA LTDA. São Paulo
CORTEXMEDICAL COMERCIAL DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. São Paulo
CORTICAL COMÉRCIO DE PRODUTOS CIRÚRGICOS LTDA. Ribeirão Preto
CRUZ ALTA PRÓ HOSPITALAR EIRELI Fernandópolis
DABASONS IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO E COMÉRCIO LTDA. São Paulo
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 119
EMPRESAS ASSOCIADAS ABRAIDI - 2018

DENUO MEDIC IMPORT. E EXP. LTDA. São Paulo


DMF MEDICAL MAT MÉDICOS LTDA. ME Santo André
DPA DISTR. PAULISTA ARTIGOS MÉDICOS São Paulo
DPM VALE COM. DE PRODS. CIRÚRGICOS LTDA.-EPP São José dos Campos
EDWARDS LIFESCIENCES COM. PROD. MÉD. CIRÚRGICOS LTDA. São Paulo
ENDOTEC PRODUTOS MÉDICOS LTDA. São Paulo
FOCCUS MEDICAL EQUIPAMENTOS MÉDICOS EIRELI São Paulo
GADE IMP E EXP MAT EQUIPS HOSPS LTDA. São Bernardo do Campo
GM DOS REIS JR. IND. E COM DE EQUIP. MÉDICOS LTDA. Campinas
GUSSON - EQUIPAMENTOS MÉDICOS HOSPITALARES LTDA. Fernandópolis
HELCA IMP. EXP. COM. DE MAT. CIR. LTDA. São Paulo
HEXAGON IND. COM. DE IMPLANTES ORTOPÉDICOS LTDA. Itapira
HMA PRODUTOS MÉDICOS LTDA.-ME São Caetano do Sul
HMS IMP. E COM. DE PROD. MÉDICOS LTDA. S. Bernardo do Campo
I 9 IMPLANTES, COM. DE PROD. E EQUIP. MÉD.HOSP. LTDA. São Paulo
I-MEDIC COMERCIO DE PRODUTOS HOSPITALARES LTDA-EPP Valinhos
IMPLAMED IMPLANTES ESP. COM.IMP. EXP. LTDA. São Paulo
INBONE COM. IMP. E EXP. DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. São Paulo
INOMEDICAL COM. PROD. HOSPITALARES LTDA. São Paulo
INOVASC DISTRIBUIDORA DE MATERIAL MÉDICO HOSPITALAR LTDA.-ME São José dos Campos
INTERMEDIC TECHNOLOGY IMPORTAÇÃO EXPORTAÇÃO LTDA. São Paulo
INVASIVE SP MEDICAL DEVICES COM. DE PRODS. MÉDICOS LTDA. São Paulo
IOL IMPLANTES LTDA. Diadema
IOMED ORTOPEDIA ESPECIALIZADA LTDA.-EPP São Paulo
JOHNSON & JOHNSON DO BRASIL IND. E COM. PROD. SAÚDE LTDA. São Paulo
JOTEC DO BRASIL IMP E COM EQUIPS HOSP Valinhos
LAS - LATIM AMERICAN SOLUTIONS IMP. E EXP. LTDA. São Paulo
LDR BRASIL COM. IMP. EXP. PROD. MÉD. LTDA. Santo André
LG COMERCIAL LTDA. Bonfim Paulista
LIMA DO BRASIL LTDA. Barueri
LIVANOVA BRASIL COM. E DIST. DE EQUIP. MÉD. HOSP. LTDA. São Paulo
LIVE COM. DE PROD. CIRÚRGICOS MÉD. HOSP.LTDA. São Paulo
LOTTUS COM. IMP. E EXP. DE MATERIAIS MÉDICOS LTDA. Campinas
M&LIMA COM MAT MÉD LTDA.-ME São Paulo
MAX CARE IMPORT. E DIST. DE PRODS. MÉDICOS HOSP. LTDA.-EPP São Paulo
MAX SURGICAL COMÉRCIO DE IMPLANTES ORTOPÉDICOS LTDA. Rio Claro
MAXI MÉDICA ARTIGOS CIRÚRGICOS E HOSPITALARES LTDA. São Paulo
MB OSTEOS - COM. IMP. MATERIAL MÉDICO LTDA. São Paulo
MEDARTIS IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. São Paulo
MEDCORP HOSPITALAR LTDA. São Paulo
MEDIC CALL COM. DE PRODTS. MÉDICO HOSPITALARES LTDA. São Bernardo do Campo
MEDIC SOLUTION PROD.MÉD. HOSPITALARES LTDA. São Paulo
MEDICAL ORTOPEDIA COM. IMP. EXP. MAT. CIRÚR. LTDA. Valinhos
MEDICAL PROVIDER COM. ATACADISTA DE MATS. MÉD. E HOSP. LTDA. Campinas
MEDICAL SUPORT MAT. MÉD. HOSPITALARES LTDA.-ME Ribeirão Preto
MEDTRONIC COMERCIAL LTDA. São Paulo
MF MEDICAL COM. DE PRODTS. MÉDICOS E HOSPITALARES LTDA.-EPP São Paulo
120 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

EMPRESAS ASSOCIADAS ABRAIDI - 2018

MICROMEDICAL IMPLANTES DO BRASIL LTDA. São Paulo


MM MEDICAL PRODUTOS MÉDICOS E HOSPITALARES LTDA. São Paulo
MP COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. São Paulo
MR ORTHOS COM. E IMP. DE PROD. HOSP. LTDA.-EPP São Paulo
NIVAA PRODUTOS MÉDICOS E HOSPITALARES LTDA. Campinas
NOVELTY COM. IMP. PROD. CIRÚRG. ORTOP. LTDA.-EPP S. Bernardo do Campo
OP ASSIS – ME São Caetano do Sul
ORTHO STEEL DISTRIBUIDORA DE MATERIAL HOSP. LTDA. Sta. Cruz do Rio Pardo
ORTHO SYSTEM-COM. IMPORT. E EXPORT. DE IMPLANT. ORTOP. LTDA. Valinhos
ORTHOFIX DO BRASIL LTDA. Rio Claro
ORTHOMAXX HOSPITALAR EIRELI São Paulo
ORTHONEURO COM. IMP. EXP. PRODS. MÉDICOS LTDA. São José do Rio Preto
ORTO´S COM. PROD. MED. HOSP. LTDA. São Paulo
ORTOCIR ORTOPEDIA CIRÚRGIA LTDA. São Paulo
ORTOMEDIC DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. São Paulo
ORTOMED-PRÓ HOSPITALAR COM. E REPR. LTDA. S. Bernardo do Campo
ORTOSPINE COM. IMP. E EXP. DE MAT. HOSP. LTDA. Sorocaba
ORTOSYS COMÉRCIO DE MATERIAIS CIRÚRGICOS LTDA. Barueri
OSTEOLINK PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Campinas
OSTEUM PRODUTOS MÉDICOS E HOSPITALARES LTDA.-ME S. Bernardo do Campo
PAOLA PORTALEONI EIRELI-EPP São Caetano do Sul
PRIME CIR. IMP. EXP. COM. DE PROD. ORT. LTDA.-EPP Praia Grande
PRISMA MEDICAL LTDA. Campinas
PRONEC EQUIPAMENTOS CIRÚRGICOS LTDA.-ME Ribeirão Preto
QUANTUM IMPORTAÇÃO E DISTRIB. DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Ribeirão Preto
RCL IMP. COM. LOC. MAT. MED. HOSPITALARES LTDA. Cotia
RIAADE SUPRIMENTOS MÉDICOS LTDA. São Caetano do Sul
ROVER DISTRIBUIDORA DE PRODS. PARA SAÚDE LTDA. Ribeirão Preto
SAO PAULO SURGICAL COMÉRCIO DE MATERIAL HOSPITALAR LTDA. S. Bernardo do Campo
SINNERGY IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. São Paulo
SLIM PRODUTOS MÉDICOS EIRELI-ME São Paulo
SMITH & NEPHEW COM. DE PRODS. MÉDICOS LTDA. São Vicente
SOMMA PRODUTOS HOSPITALARES LTDA. São Paulo
SP INTERVENTION LTDA. Ribeirão Preto
SPINE LEVEL - COM. IMPORT. E LOCAÇÃO DE PRODS. MÉDICOS LTDA. São Paulo
SPM COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. S. Bernardo do Campo
STRYKER DO BRASIL LTDA. S. Bernardo do Campo
SUPPORT SURGICAL COM. DE PROD. HOSP. E ODONT. EIRELI - EPP São Paulo
SURGICARE COM. PROD. CIRÚRGICOS LTDA. Campinas
SYNCROFILM DISTRIBUIDORA LTDA. Paulínia
TECHNICARE SOCORRO TÉCNICO MAT. HOSP. LTDA. São Paulo
TECNIMED COM. IMP. DE PROD. MÉD. HOSP.LTDA. São Paulo
TELLUS COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA. São Caetano do Sul
TRAUMACAMP COM. E LOCAÇÃO DE PROD. MÉD. HOSP. LTDA. São Paulo
TRÍADE IMPLANTES COM. IMP. EXP. IMPL. ORT. LTDA. Campinas
VENTURA BIOMÉDICA LTDA. São José dos Campos
WL GORE & ASSOCIATES DO BRASIL LTDA. São José do Rio Preto
O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL 121
EMPRESAS ASSOCIADAS ABRAIDI - 2018

WORLD MEDICA COMERCIO DE PRODUTOS MEDICOS LTDA. São Paulo


WRIGHT MEDICAL LTDA. São Paulo
X-SAFE COM. PROD. MED. HOSP. LTDA. São Caetano do Sul

SERGIPE
IMPLAMEDICAL SERGIPE COMÉRCIO DE PRODUTOS MÉDICOS LTDA. Aracaju
MEDPLACE DISTR MEDICO HOSPITALAR LTDA.-ME Aracaju
ORTOPLAN SERGIPE LTDA. Aracaju
122 O CICLO DE FORNECIMENTO DE PRODUTOS PARA SAÚDE NO BRASIL

ABRAIDI
Associação Brasileira de Importadores
e Distribuidores de Produtos para Saúde

Rua General Jardim, 770 - 1º andar - conjunto 1A


Vila Buarque - São Paulo - SP

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