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PICOS
2014
As novas configurações familiares
Introdução
1.Família nuclear
Família nuclear, conjugal ou elementar: pai, mãe e filhos nascidos dessa união;
os irmãos, filhos do mesmo pai e da mesma mãe; é a família ocidental moderna,
monogâmica.
Na prática clínica, observa se que, na sua grande maioria, os filhos preferem que
seus pais resolvam seus conflitos para ficarem juntos, porque isso minimizaria algumas
dificuldades. Mas, quando eles observam os pais cada vez mais se desentendendo, eles
cada vez mais sendo o depósito das frustrações desses adultos que deveriam protegê-los,
verbalizam: “não quero mais ver meus pais brigando, acho melhor eles se separarem”.
É comum observar crianças divididas entre pai e mãe quando estes se separam
porque, muitas vezes, esses adultos – que deveriam estar em posição de proteção –
contribuem para piorar a situação transferindo para os filhos suas frustrações e mágoas.
Sabe-se que o sentimento da criança em relação à separação depende, e muito, da
maneira como os pais e os adultos a sua volta conduzem o processo. A questão é que os
adultos também estão fragilizados e muitas vezes carentes de apoio.
4. Família reconstituída
Para o prof. Rolf Madaleno que a união afetiva e família têm como essência
e razão de existência a sua comunhão espiritual, onde a mulher e homem trabalham em
igualdade de direitos, princípios, valores e oportunidades, em uma atmosfera que visa
ao crescimento e à fortificação da unidade familiar (MADALENO, 2007, p. 116).
5. Família homoafetiva
Família homoafetiva é caracterizada pela relação afetiva entre pessoas do
mesmo sexo, com características de uma união estável nos termos da lei. Como será
abordado adiante, tal modalidade vem sendo defendida por doutrinadores e reconhecida
em alguns precedentes jurisprudenciais.
Nos tempos atuais, o preconceito perdura, porém o fato social é mais tolerado e
aceito, sendo a condição assumida publicamente por seus adeptos, como se observa nas
famosas paradas gays, constituídas por centenas de participantes, incluindo-se, entre os
de fato assumidos (gayse lésbicas), um grupo de simpatizantes, formando os chamados
GLSs – hoje acrescidos pelos bissexuais, tornando-se a sigla BGLSs.
O legislador, com medo da reprovação de seu eleitorado, prefere não aprovar
leis que concedam direitos às minorias salvo de discriminação. Assim, restam as uniões
homossexuais marginalizadas e excluídas do sistema jurídico. No entanto, a ausência de
lei não significa a inexistência de direito. Tal omissão não quer dizer que são relações
que não mereçam a tutela jurídica. Tais manifestações ferem princípios constitucionais,
tais como o direito à igualdade, e os demais direitos da personalidade, da privacidade,
da intimidade, previstos no art. 5º da Constituição e seus incisos (DIAS, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no que foi apresentado no artigo sobre o tema da nova configuração
familiare suas várias modalidades, destaca-se que não existe família certa ou errada, o
que existe são famílias, diferentes em seus papéis e contextos econômicos histórico-
sociais.
Antes de compreender a família contemporânea, deve-se levar em consideração
o modelo nuclear como hegemônico, que tem papéis claramente definidos e
estabelecidos em uma estrutura familiar, modelo este que deu origem aos outros
vigentes.
Dessa forma, é necessário revalorizar a família diante do novo ciclo, faz-se
necessário a criação de órgãos que encarem a família como o todo fundamental, na qual
os sujeitos se formam e produzem a sua condição de existência. É importante olhá-la no
seu momento, enquanto instituição, que permite a vinculação dos indivíduos, a criação
dos padrões sociais e culturais e o desenvolvimento da autogestão dos seus
componentes.
Ao atentar-se para a atual questão da configuração familiar constata-se estar
diantede novos moldes, para uma família antes nuclear que hoje se sustenta de muitas
outras versões, com novos arranjos de papéis familiares e em outros contextos
socioeconômicos, que se apresenta necessitando de políticas e programas em
consonância com as mudanças no olhar para essa família, que deve ser repensada
enquanto convivência, relação intrafamiliar e na comunidade
Ao discorrer sobre essas formas de convivência familiar, espera-se ter
contribuído para alertar a todos que são elas algumas formas entre tantas. Muitas vezes
nos mantemos participantes de uma cultura que exclui as minorias. Reconhecer essas e
tantas outras formas relacionais que ainda virão é simplesmente aceitar o outro na sua
integralidade, palavra-chave para uma sociedade democrática.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
BRASIL. Código civil. Brasília, DF, Senado, 2002. Organizado por Yussef Said Cahali.
9. ed. at. até 10 jan. 2007. São Paulo: RT, 2007.
BRASIL. Código de processo civil. Brasília, DF, Senado, 1973. Organizado por Yussef
Said Cahali. 9. ed. at. até 10 jan. 2007. São Paulo: RT, 2007.
BRUN, G. Pais, filhos & cia. ilimitada. (1999). Rio de Janeiro: Editora Record.