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NEOPLASIAS

Eduardo Oliveira & Danielle Farias

 O câncer é uma desordem genética causada por mutações (genéticas ou


epigenéticas) do DNA que (em sua maior parte) são adquiridas espontaneamente
ou induzidas por agressões do ambiente.
 Essas alterações genéticas e epigenéticas alteram a expressão ou função de genes-
chave que regulam os processos celulares fundamentais, como crescimento,
sobrevida e senescência.
 Todos os tumores são clonais, ou seja, provenientes de uma célula. Logo, as
alterações genéticas são hereditárias e passadas para as células filhas por divisão
celular.

CARACTERÍSTICAS CELULARES DAS MUTAÇÕES CANCERÍGENAS: As alterações


genéticas que dão origem a essas características dos cânceres são sustentadas e
permitidas pelo desenvolvimento de instabilidade genômica.
 Autossuficiência nos sinais de crescimento, pelos quais o crescimento dos cânceres
se torna autônomo e não é regulado por indícios fisiológicos.
 Ausência de resposta aos sinais inibidores de crescimento que controlam as
proliferações celulares não neoplásicas, como a hiperplasia.
 Evasão da morte celular, permitindo que as células cancerosas sobrevivam sob
condições que induzem apoptose em células normais.
 Potencial replicativo ilimitado, tornando as células cancerosas imortais.
 Desenvolvimento da angiogênese para sustentar o crescimento das células
cancerosas.
 Capacidade de invadir tecidos locais e disseminar-se para locais distantes.
 Reprogramação das vias metabólicas — especificamente, uma alteração para a
glicólise aeróbica, mesmo quando há abundante oxigênio.
 Capacidade de escapar do sistema imune.
CARACTERÍSTICAS DAS NEOPLASIAS BENIGNAS E MALIGNAS:
NOMENCLATURA:
 DISPLASIA: Condição adquirida, caracterizada por alterações de crescimento e da Para estabelecer o critério de benignidade e malignidade, é essencial avaliar quatro
diferenciação celular acompanhadas de redução ou perda da diferenciação das características: Diferenciação, velocidade de crescimento e invasão local e
células afetadas. metástase.
 Devido ao componente de excessiva proliferação (neoplasia) e perda de
diferenciação das células afetadas (displasia), é considerado um alto  Neoplasias benignas são formadas por células bem diferenciadas, assemelhando-
componente pré-canceroso. se a suas contrapartes normais.
 NEOPLASIA: Significa “novo crescimento”, usado para se referir a células que se  Neoplasias malignas caracterizam-se por células bem diferenciadas a células
multiplicam sem sofrer influência regulatória de crescimento celular local, possuindo completamente indiferenciadas.
um certo grau de autonomia e exagero na proliferação.  Anaplásico: Tumores malignos com células indiferenciadas.
 Sua autonomia não é absolutamente completa. Algumas neoplasias  Plemorfismo: Variado tamanho e volume.
requerem suporte endócrino, e tais dependências algumas vezes podem  Núcleo hipercromático.
ser exploradas terapeuticamente.
 Todas as neoplasias dependem do hospedeiro para sua nutrição e INVASÃO LOCAL: Os cânceres crescem por meio de infiltração, invasão, destruição e
suprimento sanguíneo. penetração do tecido circundante. Não desenvolvem cápsulas bem definidas.
 No uso médico comum, geralmente uma neoplasia é referida como
tumor, e o estudo dos tumores é chamado de oncologia. METÁSTASE:
 NEOPLASIA BENIGNA OU TUMOR BENIGNO: Diz-se que um tumor é benigno  As metástases são implantes secundários de um tumor, as quais são descontínuas
quando suas características micro e macroscópicas são consideradas relativamente com o tumor primário e localizadas em tecidos remotos.
inocentes, indicando que permanecerá localizado, e é tratável com a remoção  Entretanto, nem todos os cânceres têm capacidade equivalente de se metastatizar.
cirúrgica; geralmente o paciente sobrevive. Note-se, porém, que os tumores
benignos podem produzir mais do que massas localizadas e, algumas vezes, são As neoplasias malignas disseminam-se por uma de três vias: (1) semeadura nas
responsáveis por doença grave. cavidades corporais, (2) disseminação linfática ou (3) disseminação hematogênica.
 NEOPLASIA MALIGNA OU TUMOR MALIGNO: São coletivamente referidos como 1. A disseminação por semeadura ocorre quando as neoplasias invadem uma
cânceres, termo derivado da palavra em latim “caranguejo” — ou seja, eles aderem cavidade corporal natural. Esse modo de disseminação é particularmente
a qualquer parte onde se agarram e de maneira obstinada, semelhante ao característico dos cânceres de ovário, que muitas vezes cobrem amplamente as
comportamento do caranguejo. O termo maligno aplica-se a uma neoplasia superfícies peritoneais. Literalmente, os implantes podem comprometer todas as
indicando que a lesão pode invadir e destruir estruturas adjacentes e disseminar-se superfícies peritoneais e, ainda assim, não invadir os tecidos subjacentes. Há aqui
para locais distantes (metástases) para causar morte. Nem todos os cânceres uma situação em que a capacidade de se reimplantar em outra parte parece ser
prosseguem em um curso tão mortal. Os mais agressivos também são alguns dos distinta da capacidade de invadir. As neoplasias do sistema nervoso central, como
mais curáveis, mas a designação maligna constitui uma bandeira vermelha. o meduloblastoma ou o ependimoma, podem penetrar nos ventrículos cerebrais e
ser transportadas pelo líquido cefalorraquidiano para se reimplantar nas superfícies
Os tumores, benignos ou malignos, têm dois componentes básicos: meníngeas, dentro do cérebro ou na medula espinhal.
 Parênquima, constituído por células neoplásicas ou transformadas. 2. Disseminação linfática é mais típica dos carcinomas, enquanto a disseminação
 Estroma, constituído por tecido conectivo, vasos sanguíneos e células inflamatórias hematogênica é favorecida pelos sarcomas. O padrão de envolvimento do linfonodo
derivadas do hospedeiro. depende principalmente do local da neoplasia primária e das vias naturais de
drenagem linfática local.
TUMORES BENIGNOS: 3. A disseminação hematogênica é a via favorecida para os sarcomas, mas os
 Acréscimo do sufixo “oma” ao tipo celular em que surgem, tanto de origem epitelial carcinomas também a utilizam.
quanto mesenquimal.
 Tecido fibroso: Fibroma.
 Neoplasias benignas epiteliais com padrões glandulares: Adenoma.
 Pólipos: Massa de células que cresce acima da superfície mucosa.

TUMORES MALIGNOS:
 Neoplasias malignas que surgem em tecidos mesenquimais “sólidos” ou seus
derivados são chamadas de sarcomas.
 Ex.: Fibrossarcoma.
 Neoplasias malignas que surgem de células mesenquimais sanguíneas são
chamadas de leucemias ou linfomas.
 Carcinoma: Neoplasias malignas de células epiteliais.
 Adenocarcinoma: Carcinoma de padrão glandular.
 Carcinoma de células escamosas: Células pavimentosas ou
escamosas.

MEDICINA – UFAL / ARAPIRACA (TURMA III)


CARCINOGÊNESE: Quatro classes de genes reguladores normais — proto-oncogenes
promotores de crescimento, genes supressores de tumor inibidores do crescimento,
genes que regulam a morte celular programada (isto é, apoptose) e genes envolvidos no
reparo do DNA — são os principais alvos do dano genético.
 Oncogenes: Versões mutadas ou superexpressas de genes normais (proto-
oncogenes) que regulam a sobrevivência e multiplicação celular.
 Genes supressores de tumor: Impedem o crescimento celular descontrolado.
 Genes que regulam apoptose celular.

CARACTERÍSTICAS DO CÂNCER:
 Autossuficiência nos sinais de crescimento.
 Insensibilidade aos sinais inibidores do crescimento.
 Evasão da morte celular.
 Potencial ilimitado de replicação.
 Desenvolvido de angiogênese sustentada.
 Capacidade de invadir e metastatizar.

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