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REVISÃO
s
Vitiligo: classificação, histopatologia e tratamento - Parte 2*
Adriane Reichert Faria1,2 Roberto Gomes Tarlé1 Gerson Dellatorre1
Marcelo Távora Mira2 Caio Cesar Silva de Castro1,2

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/abd1806-4841.20142717

Resumo: Em um esforço inédito na área de vitiligo, foi realizado um consenso mundial que sugeriu uma nova
classificação da doença. O principal achado histopatológico no vitiligo é a ausência total de melanócitos funcio-
nantes nas lesões e as células inflamatórias mais comumente encontradas nos bordos das lesões são linfócitos
CD4+ e CD8+. Os tratamentos físicos e com fármacos do vitiligo têm como objetivo controlar o dano autoimune
aos melanócitos e estimular a migração de melanócitos dos bordos sãos das lesões e do reservatório na bainha
externa da raiz do pelo para a pele lesada. Além disso, os tratamentos cirúrgicos podem ser combinados com
tratamentos tópicos e físicos.
Palavras-chave: Histologia; Resultado de tratamento; Terapêutica; Vitiligo

CLASSIFICAÇÃO DO VITILIGO • Vitiligo segmentar: pode ser uni, bi ou multisseg-


De acordo com a revisão realizada pelo Vitiligo mentar  (Figura 2). A forma unissegmentar é a mais
Global Issues Consensus Conference1 entre 2011-2012, o comum e consiste na presença de uma ou mais mácu-
vitiligo pode ser classificado nas seguintes formas clí- las brancas em um lado do corpo, geralmente respei-
nicas (Tabela 1): tando a linha média corporal, em envolvimento dos
• Vitiligo Não Segmentar (VNS): grupo composto pelos (leucotríquia) e no rápido início do quadro.
pelas formas acrofacial, mucoso, generalizada ou Menos comumente, pode afetar dois ou mais segmen-
comum, universal, mista e formas raras. tos e até ocorrer distribuição segmentar bilateral, com
a.  Acrofacial: pode afetar face, cabeça, mãos e início simultâneo ou não.
pés e atingir, preferencialmente, região peribucal
e extremidade dos dígitos; • Formas inclassificáveis ou indeterminadas:
b. Mucoso: quando envolve mucosas oral e geni- a) Focal: mancha branca isolada que não apresen-
tal. Além disso, áreas de mucosa podem ser afe- ta disposição segmentar. Esta forma pode evoluir
tadas em pacientes com as formas acrofacial, para as formas segmentar ou não segmentar.
comum e universal; quando afeta um só sítio b) Mucoso: quando só uma mucosa é afetada.
mucoso, é classificada como indeterminada;l
c. Generalizado ou comum (Figura 1): as mácu- Este consenso foi um grande avanço em direção
las/manchas são frequentemente simétricas, à padronização da classificação do vitiligo, mas ainda
podem afetar qualquer parte do tegumento e existem alguns aspectos que precisarão ser melhor
afetam, principalmente, mãos, dedos, face e apreciados em uma próxima revisão, tais como: 1) a
áreas mais expostas a traumatismos; redação da classificação do antigo tipo  vulgaris ficou
d. Universal: é a forma que afeta maior extensão confusa porque, na tabela, fala-se em tipo generaliza-
do tegumento (80 a 90% da superfície corporal) do e, no apêndice, esta forma é citada como sendo
e é mais comum na fase adulta. Geralmente, é comum; 2) no vitiligo acrofacial, também podem ocor-
precedida pela forma generalizada ou comum; rer lesões em genitália  que não foram descritas na
e. Misto: é o acometimento concomitante de viti- classificação.2 Além disso, não se pode afirmar que o
ligo segmentar e vitiligo não segmentar. Na maio- vitiligo acrofacial necessariamente evolua para formas
ria das vezes, a forma segmentar precede o VNS; mais graves da doença. Assim, estudos prospectivos,
f. Formas raras: puntata, minor e folicular. Esses tipos de coorte, são necessários para se investigar esta hipó-
foram também considerados como inclassificáveis. tese; 3) as formas raras, que foram designadas como
Recebido em 24.04.2013.
Aprovado pelo Conselho Editorial e aceito para publicação em 11.06.2013.
* Trabalho realizado na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba e Pontifícia Universidade Católica do Paraná – Curitiba (PR), Brasil.
Suporte Financeiro: Nenhum.
Conflito de Interesses: Nenhum.
1
Santa Casa de Misericórdia Hospital– Curitiba (PR), Brasil.
2
Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) – Curitiba (PR), Brasil.

©2014 by Anais Brasileiros de Dermatologia

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TABELA 1: Classificação do vitiligo


Tipos Subtipos
Vitiligo Não Segmentar Acrofacial
Mucoso (mais de um sítio afetado)
Generalizado ou comum
Universal
Misto (associado com vitiligo segmentar)
Formas raras

Segmentar Uni, bi ou plurissegmentar

Inclassificável ou indeterminado Focal


Mucoso (um só sítio afetado)
Adaptado de: Revised classification⁄nomenclature of vitiligo and related issues: the Vitiligo Global Issues Consensus Conference – 2012.

inclassificáveis, não deveriam estar no grupo VNS da


tabela e, sim, no grupo inclassificável.

HISTOPATOLOGIA
Os melanócitos derivam de células da crista
neural. De tais células pluripotenciais também têm
origem os neurônios, células gliais, células cardíacas,
tecido craniofacial e medula adrenal. Os precursores
dos melanócitos, os melanoblastos, migram, prolife-
ram e diferenciam-se no percurso até seus destinos na
epiderme basal e folículos pilosos.3
Os melanócitos e queratinócitos da epiderme
formam unidades funcionais e estruturais, conhecidas
como unidades melanoepidérmicas, nas quais
cada  melanócito transporta seus melanossomos atra-
vés de dendritos para, aproximadamente, 36 querati-
nócitos associados.  A pigmentação da pele resulta
desta estreita interação entre melanócitos, que produ-
zem os melanossomos, e os queratinócitos, que os
FIGURA 1: Vitiligo comum. O vitiligo comum caracteriza-se pela recebem.4 Os melanócitos localizam-se na camada
bilateralidade e frequente simetria das lesões basal da epiderme numa taxa de 1 para cada 5 quera-
tinócitos basais.5,6
A manutenção deste equilíbrio ocorre através
de indução controlada da divisão dos melanócitos.7
Para proliferar, o melanócito desacopla-se da mem-
brana basal e dos queratinócitos, retrai seus dendritos,
divide-se, migra pela membrana basal e reacopla-se à
matriz e aos queratinócitos para formar uma nova
unidade melanoepidérmica.7
Os queratinócitos exercem efeitos nos melanó-
citos por meio da produção de diversos fatores que
regulam sua sobrevivência.5 Propiciam o microam-
biente necessário à proliferação, à diferenciação e à
migração melanocítica.8
A  diferença histopatológica fundamental entre
a pele de coloração normal e a pele com vitiligo é a
ausência de melanócitos funcionantes.9-12 Embora
possa haver melanócitos viáveis na pele lesional, mais
FIGURA 2: Vitiligo segmentar. O vitiligo segmentar caracteriza-se pela
comumente estes encontram-se ausentes, o que pode
unilateralidade das lesões, que respeitam quase totalmente a linha ser verificado pela coloração de  Fontana-Masson,
média corporal. Existem casos raros de vitiligo segmentar bilateral específica para melanina ou pela técnica de dihidroxi-

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fenil alanina para demonstração da tirosinase.13,14 As Corticosteroide


técnicas que utilizam autoanticorpos para pesquisa de A corticoterapia tópica é considerada um trata-
linhagem melanocítica e microscopia eletrônica tam- mento de primeira linha no vitiligo, sendo de baixo
bém demonstram que as manchas acrômicas de vitili- custo e de fácil aplicação.21 A limitação deste trata-
go são desprovidas de melanócitos.15 Outras colora- mento se dá pelo risco de efeitos adversos locais,
ções que podem ser úteis são: DOPA, que detecta como atrofia, estrias e telangiectasias, e sistêmicos.
melanócitos ativos, e HMB-45, Mel-5, NKI/beteb, que Por este motivo, o uso de corticosteroides tópicos de
detectam melanócitos ativos e inativos.16 alta potência é mais adequado para o acometimento
Em lesões de longa duração, já foram identifica- de pequenas áreas, sendo mais eficazes na face, coto-
das alterações degenerativas em nervos cutâneos e velos e joelhos. Alguns autores dão preferência ao uso
estruturas anexiais, como glândulas sudoríparas, dos de baixa potência na face e regiões flexurais.22
sebáceas ou do folículo piloso. Tais alterações foram Em um estudo de metanálise, foi demonstrada
mais proeminentes em doença de longa duração, a maior eficácia do uso de corticosteroides tópicos de
segundo uma análise de 74 casos de vitiligo.15-17 classe 3 no tratamento do vitiligo localizado, quando
Alterações inflamatórias foram encontradas comparados aos de classe 4 e intralesional, mostrando
com mais frequência em lesões recentes. Quando pre- também maior incidência de atrofia nos de classe 4.23
sentes, as células inflamatórias identificadas foram Um estudo retrospectivo comparou o uso de
predominantemente células T CD4+ e CD8+.17 corticosteroide tópico de alta e média potência em 101
Funcionalmente, tais células isoladas de pele com viti- crianças. Nos dois grupos, houve repigmentação em
ligo podem demonstrar citotoxicidade melanócito- 64% dos casos, estabilização em 24% e piora em 11%.
específica em pele não lesional.18 Em análise estratificada pela potência do corticoste-
Nas margens de lesões recentes, pode haver um roide, não houve diferença entre o de moderada e o de
infiltrado superficial linfocitário e, ocasionalmente, alta potência (p=0,03); também não houve diferença
liquenoide mononuclear. Na borda externa de pele na incidência de efeitos adversos locais (p=0,3). Este
com vitiligo, os melanócitos são maiores, frequente- estudo deve ser interpretado com cuidado devido à
mente vacuolados e com longos processos dendríticos posologia variada de aplicação do medicamento, bem
preenchidos com grânulos de melanina.13 como do pequeno número de casos no grupo de
A pele de coloração normal adjacente também média potência.21
pode apresentar focos de alterações vacuolares na jun- Embora estudos recomendem o uso de cortico-
ção dermoepidérmica em associação com discreto terapia tópica de alta potência em vitiligo localizado,
infiltrado mononuclear.15 Em pacientes com vitiligo o seu uso deve ser limitado por 2 a 4 meses, para se
comum ativo, foi identificada infiltração de células T diminuir o risco de efeitos adversos. O uso de corti-
na junção dermoepidérmica de pele não lesional, com costeroides de baixa potência ou o uso de outros imu-
o desaparecimento dos melanócitos da área.19 Já foram nomoduladores deve ser considerado. Se não houver
encontrados depósitos de material granular extracelu- resposta da corticoterapia tópica em 3 a 4 meses, esta
lar e focos de degeneração vacuolar de queratinócitos deve ser interrompida.24
basais e parabasais em análise por microscopia eletrô-
nica de biópsias localizadas até 15 cm de distância de Inibidores da calcineurina
manchas de vitiligo.20 Inibidores da calcineurina são imunossupresso-
res usados inicialmente em pacientes transplantados.
TRATAMENTO DO VITILIGO O primeiro deles, a ciclosporina, não apresenta boa
O tratamento do vitiligo tem como objetivo absorção cutânea, não sendo usada topicamente.
controlar o dano autoimune aos melanócitos e estimu- Posteriormente, outros inibidores da calcineurina, o
lar a migração de melanócitos de seus reservatórios da tacrolimo e o pimecrolimo, apresentaram boa absor-
pele ao redor e anexos. O tratamento pode ser dividi- ção quando usados topicamente na pele.25
do em farmacológico, físico e cirúrgico, por vezes Os corticosteroides inibem a síntese de coláge-
podendo ser combinados. no, levando a um maior risco de atrofia cutânea, espe-
1. Tratamento farmacológico cialmente em uso prolongado. Uma vantagem dos
a. Tópico inibidores de calcineurina é que a neocolagênese é
b. Sistêmico independente da calcineurina, não levando ao risco
2. Tratamento físico de atrofia.25
3. Tratamento cirúrgico O tacrolimo tópico é um inibidor da calcineuri-
na, que age controlando a ação dos linfócitos T por
1. Tratamento farmacológico inibir citocinas pró-inflamatórias, bloqueando a trans-
a. Tratamento tópico crição de genes da IL-2 que são importantes para a

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proliferação de linfócitos T citotóxicos, inibindo tam- foi observado controle da progressão da doença e
bém a transcrição e a produção de IL-4, IL-5, IL-10, repigmentação em 87,7% e 74,1%, respectivamente.32
IFN-γ e TNF-α.25 Em um estudo open-label não compa- Com o objetivo de minimizar os efeitos adver-
rativo, 42 pacientes foram tratados com tacrolimo sos inerentes a este tratamento, o uso do corticosteroi-
0,1%, duas vezes ao dia, por seis meses; 76,09% dos de sistêmico na forma de minipulso tem sido uma
pacientes apresentaram alguma repigmentação, crian- alternativa. Um estudo de metanálise demonstrou
ças apresentaram respostas superiores à dos adultos e menor incidência de efeitos adversos sistêmicos e
as formas clínicas com melhores respostas foram a cutâneos no esquema posológico de minipulso, quan-
vulgar e focal.26 do comparado ao uso diário desta droga.23
Em um estudo randomizado, duplo-cego, o uso O uso de minipulso oral, 5mg de betametaso-
do tacrolimo 0,1% foi tão eficaz quanto o propionato na/dexametasona, por dois dias consecutivos por
de clobetasol 0,5%, quando aplicado duas vezes ao semana, foi avaliado em portadores de vitiligo extenso
dia, por 60 dias, em crianças (P>0,05). Ambos os trata- e/ou de progressão rápida, em 1 a 3 meses; 89% dos
mentos tiveram maior resposta em áreas faciais ou pacientes com doença progressiva tiveram estabiliza-
com alta densidade de folículos pilosos. Atrofia e ção de suas lesões, em 2 a 4 meses, e 80% dos pacien-
telangiectasias só foram observadas no grupo que tes apresentaram algum grau de repigmentação.33
usou clobetasol.27 Vinte e nove portadores de vitiligo foram sub-
O pimecrolimo 1% foi comparado ao propiona- metidos a dois pulsos semanais de 10mg de dexame-
to de clobetasol 0,5% em um estudo prospectivo tasona, em dois dias consecutivos, no máximo por 24
em hemidimídios, sem diferença estatística na repig- semanas, com controle da progressão em 88%, porém
mentação.28 sem repigmentação em 72,4% dos pacientes.34 Estes
A associação de imunossupressor tópico com estudos apoiam a necessidade de maiores evidências
tratamento físico foi investigada em um estudo com- nesta forma de tratamento.
parativo, randomizado, cego (“single-blinded”), e mos-
trou melhor resposta terapêutica em grupo tratado 2. Tratamento físico
por LASER de excimer (308nm) associado a pimecro- A irradiação ultravioleta (UV), tanto no espec-
limo tópico 1%, quando comparado ao LASER usado tro do UVB quanto do UVA, vem sendo usada no tra-
isoladamente.29 tamento do vitiligo. Seu efeito ainda não é completa-
O uso de inibidores de calcineurina vem mente conhecido: ela pode agir levando à imunossu-
demonstrando uma eficácia similar ao uso de corticos- pressão, inibindo a destruição de melanócitos ou esti-
teroides tópicos, não apresentando o risco de atrofia mulando o aumento do número e capacidade de
cutânea no uso a longo prazo.28 migração do melanócito.35

Calcipotriol e dipropionato de betametasona UVB de banda estreita (Narrow band UVB -


O uso do calcipotriol associado a corticosteroi- NBUVB)
de tópico vem sendo relatado na literatura. Em uma O tratamento com UVB de banda estreita
série de casos, foram observados 75% de repigmenta- (311nm) é considerado de primeira linha no tratamen-
ção em pacientes resistentes a tratamentos prévios, to do vitiligo, sendo uma modalidade terapêutica efi-
como tacrolimo e corticosteroide tópico.30,31 O uso de caz e segura. Por ser um tratamento que não precisa
análogos da vitamina D tem sido associado a UVB do uso associado a um psoralênico oral, não temos os
narrow band e excimer LASER.22 efeitos adversos oculares e gastrointestinais relaciona-
dos a esta droga.
Tratamento sistêmico Em 1997, um estudo comparativo pioneiro
entre PUVA tópico e NBUVB mostrou 46% de repig-
Corticoterapia sistêmica mentação no grupo submetido ao PUVA tópico e 67%
A corticoterapia sistêmica tem sido usada em no tratado por NBUVB. O autor ainda salienta a
vitiligo em casos de lesões disseminadas de rápida pro- menor dose cumulativa no grupo submetido ao
gressão. A diminuição da citotoxicidade mediada pelo NBUVB e menor incidência de efeitos adversos.36
complemento e dos níveis de anticorpos contra a super- Um estudo duplo-cego randomizado eviden-
fície dos melanócitos foi descrita em portadores de viti- ciou 64% dos pacientes com mais de 50% de repig-
ligo instável responsivos à corticoterapia sistêmica.32 mentação no grupo submetido ao NBUVB, compara-
Em um estudo não comparativo em 81 pacientes porta- dos a 36% do grupo submetido ao PUVA sistêmico,
dores de vitiligo, tratados com prednisolona diaria- trazendo evidências da superioridade do NBUVB.37
mente, na dose de 0,3 mg/kg/dia, por dois meses e, Em um resultado preliminar, em quatro casos
posteriormente, em dose regressiva até o quinto mês, de vitiligo tratados com NBUVB associado a um aná-

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logo sintético do hormônio melanotrófico, o alfamela- 3 - Terapia cirúrgica


notide, foi obtida repigmentação difusa e rápida, O transplante cirúrgico de melanócitos é uma
porém mais estudos se fazem necessários.38 importante modalidade terapêutica disponível para
pacientes com doença estável e que não respondem às
Fototerapia com UVA e psoralênico terapias clássicas.45 É indicado mesmo para áreas tra-
(PUVAterapia) dicionalmente recalcitrantes, como extremidades dis-
A fotoquimioterapia é um método terapêutico tais, cotovelos, joelhos, mamilos, pálpebras e lábios.46
que envolve o uso de uma droga que potencializa os Além disso, a escolha adequada dos pacientes, com a
efeitos da luz. Os psoralênicos são as drogas mais uti- exclusão de pacientes com fenômeno de Koebner e
lizadas no tratamento do vitiligo, na forma de 8-meto- doença ativa, é essencial para prevenir lesões acrômi-
xipsoraleno, 5-metoxipsoraleno ou trimetilpsoraleno, cas nas áreas doadoras e alcançar melhores resultados
podendo ser usados em suas formas tópica e oral.22 nas áreas receptoras.47 Um teste de minienxertia pode
A PUVAterapia oral foi introduzida em 1948, ser realizado previamente em casos de dúvida quanto
sendo um tratamento bastante popular para o vitiligo, à estabilidade da doença.48
e consiste na aplicação de UVA (320-400nm) e uso de A Enxertia por Punch (EP) é a técnica mais fácil e
uma droga fotossensibilizante. A mais utilizada é o 8- de menor custo, embora seja geralmente limitada a tra-
metoxipsoraleno, administrada por via oral duas tar pequenas áreas.49 A área receptora é preparada atra-
horas antes da aplicação de luz, na dose de 0,6mg/kg. vés da realização de múltiplos  punches  de tamanho
Os efeitos adversos mais frequentes a curto igual ou 0,25 a 0,5mm menor do que aqueles retirados
prazo são fototoxicidade cutânea e ocular, náusea e da área doadora.46 O tamanho ideal dos enxertos na EP
cefaleia e, a longo prazo, são relacionados à dose total, é de até 1mm para áreas faciais e até 1,2mm para outras
como fotoenvelhecimento e aumento do risco de cân- regiões.50 Enxertos maiores produzem com frequência
cer de pele, especialmente carcinoma epidermoide.35 um efeito cosmeticamente indesejável da técnica,
A PUVAterapia tópica pode ser usada em for- conhecido como  cobblestoning  (aparência de pedra de
mas localizadas de vitiligo em adultos e crianças calçamento). Este efeito colateral, geralmente, apresen-
acima de 2 anos de idade, apresentando maior segu- ta resolução espontânea ou através de tratamentos
rança por utilizar doses menores de UVA e pequena como a eletrofulguração.50 A EP é capaz de produzir
absorção de psoralênico tópico. excelente repigmentação e bons resultados cosméticos.
Os melhores resultados com NBUVB, bem Em um estudo prospectivo com grande número de
como o maior perfil de segurança quando comparado pacientes, 74,55% dos pacientes submetidos à EP obti-
à fototerapia com UVA, vêm fazendo com que esta veram 90-100% de repigmentação.50 Evidências ainda
seja menos utilizada.35,39 sugerem que a associação da EP com fototerapia
(UVB  narrow-band) ou corticosteroides tópicos pode
Luz monocromática de excimer aprimorar os resultados terapêuticos da técnica.51,52
A luz monocromática de excimer em associação A Enxertia de Bolhas Epidérmicas obtidas por
com o gás de cloreto de xenônio emite uma luz com Sucção (EBES) é uma técnica de obtenção de finos
comprimento de onda de 308nm. Existem duas for- enxertos de pele através da separação dermoepidér-
mas de se produzir esta luz: o LASER de excimer, que mica por via da aplicação de sucção prolongada na
produz uma luz coerente e monocromática, e a lâmpa- área doadora. A área receptora é preparada através de
da de excimer, que produz uma luz não direcional e dermoabrasão ou da aplicação de laser (Erbium:YAG
não coerente de 308nm. Estas formas de tratamento ou CO2).48 Embora a EBES seja uma técnica demorada
diferem do NBUVB na sua forma de aplicação poden- e restrita ao tratamento de pequenas áreas, ela pode
do ser aplicadas de forma mais localizada nas lesões. fornecer bons resultados terapêuticos (repigmentação
Dois estudos comparativos em pacientes porta- >75% em 89% dos pacientes),  com mínimas chances
dores de vitiligo apresentando simetria na distribui- de produzir cicatrizes inestéticas na área doadora,
ção de lesões compararam a resposta de hemidimídios conforme demonstrou um estudo recente.50
tratados por LASER de excimer e NBUVB, eviden- Os enxertos cutâneos de espessura parcial tam-
ciando resposta mais rápida e maior área de repig- bém apresentam boas taxas de repigmentação, 90-
mentação no grupo submetido ao excimer.40,41 100%, de acordo com Agarwal et al., e a vantagem de
Estudos comparando LASER com lâmpadas de tratar grandes áreas com um único procedimento atra-
excimer não mostraram diferenças nas taxas de respos- vés da obtenção do enxerto com ajuda de um dermáto-
ta, porém as lâmpadas são mais demoradas para a apli- mo, mas é um procedimento que exige habilidade e
cação da dose necessária. Esta duração pode ser bastan- experiência.53 Além disso, a incompatibilidade de cores
te longa em pacientes com lesões disseminadas.42-44 na área receptora e a formação de cicatrizes na área
doadora são potenciais efeitos colaterais desta técnica.48

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A enxertia autóloga com Suspensão de Células existem alguns subtipos de vitiligo que não foram
Epidérmicas Não Cultivadas (SCENC), uma técnica devidamente definidos sobre sua real existência ou
de transplante celular, possui a vantagem de tratar posição na classificação por tipos e isto deve ser obje-
uma área receptora cerca de 10 vezes maior que a área to de uma nova revisão da classificação no futuro,
doadora, com excelente compatibilidade de principalmente associando a caracterização dos tipos
cor.54 Neste procedimento, um fragmento de pele é e subtipos clínicos a exames genético-moleculares.
obtido através de biópsia por shaving e a epiderme é Entre os grandes desafios da genética epide-
separada da derme utilizando-se uma solução com miológica moderna está a validação dos achados de
tripsina. Após alguns passos adicionais, uma suspen- associação, através de estudos independentes de
são de queratinócitos e melanócitos é obtida e trans- replicação e, em última instância, de estudos funcio-
plantada na pele receptora desepitelizada  39,48,54 Em nais que levem à resolução do real efeito biológico
estudo randomizado com 41 pacientes, a repigmenta- causador da associação ou ligação observadas. A tare-
ção foi considerada excelente (90-100% de repigmen- fa está longe de ser trivial: além do desafio clássico de
tação) em 71% das lesões no grupo tratado com se estabelecer uma relação de causa e efeito a partir de
SCENC, em comparação a 27% das lesões no grupo um achado de associação, o cenário que emerge atual-
tratado com a técnica de EBES.54 O cultivo celular tam- mente, a partir de estudos de larga escala de caracte-
bém tem sido utilizado como meio de aumentar o rísticas genéticas complexas (como os GWAS), tem
número de células viáveis e tratar áreas ainda maio- revelado tremendos desafios. Por exemplo, é possível
res, utilizando menos tecido doador. Entretanto, esse é que o componente genético de controle de doenças
um método de alto custo e que requer a estrutura de como o vitiligo, detectável em estudos observacionais,
um laboratório de cultivo de tecidos.48 Além disso, o esteja pulverizado em dezenas – talvez centenas – de
uso de alguns mitógenos presentes nos meios de cul- genes, cada um contribuindo com uma pequena par-
tura gerou questionamentos a respeito da segurança cela do risco relativo final. É possível ainda que
do procedimento.55 variantes genéticas muito raras em nível populacio-
nal, mas encontradas em todo genoma, sejam respon-
CONSIDERAÇÕES FINAIS sáveis por uma grande parcela deste risco relativo.
Muito tem sido descoberto nos últimos anos Testar esta hipótese exigirá uma capacidade de
sobre a fisiopatologia da doença, direcionando a apre- sequenciamento de genoma humano completo, só
sentação dos achados clínicos a três principais fatores: recentemente disponível aos grandes laboratórios.
1) um déficit de adesão em toda a epiderme, não só Finalmente, é possível que os fenótipos clínicos com
afetando a adesão dos melanócitos como também a os quais se trabalha classicamente, tais como “vitili-
dos queratinócitos; 2) aumento do estresse oxidativo go”, sejam complexos demais – neste caso, a definição
local e 3) citotoxicidade mediada por linfócitos T con- de fenótipos moleculares mais controlados, definidos
tra os melanócitos. No entanto, a real contribuição de a partir de sistemas biológicos  in vitro, por exemplo,
cada um desses fatores em cada paciente ainda preci- pode ser decisiva. Desenvolvimentos neste sentido
sa ser bastante investigada. começam a se tornar públicos, abrindo novas aveni-
Após décadas sem um devido esforço conjunto das na direção do entendimento completo das bases
mundial, finalmente foi publicado um artigo de con- genéticas de doenças complexas, em geral, e do vitili-
senso para classificação do vitiligo; entretanto, ainda go, em particular. q

REFERÊNCIAS
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E-mail: caio.castro@pucpr.br

Como citar este artigo: Reichert-Faria A, Tarlé RG, Dellatorre G, Mira MT, Silva de Castro CC. Vitiligo: classifica-
ção, histopatologia e tratamento - Parte 2. An Bras Dermatol. 2014;89(5):785-91.

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