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Vivendo de modo digno em uma

sociedade de consumo – Solano


Portela – Fiel Jovens 2016
“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e
nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos
com muitas dores.” (1 Timóteo 6.10)
Falar de Finanças parece algo “pouco espiritual”, mas:

1. 565 versículos que falam de dinheiro;

2. No Sermão do Monte, dos 107 versículos, 28 falam de dinheiro;

3. Jesus fala sobre dinheiro ou riquezas em 13 parábolas;

4. Ageu 2.8 afirma que: “minha é a prata e meu é o ouro”; e Moisés


(Dt 8.18) ensina que “é Ele que te dá força para adquirires
riquezas…”;

5. Vivemos tempos de crise: O “Estado Voraz” – com inúmeros


impostos PIS/COFINS/CIDE/Dólar/I.R./CPMF
6. Mas não há nada novo. Há 3000 anos (1 Samuel 8.11-18) Deus já
avisava sobre os perigos do “Estado Voraz”:

É inegável que vivemos uma era de “aperto financeiro”. Temos


dificuldades de adequar os nossos ganhos aos nossos gastos. O
desemprego está em toda a parte e as despesas ocorrem em excesso.
Quando existe salário, ele é sempre mais curto que o mês. A nossa
necessidade é poupar, no meio de uma cultura que incentiva o
consumo desmedido e intenso. Buscamos qualidade de vida, mas não
aferimos, com profundidade, o que é essa qualidade e entramos em
situações de dificuldade que prejudicam nossa vida e nos levam até ao
desespero. Nunca foi tão necessário planejar, como nos dias atuais.

Nos minutos à frente, queremos abordar exatamente REALIDADES


PRESENTES nesse contexto de crise, procurando analisar a extensão
das dificuldades e como planejar nossa vida financeira. Buscaremos,
sempre, a orientação da Palavra de Deus nesses assuntos. Estaremos
tratando de cinco pontos principais, relacionados com finanças e
terminaremos com algumas “dicas” para que o nosso planejamento
seja bem sucedido.

Os cinco pontos são:

1. A vida em uma Sociedade de Consumo.

2. A facilidade do financiamento.

3. A armadilha dos juros.

4. A necessidade do planejamento financeiro.

5. A bênção do dízimo e da generosidade

1. A vida em uma Sociedade de Consumo


Nosso primeiro ponto é “A Vida em uma Sociedade de Consumo”.
Esta é uma realidade presente: a quase totalidade de nossa sociedade
parece existir apenas para consumir. A estrutura de vida, centrada nos
meios de comunicação, enfatiza o consumo em todos os momentos.

O Apelo da Propaganda: Nós achamos que nos conhecemos, mas os


produtores e a cadeia de distribuição nos conhecem muito melhor,
observam nossos hábitos, para onde olhamos, o que olhamos, o que
desperta mais atenção, gôndolas na fila do caixa. disputa pelos
melhores espaços.
Necessidade ou Engodo? Tudo é feito para nos fazer consumir mais e
o que não precisamos. A propaganda faz com que tenhamos ou
sintamos a necessidade de consumir ou usar um produto. Quando
compramos a margarina, “compramos” a família feliz, quando
compramos o carro, compramos a liberdade, etc. Comprar com fome,
compramos mais. Levar a lista e pronto, resistir as provocações. No
livro “Sem logo – a tirania das marcas num planeta vendido” fala
sobre usuários de marcas famosas que passaram a ser manequins
ambulantes, ostentando a marca em suas camisas, óculos, bolsas, etc.
Manequins sem Remuneração. As pessoas passaram a ser a marca
que usam ou que vestem. O chique é usar Nike, Misuno. A
propaganda nos induz a comprar produtos como o vídeo, DVD, e
gastamos nossa energia para comprar. Somos mais felizes em ter isto?
Nos dá mais conforto? Vale a pena? Estamos realmente melhorando a
nossa qualidade de vida, criando problemas financeiros, sucumbindo a
esses apelos?
A Escritura nos ensina que ceder ao apelo e a aparência de uma coisa
atrativa, pode levar a problemas futuros: Pv 23.31 e 32 – “Não olhes
para o vinho quando se mostra vermelho, quando resplandece no
copo e se escoa suavemente. No seu fim morderá como a cobra, e
como o basilisco picará”
Existe um exercício que sempre precisamos fazer antes de comprar.
Ele faz com que aprendamos a dominar nossos impulsos. Faça a você
mesmo, estas perguntas:

• Preciso mesmo? É uma necessidade real, ou estou “caindo” na


tentação do consumo? Será que estou comprando só “porque alguém
tem” e acho que eu preciso ter, também? Vou melhorar mesmo minha
qualidade de vida, ou ficar angustiado com esta compra?
• Tenho o dinheiro? Fiz uma verificação criteriosa do que disponho?
Vou me endividar, para adquirir isto? O dinheiro aplicado nisto vai
fazer falta em algum outro item de necessidade?
• Preciso agora, ou posso adiar? A necessidade é para já, ou estou
antecipando algo que pode esperar? O que vai acontecer, hoje, nesta
semana, durante o mês, se eu não fizer esta compra? Até quando posso
ficar sem este item?
Você já percebeu que quando entra numa loja você já está vulnerável,
quando pergunta o preço você está a um passo da compra. Você está
seguindo uma lista de compras, bem pensada, ou só o impulso? Se
sentir o impulso, RESISTA! – Volte amanhã. Não se Impressione com
a informação de que “é a última peça”.

A Bíblia também fala com pertinência a essas perguntas do exercício,


enfatizando que devemos enfatizar as necessidades básicas de nossa
vida, contentar-nos com o que temos, sob pena de passarmos
necessidades. Vejam esses versos:

• Mt 6.25 – “Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa
vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem,
quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do
que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?”

• Pv 21.17 – “Quem se entrega aos prazeres, passará necessidade…”


• Hb 13.5 – “Conservem-se livres do amor ao dinheiro e contentem-se
com o que vocês têm…”.

2. A facilidade do financiamento!
Somos compradores de bens ou de dinheiro?

A multiplicação dos Carnês.

A mágica do dinheiro de plástico.

Um segundo ponto que necessita ser abordado e que é parte integrante


desta sociedade de Consumo, é “A Facilidade do Financiamento”.
Queremos destacar três pontos, aqui:

1. Somos Compradores de bens ou de dinheiro? Você sabia que as


grandes lojas podem ganhar mais no financiamento do que na venda
propriamente dita? É uma alegria – todos ganham e você paga. Já
notou como é impossível comprar à vista em algumas lojas – Por que
será?
2. A Multiplicação dos Carnês. Prestações são como filhotes, para
onde você vai elas podem formar fila atrás de você. O carnê, o boleto,
o cartão, enfim, você não resistiu e antecipou a compra e agora vai
pagar mais por mais tempo, não termina nunca. O bem já perdeu a
emoção e continuamos pagando. Algumas lojas não recebem o
pagamento na rede bancária. Isso força com que você volte à mesma
loja, várias vezes, para pagar o seu carnê. O caixa, fica no fundo da
loja. Enquanto você caminha, encontra grandes cartazes dizendo:
“Não precisa terminar de pagar sua última compra para fazer outra”. A
mensagem não escrita é: “continue endividado, dependendo de nós…”
3. A mágica do dinheiro de plástico. Chamamos os cartões de crédito
de “dinheiro de plástico”. Em algumas sociedades você não consegue
quase existir sem possuir um. Além da fácil disponibilidade, eles são
frequentemente enviados sem solicitação. Os cartões de crédito
ganham muito dinheiro com os juros – o parcelamento é automático,
eles já informam qual é o valor mínimo. No mês seguinte, se já era
difícil, vai ficar pior, pois os juros são absurdamente altos. A Bíblia
traz restrições à vida sob financiamento constante, como princípio.
Por que será que Deus deu esta diretriz, em Deuteronômio 28.12? “O
Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar à tua terra a chuva
no seu tempo, e para abençoar todas as obras das tuas mãos; e
emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado”.

A questão dos juros, em empréstimos é tão importante, que nos leva


ao terceiro ponto:

3. A armadilha dos juros!


Em terceiro lugar, queremos enfatizar “A Armadilha dos Juros”.
Vamos ver dois pontos, nesta área:

3.1 Você sabe mesmo qual o valor dos JUROS, no nosso


país? Atualmente – 16,09% ao mês (300% ao ano)! Muito maior que
aquilo que podemos ganhar com aplicações financeiras.
Outras formas de financiamento têm taxas igualmente elevadas:
cheque especial; financeiras que colam suas propostas em postes, nos
ônibus e levam seus cheques pré-datados; agiotas, então, nem falar –
sugam até a última gota de sangue.

A Bíblia tem uma visão bem peculiar à questão de juros (lembrando


que foi escrita em uma era sem inflação, onde a moeda, às vezes, era a
troca de bens). Ela compara juros extorsivos à iniquidade. Por que
será? Veja Ezequiel 18.17, dizendo ao que cobra juros: “ […] que
aparte da iniqüidade a sua mão, que não receba usura nem mais do que
emprestou, que observe as minhas ordenanças e ande nos meus
estatutos…”.

3.2. Em vez de pagar juros, poupe!


No caso de financiamento de bens, pelas lojas – não se iluda! Se você
somar as parcelas e calcular a diferença como juros, você está errado.
Não se esqueça que você amortiza sua conta todo o mês, portanto os
juros são muito maiores. Portanto, se deixarmos de comprar e pagar os
juros, podemos economizar. O contrário de tomar emprestado e
financiar, é poupar.

Siga o exemplo dos imigrantes: poupe! Uma vez, perguntei ao meu


pai, um homem simples, trabalhador, honesto, português, porque
grande parte dos imigrantes conseguiu juntar dinheiro, se estabelecer
nos negócios. Ele me disse que, quando chegam, muitas vezes não tem
família ou amigos, se ficarem doentes não tem quem os ajude e a
única segurança é juntar algum dinheiro. O mesmo acontece com os
brasileiros que vão para o Japão, e passam a viver em uma outra
cultura. Trabalham muito e consomem o mínimo só para sobreviver e
conseguem economizar e enviar dinheiro para o seu país de origem.
Não faz sentido suar a camisa, trabalhar até tarde para pagar juros –
você não acrescenta nada à sua vida, ao seu bem-estar. Sua qualidade
de vida não melhorou um centímetro.

Além disso, poupar é um princípio bíblico. Veja Provérbios 13.11: “O


dinheiro ganho com desonestidade diminuirá, mas quem o ajunta aos
poucos terá cada vez mais”.

4. A necessidade do planejamento
financeiro!
Temos portanto, “A Necessidade do Planejamento Financeiro” – Este
é o nosso quarto ponto.

4.1. Planejar não é falta de dependência em Deus – precisamos nos


organizar
Por que somos avessos ao planejamento? Às vezes, em círculos
cristãos, cria-se até a ideia de que planejar não é uma “atividade
espiritual”; que é falta de confiança que Deus proverá o amanhã. Nada
mais longe da verdade.

Organização é boa mordomia. Jetro ensinou Moisés (refletindo


orientação divina) a se organizar. Não podemos conceber nada mais
planejado e organizado do que o culto no Antigo Testamento.
Sabemos que as cerimônias e leis religiosas não são aplicáveis aos
nosso dias, mas não podemos dizer que Deus é avesso ao
planejamento e organização. Veja os planos de Batalha, comandados
por Deus à Josué (Js 1) para a conquista da Terra Prometida! Haja
planejamento e organização.

Na área financeira, não é diferente. Precisamos mesmo nos organizar


– saber quanto recebemos e qual é a nossa despesa do mês, inclusive
para os imprevistos.

4.2. A realidade é, que a Bíblia ensina planejamento.


Destacamos, pelo menos, dois trechos.
O primeiro, está em Lucas 14.28, e fala, aprovando, sobre um homem
que se prepara para construir e se planeja para esta operação,
calculando todos os custos FUTUROS da construção. A passagem diz
que o que não faz isso, faz papel de tolo e se envergonhará dos
comentários que serão feitos sobre ele.

O segundo, está em Tiago 4.13-15. A primeira vista, ele parece ser


contra planejamento. Mas ele fala de planejamento errado, quando é
feito na autossuficiência humana, pois não sabemos o dia de amanhã.
Entretanto, o trecho indica que devemos planejar, sim, quando o
fazemos conscientes da soberania divina e dependentes dela –
submissos à sua vontade – “se Deus quiser”.

Ainda dentro da necessidade de planejar nossa vida financeira,


gostaria de sugerir uma ferramenta importante: O recurso DAS DUAS
LISTAS. Faça duas listas – uma para as necessidades básicas e outra
para outras despesas – estas listas podem servir para você atingir
alguns objetivos em seu planejamento e para você economizar, em
seus gastos. Depois, tudo isso pode ser colocado em forma de
cronograma. Existe uma lei para importância dos assuntos e do tempo
que também pode ser aplicado ao dinheiro que é uma das “leis de
Parkinson” – gastamos todo o dinheiro que ganhamos. Precisamos
tentar constituir uma reserva para eventualidades. É difícil, mas
precisamos nos esforçar.

5. A bênção da contribuição e da
generosidade!
5.1 Fuja do “saco furado”: Reconheça concretamente que Deus é o
proprietário de tudo, contribuindo.
Já que estamos falando de dinheiro e planejamento financeiro, não
poderíamos deixar de abordar a questão do dízimo e da generosidade.
Duas áreas onde a palavra de Deus fala sobre o contribuir e sobre
beneficência.

Reagimos, com razão, contra a chamada “teologia da prosperidade”.


Não fazemos barganhas com Deus os motivos de contribuição não são
os nossos anseios materiais, carro importado do ano, roupas caras,
viagens internacionais e coisas semelhantes.
Entretanto, é um erro desconhecermos que Deus nos abençoa,
também, na esfera material. Quando não o honramos com nossas
finanças, tudo parece dar errado. Parece que estamos tentando encher
um saco que está furado e nunca fica cheio…

A Bíblia ensina o dízimo como um forma de contribuição simbólica


do reconhecimento que devemos a Deus de que a ele pertence tudo, e
que somos apenas mordomos abençoados em sua criação.

No Novo Testamento, Paulo ensina que a nossa contribuição deve ser


proporcional à nossa renda – e 10% é a proporção que encontramos na
Palavra, não é?

Ag 1.5-6 – “Ora pois, assim diz o Senhor dos exércitos: Considerai os


vossos caminhos. Tendes semeado muito, e recolhido pouco; comeis,
mas não vos fartais; bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas
ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para o meter num
saco furado”.

1 Co 16.1-2 – “…no primeiro dia da semana cada um de vocês separe


uma quantia, de acordo com a sua renda…”

5.3 Pratique a generosidade


Além da responsabilidade com o dízimo, a Bíblia chama a nossa
atenção para com a generosidade; com a beneficência. O cuidado com
nossas finanças, o planejamento do nosso dinheiro, não deve nos levar
a sermos insensíveis para com as necessidades do próximo. Na
realidade, Deus promete recompensar o generoso e Paulo ensina que
um dos propósitos de termos trabalho é “ter o que repartir com quem
estiver em necessidade”!

Vejamos três trechos da Palavra de Deus:

• Ef 4.28 – “O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo
de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver
em necessidade”

• 1 Tm 6.18 – “Ordene-lhes que pratiquem o bem, sejam ricos em


boas obras, generosos e prontos a repartir”.

• Pv 11.25 – “O generoso prosperará…”


7 dicas para uma vida financeira saudável
1. Pechinche sempre.

2. Compare preços – remédios, supermercados, etc.

3. Preços mais baratos: frutas da época e roupas fora da época.

4. Compre sempre à vista – só use cartões de crédito se puder pagar


integralmente!

5. Cuidado nos presentes. Use criatividade em vez do gasto excessivo.


Controle quanto você gasta nisso.

6. Conheça suas despesas. Não deixe de registrá-las e revisá-las.

7. A sua prioridade, o seu melhor investimento é: pagar as dívidas e


não assumir outras.

Lembre-se da oração de Agur – Provérbios 30.8-9: “Mantém longe de


mim a falsidade e a mentira; Não me dês nem pobreza nem riqueza;
dá-me apenas o alimento necessário. Senão, tendo demais, eu te
negaria e te deixaria, e diria: ‘Quem é o Senhor?’ Se eu ficasse pobre,
poderia vir a roubar, desonrando assim o nome do meu Deus.”

Disponível em: < https://voltemosaoevangelho.com/blog/2016/05/vivendo-de-modo-digno-


em-uma-sociedade-de-consumo-solano-portela-fiel-jovens-2016/>. Acesso em 14 out. 2019.

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