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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS – CESC


DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA: BIOÉTICA EM ENFERMAGEM
PROFESSORA: MARIA DE JESUS MOUSINHO

CAXIAS-MA
SETEMBRO/2009
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS – CESC
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA: BIOÉTICA EM ENFERMAGEM
PROFESSORA: MARIA DE JESUS MOUSINHO

A INTERRELAÇÃO ENTRE AUTONOMIA, PRIVACIDADE E


CONFIDENCIALIDADE.
ACADÊMICOS: Brenda Lima
Hévilla Damasceno
Kássio Silva
Luzia Chaves
Mayra Oliveira

CAXIAS-MA
SETEMBRO/2009
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA
CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE CAXIAS – CESC
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA: BIOÉTICA EM ENFERMAGEM
PROFESSORA: MARIA DE JESUS MOUSINHO

A INTERRELAÇÃO ENTRE AUTONOMIA, PRIVACIDADE E


CONFIDENCIALIDADE.

Trabalho apresentado à professora


Maria de Jesus Mousinho da disciplina
Bioética em Enfermagem, para a
obtenção da segunda nota.

CAXIAS-MA
SETEMBRO/2009
A INTERRELAÇÃO ENTRE AUTONOMIA, PRIVACIDADE E
CONFIDENCIALIDADE.

Os enfermeiros constantemente invadem a intimidade e a privacidade do


doente ao realizar os cuidados de enfermagem, porém raramente discutem os
aspectos que envolvem esse problema.
A condição de enfermidade gera sentimentos como incapacidade,
dependência, insegurança e sensação de perda do controle sobre si mesmo.
Os doentes encaram a hospitalização como fator de despersonalização por
reconhecerem a dificuldade para manter sua identidade, intimidade e
privacidade. O ambiente hospitalar é estressante por diversos fatores,
essencialmente ao doente, por perder o controle sobre os que o afetam, e dos
quais depende para a sua sobrevivência. Além disso, a internação é
angustiante por evidenciar a fragilidade a que estão sujeitos, devido à
exposição emocional e física.
A enfermagem não pode ignorar que, ao cuidar do doente, toca-lhe o corpo e
o expõe, muitas vezes sem pedir autorização, adotando uma postura de
“poder” sobre o corpo de outrem. O doente pouco questiona essa invasão
porque, na sua percepção, ela é necessária para sua recuperação, porém
demonstra constrangimento, vergonha e embaraço.
Segundo Engelhardt, um dos primeiros dilemas bioéticos para os médicos, e
outros profissionais de saúde, é que estes “estão sempre diante de conflitos
entre respeitar a liberdade dos pacientes e fazer o que é melhor para eles”
(Engelhardt, 1998: 128), isto é, estão perante o conflito entre o princípio de
autonomia e o princípio de beneficência (estigmatizado como fundamento do
paternalismo médico).
Dentre os princípios éticos que norteiam as relações humanas e as ações no
campo da saúde, podem ser destacadas: a autonomia, a privacidade e a
confidencialidade das informações. A violação potencial de um desses
princípios pode afetar negativamente e comprometer um trabalho de qualidade
entre usuários, profissionais e instituições de saúde.
Segundo a Resolução COFEN-311-2007; Cap.I; Seção I; Artigo 18, o
enfermeiro deve “Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito
da pessoa ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde,
tratamento, conforto e bem estar..” Quando na assistência à saúde prevalece o
bem-estar do paciente segundo o referencial do profissional, a participação do
primeiro na tomada das decisões pode ser irrelevante. Entretanto, se o respeito
ao paciente é considerado importante valor ético, é possível que este tome as
decisões relativas a ele. Respeitar uma pessoa como sujeito autônomo implica,
no mínimo, acatar seu direito de ter opiniões próprias, de fazer suas escolhas e
agir de acordo com seus valores, princípios e crenças.
Para que tal fato ocorra é necessário que haja o conhecimento por parte do
paciente. Não pode haver ignorância por parte do paciente sobre os atos
profissionais. Ele tem que ser instruído. As decisões do paciente têm que vir
acompanhadas de um suficiente grau de reflexão. O consentimento é uma
escolha voluntária, advinda desta reflexão baseada, além do conhecimento, em
valores próprios. E, para refletir, tem que ter instrumentos para executar este
raciocínio racional, não de pura emoção, por isto a necessidade de
conhecimento por parte do paciente. O ignorante sobre algo não é livre para
escolher, para decidir, não tem independência nas suas opções pela ignorância
que tem sobre os fatos. Para pensar, decidir, agir de maneira autônoma, o
paciente tem que estar munido dos instrumentos para poder fazê-lo. Compete
aos profissionais instruí-lo, orientá-lo, sem coerção. A omissão do enfermeiro,
no caso, caracteriza um ato omissivo culposo. O profissional da saúde que não
fornecer ao paciente as verdades corretas, para que em cima destas o paciente
tome uma decisão independente, não está respeitando a autonomia do
paciente, incorrendo, assim, em um agir culposo, pelo qual é passível de ser
responsabilizado.
A informação deve ser transparente e esclarecedora. Deve ser prestada de
acordo com o grau de discernimento, o grau de conhecimento, condições
físicas e psíquicas do paciente, de forma clara, abordando desde os
diagnósticos aos prognósticos, tratamentos a efetuar, riscos conexos,
benefícios e alternativas, se existentes. Cabe ao médico zeloso tomar todos
esses cuidados como forma de prevenir futuras demandas judiciais. O
profissional deverá sempre informar o paciente dos riscos e benefícios do
tratamento cirúrgico ou terapêutico, respondendo por sua atuação
desnecessária ou equivocada.
Manifestação da essência do princípio da autonomia é o Consentimento
Esclarecido(CE). Este deve ser emitido pelo indivíduo quando de atos que
afetem sua integridade físico-psíquica. Aceitamos a noção de consentimento
esclarecido enquanto ato de decisão voluntária, realizado por uma pessoa
competente, embasada em adequada informação e que seja capaz de
deliberar tendo compreendido a informação revelada, aceitando ou recusando
propostas de ação que lhe afetem ou poderão lhe afetar.
No campo das práticas que se relacionem com a saúde das pessoas tal
assertiva significa que o indivíduo é quem, de forma ativa, deve autorizar as
propostas a ele apresentadas e não meramente assentir a um plano
diagnóstico ou terapêutico, por meio de uma atitude submissa às ordens dos
profissionais de saúde. O consentimento esclarecido deve ser recolhido
anteriormente à realização de todo procedimento sobre o organismo humano
de natureza física ou psíquica.
Segundo Lidz, Appelbaum e Meise, muitas vezes, as informações
apresentadas são complexas e, por isso, pouco ou nada compreendidas, com
reduzido impacto na decisão, levando à percepção de que o Consentimento
Esclarecido pode se considerado de duas formas: apenas como uma
formalidade, onde se limita a atender as exigências legais sem se preocupar
com o processo de tomada de decisão; ou como um processo, onde resulta da
participação ativa do paciente na tomada da decisão.
Existem certas condições físicas e psicológicas que permitem a competência
para o consentimento esclarecido. Ter competência para emitir juízos
autônomos depende de determinados contextos. Ninguém é competente em
todos os contextos. A autonomia do paciente pode ser afetada por diversas
causas: algumas podem ocorrer por situações inerentes a ele, como a dor, a
fraqueza, a fadiga, o medo e a ansiedade; e outras podem ser geradas por
situações externas, como as dependências física, econômica e psicológica a
outras pessoas, as quais podem funcionar como fatores imitantes.
A ignorância, o desinteresse e o medo de saber do paciente, além do
excesso de confiança dos profissionais muitas vezes levam o paciente a não se
importar de não ser informado ou até mesmo não querer ser informado,
portanto colaborando para a limitação da sua autonomia. O paciente deve
conhecer o seu direito de ser esclarecido, mas caso não queira também deve
ser respeitado.
Outro fator limitante à manifestação da autonomia do paciente é a relação
assimétrica entre o profissional de saúde e o paciente, além da dificuldade de
comunicação devido a diferença do nível de conhecimento entre os
profissionais e o paciente.
Sendo o enfermeiro o profissional em constante contato com o doente
durante a hospitalização, é imprescindível circunstanciar sobre a conduta da
enfermagem no sentido de resguardar os direitos desses indivíduos. A
enfermagem procura preservar a intimidade e a privacidade dos doentes
usando biombos, cobrindo partes do corpo que não precisam ficar expostas
durante um procedimento e solicitando que familiares/visitas retirem-se do
quarto/enfermaria ao realizar um cuidado, caracterizando essa tentativa de
proteção como um gesto humanitário e de respeito.
A questão da confidencialidade, embora seja um dos preceitos morais mais
antigos da prática médica, continua sendo um tema extremamente atual no
exercício da relação enfermeiro-paciente. Não é difícil, para um enfermeiro,
entender que a confidencialidade é um dos pilares fundamentais para a
sustentação de uma relação enfermeiro-paciente produtiva e de confiança. É
esta garantia que faz com que os pacientes procurem auxílio profissional
quando necessitam.
A preservação de segredos profissionais é um direito do paciente e uma
conquista da sociedade. Esta relação de confiança se estabelece entre o
paciente e o profissional de saúde, e se estende a todos os demais
profissionais das áreas de saúde e administrativa, incluindo-se as secretárias e
recepcionistas que tenham contato direto ou indireto com as informações
obtidas.
Muitos autores e códigos utilizam indistintamente os termos sigilo e segredo.
A palavra segredo pode ter o significado de mera ocultação ou de preservação
de informações. Os segredos dizem respeito à intimidade da pessoa, portanto
devem ser mantidos e preservados adequadamente. A palavra sigilo tem sido
cada vez menos utilizada. A sua utilização em diferentes idiomas tem
caracterizado cada vez mais os aspectos de ocultação e menos os de
preservação.
No âmbito da saúde podem-se distinguir dois tipos de privacidade: a
privacidade física e privacidade das informações. A privacidade denota a
liberdade em relação ao contato com outras pessoas, ou seja, a pessoa
autônoma decide com quem e em que nível deseja estabelecer um contato.
Nesse sentido, faz-se necessário conversar, explicar ao paciente os
procedimentos e pedir seu consentimento para a realização de procedimento
que o exponham fisicamente, respeitando sua intimidade, sua privacidade
física.
A privacidade das informações vai limitar o acesso as informações pessoais
do paciente. O segredo, o sigilo e a confidencialidade são fundamentais no
exercício da profissão médica e de enfermagem.
A preservação de segredos está associada tanto com a questão da
privacidade quanto da confidencialidade. A privacidade, mesmo quando não há
vínculo direto, impõe ao profissional os deveres de resguardar as informações
que teve contato e de preservar a própria pessoa do paciente pode ser
considerada como sendo um dever institucional.
A privacidade e a confidencialidade das informações são dois princípios
complexos e distintos, porém são correlacionáveis uma vez que a privacidade
consiste no conjunto de informações sobre uma pessoa, a qual tem autonomia
de decidir mantê-las sob seu exclusivo controle ou comunicar decidindo quanto
e a quem, quando,onde e em que condições. Já a confidencialidade relaciona-
se a garantia de que as informações dadas não sejam reveladas sem a
autorização prévia da pessoa em questão. A privacidade das informações é um
direito dos pacientes, e a confidencialidade é um dever dos profissionais em
relação às informações geradas no relacionamento entre ambos.
A exceção de confidencialidade pode ser eticamente aceitável desde que o
paciente dê a sua permissão; que a lei obrigue a revelação; que haja risco de
vida ou possibilidade de dano físico ou psicológico para uma ou mais pessoas
identificadas.
Podemos fazer a distinção entre quebra de privacidade e quebra de
confidencialidade, a primeira consiste no acesso desnecessário ou uso de
informações sem a devida autorização do paciente; a segunda é a ação de
revelar ou deixar revelar informações fornecidas em confiança. As quebras de
confidencialidade ou de privacidade, conforme o caso pode ocorrer em
situações muito comuns entre os profissionais de saúde, por exemplo, quando
realizam comentários sobre pacientes em elevadores, corredores, restaurantes,
cantinas ou refeitórios.

As exceções à preservação

Incluem-se as seguintes situações:


o Testemunhar em corte judicial, em situações especiais;
o Comunicar, à autoridade competente, a ocorrência de
o Doença de informação compulsória,
o De maus-tratos em crianças ou adolescentes,
o De abuso de cônjuge ou idoso.

A quebra de privacidade:

A quebra de privacidade ocorre quando se usam informações ou se observa


um paciente sem a sua devida autorização. Atualmente a privacidade está
cada vez mais sendo entendida como sendo uma característica e não como um
dever, que seria a confidencialidade.

A quebra de confidencialidade:
É a ação de revelar ou deixar revelar informações fornecidas pessoalmente em
confiança.
A quebra de confidencialidade somente é eticamente admitida quando:
1) um sério dano físico, a uma pessoa identificável e específica, tiver alta
probabilidade de ocorrência;
2) um benefício real resultar desta quebra de confidencialidade;
3) for o último recurso, após ter sido utilizada persuasão ou outras abordagens,
e, por último,
4) este procedimento deve ser generalizável, sendo novamente utilizado em
outra situação com as mesmas características, independentemente de quem
seja a pessoa envolvida.

Casos Especiais

Adolescentes

Legalmente os adolescentes são pessoas, ainda em fase de conquista de


sua autonomia, com autonomia reduzida. No Brasil, os menores de 16 anos de
idade são considerados como absolutamente incapazes pelas normas de
Direito Civil. E, entre 16 a 21 anos de idade, são relativamente incapazes para
certos atos ou à maneira de exercê-los (Código Civil, arts. 5º e 6º).
Há adolescentes e jovens que a legislação brasileira, independente da idade
cronológica, considera como competentes para tomar decisões. São os
denominados "menores emancipados", cuja incapacidade jurídica cessa com o
casamento, emprego público efetivo, colação de ensino superior, ou quando
são detentores de estabelecimento civil ou comercial, mantido com economia
própria. Há ainda, conforme a lei, a possibilidade de que o pai, ou se este
estiver morto, a mãe, conceda a maioridade ao jovem com 18 anos
completados (Código Civil, art. 9º,# 1º).
Se, na relação entre os profissionais da saúde e os adolescentes vigorar a
noção de que a competência decisória individual deva basear-se somente nos
parâmetros legais, dela resultará que a maioria não poderá tomar decisões
sobre questões referentes a sua saúde. A prática corrente na assistência à
saúde mostra que, mesmo os profissionais que respeitam as decisões de
consentimento ou recusa de um adulto, entendem os adolescentes como
incapazes de decidir. Optam por condutas de natureza ética paternalista
aceitando que outros devam decidir o que é o "bom" para o jovem (Drane,
1984; Lantos e Miles, 1988; Moreno, 1989).
Existe fundamentação científica para aceitação dessas considerações éticas,
baseada nos trabalhos de psicologia evolutiva de Kholberg. As pesquisas deste
autor demonstraram que, a partir dos 12 anos de idade, o indivíduo é capaz de
reconhecer as regras e convenções sociais como suas, e a importância delas
para manter o convívio e o bem-estar social. Essa etapa é denominada de nível
"convencional" de desenvolvimento moral.
A partir dos 16 anos, inicia-se a última etapa do desenvolvimento moral, o
nível "pós-convencional". É quando o indivíduo consegue ajuizar as regras e as
convenções sociais, acatando-as ou desobedecendo-as de acordo com seus
próprios valores. Deve ser ressaltado que a maioria dos adultos não chegará,
durante a vida, a atingir a etapa do desenvolvimento moral "pós-convencional"
(Lorda e Cantalejo, 1997).
O trabalho de Weithorn & Campbell (1982) reforça a tese da capacidade
decisória do adolescente. Estudando pessoas de 9, 14, 18 e 21 anos de idade,
obtiveram resultados que mostraram que os maiores de 14 anos não diferem
dos adultos em suas decisões sobre saúde, na capacidade de prover
consentimento para situações que envolviam a assistência a sua saúde.
Quanto às crianças de 9 anos, estas aparentemente eram menos competentes
com respeito à habilidade de decidir e entender as informações sobre
tratamento.
O direito do adolescente e do jovem à privacidade e à confidencialidade não
é considerado como um direito absoluto, mas sim uma obrigação em primeiro
plano, quando um dever maior se sobrepõe a um outro, constituindo-se em um
novo dever. Há algumas situações específicas nas quais é possível a quebra
do segredo profissional, como o consentimento da pessoa, dever legal ou
existência de uma "justa causa".
O segredo pode ser rompido quando a falta da revelação da informação
possa prejudicar a coletividade, por exemplo, no caso de propagação de
determinadas moléstias que as autoridades consideram como de notificação
compulsória. No Brasil, o Código Penal, em seu art. 269, obriga os profissionais
da saúde à revelação de moléstias compulsórias, sob pena de cometimento de
delito penal. Os administradores e demais profissionais de estabelecimentos de
saúde devem atender às diversas normas sanitárias de alcance nacional,
estadual (como os Códigos Sanitários) e municipal, comunicando as
autoridades competentes. Esta medida se baseia numa lógica utilitarista, na
qual o princípio de preservação do segredo individual é subjugado em benefício
de um maior número de pessoas. O indivíduo parece não ter benefício pessoal,
mas a coletividade, potencialmente, sim.
É também obrigação legal dos profissionais da saúde, estabelecida no
Estatuto da Criança e do Adolescente, comunicar aos Conselhos Tutelares da
localidade, os casos confirmados ou suspeitos de abuso ou "maus tratos" ( Lei
Federal n.8.069, arts 13 e 245).
Outra exceção à preservação das informações é denominada, legal e
eticamente, de "justa causa". São situações em que, existindo colisão de
interesses e de direitos, um deles, como o direito à privacidade e à
confidencialidade, deve ser sacrificado em benefício de outro direito, como a
vida ou a saúde de pessoas identificáveis. Portanto, é justificável a quebra do
segredo profissional quando a não revelação da informação pode pôr em risco
a vida de outra pessoa identificável.
Suicídio

No Brasil, a tentativa não é um ato criminoso. As normas do Código Penal


Brasileiro somente sancionam a instigação, o auxílio e o induzimento ao
suicídio. Não há punição aquele que por ato de desespero atenta contra a
própria vida.

Aborto

No Brasil constitui um ato criminoso, mas o Supremo Tribunal Federal


considera que mesmo nos abortos provocados o principio da privacidade das
informações e da confidencialidade deve ser priorizada pelos profissionais de
saúde na medida em que a revelação possa prejudicar o paciente.

HIV-AIDS

A AIDS trouxe um desafio ao princípio da confidencialidade, na medida em


que um valor mais alto, no caso a vida das pessoas que têm contato direto com
o paciente, surge na discussão. Na prática, estamos obrigados tanto
moralmente como legalmente a informarmos ao cônjuge/companheiro do nosso
paciente a sua situação de doença. É igualmente obrigatório a notificação da
doença às autoridades de saúde. Obviamente, a quebra da confidencialidade
seria imediata.

Pesquisa

A realização de um projeto de pesquisa envolve aspectos de


confidencialidade e privacidade em todas as suas etapas. Desde o
planejamento até a divulgação, o pesquisador e todas as demais pessoas que
vierem a se envolver têm o compromisso de resguardar as informações, ou
seja, de impedir que as mesmas sejam utilizadas de forma inadequada.

Considerações Finais

Diante do exposto chega-se à conclusão que a manutenção da privacidade,


da confidencialidade e da autonomia dos pacientes no âmbito da saúde sob a
óptica da bioética é direito moral do paciente, e quando respeitada, encoraja a
procura pelo serviço e, caso contrário, desestimula e afasta as pessoas,
podendo acarretar danos à saúde.
Referências

OGUISSO, Taka; ZOBOLI, Elma Lourdes Campos Pavone. Ética e Bioética:


Desafios para Enfermagem e a Saúde. 1 ed. São Paulo: Manole, 2006.

FORTES, Paulo Antônio de Carvalho; SACARDO, Daniele Pompei. Ética na


assistência à saúde do adolescente e do jovem. Cadernos juventude, saúde e
desenvolvimento. Brasília, Brasil. Ministério da Saúde, ago. 1999. p.147-61.
Disponível em:
<http://www.adolec.br/bvs/adolec/P/cadernos/capitulo/cap15/cap15.htm >.
Acesso em: 03 set. 2009.

PUPULIM, Jussara Simone Lenzi; SAWADA, Namie Okino. O Cuidado de


Enfermagem e a Invasão da Privacidade do doente: uma questão ético -
moral. Rev. Latino-am Enfermagem 2002 maio-junho; 10(3): 433-8. Disponível
em: < http://www.scielo.br/pdf/rlae/v10n3/13353.pdf >. Acesso em: 04 set.
2009.

SAITO, Maria Ignez; LEAL, Marta Miranda; SILVA, Luiz Eduardo Vargas da. A
confidencialidade no atendimento à saúde de adolescentes: princípios
éticos. Pediatria (São Paulo), 21(2): 112-116. 1999. Disponível em: <
http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/412.pdf >. Acesso em: 03 set.
2009.

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