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Direitos da criança e do adolescente.

Os direitos fundamentais da
criança: saúde, proteção, educação, lazer e esporte. (VOCÊ RECEBEU
UMA PASTA SOBRE O ECA – VEJA NA IMAGEM ABAIXO AS AULAS QUE
LHE AJUDARÃO PARA CONCURSO)
1.COMO ESTUDAR O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE?...............................................................................05

2.TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES.......................................................................................................................... 05

3.TÍTULO II - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ...................................................................................................................... 05


Do Direito à Vida e à Saúde ...................................................................................................................................................................................05
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade .............................................................................................................................................. 07
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária ............................................................................................................................................... 08
Da Família Natural .................................................................................................................................................................................................09
Da Família Substituta ............................................................................................................................................................................................. 10
Da Guarda .............................................................................................................................................................................................................. 10
Da Tutela ................................................................................................................................................................................................................. 11
Da Adoção .............................................................................................................................................................................................................. 11
Adoção Internacional ............................................................................................................................................................................................. 13
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer ..................................................................................................................................... 15
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho .................................................................................................................................... 16

4.TÍTULO III - DA PREVENÇÃO ...........................................................................................................................................................16


Dos Produtos E Serviços ......................................................................................................................................................................................... 17
Da Autorização para Viajar .................................................................................................................................................................................... 17

5.TÍTULO IV - DA PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL .................................................................................................................... 17


Dos Direitos Individuais ......................................................................................................................................................................................... 17
Das Garantias Processuais ..................................................................................................................................................................................... 17
Das Medidas Sócio-Educativas............................................................................................................................................................................... 18
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável .............................................................................................................................................. 19

6.TÍTULO V - DO CONSELHO TUTELAR ..........................................................................................................................................19


Das Disposições Gerais........................................................................................................................................................................................... 19
Das Atribuições do Conselho................................................................................................................................................................................. 20
Questões Gabaritadas ............................................................................................................................................................................................ 20
03
SUMÁRIO

04
CAPÍTULO 01 - Como Estudar o Estatuto da Criança e do Adolescente?
CAPÍTULO 02 - Título I - Das Disposições Preliminares CAPÍTULO 03 - Título II - Dos Direitos Fundamentais

1. COMO ESTUDAR O gências do bem comum, os direitos e deveres individuais e


coletivos, e a condição peculiar da criança e do adoles-
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO cente como pessoas em desenvolvimento.
ADOLESCENTE? Mas quem são crianças e quem são adolescentes?
O ECA conceitua de forma objetiva quem é quem:
Na maioria das vezes, a cobrança em provas de le-
gislação limita-se ao texto de lei e suas interpretações.
Pensando nisso, ao escrevermos o presente material, Até 12 anos
contemplamos de forma compilada, os pontos mais im- CRIANÇA
portantes do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA incompletos
- Lei nº8069, de 13 de julho de 1990, sem, contudo, limi-
ta-lo ao texto de lei. Desse modo, comentaremos os prin-
cípios e artigos nele contidos com maior probabilidade
ADOLESCENTE Entre 12 e 18 anos
de serem cobrados em eventuais questões na sua prova.
Abrangeremos, de modo aprofundado, os aspectos
mais relevantes de cada tópico do conteúdo exigido, evi-
tando-se, porém, discussões doutrinárias desnecessárias. Essa é a regra, porém, em casos especiais, o ECA po-
O conhecimento sobre as Normas Básicas do ECA derá ser aplicado a pessoas entre 18 a 21 anos de idade.
está diretamente relacionado com a práxis do Agente de
Segurança Pública e por isso aparece no edital e estará
presente na prova em forma de questões. CASOS
A presente disciplina contempla os seguintes tópicos ESPECIAIS Entre 18 e 21 anos
do seu edital:

Parte Geral:
• Título I Das Disposições Preliminares. A diferenciação entre criança e adolescente é impor-
• Título II Dos Direitos Fundamentais: Do Di- tante quando se trata da aplicação de medidas de prote-
reito à Vida e à Saúde. Do Direito à Liberdade, ao ção pela prática de um ato infracional.
Respeito e à Dignidade. Do Direito à Convivência Além das medidas “cautelares” prevê também o ECA
Familiar e Comunitária. Do Direito à Educação, à que as pessoas por ele tutelados (crianças e adolescen-
Cultura, ao Esporte e ao Lazer. Do Direito à Profis- tes) tem todos os direitos fundamentais como sistema de 05

sionalização e à Proteção no Trabalho. isonomia transformando a criança e adolescente em su-


jeito de direitos.
• Título III Da Prevenção: Dos Produtos e Ser-
viços. Da Autorização para Viajar.
3. TÍTULO II - DOS DIREITOS
Parte Especial:
FUNDAMENTAIS
• Título III Da Prática de Ato Infracional: Dos
Direitos Individuais. Das garantias processuais. Do Direito à Vida e à Saúde
Das Medidas Sócio-educativas.
• Título IV Das Medidas Pertinentes aos Pais O Estado, em todas as suas esferas (federal, estadual e
ou Responsável. municipal), tem o dever de fomentar políticas públicas
• Título V Do Conselho Tutelar: Disposições voltadas à proteção integral da saúde de crianças e ado-
Gerais. Das Atribuições do Conselho. lescentes, em regime da mais absoluta prioridade.
Para tanto, devem ser destinados percentuais mí-
nimos em política social básica de saúde com foco na
criança e adolescente. Não é possível respeitar direitos
2. TÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES fundamentais sem destinação mínima. Tais recursos de-
PRELIMINARES vem ser aplicados à luz do princípio da máxima eficiên-
cia. É nesse sentido o ECA:
O título I do ECA”, contido nos arts. 1º a 6º, aborda
as regras e princípios que irão nortear as demais Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção
à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
disposições estatutárias, devendo estas serem invaria- públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
velmente interpretadas e aplicadas visando a proteção sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
integral em benefício das crianças e adolescentes.
A proteção integral indica que nada deve faltar à A proteção da criança e adolescente vai além do seu
criança e o adolescente em todas suas necessidades es- nascimento, é resguardado desde a sua concepção:
senciais.
Na interpretação dos dispositivos do ECA, levar-se-ão Art.8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos
em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exi- programas e às políticas de saúde da mulher e de planeja-
mento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, aten-
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

ção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e aten- tiva de liberdade.


dimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do
Sistema Único de Saúde.
A CLT prevê que os estabelecimentos em que traba-
lharem pelo menos 30 mulheres com mais de 16 anos de
§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por pro- idade, deverão ter local apropriado onde seja permitido às
fissionais da atenção primária. empregadas guardar sob vigilância os seus filhos no
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da ges- período de amamentação.
tante garantirão sua vinculação, no último trimestre da Visando o crescimento sadio como direito de todos os
gestação, ao estabelecimento em que será realizado o menores, as presidiárias tem direito a amamentar. O
parto, garantido o direito de opção da mulher. caráter tutelar do ECA garante os direitos da criança que
§ 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado não podem ser suprimidos pela situação em que se
assegurarão às mulheres e aos seus filhos recém-nas- encontra sua genitora, como consequência da proteção
cidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na integral aos mesmos.
atenção primária, bem como o acesso a outros serviços e Além disso o ECA, visando tutelar o recém nascido,
a grupos de apoio à amamentação. § 5o A assistência re- trouxe um série de regras aos estabelecimentos de saú-
ferida no § 4o deste artigo deverá ser prestada também a de que atendem gestantes:
gestantes e mães que manifestem interesse em entregar § 1o Os profissionais das unidades primárias de
seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães
saúde desenvolverão ações sistemáticas, individuais ou
que se encontrem em situação de privação de liberdade.
coletivas, visando ao planejamento, à implementação e
§ 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um)
à avaliação de ações de promoção, proteção e apoio ao
acompanhante de sua preferência durante o período do aleitamento materno e à alimentação complementar
pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. saudável, de forma contínua.
§ 7o A gestante deverá receber orientação sobre alei- § 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva
tamento materno, alimentação complementar saudável e neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou
crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre unidade de coleta de leite humano
formas de favorecer a criação de vínculos afetivos e de
estimular o desenvolvimento integral da criança. Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de aten-
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento sau- ção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obri-
dável durante toda a gestação e a parto natural cuidado- gados a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
so, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras
prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
06 intervenções cirúrgicas por motivos médicos. II - identificar o recém-nascido mediante o registro de
sua impressão plantar e digital e da impressão digital da
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela auto-
gestante que não iniciar ou que abandonar as consul- ridade administrativa competente;
tas de pré-natal, bem como da puérpera que não compa- III - proceder a exames visando ao diagnóstico e tera-
recer às consultas pós-parto. pêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nasci-
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante do, bem como prestar orientação aos pais;
e à mulher com filho na primeira infância que se encon- IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
necessariamente as intercorrências do parto e do desenvol-
trem sob custódia em unidade de privação de liberdade, vimento do neonato;
ambiência que atenda às normas sanitárias e assisten- V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neo-
ciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do nato a permanência junto à mãe.
filho, em articulação com o sistema de ensino competen-
te, visando ao desenvolvimento integral da criança.” É assegurado atendimento integral à saúde da crian-
No estado do Paraná, a Lei Estadual nº 14.523/2004 ça e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de
assegura à gestante o direito de realização de exames Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às
de detecção do HIV durante o pré-natal e/ou parto, bem ações e serviços para promoção, proteção e recuperação
como, em sendo positivada a enfermidade, o direito a da saúde.
acompanhamento especializado. A referida lei também O acesso universal não derroga a necessidade de
assegura a crianças recém-nascidas, de mães portado- metodologia própria para o enfrentamento das diversas
ras de HIV, direito à assistência adequada que inclua: demandas e situações peculiares que estão sujeitos os
investigação diagnóstica e monitoramento para HIV até recém-nascidos.
o segundo ano de vida; garantia de fornecimento de fór-
mula infantil para alimentação até o sexto mês de vida, • A criança e o adolescente portadores de de-
bem como o uso correto de terapêutica anti-retroviral ficiência receberão atendimento especializado.
conforme indicação médica. • Incumbe ao poder público fornecer gratui-
O aleitamento materno, cujos benefícios para as tamente àqueles que necessitarem os medica-
crianças, ao menos até o sexto mês de vida, dispensam mentos, próteses e outros recursos relativos ao
comentários, deve ser estimulado, através de campanhas de tratamento, habilitação ou reabilitação.
orientação:
Os estabelecimentos que atendam as gestantes de-
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregado- verão proporcionar condições para a permanência em
res propiciarão condições adequadas ao aleitamento mater-
no, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida priva-
tempo integral de um dos pais ou responsável, nos
CAPÍTULO 03 - Título II - Dos Direitos Fundamentais

casos de internação de criança ou adolescente. Os pais odontológica para a prevenção das enfermidades que or-
ou responsável poderão fiscalizar o atendimento que dinariamente afetam a população infantil, e campanhas
está sendo dispensado ao seu filho e esse por sua vez se de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
sentirá seguro facilitando sua recuperação. Ainda, é obrigatória a vacinação das crianças nos ca-
“Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de sos recomendados pelas autoridades sanitárias, cabendo
cuidado voltadas à saúde da criança e do adolescente, aos pais o dever de levar os menores a um posto de saú-
por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o de próximo de sua residência.
princípio da equidade no acesso a ações e serviços para Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá pro-
promoção, proteção e recuperação da saúde. gramas de assistência médica e odontológica para a pre-
§ 1o A criança e o adolescente com deficiência serão venção das enfermidades que ordinariamente afetam a
atendidos, sem discriminação ou segregação, em suas população infantil, e campanhas de educação sanitária
necessidades gerais de saúde e específicas de habilita- para pais, educadores e alunos.
ção e reabilitação. § 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuita- recomendados pelas autoridades sanitárias. (Renu-
mente, àqueles que necessitarem, medicamentos, órte- merado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)
ses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao § 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à
tratamento, habilitação ou reabilitação para crianças e saúde bucal das crianças e das gestantes, de forma
adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado volta- transversal, integral e intersetorial com as demais linhas
das às suas necessidades específicas. de cuidado direcionadas à mulher e à criança. (In-
§ 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário cluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
ou frequente de crianças na primeira infância recebe- § 3o A atenção odontológica à criança terá função
rão formação específica e permanente para a detecção educativa protetiva e será prestada, inicialmente, antes de
de sinais de risco para o desenvolvimento psíquico, bem o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e,
como para o acompanhamento que se fizer necessário.” posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de
“Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saú- vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído
de, inclusive as unidades neonatais, de terapia intensiva pela Lei nº 13.257, de 2016)
e de cuidados intermediários, deverão proporcionar con- § 4o A criança com necessidade de cuidados odon-
dições para a permanência em tempo integral de um dos tológicos especiais será atendida pelo Sistema Único de
pais ou responsável, nos casos de internação de criança Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
ou adolescente.”
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de 07
castigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à
maus-tratos contra criança ou adolescente serão obri-
gatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar Dignidade
da respectiva localidade, sem prejuízo de outras provi-
dências legais. § 1o As gestantes ou mães que manifes- A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao
tem interesse em entregar seus filhos para adoção serão respeito e à dignidade como pessoas humanas em pro-
obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à cesso de desenvolvimento e como sujeitos de direitos ci-
Justiça da Infância e da Juventude. vis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas
§ 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas leis.
de entrada, os serviços de assistência social em seu com- O princípio da dignidade da pessoa humana é univer-
ponente especializado, o Centro de Referência Especia- salmente consagrado, sendo inerente a todo ser humano,
lizado de Assistência Social (Creas) e os demais órgãos independentemente da idade, sexo, cor, raça, etnia.
do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Ado- No art. 16 podemos encontrar expresso o direito à li-
lescente deverão conferir máxima prioridade ao atendi- berdade, que compreende os seguintes aspectos:
mento das crianças na faixa etária da primeira infância
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
com suspeita ou confirmação de violência de qualquer aspectos:
natureza, formulando projeto terapêutico singular que I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços co-
inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanha- munitários, ressalvadas as restrições legais;
mento domiciliar.” II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
Não incumbe ao Conselho Tutelar a investigação cri- IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
minal acerca da efetiva ocorrência de maus-tratos. A V - participar da vida familiar e comunitária, sem dis-
notícia deve ser encaminhada ao Ministério Público que criminação;
decidirá ou não pela propositura de ação judicial. VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
A necessidade de encaminhamento da mãe à Justiça
tem o objetivo de coibir práticas ilegais, abusivas e mes-
mo criminosas como a “adoção à brasileira” e a entrega de
O art. 17 trata do direito ao respeito que consiste em
filho com vista à adoção mediante paga ou promessa de
três pilares:
recompensa.
Além dos programas de assistência médica o Siste-
ma Único de Saúde promoverá programas de assistência
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

a. humilhe; ou
b. ameace gravemente; ou
c. ridicularize
Os pais, os integrantes da família ampliada, os res-
Inviolabilidade da ponsáveis, os agentes públicos executores de medidas
Integridade Física socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cui-
dar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou
protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento
cruel ou degradante como formas de correção, discipli-
DIREITO AO Inviolabilidade na, educação ou qualquer outro pretexto estarão sujei-
RESPEITO Psíquica tos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes
medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade
do caso:

Integridade Moral I. encaminhamento a programa oficial ou co-


munitário de proteção à família;
II. encaminhamento a tratamento psicológico
ou psiquiátrico;)
Esses valores abrangem a preservação da imagem,
III. encaminhamento a cursos ou programas
da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e cren-
de orientação;
ças, dos espaços e objetos pessoais.
IV. obrigação de encaminhar a criança a trata-
É dever de todos velar pela dignidade da criança e
mento especializado;
do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamen-
V. advertência.
to desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou cons-
trangedor.
As medidas serão aplicadas pelo Conselho Tutelar,
Todo cidadão tem o dever de agir em sua defesa,
sem prejuízo de outras providências legais.
diante de qualquer ameaça ou violação. A inércia, em
tais casos, pode mesmo levar à responsabilização daque-
le que se omitiu.
O direito à imagem reveste-se de duplo conteúdo: mo- Do Direito à Convivência Familiar e
08 ral, porque direito de personalidade; patrimonial, porque Comunitária
assentado no princípio segundo o qual a ninguém é lícito
locupletar-se à custa alheia. Trata-se de um dos direitos fundamentais a serem
Em se tratando de direito à imagem, a obrigação da assegurados a todas as crianças e adolescentes com a
reparação decorre do próprio uso indevido do direito mais absoluta prioridade, tendo a lei criado mecanismos
personalíssimo, não havendo de cogitar-se da prova da para, de um lado (e de forma preferencial), permitir a
existência de prejuízo ou dano, nem a consequência do manutenção e o fortalecimento dos vínculos com a famí-
uso, se ofensivo ou não. Independe de prova do prejuízo lia natural (ou de origem) e, de outro, quando por qual-
a indenização pela publicação não autorizada de ima- quer razão isto não for possível, proporcionar a inserção
gem de pessoa com fins econômicos ou comerciais. em família substituta de forma criteriosa e responsável,
A criança e o adolescente têm o direito de ser edu- procurando evitar os efeitos deletérios tanto da chamada
cados e cuidados sem o uso de castigo físico ou “institucionalização” quanto de uma colocação familiar
de tratamento cruel ou degradante, como formas precipitada, desnecessária e/ou inadequada.
de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pre- Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e
texto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em
pelos responsáveis, pelos agentes públicos executores de família substituta, assegurada a convivência familiar e
medidas socioeducativas ou por qualquer pessoa encar- comunitária, em ambiente livre da presença de pesso-
regada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê- as dependentes de substâncias entorpecentes.
-los. O menor colocado em programa de acolhimento fa-
Para os fins do ECA, considera-se: miliar ou institucional terá o direito:
I. castigo físico: ação de natureza discipli-
nar ou punitiva aplicada com o uso da força física “Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado
e educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em
sobre a criança ou o adolescente que resulte em:
família substituta, assegurada a convivência familiar e co-
munitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento
a. sofrimento físico; ou integral.
b. lesão; § 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido
em programa de acolhimento familiar ou institucional terá
sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses,
II. tratamento cruel ou degradante: con- devendo a autoridade judiciária competente, com base em
duta ou forma cruel de tratamento em relação à relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidis-
criança ou ao adolescente que: ciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade
de reintegração familiar ou colocação em família substituta,
em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei.
CAPÍTULO 03 - Título II - Dos Direitos Fundamentais

§ 2º A permanência da criança e do adolescente em pro-


grama de acolhimento institucional não se prolongará por Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no in-
atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamenta- teresse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
da pela autoridade judiciária. determinações judiciais.
§ 3º A manutenção ou a reintegração de criança ou ado- Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm
lescente à sua família terá preferência em relação a qual- direitos iguais e deveres e responsabilidades compartilha-
quer outra providência, caso em que será esta incluída em dos no cuidado e na educação da criança, devendo ser res-
serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos guardado o direito de transmissão familiar de suas crenças
termos do § 1o do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. e culturas, assegurados os direitos da criança estabelecidos
101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei nesta Lei
§ 4º Será garantida a convivência da criança e do ado- Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não
lescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do
de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas poder familiar.
hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade res- § 1o Não existindo outro motivo que por si só autori-
ponsável, independentemente de autorização judicial”. ze a decretação da medida, a criança ou o adolescente será
mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigato-
Cuidado para não confundir os prazos de reavaliação e riamente ser incluída em serviços e programas oficiais de
proteção, apoio e promoção
período de acolhimento: § 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não im-
plicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de
condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão,
REAVALIAÇÃO A cada6 meses contra o próprio filho ou filha.

Da Família Natural
ACOLHIMENTO Até 2 anos
O conceito de família não mais se reporta à neces-
sidade de um casamento para estabelecer seu vínculo,
Entende-se por família natural a comunidade formada
pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
Entende-se por família extensa ou ampliada
aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou
Prorrogado por da unidade do casal, formada por parentes próximos com
interesse superior os quais a criança ou adolescente convive e mantém 09
vínculos de afinidade e afetividade.

Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamen-


Pai/ Mãe
to, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas
à filiação.

O ECA repete a disposição constitucional e tem como Pai/ Mãe


objetivo eliminar o azedume de filhos tidos no passado
como ilegítimos ou bastardos.
Filhos
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de
condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispuser a
legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em Filhos
caso de discordância, recorrer à autoridade judiciária com-
petente para a solução da divergência.
Parentes
Venosa (2013:301) leciona que “visto sob o prisma do
menor, o pátrio poder ou poder familiar encerra, sem
dúvida, um conteúdo de honra e respeito, sem traduzir FAMÍLIA
modernamente simples ou franca subordinação. Do pon- NATURAL
to de vista dos pais, o poder familiar contém muito mais do FAMÍLIA
que singela regra moral trazida ao Direito: o poder AMPLIADA
paternal, termo que também se adapta a ambos os pais,
enfeixa um conjunto de deveres com relação aos filhos
que muito se acentuam quando a doutrina conceitua o Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão
instituto como um pátrio dever”. ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente,
A perda e a suspensão do poder familiar serão de- no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
escritura ou outro documento público, qualquer que seja a
cretadas judicialmente, em procedimento contraditório,
origem da filiação.
nos casos previstos na legislação civil, bem como na hi- Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o
pótese de descumprimento injustificado dos deveres e nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar
obrigações: descendentes.
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito III. a intervenção e oitiva de representantes do
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser órgão federal responsável pela política indigenis-
exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
restrição, observado o segredo de Justiça. ta, no caso de crianças e adolescentes indígenas,
e de antropólogos, perante a equipe interprofis-
O reconhecimento dos filhos havidos fora do casa- sional ou multidisciplinar que irá acompanhar o
mento é irrevogável e pode ser feito a qualquer tempo, ou caso.
seja, antes ou depois de sua morte e nas formas do art.
1.609 do Código Civil, no registro do nascimento, por Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável pres-
escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado tará compromisso de bem e fielmente desempenhar o
em cartório, por testamento, ainda que incidentalmente encargo, mediante termo nos autos.
manifestado e por manifestação direta e expressa pe- O ambiente familiar é de suma importância para boa
rante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o formação do menor. É nesse ambiente que a criança e
objeto único e principal do ato que o contém. o adolescente vão moldar sua personalidade e tornar-
-se aptos para o convívio social. Para que isso ocorra
não se deferirá colocação em família substituta a pessoa
Da Família Substituta que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com
a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar
A colocação em família substituta far-se-á mediante
adequado.
guarda, tutela ou adoção, independentemente da si-
Uma decisão judicial colocará o menor em determi-
tuação jurídica da criança ou adolescente.
nada família substituta e somente outra decisão judicial
Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
poderá tirá-lo dessa família. Assim, a colocação em fa-
previamente ouvido por equipe interprofissional,
mília substituta não admitirá transferência da criança ou
respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de
adolescente a terceiros ou a entidades governamentais
compreensão sobre as implicações da medida, e terá sua
ou não-governamentais, sem autorização judicial.
opinião devidamente considerada.
• Tratando-se de maior de 12 anos de idade,
será necessário seu consentimento, colhido em Importante: A colocação em fa-
audiência. mília substituta estrangeira constitui me-
• Na apreciação do pedido levar-se-á em con-
dida excepcional, somente admissível na
ta o grau de parentesco e a relação de afinidade
ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as modalidade de adoção.
10
consequências decorrentes da medida.
• Os grupos de irmãos serão colocados sob
adoção, tutela ou guarda da mesma família subs- Da Guarda
tituta, ressalvada a comprovada existência de ris-
co de abuso ou outra situação que justifique ple- Confere à criança ou adolescente a condição de de-
namente a excepcionalidade de solução diversa, pendente, para todos os fins e efeitos de direito, inclu-
procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompi- sive previdenciários. Obriga à prestação de assistência
mento definitivo dos vínculos fraternais. material, moral e educacional à criança ou adolescente,
• A colocação da criança ou adolescente em conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros,
família substituta será precedida de sua prepa- inclusive aos pais. Pode ser deferida nos procedimentos
ração gradativa e acompanhamento posterior, de Tutela e adoção.
realizados pela equipe interprofissional a serviço
da Justiça da Infância e da Juventude, preferen- Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência ma-
terial, moral e educacional à criança ou adolescente, confe-
cialmente com o apoio dos técnicos responsáveis
rindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclu-
pela execução da política municipal de garantia sive aos pais.
do direito à convivência familiar. § 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos pro-
cedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por es-
Em se tratando de criança ou adolescente indí- trangeiros.
gena ou proveniente de comunidade remanescente de § 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos
quilombo, é ainda obrigatório: casos de tutela e adoção, para atender a situações peculiares
ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo
ser deferido o direito de representação para a prática de atos
I. que sejam consideradas e respeitadas sua determinados.
identidade social e cultural, os seus costumes e § 3º A guarda confere à criança ou adolescente a con-
tradições, bem como suas instituições, desde que dição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,
não sejam incompatíveis com os direitos funda- inclusive previdenciários.
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em
mentais reconhecidos por esta Lei e pela Consti- contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando
tuição Federal; a medida for aplicada em preparação para adoção, o de-
II. que a colocação familiar ocorra priorita- ferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros
riamente no seio de sua comunidade ou junto a não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, as-
sim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de
membros da mesma etnia; regulamentação específica, a pedido do interessado ou do
CAPÍTULO 03 - Título II - Dos Direitos Fundamentais

Ministério Público. do, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da


sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle judi-
cial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a
Para estimular que a criança e o adolescente seja in- 170 desta Lei.
serida em uma família substituta e não tenha que ser Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão ob-
levada para uma instituição de menores o Poder Público servados os requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei,
está obrigado por lei a conceder incentivos fiscais e sub- somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na dispo-
sição de última vontade, se restar comprovado que a medida é
sídios à família candidata a acolhe-lo.
vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em
melhores condições de assumi-la.
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assis-
tência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento,
sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do A destituição da tutela será decretada quando o tutor
convívio familiar. for negligente, prevaricador ou incurso em incapacida-
§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em programas de de, ou quando deixar de cumprir injustificadamente os
acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento
institucional, observado, em qualquer caso, o caráter tempo-
deveres de prestar total assistência ao menor
rário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.
§ 2º Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal Da Adoção
cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá re-
ceber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o
disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual
se deve recorrer apenas quando esgotados os recursos
§ 3o A União apoiará a implementação de serviços de manutenção da criança ou adolescente na família na-
de acolhimento em família acolhedora como política pú- tural ou extensa. Não pode ser feita por procuração,
blica, os quais deverão dispor de equipe que organize o Clóvis Beviláqua entende que “adoção é o ato pelo
acolhimento temporário de crianças e de adolescentes qual alguém aceita um estranho na qualidade de fi-
em residências de famílias selecionadas, capacitadas e lho”(Beviláqua, C. Direito de Família, p. 473).
acompanhadas que não estejam no cadastro de adoção. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, estadu- anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou
ais, distritais e municipais para a manutenção dos servi- tutela dos adotantes,
ços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se A adoção atribuiu a condição de filho ao adotado,
o repasse de recursos para a própria família acolhedora.” com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,
E a guarda é em caráter definitivo e irrevogável? desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes,
NÃO! A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, salvo os impedimentos matrimoniais.
11
mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério Podem adotar os maiores de 18 anos, independen-
Público. temente do estado civil.

§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do


Da Tutela adotando.
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os ado-
O objetivo precípuo da tutela é o de conferir poderes tantes sejam casados civilmente ou mantenham união está-
vel, comprovada a estabilidade da família.
necessários a um representante legal à criança ou ado-
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos
lescente para que possa protege-lo. mais velho do que o adotando.
A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pes- § 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-
soa de até 18 anos incompletos. O deferimento da -companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que
tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou sus- o estágio de convivência tenha sido iniciado na constância
pensão do poder familiar e implica necessariamente o do período de convivência e que seja comprovada a existên-
dever de guarda. cia de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não
detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da
Art. 37. A especialização de hipoteca legal será dispen- concessão.
sada, sempre que o tutelado não possuir bens ou rendimen- § 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demons-
tos ou por qualquer outro motivo relevante. trado efetivo benefício ao adotando, será assegurada a guar-
Parágrafo único. A especialização de hipoteca legal será da compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei no
também dispensada se os bens, porventura existentes em 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil.
nome do tutelado, constarem de instrumento público, devi- § 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após
damente registrado no registro de imóveis, ou se os rendi- inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso do
mentos forem suficientes apenas para a mantença do tutela- procedimento, antes de prolatada a sentença.
do, não havendo sobra significativa ou provável.
Em regra, a adoção será deferida quando apresentar
Os pais podem nomear em conjunto um tutor ao filho reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
menor e fazer essa nomeação constar de um documen- legítimos e dependerá do consentimento dos pais ou do
to idôneo como um testamento ou qualquer outro docu- representante legal do adotando, salvo nos casos cujos
mento autêntico, essa é a dicção do art. 1.729, parágrafo pais sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos
único do Código Civil. do poder familiar. Em se tratando de adotando maior de
doze anos de idade, será também necessário o seu con-
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer sentimento.
documento autêntico, conforme previsto no parágrafo único
No caso de tutor ou curador, se houver interesse em
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

adotar seu pupilo ou curatelado, terá que primeiro pres- óbito.


tar contas do seu exercício como tutor ou curador, saldar • O processo relativo à adoção assim como
eventuais débitos do patrimônio do mesmo, a fim de que outros a ele relacionados serão mantidos em ar-
possa adota-los. Intenciona a lei que os objetivos da ado- quivo, admitindo-se seu armazenamento em mi-
ção não sejam desvirtuados pela ganância do homem. crofilme ou por outros meios, garantida a sua con-
servação para consulta a qualquer tempo.
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do • Terão prioridade de tramitação os processos
representante legal do adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à
de adoção em que o adotando for criança ou ado-
criança ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou lescente com deficiência ou com doença crônica
tenham sido destituídos do poder familiar.
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de O adotado tem direito de conhecer sua origem bioló-
idade, será também necessário o seu consentimento.
gica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo no
qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes,
O consentimento dos pais ou do representante legal
após completar 18 anos. O acesso ao processo de ado-
do menor como tutor ou curador é condição de deferi-
ção poderá ser também deferido ao adotado menor de 18
mento da adoção, exceto se os pais da criança e do ado-
anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência
lescente forem desconhecidos ou tenham sido destitu-
jurídica e psicológica.
ídos do poder familiar. O consentimento será expresso,
O art. 39, § 1° do ECA estabelece o princípio da irre-
colhido em audiência e perante a autoridade judiciária.
vogabilidade da adoção, no qual o vínculo jurídico com
Antes da concretização da adoção é necessário o es-
a família biológica não será restabelecido em qualquer
tágio de convivência com a criança ou adolescente, pelo
circunstância nem mesmo com a morte dos pais adotivos
prazo que a autoridade judiciária fixar.
do adotado. Assim, se não mais existe laços familiares
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o
com os pais naturais cessará o poder familiar ante aos
adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotan- mesmos, que não pode ser recobrado com a morte dos
te durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a pais adotivos.
conveniência da constituição do vínculo. Os interessados em adotar deverão preencher requi-
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a
dispensa da realização do estágio de convivência.
sitos objetivos e subjetivos presentes na lei como os que
§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou constam nos arts. 165 e 174-A do ECA. Cumpridos tais
domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido requisitos serão submetidos a entrevistas pela equipe
no território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias. interprofissional dos órgãos técnicos do juizado com a
12 § 4o O estágio de convivência será acompanhado pela apreciação pelo Ministério Público. Entre os requisitos
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos res- legais a preencher são os que estão no art. 29, não podem
ponsáveis pela execução da política de garantia do direito à apresentar incompatibilidade com a natureza da medi-
convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso da, ou seja, tem que gostar de conviver com crianças e
acerca da conveniência do deferimento da medida.
ter um ambiente adequado para acolhimento do menor.
Serão questionados quanto a seu passado, anseios quan-
O vínculo da adoção constitui-se por sentença judi- to ao futuro e a afinidade envolvendo outros membros
cial, que será inscrita no registro civil mediante manda- da família.
do do qual não se fornecerá certidão. Além disso, os candidatos a adotar, serão preparados
por um grupo de apoio à adoção, que realizam palestras,
• A inscrição consignará o nome dos adotan- trocam experiências com outros casais que já adotaram e
tes como pais, bem como o nome de seus ascen- sugerem leituras relacionadas à adoção, a fim de os
dentes. preparar ao que está envolvido em colocar uma criança na
• O mandado judicial, que será arquivado, família substituta.
cancelará o registro original do adotado.
• A pedido do adotante, o novo registro po- Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada co-
derá ser lavrado no Cartório do Registro Civil do marca ou foro regional, um registro de crianças e adoles-
Município de sua residência. centes em condições de serem adotados e outro de pessoas
interessadas na adoção.
• Nenhuma observação sobre a origem do ato § 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
poderá constar nas certidões do registro. consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério
• A sentença conferirá ao adotado o nome do Público.
adotante e, a pedido de qualquer deles, poderá § 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não
satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das hi-
determinar a modificação do prenome. póteses previstas no art. 29.
• Caso a modificação de prenome seja reque- § 3º A inscrição de postulantes à adoção será precedida
rida pelo adotante, é obrigatória a oitiva do ado- de um período de preparação psicossocial e jurídica, orienta-
tando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. do pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
28 desta Lei. execução da política municipal de garantia do direito à con-
• A adoção produz seus efeitos a partir do vivência familiar.
trânsito em julgado da sentença constitutiva, ex- § 4º Sempre que possível e recomendável, a preparação
ceto na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças
e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em
Lei, caso em que terá força retroativa à data do condições de serem adotados, a ser realizado sob a orienta-
CAPÍTULO 03 - Título II - Dos Direitos Fundamentais

ção, supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da 50 desta Lei;


Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsá- III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este
veis pelo programa de acolhimento e pela execução da polí- foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de de-
tica municipal de garantia do direito à convivência familiar. senvolvimento, e que se encontra preparado para a medida,
§ 5º Serão criados e implementados cadastros estaduais mediante parecer elaborado por equipe interprofissional,
e nacional de crianças e adolescentes em condições de se- observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
rem adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção. Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na
§ 6º Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais qual a pessoa ou casal postulante é residente ou domicilia-
residentes fora do País, que somente serão consultados na do fora do Brasil, conforme previsto no Artigo 2 da Conven-
inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadas- ção de Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das
tros mencionados no § 5odeste artigo. Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacio-
§ 7º As autoridades estaduais e federais em matéria de nal, aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14 de janeiro de
adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes 1999, e promulgada pelo
a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria § 1º A adoção internacional de criança ou adolescente
do sistema. brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quan-
§ 8º A autoridade judiciária providenciará, no prazo de do restar comprovado:
48 (quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e ado- I - que a colocação em família substituta é a solução
lescentes em condições de serem adotados que não tiveram adequada ao caso concreto;
colocação familiar na comarca de origem, e das pessoas ou II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
casais que tiveram deferida sua habilitação à adoção nos ca- colocação da criança ou adolescente em família substituta
dastros estadual e nacional referidos no § 5o deste artigo, sob brasileira, após consulta aos cadastros mencionados no art.
pena de responsabilidade. 50 desta Lei;
§ 9º Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela III - que, em se tratando de adoção de adolescente,
manutenção e correta alimentação dos cadastros, com pos- este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de
terior comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira. desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medi-
§ 10. A adoção internacional somente será deferida se, da, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional,
após consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
adoção, mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na § 2o Os brasileiros residentes no exterior terão prefe-
comarca, bem como aos cadastros estadual e nacional referi- rência aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de
dos no § 5o deste artigo, não for encontrado interessado com criança ou adolescente brasileiro.
residência permanente no Brasil. § 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessa- das Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de
do em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que adoção internacional.
possível e recomendável, será colocado sob guarda de famí- Art. 52. A adoção internacional observará o procedi-
lia cadastrada em programa de acolhimento familiar. mento previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação crite- adaptações:
riosa dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Mi- I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar
nistério Público. criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em 13
candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim
nos termos desta Lei quando entendido aquele onde está situada sua residência habitual;
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; II - se a Autoridade Central do país de acolhida consi-
II - for formulada por parente com o qual a criança ou derar que os solicitantes estão habilitados e aptos para ado-
adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade; tar, emitirá um relatório que contenha informações sobre a
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitan-
legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde tes para adotar, sua situação pessoal, familiar e médica, seu
que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para
laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a assumir uma adoção internacional;
ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o
arts. 237 ou 238 desta Lei. relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o can- Autoridade Central Federal Brasileira;
didato deverá comprovar, no curso do procedimento, que IV - o relatório será instruído com toda a documenta-
preenche os requisitos necessários à adoção, conforme pre- ção necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por
visto nesta Lei. equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da
legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de
vigência;
V - os documentos em língua estrangeira serão devi-
Adoção Internacional damente autenticados pela autoridade consular, observados
os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da
respectiva tradução, por tradutor público juramentado;
É aquela na qual a pessoa ou casal postulante é re- VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigên-
sidente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto cias e solicitar complementação sobre o estudo psicossocial
no Artigo 2 da Convenção de Haia, de 29 de maio de do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de
1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação acolhida:
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade
em Matéria de Adoção Internacional, aprovada pelo De- Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangei-
creto Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 1999, e promul- ra com a nacional, além do preenchimento por parte dos
gada pelo Decreto no 3.087, de 21 de junho de 1999. postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos
São requisitos para a adoção, a comprovação: necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe
esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expe-
dido laudo de habilitação à adoção internacional, que terá
I - que a colocação em família substituta é a solução validade por, no máximo, 1 (um) ano;
adequada ao caso concreto; VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o Ju-
colocação da criança ou adolescente em família substituta ízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra
brasileira, após consulta aos cadastros mencionados no art. a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Autoridade Central Estadual. constando, obrigatoriamente, as características da criança


§ 1º Se a legislação do país de acolhida assim o au- ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais si-
torizar, admite-se que os pedidos de habilitação à adoção nais ou traços peculiares, assim como foto recente e a aposi-
internacional sejam intermediados por organismos creden- ção da impressão digital do seu polegar direito, instruindo o
ciados. documento com cópia autenticada da decisão e certidão de
§ 2º Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o trânsito em julgado.
credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros § 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à ado- qualquer momento, solicitar informações sobre a situação
ção internacional, com posterior comunicação às Autorida- das crianças e adolescentes adotados § 11. A cobrança de
des Centrais Estaduais e publicação nos órgãos oficiais de valores por parte dos organismos credenciados, que sejam
imprensa e em sítio próprio da internet. considerados abusivos pela Autoridade Central Federal Bra-
§ 3 Somente será admissível o credenciamento de or- sileira e que não estejam devidamente comprovados, é causa
ganismos que de seu descredenciamento.
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Conven- § 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser
ção de Haia e estejam devidamente credenciados pela Auto- representados por mais de uma entidade credenciada para
ridade Central do país onde estiverem sediados e no país de atuar na cooperação em adoção internacional.
acolhida do adotando para atuar em adoção internacional § 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou do-
no Brasil; miciliado fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano,
II - satisfizerem as condições de integridade moral, podendo ser renovada.
competência profissional, experiência e responsabilidade § 14. É vedado o contato direto de representantes de or-
exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central ganismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com dirigen-
Federal Brasileira; tes de programas de acolhimento institucional ou familiar,
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua assim como com crianças e adolescentes em condições de
formação e experiência para atuar na área de adoção in- serem adotados, sem a devida autorização judicial.
ternacional; § 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordena- limitar ou suspender a concessão de novos credenciamentos
mento jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo
Autoridade Central Federal Brasileira. fundamentado.
§ 4º Os organismos credenciados deverão ainda: Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condi- descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de
ções e dentro dos limites fixados pelas autoridades compe- organismos estrangeiros encarregados de intermediar pe-
tentes do país onde estiverem sediados, do país de acolhida e didos de adoção internacional a organismos nacionais ou a
pela Autoridade Central Federal Brasileira; pessoas físicas.
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualifi- Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão
cadas e de reconhecida idoneidade moral, com comprova- ser efetuados via Fundo dos Direitos da Criança e do Adoles-
da formação ou experiência para atuar na área de adoção cente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo Conse-
internacional, cadastradas pelo Departamento de Polícia lho de Direitos da Criança e do Adolescente.
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior
14 Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal Bra- em país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de
sileira, mediante publicação de portaria do órgão federal
competente; adoção tenha sido processado em conformidade com a legis-
III - estar submetidos à supervisão das autoridades lação vigente no país de residência e atendido o disposto na
competentes do país onde estiverem sediados e no país de Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção, será automa-
acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento e ticamente recepcionada com o reingresso no Brasil.
situação financeira; § 1º Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c”
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasilei- do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser
ra, a cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
bem como relatório de acompanhamento das adoções inter- § 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em
nacionais efetuadas no período, cuja cópia será encaminha- país não ratificante da Convenção de Haia, uma vez rein-
da ao Departamento de Polícia Federal; gressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sen-
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Auto- tença estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça.
ridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade Cen- Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil
tral Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O for o país de acolhida, a decisão da autoridade competente
envio do relatório será mantido até a juntada de cópia do país de origem da criança ou do adolescente será conhe-
autenticada do registro civil, estabelecendo a cidadania do cida pela Autoridade Central Estadual que tiver processado
país de acolhida para o adotado; o pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os fato à Autoridade Central Federal e determinará as provi-
adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal Bra- dências necessárias à expedição do Certificado de Natura-
sileira cópia da certidão de registro de nascimento estran- lização Provisório.
geira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes sejam § 1º A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério
concedidos. Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela
§ 5º A não apresentação dos relatórios referidos no § 4º decisão se restar demonstrado que a adoção é manifesta-
deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a mente contrária à ordem pública ou não atende ao interesse
suspensão de seu credenciamento. superior da criança ou do adolescente.
§ 6º O credenciamento de organismo nacional ou es- § 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, pre-
trangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção vista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá ime-
internacional terá validade de 2 (dois) anos. diatamente requerer o que for de direito para resguardar os
§ 7º A renovação do credenciamento poderá ser con- interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se as
cedida mediante requerimento protocolado na Autoridade providências à Autoridade Central Estadual, que fará a
Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Au-
término do respectivo prazo de validade. toridade Central do país de origem.
§ 8º Antes de transitada em julgado a decisão que con- Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil
cedeu a adoção internacional, não será permitida a saída do for o país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no
adotando do território nacional. país de origem porque a sua legislação a delega ao país de
§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a
judiciária determinará a expedição de alvará com autori- criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha
zação de viagem, bem como para obtenção de passaporte, aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá
CAPÍTULO 03 - Título II - Dos Direitos Fundamentais

as regras da adoção nacional. tucionalnº 53, de 2006).


Veja como a questão pode ser abordada em prova: Afirmativa IV - CORRETA - Art. 54
VI - VI - oferta de ensino noturno regular,
Questão Comentada
adequado às condições do adolescente tra-
(FAFIPA - 2013 - PM-PR) De acordo com o Es- balhador;
tatuto da Criança e do Adolescente, analise as Gabarito letra “D”.
assertivas e assinale a alternativa que aponta as
corretas. É dever do Estado assegurar à criança e
ao adolescente: Do Direito à Educação, à Cultura, ao
I. ensino fundamental, obrigatório e gratuito, Esporte e ao Lazer
inclusive para os que a ele não tiveram acesso na
idade própria. Os arts. 205, 206 da CRFB/88 estabelecem que a edu-
II. atendimento educacional especializado cação, direito de todos e dever do Estado e da família,
aos portadores de deficiência, preferencialmente será promovida e incentivada com a colaboração da so-
na rede regular de ensino. ciedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa,
III. atendimento em creche e pré-escola às seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualifi-
crianças de zero a sete anos de idade. cação para o trabalho.
IV. oferta de ensino noturno regular, adequa- A criança e o adolescente têm direito à educação, vi-
do às condições do adolescente trabalhador. sando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo
para o exercício da cidadania e qualificação para o tra-
a. Apenas I, II e III. balho, assegurando-se-lhes:
b. Apenas I, III e IV
c. Apenas II e III • igualdade de condições para o acesso e per-
d. Apenas I, II e IV. manência na escola;
e. I, II, III e IV. • direito de ser respeitado por seus educado-
res;
• direito de contestar critérios avaliativos, po-
Comentário: Afirmativa I - COR- dendo recorrer às instâncias escolares superiores;
RETA - Art. 54. É dever do Estado assegu- • direito de organização e participação em en- 15
rar à criança e ao adolescente: Inciso I - tidades estudantis;
• acesso à escola pública e gratuita próxima
ensino fundamental, obrigatório e gratuito, de sua residência.
inclusive para os que a ele não tiveram • é direito dos pais ou responsáveis ter ciência
acesso na idade própria; do processo pedagógico, bem como participar da
definição das propostas educacionais.
Afirmativa II - CORRETA - Art. 11. É
assegurado atendimento integral à saúde Com relação a esses direitos, cabe ao Estado, assegu-
da criança e do adolescente, por intermé- rar à criança e ao adolescente, de acordo com o art. 54
dio do Sistema Único de Saúde, garantido do ECA:
o acesso universal e igualitário às ações e I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive
serviços para promoção, proteção e recu- para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuida-
peração da saúde. (Redação dada pela Lei de ao ensino médio;
nº 11.185, de 2005) § 1º A criança e o adoles- III - atendimento educacional especializado aos porta-
dores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
cente portadores de deficiência receberão ensino;
atendimento especializado. IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de
zero a seis anos de idade;
Afirmativa III - ERRADA - Duplamente V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pes-
quisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada
errada. Redação do ECA. Art. 54. É dever
um;
do Estado assegurar à criança e ao adoles- VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às con-
dições do adolescente trabalhador;
cente: inciso IV - atendimento em creche e VII - atendimento no ensino fundamental, através de
pré-escola às crianças de zero a seis anos programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde.
de idade; Redação CONSTITUCIONAL. Art. § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
7º XXV - assistência gratuita aos filhos e público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder
dependentes desde o nascimento até 5 público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da
(cinco) anos de idade em creches e pré-es- autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos
colas; (Redação dada pela Emenda Consti- no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

aos pais ou responsável, pela frequência à escola. entre outros:

Os pais ou responsável têm a obrigação de matricu- I. respeito à condição peculiar de pessoa em


lar seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino. desenvolvimento;
II. capacitação profissional adequada ao mer-
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino cado de trabalho.
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão esco- Os adolescentes empregados, aprendizes, em regime
lar, esgotados os recursos escolares; familiar de trabalho, alunos de escola técnica ou aqueles
III - elevados níveis de repetência. assistidos em entidade governamental ou não governa-
mental, estão sujeitos as seguintes vedações relaciona-
O poder público estimulará pesquisas, experiências e das ao trabalho, que não pode ser:
novas propostas relativas a calendário, seriação, cur-
rículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à • Noturno, realizado entre as vinte e duas ho-
inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino ras de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
fundamental obrigatório. • Perigoso, insalubre ou penoso;
No processo educacional respeitar-se-ão os valores • Realizado em locais prejudiciais à sua for-
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto so- mação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico,
cial da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a moral e social;
liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura. • Realizado em horários e locais que não per-
Os municípios, com apoio dos estados e da União, es- mitam a frequência à escola.
timularão e facilitarão a destinação de recursos e espa-
ços para programações culturais, esportivas e de lazer Além disso, o adolescente tem direito a profissiona-
voltadas para a infância e a juventude. lização e à proteção no trabalho por meio do respeito à
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento e ca-
Do Direito à Profissionalização e à pacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
Proteção no Trabalho O programa social que tenha por base o trabalho edu-
cativo, sob responsabilidade de entidade governamental
A Legislação diz que é proibido qualquer trabalho a ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá asse-
menores de quatorze anos de idade. E de fato o é. Entre- gurar ao adolescente que dele participe condições de
16 tanto há aparentemente uma exceção, nos casos em que capacitação para o exercício de atividade regular remu-
o adolescente encontra-se na condição de aprendiz. A nerada.
dúvida que subsistia foi vencida com a edição da Emen-
da Constitucional nº 20/1998, que alterou art. 7°, inciso • Entende-se por trabalho educativo a ativi-
XXXIII, da CF, com a seguinte redação: dade laboral em que as exigências pedagógicas
relativas ao desenvolvimento pessoal e social do
“É proibido qualquer trabalho a menores de 16 educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
(dezesseis) anos, salvo na condição de aprendiz, a • A remuneração que o adolescente recebe
partir de 14 (quatorze) anos”. pelo trabalho efetuado ou a participação na ven-
da dos produtos de seu trabalho não desfigura o
Assim sendo, a idade mínima para o trabalho regu- caráter educativo.
lar, constante do presente dispositivo, foi alterada de 14
(quatorze) para 16 (dezesseis) anos. 4. TÍTULO III - DA PREVENÇÃO
Ademais, para que possa ser considerada aprendiza-
gem, a formação técnico-profissional deverá observar os Diferente do que se imagina, cabe a toda sociedade a
seguintes princípios: prevenção da ocorrência ou ameaça a violação dos direi-
tos das crianças e dos adolescentes.
• Garantia de acesso e frequência obrigatória Deve-se por todos os meios legais garantir-lhes o di-
ao ensino regular; reito à:
• Atividade compatível com o desenvolvimen-
to do adolescente; 1. Informação
• Horário especial para o exercício das ativi- 2. Cultura
dades. 3. Lazer
4. Esportes
A remuneração percebida pelo adolescente aprendiz 5. Diversões e espetáculos
chamar-se-á bolsa de aprendizagem. Já para os maio-
res de 16 são assegurados todos os direitos trabalhistas e Tudo com o fito de assegurar-lhes o pleno desenvol-
previdenciários. vimento de suas habilidades, distanciando-os assim do
O adolescente tem direito à profissionalização e à crime e da delinquência.
proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, Vale frisar que as normas relativas à prevenção de
CAPÍTULO 05 - Título IV - Da Prática de Ato Infracional

situações potencialmente lesivas aos interesses infan- Ato infracional é a conduta definida como crime ou
to-juvenis são aplicáveis mesmo em relação a jovens contravenção penal. Por serem penalmente inimputá-
emancipados. veis, os menores de dezoito anos estão sujeitos apenas às
medidas previstas nesta Lei. Para todos os efeitos, deve
Dos Produtos E Serviços ser considerada a idade do adolescente à data do fato.

É proibida a venda à criança ou ao adolescente de: Dos Direitos Individuais


I. armas, munições e explosivos; Com relação a privação de liberdade, só ocorrerá no
II. bebidas alcoólicas; caso de flagrante ou por ordem do juiz. Todos os direitos
III. produtos cujos componentes possam cau- inerentes aos maiores de 18 anos se aplicam ao adoles-
sar dependência física ou psíquica ainda que por cente e outros mais. Vejamos alguns desses direitos:
utilização indevida;
IV. fogos de estampido e de artifício, exceto Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua li-
berdade senão em flagrante de ato infracional ou por ordem
aqueles que pelo seu reduzido potencial sejam escrita e fundamentada da autoridade judiciária competen-
incapazes de provocar qualquer dano físico em te.
caso de utilização indevida; Parágrafo único. O adolescente tem direito à identifica-
V. revistas e publicações a que alude o art. 78; ção dos responsáveis pela sua apreensão, devendo ser infor-
mado acerca de seus direitos.
VI. bilhetes lotéricos e equivalentes.

É proibida a hospedagem de criança ou adolescente Referindo-se exclusivamente aos adolescentes, esse


em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, artigo aborda seus direitos individuais no mesmo sen-
salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou res- tido do que está assegurado a todas as pessoas de que
ponsável. ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária
competente.
Da Autorização para Viajar A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se
encontra recolhido serão incontinenti comunicados à
Em regra nenhuma criança poderá viajar para fora autoridade judiciária competente e à família do apreen-
da comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou dido ou à pessoa por ele indicada.
responsáveis, sem a devida autorização judicial. Entre- Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabi- 17
tanto há exceções, todas contidas no art. 83, se não ve- lidade, a possibilidade de liberação imediata.
jamos: O adolescente civilmente identificado não será
Nenhuma criança poderá viajar para fora da comar- submetido a identificação compulsória pelos órgãos po-
ca onde reside, desacompanhada dos pais ou responsá- liciais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de con-
vel, sem expressa autorização judicial. frontação, havendo dúvida fundada.
§ 1º A autorização não será exigida quando: Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser de-
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da terminada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
criança, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e
mesma região metropolitana; basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade,
b) a criança estiver acompanhada: demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, Trata-se de prazo improrrogável para a duração da
mãe ou responsável. medida socioeducativa de internação antes de prolatada a
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais sentença a ser proferida no procedimento de apuração do
ou responsável, conceder autorização válida por dois anos.
ato infracional
Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhu-
ma criança ou adolescente nascido em território nacio- Das Garantias Processuais
nal poderá sair do País em companhia de estrangeiro
residente ou domiciliado no exterior. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
Para viagens ao exterior é necessário o acompa- sem o devido processo legal. Nem se cogita da privação
nhamento de ambos os pais ou responsáveis. No caso de liberdade de crianças acusadas da prática de ato in-
de serem estrangeiros os acompanhantes da criança ou fracional, deverão ser encaminhadas ao Conselho Tutelar
adolescente brasileira, será obrigatória a autorização ju- São asseguradas ao adolescente, entre outras, as se-
dicial. guintes garantias:

• • pleno e formal conhecimento da atri-


5. TÍTULO IV - DA PRÁTICA DE buição de ato infracional, mediante citação ou
ATO INFRACIONAL meio equivalente;
• • Iigualdade na relação processual, po-
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

dendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
produzir todas as provas necessárias à sua defesa; entidade ou programa de atendimento.
• defesa técnica por advogado; A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo
• assistência judiciária gratuita e integral aos de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorroga-
necessitados, na forma da lei; da, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
• direito de ser ouvido pessoalmente pela au- orientador, o Ministério Público e o defensor.
toridade competente; Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão
• direito de solicitar a presença de seus pais da autoridade competente, a realização dos seguintes
ou responsável em qualquer fase do procedimen- encargos, entre outros:
to.
• promover socialmente o adolescente e sua
Das Medidas Sócio-Educativas família, fornecendo-lhes orientação e inserindo-
-os, se necessário, em programa oficial ou comu-
Medidas socioeducativas são medidas aplicáveis a nitário de auxílio e assistência social;
adolescentes autores de atos infracionais e estão previs- • supervisionar a frequência e o aproveita-
tas no art. 112 do Estatuto da Criança e do Adolescente mento escolar do adolescente, promovendo, inclu-
(ECA). Apesar de configurarem resposta à prática de um sive, sua matrícula;
delito, apresentam um caráter predominantemente edu- • diligenciar no sentido da profissionalização
cativo e não punitivo. do adolescente e de sua inserção no mercado de
As medidas são aplicadas por um Juiz da Infância e trabalho;
Juventude a pessoas na faixa etária entre 12 e 18 anos, • apresentar relatório do caso.
podendo, excepcionalmente, ser aplicado a jovens com
até 21 anos incompletos. Do Regime de Semi-liberdade - é a vinculação
Advertência - É uma repreensão judicial, verbal e do adolescente a unidades especializadas, com restrição
reduzida a termo, com o objetivo de sensibilizar e es- da sua liberdade, possibilitada a realização de atividades
clarecer o adolescente sobre as consequências de uma externas, sendo obrigatórias a escolarização e a profis-
reincidência infracional. sionalização
Obrigação de Reparar o Dano - É o ressarcimento O regime de semi-liberdade pode ser determinado
por parte do adolescente do dano ou prejuízo econômico desde o início, ou como forma de transição para o meio
causado à vítima. aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
18 Em se tratando de ato infracional com reflexos patri- independentemente de autorização judicial.
moniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarci- • São obrigatórias a escolarização e a profis-
mento do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da sionalização, devendo, sempre que possível, ser
vítima. Havendo manifesta impossibilidade, a medida utilizados os recursos existentes na comunidade.
poderá ser substituída por outra adequada. • A medida não comporta prazo determinado
Da Prestação de Serviços à Comunidade - A aplicando-se, no que couber, as disposições rela-
prestação de serviços comunitários consiste na realiza- tivas à internação.
ção de tarefas gratuitas de interesse geral, por período
não excedente a seis meses, junto a entidades assisten- Internação - é medida socioeducativa privativa da
ciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos congê- liberdade, adotada pela autoridade judiciária quando o
neres, bem como em programas comunitários ou gover- ato infracional praticado pelo adolescente se enquadrar
namentais. nas situações previstas no art. 122, incisos I, II e III, do
As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do ECA.
adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada A internação constitui medida privativa da liberdade,
máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e
e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvi-
a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho. mento. A internação pode ocorrer em caráter provisório
Liberdade Assistida - é o acompanhamento, auxí- ou estrito.
lio e orientação do adolescente em conflito com a lei por É dever do Estado zelar pela integridade física e
equipes multidisciplinares, por período mínimo de seis mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas ade-
meses, objetivando oferecer atendimento nas diversas quadas de contenção e segurança.
áreas de políticas públicas, como saúde, educação, cul-
tura, esporte, lazer e profissionalização, com vistas à sua • Será permitida a realização de atividades
promoção social e de sua família, bem como inserção no externas, a critério da equipe técnica da entidade,
mercado de trabalho. salvo expressa determinação judicial em contrá-
A liberdade assistida será adotada sempre que se rio. A determinação judicial mencionada poderá
afigurar a medida mais adequada para o fim de acompa- ser revista a qualquer tempo pela autoridade ju-
nhar, auxiliar e orientar o adolescente. diciária.
A autoridade designará pessoa capacitada para • A medida não comporta prazo determinado,
devendo sua manutenção ser reavaliada, median-
CAPÍTULO 06 - Título V - Do Conselho Tutelar

te decisão fundamentada, no máximo a cada seis social;


meses. XIV. receber assistência religiosa, segundo a
• Em nenhuma hipótese o período máximo de sua crença, e desde que assim o deseje;
internação excederá a três anos. XV. manter a posse de seus objetos pessoais e
• Atingido o limite estabelecido no parágrafo dispor de local seguro para guardá-los, receben-
anterior, o adolescente deverá ser liberado, colo- do comprovante daqueles porventura depositados
cado em regime de semi-liberdade ou de liberda- em poder da entidade;
de assistida. XVI. receber, quando de sua desinternação,
• A liberação será compulsória aos vinte e um os documentos pessoais indispensáveis à vida em
anos de idade. sociedade.

Em qualquer hipótese a desinternação será precedi- Das Medidas Pertinentes aos Pais ou
da de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, Responsável
havendo outra medida adequada. A medida de interna-
ção só poderá ser aplicada quando: Os pais também são punidos sempre que os direitos
reconhecidos da criança e do adolescente forem amea-
I. tratar-se de ato infracional cometido me- çados ou violados em razão de ação ou omissão da so-
ciedade ou do Estado, ou por falta, omissão ou abuso dos
diante grave ameaça ou violência a pessoa;
pais ou responsável, em razão da conduta do menor. A
II. por reiteração no cometimento de outras
aplicação das medidas é de competência do Conselho
infrações graves;
Tutelar.
III. por descumprimento reiterado e injustifi-
cável da medida anteriormente imposta. O prazo São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
de internação nessa hipótese não poderá ser su-
I. I - encaminhamento a serviços e progra-
perior a 3 meses, devendo ser decretada judicial-
mas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
mente após o devido processo legal.
promoção da família;
II. inclusão em programa oficial ou comuni-
A internação deverá ser cumprida em entidade ex-
tário de auxílio, orientação e tratamento a alcoó-
clusiva para adolescentes, em local distinto daquele
latras e toxicômanos;
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
critérios de idade, compleição física e gravidade da in- III. encaminhamento a tratamento psicológico 19
fração. Durante o período de internação, inclusive pro- ou psiquiátrico;
visória, serão obrigatórias atividades pedagógicas. Em IV. encaminhamento a cursos ou programas
nenhum caso haverá incomunicabilidade. de orientação;
São direitos do adolescente privado de liberdade, en- V. obrigação de matricular o filho ou pupilo
e acompanhar sua freqüência e aproveitamento
tre outros, os seguintes:
escolar;
I. entrevistar-se pessoalmente com o repre- VI. obrigação de encaminhar a criança ou
sentante do Ministério Público; adolescente a tratamento especializado;
II. peticionar diretamente a qualquer autori- VII. advertência;
VIII. perda da guarda;
dade;
IX. destituição da tutela;
III. avistar-se reservadamente com seu defen-
X. suspensão ou destituição do poder familiar.
sor;
IV. ser informado de sua situação processual,
Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
sempre que solicitada;
V. ser tratado com respeito e dignidade; abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a auto-
ridade judiciária poderá determinar, como medida cau-
VI. permanecer internado na mesma localida-
telar, o afastamento do agressor da moradia comum.
de ou naquela mais próxima ao domicílio de seus
Da medida cautelar constará, ainda, a fixação pro-
pais ou responsável;
visória dos alimentos de que necessitem a criança ou o
VII. receber visitas, ao menos, semanal-
adolescente dependentes do agressor.
mente;
VIII. corresponder-se com seus familiares e
amigos;
IX. ter acesso aos objetos necessários à higie- 6. TÍTULO V - DO CONSELHO
ne e asseio pessoal;
X. habitar alojamento em condições adequa-
TUTELAR
das de higiene e salubridade;
XI. receber escolarização e profissionalização; Das Disposições Gerais
XII. realizar atividades culturais, esporti-
vas e de lazer: O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo,
XIII. ter acesso aos meios de comunicação não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

pelo cumprimento dos direitos da criança e do adoles- VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade
cente. judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o
adolescente autor de ato infracional;
Em cada Município e em cada Região Administrativa VII - expedir notificações;
do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
Tutelar como órgão integrante da administração pública criança ou adolescente quando necessário;
local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da
proposta orçamentária para planos e programas de atendi-
população local para mandato de 4 (quatro) anos, per- mento dos direitos da criança e do adolescente;
mitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a
escolha violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
O exercício efetivo da função de conselheiro consti- Constituição Federal;
XI - representar ao Ministério Público para efeito das
tuirá serviço público relevante e estabelecerá presunção de ações de perda ou suspensão do poder familiar, após esgota-
idoneidade moral. das as possibilidades de manutenção da criança ou do ado-
Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, lescente junto à família natural.
serão exigidos os seguintes requisitos: XII - promover e incentivar, na comunidade e nos gru-
pos profissionais, ações de divulgação e treinamento para o
reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
I. reconhecida idoneidade moral; II. adolescentes.
idade superior a vinte e um anos; III.
residir no município.
Questões Gabaritadas
Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e
horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusi- Questão 01 (FAFIPA - 2013 - PM-PR Soldado)
ve quanto à remuneração dos respectivos membros, aos A respeito das medidas socioeducativas previstas
quais é assegurado o direito a: no Estatuto da Criança e do Adolescente, analise
as assertivas e assinale a alternativa que aponta
I. cobertura previdenciária; as corretas.
II. gozo de férias anuais remuneradas, acres-
cidas de 1/3 (um terço) do valor da remuneração I. A advertência consistirá em admoestação
mensal; verbal, que será reduzida a termo e assinada.
III. licença-maternidade; II. A prestação de serviços comunitários con-
IV. licença-paternidade; siste na realização de tarefas gratuitas de interes-
20 V. gratificação natalina. se geral, por período não excedente a seis meses,
junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas
Constará da lei orçamentária municipal e da do Dis- e outros estabelecimentos congêneres, bem como
trito Federal previsão dos recursos necessários ao fun- em programas comunitários ou governamentais.
cionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e for- III. A liberdade assistida constitui medida pri-
mação continuada dos conselheiros tutelares. vativa da liberdade, sujeita aos princípios de bre-
vidade, excepcionalidade e respeito à condição
peculiar de pessoa em desenvolvimento.
Das Atribuições do Conselho IV. A internação será adotada sempre que se
afgurar a medida mais adequada para o fm de
O artigo 136 do ECA apresenta o rol taxativo de atri- acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
buições do Conselho Tutelar no desempenho de suas
funções administrativas e assistenciais. As decisões do a. Apenas I e III.
Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela au- b. Apenas I e II.
toridade judiciária a pedido de quem tenha legítimo in- c. Apenas II e III
teresse. d. Apenas III e IV
e. I, II, III e IV
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses pre-
vistas nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no
Questão 02 (FAFIPA - 2013 - PM-PR Soldado)
art. 101, I a VII; De acordo com o Estatuto da Criança e do Adoles-
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplican- cente, analise as assertivas e assinale a alternati-
do as medidas previstas no art. 129, I a VII; va que aponta as corretas.
III - promover a execução de suas decisões, podendo
para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, edu- I. O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é
cação, serviço social, previdência, trabalho e segurança; direito público subjetivo.
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de II. O não oferecimento do ensino obrigatório
descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato
pelo poder público ou sua oferta irregular impor-
que constitua infração administrativa ou penal contra os di- ta responsabilidade da autoridade competente.
reitos da criança ou adolescente; III. Compete ao poder público recensear os
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua educandos no ensino fundamental, fazer- lhes a
competência;
CAPÍTULO 06 - Título V - Do Conselho Tutelar

chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, b. Apenas I e III.


pela frequência à escola. c. Apenas II e III.
IV. Os pais ou responsável têm a obrigação de d. Apenas I, II e IV.
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de e. I, II, III e IV.
ensino.
Questão 05 (FAFIPA - 2013 - PM-PR Bombeiro)
a. Apenas I, II e III. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adoles-
b. Apenas I e III cente, o prazo da medida de internação, em caso
c. Apenas II e III de descumprimento reiterado e injustificável da
d. Apenas I, II e IV. medida anteriormente imposta, NÃO poderá ser
e. I, II, III e IV. superior a

Questão 03 (FAFIPA - 2013 - PM-PR Bombeiro) e a. 01(um) mês.


acordo com o Estatuto da Criança e do Adoles- b. 02(dois) meses.
cente, analise as assertivas e assinale a alternati- c. 03(três) meses.
va que aponta as corretas. d. 10(dez) dias.
e. 20(vinte) dias.
I. A criança e o adolescente gozam de todos os
direitos fundamentais inerentes à pessoa hu- Questão 06 (COPS-UEL - 2010 - PM-PR Solda-
mana, sem prejuízo da proteção integral de que do) O ECA estabelece a doutrina de proteção
trata esta Lei, assegurando-se- lhes, por lei ou integral como diretriz básica e única no
por outros meios, todas as oportunidades e faci- atendimento de crianças e adolescentes e
lidades, a fm de lhes facultar o desenvolvimento como dever da família, da sociedade e do Esta-
físico, mental, moral, espiritual e social, em condi- do, de forma coerente com a Constituição Fede-
ções de liberdade e de dignidade. ral de 1988 e documentos internacionais. Sobre
II. É dever da família, da comunidade, da so- a doutrina de proteção integral, considere as
ciedade em geral e do poder público assegurar, afirmativas a seguir:
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à edu- I. A questão da criança e do adolescente
cação, ao esporte, ao lazer, à profssionalização, à deve ser tratada como prioridade absoluta, pela
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à condição de pessoa em desenvolvimento. 21
convivência familiar e comunitária. II. As leis e o direito devem priorizar o as-
III. Nenhuma criança ou adolescente será ob- pecto penal do ato praticado pela ou contra a
jeto de qualquer forma de negligência, discrimi- criança e o adolescente.
nação, exploração, violência, crueldade e opres- III. A criação e a manutenção de serviços
são, punido na forma da lei qualquer atentado, por voltados à criança e ao adolescente devem
ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. estar subordinados à disponibilidade de verbas
IV. A criança e o adolescente têm direito a e ao programa político do gestor em exercício.
proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de IV. A criança e o adolescente devem ter pre-
políticas sociais públicas que permitam o nas- ferência na formulação e implantação das políti-
cimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, cas sociais públicas e receber destinação privi-
em condições dignas de existência. legiada de recursos públicos na área de proteção.
Assinale a alternativa correta.
a. Apenas I, II e III.
b. Apenas I, III e IV a. Somente as afirmativas I e II são corretas.
c. Apenas II e III. b. Somente as afirmativas I e IV são corretas.
d. Apenas I, II e IV c. Somente as afirmativas III e IV são cor-
e. I, II, III e IV. retas.
d. Somente as afirmativas I, II e III são cor-
Questão 04 (FAFIPA - 2013 - PM-PR Bombeiro) retas.
Analise as assertivas e assinale a alternativa que e. Somente as afirmativas II, III e IV são cor-
aponta as corretas. Para a candidatura a membro retas.
do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes
requisitos: Questão 07 (COPS-UEL - 2010 - PM-PR Solda-
do) O ECA, no art. 53, prevê que “a criança e
I. reconhecida idoneidade moral. II. o adolescente têm direito à educação, visando
idade superior a vinte e um anos. III. ao pleno desenvolvi- mento de sua pessoa,
residir no município. preparo para o exercício da cidadania e qua-
IV. quitação eleitoral. lificação para o trabalho”, assegurando-lhes,
entre outros direitos:
a. Apenas I, II e III.
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

I. Igualdade de condições de acesso e per- Questão 09 (COPS-UEL - 2010 - PM-PR Solda-


manência na escola, salvo se não tiver a mes- do) De acordo com o ECA, a conduta do adoles-
ma idade dos demais alunos da série, se não cente é considerada ato infracional
for portador de deficiência ou se tiver cometido
ato infracional. I. I. quando descrita como crime.
II. Acesso à escola pública e gratuita próxi- II. quando descrita como contravenção pe-
ma de sua residência. nal.
III. O direito de ser respeitado por seus III. desde que se considerada indisciplinada.
educadores e de contestar critérios avaliativos, IV. desde que se considerada ofensiva.
podendo, inclusive, recorrer às instâncias esco- Assinale a alternativa correta.
lares superiores.
IV. O direito dos pais ou responsáveis de a. Somente as afirmativas I e II são corretas.
decidirem qual o processo pedagógico e o con- b. Somente as afirmativas I e IV são corretas.
teúdo que a escola deverá adotar. c. Somente as afirmativas III e IV são cor-
Assinale a alternativa correta. retas.
d. Somente as afirmativas I, II e III são cor-
a. Somente as afirmativas I e IV são corretas. retas.
b. Somente as afirmativas II e III são corretas. e. Somente as afirmativas II, III e IV são cor-
c. Somente as afirmativas III e IV são cor- retas.
retas.
d. Somente as afirmativas I, II e III são cor- Questão 10 (COPS-UEL - 2010 - PM-PR Solda-
retas. do) O ECA, no art 7º, prevê o direito à vida e à
e. Somente as afirmativas I, II e IV são cor- saúde como direitos fundamentais. Assinale a
retas alternativa que apresenta peculiaridades desse
direito.
Questão 08 (COPS-UEL - 2010 - PM-PR Solda-
do) O ECA, no art. 5º, prevê que “nenhu- a. Interrupção da gravidez quando existir a
ma criança ou adolescente será objeto de suspeita de que o nascituro possa vir a ter al-
qualquer forma de negligência, discriminação, gum tipo de má-formação ou quando a gravidez
exploração, violência, crueldade e opressão, for indesejada.
22 punido na forma da lei qualquer atentado, b. Início das políticas públicas de proteção
por ação ou omissão, aos seus direitos funda- voltadas à criança após o seu nascimento.
mentais”. Em caso de violência sexual infan- c. Proteção gratuita à vida e à saúde da crian-
to-juvenil, devem-se tomar as seguintes provi- ça e do adolescente na rede pública básica de
dências: saúde, e paga nos serviços especializados.
d. Isenção da responsabilidade do Estado
I. Quando houver flagrante, a Polícia Mili- pela garantia de proteção à vida e à saúde do
tar deve ser acionada imediatamente. adolescente quando ele é abrigado ou passa a
II. O Conselho Tutelar deverá ser notificado cumprir medida socioeducativa.
sobre o fato para que analise a sua procedência e e. Garantia de vida ao nascituro e de que o
leve a situação ao conhecimento do Ministério nascimento e o desenvolvimento de crianças e
Público quando for confirmado. adolescentes sejam realizados em condições dig-
III. Em municípios onde inexiste o Conselho nas de existência.
Tutelar, o fato deve ser comunicado primeira-
mente ao prefeito. Questão 11 (COPS-UEL - 2010 - PM-PR Solda-
IV. O Conselho Municipal dos Direitos da do) Carlinhos, na noite da véspera do seu
Criança e do Adolescente deve ser comunicado aniversário de 18 anos, foi autor de um furto
imediatamente sobre o fato para que realize a na residência do Sr. José, que o viu levando
investigação. sua TV e seu DVD no momento em que che-
Assinale a alternativa correta. gava em casa. Diante do fato, o Sr. José foi
à delegacia comunicar o ocorrido. Os policiais
a. Somente as afirmativas I e II são corretas. chegaram à casa de Carlinhos por volta da
b. Somente as afirmativas II e IV são cor- zero hora e trinta minutos do dia seguinte ao
retas. furto, justamente durante a comemoração dos
c. Somente as afirmativas III e IV são cor- seus 18 anos, constatando que ele estava na
retas. posse dos bens furtados. De acordo com o texto
d. Somente as afirmativas I, II e III são cor- e com base no ECA, é correto afirmar:
retas.
e. Somente as afirmativas I, III e IV são cor- a. Carlinhos deve ser levado à delegacia de
retas. adultos por ter praticado crime e ter 18 anos.
b. Os policiais ficam impedidos de levar
CAPÍTULO 06 - Título V - Do Conselho Tutelar

Carlinhos a qualquer delegacia pelo furto pra- ser este o “Chefe da Família”.
ticado na adolescência.
c. Carlinhos deve ser levado à delegacia do Questão 15 (VUNESP - 2015 - APMBB) Consi-
adolescente por ter praticado ato infracional aos dera-se ato infracional, nos termos do art. 103, da
17 anos. Lei no 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adoles-
d. Os policiais ficam impedidos de levar Car- cente),
linhos a qualquer delegacia pelo furto praticado na
infância. a. o ilícito de trânsito praticado por adolescen-
e. A competência para levar Carlinhos à de- te (pessoa maior de 12 anos e menor de 18 anos).
legacia é do Conselho Tutelar, que é respon- b. a infração administrativa praticada por
sável pela proteção de seus direitos. criança (pessoa até 12 anos completos).
c. a prática de crime ou contravenção por
Questão 12 (COPS-UEL - 2010 - PM-PR Solda- criança (pessoa até 12 anos completos) ou ado-
do) De acordo com o ECA, a internação de um lescente (pessoa maior de 12 anos e menor de 18
adolescente antes da sentença, em virtude da anos).
prática de ato infracional, deve ser no máximo d. o descumprimento de medida protetiva por
de criança (pessoa até 12 anos completos).
e. o descumprimento, por adolescente (pessoa
a. 45 dias. maior de 12 anos e menor de 18 anos), de medida
b. 50 dias. socioeducativa.
c. 55 dias.
d. 60 dias. Questão 16 (IAUPE - 2014 - PM-PE) Com base
e. 65 dias. na Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990 e suas alte-
rações (Estatuto da Criança e do Adolescente), ve-
Questão 13 (COPS-UEL - 2010 - PM-PR Solda- rificada a prática de ato infracional, a autoridade
do) Durante uma briga na escola, Fábio, 11 competente poderá aplicar ao adolescente algu-
anos, desferiu golpes contra Jonas, 12 anos, mas medidas. Sobre elas, analise os itens abaixo:
ocasionando fratura na costela e perda de um
dente. De acordo com o texto e com base no I. I. Obrigação de reparar o dano
ECA, é correto afirmar que a direção da escola II. Internação em estabelecimento educacio-
nal 23
a. deve chamar os pais e a Polícia, pelo III. Destituição da tutela
fato de Fábio ser adolescente e ter praticado ato IV. Suspensão ou destituição do poder familiar
infracional. V. Perda da guarda
b. deve chamar a Polícia e o promotor do Estão CORRETOS
Ministério Público, para que Fábio seja apre-
endido. a. apenas I, III e V.
c. fica isenta de chamar qualquer pessoa, pois é b. I, II, III, IV e V.
sua exclusiva responsabilidade apurar o fato e c. apenas II, III e IV.
punir os responsáveis. d. apenas I e II.
d. deve levar o caso ao Juiz para que ele e. todos, exceto o V.
determine a expulsão de Fábio da escola.
e. deve chamar os pais e o Conselho Tutelar, Questão 17 (CRSP - 2014 - PM-MG) O Estatuto
pelo fato de Fábio ser criança e não incorrer na da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/1990)
prática de ato infracional. assegura à criança e ao adolescente o direito a ser
educados sem uso de castigo físico ou tratamen-
Questão 14 (PM-MG - 2015 - PM-MG Soldado) to cruel ou degradante, como formas de correção,
De acordo com a Lei nº 8069/1990 (Dispõe acerca disciplina ou educação. Nesse sentido, marque a
do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA), alternativa CORRETA:
marque a alternativa CORRETA:
a. Considera-se castigo físico a ação de natu-
a. A venda de bebidas alcoólicas às crianças reza disciplinar ou punitiva aplicada com uso da
será permitida, desde que aleguem estar com- força física sobre a criança ou o adolescente que
prando para os pais. resulte em sofrimento físico ou lesão.
b. Em relação à adoção caso o adotando seja b. Considera-se tratamento cruel ou degra-
maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário dante a conduta ou forma cruel de tratamento em
também o seu consentimento. relação à criança ou ao adolescente que provoque
c. Os filhos havidos da relação do casamento sofrimento físico.
recebem tratamento diferenciado em relação aos c. Considera-se castigo físico a conduta de na-
adotados. tureza disciplinar ou punitiva aplicada com uso
d. O poder familiar será exercido pelo pai, por da força física sobre a criança ou o adolescente
ESTATUDO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

que a ameace gravemente.


d. Considera-se tratamento cruel ou degra-
dante a conduta ou forma cruel de tratamento em
relação à criança ou ao adolescente que humilhe,
ridicularize ou qualquer tipo de ameaça.

Questão 18 (PM-PB - 2014 - Soldado PM-PB)


Assinale a alternativa correta. Segundo o estatuto
da criança de do adolescente, lei 8.069/90, consi-
dera-se criança:

a. A pessoa até quatorze anos de idade incom-


pletos.
b. A pessoa até doze anos de idade incomple-
tos.
c. A pessoa até dezesseis anos de idade incom-
pletos.
d. A pessoa até dezoito anos de idade.

Questão 19 (FUMARC - 2013 - PM-MG) Quando o


autor do ato infracional for uma criança, o Es-
tatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90)
prevê a possibilidade de aplicação das seguintes
medidas, EXCETO:

a. internação em estabelecimento educacional.


b. orientação, apoio e acompanhamento tem-
porários.
c. matrícula e frequência obrigatórias em es-
tabelecimento oficial de ensino fundamental.
24 d. inclusão em programa oficial ou comunitá-
rio de auxílio, orientação e tratamento a alcoóla-
tras e toxicômanos.

Questão 20 (UEG - 2013 - PM-GO) De acordo


com o Estatuto da Criança e do Adolescente,

a. criança é pessoa menor de 14 anos de ida-


de incompletos e adolescente é pessoa com idade
entre 14 e 18 anos.
b. a remissão como forma de exclusão do pro-
cesso ao adolescente autor de ato infracional pode
ser concedida pela autoridade policial, Ministério
Público ou Juiz, em qualquer fase do procedimen-
to.
c. estando o adolescente apreendido em fla-
grante por prática de ato infracional praticado
mediante violência ou grave ameaça a pessoa, o
prazo para conclusão do procedimento é de 45
dias.
d. o Conselho Tutelar é órgão permanente, au-
tônomo e jurisdicional encarregado de zelar pelo
cumprimento dos direitos das crianças e dos ado-
lescentes previstos em lei.
Gabarito
1-B 2-E 3-E 4-A 5-C
6-B 7-B 8-A 9-A 10-E
11-C 12-A 13-E 14-B 15-C
16-D 17-A 18-B 19-A 20-C

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