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RESPOSTAS

BÍBLICAS ÀS
TESTEMUNHAS

DE JEOVÁ

Esequias Soares
Dados Internacionais de catalogação na
publicação (CIP) (Câmara Brasileira do
Livro, SP, Brasil) Soares, Esequias
Respostas bíblicas às Testemunhas de
Jeová /
Esequias Sores. -- São Paulo : Editora Candeia
2009
Bibliografia
1. Bíblias - Testemunhas de Jeová 2.
Testemunhas de Jeová - Doutrinas
3. TEstemunhas de Jeová - História 4.
Testemunhas de Jeová - Teologia
I. Título
09-08333 CDD 289.92
índices para catálogo sistemático 1. Testemunhas
de Jeová: História e teologia: cristianismo 289.92
2. Testemunhas de Jeová: Crenças e práticas:
Cristianismo 289.92
ISBN 978-85/7352-190-0
Copyright 2009 Esequias Soares
Revisão: Littera Conteúdos Editoriais
Coordenação Editorial; Claudia VAz
Capa: Claudio Souto
Diagramação: Paulo Sérgio Primati
Edição: 2009
Publicado no Brasil com a devida autorizaçãoe
com todos os direitos reservados pela: Editora
Candeia
www.editoracandeia.com.br
Dedicatória

À minha eposa Rute pela singular compreensão


e ao meu casal de filhos Daniele e Felipe, pelo
constante incetivo e apio.
***
Abreviaturas

A menos que haja outra indicação, as referências


bíblicas citadas são da Versão Corrigida de João
Ferreira de Almeida, edição de 1995, da Sociedade
Bíblica do Brasil.

ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO

Gn — Gênesis Mt — Mateus

Êx — Êxodo Mc — Marcos

Lv — Levítico Lc — Lucas

Nm — Números Jo — João

Dt — Deuteronômio At — Atos

Js — Josué Rm — Romanos

Jz — Juízes 1 Co — 1
Coríntios

Rt — Rute 2 Co — 2
Coríntios

1 Sm — 1 Samuel Gl — Gálatas

2 Sm — 2 Samuel Ef — Efésios

1 Rs — 1 Reis Fp — Filipenses

2 Rs — 2 Reis Cl — Colossenses

1 Cr — 1 Crônicas 1 Ts — 1
Tessalonicenses

2 Cr — 2 Crônicas 2 Ts — 2
Tessalonicenses

Ed — Esdras 1 Tm — 1 Timóteo

Ne — Neemias 2 Tm — 2 Timóteo

Et — Ester Tt — Tito
Jó — Jó Fm — Filemon

Sl — Salmos Hb — Hebreus

Pv — Provérbios Tg — Tiago

Ec — Eclesiastes 1 Pe — 1 Pedro

Ct — Cantares 2 Pe — 2 Pedro

Is — Isaías 1 Jo — 1 João

Jr — Jeremias 2 Jo — 2 João

Lm — Lamentações de 3 Jo — 3 João
Jeremias

Ez — Ezequiel Jd — Judas

Dn — Daniel Ap — Apocalipse

Os — Oséias

Jl — Joel

Am — Amós
Ob — Obadias

Jn — Jonas

Mq — Miquéias

Na — Naum

Hc — Habacuque

Sf — Sofonias

Ag — Ageu

Zc — Zacarias

Ml — Malaquias

Introdução

As testemunhas de Jeová negam os pontos


cardiais da fé cristã afirmam que “as doutrinas
fundamentais da cristandade não se baseiam na
Bíblia, mas em mitos antigos — os da Grécia, do
Egito, de Babilônia e de outros. Ensinos tais como
a imortalidade inerente da alma humana, o
tormento eterno num inferno de fogo, o purgatório
e a Trindade (três pessoas numa única Divindade)
não são encontrados na Bíblia” (Qual É o Objetivo
da Vida?, página 17). O purgatório está fora de
questão porque não é uma doutrina bíblica.
A presente obra, Respostas Bíblias às
Testemunhas de Jeová, é um confronto entre as
crenças das testemunhas de Jeová e a Bíblia sobre
Deus, incluindo nisso a Trindade, o Senhor Jesus
Cristo e o Espírito Santo, o homem e seu destino,
um estudo sobre a alma, a salvação e o inferno. Não
entramos em questões do modus vivendi, do seu
relacionamento na sociedade, o hino nacional, a
bandeira, transfusão de sangue, aniversário,
comemoração do natal de Jesus, serviço militar etc.,
também não entramos com profundidade na
questão das falsas profecias, as quais comentamos
apenas na apresentação no primeiro capítulo, na
história do movimento. É um trabalho apologético
que tem por objetivo ajudar o povo de Deus a
defender aquilo em que cremos e preparar os irmãos
para a árdua tarefa de conquistar para Jesus os
adeptos da Sociedade Torre de Vigia.
A Sociedade Torre de Vigia, movimento das
testemunhas de Jeová, organização fundada pelo
americano Charles Taze Russell, em Pitisburgo, na
Pensilvânia, em 1881, é um sistema religioso
monolítico, com sede mundial no Brooklyn, Nova
Iorque. Segundo dados estatísticos publicados em
seu relatório anual de 2007, atualmente está
presente em 236 países, num total de mais de
6.700.000 testemunhas de Jeová ativas. O Brasil
ocupa o segundo lugar, com mais 650.000
militantes, perdendo apenas para os Estados
Unidos, com 1.059.325 fiéis, o México está em
terceiro lugar na lista, com 605.767 publicadores.
Suas crenças distinguem-se de todos os ramos do
cristianismo, fogem à ortodoxia cristã,
aproximando-se mais dos heresiarcas da história do
cristianismo, como Ário, e dos grupos religiosos
isolados, como os movimentos dissidentes de
William Miller, do que mesmo da patrística e dos
reformadores. Sua teologia distingue-se nos
principais pontos cardeais da fé cristã, como a
doutrina de Deus, da Trindade e da divindade de
Jesus. A organização rejeita também a ressurreição
corporal de Jesus e a personalidade do Espírito
Santo. Afirma não existir o inferno como lugar de
suplício eterno para os maus, nega a sobrevivência
da alma após a morte e a salvação pela graça
mediante a fé.
Era essa a teologia que Russell pregava, pois
optou pelo arianismo e soncinismo e seus sucessores
sustentaram essa doutrina, mantida até hoje. Ele
iniciou um sistema de crenças e práticas distintivo,
posteriormente desenvolvido, adaptado e ampliado
por seus sucessores Rutherford, Knorr, Frederick
Franz e Milton Henschel. O conceito religioso
sobre o homem e seu destino seguiu o modelo dos
grupos dissidentes de Miller. Trata-se de uma
teologia peculiar, mas todos eles procuraram
fundamentar suas crenças e práticas na Bíblia.
São doutrinas irracionais e indigestas, por isso
ninguém no mundo tornou-se testemunha de Jeová
simplesmente pela leitura da Bíblia. Dificilmente
alguém chegará à conclusão, pela simples leitura da
Bíblia, de que o inferno não existe, de que Jesus
voltou em 1914, de que é pecado comemorar uma
simples festa de aniversário com a família e com os
amigos, de que ninguém deve doar ou receber
sangue numa transfusão. Porém, a organização
afirma que seus ensinamentos vêm da Bíblia
Sagrada, pois Russell e seus sucessores esforçaram-se
para que seus ensinamentos peculiares parecessem
bíblicos.
O primeiro capítulo apresenta um resumo
histórico que ajudará o leitor a conhecer o perfil das
testemunhas de Jeová. O seguinte é uma avaliação
crítica da Tradução do Novo Mundo das Escriturasa
Sagradas, texto padrão da Sociedade Torre de Vigia,
mostrando as falsificações e a falta de erudição e de
qualificação acadêmica de seus tradutores. Os
capítulos três, quatro e cinco tratam da doutrina de
Deus, a começar pela Trindade, seus argumentos,
falácias, falsidade e refutação à luz da Bíblia sobre
cada ponto apresentado. Em seguida vem a
refutação a Cristologia do Corpo Governante e
sobre a doutrina do Espírito Santo. O capítulo seis
é um confronto entre a Bíblia e a organização sobre
a existência da alma após a morte, e o último é uma
análise entre o ensino desses adeptos e a Palavra de
Deus sobre o inferno, um estudo profundo e
criterioso sobre a doutrina da maldição eterna.
Termino com uma orientação básica de como
dialogar com elas.
Considero ser aqui o lugar apropriado para
alguns esclarecimentos sobre os pais da igreja, visto
que são citados na presente obra. Eles são assim
chamados por causa de sua ortodoxia essencial,
santidade de vida, aprovação generalizada e
antiguidade. O termo “patrologia” é criação do
luterano J. Gerhard, falecido em 1637, e expressa o
estudo histórico de vida e obras dos escritores
cristãos antigos, desde Clemente de Roma até
Isidoro de Sevilha, no sétimo século. Segundo o
Dicionário Patrístico e de Antigüidades Cristãs, “na
origem, ‘patrística’ era um adjetivo, subentendendo
teologia”. Teólogos luteranos e católicos a
empregaram para distinguir a teologia em “bíblia,
patrística, escolástica, simbólica, especulativa”
(página 1103). Foi o título de “pai” que deu
origem a ambos os termos patrologia e em seguida
patrística.
Os primeiros são conhecidos como pais
apostólicos, eminentes líderes do período
imediatamente após os apóstolos. São chamados
“apostólicos” pela doutrina dos apóstolos que
defendiam ou pelo seu contato com ele ou com
alguém que os conheceu pessoalmente, como Papias
(ou Pápias), Policarpo de Esmirna, Clemente de
Roma, Inácio de Antioquia e Hermas, autor de O
Pastor, que por meio de cartas instruíam e
exortavam as igrejas.
Papias nasceu por volta de 60 a 70, foi bispo de
Hierápolis e companheiro de Policarpo. Escreveu
Interpretações das Afirmações do Senhor, também
conhecido como Exposição dos Oráculos do Senhor.
Policarpo foi bispo de Esmirna, nasceu antes de
Papias, disse em 155 que já fazia 86 anos que servia
ao Senhor Jesus, logo, não pode ter nascido depois
no ano 69. Foi discípulo pessoal do apóstolo João.
Clemente foi o terceiro bispo de Roma entre 92 e
101, depois de Lino e Cleto ou Anacleto. Alguns o
identificam com um cooperador do apóstolo Paulo,
de mesmo nome, mencionado em Filipenses 4.3.
Devemos, porém, considerar isso apenas como mera
possibilidade e não necessariamente como
afirmação, visto que muitos rejeitam essa
interpretação. Inácio foi o terceiro bispo de
Antioquia e conheceu os apóstolos Paulo e João.
Ele foi preso em 110 no reinado de Trajano, sendo
levado para Roma, onde foi atirado às feras.
Hermas faleceu em 160, ele ficou conhecido por
causa do livro O Pastor, que exerceu forte influência
nas igrejas nos século 2 a 4. A Didaqué e a Epístola
de Barnabé são partes dos escritos dos Pais
Apostólicos. Todos os escritos deles revelam como
eram as igrejas das últimas décadas do primeiro
século e a da primeira metade do século seguinte.
Não trouxeram contribuição significativa no campo
teológico, raramente são citados aqui, no presente
trabalho.
Trago esse breve relato porque eles são o elo entre
os apóstolos e os Pais da Igreja e deixaram como
legado o registro do pensamento apostólico
presente nas igrejas, fundadas por eles ou por
alguém ligado a eles. Assim, escritores como Irineu
de Lião e Justino, o Mártir eram a terceira geração
dos apóstolos. Como tiveram contato com quem
conviveu com os discípulos diretos do Senhor Jesus
e conhecendo a tradição dessas igrejas, procuraram
organizar o pensamento cristão com base naquilo
que elas pregavam e ensinavam e nas Escrituras
Sagradas, respeitando o parâmetro de interpretação
legado pelos apóstolos. Os Pais que vieram
posteriormente, como Tertuliano de Cartago,
principal representante do Ocidente, e Atanásio de
Alexandria, no Oriente, observavam as crenças e
práticas históricas da Igreja como um dos recursos
para refutar os heresiarcas de sua geração.
Tertuliano dizia em sua obra Prescrições Contra os
Hereges que a heresia não nasce da fé, mas da
filosofia. Ele argumentava que as igrejas fundadas
pelos apóstolos ou por alguém ligado a eles,
mencionando nominalmente Roma e Esmirna,
além de outras, ensinam uma mesma doutrina
mantendo a mesma regra de fé dada pelos
apóstolos, lembrando ainda que os líderes atuais
foram ordenados por sucessores dos sucessores dos
apóstolos, logo, as inovações apresentadas pelos
hereges vieram de fontes estranhas. Atanásio, em
sua obra mais original e significativa A Encarnação
do Verbo, apresenta uma apologia à divindade de
Cristo. Se os cristãos oram e adoram a Jesus nos
cultos públicos desde os tempos dos apóstolos, dizia
ele, isso acontece porque todos reconheciam a sua
divindade, logo, a doutrina de Ário era
incompatível com a fé cristã.
As formulações teológicas dos pais da igreja,
desde as mais embrionárias, como as de Irineu de
Lião e as de Tertuliano de Cartago, até às mais
elaboradas, como as de Agostinho de Hipona foram
revistas durante toda a Idade Média e cotejada com
a Bíblia pelos reformadores do século 16. Um dos
pilares da Reforma Protestante foi Sola Scriptura
(somente a Bíblia), tudo o que era mera tradição
ficou de fora. Assim, o pensamento da Patrística foi
submetido a um reexame bíblico, tudo o que tinha
fundamentação apostólica permaneceu.
Os pais da Igreja são lembrados como os que
trabalharam e fizeram muito pela Igreja dos
primeiros séculos do cristianismo, porém eles não
são autoridades para a nossa regra de fé e prática e
nem jamais reivindicaram tal posição. É bom
lembrar que nem sempre acertaram em suas
formulações doutrinárias, mas deve-se levar em
consideração a época em que viveram e o propósito
em defender o pensamento apostólico ensinado nas
igrejas. A quantidade de acertos foi
incomparavelmente maior do que de erros. A
teologia cristã que hoje defendemos, embora muita
coisa tenha começado com eles, todavia, tem sua
base nas Escrituras Sagradas, a Palavra de Deus está
acima de qualquer tendência teológica. Fica claro,
portanto, que a citação dos pais da Igreja, no
presente trabalho, não é indicação de fonte de
autoridade, mas apenas demonstração de como a
história do pensamento cristão começou.
Para finalizar, é oportuno ressaltar que os
fundamentos de nossa fé são as Escrituras Sagradas,
os pais da Igreja são citados por causa do seu
envolvimento nos debates teológicos dos primeiros
séculos da era Cristã. Suas obras não são inspiradas
e às vezes até destoam, em pormenores, da
ortodoxia cristã.
A Sociedade Torre de Vigia não relata esses fatos
às testemunhas de Jeová porque sabe que isso seria
admitir confissão de culpa por adotar as crenças e
práticas dos grandes hereges do passado. Os fatos
falam por si só, contrariando a bandeira que seus
líderes sustentam ao afirmarem ser uma organização
sucessora dos apóstolos. As provas revelam que ela é
continuadora dos grandes heresiarcas da História.
Espero ser o presente estudo uma ferramenta
importante no preparo “para responder com
mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão
da esperança que há em vós” (1 Pe 3.15). O
assunto não se esgota aqui, mas o que é
apresentando é mais do que suficiente para mostrar
as falácias da Sociedade Torre de Vigia.

***

Origem e desenvolvimento das


Testemunhas de Jeová

O grupo religioso das testemunhas de Jeová


surgiu num contexto de grandes reavivamentos
escatológicos do século XIX. Seus ancestrais vieram
do movimento de William Miller (1782-1849),
fundador do movimento milerista que deu origem
ao que conhecemos hoje como adventistas do
sétimo dia. O presente histórico mostra a origem e
o desenvolvimento das crenças e práticas das
testemunhas de Jeová, além de revelar também as
falsas profecias de seus dirigentes.

CHARLES TAZE RUSSELL


Charles T. Russell nasceu em 16 de fevereiro de
1852, em Pitisburgo, Pensilvânia, EUA, filho de
Joseph L. Russell e Anna Eliza Birney, ambos
presbiterianos e de origem escocês-irlandesa. Sua
mãe faleceu quando ele estava com nove anos e seu
pai, em 1897, aos 84 anos. Foi educado numa
modesta escola pública até aos 14 anos de idade,
quando começou a trabalhar com o seu pai, que era
dono de uma rede de lojas de roupa masculina.
Tornou-se sócio do pai aos 15 anos de idade e, aos
25, gerenciava essas lojas, porém, mais tarde,
desfez-se de seus negócios para dedicar-se ao seu
ministério, recebendo pela venda de suas lojas mais
de um quarto de milhão de dólares.
Russell recebeu educação presbiteriana, porém,
migrou para a Igreja Congregacional, considerada
menos austera. Sua fé foi abalada quando estava
com 16 anos de idade; ao tentar ganhar um amigo
para Cristo, não pôde defender com êxito suas
crenças e perdeu a fé na Bíblia. O tema da
discussão foi a doutrina do inferno ardente, como
lugar de suplício eterno para os infiéis. À deriva em
busca da verdade, estudou as religiões orientais,
nesse período não cria nos ensinos que recebeu na
infância e discordava dos credos das igrejas
protestantes. Ele mesmo testificou que numa noite
de 1869, num subsolo próximo a uma de suas lojas,
na Rua Federal, ouviu a pregação de um pregador
adventista, Jonas Wendell. Isso despertou nele o
interesse pelo estudo da Bíblia e sua fé foi
restaurada. Recebeu orientação e ajuda espiritual de
outros dois homens, entre 1869 e 1872, que na
época lideravam movimentos religiosos
independentes, provenientes do movimento de
William Miller, são eles: George W. Stetson, pastor
da Igreja Cristã do Advento, em Edinboro, na
Pensilvânia e George Storrs, editor de uma revista
chamada Bible Examiner. Segundo Schnell,1 Russell
teve contato com os escritos de Ellen Gould White.
Entre 1870 e 1875, Russell, seu pai, mais tarde
membro da organização, e mais quatro amigos
reuniam-se regularmente “para efetuar um estudo
sistemático da Bíblia”, sob sua supervisão. Ao cabo
de cinco anos, o grupo elegeu-o como seu pastor.
Em 1876, teve conhecimento de um periódico
mensal Arauto da Aurora, de um editor de
Rochester, Nova Iorque, Nelson H. Barbour,
também dissidente do movimento de Miller.
Russell interessou-se pelo assunto da doutrina da
“presença invisível” de Cristo, veiculada no referido
periódico. Barbour publicava nessa revista a idéia
de que Cristo voltou invisivelmente em 1874.
Russell publicou nessa época um livreto intitulado
O Objetivo e a Maneira da Volta de Nosso Senhor,
momento em que defendia idéias similares.
Ambos tornaram-se sócios e Russell resolveu
devotar-se à pregação, tornando-se co-editor da
revista. Eles publicaram, em 1877, o livro Três
Mundos, e a Colheita Deste Mundo, identificado
também como Três Mundos ou Plano de Redenção. A
obra editada em co-autoria apresenta o nome dos
dois, mas quem de fato a escreveu foi Barbour. Isso
é colocado no prefácio, Russell partilhou apenas da
edição, ele mesmo confirmou isso em 1906. Russell
e seu grupo trabalhavam na divulgação dessa
mensagem. Porém, essa união não durou muito,
pois em agosto de 1878 houve o primeiro cisma.
Barbour era o intelectual do grupo e a participação
de Russell era basicamente financeira.
O rompimento do grupo de Pitisburgo com o de
Rochester levou Russell a criar em julho de 1879 a
revista The Watchtower, A Sentinela, em português,
seu título original era A Torre de Vigia de Sião e
Arauto da Presença de Cristo, como o meio de
comunicação para veicular suas idéias.2 Então,
ocorreu o nascimento de um novo grupo. Ainda
nesse mesmo ano Russell casou-se com Maria
Frances Ackley, não tiveram filhos, e o casamento
terminou em divórcio litigioso após 13 anos. Ela
trabalhou na organização como secretária-tesoureira
e depois editora associada.
Russell organizou a Sociedade de Tratados da
Torre de Vigia de Sião em 1881, sendo gerente,
adquirindo personalidade jurídica, instituída
legalmente na Pensilvânia e oficialmente registrada
em dezembro de 1884, quando ele foi nomeado
presidente pelos seus discípulos. O nome foi
mudado em 1896 para Sociedade Torre de Vigia de
Bíblias e Tratados.
Os seguidores dos ensinos de Russell foram
inicialmente chamados de Aurora do Milênio e
depois de Russelitas, em seguida, referiam-se a si
mesmos como Estudantes da Bíblia, em 1910,
Estudantes Internacionais da Bíblia e, a partir de
1914, Estudantes da Bíblia Associados. Russell
soube aproveitar a ignorância da maioria, pois
“muitos leigos, mal avisados e poucos instruídos nas
coisas do Senhor, ficaram fascinados pela
representação”, disse Schnell, em sua obra À Luz do
Cristianismo, página 60.
O escritório central da organização foi transferido
para Nova Iorque em 1908. A Sociedade adquiriu
novas propriedades no Brooklyn, na rua Hicks,
números 13-17 e na rua Columbia Heights, nº
124. Hoje é dona de vários quarteirões nessa ilha de
Nova Iorque, onde está a sede mundial das
testemunhas de Jeová e a Corporação da
Pensilvânia ainda existe e está em plena atividade. A
organização fundou em 1909 a Associação Púlpito
do Povo, nome usado em Brooklyn até 1939,
quando foi substituído por Watchtower Bible and
Tract Society, Inc., e, após 1956, foi alterado para
Watchtower Bible and Tract Society of New York,
Inc. (Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e
Tratados de Tratados de Nova Iorque, Inc.)
Os críticos de Russell afirmam que ele
proclamou-se a si mesmo como “servo fiel e
prudente”, traduzido por “escravo fiel e discreto”,
na Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas,
em Mateus 24.45 e Lucas 12.42, onde se lê:
“Quem é, pois, o servo fiel e prudente, que o
Senhor constituiu sobre a sua casa, para dar
sustento a seu tempo?”. Porém, os diretores negam
que Russell tenha reivindicado tal posição. Eles
responsabilizam sua esposa, Maria F. A. Russell,
que ocupava o cargo de co-editor de Russell antes
do divórcio, mas era ele dono e senhor absoluto da
empresa, e, sobretudo, ele aceitava tal prerrogativa:
trata-se, portanto, de escritos autorizados.
Os dois pontos básicos de interesse de Russell
foram o combate a doutrina do inferno ardente e o
eminente retorno de Cristo. Seus pais na fé foram
Jonas Wendell, George W. Stetson e George
Storrs,3 todos eles eram dissidentes das igrejas
protestantes e, posteriormente, do movimento de
Miller. Deles Russell recebeu as idéias centrais de
sua teologia.
No início, o primeiro ponto levantado era a
doutrina do inferno ardente; arvorou a insígnia de
batalha; segundo Schnell, pregavam “o inferno é a
sepultura”, o quê os adventistas e as testemunhas de
Jeová defendem até hoje. Assim, Russell “conseguiu
atrair a maioria dos rebeldes que não gostavam da
doutrina bíblica do Inferno”, escreveu Schnell.
Porém, os adventistas defendem a doutrina da
Trindade, e não há registros de que os pais na fé de
Russell se opusessem a isso. Ao contrário, o livro
Três Mundos, e a Colheita Deste Mundo apresenta
uma defesa à doutrina da Trindade e da
personalidade do Espírito Santo contra a doutrina
dos cristadelfianos, movimento que nega essa
doutrina. Russell só começou argumentar contra a
personalidade do Espírito Santo e atacar o
trinitarianismo, adotando a crença de Ário, em
1882.
Antes disso, em 1881, ele escreveu dois livretos:
1) Ensinos do Tabernáculo, posteriormente revisado e
publicado sob o título Sombras do Tabernáculo dos
“Melhores Sacrifícios”; 2) Alimento para os Cristãos
Refletivos. Esses livretos formam o esboço que deu
origem aos seis tomos de Estudos das Escrituras,
principal fonte da teologia da Sociedade Torre de
Vigia, sendo que muitos desses ensinos são
mantidos ainda hoje.
Logo depois do divórcio, Russell fez um
testamento em 1907, publicado na revista A
Sentinela, edição americana, 1º de dezembro de
1916, quando passou, ainda em tempo, a direção
de sua organização para uma comissão chamada
“Comissão Editora”, formada por cinco homens,
membros vitalícios, responsáveis pela publicação da
referida revista.

JOSEPH FRANKLIN
RUTHERFORD
Russell não deixou sucessor, apenas um
testamento de sua última vontade, doou todos os
seus bens pessoais à Sociedade Torre de Vigia de
Bíblias e Tratados, exceto uma pequena quantia de
cerca de 200 dólares.
Rutherford foi eleito presidente da Sociedade
Torre de Vigia de Bíblias e Tratados em 06 de
janeiro de 1917, na assembléia anual da
corporação, e com ele começou uma nova etapa que
durou 25 anos na história do movimento.
Rutherford não foi nomeado membro da Comissão
Editora, seu nome consta da lista dos suplentes. Os
membros nomeados por Russell foram: William E.
Page, William E. Van Amburgh, Hebry Clay
Rockwell, E. W. Brenneison, F. H. Robison.
De origem batista, Rutherford nasceu aos 8 de
novembro de 1869, no Condado de Morgan,
Missouri, EUA. Tornou-se advogado em 1892 e
serviu, em algumas ocasiões, como juiz substituto.
Seu primeiro contato com a organização foi em
1894, sendo batizado em 1906. Tornou-se
consultor jurídico da organização no ano seguinte,
conquistando popularidade entre seus irmãos, como
advogado, nos tribunais, lutou para limpar o nome
de Russell e debatia publicamente em defesa das
crenças da organização.
Na verdade, ele nunca foi juiz. R. Felix buscou
em vão seu nome nas escolas de Direito do
Missouri. Ele afirma, no livro Rutherford Descoberto,
publicado em Pilot Grove, em 1937, que
Rutherford era taquígrafo do tribunal e teria
solicitado sua admissão na Advocacia de Bonville,
sendo aprovado com êxito no exame e obtendo
permissão para exercer a profissão em 5 de maio de
1892. No Estado de Missouri, quando um juiz
estava ausente de sua região, os advogados elegiam
um dentre eles para substituí-lo. Foi assim, que
Rutherford foi chamado quatro vezes para
desempenhar essa função, título que ostentou
durante toda sua vida.
No mesmo ano de sua eleição para o cargo de
presidente ele provocou uma crise interna que
sacudiu a instituição. As testemunhas de Jeová
acreditam que o motivo dessa confusão foi a
publicação do livro O Mistério Consumado, como
obra póstuma de Russell, lançado no dia 17 de
julho de 1917. Na verdade, essa obra foi escrita por
Clayton J. Woodworth e George H. Fisher. Seu
lançamento caiu como uma bomba na sede da
organização. Trata-se de uma interpretação
alegórica com lentes russelitas e rutherforditas dos
livros de Apocalipse, de Cantares de Salomão e de
Ezequiel. O quê desejava salvar eram as profecias de
Russell, legitimar sua autoridade tentando
convencer a todos de que este, mesmo no além,
estaria lhe dando apoio e se comunicando com a
organização. Na interpretação alegórica de
Apocalipse 8.3 e 16.16, afirma que Russell, mesmo
além do véu, dirige e supervisiona a Sociedade
Torre de Vigia. Rutherford transferiu para 1918 os
acontecimentos que seu antecessor havia
profetizado para 1914, visto que o mundo
experimentava os horrores da Primeira Guerra.
Segundo Raymond Franz4 e James Penton5 a
causa inicial do problema foi a destituição sumária
dos diretores. O novo presidente novo presidente,
afirma Franz em sua obra Crise de Cosnciência, “não
estava reconhecendo a Diretoria e nem trabalhando
com ela como um corpo, mas estava agindo
unilateralmente, tomando medidas e informando-
lhe só depois o que havia delineado como o
proceder a ser seguido... Ter eles expressado objeção
resultou em sua eliminação sumária da Diretoria”
(página 75). Penton, em Apocalipse Atrasado...
declara: “a designação que Rutherford fez para
escrever e publicar O Mistério Consumado foi uma
ação de exercício de autoridade demonstrando falta
de consideração, unilateral, que certamente ignorou
os direitos e prerrogativas da diretoria de vários
membros da Comissão Editora da Sociedade”
(página 51).
Russell foi apresentado nesse livro como o sétimo
mensageiro do Apocalipse, na seguinte ordem:
Paulo, João, Ário, Valdo, Wycliff, Lutero e Russell,
nas páginas 23-72. Além disso, no comentário de
Apocalipse 8.3 afirmava-se que “Pastor Russell
passou além do véu e ele ainda dirige cada detalhe
da obra da colheita” (página 144). Em outras
palavras, Russell, depois de morto se comunicava
com o mundo dos vivos. Havia na obra falsas
profecias, que serão estudadas mais adiante, ódio
contra o clero e a doutrina antipatriota.
A crise foi devastadora, o concorrente de
Rutherford à presidência, Paul S. L. Johnson, e os
diretores demitidos foram expulsos da sede da
organização, entre eles: J. D. Wright, A. I. Ritchie,
I. F. Hoskins e R. H. Hirsh. Estes e o vice-
presidente Andrew N. Pierson escreveram Luz Após
as Trevas, impressão particular, no Brooklyn, em
1917. Penton, baseado no relato deles, afirma:
“imediatamente antes de Johnson ter sido obrigado
a sair de Betel,6 em 27 de julho de 1917, os
diretores depostos e o vice-presidente Pierson
afirmaram que Rutherford voltou-se contra ele num
acesso de raiva e atacou-o fisicamente” (página 53).
Isso porque eles queriam fazer, na despedida, uma
declaração e ler uma carta de Pierson, afirmando
apoiar a antiga diretoria, mas foram impedidos.
Segundo Penton, Rutherford mandou Macmillan
chamar a polícia para expulsar Wright, Hoskins,
Ritchie e Hirsh da sede, na Hicks Street, mas a essa
altura eram reconhecidos como diretores da
Sociedade Torre de Vigia. Uma avalanche de
panfletos, cada um contando a sua versão dos fatos,
era distribuída por toda parte depois dessa
expulsão. Eles procuraram se organizar para a
assembléia geral anual da corporação de janeiro de
1918, sugerindo Menta Sturgeon, secretário
particular de Russell, para a presidência, mas não
obtiveram êxito, pois Rutherford agiu com mais
eficiência e conseguiu votos da maioria.
A crise deu origem a vários cismas, muitos grupos
independentes foram formados, alguns sob a
liderança dos diretores demitidos. Jonhson fundou
o Movimento Missionário da Casa do Leigo. R. H.
Hirsh, I. F. Hoskins, A. I. Ritchie e J. D. Wright
fundaram o grupo Instituto Bíblico Pastoral.
Durante muito tempo, outros grupos surgiram, uns
oriundos da Sociedade; outros, de movimentos
subdivididos com o passar do tempo. Esses
movimentos rejeitam qualquer vínculo com a
Sociedade Torre de Vigia. Muitos deles existem
ainda hoje, nos Estados Unidos, no Canadá e na
Europa. Há no Brasil um desses grupos, a
Associação dos Estudantes da Bíblia da Aurora, os
“auroristas”, com sede em São José dos Pinhais, no
Paraná, que já publicou os dois primeiros volumes
de Estudos das Escrituras, em português.

O confronto com as autoridades


A crise externa foi conseqüência das provocações
de Rutherford às instituições civis, militares e
religiosas. A distribuição do tratado, de quatro
páginas, O Mensário dos Estudantes da Bíblia, em 30
de dezembro de 1917, sob o título A Queda de
Babilônia, provocou a reação da sociedade. O
panfleto trazia trechos de O Mistério Consumado
com a caricatura do cristianismo e suas
ramificações, de um muro ruindo com os dizeres:
“Protestantismo, Teoria do tormento eterno,
Doutrina da Trindade, Sucessão apostólica e
Purgatório”.
O livro e o panfleto atacavam o militarismo e o
clero católico e protestante, nessa época os Estados
Unidos estavam em guerra, era a Primeira Guerra,
em 1917. Em fevereiro, o governo canadense
proibiu a circulação de O Mistério Consumado
afirmando haver declarações sediciosas e anti-
militares, com isso lançou uma campanha contra os
seguidores da organização. Rutherford desafiou as
autoridades dos Estados Unidos e do Canadá ao
fazer uma campanha acirrada com a distribuição
dessa literatura.
Nos Estados Unidos, muitos foram perseguidos e
presos porque se recusavam a servir às forças
armadas quando eram convocados. Em 14 de
março de 1918, o Departamento de Justiça dos
Estados Unidos considerou O Mistério Consumado
como “violação da Lei Contra a Espionagem”.
Houve sugestão de corte de algumas páginas do
livro, mas a Sociedade não aceitou. Em fevereiro de
1918, os agentes do Departamento do Serviço
Secreto confiscaram os livros da sede da
organização, na rua Hicks, 17, Brooklyn, mas
segundo Macmillan, nada de ilegal encontraram.
Rutherford e seus seguidores foram acusados de
sedição nos termos da Lei Americana de
Espionagem.
Em 7 de maio de 1918, foi expedido o mandado
de prisão pelo Tribunal Distrital dos Estados
Unidos do Distrito Oriental de Nova Iorque contra
J. F. Rutherford, W. E. Van Amburgh, A. H.
Macmillan, R. J. Martin, C. J. Woodworth, G. H.
Fisher, F. H. Robison e G. DeCecca. Eram oito
ligados à administração e à comissão editorial da
Sociedade. Eles foram condenados a 20 anos de
reclusão. A pena de Giovanni De Cecca foi de 10
anos e cumpriram pena na penitenciária Federal de
Atlanta, no estado da Geórgia, mas a liberdade
deles foi antecipada com o fim da Guerra,
cumpriram oito meses de reclusão.

Suas profecias
O Mistério Consumado, no comentário do capítulo
três de Apocalipse, registra a profecia do fim da
existência das igrejas, em 1918: “a primavera de
1918 trará um espasmo de angústia sobre a
cristandade até maior do que o experimentado no
outono de 1914”. Essa profecia reaparece mais
vezes no livro. No comentário de Ezequiel 24.20,
21, afirma: “Até 1878, a igreja nominal foi, de
certo modo, o santuário ou templo de Deus; mas
deste tempo em diante, culminado em 1918, Ele
tem estado a eliminá-la com um golpe ou praga de
doutrinas errôneas e práticas divinamente
permitidas”. O livro prevê, ainda, no comentário de
Apocalipse 16.20, o fim das repúblicas e a anarquia
geral, “até as repúblicas desaparecerão no outono de
1920... todos os reinos da terra passarão, serão
tragados pela anarquia”. Foi, de fato, a Sociedade
Torre de Vigia que quase desapareceria da Terra
com as crises interna e externa.
Segundo Russell, influenciado ainda por
Barbour, a “presença” de Cristo teria começado em
1874, sendo 1914 o clímax dessa presença com o
fim dos reinos desse mundo, a queda do papado e a
Batalha do Armagedom. O ano de 1914 chegou e
nada disso aconteceu. Em seguida, ele refez o
cálculo e estabeleceu o ano de 1915. Rutherford
também refez o cálculo, apresentando duas novas
datas em O Mistério Consumado: 1918 e 1920.
Estabeleceu o ano de 1925 como o início do
milênio. Essa profecia encontra-se no livro Milhões
que Agora Vivem Jamais Morrerão, escrito por
Rutherford em 1920, e traduzido para 30 línguas,
com tiragem de 3.500.000 exemplares. Foi um
discurso proferido por ele, em Los Angeles, em 24
de fevereiro de 1918, antes de ser transformado em
livro. Em pouco tempo a expressão se popularizou
pela publicidade nos jornais e nos discursos. A
edição em português foi publicada em 1923. O
livro anunciava o fim do mundo para 1925,
quando seria a ressurreição de todos os justos do
Antigo Testamento e o estabelecimento da nova
ordem de coisas.

A cousa principal a ser restituída é vida à raça


humana; desde que outras escrituras
definitivamente estabelecem o fato de que
Abraão, Isaac e Jacó ressuscitarão e outros fiéis
antigos, e que estes seriam os primeiros
favorecidos, podemos esperar em 1925 a volta
desses homens fiéis de Israel, ressurgindo da
morte e completamente restituídos à perfeição
humana, os quais serão visíveis e reais
representantes na nova ordem das cousas na terra
(página 110).

Portanto, podemos seguramente esperar que


1925 marcará a volta às condições de perfeição
humana de Abraão, Isaque, Jacó e os antigos
fiéis, especialmente esses mencionados pelo
Apóstolo no capítulo onze de Hebreus” (página
112).

Baseado nos argumentos até aqui apresentados,


isto é, que a ordem velha das cousas, o velho
mundo está se findando e desaparecendo, e que a
nova ordem ou organização está se iniciando, e
que 1925 será a data marcada para a ressurreição
dos anciões e fiéis, e o princípio da reconstrução,
chegar-se à conclusão razoável de que milhões dos
que vivem agora na terra, ainda estarão vivos no
ano 1925. Então, baseados nas promessas
encontradas nas palavras Divinas, chegamos à
positiva e indiscutível conclusão de que, milhões
que agora vivem jamais morrerão (página 122).

Schnell, Penton e Raymond Franz não poupam


crítica à profecia de 1925. Segundo Schnell,
Rutherford precisava de recursos para ampliar suas
instalações gráficas e este foi um meio encontrado
para vender três milhões e meio de exemplares, com
um título atraente e uma promessa fantasiosa.
Em 1939, em seu livro Salvação, Rutherford
chegou a incentivar aos casais a não gerarem filhos
alegando que Noé e sua família não geraram filhos
por ocasião do dilúvio. Depois, proibiu o
casamento, no livro Filhos.

A Teocracia
O novo modelo, implantado por Rutherford
entre 1928 e 1938, defendia a Sociedade Torre de
Vigia como “Teocracia, a única representante de
Deus na terra”. Essa doutrina baseava-se na idéia de
que Deus tem uma organização desde o princípio
da criação e que Satanás a perverteu em seu próprio
proveito. Pregava e ensinava serem todas as igrejas e
organizações profanas vindas do diabo. A teocracia
do juiz trouxe inovações e mudou o perfil da
organização.
Rutherford precisava desacreditar a memória de
Russell e seus ensinos para aumentar a sua
autoridade. Aos poucos reduziu a reputação de seu
antecessor. Ele mudou a face da organização, pouco
ou quase nada restando d Russell. Ele mudou o
nome para “Testemunhas de Jeová”, em 1931.
Disse aos presentes, numa convenção, que as
palavras de Isaías “Vós sois as minhas testemunhas”
(43.10-12) combinadas com Isaías 62.2 “e chamar-
te-ão por um novo nome” eram uma referência ao
seu movimento religioso. A partir de então, o grupo
passou a ser chamado de Testemunhas de Jeová
para se disitinguir dos dissidentes desde 1917, que
também se identificavam pelo nome Estudantes da
Bíblia.
Penton considerou esse argumento de Rutherford
como “uma obra-prima de lógica falaciosa e má
exegese” (Apocalipse Atrasado..., página 63). Se o juiz
tivesse observado dois versículos mais adiante,
argumenta Penton, citando Timothy White, teria
descoberto que esse nome é “Hefzibá” (Isaías
62.2).7 Ele deu um golpe de mestre, foi um passo
importante no processo de implantação da teocracia
centralizado nele mesmo e também representou a
quebra do vínculo psicológico em relação a Russell.
Em seguida, com a publicação do livro Jeová, em
1934, Rutherford trouxe à tona a doutrina da
vindicação do nome Jeová. O resgate expiatório de
Cristo como expressão máxima do amor de Deus
pela humanidade norteava o pensamento de Russell
e era essa a ênfase da mensagem de seus seguidores,
mas Rutherford mudou tudo isso: “Deus
providenciou que a morte de Cristo Jesus, seu
amado Filho, fornecesse o preço redentor do
homem; mas essa bondade e benignidade da parte
de Jeová para a humanidade (sic) é secundária à
vindicação do seu nome” (Jeová, página 313 - grifo
nosso). Essa nova doutrina permanece ainda hoje
como tema central das testemunhas de Jeová.
Schnell queixou-se do novo sistema implantado
nesse período. Afirmou que os seguidores da
Sociedade perderam sua liberdade pessoal. A
evangelização deixou de ser feita por iniciativa de
cada membro da organização, passou a ser por
coerção exterior, imposta pela teocracia. Ele chama
o modelo teocrático de lavagem cerebral. O
primeiro “Salão do Reino das Testemunhas de
Jeová” foi construído em Roseto, na Pensilvânia,
em 1927, mas o uso geral do nome “Salão do
Reino” tornou-se comum de 1935 em diante.

Novas mudanças
Na direção de Rutherford o sistema sofreu cerca
de 148 mudanças doutrinárias. Rutherford destruiu
os volumes de Estudos das Escrituras, obra sem a
qual, segundo Russell, seria impossível conhecer as
Escrituras.
Depois da soltura de Rutherford e seus
companheiros a sede da administração voltou para
Nova Iorque e começou uma nova etapa na história
das testemunhas de Jeová, esta conseguiu se
reerguer das cinzas. Ele criou mais um periódico, A
Idade de Ouro, lançado em 1º de outubro de 1919,
a atual revista Despertai!.
Rutherford levou ao ar, em 1922, o primeiro
programa radiofônico; dois anos depois, já operava
a sua própria emissora, em Nova Iorque. Em 1933,
contava com 408 emissoras no ar, levando a sua
mensagem para todos os continentes. Ele também
implantou, em 1937, um sistema de testemunho
através de um cartão, que era lido pelas
testemunhas de Jeová para as pessoas, pois na época
o preparo delas era muito limitado. Ele não estava
disposto a permitir que elas falassem com as
próprias palavras a mensagem da Sociedade Torre
de Vigia. Estabeleceu, ainda, o sistema de
fonógrafo, uma mensagem gravada em disco que as
testemunhas de Jeová usavam num fonógrafo
portátil nos trabalhos de evangelização.
Em 1929, Rutherford construiu um palacete em
San Diego e o chamou de “Bete-Sarim”, nome
hebraico que significa “Casa dos Príncipes”, para
recepcionar os patriarcas que haveriam de
ressuscitar. Enquanto se aguardava essa ressurreição,
ele foi morar nela. Alguns conceitos de Russell
foram refeitos. Em 1930, por exemplo, Rutherford
mudou o início da “presença invisível” de Cristo de
1874 para 1914, doutrina mantida ainda hoje pela
organização, afirmando que Jesus veio
invisivelmente em 1914 e estabeleceu o reino de
Deus, pondo fim aos tempos dos gentios. Ele
concordava, a princípio, com essa teoria, mas
depois a rechaçou, denominando-a “diabólica”.
Segundo Raymond Franz, o ano de 1914 “é a data
principal sobre a qual se apóia grande parte da
estrutura de doutrinas e de autoridade das
testemunhas de Jeová” (Crise de Consciência, página
177). A partir de 1931, A Sentinela deixou de trazer
a coroa atravessada por uma cruz e a estaca de
tortura passou a ser usada em lugar da cruz de
Cristo, como instrumento usado na morte de Jesus.

Seu apoio aos nazistas


A Sociedade Torre de Vigia dispara sua
metralhadora giratória contra todas as igrejas
classificando-as como aliadas do nazismo,
entretanto, manifestou seu apoio a Adolf Hitler,
que o recusou.8 As testemunhas de Jeová realizaram
uma conferência em Berlim, em 25 de junho de
1933, para apoiar o regime nazista, algo que a
organização procura esconder. Essa reunião teve a
participação de 7.000 presentes quando redigiram
um documento Erklärung, “declaração” em alemão,
conhecido como Declaração dos Fatos, distribuíram
por toda a Alemanha 2.100.000 exemplares desse
panfleto em apoio aos nazistas, manifestando sua
hostilidade aos judeus, aos Estados Unidos, ao
Reino Unido e à Liga das Nações (Testemunhas de
Jeová e o Terceiro Reich.... páginas 275-284). O
documento foi enviado ao governo alemão,
acompanhado de uma carta em que declara ter a
Sociedade Torre de Vigia os mesmos objetivos dos
nazistas afirmando terem os Estudantes da Bíblia
harmonia com o Reich Alemão: “estes estão em
perfeita harmonia com os objetivos similares do Governo
Nacional do Reich Alemão” (Testemunhas de Jeová e o
Terceiro Reich:.... páginas 292 - grifo nosso). O
Führer, porém, recusou o apoio das testemunhas de
Jeová.
Isso pode ser confirmado na própria literatura da
organização Anuários das Testemunhas de Jeová de
1934, em inglês e em alemão: “Longe de estarmos
contra os princípios advogados pelo governo da
Alemanha, nós apoiamos sinceramente esses
princípios e sublinhamos que Jeová Deus através de
Jesus Cristo causará a realização completa destes
princípios” (página 136, edição inglesa, grifo
nosso).

Sua morte
Rutherford era misógino, odiava as mulheres e
afirmava ser o Dia das Mães uma conspiração delas.
Ele viveu separado da esposa, Mary, algum tempo
depois de assumir a presidência da Sociedade. Ela
continuou como testemunha de Jeová, na
Califórnia, já o único filho casal, Malcolm, não
quis saber da religião do pai quando chegou à idade
adulta. Embora não se conheça exatamente a causa
dessa separação, segundo as testemunhas de Jeová,
ela tinha problema de saúde e não podia cumprir
seu dever conjugal, mas os críticos do juiz afirmam
ter havido algo a mais, existia muita amargura entre
o casal, “talvez fatores que causaram contendas
entre eles tenham sido o temperamento colérico e
convencido de Rutherford e o seu evidente caso
sério de alcoolismo” (Apocalipse Atrasado..., página
72). Penton ainda afirma, que às vezes ele tinha
dificuldade de se apresentar em congressos para
discursar por causa de seu estado de embriaguez e
que contrabandeava uísque do Canadá. Ele morreu
em 8 de janeiro 1942, aos 72 anos de idade, no
Bete-Sarim, Califórnia, onde passou todos os verões
desde 1930 e viveu no leito da enfermidade, antes
de sua morte. Publicou 24 livros, sem contar os
livretos e inúmeros panfletos e tratados, suas
publicações alcançaram 36 milhões de cópias.

NATHAN HOMER KNORR


Nathan H. Knorr foi eleito presidente da
organização em 13 de janeiro de 1942, cargo que
ocupou até o seu falecimento em 8 de junho de
1977. Ele escolheu Convington, um advogado do
Texas que havia defendido várias vezes as
testemunhas de Jeová na Suprema Corte, mas
professava não pertencer à “classe dos ungidos”.
Essa condição deixava-o numa posição
desconfortável e por isso renunciou à vice-
presidência, assim, Frederick Franz foi eleito vice-
presidente em 1944.
Knorr nasceu em Betlehem, na Pensilvânia, em
1905, e aos 16 anos de idade deixou a Igreja
Reformada, da qual era membro, para ingressar na
organização. Em 1923, tornou-se pregador de
tempo integral, ano em que foi batizado e se tornou
betelita. Em 1932, assumiu o posto de gerente geral
de publicação e do escritório da sede central, em
Brooklyn, foi eleito como um dos diretores em
1934 e vice-presidente, em 1940.
O sistema implantado pelo segundo presidente
permanece ainda hoje. Knorr fez ampliações
significativas. O terceiro presidente teve o controle e
a habilidade administrativa de seu antecessor. Em
sua administração, as obras publicadas pela
Sociedade Torre de Vigia, que até então traziam o
nome de seus autores, apareceram sob o copyright da
Watchtower Bible And Tract Society que se tornou
o imprimatur da organização, sem o nome dos
autores. A Tradução do Novo Mundo das Escrituras
Sagradas foi projeto dele, publicada em 1950, as
Escrituras Gregas Cristãs, nome dado ao Novo
Testamento de sua Tradução, e em 1961, lançou a
tradução completa.
Knorr melhorou o programa de treinamento da
organização e investiu na expansão global, na
educação “bíblica” e organizacional, e com isso
superou seus antecessores. Criou o Curso do
Ministério Teocrático em 1943, então chamado de
“Curso Avançado do Ministério Teocrático”, para
ajudar as testemunhas de Jeová a prepararem
melhor esboço de discurso e se expressarem de
maneira correta e clara, um curso de retórica e de
pesquisa sobre assuntos bíblicos. No mesmo ano,
Knorr fundou a Escola Bíblica de Gileade da Torre
de Vigia, na Fazenda do Reino, propriedade da
Sociedade Torre de Vigia, em South Lansing, NY,
410 quilômetros da cidade de Nova Iorque, para
preparar missionários para outros povos e para
vários tipos de ministérios, o curso com duração de
20 semanas. Em 1959, criou a Escola do Ministério
do Reino, para preparar os anciãos e
superintendentes para a liderança.
No terceiro período, sob a presidência de Knorr,
o termo “corpo governante” passou a ser usado no
sentido atual, a partir de 1944, e associado aos sete
membros da então diretoria da Sociedade Torre de
Vigia. A partir daí, ela passou a ser identificada
como Corpo Governante. Seus membros
consideram-se a si mesmos como os únicos
provedores de alimento espiritual para a
humanidade: “A Bíblia não pode ser devidamente
entendida sem se ter presente a organização visível
de Jeová” (A Sentinela, 1º de junho de 1968, página
327); “Todos nós precisamos de ajuda para
entender a Bíblia, e não podemos encontrar a
orientação bíblica de que precisamos fora da
organização do ‘escravo fiel e discreto’” (A Sentinela,
15 de agosto de 1981, página 19). Com isso eles
reivindicam a mesma autoridade dos profetas e
apóstolos da Bíblia. É a maior autoridade na terra
para as testemunhas de Jeová, pois representa mais
do que o papa para os católicos romanos.
Russell era autoridade absoluta na organização
no primeiro período, o mesmo aconteceu com
Rutherford. Na administração de Knorr, mesmo
com o Corpo Governante, era o presidente que
detinha o poder absoluto. Depois de batalhas
internas, entre os próprios membros da alta cúpula
do movimento, segundo Raymond Franz, que na
época era um deles, a autoridade da organização
passou a ser representada pelo Corpo Governante,
entre 1975 e 1976, de um homem para um
colegiado. É bom que se saiba que a passagem do
“servo fiel e prudente” (Mt 24.45Lc 12.42) é uma
parábola de exortação à vigilância, e não uma
profecia. Isso, por si só, destrói completamente as
pretensões do Corpo Governante.
Um dos destaques desse período foi a profecia
que marcou a Batalha do Armagedom para o ano
de 1975. A Sociedade publicou, em 1943, o livro A
Verdade Vos Tornará Livres, (1946, em português),
no qual traz a revisão cronológica da organização
afirmando que a raça humana completaria 6.000
anos em 1974. Essa obra serviu de base para a falsa
profecia de 1975.9

FREDERICK WILLIAM
FRANZ
Frederick Franz ou Fred Franz, como é
identificado nas publicações da organização, e
Milton Henschel trabalharam juntos na
administração ao lado do presidente Knorr, ambos
eram os candidatos mais prováveis para a
presidência da Sociedade Torre de Vigia, mas Franz
foi aceito por unanimidade. Ambos, presidente e
vice, tornaram-se íntimos de Rutherford nos seus
últimos anos. Duas semanas após a morte de Knorr,
22 de junho, Frederick Franz tornou-se o quarto
presidente da organização, aos 83 anos de idade.
Ele nasceu em Convington, Kentucky, EUA, em
12 de setembro de 1893, mas transferiu-se com sua
família para Cincinnati, em 1899, onde fez o curso
médio, em 1911. Segundo relatos da organização,
ingressou “na Universidade de Cincinnati e fez
curso de humanidades. Ele decidira tornar-se pastor
presbiteriano, de modo que se aplicou
diligentemente ao estudo de grego bíblico”. Leu os
três primeiros volumes de Estudos das Escrituras, o
que teria auxiliado na decisão de desligar-se da
Igreja Presbiteriana; foi batizado na organização em
30 de setembro de 1913, tornou-se colportor no
ano seguinte e membro da família Betel de
Brooklyn em 1920, onde serviu até sua morte, em
1992. Nunca se casou e dedicou a vida inteira
servindo na sede da organização, em Nova Iorque.
Frederick Franz foi o teólogo da organização
durante a administração de Knorr, apesar de não
treinado formalmente em estudos bíblicos ou em
teologia. Destacou-se nessas áreas mais do que os
seus três antecessores, por mais de 50 anos foi o
teólogo da organização e ficou conhecido como
“eminente erudito bíblico”, pela Sociedade Torre
de Vigia. Seu sobrinho afirma ser ele “o mais
respeitado erudito da organização”, e, em várias
ocasiões, foi chamado de “oráculo” da organização,
nas reuniões do Corpo Governante. Durante a
administração de Knorr, afirma Raymond Franz
“sem ser escritor nem particularmente um estudioso
das escrituras, Knorr se apoiava em Fred Franz (o
vice-presidente) como uma espécie de árbitro final
em assuntos bíblicos e redator principal da
organização” (Crise de Consciência, página 80). Sua
autoridade doutrinária vinha desde o tempo de
Rutherford. Em sua administração, as testemunhas
de Jeová aprenderam a expressar suas crenças com
aparência bíblica. Muitos líderes foram forçados a
deixar a organização em 1980 e entre eles Raymond
Franz, seu sobrinho.
MILTON GEORGE
HENSCHEL
Milton Henschel foi o quinto e último presidente
da organização, pois a estrutura de governo sofreu
mudanças depois da morte de Frederick Franz, que
faleceu em 22 de dezembro de 1992, aos 99 anos
de idade. Em seu lugar foi eleito Milton Henschel,
em 30 de dezembro de 1992, aos 72 anos de idade.
Henschel faleceu 22 em março de 2003, aos 82
anos de idade, servindo mais de 60 anos a
organização. Tornou-se secretário de Knorr em
1939, antes de ser presidente, quando ainda era
supervisor da gráfica, em Brooklyn. A estrutura
organizacional da Sociedade Torre de Vigia sofreu
modificações, nenhum presidente sozinho
representa a organização atualmente. Cada
corporação tem o seu próprio presidente.
No Brasil, o nome da filial foi alterado de
“sociedade” para “associação”, por exigência do
Novo Código Civil do Brasil; assim, agora seu
nome oficial é Associação Torre de Vigia de Bíblias
e Tratados.

UMA ORGANIZAÇÃO DE FALSOS


PROFETAS
Russell profetizou para 1914 a batalha do
Armagedom, nada aconteceu, ele mudou a data
para 1915; depois Rutherford transferiu para 1918,
1920, 1925, 1942. Nenhuma profecia se cumpriu.
Depois de sua morte, foi a vez de Frederick Franz.
Na administração de Nathan Knorr, a data foi
marcada para 1975. Após a morte do terceiro
presidente, veio a profecia de que a pregação do
evangelho se encerraria no século 20: “O apóstolo
Paulo servia de ponta de lança na atividade
missionária cristã. Ele também lançava o alicerce
para uma obra que seria terminada em nosso século
20” (A Sentinela, 1º de janeiro de 1989, página 12).
Tudo isso compromete seriamente a idoneidade
espiritual do Corpo Governante, que pretende ser o
único canal de comunicação entre Jeová e o ser
humano. Aqui, os fatos falam por si só, o
movimento das testemunhas de Jeová não pode ser
uma religião séria.
Segundo a Bíblia, um dos testes para identificar
se o profeta é legítimo, como prova de que estava
autorizado a falar em nome de Deus, é o
cumprimento de suas palavras:

Porém o profeta que presumir soberbamente de


falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe
não tenho mandado falar, ou o que falar em
nome de outros deuses, o tal profeta morrerá. 21
E se disseres no teu coração: Como conheceremos
a palavra que o SENHOR não falou? 22 Quando
o tal profeta falar em nome do SENHOR, e tal
palavra se não cumprir, nem suceder assim, esta é
palavra que o SENHOR não falou; com soberba
a falou o tal profeta; não tenhas temor dele (Dt
18.20-22).

A atitude dos dirigentes das testemunhas de Jeová é


constrangedora e se insere no contexto bíblico
acima citado.
***

Sobre a tradução do novo mundo das


escrituras sagradas

A Sociedade Torre de Vigia alega em sua obra


Testemunhas de Jeová - Proclamadores do Reino de Deus
que resolveu produzir sua própria tradução das
Escrituras Sagradas para “que incorporasse os
benefícios da mais recente erudição, que não fosse
influenciada pelos credos e tradições da cristandade,
uma tradução literal que apresentasse fielmente o
que consta nos escritos originais”, afirmando em
seguida: “A Tradução do Novo Mundo das Escrituras
Gregas Cristãs, lançada em inglês em 1950,
preencheu essa necessidade” (página 609).
As testemunhas de Jeová, conforme seu livro
“Toda a Escritura É Inspirada por Deus e Proveitosa”,
páginas 326-331, acreditam que se trata de “uma
tradução precisa, bastante literal, dos idiomas
originais”, que expressa “clara e acuradamente a
poderosa mensagem das inspiradas Escrituras
originais”. Acrescentam ainda: “Mediante a
tradução literal, pode-se transmitir de forma precisa
o sabor, o colorido e o ritmo dos escritos originais”.
Chamam sua tradução de “texto claro e exato” e
“uma tradução fiel da Palavra de Deus”. Assim,
rejeitam as demais versões da Bíblia, exceto as
passagens selecionadas de forma eclética para o que
lhes interessa, porque seus ensinos estão fora delas.
Elas acusam essas versões de influência de filosofia
mundana, de traduções pagãs e de sectarismos, e,
com isso, procuram fundamentar o argumento em
defesa de seu projeto de produção de seu texto
oficial. O presente capítulo tem por objetivo
mostrar a origem, as peculiaridades da Tradução do
Novo Mundo, apresentar algumas provas de sua
falsificação e revelar a falta de erudição de seus
tradutores nas línguas originais da Bíblia.
HISTÓRICO
Em 1884, Russell conseguiu os estatutos para
publicar a Bíblia. Ele publicou algumas versões já
conhecidas como a King James Version, mas se deu
ao trabalho de publicá-las com notas explicativas
no rodapé ou com apêndices, na tentativa de
fundamentar suas crenças e práticas. Desde a
fundação da Sociedade Torre de Vigia até a década
de 1960, mais de 70 versões da Bíblia, em inglês e
em outras línguas, foram usadas de maneira eclética
para expor suas doutrinas. Fato curioso é o interesse
especial da Sociedade Torre de Vigia pelo Novo
Testamento The Emphatic Diaglott (O Diaglotão
Enfático), publicado em 1864 por Benjamin
Wilson, um estudioso de Gênova, Illinois, EUA,
mas sem formação acadêmica e membro de um
grupo religioso conhecido como cristadelfianismo.9
Ela dquiriu os diretos autorais em 1892. Bruce M.
Metzger, num artigo publicado em Theology Today,
em 1953, chamou O Diaglotão de “um ancestral da
Tradução do Novo Mundo”. Trata-se um Novo
Testamento interlinear grego e inglês disposto em
duas colunas. Na primeira, palavra por palavra
vindo abaixo de cada palavra grega o seu significado
em inglês. A segunda coluna é a tradução em inglês
não-interlinear. Ainda hoje, a Sociedade Torre de
Vigia cita Benjamin Wilson como erudito como
base de autoridade em exegese e em assuntos
teológicos.
Nathan H. Knorr, então presidente da Sociedade
Torre de Vigia, criou em 1946 o projeto para
produzir uma versão oficial para sua organização, o
qual foi executado secretamente até a conclusão da
primeira parte, as Escrituras Gregas Cristãs. O
trabalho começou em 2 de dezembro de 1947. O
livro Testemunhas de Jeová - Proclamadores do Reino de
Deus conta que em 3 de setembro de 1949, numa
reunião de diretores das corporações de Nova
Iorque e de Pensilvânia, o presidente “anunciou-
lhes que a Comissão da Tradução do Novo Mundo
da Bíblia havia terminado o trabalho de tradução
em linguagem moderna das Escrituras Gregas
Cristãs e a havia entregue à Sociedade para
publicação” (pagina 607, 608).
Na verdade, de acordo com A Sentinela, edição
americana, 15 de setembro de 1950, Nathan Knorr
comunicou aos diretores a existência de uma
comissão de tradução: “anunciou aos oito diretores
a existência de uma Comissão de Tradução da
Bíblia Novo Mundo e que já tinha completado a
tradução das Escrituras Gregas Cristãs”. Segundo
Raymond Franz, em Crise de Consciência, com base
no citado periódico, páginas 315 e 316, a Diretoria
só ficou sabendo do projeto “depois que a tradução
da parte das Escrituras Gregas já tinha sido
concluída e estava pronta para ser impressa”
(página 83).
A primeira edição inglesa das Escrituras Gregas
Cristãs (Novo Testamento) foi lançada em agosto de
1950, na cidade de Nova Iorque. Em seguida,
foram publicadas as Escrituras Hebraicas (Antigo
Testamento) em cinco volumes, volume I, em
1953; volume II, em 1955; volume III, em 1957;
volume IV, em 1958 e o volume V, em 1960.
Nesse mesmo ano, a organização publica o texto
completo da sua versão em um só volume, em
inglês, a Tradução do Novo Mundo das Escrituras
Sagradas, doravante identificada pela sigla TNM. É
a versão oficial das testemunhas de Jeová, revisada
em 1970, depois em 1977 e, em seguida, 1984,
ano que a organização lançou a Tradução do Novo
Mundo das Escrituras Sagradas com Referências
(TNMr.), contendo referências marginais, notas,
uma concordância extensiva, mapas e 43 artigos no
apêndice.
A edição em português e em mais cinco idiomas
das Escrituras Gregas Cristãs foi lançada em 1963,
em Nova Iorque. A versão completa, de Gênesis a
Apocalipse, foi publicada em 1967 e revisada em
1986. Em 1969, a mesma Comissão de Tradução
produziu um texto interlinear do Novo
Testamento, A Tradução Interlinear do Reino das
Escrituras Gregas, grego-inglês, à semelhança do
Diaglotão Enfático, sendo que o texto grego é o de
Westcott-Hort e o texto inglês na marginal, da
TNM.
Esse lançamento provocou reação no mundo
acadêmico por suas características peculiares, como
a inserção do nome “Jeová” no texto das Escrituras
Gregas Cristãs, a substituição do termo “cruz” por
“estaca de tortura”, a divindade de Jesus é
obliterada, o Espírito Santo é grafado com letras
iniciais minúsculas (“espírito santo”). A palavra
“inferno” não aparece, a organização preferiu usar
os termos na língua original, Sheol, em hebraico, e
Hades, Geena e Tártaro, em grego. Ela emprega,
ainda, diversas interpolações e modificações
divergentes do sentido original.
O objetivo apresentado para levar avante o
projeto de uma nova tradução da Bíblia é
incompatível com o que seus teólogos
insistentemente defendem: restaurar o verdadeiro
texto das Escrituras Sagradas. O uso eclético das
várias versões da Bíblia, não somente em inglês, mas
também em outras línguas, denuncia a tendência,
desde muito cedo na história do movimento, do
esforço de oferecer uma roupagem bíblica para suas
crenças e práticas. Seus líderes foram criativos e
constituem-se no primeiro grupo religioso isolado a
produzir a sua própria versão das Escrituras
Sagradas. Apesar de sua retórica em defesa da
restauração do verdadeiro texto bíblico os fatos
mostram tratar-se de um pretexto, como muitos
pesquisadores já denunciaram, para a inserção de
suas crenças e práticas no texto da TNM.
UMA TRADUÇÃO FALSA, TENDENCIOSA,
VICIADA E CHEIA DE INTERPOLAÇÃO
O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa define
paráfrase como “interpretação ou tradução em que
o autor procura seguir mais o sentido do texto que
a sua letra”. Segundo o Novo Aurélio o Dicionário da
Língua Portuguesa, paráfrase é “desenvolvimento do
texto de um livro ou de um documento
conservando-se as idéias originais”. Apesar de a
Sociedade Torre de Vigia afirmar ser literal, em sua
versão há inúmeras paráfrases tendenciosas.
As testemunhas de Jeová evitam a idéia de o
cristão “estar em Cristo”, pois as palavras de Jesus,
como “em mim, eu nele” ou “neles”, expressões
cristãs como “em Cristo, em Jesus Cristo, nele, no
Senhor” (Jo 14.20; 15.4-7; 17.23, 26; Gl 1.16; Cl
1.27, 28) aparecem cerca de 164 vezes nas epístolas
paulinas, segundo Bruce M. Metzger, e todas essas
passagens são parafraseadas por “em união comigo,
eu em união com ele” ou “em união com eles, em
união com Cristo, em união com Jesus Cristo, em
união com o Senhor” na TNM. Jesus só pode “estar
em alguém” porque ele é Deus, como a Sociedade
Torre de Vigia nega essa doutrina, assim parafraseia
a preposição grega en, “em”, traduzindo por “em
união” para se ajustar às suas crenças.
Interpolação é a inserção de palavras ou frases
num texto “para alterar ou adulterar o sentido, ou
para completá-lo ou esclarecê-lo”, segundo o
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. A
organização usa as interpolações acrescentando para
alterar o sentido do texto na TNM. Às vezes, o uso
da interpolação vem entre colchetes [ ]. Acrescenta
quatro vezes o termo “[outras]”, em Colossenses
1.16, 17, visto que não consta nenhuma vez nos
manuscritos gregos.

“Porque nele foram criadas todas as coisas que há


nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam
tronos, sejam dominações, sejam principados,
sejam potestades; tudo foi criado por ele e para
ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as
coisas subsistem por ele”.

TNM: “Porque mediante ele foram criadas todas


as [outras] coisas nos céus e na terra, as coisas
visíveis e as coisas invisíveis, quer sejam tronos,
quer senhorios, quer governos, quer autoridades.
Todas as [outras] coisas foram criadas por
intermédio dele e para ele. Também, ele é antes
de todas as [outras] coisas e todas as [outras]
coisas vieram a existir por meio dele”.

O objetivo dessa falsificação é para transformar o


Senhor Jesus de Criador em ser criado, desse modo
procuram transmitir a idéia de que Jeová teria
criado o Filho como sua primeira criatura e, em
seguida, Jesus teria criado as “outras” coisas. O
texto paulino, no entanto, afirma ser Jesus o
Criador de todas as coisas, o que torna a doutrina
da organização insustentável.
O mesmo acontece com as passagens de Tito
2.13 e 2 Pedro 1.1, acrescentando o termo “[do]”,
inexistente nos manuscritos e nos papiros gregos
antigos das Escrituras.

“Aguardando a bem-aventurada esperança e o


aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo”.

TNM: “Ao passo que aguardamos a feliz


esperança e a gloriosa manifestação do grande
Deus e [do] Salvador de nós, Cristo Jesus”.

“Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo,


aos que conosco alcançaram fé igualmente
preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador
Jesus Cristo”.

TNM: “Simão Pedro, escravo e apóstolo de Jesus


Cristo, aos que obtiveram uma fé, tida por igual
privilégio como a nossa, pela justiça de nosso
Deus e [do] Salvador Jesus Cristo”.

A TNM falsificou passagem de Gênesis 1.1


substituindo a palavra hebraica ruach, que
significa “vento, espírito de uma pessoa, mente,
espírito de um deus”, por “força ativa de Deus”.

“E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas


sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se
movia sobre a face das águas”.

TNM: “Ora, a terra mostrava ser sem forma e


vazia, e havia escuridão sobre a superfície da água
de profundeza; e a força ativa de Deus movia-se
por cima da superfície das águas”.

A Torre de Vigia nega a personalidade e a


divindade do Espírito Santo. Em seu credo o
Espírito Santo é uma força ativa e impessoal que
executa a vontade de Jeová. Agora, com essa
falsificação as testemunhas de Jeová não precisam
mais torcer a Palavra de Deus, pois os tradutores da
TNM já fizeram esse trabalho. Isso se chama
eisegese, introduzir idéias externas no texto, o
contrário de exegese, que extrai a idéia do interior do
texto. Aqui temos uma prova irrefutável de que o
Corpo Governante transferiu sua crença peculiar
para o texto sagrado.
As testemunhas de Jeová adulteraram a passagem
de Zacarias 12.10 para esconder dos leitores da
TNM que o Senhor Jesus Cristo é o mesmo Javé do
Antigo Testamento.

“E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de


Jerusalém derramarei o Espírito de graça e de
súplicas; e olharão para mim, a quem
traspassaram; e o prantearão como quem
pranteia por um unigênito; e chorarão
amargamente por ele, como se chora
amargamente pelo primogênito”.

TNM: “E eu vou derramar sobre a casa de Davi e


sobre os habitantes de Jerusalém o espírito de
favor e de rogos, e eles certamente olharão para
Aquele a quem traspassaram e certamente O
lamentarão como no lamento por um [filho]
único; e haverá lamentação amarga por ele como
quando há lamentação amarga por um [filho]
primogênito”.

Na nota dessa passagem, na TNMr, o Corpo


Governante remete o versículo para João 19.37,
parte do relato em que um dos soldados furou o
lado de Jesus com uma lança saindo água e sangue
(João 19.34). O apóstolo João declara que esse fato
era cumprimento de profecias do Antigo
Testamento e cita Zacarias 12.10, a organização
reconhece ser messiânica a citada profecia. Porém,
por negar a divindade de Jesus, substituíu a
expressão, “para mim, a quem traspassaram”, por
“para Aquele a quem traspassaram” trocando a
primeira pessoa, elay, “para mim”, do texto
hebraico, pela terceira, “para aquele”. Essa
falsificação é desastrosa, tendo sido preparada para
ocultar a verdade, que o Deus Javé de Israel está
afirmando ser ele mesmo traspassado.
Tudo isso é evidência de que o Corpo
Governante está mais preocupado em sustentar, a
todo custo, suas crenças do que mesmo reconhecer
o que o texto sagrado realmente ensina.
Outro exemplo de falsificação grosseira é a
passagem de João 1.1.

TB: No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava


com Deus, e o Verbo era Deus.

TNN: No princípio era a Palavra, e a Palavra


estava com o Deus, e a Palavra era deus.
(Escrituras Gregas Cristãs, em português, edição de
1963 e TNM, edição de 1967).

TNN: No princípio era a Palavra, e a Palavra


estava com o Deus, e a Palavra era [um] deus.
(TNM, edição revisada de 1984).

A tradução do Corpo Governante dessa passagem


bíblica é uma perversão. Teologicamente o texto da
TNM está totalmente contrário ao ensino judaico-
cristão do monoteísmo, porque tal tradução implica
uma crença em dois deuses: um maior, o Todo-
poderoso — o Pai, e um menor, menos poderoso,
um deus inferior — o Filho. Como disse o Dr.
Bruce M. Metzger: “Se as testemunhas de Jeová
levam essa tradução a sério, elas são politeístas.
Uma tradução horripilante, errônea”. A Bíblia
ensina que existe um só Deus (Dt 6.4; Mc 12.29;
Jo 13.3; 1 Co 8.6).
O Dr. J. Johnson, da Universidade do Estado da
Califórnia, em Long Beach, declarou: “Não há
justificativa para traduzir THEOS EN HO
LOGOS como ‘a Palavra era um deus’. Não há
paralelo sintático com Atos 28.6 onde há
declaração em discurso indireto; em João 1.1 é
direto... e eu não sou nem cristão, nem
trinitariano”. Outros eruditos manifestaram sua
opinião reprovando a TNM, entre eles: Samuel J.
Mikilasky, de Zurique, Suíça: “Traduzir a frase ‘a
Palavra era [um] deus’ é monstruoso”. O Dr. Julius
R. Mantey, autor de uma gramática grega em co-
autoria com o Dr. E. E. Dana, declara: “Obsoleta e
incorreta”. Charles L. Feinberg, Portland, Oregon,
respondendo a uma carta escreveu: “Eu posso te
assegurar que a tradução que as testemunhas de
Jeová dão para João 1.1 não é sustentada por
nenhum conceituado erudito de grego”.
As testemunhas de Jeová falsificaram também o
texto de João 8.58.

“Disselhes Jesus: Em verdade, em verdade vos


digo que, antes que Abraão existisse, eu sou”.

TNM: “Jesus disselhes: Digo-vos em toda a


verdade: Antes de Abraão vir à existência eu
tenho sido”.

“EU SOU” no texto grego aqui é ego eimi e


aparece 48 vezes no Novo Testamento grego e
apenas em João 8.58 a TNM traduziu por “eu
tenho sido”. A Sociedade Torre de Vigia procura
persuadir seus seguidores e o povo em geral de que
Deus nunca se revelou a si mesmo pelo título “Eu
Sou”. O texto da Bíblia inglesa The Bible from 26
Translations (A Bíblia de 26 Traduções), da Baker
Book House, apresenta 26 versões inglesas da Bíblia
e nenhuma delas traduziu ego eimi, em João 8.58,
por I have been “eu tenho sido”. Uma busca na Bíblia
Online da Sociedade Bíblica do Brasil ficou
constatado que a expressão “eu tenho sido” não
aparece nenhuma vez sequer no Novo Testamento,
e no Antigo, apenas uma (1 Rs 19.14), nas versões
Atualizada e Corrigida de Almeida. Isso mostra que
não existe a tradução “eu tenho sido” no Novo
Testamento.
Querendo tornar essa idéia uma realidade, a
organização trabalhou cuidadosamente os textos
bíblicos que tratam do assunto, dando uma versão
nada convencional. A questão gira em torno de dois
textos bíblicos: “E disse Deus a Moisés: EU SOU
O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de
Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êx 3.14), e o
outro no Novo Testamento: “Disselhes Jesus: Em
verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão
existisse, eu sou” (Jo 8.58).
No Antigo Testamento, Deus se manifestou mais
de uma vez como “Eu Sou” e da mesma forma o
Senhor Jesus no Novo Testamento. A Bíblia afirma
de maneira expressa e direta que o Jesus é o mesmo
Deus Javé, de Israel, além de revelar essa deidade
através de suas obras, seus atributos e seus títulos.
“Eu Sou” é mais um título divino aplicado também
ao Senhor Jesus.
Javé se manifestou como o Grande “Eu Sou” em
outros lugares no Antigo Testamento: “Vede,
agora, que Eu Sou, Eu somente, e mais nenhum
deus além de mim...” (Dt 32.29 - Versão
Atualizada de Almeida). Somente o Deus-Javé de
Israel é chamado de “EU SOU”. Isso é confirmado
em outras passagens bíblicas (Is 41.4; 43.10; 46.4;
52.6) que a Septuaginta emprega ego eimi.
Visto que “Eu Sou” é um título divino, trata-se,
logo, de uma questão de identidade e não de idade.
Jesus disse: “Por isso, vos disse que morrereis em
vossos pecados, porque, se não crerdes que eu sou,
morrereis em vossos pecados” (Jo 8.24). Essa
mesma expressão reaparece em João 8.28; 13.19. O
Senhor Jesus empregou a mesma linguagem de Javé,
Deus de Israel, conforme vemos na Septuaginta.
Com isso Jesus afirmava ser divino absoluto e
eterno tendo consciência de eternidade que a
Escritura atribui ao Pai.
Os judeus entenderam a declaração de Jesus e por
isso: “pegaram em pedras para lhe atirarem; mas
Jesus ocultou-se, e saiu do templo, passando pelo
meio deles, e assim se retirou” (Jo 8.59). O senhor
Jesus usou a linguagem de Javé. Isso se repetiu em
João 10.30-33. Os judeus entenderam o que Jesus
estava dizendo e consideraram tal declaração uma
blasfêmia, pois Deuteronômio 32.39 declara que
somente o Deus-Javé de Israel como o “Eu Sou”. O
Dr. Walter Martin afirma que a Lei de Moisés
apresenta cinco razões que condenam uma pessoa à
morte por apedrejamento. São elas: 1) invocação de
mortos (Lv 20.27); 2) blasfêmia (Lv 24.10-13); 3)
falsos profetas (Dt 13.5-10); 4) filhos rebeldes (Dt
21.8-21); 5) adultério e estupro (Lv 20.10; Dt
22.2224). Veja que os judeus “pegaram em pedras
para lhe atirarem” (Jo 8.59). De qual dos pecados
acima mencionados Jesus era acusado pelos judeus?
O de blasfêmia (Jo 10.32). O “Eu Sou”, aqui, diz
respeito à Identidade de Cristo e não meramente à
Idade.

Diaglotão
Interlinear do Reino

Não é necessário saber grego para confirmar a


falsificação. O texto da Tradução Interlinear do
Reino das Escrituras Gregas usa “eu sou”, em inglês
“I am” abaixo da expressão grega ego eimi. O
mesmo acontece com O Diaglotão Enfático.
Porém, o texto da coluna, à direita, da Interlinear
do Reino que é o das Escrituras Gregas Cristãs
aparece “eu tenho sido”, em inglês “I have been”.
Isso é prova de que a TNM não está de acordo com
o texto grego. Aqui, o objetivo dessa tradução é
dissociar Jesus do Grande “EU SOU” de Êx 3.14.
O Dr. Julius R. Mantey chamou “eu tenho sido”
de tradução errônea, em uma carta enviada à Torre
de Vigia.
As testemunhas de Jeová chamam a inserção do
nome “Jeová” no texto das Escrituras Gregas
Cristãs de “restauração” do nome divino. Segundo
a Sociedade Torre de Vigia, a organização restaurou
o nome divino e considera isso como uma das
principais características da TNM, em Testemunhas
de Jeová - Proclamadores do Reino de Deus: “Uma
das características notáveis dessa tradução é ter ela
restaurado o nome divino, o nome pessoal de Deus,
Jeová, 237 vezes nas Escrituras Gregas Cristãs”
(página 609). Com isso o Corpo Governante está
assinando confissão de culpa, pois o Tetragrama
não aparece uma vez sequer nos manuscritos gregos
do Novo Testamento e ele sabe disso e ainda ousa
chamar essa falsificação de restauração.
O Tetragrama não aparece nos manuscritos da
Septuaginta, em seu lugar consta o nome grego
Kyrios, “dono, senhor, o Senhor”, o mesmo termo é
usado, também, para traduzir o nome hebraico
“Adonai”. Porém, existem alguns fragmentos de
origem judaica que apresentam as quatro
consoantes do nome divino. O Novo Testamento
grego segue o padrão da Versão dos Setenta, não
consta o nome Javé nenhuma vez sequer, nem
mesmo nas citações diretas do Antigo Testamento.
O apóstolo Paulo empregou Kyrios Tsabaoth, em
Romanos 9.29: “se o Senhor dos Exércitos nos não
deixara descendência”, citando Isaías 1.9, que no
texto hebraico é Yahweh Tsebhaoth. Outro exemplo
pode ser visto em Romanos 10.13, citação direta de
Joel 2.32: “Todo o que invocar o nome do Senhor
será salvo”, novamente usou Kyrios, e não o nome
inefável como consta nas Escrituras dos judeus.

Interlinear do Reino - Romanos 9.29


Interlinear do Reino – Romanos 10.13

Veja o exemplo na Interlinear do Reino acima, em


Romanos 9.29, aparece o nome grego Kyrios,
“Senhor”, ou “Lord”, em inglês; porém, no texto
localizado na margem, TNM, emprega “Jeová”.
Essa mesma falsificação aparece em Romanos
10.13, no texto das Escrituras Gregas Cristãs. Isso é
uma das várias provas inconstetáveis da grosseira
falsificação da organização.
A mesma coisa acontece com o texto do Antigo
Testamento, pois usa o nome “Jeová” 141 vezes nas
Escrituras Hebraicas nos versículos nos quais não
aparecem o Tetragrama, sendo que 133 vezes
substitui o nome hebraico Adonai, “Senhor,
Soberano”, outro nome divino, e oito vezes o nome
Elohim “Deus”, por “Jeová”. Tudo isso prova que a
religião do Corpo Governante não respeita os
manuscritos hebraicos e gregos, nem acredita na
autenticidade e nem na autoridade deles.
O Tetragrama é inefável no judaísmo desde o
período interbíblico, permanece impronunciável
pelos judeus ainda hoje, para evitar sua
vulgarização. Eles pronunciavam, por reverência,
Adonai, cada vez que o encontravam no texto
sagrado, na leitura da sinagoga. A organização
declara: “Não se sabe exatamente como era
pronunciado, embora alguns eruditos achem que
‘Javé’ (‘Yahweh’) seja a pronúncia correta. No
entanto, a forma ‘Jeová’ já está em uso por muitos
séculos e é a mais conhecida” (Poderá Viver...,
página 43, § 33). É verdade que a língua hebraica é
consonantal, suas vogais só apareceram a partir do
século 5 d.C. Isso talvez dificultasse a pronúncia
das quatro consoantes, mas não é verdade a
declaração do Corpo Governante de que não se
sabe exatamente a pronúncia correta. A
Encyclopaedia Judaica, volume 7, página 680, afirma
o seguinte:

Quando os eruditos cristãos da Europa iniciaram


o estudo do hebraico, eles não compreendiam o
que isto realmente significava, e introduziram o
nome híbrido Jehovah... A verdadeira pronúncia do
nome YHWH nunca foi perdida. Vários escritores
do grego no princípio da igreja cristã afirmavam
que o nome era pronunciado YAHWEH. Isto é
confirmado ao menos pelas vogais da primeira
sílaba do nome, a forma curta de Yah, que é
algumas vezes usada em poesia (e.g. Êx. 15:2)...
O nome pessoal do Deus de Israel escreve-se na
Bíblia hebraica com as quatro consoantes
YHWH, e refere-se a ele como o Tetragrama. Ao
menos até a destruição do primeiro templo em
586 a.C., esse nome era regularmente
pronunciado com suas próprias vogais, como se
vê claramente nas cartas de Lachish, escritas
pouco tempo antes dessa data. (Grifo nosso).

Existe uma tradição de que os samaritanos


pronunciavam o nome como Iabe. Como a letra
“b”, já no grego daqueles dias, tinha o som de “v”,
como ainda hoje na Grécia, então Yahweh (Iavé) é a
pronúncia mais apropriada. Clemente de
Alexandria escreveu esse Tetragrama como Jeoue e
Teodoreto de Ciro, Iabe. Há, portanto, evidências
históricas de que Yahweh ou Iavé era a pronúncia
primitiva. Não se trata, portanto, de idéias ou
meras suposições de “alguns eruditos”. As
testemunhas de Joevá declaram usar “Jeová”, por
ser mais conhecido e por estar em uso por muitos
séculos, admitindo, assim, sua opção pela tradição e
não pela Palavra de Deus.

Na Idade Média, século 14, os rabinos inseriram


no Tetragrama as vogais de Adonai, que resultou
em “YeHoWaH”. Isso para lembrar, na leitura,
que esse nome é inefável e, dessa forma,
pronunciar Adonai. Esse enxerto resultou o nome
híbrido YEHOWAH ou “Jeová”, que se tornou
corrente desde 1518. O nome “Jeová” é uma
forma híbrida que não aparece no Antigo
Testamento Hebraico. A Encyclopaedia Britannica
afirma que “Jeová é um erro de tradução do
nome do Deus de Israel. O erro resultante entre
cristãos na Idade Média por combinar as
consoantes Yhwh (Jhwh) com as vogais de Adonai,
‘Senhor’” (vol. 12, edição de 1973, página 991).
Estudos recentes provaram que a pronúncia
original era Yahweh, que aportuguesada, Iavé ou
Javé, é na atualidade universalmente aceita,
afirma o Dicionário Teológico do Antigo Testamento,
de Botterweck & Ringgren (editores), vol. V,
página 500. Assim, a Sociedade Torre de Vigia
escolheu um nome não-bíblico como centro de
suas crenças e práticas.

Cetnar, em Perguntas para as Testemunhas de Jeová,


página 39, apresenta uma lista de enciclopédias em
que confirma ser “Jeová” um nome híbrido, e que a
pronúncia primitiva era Yahwer: “Leitura falsa do
hebraico, Jahweh” (Dicionário Colegial Webster); “É
uma forma errônea do nome do Deus de Israel”
(Encyclopédia Americana); “Forma falsa do nome
Divino Yahweh” (Nova Enciclopédia Católica);
“Palavra mal pronunciada do hebraico YHWH,
nome de Deus. Essa pronúncia é gramaticalmente
impossível. A forma Jehovah é uma possibilidade
filológica” (Enciclopédia Judaica); “Erro de
pronúncia do Tetragrama, ou palavra de quatro
letras do nome de Deus, composto pelas letras em
hebraico, Yod, He, Vav, He, a palavra Jehovah,
portanto, é erroneamente lida; para esta não há
garantia, e não faz sentido em hebraico” (A
Enciclopédia Judaica Universal); “É uma forma
errônea do nome divino do Deus da aliança de
Israel” (A Nova Enciclopédia Schaff - Herzog); “É uma
forma artificial” (Dicionário dos Intérpretes da Bíblia);
“As vogais de uma palavra com as consoantes das
outras foram lidas erradamente como Jehovah”
(Enciclopédia Internacional); “É uma reconstrução
incorreta do nome de Deus do Antigo Testamento”
(Enciclopédia de Mérito para Estudantes).
Sobre a cruz de Cristo. A Sociedade Torre de
Vigia usava como símbolo uma coroa vazada pela
cruz. Foi durante a administração de Rutherford, a
partir de 1930, que se substituiu a cruz pela estaca
de tortura. Com a publicação das Escrituras Gregas
Cristãs o Corpo Governante transferiu essa crença
peculiar para o texto da TNM. O substantivo grego
stauros significa, segundo os melhores dicionários e
léxicos de grego, “cruz, empalação, enforcamento,
estrangulamento, estaca” e aparece 27 vezes no
Novo Testamento e o verbo correspondente 46. É
verdade que não existe uma definição única para o
termo. Essa palavra por si só não diz a técnica nem
a forma exata da execução. Para saber com mais
exatidão como isso era feito é necessário de antemão
conhecer em que região, em que época e sob que
autoridade foi executada a sentença, além de
identificar o ponto de vista do escritor que emprega
o referido vocábulo.
Segundo o Novo Dicionário Internacional de
Teologia do Novo Testamento, de Colin Brown, editor
geral, a palavra stauros podia ser uma viga
transversal apenas ou uma estaca, ou ainda os dois
juntos, seu emprego como “estaca” é apenas uma
possibilidade, e não necessariamente uma
afirmação, levando em conta data, local e governo.
A pena de morte pela cruz era uma prática
conhecida na Grécia e em Cartago, “pode ser que os
romanos até a adotassem dos cartagineses... é certo
que somente os romanos praticavam esta forma de
execução” páginas 557, 558. Nos dias de Cristo
existiam três tipos de cruz, a saber: cruz de Santo
André, do formato de um “X”; cruz comissa, ou de
Santo Antonio, da forma de um “T”, e a cruz
immissa, a mais familiar no simbolismo cristão.
O testemunho da História depõe contra o Corpo
Governante. Plauto, teatrólogo romano (254-184
a.C.), foi quem mais escreveu sobre a cruz e a
crucificação em Roma. Em sua peça, Miles Gloriosus,
(O Soldado Fanfarrão), descreve o processo de
crucificação aplicado pelos romanos. Ele faz
menção a duas peças de madeira, o stipes, tronco,
estaca vertical, fincada no solo e o patibulum, a viga
transversal: “a ti, que hás de morrer fora da porta,
de mão estendida, depois de trazeres o patibulum”
(versos 359, 360). Essa descrição é confirmada,
mais tarde, por Justino, o Mártir (Diálogo com
Trifão 40.3; 90.4; 91.1).
Foi encontrado em 1968, numa região de
Jerusalém, um ossuário em que havia ossos de um
jovem que fora crucificado no primeiro século do
cristianismo. Um prego tinha sido posto em cada
antebraço, atravessando-os, e outro atravessando os
dois calcanhares, com as duas pernas quebradas,
como as pernas dos dois malfeitores que foram
crucificados ao lado do Senhor Jesus, mencionados
em João 19.32.
As testemunhas de Jeová não precisam de provas
históricas e arqueológicas consistentes, basta que
vejam em sua própria TNM a passagem de João
20.25: “Conseqüentemente, os outros discípulos
diziam-lhe: “Temos visto o Senhor!” Mas, ele lhes
disse: “A menos que eu veja nas suas mãos o sinal
dos pregos e ponha o meu dedo no sinal dos
pregos, e ponha a minha mão no seu lado,
certamente não acreditarei” (grifo nosso), pois a
ilustração padrão da Sociedade do cenário do
Calvário é um Jesus pendurado numa estaca, com
as duas mãos para cima e um só cravo fixado nelas.
Isso pode ser visto em Poderá Viver..., página 170,
em Conhecimento Que Conduz à Vida Eterna, página
67 e em O Que a Bíblia Realmente Ensina?, página
52. A falsificação do texto de João 20.25 é um tiro
no pé, pois desfaz em cinzas todo o argumento em
favor da estaca de tortura.
O Que a Bíblia Realmente Ensina?, página 52.

Sobre a vinda de Cristo. O termo grego parousia,


segundo Liddell & Scott, significa “presença, de
pessoas, chegada; visita de um personagem, rei ou
oficial; ocasião; NT, o advento”. Aparece 24 vezes no
Novo Testamento grego, porém a TNM não
traduziu uma vez sequer por “vinda”, porque as
testemunhas de Jeová acreditam que Jesus veio em
1914, mas invisivelmente; assim, transformam a
vinda de Cristo em “presença invisível”, doutrina
com a qual Russell iniciou o seu movimento.
As amostras apresentadas indicam ser a TNM
uma versão tendenciosa, viciada e cheia de
interpolação preparada para transferir suas crenças e
práticas para o texto sagrado, sendo muito inferior
às versões que rejeitam.

QUALIFICAÇÃO DE SEUS TRADUTORES


A Sociedade Torre de Vigia nunca divulgou os
nomes dos seus “tradutores”. Frederick W. Franz
disse o seguinte ao justificar esse anonimato: “O
comitê da tradução queria que ela permanecesse
anônima, e não buscava qualquer glória ou honra
para a obra da tradução, tendo quaisquer nomes
ligados a ela”. Porém, esse manto de humildade é,
na verdade, um pretexto, segundo Cetnar: falta de
qualificação acadêmica e não reconhecimento da
paternidade da tradução. O problema era a
qualificação deles como autoridades nas línguas
originais e a responsabilidade pela obra. Nenhum
deles conhecia as línguas hebraica e grega. William
Cetnar, que trabalhou na sede mundial entre 1950
e 1962 e conheceu a todos, afirmou em sua obra
Perguntas para as Testemunhas de Jeová, página 68
(em inglês):

Quando eu estava em Betel, os trabalhos na


TNM estavam em andamento, e boa parte estava
completa. A Comissão de Tradução pediu que os
nomes dos tradutores fossem mantidos em sigilo,
mesmo depois da morte (Jehovah’s Witnesses in the
Divine Purpose, p. 258). Eu, sabendo quais eram
os tradutores, pois todos sabiam disso em Betel,
eu também, se estivesse na Comissão de
Tradução, desejaria que o meu nome fosse
mantido em sigilo. Era duplo o motivo para o
anonimato dos tradutores: (1) as qualificações
dos tradutores não poderiam ser verificadas e
avaliadas, e (2) não haveria ninguém para
assumir a responsabilidade pela tradução.

Segundo minha observação, N.H. Knorr, nascido


em 23/04/1905, batizado em 1922, Cedar
Point, Ohio, e falecido em 05/06/1977 aos 72
anos de idade. F. W. Franz, 4º presidente,
nascido em 1893, Albert D. Schroeder, G. D.
Gangas, e M. Henschel reuniram-se nessas sessões
de tradução. À parte do vice-presidente Franz
(com preparo teológico limitado) nenhum dos
membros da Comissão tinha escolaridade ou
antecedentes suficientes para operarem como
tradutores bíblicos críticos. A capacidade de
Franz para realizar um trabalho erudito de
traduzir o Hebraico é bem questionável, porque
nunca teve curso formal de Hebraico.
Raymond Franz, mais tarde, em Crise de
Consciência, menciona quatro dos cinco nomes
apresentados por Cetnar, não aparece Milton
Henschel, afirmando que seu tio estudou grego dois
anos na Universidade de Cincinnati:

A Tradução do Novo Mundo não traz o nome de


nenhum tradutor e é apresentada como resultado
anônimo da ‘Comissão da Tradução do Novo
Mundo’. Outros membros dessa comissão eram
Nathan Knorr, Albert Schroeder e George
Gangas; entretanto, Fred Franz era o único com
suficiente conhecimento dos idiomas bíblicos a
tentar uma tradução deste tipo. Ele havia
estudado grego durante dois anos na
Universidade de Cincinnati, mas era apenas
autodidata em hebraico (página 70).

Segundo Penton, em Apocalipse Atrasado..., página


174, com base nessa declaração, a TNM é obra de
Frederick Franz: “Assim, para todas tentativas e
propósitos a Tradução do Novo Mundo é a obra de
um único homem - Frederick Franz”. Raymond
Franz afirma que ele era “apenas autodidata em
hebraico”, que estudou “grego durante dois anos na
Universidade de Cincinnati”, mesmo assim isso é
considerado pelo seu sobrinho como “suficiente
conhecimento dos idiomas bíblicos a tentar uma
tradução deste tipo”. Macmillan, em Fé em Marcha,
declara que Frederick Franz era erudito em hebraico
e em grego: “Além do espanhol, Franz tem um
conhecimento fluente de português e alemão e é
conhecedor do francês. Ele também é um erudito
em hebraico e grego, bem como em siríaco e latim,
e tudo isto contribui para fazê-lo uma figura de
inteira confiança na equipe editorial do Presidente
Nathan Homer Knorr” (páginas 181, 182).
A declaração de Raymond Franz não confere com
a de Macmillan e nem com a de Cetnar, pois
erudito é quem faz estudos avançados numa
determinada área, trata-se de quem tem profundo
conhecimento sobre determinado assunto. Um ex-
betelita, Paul Blizard, investigou o assunto.
Segundo ele, o único curso de grego bíblico
oferecido pela Universidade de Cincinnati, naquela
época, era “O Novo Testamento - Um Curso de
Gramática e Tradução”, de duas horas, apresentado
no catálogo de 1911, página 119, que não passa de
uma introdução ao grego do Novo Testamento. No
grego clássico, continua Blizard, ele obteve 21 horas
de aula. Isso não confere com a declaração do
próprio Frederick Franz em sua autobiografia: “À
continuação do meu estudo de latim acrescentei
então o estudo do grego. Que bênção era estudar o
grego bíblico com o Professor Arthur Kinsella! Com
o Dr. Joseph Harry, autor de várias obras gregas,
estudei também o grego clássico” (A Sentinela, 1º de
maio de 1987, página 24).
Segundo Blizard, Franz só teve 15 horas de
latim, o hebraico e o siríaco não eram ensinados na
Universidade de Cicinnati. Sobre o curso de grego,
afirma em seu site, na Internet: “Franz só teve uma
disciplina de ‘grego bíblico’, que valia 2 horas de
créditos. As restantes 21 horas de grego eram grego
clássico... Também digno de nota é que, segundo o
catálogo do curso de 1911, Arthur Kensella não
tinha um Ph.D. Por essa razão, Kensella dava aulas
de nível introdutório”.
Cetnar afirma também que num julgamento na
Escócia, foi solicitado para Frederick Franz a fazer a
tradução do texto hebraico de Gênesis 2.4, mas este
não conseguiu e assumiu o fato de não possuir
conhecimento da língua hebraica, por isso não
tentaria traduzir (páginas 68, 69, 102).
Os fatos aqui apresentados mostram de maneira
incontestável que se trata de uma tradução
destituída de valor crítico e exegético, não é erudita,
nem literal e nem fiel aos escritos originais. É
tradução de tradução, como ela mesma afirma:
“Tradução da versão inglesa de 1961 mediante
consulta constante ao antigo texto hebraico,
aramaico e grego”, portanto, de segunda mão. Esse
é o tema do meu livro Testemunhas de Jeová – A
inserção de suas crenças e práticas no texto da Tradução
do Novo Mundo, publicado pela Editora Hagnos
como resultado da dissertação de mestrado, na área
de Ciências da Religião, apresentada em 22 de
outubro de 2007 na Universidade Presbiteriana
Mackenzie de São Paulo.
Os dirigentes das testemunhas de Jeová praticam
justamente aquilo que criticam e fazem isso porque
a TNM foi preparada para dar sustentação às
crenças e práticas das testemunhas de Jeová, como
afirma Hoekema, em As Quatro Maiores Seitas, em
inglês: “sua Tradução do Novo Mundo da Bíblia não
é de modo nenhum uma versão objetiva do texto
sagrado para o inglês moderno, é antes uma
tradução tendenciosa na qual muitos dos peculiares
ensinos da Sociedade Torre de Vigia são infiltrados às
escondidas para dentro do texto da própria Bíblia”
(página 238, 239 – grifo nosso).
O projeto para a produção da TNM, segundo
apologistas, pesquisadores e críticos, foi idealizado
para adaptar tal versão aos seus ensinos. David
Reed,10 em As Testemunhas de Jeová Refutadas
Versículo por Versículo, página 18, afirma que a
TNM “sistematicamente se dispõe a eliminar a
evidência da divindade de Cristo” (página 18). Ela
“contém uma série de modificações introduzidas ao
texto com o único propósito de sustentar as
doutrinas da Sociedade” (página 17). Até hoje,
nenhum grupo religioso que ostenta a bandeira do
cristianismo interessou-se por ela, é exclusividade da
religião do Corpo Governante, só interessa a sua
organização religiosa.
O Corpo Governante fez algo parecido com a
proposta do teólogo neo-ortodoxo e existencialista
Rudolf Bultmann. Sua idéia era de que muitos
relatos do Novo Testamento estavam eivados de
elementos mitológicos, sendo mero produto de
imaginação superativa. A tarefa, portanto, do
cristão moderno seria demitizar a Bíblia e só depois
de despojar as Escrituras dos mitos religiosos ela se
torna revelação de Deus aos seres humanos,
chegando-se à verdadeira mensagem do amor de
Deus em Cristo. É verdade que não é essa a crença
das testemunhas de Jeová, mas o princípio é o
mesmo, pois afirmam que o texto sagrado não
chegou incólume aos nossos dias, por isso não
respeitam nem mesmo os manuscritos hebraicos e
gregos. Acreditam haver restaurarado a Bíblia e que
as outras versões não podem ser a revelação plena de
Deus. Os muçulmanos e os mórmons também
pregam ter sido a Bíblia falsificada.
A Sociedade Torre de Vigia arrancou das
Escrituras Sagradas o inferno, a Trindade, a deidade
de Jesus, a divindade e a personalidade do espírito
Santo e a sobrevivência da alma após a morte. A
TNM é um instrumento extremamente nocivo à fé
cristã e responsável pela construção de um
pensamento teológico falso que conduz as pessoas a
um cristianismo inadequado. As testemunhas de
Joevá não observaram as advertências divinas para
quem tira ou acrescenta qualquer palavra da Bíblia:
“Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem
diminuireis dela, para que guardeis os
mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu
vos mando” (Dt 4.2). Essa ordem é reiterada ainda
em Deuteronômio 12.32; Provérbios 30.5, 6. Em
Apocalipse 22.18, 19 há ameaça de maldição para
quem ousa acrescentar ou diminuir algo na Palavra
de Deus.

***

Sobre a Santíssima Trindade

Segundo relato da própria Sociedade Torre de


Vigia, em seu livro Testemunhas de Jeová
Proclamadores do Reino de Deus, todos os pais na fé
de Russell foram dissidentes das igrejas protestantes
que se uniram ao movimento millerista. Com o
fracasso de William Miller, eles formaram grupos
adventistas independentes, são eles: Jonas Wendell,
George W. Stetson, George Storrs e Nelson H.
Barbour. Deles recebeu as idéias centrais de sua
teologia. Porém, os adventistas defendiam a
doutrina da Trindade, não havendo registros de que
os mestres e guias espirituais de Russell se
opusessem a isso. Ao contrário, o livro Três Mundos
e a Colheita Deste Mundo, que ele publicou em co-
autoria com Barbour em 1877, apresenta uma
defesa à doutrina da Trindade e da personalidade
do Espírito Santo contra a doutrina dos
cristadelfianos, movimento que nega essa doutrina.
Russell só começou a argumentar contra a
personalidade do Espírito Santo e atacar o
trinitarianismo, adotando a crença de Ário, em
1882. O volume 5 de Estudos das Escrituras, de sua
autoria, publicado em 1889, é o seu tratado
antitrinitarianista. Aí está a base dessa teologia das
testemunhas de Jeová, porém procuram até hoje dar
às suas crenças uma roupagem bíblica. Com
argumentos ardilosos, pregam de casa em casa uma
teologia rejeitada pela ortodoxia cristã, repudiada
pelos pais da Igreja, pelos reformadores do século
16 e sem apoio bíblico.

ARGUMENTOS BÁSICOS DAS


TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
Em 1989 a Sociedade Torre de Vigia publicou
uma brochura11 intitulada Deve-se Crer na Trindade?,
cujo propósito é provar para o povo que a Trindade
não é bíblica e que sua origem está no paganismo.
Trata-se de um manual de combate ao
trinitarianismo. Constitui-se de 135 citações de
dicionários, enciclopédias e outras obras teológicas,
mas fora do seu contexto. As passagens bíblicas são
igualmente manipuladas fora do contexto para dar
sustentação às suas crenças. A organização cita O
Novo Dicionário da Bíblia da seguinte forma: “diz
certa publicação protestante”, em seguida transcreve
o texto: “A palavra ‘trindade’ não pode ser
encontrada na Bíblia... não encontrou lugar formal
na teologia da igreja senão já no quarto século”
(página 5).
O dicionário, em apreço, é o das Edições Vida
Nova, vol. III, página 1633, mas o problema é que
na referida citação, a organização omitiu nas
reticências o seguinte: “... e, embora tivesse sido
empregada por Tertuliano, na última década do
segundo século de nossa era”. De modo que o texto
na sua íntegra seria: “A palavra ‘trindade’ não pode
ser encontrada na Bíblia e, embora tivesse sido
empregada por Tertuliano, na última década do segundo
século de nossa era, não encontrou lugar formal na
teologia da igreja senão já no quarto século”. Essa
falta de honestidade intelectual é mantida nas
demais citações da brochura. O objetivo da
Sociedade Torre de Vigia é provar aos seus leitores
que a doutrina triniariana não existe na Bíblia,
tendo surgido somente no quarto século afirmando
“desde que a religião da cristandade passou a
destacar-se no quarto século, elea tem provado que
é inimiga de Deus e da Bíblia” (Qual É o Objetivo
da Vida?, página 17). Assim, omite a parte que fala
de sua existência desde os dias de Tertuliano de
Cartago, falecido em 222 d.C. As testemunhas de
Jeová pensam poder com isso desacreditar a
Trindade. Estão equivocadas, pois nenhuma
doutrina cristã foi formulada definitivamente antes
do Concílio de Nicéia, em 325.
Os cristãos dos três primeiros séculos da Era
Cristã adoravam as três Pessoas da Trindade.
Justino, o Mártir viveu entre 100-165, defendia a
divindade de Jesus: “sendo Verbo e Primogênito de
Deus, e também é Deus” (I Apologia 63.15); “para
demonstrar que Cristo é figuradamente chamado,
pelo Espírito Santo, Deus, Senhor das potências e
Jacó” (Diálogo 36.2); “Demonstrei profundamente
que Cristo, que é Senhor e Deus, Filho de Deus”
(Diálogo 128.1). Afirmou, ainda, adorar o Pai, o
Filho e o Espírito Santo: “do Deus verdadeiríssimo,
Pai da justiça... A ele e ao Filho... e ao Espírito
profético, nós cultuamos e adoramos, honrando-os
com razão e verdade” (I Apologia 6.1,2).

Irineu de Lião viveu entre 125-202, foi discípulo


de Policarpo e este do apóstolo João, dizia ser
Jesus Deus: “o Salvador dos que se salvam,
Senhor dos que estão submetidos ao seu poder,
Deus das coisas criadas, Unigênito do Pai, Cristo
profetizado e Verbo de Deus, encarnado quando
veio a plenitude do tempo em que o Filho de
Deus se devia tornar Filho do Homem” (III
Contra as Heresias 16.7); “diante de Cristo Jesus,
nosso Senhor, Deus, Salvador e Rei” (I Contra as
Heresias 10.1). E, Tertuliano de Cartago (155-
222), conhecido como o Pai do Cristianismo
Latino, criou 509 novos substantivos, 284 novos
adjetivos e 161 nosos verbos na língua latina.
Pertence a ele a paternidade do termo latino
trinitas “trindade”. Todos esses escritores viveram
antes do século quarto, logo as testemunhas de
Jeová estão equivocadas nas saus cusações.

A Sociedade Torre de Vigia apresenta alguns


obstáculos contra a doutrina bíblica da Trindade:
1) Alega que essa crença existia entre povos pagãos
da antiguidade como egípcios, babilônios, hindus e
outros povos. Apresenta uma série de gravuras de
tríades e divindades da antiguidade, nas páginas 2 e
10 de Deve-se Crer na Trindade?, na tentativa de
convencer seus leitores de que a Trindade é uma
crença pagã. 2) O termo “trindade” não aparece na
Bíblia, diz a Torre de Vigia: “De fato, a palavra
‘Trindade’ nem aparece na Bíblia”. 3) A Torre de
Vigia declara que afirmar ser a Trindade um
mistério não satisfaz. Afirma não ensinar mistérios,
mas apenas aquilo que a mente humana pode
compreender.

Deve-se Crer na Trindade?, página 2

Esses argumentos são artificiais e inconsistentes.


Sempre houve entre os pagãos crenças e práticas
parecidas com as doutrinas bíblicas, tais como o
sacrifício em holocausto com sangue de animais, a
figura do sacerdote etc. As gravuras apresentadas
pelas testemunhas de Jeová são tríades e nenhuma
delas representa uma trindade. Por exemplo: na
página 2, a gravura egípcia ali é de apenas três dos
muitos deuses, e não uma trindade: Amon-rá,
Ramsés II e Mut são três deuses, e não três pessoas
numa só divindade. Da mesma forma, na página
10, os deuses egípcios Hórus, Osíris e Ísis são
deuses dentre os demais do Egito antigo, e não uma
trindade. De igual modo ocorre com a gravura nº
2, de Babilônia, e a nº 3, de Palmira, na Síria. Essa
série de gravuras não oferece as bases para Corpo
Governante fundamentar sua acusação
inconsistente.
O fato de algumas dessas comunidades terem
suas tríades não prova que a Trindade seja uma
doutrina pagã e, por outro lado, tríade é uma coisa,
trindade é outra. Ainda que essas gravuras
provassem trindades pagãs, mesmo assim, não
seriam necessariamente provas suficientes para
fundamentar a tese do Corpo Governante.
Primeiro, porque a Trindade está presente em toda
a Bíblia, que são provas robustas e indestrutíveis.
Segundo, por causa da teologia natural, verdades
naturais de que o homem, pela sua própria
consciência e intuição, tem conhecimento que
muitas vezes trazem lampejos daquilo que está na
Bíblia. A própria Sociedade Torre de Vigia
reconhece isso com relação a outras crenças da
organização. Ela afirma, por exemplo, que havia
entre os pagãos o relato paralelo sobre o dilúvio
(Boas Novas Para Torná-lo Feliz, página 83). Afirma
ainda que o batismo cristão é uma modificação de
práticas egípcias, babilônicas e gregas (A Sentinela,
1º de abril de 1993, página 4). Nem por isso o
Corpo Governante admite que suas crenças sejam
pagãs, pois crê no dilúvio bíblico e pratica o
batismo nas águas.
Deve-se Crer na Trindade?, página 10

Quanto ao segundo argumento, perguntamos se


o problema é com a doutrina ou com o nome dela,
ou seja, estamos lidando com teologia ou com
nomenclatura? A doutrina da Trindade é bíblica,
está presente desde o Gênesis até o Apocalipse,
apenas o termo “trindade” não aparece na Bíblia.
Isso não significa que essa doutrina não exista, e
nem quer dizer que não seja bíblica. A palavra
“teocracia” não aparece na Bíblia, contudo as
Escrituras ensinam que houve em Israel um governo
teocrático. O vocábulo “onisciente” não está
registrado na Bíblia, nenhuma vez sequer, contudo
a Bíblia ensina que Deus é onisciente. “Trindade” é
uma palavra de caráter teológico que foi dada à
divindade, no final do segundo século, por
Tertuliano de Cartago, ao escrever contra o
modalismo do heresiarca Praxeas:

Todos são de um, por unidade de substância,


embora ainda esteja oculto o mistério da
dispensação que distribui a unidade numa
Trindade, colocando em sua ordem os três, Pai,
Filho e Espírito Santo; três contudo, não em
essência, mas em grau; não em substância, mas
em forma, não em poder, mas em aparência, pois
eles são de uma só substância e de uma só
essência e de um poder só, já que é de um só
Deus que esses graus e formas e aspectos são
reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito
Santo (Contra Práxeas, II).
O fato de a nomenclatura vir depois do
fechamento do Cânon Sagrado não quer dizer que
ela não exista ou que essa doutrina não seja bíblica.
Estranho é que no terceiro argumento, os
teólogos das testemunhas de Jeová afirmam “não
ensinar mistérios, mas apenas aquilo que a mente
humana pode compreender”, entretanto, ensina que
ninguém pode compreender a eternidade de Deus,
mencionada no salmo 90.2 (Raciocínios à Base das
Escrituras, páginas 123). Admitem, portanto, que a
eternidade de Deus é incompreensível à razão
humana, mas acreditam nela. Esse mistério da
Santíssima Trindade pode não satisfazer à
organização, mas é um ensino da Bíblia:
“Verdadeiramente tu és o Deus que te ocultas, o
Deus de Israel, o Salvador”; ou: “Tu és Deus
misterioso” (Is 45.15 Versão Atualizada de
Almeida). A concepção virginal de Jesus no ventre
de Maria é um mistério profundo, disse o apóstolo
Paulo: “Grande é o mistério da piedade, aquele que
se manifestou em carne” (1 Tm 3.16), e por que a
Sociedade Torre de Vigia não diz também: “não
satisfaz”? A Bíblia ensina que nem todos podem
crer nisso “porque a fé não é de todos” (2 Ts 3.2).
As doutrinas bíblicas são reveladas e não concebidas
pela razão humana. Deus não é concebido por meio
de um raciocínio lógico, nem por uma
demonstração matemática. Não é esse o método,
nem o caminho para se chegar a Deus. O processo
que Deus estabeleceu para o homem achá-lo é o
caminho da fé (Hb 11.1-3). Deus é Senhor e
Soberano e revelou-se a si mesmo em seus atributos,
em seu nome e em sua natureza pela sua Palavra.
Ele, portanto, dar-se a conhecer ao homem por
meio de sua Palavra e como quer.

O MONOTEÍSMO BÍBLICO E A TRINDADE


As Escrituras ensinam que existe um só Deus e
que Deus é um só. Essa doutrina vem desde o
Antigo Testamento (Dt 6.4; 2 Rs 19.15; Ne 9.6; Sl
83.18; Sl 86.10). O Deus de Israel, revelado nas
Escrituras dos judeus, é o mesmo Deus do
cristianismo (Mc 12.29-32). Os cristãos herdaram
dos hebreus não apenas o seu monoteísmo, mas
também outros aspectos teológicos e éticos. A igreja
nasceu no contexto judaico, tanto seu fundador, o
Senhor Jesus Cristo, como seus apóstolos eram
judeus (Jo 4.22). A leitura dos primeiros dez
capítulos do livro de Atos dos Apóstolos mostra a
cultura judaica muito presente na vida dos
primeiros cristãos. O Senhor Jesus não somente
ratificou o monoteísmo judaico do Antigo
Testamento como também afirmou que o Deus
Javé de Israel, mencionado em Deuteronômio 6.4-
6, é o mesmo Deus que ele revelou aos homens e
que os cristãos devem amá-Lo acima de todas as
coisas e segui-Lo com devoção.
O apóstolo Paulo pregava para judeus e gentios o
mesmo Deus revelado por Jesus: “O Deus de nossos
pais de antemão te designou para que conheças a
sua vontade, e vejas aquele Justo, e ouças a voz da
sua boca” (At 22.14). Veja o que ele ensina nas
epístolas “Todavia para nós há um só Deus, o Pai,
de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só
Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e
nós por ele” (1 Co 8.6). “Ora, o medianeiro não o
é de um só, mas Deus é um” (Gl 3.20). “Um só
Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por
todos e em todos vós” (Ef 4.6).
Visto que o Antigo e o Novo Testamento atestam
o monoteísmo, como fazer com a Trindade? A
mesma Bíblia que ensina haver um só Deus, e que
Deus é um só, ensina também que o Pai é Deus, o
Filho é Deus e o Espírito Santo é Deus. O nome
“Deus” se aplica ao Pai sozinho (Fp 2.11), da
mesma forma ao Filho (Cl 2.9) e ao Espírito Santo
(At 5.3,4). Aparece, na maioria das vezes, com
referência à Trindade (Dt 6.4). Isso também ocorre
com o Tetragrama, pois aplica-se ao Pai sozinho (Sl
110.1), ao Filho (comp. Is 40.3; Mt 3.3), e ao
Espírito Santo (Ez 8.1, 3). No entanto, aplica-se à
Trindade (Dt 6.4; Sl 83.18). Isso não é triteísmo,
mas a Santíssima Trindade.
O Novo Testamento não contradiz o Antigo,
mas torna explícito o que dantes estava implícito,
pois a unidade de Deus não é absoluta. Deus não é
uma mônoda estéril, de modo que as Escrituras
Sagradas dos judeus revelam a unidade na
Trindade, ao passo que o Texto Sagrado da Nova
Aliança revela a Trindade na unidade. A doutrina
da Trindade não neutraliza ou contradiz a doutrina
da Unidade; da mesma forma, a doutrina da
Unidade não anula a Trindade. A Trindade bíblica
pregada pelos cristãos consiste em um só Deus em
três Pessoas, não três deuses.
Visto que a Bíblia afirma existir um só Deus e
que Deus é um só, revelando o Pai como o Deus-
Javé, da mesma forma o Filho e o Espírito Santo,
isso significa um só Deus subsistente em três
Pessoas e não três Deuses. É por essa razão que
afirmamos que a Trindade é um mistério. Se Deus
pudesse ser sondado e esquadrinhado pela mente
humana, seria limitado e deixaria de ser Deus. O
problema das seitas é que elas querem explicar e
entender Deus, mas a Bíblia nos ensina a crer Nele
(Hb 2.4; Rm 1.17) e não a esquadrinhá-Lo: “Não
há esquadrinhação do seu entendimento” (Is
40.28); veja ainda Romanos 11.33, 34.
Até reconhecemos que o termo “pessoa” é
inadequado para aplicar às três identidades distintas
da Trindade. Os pais da Igreja evitavam usar esse
termo para identificar o Pai, o Filho e o Espírito
Santo na Trindade. A palavra “pessoa” vem do
grego prosopon, “rosto, face, expressão”, e pessoa é
um termo menos técnico, pois nas controvérsias
cristológicas do quarto século usava-se hipostasis ou
subsistentia, para se referir às pessoas da Trindade ou
à pessoa de Cristo. Seu equivalente latino é persona,
termo usado por Tertuliano com o sentido de
“máscara” para refutar as heresias sabelianistas. Essa
palavra tinha conotação com a máscara que o ator
usava para representar um personagem no teatro
grego. Aplicando essa palavra para o que chamamos
de “Pessoas”, na Trindade, poderia induzir alguém
ao sabelianismo ou modalismo. Por essa razão, os
pais da igreja preferiam chamar essas “Pessoas” de
homoousios, “um ser”, ou hipostasis, “forma de ser ou
de existir”. Hipóstase vem de duas palavras gregas
hypo “sob” e istathai “ficar”. Nas discussões
teológicas sobre a doutrina da Trindade, na era da
patrística, era usada como sinônimo de ousia
“essência, ser”. O reformador protestante Calvino
preferia chamar de Subsistentia.
O nosso conceito da palavra “pessoa” diz respeito
à parte consciente do homem que pensa, decide e
sente, constitui seu caráter, identidade e
individualidade. Por isso não devemos confundir
“pessoa” com o “homem”. A pessoa é o “eu” de
cada um. É até possível o uso alternativo de
“pessoa” e “homem” como ser, indivíduo, sujeito,
personalidade, identidade, caráter, mas isso nunca
deve acontecer quando o assunto diz respeito às três
Pessoas da Trindade. Nesse caso é necessário haver
restrição, pois não se trata de três seres, indivíduos
ou sujeitos, mas de três identidades conscientes. A
Trindade é a união de três identidades pessoais em
um só Ser, Indivíduo, Deus, uma só substância ou
essência. A natureza divina é uma, mas as Pessoas
divinas, três. Quando falamos, portanto, das três
Pessoas da Trindade, não estamos falando de três
Seres.

BASES BÍBLICAS DA TRINDADE


A Trindade é a união de três Pessoas, o Pai, o
Filho e o Espírito Santo, em uma só Divindade,
sendo iguais, eternas, da mesma substância, embora
distintas, sendo Deus cada uma dessas Pessoas. O
Credo Atanasiano afirma: “Adoramos um Deus em
trindade e trindade em unidade. Não confundimos
as Pessoas, nem separamos a substância”. Os
modalistas e unicistas modernos confundem as
Pessoas e contrariam as Escrituras, que revelam as
três pessoas distintas, por exemplo, na passagem do
batismo de Jesus, o Espírito Santo vindo sobre ele e
o Pai falando do céu (Mt 3.16, 17). Há inúmeras
referências nos evangelhos em que Jesus deixa claro
o fato dele ser uma pessoa e o Pai outra (Jo
8.17,18). As testemunhas de Jeová, porém, separam
a substância, também contradizendo o ensino
bíblico, pois a Bíblia apresenta os três em condições
de igualdade (Mt 28.19). Jesus disse: “Eu e o Pai
somos um” (Jo 10.30).
Muitas vezes, a Sociedade Torre de Vigia
apresenta uma definição errônea da doutrina da
Trindade para facilitar o seu argumento e desviar o
povo da verdade. Afirma maldosamente: “a
Trindade que consiste de três pessoas, ou Deuses,
em um só”. A organização sabe que os trinitarianos
não admitem a idéia de “três Deuses”, mas de três
Pessoas distintas em uma só deidade. Isso prova a
maldade do Corpo Governante, por isso muitas
testemunhas de Jeová pensam que a Trindade
significa “três Deuses”. Outro artifício, igualmente
maldoso é o argumento de que a Trindade não
existe porque o Pai é uma pessoa distinta do Filho:
“O Deus verdadeiro é uma Pessoa, distinta de Jesus
Cristo”. A Trindade não significa “três Pessoas em
uma só Pessoa”, isso é sabelianismo, mas “três
Pessoas em um só Deus”.
Mateus 28.19
“Portanto, ide, ensinai todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo” (Mt 28.19). Apesar de a Bíblia
ensinar a unidade de Deus, convém nunca perder
de vista que em nenhum lugar afirma que ele é uma
mônada estéril, mas ensina existir eternamente em
três pessoas. Deus é amor (1 Jo 4.8) e esse amor é
eterno (Jr 31.3). Quem, pois, ele amava na
eternidade passada? Jesus era o Filho antes mesmo
de vir ao mundo, pois está escrito: “Deus enviou
seu Filho unigênito ao mundo” (1 Jo 4.9). O verbo
enviar, na língua original, indica uma ação verbal
passada, mas com resultado no presente. Isso
mostra que ele já era Filho quando foi enviado pelo
Pai. Veja o relacionamento dessas três Pessoas (Gn
1.26; 3.22; 11.7; Is 6.8; Jo 17.5). A expressão “em
nome” está no singular. Os unicistas modernos
dizem que esse “nome” é Jesus, portanto, segundo
eles, o nome do “Pai, Filho e Espírito Santo” é
Jesus, mas essa interpretação não está correta, pois
para eles, Deus é Jesus, entretanto, para nós, Jesus é
Deus.
A palavra “nome”, no singular, é distributiva
como no texto hebraico de Rute 1.2. Embora
apareça no plural na Versão Corrigida de Almeida:
“e os nomes de seus dois filhos, Malom e Quiliom”,
no entanto, no hebraico está no singular “e o nome
dos dois filhos”. O mesmo ocorre na Septuaginta,
onoma, “nome”. Veja que o nome, aqui, refere-se
tanto a Malom quanto a Quiliom, essa é a mesma
construção de Mateus 28.19. O texto sagrado está
apresentando três Pessoas distintas em uma só
Divindade. “Em nome” quer dizer em nome de
Deus, do único Deus que subsiste eternamente em
três Pessoas. Essa declaração de Jesus, na fórmula
batismal, tem como base o conceito da triunidade
de Deus. Jesus não disse: “Em nome do Pai, em
nome do Filho e em nome do Espírito Santo”, isso
porque ele estava mencionando um só nome: de
Deus. O Filho e o Espírito Santo estão igualados
nessa passagem.
1 Coríntios 12.4-6
“Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o
mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o
Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações,
mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos”. O
apóstolo mostra o aspecto trinitário nessa passagem.
Como nessa Trindade não há primeiro nem último,
as três Pessoas são iguais, aqui estão na ordem
inversa em relação a Mateus 28.19, porque os
capítulos 12 a 14 de 1 Coríntios tratam dos dons
do Espírito Santo. O “Senhor” (v. 5) refere-se ao
Filho, e “Deus” (v. 6), ao Pai. O nome “Deus”,
theos, no Novo Testamento grego, quando vem
acompanhado do artigo e sem outra qualificação,
refere-se sempre ao Pai. O culto cristão é adoração a
Deus, sendo ele mesmo quem opera no culto.
2 Coríntios 13.13
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de
Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós
todos” (2 Co 13.13). É a mais bela bênção das
epístolas paulinas, que poderia também ser
chamada de “bênção trinitariana”. A Trindade, em
Mateus 28.19, começa com o Pai, em 1 Coríntios
12.4-6, com o Espírito Santo, e aqui, 2 Coríntios
13.13, com o Filho, isso confirma o que declara o
Credo de Atanásio: “e nesta trindade não existe
primeiro nem último; maior nem menor”.
Efésios 4.4-6
“Há um só corpo e um só Espírito, como
também fostes chamados em uma só esperança da
vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só
batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre
todos, e por todos, e em todos”. Novamente
encontramos nessa passagem a fórmula trinitária: o
Deus-Pai, o Deus-Filho e o Deus-Espírito Santo, e
cada uma dessas três Pessoas desempenha um papel
específico na igreja. O texto sagrado ensina o que
está no Credo de Atanásio: “Há, portanto, um Pai,
não três Pais; um Filho, não três Filhos; um
Espírito Santo, não três Espíritos Santos. E nesta
trindade não existe primeiro nem último; maior
nem menor. Mas as três Pessoas são coeternas, são
iguais entre si mesmas; de sorte que por meio de
todas, como acima foi dito, tanto a unidade na
trindade como a trindade na unidade devem ser
adoradas”. É justamente isso que o texto bíblico
está afirmando: não confundir as Pessoas, Pai é Pai,
Filho é Filho e Espírito Santo é Espírito Santo. Um
só Pai, um só Filho e um só Espírito Santo: as três
pessoas estão presentes, agindo cada uma em sua
esfera de atuação, em harmonia e unidade perfeitas.

O CONCÍLIO DE NICÉIA
A Sociedade Torre de Vigia critica sobremaneira
o Concílio de Nicéia e o Credo de Atanásio ou
Atanasiano, em suas principais obras, com
declarações falsas e omissões de fatos importantes.
Veja um exemplo: “Por muitos anos havia muita
oposição, por motivos bíblicos, contra a emergente
idéia de que Jesus era Deus” (Deve-se Crer na
Trindade?, página 8). A parte final da frase é falsa,
pois “a emergente idéia” era a crença ariana, e não a
divindade absoluta de Jesus. A figura principal,
todavia, que deu origem a essa controvérsia,
entrando para História como “Controvérsia
Arianista”, foi Ário, um presbítero de Alexandria,
Egito, por volta de 321-325, entretanto, ele sequer
é mencionado no presente relato das testemunhas
de Jeová. É assim que a religião do Corpo
Governante opera em sua atividade proselitista,
manipulando o povo ao apresentar sua versão
tendenciosa e enganosa.
Quem deseja, conhecer os fatos tanto pelo prisma
histórico como teológico deve ler as obras de Justo
L. Gonzalez, Uma História Ilustrada do Cristianismo,
vol. 2; Uma História do Pensamento Cristão, vol. 1;
de Paul Tillich, o livro de título similar: História do
Pensamento Cristão; de Kenneth Scott Latourette,
Uma História do Cristianismo, vol. 1. O historiador
britânico, Edward Gibbon (1737-1794)
responsabiliza o cristianismo pela queda de Roma,
em sua obra Declínio e Queda do Império Romano,
nela ele apresenta o relato dessa Controvérsia com
riqueza de detalhes. As edições em português, da
Companhia das Letras e das Edições de Bolso, são
abreviadas. As duas possuem o mesmo texto.
Segundo essas fontes, Ário estudou em
Antioquia, escola de Paulo de Samosata, um dos
principais defensores do monarquianismo
dinâmico, negava ser o Filho da mesma substância
do Pai, reduzia Jesus à categoria das divindades
pagãs, era deus, mas não igual ao Pai, Maria teria
gerado um meio-Deus, nem era plenamente Deus e
nem plenamente homem. Afirma Paul Tillich:
“Esta foi a solução de Ário. Estava na mesma linha
do culto aos heróis do mundo antigo. Esse mundo
era povoado por meio-deuses, derivados do único
Deus e incapazes de plenitude divina, mesmo
quando no Olimpo. Jesus teria sido um desses
deuses, quase Deus, mas não o próprio Deus”
(página 87). Negava a eternidade do Logos,
defendia sua existência antes da encarnação, como
as atuais testemunhas de Jeová, mas não aceitava
que fosse ele eterno com o Pai, insistia na tese de
que o Verbo foi criado como primeira criatura de
Deus. A palavra de ordem arianista era: “houve
tempo que o Verbo não existia”.
Alexandre, bispo de Alexandria, discordava dele,
respondendo “que a posição de Ário negava a
divindade do Verbo, e em conseqüência de Jesus
Cristo. E já que a igreja desde o começo tinha
adorado a Jesus Cristo, se a proposta de Ário fosse
aceita a igreja teria de ou deixar de adorar a Jesus
Cristo, ou adorar uma criatura” (História Ilustrada
do Cristianismo, vol. 2, página 92). O conflito
tornou-se público e Ário foi deposto de suas
funções da igreja. Ele não aceitou a sanção
escrevendo para bispos amigos, tinha prestígio e
popularidade na cidade e com isso seus partidários
fizeram protesto marchando pelas ruas cantando
máximas teológicas de Ário.
O imperador Constantino estava mais
preocupado em manter coeso o império e a divisão
da igreja podia ameaçar essa unidade. O conselheiro
teológico dele, o bispo Ósio, de Córdoba, foi
enviado para Alexandria para uma conciliação,
porém, constatou a gravidade e a profundidade do
problema, e com isso o imperador convocou o
Concílio de Nicéia.
Os historiadores afirmam que cerca de 300
bispos provenientes do Oriente e do Ocidente
participaram, por isso é tido como o primeiro
concílio ecumênico da História. Dentre eles estava
presente um pequeno grupo de arianista convicto,
liderado por Eusébio de Nicomédia (não confundir
com Eusébio de Cesaréia), pois Ário, não era bispo,
assim não tinha direito de participar das
deliberações. De outro lado, estava um pequeno
grupo, liderado por Alexandre, bispo de Alexandria,
acompanhado do diácono, Atanásio, vindo a
tornar-se, posteriormente, bispo e notável pela
vigorosa defesa da ortodoxia cristã, que reconhecia a
teologia ariana como ameaça à fé cristã. O Concílio
contava ainda com três bispos patripassianistas
(doutrina modalista que afirmava ter sido o Pai
crucificado), fora essas minorias, a maior parte era
formada de bispos procedentes do Ocidente, de fala
latina, sem interesse no que eles chamavam de
especulações teológicas, pois se davam por
satisfeitos com a formulação trinitária de
Tertuliano: “pois eles são de uma só substância e de
uma só essência e de um poder só”.
Eusébio de Nicomédia expôs a doutrina ariana,
pois tinha convicção absoluta que após sua
apresentação todo o concílio o apoiaria, aceitando-a
como correta, porém, grande foi sua decepção
quando o plenário manifestou-se com indignação
ao ouvir a idéia de considerar o Filho de Deus
como criatura, por mais exaltado que fosse tal
criatura. Alguns chegaram a arrebatar o seu discurso
e rasgar em pedaços em meio aos gritos de
“blasfêmia! mentira! heresia!” (História Ilustrada do
Cristianismo, vol. 2, página 96). Knight & Anglin,
no livro História do Cristianismo, página 55,
declaram:

Os bispos sentiram tanto a indignidade que Ário


fizera pesar sobre o bendito Senhor, que tapavam
os ouvidos enquanto ele explicava as suas
doutrinas, e declaravam que quem expunha tais
doutrinas era só digno de anátema. Como
repressão às heresias crescentes, foi escrita a
célebre confissão de fé, conhecida pelo Credo
Niceno, na qual está clara e inteiramente
anunciada a doutrina das Sagradas Escrituras
com referência à divindade de Cristo.

Isso quebrou o clima pacífico e suave da reunião,


apesar das tentativas de prosseguir a análise de
passagens bíblicas, porém: “logo ficou claro que os
arianos podiam interpretar qualquer citação de uma
maneira que os favorecia... Por esta razão a
assembléia decidiu compor um credo que
expressasse a fé da igreja em relação às questões em
debate” (História Ilustrada do Cristianismo, vol. 2,
página 96). Eusébio de Cesaréia, autor da proposta
de se formular um credo, sugeriu o Credo de
Cesaréia alegando ter recebido o texto de seus
predecessores, cujo corpo dizia:

Cremos em um só Deus, Pai Onipotente,


Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; em
um só Senhor Jesus Cristo, Verbo de Deus, Deus
de Deus, Luz de Luz, Vida de Vida, Filho
Unigênito, Primogênito de toda a criação, por
quem foram feitas todas as coisas; o qual foi feito
carne para nossa salvação e viveu entre os
homens, e sofreu, e ressuscitou ao terceiro dia, e
subiu ao Pai e novamente virá em glória para
julgar os vivos e os mortos. Cremos também em
um só Espírito Santo.

A esse Credo, segundo Latourette “com a


aprovação do imperador e talvez por sua sugestão”
acrescentou a palavra homoousion, “substância”,
aplicada a Cristo. Assim, o Credo de Cesaréia foi
modificado tornando-se o conhecido Credo
Niceno, apenas dois bispos se recusaram a assinar,
porém, os demais assinaram o Credo, cujo teor é o
seguinte:

Cremos em um só Deus, Pai Onipotente,


Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis; em
um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, o
Unigênito do Pai, que é da substância do Pai, Deus
de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro
Deus, gerado, não feito, de uma substância com o
Pai, por meio de quem todas as coisas vieram a
existir, as coisas que estão no céu e as coisas que
estão na terra, que por nós homens e por nossa
salvação desceu e foi feito carne, e se fez homem,
sofreu, e ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos
céus, e virá para julgar os vivos e os mortos.
Cremos também em um só Espírito Santo.

A importância fundamental dessa mudança foi a


inserção das expressões “é da substância do Pai... de
uma substância com o Pai”. A substituição de
“Vida de Vida” por “verdadeiro Deus de verdadeiro
Deus” e do termo “Verbo de Deus” por “Filho de
Deus, o Unigênito do Pai” mostrando ser ele
gerado de maneira diferente dos seres humanos;
somando-se a isso o acréscimo: “desceu e foi feito
carne, e se fez homem” para a nossa salvação resume
a essência da verdadeira identidade de Cristo.
A controvérsia não findou com o Concílio.
Eusébio de Nicomédia influenciou o imperador,
que mudou depois de posição e favoreceu os
arianistas. A própria Sociedade Torre de Vigia
confirma essa mudança: “Perto do fim de sua vida,
o Imperador Constantino favoreceu o lado
antitrinitarianista de Ário, sendo ajudado neste
sentido por Eusébio de Nicomédia. De modo que
os trinitarianistas foram banidos. Por fim, o próprio
Atanásio foi banido para Gália” (“Caiu Babilônia, a
Grande!” O Reino de Deus já Domina!, página 35, §
63). Com a morte de Alexandre, em 328, Atanásio,
agora bispo, sucedeu-o no cargo de bispo de
Alexandria. Depois da morte de Constantino,
Constâncio sobressaiu-se entre seus dois irmãos
Constantino II e Constante, tornando-se senhor do
império. Ele apoiou a causa ariana, como disse
Jerônimo: “o mundo despertou de um sono
profundo e percebeu que tinha ficado ariano”
(História Ilustrada do Cristianismo, vol. 2, página
101). É contraditória a declaração das testemunhas
de Jeová ao afirmarem: “Assim, o papel de
Constantino foi decisivo. Depois de dois meses de
furiosos debates religiosos, esse político pagão
interveio e decidiu em favor dos que diziam que
Jesus era Deus” (Deve-se Crer na Trindade?, página
8).

CONTROVÉRSIAS SOBRE O ESPÍRITO


SANTO
O Credo Niceno termina com as seguintes
palavras: “Cremos também em um só Espírito
Santo” mantendo o que constava no Credo de
Cesaréia. Essa referência nada declara sobre a
função ou a natureza da terceira Pessoa da
Trindade. As testemunhas de Jeová acreditam ser
isso um elemento contra a doutrina trinitariana:
“Nenhum dos bispos em Nicéia promoveu uma
Trindade, (sic) porém. Eles decidiram apenas a
natureza de Jesus, mas não o papel do (sic) espírito
santo. Se a Trindade fosse uma clara verdade
bíblica, não a teriam proposto naquele tempo?”
(Deve-se Crer na Trindade?, p. 8). Veja que a própria
declaração do Corpo Governante afirma que a
controvérsia girava em torno da “natureza de
Jesus”, nada mais sensato e natural para
compreender o silêncio sobre a natureza do Espírito
Santo, assunto discutido posteriormente pelos pais
capadócios, conhecidos como “os Grandes
Capadócios”.
Basílio de Cesaréia, uma cidade da Capadócia,
não confundir com a da Judéia (330-379),
combateu os antigos arianos, os neo-arianos, os
semi-arianos e os pneumatomacianos.12 Escreveu no
ano 373 uma refutação aos argumentos do maior
expoente do arianismo radical, o arianista
anomeano13 de nome Eunômio: Contra Eunômio, e,
também, Sobre o Espírito Santo, uma defesa à
doxologia: “Glória seja ao Pai, com o Filho,
juntamente com o Espírito Santo”. Gregório de
Nissa, seu irmão mais moço (335-394), escreveu
Sobre a Trindade, continuação da obra Contra
Eunômio, da autoria de seu irmão, e Sobre Não-três
Deuses, refutação ao heresiarca Ablábio, que
defendia o triteísmo considerando o Pai, o Filho e o
Espírito Santo como três Deuses.
Gregório de Nazianzo (329–389) combateu os
mesmos opositores de seus companheiros Basílio e o
seu irmão Gregório de Nissa: Eunômio e os
pneumatomacianos. Escreveu com elegância e
clareza sobre a Trindade e especialmente sobre o
Espírito Santo por meio de epístolas, poemas e
sermões, sendo as Orações Teológicas cincos sermões.
Ele afirma na quinta Oração Teológica: “Se houve
tempo em que Deus não existia, então houve um
tempo em que o Filho não existia. Se houve um
tempo no qual o Filho não existia, então houve um
tempo no qual o Espírito não existia. Se um existiu
desde o começo, logo os três também existiram”.
Respondendo à questão acima das testemunhas
de Jeová sobre o porquê de o Espírito Santo não ser
discutido em Nicéia, Gregório de Nazianzo
responde afirmando ser impossível entrar nesse
assunto sem antes definir o problema da divindade
de Cristo, na quinta Oração Teológica, XXXVI:

O Antigo Testamento manifestou claramente o


Pai e obscuramente o Filho. O Novo manifestou
o Filho e obscuramente indicou a divindade do
Espírito Santo. Hoje o Espírito habita entre nós e
se dá mais claramente a conhecer. Porque teria
sido inseguro proclamar abertamente o Filho
antes de ser conhecida a divindade do Pai; ou
antes de ser reconhecida a divindade do Filho,
impor-se, por assim dizer, a do Espírito Santo...
Era muito melhor que, por adições parciais e,
como diz Davi, por ascensões de glória em glória,
brilhasse progressivamente o esplendor da
Trindade... Vede como a luz foi chegando aos
poucos, e a ordem, pela qual Deus se fez revelar a
nós (Antologia dos Santos Padres, páginas 254,
255).

Em Gregório de Nazianzo encontra-se sua


extraordinária contribuição para a vitória final da fé
nicena. Ele organizou os dados da revelação divina,
registrados nas Escrituras, e afirmou
categoricamente que o Espírito Santo é Deus.
Concílio de Constantinopla, 381, descreveu o
Espírito como Deus e como “o Senhor e provedor
da vida, que procede do Pai e é adorado e
glorificado com o Pai e com o Filho”.

O CREDO DE ATANÁSIO OU ATANASIANO


Depois do Concílio de Nicéia, em 325, muitos
documentos sobre o assunto circulavam nas igrejas.
O Credo que hoje chamamos de Atanásio, na
verdade, expressa o seu pensamento e tudo o que ele
defendeu durante toda a sua vida, mas parece que o
texto não é de sua autoria. Esse Credo não foi
mencionado no Concílio de Éfeso, 431; nem no da
Calcedônia, 451; e nem no de Constantinopla,
381. Segue o texto do Credo Atanasiano:

(3) A fé universal é esta: que adoremos um Deus


em trindade, e trindade em unidade; (4) Não
confundimos as Pessoas, nem separamos a
substância. (5) Pois existe uma única Pessoa do
Pai, outra do Filho, e outra do Espírito Santo.
(6) Mas a deidade do Pai, do Filho e do Espírito
Santo é toda uma só: glória é igual e a majestade
é coeterna. (7) Tal como é o Pai, tal é o Filho e
tal é o Espírito Santo. (8) O Pai é incriado, o
Filho incriado, e o Espírito Santo incriado. (9) O
Pai é imensurável, o Filho é imensurável, o
Espírito Santo é imensurável. (10) O Pai é
eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é
eterno. (11) E, no entanto, não são três eternos,
mas há apenas um eterno. (12) Da mesma forma
não há três incriados, nem três imensuráveis, mas
um só incriado e um imensurável. (13) Assim
também o Pai é onipotente, o Filho é onipotente
e o Espírito Santo é onipotente. (14) No entanto,
não há três onipotentes, mas sim, um onipotente.
(15) Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, e o
Espírito Santo é Deus. (16) No entanto, não há
três Deuses, mas um Deus. (17) Assim o Pai é
Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito Santo é
Senhor. (18) Todavia não há três Senhores, mas
um Senhor. (19) Assim como a veracidade cristã
nos obriga a confessar cada Pessoa
individualmente como sendo Deus e Senhor;
(20) Assim também ficamos privados de dizer
que haja três Deuses ou Senhores. (21) O Pai não
foi feito de coisa alguma, nem criado, nem
gerado; (22) o Filho procede do Pai somente, não
foi feito, nem criado, mas gerado. (23) O
Espírito Santo procede do Pai e do Filho, não foi
feito, nem criado, nem gerado, mas procedente.
(24) Há, portanto, um Pai, e não três Pais; um
Filho, e não três Filhos; um Espírito Santo, não
três Espíritos Santos. (25) E nessa trindade não
existe primeiro nem último; maior nem menor.
(26) Mas as três Pessoas são coeternas, são iguais
entre si mesmas; (27) De sorte que por meio de
todas, como acima foi dito, tanto a unidade na
trindade como a trindade na unidade devem ser
adoradas.
Trata-se de um credo que enfatiza a Trindade e é
mais longo que o Credo Niceno. Durante a Idade
Média se dizia que Atanásio escreveu esse texto
quando esteve no exílio, em Roma, e ofereceu ao
bispo de Roma, Júlio I, para servir como confissão
de fé. Desde o século 9 se atribui essa autoria a ele,
levando seu nome porque defendeu tenazmente essa
doutrina, mas seu autor é desconhecido. O Credo
foi mencionado pela primeira vez em um sínodo,
realizado entre 659-670, e serve como teste da
ortodoxia desde o século 7 para o Catolicismo
Romano, o Catolicismo Ortodoxo e o
Protestantismo.

A TRINDADE EM TODA A BÍBLIA


O nome Elohim, “Deus”, é a forma plural de
Eloah e significa “a plenitude das excelências
divinas”. No singular, esse nome aparece apenas 57
vezes no Antigo Testamento, ao passo que no
plural, cerca de 2.570 vezes. É com ele que Deus é
apresentado pela primeira vez na Bíblia, que dá a
conhecer os primeiros vislumbres da Trindade. A
declaração de Gênesis 1.1: “No princípio, criou
Deus os céus e a terra” apresenta o verbo no
singular, “criou”, e o sujeito no plural Elohim,
“Deus”, o que revela a unidade de Deus na
Trindade. Essa palavra vem de um verbo hebraico
alá, que significa “ser adorado, ser excelente, temido
e reverenciado”.

A Torre de Vigia procura rebater essa verdade


com o seguinte argumento: “’Elo.hím não
significa ‘pessoas’, mas sim ‘deuses’. Portanto,
aqueles que argumentam que essa palavra
subentende uma Trindade fazem de si mesmos
politeístas, adoradores de mais de um Deus. Por
quê? Porque significaria que haveria três deuses
na Trindade (Deve-se Crer na Trindade?, página
13). Onde está a falácia do Corpo Governante
nessa declaração? É que ele não cita as passagens:
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn
1.26); “Então disse o SENHOR Deus: Eis que o
homem é como um de nós” (Gn 3.22); “Eia,
desçamos e confundamos ali a sua língua” (Gn
11.7) nem as explica. A Trindade é vista em
Elohim à luz do contexto bíblico.

A declaração: “Façamos o homem” revela a


existência de mais de uma pessoa e não de mais de
um Deus. A Bíblia ensina que apenas o Filho e o
Espírito Santo tiveram participação na criação,
juntamente com o Pai (João 1.3; Cl 1.16; Jó 33.4).
Por que a “Trindade”, assimilada no nome Elohim,
não pode levar ao politeísmo, como argumenta a
organização? Porque essa unidade de Deus é
composta e isso só pôde vir à tona no Novo
Testamento, com a manifestação das três Pessoas
numa só Divindade.
Os rabinos reconheceram a pluralidade neste
nome, mas como o judaísmo é uma religião que
defende o monoteísmo absoluto, não admite Jesus
Cristo como o Messias de Israel, fica difícil para eles
entenderem essa pluralidade. Para explicá-la,
argumentam ser um plural de majestade, mas isso é
uma determinação rabínica posterior. A definição
de plural de majestade ou de excelência foi dada pelo
rabinato. Disse Shlomo ibn Yitschaki, conhecido
pela sigla RASHI, grande rabino e erudito judeu
(nascido em 1040), o seguinte: “O plural de
majestade não significa haver mais de uma pessoa
na divindade”. Essa declaração serviu para o
judaísmo prosseguir sua marcha conservando o
monoteísmo absoluto sem Jesus e sem o Espírito
Santo. Porém, o Diccionario de Paralelos,
Concordancias y Analogías Bíblicas, de C. H.
Lambert, página 319, afirma que o rabino Shimeon
ben Joachi (segundo século d.C.) declarou:
“Observai o mistério da palavra Elohim; encerra três
graus, três partes; cada uma destas partes é distinta,
e é uma por si mesma, e não obstante são
inseparáveis uma da outra; estão unidas juntamente
e formam um só todo”.
O nome Elohim é poucas vezes usado com outro
propósito que não seja o Deus revelado na Bíblia.
O Antigo Testamento faz menção dos deuses do
Egito (Êx 12.2) e outras nações (Dt 13.7, 8; Jz
6.10). A palavra é usada com relação às imagens
dos cultos pagãos (Êx 20.23). As Escrituras fazem
usos irregulares de Elohim para seres sobrenaturais
(1 Sm 28.13) e juízes (Sl 82.6). Aparece também
relacionada às divindades pagãs individuais cerca de
20 vezes Para os pagãos, o seu deus ou deuses
significava (m) “a plenitude das excelências
divinas”. O que o Deus de Israel representa para o
povo hebreu, essas divindades representavam para
os pagãos. Essa é a justificativa do emprego do
nome no plural, referir-se a uma divindade pagã
individual.
Deuteronômio 6.4
“Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o
único SENHOR”. A palavra hebraica ’echad,14
segundo o Dicionário Internacional de Teologia do
Antigo Testamento significa: “um, mesmo, único,
primeiro, cada, uma vez... No famoso Shemá de
Deuteronômio 6.4... a questão da diversidade
dentro da unidade tem implicações teológicas.
Alguns eruditos têm pensado que, embora ‘um’
esteja no singular, o uso da palavra abre espaço para
a doutrina da Trindade” (página 61). É o mesmo
termo usado para afirmar que marido e mulher são
ambos “uma só carne” (Gn 2.24). Mas, a
mensagem principal aqui é o monoteísmo, que se
tornou, ao longo dos séculos, a confissão de fé do
judaísmo; ainda hoje os judeus religiosos recitam
essa passagem três vezes ao dia. A expressão
hebraica usada para “único SENHOR” é YHVH
’echad e traduz-se também por “Javé é um”. Essa
construção aparece em Zacarias 14.9: “naquele dia
um só será Jeová, e um só o seu nome” (Tradução
Brasileira). Se a idéia fosse de unidade absoluta o
vocábulo apropriado seria yachid, que significa
“solitário, isolado”, como aparece para indicar
Isaque como único filho que Abraão amava (Gn
22.2).
Gênesis 1.26
Na criação do homem a Trindade está presente:
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem,
conforme à nossa semelhança...” (Gn 1.26). As três
Pessoas da Trindade estão presentes aqui. O Filho
criou todas as coisas e também o homem (Jo 1.1-3;
Cl 1.16); da mesma forma o Espírito Santo (Jó
33.4; Sl 104.30), assim como o Pai (Pv 8.22-30).
Gênesis 3.22; 11.7
“Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é
como um de nós, sabendo o bem e o mal...” Ora,
por que “um de nós”, visto que Deus é um? É
porque está embutida nessa unidade a triunidade.
Da mesma forma encontramos em Gênesis 11.7:
“Eia, desçamos, e confundamos ali a sua língua,
para que não entenda um a língua do outro”. Por
que “desçamos e confundamos”? Se a Trindade não
fosse uma realidade, uma verdade bíblica, que fazer
com essas passagens? Dizer que Deus estava falando
com os anjos é dizer que os anjos são divinos. Fica
clara e patente essa grande verdade. Rejeitá-la é
rejeitar a Bíblia.
Isaías 6.1-10
Outro ponto igualmente importante é a visão do
profeta Isaías em que afirma: “eu vi ao Senhor” (Is
6.1), mas esse mesmo Deus pergunta: “A quem
enviarei e quem há de ir por nós?” (Is 6.8)
Novamente, a pluralidade na unidade divina está
presente. Outro ponto que não devemos perder de
vista é que o profeta inspirado diz que a terra está
cheia da glória de Javé dos Exércitos, e, no entanto,
o apóstolo João diz que esse Javé é Jesus (Jo 12.41).
Em Isaías 6.8-10, é Javé quem fala; no entanto, o
apóstolo Paulo afirma que é o Espírito Santo (At
28.26). Isso significa que o Espírito Santo é Javé.
Assim, a essa visão de Isaías revela a Trindade.
Sabemos que o Novo Testamento tornou
explícito o que dantes estava implícito. Revelou os
mistérios ocultos desde a fundação do mundo (Mt
13.11; Ef 3.3-5, 9-10); assim, é claro que a
doutrina da Trindade ficou evidente. A Trindade
aparece logo em Mateus 3.15-17, no batismo de
Jesus, onde se vêem as três Pessoas distintas, o que
reprova a doutrina do bispo Sabélio. O texto
mostra o Pai falando desde o céu, o Filho saindo
das águas e o Espírito Santo vindo sobre ele.
Essa doutrina não foi bem esclarecida nos tempos
do Antigo Testamento para não confundir o povo
com os deuses das religiões politeístas das nações
vizinhas de Israel; todavia, ela está implícita no
Texto Sagrado dos judeus. Ela só pôde ser ensinada
explicitamente com o advento da segunda Pessoa, o
Senhor Jesus e com a manifestação do Espírito
Santo.
Isaías 63.9, 10
“Em toda a angústia deles foi ele angustiado, e o
Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e
pela sua compaixão, ele os remiu, e os tomou, e os
conduziu todos os dias da antiguidade. 10 Mas eles
foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo;
pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo
pelejou contra eles”. O profeta lembra que Deus se
angustiou durante a angústia dos filhos de Israel no
Egito, no período da opressão de Faraó, numa
linguagem antropomórfica, Deus sofreu como um
pai sofre pelos seus filhos. O mesmo Deus é
chamado de “Anjo da sua presença”, ou seja, da
presença de Deus, que “os salvou”. Um anjo criado
não pode remir a Israel, logo, trata-se do “Anjo do
Senhor”. É o próprio Deus, aqui, distinto de Deus,
que à luz do Novo Testamento é a segunda Pessoa
da Trindade, o Messias.
O profeta lança em rosto a desobediência deles
afirmando que os filhos de Israel “foram rebeldes e
contristaram o seu Espírito Santo” (literalmente
“seu Espírito de santidade”). Essa expressão mostra
que Isaías considerava o Espírito como pessoa, do
contrário não poderia se contristar. A palavra
“santo” não é resultado de fonte externa, é
conseqüência direta da sua natureza. Isso se refere à
divindade do Espírito Santo; assim, temos aqui as
três Pessoas da Trindade: o Pai foi angustiado com
os israelitas, o Filho os remiu e o Espírito Santo foi
constristado pela rebelião deles.
Comentário sobre 1 João 5.7, 8
O texto: “No céu, o Pai, a Palavra, e o Espírito
Santo, e estes três são um. E três são os que
testificam na terra”, de 1 João 5.7, 8 é uma glosa
ou interpolação conhecida como Comma Johanneum
“Coma Joaneu”, que as testemunhas de Jeová
gostam de usar na tentativa de persuadir o povo de
que as nossas versões da Bíblia são falsas.
É verdade que a Coma Joaneu não consta dos
manuscritos gregos antigos. Aparece apenas em
quatro manuscritos gregos cursivos datados entre os
séculos 11 e 16. O documento mais antigo que
contém a passagem como autêntica e pertencente à
lavra do apóstolo é um tratado latino intitulado:
Liber Apologeticus, de Prisciliano, um espanhol
morto em 385. A glosa não é citada pelos pais
gregos, mas os pais latinos do norte da África e da
Itália do século V a citaram como parte da epístola.
A partir do século 6, sua freqüência foi cada vez
maior nos manuscritos latinos.
Desidério Erasmo, mais conhecido como Erasmo
de Roterdã, humanista holandês, foi o primeiro a
publicar o texto grego impresso do Novo
Testamento, sob os auspícios de Fröben, um
impressor da Basiléia, Suíça. Embora os trabalhos
preparatórios para uma impressão do Novo
Testamento grego tivessem começado em 1502, por
Francisco Ximenes de Cisneros, Cardeal primaz da
Espanha, a impressão ocorreu em 1514 e a
publicação somente em 1520, que é a Poliglota
Complutense. O texto de Erasmo foi publicado em
1516.15
Erasmo não dispunha de manuscritos completos
do Novo Testamento e por essa razão fez uso de
quatro manuscritos gregos cursivos e da Vulgata
Latina. A glosa não aparece nas duas primeiras
edições do texto de Erasmo. Quando ele publicou a
segunda edição do seu Novum Testamentum, em
1519, uma tiragem de 3.300 exemplares, foi
criticado porque deixou de fora a Coma Joaneu. O
humanista holandês respondeu que não havia
encontrado a frase em questão nos manuscritos
gregos, mas que se alguém lhe apresentasse pelo
menos um manuscrito com ela, prometia inserir no
texto da edição seguinte. Foi-lhe apresentado um
manuscrito grego tardio e deficiente preparado em
Oxford em 1520, o Codex Britannicus. Assim,
contra sua vontade, teve de cumprir a promessa
inserindo a glosa na terceira edição em 1522, com
uma nota revelando as suas suspeitas.
Foi a partir de 1750 que os críticos, pesquisando
e comparando os manuscritos e papiros,
descobriram uma “sobrecarga” no Textus Receptus.
Com a publicação de novos textos gregos do Novo
Testamento com Aparatus Criticus, dentre eles
Westcott e Hort, Eberhard Nestle e ultimamente a
edição das Sociedades Bíblicas Unidas, a crítica
considerou o texto dos irmãos Elzevir inferior. Os
críticos detectaram 15% de “sobrecarga”, como um
acúmulo de variantes ao longo dos séculos. A maior
parte, porém, dessa “bagagem” envolve ordem
diferente de palavras, sinônimos, soletração etc.
O Dr. R. N. Champlin, cujo doutoramento foi
sobre os manuscritos gregos, manifesta nos seis
volumes de sua obra O Novo Testamento Interpretado
Versículo por Versículo a inferioridade do Textus
Receptus, porém, alega na sua Enciclopédia de Bíblia,
Teologia e Filosofia, o seguinte: “No entanto, o
Textus Receptus e os papiros apresentam a mesma
mensagem. O acúmulo inteiro de variantes não
conseguiu modificar a mensagem, nem mesmo nas
minúcias”. Foi assim que a Coma Joaneu se
perpetuou em algumas de nossas edições da Bíblia.
O Corpo Governante, no entanto, usa a glosa para
persuadir o povo a descrer na Palavra de Deus.
Ataca as nossas versões da Bíblia para fazer o povo
acreditar na TNM. Afirma a organização: “Isto não
significa que não tenha havido tentativa de alterar a
Palavra de Deus. Houve tais tentativas. Um notável
exemplo é o texto de I João 5.7” (Poderá Viver...,
página 53 § 19).
São mais de cinco mil manuscritos e papiros
gregos disponíveis em museus e mosteiros na
Europa e nos Estados Unidos. Seria possível alguém
alterar todos eles? O acúmulo de variantes são
conseqüências de descuidos de copistas de várias
localidades durante 14 séculos, mas nada de
significativo que venha a comprometer a mensagem.
O Corpo Governante deveria ser mais moderado
nos seus apartes, pois a história da glosa, por si só,
mostra outra realidade. Embora a autenticidade da
referida passagem seja questionada pelos críticos,
não necessitamos da Coma Joaneu para
fundamentar a Trindade, pois ela é uma realidade
bíblica, ensinada ao longo das páginas das
Escrituras. Não dependemos de tal passagem para
provar essa doutrina e recomendo ao leitor não citá-
la para as testemunhas de Jeová, que não a
aceitarão. Além disso, temos recursos suficientes na
Bíblia para provar a Trindade.
A prova disso é que os mais respeitados teólogos
ensinam a Trindade, sem depender de tal glosa. A
Bíblia Vida Nova traz o esclarecimento de que tal
passagem não consta nos manuscritos gregos. A
mesma coisa sucede na nota de rodapé da Bíblia
anotada por Scofield e na Bíblia Anotada, e isso sem
contar as várias Bíblias de Estudos. Os expositores
de renome tiveram o cuidado de esclarecer que tal
passagem não consta nos manuscritos gregos.
Dentre eles destacamos: Russell Norman
Champlin, Adam Clarke, Matthew Henry, S. E.
McNair.
Os tratados de Teologia Sistemática, que
obviamente ensinam a Trindade, não trazem esta
passagem para justificar a doutrina. O leitor poderá
examinar, de Myer Pearlman, a obra Conhecendo as
Doutrinas da Bíblia; de A. B. Langston, sua obra
intitulada: Esboço de Teologia Sistemática; E. H.
Bancroft, a obra Teologia Elementar; John L. Dagg,
Manual de Teologia; Louis Berkhof, a obra Teologia
Sistemática; e muitos outros comentários bíblicos,
por exemplo: O Novo Comentário da Bíblia,
Comentário Bíblico Broadman, Comentário Bíblico
Moody etc., e verá que ninguém justifica, e muitos
nem sequer citam tal glosa. Outra evidência de que
a Coma Joaneu não se constitui numa tentativa de
alterar a Palavra de Deus é o fato de os próprios
editores do texto grego do Novo Testamento se
encarregarem de a esclarecer, tão logo se deram
conta do ocorrido, muito tempo antes da existência
da organização das testemunhas de Jeová.
A tradução de João Ferreira de Almeida, Revista e
Atualizada no Brasil, lançada em 1959, pela
Sociedade Bíblica do Brasil, revisão da Comissão
Revisora de 17 membros especialistas em hebraico,
grego e português, sendo brasileiros a maioria deles,
e provenientes das principais denominações
evangélicas, cujos nomes podem ser conferido no
livro História da Bíblia no Brasil, de autoria de Luiz
Antonio Giraldi, traz toda a “bagagem” do Textus
Receptus entre colchetes, indicando que tais
passagens não constam no texto grego adotado. A
Tradução Brasileira e a Versão Revisada de
Almeida16 não apresentam a referida glosa, nem
entre colchetes nem mesmo no rodapé como
variantes. Assim, podemos ter certeza de que a
presença da Coma Joaneu não pode ser entendida
como uma tentativa de alterar as Escrituras
Sagradas; antes, revela o senso de responsabilidade
desses críticos e de respeito pela Palavra de Deus.

CADA UMA DAS TRÊS PESSOAS É


CHAMADA DE DEUS VERDADEIRO
Deus
A Bíblia afirma que só um é chamado Deus (Dt
4.35, 39; Is 44.6, 8; 45.5, 21; 46.9); no entanto,
declara que cada uma dessas Pessoas é Deus.
O Pai É Deus - Jo 17.3; 1 Co 8.4,6; Ef 4.6
O Filho É Deus - Jo 1.1; Rm 9.5; Hb 1.8-9
comp. Sl 45.6-7; I Jo 5.20
O Espírito Santo É Deus - At 5.3-4; 7.51 comp.
Sl 78.18, 19
Javé
As Escrituras Sagradas nos ensinam que somente
um é chamado Javé (Dt 6.4; Ne 9.6; Sl 83.18; Is
45.5-6, 18); no entanto, nos ensinam que cada
uma dessas Pessoas é Javé.
O Pai É Javé 1 Sm 2.2; 1 Cr 17.20; Is 37.20
O Filho É Javé Is 40.3 comp. Mt 3.3; Jr 23.5-6
O Espírito Santo É Javé Jz 15.14 comp. 16.20;
Êx 17.7 comp. Hb 3.7-9;
Nm 12.6 comp. 2 Pe 1.21
Deus de Israel
Segundo a Palavra de Deus, somente um é
chamado Deus de Israel (Dt 5.1, 6, 7). A Bíblia,
entretanto, ensina que cada Pessoa da Trindade é
Deus de Israel.
O Pai É Deus De Israel Sl 72.18
O Filho É Deus E De Israel Ez 44.2; Lc 1.16-17
O Espírito Santo É Deus De Israel 2 Sm 23.2-3
Senhor
A Bíblia ensina que somente um é chamado
SENHOR (Mc 12.29); no entanto, diz que cada
uma dessas Pessoas é SENHOR.
O Pai É Senhor Ml 1.6; Mt 21.9; 22.37; Ap
11.15
O Filho É Senhor At 10.36; Rm 10.12; 1 Co
12.3; Ef 4.5; Fp 2.11
O Espírito Santo É Senhor Is 6.8-10 Comp. At
28.25-27; 2 Co 3.16-17

Javé-Deus
A Bíblia nos ensina que somente um só é
chamado Javé-Deus (2 Sm 7.22); no entanto, ela
mesma nos ensina que cada uma dessas três Pessoas
é Javé-Deus.
O Pai É Javé-Deus Os 13.4
O Filho É Javé-Deus Ez 44.2
O Espírito Santo É Javé-Deus At 7.51 comp. 2
Rs 17.14

ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS DE CADA


UMA DESSAS TRÊS PESSOAS
Onipotente
A Bíblia afirma que somente Deus é onipotente
(Dt 3.24; Sl 89. 6-8; Is 43.12-13; Jr 10.6), e ela
mesma ensina também que cada uma dessas Pessoas
é Onipotente.
O Pai É Onipotente 2 Cr 20.6; Is 14.27; Ef 1.19
O Filho É Onipotente Mt 28.18; Fp 3.21; Ap
1.8; 3.7
O Espírito Santo É Onipotente Zc 4.6; Lc 1.35;
Rm 15.13,19
Eterno
A Bíblia é clara em ensinar que somente Deus é
eterno (Is 40.28; 41.4; 43.10, 13; 44.6), e com essa
mesma clareza ensina também que cada uma dessas
Pessoas é Eterna.
O Pai É Eterno Sl 90.2; 93.2
O Filho É Eterno Is 9.6; Mq 5.2 Jo 1.1; 8.58;
17.5, 24; Ap 1.17-18
O Espírito Santo É Eterno Gn 1.2; Hb 9.14
Onipresente
As Santas Escrituras ensinam que somente Deus é
Onipresente (Jr 23.23-24); no entanto, revelam que
cada uma dessas três Pessoas é Onipresente.
O Pai É Onipresente Am 9.2,3; Hb 4.13
O Filho É Onipresente Mt 18.20; 28.20; Jo
3.13
O Espírito Santo É Onipotente Sl 139.7-10; 1
Co3.16; Jo 14.17
Onisciente
A Bíblia Sagrada afirma que somente Deus é
onisciente, (1 Rs 8.39; Dn 2.20-22; Mt 24.36); no
entanto, encontramos nela que cada uma dessas
Pessoas é onisciente.
O Pai É Onisciente Sl 139.1-6; 1 Cr 28.9;
29.17; Sl 7.9; Is 43.12;48.5-7; 42.9; Lc 11.49; Ap
22.6
O Filho É Onisciente Mt 9.3, 4; Jo 2.24, 25;
16.30; 21.17; Cl 2.2, 3; Lc 19.41-44; Jo 6.64;
18.4
O Espírito Santo É Onisciente Ez 11.5; Rm
8.26,27; 1 Co 2.10,11; Lc 2.26; 1 Tm 4.1; 1 Pe
1.11
Criador
As Escrituras Sagradas afirmam que somente
Deus é o Criador (Is 44.24; 45.5-7, 18), mas
mesmo assim elas ensinam que cada uma dessas três
Pessoas é o Criador.
O Pai É Criador Ne 9.6; Jr 27.5; Sl 146.6; At
14.15
O Filho É Criador Jo 1.1-3; Cl 1.16-18; Hb
1.2, 10
O Espírito Santo É Criador Jó 26.13; 33.4; Sl
104.30
Vida
A Bíblia diz que somente Deus é a fonte da vida
(Dt 32.39); no entanto, ela afirma que cada uma
dessas três Pessoas é a Fonte da Vida.
O Pai É Vida Sl 36.9; At 17.25, 28
O Filho É Vida Jo 1.4; 11.25
O Espírito Santo É Vida Rm 8.2; Jó 33.4

ATRIBUTOS MORAIS DE CADA UMA


DESSAS TRÊS PESSOAS
Bom
A Bíblia nos ensina que somente Deus é bom
(Mt 19.17; Mc 10.18; Lc 18.19); no entanto, ela
mesma afirma que cada uma dessas três Pessoas
possui o atributo da Bondade.
O Pai É Bom Sl 86.5; 108.4; Lc 6.35
O Filho É Bom 2 Co 10.1; At 10.38
O Espírito Santo É Bom Ne 9.20; Sl 143.10
Santo
As Santas Escrituras dizem que somente Deus é
santo (1 Sm 2.2; Êx 15.11; Is 40.25; Ap 15.3, 4), e
mesmo assim elas ensinam que cada uma dessas três
Pessoas tem o atributo da Santidade.
O Pai É Santo Lv 19.2; 20.26; Is 6.3; Ap 4.8
O Filho É Santo Dn 9.24; At 3.14; Ap 15.4
O Espírito Santo É Santo Is 63.10; Rm 15.16; 1
Jo 2.20
Verdadeiro
A Palavra de Deus é enfática em ensinar que
somente Deus é verdadeiro (Jo 17.3); não obstante,
ensina também que cada uma dessas Pessoas é
Verdadeira.
O Pai É Verdadeiro Dt 32.4; Jr 10.10
O Filho É Verdadeiro Jo 1.14; 14.6; 1 Jo 5.20
O Espírito Santo É Verdadeiro Jo 14.17; 15.26;
16.13; 1 Jo 5.6

Sábio
As Sagradas Escrituras são claras no ensino de
que somente Deus é sábio (Rm 16.27; 1 Tm 1.17;
Jd 25); no entanto, ensinam que cada uma dessas
Pessoas possui o atributo da Sabedoria.
O Pai É Sábio Dn 2.20; Jr 32.19; Rm 11.33
O Filho É Sábio Lc 2.40, 47,52; 1 Co 1.24, 30;
Cl 2.3
O Espírito Santo É Sábio Is 11.2; Ef 1.17
OBRAS REALIZADAS POR CADA UMA
DESSAS TRÊS PESSOAS
Autor do Novo Nascimento
Cada uma dessas três Pessoas é o “Autor do novo
nascimento”.
O Pai Jo 1.13
O Filho 1 Jo 2.29
O Espírito Santo Jo 3.5-6
Ressuscitou a Jesus
Cada uma dessas Pessoas ressuscitou Jesus
O Pai At 2.24; 1 Co 6.14
O Filho Jo 2.19; 10.18
O Espírito Santo 1 Pe 3.18

Habita nos fiéis


Cada uma dessas pessoas habita nos fiéis.
O Pai Jo 14.23; 1 Co 14.25; 2 Co 6.16; Ef 4.6;
1 Jo 2.5; 4.12-16
O Filho Jo 17.23; 2 Co 13.5; Gl 2.20; Ef 3.17;
1 Jo 3.17, 24; Ap 3.20
O Espírito Santo Jo 14.17; Rm 8.11; 1 Co 3.
16; 6.19; 2 Tm 1.14; Tg 4.5

Dá a vida eterna
Cada uma dessas três Pessoas dá a vida eterna.
O Pai 1 Jo 5.11
O Filho Jo 10.28
O Espírito Santo Gl 6.8

Deu poder aos apóstolos


Cada uma dessas três Pessoas deu aos apóstolos
poder para operar milagres.
O Pai At 15.12; 19.11; Hb 2.4
O Filho At 4.10, 30; 16.18
O Espírito Santo At 2.2-4; 10.44-46; 19.6; Rm
15.19

Falou pelos profetas e apóstolos


Cada uma dessas três Pessoas falou pelos profetas
e apóstolos.
O Pai Jr 1.9; Lc 1.70; At 3.21
O Filho Lc 21.15; 2 Co 13.3; 1 Pe 1.11
O Espírito Santo 2 Sm 23.2; Mt 10.20; Mc
13.11
Inspirou as Escrituras
Cada uma dessas três Pessoas inspirou as
Escrituras.
O Pai Êx 4.12; 2 Tm 3.16; Hb 1.1
O Filho 2 Co 13.3; Ef 4.11; 1 Pe 1.11; Ap 11.3
O Espírito Santo 2 Sm 23.2; Mc 12.36; At
11.28; 2 Pe 1.21
Guiou o seu povo
Cada uma dessas três Pessoas guiou o seu povo.
O Pai Dt 32.12; Sl 23.2; 73.24; Is 48.17
O Filho Mt 16.24; Jo 10.4; 1 Pe 2.21
O Espírito Santo Sl 143.10; Is 63.14; Rm 8.14;
Gl 5.18
Distribuiu os dons espirituais
Cada uma dessas três Pessoas distribui os dons
espirituais.
O Pai 1 Co 12.6; Hb 2.4
O Filho 1 Co 12.5
O Espírito Santo Jo 14.26; 1 Co 12.8-11

Santifica os fiéis
Cada uma dessas três Pessoas santifica os fiéis.
O Pai Jo 14.23; 1 Co 14.25; 2 Co 6.16; Ef 4.6;
1 Jo 2.5; 4.12-16
O Filho Jo 17.23; 2 Co 13.5; Gl 2.20; Ef 3.17;
1 Jo 3.24; Ap 3.20
O Espírito Santo Jo 14.17; Rm 8.11; 1 Co 3.16;
2 Tm 1.14; Tg 4.5

Deu missão aos profetas e apóstolos


Cada uma dessas Pessoas dá missão aos profetas,
envia os apóstolos e os ministros.
O Pai Is 48.16; Jr 25.4; 1 Co 12.28; Gl 1.1
O Filho Mc 16.15; 2 Co 5.20; Gl 1.1; Ef 4.11
O Espírito Santo Is 48.16; At 13.2,4; 16.6-7;
20.28

Ensina os fiéis
Cada uma dessas três Pessoas ensina os fiéis.
O Pai Is 48.17; 54.13; Jo 6.45
O Filho Lc 21.15; Jo 15.15; Ef 4.21; Gl 1.12
O Espírito Santo Lc 12.12; Jo 14.26; 1 Co 2.13

***
Sobre o senhor Jesus Cristo

O Corpo Governante conseguiu convencer as


testemunhas de Jeová de que Jesus, sendo Deus,
não é o Deus Todo-poderoso, mas apenas um deus
poderoso. Afirma que o “Deus poderoso” de Isaías
9.6 (TNM) não é o mesmo que Deus Todo-
poderoso, e com isso Jesus pertence à categoria de
deus menor. Porém, a mesma expressão hebraica El
Gibor, “Deus forte”, usada aqui, reaparece mais
adiante se referindo ao Deus-Pai (Is 10.21).
A organização cita algumas passagens bíblicas (Sl
8.5; 82.1-6; Jo 10.34-35) para dizer que Jesus é
semelhante aos anjos, homens e até ao próprio
Satanás. Em Deve-se Crer na Trindade?, página 29,
em destaque e em negrito, declara o seguinte:
“Visto que a Bíblia chama humanos, anjos e até
mesmo Satanás de ‘deus [es]’, ou poderoso [s], o
superior Jesus no céu pode corretamente ser
chamado de ‘deus’”. Em outras palavras, a
organização está afirmando que a única diferença
existente é Jesus ser superior, porém pertence à
mesma classe e à mesma natureza. Assim, a
Sociedade Torre de Vigia confessa publicamente
que crê na existência de vários deuses: o Deus
Todo-poderoso, depois o deus poderoso, e, em
seguida, outros deuses menores, incluindo bons e
maus. É o grosseiro politeísmo da antiga Grécia e
também de Roma.
A fé cristã não admite a existência de outros
deuses. É verdade que a Bíblia faz menção de deuses
falsos. Se eles são falsos, não podem ser Deus. Uma
nota falsa de um dólar não é um dólar. Um
analgésico falso não é analgésico. O que acontece a
um paciente ao tomar remédio falso? Tal
medicamento não lhe fará efeito algum, pois não é
analgésico. Da mesma maneira, deus falso não é
divindade. A crença em um só Deus e nas demais
divindades é henoteísmo, enquanto que o
cristianismo é monoteísta. São deuses apenas na
mente de seus adoradores. Na realidade não passam
de ídolos. A Bíblia declara que não são de fato
deuses: “Mas, quando não conhecíeis a Deus,
servíeis aos que por natureza não são deuses” (Gl
4.8). São os demônios que estão por trás desses
ídolos (1 Co 10. 19-21). Está escrito: “antes de
mim deus nenhum se formou, e depois de mim
nenhum haverá” (Is 43.10); “e fora de mim não há
Deus” (Is 44.6). O Corpo Governante, no entanto,
ensina que as coisas não são bem assim, acredita na
existência de uma cadeia de deuses em série desde o
Deus Todo-poderoso até os deuses maus.
“Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos
e de glória e de honra o coroaste” (Sl 8.5). Trata-se
de uma das passagens bíblicas usadas pelo Corpo
Governante para justificar a sua crença em vários
deuses, sendo Jeová o Deus Todo-poderoso, depois
o segundo deus, mais fraco e apenas poderoso, e,
em seguida, outras divindades inferiores. A Bíblia
ensina que há um só Deus verdadeiro. Disse Jesus:
“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só,
por único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a
quem enviaste” (Jo 17.3). As testemunhas de Jeová
ficam constrangidas quando alguém lhes pergunta
se Jesus é Deus verdadeiro ou falso. As demais
divindades, portanto, são falsas, e a Torre de Vigia
incluiu Jesus nesta categoria de deuses falsos.
A organização violentou o texto sagrado desse
salmo, ao traduzi-lo desta forma: “Também
passaste a fazê-lo um pouco menor que os
semelhantes a Deus, e então o coroaste de glória e
de esplendor” na TNM. O texto hebraico afirma
que o homem foi feito um pouco menor do que
Deus (Elohim, em hebraico), como aparece na
Versão Atualizada de Almeida, mas a Versão
Corrigida verteu por: “um pouco menor do que os
anjos”, como está na Septuaginta, no Pentateuco
Samaritano e em Hebreus 2.9. Na verdade, Jesus
tornou-se homem, e homem é inferior aos anjos, de
modo que o texto hebraico nos Salmos e o texto
grego em Hebreus se harmonizam, sem prejudicar
em nada a divindade de Cristo ou a crença em um
só Deus verdadeiro.
“Se o ladrão não se achar, então, o dono da casa
será levado diante dos juízes... a causa de ambos
virá perante os juízes; aquele a quem condenarem os
juízes o pagará em dobro ao seu próximo” (Êx
22.8, 9). Encontramos nesses versículos a palavra
“juízes”, em todas as nossas versões, visto que no
texto hebraico aparece Elohim, com isso a
organização quer validar a idéia da existência de
vários deuses; assim, por que Jesus não poderia ser
um deles? Se os juízes de Israel são assim chamados,
quanto mais Jesus! Tal argumento é falacioso por
duas razões: 1) porque em lugar algum da Bíblia
esses juízes são chamados de Javé, Deus de Israel,
Deus verdadeiro etc., e nem apresenta os atributos
incomunicáveis exclusivos de Deus. Não é isso que
acontece com Jesus, pois sua deidade absoluta está
em todo o contexto bíblico; 2) O livro de
Deuteronômio é uma recapitulação da Lei e da
experiência de Israel durante os 40 anos de
peregrinação no deserto. A passagem paralela a
Êxodo 22.8, 9 é Deuteronômio 19.17: “se
apresentarão perante o SENHOR, diante dos
sacerdotes e dos juízes que houver naqueles dias”. A
palavra hebraica aqui para designar juiz é shophet,
“juiz, árbitro, conselheiro jurídico; governante”.
Isso esclarece que Elohim são juízes, mas que
representavam o Deus de Israel nos julgamentos, e
não que eles sejam deuses.
“Eu disse: Vós sois deuses, e vós outros sois todos
filhos do Altíssimo” (Sl 82.6). O termo “deuses”
significa que os juízes eram representantes de Deus
nos julgamentos. Essa passagem foi citada por Jesus
(Jo 10.34), e a Torre de Vigia faz disso um recurso
para defender a existência de vários deuses, com o
propósito básico de negar a divindade absoluta de
Cristo. Essa expressão foi dirigida aos juízes de
Israel como representantes de Deus, e o texto diz
que eles foram chamados de “filhos do Altíssimo”.
Nenhum dos acusadores de Jesus ousava questionar
as Escrituras, todos eles aceitavam que os juízes de
Israel fossem chamados de Elohim. Se esses juízes
perversos, denunciados no salmo 82, eram assim
chamados nas próprias Escrituras e os judeus
aceitavam essa condição, quanto mais o Filho de
Deus! Foi esse o argumento de Jesus em defesa de
sua deidade. Ele, sendo enviado pelo Pai, estava
agora na iminência de ser apedrejado pelos judeus
porque se declarou igual a Deus! Assim, a passagem
não abona a crença em vários deuses, sustentada
pela Torre de Vigia.
“Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que não lhes
resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo,
que é a imagem de Deus” (2 Co 4.4). As
testemunhas de Jeová empregam essa passagem para
igualar Jesus a Satanás, veja a sua declaração no
livro Poderá Viver..., página 40, § 16: “‘Mas não é
Jesus chamado de deus na Bíblia?’ poderá perguntar
alguém. Isto é verdade. Contudo, Satanás também
é chamado de deus. (2 Coríntios 4:4)”.
Satanás é chamado de “o deus deste século” pois,
é o mais poderoso do reino das trevas, a ponto de
contrabalançar a glória do evangelho de Cristo com
a cegueira dos homens. Ele, portanto, é o deus das
trevas, e a ele o seu reino presta culto de adoração.
É, porém, um deus falso, e se a Sociedade Torre de
Vigia não admitir isso será obrigada a declarar
publicamente que o honra como “Deus”. As
Escrituras ensinam que há um só Deus verdadeiro.
Se Jesus é Deus, mas não é o verdadeiro, a
organização deve optar: Jesus é um deus falso ou
existem dois Deuses verdadeiros. A Bíblia, porém,
afirma com todas as letras que Jesus é o Deus
verdadeiro: “porque nele habita corporalmente toda
a plenitude da divindade” (Cl 2.9). A expressão
“toda a plenitude da divindade” não significa um
deusinho de segunda categoria, mas o Deus pleno
com todos os seus atributos. As testemunhas de
Jeová estão muito enganadas com essas crenças do
Corpo Governante quando afirma que Jesus é um
deus igual aos demais deuses, apenas com a
diferença de ser superior a eles.

JESUS CRISTO, O VERDADEIRO HOMEM


A Bíblia ensina que Deus é perfeito; sendo, pois,
o Filho Deus igual ao Pai e da mesma natureza,
Jesus não necessitava aumentar ou diminuir seus
conhecimentos. Nada teria para aprender e não
haveria como melhorar ou piorar seu
comportamento. Porém, a Palavra de Deus revela
que o Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e
também o verdadeiro homem. As Escrituras
Sagradas apresentam diversas características
humanas em Jesus, por exemplo, o relato sagrado
de sua infância, enfoca o seu desenvolvimento
físico, intelectual e espiritual: “E crescia Jesus em
sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus
e os homens... E o menino crescia e se fortalecia em
espírito, cheio de sabedoria; e a graça de Deus
estava sobre ele” (Lc 2.40, 52). O profeta Isaías
anunciou de antemão que Emanuel: “manteiga e
mel comerá, até que ele saiba rejeitar o mal e
escolher o bem” (Is 7.15). A infância de Jesus é
uma amostra clara da natureza humana de Cristo.
“Porque há um só Deus, e um só mediador entre
Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Tm
2.5). Jesus Cristo é o eterno e verdadeiro Deus e
ao mesmo tempo o verdadeiro homem. Tornou-
se homem para suprir a necessidade da
humanidade. O termo “Emanuel”, que o próprio
escritor sagrado traduziu por “DEUS
CONOSCO” (Mt 1.23) - “Conosco está Deus”
(TNM) - mostra que Deus assumiu a forma
humana e veio habitar entre os homens: “E o
Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a
sua glória, como a glória do Unigênito do Pai,
cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).

Houve nos primeiros séculos da história do


cristianismo muitas heresias que negavam ter Jesus
Cristo vindo em carne. Apolinário ensinava que
Jesus era só Deus e que nada havia nele de humano.
Da mesma forma os gnósticos ensinavam que Jesus
não teve um corpo humano, mas um corpo
docético, isto é, similar a um fantasma. Tanto os
apolinarianistas como os gnósticos estavam
sobremaneira errados. A Bíblia ensina tanto a
divindade como a humanidade de Cristo. “E todo o
espírito que confessa que Jesus não veio em carne
não é de Deus” (1 Jo 4.3). O ensino da
humanidade de Cristo, no entanto, não neutraliza a
sua divindade, pois ele possui duas naturezas: a
humana e a divina, o que está claramente expresso
no seu nome EMANUEL.
Jesus foi revestido do corpo humano porque o
pecado entrou no mundo por um homem, e pela
justiça de Deus tinha de ser vencido por um ser
humano. A Bíblia ensina que o pecado entrou no
mundo por Adão (Rm 5.12, 18,19). Jesus se fez
carne. Fez-se homem sujeito ao pecado, embora
nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como
homem (Rm 8.3). A Bíblia mostra que todo o
gênero humano está condenado; que o homem está
perdido e debaixo da maldição do pecado, (Sl 14.2-
3; Rm 3.23). Todos são devedores, por isso
ninguém pode pagar a dívida do outro. A Bíblia
afirma que somente Deus pode salvar (Is 43.11).
Então, esse mesmo DEUS tornou-se homem,
trazendo-nos o perdão de nossos pecados e
cumprindo ele mesmo a lei que promulgara (At
4.12; 1 Tm 3.16; Cl 2.14). Quando Jesus estava na
terra, não se apegou às prerrogativas da divindade
para vencer o diabo, mas aniquilou-se a si mesmo,
fazendo-se semelhante aos homens, (Fp 2.5-8).
Como homem, tinha certa limitação quanto ao
tempo e ao espaço e, portanto, submisso ao Pai. Eis
a razão de ele ter dito em João 14.28: “O Pai é
maior do que eu”.
Os evangelhos revelam atributos característicos
do ser humano em Jesus, como por exemplo:
Ele nasceu de uma mulher, embora gerado
pela ação sobrenatural do Espírito Santo.
Seu nascimento, contudo, foi normal e
comum como o de qualquer ser humano (Lc
2.6-7).
Ele cresceu em estatura e em sabedoria (Lc
2.52).
Ele sentiu sono, fome, sede e cansaço (Mt
8.24; Jo 4.6; 19.28).
Ele sofreu, chorou e sentiu angústia (Hb
13.12; Lc 19.41; Mt 26.37).
Ele teve mãe humana, além de irmãos e
irmãs (Mt 12.47; 13.55-56).
Ele morreu, embora tenha ressuscitado ao
terceiro dia, passando pelo ardor da morte
(1 Co 15.3-4).
Deu provas materiais de ter corpo humano
(1 Jo 1.1; Lc 24.39-41).
Foi feito semelhante aos homens, mas sem
pecado (Hb 2.17; 4.15).

Assim como é pecado negar a humanidade de


Cristo (1 Jo 4.2-3; 2 Jo 7), é pecado também negar
a sua divindade, pois Jesus é tanto humano como
divino. Como homem, sentia as dores do ser
humano; e, como Deus, hoje supre a necessidade da
humanidade.

JESUS CRISTO, O VERDADEIRO DEUS


A Bíblia afirma textualmente e com todas as
letras que Jesus é o verdadeiro Deus Javé de Israel.
É chamado de “Deus Forte” (Is 9.6); Javé, “Justiça
Nossa” ou “O SENHOR, Justiça Nossa” (Jr 23.6 –
Versão Corrigida de Almeida); “e o Verbo era
Deus” (Jo 1.1); “Tomé respondeu, e disselhe:
Senhor meu, e Deus meu!” (Jo 20.28); “e dos quais
é Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos,
Deus bendito eternamente. Amém” (Rm 9.5);
“Que, sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus” (Fp 2.6); “enriquecidos
da plenitude da inteligência, para conhecimento do
mistério de Deus Cristo” (Cl 2.2); “Porque nele
habita corporalmente toda a plenitude da
divindade” (Cl 2.9); “Aguardando a bem-
aventurada esperança e o aparecimento da glória do
grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt
2.13); “Mas, do Filho diz: Ó Deus, o teu trono
subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de eqüidade
é o cetro de teu reino” (Hb 1.8); “Simão Pedro,
servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco
alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do
nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2 Pe 1.1); “E
sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu
entendimento para conhecermos o que é verdadeiro;
e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho
Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida
eterna” (1 Jo 5.20); “Eis que vem com as nuvens, e
todo o olho o verá, até os mesmos que
transpassaram; e todas as tribos da terra se
lamentarão sobre ele. Sim. Amém. Eu sou o Alfa e
o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é,
e que era, e que há de vir, o Todo-poderoso” (Ap
1.7, 8). Todas essas passagens, dentre as demais,
estão comentadas em meu livro Cristologia, páginas
50-57. Esses versículos estão falsificados e
adulterados na TNM.
Jesus é chamado de Javé dos Exércitos: “Quem é
esse Rei da Glória? O SENHOR dos Exércitos, ele
é o Rei da Glória” (Sl 24.10). Esse salmo
transcende um marco nacional. É um salmo
profético e fala do retorno de Cristo à sua glória,
em sua ascensão. É o cântico dos anjos e a festa de
recepção do Filho de Deus, pois voltou vitorioso ao
céu. O Novo Testamento chama Jesus de “o Senhor
da Glória” (1 Co 2.8). As “portas” e “entradas
eternas” (Sl 24.7) referem-se às portas do céu que se
abriram para receber o Rei dos reis, e se cumpriu
em Atos 1.9-11.
Isaías 6.3 declara que a terra está cheia da glória
de Javé dos Exércitos, entretanto, o Novo
Testamento afirma que esse Javé é Jesus.

E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo,


Santo, Santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a
terra está cheia da sua glória... Engorda o coração
deste povo, e endurece-lhe os ouvidos, e fecha-lhe
os olhos; não venha ele a ver com os seus olhos, e
a ouvir com os seus ouvidos, e a entender com o
seu coração, e a converter-se, e a ser sarado (Is
6.3, 10) Por isso, não podiam crer, pelo que
Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os olhos e
endureceu-lhes o coração, a fim de que não vejam
com os olhos, e compreendam no coração, e se
convertam, e eu os cure. Isaías disse isso quando
viu a sua glória e falou dele (Jo 12.39-42).

Compare Isaías 6.3, 10 com João 12.40,41. O


texto do v. 40 é uma citação de Isaías 6.10, e o v.
41, de Isaías 6.3. Assim, a Bíblia ensina que Jesus é
o Deus-Javé dos Exércitos.
Já vimos que Jesus é chamado de Javé, Justiça
Nossa (Jr 23.5,6). Os profetas Isaías e Malaquias
profetizaram que João Batista seria aquele que viria
ante a face de JAVÉ (Is 40.3; Ml 3.1). Essas
palavras foram citadas por Zacarias por ocasião do
nascimento de João: “E tu, ó menino, serás
chamado profeta do Altíssimo, porque hás de ir
ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos”
(Lc 1.76). Veja que o nome “Senhor” está no lugar
de Javé, entretanto, João Batista foi o precursor de
Jesus (Jo 3.28).
O profeta Ezequiel chama o Messias de Javé,
Deus de Israel: “E disseme o Senhor: Esta porta
estará fechada, não se abrirá; ninguém entrará por
ela, porque o Senhor Deus de Israel entrou por ela:
por isso estará fechada” (Ez 44.2). Essa profecia
começou a se cumprir quando Jesus entrou em
Jerusalém. Montado num jumento, ele caminhou
no sentido do monte das Oliveiras ao centro da
cidade, e passou pela porta oriental (Ne 3.29),
atualmente a Porta Dourada, a única porta que dá
acesso direto ao pátio do templo (Mc 11.11). Essa
porta, que fica no lado oriental de Jerusalém, foi
lacrada no ano de 1542 por ordem do sultão
Suleiman II, o Magnífico, e permanece fechada até
hoje. Quem é esse Javé Deus de Israel que entrou
por essa porta? É Jesus, o profeta de Nazaré.
A divindade de Cristo é uma verdade revelada ao
longo das páginas da Bíblia. Diante de todas as
passagens bíblicas enfatizando literalmente a
divindade de Jesus, o que mais as testemunhas de
Jeová querem? É importante saber ainda que essa
doutrina não se baseia apenas nas citações bíblicas
acima. O prólogo do evangelho de João, por si só,
já teria tudo para provar essa cristologia. O
pensamento bíblico aponta para essa verdade
cristológica, os atributos e as obras de Jesus revelam
essa deidade absoluta.

OS ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS
REVELADOS EM JESUS
Atributos divinos são as perfeições de Deus
reveladas nas Escrituras, perfeições próprias da
essência de Deus. Os atributos incomunicáveis,
também conhecidos como absolutos ou naturais,
são exclusivos do Ser divino, como a eternidade, a
onipotência, a onisciência, onipresença, dentre
outros; diferentes dos comunicáveis, em que há no
seres humanos alguma ressonância, como amor,
justiça, verdade etc.
As Escrituras mostram de maneira clara e
inconfundível a eternidade de Cristo e sua pré-
existência eterna. O profeta Miquéias, ao anunciar
o nascimento do Messias na cidade de Belém de
Judá, concluiu a mensagem dizendo: “...e cujas
saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da
eternidade” (Mq 5.2). Isso revela que o Filho já
existia antes da criação de todas as coisas. Em Isaías,
Jesus é chamado de “Pai da Eternidade” (9.6).
Como pode ser o Filho criatura, visto que o texto
sagrado nos diz aqui que ele é o “Pai da
Eternidade”?
Há outra passagem que corrobora essa grande
verdade: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e
eternamente” (Hb 13.8). Ora, se Jesus é a primeira
criatura de Jeová-Deus, como ensina a Torre de
Vigia, o texto sagrado aqui em apreço fica
discrepante. Como pode ser o Filho “o mesmo
ontem”, visto que houve um tempo na história em
que ele não teria existido? Se o Filho passou a existir
a partir do dia em que foi “criado”, como pode ser
ele o mesmo ontem? Se antes da sua “criação” ele
não existia, podia ser ele o mesmo antes de existir?
De maneira nenhuma. Em qualquer tempo da
eternidade passada, “os tempos antes dos séculos”
(Tt 1.2), no passado remotíssimo, que a mente
humana não pode alcançar, ele “era o Verbo”, era o
mesmo, o mesmo de hoje e de sempre, pois ele é
imutável.
Além disso, lemos em João 1.3: “Todas as coisas
foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito
se fez”; ou “por intermédio dele” (Versão
Atualizada de Almeida). O termo grego aqui é diá,
“através de, por meio de, por, causa de”. Essa
mesma palavra é aplicada ao Deus-Pai em Romanos
11.36. Ora, se é verdade que o Filho foi criado,
então existe no universo uma criatura que não foi
feita por ele, que seria ele mesmo, criatura direta de
Jeová, e, assim, que fazer com o texto sagrado aqui
em foco que diz: “Todas as coisas foram feitas por
ele”? O texto joanino é claro e objetivo; ao mostrar
que nada há nesse infinito universo que não seja
criado pelo Senhor Jesus.
O termo “onipotência” significa “ter todo poder,
ser todo-poderoso”. A Bíblia ensina que Deus é
Onipotente, Todo-poderoso, um de seus nomes
revela esse atributo, El Shadai. Os cristãos
reconhecem que Deus pode todas as coisas: “Porque
para Deus nada é impossível” (Lc 1.37). Deus é
chamado nas Escrituras de “Onipotente”, como o
Ser que tudo pode (Sl 91.1); “nada há que seja
demasiado difícil para ti” (Jr 32.27 – Tradução
Brasileira). A Palavra de Deus, no entanto, afirma
ser o Filho também onipotente, isto é, o Todo-
poderoso. Jesus disse: “É-me dado todo o poder no
céu e na terra” (Mt 28.18). Em outras palavras, não
há nada no céu e na terra que Jesus não possa fazer;
para ele não há impossível. A Bíblia ensina que
Jesus já possuía tal atributo antes de vir ao mundo
(Fp 2.6-8). Após a sua ressurreição, ele recuperou o
mesmo poder e a mesma glória que tinha com o
Pai, antes que o mundo existisse (Jo 17.5). Jesus
está “acima de todo o principado, e poder, e
potestade, e domínio, e de todo o nome que se
nomeia, não só neste século, mas também no
vindouro” (Ef 1.21). Isso quer dizer que ele é o
Todo-poderoso. Em Apocalipse 1.8, Ele é chamado
de Pantokrator, “Todo-poderoso”, equivalente a El
Shadai, no Antigo Testamento.
A palavra “onipresença” não aparece na Bíblia,
vem do latim omni, “tudo”, e praesentia, “presença”.
Como atributo divino, na teologia, a idéia indica
precisamente a presença cheia de Deus em todas as
criaturas: “Em um alto e santo lugar habito e
também com o contrito e abatido de espírito” (Is
57.15). A onipresença é o poder de estar em todos
os lugares ao mesmo tempo (Sl 33.13, 14; Pv 15.3;
Jr 23.23, 24). Porém, o Corpo Governante nega
esse atributo até ao próprio Jeová, quando afirma:
“O verdadeiro Deus não é onipresente porque se
fala dele como tendo localização” (Estudo Perspicaz
das Escrituras, vol. 1, página 690). Diante de tal
blasfêmia se vê que essa religião adotou uma
teologia desconhecida dos profetas e apóstolos,
combatida pela patrística e rejeitada pelos
reformadores do século 16, estranha, portanto, à
ortodoxia cristã. Quem ousa falar isso do Deus-Pai
não fará melhor com o seu Filho Jesus Cristo.
Jesus é ilimitado no tempo e no espaço. Ele disse:
“Porque onde estiverem dois ou três reunidos em
meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20),
e mais: “Eis que estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos. Amém” (Mt 28.20). Essas
duas passagens mostram que Jesus está presente em
qualquer parte do globo terrestre porque ele é
onipresente. O cumprimento das palavras de Jesus
nós encontramos na própria Bíblia: “E eles tendo
partido, pregaram por todas as partes, cooperando
com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os
sinais que se seguiram. Amém” (Mc 16.20), e hoje
também nos cultos, em nossas vidas: no trabalho,
na escola, no lar.
A palavra “onisciência” vem do latim
omniscientia, omni significa “tudo”, e scientia,
“conhecimento, ciência”. É o atributo divino para
descrever o conhecimento perfeito e absoluto que
Deus possui de todas as coisas, de todos os eventos
e de todas circunstâncias por toda a eternidade
passada e futura (Is 46.9, 10). É o conhecimento, a
inteligência e a sabedoria em graus perfeito e
infinito: “Não há esquadrinhação do seu
entendimento” (Is 40.28). Esse conhecimento é
simultâneo e não sucessivo. A onisciência de Deus
excede todo o entendimento humano, é um desafio
a nossa compreensão, mas é uma realidade revelada:
“tal ciência é para mim maravilhosíssima; tão alta,
que não a posso atingir” (Sl 139.6). Porém, o Corpo
Governante ensina que o Jeová, pregado por seus
adeptos, não é onisciente: Ilustração: Uma pessoa
que tem um rádio pode ouvir as notícias mundiais.
Mas o fato de que pode ouvir certa estação não
significa que realmente faça isto. Ela precisa
primeiro ligar o rádio e daí selecionar a estação. Da
mesma forma, Jeová tem a capacidade de predizer
eventos, mas a Bíblia mostra que ele faz uso seletivo
e com discrição dessa capacidade que tem, com a
devida consideração pelo livre-arbítrio com que
dotou suas criaturas humanas (Raciocínios à Base das
Escrituras, páginas 116, 117).
Trata-se de uma teologia anti-bíblica fugindo à
ortodoxia cristã. O mesmo fazem as testemunhas de
Jeová com relação a Jesus.
A onisciência é outro atributo que só Deus
possui, e, no entanto, Jesus revelou essa capacidade
durante o seu ministério terreno. Em João 1.47, 48,
por exemplo, quando disse que viu Natanael
debaixo da figueira. Sabia que no mar havia um
peixe com uma moeda, e que Pedro ao lançar o
anzol o pescaria, e com o dinheiro pagaria o
imposto, tanto por ele como por Cristo (Mt
17.27). Em João 2.24, 25, está escrito que não
havia necessidade de ninguém falar algo sobre o que
há no interior do homem, porque Jesus já sabia de
tudo. A Bíblia afirma que só Deus conhece o
coração dos homens (1 Rs 8.39), então Jesus não é
somente onisciente, mas também Deus. Ele sabia
que a mulher samaritana já havia possuído cinco
maridos e que o atual não era o seu marido (Jo
4.17, 18). Encontramos em João 16.30; 21.17 que
Jesus sabe tudo; e Colossenses 2.2, 3 nos diz que
em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da
sabedoria e da ciência”. O Senhor Jesus ouvia a
oração de Saulo de Tarso enquanto falava com
Ananias, em Damasco (At 9.11). Não há nada no
universo que Jesus não saiba, e tudo porque ele é
onisciente e é Deus.

TEXTOS BÍBLICOS SELECIONADOS PARA


NEGAR A DIVINDADE DE CRISTO
O Jesus das testemunhas de Jeová não é o mesmo
da Bíblia. O apóstolo Paulo adverte os cristãos,
prevenindo-nos desse “outro Jesus” (2 Co 11.4). A
organização afirma que Jesus é igual à Satanás
(Poderá Viver..., página 40, § 16); a Bíblia, porém,
ensina que é igual ao Pai (Jo 5.18; 14.9). A Torre
de Vigia ensina ser Jesus o Destruidor, o Abadom
de Apocalipse 9.11 (Revelação – Seu Grandioso
Clímax Está Próximo!, página 148, § 20); mas o
Jesus das Escrituras Sagradas é o Criador (Jo 1.3;
Cl 1.16). O Jesus das testemunhas de Jeová tornou-
se Cristo por ocasião do seu batismo (Conhecimento
Que Conduz à Vida Eterna, página 36, § 8); porém
o Jesus revelado na Bíblia nasceu Cristo: “pois, na
cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é
Cristo, o Senhor” (Lc 2.11).
As Escrituras revelam as naturezas humana e
divina de Jesus, ele é o verdadeiro homem e o
verdadeiro Deus, elas mostram também, os
elementos característicos do ser humano; da mesma
maneira os atributos exclusivos da divindade.
Porém, os teólogos da Torre de Vigia selecionam
apenas as passagens bíblicas que tratam da natureza
humana para contrabalançar a verdadeira
identidade de Cristo e persuadir o povo de que
Jesus não é Deus e é inferior ao Pai. Essas passagens
são conhecidas de todas as testemunhas de Jeová e
se encontram no livro Raciocínios à Base das Escrituras
e na brochura Deve-se Crer na Trindade? Vamos
analisar algumas delas.
“Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem
os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente
meu Pai” (Mt 24.36). Esse versículo se encontra
também em Marcos 13.32. São passagens bíblicas
usadas pela organização para dizer que Jesus não é
Deus, pois os textos sagrados afirmam que há coisas
que o Pai sabe e o Filho não. Esse argumento,
porém, é falacioso porque a Bíblia afirma também
que Jesus “tinha um nome escrito que ninguém
sabia, senão ele mesmo” (Ap 19.12).
Como que Jesus, sendo onisciente, não podia
saber a data de sua vinda, visto que ele “sabe tudo”
(Jo 16.30)? A resposta é que naquele momento ela
falava como homem. O Verbo se esvaziou a si
mesmo, por ocasião de sua encarnação, assumindo a
natureza humana, sem contudo neutralizar sua
divindade e suas prerrogativas. É difícil localizar a
fronteira entre o humano e o divino em Jesus nos
evangelhos, mas as duas naturezas estão presentes,
às vezes agia como homem, outras vezes, como
Deus.
A organização, já ciente dessa realidade, diz: “E
se, conforme alguns sugerem, o Filho estivesse
impedido de saber, em razão de sua natureza
humana, surge a pergunta: Por que é que o Espírito
Santo não sabe?” (Raciocínios..., página 402). Aqui,
a Torre de Vigia levanta outra questão, pois já sabe
que não mais convence as pessoas com seu
argumento, já que Jesus possuía a natureza humana
e também a divina; agora, envolve o Espírito Santo.
Mas, nós perguntamos às testemunhas de Jeová:
“Quem disse que o Espírito Santo não sabe”? Ele
não aparece na referida passagem porque o assunto
não envolvia a terceira Pessoa da Trindade, a Bíblia,
no entanto, declara que o Espírito “penetra todas as
coisas, ainda as profundezas de Deus... ninguém
sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus”
(1 Co 2.10,11). Veja que o Corpo Governante
parte de uma premissa falsa para depois
fundamentar seu argumento em cima dela. Se a
palavra “ninguém” não pode excluir o Espírito
Santo, logo não poderá também excluir o Pai, em
Apocalipse 19.12.
“Ouvistes o que eu vos disse: vou e venho para
vós. Se me amásseis, certamente, exultaríeis por ter
dito: vou para o Pai, porque o Pai é maior do que
eu” (Jo 14.28). O Corpo Governante encontra
nessa passagem bíblica elementos para fundamentar
sua crença de que o Filho é inferior ao Pai, com
isso, conclui que Jesus não pode ser ele Deus. Os
arianistas se apegaram com muita garra a esse
versículo para negar a divindade de Cristo, da
mesma forma fazem os muçulmanos, e hoje a
organização das testemunhas de Jeová constrói seu
argumento em cima dele.
A humanidade de Cristo, ou seja, essa
subordinação ao Pai dirigida pelo Espírito Santo,
foi uma condição para o seu messiado, e isso não
neutraliza a sua deidade, pois é uma questão de
função e não de natureza. Jesus tornou-se homem e
como tal assumiu voluntariamente essa submissão
ao Pai, pois o mesmo Jesus que afirma “porque não
busco a minha vontade, mas a vontade do Pai, que
me enviou” (Jo 5.30). Aqui, é o Jesus homem que
está falando, assim, fica provado que o texto de
João 14.28 não invalida a deidade do Filho.

“Deus nunca foi visto por alguém. O Filho


Unigênito, que está no seio do Pai, este o fez
conhecer” (Jo 1.18), ou: “o Deus unigênito”,
conforme a Versões Atualizada e Revisada de
Almeida. Essa passagem bíblica foi falsificada na
TNM, pois usa “deus” com letra minúscula. A
Torre de Vigia usando essa verdade, mas com
analogia falsa, argumenta que Deus nunca foi
visto por alguém, já o Filho foi, e por isso não
pode ser Deus.

O argumento do Corpo Governante é muito


artificial, pois sabemos que ninguém jamais viu a
Deus na sua essência e na sua glória, assim como ele
é, e continuou vivo (Êx 33.20; Jz 13.22; Is 6.5; Jo
5.37; 6.46; 1 Jo 4.12, 20). É nesse sentido que
“Deus nunca foi visto por alguém”. Mesmo assim,
ele foi visto em suas manifestações antropomórficas:
“e viram o Deus de Israel” (Êx 24.10); da mesma
forma pelo profeta Isaías: “eu vi ao SENHOR
assentado sobre um alto e sublime trono” (Is 6.1) e
na encarnação do Verbo: “e o Verbo se fez carne e
habitou entre nós, e vimos a sua glória” (Jo 1.14).
Jesus é o Deus que viveu como homem ao assumir a
forma humana: “o qual é a imagem do Deus
invisível” (Cl 1.15). Ele nos revelou o Pai.

Essa interpretação dos teólogos das testemunhas


de Jeová traz problemas para a própria
organização, pois mais uma vez ela se contradiz,
uma vez que o Filho também jamais foi visto em
sua plena glória depois que retornou ao céu:
“Desde que jamais existiram homens terrestres
que viram o Pai, a quem nenhum homem viu,
nem pode ver, tão pouco verão o glorificado
Filho. — Êxodo 33.20; 1 Timóteo 6.16” (“Seja
Deus Verdadeiro”, edição de 1949, página 191 §
4).17 A passagem bíblica de 1 Timóteo 6.16,
afirma: “Aquele que tem, ele só, a imortalidade, e
habita na luz inacessível; a quem nenhum dos
homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e
poder sempiterno. Amém”. A Torre de Vigia
afirma que essas palavras se aplicam a Jesus. Isso
ainda acontece na revista A Sentinela, 15 de maio,
1979, página 32, em que a organização usa quase
uma página para justificar que tal passagem diz
respeito a Jesus.

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti só


por único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo, a quem
enviaste” (Jo 17.3). A organização diz que Jesus é
distinto do Pai; logo, ele não pode ser Deus. O fato
de o Pai e o Filho serem Pessoas distintas em nada
invalida a Trindade, pois refutamos o conceito
sabelianista. Essa passagem é uma das mais
extraordinárias da Bíblia e é simultaneamente um
golpe fatal em todas as ramificações do gnosticismo,
mas a organização e todos os unitaristas se utilizam
freqüentemente dela na tentativa de provar essa
suposta diferença de natureza entre o Pai e o Filho.
Conhecer a Deus é o mesmo que conhecer a
Cristo, em virtude da unidade de natureza do Pai e
do Filho (Jo 10.30). Jesus disse: “e ninguém
conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o
Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser
revelar” (Mt 11.27). O Pai não é o Filho, nem o
Filho é o Pai (2 Jo v. 3). Essas Pessoas são distintas
e formam com o Espírito Santo a unidade
composta da divindade. O texto de João 17.3
revela um conhecimento místico, isso implica
comunhão, fé, obediência, adoração, e não
meramente conhecimento técnico. Diz a
organização: “Fazer a vontade de Deus exige ter um
conhecimento exato tanto sobre Jeová como sobre
Jesus Cristo. Esse conhecimento leva à vida eterna”
(Conhecimento..., página 46 § 8). Essa declaração é
falsa, pois Jesus disse: “quem ouve a minha palavra
e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não
entrará em condenação, mas passou da morte para a
vida” (Jo 5.24). A salvação é pela graça mediante a
fé em Jesus (Ef 2.8-10; Tt 3.5). Foi o que disseram
Paulo e Silas ao carcereiro de Filipos (At 16.31). É
esse o sentido de conhecer a Deus, em João 17.3.
Foi inspirado nessa passagem que a Torre de Vigia
intitulou o livro Conhecimento Que Conduz à Vida
Eterna.
Crer no Filho como Messias de Israel e rejeitar
sua divindade foi a doutrina ensinada pelos
ebionitas e ainda hoje advogada pelo islamismo.
Maomé dizia que Jesus era o Cristo, mas que não
deveria ser adorado. Foi o maior prejuízo do
islamismo. Jesus declarou que sem fé nele está tudo
perdido: “credes em Deus, crede também em mim”
(Jo 14.1). Interessante que a organização, às vezes,
utiliza-se dos mesmos argumentos e das mesmas
passagens bíblicas dos muçulmanos. Existem
muitos religiosos que crêem em Deus, mas não
crêem em Jesus de Nazaré. Crer em Deus e negar a
divindade de Jesus é uma crença falsa. Seria algo
inconcebível associar a vida eterna a Deus e a uma
criatura, se o Filho não fosse divino. O texto ensina
o monoteísmo judaico-cristão, sem prejudicar em
nada a doutrina da Trindade e da deidade do Filho.
Esse mesmo Jesus, que nessa passagem é relegado
pelos seguidores da Sociedade Torre de Vigia, em 1
João 5.20 é chamado de Deus verdadeiro: “Este é o
verdadeiro Deus e a vida eterna”. Então, se há
somente um Deus verdadeiro, e Jesus é chamado de
verdadeiro Deus e a vida eterna, indubitavelmente o
Filho é Deus.
“Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de
todo varão, e o varão a cabeça da mulher; e Deus a
cabeça de Cristo” (1 Co 11.3). Como o Filho pode
ser Deus, visto que a Bíblia afirma que Deus é a
Cabeça de Cristo? O homem e a mulher pertencem
a classes diferentes, ele, sexo masculino; ela, sexo
feminino, entretanto, compartilham da mesma
natureza, pois ambos são humanos e imagem de
Deus: “e criou Deus o homem à sua imagem; à
imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou”
(Gn 1.27). Temos nessa passagem paulina o
princípio da liderança dentro da família humana. A
Bíblia nos ensina a sermos sujeitos uns aos outros
(1 Co 16.15,16). Ser o homem cabeça da mulher
não a diminui e nem a torna menos humana do que
ele, ela não perde a dignidade, assim também, na
divindade, nesse arranjo, o Pai como cabeça não
diminui a divindade do Filho. O termo grego para
“Deus”, theos, é uma referência ao Deus-Pai, pois
está acompanhado do artigo definido.
“E, quando todas as coisas lhe estiverem sujeitas,
então, também o mesmo Filho se sujeitará àquele
que todas as coisas lhe sujeitou, para que Deus seja
tudo em todos” (1 Co 15.28). É um dos textos
favoritos das testemunhas de Jeová, pois alegam
que, se o próprio Filho se sujeitará ao Pai na
eternidade, logo não pode ser ele Deus. Porém, há
por trás desse argumento um ensino falso defendido
pela religião do Corpo Governante de que Jesus
deixou de ser homem em sua morte ao negar a
ressurreição corporal dele. Não cabe, aqui, discutir
a ressurreição de Jesus, pois esse assunto será
retomado mais adiante, mas podemos adiantar a
falsa doutrina da organização de que o corpo de
Jesus foi desfeito, existindo, hoje, nada mais do que
um “espírito glorioso”.
A idéia de que essa submissão esteja restrita
apenas ao ministério terreno de Jesus não pode ser
confirmada no Novo Testamento porque mesmo
depois de sua ressurreição ele continuou sendo
chamado de “Filho de Deus” (Rm 15.6; 2 Co 1.3),
o Pai continuou sendo o seu Deus (Jo 20.17; Ap
3.12) e não deixou a sua humanidade; a diferença é
que depois de sua ressurreição e ascensão tornou-se
ser humano glorificado e exaltado, sendo o
mediador da Nova Aliança: “Porque há um só Deus
e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo, homem” (1 Tm 2.5) e o juiz dos vivos e dos
mortos (At 17.31); sem em nada comprometer a
sua divindade: “porque nele habita corporalmente
toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9).
Essa subordinação ao Pai é uma questão de
posição, e não de natureza, não é a do Filho como
Filho, mas como Filho encarnado e, assim, não
envolve a desigualdade da essência e da natureza. A
mulher é submissa ao marido, mas nem por isso é
menos humana do que o homem. Assim, a
submissão do Filho, depois que a administração do
reino for entregue ao Pai, não é suficiente para
comprometer a igualdade de essência e de
substância das três Pessoas da Trindade.
“O qual é imagem do Deus invisível, o
primogênito de toda a criação; porque nele foram
criadas todas as coisas que há nos céus e na terra,
visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações,
sejam principados, sejam potestades; tudo foi
criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as
coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a
cabeça do corpo da igreja; é o princípio e o
primogênito dentre os mortos, para que em tudo
tenha a preeminência” (Cl 1.15-18). A “imagem do
Deus invisível” fala da divindade de Jesus. A
palavra grega eikon, “imagem, semelhança,
arquétipo”, expressa duas idéias, ambas compatíveis
com Cristo e sua obra: aparência e manifestação.
Cristo é a expressa imagem de Deus (Hb 1.3) e
também a sua manifestação (Jo 1.18). O Novo
Testamento ensina a manifestação de Deus em
Cristo (1 Tm 3.16; 1 Jo 1.1-3). O v. 15 é mais
uma passagem predileta das testemunhas de Jeová,
pois elas acreditam que esse texto sagrado apóia a
teologia do Corpo Governante. A Torre de Vigia
afirma que Jesus não pode ser Deus porque é
chamado na Bíblia de “o primogênito de toda a
criação”, por isso não é eterno, mas criatura. Esse
pensamento está baseado numa interpretação
errada. O texto afirma ser Jesus “o primogênito de
toda a criação”, e não “o primogênito de Deus”,
que é muito diferente.
Vamos primeiro verificar o significado da palavra
“primogênito” e, em seguida, analisar o seu sentido
no texto. Vem logo à nossa mente a idéia de mais
velho quando se ouve falar no referido termo.
Numa família isso significa responsabilidade,
preeminência e privilégios. Os mais respeitados
dicionários e léxicos hebraico e grego apresentam
outros significados. O vocábulo hebraico é bechor,
significa “primogênito, primeiro, filho mais velho,
excelente” e o grego, prototokos, “o primeiro em
nascer, o primogênito, primeiro, chefe”. Os
escritores sagrados usaram também essas palavras
com o sentido de importância, prioridade, posição,
primazia, preeminência. Assim, quando aplicado a
Cristo, em nada desabona a sua eternidade por
duas razões principais: a Bíblia mostra a eternidade
do Filho (Is 9.6; Mq 5.2; Hb 13.8; Jo 1.3) e esses
vocábulos nem sempre significam o “filho mais
velho”, mas o que tem primazia e preeminência.
Efraim era o filho mais novo de José, entretanto, é
chamado de “primogênito” (Gn 48.18, 19; Jr
31.9); o mesmo acontece com Davi (1 Sm 16.11;
Sl 89.27) e com os cristãos (Hb 12.23).
Uma análise à luz do próprio texto mostra que
em nada tal passagem confirma a crença das
testemunhas de Jeová, pois o v. 16 apresenta Jesus
como o Criador e o 17 o afirma de maneira
categórica como Ser que transcende a todas as coisas
criadas, o Senhor Jesus Cristo não faz parte da
criação, é um Ser à parte dela: “E ele é antes de
todas as coisas e todas as coisas subsistem por ele”.
O apóstolo conclui afirmando o Filho como o
Preeminente: “E ele é a cabeça do corpo da igreja; é
o princípio e o primogênito dentre os mortos, para
que em tudo tenha a preeminência” (v.18). O texto
afirma aqui que Jesus é o Criador, o Preeminente
sobre todas as suas criaturas. A Bíblia não ensina,
nem aqui e nem em outra parte, ser Jesus uma
criatura de Jeová-Deus; antes, ensina que ele
próprio é Javé-Deus.
“E ao anjo da igreja que está em Laodicéia
escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e
verdadeira, o princípio da criação de Deus” (Ap
3.14). Essa é outra passagem bíblica predileta das
testemunhas de Jeová, pois a parte final chama
Jesus de “o princípio da criação de Deus” e o Corpo
Governante interpreta isso como primeira criatura.
Segundo os mais conceituados dicionários e
léxicos de grego, a palavra arché significa “começo,
princípio origem, poder, princípio, a primeira
causa, governante, autoridade”. O termo vem de
arc (arch), raiz de onde se origina a idéia de “líder,
chefe”, como, por exemplo, “arcanjo”, um líder dos
anjos; “arcebispo”, um líder ou chefe dos bispos, de
onde vem a palavra archon, “chefe, governante”. A
idéia, em Apocalipse 3.14, é de origem no sentido
de fonte, pois revela ser Jesus a fonte e a origem de
tudo o que foi criado e que existe, isto é, Jesus é o
Criador de tudo. Se a palavra “princípio”, aqui,
significasse começo de existência, como a Torre de
Vigia ensina, a organização seria também obrigada
a recusar que Deus seja eterno, pois Apocalipse
21.6, 7 afirma ser Deus o “princípio e o fim’”, mas
não o faz porque sabe que essa expressão significa
que Deus não teve origem nem terá fim. Assim,
também o texto aqui declara que Jesus não teve
origem, antes, ele é a origem de todas as coisas.

DEVE O SENHOR JESUS CRISTO SER


ADORADO?
A Bíblia responde a essa pergunta. Ele foi
adorado pelos magos por ocasião do seu
nascimento: “entrando na casa, acharam o menino
com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram”
(Mt 2.11); diversas vezes durante o seu ministério
terreno, pelo leproso que foi curado (Mt 8.2); por
Jairo (Mt 9.18); “que era príncipe da sinagoga (Lc
8.41); pela mulher Cananéia (Mt 15.25); pelo cego
de nascença, depois que recebeu a cura (Jo 9.38);
pelas mulheres que foram ao sepulcro, depois da
sua ressurreição (Mt 28.9); pelos onde discípulos
(Mt 28.17); pelos anjos: “e todos os anjos de Deus
o adorem” (Hb 1.6) e por miríades de anjos e por
toda criatura do universo (Ap 5.8-14).
O verbo grego proskyneo significa “adorar, render
homenagem” e aparece no Novo Testamento para
designar adoração ao Deus-Pai (Mt 4.10; Jo 4.24;
Ap 7.11; 11.16; 19.4); ao diabo (Lc 4.7; Mt 4.9;
Ap 13.4); aos anjos (Ap 22.9); à besta (Ap l3.l5;
l4.11, l5); aos demônios (Ap 9.20); aos ídolos (At
7.43) e a homens (Ap 14.9; 16.2). Em todas essas
passagens a TNM traduz por “adorar”. Este mesmo
verbo aparece também para designar adoração ao
Senhor Jesus Cristo (Mt 2.2, 11; 8.2; 9.18; 14.33;
15.25; Mc 15.19; Jo 9.38), e em todas essas
passagens ela emprega “prestar homenagem”.
Nenhuma religião no mundo mudou tanto as
suas doutrinas como as testemunhas de Jeová (ver
mais detalhes no meu livro Testemunhas de Jeová – A
Inserção de Suas Crenças e Práticas no Texto da
Tradução do Novo Mundo, páginas 96-98). Um
dessas mudanças é em relação à adoração de Jesus.
Quando a TNM foi lançada em 1950, a Torre de
Vigia ensinava que Jesus deveria ser adorado. Essa
crença vinha desde Russell: Sua posição é
contrastada com a de homens e anjos, desde que é
Senhor de ambos, tendo todo o poder no céu e na
terra. Desde que assim é dito, “que todos os anjos o
adorem” (isto inclui Miguel, o chefe dos anjos, o
que significa então que Miguel não é o Filho de
Deus) e a razão está em que ele tem alcançado
nome mais excelente do que o deles (A Sentinela,
edição americana, novembro de 1879, página 48).
Posteriormente, a Torre de Vigia publicou nos
seguintes termos outra matéria ensinando a
adoração de Jesus: “Sim, cremos que Nosso Senhor
Jesus enquanto esteve na terra foi realmente
adorado e corretamente assim procedido” (A
Sentinela, edição americana, julho de 1898, página
4). A primeira edição da TNM traduziu Hebreus
1.6 da seguinte forma: “E todos os anjos de Deus o
adorem”. Essa passagem era um problema para a
organização. Como a Torre de Vigia mudou mais
uma vez a sua crença proibindo a adoração de Jesus,
e por causa disso, na edição da sua versão oficial,
revisada em 1984, ela mudou o sentido da
mensagem, traduzindo o texto sagrado por “prestar
homenagem”. Veja que cada vez que a organização
muda suas crenças, altera também suas escrituras.
O texto de Hebreus 1.6 é parcialmente tirado de
Deuteronômio 32.43, no texto grego da
Septuaginta, combinando com o salmo 97.7: “que
os anjos de Deus o adorem”. A Torre de Vigia
sustentava que o escritor aos Hebreus estava se
referindo ao salmo 97, que a adoração ali era a
Jeová e que em Hebreus se aplica a Jesus: “É
verdade que o Salmo 97, que o apóstolo
evidentemente cita em Hebreus 1.6, se refere a
Jeová Deus como sendo aquele que diante de quem
‘se curvar’, e, no entanto, este texto foi aplicado a
Cristo Jesus” (A Sentinela, 1º de julho de 1971,
página 415).

Depois de 75 anos “o canal de comunicação”


afirma que é pecado adorar a Jesus, dizendo que
“nenhuma distinta adoração deve ser dada a Jesus
Cristo” (A Sentinela, edição americana, 1º de
janeiro de 1954, página 3l). As testemunhas de
Jeová estão numa situação difícil. Se hoje é
idolatria adorar a Jesus, o que fazer com as que
morreram adorando a Jesus antes dessa data?
Quem morre na idolatria tem a vida eterna? Se
elas morreram salvas, o que fazer com os atuais
seguidores da Sociedade Torre de Vigia que se
recusam a adorar Jesus? Veja que se trata de uma
mudança de 180 graus.

A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
A Sociedade Torre de Vigia não crê que haja
ressurreição dos mortos, embora use com freqüência
o termo. O verbo grego mais usado para
“ressuscitar”, no Novo Testamento, é egeiro,
“despertar, levantar” e o segundo, anistemi,
“levantar, levantar-se, ressuscitar”. O substantivo é
anastasis, “ressurreição”; de “ana, acima, e histemi,
por em pé”. Ressurreição, portanto, significa
“levantar dentre os mortos”, mas, para nossa
surpresa, o Corpo Governante redefiniu o termo,
para não dizer publicamente que ensina a doutrina
dos saduceus, chamando de recriação: “Portanto,
não é razoável que aquele que criou a vida seja
capaz de recriá-la?” (Quando Morre Alguém Que
Amamos, página 28). Afirma ainda que ressurreição
é Jeová “colocar de novo o padrão da mesma
personalidade num corpo recém-formado” (Ajuda
ao Entendimento da Bíblia, página 1433). Em outras
palavras, ressurreição não é ressurreição!
Assim, os teólogos das testemunhas de Jeová
também negam terminantemente a ressurreição
corporal de Jesus. A organização ensina que ele não
ressuscitou corporalmente e que Deus o
materializou para convencer a Tomé, provando ser
o próprio Jesus que estava ali diante dele. Afirma
que Jeová criou outra pessoa com as mesmas
características e personalidade de Cristo: “Deus o
ressuscitou, mas não como humano” (O Que a
Bíblia Realmente Ensina?, página 73 § 22). O corpo
daquele que foi pendurado no madeiro desapareceu,
argumenta ainda que foi por essa razão que Maria
confundiu Jesus com o jardineiro em João 20.15
(Poderá Viver..., página 144 § 9).
É claro que Maria não reconheceu Jesus porque
ainda era escuro (Jo 20.1). Além disso, com esse
argumento, a organização declara que Jeová não
teve a capacidade de fazer outro Jesus igual ao
primeiro, uma vez que não pôde ser reconhecido,
pois teria falhado na clonagem. Segundo essa
teologia, o Senhor Jesus teria se materializado e, por
isso, a Torre de Vigia não admite a sua verdadeira
ressurreição. Chegou a declarar: “O homem
terrestre, Jesus de Nazaré, não mais existe”
(Despertai!, 22 de dezembro de 1984, pagina 20). É
mais um problema insuperável da organização, pois
se não existe mais o Jesus de Nazaré, como Pedro
curou o paralítico em nome de Jesus de Nazaré?
Disse: “Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno,
levanta-te e anda” (At 3.6). A verdade é que o
mesmo Jesus que nasceu em Belém, habitou em
Nazaré, foi crucificado em Jerusalém e ressuscitou
ao terceiro dia. Em nome desse mesmo Jesus, e não
de outro, mas de Jesus de Nazaré, o paralítico foi
curado. O apóstolo Paulo faz menção de um Jesus
estranho, que ele não pregou, e que devemos rejeitar
(2 Co 11.4).
A ressurreição de Cristo na teologia da Torre de
Vigia é sem consistência, pois se fundamenta em
suposições, e não na Palavra de Deus. Deus
garantiu que o corpo do Senhor Jesus Cristo não
veria a corrupção, isto é, não se deterioraria: “Pois
não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás
que o teu Santo veja a corrupção”18 (Sl 16.10,
Versão Revisada de Almeida); essa profecia se
cumpriu na ressurreição de Jesus (At 2.24-30);
portanto, aquele corpo que foi crucificado não pôde
ficar na sepultura.
Jesus se apresentou aos seus discípulos dizendo
ser ele mesmo e não um corpo materializado, não
outro corpo, e cuja ressurreição não foi em espírito,
era ele mesmo que estava presente, em carne e osso,
e que espírito não tem essas características materiais
(Lc 24.39,40). A Bíblia afirma que o túmulo de
Jesus foi encontrado vazio (Mt 28.6) e onde estava
o corpo que fora crucificado? O próprio Jesus disse
que a sua ressurreição seria corporal (Jo 2.19-22). A
ressurreição em espírito não existe em virtude de ser
ele imortal. Todas as vezes que a palavra
ressurreição e seus derivados aparecem na Bíblia
com relação à ressurreição de Cristo, tratam de uma
ressurreição literal e corporal. A ressurreição, no
sentido espiritual, só existe quando um pecador se
arrepende dos seus pecados e recebe a Jesus Cristo
em sua vida (Ef 2.5, 6; Cl 3.1).
A ressurreição de Cristo não consiste apenas no
fato de ele tornar a viver, pois, se assim fosse, não
seria diferente das ressurreições registradas no
Antigo Testamento, nem ele poderia ser
considerado “as primícias dos que dormem” (1 Co
15.20); nem o “primogênito dentre os mortos” (Cl
1.18). Ela é a viga mestra e o pilar da religião cristã.
É o principal elemento que distingue o cristianismo
das grandes religiões. Jesus determinou que sua
morte e sua ressurreição fossem o centro da
pregação do evangelho (Lc 24.44-47). O apóstolo
Paulo diz que negar essa verdade é continuar no
mesmo estado de pecado e miséria, e que o
cristianismo não teria sentido. “E, se Cristo não
ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos
vossos pecados. E também os que dormiram em
Cristo estão perdidos” (1 Co 15.17,18). Esse fato é
a glorificação e exaltação de Jesus (Rm 6.4; Fp
3.20,21; Jo 7.39); a vitória esmagadora sobre
Satanás, o pecado, a morte e o inferno (1 Co
15.54-56; Ap 1.17,18). Ele ressuscitou para a
justificação, pois sem essa ressurreição não
poderíamos ser justificados diante de Deus e assim
estaríamos condenados (Rm 4.25). A ressurreição
corporal de Jesus é um fato insofismável.

JESUS CRISTO E O ARCANJO MIGUEL


A Sociedade Torre de Vigia ensina que Jesus é o
arcanjo Miguel. Embora não se encontre apoio para
tal doutrina nas Escrituras Sagradas, essa
organização se apropria de três artifícios para
justificar tal erro, a saber: o termo “arcanjo” só
aparece no singular na Bíblia; em 1 Tessalonicenses
4.16, a vinda de Cristo é precedida da “voz de
arcanjo”; finalmente, Daniel 12.1 afirma que
Miguel lutará pelo povo de Deus (Ajuda ao
Entendimento da Bíblia, páginas 1111, 1112),
concluindo, com isso, ser Jesus Cristo o mesmo
Miguel.
A organização inicialmente ensinou que Jesus não
é Miguel (A Sentinela, edição americana, novembro
de 1879, página 48). Depois afirmou, em O
Mistério Consumado, página 188, que ele é o papa:
Ap 12.7: “E irrompeu guerra no céu” - Entre dois
poderes eclesiásticos - Roma pagã e Roma Papal.
Miguel - Quem é como Deus? - o Papa; os seus
anjos - os bispos. Isto é o que diz o Catecismo
Católico à pergunta: “Quem são os sucessores” dos
apóstolos?’ Resposta: Os bispos corretamente
consagrados e que estão em comunhão com a
Cabeça, o Papa.
Veja que Russell, o fundador do movimento das
testemunhas de Jeová, era adorador de Jesus e não
admitia ser Jesus o mesmo Miguel. Depois de sua
morte, Miguel se torna papa. Uma fraqueza do
Corpo Governante visto que ele mesmo afirma que
não pode haver duas verdades, quando uma não
concorda com a outra. Diz: “Ou uma ou a outra é
verdadeira, mas não ambas. Crer sinceramente em
uma coisa e praticá-la não a torna certa, se
realmente for errada” (Poderá Viver..., página 32 §
19). Agora, ensina que é paganismo adorar a Jesus
e, com argumentos falaciosos, tenta provar que ele é
o arcanjo Miguel.
O nome de Miguel é mencionado como arcanjo
apenas em Judas 9: “Mas o arcanjo Miguel, quando
contendia com o diabo e disputava a respeito do
corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de
maldição contra ele; mas disse: O Senhor te
repreenda”. Essa é a única passagem das Escrituras
que mostra ser Miguel um arcanjo. O termo arch
significa “chefe, líder” ou “cabeça”. Isto mostra que
Miguel é um líder dos anjos. Seu nome em hebraico
é Michael, significa “Quem é semelhante a Deus?”.
Gesenius19 declara que a tradição rabínica afirma ser
Miguel “um dos sete arcanjos”. Esses arcanjos
aparecem na literatura rabínica apocalíptica, em
que esses nomes são apresentados no livro pseudo-
epígrafo de Enoque: Uriel, Rafael, Raquel, Miguel,
Saracael, Gabriel e Remiel (1 Enoque 20.2-8),
porém não precisamos de literatura extra-bíblica
para fundamentar aquilo em que cremos. Outra
prova da distinção entre Jesus e Miguel é que o
arcanjo não pronunciou palavras de maldição
contra o diabo, mas disse: “O Senhor te repreenda”.
Assim, ele estava falando em nome de Jesus.

Sobre a palavra “arcanjo”, o Corpo Governante


declara: “O termo ocorre na Bíblia apenas no
singular”. Isso é verdade, porém não oferece
sustentação alguma à doutrina das testemunhas
de Jeová, pois as Escrituras Sagradas revelam
existir mais seres, no céu, da mesma natureza e
com a mesma posição: “e eis que Miguel, um dos
primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu
fiquei ali com os reis da Pérsia” (Dn 10.13). Veja
que a expressão “um dos primeiros príncipes”
mostra existir outros como Miguel; assim, não
pode ser ele o Filho de Deus.

Os teólogos da Sociedade Torre de Vigia apelam


ainda para a expressão “voz de arcanjo”, em 1
Tessalonicdenses 4.16: “Porque o mesmo Senhor
descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo,
e com a trombeta de Deus; e os que morreram
em Cristo ressuscitarão primeiro”, com isso eles
afirmam: “Caso a designação ‘arcanjo’ se
aplicasse não a Jesus Cristo, mas a outros anjos,
então a referência à voz de arcanjo não seria
apropriada. Nesse caso, estaria descrevendo uma
voz de menor autoridade do que a do Filho de
Deus”.

Então, se “voz de arcanjo” faz de Jesus arcanjo,


da mesma maneira “trombeta de Deus” faz da
trombeta também Deus. Veja o absurdo. Nenhuma
das passagens bíblicas reivindicadas pelas
testemunhas de Jeová (1 Ts 4.16; Jd 9) afirma ser
Jesus o arcanjo Miguel. Devemos considerar ainda o
seguinte: com base nessa linha de raciocínio,
também se tornaria absurdo entender que os anjos,
que são inferiores ao Filho, anunciassem o
nascimento de Jesus aos pastores de Belém (Lc 2.9-
14). O ministério deles em relação a Jesus é uma
constante. Eles anunciaram o nascimento de Cristo
(Lc 2.9-14); assistiram Jesus no deserto (Mc 1.13),
na agonia do Getsêmani (Lc 22.43), na sua
ressurreição (Mc 16.5; Mt 28.2, 3, 5) e na sua
ascensão (At 1.10, 11). Ficaríamos surpresos se eles
não tivessem participação na segunda vinda de
Cristo. Causa-nos estranheza esse argumento de
que um anjo precursor da vinda de Cristo venha
diminuir a pessoa do Filho de Deus. Os anjos estão
associados à vinda de Cristo. É mais lógico admitir
que um anjo soará a trombeta anunciando a vinda
de Cristo, conforme a Bíblia e a tradição judaica,
do que admitir que o próprio Cristo venha dar o
alarme de seu retorno. A “voz de Arcanjo” significa
voz de comando, de autoridade. Isso quer dizer que
o arauto anunciará a vinda de Cristo, e não que o
próprio Cristo será o seu arauto. Miguel atuará
como líder das hostes angelicais na luta contra os
inimigos de Israel (Dn 12.1). Pelejará contra o
Dragão e seus anjos (Ap 12.7, 8). Ele é o anjo que
tem o alto comando dos exércitos de Deus.
Jesus aparece muitas vezes antes de sua
encarnação no Antigo Testamento. Numa dessas
aparições, em Daniel 10.5-13, apresenta um
“homem vestido de linho...”, cuja descrição,
segundo Mathew Henry: “É opinião quase unânime
dos autores que não foi outro senão o próprio
Senhor Jesus Cristo pré-encarnado”. A visão
descrita aqui é muito semelhante a experiência do
apóstolo João, em Apocalipse 1.13-15, por isso o
citado expositor bíblico continua: “expositores da
envergadura de Young e Keil ‘consideram o varão
como genuína teofania ou uma aparição de Cristo
como o anjo de Jeová’”. Esse personagem, da visão
de Daniel, fala a respeito de Miguel, logo ambos
são pessoas distintas (veja ainda Dn 7.23; 12.6; Ez
1.26).
Miguel é anjo e, como tal, não é chamado de
“Filho” na Bíblia: “A qual dos seus anjos disse
jamais: Tu és o meu Filho, hoje te gerei?: Eu lhe
serei por Pai e ele me será por Filho?” (Hb 1.5).
Assim, fica claro que nenhum dos anjos é chamado,
por Deus, de “Meu Filho, eu hoje te gerei”. Miguel
está incluído na categoria de anjo, ele não foi
gerado no ventre de Maria. Essa dificuldade a Torre
de Vigia não conseguiu superar. Há, portanto, clara
distinção entre Jesus e Miguel. Jesus é chamado de
Filho, mas Miguel não, por ser ele anjo. Jesus é
Criador (Jo 1.3), Miguel é criatura (Cl 1.16); Jesus
é adorado por Miguel (Hb 1.6), Miguel não pode
ser adorado (Ap 22.8-9); Jesus é o Senhor dos
Senhores (Ap 17.14), Miguel é um dos príncipes
(Dn 10.13); Jesus é o Rei dos reis (1 Tm 6.15),
Miguel é príncipe dos judeus (Dn 12.1).
COMPARAÇÃO ENTRE JAVÉ DO ANTIGO
TESTAMENTO E JESUS CRISTO DO NOVO
TESTAMENTO
Javé é “EU SOU” Jesus é “EU SOU”
(Êx 3.13-14). (Jo 8.58).

Javé é a “ROCHA” Jesus é a “ROCHA”


(Is 44.8). (1 Co 10.4).

Javé é o “SENHOR” Jesus é o “SENHOR”


(Is 45.5-6). (Fp 2.11).

Javé é a “PAZ” Jesus é a “NOSSA PAZ”


(Jz 6.24). (Ef 2.14).
Javé é o “PASTOR” Jesus é o “PASTOR”
(Sl 23.1). (Hb 13.20).

Javé é a nossa “BANDEIRA” Jesus é a nossa


“BANDEIRA”
(Êx 17.15). (Jo 3.14).

Javé é o “SENHOR DOS Jesus é o “SENHOR


DOS
SENHORES” (Dt 10.17). SENHORES” (I Tm
6.15).

Javé é o único “SALVADOR” Jesus é o único


“SALVADOR”
(Is 43.11). (At 4.12).

Javé é o “SANTO” Jesus é o “SANTO”


(Lv 19.2) (At 4.27).

Javé é o “VERDADEIRO” Jesus é o


“VERDADEIRO”
(Jr 10.10) (At 3.14)

Javé é o “JUSTO” Jesus é o “JUSTO”


(Sl 7.9). (At 3.14)

Javé é a “VIDA” Jesus é a “VIDA”


(Dt 30.20). (Jo 14.6).

Javé é “SÁBIO” Jesus é “SÁBIO”


(Jr 32.19). (1 Co 1.24).

Javé é o “PRIMEIRO E O Jesus é “O


PRIMEIRO E O
ÚLTIMO” (Is 44.6). ÚLTIMO” (Ap 1.17).

Javé é “PEDRA DE Jesus é “PEDRA DE


TROPEÇO” (Is 8.13-15). TROPEÇO” (Rm
9.33).
Javé foi “TRANSPASSADO” Jesus foi
“TRANSPASSADO”
(Zc 12.10). (Jo 19.33, 34).

Javé é o “PERDOADOR” Jesus é o


“PERDOADOR”
(Sl 103.3) (Mt 9.5-6).

Javé “VIRÁ COM OS Jesus “VIRÁ COM OS


SANTOS” (Zc 14.5). SANTOS” (1 Ts 3.13).

Essas passagens bíblicas revelam ser o Senhor


Jesus Cristo o mesmo Deus-Javé de Israel, não
confundir a expressão “mesmo Deus” com a mesma
Pessoa. Porém, a Torre de Vigia procura negar que
Javé seja o Senhor Jesus Cristo no Novo
Testamento, tendo como justificativa quatro
passagens das Escrituras Sagradas (Mt 4.10; Jo
8.54; Sl 110.1; Fp 2.9-11), tentando mostrar em
cada uma delas a distinção entre o Pai e o Filho
(Raciocínios..., páginas 208, 209). Vamos analisar
cada uma dessas passagens.
“Então, disselhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque
está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a
ele servirás” (Mt 4.10). As testemunhas de Jeová
argumentam: “Jesus obviamente não estava dizendo
que ele próprio devia ser adorado” (página 208). O
verbo grego traduzido por “adorar”, aqui, é latreuo,
que significa “servir, adorar”, de onde vem o
substantivo latreia, “serviço divino, culto” é
aplicado também à adoração a Jesus (Ap 22.3). Por
que será que o Corpo Governante esconde isso de
seus seguidores? Interessante é que os líderes da
Sociedade Torre de Vigia não ensinam ser a
vontade de Deus “que todos honrem o Filho, como
honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra
o Pai, que o enviou” (Jo 5.23). É hora de perguntar
aos seguidores Torre de Vigia se elas honram o
Filho como honram o Pai.
“Jesus respondeu: Se eu me glorifico a mim
mesmo, a minha glória não é nada; quem me
glorifica é meu Pai, o qual dizeis que é vosso Deus”
(Jo 8.54). Aqui, os teólogos da religião do Corpo
Governante afirmam: “Jesus não disse que ele
próprio era Jeová, mas que Jeová era seu Pai. Jesus
tornou aqui bem claro que ele e seu Pai eram
pessoas distintas uma da outra” (páginas 208, 209).
A verdade é que o nome “Jeová” e nem mesmo o
Tetragrama aparece no Novo Testamento. Jesus
nunca disse que Jeová é seu Pai, mas declarou-se ser
o Filho do Deus verdadeiro, Deus de Israel,
revelado no Antigo Testamento. Dizer que Jesus
não é Deus, e sim o seu Filho, é estultícia por duas
razões: 1) a Bíblia declara de maneira direta que o
Filho é Deus: “Mas do Filho diz: Ó Deus, o teu
trono subsiste pelos séculos dos séculos” (Hb 1.8);
sequer há necessidade de explicar mais alguma
coisa; 2) o termo “filho” nas Escrituras Sagradas
identifica o gênero como, por exemplo, os “filhos
dos profetas” (1 Rs 20.35; Am 7.4); “filhos dos que
mataram os profetas” (Mt 23.29-31).
O conceito de “filho”, no pensamento judaico,
indica identidade de natureza: “que é o homem
mortal para que te lembres dele? E o filho do
homem, para que o visites?” (Sl 8.4). Veja que a
expressão “Filho do homem” é usada para
identificar o ser humano, isto é, “o homem mortal”.
Jesus disse: “Meu Pai trabalha até agora, e eu
trabalho também” (Jo 5.17); ele apenas se declarou
“filho de Deus”, no entanto, a Palavra de Deus
registra no versículo seguinte: “Por isso, pois, os
judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não
só quebrantava o sábado, mas também dizia que
Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.
Assim, afirmar ser Jesus o Filho de Deus é o mesmo
que declarar a sua deidade.
“Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à
minha mão direita, até que ponha os teus inimigos
por escabelo dos teus pés” (Sl 110.1). As
testemunhas de Jeová comentam: “Em Mateus
22:41-45, Jesus explicou que ele próprio era o
“Senhor” de Davi, mencionado neste salmo.
Portanto, Jesus não é Jeová, mas é aquele a quem
foram dirigidas aqui as palavras de Jeová” (página
209).
Não há nada aqui que ofereça subsídio para
fundamentar doutrina ensinada pelo Corpo
Governante. O texto sagrado apenas não confunde
as Pessoas e nem separa a substância, ou seja, o Pai
é uma Pessoa e o Filho, outra. O nome “Senhor”,
Adonai na Bíblia hebraica, é uma referência ao
Filho (Mt 22.42-45; Mc 12.35-37; Lc 20.41-44).
Se Adonai se assenta à direita de Javé é óbvio que
Javé está à sua esquerda. Porém, a TNM falsificou o
versículo 5 do salmo 110, substituindo “Senhor”,
que é Adonai na língua original, por Jeová: “O
Senhor, à tua direita, ferirá os reis no dia da tua
ira”; por: “O próprio Jeová, à tua direita, Há de
despedaçar reis no dia da sua ira”. Assim, está
afirmando que Jesus é Jeová, resultando, pois a tal
falsificação numa arma contra a própria
organização: Jeová está à direita de Jeová?
“Pelo que também Deus o exaltou
soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo
o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo
da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o
Senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.9-11). O
Corpo Governante argumenta: “Note que se mostra
aqui que Jesus Cristo é diferente de Deus, o Pai, e
se sujeita a Ele” (página 209). Essa declaração é
falsa porque nada menciona de sujeição do Filho ao
Pai, trata-se de duas Pessoas distintas, mas de
mesma substância, iguais em poder, glória e
majestade. O próprio texto afirma que todo o
joelho dobrará diante do Filho, e no Antigo
Testamento essa profecia diz respeito ao Pai: “Olhai
para mim e sereis salvos, vós, todos os termos da
terra; porque eu sou Deus, e não há outro. Por mim
mesmo tenho jurado; saiu da minha boca a palavra
de justiça e não tornará atrás: que diante de mim se
dobrará todo joelho, e por mim jurará toda língua”
(Is 45.22, 23 - grifo nosso).
Deve-se observar ainda que nos quatro versículos
anteriores encontramos o seguinte: “que, sendo em
forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a
Deus” (Fp 2.6). O termo “sendo”, hyparchon, em
grego, sua tradução mais precisa é “subsistindo”,
como na Versão Atualizada de Almeida, na
Tradução Brasileira e na Versão Revisada Almeida,
tem o sentido de um estado permanente, expressa a
continuação de um estado ou condição anterior:
Cristo existia e existe eternamente na forma de
Deus. A palavra grega morphe, “forma, manifestação
visível”, não diz respeito à mera aparência ou figura
interior, mas ao caráter essencial. O Corpo
Governante trata os versículos 9 a 11 de maneira
isolada e fora do seu contexto.
“Estes, porém, foram escritos para que creiais que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que
crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20.31). O
propósito do apóstolo inspirado ao escrever este
evangelho é mostrar aos seus leitores que Jesus é o
Cristo e pregar à humanidade que a fé nesta
doutrina dá direito à vida eterna. O apóstolo João
concluiu o seu escrito mostrando ser Jesus o Messias
que Deus havia prometido para a redenção da
humanidade, o Cristo anunciado pelos profetas e
esperado pelo povo de Israel para sua redenção: o
centro das Escrituras (Lc 24.44-47), a alegria dos
homens, o Desejado de todas as nações (Ag 2.7), a
nossa glória e esperança. Essa é a mensagem da fé
que pregamos: Só Jesus pode dar a vida eterna aos
que crêem no seu nome, mas a religião do Corpo
Governante não prega essa verdade. A mensagem
das testemunhas de Jeová não é cristocêntrica. Jesus
não ocupa o primeiro lugar em suas vidas; costuma
ser apresentado simplesmente como “o moço de
recado”, apenas o instrumento pelo qual Jeová salva
a humanidade.

***

Sobre o Espírito Santo


Gregório de Nazianzo considerava o termo
“santo”, aplicado ao Espírito, como conseqüência
direta de sua natureza e não um resultado de fonte
externa. Ele é santo em si mesmo (Is 63.10), assim,
não precisa ser santificado, pois é ele quem santifica
(Rm 15.16).
O termo hebraico para “espírito” é ruach, que,
segundo os dicionários e léxicos, significa: “vento,
sopro, espírito, espírito de uma pessoa, espírito de
um deus, mente” e uma ampla gama de sentidos. A
Septuaginta traduz por pneuma, de mesmo
significado, traduzindo 49 vezes pelo vocábulo
grego anemos, que quer dizer “vento”. As
testemunhas de Jeová negam a personalidade e a
divindade do Espírito Santo, elas acreditam que ele
é uma força ativa e impessoal executadora da
vontade de Jeová. Assim, o Corpo Governante
substituiu “Espírito de Deus” (Ruach Elohim, em
hebraico) por “força ativa de Deus”, em Gênesis
1.2, na TNM. Os teólogos da organização grafam
“Espírito Santo” com letras minúsculas “espírito
santo” na sua versão oficial e em suas publicações,
entretanto, escrevem “Diabo” com “D” maiúsculo,
nas 34 vezes que o termo aparece nas Escrituras
Gregas Cristãs.
O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Trindade:
“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-
as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo” (Mt 28.19). Atanásio e Basílio de Cesaréia
consideravam impossível separar o Espírito Santo
do Pai e do Filho. Ele aparece como Deus, no
Antigo Testamento, atuando na criação do céu e da
terra (Gn 1.2; Sl 104.30) e do homem (Jó 33.4);
inspirando os profetas (2 Pe 1.19-21), por essa
razão o profeta era chamado de “homem do
Espírito” (Os 9.7). A sua manifestação na vida
individual era algo raro: ele vinha, mas depois
voltava. Isso aconteceu com os 70 anciãos (Nm
11.25); com Otniel (Jz 6.34), Gideão (Jz 6.34);
Jefté (Jz 11.29); Sansão (Jz 14.6); Saul (1 Sm
10.10); Davi (1 Sm 16.13), dentre outros. Isso
acontecia para que eles pudessem receber recursos
do céu para profetizar, julgar, liderar, lutar e
governar, conforme a vontade de Deus.
O Novo Testamento registra o início da
dispensação da plenitude do Espírito e essa nova era
começou com a descida do Espírito Santo no dia de
Pentecostes (At 2.1-8). Essa vinda foi para que ele
ficasse conosco “para sempre”, foi promessa de Jesus
para a Dispensação da Igreja (Jo 14.16). A sua
manifestação pode ser classificada em duas etapas:
antes do Pentecostes, na vida de Jesus; e depois, na
vida da Igreja. Ele atuou na concepção virginal de
Jesus, no ventre de Maria (Mt 1.18; Lc 1.35) e em
todo o ministério terreno de Jesus (At 10.38). No
evangelho de João, 14 a 16, há um estudo
profundo e rico sobre a personalidade e a deidade
do Espírito Santo, bem como sua missão,
confirmada na vida dos apóstolos, principalmente
de Paulo, no livro de Atos.
SUA PERSONALIDADE
A personalidade do Espírito Santo está presente
em toda a Bíblia de maneira abundante e
inconfundível e tem sido crença da Igreja desde o
princípio. Segundo Charles Hodge, em sua Teologia
Sistemática, foram poucos os oponentes dessa
doutrina: “A personalidade do Espírito tem sido a
crença da Igreja desde o princípio. Teve poucos
oponentes, inclusive no período caótico da teologia,
e nos tempos modernos só tem sido negada pelos
socinianos, arianos e sabelianos” (página 389).
Os ancestrais das testemunhas de Jeová, os
mestres e pais na fé de Russell, eram trinitarianistas
que vieram das igrejas protestantes e,
posteriormente, do movimento de William Miller.
O livro Três Mundos e a Colheita Deste Mundo,
publicado por Russell em co-autoria com Nelson
H. Barbour, em 1877, apresenta uma defesa à
personalidade do Espírito Santo contra a doutrina
dos cristadelfianos, movimento que a nega. Hoje, a
Torre de Vigia usa todos os artifícios possíveis para
apresentar uma fundamentação com roupagem
bíblica dos ensinos de Russell. Apesar da
abundância de passagens bíblicas mostrando os
diversos atributos da personalidade e da divindade e
dos textos sagrados que afirmam de forma direta ser
o Espírito Santo Deus, igual ao Pai e ao Filho, a
organização procura invalidar essa verdade
afirmando que tudo não passa de figura de
linguagem.
Atributos pessoais e personificação
Os líderes das testemunhas de Jeová alegam que
o fato de o Espírito Santo falar, ensinar, dar
testemunhos, ouvir etc., não prova ter ele
personalidade, mas que se trata apenas de figura de
linguagem. Eles evitam sempre citar as passagens
bíblicas que apresentam as evidências da
personalidade ou comentá-las.

Para entender o que a Bíblia como um todo


ensina, estes textos todos precisam ser
considerados. Qual é a conclusão razoável? A de
que os primeiros textos citados aqui empregam
uma figura de linguagem, personificando o (sic)
espírito santo de Deus, sua força ativa, assim
como a Bíblia personifica também a sabedoria, o
pecado, a morte, a água e o sangue (Raciocínios...,
página 399).

Nas Escrituras não é incomum que algo seja


personificado. Diz-se que a sabedoria tem filhos.
(Lucas 7:35) O pecado e a morte são chamados
de reis. (Romanos 5:14, 21) Em Gênesis 4:7, A
The New English Bible (Nova Bíblia em Inglês
[NE]) diz: “O pecado é um demônio de tocaia na
porta”, personificando o pecado como espírito
iníquo de tocaia nos passos de Caim. Mas,
naturalmente, o pecado não é uma pessoa
espiritual; personificar o espírito santo tampouco
o torna uma pessoa espiritual (Deve-se Crer na
Trindade?, página 21).

JESUS falou do (sic) espírito santo como sendo


“ajudador” e disse que este ensinaria, guiaria e
falaria. (João 14:16, 26; 16:13) A palavra grega
que ele usou para ajudador (pa·rá·kle·tos) está no
gênero masculino. Assim, quando Jesus se referiu
ao que o ajudador iria fazer, ele usou pronomes
no masculino. (João 16:7, 8) Por outro lado,
quando se usa a palavra grega neutra para espírito
(pneú·ma), emprega-se apropriadamente um
pronome neutro (por exemplo, “it” em inglês)
(Deve-se Crer na Trindade?, página 22).

Todos esses argumentos são falaciosos e foram


construídos ao longo da história da organização,
eles precisam ser analisados à luz da Palavra de
Deus, pois o Espírito Santo mantém relações com
os cristãos de maneira tal que somente uma pessoa
poderia ter, como mestre, consolador, santificador e
guia.

O Espírito Santo ensina. “Mas aquele Consolador,


o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu
nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará
lembrar de tudo quanto vos tenho dito” (Jo
14.26). Ele é enviado pelo Pai, assim como o
Filho o foi, a diferença é que o Verbo divino
assumiu a forma humana ao entrar no mundo, o
Espírito Santo veio como um “vento veemente e
impetuoso” (At 2.2), mas foi enviado, e duas
funções dele são apresentadas no presente texto:
ensinar e lembrar, pois ele “vos ensinará todas as
coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos
tenho dito”.
O Espírito Santo fala. “E, servindo eles ao Senhor e
jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a
Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho
chamado” (At 13.2). Temos aqui uma narrativa na
qual o Espírito Santo é um dos personagens, ele
aparece na história falando literalmente, escolhendo
obreiros para o campo missionário. O que querem
mais as testemunhas de Jeová? Dizer que se trata de
uma figura de linguagem? É um argumento
falacioso. Há inúmeras passagens bíblicas
mostrando que o Espírito Santo fala (Ap 2.7, 11,
17).
O Espírito Santo guia em toda a verdade. “Mas,
quando vier aquele Espírito da verdade, ele vos
guiará em toda a verdade, porque não falará de si
mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos
anunciará o que há de vir” (Jo 16.13). Ele guia e o
Senhor Jesus afirma ainda que ele fala, ouve e
conhece o futuro. Se isso for figura de linguagem,
não existirá mais texto literal.
O Espírito Santo julga. “Na verdade, pareceu bem
ao Espírito Santo e a nós não vos impor mais
encargo algum, senão estas coisas necessárias” (At
15.28). Ele aparece intervindo numa decisão do
primeiro concílio e isso não é linguagem figurada.
O Espírito Santo ama. “E rogo-vos, irmãos, por
nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor do Espírito,
que combatais comigo nas vossas orações por mim a
Deus” (Rm 15.30). Quem ama tem sentimento e
sensibilidade.
O Espírito Santo contende. “Então, disse o
SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para
sempre com o homem, porque ele também é carne;
porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn
6.3). Uma força ativa e impessoal não possui
atributos pessoais, logo, não pode contender.
O Espírito Santo convida. “E o Espírito e a esposa
dizem: Vem! E quem ouve diga: Vem! E quem tem
sede venha; e quem quiser tome de graça da água da
vida” (Ap 22.17). O Espírito Santo e os crentes
convidando a todos que desejarem a salvação.
O Espírito Santo intercede. “E da mesma maneira
também o Espírito ajuda as nossas fraquezas;
porque não sabemos o que havemos de pedir como
convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós
com gemidos inexprimíveis” (Rm 8.26). Ele nos
ajuda, intercede por nós e ele geme.
Ele possui as faculdades da personalidade:
intelecto, emoção e vontade. Ele penetra todas as
coisas (1 Co 2.10, 11), e é inteligente (Rm 8.27);
tem emoção (Ef 4.30) e vontade (At 16.6-11; 1 Co
12.11). Outra prova da personalidade do Espírito
Santo é que ele reage a certos atos praticados pelo
homem. Pedro obedeceu ao Espírito Santo (At
10.19, 21); Ananias mentiu ao Espírito Santo (At
5.3); Estêvão disse que os judeus sempre resistiram
ao Espírito Santo (At 7.51); o apóstolo Paulo nos
recomenda não entristecer o Espírito Santo (Ef.
4.30); os fariseus blasfemaram contra o Espírito
Santo (Mt 12.29-31); os cristãos são batizados em
seu nome (Mt 28.19).
É verdade que as figuram existem, como nos
símbolos do Espírito Santo, que são reflexos das
suas múltiplas operações, mas de maneira alguma
comprometem sua personalidade e sua divindade.
Em Lucas 3.16, ele é ilustrado como fogo, porque o
fogo aquece, ilumina e se espalha purificando. Não
que ele seja um fogo desprovido de personalidade,
pois a Bíblia também chama o Deus-Pai de “fogo
consumidor” (Hb 12.29), sem comprometer sua
personalidade. Da mesma forma, com referência à
água, pois em João 7.37-39 é ilustrado como água.
Assim como a água é indispensável à vida física de
qualquer ser vivo, ele é indispensável à vida do
crente. Ela refresca, refrigera e dá uma sensação de
tranqüilidade e bem-estar, e é isso que o Espírito
Santo realiza na vida do crente.
Como acontece com o fogo e a água, o mesmo
sucede ao vento, em João 3.8, representando a ação
sobrenatural do Espírito Santo. Do mesmo modo
que é um mistério a ação do vento aos olhos
humanos, é também um mistério, a sua obra
regeneradora. O mesmo se diz da pomba, em João
1.32, que é símbolo de mansidão, brandura,
simplicidade, pureza, amor, paz, longanimidade
(Gl 5.22). A expressão “em forma”, em Lucas 3.22,
revela que ele desceu sobre Jesus numa aparência ou
na figura de uma pomba, e não que ele seja uma
pomba. A palavra grega aqui é eidos, “aparência
(exterior), aspecto, forma” e não morphe, “forma,
manifestação visível”. A primeira palavra significa
mera aparência e a segunda, a sua própria natureza
e essência.
A passagem bíblica citada pelas testemunhas de
Jeová declara: “Mas a sabedoria é justificada por
todos os seus filhos” (Lc 7.35); a passagem paralela
está em Mateus 11.19, falam sobre os “filhos da
sabedoria”. Trata-se de uma expressão hebraísta
para designar os sábios. Ela é personificada algumas
vezes (Pv 1.20-23) e em Provérbios, capítulos 8 e 9.
O mesmo pode ser dito da personificação da morte
e do pecado, pois, quando o apóstolo Paulo escreve
dizendo que “a morte reinou de Adão até Moisés”
(Rm 5.14) ou que “o pecado reinou na morte” (Rm
5.21), significa domínio, duas realidades abstratas
sobre o homem.
Sobre 1 João 5.8: “E três são os que testificam na
terra: o Espírito, e a água e o sangue”, o Corpo
Governante argumenta que a água e o sangue dão
testemunhos, e nem por isso esses elementos têm
personalidade. O texto sagrado aqui é uma
reiteração do v. 6, em que a água são o batismo e a
unção de Jesus Cristo; o sangue, o sangue expiador
derramado na cruz. Esses dois elementos são provas
da obra que Jesus realizou, sendo também o
Espírito Santo uma testemunha viva dessas coisas,
tanto naquele tempo quanto agora. A falácia dos
argumentos das testemunhas de Jeová é que não há
em toda a Bíblia a idéia de ser a sabedoria, ou a
morte, ou o pecado, ou a água, ou o sangue uma
pessoa literal, nem apresentam atributos pessoais, a
não ser de forma metafórica. Usar essas
personificações para contrabalançar a verdadeira
identidade do Espírito Santo não parece ser atitude
sensata. As Escrituras não personificam o Espírito
Santo, por não haver necessidade disso, já que ele é
uma pessoa.
Outra fraqueza do Corpo Governante é a exegese
falaciosa que revela a atitude desrespeitosa diante
do seu público ao manipular seus leitores, ao
afirmar: “quando Jesus se referiu ao que o ajudador
iria fazer, ele usou pronomes no masculino (João
16.7, 8). Por outro lado, quando se usa a palavra
grega neutra para espírito (pneú·ma), emprega-se
apropriadamente um pronome neutro (por
exemplo, ‘it’ em inglês)”. A parte final dessa
declaração é enganosa, pois na primeira parte do
parágrafo é citado o texto de João 16.13, e nele o
pronome grego está no masculino, mas esse não é o
único caso, como veremos a seguir.
É verdade que os substantivos gregos apresentam
três gêneros: masculino, feminino e neutro e que o
termo grego pneuma, usado amplamente no Novo
Testamento para “espírito”, é substantivo neutro.
Assim, os pronomes devem concordar com o
substantivo em gênero, número etc. Até esse ponto
estamos de acordo com a declaração acima, porém
há situação em que o pronome está no masculino,
como em João 16.13, 14; 15.26.

Mas, quando vier aquele Espírito da verdade, ele


vos guiará em toda a verdade, porque não falará
de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e
vos anunciará o que há de vir. Ele me glorificará,
porque há de receber do que é meu e vo-lo há de
anunciar (Jo 16.13, 14) – grifo nodsso.

Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte


do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito da
verdade, que procede do Pai, testificará de mim
(Jo 15.26) – grifo nosso.

É verdade que pneuma, “espírito”, é um


substantivo neutro, mas não é verdade que se
emprega o pronome neutro em João 16.13: “aquele
Espírito de verdade”, que em grego é ekeinos to
pneuma tes aletheias, e ekeinos é masculino, “aquele”,
entretanto, o neutro é ekeino, “aquilo”. Esse não é o
único caso em que o Novo Testamento emprega o
pronome masculino para o Espírito Santo. No
versículo seguinte, esse mesmo emprego pronominal
se repete: “Ele me glorificará” (v. 14), e também em
João 15.26: “aquele Espírito da verdade”. Afirma
Hodge: O uso do pronome masculino ele, em lugar
do pronome neutro grego, mostra que o Espírito é
uma pessoa. Aliás, pode-se dizer que paraklētos é
masculino, e por isso o pronome que se refere a ele
tem de ser do mesmo gênero. Mas como as palavras
to pneuma estão interpostas, às quais se refere o
neutro [...], o pronome seguinte naturalmente
estaria no gênero neutro, se o sujeito a que se refere,
pneuma, não fosse uma pessoa. No capítulo seguinte
(Jo 16.13-14), não há base para tal objeção. Ali se
diz: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele
[ekeinos] vos guiará a toda a verdade; porque não
falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver
ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele
me glorificará (ekeinos doxasei), porque há de receber
do que é meu e vo-lo há de anunciar”. Aqui não há
possibilidade de considerar o uso do pronome
pessoal ele (ekeinos) em nenhuma outra base que não
a da pessoalidade do Espírito (página 391).
O Corpo Governante, no entanto, oculta esse
fato de seus seguidores, pois freqüentemente não
conta toda a verdade, isso revela o que todos já
sabem: esses teólogos da organização não estão
preocupados com a verdade exarada na Palavra de
Deus, mas em incutir na mente das testemunhas de
Jeová suas crenças peculiares. É uma atitude
indigna e pouco nobre para quem se declara ser a
única religião verdadeira da Terra e o único canal
de comunicação entre Jeová e o ser humano.
Refutando os argumentos das testemunhas de
Jeová
A organização ensina: “Quanto ao ‘Espírito
Santo’, a suposta terceira Pessoa da Trindade, já
vimos que não se trata de uma pessoa, mas da força
ativa de Deus” (Poderá Viver..., página 40, § 17).
Os argumentos apresentados nesse mesmo
parágrafo, contra a personalidade do Espírito
Santo, baseiam-se em analogias falaciosas: João, o
Batizador, disse que Jesus batizava com (sic)
espírito santo, assim como João batizava em águas.
Portanto, assim como água não é pessoa, tampouco
o (sic) espírito santo é pessoa... depois da morte e
ressurreição de Jesus, quando o (sic) espírito santo
foi derramado sobre os seguidores deste... A Bíblia
diz: “Todos eles ficaram cheios (sic) de espírito
santo.” (Atos 2:4) Ficaram eles “cheios” duma
pessoa?
O argumento de que João batizava com água,
Jesus batiza no Espírito Santo, água não é pessoa,
logo, o Espírito Santo também não pode ser pessoa,
não tem sustentação bíblica alguma. É pensamento
inconsistente, uma vez que o batismo nas águas
representa imersão nelas, significando nova vida
com Cristo (Rm 6.4, 5) e o batismo no Espírito
Santo significa ser alguém revestido dele. Em 1
Coríntios 10.2, lemos que o povo de Israel foi
batizado em Moisés, nem por isso Moisés perdeu a
sua personalidade.
Afirmar que o Espírito Santo não pode ser uma
pessoa porque ele foi derramado é outra falácia,
pois o apóstolo Paulo disse: “Porque eu já estou
sendo oferecido por aspersão de sacrifício, e o
tempo da minha partida está próximo” (2 Tm 4.6).
A Versão Atualizada de Almeida substituiu
“aspersão” por “libação”. A própria TNM verteu
essa passagem da seguinte forma: “Pois, já estou
sendo derramado como oferta de bebida, e o tempo
devido para o meu livramento é eminente”. Agora,
perguntamos às testemunhas de Jeová: “Como pode
o apóstolo Paulo, sendo pessoa, ser derramado?”
Elas não ousam negar a personalidade do apóstolo
por causa disso, não é mesmo? Mas trata-se de uma
figura de linguagem, certamente responderão. Por
que essa “figura de linguagem” não pode ser
também aplicada ao Espírito Santo?
Como pode uma pessoa ser cheia de outra? Essa
pergunta é outro argumento usado pelas
testemunhas de Jeová contra a personalidade do
Espírito Santo, mas não resiste ao exame na própria
literatura da Torre de Vigia, pois o Corpo
Governante ensina que Satanás é uma pessoa:
“Satanás, o Diabo, é uma pessoa real... Tanto Deus
como o Diabo são pessoas espirituais” (Poderá
Viver..., página 18, § 7). Veja que a própria TNM
reza em Lucas 22:3: “Mas Satanás entrou em Judas,
o chamado Iscariotes”. Tornamos a perguntar às
testemunhas de Jeová: “Como pode uma pessoa
entrar em outra? Esses exemplos revelam a falácia
dos argumentos do Corpo Governante. Seus
teólogos estão equivocados, personalidade não é
sinônimo de corporeidade. A Bíblia menciona
várias vezes a personalidade de Deus, ele tem voz e
forma (Jo 5.37) e outros atributos pessoais, e a
própria Torre de Vigia reconhece isso; entretanto, a
Bíblia declara: “Deus é Espírito” (Jo 4.24).
O fato de alguém estar cheio do Espírito Santo
ou revestido dele não quer dizer que ele seja
impessoal. Para esses mesmos argumentos da Torre
de Vigia nós temos a resposta com outra pergunta:
“Como pode ser Jesus uma pessoa e ser alguém
morada dele? Disse Jesus: “Se alguém me ama,
guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e
viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23).
O apóstolo Paulo disse: “Meus filhinhos, por quem
de novo sinto as dores de parto, até que Cristo seja
formado em vós” (Gl 4.19). Como pode Jesus ser
formado em alguém, sendo ele uma pessoa? Paulo
disse ainda: “Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Como
a Torre de Vigia explica tudo isso? Nega também a
personalidade do Senhor Jesus Cristo por causa
disso? Claro que não. Por que, pois, negam a
personalidade do Espírito Santo, utilizando-se do
mesmo argumento? Isso porque não há indicação
direta nas Escrituras em favor do Corpo
Governante, assim, seus teólogos precisam de
inúmeras explicações complicadas na tentativa de
convencer seus seguidores de suas crenças, uma
teologia desconhecida dos apóstolos, combatida e
condenada pela patrística, rejeitada pelos
reformadores do século 16.
A Torre de Vigia ensina que o Espírito Santo não
tem identidade pessoal porque tal expressão ocorre
21 vezes no Novo Testamento sem o artigo. Porém,
esses teólogos das testemunhas de Jeová não
ensinam que o artigo grego aponta o objeto ou
chama a atenção para ele, e que a sua ausência pode
ou não indicar indefinição. O nome de Jesus ocorre
mais de 900 vezes no Novo Testamento e aparece
cerca de 350 vezes sem o artigo, e nem por isso
Jesus deixa de ter identidade pessoal. Numa
pesquisa honesta, o Corpo Governante teria
mostrado as 73 vezes que o Espírito Santo aparece
com o artigo definido, mas não o fazem porque tal
procedimento atrapalha a exposição de suas crenças.
SUA DIVINDADE
Negar sua personalidade e divindade é insultá-lo,
é fazer agravo ao Espírito da graça (Hb 10.29),
sendo tal pecado imperdoável: “E, se qualquer
disser alguma palavra contra o Filho do homem,
ser-lhe-á perdoado, mas, se alguém falar contra o
Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste
século nem no futuro” (Mt 12.32). Ele iguala-se ao
Pai e ao Filho, tendo também um nome, pois o
Senhor Jesus determinou que os seus discípulos
batizassem “em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo” (Mt 28.19). Isso significa ser o
Espírito Santo objeto de nossa fé, pois em seu nome
somos batizados, indicando reconhecimento igual
ao do Pai e do Filho. Sobre a “comunhão com o
Espírito Santo” (2 Co 13.13), mostra que ele é não
apenas objeto de nossa fé, mas também de nossa
oração e adoração.
O Consolador
O termo grego empregado por Jesus para
“consolador” é parakletos, que significa “defensor,
advogado, intercessor, auxiliador”, as testemunhas
de Jeová usam “ajudador”. Aparece apenas cinco
vezes no Novo Testamento, nos escritos joaninos,
quatro vezes no evangelho referindo-se ao Espírito
Santo (Jo 14.16, 26; 15.26; 16.7), e uma, na sua
primeira epístola, traduzido por “Advogado”,
aplicado ao Senhor Jesus: “Meus filhinhos, estas
coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus
Cristo, o Justo” (1 Jo 2.1). Segundo Vine, em seu
Diccionario Expositivo de Palabras del Nuevo
Testamento, vol. I: “Usava-se nas cortes de justiça
para denotar um assistente legal, um defensor, um
advogado” (página 310). Seria sensato alguém
imaginar o uso do vocábulo “advogado” para uma
força impessoal? De modo nenhum! É óbvio que, se
o Senhor Jesus chamou o Espírito Santo de
Paracleto, não pode ser ele uma força impessoal.
“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro
Consolador, para que fique convosco para sempre”
(Jo 14.16). Em outras palavras, Jesus dizia aos seus
discípulos que estava voltando para o Pai, mas que
continuaria cuidando da Igreja, pelo seu Espírito
Santo, seu Paracleto, um como ele, que teria o
mesmo poder para preservar o seu povo. A palavra
“outro” aqui é, no original grego, allos, que significa
“outro”, da mesma natureza, da mesma espécie e da
mesma qualidade. Segundo A. T. Robertson, em
Imágenes Verbales en el Nuevo Testamento: “Outro da
mesma classe (allon, não heteron)” (tomo 5, página
279). Se o Espírito fosse uma força ativa, impessoal,
a palavra correta para “outro” seria heteros, que, de
acordo com o Léxico Grego-Inglês de Liddell & Scott,
significa: “o outro, um de dois...; um outro...;
outro do usual, diferente” (página 702). O
Dicionário Vine afirma: O termo allos expressa uma
diferença numérica e denota “outro do mesmo
tipo”; o termo heteros expressa uma diferença
qualitativa e denota “outro de tipo diferente”.
Cristo prometeu enviar “outro Consolador” – allos,
“outro como Ele”, não heteros (Jo 14.16) - página
839.
O Espírito Santo, portanto, é alguém como
Jesus, da mesma substância, glória e poder. Cristo
deu mais detalhes sobre o Consolador: Mas aquele
Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em
meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará
lembrar de tudo quanto vos tenho dito... Mas,
quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai
vos hei de enviar, aquele Espírito da verdade, que
procede do Pai, testificará de mim... Todavia, digo-
vos a verdade: que vos convém que eu vá, porque, se
eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu
for, enviar-vo-lo-ei (Jo 14.26; 15.26; 16.7).
O Consolador é enviado pelo Pai em nome de
Jesus para ensinar os discípulos, fazer lembrar de
tudo o que o Filho ensinou e para testificar dele.
Não é possível uma força ativa e impessoal ser
enviada em nome de alguém tendo tais atributos.
Provas bíblicas da Divindade do Espírito Santo
“Disse, então, Pedro: Ananias, por que encheu
Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo e retivesses parte do preço da
herdade? Guardando-a, não ficava para ti? E,
vendida, não estava em teu poder? Por que formaste
este desígnio em teu coração? Não mentiste aos
homens, mas a Deus” (At 5.3, 4 - grifo nosso).
Veja que Deus e o Espírito Santo, aqui, são uma
mesma divindade. Primeiro o apóstolo diz que
Ananias mentiu ao Espírito Santo e depois o
mesmo Espírito é chamado de Deus.
“Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que
o Espírito de Deus habita em vós?” (1 Co 3.16). O
Espírito Santo é chamado aqui de Deus, pois o
apóstolo usa alternadamente os nomes “Deus” e
“Espírito Santo”. Isso porque o cristão é templo de
Deus, Jesus disse: “Se alguém me ama, guardará a
minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para
ele e faremos nele morada” (Jo 14.23). Assim, o
Deus trino habita no crente: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. Como em Atos 5.3, 4, Deus e o
Espírito Santo são uma mesma deidade.
“E, vindo ele a Leí, os filisteus lhe saíram ao
encontro, jubilando; porém o Espírito do
SENHOR possantemente se apossou dele, e as
cordas que ele tinha nos braços se tornaram como
fios de linho que estão queimados, e as suas
amarraduras se desfizeram das suas mãos” (Jz 15.14
– grifo nosso). => “E disse ela: Os filisteus vêm
sobre ti, Sansão. E despertou do seu sono e disse:
Sairei ainda esta vez como dantes e me livrarei.
Porque ele não sabia que já o SENHOR se tinha
retirado dele” (Jz 16.20 – grifo nosso). Na primeira
citação é o Espírito Santo quem se apodera de
Sansão, na segunda, afirma que Sansão não sabia
que o Deus Javé havia se retirado dele. O Espírito
de Javé e o próprio Javé são identificados aqui como
o mesmo Deus.
“E chamou o nome daquele lugar Massá e
Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel,
e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o
SENHOR no meio de nós, ou não?” (Êx 17.7 –
grifo nosso) => “Portanto, como diz o Espírito
Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais o
vosso coração, como na provocação, no dia da
tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram,
me provaram e viram, por quarenta anos, as minhas
obras” (Hb 3.7-9 – grifo nosso). O Antigo
Testamento ensina que os filhos de Israel tentaram
a Javé, entretanto, o Novo Testamento o
identificado como o Espírito Santo.
“O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua
palavra esteve em minha boca. Disse o Deus de
Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá
um justo que domine sobre os homens, que domine
no temor de Deus” (2 Sm 23.2, 3 – grifo nosso).
Aqui, mostra que o Espírito Santo é o mesmo Deus
de Israel.
SENHOR
“Depois disso, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A
quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse
eu: eis-me aqui, envia-me a mim. Então, disse ele:
Vai e dize a este povo: Ouvis, de fato, e não
entendeis, e vedes, em verdade, mas não percebeis.
Engorda o coração deste povo, e endurece-lhe os
ouvidos, e fecha-lhe os olhos; não venha ele a ver
com os seus olhos, e a ouvir com os seus ouvidos, e
a entender com o seu coração, e a converter-se, e a
ser sarado” (Is 6.8-10 – grifo nosso). => “E, como
ficaram entre si discordes, se despediram, dizendo
Paulo esta palavra: Bem falou o Espírito Santo a
nossos pais pelo profeta Isaías, dizendo: Vai a este
povo e dize: De ouvido, ouvireis e de maneira
nenhuma entendereis; e, vendo, vereis e de maneira
nenhuma percebereis. Porquanto o coração deste
povo está endurecido, e com os ouvidos ouviram
pesadamente e fecharam os olhos, para que nunca
com os olhos vejam, nem com os ouvidos ouçam,
nem do coração entendam, e se convertam, e eu os
cure” (At 28.25-27 – grifo nosso). No versículo 8,
o profeta afirma que Adonai falou com ele,
entretanto, o apóstolo Paulo afirma ser ele o
próprio Espírito Santo.
“Mas, quando se converterem ao Senhor, então, o
véu se tirará. Ora, o Senhor é Espírito; e onde está o
Espírito do Senhor, aí há liberdade. Mas todos nós,
com cara descoberta, refletindo, como um espelho,
a glória do Senhor, somos transformados de glória
em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito
do Senhor” (2 Co 3.16-18). A TNM traz no
versículo 17: “Jeová é o Espírito”, e no, 18: “por
Jeová, [o] Espírito”. Interessante é que o Corpo
Governante empregou, indevidamente, 237 vezes o
nome “Jeová” nas Escrituras Gregas Cristãs, sendo
que não aparece uma vez sequer nos manuscritos
gregos do Novo Testamento, no entanto, são
obrigados a admitir que sua versão oficial afirma
que o Espírito Santo é Jeová.
A parte final do v. 18 declara: “como pelo
Espírito do Senhor”, em grego apo kyrios pneumatos,
mas a Versão Atualizada de Almeida traduz assim:
“como pelo Senhor, o Espírito”; a Tradução
Brasileira: “como pelo Senhor o Espírito” e a Nova
Versão Internacional: “a qual vem do Senhor, que é
o Espírito”. A expressão grega, literalmente, seria:
“Senhor Espírito”, mas o texto permite quatro
traduções, assim: a) O Senhor do Espírito; b) o
Espírito do Senhor; c) o Espírito que é o Senhor; d)
Senhor, o Espírito. Vários eruditos sustentam essa
possibilidade. O apóstolo está mostrando que o
Espírito é o Senhor, embora o separe de Cristo em
pessoa, identificando-o em natureza e divindade. O
Senhor aqui é uma referência a Jesus.
Seus atributos
A divindade do Espírito Santo é revelada na
Bíblia, também nos seus atributos divinos, como
acontece com o Senhor Jesus Cristo. Ele é
onipotente (Rm 15.19), as Escrituras Sagradas
ensinam ser o Espírito a fonte de poder e milagres
(Mt 12.28; At 2.4; 1 Co 12.9-11). A onipresença é
outro atributo incomunicável de Deus presente na
terceira Pessoa da Trindade, o que mostra ser ele
onipresente (Sl 139.7-10). Ele conhece todas as
coisas, até as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11)
o coração do homem (Ez 11.5; Rm 8.26,27; 1 Co
12.10; At 5.3-9) e é conhecedor do futuro (Lc
2.26; Jo 16.13; At 20.23; 1 Tm 4.1; 1 Pe 1.11),
isso por ser ele onisciente. Possui o atributo da
eternidade, pois é chamado de “Espírito eterno”
(Hb 9.14). É o Criador do homem e do mundo (Jó
26.13; 33.4; Sl 104.30), e, também, o salvador (Ef
1.13; 4.30; Tt 3.4, 5). A Palavra de Deus
apresenta, de igual modo, seus atributos
comunicáveis, como santidade, pois o Espírito
Santo é santo (Rm 15.16; 1 Jo 2.20), é a verdade
(1 Jo 5.6), é sábio (Is 11.2; Jo 14.26; Ef 1.17).
Suas obras
São inúmeras as obras de Deus efetuadas pelo
Espírito Santo. Ele gerou a Jesus Cristo (Lc 1.35),
dá a vida eterna (Gl 6.8), guia o seu povo (Sl
143.10; Is 63.14; Rm 8.14; Gl. 5.18), pois é o
Senhor da Igreja (At 20.28) e santificador dos fiéis
(Rm 15.16; 1 Pe 1.2). O Espírito habita nos
crentes (Jo 14.17; Rm 8.11; 1 Co 3.16; 6.19; 2
Tm 1.14; Tg 4.5) é o autor do novo nascimento
(Jo 3.5,6; Tt 3.5) da vida (Ez 37.14; Rm 8.11-13)
e o distribuidor dos dons espirituais (1 Co 12.7-
11).
Diante do exposto, fica claro que a Bíblia ensina
com todas as letras, de maneira direta e textual, que
o Espírito Santo é Deus e revela nele as obras e os
atributos da divindade e da personalidade. Os
argumentos, portanto, das testemunhas de Jeová
são infundados, pois não têm sustentação bíblica.

***

Sobre a alma

O conceito de heresia adotado ao longo da


história da Igreja segue a idéia apresentada por
Irineu de Lião. Segundo ele, a doutrina apostólica
desde o primeiro século baseia-se em duas regras
gerais: 1) a visão sobre Deus, o mundo, o homem e
a salvação; 2) a hermenêutica, pois a interpretação
fora dos parâmetros estabelecidos era considerada
como não-cristã. Esse argumento fundamenta-se em
Romanos 1, em que “Paulo enfatiza que a razão
específica para a ira divina é a visão distorcida que a
humanidade tem de Deus (Rm 1.19-21, 28), do
mundo criado (Rm 1.23-25) e da própria
humanidade (Rm 1.22, 32) [...] Conclui-se desse
texto que as mensagens que refletem essas
percepções distorcidas não podem ser descritas
como cristãs” (Ensaios Apologéticos, páginas
389,390).
A doutrina sectária é contra a ortodoxia cristã
sobre Deus, o mundo, o homem e a salvação,
baseando, sobretudo suas crenças numa
interpretação peculiar. Diante do exposto nos
capítulos anteriores, fica mais que provado que a
doutrina de Deus defendida pelas testemunhas de
Jeová é inadequada, sem apoio bíblico, tratando-se
de um deus estranho às Escrituras, de um Jesus que
não é o pregado pelos apóstolos e de um espírito
santo completamente desconhecido na Bíblia. Elas,
igualmente, ensinam uma teologia sem
fundamentação bíblica no que tange ao homem e
seu destino, a começar pela a alma.

DEFININDO OS TERMOS
Corpo, alma e espírito são os três elementos
constituintes do ser humano. Essa doutrina é
chamada de tricotomia, pois há teólogos que
defendem a dicotomia, dois elementos da natureza
humana. Não cabe aqui discutir essa questão, o
nosso enfoque é a alma, mas somos da linha
tricotomista.
A palavra hebraica para “alma” é nephesh, que
segundo os dicionários e léxicos de hebraico
significa: “vida, alma, criatura, pessoa, apetite,
mente” e aparece 754 vezes no Antigo Testamento.
O termo grego é psyche, “alma, vida, ser humano”,
aparece 103 vezes no Novo Testamento. Em ambas
as línguas o vocábulo, na Bíblia, precisa ser
entendido à luz do seu contexto, por causa de seus
vários significados.
Como um dos elementos constituintes do ser
humano, a alma é uma substância incorpórea e
invisível do homem, inseparável do espírito, embora
distinta dele, formada por Deus dentro do homem,
consciente mesmo fora do corpo. Ela é a sede das
emoções, desejos e paixões, cuja comunicação com
o mundo exterior é manifestada por meio do corpo.
É a partir dela que o homem sente, goza e sofre
tudo através dos órgãos sensoriais. É algo inerente
ao ser humano, e é o centro de sua vida afetiva,
volitiva e moral. É ela que presta conta a Deus dos
atos humanos.
O espírito é uma entidade distinta da alma que,
às vezes, se confunde com ela. A passagem de
Eclesiastes 12.7: “e o pó volte à terra, como o era, e
o espírito volte a Deus, que o deu”, é um exemplo.
A passagem obviamente fala da morte dos justos,
pois o espírito também peca (2 Co 7.1). O
“espírito”, aqui, diz respeito ao homem interior,
englobando a alma. É por causa de passagens como
essa que levam teólogos a defenderem a dicotomia.
Há teólogos e estudiosos que afirmam ser o
homem dicótomo, isto é, ser constituído de duas
partes (corpo e alma), sendo alma e espírito a
mesma coisa. A Bíblia, porém, mostra claramente
que o homem é tricótomo, e essa tricotomia pode
ser vista nas Escrituras Sagradas: “Porque a Palavra
de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que
espada alguma de dois gumes, e penetra até à
divisão da alma e do espírito, das juntas e medulas,
e é apta para discernir os pensamentos e intenções
do coração” (Hb 4.12). Aqui, encontramos os três
elementos: alma, espírito e as juntas e medulas, que
representam o corpo. Esses três elementos aparecem
também distintivamente: “E o mesmo Deus de paz
vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e
alma, e corpo, sejam plenamente conservados
irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus
Cristo” (1 Ts 5.23). Corpo, alma e espírito
aparecem aqui como elementos distintos.
REFUTAÇÃO BÍBLICA AO CONCEITO DE
ALMA DAS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
As crenças das testemunhas de Jeová fogem à
ortodoxia cristã, aproximando-se mais dos
heresiarcas da história do cristianismo, como Ário, e
dos grupos religiosos isolados, como os movimentos
dissidentes de Miller, do que mesmo da patrística e
dos reformadores. Sua teologia distingue-se nos
principais pontos cardeais da fé cristã, como a
doutrina de Deus, da Trindade e da divindade de
Jesus. A organização rejeita ainda a ressurreição
corporal de Jesus e a personalidade do Espírito
Santo. Afirma não existir o inferno como lugar de
suplício eterno para os maus, nega a sobrevivência
da alma após a morte e a salvação pela graça
mediante a fé. Trata-se de uma cosmovisão
inadequada que destoa do pensamento apostólico.
A segunda regra apresentada por Irineu de Lião,
em Demonstração da Pregação Apostólica diz respeito
aos parâmetros da interpretação. Todas as heresias e
aberrações doutrinárias são provenientes de
interpretações errôneas da Bíblia e significados
diferentes às palavras básicas da fé cristã. Só é
possível obter o sentido correto de um texto
mediante a aplicação correta da exegese e da
hermenêutica, considerando o contexto. Exegese é a
ciência da interpretação, a extração do autêntico
sentido da palavra, a análise do que ela afirma.
Uma boa exegese deve seguir as regras de
interpretação. Essas regras valem não somente para
as Escrituras Sagradas, mas também para qualquer
literatura. Porém, as crenças das testemunhas de
Jeová são calcadas numa exegese ruim e em
interpretações falsas.
O conceito de alma das testemunhas de Jeová é o
mesmo dos adventistas do sétimo dia. Seus teólogos
consideram-na como “a pessoa, o animal ou a vida
que a pessoa ou o animal usufrui” (Estudo Perspicaz
das Escrituras, vol. 1, página 90). Mais adiante, na
mesma página, afirma ser a alma, como substância
incorpórea, invisível e imortal, uma doutrina paga;
depois, continua dizendo que o termo, tanto no
hebraico como no grego, refere-se “àquilo que é
material, tangível, visível e mortal”. Como os
adventistas, a organização também nega a
sobrevivência da alma à morte (Nisto Cremos,
páginas 458, 459). Os adeptos da Sociedade Torre
de Vigia acreditam que tudo termina na morte.
Declaram estar em estado de inconsciência todos os
mortos, bons e ruins. Apenas as pessoas bondosas
serão ressuscitadas por Jeová.
A palavra “alma” apresenta significado vasto e
abrangente na Bíblia. Aparece com o sentido de
pessoa em si mesma (Gn 2.7; Êx 1.5; Ez 18.4). As
Escrituras chamam de “alma vivente” tanto o ser
humano como os animais simplesmente pelo fato
de ambos terem vida, mas há diferença no tipo de
alma que o homem é, pois foi feito um pouco
menor do que os anjos, e Deus o coroou de honra e
de glória (Sl 8.4, 5). Então, não é de admirar que a
Bíblia o chame de alma. Trata-se de uma figura de
linguagem. É uma sinédoque de parte pelo todo, o
interior do homem para representá-lo como um
todo. Ela é apresentada, ainda, como sangue (Lv
17.14). Essa identificação ocorre porque ele é
essencial à vida, “pois o sangue é a vida” (Dt
12.23), ou seja, nele está a vida do ser humano e
dos animais. Na maioria das vezes, não dá para
substituir alma por sangue, pessoa, vida, mas ela é
tudo isso. Depende unicamente do contexto bíblico
em que aparece.
A Palavra de Deus revela ainda a alma como a
parte imaterial que sobrevive à morte do corpo,
existente dentro do homem. Podemos apresentar
alguns exemplos bíblicos: “E não temais os que
matam o corpo e não podem matar a alma; temei,
antes, aquele que pode fazer perecer no inferno a
alma e o corpo” (Mt 10.28). Jesus está mostrando,
aqui, que não devemos temer os inimigos, porque o
máximo que eles podem fazer é matar-nos, isto é,
matar o corpo, nada mais podendo fazer com a
alma. Antes, devemos temer a Deus, pois ele pode
não só matar o corpo, como pode também fazer
perecer no inferno não só o corpo, mas também a
alma, o que mostra a sobrevivência dela à morte.
Interessante que a organização das testemunhas
de Jeová serve-se deste mesmo texto para negar a
existência da alma. O verbo grego usado para
“perecer” é apollymi, “destruir, perder, acabar-se,
perecer, perder-se”. A Versão Corrigida de Almeida
traduz por “perecer no inferno” e a TNM, “destruir
na Geena”. Está claro que ambas as traduções não
transmitem a mesma mensagem (excluindo a
questão de inferno e Geena, fora de discussão aqui).
Temos pelo menos dois modos de saber o que Jesus
está ensinando: o semântico e o contexto bíblico. O
Dicionário Vine registra: A idéia não é de extinção,
mas de ruína, perda, não de ser, mas de bem-estar.
Isto está claro pelo uso do verbo, como por
exemplo, o estrago dos odres de vinho (Lc 5.37); a
ovelha perdida, ou seja, perdida do pastor, estado
metafórico da destruição espiritual (Lc 15.4, 6,
etc); o filho perdido (Lc 15.24); o perecimento da
comida (Jo 6.27), do ouro (1 Pe 1.7) - página 555.
A passagem paralela registrada no evangelho de
Lucas lança luz sobre o assunto: “E digo-vos,
amigos meus: não temais os que matam o corpo e
depois não têm mais o que fazer. Mas eu vos
mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que,
depois de matar, tem poder para lançar no inferno;
sim, vos digo, a esse temei” (Lc 12.4, 5). O verbo
apollymi aparece 90 vezes no Novo Testamento,
predominando ligeiramente em Lucas. Se a extinção
da alma fosse o sentido correto, Lucas certamente
teria usado o mesmo verbo, mas não o fez, usou em
seu lugar o verbo embalo, “arrojar”. Assim, embalein
eis ten gennan significa: “arrojar na Geena”. A idéia
de extinção defendida pela organização das
testemunhas de Jeová não resiste à exegese bíblica.
O inimigo do cristão só pode matar o corpo, mas a
alma é algo especial, intangível, que está dentro do
homem.
“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do
altar as almas dos que foram mortos por amor da
palavra de Deus e por amor do testemunho que
deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até
quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não
julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam
sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas
vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda
um pouco de tempo, até que também se
completasse o número de seus conservos e seus
irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram”
(Ap 6.9-11). O texto revela os cristãos degolados
durante o período da Grande Tribulação, por se
recusarem a adorar a besta, cujas almas aparecem
debaixo do altar de Deus. Como se explicaria isso,
se a alma não sobrevivesse à morte? O texto diz
explicitamente que eles foram mortos na terra e que
agora suas almas se encontram no céu, debaixo do
altar de Deus.
“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo
desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é
muito melhor” (Fp 1.23). Que valor teria essa
declaração, se o crente não estivesse consciente na
presença do Senhor Jesus? Se o cristão, em sua
morte, estivesse dormindo, como saberia que estava
com Cristo? Ou não estão na companhia de Jesus?
Claro que sim. Paulo sabia disso porque ele disse:
“tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque
isto é ainda muito melhor”.
“Porque sabemos que, se a nossa casa terrestre
deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um
edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos
céus. E por isso também gememos, desejando ser
revestidos da nossa habitação, que é do céu...
sabendo que, enquanto estamos no corpo, vivemos
ausentes do Senhor... Mas temos confiança e
desejamos antes deixar este corpo, para habitar com
o Senhor” (2 Co 5.1-2, 6,8). O apóstolo ensina
que, quem partiu deste mundo, isto é, quem
morreu, cuja alma deixou a “casa terrestre deste
tabernáculo”, uma perífrase para designar o corpo,
está com Cristo, numa “casa não feita por mãos”,
habitação eterna revestido da nova habitação que é
do céu. A alma está unida às miríades de santos de
todas as eras, como os profetas, patriarcas,
apóstolos e demais justos e cristãos de todos os
tempos.
“E, acerca da ressurreição dos mortos, não tendes
lido o que Deus vos declarou, dizendo: Eu sou o
Deus d’Abraão, o Deus d’Isaque e o Deus de Jacó?
Ora que não é Deus dos mortos, mas dos vivos”
(Mt 22.31-32). Os saduceus eram os intelectuais da
época de Cristo, e eram, na sua maioria, sacerdotes
e membros do sinédrio, o supremo tribunal judaico
(At 5.17). Eles rejeitavam o Antigo Testamento. Só
aceitavam o Pentateuco — a Lei de Moisés. Os três
evangelhos sinóticos afirmam que eles não criam na
doutrina da ressurreição dos mortos (Mt 22.23; Mc
12.18; Lc 20.27) nem na existência de anjos e nem
na de espíritos (At 23.8). Alegavam que a crença da
ressurreição dos mortos não podia ser confirmada
nos escritos de Moisés. O historiador Flávio Josefo
declara que a crença deles era de que o corpo morria
com a alma (Antiguidades, Livro 18. 2.760). Eles
opunham-se aos fariseus, que criam nestas coisas.
A lei do levirato consiste no casamento do
cunhado com a viúva, quando o falecido não deixa
filho. O irmão do falecido deve tomar a sua
cunhada por mulher. Esta lei já existia mesmo antes
da revelação do Sinai (Gn 38.8). Moisés apenas a
regulamentou (Dt 25.5-10). O nome vem da
palavra latina “levir”, que significa “irmão do
marido”. Outro caso pode ser visto no casamento
de Rute (Rt 4.4-10) ainda que com algumas
modificações. Os saduceus citaram essa lei (Mc
12.19), mas com argumento artificial e até jocoso.
A intenção deles era não só desacreditar Jesus diante
do povo, como também fazer chacotas. Por isso
criaram uma situação ridícula e em cima dela
desenvolveram o seu argumento. O caso dos sete
casamentos, de uma mulher ficar viúva sete vezes,
casar-se com sete irmãos e todos eles morrerem, foi,
é claro, uma situação inventada. Dificilmente o
terceiro ou o quarto irmão a tomaria por mulher,
certamente seria considerado como mau presságio,
ainda mais numa comunidade extremamente
supersticiosa.
Os descendentes espirituais dos saduceus ainda
estão por aí. Os teólogos da Torre de Vigia são
especialistas em argumentos desse tipo. Nenhum
grupo religioso da terra se destacou tanto em forjar
e inventar raciocínios para persuadir o povo. Eles
têm até um manual de raciocínios para combater a
fé cristã histórica — Raciocínios à Base das Escrituras.
Os saduceus, em suas meticulosas pesquisas,
nunca descobriram a doutrina da ressurreição. Mas
Jesus não só disse que eles não conheciam as
Escrituras, como também provou isto. Ele mostrou
que a passagem da sarça ardente de Êxodo 3.6
ensina a vida após a morte. Deus não disse: “Eu era
o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque”, mas: “Eu
sou o Deus de Abraão, e o Deus de Isaque, e o
Deus de Jacó” (Mt 22.32). Isso mostra que esses
patriarcas ainda estão vivos para Deus: “Ora, Deus
não é Deus de mortos, mas de vivos, porque para
ele vivem todos” (Lc 20.38), e esperam uma pátria
melhor (Hb 11.16). Assim, Jesus esmagou esses
incrédulos com a arma deles, citando os escritos
mosaicos.
Jesus disse aos seus discípulos: “para que onde eu
estiver, estejais vós também” (Jo 14.3); “Para onde
eu vou não podes agora seguir-me, mas depois me
seguirás” (Jo 13.36). Na sua oração sacerdotal,
Jesus disse: “Pai, aqueles que me deste quero que,
onde eu estiver, também eles estejam comigo...” (Jo
17.24). Se a alma incluísse o corpo, que sentido
teriam essas promessas? Que valor haveria em estar
alguém ali? Os discípulos de Jesus o seguiram após
sua morte conforme as promessas que lhes havia
feito. A consciência é essencial ao conhecimento e é
justamente esse incentivo que nos faz desejar
ardentemente estar com Jesus Cristo. Então, todos
os fiéis do Senhor seguiram para onde ele foi, não
tendo sentido e não sendo bíblica a doutrina de que
tudo termina na morte e de que a alma é extinta
quando morremos.
Jesus disse: “Em verdade te digo que hoje estarás
comigo no Paraíso” (Lc 23.43). Essa passagem
ensina que o sono da alma é uma doutrina falsa,
mas as testemunhas de Jeová falsificaram essa
passagem na TNM: “Deveras, eu te digo hoje:
Estarás comigo no Paraíso”, simplesmente para se
harmonizar com o contexto teológico do Corpo
Governante. Trata-se de um antigo artifício usado
por todos os hereges da antiguidade que
procuraram negar a sobrevivência da alma após a
morte, para advogar a crença do sono da alma. Os
manuscritos gregos foram produzidos antes do uso
dos sinais gráficos de pontuação. Os principais
textos impressos do Novo Testamento grego usam,
na presente passagem, a vírgula antes da palavra
grega semeron “hoje’”, como o Textus Receptus, os
textos de Westcott-Hort, de Nestlé-Aland e o das
United Bible Societies. A organização omitiu a
vírgula antes da palavra “hoje”, pôs o sinal gráfico
dois pontos (:), depois dela, o que alterou
completamente o sentido do texto.
Outro exemplo de má exegese das testemunhas
de Jeová é com relação a dois textos no livro de
Eclesiastes (3.19-21; 9.5), passagens usadas com
muita freqüência por elas para justificar suas
crenças, mas cabe uma explicação.
“Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso
mesmo também sucede aos animais; a mesma coisa
lhes sucede: como morre um, assim morre o outro,
todos têm o mesmo fôlego; e a vantagem dos
homens sobre os animais não é nenhuma, porque
todos são vaidade. Todos vão para um lugar; todos
são pó e todos ao pó tornarão. Quem adverte que o
fôlego dos filhos dos homens sobe para cima e que
o fôlego dos animais desce para baixo da terra? (Ec
3.19-21). O livro de Eclesiastes é o relato das
reflexões de um grande sábio que filosofa sobre as
coisas “debaixo do sol”. Quando Salomão diz que
aquilo que sucede ao homem também sucede ao
animal, e que ambos vão para o mesmo lugar na
sua morte não contradiz a doutrina bíblica da
sobrevivência da alma, por duas razões principais, a
saber: 1) o texto em foco não faz menção da palavra
alma, o que revela a morte física comum tanto ao
homem como ao animal, e isso não diz respeito ao
além; 2) o tema é sobre as coisas que o escritor
sagrado viu “debaixo do sol”. O homem morre e o
animal também. Ambos são sepultados e isso,
aparentemente aos olhos humanos, demonstra que
têm o mesmo destino; mas o sábio escritor
inspirado conclui a sua mensagem dizendo: “Quem
adverte que o fôlego dos filhos dos homens sobe
para cima, e que o fôlego dos animais desce para
baixo da terra?” (Ec 3.21) isto é, “e o pó volte à
terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o
deu” (Ec 12.7).
Em Eclesiastes 9.5, está escrito: “Porque os vivos
sabem que hão de morrer, mas os mortos não
sabem coisa nenhuma, nem tampouco eles têm
jamais recompensa, mas a sua memória ficou
entregue ao esquecimento”. Trata-se de uma
passagem que, se vista de maneira superficial e
isolada, parece concordar com as idéias do Corpo
Governante. Porém, o texto bíblico deve ser
analisado à luz do seu contexto. Por mais honrado
que seja o homem, na sua morte, não pode receber
recompensa. Pode-se até construir a ele
monumentos, estátuas, dar o seu nome a ruas,
cidades e até países, mas isso só serve para perpetuar
a sua memória; para ele, pessoalmente, isso não vai
ajudar em nada com relação ao mundo dos vivos. É
isso que Salomão está dizendo aqui; do contrário, as
testemunhas de Jeová serão obrigadas a admitir que
não haverá ressurreição, e que ímpios e justos não
terão recompensa. Pergunte para um seguidor da
Torre de Vigia se ele acredita na vida futura e sua
resposta falará por si mesma. Essa mensagem
bíblica se aplica ao dia-a-dia, sobre tudo aquilo que
o escritor sagrado viu “debaixo do sol”.

A ESPERANÇA DAS TESTEMUNHAS DE


JEOVÁ
A religião do Corpo Governante não é
cristocêntrica, o centro de sua mensagem é Jeová,
afirma que “a nossa salvação está ligada
intimamente a uma correta apreciação do nome de
Deus” (O Nome Divino Que Durará Para Sempre,
página 26), indo mais além: “a sua vindicação
importa mais do que a salvação dos homens” (“Seja
Deus Verdadeiro”, página 31, § 15, edição de 1949;
página 28, § 16, edição de 1955). Trata-se de um
discurso falso, pois o nome “Jeová” sequer aparece
no Novo Testamento, como também é falso o
nome da organização, pois o cristão é testemunha
de Jesus, ele disse: “e ser-me-eis testemunhas tanto
em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e
até aos confins da terra” (At 1.8). As testemunhas
de Javé, segundo a Palavra de Deus, é Israel (Is
43.10-15), que Rutherford aplicou indevidamente
e de maneira aleatória ao seu movimento. Os
cristãos no primeiro século invocavam o nome de
Jesus (At 9.14, 20,21; 22.16; 1 Co 1.2).
O Senhor Jesus mandou pregar o arrependimento
e a remissão dos pecados: “E disselhes: Assim está
escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse e,
ao terceiro dia, ressuscitasse dos mortos; e, em seu
nome, se pregasse o arrependimento e a remissão
dos pecados, em todas as nações, começando por
Jerusalém” (Lc 24.46,47), e não escatologia e nem
uma terra paradisíaca. Ninguém jamais viu uma
testemunha de Jeová pregar a salvação em Jesus
Cristo, mas o reino de Jeová, uma doutrina muito
estranha, não há registros no Novo Testamento de
qualquer apóstolo ensinando o Tetragrama ou
falando o que ensina hoje o Corpo Governante.
No discurso do apóstolo Paulo no Areópago,
Atos 17, ele anunciava o nome de Jesus. O mesmo
fez na pregação em Beréia: “E este Jesus que vos
anuncio, dizia ele, é o Cristo” (At 17.3) e em
Atenas: “Porque lhes anunciava Jesus e a
ressurreição” (At 17.18). O apóstolo Pedro
começou a sua pregação, no dia de Pentecostes, em
nome de Jesus, disse logo após a introdução da
mensagem: “Varões israelitas, escutai estas palavras:
A Jesus Nazareno, varão aprovado por Deus entre
vós...” (At 2.22), concluindo esse discurso no
mesmo nome: “Saiba, pois, com certeza, toda a casa
de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes,
Deus o fez Senhor e Cristo” (2.36). Há, portanto,
um abismo intransponível entre a religião do Corpo
Governante e o cristianismo bíblico. O apóstolo
Paulo adverte os crentes contra o falso evangelho e
o falso Jesus (2 Co 11.4; Gn 1.8, 9).
As testemunhas de Jeová negam a doutrina dos
reformadores Sola Gratia e Solo Christos, “Somente a
Graça” e “Somente Cristo”. Elas afirmam que a
salvação é um alvo a ser cumprido e acreditam que
Jeová não garante vida eterna a ninguém, ele vai
decidir, depois do Armagedom, quem será salvo.
Trata-se de uma religião em que ninguém tem
certeza, nem garantia da redenção, e ousam usar a
Bíblia, fora do contexto, para fundamentar essa
doutrina: “porventura sereis escondidos no dia da
ira do SENHOR” (Sf 2.3); “Mas aquele que
perseverar até ao fim será salvo” (Mt 24.13);
“prossigo para o alvo” (Fp 3.14). São essas as três
passagens bíblicas básicas usadas com freqüência
pelos seguidores do Corpo Governante para
persuadir o povo de que ninguém pode dizer que é
salvo.
O profeta Sofonias avisa que a oportunidade de
arrependimento durará pouco tempo “antes que
saia o decreto, e o dia passe como a palha” (2.2),
antes que venha o castigo de Jerusalém (1.4), assim,
os mansos ou pobres da terra de Judá que buscarem
a Deus, a justiça e a mansidão, talvez escapem,
sejam escondidos, como de fato, aconteceu (2 Rs
25.12). Isso não tem nenhuma relação com a
doutrina da salvação. As palavras de Jesus
registradas em Mateus 24.13 em nada auxiliam o
Corpo Governante, pois é mais natural do que
respirar a necessidade de se permanecer firme na
graça. A passagem de Filipenses 3.14: “prossigo
para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de
Deus em Cristo Jesus”, é outro exemplo de má
exegese da Torre de Vigia. O que o apóstolo declara
no v. 12 é não ter ainda alcançado a perfeição, a
maturidade de cristão completo. O alvo, skopos,
“meta” em grego, era a fita colocada no final da
pista de corrida nos jogos olímpicos, para a qual o
atleta fitava os olhos. Esse alvo é Cristo e o prêmio
é o galardão dos salvos, “o meu galardão está
comigo para dar a cada um segundo a sua obra”
(Ap 22.12).
Os teólogos da organização acreditam ser a única
religião verdadeira do mundo, e a Torre de Vigia, o
único caminho para a salvação. Eles não acreditam
que o céu seja o destino de todos os cristãos, mas
apenas para 144.000 fiéis testemunhas de Jeová, as
demais são as que herdarão a terra, identificadas nas
suas publicações como a “classe da grande
multidão”. Segundo Russell, apenas as pessoas
consagradas que se dedicavam totalmente a Deus
faziam parte do grupo da “noiva”, os 144.000 (A
Sentinela, edição americana, maio de 1881, página
224). Em maio de 1881, ele afirmou estarem
abertas as portas, mas que poderiam se fechar a
qualquer momento a partir de 2 de outubro
daquele ano. Rutherford alterou essa doutrina,
quando apresentou o seu discurso no Congresso de
Washington D. C., realizado em 1935,
oficializando a doutrina da grande multidão,
dando-lhe a forma seguida pelas testemunhas de
Jeová até a edição de A Sentinela, 1º de maio de
2007, página 31, em que publica o aumento de
vagas no céu.
Essa crença baseia-se numa hermenêutica
infundada dos 144.000 mencionados no livro de
Apocalipse:

E ouvi o número dos assinalados, e eram cento e


quarenta e quatro mil assinalados, de todas as
tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá,
havia doze mil assinalados; da tribo de Rúben,
doze mil; da tribo de Gade, doze mil; da tribo de
Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da
tribo de Manassés, doze mil; da tribo de Simeão,
doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da tribo de
Issacar, doze mil; da tribo de Zebulom, doze mil;
da tribo de José, doze mil; da tribo de Benjamim,
doze mil (Ap 7.4-8).
E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o
monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro
mil, que em sua testa tinham escrito o nome dele
e o de seu Pai. E ouvi uma voz do céu como a voz
de muitas águas e como a voz de um grande
trovão; e uma voz de harpistas, que tocavam com
a sua harpa. E cantavam um como cântico novo
diante do trono e diante dos quatro animais e dos
anciãos; e ninguém podia aprender aquele
cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil
que foram comprados da terra. Estes são os que
não estão contaminados com mulheres, porque
são virgens. Estes são os que seguem o Cordeiro
para onde quer que vai. Estes são os que dentre os
homens foram comprados como primícias para
Deus e para o Cordeiro. E na sua boca não se
achou engano; porque são irrepreensíveis diante
do trono de Deus (Ap 14.1-5).

Os versículos 5 a 8 do capítulo 7 afirmam que


são 12.000 de cada uma das doze tribos do povo de
Israel. Então não pode ser a igreja, tampouco um
grupo selecionado dentro dela para o céu.
Entendemos que essas passagens dizem respeito aos
judeus que se converterão ao Senhor Jesus no
período da Grande Tribulação, após o
arrebatamento da Igreja, que não se contaminarão
com as falsas doutrinas (Ap 14.1-5) e que
substituirão a Igreja na pregação do evangelho:
“...primeiro do judeu e também do grego” (Rm
1.16). Nesse mesmo tempo, a Igreja estará nas
bodas do Cordeiro (Ap 19.7). Porém,
reconhecemos haver outras interpretações aceitáveis,
mas nenhum delas é tão bizarra quanto a das
testemunhas de Jeová.
O argumento do Corpo Governante é que se
trata de israelitas espirituais: “Não pode isso referir-
se ao Israel literal, carnal? Não, porque Revelação
7:4-8 diverge da costumeira listagem tribal”
(Revelação Seu Grandioso Clímax Está Próximo!,
página 117, § 11). Tal explicação baseia-se numa
interpretação aleatória calcada numa exegese ruim.
Primeiro, porque não existe essa lista costumeira,
veja no Antigo Testamento algumas das várias listas
diferentes das 12 tribos de Israel (Gn 35.22-27;
46.8-27; 49.3-28; Êx 1.1-6; Nm 1.5-17; 13.4-16).
Por que as testemunhas de Jeová não
espiritualizaram, também, o número 144.000?
Segundo, a Bíblia chama de israelita espiritual
todos os que se convertem a Jesus, principalmente
os de origem pagã deixam de ser gentios: “vós bem
sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos,
conforme éreis guiados” (1 Co 12.2); “lembrai-vos
de que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne”
(Ef 2.11); “Sabei, pois, que os que são da fé são
filhos de Abraão” (Gl 3.7).
Sobre a alegada “classe da grande multidão”, as
testemunhas de Jeová querem se apoiar em
Apocalipse 7.9-17:

Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma


multidão, a qual ninguém podia contar, de todas
as nações, e tribos, e povos, e línguas, que
estavam diante do trono e perante o Cordeiro,
trajando vestes brancas e com palmas nas suas
mãos; e clamavam com grande voz, dizendo:
Salvação ao nosso Deus, que está assentado no
trono, e ao Cordeiro. E todos os anjos estavam ao
redor do trono, e dos anciãos, e dos quatro
animais; e prostraram-se diante do trono sobre
seu rosto e adoraram a Deus, dizendo: Amém!
Louvor, e glória, e sabedoria, e ações de graças, e
honra, e poder, e força ao nosso Deus, para todo
o sempre. Amém! E um dos anciãos me falou,
dizendo: Estes que estão vestidos de vestes
brancas, quem são e de onde vieram? E eu disse-
lhe: Senhor, tu sabes. E ele disseme: Estes são os
que vieram de grande tribulação, lavaram as suas
vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.
Por isso estão diante do trono de Deus e o servem
de dia e de noite no seu templo; e aquele que está
assentado sobre o trono os cobrirá com a sua
sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais
terão sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre
eles, porque o Cordeiro que está no meio do
trono os apascentará e lhes servirá de guia para as
fontes das águas da vida; e Deus limpará de seus
olhos toda lágrima.

A doutrina da “classe da grande multidão”


defendida pelo Corpo Governante não tem
sustentação, nem a passagem bíblica em que
procura apoiar tal ensino pode ser confirmada. Há
diversas contradições entre o texto sagrado supra e o
que afirma a Torre de Vigia. A Palavra de Deus
mostra que essa grande multidão se encontra no
céu: “diante do trono e perante o Cordeiro” (v. 9);
“diante do trono de Deus, e o servem de dia e de
noite no seu templo” (v. 15). O templo de Deus
está no céu: “e abriu-se no céu o templo de Deus”
(Ap 11.19).
Os versículos 14 e 15 afirmam que essas pessoas
vieram da Grande Tribulação, elas lavaram as suas
vestes no sangue do Cordeiro e, por isso, estão
diante do trono de Deus, não numa terra
paradisíaca. A expressão “de grande tribulação” não
é uma tradução precisa. O texto grego afirma que é
“procedente da grande tribulação”. A presença do
artigo definido tēs indica uma tribulação específica,
e não qualquer tribulação. Esse artigo deve ser
mantido em nossa língua.
Há outras peculiaridades da doutrina da salvação
defendida pelo Corpo Governante, no mínimo
curiosas, pois afirma-se que seus adeptos não são
filhos de Deus, mas que poderão sê-los: “Por isso,
Jeová Deus, antes de adotá-los como seus filhos
livres, mediante Jesus Cristo, sujeitará todas estas
criaturas aperfeiçoadas a uma prova cabal, para
todo o sempre” (Vida Eterna - Na Liberdade dos
Filhos de Deus, página 398, § 36). O livro Unidos na
Adoração do Único Deus Verdadeiro, página 191, §
17, publicado em 1983, omite a parte final “para
todo o sempre”.
As testemunhas de Jeová acreditam, ainda, que
não têm o Espírito Santo, pois isso é privilégio da
classe dos ungidos. Ensinam que o Senhor Jesus
Cristo não é o seu Mediador: “De modo que, em
estrito sentido bíblico, Jesus é o mediador apenas
dos cristãos ungidos” (A Sentinela, 15 de setembro
de 1979, página 32), que não pertencem a Cristo e
que o único caminho para a salvação é a sua
organização religiosa: “Os que pertencem a Cristo
são os 144.000 discípulos fiéis escolhidos para
dominarem com ele no Reino” (Poderá Viver...,
página 172, § 20), acrescentando o seguinte à
página 255, § 14: “Não conclua que existem várias
estradas, ou caminhos, que poderá utilizar para
ganhar a vida no novo sistema de Deus. Existe
apenas uma. Foi apenas aquela única arca que
sobreviveu ao Dilúvio e não um sem-número de
embarcações. E haverá apenas uma organização -
organização visível de Jeová Deus - que sobreviverá
à ‘grande tribulação’ que rapidamente se
aproxima... Você precisa pertencer à organização de
Jeová e fazer a vontade de Deus, a fim de receber
Sua bênção de vida eterna”.
As testemunhas de Jeová pregam de casa em casa;
uma religião cujo ensino não as qualifica como
“filhos de Deus”. São filhos de quem, afinal?
Segundo a Torre de Vigia, a salvação no céu é
destinada apenas às 144.000 pessoas, identificadas
como “cristãos ungidos” ou “classe dos ungidos”.
As demais testemunhas de Jeová devem contentar-se
em herdar a terra, elas são chamadas de “classe da
grande multidão”. Que tais adeptos não são filhos
de Deus em nada nos surpreende, pois essa
prerrogativa é para os que receberem a Jesus como
seu Salvador pessoal, mas o que nos deixa perplexos
é o fato de elas mesmas admitirem com
naturalidade tal condição.
É o Espírito Santo quem convence o pecador do
pecado e da necessidade da reconciliação com Deus
por meio do sacrifício de Jesus na cruz do Calvário:
“E, quando ele vier, convencerá o mundo do
pecado, e da justiça, e do juízo” (Jo 16.8); logo,
não pode haver cristão sem o Espírito Santo (Gl
٥ ,٣.٣). A Bíblia ensina ser filho de Deus todo
aquele que receber a Cristo como seu Salvador
pessoal: “Mas a todos quantos o receberam deu-lhes
o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que
crêem no seu nome” (Jo 1.12). O Senhor Jesus é o
Mediador de todos os homens: “Porque há um só
Deus e um só mediador entre Deus e os homens,
Jesus Cristo, homem” (1 Tm 2.5); a salvação é
concedida quando o pecador crê no coração e
confessa com a boca: “Se, com a tua boca,
confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres
que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.
Visto que com o coração se crê para a justiça, e com
a boca se faz confissão para a salvação” (Rm
10.9,10).
A Palavra de Deus afirma que os cristãos
pertencem a Jesus: “Eu sou o bom Pastor, e
conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou
conhecido” (Jo 10.14); “Filhinhos, sois de Deus e
já os tendes vencido, porque maior é o que está em
vós do que o que está no mundo... Nós somos de
Deus; aquele que conhece a Deus ouve-nos; aquele
que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos
nós o espírito da verdade e o espírito do erro” (1 Jo
4.4, 6). Jesus afirma ser ele mesmo o único
Caminho para a salvação e não uma organização:
“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo
14.6).
Jesus ensinou que o céu é para os que crêem em
seu nome. Ele disse: “Na casa de meu Pai há muitas
moradas” (Jo 14.2), e não apenas 144.000 lugares.
O apóstolo Paulo disse: “Mas a nossa cidade está
nos céus, donde também esperamos o Salvador, o
Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
A outra falácia exegética das testemunhas de
Jeová é a terra paradisíaca, pois citam a Palavra de
Deus fora do contexto: “Os justos herdarão a terra
e habitarão nela para sempre” (Sl 37.29) “Porque
eis que eu crio céus novos e nova terra; e não haverá
lembrança das coisas passadas, nem mais se
recordarão” (Is 65.17); “Bem-aventurados os
mansos, porque eles herdarão a terra” (Mt 5.5);
“Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos
novos céus e nova terra, em que habita a justiça (2
Pe 3.13); “E vi um novo céu e uma terra. Porque já
o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar
já não existe” (Ap 21.1). Todas as testemunhas de
Jeová conhecem essas passagens bíblicas e
costumam citá-las para os incautos e menos
avisados. Com base nelas e em outras similares,
acreditam que vão herdar a terra e habitar numa
terra paradisíaca.
A verdade é que todas as passagens bíblicas são
alusivas ao Milênio, aquele período de mil anos
mencionado em Apocalipse 20.2, 3: “Ele prendeu o
dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás,
e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e
ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais
não engane as nações, até que os mil anos se
acabem”. Trata-se de uma era predita por todos os
profetas do Antigo Testamento.

***

Sobre o inferno

Essa doutrina não foi discutida pela Patrística,


mas segundo Louis Berkhof, “a maioria dos Pais da
Igreja pensava em termos de um fogo material,
embora alguns supunham que a punição dos ímpios
consistiria principalmente em separação de Deus e
uma consciência da sua própria maldade” (A
História das Doutrinas Cristãs, páginas 241, 242).
Foi na Idade Média que o assunto ganhou
relevância, principalmente depois da publicação de
a Divina Comédia, de Dante Alighiere, na primeira
década do século 14. Os humanistas, como Erasmo
de Roterdã, ridicularizavam essa doutrina. Alister
McGrath lembra que certa vez Erasmo comentou
sobre o entusiasmo com que os teólogos de Paris
escreviam sobre o inferno, “afirmou, que eles
evidentemente deviam ter estado lá” (Teologia
Sistemática, Histórica e Filosófica, página 638).
A doutrina do Inferno é rejeitada atualmente
pelas testemunhas de Jeová, pelos espíritas, pelos
adventistas do sétimo dia, pelo Movimento Nova
Era, pelas religiões transcendentais do Extremo
Oriente, pelos ateus. Em alguns países é proibido
falar sobre o assunto nas igrejas, como na Suécia, e
é mais falado no dia-a-dia, como piada e chacota,
do que mesmo nos púlpitos de igrejas. Muitos
pregadores preferem enfatizar o amor de Deus, mas
convém salientar que o Senhor Jesus advertiu a
todos sobre a condenação eterna no inferno. O
sermão de Jonathan Edwards intitulado Pecadores
nas Mãos de um Deus Irado, pregado em oito de
julho de 1741, num avivamento em que soluços e
gritos abafados tomaram conta do ambiente de
modo que algumas vezes ele interrompeu o sermão
com voz embargada. Nem sempre o pecador se
interessa pela bondade de Deus, portato, a sua
justiça deve ser pregada como advertência do
sofrimento eterno.
Russell teve sua fé abalada quando estava com 16
anos de idade. Ao tentar ganhar um amigo para
Cristo, não pôde defender com êxito suas crenças e
perdeu a fé na Bíblia. O tema da discussão foi a
doutrina do inferno ardente como lugar de suplício
eterno para os infiéis. O combate a essa doutrina foi
o brado de guerra com que ele iniciou o seu
movimento. A organização ensina que o inferno é
um estado e não um lugar, a “sepultura comum da
humanidade”. Assim, as testemunhas de Jeová
procuram escapar dele elimando-o das Escrituras
Sagradas. Por essa razão, nem o termo “inferno” e
nem mesmo a idéia de um lugar de tormento eterno
aparece na TNM.
A Torre de Vigia publicou no livro “Seja Deus
Verdadeiro”, edição de 1949, página 79, quatro
razões para fundamentar sua crença de que o
inferno ardente não existe: A doutrina dum inferno ardente
onde os ímpios depois da morte são torturados para sempre não pode
ser verdadeira, principalmente por quatro razões: (1) Porque está
inteiramente fora das Escrituras; (2) porque é irracional; (3) porque é
contrária ao amor de Deus; e (4) porque é repugnante à justiça. Daí
vê-se claramente que o inferno ou xeol ou hades significa a sepultura,
o túmulo, a condição a que todos, bons e maus, chegam, à espera do
dia da ressurreição; enquanto que geenna é a condição de destruição a
que o Diabo, seus demônios e todos os opositores do Governo
Teocrático de Jeová Deus chegarão, condição essa que não há recobro
ou ressurreição.
Esse pensamento ainda permanece em vigor na
organização do Corpo Governante, pois esses
mesmos raciocínios reaparecem nas obras mais
recentes, como os últimos livros-textos: A Verdade
Que Conduz à Vida Eterna texto usado entre
1968-1982 como manual de ingresso na
organização; o mesmo pode ser dito do livro Poderá
Viver Para Sempre no Paraíso na Terra (1982-
1995); Conhecimento que Conduz à Vida Eterna
(1995-2005) e O Que a Bíblia Realmente Ensina?
(2005). Vamos, no presente capítulo, mostrar a
falácia dessas quatro razões apresentadas pelas
testemunhas de Jeová.

O INFERNO ARDENTE ESTÁ FORA DAS


ESCRITURAS?

A palavra “inferno” vem do latim infernus, que


significa “lugar inferior”. Foi usada por Jerônimo,
na Vulgata Latina, para traduzir do hebraico a
palavra she’ol no Antigo Testamento, e do grego, no
Novo, as palavras geenna, “Gehena, inferno”; hades,
“Hades, a região dos mortos”. Jerônimo translitera
o termo tartaroo, que significa: “lançar ao
Tártaro/ao inferno; prender no inferno”. Esses
termos, nas línguas originais da Bíblia, não são
traduzidos na versão das testemunhas de Jeová,
apenas transliterados.
Sheol
Hoje, o Corpo Governante ensina ser o inferno a
própria sepultura e que o lugar de suplício eterno,
onde os ímpios serão atormentados para sempre,
não existe, afirmando: “O Seol e o Hades não se
referem a um lugar de tormento, mas à sepultura
comum da humanidade” (Poderá Viver..., página
83, § 7). Essa declaração é completamente
destituída de sustentação bíblica.
O Sheol aparece 65 vezes no Antigo Testamento,
segundo os dicionários e léxicos de hebraico trata-se
de um termo de significado vago e indefinido, mas
todos afirmam ser “o lugar invisível do mortos” ou
“habitação dos mortos”. A Septuaginta traduz o
termo 60 vezes por Hades. O fato de Sheol e
sepultura serem lugares profundos e invisíveis aos
olhos humanos justifica, às vezes, as diversas
traduções do termo, oscilando entre “inferno,
sepultura, abismo, morte, além, cova” e palavras
correlatas.
A Tradução Brasileira não traduziu usando Sheol
ou Cheol, exceto em 1 Reis 2.6, 9; Salmos 141.7;
Provérbios 30.16; Eclesiastes 9.10; Cantares 8.6,
em que aparece “sepultura”, e em Isaías 7.11,
traduzido por “profundeza”. A Versão Revisada de
Almeida emprega o termo “Seol” e apenas em três
lugares traduz por “sepultura” (1 Rs 2.6, 9; Jó 7.9).
Veja a lista dos 65 lugares no Antigo Testamento
em que aparece o termo “Sheol”, no final deste
capítulo.
A Bíblia Almeida Século 2120 traz “Sheol” 30 vezes,
25 traduz por “sepultura”, cinco por “túmulo”,
duas por “profundeza” (Is 7.11; Sl 139.8); duas por
“morte” (Sl 49.15; 86.13) e uma por “ruína” (Pv
7.27). A Bíblia Hebraica,21 versão judaica para a
língua portuguesa, traduz sheol por dez palavras
diferentes, mas vinculadas ao mundo dos mortos,
como: “sepultura, sepulcro, tumba, túmulo,
abismo, inferno, profundeza, morte etc” e
translitera 23 vezes.
A Versão Corrigida de Almeida traduz 27 vezes
por “sepultura”, 29 por “inferno”, quatro por
“sepulcro”, duas vezes translitera, uma vez verte por
“profundezas” (Is 7.11); uma por “mundo
invisível” (Sl 89.48) e, finalmente, uma por “terra”
(Sl 55.15). A Versão Atualizada de Almeida
emprega nove palavras diferentes para traduzir o
termo: sepultura, 21 vezes, inferno, 12; além, nove;
abismo, oito; sepulcro e morte, cinco cada; cova,
três; reino dos mortos e profundezas, uma vez cada
(Is 7.11; 14.15). Ambas usam “inferno” nas
seguintes passagens bíblicas (Dt 32.22; Sl 9.17;
18.5; 116.3; Pv 5.5; 9.18; 15.11, 24; 23.14;
27.20; Os 13.14). Por isso o significado depende
do contexto.
O termo aparece quatro vezes em Gênesis quando
o patriarca Jacó faz menção de descer com dor e
tristeza ao Sheol (37.35; 42.38; 44.29, 31) e
“sepultura” parece o único significado a fazer
sentido. Algo similar acontece nos conselhos do rei
Davi ao seu filho Salomão, com relação ao destino
de Joabe e Simei, para que não desçam ao Sheol em
paz (1 Rs 2.6, 9). Há outras passagens em que essa
palavra apresenta idéia de sepultura, sepulcro, cova
etc., as menções de Jacó, Joabe e Simei são apenas
alguns exemplos. Porém, é difícil imaginar Jacó
considerando como sepultura, pois esperava descer
até a esse lugar: “Na verdade, com choro hei de
descer ao meu filho até à sepultura” (Gn 37.35).
Não pensava em sepultura, mas num lugar onde
pudesse encontrar seu filho porque pensava que José
tinha sido devorado por uma fera (Gn 37.33). Isso
significa que o termo sheol, em si mesmo, não é
conclusivo e é comum o seu uso como sinônimo
poético de qever, palavra hebraica para “sepultura”,
que aparece 71 vezes no Antigo Testamento.
Jonas considerou suas angústias, quando estava
no ventre do grande peixe, como o Sheol. Trata-se
de uma figura de linguagem não simplesmente por
se encontrar dentro do peixe, mas também por se
encontrar nas profundezas do abismo. Além dessa
palavra, Jonas usa mais duas expressões tsulah,
“abismo do mar”, a mesma palavra usada para
“profundeza” em Isaías 44.27, e lebhabh yammim,
“coração dos mares”. Jonas clamou no ventre do
grande peixe, que, por analogia, não tem sentido de
sepultura, mas de ser lugar de consciência e
tormento (Jn 2.1).
A palavra qever é traduzida por mnemeion,
monumento com epitáfio para preservar a memória
do morto (Gn 23.6, 9; 49.30), e mnema, com o
mesmo significado (Êx 14.11; Ez 37.12), e,
finalmente, taphos, “lugar para enterrar o morto”
(Gn 23.4, 20; 2 Sm 2.31). Nenhuma delas a
Septuaginta traduziu por Hades. Essas três palavras
reaparecem no Novo Testamento grego (Mt 23.29;
28.1; Mc 5.3).
Sheol aparece apenas no singular e nunca no
plural nos escritos sagrados, sendo, portanto,
absurdo traduzi-lo apenas por “sepultura”, pois é
mencionado em relação à alma dos mortos, e não
em relação ao corpo. Há passagens que falam da
alma no Sheol (Sl 16.10; 30.3; 86.13; 89.48; Pv
23.14). Não há na Bíblia nenhuma referência à
alma descendo ao Qever, a nenhum cadáver, ao
Sheol. A Bíblia faz menção de pessoas que tinham
sepulcros, Qever (Gn 50.5; 1 Rs 13.30), mas nunca
encontramos nela alguém que fosse proprietário do
Sheol. O homem nos tempos bíblicos preparava o
seu sepulcro, mas nunca alguém preparou um
sheol.
A menção de justos e injustos no Sheol parece
reforçar a teoria dos dois compartimentos, mas nem
todos os expositores da Bíblia concordam com essa
idéia. Os contrários acham que o sentido original
era de sepultura e com o tempo passou a significar
inferno. Nenhuma dessas interpretações deve ser
descartada. O Antigo Testamento, porém, revela a
presença de Deus no Sheol (Jó 26.6; Sl 139.8; Pv
15.11). O Novo Dicionário da Bíblia de John Davis
afirma “os espíritos de seu povo e as suas condições
naquela habitação estavam sob vigilância de seu
olhar. Essa doutrina inclui a grande bênção de
Deus para com o seu povo depois da morte,
desfrutando sua presença e seu constante amor, e,
ao mesmo tempo, a miséria dos ímpios” (página
598). Isso pode ser confirmado no Novo
Testamento na passagem do rico e Lázaro. O “seio
de Abraão” (Lc 16.22) é uma expressão rabínica
para designar o paraíso e o estado de felicidade,
conhecido também como trono de glória e jardim
do Éden. Segundo o Dicionário Teológico Beacon,
Richard S. Taylor (editor geral): “Lucas 16:23
sugere a divisão do seol no hades e o paraíso”
(página 637).
Com os dados obtidos nessas considerações
apresentadas e com a ajuda do Novo Testamento
podemos afirmar que o Sheol é um lugar profundo
e o destino de todas as almas, dos justos e injustos.
Antes da morte de Cristo havia uma divisória para
separar os maus dos bons, nesse mundo invisível
dos mortos. Agora, os salvos vão para o paraíso, ou
“terceiro céu” (2 Co 12.2; Ap 6.9-10), onde
aguardam a ressurreição do corpo, enquanto os
incrédulos aguardarão, em estado consciente, a
ressurreição do corpo para o juízo final (Ap 20.11-
14). A afirmação das testemunhas de Jeová de que o
inferno é apenas a sepultura comum da
humanidade, com base apenas na palavra Sheol,
não pode ser confirmada pelas Escrituras Sagradas
porque o contexto bíblico mostra com outros
termos, expressões e descrições desse lugar de
suplício eterno, como veremos mais adiante.
Hades
No Novo Testamento aparece dez vezes sem
trazer, uma vez sequer, o sentido de sepultura. A
Versão Corrigida de Almeida translitera três vezes
por “Hades” (Lc 16.23; At 2.27, 31) e traduz por
“inferno” nas demais passagens. A Atualizada
emprega os termos “morte” duas vezes (At 2.27,
31) e “Além”, uma (Ap 20.13), sendo que nas
demais ocorrências a referida palavra é traduzida
por “inferno”. A Bíblia Almeida Século 21 usa
“túmulo” em Atos 2.27, 31, e “além”, em
Apocalipse 20.13, e demais vezes verte por
“inferno”. Todas essas dez passagens estão
transliteradas, sem tradução, na Tradução Brasileira
e na Versão Revisada de Almeida. A idéia de lugar
ardente de tormentos para os iníquos está presente
somente em Lucas 16.23, mas como local
provisório até o dia do Juízo Final (Ap 20.13, 14).
Nos clássicos da antiga Grécia, Hades era nome
do deus do além: “Hades, o rei dos mortos”. Na
Odisséia de Homero e na Teogonia de Hesíodo, o
termo é descrito como o mundo ou habitação dos
mortos. Todo o Canto X da Odisséia trata da visita
de Ulysses ao Hades. Lá ele se encontra com alguns
de seus companheiros (habitando como sombras)
que morreram na Guerra de Tróia. Foi essa a
palavra escolhida pelos Setenta para traduzir 60 das
65 vezes em que o termo she’ol aparece no Antigo
Testamento Hebraico.22 A opção de se transcrever
hades, não traduzindo, ajuda a evitar influências
pessoais, muitas vezes inevitáveis, numa tradução,
por causa da variação de significados, ainda que
estes sejam muitos próximos. O contexto determina
se a referida palavra está ligada ao estado de morte
ou se ao lugar onde as almas dos ímpios são
castigadas.
As palavras hebraicas mawet e she’ol, gregas
thanatos e hades (Septuaginta), “Morte e Hades”
aparecem em Isaías 28.15 e da mesma forma no
Novo Testamento. São termos usados para
personalizar a figura do demônio (Ap 6.8) e
também para designar o julgamento final (Ap
20.13, 14). O versículo 14 diz respeito ao fim de
ambos: “a morte e o Hades foram lançados no lago
de fogo” (Tradução Brasileira). Ambos serão
lançados no “lago de fogo e enxofre”, esse último é
o estágio intermediário dos mortos, sem por isso
deixar de ser um lugar. Naquele dia ele dará os
mortos que neles estão, e por fim o próprio Hades
será lançado no lago de fogo.
“Porque não deixarás a minha alma no Hades,
Nem permitirás que o teu Santo veja a corrupção”
(At 2.27). O corpo de Jesus foi ao Qever (Is 53.9),
mnemeion em grego (Jo 19.41, 42), e a sua alma foi
ao Sheol (Sl 16.10), o Hades (At 2.27), o mundo
invisível dos mortos.
“Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja; e as portas do
Hades não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). A
expressão “portas do Hades” quer dizer que as
estratégias de Satanás, com suas hostes do mundo
inferior, não poderão vencer a Igreja. “Porta”, no
antigo Oriente, diz respeito à entrada e ao mesmo
tempo à fortaleza da cidade. Assim, as fortalezas das
trevas não terão poder para exterminar o povo de
Deus.
“Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até o
céu? descerás até o Hades; porque se em Sodoma se
tivessem operado os milagres que em ti se fizeram,
ela teria permanecido até o dia de hoje” (Mt
11.23); “Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura,
até o céu? descerás até o Hades” (Lc 10.15). Essas
passagens estão ligadas à queda de Lúcifer,
registrada em Isaías 14.12-15, onde aparecem os
termos “abismo” e “Sheol”. Cafarnaum haveria de
receber o mesmo castigo que recebeu o “filho da
alva” (Is 14.12, traduzido por Lúcifer — “portador
de luz”, na Vulgata Latina, por Jerônimo).23 Jesus
disse: “Tenho as chaves da morte e do Hades” (Ap
1.18). O termo aqui está vinculado à morte, mas
também ao abismo (Ap 9.1, 2; 20.1).
O Hades não é ainda o inferno propriamente
dito, mas o estágio intermediário dos mortos.
Trata-se de uma prisão temporária até que venha o
dia do juízo. Os condenados estão lá conscientes e
em tormentos, sabendo perfeitamente porque estão
naquele lugar (Lc 16.23), aguardando o juízo final
(Ap 20.13, 14).
Geena
A Geena é a forma grega da expressão hebraica
gei-hinnom, “vale de Hinom”, de onde se originou o
termo grego geenna, mas não aparece na
Septuaginta. Segundo a descrição bíblica, era o
nome de um vale localizado no sul de Jerusalém.
Nele eram sacrificadas crianças, em ritual pagão,
num lugar chamado “Tofete”, que significa “altar”.
Lugar onde alguns reis de Israel sacrificaram a
ídolos e, dentre eles, o rei Salomão. O rei Josias,
porém, fez uma devassa no local, fazendo dele um
lugar de lixo (Js 15.8; Jr 7.31; 2 Rs 23.10).
O Corpo Governante ensina ser a Geena uma
representação da extinção total do ser humano,
apenas um símbolo da destruição dos inimigos de
Jeová: “Os antigos judeus criam que os
extremamente iníquos não teriam nenhum futuro
depois da morte... Referindo-se a este costume,
Jesus usou a Geena como símbolo de destruição
total, sem nenhuma perspectiva futura” (Felicidade
Como Encontrá-la, página 118, § 20); “Os que
escutavam a Jesus podiam entender que aqueles que
fossem para a Geena seriam destruídos para sempre,
como se fossem lixo” (Poderá Viver..., página 87, §
14).
Um estudo do pensamento judeu do Período do
Segundo Templo (517 a.C. – 70 d.C.) mostra que
a declaração acima, do Corpo Governante, é
completamente insustentável, pois o mundo
judaico contemporâneo de Jesus cria que a Geena
era o lugar onde os ímpios receberiam como castigo
o sofrimento eterno. Só se a expressão “antigos
judeus” for uma referência aos saduceus, mas
mesmo assim eles não viam qualquer perspectiva
futura, não só para os iníquos, mas para todos os
seres humanos. Desde os dias de Josias, o local foi
transformado num depósito de lixo, onde o fogo
ardia continuamente. Por volta do século primeiro
antes de Cristo, surgiu um significado metafórico
que separou a Geena da localização geográfica, mas
manteve sua natureza de fogo, dessa forma, Geena,
por si só, tornou-se inferno. O pensamento
religioso judaico dos dias do ministério terreno de
Jesus girava em torno de duas escolas rabínicas:
Shammai e Hillel. Esses rabinos viveram na época
de Herodes, o Grande. Segundo o Dr. Alfred
Edersheim,24 em La Vida y los Tiempos de Jesus el
Mesías, vol. 2, essas escolas ensinavam o castigo
eterno na Geena: Antes de apresentar, ainda que
seja brevemente, o ensino do Novo Testamento,
parece desejável estabelecer com certa precisão as
idéias judaicas sobre este tema. Porque as idéias
sustentadas no tempo de Cristo; sejam quais foram
estas idéias, Cristo não as contradisse, pelo menos
diretamente, e, até onde nós podemos inferir, não
intentou corrigi-las. E aqui, temos riquezas de
materiais suficientes para uma história das opiniões
judaicas dos diferentes períodos sobre a eternidade
dos castigos (página 806).
A literatura apócrifo-apocalíptica (Livro de
Enoque 90.26; IV Esdras 7.36; Oráculos Sibilinos
1.103; 2.291; 4.186), a talmúdica e de Qumran,
de Filo de Alexandria e Josefo, depõem contra o
argumento do Corpo Governante. Essas produções
literárias antigas revelam as crenças judaicas desse
período, cujos reflexos encontramos no Novo
Testamento. O Dr. Edersheim apresenta uma
enorme lista dessas citações. Ele, citando a Mishná,25
afirma que era crença dos rabinos daqueles dias que
os gentios seriam castigados eternamente na Geena.
Daí o fato de os fariseus buscarem tanto um
prosélito, para depois se tornarem como um deles
(Mt 23.15). Declara ainda, à página 391 do citado
volume: “No tempo de Cristo o castigo dos ímpios
era considerado de duração eterna”. O mundo
judaico contemporâneo de Jesus cria que a Geena
era o lugar onde os ímpios receberiam como castigo
o sofrimento eterno.
Dificilmente uma pessoa esclarecida na Bíblia e
na cultura judaica do Período do Segundo Templo
aceita essa declaração das testemunhas de Jeová. Ela
está completamente desprovida de consistência.
Vamos analisar algumas passagens bíblicas que
contradizem o ensino do Corpo Governante. O
termo Geena aparece 12 vezes no Novo
Testamento. Seguem as transcrições conforme a
Tradução Brasileira.
“Mas eu vos digo que todo aquele que se ira
contra seu irmão, estará sujeito a julgamento; e
quem chamar a seu irmão: Raca, estará sujeito ao
julgamento do sinédrio; e quem lhe chamar: Tolo,
estará sujeito à geena de fogo...Se o teu olho direito
te serve de pedra de tropeço, arranca-o e lança-o de
ti; pois te convém mais que se perca um dos teus
membros, do que todo o teu corpo seja lançado na
geena. Se a tua mão direita te serve de pedra de
tropeço, corta-a e lança-a de ti; pois te convém mais
que se perca um dos teus membros do que todo o
teu corpo vá para a geena” (Mt 5.22, 29, 30 – grifo
nosso).

“Não temais aos que matam o corpo, mas não


podem matar a alma; temei antes aquele que
pode fazer perecer na geena tanto a alma como o
corpo” (Mt 10.28); “Mas eu vos mostrarei a
quem haveis de temer: Temei aquele que, depois
de matar, tem poder de lançar-vos na geena. Sim,
digo-vos: Temei a este” (Lc 12.5 – grifo nosso).

“Se o teu olho te serve de pedra de tropeço,


arranca-o e lança-o de ti; melhor é entrares na
vida com um só dos teus olhos, do que, tendo
dois, seres lançado na geena de fogo” (Mt 18.9 –
grifo nosso).
“Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! porque
rodeais o mar e a terra para fazerdes um prosélito;
e depois de feito, o tornais em dobro mais filho
da geena do que vós... Serpentes, raça de víboras!
como escapareis da condenação da geena?” (Mt
23.15, 33 – grifo nosso).

“Se a tua mão te servir de pedra de tropeço,


corta-a; melhor é entrares na vida manco, do que,
tendo duas mãos, ires para a geena, para o fogo
inextinguível... Se o teu pé te servir de pedra de
tropeço, corta-o; melhor é entrares na vida
aleijado, do que, tendo dois pés, seres lançado na
geena... Se o teu olho te servir de pedra de
tropeço, arranca-o; melhor é entrares no reino de
Deus com um só de teus olhos, do que, tendo
dois, seres lançado na geena” (Mc 9.43, 45, 47 –
grifo nosso).

“E a língua é um fogo. Como um mundo de


iniqüidade está colocada entre os nossos
membros a língua que contamina o corpo todo, e
incendeia o curso da vida, e é incendiada pelo
fogo da geena” (Tg 3.6 – grifo nosso).

Usamos a Tradução Brasileira porque ela


translitera o termo. As Versões Atualizada,
Corrigida e Revisada de Almeida traduzem por
“inferno”. O Senhor Jesus empregou essa palavra
como condenação eterna e não como destruição da
alma. Ser lançado no fogo da Geena, sem faltar
nenhum dos membros ou com todos eles, não faz
diferença na destruição, somente em Tiago 3.6 não
é usada metaforicamente como o lugar ardente do
julgamento escatológico. É o Inferno propriamente
dito, o Lago de Fogo mencionado em Apocalipse
19.20; 20.14, 15.
Tártaro
O termo tartaroō, Novo Testamento, só aparece
em 2 Pedro 2.4, traduzida por “inferno” na
Tradução Brasileira: “Pois se Deus não poupou a
anjos, quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e
os entregou aos abismos de escuridão, para serem
reservados para o juízo”. Pelo fato de aparecer só
uma vez, é necessário recorrer aos escritores clássicos
para se saber seu significado. Na literatura latina, o
Tártaro representa o mesmo que o Hades
significava para os gregos. Virgílio, na Eneida,
descreve a descida de Enéias ao Tártaro, de forma
semelhante à de Ulysses ao Hades, descrita por
Homero. Os gregos consideravam como lugar
subterrâneo, mais baixo que o Hades, onde o
castigo divino era aplicado. Segundo O Novo
Dicionário da Bíblia: “é o termo clássico para indicar
o lugar de punição eterna” (página 746).
Esse mesmo lugar reaparece em Judas 6, sem usar
o nome do referido lugar: “E aos anjos que não
guardaram o seu principado, mas deixaram a sua
própria habitação, reservou na escuridão, e em
prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”. Os
mesmos anjos decaídos mencionados em 2 Pedro
2.4. Essas passagens mostram que esses anjos de
Satanás já estão na prisão do Tártaro, lugar de
trevas e de prisão. Esses anjos são mais terríveis que
todos os demais demônios, é por isso que Deus não
permitiu que eles ficassem soltos, serão libertos por
um pouco de tempo, durante a Grande Tribulação,
para atormentar os moradores da terra (Ap 9.2-4).
Outras expressões
O inferno ardente, como lugar de suplício eterno
dos ímpios, está presente na Bíblia e essa doutrina é
ensinada nas Escrituras Sagradas, também com
outras expressões, não restringindo-se apenas aos
termos Sheol, Hades, Geena e Tártaro.
Abismo. “Estes lhe suplicaram que não os
mandasse ir para o abismo” (Lc 8.31). Os
demônios que estavam no gadareno rogaram a Jesus
que não os expelisse para o abismo, termo usado
para substituir o inferno, o “poço do abismo”
mencionado em Apocalipse 9.2-4. É a tradução da
palavra grega abyssos, que aparece 25 vezes na
Septuaginta para traduzir a palavra hebraica tehom,
que significa literalmente “lugar sem fundo,
insondável, profundeza”.
Fornalha de fogo. Jesus disse que na consumação
dos séculos os justos serão recompensados, e os
injustos punidos: “Assim será na consumação dos
séculos: virão os anjos e separarão os maus dentre os
justos. E lançá-los-ão na fornalha de fogo: ali,
haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 13.49, 50).
Isso não é destruição e nem extinção, se fosse essa a
idéia, não poderia haver ali “pranto e ranger de
dentes”, uma vez que a fornalha consumiria
imediatamente a pessoa.
Trevas exteriores. É outra expressão para designar o
inferno como lugar de maldição eterna: “Amarrai-o
de pés e mãos, levai-o e lançai-o nas trevas
exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes”
(Mt 22.13). As palavras “trevas exteriores” e
“fornalha de fogo” são a mesma coisa.
Fogo eterno. “Então, dirá também aos que estiverem
à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para
o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos”
(Mt 25.41). Isso mostra que o inferno é um lugar
preparado para o diabo e seus anjos, e não a
sepultura comum da humanidade e nem a extinção.
Seria necessário o fogo eterno, se a condenação dos
iníquos consistisse apenas na sua extinção? Jesus
chamou de “fogo eterno”, agora, substitua por
“extinção” ou “sepultura” e veja que absurdo.
Lago de fogo. “E a besta foi presa e, com ela, o
falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com
que enganou os que receberam o sinal da besta e
adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados
vivos no ardente lago de fogo e de enxofre” (Ap
19.20); “E a morte e o inferno foram lançados no
lago de fogo. Esta é a segunda morte. E aquele que
não foi achado escrito no livro da vida foi lançado
no lago de fogo” (Ap 20.14, 15). O Corpo
Governante ensina que o lago de fogo e enxofre é
uma referência à extinção baseando seu argumento
na expressão “segunda morte”, embora não fique
claro e nem convincente a explicação sobre: “e de
dia e de noite serão atormentados para todo o
sempre”. O texto sagrado mostra que a besta e o
falso profeta foram lançados vivos no lago de fogo e
enxofre. Depois de mil anos, o diabo foi também
lançado nesse mesmo lago de fogo. O fogo não
pôde consumir esta dupla, pois o diabo foi lançado
também lá, conforme diz o texto sagrado.
A expressão “segunda morte” (ho thanatos ho
deuteros, em grego) significa a condenação eterna. A
palavra grega thanatos, “morte”, traz a idéia de
“separação”, e não “extinção”. Na morte física, a
alma e o espírito separam-se do corpo. Essa é a
primeira morte; na seguda, é a pessoa que será
separada de Deus, banida da sua glória para todo o
sempre, para nunca mais ver a luz. É essa separação
chamada de “segunda morte” (2 Ts 1.9) e ali “de
dia e de noite serão atormentados para todo o
sempre” (Ap 20.10).
Vergonha e desprezo eterno. “E muitos dos que
dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a
vida eterna, e outros para vergonha e desprezo
eterno” (Dn 12.2). Que vergonha pode sentir uma
pessoa inconsciente e extinta? É claro que isso é
uma referência à segunda morte, quando os iníquos
serão banidos da glória de Deus para todo o
sempre.
Tormento eterno. “E irão estes para o tormento
eterno, mas os justos, para a vida eterna” (Mt
25.46). A Tradução Brasileira verteu as palavras
gregas kolasin aionion, “tormento eterno” por
“suplício eterno” e a TNM falsificou: “E estes
partirão para o decepamento eterno, mas os justos,
para a vida eterna” (grifo nosso).
A organização do Corpo Governante substitui o
termo grego kolasis, “castigo”, por “decepamento”,
seguindo o Diaglotão. Benjamin Wilson alega, na
nota de rodapé, que tal tradução “concorda melhor
com a segunda parte da sentença, preservando-se
assim a força e a beleza da antítese. Os justos vão
para a vida, os ímpios para o decepamento, sendo
cortados da vida, ou para a morte”.
Esse substantivo só aparece duas vezes no Novo
Testamento Grego, aqui e em 1 João 4.18: “porque
o medo envolve castigo”. A TNM usa o termo
“restrição” para kolasis. O verbo grego kolazo,
“castigar”, também só aparece duas vezes: “não
achando motivo para os castigar” (At 4.21) e a
versão das testemunhas de Jeová usa o verbo
“punir”. A última vez que o referido verbo aparece é
em 2 Pedro 2.9: “reservar aos injustos sob castigo
para o dia do juízo”. Aqui, o texto padrão do
Corpo Governante emprega o verbo “decepar”. É só
no contexto escatológico que a organização emprega
a idéia de decepamento para se ajustar às suas
crenças. Veja que a passagem de Mateus 25.46 fala
por si só, por isso que as testemunhas de Jeová
tiveram de falsificar o texto sagrado para adaptar à
sua crença peculiar.
O inferno ardente está fora das Escrituras ou fora
do credo das testemunhas de Jeová? Os ensinos da
Torre de Vigia estão inteiramente fora da Palavra
de Deus, e não o inferno ardente. Essa doutrina da
organização é uma armadilha diabólica. Satanás é o
mentor dessa crença. Diante do exposto, fica
provada que é falsa a declaração do Corpo
Governante ao afirmar que a doutrina do inferno
ardente, como lugar de suplício eterno onde os
ímpios serão castigados, está fora das Escrituras. A
verdade é que ele tentou excluí-la da Bíblia e sequer
respeitaram a Palavra de Deus, não hesitando em
falsificá-la para ajustar à sua teologia.

O INFERNO ARDENTE É IRRACIONAL?


É sensato imaginar que tudo na vida tem seu
lado positivo e seu lado negativo. Assim como há o
bem, há também o mal; como há galardão, há
castigo; como há amigos, há inimigos; como há
bênção, há maldição; como há verdadeiro, há
mentiroso; como há justo, há injusto; como há
vida, há morte; assim também como há céu, há
inferno. Fica claro, mais que o sol do meio-dia, que
a teoria das testemunhas de Jeová é falsa. A Bíblia
mostra que as coisas de Deus parecem loucura para
os incrédulos: “Ora, o homem natural não
compreende as coisas do Espírito de Deus, porque
lhe parecem loucura; e não pode entendê-las,
porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co
2.14).
O INFERNO ARDENTE É CONTRÁRIO AO
AMOR DE DEUS?

Como pode um Deus benigno e tão cheio de


amor condenar alguém? Devemos encarar a Bíblia
como ela é, e não conforme os nossos sentimentos
ou pensamentos, que nada têm que ver com os de
Deus (Is 55.8, 9). O homem que contesta o inferno
tem opinião contrária à de Deus. A doutrina do
inferno, conforme ensina a Bíblia e como nós
cremos, não neutraliza o amor de Deus, porque não
pode haver amor sem justiça: “O SENHOR é
tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado
não tem por inocente; o SENHOR tem o seu
caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens
são o pó dos seus pés” (Na 31.3). Deus não tem
prazer em condenar alguém, por isso “quer que
todos os homens se salvem e venham ao
conhecimento da verdade” (1Tm 2.4).
O profeta Ezequiel diz que Deus não tem prazer
na morte do ímpio (18.23). A prova do amor de
Deus está no Calvário: Ele deu o seu Filho
Unigênito para que pudéssemos ser salvos (Jo 3.16)
e franqueou a todas as nações a sua salvação:
“Porque a graça de Deus se há manifestado,
trazendo salvação a todos os homens” (Tt 2.11);
“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da
ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em
todo o lugar, que se arrependam” (At 17.30).
Jesus mandou pregar esta salvação a todos os
povos: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo,
que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas
tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Agora,
o homem se recusa a receber essa mensagem de
salvação, preferindo o pecado, vivendo alienado de
Deus e praticando coisas horrendas — toda a sorte
de pecado é evidente e sensato que ele receba devida
retribuição. Isso sim seria irracional e contradiria a
Palavra de Deus, se não houvesse castigo, pois as
Escrituras afirmam: “Não erreis: Deus não se deixa
escarnecer; por que tudo o que o homem semear,
isso também ceifará” (Gl 6.7). Trata-se de uma
realidade baseada nos princípios básicos da moral.
É por isso que a Bíblia ensina a existência do
inferno ardente como lugar de suplício eterno, sem,
contudo, contradizer a doutrina do amor de Deus.
Cada pessoa será responsável por seus atos diante
de Deus e o inferno não foi destinado para o
homem. Jesus disse que é um lugar preparado para
o diabo e seus anjos (Mt 25.41). Quem, portanto,
for para lá não poderá culpar a ninguém. Não foi
Deus quem o destinou a isso, a culpa será da
própria pessoa. Os incrédulos poderão dizer
naquele dia: “Porque tive medo de ti, que és
homem rigoroso, que tomas o que não puseste e
segas o que não semeaste” (Lc 19.21). É esse o
ensino da organização das testemunhas de Jeová. A
Torre de Vigia declara que, para existir o inferno
ardente, Deus teria de ser justamente isso que disse
o lavrador mau. O diabo costuma lançar as suas
faltas em Deus.

O INFERNO NÃO É REPUGNANTE À


JUSTIÇA DIVINA
O castigo eterno dos ímpios é uma vindicação da
lei e a manifestação da santidade de Deus, pois o
pecado não significa apenas um só ato, mas diz
respeito a uma condição ou estado da alma, estado
impuro. Repugnante à justiça divina seria se os
justos recebessem o seu galardão, e os iníquos
ficassem impunes: “Longe de ti que faças tal coisa,
que mates o justo com o ímpio; que o justo seja
como o ímpio, longe de ti seja. Não faria justiça o
Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25). Este versículo
mostra que o justo recebe um tratamento diferente
do injusto e que o Juiz de toda a terra sabe fazer
justiça. O castigo divino é escalonado, cada um
recebe de acordo com a sua obra: “E o servo que
soube a vontade do seu senhor e não se aprontou,
nem fez conforme a sua vontade, será castigado com
muitos açoites. Mas o que a não soube e fez coisas
dignas de açoites com poucos açoites será castigado.
E a qualquer que muito for dado, muito se lhe
pedirá, e ao que muito se lhe confiou, muito mais
se lhe pedirá” (Lc 12.47, 48). Jesus disse que haverá
menos rigor para Sodoma do que para Cafarnaum
(Mt 11.24). O apóstolo Paulo afirma que cada um
receberá o castigo conforma a sua obra (Rm 2.5, 6;
2 Tm 4.14).
Wim Malgo, da Obra Missionária Chamada da
Meia-Noite, Porto Alegre, publicou um livreto
intitulado O Lago de Fogo, que à página 9 afirma o
seguinte:

Eu também gostaria de poder crer que não


houvesse um lugar de maldição eterna, mas se eu
cresse nisso, teria que jogar fora minha Bíblia,
teria de fazer de Jesus um enganador, poderia
violar qualquer lei, qualquer mandamento moral,
teria que abandonar minha fé em um Deus santo
e justo. Se não existe um julgamento eterno do
qual preciso ser salvo, então também foi
desnecessária a vinda do Salvador, sua morte teria
sido um julgamento errado da parte de Deus, e a
Bíblia se tornaria um livro de lendas obscuras e
apavorantes, cheia de pessimismo.

As testemunhas de Jeová estão equivocadas com


essa doutrina. O homem é responsável diante de
Deus pelos seus atos, mas o diabo não tem interesse
em que essa verdade seja pregada à humanidade,
para escancarar a porta do pecado, pois se não há
punição, não haverá temor, não haverá justiça. A
impunidade anula o amor, a santidade e a justiça
de Deus.

O RICO E LÁZARO
É evidente que ninguém no mundo é capaz de
chegar às conclusões das testemunhas somente com
a leitura da Bíblia. Isso por si só revela a falácia
delas. O rico e Lázaro é um bom exemplo de
exegese falaciosa. O texto está registrado em Lucas
16.19-31.
Ora, havia um homem rico, e vestia-se de
púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias
regalada e esplendidamente. Havia também um
certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio
de chagas à porta daquele. E desejava alimentar-
se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e
os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E
aconteceu que o mendigo morreu e foi levado
pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu
também o rico e foi sepultado. E, no Hades,
ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao
longe Abraão e Lázaro, no seu seio. E, clamando,
disse: Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim
e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do
seu dedo e me refresque a língua, porque estou
atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão:
Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em
tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este é
consolado, e tu, atormentado. E, além disso, está
posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte
que os que quisessem passar daqui para vós não
poderiam, nem tampouco os de lá, passar para
cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o
mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco
irmãos, para que lhes dê testemunho, a fim de
que não venham também para este lugar de
tormento. Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os
Profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, Abraão,
meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter com
eles, arrepender-se-iam. Porém Abraão lhe disse:
Se não ouvem a Moisés e aos Profetas, tampouco
acreditarão, ainda que algum dos mortos
ressuscite.

Essa passagem bíblica apresenta uma enorme


dificuldade para quem prega que a alma não
sobrevive à morte. Os adventistas do sétimo dia, em
As Sutilezas do Erro, de Arnaldo Christianini,
afirmam que o sofrimento do rico no Hades diz
respeito a superstições populares da época de
Cristo. Tal argumento é uma interpretação forçada
e presume que Jesus ensinava superstição. As
testemunhas de Jeová apresentam a seguinte
interpretação: Há, porém, um lugar em que ocorre
hades, que tem induzido alguns a crer que o inferno
bíblico seja um lugar de tormento físico. É onde
Jesus falou do rico e de Lázaro, e disse que o rico
morreu e padeceu tormentos no hades (Lc 16.22-
31). Por que é este uso de hades tão diferente do
seu uso em outros lugares? Porque Jesus estava
contando uma parábola ou ilustração, e não falava
dum lugar de tormento literal. (Mt 13.14).
Considere: É razóavel ou bíblico crer-se que um
homem sofre tormento só porque é rico, usa boa
roupa e tem bastante para comer? É bíblico crer-se
que alguém é abençoado com a vida celestial só
porque é mendigo? Considere também o seguinte:
Acha-se o inferno literalmente a uma distância
audível do céu, para ser realmente possível
conversar? Também, se o rico estivesse num lago de
fogo literal, como poderia Abraão enviar Lázaro
para refrescar-lhe a língua com apenas uma gota de
água na ponta do dedo? Então, o que estava Jesus
ilustrando?

Nesta ilustração, o rico representava a classe dos


líderes religiosos que rejeitaram e depois mataram
Jesus. Lázaro representava o povo comum que
aceitou o Filho de Deus. A Bíblia mostra que a
morte pode ser usada como símbolo,
representando uma grande mudança na vida ou
no proceder da pessoa. (Veja Rm 6.2, 11-13;
7.4-6). Ocorreu uma morte ou mudança na
condição anterior quando Jesus alimentou
espiritualmente a classe de Lázaro e esta, assim,
entrou no favor do Abraão maior, Jeová Deus.
Ao mesmo tempo, os líderes religiosos falsos
‘morreram’ para com o favor de Deus. Tendo
sido rejeitado, sofriam tormentos quando os
seguidores de Cristo, após o Pentecoste,
expulsaram vigorosamente as suas obras ruins.
(At 7.51-57) Portanto, esta ilustração não ensina
que alguns mortos sejam atormentados num
literal inferno de fogo (A Verdade que Conduz à
Vida Eterna, páginas 42, 43, § 22, 23).

Segundo o Corpo Governante, a parábola tem o


poder de mudar o sentido e o significado das
palavras, como num passe de mágica. A organização
diz que Jesus fez uso muito diferente da palavra
“hades”, simplesmente por se tratar de uma
parábola. Ora, parábola é uma símile continuada
ou expandida, uma comparação ampliada. O Novo
Testamento chama de parábola uma história real
ou imaginária para ilustrar verdades espirituais ou
transmitir um ensino moral; assim, a referida figura
não é sinônimo de fantasia.
Outra questão importante é que em nenhum
lugar na Bíblia afirma que O rico e Lázaro seja
parábola. O título vem dos editores da Bíblia para
intitular o assunto, não faz parte do texto original e
não aparece nos manuscritos. A passagem em tela
trata-se da narração de um acontecimento que só
Jesus sabia e que ele contou aos seus discípulos.
Sabemos disso pelos seguintes fatos: 1) Jesus não
disse nem deu a entender que é parábola; 2) é
diferente das outras parábolas, pois nelas não há
afirmação tão definida, nem aparecem os nomes das
pessoas, como aqui são mencionados: Abraão,
Lázaro e Moisés; 3) não foi nas ocasiões em que
Jesus disse: “O reino dos céus é semelhante”, antes,
pelo contrário, disse: “havia um homem...”, a
mesma construção usada para introduzir certos
relatos no Antigo Testamento (1 Sm 1.1; Jó 1.1).
Ainda que fosse parábola, não alteraria o sentido,
sua mensagem continuaria inalterada e a
interpretação dada pelas testemunhas de Jeová,
arbitrária, sem qualquer amparo bíblico. Não
devemos, portanto, aceitar esse texto apenas como
uma exposição alegórica e figurada para extrair
lições e verdades espirituais, mas sim, um fato, uma
realidade.
As testemunhas de Jeová deturpam a realidade
dos fatos. Não está escrito em nenhum lugar que o
rico foi condenado pelo simples fato de ter sido um
homem rico. Essa é uma insinuação própria da
Torre de Vigia. Em cima dela a organização
argumenta a sua posição. A Bíblia nada afirma
sobre o rico, senão que comia bem e que se vestia de
vestes caríssimas, mas não dá a razão ou a causa de
sua condenação. Certo é que ele não era obediente à
Palavra de Deus. Isso com certeza justifica a sua
condenação. A insinuação do Corpo Governante é
um velho artifício peculiar à organização:
contradizer uma assertiva inexistente, mas que ela
mesma inventou, desenvolvendo sua tese em cima
dela. Os saduceus também criaram uma situação,
para em cima dela contradizer a doutrina de Jesus
— uma mulher se casar com sete irmãos, ficando
viúva sete vezes. O princípio, aqui, é o mesmo.
Onde está escrito que Lázaro foi ao seio de Abraão
só pelo fato de ter sido pobre? O texto sagrado não
declara isso. Ninguém é salvo por ser pobre, nem
condenado por ser rico. Essa idéia foi levantada pela
sua liderança simplesmente para justificar sua
crença estranha e desconhecida na Bíblia.
Outro ponto curioso é a suposta distância entre o
céu e o Hades. O texto sagrado não afirma que
Lázaro foi para o céu, mas para o “seio de Abraão”.
Essa distância, portanto, não existe. A técnica de
inverter as coisas para justificar uma idéia teve sua
origem em Satanás: “É assim que Deus disse: Não
comereis de toda a árvore do jardim?” (Gn 3.1).
Satanás sabia perfeitamente que a ordem de Deus
não era essa. A proibição era somente com relação à
árvore da ciência do bem e do mal, e não a toda
árvore do jardim. A mesma técnica é usada aqui
pela organização. O “seio de Abraão” era um lugar
localizado no próprio Hades antes do advento do
Messias, tanto os justos como os injustos iam para
o mesmo lugar, na sua morte — o Sheol ou Hades,
lá havia uma divisão: o lugar dos justos, que os
rabinos denominavam “Seio de Abraão”, “Jardim
do Éden” e o “Trono de Glória”. Desses três
nomes, o “Seio de Abraão” era o mais usado na
teologia judaica da época e esse Paraíso fazia parte
do Hades.
Dava perfeitamente para conversar, ainda mais
com a permissão de Deus. Quando o Senhor Jesus
morreu, desceu às partes mais baixas da terra e
“levou cativo o cativeiro” (Ef 4.8-10; 1 Pe 3.18-
20), de modo que agora o Paraíso ou o Seio de
Abraão localiza-se no céu; no entanto, antes da
ressurreição de Cristo ainda estava no Sheol, no seio
da terra. Então as testemunhas de Jeová inventam
essa “distância” e fazem disso uma arma para negar
a sobrevivência da alma.
“Como poderia Abraão enviar Lázaro para
refrescar-lhe a língua com apenas uma gota de água
na ponta do dedo?”, pergunta o Corpo Governante
querendo anular o verdadeiro sentido do texto
bíblico. A Bíblia ensina que o alienado de Deus é
néscio. Os edificadores de Babel queriam construir
uma torre cujo topo chegasse ao céu (Gn 11.4). Isso
não parece absurdo? Não só parece, como o é. O
rico estava em desespero, e, por mais equilibrado
que fosse seu pedido, não poderia ser atendido. É
muita estultícia negar a doutrina da sobrevivência
da alma baseando-se nesse argumento ou na
coletânea deles, apresentada pela Torre de Vigia.
Quanto à possibilidade de Lázaro ir até o lugar
onde se encontrava o rico, não há nenhum absurdo,
não é algo irracional, primeiramente porque Deus é
o Todo-Poderoso e para ele não há impossível e
nem isso contradiz a sua palavra. Salomão afirma
que o Sheol ou Hades, na Septuaginta, e a perdição
estão diante de Deus: “O inferno e a perdição estão
perante o SENHOR” (Pv 15.11); em segundo
lugar, pelo fato de o próprio Jesus ter ido lá, ele
mesmo disse: “Eu tenho as chaves da morte e do
inferno” (Ap 1.18). Ficam, portanto, desfeitas as
questões infundadas do Corpo Governante.
Agora, vem a parte mais bizarra, a sua
interpretação, pois a organização ensina que Lázaro
representa as próprias testemunhas de Jeová. O rico
representa a classe dos religiosos: os fariseus, os
saduceus e o clero da cristandade, que se acham
separados de Deus e mortos quanto ao seu favor;
Lázaro, o povo comum que recebe a Cristo e expõe
sua mensagem perante a classe representada pelo
rico; o sofrimento, as verdades que os seguidores de
Cristo pregam. Tal explicação elimina todas as
regras da hermenêutica e permite a qualquer um a
interpretar o texto bíblico como quiser. É verdade
que a Bíblia é um livro aberto, mas não
escancarado; muitas linhas de interpretação podem
ser aceitas, mas não todas. Com isso, o Corpo
Governante assassina a exegese.

Lista dos 65 ligares no Antigo Testamento em que aparece o


sheol
Versões Ferreira de Alme
Bíblia Corrigida Atualizada Revisada
AT Hebraica TB

Gênesis 37.35 sepultura Sheol sepultura sepultura


Gênesis 42.38 sepultura Sheol sepultura sepultura
Gênesis 44.29 sepultura Sheol sepultura sepultura
Gênesis 44.31 sepultura Sheol sepultura sepultura
Gênesis 44.31 sepultura Sheol sepultura sepultura
Números abismo Sheol sepulcro abismo
16.30
Números abismo Sheol sepulcro abismo
16.33
Deuteronômio abismo Sheol inferno inferno
32,22
1Samuel 2.6 sepultura Cheol sepultura sepultura
2 Samuel 22.6 Sheol Sheol inferno inferno
1 Reis 2.6 sepultura sepultura sepultura sepultura
1Reis 2,9 sepultura sepultura sepultura sepultura
Jó 7.9 sepultura Sheol sepultura sepultura
Jó 11.8 Sheol Sheol inferno abismo
Jó 14.13 sepultura Sheol sepultura sepultura
Jó 17.13 sepulcro Sheol sepultura sepultura
Jó 17.16 sepultura Sheol Sheol morte
Jó 21.13 sepultura Sheol sepultura sepultura
Jó 24.19 sepulcro Sheol sepultura sepultura
Jó 26.6 sepulcro Sheol inferno abismo
Salmos 6.5 [6] Sheol Sheol sepulcro sepulcro
Salmos 19.17 abismo Sheol inferno inferno
[18]
Salmos 16.10 Sheol Sheol inferno morte
Lista dos 65 ligares no Antigo Testamento em que aparece o
sheol
Versões Ferreira de Almeid
Bíblia Corrigida Atualizada Revisada
AT Hebraica TB
Salmos inferno Sheol inferno inferno Sheol
18.5 [6]
Salmos sepultura Sheol sepultura sepultura Sheol
30.3 [4]
Salmos sepulcro Sheol sepultura morte Sheol
31.17 [18}
Samlos sepulcro Sheol sepultura sepultura Sheol
49.14,15 Sheol Sheol sepultura sepultura Sheol
[15,16] Sheol Sheol sepultura morte Sheol
Salmos túmulo Sheol terra cova Sheol
55.15[16]
Salmos abismo Sheol sepultura morte Sheol
86.13
Salmos mundo
sepulcro Sheol sepulcro Sheol
89.18[49] invisível
Salmos sepultura Sheol inferno inferno Sheol
116.3
Salmos profundezas Sheol Sheol abismo Sheol
139.8
Salmos sepultura sepultura sepultura sepultura Sheol
141.7
Provérbios Sheol Sheol sepultura abismo Sheol
Provérbios Sheol Sheol sepultura abismo Sheol
1.12
Provérbios túmulo Sheol inferno inferno Sheol
5.5
Provérbios tumba Sheol sepultura sepultura Sheol
7.27
Provérbios Sheol inferno inferno Sheol
9.18
Provérbios Sheol Cheol inferno além Sheol
15.11
Provérbios Sheol Cheol inferno inferno Sheol
15.24
Provérbios tumba Cheol inferno inferno Sheol
23.14
Provérbios Sheol Cheol inferno inferno Sheol
27.20
Provérbios tumba sepultura sepultura sepultura Sheol
30.16
Eclesiastes tumba sepultura sepultura além Sheol
9.10
Cantares sepultura sepultura sepultura sepultura Sheol
8.6
Isaias 5.14 Sheol Sheol sepultura cova Sheol
Isaías 7.1 oculto sepultura profundez profundeza Sheol
Isaías 14.9 Sheol Sheol inferno sepultura Sheol
Isaías abismo Sheol inferno cova Sheol
14.11
Isaías Sheol Sheol inferno reino dops Sheol
14.15 mortos
Isaías Sheol Sheol inferno além Sheol
28.15
Isaías Sheol Sheol inferno além Sheol
28.18
Isaías Sheol Sheol sepultura além Sheol
38/10
Isaías túmulo Sheol sepultura sepultura Sheol
38.18
Isaías 57.9 baixo Sheol inferno sepulcro Sheol
sepulcro Sheol inferno além Sheol
Ezequiel
sepulcro Sheol inferno além Sheol
31.15-17
Sheol Sheol inferno além Sheol
Ezequiel profundeza Sheol inferno além Sheol
32.21
Ezequiel Sheol Sheol inferno sepulcro Sheol
32.27
Oseias Sheol Sheol inferno inferno Sheol
13.14 Sheol Sheol inferno inferno Sheol
Amós 9.2 Sheol Sheol inferno abismo Sheol
Jonas Sheol Sheol inferno abismo Sheol
2.2[3]
Habacuque morte Sheol sepulcro sepulcro Sheol
2.5
Considerações finais

Apresentamos um resumo da história das


testemunhas de Jeová, seu conceito sobre a
Trindade, o Senhor Jesus Cristo, o Espírito Santo, a
alma e o inferno com seus respectivos argumentos.
Vimos que se trata de uma confissão de fé sem
sustentação bíblica e que por isso foge à ortodoxia
cristã. Cada ponto doutrinário foi refutado com
base na Palavra de Deus. É importante conhecer as
testemunhas de Jeová, suas crenças e argumentos,
mas a sua eficácia depende também de como aplicar
esses recursos em sua evangelização.
As testemunhas de Jeová são uma classe
pertencente aos grupos não alcançados pelo
evangelho e pregar para elas é um desafio para a
Igreja. É o povo mais difícil de evangelizar, em
virtude de o Corpo Governante haver colocado em
volta delas uma grande muralha de bronze para
impedir a penetração do evangelho de Cristo.
Consideram-se conhecedoras da verdade e,
portanto, não querem ouvir, mas ensinar. Quando
se depara em alguém que conhece suas crenças e se
encontra suficientemente preparado para enfrentá-
las, não querem dialogar. Para conquistá-las para
Jesus você precisa de oração. Procure adquirir a sua
confiança e a sua simpatia e ore com freqüência por
ela, sem que ela saiba, pois elas são geralmente
presunçosas e se julgam conhecedoras da verdade.
Demonstre amor e interesse sincero por ela e tenha
muita paciência. Muitas coisas da fé cristã lhes
parecem absurdas em virtude de sua formação
religiosa.
As testemunhas de Jeová procuram ser amáveis
até que o seu interlocutor as ouça e responda com
interesse às suas perguntas costumeiras. Tornam-se,
geralmente, agressivas e grosseiras quando alguém
as contradiz pela Palavra de Deus. Não têm
nenhum interesse em dialogar com os evangélicos
mais esclarecidos nos assuntos bíblicos. Não estão
interessadas em que o povo leia a Bíblia, mas sim, a
sua literatura e que as referências bíblicas básicas
sejam lidas na TNM. A leitura em outras versões da
Bíblia não vale, salvo alguns versículos peculiares
para justificar seu ensino.
A maioria dos diálogos com elas acontece durante
seus trabalhos de casa em casa. O tempo é muito
curto e elas têm sempre agenda a cumprir, mas
pode ser aproveitado para que ela leia em alta voz
para que você possa ouvir alguns versículos na
própria TNM. Porém, a testemunha de Jeová
precisa ser provocada com declarações como: A
Bíblia ensina que Jesus é Jeová, leia o salmo 110.5
(consultar comentário na página 110) ou, as
Escrituras chamam o Espírito Santo de Jeová, leia 2
Coríntios 3.17, 18 (consultar comentário na página
124). Outra opção é ler Lucas 1.76, (pois a sua
versão reza: “Mas, quanto a ti, menino, serás
chamado profeta do Altíssimo, pois irás de antemão
na frente de Jeová para aprontar os seus
caminhos”), para em seguida perguntar de quem
João Batista foi precursor, visto que ele próprio
afirmou: “aquele que vem após mim”, referindo-se
ao Messias (Mt 3.11; Mc 1.7; Lc 3.16; Jo 1.27);
Logo, Jesus é o mesmo Deus Javé.
Com certeza ela não vai acreditar no que você
está dizendo, assim poderá ir, sem dúvida, à leitura.
Se a conversa progredir e houver possibilidade de
um encontro futuro deve-se combinar de antemão o
assunto, data, horário e a sua duração. Recomenda-
se não passar de uma hora e os pontos pendentes
podem ficar para a reunião seguinte. O diálogo
deve ser de forma civilizada e respeitosa, mas
sempre discordando do ponto de vista teológico
dela.
A testemunha de Jeová terá dificuldade em
reconhecer o mito 1914 como invenção falaciosa de
seus fundadores. A doutrina do inferno ardente lhes
parece irracional. Para explicar a doutrina da
Trindade será necessária oração e conhecer os
argumentos básicos usados por elas, e saber como
refutá-las com moderação e dentro da Bíblia. Não
pense em ganhá-la para Jesus apenas com uma
visita ou um só encontro. Tal visita será apenas
uma porta aberta para se estabelecer uma amizade e
por ela evangelizá-la. A organização levou de seis
meses a três anos para embutir na mente e na alma
dessa gente as suas crenças, numa série de estudos
programados. Não espere, portanto, em uma ou
duas visitas remover delas as crenças erradas! Isto é
um processo lento e requer paciência, além de um
conhecimento sólido da organização e suas crenças.
Os conhecimentos delas são limitadíssimos e não
vão além de suas publicações. O problema é que
elas se apegam com “unhas e dentes” às passagens
bíblicas selecionadas pela organização, juntando a
isso os argumentos pré-fabricados da Sociedade
Torre de Vigia.
Quando alguém mostra a inconsistência de sua
doutrina e que o Corpo Governante não é o que
ensina ser, a reação dela é dizer que se trata de
perseguição religiosa. A organização ataca a todos
os ramos cristianismo, denominando-os de
“cristandade”, e transmite o resultado de suas
pesquisas às testemunhas de Jeová da maneira
enganosa. Agride a tudo e a todos: as igrejas, as
religiões de modo geral, as instituições políticas e
trabalhistas. Nada escapa. Quando se trata de um
estudioso, que não pertence à organização e que
conhece todas as suas manobras, é tido como
perseguidor, apóstata, opositor. Não sabem que foi
a Sociedade Torre de Vigia que disparou o primeiro
tiro, declarando guerra contra as igrejas.
Não é prudente usar a linguagem delas como
“Corpo Governante, escravo fiel e discreto,
organização etc” e citar fatos de sua história, pois
elas pensam que você já foi testemunha de Jeová, a
organização proíbe conversar com quem saiu do
movimento, ou considera como perseguidor, “por
que você está tão preocupado conosco?”, costumam
perguntar. O melhor caminho é a Bíblia e, de
preferência, falar sobre o assunto que ela própria
apresentou. Certa vez eu fui com um companheiro
a um salão do reino. Chegamos cedo. Um moço
bem vestido nos recebeu muito bem, mas observei
que um senhor de idade estava atento à nossa
conversa. Perguntamos ao jovem se ele era
testemunha de Jeová; “sou estudante”, respondeu.
O que estava nos observando se aproximou e de
maneira simpática e amigável nos convidou para
participar de um estudo bíblico sobre o Espírito
Santo. Que interessante! “O senhor tem o Espírito
Santo?”, foi a nossa pergunta. De repente ele
mudou o tom de voz: “onde vocês querem chegar
com essa pergunta?”, retrucou. “Foi o senhor
mesmo quem nos convidou para um estudo sobre o
Espírito Santo e ficamos interessados”. Ele viu a sua
própria contradição e se acalmou, afinal, quem
começou o assunto? Mas, o motivo dessa reação é
porque os adeptos da Sociedade Torre de Vigia
acreditam que somente os 144.000 têm o Espírito
Santo, agora, dizer que ele mesmo não o tem é um
tanto desconfortável e constrangedor diante das
visitas. Porém, a pergunta tinha endereço certo, mas
foi ele quem começou. É assim que devemos
dialogar com elas e nunca exibir nossos
conhecimentos de sua história e suas crenças.
Nunca devemos oferecer a nossa literatura para
elas quando estiver acompanhada de outra
testemunha de Jeová, pois será punida com
expulsão do salão do reino qualquer uma que
examinar publicações de outras religiões, por isso
são continuamente vigiadas umas pelas outras. É
dever de todas as testemunhas de Jeová denunciar
um irmão infrator, sob pena de receber a mesma
punição, mas primeiro deve aconselhá-lo a procurar
o ancião, e, se ele se recusar, deve estar ciente de que
será denunciado pelo seu companheiro. Ninguém
pode deixar transparecer dúvidas na organização,
pois logo esses são denunciados. Ninguém pode
confiar em ninguém. Todos eles devem afinar sua
viola à da organização. A melhor maneira de
mantê-las desinformadas é não permitir que elas
leiam publicações de outras religiões, consideradas
literatura apóstata. Os anciãos estão sempre alerta
para proteger a congregação dessa literatura. Trata-
se de atitude muito estranha para uma organização
religiosa que ostenta a bandeira da liberdade e do
livre-exame das Escrituras, defendida pelos
reformadores do século 16, e que, em suas
publicações, desafia os membros de outros credos
religiosos a examinarem sua religião na literatura da
Sociedade Torre de Vigia. Um procedimento
prudente é deixar para oferecer nossas publicações
quando ela estiver sozinha; mesmo assim, é possível
que ela recuse.
A maior parte dos questionamentos vem da
literatura crítica e apologética que denuncia as
profecias dos seus líderes, suas constantes mudanças
doutrinárias, a falta de imparcialidade nos relatos
de sua história e a verdadeira realidade da
organização, como o modus operandi da sede
mundial. Isso representa uma séria ameaça à
Sociedade Torre de Vigia e enfraquece a autoridade
do Corpo Governante, pois reivindica uma
autoridade acima de todos os homens, e considera-
se a si mesmo como único canal de comunicação
entre Jeová e o homem.
As testemunhas de Jeová vivem uma espécie de
pressão psicológica e por essa razão aceitam
obstinadamente tudo o que vem do Corpo
Governante. São três os temores básicos delas:
medo do Armagedom, de não serem ressuscitadas
(acreditam que não haverá ressurreição para os
iníquos) e de serem desassociadas. A desassociação é
o mais alto grau de humilhação para elas. Com
essas três armas a organização domina
completamente a vida das testemunhas de Jeová.
Outras, têm medo de aprender, de estudar e
examinar outra literatura, pois correm o risco de
descobrir que sua fé está sendo depositada numa
organização e cujos erros possam levá-las a
desacreditarem na sua liderança. São instruídas de
que não há esperança para o ser humano fora da
organização. Tudo isso se torna um pesadelo para
os seguidores da Sociedade Torre de Vigia.
O visitante do salão do reino é sempre bem-
vindo, são recebidos pelos servos ministeriais com
fineza, cortesia e um sorriso amável nos lábios.
Porém, depois de tornar-se membro da organização
perderá sua liberdade, pois não existe uma saída
honrosa dessa religião. Uma maneira de desligar-se
dela é pela desassociação, expulsão, depois de
condenado pelo tribunal da Comissão Judicativa.
Ser desassociado significa, também, perder amigos e
vínculos familiares. A dissociação é a segunda saída,
isso geralmente acontece quando alguém discorda
dos ensinos do Corpo Governante, essa pessoa pode
tomar, por si mesma, a decisão de não ser mais
testemunha de Jeová, mas recebe o mesmo
tratamento do desassociado. É essa a religião do
Corpo Governante que as testemunhas de Jeová
pregam de casa em casa.
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Russell registrou sua organização, em 1884, com o
nome Watch Tower Bible and Tract Society of
Pennsylvania, (Sociedade Torre de Vigia de Bíblias
e Tratados de Pensilvânia), nome mudado em 1896
para Watch Tower Bible and Tract Society.
Quando transferiu o escritório central para o
Brooklyn, em Nova Iorque, em 1908, ele criou
outra corporação, a People’s Pulpit Association
(Associação Púlpito do Povo), nome usado em
Brooklyn, até 1939, quando foi substituído por
Watchtower Bible and Tract Society, Inc., e, depois
de 1956, foi mudado para Watchtower Bible and
Tract Society of New York, Inc. Os seguidores de
Russell eram chamados de Estudantes da Bíblia, a
partir de 1910, Estudantes Internacionais da Bíblia,
e depois de 1914, Estudantes da Bíblia Associados.
Todos esses nomes aparecem como editoras das
publicações das testemunhas de Jeová, isolados ou
associados. Todas essas corporações pertencem à
mesma organização. As datas citadas nas
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Revelação - Seu Grandioso Clímax Está Próximo!
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__________. The Time Is at Hand (Studies in the
Scriptures, vol. 2). Brooklyn, N.Y. USA: Watch
Tower Bible and Tract Society, 1910.
__________. Thy Kingdom Come (Studies in the
Scriptures, vol. 3). Brooklyn, N.Y. USA: Watch
Tower Bible and Tract Society, 1908.
__________. The Battle of Armagedon (Studies in
the Scriptures, vol. 4). Brooklyn, N.Y. USA:
International Bible Students Association, 1913.
__________. The At-one-ment Between God and
Man (Studies in the Scriptures, vol. 5). Brooklyn,
N.Y. USA: International Bible Students
Association, 1926.
__________. The New Creation (Studies in the
Scriptures, vol. 6). Brooklyn, N.Y. USA:
International Bible Students Association, 1923.
__________. The Finished Mystery (Studies in the
Scriptures, vol. 7). Brooklyn, N.Y. USA:
International Bible Students Association, 1918.
__________. Food for Thinking Christians.
Pittsburgh, PA: Zion’s Watch Tower, 1881.
__________. The Object and Manner of Our
Lord’s Return. Rochester, New York, USA: Office
of Herald of the Morning, 1877.
RUTHERFORD, Joseph F. Filhos. Brooklyn,
N.Y., USA: Watchtower Bible and Tract Society
Inc.; International Bible Students Association,
1941.
__________. Inimigos. Brooklyn, N.Y., USA:
Watch Tower Bible and Tract Society Inc.;
International Bible Students Association, 1937.
__________. Jeová. Brooklyn, N.Y., USA:
Watchtower Bible and Tract Society of New York,
Inc.; International Bible Students Association,
1934.
__________. Milhões que Agora Vivem Jamais
Morrerão. Rio de Janeiro: Associação Internacional
dos Estudantes da Bíblia, 1923.
__________. Religião. Brooklyn, N.Y., USA:
Watch Tower Bible and Tract Society Inc.;
International Bible Students Association, 1940.
__________. Riquezas. Brooklyn, N.Y., USA:
Watch Tower Bible and Tract Society;
International Bible Students Association, 1936.
__________. Salvação. Brooklyn, N.Y., USA:
Watchtower Bible and Tract Society of New York,
Inc.; International Bible Students Association,
1939.
__________. 1934 Year Book of Jehovah’s
Witnesses. Broklyn, N.Y., USA: Watch Tower
Bible and Tract Society of New York, Inc.; Peoples
Plpit Association; International Bible Students
Association, 1934.
“Seja Deus Verdadeiro”. Brooklyn, N.Y. USA:
International Bible Students Association, 1949.
Testemunhas de Jeová - Proclamadores do reino de
Deus. Brooklyn, N.Y., USA: Watchtower Bible
and Tract Society of New York, Inc.; International
Bible Students Association; Cesário Lange, SP:
Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados,
1993.
“Toda a Escritura é Inspirada por Deus e
Proveitosa”. New York, USA: Watchtower Bible
and Tract Society of New York, Inc.; International
Bible Students Association, 1966.
Unidos na Adoração do Único Deus Verdadeiro.
Brooklyn, N.Y., USA: Watchtower Bible and Tract
Society of New York, Inc.; Cesário Lange, SP:
Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados,
1983.
Verdade que Conduz à Vida Eterna, (A). Brooklyn,
N.Y., USA: Watchtower Bible and Tract Society of
New York, Inc.; São Paulo: Sociedade Torre de
Vigia de Bíblias e Tratados, 1968.
Verdade Vos Tornará Livres, (A). Brooklyn, N.Y.,
USA: International Bible Students Association,
1946.
Vida Eterna na Liberdade dos Filhos de Deus.
Brooklyn, N.Y., USA: Watchtower Bible and Tract
Society of New York, Inc.; International Bible
Students Association, 1966.
WILSON, Benjamin. The Emphatic Diaglott. New
York, USA: Watchtower Bible and Tract Society of
New York, Inc., 1942.
Periódicos e Brochuras da Sociedade Torre de Vigia
Despertai! (Revista mensal, a partir de Janeiro de
2007 - diversas datas). Edições americanas,
Watchtower Bible and Tract Society of New York,
Inc. Edições brasileiras, Cesário Lange, SP:
Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados ou
Associação Torre de Vigia de Bíblias e Tratados,
desde 2003.
Deve-se Crer na Trindade?(Brochura) Brooklyn,
N.Y., USA: Watchtower Bible and Tract Society of
New York, Inc.; Cesário Lange, SP: Sociedade
Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1989.
Qual É o Objetivo da Vida? ?(Brochura) Brooklyn,
N.Y., USA: Watchtower Bible and Tract Society of
New York, Inc.; Cesário Lange, SP: Associação
Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, 1993.
Sentinela, (A) - em português; Watchtower (The) -
em inglês. Revista oficial da organização - diversas
datas. Edições americanas, Watchtower Bible and
Tract Society of New York, Inc.. Edições brasileiras,
Cesário Lange, SP: Sociedade Torre de Vigia de
Bíblias e Tratados ou Associação Torre de Vigia de
Bíblias e Tratados, desde 2003.

Palavras chave
A
Abismo
Ablábio -
Abraão -
Acusação -
Adão -
Administração -
Adventistas do Sétimo Dia -
Adoração -
Agostinho de Hipona -
Além -
Alighiere, Dante -
Alimento espiritual -
Alma -
Anarquia –
Ancião -
Anemos –
Aniversários -
Anno Mundi -
Anomeano, anomeu
Apelação -
Apocalipse -
Apóstata -
Apóstolos -
Ário, arianismo, arianistas -
Arcanjo, Miguel -
Armagedom, batalha do -
Atanásio, atanasiano -
Auroristas -
Autoridade -
Autoritarismo –

B
Babilônia -
Barbour, N. H. -
Barclay, William -
Barnabé, epístola de -
Bete Sarim -
Betel, betelitas -
Bíblia:
autoridade -
manuscrito e papinos -

C
Canal, de comunicação -
Casa dos Príncipes -
Casamentos -
Cassuto, Umberto -
Cedar Point -
Cesaréia, Eusébio de -
Basílio de -
Cetnar, Joan -
Céu -
Christianini, Arnaldo B. -
Clemente de Roma -
Clero, católico ou protestante -
Cole, Marley -
Comissão Editora -
Comitê de Tradução -
Concílios:
Calcedônia -
Constantinopla -
Éfeso -
Nicéia -
Consolation (Consolação), revista -
Constantino, imperador romano -
Córdoba, Ósio -
Corpo Governante -
Cova –
Credos:
de Cesaréia -
Niceno -
Atanasiano ou de Atanásio -
Cristandade -
Cristo Jesus -
Cronologia -
Cruz, substituição por estaca de tortura -

D
Daniel -
Datas -
Davi -
Desapontamento -
Desassociação -
Dia, fórmula de “um dia por um ano” -
Diaglotão Enfático, O (The Emphatic Diaglott) -
Diretoria, Sociedade Torre de Vigia -
Dissociação -
Divina Comédia -

E
Edwards, Jonathan -
Elohim -
Emphatic Diaglott, The (O Diaglotão Enfático) -
Encarnação do Verbo (A) -
Escócia, julgamento na -
Escravo fiel e discreto -
Escrituras Gregas Cristãs -
Escrituras Hebraicas -
Esperança -
Espírito Santo:
sua personalidade -
sua divindade -
Estaca de tortura -
Estudantes Internacionais da Bíblia
Estudos das Escrituras -
Eunômio -
Eu Sou -
Exegese -
F
Falsas profecias, falsos profetas -
Falsificação, na Tradução do Novo Mundo -
Fé -
Fisher, George H. -
Franz, Cynthia -
Franz, Frederick W.:
autoridade doutrinal -
“eminente erudito bíblico” -
sua morte -
predições para 1975 -
presidência -
Tradução do Novo Mundo -
Franz, Raymond -

G
Gangas, George –
Geena –
Gentios, tempos dos –
Gileade, Escola de -
Gregório de Nazianzo –
Gregório de Nissa -

H
Hades -
Henschel, Milton G.:
no Corpo Governante -
morte -
normas da organização -
presidência -
relacionamento com N. H. Knorr -
Tradução do Novo Mundo -
Herald of the Morning (Arauto da Aurora)-
Hermas, o Pastor de -
Herodes -
Heresiarcas -
Humildade, falsa -

I
Ignorância -
Inácio de Antioquia -
Inferno -
Irineu de Lião -
Isaque -
Israel, Deus de -

J
Jacó -
Javé -
Jeová, livro de Joseph F. Rutherford -
Jeová, inserção do nome nas Escrituras -
Jerusalém -
João Batista -
Johnson, J. Dr. -
Johnson, Paul S. L. -
Jonsson, Carl Olof -
Judaísmo -
Judeus -
Julgamento:
Escatológico -
avaliação crítica -
Justino, o Mártir -

K
Knorr, Nathan H.:
batismo -
Corpo Governante -
Morte -
presidência e administração -
Tradução Novo Mundo -
L
Lavagem cerebral -
Lázaro -
Liberdade -
Literatura -

M
Macmillan, A. H. -
Mantey, J. R. -
Metzger, Bruce M. -
México -
Milhões que Agora Vivem Jamais Morrerão -
Miller, William -
Missionários -
Morte –
Mortos:
mundo invisível dos
reino dos

N
Natal -
Nazismo, apoio ao -
Nephesh -
Nicomédia, Eusébio de -

O
Obra póstuma do Pastor Russell, (O Mistério
Consumado) -
Oração Teológica -
Oráculo -

P
Pai, deidade –
Pais da Igreja -
Papa -
Papias -
Paraíso, terra paradisíaca -
Parousia -
Patrística, Patrologia -
Policarpo -
Primeira Guerra Mundial -
Penton, James M. -
Profecias, falsas:
1914 -
1915 -
1918 -
1920 -
1925 -
1942 -
1975 -
Pregos, cravados nas mãos de Jesus -
Presença invisível -
Príncipes -
Psyche –

R
Rabino -
RASHI -
Reed, David -
Ressurreição:
de Cristo -
dos mortos -
Robertson, A. T. -
Rochester -
Roterdã, Erasmo -
Russell, Charles Taze:
bens pessoais de -
escravo fiel e discreto -
esposa e o divórcio -
Sentinela, A, (criação) -
última vontade e testamento de -
Russell, Maria -
Rutherford, Joseph F.:
batismo -
Comissão Editora -
crise interna e cisma -
eleição ao cargo de presidente -
falsas profecias -
falsos ensinos -
morte -
mudanças de doutrina -
prisão -

S
Salvação -
Schnell, William J. -
Schroeder, Albert, -
Sectarismo -
Sede mundial –
Septuaginta, Versão dos Setenta –
Sepultura –
Sheol –
Storrs, George -
T
Tártaro –
Tempos dos gentios -
Teocracia -
Tertuliano de Cartago -
Testamento, de C. T. Russell -
Tetragrama -
Três Mundos ou Plano de Redenção -
Time, revista americana -
Tradução do Novo Mundo: Comissão de Tradutores -
inserções no texto da -
objetivos da -
origem da -
produção da -
refutação A -,
qualificação e erudição dos tradutores -
Tradução do Novo Mundo com Referências -
tradutores da –
Tradução Brasileira –
Transfusão de sangue -
Trindade -
Teocracia -
Teologia -

U
Ungidos, classe dos -
Única religião verdadeira –
Unidade absoluta –
Unidade composta -

V
Versão dos Setenta, Septuaginta -

W
Wendell, Jonas -
Westcott & Hort, -
Woodworth, Clayton J. -
Wilson, Benjamin -
Wycliff, John –

Y
Yahwer -

Estas palavras são apenas referência, para


localizá-las use o busca do próprio programa
Índice das escrituras

ANTIGO TESTAMENTO
GÊNESIS
1.1 –
1.2 –

1.8, 9 -
1.26 –

1.27 -
2.4 –
2.7 –
2.24 –
3.1 –
3.22 –

4.7 -
6.3 –
11.4 –
11.7 –

17.5 -
18.25 –
22.2 –
23.4, 20 –
23.6, 9 -

35.22-27
37.22-27 –
37.33 –
37.35 –
37.35, 36 –
38.8 –
42.38 –
44.29, 31 –
46.8-27 -
48.18, 19 -

49.3-28 -
49.30 –
50.5 –
ÊXODO
1.1-6 –
1.5 –
3.13, 14 –
4.12 –
12.2 –

13.4-16 -
14.11 –
15.2 –
15.11 –
17.7 –
17.15 –
20.23 -

22.8, 9, 27 -
24.10 –
33.20 –

LEVÍTICO
17.14 –
19.2 –
20.10 –
20.26 –
20.27 –
24.10-13 –

NÚMEROS
1.5-17 –
11.25 –
13.4-16 –
12.6 –
16.30, 33 –

DEUTERONÔMIO
3.24 –
4.2 –
4.35 –
4.35, 39 –
5.1, 6, 7 –
6.4-6 –

10.17
12.23 –
12.32 –
13.5-10 –

13.7, 8 -
18.20-22 –
19.17 –
21.8-21 –
22.22-24 –
25.5-10 –
30.20 –
32.4 –
32.12 –
32.22 –

32.29 -
32.39 –
32.43 –

JOSUÉ
15.8 –

JUÍZES
6.10 –

6.24 -
6.34 –

11.29 -
13.22 –
14.6 –

14.16 -
15.14 –
16.20 –

RUTE
1.2 –
4.4-10 –

1 SAMUEL
1.1 –
2.2 –
2.6 –

10.10 -
16.11 –
16.13 -
28.13 –

2 SAMUEL
2.31 –
7.22 –

22.6
23.2, 3 –

1 REIS
2.6, 9 –
8.39 –
13.30 –
19.14 –
20.35 –

2 REIS
17.14 –
19.15 –
23.10 –

25.12 -
1 CRÔNICAS
17.20 –
28.9 –
29.17 –

2 CRÔNICAS
20.6 –

NEEMIAS
3.29 –
9.6 –
9.20 –


1.1 –
7.9 –
11.8 –
14.13 –
14.17 –
17.13, 16 –
21.13 –
24.19 –
26.6 –
26.13 –
33.4 –
33.22 –
38.17 –

SALMOS
6.5 –
7.9 –
8.4 –
8.5 –
9.17 –
14.2, 3 –
16.10 –
18.5 –
23.1 –
23.2 –
24.7 –
24.10 –
30.3 –
31.17 –
33.4 –

33.13, 14 -
36.9 –
37.29 –
45.6, 7 –
49.14 –
49.15 –
55.15 –
72.18 –
73.24 –
78.18, 19 –
82.1-6 –
83.18 –
86.5 –
86.10 –
86.13 –
88.3 –
89.6-8 –
89.27 –
89.48 –
90.1, 2 –
91.1 –
93.2 –
97.7 –
103.3 –
104.30 –
108.4 –
110.1 –
110.5 –
113.25 –
116.3 –
139.1-6 –
139.7-10 –
139.8 –
141.7 –
143.10 –
146.6 –

PROVÉRBIOS
1.12 –
1.20-23 –
5.5 –
7.27 –
8.22-30 –
9.18 –
14.12, 25 –
15.3 –
15.11, 24 –
15.24 –
23.14 –
27.20 –
30.5, 6 –
30.16 –

ECLESIASTES
3.19-21 –
9.5 –
9.10 –
12.7 –

CANTARES
8.6 –

ISAÍAS
1.9 –
5.14 –
6.1-10 –
7.11 –

7.15 -
8.13-15 –
9.6 –
10.21 –
11.2 –
14.9 –
14.12-15 –
14.15 –
14.19 –
14.27 –
28.15, 18 –
37.20 –
38.10, 18 –
40.3 –
40.25 –
40.28 –
41.4 –
42.9 –
43.10-12 –
43.10-15 –
43.11 –
43.12, 13 –
44.6 –
44.6, 8 –
44.8 –
44.22 –
44.24 –
44.27 –
45.5, 6 –
45.5, 21 –
45.5-7 –
45.15 –
45.18 –
46.4 –
46.9 –
46.9, 10 –
48.5, 6 –
48.5-7 –
48.16 –
48.17 –
52.6 –
53.9 –
54.13 –
55.8, 9 –
57.9 –
57.15 –
62.2 –
63.10 –
63.14 –
65.17 –

JEREMIAS
1.9 –
7.31 –
10.6 –
10.10 –
23.5, 6 –
23.23, 24 –
25.4 –
27.5 –
31.3 –
31.9 –
32.19 –
32.27 –

EZEQUIEL
1.26 –
8.1, 3 –
11.5 –
18.4 –
18.23 –
24.20, 21 –
31.15-17 –
32.21, 27 –
37.12 –
37.14 –
44.2 –

DANIEL
2.20 –
2.20-22 –
4.32 –
7.23 –
8.14 –
9.24 –
10.13 –
10.5-13 –
12.1 –
12.2 –
12.6 –
OSÉIAS

9.7 -
13.4 –
13.14 –

JOEL
2.32 –

AMÓS
7.4 –
9.2, 3 –

JONAS
2.1 –
2.2 –

MIQUÉIAS
5.2 –
NAUM
1.3 –

HABACUQUE
2.5 –

SOFONIAS
1.4 –
2.2 –
2.3 –

AGEU
2.7 –

ZACARIAS
4.6 –
12.10 –
12.8-10 –
14.5 –
14.9 –
MALAQUIAS
1.6 –
3.1 –

NOVO TESTAMENTO
MATEUS
1.18 –
1.20 –
1.23 –
2.2, 11 –
2.11 –
3.3 –
3.11 –
3.15-17 –
3.16, 17 –
4.9 –
4.10 –
5.5 –
5.22, 29, 30 –
5.29, 30 –
8.2 –
8.24 –
9.3, 4 –
9.5, 6 –
9.18 –
10.20 –
10.28 –
11.19 –
11.23 –
11.24 –
12.28 –
12.29-31 –
12.32 –
12.47 –
13.11 –
13.14 –
13.49-50 –
13.55-56 –
14.33 –
15.9 –
15.25 –
16.13, 14 –
16.18 –
16.24 –
17.27 –
18.9 –
18.20 –
19.17 –
21.9 –
22.13 –
22.23 –
22.31,32 –
22.32 –
22.37 –
22.41-45 –
22.42-45 –
23.15 –
23.15, 33 –
23.24 –
23.29 –
23.29-31 –
24.5 –
24.13 –
24.23-25 –
24.36 –
24.45 –
24.45-47 –
25.41-46 –
25.41 –
25.46 –
26.37 –
28.1 –
28.2, 3, 5 –
28.6 –
28.9 –
28.17 –
28.18 –
28.19 –
28.20 –

MARCOS
1.7 –
1.13 –
5.3 –
9.43, 45, 47 –
10.18 –
11.11 –
12.18 –
12.19 –
12.29 –
12.29, 30 –
12.29-32 –
12.32 –
12.35-37 –
12.36 –
13.11 –
13.32 –
15. 19 –
16.5 –
16.15 –
16.20 –

LUCAS
1.11-13 –
1.16, 17 –
1.26 –
1.35 –
1.37 –
1.67 –
1.70 –
1.76 –
2.6, 7 –
2.9-14 –
2.11 –
2.26 –
2.40 –
2.47 –
2.52 –
3.16 –
3.22 –
4.7 –
5.37 –
6.35 –
7.35 –
8.31 –
8.41 –
10.15 –
11.49 –
12.4, 5 –
12.5 –
12.12 –
12.29 –
12.42 –
12.47, 48 –
15.4, 6 –
15.24 –
16.19-31 –
17.26-30 –
18.19 –
19.21 –
19.41-44 –
20.27 –
20.38 –
20.41-44 –
21.15 –
21.24 –
22.3 –
22.43 –
23.43 –
24.39 –
24.39, 40 –
24.39-41 –
24.44-47 –
24.46, 47 –

JOÃO
1.1 –
1.1, 2 –
1.1-3 –
1.3 –
1.4 –
1.12 –
1.13 –
1.14 –
1.18 –
1.27 –
1.32 –
1.47, 48 –
2.19-22 –
2.19; –
2.21, 22 –
2.24, 25 –
3.5, 6 –
3.8 –
3.13 –
3.14 –
3.16 –
4.17, 18 –
4.22 –
4.24 –
5.17 –
5.18 –
5.23 –
5.24 –
5.30 –
5.37 –
6.27 –
6.45 –
6.46 –
6.64 –
7.37-39 –
7.39 –
8.17, 18 –
8.24 –
8.28 –
8.54 –
8.58 –
8.59 –
9.38 –
10.4 –
10.14 –
10.18 –
10.18, 28 –
10.28 –
10.30 –
10.30-33 –
10.32 –
10.34 –
10.34, 35 –
11.25 –
12.39-42 –
12.40, 41 –
12.41 –
13.3 –
13.19 –
13.36 –
14.1 –
14.2 –
14.3 –
14.6 –
14.9 –
14.16 –
14.16, 26 –
14.17 –
14.20 –
14.23 –
14.26 –
14.26 –
14.28 –
14.34 –
14.37 –
15.4-7 –
15.15 –
15.26 –
16.7 –
16.7, 8 –
16.8 –
16.13 –
16.13, 14 –
16.30 –
17.3 –
17.5 –
17.16-17 –
17.23 –
17.24 –
17.26 –
18.4 –
19.28 –
19.32 –
19.33, 34 –
19.41, 42 –
20.1 –
20.15 –
20.17 –
20.25 –
20.28 –
20.31 –
21.17 –

ATOS
1.8 –
1.9-11 –
1.10, 11 –
2.1-8 –
2.2 –
2.2-4 –
2.4 –
2.21 –
2.22 –
2.24 –
2.24-30 –
2.27 –
2.25-27 –
2.27, 31 –
2.29, 30 –
2.36 –
3.14 –
3.21 –
4.10, 30 –
4.12 –
4.21 –
4.27 –
5.3 –
5.3, 4 –
5.3-9 –
5.17 –
7.43 –
7.51 –
7.51-57 –
9.11 –
9.14, 20, 21 –
10.19, 21 –
10.36 –
10.38 –
10.44-46 –
11.28 –
13.2 –
13.2, 4 –
14.15 –
15.12 –
15.28 –
16.6, 7 –
16.6-11 –
16.18 –
16.31 –
17.3 –
17.18 –
17.25, 28 –
17.30 –
17.31 –
19.6 –
19.11 –
20.23 –
20.28 –
22.14 –
22.16 –
22.24 –
23.8 –
28.6 –
28.25-27 –
28.26 –
ROMANOS
1.16 –
1.17 –
1.19-21, 28 –
1.22, 32 –
1.23-25 –
2.5, 6 –
3.23 –
4.25 –
5.12 –
5.14, 21 –
5.14 –
5.17 –
5. 18 –
5.19 –

5.21 -
6.2 –
6.4 –
6.4, 5 –
6.11-13 –
7.4-6 –
8.2 –
8.3 –
8.11 –
8.11-13 –
8.14 –
8.26 –
8.26, 27 –
8.27 –
9.5 –
9.29 –
9.33 –
10.9, 10 –
10.12 –
10.13 –
11.33 –
11.33, 34 –

11.34 -
11.36 –
15.6 –
15.13, 19 –
15.16 –
15.19 –
15.30 –
16.27 –

1 CORÍNTIOS
1.2 –
1.24 –
1.24, 30 –
2.8 –
2.10, 11 –
2.13 –
2.14 –
3.16 –
6.14 –
6.19 –
8.4-6 –
8.6 –
10.2 –
10.4 –
10.19-21 –
11.3 –
12.2 –
12.3 –
12.4-6 –
12.5 –
12.6 –
12.7 –
12.7-11 –
12.8-11 –
12.9-11 –
12.10 –
12.28 –
14.25 –
15.3, 4 –
15.17, 18 –
15.20 –
15.28 –
15.54-56 –
16.15, 16 –

2 CORÍNTIOS
1.3 –
3.16, 17 –
3.16-18 –
3.17, 18 –
4.4 –
5.1, 2, 6, 8 –
5.20 –
6.16 –
7.1 –
10.1 –
11.4 –
12.2 –
13.3 –
13.5 –
13.13 –

GÁLATAS
1.1 –
1.12 –
1.16 –
2.20 –
3.3, 5 –
3.7 –
3.20 –
4.19 –
5.18 –
5.22 –
6.7 –
6.8 –

EFÉSIOS
1.13 –
1.17 –
1.19 –
1.21 –
2.5, 6 –
2.8-10 –
2.11 –
2.14 –
3.3-5 –
3.9, 10 –
3.17 –
4.4-6 –
4.5 –
4.6 –
4.8-10 –
4.11 –
4.11-15 –
4.21 –
4.30 –

FILIPENSES
1.23 –
2.5-8 –
2.6 –
2.8-11 –
2.9-11 –
2.11 –
3.14 –
3.20 –
3.21 –
4.3 –

COLOSSENSES
1.15 –
1.15-18 –
1.16, 17 –
1.16-18 –
1.18 –
1.27, 28 –
2.2, 3 –
2.9 –
2.14 –
3.1 –
3.20, 21 –

1 TESSALONICENSES
3.13 –
4.15 –
4.16 –
5.23 –

2 TESSALONICENSES
1.9 –
3.2 –

1 TIMÓTEO
1.15 –
1.17 –
2.4 –
2.5 –
3.16 –
4.1 –
6.15 –
6.16 –

2 TIMÓTEO
1.14 –
3.15-17 –
3.16 –
4.6 –
4.14 –

TITO
1.2 –
2.10 –
2.11 –
2.13 –
3.4, 5 –
3.5 –

HEBREUS
1.1 –
1.2, 10 –
1.3 –
1.4 –
1.5 –
1.6 –
1.8 –
1.8, 9 –
1.13 –
2.4 –
2.9 –
2.17 –
3.7-9 –
4.12 –
4.13 –
4.15 –
9.14 –
10.29 –
11.1-3 –
11.16 –
12.23 –
12.29 –
13.8 –
13.12 –
13.20 –

TIAGO
3.6 –
4.5 –
1 PEDRO
1.2 –
1.7 –
1.11 –
2.21 –
3.15 –
3.18 –
3.18-20 –

2 PEDRO
1.1 –
1.19-21 –
1.21 –
2.4 –
2.9 –
3.13 –

1 JOÃO
1.1 –
1.1-3 –
2.1 –
2.5 –
2.20 –
2.29 –
3.17, 24 –
3.24 –
4.2, 3 –
4.4, 6 –
4.8 –
4.9 –
4.12-16 –

4.12, 20
5.6 –
5.7 –
5.7, 8 –
5.8 –
5.11 –
5.20 –

2 JOÃO
3–
7–

JUDAS
3.6 –
6–
9–
25 –

APOCALIPSE
1.7, 8 –
1.8 –
1.12-20 –
1.13-15 –
1.17 –
1.17, 18 –
1.18 –
2.7, 11, 17 –
3.7 –
3.12 –
3.14 –
3.20 –
4.8 –
5.8-14 –
6.8 –
6.9, 10 –
6.9-11 –
7.4-8 –
7.9-17 –
7.11 –
8.3 –
9.1, 2 –
9.2-4 –
9.11 –
9.20 –
11.3 –
11.15 –
11.16 –
11.19 –
12.7 –
12.7, 8 –
13.4 –
13.15 –
14.1-5 –
14.9 –
14.11 –
14.15 –
15.3, 4 –
15.4 –
16.2 –
16.16 –
16.20 –
17.14 –
19.4 –
19.7 –
19.12 –
19.20 –
20.1 –
20.2, 3 –
20.10 –
20.11-14 –
20.13 –
20.13, 14 –
20.14, 15 –
21.1 –
21.6, 7 –
22.3 –
22.6 –
22.8, 9 –
22.9 –
22.12 –
22.17 –
22.18, 19 –
Notas de fim
1 William J. Schnell nasceu em Nova Jérsei, em
1905, de origem luterana, seu pai era alemão, por
isso foi muito cedo para Alemanha. Em seu
testemunho, afirmava que em gratidão a Deus por
haver sobrevivido à Primeira Guerra, resolvera
dedicar-se a Ele. Ainda na adolescência associou-se
aos Estudantes da Bíblia. Foi betelita e tornou-se
Diretor de Serviço da filial da Alemanha, em
Magdeburgo; retornou aos Estados Unidos, em
1927, trabalhou na sede mundial, no Brooklyn,
Nova Iorque, e já conhecia pessoalmente Joseph F.
Rutherford. Schnell deixou a organização em 1954
e escreveu dois livros em que registra seu
testemunho pessoal, denuncia a Sociedade Torre de
Vigia e refuta alguns dos seus ensinos: Trinta Anos
Escravizado à Torre de Vigia e À luz do Cristianismo.

2 Atualmente há duas edições: uma para as


testemunhas de Jeová e outra para o público.
3 George Storrs. Foi dele que Russell trouxe a idéia
de celebrar a Ceia do Senhor uma vez por ano, na
ocasião da páscoa, mantido ainda hoje pelas
testemunhas de Jeová, e também o ódio contra as
igrejas protestantes e contra todos os ramos do
cristianismo, chamando-os de “Babilônia”, aversão
intensificada por seu sucessor e cultivada, na
atualidade, entre seus seguidores.

4 Raymond Franz é sobrinho de Frederick Franz, o


quarto presidente da Sociedade Torre de Vigia. A
desassociação (expulsão) de Raymond Franz foi
publicada na revista americana Time, edição de 22
de fevereiro de 1982, página 66. Ele é mencionado
na literatura da organização como superintendente
de filial em Porto Rico e República Dominicana,
representante do Corpo Governante nesses países
(Anuário... de 1973, páginas 152, 156, 158-162). A
Sentinela afirma que ele estudou na Escola de
Gileade e serviu 20 anos no estrangeiro (15 de
fevereiro de 1977, página 119). É mencionado
como membro do Corpo Governante nas seguintes
publicações: Anuário... de 1973, página 253 e de
1981, página 158; A Sentinela de 15 de março de
1975, página 182 e de 15 de junho de 1979,
página 11; entretanto, sequer é mencionado na
história da organização, contada na obra que
pretende ser imparcial, Testemunhas de Jeová -
Proclamadores do Reino de Deus.

5 M. James Penton, professor de História e de


Ciências da Religião da University of Lethbridge,
em Alberta, Canadá, nasceu em 1932, pertenceu à
quarta geração das testemunhas de Jeová e foi
desassociado (ex-comungado) da organização em
1981. É o mais respeitado historiador das
testemunhas de Jeová da atual geração. Ele
escreveu, em 1976, cinco anos antes de sua
desassociação, o livro Testemunhas de Jeová no
Canadá: Paladinos da Liberdade de Palavra e de
Adoração, publicado pela Macmillan do Canadá,
Toronto. A organização ajudou sua pesquisa
fornecendo informações, recebeu dados das
corporações do Brooklyn, Nova Iorque, de Toronto
e de Londres. A obra é citada pela Sociedade Torre
de Vigia, no Anuário das Testemunhas de 1980, que
conta a história delas nesse país, e na revista A
Sentinela de 1º de abril de 1977, página 199. Em
1988, publicou o livro Apocalipse Atrasado - A
História das Testemunhas de Jeová. E em novembro
de 2004, o livro Testemunhas de Jeová e o Terceiro
Reich: Política Sectária sob Perseguição, em que
apresenta farta documentação provando o apoio da
Torre de Vigia aos nazistas em 1933.

6 Betel é o termo usado para designar a sede da


Sociedade Torre de Vigia, Brooklyn, e suas
sucursais nos diversos países; “betelita” para os
voluntários que trabalham e residem na sede e ou
nas sucursais.

7 Hefzibá é um termo hebraico que significa, “meu prazer está nela.”


Cf. variante da Versão Almeida Corrigida da Sociedade Bíblica do
Brasil.

8 O assunto foi pesquisado pelo historiador M. James Penton e


publicado na obra Testemunhas de Jeová e o Terceiro Reich: Política
Sectária sob Perseguição.

9 O movimento Cristadelfiano, palavra que significa “irmão de


Cristo”, foi fundado por John Thomas (1805-1871), e recebeu esse
nome em 1864. Seus adeptos negam a Trindade, a personalidade do
Espírito Santo, a doutrina do sofrimento eterno. Sua cristologia é a
mesma das testemunhas de Jeová e opõe-se à ortodoxia cristã. A revista
Consolation, edição de 8 de novembro de 1944, página 26, refere-se
a Benjamin Wilson como cristadelfiano, mas no livro Los Testigos
Jehová en el Propósito Divino, página 258, afirma simplesmente que
ele nunca se associou à Torre de Vigia, omitindo, assim, sua
procedência religiosa.
10 David A. Reed foi pioneiro de tempo integral durante dois anos e
ancião das Testemunhas de Jeová por oito anos. Ele escreveu cerca de
15 livros, alguns sobre o mormonismo, mas a maioria sobre as
testemunhas de Jeová.

11 “Brochura” é a publicação em forma de revista, no mesmo padrão


de A Sentinela, com o mesmo formato e número de páginas, mas não
é revista, pois não é periódica.

12 Os pneumatomachoi, “opositores do Espírito”, nome dado por


Atanásio ao grupo religioso liderado por Eustáquio de Sebaste (300-
380) que não aceitava a divindade do Espírito Santo. O termo vem de
duas palavras gregas pneuma, “espírito”, e machomai, “falar mal,
contra”.

13 Ou anomeus, nome dado a um grupo arianista que restaurou o


radicalismo de Ário, vinte anos depois do Concílio de Nicéia. O
termo vem da palavra grega anómoios, “diferente”, porque
consideravam o Pai diferente do Filho.

14 O ch na transcrição de palavras hebraicas é pronunciado como o


j espanhol no nome “Juan”.

15 A segunda edição em 1519, e a terceira em 1522, que foi revisada


em 1550 por Stephanus, em 1565, por Bezae e, em 1624, pelos
irmãos Boaventura e Abraão Elzevir. A segunda edição de Elzevir, em
1633, trouxe o nome Textus Receptus “O Texto Recebido”. Foi esse o
texto usado por João Ferreira de Almeida na tradução do seu Novo
Testamento para o português, publicado em 1681. Essa tradução foi a
13ª em língua moderna depois da Reforma Protestante.

16 É a Versão Revisada da Tradução de João Ferreira de Almeida de


Acordo com os Melhores Textos em Hebraico e Grego publicado em
1967 pela Imprensa Bíblica Brasileira.

17 Fraseologia similar na edição de 1955, p. 191 § 4.

18 O Texto da Tradução Brasileira, editado pela Sociedade Bíblica


do Brasil, na Bíblia Online, transcreve a palavra hebraica sheol com a
letra “c”, registra “Cheol” no lugar de “Sheol”.

19 Heinrich Friedrich Wilhelm Gesenius (1786-1842), erudito e


orientalista alemão, foi professor de Halle e, em 1813, publicou a sua
famosa gramática Geseniu´s Hebrew Grammar. Autor do Léxico
Hebraico e Aramaico que leva o seu nome. Gesenius está ainda entre
as maiores autoridades de hebraico bíblico reconhecido
mundialmente.

20 Uma nova versão preparada por especialistas em português e nas


línguas originais da Bíblia, procedentes de diversas denominações
evangélicas, trabalho feito a partir da Versão Revisada da Tradução de
João Ferreira de Almeida de Acordo com os Melhores Textos em
Hebraico e Grego, publicado em 1967 pela Imprensa Bíblica
Brasileira.

21 Uma tradução feita por rabinos e profesores judeus para a língua


portuguesa, lançada em 2006 pela Editora e Livraria Sêfer.

22 O termo hades também é usado para traduzir outras seis palavras


hebraicas, cinco delas uma vez: tsalmaweh, “sombra da morte” (Jó
38.17); muth, “morte” (Jó 33.22); duma, “silêncio” (Sl 113.25
[115.17]; ‘ebney-bor, “pedras da cova” (Is 14.19); yored-bor, “descer
à cova” (Is 38.18), e duas vezes o termo mawet, “morte” (Pv 14.12,
25).

23 Curiosamente, as testemunhas de Jeová usaram como tema


“Portadores de Luz”, no Congresso de Distrito de 1992.

24 Alfred Edersheim (1825-1889), erudito judeu convertido à fé


cristã, com profundos conhecimentos do Talmude e da cultura do seu
povo, sempre preocupado em situar a vida e a obra de Jesus à base do
judaísmo. Foi pastor protestante, tradutor e professor da Universidade
de Edimburgo, Escócia.
25 A Mishná é a segunda parte do Talmude, antiga literatura
religiosa dos judeus.
Table of Contents
Dados Internacionais de catalogação na
publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Dedicatória
Introdução
Origem e desenvolvimento das Testemunhas de
Jeová
CHARLES TAZE RUSSELL
JOSEPH FRANKLIN RUTHERFORD
NATHAN HOMER KNORR
FREDERICK WILLIAM FRANZ
MILTON GEORGE HENSCHEL
UMA ORGANIZAÇÃO DE FALSOS
PROFETAS
Sobre a tradução do novo mundo das escrituras
sagradas
HISTÓRICO
UMA TRADUÇÃO FALSA,
TENDENCIOSA, VICIADA E CHEIA DE
INTERPOLAÇÃO
QUALIFICAÇÃO DE SEUS
TRADUTORES
Sobre a Santíssima Trindade
ARGUMENTOS BÁSICOS DAS
TESTEMUNHAS DE JEOVÁ
O MONOTEÍSMO BÍBLICO E A
TRINDADE
BASES BÍBLICAS DA TRINDADE
O CONCÍLIO DE NICÉIA
CONTROVÉRSIAS SOBRE O ESPÍRITO
SANTO
O CREDO DE ATANÁSIO OU
ATANASIANO
A TRINDADE EM TODA A BÍBLIA
CADA UMA DAS TRÊS PESSOAS É
CHAMADA DE DEUS VERDADEIRO
ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS DE
CADA UMA DESSAS TRÊS PESSOAS
ATRIBUTOS MORAIS DE CADA UMA
DESSAS TRÊS PESSOAS
OBRAS REALIZADAS POR CADA UMA
DESSAS TRÊS PESSOAS
Sobre o senhor Jesus Cristo
JESUS CRISTO, O VERDADEIRO
HOMEM
JESUS CRISTO, O VERDADEIRO DEUS
OS ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS
REVELADOS EM JESUS
TEXTOS BÍBLICOS SELECIONADOS
PARA NEGAR A DIVINDADE DE
CRISTO
DEVE O SENHOR JESUS CRISTO SER
ADORADO?
A RESSURREIÇÃO DE CRISTO
JESUS CRISTO E O ARCANJO MIGUEL
COMPARAÇÃO ENTRE JAVÉ DO
ANTIGO TESTAMENTO E JESUS
CRISTO DO NOVO TESTAMENTO
Sobre o Espírito Santo
SUA PERSONALIDADE
SUA DIVINDADE
SENHOR
Sobre a alma
DEFININDO OS TERMOS
REFUTAÇÃO BÍBLICA AO CONCEITO
DE ALMA DAS TESTEMUNHAS DE
JEOVÁ
A ESPERANÇA DAS TESTEMUNHAS
DE JEOVÁ
Sobre o inferno
O INFERNO ARDENTE É IRRACIONAL?
O INFERNO ARDENTE É CONTRÁRIO
AO AMOR DE DEUS?
O INFERNO NÃO É REPUGNANTE À
JUSTIÇA DIVINA
O RICO E LÁZARO
Considerações finais
Referências bibliográficas
Palavras chave
Índice das escrituras
Notas de fim

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