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AS DOZE NOITES SANTAS

Bia Rossi

Final de ano, Natal

Amor, esperança a pairar

Na noite linda, a estrela a chegar

Um caminho de ser

Transcendência do homem

O menino em luz,

O humano da Terra,

No Homem reluz.

É muito comum chegarmos ao final de ano naquele estado de finalização, um desejo de “acabar
logo” para um novo chegar. Como um folha em branco, partimos para o novo vindouro, repletos de ideias e
planos que “dessa vez vão dar certo”.

Um momento regado à alegrias, desejos, esperanças, mas também regado à angústia pelo novo,
medo, falta de vitalidade por não conseguir se posicionar perante um contexto social pré-estabelecido,
orientado por alimentos em excesso e materialismo desenfreado.

Nessa dicotomia intensa de sentimentos, a grande maioria dos homens percorre a última quinzena
de dezembro e o início de janeiro.

Chega janeiro e um certo silêncio e alívio começam a escrever as páginas em branco do novo
capítulo da vida, muita esperança de ser e fazer.

Essa é uma fase peculiar. Considerando o restante do ano, nesse momento, uma grande maioria da
população vivencia a história de Jesus e todos, sem exceção, passam o portal do velho para o novo.
Símbolos universais são retomados e a força de arquétipos fundamentais do ser humano são acesos,
iluminando o caminho da jornada de evolução do ser humano.

Rudolf Steiner, fundador da Antroposofia, foi o organizador desse conhecimento e coloca


que, entre os dias 25 de dezembro e 06 de janeiro, as constelações “abraçam” a Terra e as forças
estão propícias para acessarmos conhecimentos do inconsciente coletivo.
A história mostra, simbolicamente, uma trilha percorrida desde o nascimento do homem
como tal na Terra até a sua transcendência em espírito.
Ela se inicia em 24 de Dezembro, comemorando Adão e Eva, representando o surgimento
do homem em carne, seguido pelo nascimento de Jesus, dia 25, percorrendo 13 dias, onde, no dia
06 de janeiro, dia de comemoração do batismo, onde Jesus dá lugar ao Cristo.

Resumo feito por Bia Rossi, Jung na Prática. 1


Os elementos antigos e atuais dessa história ressoam em nossos corações como uma
mensagem de esperança e superação.
“As luzes da Árvores de Natal são o símbolo da luz que brilha e reluz em nossas almas quando
compreendemos o que elas no anunciam simbolicamente na noite de Natal: o menino Jesus em sua
inocência. É o próprio ser interior da alma humana, forte, inocente, pleno de paz, quem nos guia ao longo do
caminho de nossa vida até as altas metas de existência. Que as luzes da árvore de natal possam nos dizer:
Alma humana, quando estás enfraquecida, quando acreditas não poder encontrar as metas de tua
existência, pensa na origem divina do ser humano e estejas consciente que estas forças estão dentro de ti,
que são também as forças do máximo amor. Tu perceberás em ti as forças que doam confiança e certeza a
todo o teu agir em sua maior expressão, por toda a tua vida, agora e no futuro distante.” Rudolf Steiner

“Ainda que não possas dirigir teu olhar às alturas celestes e lá reconhecer o grande espírito soar, tu o trazes
em ti, em tua alma de menino, para que as forças possam dar-te firme certeza de que tu podes alcançar a
vitória sobre a natureza inferior” Rudolf Steiner

Esses 13 dias, são representadas atualmente como as Treze Noites Santas, ou Doze Noites, como
são mais conhecidas. Nesses dias trilhamos um caminho, onde, em cada dia, são derramados sobre a
consciência, forças arquetípicas com o intuito de fortalecer o espirito. E, em cada noite, quando
adormecemos podemos nos aproximar dessas forças, recebendo em sonhos elementos simbólicos de cada
mês do ano.

“Estas treze noites são o período durante o qual o poder da vidência da alma percebe tudo o que o ser
humano deve atravessar em suas encarnações, desde Adão e Eva até o Mistério de Gólgota.”

Esses conhecimentos arquetípicos se relacionam às potências do zodíaco e às forças das chamadas


hierarquias espirituais.

“As potências divinas manifestam-se a partir do espaço cósmico, das alturas celestes e trazem a paz
tranquilizadora para a alma humana que esteja preenchida de boa vontade.”

Resumo feito por Bia Rossi, Jung na Prática. 2


Essa tabela representa as forças em cada noite. No dia 25, nos conectamos à constelação de Peixes, com os
sábios da humanidade, que orientam nosso caminhar em janeiro. E assim, por diante.

Dia Constelação Hierarquias Mês do ano referente


25 Peixes Sábios da Humanidade Janeiro
26 Aquário Anjo da guarda Fevereiro
27 Capricórnio Arcanjos Março
28 Sagitário Arqueus Abril
29 Escorpião Exuai/Elohin Maio
30 Libra Dynamis Junho
31 Virgem Kyriotetes Julho
01 Leão Tronos Agosto
02 Câncer Querubins Setembro
03 Gêmeos Serafins Outubro
04 Touro Espírito Santo/Sofia Novembro
05 Áries Cristo Dezembro
“Nas noites Santas considera-se que o sol não brilha simplesmente para o planeta, mas brilha
através da terra, a partir do seu interior, brilha dentro dos corações dos seres humanos” Luciana
Pinheiro

O preparo para as Doze Noites Santas


Antes do dia 24:
Faça uma retrospectiva do ano que finaliza.

Quando olhamos para o que passou é muito comum olharmos para fatos, acontecimentos,
“o que eu fiz”, “onde eu fui”, “que cursos eu fiz”, “quanto de matéria conquistei (dinheiro, carro,
etc.)”. Acontece que o que vivemos e fizemos é resultado do movimento interno, do crescimento
do ser, que pôde viver os fatos e acontecimentos como frutos.
O que você conquistou no âmbito do Ser? Que hábitos desenvolveu ou retirou da sua vida?
Que complexos dessensibilizou (que travas venceu)? Como melhorou na sua relação interna com
você mesmo? Se aceitou mais? Se amou mais?
A proposição é que você faça uma análise levando em conta 3 instâncias da Vida: Ter, Fazer
e Ser.
Ter: O que eu conquistei de material?
Fazer: o que eu fiz?
Ser: O que eu conquistei no âmbito do meu ser interior?

Resumo feito por Bia Rossi, Jung na Prática. 3


Se abra para olhar os as dores e sabores, os “erros” e “acertos”. É comum essa análise focar
mais em erros ou acertos, se atente para esse equilíbrio e reconheça ambos os lados potentes da
sua história que te trouxeram até aqui.

Antes de dormir:

 Se prepare para se recolher como se tivesse preparando para adentrar a um portal. Se


higienize, prepare a cama.
 Vá ao altar, acenda a vela, leia a parte da apostila do dia e ouça o áudio com a meditação.
 Deixe um caderno ao lado da cama com um lápis. Se acordar durante a noite, após um
sonho, anote as palavras principais, mesmo de olhos fechados. Essa anotação da noite será
um rascunho.
 Procure NÃO ANALISAR OS SONHOS NESSE MOMENTO. Deixe fluir. Concentre-se em trazer
maior quantidade de informações e detalhes nas anotações.

Como anotar os sonhos: Anote Sentimentos, Imagens, personagens, história e palavras-chave.

Ao acordar:
Pegue as anotações da noite e faça agora a anotação dos sonhos. Após anotar todos os dias,
passe para a tabela no final da apostila.
Observação: Se você tiver fora de casa e não for possível fazer um altar ou acender uma vela, faça-
os movimentos simbolicamente, se transportando para o seu altar em casa e acendendo uma ela
internamente.

E se não lembrar dos sonhos?


Ao fazer a preparação e conexão, mesmo sem a lembrança, os sonhos aconteceram. Ao
acordar, anote sentimentos e sensações que está tendo e o descreva como foi a sua noite.

“Tal como as forças contidas na semente de cada planta estão ligadas às forças físicas da Terra, assim
também as foras espirituais da Terra estão ligadas à nossa alma interior. E, da mesma forma como a
semente da planta se imerge nas profundezas da terra na época que conhecemos como período do Natal,
assim também faz a alma do homem que, nesta época, penetra no profundo domínio do espírito retirando
forças destas profundezas, tal como a semente da planta faz em seu desabrochar da primavera.”

Resumo feito por Bia Rossi, Jung na Prática. 4

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