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2. Sinopse
Uma História de amor e fúria conta a saga de um herói imortal, que já vive há
mais de 600 anos e por isso presencia vários momentos da história brasileira,
marcados pela repressão e violência. A cada nova vida o protagonista reencontra seu
grande amor, Janaína e lidera alguma luta social.
A terceira parte do longa se passa nos anos 60, no contexto da ditadura militar.
O protagonista agora se chama Cao e é um estudante guerrilheiro, que luta ao lado de
Janaína. Aqui é abordado a tortura, censura e prisões políticas acontecidas no período
militar.
3. Público-alvo
Apesar de ser uma animação, o filme é voltado para o público jovem e adultos,
pois aborda temas da história brasileira, como colonização, escravidão e ditadura.
Sendo assim, é um filme que pode ser usado para complementar aulas no ensino
médio, momento em que os alunos estudam os conteúdos desenvolvidas pela
narrativa, sendo assim mais fácil o entendimento, causando maior efeito para
discussão e reflexão.
Por ser uma animação, há todo um cuidado especial com o conteúdo visual e
verbal (dublagem) de cada cena, que é a principal traço do filme, que teve sua
qualidade reconhecida por várias premiações, tornando-se assim um marco na
produção de longas de animação brasileiras, sendo um dos poucos voltados para o
público mais velho.
O longa foca sua atenção nos mais velhos, embora também possa agradar aos
jovens com suas belas imagens e com sequências de ação e sexo, que podem ser uma
restrição de ordem moral dependendo da faixa etária da turma a ser trabalhada.
7. Acessibilidade
Início do projeto
"A ideia surgiu 10 anos atrás quando a gente estava lançando Bicho de Sete
Cabeças. Naquele momento, um pouco impulsionado com o sucesso que o filme
estava fazendo, resolvi me perguntar o que eu gostaria de fazer. E o que eu mais
queria fazer era um desenho animado. Eu tenho duas paixões, que são quadrinhos e a
história do Brasil. Então resolvi fazer um filme que misturasse essas duas coisas",
afirmou Bolognesi.
Animação
Luiz Bolognesi pode ter levado 10 anos para concluir o filme, mas não
reprovou a experiência. Ele adiantou que pretende dirigir outra animação em breve. Já
Mello não se vê dirigindo um desenho, como deixa claro a seguir: "O formato da
animação é algo bastante interessante, mas acho que eu não me meteria a fazer uma
animação. É algo muito trabalhoso. O Luiz dedicou quase dez anos a este projeto. É
muito tempo, acho que não teria essa paciência toda."
Dublagem
"Eu fui dublador durante toda minha juventude. Trabalhei com a minha voz
num período muito feliz da minha vida. Eu aprendi muito com a dublagem e agora me
aparece um projeto em que eu tinha só a voz para me expressar", disse Mello, que fez
questão de frisar que o processo da dublagem foi um pouco diferente nesta produção.
"A diferença é que agora eu fazia a voz e depois eles desenhavam em cima. Durante
anos da minha vida eu dublava, eu tinha que ter sincronismo. Dessa vez eu gravei e o
pessoal que se virou. Foi divertido, pois foi o contrário do que eu sempre fiz. Foi um
trabalho de ator, mais do que de dublador. Eu só tinha a voz, não tinha desenho
nenhum para me guiar. Só tinha o Luiz ali. E a minha imaginação."
"No fundo no fundo não há dublagem", explica Luiz, que continua: "Eu gravei
com o Selton e com a Camila Pitanga antes de desenvolver as animações e as vozes
deles que inspiraram os animadores".
Diferentes épocas
Inspiração
"A gente se inspirou muito nos desenhos animados japoneses e sul coreanos,
numa tradição que vem do Anime. Eu queria muito fazer um filme usando a técnica
clássica de animação, de lápis sobre o papel. Não queria fazer animação digital, com
bonequinhos modelados no computador", disse o diretor.
História do Brasil
"A gente teve uma pesquisa muito grande. Eu contratei cinco pesquisadores,
sendo que três eram mestrandos em antropologia, um em história e outro em
psicologia. Passamos um ano pesquisando para escolher quais fatos a gente ia
selecionar", revelou Luiz.
Liberdade
Próximos projetos
"Como ator eu não tenho nenhum plano nos próximos tempos. E no cinema,
depois de O Palhaço, ainda não estou sabendo qual será meu próximo filme", avisou
Mello. Ele, no entanto, não está parado, mas sim trabalhando na segunda temporada
da série Sessão de Terapia, que dirige para o GNT.
Fonte: Omelete
Foucault explica que a partir dos séculos XVII e XVIII o poder foi exercido
através de dispositivos disciplinares, o Estado ou mesmo a sociedade se utilizou do
corpo e da vigilância como forma de disciplinar os indivíduos, o que fica claro na
terceira parte do filme, com abordagem da ditadura militar.
QUESTÕES QUE PODEM SER USADAS EM QUALQUER FILME
Buscando um outro olhar sobre como se deu o conflito humano, p autor busca
refletir sobre como a história nos é passada, que é o principal objetivo do filme,
mensagem que é transmitida de forma efetiva ao mostrar os acontecimentos pelo
olhar do protagonista, um herói imortal, que em todas as partes do filme “luta do lado
mais fraco”, como o próprio definiu ao analisar sua saga.
Com o conteúdo do filme aprendi e passei a atentar mais sobre o fato de apesar
de momentos diferentes, a história de algum modo se repete e é similar, mudando
apenas alguns elementos que variam de acordo com cada contexto social. Assim, essa
é a característica que mais gostei no filme, pelo modo como a narrativa é
desenvolvida em cada vida do protagonista.
Uma das sequências do filme que mais chama atenção e causa impacto é a
agressão que a família de Manuel do Balaio sofre na segunda parte do filme. Após
ajudarem negros fugidos, Manuel e sua família tem sua casa invadida pelas tropas do
governo e sua filha mais velha é estuprada. Essa parte em particular nos faz refletir
como nossa sociedade foi fundada a partir da opressão e do frequente abuso sexual,
tanto de indígenas, quanto de escravas.
Por explorar quatro períodos brasileiros deferentes, o filme pode ser usado em
aulas de história como meio de discutir cada acontecimento relatado e a semelhança e
diferença entre eles. A turma pode ser dividida em quatro grupos, em que cada um
pesquise e explique o tema e o contexto de uma parte do filme e depois socializem e
discutam sobre as semelhanças e diferenças, havendo reflexão não somente sobre as
temáticas abordadas mas sobre como um acontecimento levou ao outro, como a
colonização a escravidão, por exemplo.
Bibliografia