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26 COLEÇÃO ÉTICA NAS PROFISSÕES

g. Não proporá atividades que sejam atribuições privativas


2 ,
de outras categorias profissionais; .

h. Não fará divulgação sensacionalista das atividades pro- O Código de Etica Profissional do
fissionais. psicólogo - percurso histórico
Das disposições gerais
Art. 21- &> transgressões dos preceitos deste Código cons-
tituem infração disciplinar com a aplicação das seguintes pe- Origens históricas
nalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais:
Desde a década -de 1960, a disciplina de Psicologia co- .........
a. Advertência;
b. Multa; meçou a ser ministrada em território nacional, aplicada aos
c. Censura pública; problemas educacionais. Com a aceleração do desenvolvi-
d. Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) mento sócio-econômico-cultural, as mudanças tornaram-
dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; se mais rápidas e abrangentes, exigindo outros padrões de
e. Cassação do exercício profissional, ad referendum do Con- respostas e formas de compreensão da realidade no campo
selho Federal de Psicologia, da psicologia. Pioneiros como Franco da Rocha eDurval
Marcondes dedicaram-se a introduzir e aplicar as técnicas
Art. 22 - As dúvidas na observância deste Código e os
psicanalíticas, desenvolvidas na Europa, para tratar nossos
casos omissos serão resolvidos pelos Conselhos Regionais de
Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. doentes mentais. Assim a psicologia foi se impondo, passo a
passo, graças aos estudiosos que partilhavam seus conheci-
Art. 23 - Competirá ao Conselho Federal de Psicologia
mentos e formavam, de modo não institucionalizado , ou-
firmar jurisprudência quanto aos casos omissos e fazê-Ia
incorporar a este Código. tros profissionais na área psi.
Art. 24 - O presente Código poderá ser alterado pelo m 1945 foi fundada a Sociedade de Psicolo ia de São
Conselho Federal de Psicologia, por iniciativa própria ou da ~lo, por Klinenberg e Anita Cabral, promovendo reuni-
categoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia. ões científicas, conferências, cursos de extensão, seminá-
Art. 25 - Este Código entra em vigor em 27 de agosto rios... esar de em 1954 ter sido fundada aAssociação Bra-
de 2005. sileira de Psicólogos (ABP) que representou o Brasil na
International ruon o aen ffic Psychology, apenas em novem-
bro de 1953 foi enviada a primeira proposta para a cria-
Na legislação drf'Conselho Federal de Psicologia não há
menção a nenhumjuramento profissional formal, mas qual- ção do Curso de Psicologia no Brasil. (tLLei estadual 3.862
quer tipo de juramento deve levar em conta os preceitos .i!e 28/05/1957 regulamentou o curso que teve seu início em
acima apresentados no Código de Ética. 1958, na Universidade de São Paulo. A primeira turma for-
e

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mou-se em 1960, no Rio de Janeiro. Os professores eram Janeiro), Pedro Parafita Bessa (Universidade de Minas
oriundos de outros países, nem sempre compreendendo e Gerais). Em seu parágrafo inicial, reproduzido abaixo, con-
trazendo alternativas para nossos problemas sociais. textualiza a importância da criação do curso e as preocupa- e-

.za âo da Psicolo ia como rofissão ocorreu com ções éticas que perduram até os dias de hoje. I

a Lei 4.119 de 27/08/1962 gue dis õe sob os de for- Esta é a primeira vez que, no Brasil, fixa-se oficialmente um
currículo de Psicologia, visando a direitos de exercício pro-
mação em sicolo ia e re ulamenta a ro lssão rk..l2sicólo-
fissional. Tais direitos decorrem da Lei 4.119 de 27 de agos-
o e o Decreto 53.464, de 21/01/1964 ue regulamenta a Lei
to último, que veio inegavelmente, ao regulamentar a profissão
4.119 e discorre sobre a estruturação dos cursos de F,lsicolo- de Psicólogo, preencher uma lacuna de que já se ressentia o
_gia, nas Facu dades de Filosofia, em cursos de bacharela- quadro de nossos trabalhadores de grau universitário. Dadas,
do, licenciatura e psicologia, seu currículo mínimo e sobre
-- -
os direitos conferidos ao diplomado em cada um deles. Ao.
porém, as características muito especiais da nova profissão, é
preciso que desde logo se procure elevar este curso a um nível
bacharel cabe lecionar Psicologia em cursos de grau 'médio; de qualificação intelectual e de prestígio social que permita aos
seus diplomados exercer o mister do trabalho psicológico de
ao licenciado, lecionar Psicologia; ao psicólogo, ensinar Psi-
modo eficaz e com plena responsabilidade. ara isso é impe-
cologia e exercer a profissão. stab lece como f
rativo ue se acentue o caráter científico dos estudos a serem
vativas do psicólogo o diagnóstico }2sicológico, a orienta-
, realizados ue s a . e e asse. urar à SICO 0-
ão e sele ão de pessoal a o ~açiQ pJiÍcot!eda ~ógica a so- gia a posição de relevo que lhe cabe, o conceito das chamadas
b!.,ção de problemas de ajustamento, a colaboração em as- rofissões liberais e, al'i assu evitar as im rovisa ões ue do
suntos psicológicos ligados a outras ciências. charlatanismo, a levar' fatalmente ao descrédit .
etermina como eXl encia ara o Eu c' o ento dos
cursos a organização de serviços clínicos e de a licação à
educação e ao trabalho, abertos ao Rúblico. Essa lei também
regulamenta o exercício profissional daqueles que já vinham
exercendo ou que tivessem exercido a profissão por mais
de cinco anos, podendo ser expedido o registro profissio-
nal de psicólogo. ~~~~o/,M.~.J.,.;f~, a Lei 5.766 cria o Conselho Federal;;
(2"parecer 403/1962 do Conselho Federal da Educação .• os Conselhos RegiD.n~d sicolo ia com o fito . ~
~.!:.Sasobre o currículo do c Psicolog' 1 err'1ó" o E?-entar, orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da pro-.
brasileiro C0111. a cg)aboração dos professores Lourenço Fi- fissão, elaborando o rimeiro Código de Ética a rovado ela
lho e Nilton Campos (Universidade do Brasil), Carolina u ão CFP 008/75, de 02/02/1975, ublicada
Martuscelli Bori (Universidade de São Paulo), Padre An- o (dai da União em 08 /1975.
tonius Benko (Pontifícia Universidade Católica do Rio de
"I~---

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Código de Ética Profissional do Psicólogo de 1975 rios o esvio de aciéntes, a cump:.!.h!.::'


c:!:id~a:!.:d:!..:e~co~.s...Al..l,..cl~~
cio ilegal da profissão, o uso de técnicas hi nóticas em in-
borda nos cinco PRINCíPIOS FUND
er ogatórios e
tadns.aze lamenta ão da rma ão rofissional o trabalh
Cabe lembrar que esse Código foi elaborado na época
basado no res eito elo outro e Ror sua inte _ridade com
do regime militar, quando as liberdades de imprensa, de ex-
observância do Pr' cí!2'Oda Benevolê cia, ' pcirância
pressão, estavam proibidas e a repressão imposta pelo regi-
~ formação, da res onsabilidade Erofissional e do a rimo .....
me ditatorial imperava com violento desrespeito pelos di-
ramento essoal e profissionaL Consta ainda de 13 capítu-
reitos humanos, gerando medo, perseguições, torturas e de-
los: DAS RESPONSABILIDADES GERAIS DO PSICÓLOGO (deveres e
saparecimentos. Era preciso salientar essa preocupação no
atos vedados - art. 1° e 2 0), DAS RESPONSABILIDADES PARA COM
Código de Ética de forma sutil, para que o mesmo também
O CLIENTE (art. 3° ao 5°), DAS RESPONSABILIDADES E RELAÇÕES
não fosse vetado.
COM AS INSTITUIÇÕES EMPREGADORAS (art. 6° e 7°), DAS RELA-
Após quatro anos da regulamentação do primeiro Códi-
ÇÕES COM OUTROS PSICÓLOGOS (art. 8° ao 11°), DAS RELAÇÕES
go de Ética oficial, em 1979, por ocasião da comemoração
COM OUTROS PROFISSIONAIS (art. 12° e 13°), DAS RELAÇÕES COM
do centenário da psicologia como ciência comportamental,
ASSOCIAÇÕES CONGÊNERES E REPRESENTATIVAS' DO PSICÓLOGO
algumas reformulações foram realizadas no primeiro códi-
(art. 14° e 15°), DAS RELAÇÕES .cOM A]USTIÇA (art. 16° ao 20°),
go e aprovadas pela Resolução do CFP 029/79, que revoga a
DO SIGILO PROFISSIONAL (art. 21° ao 24°), DAS COMUNICAÇÕES
Resolução CFP 08/1975 de 02/02/1975.
CIENTÍFICAS E DAS PUBLICAÇÕES (art. 25° ao 31°), DA PUBLICI-
DADE PROFISSIONAL (art. 32° e 33°), DOS HONORÁRIOS PROFIS-
Código de Ética Profissional do Psicólogo de 1979
SIONAIS (art. 34° e 35°), DA FISCALIZAÇÃO DO EXERCÍCIO PRO-
FISSIONAL DA PSICOLOGIA E CUMPRIMENTO DOS PRINCÍPIOS ÉTI- o se undo Códi o .reformulado no contexto olítico
COS (art. 36° ao 38°), DISPOSIÇÕES GERAIS (art. 39°e 40°). O da ditadura militar, apresenta cinco PRINCÍPIOS FUNDAMEN-
Código na íntegra é apresentado no' Anexo 1. . TAIS e 50 artigos, 10 a mais que o primeiro e mais a meas.

r Código de Ética de 1975 já enfatizava a importância No quarto Princí io Fundamental é salientado o trabalho
ga formação contínua, do conhecimento e do respeito pe;- em e ui e. Dispõe de 12 capítulos: DAS RESPONSABILIDADES
Ias r 'tações impostas pelo desenvolvimento pessoal, es- GERAIS DO PSICÓLOGO C deveres e atos vedados - art. 1° e 2 0),

trutura ~ erso alidade e saber de cada rofissio DAS RESPONSABILIDADES PARA COM O CLIENTE (art. 3° ao 5°),

~ientava também as funções sociais da psicologia, deven- DAS RESPONSABILIDADES E RELAÇÕES COM AS INSTITUIÇÕES EM-
do ser a lica m."p.wl Q b -estar da co tividade, ve- PREGADORAS E OUTRAS (art. 6° e 7°), DAS RELAÇÕES COM OU-
dando o uso mercantilist desrestl' " acidade ao TROS PSICÓLOGOS (art. 8° ao 13°), DAS RELAÇÕES COM OUTROS

sigilo, à confidencialidade, a utilização de títulos impró- PROFISSIONAIS (art. 14° e 15°), DAS RELAÇÕES COM ASSOCIA-
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ÇÕES CONG~NERES E REPRESENTATIVAS DO PSICÓLOGO (art. 16° Código de Ética Profissional do Psicólogo de 1987
e 17°), DAS RELAÇÕES COM A JUSTIÇA (art. 18° ao 22°), DO SIGI-
(e resoluções complementares)
LO PROFISSIONAL (art. 23° ao 29°), DAS COMUNICAÇÕES CIEN- OCód' OS FUNDAMEN-
TÍFICAS E DA DIVULGAÇÃO AO PÚBLICO (art. 30° ao 37°), DA PU-
TAIS 50 arti rande Qua tidade de alíneas, ex-
BLlCIDADE PROFISSIONAL (art. 38° e 39°), DOS HONORÁRIOS PRO-
ressando as dificuldades e reflexões ao longo do ercurso.
FISSIONAIS (art. 40° e 41°), DA OBSERVÁNCIA, APLICAÇÃO E C~M- Nos rincí ios fundamentais é enfocado ores eito p-e outro
PRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA (art. 42° ao 50°). O Código e por sua integridade,.50m a observância do Qrincípio da
na íntegra é apresentado no Anexo 2. . benevolência; .!,.importâncü da formação, daJ"esp-onsabili-
ode-se observar uma referência ao t balh .o em eqUlI2e dade profissional e do aprimoramento pessoal e profi~sio.::
des ontado na época (no Q.uaUo 12 .incípio fundam~nta!, noc, nal. Acrescenta a função social do psicólogo por meio de
-art. 40 alílnea "b" e art .' 26 A diminuição do autontansm9
- uma análise crítica da realidade e da "colaboração na criação de
olítico fa-;:;; notar também pela exclusão da alínea "h" do. condições que visem eliminar a opressão e a marginalização do sei-
art. 4° do rimeiro Código gue vetava o interrogatório. s?b humano" (Princípio Fundamental IV) e pode enfim citar, no
~ão hi nótica. Artigos mais exp1íci~0~ a respeito ~Q s~g110 Y'II Princí io Fundameptal, a.ohser ânci.a do estabele9.Q.g
rofissional, garantindo a confidenClahdade e a anuencia do na Declaração dos Direitos Humanos (aprovada em lQL12/
examinando fora ac e ce ados nos arti os 25 Qará _ s 1948)~ Dispõe de 10 capítulos: DAS RESPONSABILIDADES GE-
l--;-e 2° 26,27 e parágrafo único, 29, 33 34 e 35; as r.elações RAIS DO PSICÓLOGO (deveres e atos vedados - art. 1° ao 3°),
com a Justiça tornaram-se mais eJ5Plicitadas, definmdo-s.e com detalhamento, distribuído em um total de 23 alíneas,
também o grau de parentesco permitido nos casos. de eri- DAS RESPONSABILIDADES E RELAÇÕES COM AS INSTITUIÇÕES EM-
- ta em. A autonomi;para exercer as funções de ensmo, p~- PREGADORAS (art. 4° ao 6°), DAS RELAÇÕES COM OUTROS PRO-
q~is;;su ervisão foram mencionados. n~s artigos 30, _37 FISSIONAIS OU PSICÓLOGOS (art. 7° ao 14°), DAS RELAÇÕES COM
e 49. Com o aumento do número de psicólogos as relaçoes A CATEGORIA (art. 15° e 16°), DAS RELAÇÕES COM A JUSTI-
--;;;;; a classe foram mais explicitadas nos artigos 11, 12 e 13. ÇA (art. 17° ao 20°), DO SIGILO PROFISSIONAL (art. 21° ao 29°),
Após 25 anos da regulamentação da profissão e oi~o ap~s DAS COMUNICAÇÕES CIENTÍFICAS E DA DIVULGAÇÃO AO PÚBLI-
a regulamentação do último Código,lcom uma .sltua~2-0 CO (art. 30° ao 35°), DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL (art. 36°
olítica menos amea adora e mais democrática, fOl aprova- ao 38°), DOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS (art. 39° e 40°), DA
da em 5/.08/. 987, a Resolução do CFP 002/87 que .a~re- OBSERVÁNCIA, APLICAÇÃO E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA
senta o terceiro Código de Ética Profissional dos Psicólo- (art. 41° ao 50°).
gos, revogando a msolução CFP 029/79 de 30/08/1979, bem m 20.02.1995, a Resolu io P 002/95 introduz a alí-
como as demais disposições em contrário. nea "o" no art 2° "prestar serviço ou mesmo vincular seu título de
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Psicólogo a serviços de atendimento psicológico por via telefônica", 'Irinta anos após a entrada em vigor do primeiro Códi-
O Código de Ética com a reformulação é apresentado no go de Ética Profissional e 43 anos após a regulamentação da
Anexo 3. Psicologia como profissão, temos aprovado pela Resolução ~
Resol ção 05 198 ,....cL unruh o de 1988 CFP 10/2005, em vigor desde 27 de agosto de 2005, o atual
institui o Código de Processamento Disciplinar, dispondo Código, com discussões democráticas, votações pelo site
sobre os: procedimentos preliminares para ai!1stauração dos do CRp, amplas plenárias e discussões, refletindo nosso
processos disciplinares; os atos processuais; ª instrução do aprendizado democrático e nossa luta pela atuação social do
processo; as penalidades; os recursos; osjulgamentos do CFP; psicólogo.
_ as execuções e as revisões.
A partir da década de 1990 várias Resoluções do Conse- Código de Ética Profissional do Psicólogo de 2005
lho Federal de Psicologia foram criadas para complementar
tA apresentação do atual Código de Ética enfariz su ,
e retificar o Código de Ética, atendendo às especificações, I
oncegção reflexiva e norteado com a zalonzacâc.de eus I.
mudanças, dilemas que demandam das constantes mudan-
rincI 10 ndameutai que de eriam embasar a relação psi-
ças da realidade que nos cerca e da forma como a percebe-
có go sociedade/óência por pe 'passar suas Rráticas, ind -
mos e interpretamos, o que nos impõe desafios, nos ques-
endentemente do camRO de atuação.
tiona, nos coloca em busca de respostas e parârnetros para
Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões espera-
que possamos regulamentar alguns aspectos possíveis.
dos quanto às práticas referendadas pela respectiva categoria pro-
O Conselho Regional de Psic,?logia 6a Região possui um fissional e pela sociedade, procura fomentar a auto-reflexão exi-
regimento interno aprovado pelo Conselho Federal de Psi- gida de cada indivíduo acerca da sua práxis, de modo a respon-
cologia, pela Resolução CFP 016/2001. sabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas conseqüên-
cias no exercício profissional. Amissão primordial de um código
Passos imRortan~m dire ão à uestão_djLgarantia dos
de ética profissional não é de normatizar a natureza técnica do
QiE..eitoshumanos têm sido dados por nossa sociedade e
trabalho, e, sim, a de assegurar, dentro de valores relevantes para
embasam nosso código de ética anterior e suas resolu ões a sociedade e para as práticas desenvolvidas, um padrão de conduta
complementares, bem como o atual. Destacamos a Decla- que fortaleça o reconhecimento social daquela categoria (Código
~ção Universal dos Direitos Humanos (10/12/1948), a Cc:::s- de Ética Profissional do Psicólogo, p. 5),
ti uição' Federal do Brasil de 1988, denominada Constjtuiçgo O Código de Ética é composto por sete PRINCÍPIOS FUN-
Cidadã, O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069 DAMENTAIS e 25 artigos (alguns com várias alíneas), 25 arti-
de 13/07/1990), o Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 1/10/2003), gos a menos que o anterior. Qs artigQ.ssão dispostos de for-
; Resolução do Co~selho Nacional da Saúde/Ministério da ma mais clara e abrangente, em geral en lobando as re~-
Saúde 196/96, que versa sobre as Normas Éticas da PesQuisa ões ue ao lon o desses 18 anos complernentara o se-
Envolvendo Seres Humanos. . undo cód'go. Vale ressaltar que as resoluções, por serem
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mais específicas, trazem procedimentos mais claros sobre composto por cinco artigos, que dizem respeito à observân-
cada tema tratado, ainda devendo respaldar o exercício pro- cia do presente código (art. 21° ao 25°).
fissionaL Possivelmente outras resoluções ainda sejam edi-
Esse Código de Ética explicita em seus artigos a questão e
tadas se considerarmos a transformação constante do ser e
do preconceito racial e sexual, englobando a Resolução CFP
da sociedade, trazendo sempre novos imperativos para a prá-
001/99 que estabelece as normas de atuação para os psicó-
tica profissionaL
logos em relação à questão da Orientação Sexual e a Re-
lNos Princípios Fundamentais é enfocado o espe' to pelo ~ução CFP 018/2002 que estabelece normas . e atuação
outro e po· sua inte ri.dade, co destaque para a promo-, ara os psicólogos em relação ao preconceito e à discri-
ão da liberdade, da dignidade, da igualdade. Ao psicólçgo minação racia .
é atribuída a função social de promover a saúde e a quali-
dade de vida~ de promover a análise crítica das situaçõ~s,
da realidade que o rodeia e de ser agente de transforma-
ção. A importância da formação, da responsabilidade pro-
fissional e do aprimoramento pessoal e profissional tams
bém é destacada.
'';
Dispõe de dois capítulos, no primeiro: DAS RESPONSABILI-
DADES DO PSICÓLOGO, são abordados: os deveres fundamen-
tais (art. 1°, 12 alíneas); os atos vedados (art. 2°,17 alíneas),
a postura' do profissional frente às instituições (art. 3°); a
fixação da remuneração (art. 4°,3 alíneas); a postura ao par-
ticipar de greves e paralisações (art. 5°, 2 alíneas); o relacio-
namento com outros profissionais (art. 6°, 2 alíneas e 7°, 4
alíneas); os procedimentos para o atendimento, eventual ou
não, de crianças e adolescentes (art. 8°,2 incisos); a questão
do sigilo profissional é melhor explicitada e circunstanciada
(art. 9° ao 15°,2 incisos); os procedimentos de pesquisa (art.
16, 4 alíneas); a decência e a supervisão (art. 17); os instru-
mentos e técnicas psicológicas (art. 18°); as atividades em
veículos de comunicação (art. 19), as condições necessárias
para a promoção pública de serviços (art. 20, 8 alíneas). O
segundo capítulo versa sobre AS DISPOSIÇÕES GERAIS, sendo

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