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Momentum

Um cenário mágico. Como aproveitar?


Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da GS&MD - Gouvêa de
Souza

A conjugação de uma série improvável de fatores tem criado um


cenário quase mágico para o ambiente de negócios no Brasil.
Magia não é acaso, mas pode utilizar ilusão de ótica para criar
efeitos espetaculares e quase inacreditáveis e, por conta disso, é
coisa para profissionais. Os amadores também podem usar seus
pequenos truques para atividades mais limitadas e familiares.
Mas para quem pensa sério, grande e tem consciência das
oportunidades, o momento é de muito trabalho, planejamento,
ousadia e senso de urgência.
O momento brasileiro é auspicioso na geração de oportunidades.
Os fatos estão aí para comprovar. O crescimento do emprego, com
mais de dois milhões de vagas formais criadas em 2010 e que até
já começa a gerar problemas por conta da alta demanda com
dificuldade em ser atendida. O aumento real de salários que
impulsiona de forma sustentável a massa salarial do país e,
articulado com o aumento da oferta de crédito em taxas altas,
porém muito mais competitivas quando comparadas com o passado
recente, gera renda disponível para consumo, no presente e no
futuro.
O elevado nível de confiança do consumidor, nos maiores índices
desde que passou a ser apurado, também conjugado com a renda,
o emprego e oferta de crédito, gera um significativo aumento do
consumo das famílias, alavancando as vendas no varejo de
produtos e serviços, cenário que tende a permanecer, ao menos
nos próximos semestres.
Aos pessimistas e catastrofistas resta o alerta sobre a iminência das
consequências de um processo que foi batizado de “Double Dip”, ou
seja, a possibilidade de um recrudescimento da crise econômica
global em alguns países, espalhando suas consequências para o
Brasil. Da mesma forma que pregavam a inevitabilidade dos
impactos altamente negativos da crise financeira global no Brasil no
final de 2008...
Afora o fato que o “Double Dip” mais parece nome de drink (Double
dip on the rocks in a tall glass!!!), a verdade é que o país teve uma
retração de consumo no período de novembro de 2008 a março de
2009, quando a imprensa bombardeou a todos com a iminência do
caos, que não aconteceu.
A partir de abril de 2009 o mercado voltou aos seus patamares
anteriores de crescimento, exatamente quando refluiu a pressão
midiática e foram iniciados os benefícios dos programas de estímulo
do governo para a indústria automobilística, os eletrodomésticos e o
material de construção, que ajudaram a alavancar o desempenho.
O comportamento do consumidor brasileiro fez toda a diferença.
Naquela oportunidade, uma pesquisa realizada pela GS&MD –
Gouvêa de Souza mostrou que, apesar de estar consciente do que
acontecia lá fora, o brasileiro médio, que se considerava Ph.D. em
crise econômica, não iria radicalizar seu comportamento de
compras, como o que ocorreu na Europa e na América do Norte,
em especial porque estava vivendo uma nova realidade de acesso
a produtos e serviços com que sempre sonhara.
E o que se viu foi exatamente isso. E todos aqueles que se
deixaram levar pelas manchetes negativas e incorporaram as
consequências da crise em sua realidade perderam vendas e
oportunidades, por terem demorado muito a reagir.
O cenário se alterou e temos uma nova realidade ainda mais
positiva.
A questão é como incorporar todos os benefícios desse novo
quadro no planejamento das empresas e dos negócios, sem correr
riscos desnecessários, mas tirando proveito de um momento único,
onde se somam as oportunidade de curto e médio prazo com um
cenário desafiador no longo prazo, com Copa do Mundo,
Olimpíadas, Pré Sal, evolução do Brasil como fornecedor global de
alimentos e outros fatores, numa realidade pautada pela
estabilidade política e econômica e um horizonte à frente de
continuidade de crescimento, ainda que com direito a alguns
soluços. Coisa que todo drink, em excesso, pode gerar.
Isso é o que vamos discutir em nossos próximos artigos e no
evento Visões & Perspectivas, que ocorrerá no dia 3 de
dezembro, no período da manhã, com a apresentação e o debate
sobre uma nova pesquisa realizada com consumidores brasileiros,
comparando seu momento presente e futuro com a realidade que o
país viveu e viverá.

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