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DUPLA K

Fernanda Cássia Alencar


Ana Clara Marzano Almeida de Oliveira

01. Se ao invés de consumir toda sua renda, os proprietários fundiários decidissem


usar parte dela para investir no melhoramento de suas terras, quais seriam as
consequências dessa decisão sobre o produto líquido da sociedade e sobre a renda
da classe proprietária?

Analisando o Quadro Econômico, conclui-se que, quando a classe produtiva gasta com a
produção agrícola, por si só, ela é capaz de gerar riqueza. Seguindo esta lógica, então,
quanto mais investimento no processo produtivo, mais riqueza é gerada. Podemos pontuar
então que, ao expor suas ideias, Quesnay destaca a importância do investimento na
economia e a sua capacidade de acarretar em produtividade e renda.

Sendo assim, caso o proprietário invista em melhorias na sua terra, ele irá aprimorar a
produtividade desta, e, consequentemente, com esse aumento, o produto líquido gerado
pela classe produtiva é aumentado. Como a classe dos proprietários recebe esse excedente
econômico em sua totalidade, sua própria renda se eleva.

Portanto, apesar do latifundiário não gerar riquezas, uma mudança de comportamento que
promove um investimento em suas terras, faz com que, não ele, mas a classe produtiva,
seja capaz de expandir o excedente econômico, trazendo um retorno positivo tanto para os
proprietários quanto para a sociedade como um todo.

02. Caso os proprietários fundiários decidissem utilizar parte de sua renda para
consumir produtos importados de fora do reino, como essa decisão afetaria as
condições econômicas das classes estéril e produtiva?

Quando um proprietário fundiário destina parte de sua renda com o consumo de produtos
importados, ele deixa de direcionar esse dinheiro para a classe produtiva, para a classe
estéril, ou ambas. Tendo isso feito, ao diminuir o gasto no setor produtivo local, a receita da
classe produtiva diminui, o que faz com que o produto líquido por eles gerado diminua. Se
diminui o gasto com a classe estéril, além destes serem afetados pela diminuição na renda,
poderia haver uma potencial preferência por produtos estrangeiros, o que acarretaria um
desequilíbrio no ciclo econômico apresentado por Quesnay.

Ademais, é importante pontuar que quando discorre sobre as relações de distribuição do


excedente econômico entre as três classes, Quesnay chega a incluir gêneros estrangeiros
nas despesas estéreis. O comércio exterior, quando recíproco, não necessariamente deixa
de ser benéfico, mas, para tal, a nação deve estar produzindo e exportando bens agrícolas
em troca de produtos manufaturados que não são produzidos localmente; ao gastar com
importações, era necessário que houvesse retorno em dinheiro ou mercadorias, e, nesse
processo, os comerciantes não deveriam acumular fortuna, pois isso acarretaria numa
diminuição na circulação dos rendimentos.
Sendo assim, a decisão dos proprietários em consumir produtos importados pode gerar
tanto efeitos negativos na economia, como a saída de moeda, a desaceleração da atividade
agrícola (base da riqueza e do crescimento econômico da nação), e uma consequente
diminuição do produto líquido e da renda da classe estéril, quanto efeitos neutros ou
favoráveis, desde que os produtos importados não substituam ou compitam com a produção
interna, tendo em vista a afirmação de Quesnay “é necessário comprar do estrangeiro as
mercadorias manufaturadas que possam ser adquiridas mais barato do que custariam se
fossem fabricadas na nação”, e suas suposições sobre o comércio recíproco.

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