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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

CONTABILIDADE DO AGRONEGÓCIO

MATHEUS SILVEIRA ALVES LIMA

ORIENTAÇÃO AO EMPRESÁRIO RURAL

Rolim de Moura
2009
MATHEUS SILVEIRA ALVES LIMA

ORIENTAÇÃO AO EMPRESÁRIO RURAL

Trabalho apresentado ao Curso de Ciências Contábeis


da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para a
disciplina contabilidade do agronegócio.

Prof. Daniel Ramos Nogueira

Rolim de Moura
2009
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................3

2 PRINCIPAIS FATOS DE AGRONEGÓCIO..............................................................3

3 CONCLUSÃO.........................................................................................................10

4 REFERÊNCIAS.......................................................................................................10
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1. INTRODUÇÃO

A atividade rural está em contínua busca por informações, utilizando-se de


relatórios gerenciais, situando a organização quanto a seus departamentos,
comparando a evolução de seus concorrentes dentro do mesmo ramo de atividade e
até mesmo fora deste. São utilizadas técnicas inovadoras que ocasionarão em
benefícios quando bem aplicadas.
Como instrumento de grande auxílio no controle e gestão, a contabilidade tem
uns dos ramos mais utilizando, para indicar não só os produtos ou departamentos
das atividades, mas também a comparações entre o orçado ou padrão ao efetivo e
realizado, elucidando a efetiva remuneração dos fatores de produção utilizados.
Como objetivo de auxiliar a administração na organização e controle da
unidade de produzida no setor, revelando ao administrador as atividades de menor
custo, as mais lucrativas, as operações de maior e menor custo e as vantagens de
substituir umas pelas outras, permitir uma correta valorização dos estoques para
apuração dos resultados obtidos em cada cultivo ou criação, oferecer bases
consistentes e confiáveis para projeção dos resultados e auxiliar o processo de
planejamento rural, principalmente quando o administrador precisa decidir o que,
quando e como plantar, e orientar os órgãos públicos e privados na fixação de
medidas, como garantia de preços mínimos, incentivo à produção de determinado
produto em escala desejada, estabelecimento de limites de crédito etc.
E na pecuária possui grande significância dentro do ambiente sócio-
econômico, é uma atividade desenvolvida, como uma ampla variedade de raças e
tamonhos, sistemas de produção, índices de produtividade, condições sanitárias e
sistemas de comercialização, de acordo com as peculiaridades e exigências de cada
região e do mercado que se destina e a forma que é criado, tanto solto, sem
alimentação suplementar, e o confinado, com alimentação a base de suplemento,
aumentando o seu ganho de peso, sua rentabilidade buscando um aprimoramento
técnico e também suprindo períodos de secas.

2. PRINCIPAIS FATOS DO AGRONEGÓCIO

As empresas rurais e as propriedades rurais são aquelas que trabalham com


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a produção vegetal a criação de animais e inclusive as atividades de indústrias. Os


produtores rurais são a pessoa física pessoa natural ou pessoa jurídica união de
indivíduos através do reconhecido por lei, com personalidade jurídica distinta de
seus membros que explora a terra visando à produção desses vegetais, criação de
animais produção animal e também a industrialização desses produtos primários
produção agroindustrial. “Conforme Marion: “Empresas rurais’” são aquelas que
exploram a capacidade produtiva do solo através do cultivo da terra, da criação de
animais e da transformação de determinados produtos agrícolas”. Outra definição
mais precisa, é citada por-. Góxens Duch: "Empresas agrícolas são as delicadas à
cultivação da terra, exploração de animais e indústrias derivadas dos produtos
obtidos de ambas".
 As pessoas físicas individualmente poderão também constituir urna pessoa
jurídica distinta. No entanto, no Brasil, prevalece a exploração na forma de pessoa
física, por ter tratamento fiscal mais simplificado na legislação do Imposto de Renda.
As pessoas físicas enquadradas como pequenos e médios produtores rurais
não precisam para fins de Imposto de Renda, fazerem escrituração regular em livros
contábeis, podendo apenas utilizar uma escrituração simplificada através do livro
caixa.
Somente as pessoas físicas consideradas como grandes produtores rurais
serão equiparados a pessoa jurídica para fins fiscais e fica obrigada a escrituração
integral fiscal e contábil.  
Toda a concepção desse trabalho foi direcionada àqueles pequenos e médios
produtores que mantêm uma escrituração simplificada do livro caixa e pretendem
melhorar seus controles de custos e receitas por atividade e controles patrimoniais,
e também àqueles que ainda não possuem um controle elementar, e que por valor
patrimonial ou volume econômico das operações justificaria fazê-lo.
Um dos questionamentos freqüentes que fazem o contabilista ao iniciarem
urna contabilidade rural é quanto ao término do exercício social. Ao contrário do que
ocorre com a maioria das empresas ao fazerem o exercício social coincidir com o
ano civil, esta prática não é adequada para as empresas rurais.
As empresas comerciais, industriais ou de serviços, de maneira geral, têm
sua receita e despesa constantes durante os meses do ano, não havendo
dificuldade quanto à fixação do encerramento do exercício social para a apuração de
resultado. Qualquer mês escolhido refletirá o resultado distribuído de maneira quase
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uniforme no decorrer dos últimos 12 meses. Como dezembro é o último mês do ano
civil e geralmente ocorre interrupção ou redução das atividades por férias coletivas,
propicia condições adequadas para o inventário de mercadorias e conseqüente
apuração de resultado.
No entanto na atividade rural a concentração da receita normalmente ocorre,
durante ou logo após a colheita. Devido a sua produção sazonal, concentrada em
determinado período, muitas vezes em alguns dias do ano, nada mais justo que
após seu término, proceder em seguida à apuração do resultado, tão importante
para a tomada de decisão, sobretudo a respeito do que fazer no novo ano agrícola
que é o período compreendido pela plantação, colheita e normalmente a
comercialização da safra agrícola.  
Por outro lado, fazer-se a apuração dos resultados antes da colheita, com a
cultura em formação, seria quase impossível determinar com probidade o valor
econômico desta cultura.
Na fazenda maravilha encerra após a calheta da Soja que é plantada nos
meses de novembro e colhida no Março ou Abril por ser a cultura que representa
80% do faturamento bruto.
Também na atividade pecuária o período adequado para encerramento do
exercício social não é o ano civil. O ideal é realizá-lo logo após o nascimento dos
bezerros, que de maneira geral, se concentra em determinado período do ano. Outro
critério válido é fixá-lo com base no mês em que se concentra a venda das rezes
para o frigorífico.
Nas propriedades rurais em que há atividades diversificadas, agrícolas e
pecuárias, adequado será adotar como término do exercício social o mês seguinte
ao da ocorrência da colheita ou receita pecuária de maior representatividade
econômica para a propriedade da fazenda maravilha. Com relação à contabilidade
agrícola devemos considerar basicamente o tipo de dois tipos de cultura existente:
cultura temporária e a cultura permanente.
Culturas temporárias na fazenda maravilha são aquelas sujeitas ao replantio
após a colheita. São arrancadas do solo na sua colheita, para que seja feito novo
plantio, como é o caso do trigo, milho, cevada, feijão.
Estas plantações são contabilizadas no Ativo Circulante, na conta Cultura em
Formação e sub-conta com o nome específico da cultura. Todos os custos como
sementes, fertilizantes, mudas, inseticidas, depreciação de tratores, mão-de-obra,
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mudas, demarcações, serviços profissionais e demais gastos com a cultura serão


registrados nesta rubrica.
Vale observar que se tratando de uma única cultura - o que é raro de ocorrer -
todos os custos se tomam diretos à cultura, sendo apropriados diretamente,
Entretanto, existindo várias culturas, há a necessidade do rateio dos custos
indiretos, proporcionais a cada cultura.
Outro conceito que é conveniente deixar claro neste instante é quanto à
diferenciação entre custo e despesa na agricultura. Por custo na agricultura,
devemos considerar todo gasto identificável direta ou indiretamente com a cultura
como sementes, adubos, depreciação de máquinas e equipamentos utilizados na
cultura, fertilizantes e outros.
Aqueles gastos não identificáveis com a cultura, ou seja, que não
contribuíram para a produção rural em si, e por isso não acumulado no estoque,
deverão ser apropriados como despesa do período.
São as despesas comerciais, administrativas e financeiras. Ressalta-se,
porém que ocorrendo quaisquer dessas despesas, como exemplo juros sobre
empréstimo bancário para custeio exclusivo da plantação de cebola, estes encargos
deverão ser contabilizados no Ativo Circulante, em Cultura Temporária – soja, trigo,
milho, cevada e feijão.
Desta forma, todos os custos com a cultura temporária, desde a preparação
do solo para o plantio, até a finalização da colheita, serão registrados no Ativo
Circulante, subgrupos estoques. Com a conclusão da colheita, o saldo da conta
Cultura Temporária transfere-se para uma nova conta do Ativo, do grupo estoque,
com o título de produtos agrícolas.
Todos os custos após a colheita para acabamento do produto, para deixá-lo
em condições de ser comercializado e custos de manutenção de estocagem, serão
somados à conta produtos agrícolas. Poderá ocorrer que os produtos agrícolas
estando prontos para a venda, totalmente acabados, resolvam o produtor rural
armazená-los temporariamente visando alcançar uma melhora nos preços. Nesta
hipótese estes gastos devem ser considerados como despesa operacional e não
como custo do produto.
Por ocasião da venda, transfere-se proporcionalmente da conta produtos
agrícolas para uma conta de resultados custo, do produto vendido e a partir desse
momento é possível apurar mediante o confronto das receitas de vendas e o custo
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do produto vendido, o lucro bruto.


Culturas permanentes ou perenes são aquelas que duram mais de um ano e
proporcionam mais de uma colheita. É o caso da fazenda maravilha é a laranja e o
café. Neste tipo de plantação os custos para a fonação da cultura serão
considerados cultura permanente em formação dentro do ativo não circulante -
imobilizado. Todos os custos com adubação, formicidas, mão-de-obra, seguro da
cultura, sementes, mudas, produtos químicos, depreciação de equipamentos
utilizados na cultura, etc. São acumulados na conta cultura permanentes em
Formação laranja e o café.
Quando a cultura estiver formada a primeira produção, transfere-se o valor
acumulado na conta cultura permanente em Formação para a conta cultura
permanente formada, identificando-se com unia sob conta a cultura específica.
Por fazer parte do imobilizado desde a formação, a cultura deverá ser
corrigida monetariamente e, também a partir da primeira produção deverá ser
reconhecido o efeito da depreciação da cultura.
Compreende como gastos com a colheita, tudo o que for aplicado na cultura
após a sua formação, visando uma boa colheita. Assim, engloba-se nesse conceito,
mão-de-obra de capina, aplicação de produtos químicos, formicidas, seguro de
safra, depreciação da cultura formada e outros gastos necessários até a última
etapa da colheita.
A colheita transfere-se o total acumulado em colheita em andamento para a conta
produtos agrícola. Se houver ainda, mais algum custo como beneficiamento,
acondicionamento ou outro processo do gênero aplicado aos produtos, também se
insere nesta conta.
Por ocasião das vendas, se dará baixa em produtos agrícolas, transferindo-se
proporcionalmente para custo de produtos vendidos da laranja, e café da fazenda.
Dois outros aspectos econômicos devem ser reconhecidos na escrituração contábil
da cultura permanente: o aumento da vida útil e as perdas extraordinárias. Gastos
na cultura como reposição de árvores velhas ou doentes, e outros tratos culturais
que beneficiarão mais de uma colheita, devem ser adicionados ao valor da cultura
para serem depreciados até o término da sua vida útil.
Por outro lado também as perdas e estragos decorrentes de eventos da
natureza como granizo, geadas, secas e inundações e outras perdas involuntárias,
que prejudicam a capacidade produtiva da cultura, parcial ou totalmente em casos
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extremos, deverão ser reconhecidos, baixando-se no ativo permanente e


classificando-se como despesa não operacional no resultado do exercício.
O custo de toda a cultura todos os gastos identificáveis direta ou
indiretamente com a cultura (sementes, adubos, MOD, combustível, depreciação
das máquinas utilizadas na cultura, topografia, agrônomo, enc. sociais, colheita,
etc.), ou seja, serão todos os recursos aplicados na produção da cultura, desde os
gastos iniciais com sementes até os gastos de colheita.
Despesa do período os gastos não identificáveis com a cultura. Não são
acumuláveis ao estoque (comissões vendedores, propaganda, pessoal do escritório
administrativo e de vendas, encargos sociais sobre os salários do pessoal
administrativo e vendas, depreciação da área administrativa e vendas, material de
escritório, etc.). Portanto, podemos resumir que serão todos os gastos do escritório
administrativo e de vendas.
Serão considerados como perdas todos os gastos incorridos na propriedade
que sejam involuntários ou até certo ponto anormais para a atividade produtiva. Por
exemplo, ocorre uma geada e perde-se toda a lavoura. A geada não foi algo que o
produtor desejou (ocorreu de forma involuntária). Portanto, serão tratadas como
perdas as geadas, incêndios, morte de animais por situações consideradas como
atípicas (contaminações em grande escala, na qual morra a grande parte do
rebanho), entre outras situações que levem a perda da plantação ou do rebanho e
que tenham características de anormalidade ou involuntária.
Classificação do gado no balanço patrimonial o gado da fazenda maravilha
que será comercializado, em forma de bezerros, novilhos, deverá ser classificado no
ativo circulante estoque. O gado destinado à procriação ou ao trabalho, que não
será vendido o touro ou matrizes, que será classificado no Ativo não circulante
imobilizado.
Os animais que são criados na fazenda visando serem vendidos quando
atingirem a idade e peso adequado, pois estes são os animais que serão
comercializados no momento oportuno. A classificação dos animais no estoque deve
ser segregada de acordo com a idade do rebanho, seguintes categorias.
O rebanho para fins contábeis, considera-se bezerro de zero a 12 meses de
idade: Novilho (a) em geral, são animais de 13 até 36 meses, até o estágio do
desmame ao abate, tornando tourinho macho inteiro até a entrada na reprodução.
Para fins contábeis, e no caso de fêmea, ela deixa de ser novilha e passa a ser
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Matriz a partir da primeira parição.


Touros a idade para início do trabalho (tourinho passa para a categoria de
touro) deve ser em torno de dois a três anos e recomenda-se que a permanência no
rebanho não ultrapasse a faixa de três a quatro anos. Para fins contábeis, considera-
se que o garrote, de 25 a 35 meses, em experimentação, apresentando bom
desempenho, passará para a categoria de touro puro para reprodutor. Matrizes se
tona a primeira parição, a novilha passa para a categoria de vaca pura de origem,
destinada à reprodução. Estes animais são utilizados por muitos períodos na
fazenda, gerando vários bezerros. Sendo assim, como são animais que duram mais
de um exercício, eles serão Imobilizados da Fazenda e serão registrados no Ativo
Imobilizado. Por serem animais imobilizados, vão sofrer depreciação com o passar
do tempo.
A contabilidade pecuária, para apuração do resultado na data do balanço,
inventaria seu rebanho de forma que o preço real de custo que pode ser chamado
simplesmente de método de custo.
Todos os custos despendidos na formação do rebanho são acumulados na
conta do Estoque, ate o momento da comercialização, guando o gado for vendido
lança custo do gado vendido na DRE e se da baixa na conta estoques (ativo
circulante) no resultado final da venda sendo a apuração do lucro e o gasto no
momento da venda.
Por alguns períodos os fatores podem ocorrer na atividade pecuária desde a
compra das matrizes e touros, o inicio da produção, o nascimento dos primeiros
bezerros, a criação dos rebanhos, a venda de gado.
Na atividade pecuária, os animais como Touro e Matrizes, que são utilizados
para reprodução estão sujeito a depreciação, e os registrado são feito no Ativo
Imobilizado, e por estes animais terão um prazo de vida útil, período no qual deverão
ser depreciados no longo de vida útil.
Na fazenda maravilha para a atividade de reprodução, que será feito da
seguinte forma pega o valor estimado de cercado do touro ou matriz e dividi pelo
tempo de vida útil estimada de cada um, que Dara uma depreciação anual gerando
um custo, a vida útil destes animais é aproximadamente de 8 anos para touros e 10
anos para a matriz. Este custo de depreciação será um dos custos que integrarão ao
rebanho na atividade pecuária.
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3. CONCLUSÃO

Este artigo teve como foco principal, identificado pela questão problema, a
evidenciação e tratamento contábil dos reflexos causados pela produção sazonal,
característica do segmento de agronegócio. Ao ter abordado sazonalidade,
paralelamente houve a necessidade de considerar outros aspectos como: safra e
entressafra, ociosidade, teoria da oferta e procura capacidade produtiva, devido à
estreita ligação entre os assuntos.
No agronegócio, a sazonalidade é provocada pela existência e influência das
estações do ano, introduzindo a safra e entressafra para períodos maiores de um
ano para se ter produto pronto para comercialização, entre outros. Tornado as
oscilação dos preços, um dos principais indicadores da sazonalidade da produção.
Abordou-se no artigo questões inerentes ao segmento das atividades
pecuárias também sofre influência climática e outros fatores específicos. Não
deixando de evidenciar aspectos relacionados à valorização do estoque e ao fisco.
A finalidade deste artigo foi alcançada ao demonstrar como devem ser feitos
os registros contábeis, não deixando as questões sazonais impedirem de fornecer
relatórios básicos como a Demonstração de Resultados e Balanço Patrimonial
específico à Contabilidade Rural, capazes de gerar informações para a tomada de
decisão pelo gestor.
Porém a contabilidade deve buscar ferramentas capazes de alocar os custos
que correm em épocas do ano para todo o exercício social, de tal forma, que os
custos dos produtos vendidos não apresentem flutuações significativas, entre um
período e outro.

4. REFERÊNCIAS

MARION, José Carlos. Contabilidade da Pecuária. 4a ed., São Paulo, Atlas, 1990.
DUCH, Antônio Góxens. Contabilidade y Administraclón de Negócios, IV vol.,
Afrodisio Aguado, Madrid, 1951.
Contabilidade do agronegócio: ciências contábeis / Daniel Ramos Nogueira, Fábio
Rogério Proença. – São Paulo: Pearson Pretice Hall, 2009.
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