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Curso Online:

Cadastro Ambiental Rural (CAR)


Operacionalização contábil..................................................................................2

Cálculo do custo de produção.............................................................................4

Custeio baseado em atividades e apuração e tributação dos resultados...........7

Planejamento contábil na empresa rural.............................................................9

Contabilidade agrícola, contabilidade da pecuária e imposto de renda............11

Ativos (caixa, cabeças de gado, terra, tratores, fertilizantes, sementes,


defensivos agrícolas etc.)..................................................................................13

Passivos (empréstimos bancários, dívidas trabalhistas etc.)............................14

Patrimônio líquido (capital, reservas etc.).........................................................16

Projetos de Viabilidade Econômico-Financeira.................................................19

Referências bibliográficas ................................................................................21

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OPERACIONALIZAÇÃO CONTÁBIL

O método das partidas dobradas consiste no entendimento e execução dos


conceitos de origem e aplicação dos recursos e no equilíbrio nos saldos das
contas de natureza credora e devedoras. Um fato contábil pode apresentar
várias formas de lançamento, em que há um débito (ou mais débitos) para um
crédito (ou mais créditos) correspondentes com valores idênticos (MARION,
2009).

O seringalista cumpre a função de fornecedor gerando um direito no seu ativo e


para o seringueiro uma obrigação de pagamento constante em seu passivo.
Esse procedimento era evidenciado no extrato de conta corrente que, para o
produtor, a origem encontra-se no fornecimento de materiais e mercadorias e a
aplicação desses recursos é o produto finalizado, a borracha, objeto de
pagamento da dívida do seringueiro com o seringalista, demonstrando a
aplicação do conceito do Método das Partidas Dobradas na atividade da
produção da borracha.

A operacionalização dos fatos, poderão ser contabilizadas do seguinte modo:


as ferramentas necessárias à fabricação da borracha e as mercadorias para a
subsistência do trabalhador ficarão a débito na conta Estoque, no ativo, e a
contrapartida será em Fornecedores a crédito, no passivo. Quando a produção
estiver finalizada, será transferido valor do Estoque (a crédito) para Produtos
Acabados (a débito). A borracha, quando finalizada, será objeto de troca para
amortizar sua obrigação adquirida com o seu fornecedor, o seringalista. A
contabilização desse evento será da seguinte forma: o valor referente à conta
de Produtos Acabados se creditará e a contrapartida será na conta de
Fornecedor.

O imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR) é


um imposto brasileiro federal, previsto no artigo 153, VI, da Constituição
Federal. O fato gerador do Imposto Territorial Rural ocorre quando há o
domínio útil ou a posse do imóvel, localizado fora do perímetro
urbano do município.

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Na década de 1990 o ITR foi bem utilizado como ignitor de política pública: o
ITR passou a ser muito maior para propriedades não-produtivas. Essa medida
ajudou a acabar com o "latifúndio improdutivo" (grandes propriedades que nada
produziam, e serviam como reserva financeira ou para especulação). Os
latifúndios improdutivos eram uma realidade secular no Brasil, sendo bandeira
de luta política e militância. O ITR mais alto fez com que o latifúndio
improdutivo deixasse de ser interessante economicamente. Este foi um dos
motivos do recente "boom" do agronegócio brasileiro a partir da década de
1990.

O imposto sobre a propriedade territorial rural é pago por todo contribuinte,


pessoa física ou jurídica, que possui imóvel rural. O domicílio tributário do
contribuinte é o município de localização do imóvel rural.

Ao contrário do IPTU, que é lançado pelas prefeituras, cabe ao proprietário


rural lançar o valor de sua propriedade no ITR, ou seja, ele paga em cima
daquilo que declara - o formulário preenchido é semelhante ao imposto de
renda.

A atividade rural possui características distintas das demais atividades


produtivas. Uma das diferenças significativas entre a indústria e a atividade
rural como um todo é o tempo de planejamento. Enquanto na indústria é
possível seguir rigidamente as variações na demanda e executar mudanças em
curtíssimo prazo, na atividade rural as condições biológicas e climáticas limitam
a adoção de medidas no mesmo período.

Exemplos do que são analisados na operacionalização contábil:

Agricultura; Administração rural moderna; Controle gerencial; Importância de


contabilidade rural; Operacionalização contábil na empresa rural; Depreciação,
exaustão, amortização na agropecuária; Cálculo do custo de produção na
empresa rural; Planejamento contábil na empresa rural; Contabilidade da
pecuária; Contabilização da pecuária pelo método de custo; Críticas ao custo
histórico utilizado na pecuária; Custos e resultados na avicultura; Fluxo de
caixa e análise econômico-financeira na atividade rural e Apuração e tributação
dos resultados.

A Contabilidade Agropecuária é uma ferramenta que apresenta informações


claras e objetivas, capazes de auxiliar o produtor rural nas tomadas de
decisões, além de contribuir para melhorar os aspectos organizacionais,
econômicos e financeiros das propriedades rurais, capacitando-as para
acompanhar a crescente evolução do setor.

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CÁLCULO DO CUSTO DE PRODUÇÃO

O Novo Código Civil (NCC), instituído pela Lei nº 10.406 de 10 de janeiro de


2002, em seu artigo 966 define o conceito de empresário nos seguintes
termos: ―quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para
a produção ou a circulação de bens ou de serviços‖.

O empresário rural é a pessoa física ou jurídica que realiza a atividade de


exploração da capacidade produtiva da terra ou da água. Seus objetivos
podem estar ligados à produção vegetal, à criação de animais e
à industrialização de produtos obtidos de ambos, ou seja, produtos
agroindustriais.

Podemos perceber, então, que as atividades rurais são divididas em três


grupos distintos:

Produção vegetal — atividade agrícola;

Criação animal — atividade zootécnica;

Indústrias rurais — atividade agroindustrial.

O grande problema que acontece na maioria das propriedades rurais é que


essas informações, mesmo que sejam importantes ferramentas de gestão, não
são analisadas e utilizadas por seus proprietários ou administradores.

O custo é a despesa econômica realizada para comprar ou manter um serviço


ou um produto. O conceito de produção, entretanto, refere-se à ação de
produzir (elaborar, fabricar, originar).

Os custos de produção podem ser custos fixos (que permanecem estáveis face
a mudanças no nível produtivo) ou custos variáveis (mudam conforme
o volume de produção é alterado). O aluguel de um edifício ou escritório, mão-
de-obra, matérias-primas, pagamento de energia elétrica e impostos fazem
parte do custo de produção de uma empresa.

O custo de produção agrícola é uma excepcional ferramenta de controle e


gerenciamento das atividades produtivas e de geração de importantes

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informações para subsidiar as tomadas de decisões pelos produtores rurais e,
também, de formulação de estratégias pelo setor público.

Para administrar com eficiência e eficácia uma unidade produtiva agrícola, é


imprescindível, dentre outras variáveis, o domínio da tecnologia e do
conhecimento dos resultados dos gastos com os insumos e serviços em cada
fase produtiva da lavoura, que tem no custo um indicador importante das
escolhas do produtor.

O papel do Estado na agricultura tem nas informações do pacote tecnológico e


no custo de produção excelentes indicativos para a elaboração de políticas
públicas em prol do produtor rural.

A estrutura da planilha para elaboração de custo total de produção previa


informações acerca do produto, da safra, da produtividade e a caracterização
dos custos variáveis e fixos, que podem ser assim resumidos:

Custos variáveis:

• máquinas: as despesas de combustíveis seriam registradas de acordo com as


indicações do fabricante agregando até 5% do valor devido ao transporte; a
manutenção seria de 6 a 7% sobre o valor da nova máquina;

• implementos e utensílios: de 4 a 8% sobre o valor do implemento;

• manutenção de benfeitorias: 0,5 a 2% sobre o valor da benfeitoria nova;

• mão de obra temporária: valor de mercado com encargos sociais de 51,56%;

• insumos: valor dos bens consumidos;

• despesas gerais: 1 a 2% sobre os itens anteriores;

• transporte externo: frete pago até unidade armazenadora, até 50 km da


propriedade;

• armazenagem: valor de mercado (tabela de órgãos oficiais);

• encargos financeiros (juros): sobre capital de giro, utilizando taxas do crédito


rural (recursos do Manual de Crédito Rural – 18), taxas de mercado
(complemento) e custo de oportunidade (recursos próprios).

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Custos fixos:

• depreciação: consideram-se as máquinas, equipamentos, utensílios,


implementos, benfeitorias, instalações, solo (sistematização e correção),
animais de trabalho e embalagens;

• remuneração sobre o capital próprio não depreciado: taxa de retorno – custo


de oportunidade;

• seguros, taxas e impostos: de acordo com as normas tributárias e para o


seguro o prêmio sobre 50% do valor do bem;

• mão de obra fixa: para o administrador, 6 a 10% dos custos variáveis; para os
demais casos, o preço de mercado. Para ambos, acréscimos de 51,56% a
título de encargos sociais;

• remuneração da terra: 3 a 5% do valor da terra ou o valor do arrendamento,


com preferência para o último

Essencial para o conhecimento do processo de cálculo do custo de produção é


entender as rotinas para a sua construção. Para tanto, abaixo estão descritos
os procedimentos que serão adotados pela Conab na elaboração desses
custos.

Para o cálculo do custo de produção, a moda do pacote tecnológico na região


de pesquisa, ou seja, se respeitará o processo produtivo mais utilizado no local
de levantamento dos coeficientes técnicos para a elaboração do custo de
produção. Essa unidade, construída pelos painelistas, deve ter características
do sistema de cultivo, do modelo agrícola, do pacote tecnológico, do local de
produção (biomas), do tipo de produção (manual, semimecani- zada,
mecanizada, etc), do processo de produção (plantio convencional, plantio
direto, transgenia, orgânico, etc) e outras informações que aproximem a
unidade produtiva do perfil da realidade local e regional.

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CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES E APURAÇÃO E

TRIBUTAÇÃO DOS RESULTADOS

A contabilidade, por sua vez, pode comprovar toda a evolução do agronegócio.


Por isso, é fundamental que, também na atividade rural, a contabilização dos
fatos e sua estruturação sejam realizadas com o devido conhecimento técnico
e operacional, sempre respeitando as especificidades da atividade.

Na Contabilidade Agropecuária, a contabilização de cada cultura varia de


acordo com o tipo: temporária ou permanente.

Temporárias são culturas sujeitas ao replantio após a colheita, ou seja, são


arrancadas da terra para que seja feito um novo plantio, como é o caso do
milho, do feijão, do arroz etc.

Permanentes são aquelas que estão vinculadas ao solo, duram mais de um


ano e dão mais de uma colheita, como a citricultura (laranja, limão etc), as
árvores frutíferas (cajueiro, jaqueira, mangueira, goiabeira etc), cana-de-
açúcar, cafeicultura e outros.

A amortização na atividade rural é aplicada na aquisição de direitos sobre


trabalhos em propriedades de terceiros com tempo limitado, como são os
casos em que um produtor adquire — por três ou mais anos — o direito de
extrair madeira em propriedade de terceiros.

O custeio direto, ou custeio variável, é um tipo de custeio que consiste em


considerar como custo de produção do período apenas os custos
variáveis incorridos.

Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são
considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo
encerrados diretamente contra o resultado do período. Desse modo, o custo
dos produtos vendidos e os estoques finais de produtos em elaboração e
produtos acabados só conterão custos variáveis.

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Os métodos de Custeio atribuem para cada custo uma classificação específica,
na forma de custos fixos ou custos variáveis.

Em tese, há possibilidade de efetuar separação do custeio direto


na contabilidade, segregando-se todos os custos em categorias específicas,
como, por exemplo:

Mão-de-obra de produção

Mão-de-obra de produção – variável

Mão-de-obra de produção – fixa

Custo de manutenção do maquinário produtivo - fixo

Insumos para o maquinário produtivo - variável

Gastos gerais de fabricação

Energia elétrica – variável

Energia elétrica – demanda fixa maleável

Contabilmente, desde que o sistema de acumulação se faça somando-se


custos fixos e variáveis, não há que se opor a esta sistemática de separar os
valores, para utilização gerencial.

Algumas características essenciais do método de custeio variável são:

Divisão dos custos em dois grupos principais: fixos e variáveis (eventualmente


podem ser necessários criar as categorias intermediárias de semi-fixos ou
semi-variáveis);

Atribuir ao custo final dos produtos somente os custos variáveis, obtendo-se,


assim, um custo final variável dos produtos. A diferença do custo variável com
a receita de vendas é a chamada margem de contribuição.

Gerencialmente, os custos fixos são considerados integralmente como


redutores do resultado, não se ativando os mesmos em estoques.

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PLANEJAMENTO CONTÁBIL NA EMPRESA RURAL

No Brasil, empresário e agricultor são dois estereótipos completamente


diferentes. Mas essa distinção deveria se ater somente ao imaginário, pois, na
prática, administrar uma fazenda não é tão diferente de conduzir uma empresa.
Apesar disso, nem todos os produtores rurais dão a devida importância às
práticas modernas de gestão e à contabilidade rural.

O projeto simples de planejamento rural a que se refere começa com


um levantamento patrimonial, que apura o ativo – bens e direitos – e passivo –
obrigações – que compõem as atividades exploradas.

A partir daí, tem-se o patrimônio líquido e é possível elaborar o fluxo de caixa,


que mensura as entradas e saídas de recursos que a atividade proporciona.

Além da assessoria contábil competente, há casos em que vale a pena


informatizar a gestão da fazenda. Quando o negócio começa a crescer e o
controle financeiro passa a tomar muito tempo, implantar um sistema de
gestão é importante.

Se atualizar quanto ao uso de tecnologias no campo não ajuda apenas na


administração financeira, mas também na produtividade da plantação – há uma
série de startups do agronegócio com soluções inovadoras para esse fim.

Segundo o IN RFB Nº 1700 de 2017, uma Empresa Rural é aquela que


abrange as Atividades Agrícola, Zootécnica e Agroindustrial.

A escrituração contábil das entidades rurais é obrigatória, devendo as receitas,


custos e despesas ser contabilizados mensalmente. Por sua vez, os registros
contábeis devem evidenciar as contas de receitas, custos e despesas,
segregadas por tipo de atividades.

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Os custos necessários para a produção agrícola devem ser classificados no
Ativo da entidade, segundo a expectativa de realização:

a) no Ativo Circulante, os custos com os estoques de produtos agrícolas e os


custos com tratos culturais ou de safra necessários para a colheita no exercício
seguinte; e

b) no Ativo Permanente Imobilizado, os custos que beneficiarão mais de um


exercício.

A exaustão dos componentes do Ativo Imobilizado relativos às culturas


permanentes, formado por todos os custos ocorridos até o período
imediatamente anterior ao início da primeira colheita, tais como preparação da
terra, mudas ou sementes, mão-de-obra, etc., deve ser calculada com base na
expectativa de colheitas, de sua produtividade ou de sua vida útil, a partir da
primeira colheita.

Os ganhos decorrentes da avaliação de estoques do produto pelo valor de


mercado devem ser contabilizados como receita operacional, em cada
exercício social.

A Contabilidade Rural, aplicada às empresa rurais, é utilizada e se constitui


como uma importante peça de auxílio aos empresários deste setor.

Por ―Empresa Rural‖, define o Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/1964), art. 4º,
inciso VI, como:

―... empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que


explore econômica e racionalmente imóvel rural, dentro de condição de
rendimento econômico da região em que se situe e que explore área mínima
agricultável do imóvel segundo padrões fixados, pública e previamente, pelo
Poder Executivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as
pastagens, as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas com
benfeitorias.‖

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CONTABILIDADE AGRÍCOLA, CONTABILIDADE DA PECUÁRIA

E IMPOSTO DE RENDA

O art. 2º da Instrução Normativa SRF nº 257/2002 dispõe que a exploração da


atividade rural inclui as operações de giro normal da pessoa jurídica, em
decorrência das seguintes atividades consideradas rurais:

a) a agricultura;

b) a pecuária;

c) a extração e a exploração vegetal e animal;

d) a exploração de atividades zootécnicas, tais como apicultura, avicultura,


cunicultura, suinocultura, sericicultura, piscicultura e outras culturas animais;

e) o cultivo de florestas que se destinem ao corte para comercialização,


consumo ou industrialização;

f) a venda de rebanho de renda, reprodutores ou matrizes; e

g) a transformação de produtos decorrentes da atividade rural, sem que sejam


alteradas a composição e as características do produto in natura, feita pelo
próprio agricultor ou criador, com equipamentos e utensílios usualmente
empregados nas atividades rurais, utilizando exclusivamente matéria-prima
produzida na área rural explorada.

A escrituração contábil das entidades rurais é obrigatória, devendo as receitas,


custos e despesas ser contabilizados mensalmente. Por sua vez, os registros
contábeis devem evidenciar as contas de receitas, custos e despesas,
segregadas por tipo de atividades.

As demonstrações contábeis devem ser complementadas por notas


explicativas, elaboradas com obediência à NBC TG 26 (R2), devendo, entre
outras informações:

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a) apresentar informação acerca da base para a elaboração das
demonstrações contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas de
acordo com os itens 117 a 124 da referida norma;

b) divulgar a informação requerida pelas normas, interpretações e comunicados


técnicos que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis; e

c) prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas


demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.

O ciclo operacional é o período compreendido desde a preparação do solo -


entendida esta como a utilização de grade, arado e demais implementos
agrícolas, deixando a área disponível para o plantio -, até a comercialização do
produto.

Para facilitar, separar esses registro em 3 categorias:

 Patrimônio;
 Estoque;
 Atividades.

Uma das ações de extrema importância é a realização de um inventário


completo de uma propriedade rural.

Mantenha uma sequência de organização, anotando cada objeto conforme sua


data de validade e seu lote, por dessa forma saberá o que deve usar com
maior rapidez.

Anote:

Qual a data de realização;

Qual a atividade agrícola (plantio, adubação, pulverização, etc.)

Qual foi o talhão em que foi realizada a atividade (identificação do talhão e


área);

Insumos utilizados e seu preço (incluindo o combustível);

Anote a produtividade por talhão na colheita.

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ATIVOS

São Ativos: caixa, cabeças de gado, terra, tratores, fertilizantes, sementes,


defensivos agrícolas etc.

Na cultura temporária, todos os custos com a formação do plantio — como


sementes, mudas, fertilizantes, inseticida, mão de obra, demarcações,
depreciação de tratores, entre outros — são contabilizados no Ativo Circulante
na conta ―Cultura Temporária‖ e em uma subconta com nome ―Cultura em
Formação‖, classificada como ―Estoque‖. Quando a colheita terminar, essa
conta será baixada para a conta ―Produtos Agrícolas‖.

Na cultura permanente, todos os custos necessários para a formação do


plantio, como sementes, adubação, formicidas, herbicidas, produtos químicos,
seguro de safra, entre outros, serão lançados no Ativo Não Circulante —
Imobilizado, sub-conta ―Cultura Permanente em Formação‖.

Depois da formação da cultura — etapa que pode levar até alguns anos —
transfere-se o valor da conta ―Cultura Permanente em Formação‖ para a
conta ―Cultura Permanente Formada‖. A partir daí, a conta não pode mais
receber custos e, após a colheita ou a partir da primeira produção, os custos
adicionais são lançados no Ativo Circulante — Estoque, na conta ―Colheita em
Andamento‖.

Essa cultura deverá ser corrigida monetariamente por ser parte do Imobilizado
desde o início da formação. A partir da primeira produção, deve ser
reconhecida a sua depreciação.

A demonstração do resultado do exercício (DRE) é uma demonstração


contabilística dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado
líquido devendo ter alterações em um exercício, através do confronto
das receitas, custos e resultados, apuradas segundo o princípio
contábil do regime de competência.

A demonstração do resultado do exercício oferece uma síntese financeira


dos resultados operacionais e não operacionais de uma empresa em certo
período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins legais de divulgação,
em geral são feitas mensalmente para fins administrativos e, trimestralmente
para fins fiscais.

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PASSIVOS

Os passivos são: empréstimos bancários, dívidas trabalhistas etc.

De acordo com a legislação brasileira(Lei nº 6.404, de 15 – 12 – 1976, Lei das


Sociedades por Ações), as empresas deverão discriminar na Demonstração do
Resultado do Exercício:

A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os


abatimentos e os impostos;

A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias vendidas


e serviços prestados e o lucro bruto;

As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas,


as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;

O lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas;

O resultado do exercício antes do Imposto de Renda e a provisão para tal


imposto;

As participações de debêntures, empregados, administradores e partes


beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou
fundos de assistências e previdência de empregados;

O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital


social.

A atualização dos mecanismos de gestão nas propriedades rurais é, hoje, uma


necessidade fundamental para alavancar a produção, aumentar a
produtividade e, consequentemente, alcançar os resultados esperados.

É essencial ser transparente e falar a verdade aos seus empregados,


mostrando a real situação da sua empresa.

Informe corretamente aos funcionários quando conseguirá pagar seus salários,


benefícios e recolher o FGTS e o INSS.

Quando estiver na fase de execução da dívida, a outra parte do processo (o


empregado) pede para a Justiça:

Fazer todas as buscas possíveis de bens e valores no nome da empresa – ou


do grupo empresarial;

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Se não achar nada no nome da empresa ou o valor for insuficiente, o
empregado pode solicitar a desconsideração da empresa

Então, a Justiça buscará os bens de quem está dentro dessa pessoa jurídica:
os atuais sócios e até os ex-sócios.

A DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é um resumo das


operações financeiras da empresa em um determinado período de tempo para
deixar claro se a empresa se teve lucro ou prejuízo. Tecnicamente, é um
demonstrativo contábil aplicado dentro do regime de competência para
mostrar como é formado o resultado líquido do exercício (normalmente do
ano), por meio da comparação entre receitas e despesas.
Para as empresas brasileiras, a demonstração do resultado do exercício é
obrigatória, de acordo com a lei n° 11.638/07, publicada em 27 de dezembro de
2007. Resumidamente, a DRE de uma empresa se estrutura da seguinte
maneira:

Receita Bruta

(-) Deduções e abatimentos

(=) Receita Líquida

(-) CPV (Custo de produtos vendidos) ou CMV (Custos de mercadorias


vendidas)

(=) Lucro Bruto

(-) Despesas com Vendas

(-) Despesas Administrativas

(-) Despesas Financeiras

(=) Resultado Antes IRPJ CSLL

(-) Provisões IRPJ E CSLL

(=) Resultado Líquido.

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PATRIMÔNIO LÍQUIDO

São patrimônios líquidos: capital, reservas etc.

Temos o resultado líquido, obtido a partir da subtração dos impostos e taxas


pagas do lucro bruto. Esse valor corresponde ao resultado de uma empresa,
considerando os ganhos e descontos em determinado período. O resultado
líquido é, portanto, bastante importante para realizar financiamentos próprios,
investimentos ou ser dividido entre sócios, acionistas e funcionários.

No Brasil, conforme disposto pela Lei 6404/76, o Patrimônio Líquido é dividido


em:

 Capital social
 Reservas de capital
 Ajustes de avaliação patrimonial
 Reservas de lucros
 Ações em tesouraria
 Prejuízos acumulados

Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não


computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de
competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valores
atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação
a valor justo. Nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela
Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo §
3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009).

Ou seja, são expressos os valores que registram a diferença entre o valor de


compra de ativos e o seu valor de mercado, em decorrência da sua avaliação a
valor justo.

Conforme a Lei das Sociedades por Ações, podemos ter as seguintes


Reservas de Lucros:

Reserva Legal - Estabelecida para dar proteção ao credor. Pode ser utilizada
apenas para compensar prejuízos e incrementar o capital social. É a única

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OBRIGATÓRIA. A reserva legal visa dar proteção ao credor, sendo constituída
pela alíquota de 5% do lucro líquido do exercício até atingir 20% do capital
realizado.

Reserva Estatutária - Instituída por determinação do estatuto da companhia.


Sua finalidade e seus critérios devem ser plenamente definidos.

Reserva para Contingências - É constituída por uma parcela de lucros, com o


intuito de amenizar prováveis perdas que venham prejudicar o Resultados de
exercícios futuros.

Reserva de Retenção de Lucros - A empresa poderá reter parte do lucro líquido


do exercício para constituí-la com o objetivo de expandir os negócios, criando
filiais ou investir em novas empresas.

Reserva de Incentivos Fiscais - A empresa poderá constituir RIF quando


recebe doações e subvenções governamentais para investimentos.

Reserva de Lucros a Realizar - constitui-se RLR quando o Dividendo


Obrigatório ultrapassar o valor do LLE (Lucro Líquido do Exercício) realizado
financeiramente.

Crédito Rural: Consiste na destinação de recursos para contratação de


operações de crédito aos produtores rurais e agricultores familiares para
custeio da safra, investimentos em suas propriedades ou apoio à
comercialização de seus produtos ou industrialização. São diversas as linhas
de crédito rural cujas condições estão definidas no Manual de Crédito Rural -
MCR. A maior parte dessas linhas contam com taxas fixas e podem ser
subvencionadas pelo Governo Federal.

Finalidades:

Custeio: despesas correntes de um ou mais período de produção agrícola ou


pecuária;

Investimento: destinado a inversões em bens e serviços cuja utilização ocorra


no curso de vários períodos;

Comercialização: quando destinados, isoladamente, ou como extensão do


custeio, a cobrir despesas próprias da fase sucessiva à coleta da produção,
sua estocagem, transporte ou à monetização de títulos oriundos da venda
pelos produtores; e

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Industrialização: industrialização de produtos agropecuários, quando efetuada
por cooperativas ou pelo produtor rural em sua propriedade rural.

O Plano Safra é um conjunto de ações do Governo Federal para apoio ao setor


agropecuário, e se desdobra em:

a) Plano Agrícola e Pecuário (Empresarial) – Coordenado pelo Ministério da


Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa); e

b) Plano Safra da Agricultura Familiar – Coordenado pela Secretaria Especial


de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar.

O Plano Safra é elaborado e divulgado anualmente, no período de maio a


junho, e tem validade de julho a junho do ano subsequente.

São instrumentos do Plano Safra:

a) Crédito Rural;

b) Apoio à Comercialização; e

c) Mitigadores de Risco Rural.

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preocupa com o aprendizado doAluno. Bons estudos!

Conforme o economista Paulo Sandroni, a contabilidade é a ciência que "cuida


da classificação, registro e análise de todas as transações realizadas por uma
empresa ou órgão público, permitindo dessa forma uma constante avaliação da
situação econômico-financeira. Tem por objeto o patrimônio econômico das
pessoas físicas ou jurídicas, comerciais ou civis, bem como o patrimônio
público e as questões financeiras do Estado. Seu objetivo é permitir o controle
administrativo e o fornecimento de informações precisas a investidores,
credores e ao público. Envolve todos os aspectos empresariais ou públicos que
possam ser expressos em números, como o ativo (propriedade), o passivo
(dívidas), as receitas e despesas, os lucros e perdas e os direitos de
investidores".

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PROJETOS DE VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA

A análise de viabilidade econômica é um estudo que visa medir e analisar se


um investimento é viável ou não.

Para fazê-la é preciso seguir algumas etapas tais como a projeção de receitas
que o projeto terá, além da projeção de custos, despesas e os investimentos
necessários.

A projeção de receitas, por exemplo, serve para identificar a capacidade de


geração de lucro para quem está investindo.

Existem premissas que devem ser seguidas. Como por exemplo, ter um bom
conhecimento do mercado – e, claro, evitar números que não sejam ―reais‖
dentro das possibilidades do mercado.

A projeção de custos, despesas e investimentos também entra dentre os


fatores que justificam a projeção de receitas.

A projeção de fluxos de caixa, que é a dinâmica sobre o dinheiro que entra e


sai da empresa diariamente, é um instrumento essencial para a gestão
financeira e análise de viabilidade econômica.

A análise de viabilidade econômica e financeira é um tema muito falado no


mundo dos negócios.

A análise de viabilidade econômica e financeira é um estudo que visa a medir


ou analisar se um determinado investimento é viável ou não. Em outras
palavras, a análise de viabilidade econômica e financeira irá comparar os
retornos que poderão ser obtidos com os investimentos demandados, para
decidir se vale a pena ou não investir.

O fluxo de caixa é a dinâmica do dinheiro que entra e sai da empresa todos os


dias. É um instrumento essencial para realizar a gestão financeira de uma
empresa. O fluxo de caixa será obtido pela diferença entre as projeções das
receitas e das despesas.

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Referências Bibliográficas

Wikipédia, a enciclopédia livre.Imposto territorial rural.

Disponível em:

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