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CONTABILIDADE AMBIENTAL ©
Autor: Júlio César Zanluca
SUMÁRIO
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Introdução
Siglas Utilizadas
Conceito, Objetivo e Vantagens da Contabilidade Ambiental
Aplicações dos Princípios Fundamentais de Contabilidade ao Meio Ambiente
Vínculo Contábil
Ativo Ambiental
Ativos de Giro
Ativos Fixos
Passivo Ambiental
Utilização de Due Diligencies
Efeitos da Inexistência ou Subavaliação dos Passivos Ambientais
Receita Ambiental
Custos e Despesas Ambientais
A Utilização da Contabilidade Ambiental
Regime de Reconhecimento Contábil
Segregação dos Itens Ambientais
Lançamentos Contábeis Ambientais
Plano de Contas
Contabilização dos Eventos
Gastos de Implantação de Gestão Ambiental
Amortização dos Gastos Diferidos
Adiantamentos a Fornecedores
Compra de Insumos
Investimentos em Sociedades com Responsabilidade Ambiental
Aquisição e Depreciação de Imobilizado
Exaustão de Recursos Florestais
Exaustão de Recursos Minerais
Obtenção de Financiamentos Vinculados
Aquisição de Bens e Serviços
Mão de Obra Aplicada
Obrigações Tributárias
Tributos sobre Vendas
Multas sobre Infrações
Provisão para Contingências Ambientais
Desembolsos Subsequentes
Reversão da Provisão
Aspectos Fiscais da Provisão e da Reversão da Contingência
Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro
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INTRODUÇÃO
Há uma consciência quase que universal que os recursos naturais são limitados, e não
podem mais ser desperdiçados, sob pena de comprometimento do equilíbrio ecológico
de nosso planeta.
A contabilidade como ciência apresenta condições, por sua forma sistemática de registro
e controle, de contribuir de forma positiva no campo de proteção ambiental, com dados
econômicos e financeiros resultantes das interações de entidades que se utilizam da
exploração do meio ambiente. Especificamente, tal conjunto de informações é
denominado de “contabilidade ambiental”.
Sua utilidade social é bem expressa pelo então presidente da França, Jacques Chirac, em
seu discurso na sessão plenária de encerramento do XV Congresso Mundial de
Contadores, em 1997: "... A profissão contábil desempenha um papel fundamental na
modernização e internacionalização de nossa economia. Isso porque vocês não se
restringem a cuidar de contas. Vocês são conselheiros e, às vezes, confidentes das
administrações de companhias, para que têm um importante papel a desempenhar,
especialmente em assuntos sociais e tributários. Vocês orientam pequenas e médias
empresas e sua administração, simplificando as alternativas, que ainda são demasiado
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SOBRE O AUTOR
Júlio César Zanluca é Contador e mora em Curitiba – PR. Catarinense, foi auditor e
consultor tributário de várias empresas no Paraná e Santa Catarina. Atualmente, é
coordenador de conteúdo do site Portal Tributário, tendo escrito várias outras obras,
como Manual do IRPJ – Lucro Real, Planejamento Tributário, Cooperativas,
Contabilidade de Custos, entre outras.
SIGLAS UTILIZADAS
Seu objetivo é propiciar informações regulares aos usuários internos e externos acerca
dos eventos ambientais que causaram modificações na situação patrimonial da
respectiva entidade, quantificado em moeda.
EVENTOS AMBIENTAIS
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Pode-se definir evento ambiental – sob a ótica contábil – como qualquer interação da
entidade com o meio-ambiente que gere conseqüências econômicas presentes ou
futuras, tendo em vista as normas regulamentadoras ou de responsabilidade social a que
referida entidade está sujeita.
Como não é possível (nem desejável) reverter o progresso, pois os sistemas econômicos
necessitam atender à demanda de bilhões de pessoas do planeta terra – há de se
encontrar respostas às tais questões mediante um amplo e contínuo trabalho de aferição
dos eventos ambientais por todos agentes (governo, entidades privadas e ONG`s) – daí a
contabilidade, como ciência, tem a vantagem de oferecer meios de aferição econômica
de tais políticas.
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O registro contábil dos eventos ambientais deve ser efetuado de conformidade com os
princípios fundamentais de contabilidade. Tais princípios, segundo a Resolução
750/1993 do CFC – Conselho Federal de Contabilidade, são:
I) o da ENTIDADE;
II) o da CONTINUIDADE;
III) o da OPORTUNIDADE;
V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI) o da COMPETÊNCIA e
VII) o da PRUDÊNCIA.
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VÍNCULO CONTÁBIL
Os efeitos da interação de uma entidade com o meio ambiente podem ser identificados
por elementos contábeis, tais como:
ATIVO AMBIENTAL
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ATIVOS EM GIRO
1. Disponibilidades;
2. Bens e Direitos realizáveis a curto e longo prazo.
ATIVOS FIXOS
Nota:
Normas ISO 14.000 – Sistema de Gestão Ambiental - a série ISO 14.000 foi
elaborada pela International Organization for Standardization - (ISO), sediada na Suíça,
que elabora normas internacionais. Trata-se de um conjunto de normas técnicas
internacionais referentes a métodos e análises, que possibilitam certificar que
determinado produto, durante todo o seu ciclo de vida (produção, distribuição,
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PASSIVO AMBIENTAL
"... toda a agressão que se pratica ou praticou contra o meio ambiente. Consiste no valor
dos investimentos necessários para reabilitá-lo, bem como multas e indenizações em
potencial. Uma empresa tem passivo ambiental quando ela agride de algum modo ou
ação o meio ambiente e não dispõe de nenhum projeto para sua recuperação aprovado
oficialmente ou de sua própria decisão." (Norma e Procedimento de Auditoria NPA 11)
Exemplos de origens:
Quanto à mensuração dos passivos, a ONU (2001:11) determina que “quando existir
dificuldades para estimar o valor de um passivo ambiental, deve-se indicar a melhor
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estimativa possível. Nas notas explicativas devem ser divulgadas as informações sobre
o método utilizado para elaborar esta estimativa”.
Muitas entidades não registram, tampouco evidenciam seus passivos ambientais, dada a
impossibilidade de mensuração financeira, total ou parcialmente.
Para estes casos, é imprescindível que sejam divulgados, através de notas explicativas,
os motivos que impediram a entidade de realizar uma estimativa de valor e contabilizar
a obrigação, mas não se eximindo da responsabilidade de evidenciação de sua real
situação patrimonial.
EXIGÊNCIA DE CONTABILIZAÇÃO
Tais passivos podem ser originados por taxas, contribuições, multas e penalidades por
infrações legais e, ainda, em decorrência de ressarcimento a terceiros por danos
provocados, estimativa de gastos para recuperação e restaurações de áreas degradadas,
seja por iniciativa própria, por exigência legal ou de terceiros.
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Sendo a contabilidade uma ciência com função social, não pode prescindir de informar
corretamente questões tão relevantes, como passivos ambientais.
RECEITA AMBIENTAL
Mas isto não impede que haja geração de recursos econômicos deste processo.
Então, a contabilização das receitas ambientais abrange não somente os eventos diretos,
mas aqueles decorrentes da exigência de controle ambiental por força de contrato
explícito ou implícito entre a entidade e seus compradores.
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Caso não venham a ser aplicados diretamente na produção, tais gastos são denominados
despesa.
Custos das Externalidades – decorrem dos impactos gerados pelo processo produtivo,
que poderão no futuro, vir a tornar-se custos importantes (exemplo: danos causados à
saúde da população pela poluição).
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A contabilidade, como ciência, ainda está a evoluir, para que possa contribuir com a
mensuração dos gastos invisíveis (externos) na produção de bens e serviços.
A simples leitura do “custo dos produtos vendidos” não oferece o real valor (interno +
externo) daquele produto, já que os gastos que toda a sociedade suporta ou suportará em
decorrência de consumos ambientais não estão computados naquela linha.
Isto não significa que a contabilidade ambiental não tenha utilidade, ou que sua
utilidade é relativa. Nenhuma ciência é completa, mas sua utilização, mesmo que
parcial, pode permitir melhoria na qualidade de vida. Assim, o uso das informações
disponíveis de custos e despesas ambientais certamente propiciará um grau razoável de
conhecimento dos efeitos ambientais causados por determinada entidade produtiva.
O art. 177, da Lei 6.404/76 estabelece que a escrituração da companhia será mantida em
registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei
e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou
critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o
regime de competência.
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Se uma empresa, em seu processo produtivo atual, está sacrificando o meio ambiente e
por isto incorrerá no futuro em algum tipo de gasto ambiental proveniente da atividade
de hoje, necessário torna-se o respectivo registro contábil, sob pena de impactar
positivamente o resultado do exercício atual e negativamente o resultado dos exercícios
futuros.
Normalmente os custos com desativação de tais plataformas não são registrados nos
períodos corretos, enquanto estes ativos de vida longa estão sendo sacrificados no
processo de geração de receitas, sendo evidenciados apenas por ocasião da decisão de
desativá-las.
O contabilista ou o auditor precisa estar atento ao impacto dos passivos ambientais não
reconhecidos e, portanto, não contabilizados adequadamente. Devido ao habitual vulto
destas obrigações, o contador, a empresa e todas as partes relacionadas a ela podem
estar deixando de considerar em suas análises e projeções a sua relação de causa e
efeito, o qual pode ser até a inviabilidade do negócio e a descontinuidade da entidade
em longo prazo, ferindo, portanto, o Postulado da Continuidade.
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Este mesmo órgão também sugere uma evidenciação completa através de:
... nota explicativa que evidencie a sua real posição ambiental, informando a
política ambiental adotada, valor dos investimentos em ativos fixos e diferidos
ambientais e critérios de amortização/depreciações, despesas ambientais
debitadas ao resultado do exercício, passivo contingente e cobertura, se houve,
de seguros, [...] empréstimos específicos contraídos e sua amortização
programada.
Com relação a evidenciação nas peças contábeis, Martins e Ribeiro (1998:06) são
favoráveis a criação de um grupo específico na DRE – Demonstração do Resultado do
Exercício composto pelos “[...] custos dos insumos e mão-de-obra necessários à
proteção, preservação e recuperação do meio ambiente, bem como da amortização dos
gastos capitalizados, além das taxas de preservação ou multas impostas pelas legislações
ambientais”.
PLANO DE CONTAS
ATIVOS AMBIENTAIS
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- ATIVO CIRCULANTE
Disponibilidades
Caixa
Fundo Fixo de Caixa – Gerenciamento Ambiental
Bancos Conta Movimento
Banco do Brasil – Conta Movimento – Projeto Gestão Ecológica
Aplicações de Liquidez Imediata
Banco do Brasil – FIF DI – Conta Gestão Ecológica
Realizável
Aplicações Financeiras Vinculadas a Projetos Ambientais
Clientes
(-) Provisão para Créditos Irrecuperáveis
Adiantamentos – Serviços de Consultoria – Implantação ISO 14001
Tributos a Recuperar
PIS a Recuperar
COFINS a Recuperar
IPI – Saldo a Compensar
ICMS – Créditos a Compensar
Imposto de Renda pago por Estimativa
CSLL paro por Estimativa
Estoques
Matérias Primas
Insumos de Tratamento de Resíduos
Produtos em Elaboração
Produtos Acabados
Mercadorias para Revenda
Serviços em Andamento
(-) Provisão para Preço de Mercado dos Estoques
(-) Provisão para Perda de Estoques
Conta Corrente Gestão
Repasses Efetuados para Gestão Financeira
- INVESTIMENTOS
Participações em Empresas Ambientalmente Corretas
Cia. Limpa S/A
Verdes Vales Monitoramentos Ambientais Ltda
- IMOBILIZADO
Usina de Reciclagem
Edificações
Máquinas e Equipamentos
Instalações
(-) Depreciações Acumuladas – Reciclagem
Recursos Naturais Explorados
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Reflorestamento
Minas
(-) Exaustões Acumuladas
- INTANGÍVEL
Fundo de Comércio Adquirido
Fundo de Comércio
Bens Incorpóreos
Marcas e Patentes
(-) Amortizações Acumuladas – Intangíveis Ambientais
PASSIVOS AMBIENTAIS
- PASSIVO CIRCULANTE
Instituições Financeiras
Finame – Usina de Reciclagem
Fornecedores
Cia. Proteção Ambiental
Consultores de Gestão do Meio Ambiente Ltda
Obrigações Sociais e Trabalhistas
Salários a Pagar
Provisão de Férias e 13º Salário
INSS a Recolher
FGTS a Recolher
Obrigações Tributárias
ICMS a Recolher
IPI a Recolher
PIS a Recolher
COFINS a Recolher
Multas a Pagar
Provisões para Contingências
Provisão de Gastos – Responsabilidades pelo Meio Ambiente
(-) Gastos Contingentes – Responsabilidades pelo Meio Ambiente
Recursos Recebidos
Repasses Recebidos da Gestão Financeira
- PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
Capital Social Integralizado – Destinado à Proteção do Meio Ambiente
Capital Social Subscrito – Proteção Ambiental
(-) Capital Social Subscrito a Integralizar – Proteção Ambiental
Reservas de Lucros
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CONTAS DE RESULTADO
- RECEITAS
Receitas e Recuperações Ambientais
Faturamento Bruto de Operações de Gestão Ambiental
Vendas de Produtos com Selo Verde
Vendas de Resíduos
Venda de Produtos Reciclados
Prestação de Serviços Ambientais
(-) Impostos Não Cumulativos
(-) IPI Faturado
(-) ICMS Substituição Tributária
(-) Deduções de Vendas de Receitas Ambientais
ICMS sobre Vendas
PIS sobre Receitas
COFINS sobre Receitas
ISS sobre Serviços Prestados
Devoluções de Vendas
Redução de Custos e Despesas Ambientais
Multas Revertidas
Reversão de Contingências
Recuperação de Resíduos
Redução do Consumo de Água
Redução do Consumo de Energia
Redução do Consumo de Materiais
Redução de Gastos com Segurança
Redução de Gastos com Manutenção
Resultados de Participações Societárias Ambientais
Lucros de Sociedades com Responsabilidade Ambiental
Dividendos de Companhias com Responsabilidade Ambiental
Resultado da Equivalência Patrimonial
Resultados da Venda de Permanente Ambiental
Venda de Investimentos
(-) Custo da Venda de Investimentos
Venda de Imobilizado
(-) Custo da Venda de Imobilizado
Receitas Financeiras Ambientais
Juros sobre Aplicações Financeiras Vinculadas
Juros sobre Depósitos Judiciais
Descontos Obtidos sobre Operações Ambientais
- CUSTOS E DESPESAS
Custo das Vendas
Custo dos Produtos Vendidos
Custo dos Serviços Vendidos
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AUMENTO DE CAPITAL
Desta forma, vincula-se parte do capital com o esforço de alocação de recursos próprios
destinados a cumprir a responsabilidade ecológica da entidade.
Exemplo:
Então teremos:
Os gastos devem ser ativados no Ativo Diferido, pois pressupõe-se que a geração de
benefícios advindos dos mesmos competirão a mais de um exercício social.
Exemplo:
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O Ativo Diferido deverá ser avaliado, pelo valor do capital aplicado, ou seja, o valor dos
gastos realizados, deduzido do saldo das contas que registrem a sua amortização (art.
183 da Lei nº 6.404/76).
De acordo com a Lei nº 6.404/76 e o art. 327 do RIR/99, a amortização dos valores
registrados no Ativo Diferido deverá ser feita em prazo não inferior a cinco anos e não
superior a dez anos.
Exemplo:
Contabilização:
SALDOS EM 31.12.2008
O saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido que, pela sua natureza,
não puder ser alocado a outro grupo de contas, poderá permanecer no ativo sob essa
classificação até sua completa amortização.
Base: art. 299-A da Lei 6.404/1976 (incluído pela MP 449/2008).
ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES
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Exemplo:
COMPRA DE INSUMOS
Exemplo:
2. Registro da requisição:
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Geralmente, tal momento ocorre na entrada física dos bens no estabelecimento. Mas
existem estoques que, mesmo não estando fisicamente presentes no local, devem ser
contabilizados, como por exemplo, matérias primas que foram remetidas pelo
fornecedor, por conta e ordem do cliente, á terceira empresa que efetuará
industrialização dos referidos materiais.
Os impostos não cumulativos que devam ser recuperados não se computam no custo de
aquisição dos insumos, devendo ser registrados em conta específica de impostos a
recuperar.
Impostos não cumulativos são aqueles que em cada operação sucessiva é abatido o
montante cobrado na operação anterior, como é o caso do ICMS e do IPI.
Também devem ser deduzidos do custo dos insumos o PIS e COFINS, quando
recuperáveis.
CONSUMO EVENTUAL
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O custo de aquisição ou produção dos bens existentes na data do balanço deverá ser
ajustado ao valor de mercado, mediante a constituição de uma provisão, quando este for
menor, que será classificada como conta redutora do subgrupo estoques.
Para constituição da provisão é necessário que se especifique, item por item, os bens
que, comprovadamente, estejam com preço de mercado inferior ao seu custo.
Segundo o artigo 183 da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76), considera-se
valor de mercado:
a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser
repostos, mediante compra no mercado; e
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante
venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e
a margem de lucro.
Para fins fiscais, esta provisão passou a ser indedutível para efeito de apuração do lucro
real a partir de 01.01.1996 (Lei nº 9.249/95, art. 13, I).
Exemplo:
Exemplo:
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DEPRECIAÇÃO
Depreciação corresponde ao encargo periódico que determinados bens sofrem, por uso,
obsolescência ou desgaste natural.
A taxa anual de depreciação de um bem será fixada em função do prazo, durante o qual
se possa esperar utilização econômica.
Observe-se que o limite de depreciação é o valor do próprio bem. Desta forma, deve-se
manter um controle individualizado, por bem, do tipo “ficha do imobilizado” ou
“planilha de item do imobilizado” para que o valor contabilizado da depreciação,
somado ás quotas já registradas anteriormente, não ultrapasse o valor contábil do
respectivo bem.
Para os bens já existentes no Exercício anterior, que não foram baixados no exercício,
basta aplicar a taxa anual de depreciação sobre o respectivo valor do bem.
Exemplo:
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A quota de depreciação em reais, das aquisições ou dos valores acrescidos aos bens
existentes, será calculada da seguinte forma:
Exemplo:
Exemplo:
CONTABILIZAÇÃO
O registro contábil do encargo de depreciação será feito a débito de uma conta de custo
ou despesa operacional e a crédito da conta redutora do ativo imobilizado intitulada
depreciação acumulada.
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Exemplo:
Por fim, na hipótese de floresta própria, o custo de sua aquisição ou formação será
objeto de quotas de exaustão, à medida e na proporção em que seus recursos forem
sendo exauridos. Da mesma forma, serão lançadas quotas de exaustão quando a floresta
pertencer a terceiro e for explorada em função de contrato por prazo indeterminado.
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Floresta Natural
Exemplo:
Considerando-se que no início do ano-calendário de 2003 a empresa possuía 80 hectares
de florestas naturais e a quantidade extraída no mês de janeiro de 2003 correspondeu a
uma área de 5 hectares. O percentual de exaustão será calculado do seguinte modo:
5 ha x 100 / 80 ha = 6,25%
Floresta Plantada
Exemplo:
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O lançamento contábil no mês de janeiro de 2003 poderá ser feito do seguinte modo:
O critério a ser observado será aquele que proporcionar maior percentual de exaustão
no período.
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Exemplo:
Exemplo:
100 / 8 = 12,5%
R$ 30.000,00 x 12,5% = R$ 3.750,00
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Se, por outro lado, o volume de produção do período fosse de 500 toneladas, o cálculo
da quota de exaustão seria efetuado em função do prazo de concessão para exploração
da jazida.
Contabilização:
Exemplo:
Nota: caso a conta corrente bancária seja específica para administrar os recursos da
construção das instalações financiadas, o título da mesma poderá ser: “Bancos Cta.
Movimento – Recursos para Aplicações Ambientais”.
Exemplo:
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Exemplo:
Verba Valor R$
Salários 10.000,00
Horas Extras 1.000,00
Adicionais 2.000,00
Total Remuneração 13.000,00
Encargos do Empregador:
INSS 3.744,00
FGTS 1.105,00
Provisões:
Férias 1.975,95
13º Salário 1.140,00
Teremos então:
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Nota: neste exemplo, não se demonstrou a contabilização das retenções do INSS devido
pelos empregados ou das demais verbas retidas, como IRF ou Contribuições Sindicais.
OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
Os passivos devidos ao governo em função da gestão ambiental podem ser oriundos de:
Exemplo:
PIS – R$ 165,00
COFINS – R$ 760,00
ICMS – R$ 1.800,00
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No caso de multas, mesmo que a entidade venha a questionar sua aplicabilidade, pelo
princípio do conservadorismo contábil, faz-se sua contabilização como provisão de
contingência (veja título “Provisão para Contingências Ambientais”).
Se houver depósitos para instância de garantia, tais valores são contabilizados a débito
do realizável a longo prazo, em contrapartida da conta do disponível.
Exemplo:
Como recurso para evitar a inscrição em dívida ativa e consequente execução judicial, a
Cia. apelou contra a multa na instância administrativa, perdendo a causa nesta instância.
Insatisfeita com o resultado, apelou à via judicial, e como garantia, depositou o
respectivo valor da multa, integralmente, em conta de depósito judicial.
Como o passivo originado pela multa está coberto pelo depósito judicial, transfere-se o
valor de multas a pagar do passivo circulante para exigível a longo prazo:
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Tal avaliação será exercida à vista dos fatos e informações disponíveis à época do
preparo e consequente publicação das demonstrações contábeis, e deverá levar em conta
a experiência anterior adquirida em situações semelhantes além de outros fatores
igualmente úteis.
Exemplo:
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DESEMBOLSOS SUBSEQUENTES
REVERSÃO DA PROVISÃO
Uma vez eliminado a causa que deu origem a provisão da contingência, esta deve ser
revertida contabilmente.
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Exemplo:
Portanto:
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Exemplo:
T O T A L ADIÇÕES E
EXCLUSÕES 10.000.000,00 -
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EXCLUSÕES:
Dividendos Recebidos -
TOTAL EXCLUSÕES -
31 de Dezembro de 2.004,
Na parte B do LALUR, deve ser controlado o valor adicionado desta provisão, pois se
trata de valor que irá afetar, no futuro, a determinação do lucro real, por ocasião de sua
reversão.
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T O T A L ADIÇÕES E
EXCLUSÕES - 10.000.000,00
TOTAL ADIÇÕES 0
EXCLUSÕES:
Reversão da Provisão de Gastos –
Responsabilidades pelo Meio Ambiente 10.000.000,00
31 de Dezembro de 2.005,
A geração de base tributável positiva (lucro fiscal) das atividades ambientais deve ser
registrada mediante provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social sobe o
Lucro – CSLL.
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CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL
Exemplo:
Nota: a alíquota considerada neste exemplo é a normal. Observar que pode ocorrer a
incidência de adicional de Imposto de Renda (10%).
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Segundo a NBC T 19.2 – Tributos sobre Lucros, o ativo fiscal diferido, decorrente de
diferenças temporárias e de prejuízos fiscais de imposto de renda e bases negativas de
contribuição social, deve ser reconhecido, total ou parcialmente, desde que a entidade
tenha histórico de lucratividade, acompanhado da expectativa de geração de lucros
tributáveis futuros, fundamentada em estudo técnico de viabilidade, que permita a
realização do ativo fiscal diferido em um prazo máximo de dez anos, ou o limite
máximo de compensação permitido pela legislação, o que for menor.
Como autor, recomendo aos contabilistas que não ativem o Imposto de Renda e CSLL
sobre as bases de cálculo negativas da gestão ambiental, tendo em vista que:
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O controle de tais recursos pode ser efetuado através de uma conta corrente específica,
para que o balanço ambiental reflita tais transações.
Desta forma, se trata a gestão ambiental como uma “filial” ou “departamento”, onde as
transações correntes (numerários) ou alocações de recursos (rateio de custos e despesas,
transferências de bens e direitos) são alvo de contas denominadas “contas de repasse”
ou “contas correntes”.
Exemplo:
Vamos às contabilizações:
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Os critérios de rateio podem variar, mas devem ser consistentes e regulares, de aferição
adequada, tais: mão-de-obra indireta, rateada por horas/homem da mão de obra direta,
gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas, etc.
O primeiro passo, portanto, para alocar tais gastos é definir qual o critério de rateio.
Um critério bastante simples de rateio é dividir o valor dos custos gerais de fabricação
sobre determinado padrão comum na produção. Este padrão pode ser:
Exemplo:
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Desta forma, transfere-se o custo geral da fabricação para o setor “Gestão Ambiental”,
mediante lançamento contábil seguinte:
Como rateio interdepartamental entre a gestão financeira e gestão ambiental, deve ser
registrado também a alocação de recursos na conta corrente departamental (veja tópico
Conta Corrente – Gestão Financeira), da seguinte forma:
Exemplo:
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R$ 5.000,00
Nota: a conta “Transferência de Custos – Supervisão” é uma conta redutora dos custos
do respectivo setor.
REDUÇÃO DO CONSUMO
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Obviamente que a medição de tais reduções deve ser feita pela engenharia ambiental,
pois não é atribuição da contabilidade a avaliação físico-qualitativa de tais volumes.
Mas a avaliação monetária, a partir dos dados físicos-qualitativos, deve ser uma rotina, e
precisa ser contabilizada para gerar informações precisas aos gestores.
CONTRA-PARTIDA DEVEDORA
As contas de débito de tais operações não devem compor o custo de produção de bens e
serviços, para não distorcer a apuração dos custos – pois estes, segundo padrões
contábeis e fiscais – devem ser os custos históricos.
Exemplo:
A Cia. Econômica tem um consumo de água mensal de 15.000 m3, para uma produção
base de 100 toneladas de materiais.
A contabilidade registra que a fatura de água para tais níveis de produção era de R$
30.000,00. Não houve reajuste das tarifas entre o período anterior e o atual.
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Notas:
Exemplo:
Nas vendas geradas pela gestão ambiental, o custo de produção dos bens e serviços
também deve ser contabilizado no subgrupo de contas específico de gestão ambiental,
para que se reflita de fato o resultado da operação econômica.
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CMV = EI + C - EF
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)
Onde:
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Onde:
Exemplo:
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O primeiro passo é determinar um padrão comum de rateio, que pode ser: horas/homem
aplicadas ou horas/máquinas, ou critério misto.
Os materiais diretos aplicados são atribuídos ao respectivo custo do lote produzido. Mas
não se transferem custos de materiais aplicados da produção do produto principal.
Entende-se que o rejeito ou descarte na produção significa que o produto principal deve
assumir o custo atribuído da integralidade dos materiais e outros serviços.
Alguns profissionais poderão contestar tal afirmativa, mas é óbvio que o destarte ou
rejeito é um custo da produção do produto principal, pois é elemento deste. Não se trata
de um custo do resíduo ou material reciclável. Pode-se medir tal custo, para avaliar a
redução do desperdício em decorrência da gestão ambiental, mas atribuir este custo a
um outro elemento produtivo, que não o principal, é no mínimo questionável. Por isso,
como contabilista, este autor parte do princípio que os resíduos já foram custeados na
produção principal, não sendo cabível a transferência de tais custos a uma operação
secundária.
O que se transfere, isto sim, aos subprodutos resultantes, é o custo de sua preparação,
recondicionamento e demais etapas necessárias para destiná-los a venda.
Em resumo:
Vamos a um exemplo:
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CONTABILIDADE AMBIENTAL © - 53
Então, agora é só somar os custos de insumos aplicados, para se obter o custo total dos
lotes de Resíduo A e B processados durante o mês
Admitindo-se que o estoque anterior de produtos reciclados era zero, e que, no mês de
outubro de 2004 foram vendidas 1.000 unidades do Resíduo A e 500 unidades do
Resíduo B, teremos os seguintes custos dos produtos vendidos:
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R$ 18.635,00
Transpõe-se do razão contábil o total das movimentações ocorridas, por conta, para
formação do balancete.
Exemplo:
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Ainda não há, no Brasil, normas específicas sobre tal apresentação, sendo que se recorre
às apresentações convencionais exigidas pela Lei 6.404/76 (Lei das S/A), onde ativo e
passivo são listados separadamente, segundo os grupos de contas.
- Ativo Circulante; e
- Ativo Não-Circulante, composto por Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos,
Imobilizado e Intangível.
Circulante
a) Disponível
b) Créditos
c) Estoques
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CONTABILIDADE AMBIENTAL © - 58
d) Despesas Antecipadas
O Realizável a Longo Prazo são os ativos referidos nos itens “b”, “c”, “d”, e “e”
anteriores, cujos prazos esperados de realização situem-se após o término do exercício
subsequente à data do balanço patrimonial.
Investimentos
São as participações em sociedades além dos bens e direitos que não se destinem à
manutenção das atividades-fins da Entidade
Imobilizado
Intangível
As contas que compõem o passivo devem ser agrupadas, segundo sua expressão
qualitativa em:
Circulante
Não Circulante
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Patrimônio Líquido
As contas que compõem o Patrimônio Líquido devem ser agrupadas, segundo sua
expressão qualitativa, em:
a) Capital
b) Reservas
- Reservas de Lucros:
São os valores decorrentes de retenções de lucros, como a reserva legal e a de incentivos
fiscais, que formam as reservas de lucros.
- Reservas de Capital, representam os recursos retidos que não transitam pelo resultado
(como ágio na emissão de ações).
c) Prejuízos Acumulados
Correspondem aos prejuízos ainda não compensados, estes apresentados como parcela
redutora do Patrimônio Líquido.
Além dos subgrupos acima, a Lei 6.404/1976 determina que o Patrimônio Líquido seja
formado pelas Ações em Tesouraria (compra de ações próprias) e dos Ajustes de
Avaliação Patrimonial.
PASSIVO A DESCOBERTO
Na Entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a
classificação no Circulante ou Longo Prazo terá por base o prazo desse ciclo.
Os elementos da mesma natureza e os pequenos saldos serão agrupados, desde que seja
indicada a sua natureza e nunca ultrapassem, no total, um décimo do valor do respectivo
grupo de contas, sendo vedada a utilização de títulos genéricos como "diversas contas"
ou "contas-correntes".
EXEMPLO
Segue um exemplo, baseado nos saldos das contas apresentadas no tópico Balancete de
Verificação – Contas Ambientais, de um balanço patrimonial ambiental:
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PASSIVOS AMBIENTAIS
Circulante 231.615,00
Instituições Financeiras 110.000,00
Fornecedores 32.000,00
Obrigações Sociais e Trabalhistas 49.350,00
Obrigações Tributárias 5.265,00
Provisão p/Contingências 35.000,00
Provisão de Gastos Contingentes 350.000,00
(-) Gastos Contingentes Efetivados (315.000,00)
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COMPOSIÇÃO
ESTRUTURA
- o resultado operacional;
- as participações no resultado;
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Desta forma, para que se possa aplicar o conceito legal de Receita Operacional Bruta, é
recomendável que a empresa que contabiliza o IPI e o ICMS como Receita de Vendas, o
faça em conta de “Faturamento Bruto” e não em “Receita de Venda de Produtos”,
ficando assim o plano de contas ambiental:
Faturamento Bruto
(-) IPI Faturado
(-) ICMS Substituição Tributária
(=) Receita Bruta de Vendas e Serviços
Devoluções de Vendas
Abatimentos
A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela
incidentes (exceto IPI e ICMS substituição tributária), que são registrados em contas
devedoras. Desta forma, os valores dos impostos incidentes sobre as vendas, tais como:
ISS, ICMS, PIS, COFINS, serão diminuídos da receita bruta.
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Os resultados não operacionais são aqueles decorrentes de outras operações não ligadas
às atividades principais ou acessórias da empresa, tais como:
Tais resultados, por não decorrerem das atividades de gestão ambiental propriamente
dita, não deveriam compor a demonstração de resultado ambiental, e sim, a
demonstração de resultado da própria entidade.
Isto porque tais resultados tendem a refletir o resultado da administração financeira dos
recursos e não da administração ambiental.
Entretanto, se tais resultados forem aplicados (ou deduzidos) dos recursos destinados á
gestão ambiental, entende-se que tais operações devam ser contabilizadas como receita
(ou despesa) não operacional ambiental.
Este autor entende que a baixa de bens do permanente ambiental, quando decorrente de
alienação, deve ser, primeiramente, ser transferido à uma conta patrimonial comum, e
depois ser baixado desta.
Exemplo:
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Este valor será o valor de custo (valor de aquisição menos valor da depreciação),
correspondente a R$ 100.000,00 – R$ 60.000,00 = R$ 40.000,00:
Nessas contas devem ser registrados os valores relativos à Contribuição Social Sobre o
Lucro e do Imposto de Renda devido sobre o resultado. Para maiores detalhes, acesse o
tópico Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro.
Participações e Contribuições
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De acordo com o artigo 189 da Lei das S/A, do resultado do exercício, serão deduzidos,
antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto
sobre a renda.
Dessa forma, toma-se o lucro líquido depois do imposto de renda e contribuição social,
antes das participações e dele se deduz o saldo eventual de prejuízos acumulados,
apurando-se assim a base inicial de cálculo das participações.
Notas:
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Nesta obra, tais demonstrações são apresentadas no formato tradicional (exigido pela
Lei 6.404/76), nada impedindo que o contabilista efetue adaptações de títulos em
decorrência de demonstrativos específicos.
O importante não é a apresentação, em si, dos demonstrativos, mas sua utilidade para a
gestão ambiental e seus usuários. O caráter da informação deve ser relevante,
informativo, numa linguagem se possível de relativa simplicidade e fácil assimilação.
Lembrando que tais demonstrativos nem sempre serão lidos por usuários acostumados
aos termos contábeis, por isso, cabe ao contabilista ser flexível na montagem das
respectivas informações.
REVERSÕES DE RESERVAS
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São as apropriações do lucro feitas para a constituição das reservas patrimoniais, tais
como: reserva legal, reserva estatutária, reserva de lucros a realizar, reserva para
contingências.
Exemplo:
CIA. ZYX
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS DA GESTÃO
AMBIENTAL
EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.2004
RECURSOS: R$
1. Saldo inicial do exercício 39.000,00
2. Ajustes credores de exercícios anteriores
- Efeitos de mudança de critério contábil 3.000,00
3. Reversão de reservas
- De contingências 10.000,00
- De lucros a realizar 9.000,00
4. Lucro líquido do exercício 35.000,00
5. (-) Ajuste de exercícios anteriores
- Retificação de erro de exercício anterior 1.000,00
6. Total dos recursos 97.000,00
APLICAÇÕES:
7. Transferência para reservas
- Reserva legal 1.750,00
- Reserva estatutária 5.000,00
- Reserva para contingência 1.100,00
- Reserva para investimentos 6.000,00
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As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros
motivos, tais como:
Deve-se utilizar um papel de trabalho, utilizando uma coluna para cada uma das contas
do Patrimônio Líquido e abrindo uma conta total, que representa a soma dos saldos ou
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transações de todas as contas individuais. Essa movimentação deve ser extraída das
fichas de razão dessas contas.
As transações e seus valores são transcritos nas colunas respectivas, mas de forma
coordenada. Por exemplo, se temos um aumento de capital com lucros e reservas, na
linha correspondente a essa transação, transcreve-se o acréscimo na coluna de capital
pelo valor do aumento e, na mesma linha, as reduções nas contas de reservas e lucros
utilizadas no aumento de capital pelos valores correspondentes.
MODELO
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do Exercício:
Proposta da
Administração
de Destinação
do Lucro:
Transferências
para reservas
Reserva legal
Reserva
estatutária
Reserva de
lucros para
expansão
Reserva de
lucros a
realizar
Dividendos a
distribuir
Saldo em
31.12.X2
A DOAR foi extinta, a partir de 01.01.2008, pela Lei 11.638/2007. Entretanto, nada
impede da empresa elaborá-la e apresentá-la, juntamente com os indicadores
ambientais, pois não há restrição neste sentido.
FORMA DE APRESENTAÇÃO
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ORIGENS DE RECURSOS
Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, se houver prejuízo, teremos
uma aplicação de recursos.
c) de terceiros, por empréstimos obtidos, pagáveis a longo prazo, bem como dos
recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de
transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.
Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origem de
recursos para fins dessa demonstração, pois não alteram o Capital Circulante Líquido.
Nesse caso há um aumento de disponibilidades e, ao mesmo tempo, do Passivo
Circulante.
APLICAÇÕES DE RECURSOS
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1) Imobilizações
c) Remuneração de dividendos:
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d) Venda de bens do Ativo Permanente recebível a Longo Prazo, operação que também
deve ser demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da venda e, na
aplicação, como se houvesse o empréstimo sido feito para recebimento a longo prazo;
i) Variações monetárias de dívidas de longo prazo, essas despesas afetam o lucro mas,
por reduzirem o Patrimônio Líquido e aumentarem o Exigível a Longo Prazo, não
alteram o Capital Circulante Líquido. Devem, por isso, também ser adicionadas ao
Lucro Líquido do exercício.
OCORRÊNCIA DE PREJUÍZO
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Exemplo:
2º passo: apurar as variações dos saldos das contas, ou seja, a diferença líquida entre os
mesmos. Os grupos de Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido, por serem
credores, devem ser indicados como negativos. Como exemplo:
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A soma três colunas deve ser igual a zero, como evidência de que se tomaram todas as
contas e se apuraram corretamente as variações.
3º passo: análise da composição das variações ocorridas em cada uma das contas, como
exemplificado a seguir.
Conforme o livro Razão da empresa é composto pelas contas abaixo e teve a seguinte
movimentação no período:
b) Investimentos
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c) Imobilizado
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Obras em - (22.000,00)
andamento 30.000,00 55.000,00 63.000,00
SOMA -
310.000,00 203.700,00 (33.400,00) 480.300,00
Depreciação -
Acumulada (15.000,00) (7.700,00) - (22.700,00)
Edifícios
Máquinas e -
equipamentos (90.000,00) (50.000,00) 10.700,00 (129.300,00)
Veículos -
(5.000,00) (5.300,00) 2.000,00 (8.300,00)
SOMA -
Depreciações (110.000,00) (63.000,00) 12.700,00 (160.300,00)
Total líquido -
200.000,00 140.700,00 (20.700,00) 320.000,00
d) Venda de Imobilizado
e) Ativo Diferido
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g) Patrimônio Líquido
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Dividendos (10.000,00)
Saldo em 31.12.2003 295.000,00
Temos, assim, a composição líquida de todas as contas não circulantes, bastando agora
dispor cada valor, já de forma ordenada, na Demonstração de Origens e Aplicações de
Recursos, como segue:
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APLICAÇÕES DE RECURSOS
Demonstração do Aumento no
Capital Circulante Líquido:
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Exemplo:
“Os investimentos e gastos com a interação ambiental da Cia. durante o exercício social
estão demonstrados nos anexos VII e VIII, sendo que o total de recursos alocados para o
meio-ambiente foi de R$ 25,9 milhões (R$ 18,7 milhões em 2003).”
ANEXO VII
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Um cuidado permanente que deve ter a contabilidade é alocar de forma mais precisa e
direta possível os custos ambientais para os produtos que, de fato, impactam o meio-
ambiente e exigem os investimentos e/ou formam as contingências observadas.
A formação do custo de tais produtos deve ser seccionada de forma a contemplar uma
evidenciação direta dos gastos ambientais, permitindo assim aos gestores da entidade
produtiva ter informações mais precisas para determinação do preço de venda.
Exemplo:
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Agora, vamos elaborar o custo de forma que os gastos ambientais sejam alocados
diretamente ao produto que gera o custo respectivo:
Deve-se sempre alocar os custos ambientais de forma direta aos produtos que os
geraram. Quando isso não for possível, é imprescindível que o método de rateio seja o
mais imparcial possível, de forma a não onerar os produtos que ecologicamente tem
menor impacto ambiental.
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BIBLIOGRAFIA
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Simples Nacional:
https://www.portaltributario.com.br/obras/simplesnacional.htm
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