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CONTABILIDADE AMBIENTAL © - 1

CONTABILIDADE AMBIENTAL ©
Autor: Júlio César Zanluca

Distribuição: Portal Tributário Publicações

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computador, utilizando a mesma senha, no endereço www.portaltributario.com.br/downloads

SUMÁRIO
(clique no Link para acessar o conteúdo)

Introdução
Siglas Utilizadas
Conceito, Objetivo e Vantagens da Contabilidade Ambiental
Aplicações dos Princípios Fundamentais de Contabilidade ao Meio Ambiente
Vínculo Contábil
Ativo Ambiental
Ativos de Giro
Ativos Fixos
Passivo Ambiental
Utilização de Due Diligencies
Efeitos da Inexistência ou Subavaliação dos Passivos Ambientais
Receita Ambiental
Custos e Despesas Ambientais
A Utilização da Contabilidade Ambiental
Regime de Reconhecimento Contábil
Segregação dos Itens Ambientais
Lançamentos Contábeis Ambientais
Plano de Contas
Contabilização dos Eventos
Gastos de Implantação de Gestão Ambiental
Amortização dos Gastos Diferidos
Adiantamentos a Fornecedores
Compra de Insumos
Investimentos em Sociedades com Responsabilidade Ambiental
Aquisição e Depreciação de Imobilizado
Exaustão de Recursos Florestais
Exaustão de Recursos Minerais
Obtenção de Financiamentos Vinculados
Aquisição de Bens e Serviços
Mão de Obra Aplicada
Obrigações Tributárias
Tributos sobre Vendas
Multas sobre Infrações
Provisão para Contingências Ambientais
Desembolsos Subsequentes
Reversão da Provisão
Aspectos Fiscais da Provisão e da Reversão da Contingência
Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro

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Conta Corrente – Gestão Financeira


Rateio de Custos e Despesas
Redução do Consumo
Venda de Bens e Serviços
Custo de Bens e Serviços
Custo das Mercadorias Vendidas
Custo dos Produtos Vendidos
Custo dos Serviços Vendidos
Custo dos Subprodutos – Resíduos e Materiais Reciclados

Balancete de Verificação – Contas Ambientais


Balanço Patrimonial Ambiental
Demonstração do Resultado Ambiental
Outras Demonstrações Contábeis
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Ambientais Acumulados
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos
Informações nas Demonstrações Financeiras
Formação de Preços de Venda – o Impacto dos Custos Ambientais

INTRODUÇÃO

Há uma consciência quase que universal que os recursos naturais são limitados, e não
podem mais ser desperdiçados, sob pena de comprometimento do equilíbrio ecológico
de nosso planeta.

A contabilidade como ciência apresenta condições, por sua forma sistemática de registro
e controle, de contribuir de forma positiva no campo de proteção ambiental, com dados
econômicos e financeiros resultantes das interações de entidades que se utilizam da
exploração do meio ambiente. Especificamente, tal conjunto de informações é
denominado de “contabilidade ambiental”.

Historicamente, a Contabilidade do Meio Ambiente passou a ter status de um novo


ramo da ciência contábil em fevereiro de 1998, com a finalização do "relatório
financeiro e contábil sobre passivo e custos ambientais" pelo Grupo de trabalho inter-
governamental das Nações Unidas de Especialistas em padrões Internacionais de
Contabilidade e relatórios (ISAR – United Nations Intergovernanmental Working
Group of Experts on International Standards of Accounting and Reporting).

A contabilidade é uma enorme fonte de registro, interpretação e informação de dados


empresariais, governamentais e de entidades do terceiro setor.

Sua utilidade social é bem expressa pelo então presidente da França, Jacques Chirac, em
seu discurso na sessão plenária de encerramento do XV Congresso Mundial de
Contadores, em 1997: "... A profissão contábil desempenha um papel fundamental na
modernização e internacionalização de nossa economia. Isso porque vocês não se
restringem a cuidar de contas. Vocês são conselheiros e, às vezes, confidentes das
administrações de companhias, para que têm um importante papel a desempenhar,
especialmente em assuntos sociais e tributários. Vocês orientam pequenas e médias
empresas e sua administração, simplificando as alternativas, que ainda são demasiado

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complexas. Vocês desempenham, portanto, um papel no desenvolvimento das


possibilidades de emprego, o que merece um especial registro de reconhecimento...".

SOBRE O AUTOR

Júlio César Zanluca é Contador e mora em Curitiba – PR. Catarinense, foi auditor e
consultor tributário de várias empresas no Paraná e Santa Catarina. Atualmente, é
coordenador de conteúdo do site Portal Tributário, tendo escrito várias outras obras,
como Manual do IRPJ – Lucro Real, Planejamento Tributário, Cooperativas,
Contabilidade de Custos, entre outras.

SIGLAS UTILIZADAS

CFC: Conselho Federal de Contabilidade


CLT: Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei 5.452/43)
COFINS: Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social (Lei
Complementar 70/1991)
CPMF: Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (Lei 9.311/1996)
CSL ou CSLL: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (Lei 7.689/1988)
GPS: Guia da Previdência Social
IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
ICMS: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (Lei
Complementar 87/1996)
IN: Instrução Normativa
INSS: Instituto Nacional de Seguridade Social
IR: Imposto de Renda
IRPJ: Imposto de Renda – Pessoa Jurídica
ISO: International Organization for Standardization
ISS: Imposto sobre Serviços (Lei Complementar 116/2003)
LALUR: Livro de Apuração do Lucro Real
LC: Lei Complementar
NBC T: Norma Brasileira de Contabilidade - Técnica
PIS: Programa de Integração Social (Lei Complementar 7/70)
RIPI: Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (Decreto 4.544/2002)
RIR/99: Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999)
RPS: Regulamento da Previdência Social (Decreto 3.048/1999)
SRF: Secretaria da Receita Federal
TJLP: Taxa de Juros a Longo Prazo

CONCEITO, OBJETIVO E VANTAGENS DA CONTABILIDADE AMBIENTAL

Contabilidade ambiental é o registro do patrimônio ambiental (bens, direitos e


obrigações ambientais) de determinada entidade, e suas respectivas mutações -
expressos monetariamente.

Seu objetivo é propiciar informações regulares aos usuários internos e externos acerca
dos eventos ambientais que causaram modificações na situação patrimonial da
respectiva entidade, quantificado em moeda.

EVENTOS AMBIENTAIS

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Pode-se definir evento ambiental – sob a ótica contábil – como qualquer interação da
entidade com o meio-ambiente que gere conseqüências econômicas presentes ou
futuras, tendo em vista as normas regulamentadoras ou de responsabilidade social a que
referida entidade está sujeita.

Como exemplos de eventos ambientais, nesta definição, temos:

- A aplicação de recursos para pesquisa tecnológica, visando a redução da


emissão de resíduos.
- O treinamento de pessoal visando a adequação de métodos de produção às leis
ambientais vigentes.
- A aquisição de serviços de consultoria para aplicação de novos projetos
ecológicos.
- A obtenção de receitas em decorrência da recuperação de materiais, que antes
eram descartados na natureza.

VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE AMBIENTAL

Em decorrência da crescente escassez de recursos naturais e da degradação da natureza,


em todo o mundo acirrou-se o debate econômico, político e social sobre tais situações e
as medidas necessárias à reversão deste cenário. Daí a necessidade de se conhecer o
problema não somente sob seus aspectos mais amplos – mas também específicos: boa
parte da degradação ambiental é decorrência dos próprios entes de produção de bens e
serviços – o chamado “progresso a todo custo”.

Como não é possível (nem desejável) reverter o progresso, pois os sistemas econômicos
necessitam atender à demanda de bilhões de pessoas do planeta terra – há de se
encontrar respostas às tais questões mediante um amplo e contínuo trabalho de aferição
dos eventos ambientais por todos agentes (governo, entidades privadas e ONG`s) – daí a
contabilidade, como ciência, tem a vantagem de oferecer meios de aferição econômica
de tais políticas.

A utilização irresponsável de meios naturais para a produção de bens e serviços, além


dos danos ambientais óbvios, tende a gerar para a entidade que o provocou o repúdio da
sociedade e dos consumidores. Economicamente, a gestão ambiental não precisa ser
encarada como “um custo a mais”, mas uma ótima oportunidade de demonstrar a
responsabilidade social e melhorar a imagem mercadológica – e por conseguinte – gerar
um saudável ciclo de lucros sustentáveis a médio e longo prazo.

Para a tomada de decisões e avaliação regular de tais políticas ambientais, a


contabilidade é imprescindível, pois gera informações relevantes aos administradores de
qualquer entidade.

Poderíamos sintetizar as seguintes vantagens da utilização da contabilidade ambiental:

- identificar e alocar custos ambientais, de maneira que as decisões de investimentos


estejam baseadas em custos e benefícios adequadamente medidos;
- permite aferir, economicamente, as reduções de gastos com água, energia e outros
recursos, renováveis ou não;

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- gera informações e demonstrativos sobre a eficácia e viabilidade econômica das ações


ambientais;
- a publicação do balanço ambiental gera transparência da gestão e uma potencial
melhoria de imagem da entidade produtora perante o público;
- a contínua correção das ações ambientais, em decorrência da utilização de dados
físicos-contábeis, contribui para a sociedade como um todo – pois haverá redução do
nível de agressão à natureza na elaboração de produtos e serviços indispensáveis.

APLICAÇÕES DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE AO


MEIO AMBIENTE

O registro contábil dos eventos ambientais deve ser efetuado de conformidade com os
princípios fundamentais de contabilidade. Tais princípios, segundo a Resolução
750/1993 do CFC – Conselho Federal de Contabilidade, são:

I) o da ENTIDADE;

II) o da CONTINUIDADE;

III) o da OPORTUNIDADE;

IV) o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;

V) o da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;

VI) o da COMPETÊNCIA e

VII) o da PRUDÊNCIA.

APLICAÇÃO PRÁTICA DOS PRINCÍPIOS

Seguem-se alguns exemplos de aplicação prática dos princípios fundamentais de


contabilidade aos eventos ambientais:

1. Exploração do Meio-Ambiente, cuja degradação ocorre ao longo de determinado


período de concessão pelas autoridades públicas: neste caso, deve-se contabilizar
os custos previstos de renovação exigidos no ato de concessão, não somente ao
término do período exploratório, mas durante todo este período, atendendo
assim ao regime de competência.
2. Quando, por pressão do próprio mercado, os produtos e serviços que gerem
danos ambientais sofrerem solução de continuidade, tendo sua produção
temporária ou permanentemente suspensos – então há necessidade imediata de
avaliação das mutações patrimoniais, quantitativas e qualitativas, em decorrência
desta circunstância. É a aplicação do princípio da continuidade.
3. Aplicação de pesquisas e tecnologias para conservação e reparação do meio
ambiente. Tais desembolsos devem ser registrados em conta do Ativo Diferido,
até que seja decidido a utilização ou abandono de tais pesquisas e tecnologias.
Na hipótese de abandono, debita-se imediatamente o resultado do exercício, e,
decidido a utilização, faz-se a amortização dos valores ativados em

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conformidade com o período previsto de utilização da mesma. É a aplicação do


princípio da oportunidade.

VÍNCULO CONTÁBIL

A escrituração registra fatos e, para atender aos usuários quanto ao patrimônio


ambiental, precisa segregar informações de natureza ambiental das demais informações
gerais da entidade, bem como sua correta classificação e avaliação contábil.

Os efeitos da interação de uma entidade com o meio ambiente podem ser identificados
por elementos contábeis, tais como:

 estoques de insumos destinados ao tratamento de efluentes e resíduos,


resultantes do processo produtivo;
 inversões de capital para aquisição de tecnologias antipoluentes (patentes,
máquinas, equipamentos, instalações);
 obrigações assumidas pela entidade para recuperação de áreas degradadas (solo,
ar, águas), para pagamento de penalidades ou multas decorrentes de infrações à
legislação ambiental;
 reservas para contingências constituídas a partir da forte probabilidade de
ocorrência de perdas patrimoniais provocadas por eventos de natureza
ambiental;
 montante de custos e despesas incorridos em prol da contenção/eliminação dos
níveis de poluição e/ou controles correspondentes.

O Balanço Patrimonial, que reflete a situação econômico-financeira das empresas, ou


mais precisamente seus bens, direitos e obrigações, em sua função ambiental, deve
discriminar bens e direitos - aplicações de recursos, cujo objetivo básico esteja
relacionado a proteção, recuperação e restauração ambiental.

Este registro compreende, entre outros, os investimentos em estoques de insumos


preventivos aos efeitos poluentes; bens de longa duração, que serão utilizados no
processo de contenção/eliminação da poluição; passivos relacionados ao meio-
ambiente; capitais e reservas destinados a cobertura de operações ambientais e efeitos
da gestão ambiental na redução de consumo de materiais e recursos naturais não
renováveis, como água e energia.

Tais informações traduziriam a contribuição prática da contabilidade no sentido de


melhorar a qualidade ambiental do planeta e, por conseguinte, demonstrar a
responsabilidade social do contabilista.

ATIVO AMBIENTAL

Considera-se ativo ambiental todos os bens e direitos destinados ou provenientes da


atividade de gerenciamento ambiental.

De acordo com o IBRACON - NPA 11 - compõem os ativos ambientais:

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"o imobilizado no que se refere aos equipamentos adquiridos, visando a eliminação ou


redução de agentes poluentes, com vida útil superior a um ano; e os gastos com
pesquisas e desenvolvimento de tecnologias a médio e longo prazos, constituindo, a
rigor, valores integrantes do ativo diferido (se envolverem benefícios e ação que se
reflitam por exercícios futuros). Também integram o ativo ambiental, os estoques,
quando relacionados com insumos do processo de eliminação dos níveis de poluição;
componentes representados por empregos e impostos gerados; e obras de infraestrutura
local, escolas, creches, áreas verdes e ajardinadas, que busquem o desenvolvimento e a
valorização da região e que, eliminando o passivo ambiental, a empresa produz ativos
no local".

Os ativos ambientais podem estar na forma de capital de giro ou capital fixo.

ATIVOS EM GIRO

O capital de giro – também chamado capital circulante - é o valor despendido para a


execução da atividade-fim econômica da empresa, sendo constituído por:

1. Disponibilidades;
2. Bens e Direitos realizáveis a curto e longo prazo.

Exemplos de ativos ambientais de giro:

a) na conta disponibilidades – registro dos valores oriundos da geração de rendimentos


ambientais;
b) nos ativos realizáveis a curto e longo prazo – estoques relacionados com insumos
do sistema de gerenciamento ambiental ou com produtos reaproveitados do processo
operacional.

ATIVOS FIXOS

No capital fixo as contas ambientais podem constituir-se em:

a) Investimentos: participação societária em empresas ecologicamente responsáveis.

b) Imobilizado: bens destinados à manutenção do gerenciamento ambiental – tais


como: sistemas de controle de resíduos, filtros de ar, instalações e equipamentos da
estação de tratamento de efluentes, entre outros.

c) Diferido: dispêndios ocorridos em desenvolvimento e obtenção de tecnologias de


produção e gerenciamento que beneficiarão exercícios futuros, como os estudos e
planos de implantação de gerenciamento ambiental (normas ISO 14000).

Nota:

Normas ISO 14.000 – Sistema de Gestão Ambiental - a série ISO 14.000 foi
elaborada pela International Organization for Standardization - (ISO), sediada na Suíça,
que elabora normas internacionais. Trata-se de um conjunto de normas técnicas
internacionais referentes a métodos e análises, que possibilitam certificar que
determinado produto, durante todo o seu ciclo de vida (produção, distribuição,

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utilização ou consumo e descarte), bem como a organização que o produziu: a) não


proporcionam, ou reduzem ao mínimo, os danos ambientais; e b) estejam de acordo com
a legislação ambiental.

PASSIVO AMBIENTAL

O passivo ambiental compreende toda obrigação contraída voluntária ou


involuntariamente destinada a aplicação em ações de controle, preservação e
recuperação do meio ambiente, originando, como contrapartida, um ativo ou custo
ambiental.

O IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – conceitua o passivo


ambiental como:

"... toda a agressão que se pratica ou praticou contra o meio ambiente. Consiste no valor
dos investimentos necessários para reabilitá-lo, bem como multas e indenizações em
potencial. Uma empresa tem passivo ambiental quando ela agride de algum modo ou
ação o meio ambiente e não dispõe de nenhum projeto para sua recuperação aprovado
oficialmente ou de sua própria decisão." (Norma e Procedimento de Auditoria NPA 11)

Um passivo ambiental origina-se quando uma entidade, em decorrência de suas


operações, fica sujeita à obrigações legais ou reparatórias, em função do uso do meio
ambiente (água, solo, ar) ou a geração de resíduos tóxicos.

O passivo ambiental, como qualquer passivo, constitui-se em capital de terceiros e


capital próprio, caracterizados como origens de recursos da entidade.

Exemplos de origens:

INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS – empréstimos de bancos para aplicação na gestão


ambiental.

FORNECEDORES – compra de equipamentos e insumos para o controle ambiental.

OBRIGAÇÕES SOCIAIS E TRABALHISTAS – remuneração de mão de obra


especializada em gestão ambiental e seus respectivos encargos sociais (INSS, FGTS) e
trabalhistas (Férias, 13º Salário, etc.).

OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS – tributos incidentes sobre operações de vendas de


bens ou serviços na gestão do meio ambiente, bem como multas decorrentes de
infrações ambientais.

ACIONISTAS – aumento do capital ou retenção de reservas com destinação específica


para investimentos em meio ambiente ou para pagamento de um passivo ambiental.

SOCIEDADE – indenizações e contingências ambientais.

Quanto à mensuração dos passivos, a ONU (2001:11) determina que “quando existir
dificuldades para estimar o valor de um passivo ambiental, deve-se indicar a melhor

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estimativa possível. Nas notas explicativas devem ser divulgadas as informações sobre
o método utilizado para elaborar esta estimativa”.

Muitas entidades não registram, tampouco evidenciam seus passivos ambientais, dada a
impossibilidade de mensuração financeira, total ou parcialmente.

Para estes casos, é imprescindível que sejam divulgados, através de notas explicativas,
os motivos que impediram a entidade de realizar uma estimativa de valor e contabilizar
a obrigação, mas não se eximindo da responsabilidade de evidenciação de sua real
situação patrimonial.

UTILIZAÇÃO DE “DUE DILIGENCIES”

Due diligencies é um termo inglês que se refere a um trabalho direcionado para a


identificação de todos os aspectos econômicos, financeiros e físicos que estejam
afetando, ou poderão vir a afetar, a situação patrimonial de determinada entidade. Tal
trabalho é executado por uma equipe de profissionais externos e especializados.

Obviamente, as variáveis ambientais também serão alvo de atenção, podendo então o


passivo ambiental da entidade diligenciada ser identificado e mensurado
monetariamente. Desta forma, a contabilidade terá à sua disposição informações sobre o
passivo ambiental da empresa, que deverá ser registrado como contingência.

EXIGÊNCIA DE CONTABILIZAÇÃO

Os passivos ambientais devem ser reconhecidos contabilmente, pois representam


expectativa de sacrifício de benefícios futuros impostas por normas ambientais.

Tais passivos podem ser originados por taxas, contribuições, multas e penalidades por
infrações legais e, ainda, em decorrência de ressarcimento a terceiros por danos
provocados, estimativa de gastos para recuperação e restaurações de áreas degradadas,
seja por iniciativa própria, por exigência legal ou de terceiros.

Portanto, todos os compromissos que impliquem o provável consumo de recursos


futuros para fazer face às obrigações decorrentes de questões ambientais devem ser
contabilizados, para atendimento aos princípios contábeis de competência e
oportunidade.

EFEITOS DA INEXISTÊNCIA OU SUBAVALIAÇÃO DOS PASSIVOS


AMBIENTAIS

O reconhecimento do passivo ambiental é de fundamental importância para a correta


avaliação da situação econômico-financeira das entidades.

Historicamente, o montante das obrigações de reparação de danos ao meio ambiente


tem efeito significativo sobre as negociações, causando sérios prejuízos ao comprador
quando não detectadas no ato da negociação.

O contabilista responsável, quando constatar qualquer subavaliação ou mesmo


inexistência de registros ambientais, deve envidar esforços para conhecer tais passivos,

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visando preservar a ética e a coerência de seus atos perante a sociedade, já que a


utilização de dados contábeis não mais se restringe somente aos usuários internos da
entidade.

Sendo a contabilidade uma ciência com função social, não pode prescindir de informar
corretamente questões tão relevantes, como passivos ambientais.

A inexistência ou subavaliação de tais registros implica em descrédito da entidade, dos


seus responsáveis e contabilistas, além de prejudicar os usuários das informações,
interno ou externos.

Como exemplo, determinada entidade produtora, cujo balanço patrimonial não


apontava qualquer passivo ambiental, sendo que constava como Reservas de Lucros e
Lucros Acumulados o valor de R$ 10.000.000,00. Entretanto, de fato, as contingências
ambientais levantadas correspondem ao montante de R$ 40.000.000,00 – ou seja – na
verdade não existem Reservas de Lucros ou Lucros Acumulados – mas sim, um
Prejuízo Acumulado de R$ 30.000.000,00! Tal valor, se não coberto por outras reservas
ou capital social, evidenciará um “Passivo a Descoberto” (patrimônio líquido negativo),
gerando uma distorção gravíssima na avaliação da viabilidade futura do negócio ora
explorado.

RECEITA AMBIENTAL

O objetivo primordial da implantação da gestão ambiental não é gerar receita para a


entidade, e sim, desenvolver uma política responsável acerca da utilização do meio-
ambiente.

Mas isto não impede que haja geração de recursos econômicos deste processo.

Como exemplos de receitas ambientais:

1. Venda de materiais gerados a partir de resíduos do processo de produção.

2. Prestação de serviços a outras entidades, como projetos compartilhados de


implementação da gestão ambiental.

3. Receita de marcas e patentes relacionadas especificamente ao meio-ambiente.

Entretanto, a contabilidade precisa registrar também as vendas decorrentes de operações


normais da entidade, como venda de produtos, que não seriam feitas se não houvesse
uma gestão ambiental, por exigência dos fornecedores (“selo verde”, série ISO 14000,
etc.).

Então, a contabilização das receitas ambientais abrange não somente os eventos diretos,
mas aqueles decorrentes da exigência de controle ambiental por força de contrato
explícito ou implícito entre a entidade e seus compradores.

Também serão atribuídos às receitas ambientais a redução de custos e despesas gerados


pela gestão do meio-ambiente, como redução no consumo de água, energia e materiais.

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CUSTOS E DESPESAS AMBIENTAIS

Custos e despesas ambientais são gastos aplicados direta ou indiretamente no sistema de


gerenciamento ambiental do processo produtivo.

Quando aplicados diretamente na produção de bens e serviços, estes gastos são


classificados como custo.

Caso não venham a ser aplicados diretamente na produção, tais gastos são denominados
despesa.

Como exemplos de custos e despesas ambientais, temos:

 Amortização do Diferido, relativamente à implantação de normas e


procedimentos da série ISO 14000.
 Depreciações, aluguel e manutenção dos equipamentos e instalações
utilizados no gerenciamento ambiental.
 Mão de obra especializada (engenheiros, técnicos e supervisores)
 Insumos utilizados no tratamento de efluentes.
 Taxas e licenciamentos ambientais.

Podem-se dividir os gastos ambientais em 2 categorias distintas:

1. Gastos Internos: são aqueles medidos e contabilizados em decorrência das


atividades – como insumos, mão de obra, depreciações e amortizações, etc.
2. Gastos Externos: referem-se àqueles que toda a sociedade suporta, sem ser
atribuível diretamente à entidade que os produziu. São gastos invisíveis, mas
reais, como por exemplo: o custo de tratamento de saúde em decorrência da
poluição atmosférica provocada por resíduos não adequadamente tratados.

Numa classificação mais ampla, pode-se dividir os custos e despesas ambientais da


seguinte maneira:

Custos de Prevenção – destinados à redução da quantidade de agentes físicos (gases,


líquidos ou sólidos) expelidos no processo produtivo (exemplo: aplicações em
tecnologias que economizem ou minimizem o descarte).

Custos de Controle – destinam-se a manter as agressões ambientais dentro de limites


pré-estabelecidos (exemplo: aferição regular dos níveis de poluição).

Custos de Correção – destinam-se às recuperações decorrentes dos danos causados ao


meio ambiente (exemplo: reflorestamento de áreas devastadas).

Custos de Falhas – decorrentes de falhas ocorridas no processo de redução, controle e


correção da agressão ao meio ambiente (exemplos: multas, sanções, indenizações).

Custos das Externalidades – decorrem dos impactos gerados pelo processo produtivo,
que poderão no futuro, vir a tornar-se custos importantes (exemplo: danos causados à
saúde da população pela poluição).

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A contabilidade, como ciência, ainda está a evoluir, para que possa contribuir com a
mensuração dos gastos invisíveis (externos) na produção de bens e serviços.

A simples leitura do “custo dos produtos vendidos” não oferece o real valor (interno +
externo) daquele produto, já que os gastos que toda a sociedade suporta ou suportará em
decorrência de consumos ambientais não estão computados naquela linha.

Isto não significa que a contabilidade ambiental não tenha utilidade, ou que sua
utilidade é relativa. Nenhuma ciência é completa, mas sua utilização, mesmo que
parcial, pode permitir melhoria na qualidade de vida. Assim, o uso das informações
disponíveis de custos e despesas ambientais certamente propiciará um grau razoável de
conhecimento dos efeitos ambientais causados por determinada entidade produtiva.

A UTILIZAÇÃO DA CONTABILIDADE AMBIENTAL

O conceito de uma entidade com responsabilidade social engloba seu dever de


contribuir para a comunidade não apenas com geração de valores econômicos, mas
também de preocupar-se em envolver-se na sustentação desta sociedade a médio e longo
prazo.

Desta forma, é imprescindível que a contabilidade gere informações de forma regular e


consistente. A análise dos dados e sua interpretação, pelo público interno ou externo da
entidade, dependerão desta qualidade.

Então, poderiam ser atribuídos as seguintes utilizações da contabilidade ambiental:

1. Prover os gestores de informações relevantes e atualizadas.


2. Permitir ao público entidade uma avaliação objetiva da qualidade da gestão
ambiental da entidade.
3. Gerar dados que permitam um planejamento contínuo dos custos econômicos e
sociais das atividades que envolvam questões ambientais.

REGIME DE RECONHECIMENTO CONTÁBIL

O art. 177, da Lei 6.404/76 estabelece que a escrituração da companhia será mantida em
registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta lei
e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou
critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o
regime de competência.

O art. 9º, da Resolução 750, de 29/12/93, do CFC, estabelece a seguinte definição de


Período de Competência: “as receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do
resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se
correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento”.

Desta forma, o reconhecimento e contabilização de uma obrigação ambiental somente


no momento de seu pagamento é uma prática incorreta, uma vez infringe o princípio da
realização da receita e da confrontação das despesas, também conhecido como princípio
da competência do exercício.

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O regime de competência é um princípio contábil, que deve ser, na prática, estendido a


qualquer alteração patrimonial, independentemente de sua natureza e origem.

Se uma empresa, em seu processo produtivo atual, está sacrificando o meio ambiente e
por isto incorrerá no futuro em algum tipo de gasto ambiental proveniente da atividade
de hoje, necessário torna-se o respectivo registro contábil, sob pena de impactar
positivamente o resultado do exercício atual e negativamente o resultado dos exercícios
futuros.

REALIZAÇÃO DAS RECEITAS AMBIENTAIS

As receitas consideram-se realizadas:

I – nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem


compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens
anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta
prestados;

II – quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo,


sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior;

III – pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de


terceiros;

IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.

REALIZAÇÃO DAS DESPESAS AMBIENTAIS

Consideram-se incorridas as despesas:

I – quando deixar de existir o correspondente valor ativo;

II – pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo;

III – pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo.

Um exemplo dos erros que se comentem é quanto á desativação de plataformas de


petróleo.

Normalmente os custos com desativação de tais plataformas não são registrados nos
períodos corretos, enquanto estes ativos de vida longa estão sendo sacrificados no
processo de geração de receitas, sendo evidenciados apenas por ocasião da decisão de
desativá-las.

O contabilista ou o auditor precisa estar atento ao impacto dos passivos ambientais não
reconhecidos e, portanto, não contabilizados adequadamente. Devido ao habitual vulto
destas obrigações, o contador, a empresa e todas as partes relacionadas a ela podem
estar deixando de considerar em suas análises e projeções a sua relação de causa e
efeito, o qual pode ser até a inviabilidade do negócio e a descontinuidade da entidade
em longo prazo, ferindo, portanto, o Postulado da Continuidade.

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SEGREGAÇÃO DOS ITENS AMBIENTAIS

Quanto à segregação dos ativos e passivos ambientais, o IBRACON (1996:08)


recomenda que:

...seja no Ativo seja no Passivo Ambiental, os valores decorrentes de


investimentos na área de Meio Ambiente fossem apresentados em títulos
contábeis específicos, identificando numa segmentação adequada, o Ativo
Imobilizado Ambiental, Estoques Ambientais, Diferidos Ambientais, etc., bem
como os Passivos Ambientais (Financiamentos Específicos, Contingências
Ambientais definidas, etc.).

Este mesmo órgão também sugere uma evidenciação completa através de:

... nota explicativa que evidencie a sua real posição ambiental, informando a
política ambiental adotada, valor dos investimentos em ativos fixos e diferidos
ambientais e critérios de amortização/depreciações, despesas ambientais
debitadas ao resultado do exercício, passivo contingente e cobertura, se houve,
de seguros, [...] empréstimos específicos contraídos e sua amortização
programada.

Com relação a evidenciação nas peças contábeis, Martins e Ribeiro (1998:06) são
favoráveis a criação de um grupo específico na DRE – Demonstração do Resultado do
Exercício composto pelos “[...] custos dos insumos e mão-de-obra necessários à
proteção, preservação e recuperação do meio ambiente, bem como da amortização dos
gastos capitalizados, além das taxas de preservação ou multas impostas pelas legislações
ambientais”.

LANÇAMENTOS CONTÁBEIS AMBIENTAIS

PLANO DE CONTAS

A primeira tarefa do contabilista é verificar se a entidade possui um adequado plano de


contas, para registrar destacadamente os itens ambientais.

Além das contas normais e tradicionais, incluem-se no plano de contas títulos


relacionados aos ativos, passivos, custos e despesas ambientais.

Relaciona-se abaixo um modelo desta implementação, nada obstando que se modifique,


altere, crie ou elimine determinadas contas ou subcontas:

Nota 1: as contas indicadas são apenas ilustradas a título de acréscimo – relativamente


ás operações ambientais - não se trata de um plano de contas completo.

Nota 2: estruturação de contas já ajustada conforme MP 449/2008, que alterou a Lei


6.404/1976.

ATIVOS AMBIENTAIS

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- ATIVO CIRCULANTE

Disponibilidades
Caixa
Fundo Fixo de Caixa – Gerenciamento Ambiental
Bancos Conta Movimento
Banco do Brasil – Conta Movimento – Projeto Gestão Ecológica
Aplicações de Liquidez Imediata
Banco do Brasil – FIF DI – Conta Gestão Ecológica
Realizável
Aplicações Financeiras Vinculadas a Projetos Ambientais
Clientes
(-) Provisão para Créditos Irrecuperáveis
Adiantamentos – Serviços de Consultoria – Implantação ISO 14001
Tributos a Recuperar
PIS a Recuperar
COFINS a Recuperar
IPI – Saldo a Compensar
ICMS – Créditos a Compensar
Imposto de Renda pago por Estimativa
CSLL paro por Estimativa
Estoques
Matérias Primas
Insumos de Tratamento de Resíduos
Produtos em Elaboração
Produtos Acabados
Mercadorias para Revenda
Serviços em Andamento
(-) Provisão para Preço de Mercado dos Estoques
(-) Provisão para Perda de Estoques
Conta Corrente Gestão
Repasses Efetuados para Gestão Financeira

ATIVO NÃO CIRCULANTE


- REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Depósitos Judiciais
Depósitos Judiciais – Contestação de Multas

- INVESTIMENTOS
Participações em Empresas Ambientalmente Corretas
Cia. Limpa S/A
Verdes Vales Monitoramentos Ambientais Ltda

- IMOBILIZADO
Usina de Reciclagem
Edificações
Máquinas e Equipamentos
Instalações
(-) Depreciações Acumuladas – Reciclagem
Recursos Naturais Explorados

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Reflorestamento
Minas
(-) Exaustões Acumuladas

- INTANGÍVEL
Fundo de Comércio Adquirido
Fundo de Comércio
Bens Incorpóreos
Marcas e Patentes
(-) Amortizações Acumuladas – Intangíveis Ambientais

PASSIVOS AMBIENTAIS

- PASSIVO CIRCULANTE
Instituições Financeiras
Finame – Usina de Reciclagem
Fornecedores
Cia. Proteção Ambiental
Consultores de Gestão do Meio Ambiente Ltda
Obrigações Sociais e Trabalhistas
Salários a Pagar
Provisão de Férias e 13º Salário
INSS a Recolher
FGTS a Recolher
Obrigações Tributárias
ICMS a Recolher
IPI a Recolher
PIS a Recolher
COFINS a Recolher
Multas a Pagar
Provisões para Contingências
Provisão de Gastos – Responsabilidades pelo Meio Ambiente
(-) Gastos Contingentes – Responsabilidades pelo Meio Ambiente
Recursos Recebidos
Repasses Recebidos da Gestão Financeira

- PASSIVO NÃO CIRCULANTE


Instituições Financeiras
Finame – Usina de Reciclagem
Multas a Pagar
Multas Contestadas Judicialmente
Provisões para Contingências
Provisão de Gastos – Responsabilidades pelo Meio Ambiente

- PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social
Capital Social Integralizado – Destinado à Proteção do Meio Ambiente
Capital Social Subscrito – Proteção Ambiental
(-) Capital Social Subscrito a Integralizar – Proteção Ambiental
Reservas de Lucros

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Reservas p/ Investimentos em Meio Ambiente


Ajustes de Avaliação Patrimonial – Ativos Ambientais
Prejuízos Acumulados
Prejuízos Acumulados de Operações Ambientais

CONTAS DE RESULTADO

- RECEITAS
Receitas e Recuperações Ambientais
Faturamento Bruto de Operações de Gestão Ambiental
Vendas de Produtos com Selo Verde
Vendas de Resíduos
Venda de Produtos Reciclados
Prestação de Serviços Ambientais
(-) Impostos Não Cumulativos
(-) IPI Faturado
(-) ICMS Substituição Tributária
(-) Deduções de Vendas de Receitas Ambientais
ICMS sobre Vendas
PIS sobre Receitas
COFINS sobre Receitas
ISS sobre Serviços Prestados
Devoluções de Vendas
Redução de Custos e Despesas Ambientais
Multas Revertidas
Reversão de Contingências
Recuperação de Resíduos
Redução do Consumo de Água
Redução do Consumo de Energia
Redução do Consumo de Materiais
Redução de Gastos com Segurança
Redução de Gastos com Manutenção
Resultados de Participações Societárias Ambientais
Lucros de Sociedades com Responsabilidade Ambiental
Dividendos de Companhias com Responsabilidade Ambiental
Resultado da Equivalência Patrimonial
Resultados da Venda de Permanente Ambiental
Venda de Investimentos
(-) Custo da Venda de Investimentos
Venda de Imobilizado
(-) Custo da Venda de Imobilizado
Receitas Financeiras Ambientais
Juros sobre Aplicações Financeiras Vinculadas
Juros sobre Depósitos Judiciais
Descontos Obtidos sobre Operações Ambientais

- CUSTOS E DESPESAS
Custo das Vendas
Custo dos Produtos Vendidos
Custo dos Serviços Vendidos

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Custo das Mercadorias Vendidas


Custos de Produção
Insumos
Matérias Primas
Embalagens
(-) Transferência de Insumos
Mão de Obra
Salários
Encargos Sociais
Férias
13º Salário
Benefícios Trabalhistas
(-) Transferência de Mão de Obra
Gastos Gerais
Supervisão
Serviços de Terceiros
Manutenção de Equipamentos
Depreciação e Amortização
Água e Luz
(-) Transferência de Gastos Gerais
Custo de Serviços
Materiais Aplicados
Remuneração de Empregados
Gastos Gerais
Serviços de Terceiros
(-) Transferência para Custo de Serviços Vendidos
Despesas Ambientais
Educação Ambiental de Funcionários
Educação Ambiental da Comunidade
Taxas e Licenciamentos
CPMF sobre Movimentações Financeiras Ambientais
Salários e Encargos
Administração de Pessoal
Serviços de Terceiros
Provisões com Recuperação de Meio Ambiente
Provisões para Perdas em Estoques Ambientais
Multas e Indenizações
Gastos com Recuperação do Meio Ambiente
Baixa de Bens Obsoletos
Despesas Financeiras Ambientais
Juros e Encargos sobre Empréstimos Ambientais
Descontos Concedidos em Operações Ambientais
Provisões de Tributos e Participações nos Resultados
Provisão para o Imposto de Renda
Provisão para a Contribuição Social sobre o Lucro
Participação dos Trabalhadores nos Resultados
Participação dos Administradores
Participação das Partes Beneficiárias

CONTABILIZAÇÃO DOS EVENTOS

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Após a adequação do plano de contas, os eventos ambientais devem ser contabilizados


de acordo com sua origem, no momento de sua ocorrência.

A seguir, apresentam-se alguns dos principais eventos, e suas respectivas


contabilizações.

AUMENTO DE CAPITAL

É interessante que a contabilidade registre, especificamente, o aumento de capital,


decorrente da decisão do titular, quotistas ou acionistas, para atender a necessidade dos
investimentos ambientais da entidade.

Desta forma, vincula-se parte do capital com o esforço de alocação de recursos próprios
destinados a cumprir a responsabilidade ecológica da entidade.

Exemplo:

A assembleia de acionistas da Cia. Ecológica decidiu aprovar o aumento de capital de


R$ 10.000.000,00, a ser integralizado em numerário, para atender a necessidade de
recursos a serem investidos na preservação de áreas verdes, ao redor do parque fabril.

Então teremos:

1. Por ocasião da subscrição do capital:

D – Capital Social Subscrito a Integralizar – Preservação Ambiental (Patrimônio


Líquido)
C – Capital Social Subscrito – Preservação Ambiental (Patrimônio Líquido)
R$ 10.000.000,00

2. Por ocasião da integralização do capital subscrito:

D – Caixa/Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante)


C - Capital Social Subscrito a Integralizar – Preservação Ambiental (Patrimônio
Líquido)
R$ 10.000.000,00

GASTOS DE IMPLANTAÇÃO DE GESTÃO AMBIENTAL

Os gastos devem ser ativados no Ativo Diferido, pois pressupõe-se que a geração de
benefícios advindos dos mesmos competirão a mais de um exercício social.

Os gastos de implantação incluem: consultoria para projeto de implantação, materiais,


mão de obra alocada e outros desembolsos diretos e indiretos.

Exemplo:

Registro de R$ 20.000,00 devidos por consultoria específica para elaboração de projeto


de gestão ambiental, cujos benefícios serão gerados por mais de um exercício social:

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D – Gastos com Implantação de Gestão Ambiental (Diferido)


C – Fornecedores de Serviços (Passivo Circulante)
R$ 20.000,00

AMORTIZAÇÃO DOS GASTOS DIFERIDOS

Na conclusão dos projetos voltados ao meio-ambiente, quando tais gastos propiciarem


os benefícios a que se propuseram, inicia-se a amortização dos mesmos.

O Ativo Diferido deverá ser avaliado, pelo valor do capital aplicado, ou seja, o valor dos
gastos realizados, deduzido do saldo das contas que registrem a sua amortização (art.
183 da Lei nº 6.404/76).

De acordo com a Lei nº 6.404/76 e o art. 327 do RIR/99, a amortização dos valores
registrados no Ativo Diferido deverá ser feita em prazo não inferior a cinco anos e não
superior a dez anos.

Debita-se uma conta de resultado - amortização do diferido, e credita-se uma conta


redutora no subgrupo de origem do projeto.

Exemplo:

Total dos gastos de implantação de projeto ambiental: R$ 1.500.000,00


Tempo de amortização: 5 anos ou 60 meses
Amortização mensal: R$ 1.500.000,00 : 60 = R$ 25.000,00

Contabilização:

D – Amortização do Diferido – Projeto de Gestão Ambiental (Conta de


Resultado)
C – Amortização Acumulada - Gastos com Implantação de Gestão Ambiental
(Conta Redutora do Ativo Diferido)
R$ 25.000,00

SALDOS EM 31.12.2008
O saldo existente em 31 de dezembro de 2008 no ativo diferido que, pela sua natureza,
não puder ser alocado a outro grupo de contas, poderá permanecer no ativo sob essa
classificação até sua completa amortização.
Base: art. 299-A da Lei 6.404/1976 (incluído pela MP 449/2008).

ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES

Os valores adiantados para fornecedores de serviços e bens são contabilizados em


débito na conta específica de adiantamentos, a crédito da conta que deu origem aos
recursos.

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Posteriormente, por ocasião da execução do serviço ou entrega dos bens, transfere-se o


valor para a conta ativa ou de resultado correspondente.

Exemplo:

Adiantamento de R$ 10.000,00, a empresa contratada para efetuar a recuperação de


resíduos industriais que posteriormente serão vendidos como subprodutos industriais:

D – Adiantamentos a Fornecedores Ambientais (Ativo Circulante)


C – Caixa/Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
R$ 10.000,00

Por ocasião da execução do serviço, no valor de R$ 40.000,00, faz-se a transferência


para a conta do fornecedor:

D – Fornecedores de Serviços Ambientais (Passivo Circulante)


C - Adiantamentos a Fornecedores Ambientais (Ativo Circulante)
R$ 10.000,00

COMPRA DE INSUMOS

Debita-se o estoque de insumos ambientais e credita-se a conta representativa dos


recursos.

Por ocasião do consumo (requisição) de tais estoques, debita-se a conta de custo


correspondente e credita-se o estoque.

Exemplo:

- Compra de insumos para proteção ambiental, à prazo, no valor de R$ 2.000,00, sendo


recuperável PIS e COFINS de R$ 33,00 e R$ 152,00, respectivamente.
- Requisição de parte de tais insumos, para produção, ao custo de R$ 1.500,00.

1. Contabilização da compra e das contribuições recuperáveis:

D – Insumos Ambientais (Estoques – Ativo Circulante)


C – Fornecedores Ambientais (Passivo Circulante)
R$ 2.000,00

D – PIS a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 33,00


D – COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 152,00
C - Insumos Ambientais (Estoques – Ativo Circulante) R$ 185,00

2. Registro da requisição:

D – Insumos aplicados na Proteção Ambiental (Conta de Resultado)


C - Insumos Ambientais (Estoques – Ativo Circulante)
R$ 1.500,00

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A contabilização das compras de itens do estoque deve ocorrer no momento da


transmissão do direito de propriedade dos mesmos.

Geralmente, tal momento ocorre na entrada física dos bens no estabelecimento. Mas
existem estoques que, mesmo não estando fisicamente presentes no local, devem ser
contabilizados, como por exemplo, matérias primas que foram remetidas pelo
fornecedor, por conta e ordem do cliente, á terceira empresa que efetuará
industrialização dos referidos materiais.

IMPOSTOS PAGOS NA AQUISIÇÃO

Os impostos não cumulativos que devam ser recuperados não se computam no custo de
aquisição dos insumos, devendo ser registrados em conta específica de impostos a
recuperar.

Impostos não cumulativos são aqueles que em cada operação sucessiva é abatido o
montante cobrado na operação anterior, como é o caso do ICMS e do IPI.

O ICMS e o IPI integrarão o custo dos materiais integrantes do estoque quando o


contribuinte não puder recuperá-los nas operações subsequentes, nos casos previstos na
legislação específica.

Também devem ser deduzidos do custo dos insumos o PIS e COFINS, quando
recuperáveis.

CONSUMO EVENTUAL

Poderá ser registrado diretamente como custo de produção a aquisição de bens de


consumo eventual, cujo valor não exceda a 5% (cinco por cento) do custo total dos
produtos vendidos no exercício social anterior.

Bens de consumo eventual são aqueles de uso imprevisível ou de frequência irregular


ou esporádica no processo produtivo, tais como (PN CST nº 70/79):

a) materiais destinados a restaurar a integridade ou da apresentação de produtos


danificados;
b) materiais e produtos químicos para testes;
c) produtos químicos e outros materiais para remoção de impurezas de recipientes
utilizados no processo produtivo;
d) embalagens especiais utilizadas, por exemplo, para atender determinadas
necessidades de transporte;
e) produtos para retificar deficiências reveladas pelas matérias-primas ou produtos
intermediários;
f) materiais destinados ao reparo de defeitos ocorridos durante a produção;
g) produtos a serem utilizados em serviço especial de manutenção.

PROVISÃO PARA AJUSTE DO ESTOQUE AO VALOR DE MERCADO

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O custo de aquisição ou produção dos bens existentes na data do balanço deverá ser
ajustado ao valor de mercado, mediante a constituição de uma provisão, quando este for
menor, que será classificada como conta redutora do subgrupo estoques.

Para constituição da provisão é necessário que se especifique, item por item, os bens
que, comprovadamente, estejam com preço de mercado inferior ao seu custo.

Segundo o artigo 183 da Lei das Sociedades por Ações (Lei nº 6.404/76), considera-se
valor de mercado:

a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser
repostos, mediante compra no mercado; e
b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de realização mediante
venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e
a margem de lucro.

Para fins fiscais, esta provisão passou a ser indedutível para efeito de apuração do lucro
real a partir de 01.01.1996 (Lei nº 9.249/95, art. 13, I).

PROVISÃO PARA PERDAS EM ESTOQUES

As quebras e perdas conhecidas em estoques ou calculadas por estimativa, relativas a


estoques obsoletos ou que se perdem ou evaporam no processo produtivo, podem ser
ajustadas mediante a constituição da provisão para perdas em estoques, classificada
como redutora do subgrupo estoques, tendo como contrapartida uma conta de despesa
no resultado, não dedutível para efeitos fiscais.

Exemplo:

Empresa inventariou estoques em 31.12.2004 e encontrou R$ 4.000,00 em


almoxarifado, correspondente a itens obsoletos e que não terão mais uso dentro das
atividades ambientais.

D – Provisões para Perdas em Estoques Ambientais (Conta de Resultado)


C – Provisão para Perdas em Estoques (Conta Redutora – Estoques Ambientais
– Ativo Circulante)
R$ 4.000,00

INVESTIMENTOS EM SOCIEDADES COM RESPONSABILIDADE AMBIENTAL

As aplicações de recursos em sociedades que tenham gestão ambiental (ISO série


14000) representam destaque evidente na política de investimentos em empresas
ecologicamente responsáveis, merecendo ser tal aplicação contabilizada em conta
específica.

Debita-se a conta investimentos e credita-se a conta de origem dos recursos.

Exemplo:

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Subscrição e integralização do capital da Cia. Consciência Ambiental, no valor de R$


1.000.000,00:

D – Investimentos Ambientais – Cia. Consciência Ambiental (Ativo Não


Circulante)
C – Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
R$ 1.000.000,00

AQUISIÇÃO E DEPRECIAÇÃO DE IMOBILIZADO

Todos os recursos destinados a aquisição de bens de caráter permanente para utilização


na gestão ambiental devem ser contabilizados em contas próprias do imobilizado.

Debita-se a respectiva conta e credita-se a conta representativa da origem dos recursos.

Desta forma, a aquisição de instalações, a execução de obras civis, compra de máquinas


e ferramentas, móveis e utensílios, etc. são registradas segregadamente dos demais bens.

DEPRECIAÇÃO

Depreciação corresponde ao encargo periódico que determinados bens sofrem, por uso,
obsolescência ou desgaste natural.

A taxa anual de depreciação de um bem será fixada em função do prazo, durante o qual
se possa esperar utilização econômica.

A quota de depreciação a ser registrada na escrituração contábil da pessoa jurídica,


como custo ou despesa operacional, será determinada mediante aplicação da taxa de
depreciação sobre o valor do bem em reais.

Observe-se que o limite de depreciação é o valor do próprio bem. Desta forma, deve-se
manter um controle individualizado, por bem, do tipo “ficha do imobilizado” ou
“planilha de item do imobilizado” para que o valor contabilizado da depreciação,
somado ás quotas já registradas anteriormente, não ultrapasse o valor contábil do
respectivo bem.

CÁLCULO DAS QUOTAS DE DEPRECIAÇÃO

O cálculo das quotas de depreciação de bens do ativo imobilizado será efetuado da


seguinte forma:

Bens já Existentes no Patrimônio no Exercício Anterior

Para os bens já existentes no Exercício anterior, que não foram baixados no exercício,
basta aplicar a taxa anual de depreciação sobre o respectivo valor do bem.

Exemplo:

Valor de Edificações da sede: R$ 105.000,00


Taxa anual de depreciação: 4%

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Valor da Depreciação no ano: R$ 105.000,00 x 4% = R$ 4.200,00


Valor da Depreciação mensal: R$ 4.200,00 : 12 meses = R$ 350,00

Bens Acrescidos no Ativo Imobilizado no Período

A quota de depreciação em reais, das aquisições ou dos valores acrescidos aos bens
existentes, será calculada da seguinte forma:

a) aplicar a taxa anual de depreciação sobre o valor do custo de aquisição ou acréscimo,


obtendo a quota anual em reais;
b) dividir a quota anual em reais por 12, para obter o valor do duodécimo mensal de
depreciação, a ser registrado na escrituração a partir do mês de aquisição ou
incorporação do acréscimo;
c) no caso de bem incorporado e baixado do Ativo Imobilizado, dentro do ano-
calendário, serão apropriados os duodécimos de depreciação proporcionais ao número
de meses que o bem permanecer incorporado ao ativo.

Exemplo:

Bem acrescido em 10.02.2003, no valor de R$ 21.600,00


Taxa anual de depreciação: 10%
Valor da depreciação anual: R$ 21.600,00 x 10% = R$ 2.160,00
Valor da depreciação mensal: R$ 2.160,00 : 12 = R$ 180,00
Valor da depreciação no ano de aquisição: 11 quotas x R$ 180,00 = R$ 1.980,00

Bens Baixados no Período

a) aplicar a taxa anual de depreciação sobre o valor do custo de aquisição ou acréscimo,


obtendo a quota anual em reais;
b) dividir a quota anual em reais por 12, para obter o valor do duodécimo mensal de
depreciação, a ser registrado na escrituração a partir do mês de aquisição ou
incorporação do acréscimo;
c) no caso de bem baixado do Ativo Imobilizado, dentro do ano-calendário, serão
apropriados os duodécimos de depreciação proporcionais ao número de meses que o
bem permanecer incorporado ao ativo.

Exemplo:

Bem baixado em 10.07.2003, no valor original de R$ 18.000,00


Taxa anual de depreciação: 20%
Valor da depreciação anual: R$ 18.000,00 x 20% = R$ 3.600,00
Valor da depreciação mensal: R$ 3.600,00 : 12 = R$ 300,00
Valor da depreciação no ano até a data da baixa: 7 quotas x R$ 300,00 = R$ 2.100,00

CONTABILIZAÇÃO

O registro contábil do encargo de depreciação será feito a débito de uma conta de custo
ou despesa operacional e a crédito da conta redutora do ativo imobilizado intitulada
depreciação acumulada.

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Exemplo:

Aquisição de máquina de recuperação de resíduos, no valor de R$ 120.000,00:

D – Máquinas de Recuperação de Resíduos – (Imobilizado Ambiental)


C – Fornecedores Ambientais (Passivo Circulante)
R$ 120.000,00

A depreciação do bem se fará mediante a utilização da respectiva máquina no prazo de


vida útil de 10 anos. Portanto, mensalmente se registrará como depreciação o valor de
R$ 120.000,00 : 10 : 12 = R$ 1.000,00:

D – Depreciação de Bens Ambientais (Conta de Resultado)


C – Depreciação Acumulada – Máquinas de Recuperação de Resíduos –
(Imobilizado Ambiental)
R$ 1.000,00

EXAUSTÃO DE RECURSOS FLORESTAIS


Deverá ser computada, como custo ou encargo, em cada período, a importância
correspondente à diminuição do valor de recursos florestais, resultante de sua
exploração.

Em se tratando de florestas ou mesmo de vegetais de menor porte, a empresa pode


utilizar quotas de depreciação, amortização ou quota de exaustão.

A quota de depreciação é utilizada quando a floresta é destinada à exploração dos


respectivos frutos. Neste caso, o custo de aquisição ou formação da floresta é
depreciado em tantos anos quantos forem os de produção de frutos.

A amortização, por sua vez, é utilizada para os casos de aquisição de floresta de


propriedade de terceiros, apropriando-se o custo ou encargo ao longo do período
determinado, contratado para a exploração.

Por fim, na hipótese de floresta própria, o custo de sua aquisição ou formação será
objeto de quotas de exaustão, à medida e na proporção em que seus recursos forem
sendo exauridos. Da mesma forma, serão lançadas quotas de exaustão quando a floresta
pertencer a terceiro e for explorada em função de contrato por prazo indeterminado.

DETERMINAÇÃO DA QUOTA DE EXAUSTÃO

Para o cálculo da quota de exaustão de recursos florestais, deverão ser observados os


seguintes critérios:

a) apurar-se-á, inicialmente, o percentual que o volume dos recursos florestais utilizados


ou a quantidade de árvores extraídas durante o período representa em relação ao volume
ou à quantidade de árvores que no início do período compunham a floresta;
b) o percentual encontrado será aplicado sobre o valor da floresta, registrado no ativo, e
o resultado será considerado como custo dos recursos florestais extraídos.

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Floresta Natural

Tratando-se de floresta natural, a quota de exaustão será determinada mediante relação


percentual entre os recursos florestais extraídos no período e o volume dos recursos
florestais existentes no início do mesmo período.

Floresta Natural = x.100 / y = %


onde:
x = área explorada no período
y = área total dos recursos no início do período

Exemplo:
Considerando-se que no início do ano-calendário de 2003 a empresa possuía 80 hectares
de florestas naturais e a quantidade extraída no mês de janeiro de 2003 correspondeu a
uma área de 5 hectares. O percentual de exaustão será calculado do seguinte modo:
5 ha x 100 / 80 ha = 6,25%

Dando sequência ao exemplo, com os seguintes dados:

Valor contábil da floresta em 31.12.2002: R$ 400.000,00


Exaustão acumulada até 31.12.2002: R$ 100.000,00

Cálculo da quota de exaustão:

400.000,00 x 6,25% = 25.000,00

O registro contábil da quota de exaustão no mês de janeiro de 2003 será feito do


seguinte modo:

D - Exaustão de Recursos Florestais (Resultado)


C - Exaustão Acumulada - Florestas (Ativo Não Circulante)
R$ 25.000,00

Floresta Plantada

No caso de floresta plantada, a quota de exaustão será determinada mediante a relação


percentual existente entre a quantidade de árvores extraídas durante o período de
apuração e a quantidade existente no início desse mesmo período.

Floresta Plantada = A x 100 / B = %


A = número de árvores extraídas no período de apuração
B = número de árvores existentes no início do período de apuração

Exemplo:

Considerando-se que o número de árvores cortadas no mês de janeiro de 2003 tenha


atingido 10.000 unidades e que a quantidade existente no início desse mesmo período
era de 80.000 árvores. O percentual de exaustão será calculado do seguinte modo:

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10.000 x 100 / 80.000 = 12,5%

Considerando-se, ainda que o valor contábil da floresta em 31.12.2002 era de R$


250.000,00, o valor do encargo de exaustão corresponderá a:

250.000,00 x 12,5% = 31.250,00

O lançamento contábil no mês de janeiro de 2003 poderá ser feito do seguinte modo:

D - Exaustão de Recursos Florestais (Resultado)


C - Exaustão Acumulada - Florestas (Imobilizado)
R$ 31.250,00

NÃO EXTINÇÃO NO PRIMEIRO CORTE

O Parecer Normativo nº 18/79 definiu que o custo de formação de florestas ou de


plantações de certas espécies vegetais que não se extinguem no primeiro corte, voltando
depois deste a produzir novos troncos ou ramos, permitindo um segundo, ou até terceiro
corte, deve ser objeto de quotas de exaustão, ao longo do período de vida útil do
empreendimento, efetuando-se os cálculos em função do volume extraído em cada
período, em confronto com a produção total esperada, englobando os diversos cortes.

EXAUSTÃO DE RECURSOS MINERAIS


A diminuição de recursos minerais resultante da sua exploração deverá ser computada
como custo ou encargo.

A sistemática para a determinação da quota anual de exaustão é semelhante àquela


aplicada no cálculo do encargo anual de depreciação.

A base de cálculo da quota anual de exaustão é o custo de aquisição dos recursos


minerais explorados.

DETERMINAÇÃO DA QUOTA ANUAL

O montante anual da quota de exaustão será determinado com base no volume da


produção do ano e sua relação com a possança conhecida da mina, ou em função do
prazo de concessão para sua exploração.

Existem, portanto, dois critérios para o cálculo da quota de exaustão de recursos


minerais, a saber:

1) com base na relação existente entre a extração efetuada no respectivo período de


apuração com a possança conhecida da mina (quantidade estimada de minérios da
jazida);

2) com base no prazo de concessão para exploração da jazida.

O critério a ser observado será aquele que proporcionar maior percentual de exaustão
no período.

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Exemplo:

possança conhecida da mina: 10.000 toneladas

extração efetuada no ano: 2.000 toneladas

prazo para término da concessão: 6 anos

No exemplo acima, a produção corresponde a 20% (vinte por cento) da possança


conhecida e isso significa que a jazida estará exaurida no prazo de 5 (cinco) anos,
inferior, portanto, ao prazo para término da concessão, que corresponde a 6 (seis) anos.

Neste caso, a quota de exaustão será calculada em função da possança conhecida da


jazida.

CÁLCULO DA EXAUSTÃO REAL

O critério adotado na determinação da quota anual de exaustão é o mesmo aplicado no


cálculo da quota de depreciação.

Desta forma, à medida que os recursos minerais vão se exaurindo, registra-se na


contabilidade, simetricamente à possança conhecida da jazida, a quota de exaustão.

Exemplo:

Cálculo da quota anual de exaustão considerando-se os seguintes dados:

Valor contábil da jazida: R$ 30.000,00


Exaustão acumulada: R$ 6.000,00
Possança conhecida da jazida: 5.000 toneladas
Produção do período: 750 toneladas
Prazo para término da concessão: 8 anos

Encargo de exaustão a ser apropriado como custo do período:

1) Relação entre a produção no período e a possança conhecida da mina:

750 toneladas x 100 / 5.000 = 15%


R$ 30.000,00 x 15% = R$ 4.500,00

2) Prazo para término da concessão:

100 / 8 = 12,5%
R$ 30.000,00 x 12,5% = R$ 3.750,00

No exemplo, o prazo para término da concessão é de 8 (oito) anos e, assim sendo, o


encargo a ser contabilizado será no valor de R$ 4.500,00, uma vez que a jazida estará
exaurida antes do término do prazo de concessão.

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Se, por outro lado, o volume de produção do período fosse de 500 toneladas, o cálculo
da quota de exaustão seria efetuado em função do prazo de concessão para exploração
da jazida.

Contabilização:

D – Exaustões de Recursos Minerais (Conta de Resultado)


C – Exaustão Acumulada – Mina XYZ (Imobilizado)
R$ 4.500,00

RECURSOS MINERAIS INESGOTÁVEIS

De acordo com o § 3º do artigo 330 do RIR/99, fica inviabilizado o cálculo e


apropriação de quotas de exaustão real em relação aos recursos minerais inesgotáveis ou
de exaurimento interminável, como as de água mineral, não se admitindo, assim, que as
empresas mineradoras que exploram tais recursos minerais possam contabilizar, em
relação a essa atividade, parcelas de exaustão a qualquer título.

OBTENÇÃO DE FINANCIAMENTOS VINCULADOS

Os recursos obtidos mediante financiamentos de bens aplicados na gestão ambiental são


destacados contabilmente, para evidenciar os compromissos com terceiros assumidos
em decorrência do respectivo gerenciamento.

Exemplo:

Obtenção de financiamento de longo prazo, para construção de instalações de


tratamento de efluentes, através do BNDES, no valor de R$ 10.000.000,00:

D – Bancos Cta. Movimento* (Ativo Circulante)


C – Instituições Financeiras – BNDES – Tratamento de Efluentes (Exigível a
Longo Prazo)
R$ 10.000.000,00

Nota: caso a conta corrente bancária seja específica para administrar os recursos da
construção das instalações financiadas, o título da mesma poderá ser: “Bancos Cta.
Movimento – Recursos para Aplicações Ambientais”.

AQUISIÇÃO DE BENS E SERVIÇOS

Na aquisição de bens ou serviços que serão utilizados na gestão ambiental, debita-se o


respectivo custo, despesa ou ativo e credita-se a conta própria geradora dos recursos.

Se a compra for a prazo, credita-se especificamente a conta de fornecedores ambientais,


visando destacar o compromisso gerado em função da gestão do meio ambiente.

Exemplo:

Serviços de recuperação de resíduos, efetivada com terceiros, no valor de R$ 10.000,00


– sendo que tais resíduos, após o processamento, serão destinados à venda. O PIS e

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COFINS recuperáveis na compra correspondem a R$ 165,00 e R$ 760,00,


respectivamente. Teremos:

1. Contabilização do serviço executado:

D – Resíduos Recuperados (Estoques – Ativo Circulante)


C – Fornecedores de Serviços Ambientais (Passivo Circulante)
R$ 10.000,00

2. Registro do PIS e COFINS recuperáveis do serviço:

D – PIS a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 165,00


D – COFINS a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 760,00
C - Resíduos Recuperados (Estoques – Ativo Circulante) R$ 925,00

MÃO DE OBRA APLICADA

Os gastos incorridos com a manutenção do programa de gestão do meio ambiente


devem ser debitados à conta de resultado e creditados à obrigação respectiva.

A mão de obra é formada pelas remunerações dos empregados, acrescidas das


correspondentes verbas sociais (INSS, FGTS) e trabalhistas (Provisão de Férias, 13º
Salário, benefícios, etc.).

Exemplo:

Contabilização dos gastos com mão de obra aplicada no tratamento de efluentes


químicos, contendo os seguintes dados:

Verba Valor R$
Salários 10.000,00
Horas Extras 1.000,00
Adicionais 2.000,00
Total Remuneração 13.000,00
Encargos do Empregador:
INSS 3.744,00
FGTS 1.105,00
Provisões:
Férias 1.975,95
13º Salário 1.140,00

Teremos então:

D – Remuneração de Empregados – Tratamento de Efluentes (Conta de


Resultado)
C – Salários e Ordenados a Pagar - Ambiental (Passivo Circulante)
R$ 13.000,00

D – Encargos Sociais - Tratamento de Efluentes (Conta de Resultado) R$


4.849,00

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C – INSS a Recolher – Ambiental (Passivo Circulante) R$ 3.744,00


C – FGTS a Recolher – Ambiental (Passivo Circulante) R$ 1.105,00

D – Encargos Trabalhistas - de Efluentes (Conta de Resultado) R$ 3.115,95


C – Provisão de Férias – Ambiental (Passivo Circulante) R$ 1.975,95
C – Provisão de 13º Salário – Ambiental (Passivo Circulante) R$ 1.140,00

Nota: neste exemplo, não se demonstrou a contabilização das retenções do INSS devido
pelos empregados ou das demais verbas retidas, como IRF ou Contribuições Sindicais.

OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS

Os passivos devidos ao governo em função da gestão ambiental podem ser oriundos de:

- Tributos gerados em decorrência de vendas de bens e serviços, como ICMS, PIS,


COFINS, ISS - bem como os tributos oriundos do lucro de tais operações – Imposto de
Renda e Contribuição Social sobre o Lucro.
- Taxas e Licenciamentos.
- Multas aplicadas pelas autoridades governamentais.

Deve-se reconhecer tais passivos imediatamente após sua ocorrência.

TRIBUTOS SOBRE VENDAS

Simultaneamente á venda de bens ou serviços ambientais, deve-se registrar os tributos


incidentes sobre tal operação.

Exemplo:

Venda de resíduos de materiais, no valor de R$ 10.000,00 – verificando-se a geração


dos seguintes tributos sobre a venda:

PIS – R$ 165,00
COFINS – R$ 760,00
ICMS – R$ 1.800,00

Teremos a seguinte contabilização dos respectivos tributos:

D – Tributos sobre Receitas Ambientais (Dedução das Vendas – Conta de


Resultado) R$ 2.725,00
C – PIS a Recolher – Operações Ambientais (Passivo Circulante) R$ 165,00
C – COFINS a Recolher - Operações Ambientais (Passivo Circulante) R$
760,00
C – ICMS a Recolher - Operações Ambientais (Passivo Circulante) R$ 1.800,00

MULTAS SOBRE INFRAÇÕES

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No caso de multas, mesmo que a entidade venha a questionar sua aplicabilidade, pelo
princípio do conservadorismo contábil, faz-se sua contabilização como provisão de
contingência (veja título “Provisão para Contingências Ambientais”).

Se houver parcelamento da multa, e esta compreender parcelas com vencimento


superior a 12 meses, transfere-se tais parcelas do passivo circulante para o exigível a
longo prazo.

Se houver depósitos para instância de garantia, tais valores são contabilizados a débito
do realizável a longo prazo, em contrapartida da conta do disponível.

Exemplo:

A Cia. SujaRio infringiu as normas ambientais e foi multada em R$ 150.000,00. A


contabilização deve ser imediata, conforme segue:

D – Multas sobre Infrações Ambientais (Conta de Resultado)


C – Multas a Pagar (Obrigações Tributárias – Passivo Circulante)
R$ 150.000,00

Como recurso para evitar a inscrição em dívida ativa e consequente execução judicial, a
Cia. apelou contra a multa na instância administrativa, perdendo a causa nesta instância.
Insatisfeita com o resultado, apelou à via judicial, e como garantia, depositou o
respectivo valor da multa, integralmente, em conta de depósito judicial.

O lançamento deste depósito será o seguinte:

D – Depósito Judicial – Infrações Ambientais (Realizável a Longo Prazo)


C – Caixa/Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante)
R$ 150.000,00

Como o passivo originado pela multa está coberto pelo depósito judicial, transfere-se o
valor de multas a pagar do passivo circulante para exigível a longo prazo:

D - Multas a Pagar (Obrigações Tributárias – Passivo Circulante)


C – Multas em Questionamento (Obrigações Tributárias – Exigível a Longo Prazo)
R$ 150.000,00

1ª hipótese: A sentença confirma a multa

Se a sentença judicial confirmar a aplicação da multa, convertendo-se o depósito em


pagamento da mesma, a contabilidade lançará tal fato como segue:

D – Multas em Questionamento (Obrigações Tributárias – Exigível a Longo Prazo)


C – Depósitos Judiciais – Infrações Ambientais (Realizável a Longo Prazo)
R$ 150.000,00

Os honorários de sucumbência corresponderam a R$ 15.000,00, fato que também deve


ser registrado de imediato, a seguir à sentença:

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D – Honorários de Sucumbência – Ações Ambientais (Conta de Resultado)


C – Honorários a Pagar (Passivo Circulante)
R$ 15.000,00

2ª hipótese: A sentença revoga a multa aplicada

Nesta hipótese, sendo a sentença irrecorrível, faz-se a reversão da provisão de multas a


pagar:

D – Multas em Questionamento (Obrigações Tributárias – Exigível a Longo Prazo)


C – Reversão de Multas sobre Infrações Ambientais (Conta de Resultado)
R$ 150.000,00

No levantamento do depósito judicial, admitindo-se que a instituição financeira


depositária haja creditado um total de R$ 10.000,00 de juros no período, teremos a
seguinte contabilização:

D – Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante) R$ 160.000,00


C - Depósitos Judiciais – Infrações Ambientais (Realizável a Longo Prazo) R$
150.000,00
C – Juros Recebidos – Questões Ambientais (Conta de Resultado) R$ 10.000,00

PROVISÃO PARA CONTINGÊNCIAS AMBIENTAIS

Contingência é o reconhecimento contábil de um passivo provável ou potencial, como


uma multa discutida na justiça ou ações trabalhistas questionadas, cujo êxito é incerto.

A contingência depende de condições ou situações de solução indefinida à data de


encerramento do exercício social ou período a que se referem as demonstrações
contábeis de uma entidade e, como tal, dependente de eventos futuros que poderão ou
não ocorrer.

A estimativa das possíveis consequências e dos respectivos efeitos financeiros de uma


contingência dependerá de avaliação dos gestores da entidade, que poderão,
obviamente, alicerçar-se em laudos técnicos.

Tal avaliação será exercida à vista dos fatos e informações disponíveis à época do
preparo e consequente publicação das demonstrações contábeis, e deverá levar em conta
a experiência anterior adquirida em situações semelhantes além de outros fatores
igualmente úteis.

A perda contingente deverá ser provisionada, através de débito ao resultado do exercício


quando for considerada provável e seu montante possível de ser estimado.

Exemplo:

Despesas previstas com recuperação do meio-ambiente, cuja degradação já ocorreu e é


responsabilidade da entidade, em decorrência de exigência legal. O laudo ambiental
aponta um provável volume de gastos para recuperação de R$ 2.500.000,00. Então
teremos a seguinte provisão:

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D – Provisões com Recuperação de Meio Ambiente (Conta de Resultado)


C – Provisão de Gastos – Responsabilidades pelo Meio Ambiente (Passivo
Circulante)
R$ 2.500.000,00

Adequada divulgação da natureza da perda e demais informações relevantes devem


constar de nota explicativa às demonstrações contábeis. No exemplo acima, teríamos
uma nota explicativa a seguir exemplificada:

“Em decorrência da utilização do solo na área industrial, a administração da entidade


constatou que, de acordo com os preceitos legais vigentes, terá que desembolsar R$
2.500.000,00 em projetos de recuperação. Tal valor foi provisionado integralmente
neste exercício, reduzindo o resultado no mesmo montante. Estima-se que o valor
provisionado é suficiente para cobrir as obrigações legais para recuperação do solo
utilizado. O prazo de recuperação é de 12 meses, e os trabalhos serão iniciados a partir
da aprovação do projeto pelo IBAMA.”

AJUSTES DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

Muitas vezes, o que ocorre, é que o contabilista, verificando a existência de


contingências ambientais, procede á respectiva contabilização, debitando a conta de
Lucros ou Prejuízos Acumulados, ao invés de uma conta do resultado do próprio
exercício.

A argumentação é a de que, de acordo com a Lei da S/A (Lei 6404/1976), o lucro


líquido do exercício não deve estar influenciado por efeitos que pertençam a exercícios
anteriores, ou seja, deverão transitar pelo balanço de resultados somente os valores que
competem ao respectivo período.

Entretanto, como ajustes de exercícios serão considerados apenas os decorrentes de


efeitos da mudança de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a
determinado exercício anterior, e que não possam ser atribuídos a fatos subsequentes.

O procedimento de se debitar uma conta de Reserva de Lucros somente se justificaria se


houvesse erro no valor contabilizado. Exemplo: o laudo técnico apontava uma
contingência ambiental de R$ 10.000.000,00 e o lançamento contábil registrou apenas
R$ 6.000.000,00 no exercício anterior.

Desta forma, é justificável que os R$ 4.000.000,00 sejam imputados ao exercício


anterior, mediante ajuste direto à conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, no
Patrimônio Líquido.

A simples falta de contabilização das contingências ambientais, em exercícios


anteriores, não justifica o procedimento.

Desta forma, podemos resumir a situação de falta de provisionamento das contingências


ambientais em exercícios anteriores como segue:

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1. Havia laudo técnico estimando a contingência, e o respectivo valor não foi


contabilizado, ou o foi por valor inferior ao apontado no laudo.
2. Não havia qualquer laudo técnico, e não houve qualquer contabilização de
contingência.

Na situação 1, é cabível a contabilização da diferença ou do total da contingência a


débito da conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados, no Patrimônio Líquido.
Obviamente que, neste caso, se fará uma adequada exposição dos motivos e da origem
do ajuste, em nota explicativa nas demonstrações financeiras da entidade.

Na situação 2, não é cabível o ajuste a exercícios anteriores, mas caberá ao contabilista


solicitar à administração da entidade um laudo que indique o valor da contingência, para
contabilização imediata do valor estimado a débito do resultado do exercício.

DESEMBOLSOS SUBSEQUENTES

Se houver desembolsos em função da contingência provisionada, cria-se uma conta


redutora do passivo para registrar os valores dispendidos.

Utilizando os dados do exemplo anterior, se no período houve desembolsos por conta da


contingência provisionada, relativas a pagamento de consultoria do projeto de
recuperação, no valor de R$ 150.000,00 - valor este que já estava orçado, por ocasião da
constituição da provisão de contingência - teríamos o seguinte lançamento:

D – Gastos Contingentes – Responsabilidades pelo Meio Ambiente (Conta


redutora do Passivo Circulante)
C – Serviços a Pagar (Fornecedores – Passivo Circulante)
R$ 150.000,00

Nota: se o valor da consultoria não estava provisionado na conta de contingência, o


lançamento será a débito de custo ou despesa ambiental.

REVERSÃO DA PROVISÃO

1. REVERSÃO POR CESSAÇÃO DA CONTINGÊNCIA

Uma vez eliminado a causa que deu origem a provisão da contingência, esta deve ser
revertida contabilmente.

Ainda utilizando o exemplo anterior, com os seguintes dados adicionais:

a) Total dos gastos contingentes contabilizados na respectiva conta redutora do passivo,


efetuados para a recuperação do solo: R$ 2.400.000,00.
b) A recuperação foi completada, não restando qualquer obrigação adicional, legal ou
implícita, relativa à contingência provisionada.

Então teremos as seguintes contabilizações:

1. Transferência dos gastos contingentes para o resultado:

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D – Gastos com Recuperação do Meio Ambiente (Conta de Resultado)


C - Gastos Contingentes – Responsabilidades pelo Meio Ambiente (Conta
redutora do Passivo Circulante)
R$ 2.400.000,00

2. Contabilização da reversão da contingência:

D - Provisão de Gastos – Responsabilidades pelo Meio Ambiente (Passivo


Circulante)
C – Reversão de Contingências (Redução de Custos e Despesas Ambientais -
Conta de Resultado)
R$ 2.500.000,00

Como vemos, neste exemplo, haverá um efeito no resultado do exercício de R$


100.000,00 credor, que deve ser alvo de nota explicativa no balanço.

2. REVERSÃO POR TÉRMINO DO EXERCÍCIO FISCAL E CONSEQUENTE


AJUSTE DA CONTINGÊNCIA

Por questões fiscais (dedutibilidade das despesas efetivadas no período), recomenda-se


que, independentemente de haver ou não cessado a contingência, faça-se a reversão da
provisão – total ou parcial, conforme for o caso, por ocasião do encerramento do
exercício fiscal (lucro real) – seja trimestral ou anual.

Exemplo:

A contabilidade da Cia. Nêutron tinha provisionado R$ 2.000.000,00 relativos aos


gastos contingentes ambientais, em seu passivo. No final do exercício fiscal, os gastos
contabilizados e efetivados relativos a esta contingência, mantidos em conta redutora da
provisão, foram de R$ 500.000,00.

Portanto:

Total da contingência provisionada: R$ 2.000.000,00


(-) Gastos já efetivados: R$ 500.000,00
(=) Saldo da contingência: R$ 1.500.000,00.

Teremos então os seguintes lançamentos contábeis:

1. Transferência dos gastos contingentes para o resultado, para fins de aproveitamento


da dedutibilidade fiscal dos mesmos:

D – Gastos com Recuperação do Meio Ambiente (Conta de Resultado)


C - Gastos Contingentes – Responsabilidades pelo Meio Ambiente (Conta
redutora do Passivo Circulante)
R$ 500.000,00

2. Contabilização da reversão parcial da contingência:

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D - Provisão de Gastos – Responsabilidades pelo Meio Ambiente (Passivo


Circulante)
C – Reversão de Contingências (Redução de Custos e Despesas Ambientais -
Conta de Resultado)
R$ 500.000,00

ASPECTOS FISCAIS DA PROVISÃO E REVERSÃO DE CONTINGÊNCIA

Na determinação do lucro real somente serão dedutíveis as provisões expressamente


autorizadas pela legislação – artigo 335 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto
3000/1999).

A respectiva norma aplica-se, igualmente, para apuração da Contribuição Social sobre o


Lucro – CSLL – determinada com base no lucro real.

A provisão para contingências ambientais não está entre as provisões cuja


dedutibilidade é admitida.

Portanto, quando por ocasião da constituição da provisão de contingência, deve-se


adicionar na Parte A do LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real – o valor
provisionado, bem como adicionar o mesmo valor á base de cálculo da CSLL.

Exemplo:

A Cia. BYZ constituiu provisão para contingências ambientais, em 31.12.2004, no valor


de R$ 10.000.000,00, contabilizando da seguinte forma:

D – Provisões com Recuperação de Meio Ambiente (Conta de Resultado)


C – Provisão de Gastos – Responsabilidades pelo Meio Ambiente (Passivo
Circulante)
R$ 10.000.000,00

Como tal lançamento afetou a formação do lucro líquido do exercício, deve-se, de


acordo com as normas de apuração do Imposto de Renda – Lucro Real - IRPJ, e
Contribuição Social sobre o Lucro – CSLL, adicionar respectivo valor na parte A do
LALUR, como exemplificado abaixo:

PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LIQUIDO DO EXERCICIO Folha 1


DATA H I S T Ó R I C O ADIÇÕES EXCLUSÕES
NATUREZA DOS AJUSTES
Provisão de Gastos – Responsabilidades
31/12/2004 pelo Meio Ambiente 10.000.000,00

T O T A L ADIÇÕES E
EXCLUSÕES 10.000.000,00 -

31/12/2004 DEMONSTRATIVO DO LUCRO REAL

RESULTADO DO PERÍODO 50.000.000,00


A D I Ç Õ E S:

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Provisão de Gastos – Responsabilidades


pelo Meio Ambiente 10.000.000,00

TOTAL ADIÇÕES 10.000.000,00

EXCLUSÕES:
Dividendos Recebidos -

TOTAL EXCLUSÕES -

LUCRO REAL 60.000.000,00

31 de Dezembro de 2.004,

Na parte B do LALUR, deve ser controlado o valor adicionado desta provisão, pois se
trata de valor que irá afetar, no futuro, a determinação do lucro real, por ocasião de sua
reversão.

Na parte B do LALUR, se registrará:

PARTE B - CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO LUCRO LIQUIDO DE EXERCÍCIOS


FUTUROS
FOLHA 26
Provisão de Gastos – Responsabilidades pelo Meio Ambiente
CONTA:

Para efeitos de Correção Controle de Valores


Monetária
Valor a Valor
DATA HISTÓRICO Mês de Coef. Débito Crédito Corrigido D/C
Ref. Corrigir

31.12.2004 Constituição da Provisão 12.04 10.000.000,00 10.000.000,00 C

Posteriormente, em 31.12.2005, a Cia. BYZ efetuou a reversão contábil da respectiva


provisão, fazendo o seguinte lançamento de reversão:

D - Provisão de Gastos – Responsabilidades pelo Meio Ambiente (Passivo


Circulante)
C – Reversão de Contingências (Redução de Custos e Despesas Ambientais -
Conta de Resultado)
R$ 10.000.000,00

Este lançamento aumentou o resultado do exercício, por conseguinte, tratando-se de


uma provisão constituída no exercício fiscal anterior, deve ser excluída na base de
cálculo do IRPJ e da CSLL no lucro real – através de ajuste no LALUR, da seguinte
forma:

PARTE A - REGISTRO DOS AJUSTES DO LUCRO LIQUIDO DO EXERCICIO Folha 1


DATA H I S T Ó R I C O ADIÇÕES EXCLUSÕES
NATUREZA DOS AJUSTES

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Reversão da Provisão de Gastos –


31/12/2005 Responsabilidades pelo Meio Ambiente 10.000.000,00

T O T A L ADIÇÕES E
EXCLUSÕES - 10.000.000,00

31/12/2005 DEMONSTRATIVO DO LUCRO REAL

RESULTADO DO PERÍODO 90.000.000,00


A D I Ç Õ E S:

TOTAL ADIÇÕES 0

EXCLUSÕES:
Reversão da Provisão de Gastos –
Responsabilidades pelo Meio Ambiente 10.000.000,00

TOTAL EXCLUSÕES 10.000.000,00

LUCRO REAL 80.000.000,00

31 de Dezembro de 2.005,

Na parte B, baixa-se a referida provisão, mediante lançamento específico, como segue:

PARTE B - CONTROLE DE VALORES QUE CONSTITUIRÃO AJUSTE DO LUCRO LIQUIDO DE EXERCÍCIOS


FUTUROS
FOLHA 26
Provisão de Gastos – Responsabilidades pelo Meio Ambiente
CONTA:

Para efeitos de Correção Controle de Valores


Monetária
Valor a
DATA HISTÓRICO Mês de Coef. Débito Crédito Valor Corrigido D/C
Ref. Corrigir

31.12.2004 Constituição da Provisão 12.04 10.000.000,00 10.000.000,00 C


31.12.2005 Reversão da Provisão 12.05 10.000.000,00 0

Nota: se a reversão for parcial, se excluirá o valor revertido, remanescendo na parte B o


saldo a reverter.

PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O


LUCRO

A geração de base tributável positiva (lucro fiscal) das atividades ambientais deve ser
registrada mediante provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social sobe o
Lucro – CSLL.

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CLASSIFICAÇÃO CONTÁBIL

Contabilmente, a classificação da provisão para pagamento do Imposto de Renda e da


CSLL deverá ser:

a) no passivo circulante - referente ao Imposto de Renda e Contribuição incidente sobre


a parcela de lucros que se tornar exigível até o final do período seguinte;

b) exigível a longo prazo - referente ao Imposto de Renda e Contribuição incidente


sobre a parcela do lucro diferido que se tornar exigível após o final do período seguinte.

Exemplo:

Considerando-se que determinada gestão ambiental tenha apresentado a seguinte


situação fiscal no ano-calendário encerrado em 31 de dezembro de 2004:

a) lucro líquido antes do Imposto de Renda R$ 90.000,00


b) adições ao lucro líquido – multas ambientais indedutíveis: R$ 20.000,00
c) exclusões do lucro líquido – dividendos recebidos de empresas ambientalmente
responsáveis: R$ 10.000,00
d) no curso do ano-calendário foi recolhido de Imposto de Renda estimado a
importância de R$ 8.000,00, estando tal valor contabilizado na conta “Imposto de
Renda pago por Estimativa”, no Ativo Circulante.
e) valor do incentivo fiscal ao Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT: R$
600,00.

O cálculo da provisão para pagamento do Imposto de Renda será efetuado do seguinte


modo:

Determinação do lucro real:

Lucro líquido antes do Imposto de Renda R$ 90.000,00


(+) adições ao lucro líquido R$ 20.000,00
(-) exclusões do lucro líquido R$ 10.000,00
(=) lucro real R$ 100.000,00

Cálculo do Imposto de Renda sobre o lucro real apurado:

Lucro real R$ 100.000,00


(x) alíquota 15% R$ 15.000,00

Nota: a alíquota considerada neste exemplo é a normal. Observar que pode ocorrer a
incidência de adicional de Imposto de Renda (10%).

Compensação e deduções do Imposto de Renda apurado:

Imposto de Renda apurado R$ 15.000,00


(-) Programa de alimentação do trabalhador R$ 600,00
(-) Imposto de Renda mensal pago por estimativa R$ 8.000,00

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(=) Imposto de Renda a recolher R$ 6.400,00

1) Constituição da provisão para pagamento do Imposto de Renda:

Imposto de Renda apurado: R$ 15.000,00 - PAT: R$ 600,00 = Valor da provisão: R$


14.400,00.

D – Provisão para o Imposto de Renda (Conta de Resultado)


C – IRPJ a Pagar (Passivo Circulante)
R$ 14.400,00

Nota: se a empresa já contabilizou parte do IRPJ nos balancetes, deverá reverter os


valores anteriormente contabilizados.

2) Pela compensação do Imposto de Renda recolhido por estimativa:

D - IRPJ a Pagar (Passivo Circulante)


C - Imposto de Renda pago por Estimativa (Ativo Circulante)
R$ 8.000,00

3) Por ocasião do pagamento do saldo do imposto:

D - IRPJ a Pagar (Passivo Circulante)


C – Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante)
R$ 6.400,00

BASE DE CÁLCULO NEGATIVA DO IMPOSTO DE RENDA E/OU DA CSLL

Segundo a NBC T 19.2 – Tributos sobre Lucros, o ativo fiscal diferido, decorrente de
diferenças temporárias e de prejuízos fiscais de imposto de renda e bases negativas de
contribuição social, deve ser reconhecido, total ou parcialmente, desde que a entidade
tenha histórico de lucratividade, acompanhado da expectativa de geração de lucros
tributáveis futuros, fundamentada em estudo técnico de viabilidade, que permita a
realização do ativo fiscal diferido em um prazo máximo de dez anos, ou o limite
máximo de compensação permitido pela legislação, o que for menor.

O contabilista deve obter junto à administração da entidade elementos e evidências,


aprovados pelo conselho fiscal, se em funcionamento, e pelos órgãos de administração
da entidade, que permitam uma avaliação das condições futuras de compensação de tais
prejuízos.

A existência de incertezas, quanto à continuidade operacional da entidade, impede o


reconhecimento contábil de ativos fiscais diferidos, devendo ser estornados os já
reconhecidos.

Como autor, recomendo aos contabilistas que não ativem o Imposto de Renda e CSLL
sobre as bases de cálculo negativas da gestão ambiental, tendo em vista que:

1. A recuperação de tais ativos, se ocorrer, depende de eventos futuros que não


coadunam com o princípio contábil do conservadorismo.

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2. O registro da ativação irá propiciar, no presente, uma avaliação de um resultado


incerto - pois gestão ambiental não se confunde com gestão tributária de tais
ativos.
3. As previsões de lucros futuros, mesmo que fundamentadas, estão sujeitas a
erros, e a contabilidade não é uma ciência de previsões, e sim, de fatos.

O melhor, em termos contábeis e gerenciais, é provisionar o Imposto de Renda e CSLL


decorrentes de operações ambientais após as compensações de bases negativas
ambientais apuradas ambientalmente.

CONTA CORRENTE – GESTÃO FINANCEIRA

No dia a dia da gestão ambiental, podem surgir necessidades de transferência de


recursos financeiros e patrimoniais entre o departamento ambiental e a própria entidade.

O controle de tais recursos pode ser efetuado através de uma conta corrente específica,
para que o balanço ambiental reflita tais transações.

Desta forma, se trata a gestão ambiental como uma “filial” ou “departamento”, onde as
transações correntes (numerários) ou alocações de recursos (rateio de custos e despesas,
transferências de bens e direitos) são alvo de contas denominadas “contas de repasse”
ou “contas correntes”.

Exemplo:

Em decorrência do vencimento de parcela de principal e juros de empréstimo bancário


vinculado a financiamento de ativos ambientais, o departamento financeiro transfere
numerário para a conta corrente específica, visando saldar o respectivo compromisso,
no valor de R$ 100.000,00.

Vamos às contabilizações:

1. Transferência do numerário de uma conta bancária para outra:

D – Bancos Cta. Movimento – B. Brasil S/A – Projeto Ecológico (Ativo Circulante -


Ambiental)
C – Bancos Cta. Movimento – B. Brasil S/A – C/ Administração (Ativo Circulante)
R$ 100.000,00

2. Registro do repasse entre as respectivas gestões:

D – Repasses Efetuados para Gestão Ambiental (Ativo Circulante)


C - Repasses Recebidos da Gestão Financeira (Passivo Circulante - Ambiental)
R$ 100.000,00

Posteriormente, houve cobrança de duplicatas, no valor de R$ 200.000,00 – sendo que


R$ 40.000,00 correspondem a títulos recebidos de vendas ambientais. O crédito de tais
valores é efetuado na conta corrente geral da entidade. Então o registro contábil será:

1. Registro do crédito bancário:

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D – Bancos Cta. Movimento – B. Brasil S/A – C/ Administração (Ativo Circulante)


R$ 200.000,00
C – Clientes – Operações Gerais (Ativo Circulante) R$ 160.000,00
C – Clientes – Operações Ambientais (Ativo Circulante) R$ 40.000,00

2. Contabilização entre departamentos:

D - Repasses Efetuados para Gestão Financeira (Ativo Circulante - Ambiental)


C – Repasses Recebidos da Gestão Ambiental (Passivo Circulante)
R$ 40.000,00

Nota: No final do mês, por ocasião do balancete, transferem-se as contas ativas e


passivas de tais contas correntes, de modo a remanescer somente o saldo líquido entre
os departamentos financeiro e ambiental. Obviamente que o saldo credor de um
departamento será o saldo devedor do outro, de modo que, patrimonialmente, o efeito
será nulo.

RATEIO DE CUSTOS E DESPESAS

Em qualquer entidade, é comum que a gestão ambiental se utilize de estruturas de apoio


já existentes, para desenvolvimento de parte ou de todas suas atividades.

Desta forma, para refletir a realidade de custos e despesas ambientais, é necessário


alocar tais gastos dos setores de apoio utilizados.

Os critérios de rateio podem variar, mas devem ser consistentes e regulares, de aferição
adequada, tais: mão-de-obra indireta, rateada por horas/homem da mão de obra direta,
gastos com energia, com base em horas/máquinas utilizadas, etc.

O primeiro passo, portanto, para alocar tais gastos é definir qual o critério de rateio.

CRITÉRIO DE ALOCAÇÃO SIMPLES

Um critério bastante simples de rateio é dividir o valor dos custos gerais de fabricação
sobre determinado padrão comum na produção. Este padrão pode ser:

1. Número de horas de mão de obra aplicada (base: “hora/homem”)


2. Número de horas de atividades do maquinário fabril (base: “hora/máquina”)
3. Metragem quadrada existente no setor, etc.

Exemplo:

Custos Gerais de Fabricação no mês: R$ 1.000.000,00.

Distribuição entre os diversos Centros de Custos, segundo critério de “horas máquinas”


efetivamente utilizadas no mês:

SETOR Horas Máquinas Rateio CGF R$


Acabamento 1.500 468.750,00

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Montagem 1.200 375.000,00


Gestão Ambiental 500 156.250,00
Total 3.200 1.000.000,00

Desta forma, transfere-se o custo geral da fabricação para o setor “Gestão Ambiental”,
mediante lançamento contábil seguinte:

D – Gastos Gerais Ambientais (Conta de Resultado)


C – Transferência de Gastos Gerais de Fabricação (Conta de Resultado)
R$ 156.250,00

Nota: a conta “Transferência de Gastos Gerais de Fabricação” é uma conta redutora de


custos, do grupo “Gastos Gerais de Fabricação”.

Como rateio interdepartamental entre a gestão financeira e gestão ambiental, deve ser
registrado também a alocação de recursos na conta corrente departamental (veja tópico
Conta Corrente – Gestão Financeira), da seguinte forma:

D – Repasses Efetuados para Gestão Ambiental (Ativo Circulante)


C - Repasses Recebidos da Gestão Financeira (Passivo Circulante - Ambiental)
R$ 156.250,00
Histórico: p/alocação patrimonial dos custos utilizados n/mês

CRITÉRIO DE ALOCAÇÃO DETALHADO

Dependendo da estrutura de gestão ambiental existente, pode ser necessário fazer a


alocação mais específica de gastos gerais, de acordo com os custos apurados por
departamento utilizado.

O procedimento é o mesmo do exposto anteriormente (alocação simples), porém, com


cálculos efetuados por setor e de acordo com padrões específicos (mão-de-obra, horas-
máquinas ou outro critério).

Exemplo:

A gestão ambiental da Cia. Verde Vale teve as seguintes requisições de serviços de


outros setores:

Recursos Utilizados na Gestão Ambiental


Mês de: Outubro/04
Horas Utilizadas
Setor
Mão de Obra Máquinas
Manutenção 150 200
Supervisão 50
Treinamento 45
Recursos Humanos 80

A contabilidade apurou, no mesmo mês, os seguintes custos totais e padrões:

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Custos Totais apurados por Setor R$


Mão de
Mês de outubro/2004 Obra Gerais Total

Manutenção 45.000,00 75.000,00 120.000,00

Supervisão 90.000,00 15.000,00 105.000,00

Treinamento 15.000,00 10.000,00 25.000,00

Recursos Humanos 10.000,00 12.000,00 22.000,00

Totais de Horas/Atividades Homem Máquina


Manutenção 6.200 3.000
Supervisão 6.000 -
Treinamento 1.000 -
Recursos Humanos 1.000 -

Cálculo do Custo Hora R$ Homem Máquina


Manutenção 7,26 25,00
Supervisão 17,50
Treinamento 25,00
Recursos Humanos 22,00

Desta forma, alocando-se individualmente os respectivos custos pelas utilizações


ocorridas, teremos o seguinte mapa de rateio para a gestão ambiental:

Alocação de Custos - Gestão Ambiental


Outubro/04 Horas Utilizadas Custo/Hora Custo Alocado R$
Mão de Mão de Mão de
Setor Obra Máquinas Obra Máquinas Obra Máquinas
Manutenção 150 200 7,26 25,00 1.088,71 5.000,00
Supervisão 50 17,50 875,00
Treinamento 45 25,00 1.125,00
Recursos Humanos 80 22,00 1.760,00
TOTAIS ALOCADOS 4.848,71 5.000,00

Agora, basta contabilizar as transferências dos custos respectivos:

1. Transferência dos custos relativos à manutenção dos equipamentos:

D – Manutenção de Equipamentos – Gestão Ambiental (Conta de Resultado)


C – Transferência de Custos – Mão de Obra – Manutenção (Conta de Resultado)
R$ 1.088,71

D – Manutenção de Equipamentos – Gestão Ambiental (Conta de Resultado)


C – Transferência de Custos – Gastos Gerais – Manutenção (Conta de
Resultado)

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R$ 5.000,00

Nota: as contas “Transferência de Custos – Mão de Obra – Manutenção” e


“Transferência de Custos – Gastos Gerais – Manutenção” são contas redutoras das
contas de custos dos respectivos setores.

2. Transferência dos Custos relativos á supervisão:

D – Supervisão – Gestão Ambiental (Conta de Resultado)


C - Transferência de Custos – Supervisão (Conta de Resultado)
R$ 875,00

Nota: a conta “Transferência de Custos – Supervisão” é uma conta redutora dos custos
do respectivo setor.

3. Transferência das despesas administrativas de treinamento e recursos humanos:

D – Educação Ambiental de Funcionários (Conta de Resultado)


C - Alocação de Despesas – Treinamento (Conta de Resultado)
R$ 1.125,00

D – Administração de Pessoal (Conta de Resultado)


C – Alocação de Despesas – Recursos Humanos (Conta de Resultado)
R$ 1.760,00

Nota: as contas “Alocação de Despesas – Treinamento” e “Alocação de Despesas –


Recursos Humanos” são contas redutoras das respectivas despesas de cada setor.

Finalmente, deve-se também efetuar a contabilização dos recursos disponibilizados pelo


departamento financeiro para o departamento ambiental (para maiores detalhes, veja o
tópico Conta Corrente – Gestão Financeira), da seguinte forma:

D – Repasses Efetuados para Gestão Ambiental (Ativo Circulante)


C - Repasses Recebidos da Gestão Financeira (Passivo Circulante - Ambiental)
R$ 9.848,71
Histórico: p/alocação patrimonial dos custos utilizados n/mês

REDUÇÃO DO CONSUMO

Uma importante atribuição da contabilidade ambiental é registrar os efeitos econômicos


da gestão sobre o consumo e gastos de itens operacionais da entidade, tais como:

 Redução do consumo de energia elétrica.


 Redução do consumo de água.
 Redução do consumo de materiais
 Redução de Gastos com Segurança
 Redução de Gastos com Manutenção

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Obviamente que a medição de tais reduções deve ser feita pela engenharia ambiental,
pois não é atribuição da contabilidade a avaliação físico-qualitativa de tais volumes.

Mas a avaliação monetária, a partir dos dados físicos-qualitativos, deve ser uma rotina, e
precisa ser contabilizada para gerar informações precisas aos gestores.

A contabilização se faz a débito de uma conta especial de consumo (conta de resultado)


e a crédito da conta específica de redução de custos – no plano de contas ambiental.

CONTRA-PARTIDA DEVEDORA

As contas de débito de tais operações não devem compor o custo de produção de bens e
serviços, para não distorcer a apuração dos custos – pois estes, segundo padrões
contábeis e fiscais – devem ser os custos históricos.

Assim, sugere-se a criação de um elenco específico de contas devedoras de despesas de


produção, grupo de contas estas que não será transferido a custos de produção. Este
grupo especial seria assim constituído:

DESPESAS DE PRODUÇÃO NÃO TRANSFERÍVEIS A CUSTOS


Gastos de Produção Reduzidos Por Gestão Ambiental
Consumo de Energia Reduzido
Consumo de Água Reduzido
Consumo de Materiais Reduzido
Redução de Gastos com Segurança
Redução de Gastos com Manutenção

Exemplo:

A Cia. Econômica tem um consumo de água mensal de 15.000 m3, para uma produção
base de 100 toneladas de materiais.

A contabilidade registra que a fatura de água para tais níveis de produção era de R$
30.000,00. Não houve reajuste das tarifas entre o período anterior e o atual.

A engenharia ambiental informa que, em mantendo-se o padrão de consumo de água


anterior, no mês seriam gastos 18.000 m3 de água, pois houve um incremento da
produção para 120 toneladas de materiais.

Entretanto, graças à gestão ambiental, verificou-se que o consumo efetivo do mês


corresponde a 12.000 m3 de água, portanto, houve uma economia de 6.000 m3 no
período de produção.

Vamos aos cálculos de como avaliar esta economia, em termos monetários:

1. Custo da fatura de água, para 15.000 m3 = R$ 30.000,00


2. Custo por m3 de água = R$ 30.000,00 : 15.000 m3 = R$ 2,00
3. Economia observada em m3 = 6.000 m3
4. Economia avaliada em R$ = 6.000 x R$ 2,00 = R$ 12.000,00

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Contabilização desta economia:

D – Consumo de Água Reduzido (Conta de Resultado)


C – Redução do Consumo de Água (Conta de Resultado)
R$ 12.000,00

Notas:

1. A contabilização da redução do consumo é feita mensalmente, nos mesmos


moldes, enquanto perdurarem os benefícios obtidos com a gestão ambiental.
2. Se houver reajuste nas tarifas de água, aplica-se o percentual de reajuste sobre o
custo unitário anterior (cálculo 2 do exemplo), para fins de cálculo da economia
efetiva em R$.
3. Para fins de apuração de custos do produto, o valor do consumo de água deverá
ser o efetivo (no exemplo, R$ 24.000,00 – correspondentes a 12.000 m3), para
não distorcer os valores de formação dos estoques e custo dos produtos
vendidos.

Agora, só falta contabilizar a alocação de recurso da gestão ambiental para a gestão


financeira, mediante o seguinte lançamento (para maiores detalhes sobre as contas
correntes departamentais veja o tópico Conta Corrente – Gestão Financeira):

D – Repasses Efetuados para Gestão Financeira (Ativo Circulante - Ambiental)


C - Repasses Recebidos da Gestão Ambiental (Passivo Circulante)
R$ 12.000,00
Histórico: p/alocação patrimonial da redução de custos efetivados n/mês.

RECEITA DE VENDAS DE BENS E SERVIÇOS

As vendas, diretas ou indiretas, decorrentes da gestão ambiental, são creditadas em


contas específicas, a débito da conta representativa do ativo.

Exemplo:

A Cia. Natural ganhou concorrência internacional para fornecimento de produtos, cuja


condição de entrega e faturamento é que haja auditoria ambiental de suas atividades,
com parecer comprovando a responsabilidade de uso dos meios não renováveis.

Atendida a condição, e na época da respectiva entrega, contabilizará a receita como


segue:

D – Clientes Ambientais (Ativo Circulante)


C - Receitas de Vendas – Selo Verde (Conta de Resultado)

CUSTO DOS PRODUTOS OU SERVIÇOS VENDIDOS

Nas vendas geradas pela gestão ambiental, o custo de produção dos bens e serviços
também deve ser contabilizado no subgrupo de contas específico de gestão ambiental,
para que se reflita de fato o resultado da operação econômica.

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Obviamente que os custos específicos de reciclagem, recondicionamento e recuperação


de bens que serão alvo de venda deverão ser contabilizados especificamente.

CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS – CMV

A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos


estoques da empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por
vendas realizadas no período.

O custo das mercadorias vendidas pode ser apurado através da equação:

CMV = EI + C - EF

Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)

CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS - CPV

No caso de produtos (bens produzidos por uma indústria), a fórmula é semelhante ao


CMV:

CPV = EI + (In + MO + GGF) – EF

Onde:

CPV = Custo dos Produtos Vendidos


EI = Estoque Inicial
In = Insumos (matérias primas, materiais de embalagem e outros materiais) aplicados
nos produtos vendidos
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos produtos vendidos
GGF = Gastos Gerais de Fabricação (aluguéis, energia, depreciações, mão de obra
indireta, etc.) aplicada nos produtos vendidos
EF = Estoque Final (inventário final)

Nota: o § 1º do art. 13 do Decreto-Lei 1598/77 dispõe:

“O custo de produção dos bens ou serviços vendidos compreenderá, obrigatoriamente:


a) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços
aplicados ou consumidos na produção, observado o disposto neste artigo;
b) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta,
manutenção e guarda das instalações de produção;
c) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos
bens aplicados na produção;
d) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
e) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.”

CUSTO DOS SERVIÇOS VENDIDOS (CSV)

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Numa empresa de serviços, a sistemática será semelhante à anterior, sendo a fórmula:

CSV = Sin + (MO + GDS + GIS) – Sfi

Onde:

CSV = Custo dos Serviços Vendidos


Sin = Saldo Inicial dos Serviços em Andamento
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos serviços vendidos
GDS = Gastos Diretos (locação de equipamentos, subcontratações, etc.) aplicados nos
serviços vendidos
GIS = Gastos Indiretos (luz, mão de obra indireta, depreciações de equipamentos, etc.)
aplicados nos serviços vendidos
Sfi = Saldo Final dos Serviços em Andamento

Exemplo:

Calcular o Custo dos Produtos Vendidos de 01.01.2004 a 31.12.2004 de determinada


indústria que apurou os seguintes dados, relativamente ás vendas efetuadas para clientes
que exigem gestão ambiental:

Estoque Inicial (01.01.2004) 110.000,00


Compras de Insumos 1.750.000,00
Tributos recuperáveis sobre Compras 210.000,00
Fretes sobre Compras 70.000,00
Mão de Obra Direta 597.000,00
Gastos Gerais de Fabricação 790.000,00
Estoque inventariado (31.12.2004) 185.000,00

A DEMONSTRAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS das operações


ambientais ficará como segue:

Estoque Inicial (01.01.2004) 110.000,00


+ Compras de Insumos 1.750.000,00
+ Fretes sobre Compras 70.000,00
- Tributos recuperáveis sobre Compras (210.000,00)
+ Mão de Obra Direta 597.000,00
+ Gastos Ferais de Fabricação 790.000,00
- Estoque inventariado (31.12.2004) (185.000,00)
= Custo dos Produtos Vendidos 2.922.000,00

CUSTO DOS SUB-PRODUTOS – RESÍDUOS E MATERIAIS RECICLADOS

Pode-se determinar contabilmente o custo dos subprodutos (aqueles resultantes do


processo produtivo que são descartados), que posteriormente serão vendidos, tais como
resíduos e materiais reciclados, através do rateio comum dos custos de produção
ambiental.

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O primeiro passo é determinar um padrão comum de rateio, que pode ser: horas/homem
aplicadas ou horas/máquinas, ou critério misto.

Os materiais diretos aplicados são atribuídos ao respectivo custo do lote produzido. Mas
não se transferem custos de materiais aplicados da produção do produto principal.
Entende-se que o rejeito ou descarte na produção significa que o produto principal deve
assumir o custo atribuído da integralidade dos materiais e outros serviços.

Alguns profissionais poderão contestar tal afirmativa, mas é óbvio que o destarte ou
rejeito é um custo da produção do produto principal, pois é elemento deste. Não se trata
de um custo do resíduo ou material reciclável. Pode-se medir tal custo, para avaliar a
redução do desperdício em decorrência da gestão ambiental, mas atribuir este custo a
um outro elemento produtivo, que não o principal, é no mínimo questionável. Por isso,
como contabilista, este autor parte do princípio que os resíduos já foram custeados na
produção principal, não sendo cabível a transferência de tais custos a uma operação
secundária.

O que se transfere, isto sim, aos subprodutos resultantes, é o custo de sua preparação,
recondicionamento e demais etapas necessárias para destiná-los a venda.

Em resumo:

1. Na fase principal da produção do produto, todos os custos são alocados ao


respectivo produto, incluindo os descartes de resíduos: materiais, mão de obra e
custos gerais de fabricação.
2. Após o descarte, os resíduos e materiais resultantes que sofrerem nova operação
fabril irão receber os custos exclusivos sobre eles aplicados, sejam novos
materiais, mão de obra e os gastos gerais de produção.

Vamos a um exemplo:

A contabilidade de custos apurou a seguinte composição dos custos de produção


aplicados aos resíduos A e B, no mês de outubro/2004:

Gastos Aplicados aos Resíduos


Mês de: out/04
Valores R$
Descrição Resíduo Resíduo
A B Total

Insumos 5.000,00 4.000,00 9.000,00


Mão de Obra 15.000,00
Gastos Gerais 20.000,00

TOTAIS 5.000,00 4.000,00 44.000,00

O critério de rateio da mão de obra é segundo o número de horas/homem aplicada aos


resíduos. Já para os gastos gerais, o critério é de acordo com o número de

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horas/máquinas. Fazendo-se o rateio de acordo com os apontamentos de produção do


mês, obteve-se o seguinte quadro:

Mapa de Rateio dos Custos Indiretos


Mês de outubro/2004 Valores R$
Resíduo A Resíduo B Total
Mão de Obra Aplicada:
Horas/Homem Utilizadas 500 600 1.100
Mão de Obra R$ 6.818,18 8.181,82 15.000,00
Gastos Gerais de Produção:
Horas/Máquinas Aplicadas 600 400 1.000
Gastos Gerais R$ 12.000,00 8.000,00 20.000,00

Então, agora é só somar os custos de insumos aplicados, para se obter o custo total dos
lotes de Resíduo A e B processados durante o mês

Custos dos Produtos Processados Valores R$


Mês de Outubro/2004 Resíduo A Resíduo B Total

Insumos 5.000,00 4.000,00 9.000,00

Mão de Obra 6.818,18 8.181,82 15.000,00

Gastos Gerais 12.000,00 8.000,00 20.000,00

TOTAL 23.818,18 20.181,82 44.000,00

Produção (unidades) 2.000 1.500

Custo Unitário R$ 11,91 13,45

Muito bem, agora vamos transferir, contabilmente, os custos para o estoque:

D – Estoque de Produtos Reciclados (Ativo Circulante) R$ 44.000,00


C – (-) Transferência de Insumos (Custos de Produção) R$ 9.000,00
C – (-) Transferência de Mão de Obra (Custos de Produção) R$ 15.000,00
C – (-) Transferência de Gastos Gerais (Custos de Produção) R$ 20.000,00

Admitindo-se que o estoque anterior de produtos reciclados era zero, e que, no mês de
outubro de 2004 foram vendidas 1.000 unidades do Resíduo A e 500 unidades do
Resíduo B, teremos os seguintes custos dos produtos vendidos:

Resíduo A = 1.000 unidades x R$ 11,91 = R$ 11.910,00


Resíduo B = 500 unidades x R$ 13,45 = R$ 6.725,00.
Total dos custos: R$ 18.635,00.

Agora é só contabilizar o respectivo custo de venda:

D – Custo dos Produtos Vendidos (Conta de Resultado)


C - Estoque de Produtos Reciclados (Ativo Circulante)

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R$ 18.635,00

BALANCETE DE VERIFICAÇÃO – CONTAS AMBIENTAIS

O balancete de verificação do razão é a relação de contas, com seus respectivos saldos,


extraída dos registros contábeis em determinada data.

Segundo a NBC T 2.7, o balancete deve ser levantado, no mínimo, mensalmente.

Transpõe-se do razão contábil o total das movimentações ocorridas, por conta, para
formação do balancete.

Exemplo:

CIA. VERDES VALES


BALANCETE PATRIMONIAL AMBIENTAL
MOVIMENTAÇÕES DE 01 A 31.12.2008
ATIVOS AMBIENTAIS MOVIMENTAÇÕES
SALDO SALDO
INICIAL DÉBITOS CRÉDITOS FINAL D/C

Circulante 257.000,00 105.000,00 105.000,00 257.000,00 D

Disponível 132.000,00 30.000,00 31.000,00 131.000,00 D


Fundo Fixo de Caixa – Gerenciamento
Ambiental 2.000,00 5.000,00 1.000,00 6.000,00 D
Banco Brasil – C/Movimento – Gestão
Ecológica 50.000,00 15.000,00 25.000,00 40.000,00 D

Banco Brasil – FIF DI – Gestão Ecológica 80.000,00 10.000,00 5.000,00 85.000,00 D

Realizável 125.000,00 75.000,00 74.000,00 126.000,00 D

Clientes 75.000,00 30.000,00 25.000,00 80.000,00 D

Adiantamentos a Fornecedores 5.000,00 20.000,00 19.000,00 6.000,00 D

Estoques 45.000,00 25.000,00 30.000,00 40.000,00 D

Ativo Não Circulante 1.770.000,00 15.000,00 25.375,00 1.759.625,00 D

Imobilizado 1.170.000,00 15.000,00 12.875,00 1.172.125,00 D

Máquinas e Equipamentos 1.500.000,00 15.000,00 - 1.515.000,00 D

Móveis e Utensílios 30.000,00 - - 30.000,00 D

(-) Depreciação Acumulada - Máq. Eqtos. (350.000,00) - 12.625,00 (362.625,00) C


(-) Depreciação Acumulada - Móveis e
Utensílios (10.000,00) 250,00 (10.250,00) C

Diferido 600.000,00 - 12.500,00 587.500,00 D

Implantação Programa de Gestão Ambiental 750.000,00 - - 750.000,00 D

(-) Amortizações Acumuladas (150.000,00) - 12.500,00 (162.500,00) C

Total dos Ativos Ambientais 2.027.000,00 120.000,00 130.375,00 2.016.625,00 D

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PASSIVOS AMBIENTAIS MOVIMENTAÇÕES


SALDO SALDO
INICIAL DÉBITOS CRÉDITOS FINAL D/C

Circulante (271.920,00) 102.120,00 61.815,00 (231.615,00) C

Instituições Financeiras (120.000,00) 11.200,00 1.200,00 (110.000,00) C

Banco do Brasil - Financiamento Ambiental (120.000,00) 11.200,00 1.200,00 (110.000,00) C

Fornecedores (35.000,00) 35.000,00 32.000,00 (32.000,00) C

Cia. Fornecimentos Saudáveis (25.000,00) 25.000,00 20.000,00 (20.000,00) C

Cia. Água e Luz (10.000,00) 10.000,00 12.000,00 (12.000,00) C

Obrigações Sociais e Trabalhistas (49.220,00) 23.220,00 23.350,00 (49.350,00) C

Salários a Pagar (15.000,00) 15.000,00 14.000,00 (14.000,00) C

Provisão de Férias (18.000,00) 1.500,00 2.000,00 (18.500,00) C

Provisão de 13º Salário (10.000,00) 500,00 1.500,00 (11.000,00) C

INSS a Recolher (4.800,00) 4.800,00 4.500,00 (4.500,00) C

FGTS a Recolher (1.420,00) 1.420,00 1.350,00 (1.350,00) C

Obrigações Tributárias (7.700,00) 7.700,00 5.265,00 (5.265,00) C

ICMS a Recolher (5.200,00) 5.200,00 3.600,00 (3.600,00) C

PIS a Recolher (500,00) 500,00 297,00 (297,00) C

COFINS a Recolher (2.000,00) 2.000,00 1.368,00 (1.368,00) C

Provisão p/Contingências (60.000,00) 25.000,00 - (35.000,00) C


Provisão Gastos - Responsabilidades
Ambientais (350.000,00) - - (350.000,00) C

(-) Gastos Contingentes - Resp. Ambientais 290.000,00 25.000,00 - 315.000,00 D

Passivo Não Circulante (910.000,00) - 9.100,00 (919.100,00) C

Instituições Financeiras (910.000,00) - 9.100,00 (919.100,00) C


Banco do Brasil - Financiamento
Ambientais (360.000,00) - 3.600,00 (363.600,00) C

BNDES - Programa Ecológico (550.000,00) - 5.500,00 (555.500,00) C

Patrimônio Líquido (871.217,50) 68.937,50 63.630,00 (865.910,00) C

Capital Social Integralizado - Ambiental (800.000,00) - 15.000,00 (815.000,00) C


Capital Social Subscrito - Proteção
Ambiental (1.000.000,00) - - (1.000.000,00) C

(-) Capital Social Subscrito a Integralizar 200.000,00 - 15.000,00 185.000,00 D

Reservas de Lucros Ambientais (71.217,50) 68.937,50 48.630,00 (50.910,00) C

Reservas de Lucros p/Meio Ambiente (133.940,50) - - (133.940,50) C

Contas de Resultado Ambiental 62.723,00 68.937,50 48.630,00 83.030,50 D

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Total dos Passivos Ambientais (2.053.137,50) 171.057,50 134.545,00 (2.016.625,00) C

CONTAS DE RESULTADO MOVIMENTAÇÕES


SALDO SALDO
INICIAL DÉBITOS CRÉDITOS FINAL D/C

Receitas e Recuperações Ambientais (170.000,00) - 35.000,00 (205.000,00) C

Vendas de Resíduos (150.000,00) - 30.000,00 (180.000,00) C

Venda de Produtos Reciclados (20.000,00) - 5.000,00 (25.000,00) C


(-) Deduções de Vendas de Receitas
Ambientais 44.523,00 9.537,50 - 54.060,50 D

ICMS sobre Vendas 30.600,00 6.300,00 - 36.900,00 D

PIS sobre Receita 2.805,00 577,50 - 3.382,50 D

COFINS sobre Receitas 11.118,00 2.660,00 - 13.778,00 D

Redução de Custos e Despesas Ambientais (265.000,00) - 13.100,00 (278.100,00) C

Multas Revertidas (150.000,00) - - (150.000,00) C

Recuperação de Resíduos (10.000,00) - 1.500,00 (11.500,00) C

Redução do Consumo de Água (5.000,00) - 600,00 (5.600,00) C

Redução do Consumo de Energia (25.000,00) - 3.000,00 (28.000,00) C

Redução do Consumo de Materiais (75.000,00) - 8.000,00 (83.000,00) C

Receitas Financeiras Ambientais (2.500,00) - 530,00 (3.030,00) C


Juros sobre Aplicações Financeiras
Vinculadas (2.000,00) - 480,00 (2.480,00) C
Descontos Obtidos sobre Operações
Ambientais (500,00) - 50,00 (550,00) C

Custo das Vendas 115.000,00 16.000,00 - 131.000,00 D

Custo dos Produtos Vendidos 25.000,00 6.000,00 - 31.000,00 D

Custo das Mercadorias Vendidas 90.000,00 10.000,00 - 100.000,00 D

Despesas Ambientais 247.500,00 33.000,00 - 280.500,00 D

Remunerações de Empregados 125.000,00 15.000,00 - 140.000,00 D

Encargos Sociais e Trabalhistas 75.000,00 9.000,00 - 84.000,00 D

Administração de Pessoal 5.000,00 500,00 - 5.500,00 D

Taxas e Licenciamentos 2.500,00 2.000,00 - 4.500,00 D

Multas e Indenizações 30.000,00 5.000,00 - 35.000,00 D

Gastos Gerais 10.000,00 1.500,00 - 11.500,00 D

Despesas Financeiras 93.200,00 10.400,00 - 103.600,00 D


Juros e Encargos sobre Empréstimos
Ambientais 92.700,00 10.300,00 103.000,00 D

Descontos Concedidos 500,00 100,00 600,00 D

Total das Contas de Resultado Ambiental D

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62.723,00 68.937,50 48.630,00 83.030,50

BALANÇO PATRIMONIAL AMBIENTAL

O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a evidenciar, quantitativa e


qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da
Entidade.

Desta forma, pode-se denominar “Balanço Patrimonial Ambiental” os ativos e passivos


ambientais, sintetizados por grupos de contas, e que permitem uma avaliação
patrimonial de uma determinada data da gestão ambiental da entidade.

Ainda não há, no Brasil, normas específicas sobre tal apresentação, sendo que se recorre
às apresentações convencionais exigidas pela Lei 6.404/76 (Lei das S/A), onde ativo e
passivo são listados separadamente, segundo os grupos de contas.

As contas do Ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de


realização, e as contas do Passivo são dispostas em ordem crescente dos prazos de
exigibilidade, estabelecidos ou esperados, observando-se iguais procedimentos para os
grupos e subgrupos.

COMPOSIÇÃO – CONTAS DO ATIVO

No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos


elementos nelas registrados, nos seguintes grupos:

- Ativo Circulante; e
- Ativo Não-Circulante, composto por Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos,
Imobilizado e Intangível.

Circulante

O Ativo Circulante compõe-se de:

a) Disponível

São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da Entidade,


compreendendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os depósitos
bancários à vista e os títulos de liquidez imediata.

b) Créditos

São os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros direitos.

c) Estoques

São os valores referentes às existências de produtos acabados, produtos em elaboração,


matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento e outros
valores relacionados às atividades-fins da Entidade.

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d) Despesas Antecipadas

São as aplicações em gastos que tenham realização no curso do período subsequente à


data do Balanço Patrimonial.

e) Outros Valores e Bens

São os não relacionados às atividades-fins da Entidade.

Realizável a Longo Prazo

O Realizável a Longo Prazo são os ativos referidos nos itens “b”, “c”, “d”, e “e”
anteriores, cujos prazos esperados de realização situem-se após o término do exercício
subsequente à data do balanço patrimonial.

Investimentos

São as participações em sociedades além dos bens e direitos que não se destinem à
manutenção das atividades-fins da Entidade

Imobilizado

São os bens utilizados na consecução das atividades-fins da Entidade.

Intangível

Os ativos intangíveis compreendem o leque de bens incorpóreos destinados à


manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de
comércio adquirido.

COMPOSIÇÃO – CONTAS DO PASSIVO

No passivo, os direitos e as obrigações são classificados em grupos do Circulante, desde


que os prazos esperados de realização dos direitos e os prazos das obrigações,
estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subsequente à data do
Balanço Patrimonial.

As contas que compõem o passivo devem ser agrupadas, segundo sua expressão
qualitativa em:

Circulante

São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou


esperados, situem-se no curso do exercício subsequente à data do balanço patrimonial

Não Circulante

São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou


esperados, situem-se após o término do exercício subsequente à data do balanço
patrimonial.

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Patrimônio Líquido

As contas que compõem o Patrimônio Líquido devem ser agrupadas, segundo sua
expressão qualitativa, em:

a) Capital

São os valores aportados pelos proprietários e os decorrentes de incorporação de


reservas e lucros.

b) Reservas

- Reservas de Lucros:
São os valores decorrentes de retenções de lucros, como a reserva legal e a de incentivos
fiscais, que formam as reservas de lucros.
- Reservas de Capital, representam os recursos retidos que não transitam pelo resultado
(como ágio na emissão de ações).

c) Prejuízos Acumulados

Correspondem aos prejuízos ainda não compensados, estes apresentados como parcela
redutora do Patrimônio Líquido.

Além dos subgrupos acima, a Lei 6.404/1976 determina que o Patrimônio Líquido seja
formado pelas Ações em Tesouraria (compra de ações próprias) e dos Ajustes de
Avaliação Patrimonial.

PASSIVO A DESCOBERTO

O Passivo a Descoberto, representativo do excesso do Passivo sobre o Ativo, será


demonstrado, com seus componentes, após o Ativo.

CICLO OPERACIONAL E AGRUPAMENTO DE CONTAS

Na Entidade em que o ciclo operacional tiver duração maior que o exercício social, a
classificação no Circulante ou Longo Prazo terá por base o prazo desse ciclo.

Os elementos da mesma natureza e os pequenos saldos serão agrupados, desde que seja
indicada a sua natureza e nunca ultrapassem, no total, um décimo do valor do respectivo
grupo de contas, sendo vedada a utilização de títulos genéricos como "diversas contas"
ou "contas-correntes".

EXEMPLO

Segue um exemplo, baseado nos saldos das contas apresentadas no tópico Balancete de
Verificação – Contas Ambientais, de um balanço patrimonial ambiental:

CIA. VERDES VALES


CNPJ 05.110.000/0001-99

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Rua Ecológica, 948 - Curitiba - PR


BALANÇO PATRIMONIAL AMBIENTAL em 31.10.2004
EM R$
ATIVOS AMBIENTAIS
Circulante 257.000,00
Disponível 131.000,00
Créditos com Clientes e Fornecedores 86.000,00
Estoques 40.000,00

Não Circulante 1.759.625,00


Imobilizado 1.172.125,00
Bens em Operação 1.545.000,00
(-) Depreciação Acumulada (372.875,00)
Intangíveis 587.500,00
Direitos de Uso 750.000,00
(-) Amortizações Acumuladas (162.500,00)

Total dos Ativos Ambientais 2.016.625,00

PASSIVOS AMBIENTAIS
Circulante 231.615,00
Instituições Financeiras 110.000,00
Fornecedores 32.000,00
Obrigações Sociais e Trabalhistas 49.350,00
Obrigações Tributárias 5.265,00
Provisão p/Contingências 35.000,00
Provisão de Gastos Contingentes 350.000,00
(-) Gastos Contingentes Efetivados (315.000,00)

Não Circulante 919.100,00


Instituições Financeiras 919.100,00

Patrimônio Líquido 865.910,00


Capital Social Integralizado - Destinação Ambiental 815.000,00
Capital Social Subscrito 1.000.000,00
(-) Capital Social a Integralizar (185.000,00)
Reservas de Capital 50.910,00
Reservas de Lucros de Gestão Ambiental 133.940,50
Prejuízos Acumulados (83.030,50)

Total dos Passivos Ambientais 2.016.625,00

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO AMBIENTAL

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A demonstração do resultado é a demonstração contábil destinada a evidenciar a


composição do resultado formado num determinado período de gestão ambiental.

Trata-se de um demonstrativo útil para avaliar o esforço da entidade em obter um


retorno econômico-financeiro de sua administração de recursos ambientais.

Tal demonstrativo evidenciará a formação dos vários níveis de resultados mediante


confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas.

COMPOSIÇÃO

A demonstração do resultado compreenderá:

1) as receitas e os ganhos do período, independentemente de seu recebimento;

2) os custos, despesas, encargos e perdas pagos ou incorridos, correspondentes a esses


ganhos e receitas.

ESTRUTURA

A demonstração do resultado ambiental apresentará os seguintes itens:

- as receitas decorrentes da exploração da gestão ambiental;

- os impostos incidentes sobre as operações, os abatimentos, as devoluções e os


cancelamentos;

- os custos dos produtos ou mercadorias vendidos e dos serviços prestados;

- o resultado bruto do período;

- os ganhos e perdas operacionais;

- as despesas administrativas, com vendas, financeiras e outras e as receitas financeiras;

- o resultado operacional;

- as provisões para impostos e contribuições sobre o resultado;

- as participações no resultado;

- o resultado líquido do período.

Receitas Decorrentes da Exploração da Gestão Ambiental

Compreende a receita bruta das vendas de bens e serviços prestados em operações


ambientais, bem como os ganhos com redução de consumo de água, luz, materiais e
outros produtos não renováveis.

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Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais


concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou
contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero
depositário (parágrafo único do art. 31 da Lei 8981/1995).

Os impostos não cumulativos citados correspondem ao IPI e ao ICMS quando cobrado


como substituição tributária.

Desta forma, para que se possa aplicar o conceito legal de Receita Operacional Bruta, é
recomendável que a empresa que contabiliza o IPI e o ICMS como Receita de Vendas, o
faça em conta de “Faturamento Bruto” e não em “Receita de Venda de Produtos”,
ficando assim o plano de contas ambiental:

Faturamento Bruto
(-) IPI Faturado
(-) ICMS Substituição Tributária
(=) Receita Bruta de Vendas e Serviços

DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA

Devoluções de Vendas

Nesta conta, de natureza devedora, são registradas as devoluções de vendas relativas à


anulação de valores registrados como receita bruta de vendas e serviços ambientais.
Assim sendo, as devoluções não devem ser deduzidas diretamente da conta de vendas,
mas registradas nessa conta devedora.

Abatimentos

Nessa conta serão registrados os descontos incondicionais concedidos aos clientes


relativos às vendas e serviços ambientais.

Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

A receita bruta deve ser registrada pelos valores totais, incluindo os impostos sobre ela
incidentes (exceto IPI e ICMS substituição tributária), que são registrados em contas
devedoras. Desta forma, os valores dos impostos incidentes sobre as vendas, tais como:
ISS, ICMS, PIS, COFINS, serão diminuídos da receita bruta.

Custos das Vendas

Estas contas registram os custos de bens ou serviços vendidos. Para maiores


detalhamentos sobre a composição dos Custos das Vendas, acesse o tópico Custo dos
Produtos e Serviços Vendidos.

Despesas de Vendas e Administrativas

As despesas de vendas representam os gastos de promoção, colocação e distribuição dos


produtos, bem como os riscos assumidos pela venda, tais como:
a) despesas com folha de pagamento da área de vendas;

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b) comissões sobre vendas;


c) propaganda e publicidade;
d) gastos com garantia de produtos;
e) utilidades e serviços: transporte, depreciação e manutenção de bens, energia
elétrica, telefone, água.

As despesas administrativas representam os gastos, pagos ou incorridos, para direção ou


gestão geral, tais como:

a) despesas com o pessoal: salários, gratificações, férias, encargos, assistência


médica, transporte;
b) utilidades e serviços: energia elétrica, água, telefone, fax, correio, seguros;
c) despesas gerais: material de escritório, material de limpeza, viagens,
alimentação, jornais e revistas, despesas legais e judiciais, serviços profissionais
contratados, depreciação e manutenção de bens;
d) impostos e taxas: IPTU, IPVA, ITR, Contribuição Sindical.

Receitas e Despesas Financeiras

Nesse grupo são incluídos os juros, os descontos e a atualização monetária pré-fixada,


além de outros tipos de receitas ou despesas, bem como aquelas decorrentes de
aplicações financeiras.

As atualizações monetárias ou variações cambiais de empréstimos são registradas


separadamente no grupo variações monetárias.

As Receitas Financeiras compreendem:


- descontos obtidos, decorrentes de pagamentos antecipados de duplicatas de
fornecedores ou outros títulos;
- juros recebidos referentes aos juros cobrados dos clientes, por atraso de pagamento e
outras operações similares;
- receitas de aplicações financeiras que englobam as receitas decorrentes de aplicações
financeiras, correspondentes à diferença entre o valor aplicado e o valor resgatado, do
tipo Certificado de Depósito Bancário (CDB), etc.;
- outras receitas de investimentos temporários.

As Despesas Financeiras compreendem:

- descontos concedidos aos clientes pelo pagamento antecipado ou pontual de


duplicatas;
- juros de empréstimos, financiamentos, desconto de títulos e outras operações;
- comissões e despesas bancárias cobradas pelos bancos nas operações de desconto, de
concessão de crédito, etc.
- correção monetária prefixada de empréstimos.

As Variações Monetárias de Obrigações e Créditos compreendem:

- variação cambial incorrida pela atualização periódica de obrigações ou créditos a


serem pagos ou recebidos em moeda estrangeira;

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- atualização monetária que registra as atualizações sobre obrigações ou créditos


sujeitos à cláusula de atualização monetária.

Outras Receitas e Despesas Operacionais

Abrange outras receitas e despesas operacionais decorrentes de atividades acessórias


ambientais, tais como:

a) lucros e dividendos em participações societárias das empresas ecologicamente


responsáveis;
b) resultado da Equivalência Patrimonial.

Resultados Não Operacionais

Os resultados não operacionais são aqueles decorrentes de outras operações não ligadas
às atividades principais ou acessórias da empresa, tais como:

a) ganhos e perdas na alienação de investimentos permanentes;


b) ganhos e perdas na alienação de bens e direitos do ativo permanente;
c) ganhos e perdas por desapropriação, baixa por perecimento, extinção, desgaste,
obsolescência de bens do ativo permanente.

Tais resultados, por não decorrerem das atividades de gestão ambiental propriamente
dita, não deveriam compor a demonstração de resultado ambiental, e sim, a
demonstração de resultado da própria entidade.

Isto porque tais resultados tendem a refletir o resultado da administração financeira dos
recursos e não da administração ambiental.

Entretanto, se tais resultados forem aplicados (ou deduzidos) dos recursos destinados á
gestão ambiental, entende-se que tais operações devam ser contabilizadas como receita
(ou despesa) não operacional ambiental.

Este autor entende que a baixa de bens do permanente ambiental, quando decorrente de
alienação, deve ser, primeiramente, ser transferido à uma conta patrimonial comum, e
depois ser baixado desta.

Exemplo:

A Cia. Beta vendeu imobilizado ambiental no valor de R$ 50.000,00.


A contabilidade apresenta os seguintes valores deste ativo vendido:
Valor de aquisição R$ 100.000,00
Depreciação acumulada: R$ 60.000,00.
Por decisão da administração da Cia, o resultado desta operação não será aplicado em
ativos ambientais.

1º passo: transferir o ativo da conta de imobilizado ambiental para a conta de


imobilizado à venda:

D – Imobilizado à Venda (Permanente)

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C – Imobilizado Ambiental (Permanente)


R$ 100.000,00
Histórico: p/ transferência de imobilizado ambiental – valor de aquisição

D – Depreciações Acumuladas – Imobilizado Ambiental (Permanente)


C - Imobilizado à Venda (Permanente)
R$ 60.000,00
Histórico: p/ transferência de imobilizado ambiental – valor da depreciação.

2º passo: registro da transferência de recursos entre a gestão ambiental e a gestão


financeira da Cia.

Este valor será o valor de custo (valor de aquisição menos valor da depreciação),
correspondente a R$ 100.000,00 – R$ 60.000,00 = R$ 40.000,00:

D - Repasses Efetuados para Gestão Financeira (Ativo Circulante - Ambiental)


C – Repasses Recebidos da Gestão Ambiental (Passivo Circulante)
R$ 40.000,00
Histórico: p/ transferência do imobilizado ambiental vendido, a valor de custo.

Nota: para entendimento da necessidade desta contabilização e do funcionamento de


tais contas interdepartamentais, vide tópico Conta Corrente – Gestão Financeira

3º passo: contabilização da venda do imobilizado, sendo o resultado apurado e aplicado


pelo departamento financeiro da Cia:

D – Caixa/Bancos Cta. Movimento (Ativo Circulante)


C – Venda de Imobilizado (Conta de Resultado)
R$ 50.000,00
Histórico: p/ venda do imobilizado, á vista, conforme NF/Recibo ....

D – Custo da Venda do Imobilizado (Conta de Resultado)


C - Imobilizado à Venda (Permanente)
R$ 40.000,00
Histórico: p/ baixa p/ venda do imobilizado, item 189.004.

Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

Nessas contas devem ser registrados os valores relativos à Contribuição Social Sobre o
Lucro e do Imposto de Renda devido sobre o resultado. Para maiores detalhes, acesse o
tópico Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro.

Participações e Contribuições

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Essas participações e contribuições devem ser contabilizadas na própria data do


balanço, mediante débito nas contas de participações no resultado e crédito nas contas
de provisão no Passivo Circulante.

De acordo com o artigo 189 da Lei das S/A, do resultado do exercício, serão deduzidos,
antes de qualquer participação, os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto
sobre a renda.

Dessa forma, toma-se o lucro líquido depois do imposto de renda e contribuição social,
antes das participações e dele se deduz o saldo eventual de prejuízos acumulados,
apurando-se assim a base inicial de cálculo das participações.

EXEMPLO DE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO AMBIENTAL

Partindo-se do balancete ambiental de 31.10.2004, exemplificado no tópico Balancete


de Verificação – Contas Ambientais, teremos a seguinte Demonstração do Resultado
Ambiental:

CIA. VERDES VALES


CNPJ 05.110.000/0001-99
Rua Ecológica, 948 - Curitiba - PR
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO AMBIENTAL
Período de 01 a 31.10.2004 - em R$

RECEITA OPERACIONAL BRUTA 483.100,00


Venda de Resíduos e Produtos Reciclados 205.000,00
Reduções de Custos e Despesas Ambientais 278.100,00

(-) Deduções sobre Receita Bruta (54.060,50)

RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 429.039,50

(-) Custo dos Produtos e Mercadorias Vendidos (131.000,00)

LUCRO OPERACIONAL BRUTO 298.039,50

Despesas Administrativas e de Vendas (280.500,00)


Despesas Financeiras (103.600,00)
Receitas Financeiras 3.030,00

PREJUÍZO OPERACIONAL (83.030,50)

Notas:

1. A provisão para o Imposto de Renda e Contribuição Social não foi constituída,


em função do lucro real e da base de cálculo da contribuição ser negativas.

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2. As participações no resultado (de empregados, diretores e partes beneficiárias)


não foram contabilizadas, pois a base de sua constituição é inferior à zero.

OUTRAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Dependendo das necessidades dos usuários, o contabilista pode elaborar outras


demonstrações contábeis das operações ambientais, tais como:

Demonstração de Lucros ou Prejuízos Ambientais Acumulados


Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

Nesta obra, tais demonstrações são apresentadas no formato tradicional (exigido pela
Lei 6.404/76), nada impedindo que o contabilista efetue adaptações de títulos em
decorrência de demonstrativos específicos.

O importante não é a apresentação, em si, dos demonstrativos, mas sua utilidade para a
gestão ambiental e seus usuários. O caráter da informação deve ser relevante,
informativo, numa linguagem se possível de relativa simplicidade e fácil assimilação.

Lembrando que tais demonstrativos nem sempre serão lidos por usuários acostumados
aos termos contábeis, por isso, cabe ao contabilista ser flexível na montagem das
respectivas informações.

DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS OU PREJUÍZOS AMBIENTAIS


ACUMULADOS - DLPA

A DLPA evidencia as alterações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos


acumulados, no Patrimônio Líquido.

A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá discriminar:

1. o saldo do início do período e os ajustes de exercícios anteriores;


2. as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício; e
3. as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros incorporada ao
capital e o saldo ao fim do período.

REVERSÕES DE RESERVAS

Correspondem às alterações ocorridas nas contas que registram as reservas, mediante a


reversão de valores para a conta Lucros Acumulados, em virtude daqueles valores não
serem mais utilizados.

LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

É o resultado líquido apurado na Demonstração do Resultado Ambiental, cujo valor é


transferido para a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados.

TRANSFERÊNCIAS PARA RESERVAS

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São as apropriações do lucro feitas para a constituição das reservas patrimoniais, tais
como: reserva legal, reserva estatutária, reserva de lucros a realizar, reserva para
contingências.

Exemplo:

Em 31.12.2003, o saldo da conta de Lucros Acumulados decorrentes da Gestão


Ambiental da Cia. ZYX apontava o valor de R$ 39.000,00.

Durante o exercício de 2004, houve os seguintes lançamentos na conta Lucros


Acumulados:

Destinação proposta para Distribuição de Dividendos R$ 10.500,00


Transferência Para Reserva de Investimentos: R$ 6.000,00
Transferência Para Reserva de Contingências: R$ 1.100,00
Transferência Para Aumento de Capital: R$ 20.000,00
Reversão das Reservas de Lucros a Realizar: R$ 9.000,00
Reversão da Reserva de Contingências: R$ 10.000,00
Diferença a Maior de CMV p/ Mudança de Critério de Avaliação: R$ 3.000,00
Transferência Para Reserva Estatutária: R$ 5.000,00
Lançamento a Menor na conta Provisão de Férias: R$ 1.000,00
Transferência Para Reservas de Lucros a Realizar: R$ 1.500,00
Constituição da Reserva Legal: R$ 1.750,00

CIA. ZYX
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS DA GESTÃO
AMBIENTAL
EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.2004

RECURSOS: R$
1. Saldo inicial do exercício 39.000,00
2. Ajustes credores de exercícios anteriores
- Efeitos de mudança de critério contábil 3.000,00
3. Reversão de reservas
- De contingências 10.000,00
- De lucros a realizar 9.000,00
4. Lucro líquido do exercício 35.000,00
5. (-) Ajuste de exercícios anteriores
- Retificação de erro de exercício anterior 1.000,00
6. Total dos recursos 97.000,00
APLICAÇÕES:
7. Transferência para reservas
- Reserva legal 1.750,00
- Reserva estatutária 5.000,00
- Reserva para contingência 1.100,00
- Reserva para investimentos 6.000,00

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- Reserva de lucros a realizar 1.500,00


8. Dividendos a distribuir 10.500,00
9. Transferência para aumento de capital 20.000,00
10. Total das aplicações 45.850,00
11. Lucros Acumulados (recursos - aplicações) 51.150,00

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO (DMPL)

A DMPL uma demonstração mais completa e abrangente do que a Demonstração dos


Lucros e Prejuízos Ambientais Acumulados, já que evidencia a movimentação de todas
as contas do patrimônio líquido ambiental durante o exercício social, inclusive a
formação e utilização das reservas não derivadas do lucro.

MUTAÇÕES NAS CONTAS PATRIMONIAIS

As contas que formam o Patrimônio Líquido podem sofrer variações por inúmeros
motivos, tais como:

1 - Itens que afetam o patrimônio total:


a) acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício;
b) redução por dividendos;
c) acréscimo por reavaliação de ativos;
d) acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos;
e) acréscimo por subscrição e integralização de capital;
f) acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das ações
integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nominal;
g) acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição;
h) acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures;
i) redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda;
j) acréscimo ou redução por ajuste de exercícios anteriores.

2 - Itens que não afetam o total do patrimônio:


a) aumento de capital com utilização de lucros e reservas;
b) apropriações do lucro líquido do exercício reduzindo a conta Lucros Acumulados
para formação de reservas, como Reserva Legal, Reserva de Lucros a Realizar, Reserva
para Contingência e outras;
c) reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos acumulados;
d) compensação de Prejuízos com Reservas.

PROCEDIMENTOS A SEREM SEGUIDOS

A elaboração da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é relativamente


simples, pois basta representar, de forma sumária e coordenada, a movimentação
ocorrida durante o exercício nas diversas contas do Patrimônio Líquido, isto é, Capital,
Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação, Ações em
Tesouraria e Lucros ou Prejuízos Acumulados.

Deve-se utilizar um papel de trabalho, utilizando uma coluna para cada uma das contas
do Patrimônio Líquido e abrindo uma conta total, que representa a soma dos saldos ou

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transações de todas as contas individuais. Essa movimentação deve ser extraída das
fichas de razão dessas contas.

As transações e seus valores são transcritos nas colunas respectivas, mas de forma
coordenada. Por exemplo, se temos um aumento de capital com lucros e reservas, na
linha correspondente a essa transação, transcreve-se o acréscimo na coluna de capital
pelo valor do aumento e, na mesma linha, as reduções nas contas de reservas e lucros
utilizadas no aumento de capital pelos valores correspondentes.

MODELO

Tecnicamente, a elaboração da DMPL é bastante simples e seus componentes em linha


vertical são os mesmos da DLPA. Na linha horizontal do quadro serão consignados os
elementos componentes do patrimônio líquido.

CIA. NACIONAL - DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO


DO EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.X2 EM MILHARES DE R$
RESERVAS DE RESERVAS DE LUCROS Prejuízos Total
CAPITAL Acumulados
Capital Ágio na Produto da Reserva Para Reserva Reserva
Histórico
Realizado Emissão Alienação de Contingência Estatutária Legal
de Partes
Ações Beneficiárias
Saldo em
31.12.x1
Ajustes de
Exercícios
Anteriores:
efeitos de
mudança de
critérios
contábeis
retificação de
erros de
exercícios
anteriores
Aumento de
Capital:
com lucros e
reservas
por subscrição
realizada
Reversões de
Reservas:
de
contingências
de lucros a
realizar
Lucro Líquido

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do Exercício:
Proposta da
Administração
de Destinação
do Lucro:
Transferências
para reservas
Reserva legal
Reserva
estatutária
Reserva de
lucros para
expansão
Reserva de
lucros a
realizar
Dividendos a
distribuir
Saldo em
31.12.X2

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS (DOAR)

A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) era obrigatória, até


31.12.2007, para as companhias abertas e para as companhias fechadas com patrimônio
líquido, na data do balanço patrimonial, superior a R$ 1.000.000,00 (limite este
atualizado pela Lei nº 9.457/97), e indicava as modificações na posição financeira da
companhia. Não há obrigatoriedade, no Brasil, de apresentação da DOAR/Ambiental.

A DOAR foi extinta, a partir de 01.01.2008, pela Lei 11.638/2007. Entretanto, nada
impede da empresa elaborá-la e apresentá-la, juntamente com os indicadores
ambientais, pois não há restrição neste sentido.

Os financiamentos são representados pelas origens de recursos, e os investimentos pelas


aplicações de recursos, sendo que o significado de recursos aqui não é simplesmente o
de dinheiro, ou de disponibilidades, pois abrange um conceito mais amplo; representa
capital de giro líquido que, na denominação dada pela lei, é Capital Circulante Líquido.

FORMA DE APRESENTAÇÃO

A DOAR/Ambiental indicará as modificações na posição financeira da companhia,


discriminando:

1 - as origens dos recursos ambientais, agrupadas em:


a) lucro ambiental, acrescido de depreciação, amortização ou exaustão e ajustado pela
variação nos resultados de exercícios futuros;
b) realização do capital social com fins de aplicação no meio ambiente e contribuições
para reservas de capital;

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c) recursos de terceiros, originários do aumento do passivo exigível a longo prazo, da


redução do ativo realizável a longo prazo e da alienação de investimentos e direitos do
ativo imobilizado;

2 - as aplicações de recursos agrupadas em:


a) dividendos distribuídos;
b) aquisição de direitos do ativo imobilizado;
c) aumento do ativo realizável a longo prazo, dos investimentos e do ativo diferido;
d) redução do passivo exigível a longo prazo;

3 - o excesso ou insuficiência das origens de recursos em relação às aplicações,


representando aumento ou redução do capital circulante líquido;

4 - os saldos no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulantes, o montante


do capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício.

ORIGENS DE RECURSOS

As origens de recursos são representadas pelos aumentos no Capital Circulante Líquido,


e as mais comuns são:

a) Das próprias operações ambientais, quando as receitas (que geram ingressos de


capital circulante líquido) do exercício são maiores que as despesas, ou seja, resultam
do lucro líquido apurado exclusivamente das operações ambientais regulares.

Assim, se houver lucro, teremos uma origem de recursos, se houver prejuízo, teremos
uma aplicação de recursos.

b) Dos acionistas, pelos aumentos de capital integralizados pelos mesmos no exercício –


com objetivo específico de dar suporte à gestão ambiental, já que tais recursos
aumentaram as disponibilidades e, consequentemente, seu capital circulante líquido;

c) de terceiros, por empréstimos obtidos, pagáveis a longo prazo, bem como dos
recursos oriundos da venda a terceiros de bens do Ativo Permanente, ou de
transformação de Realizável a Longo Prazo em Ativo Circulante.

Os empréstimos feitos e pagáveis a curto prazo não são considerados como origem de
recursos para fins dessa demonstração, pois não alteram o Capital Circulante Líquido.
Nesse caso há um aumento de disponibilidades e, ao mesmo tempo, do Passivo
Circulante.

A depreciação, amortização ou exaustão, por representarem uma recuperação de fundos,


devem ser adicionadas ao lucro líquido apurado no exercício, para efeito de elaboração
da demonstração das origens e aplicações de recursos.

APLICAÇÕES DE RECURSOS

As aplicações de recursos são representadas pela redução do Capital Circulante Líquido


entre o início e o término de determinado período.

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As aplicações de recursos mais comuns que implicam na variação do Capital Circulante


Líquido são as seguintes:

1) Imobilizações

Ocorrendo a aquisição de bens para o Ativo Imobilizado, investimentos permanentes ou


aplicação de recursos no Ativo Diferido, tais fatos representam aplicação de recursos e,
consequentemente, refletem numa variação líquida negativa do Capital Circulante
Líquido.

2) Redução do Passivo Exigível a Longo Prazo

A amortização de empréstimos a longo prazo significa, em princípio, uma redução do


passivo exigível a longo prazo e representa uma aplicação de recursos. Por outro lado, a
obtenção de um novo financiamento representa uma origem de recursos.

Tendo em vista que o conceito de recursos é o de Capital Circulante Líquido, a mera


transferência de um saldo de empréstimo do Exigível a Longo Prazo para o Passivo
Circulante, por vencer no exercício seguinte, representa uma aplicação de recursos, pois
reduziu o Capital Circulante Líquido.

c) Remuneração de dividendos:

A remuneração de acionistas, decorrente de dividendos, representa uma aplicação de


recursos, refletindo numa variação negativa do Capital Circulante Líquido.

CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

O Capital Circulante Líquido é a diferença entre o ativo circulante (disponível, contas a


receber, estoques e despesas pagas antecipadamente) e o passivo circulante
(fornecedores, contas a pagar e outras exigibilidades do exercício seguinte) em
determinada data.

Quando o Ativo Circulante é maior do que o Passivo Circulante, tem-se um Capital


Circulante Líquido próprio.

Quando o Ativo Circulante é menor do que o Passivo Circulante, tem-se um Capital


Circulante Líquido negativo ou de terceiros.

TRANSAÇÕES QUE NÃO AFETAM O CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

Além das origens e aplicações relacionadas anteriormente, há inúmeros tipos de


transações efetuadas que não afetam o Capital Circulante Líquido, mas são
representadas como origens e aplicações simultaneamente, como por exemplo:

a) Aquisição de bens do Ativo Permanente (Investimentos ou Imobilizado) pagáveis a


Longo Prazo. Nesse caso, há uma aplicação pelo acréscimo do Ativo Permanente e, ao
mesmo tempo, uma origem pelo financiamento obtido pelo acréscimo no Exigível a
Longo Prazo no exercício, como se houvesse entrado um recurso que fosse
imediatamente aplicado;

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b) Conversão de empréstimos de longo prazo em capital, caso em que há uma origem


pelo aumento do capital e, paralelamente, uma aplicação pela redução do Exigível a
Longo Prazo, como se houvesse ingresso de recurso de capital aplicado na liquidação da
dívida;

c) Integralização de Capital em bens do Ativo Permanente, situação também sem efeito


sobre o Capital Circulante Líquido, mas representada na origem (aumento de capital) e
na aplicação (bens do Ativo Permanente recebidos), como se houvesse essa circulação
do recurso;

d) Venda de bens do Ativo Permanente recebível a Longo Prazo, operação que também
deve ser demonstrada na origem, como se fosse recebido o valor da venda e, na
aplicação, como se houvesse o empréstimo sido feito para recebimento a longo prazo;

e) Depreciação, amortização e exaustão. Tais valores, lançados como despesa do


exercício, diminuem o resultado, mas não reduzem o capital circulante líquido;
representam redução no Ativo Permanente e redução no Patrimônio Líquido, mas não
alteram os valores de Ativo e Passivo Circulantes. Desta forma, o valor desses itens
registrados no ano deve ser adicionado ao Lucro Líquido para apuração do valor efetivo
dos recursos gerados pelas próprias operações;

g) Lucro ou prejuízo registrado pelo método da equivalência patrimonial para


investimentos em coligadas ou controladas, esse resultado, que afeta o lucro da
investidora, não afeta o seu Capital Circulante Líquido. Por isso, na apuração da origem
de recursos das operações, esse valor deve ser diminuído do Lucro Líquido, se for
receita; ou a ele acrescentado, se for despesa;

h) Ajustes de exercícios anteriores; esses ajustes são registrados diretamente na conta de


Lucros ou Prejuízos Acumulados, não afetando, portanto, o Lucro Líquido do ano.
Neste caso, os ajustes são efetuados nos saldos iniciais do balanço, nas contas a que se
refere, como se já houvesse sido registrado nos anos anteriores, assim sendo, as origens
e aplicações de recursos do ano já ficarão expurgadas desse efeito;

i) Variações monetárias de dívidas de longo prazo, essas despesas afetam o lucro mas,
por reduzirem o Patrimônio Líquido e aumentarem o Exigível a Longo Prazo, não
alteram o Capital Circulante Líquido. Devem, por isso, também ser adicionadas ao
Lucro Líquido do exercício.

OCORRÊNCIA DE PREJUÍZO

Quando as operações ambientais consomem Capital Circulante Líquido, isso representa


uma aplicação e, como tal, deve ser apresentado na demonstração, no grupo de
aplicações, como o primeiro item do grupo. Isso ocorre quando a gestão ambiental está
gerando prejuízo.

ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE


RECURSOS AMBIENTAIS

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1º passo: obtenção do balanço ambiental, depois de todos os ajustes, na data de


encerramento do exercício, bem como do balanço de encerramento do exercício
anterior.

Exemplo:

Balanços ambientais da empresa Negocial S/A de 31.12.2002 e 31.12.2003 sejam os


apresentados a seguir:

ATIVO 31.12.2002 31.12.2003


Disponível 6.000,00 10.000,00
Duplicatas a Receber 20.000,00 30.000,00
Estoques 30.000,00 53.000,00
Despesas Antecipadas 4.000,00 7.000,00
SOMA 60.000,00 100.000,00
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 10.000,00 5.000,00
ATIVO PERMANENTE
Investimentos 30.000,00 40.000,00
Ativo Imobilizado 200.000,00 320.000,00
Ativo Diferido 24.000,00 40.000,00
SOMA 254.000,00 400.000,00
TOTAL DO ATIVO 324.000,00 505.000,00

PASSIVO 31.12.2002 31.12.2003


PASSIVO CIRCULANTE
Empréstimos 12.000,00 18.000,00
Fornecedores 10.000,00 15.000,00
Contas a Pagar 8.000,00 12.000,00
Provisão para Imposto de Renda 6.000,00 10.000,00
SOMA 36.000,00 55.000,00
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Empréstimos 120.000,00 155.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital 80.000,00 120.000,00
Reservas de Capital 24.000,00 55.000,00
Reservas de Lucros 23.000,00 40.000,00
Lucros Acumulados 41.000,00 80.000,00
SOMA 168.000,00 295.000,00
TOTAL DO PASSIVO 324.000,00 505.000,00

2º passo: apurar as variações dos saldos das contas, ou seja, a diferença líquida entre os
mesmos. Os grupos de Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido, por serem
credores, devem ser indicados como negativos. Como exemplo:

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CONTAS 31.12.2002 31.12.2003 VARIAÇÃO


Ativo Circulante 60.000,00 100.000,00 40.000,00
Passivo Circulante (36.000,00) (55.000,00) (19.000,00)
Capital Circulante Líquido 24.000,00 45.000,00 21.000,00
Realizável a Longo Prazo 10.000,00 5.000,00 (5.000,00)
PERMANENTE:
Investimentos 30.000,00 40.000,00 10.000,00
Ativo Imobilizado 200.000,00 320.000,00 120.000,00
Ativo Diferido 24.000,00 40.000,00 16.000,00
Exigível a Longo Prazo (120.000,00) (155.000,00) (35.000,00)
Patrimônio Líquido (168.000,00) (295.000,00) (127.000,00)
SOMA - - -

A soma três colunas deve ser igual a zero, como evidência de que se tomaram todas as
contas e se apuraram corretamente as variações.

O valor de R$ 21.000,00 é a variação no Capital Circulante Líquido, valor esse que se


pretende demonstrar como foi apurado. Por esse motivo, há que se apurar, para cada
uma das contas não-circulantes, a movimentação ocorrida.

3º passo: análise da composição das variações ocorridas em cada uma das contas, como
exemplificado a seguir.

a) Realizável a Longo Prazo:

Conforme o livro Razão da empresa é composto pelas contas abaixo e teve a seguinte
movimentação no período:

CONTAS SALDO ADIÇÕES BAIXAS SALDO


EM 31.12.2002 EM 31.12.2003

Empréstimos Compulsórios 2.500,00 1.000,00 -


3.500,00
Impostos a Recuperar 1.500,00 - -
1.500,00
Títulos a Receber 6.000,00 - (6.000,00) -
SOMA 10.000,00 1.000,00 (6.000,00) 5.000,00

Assim, os R$ 1.000,00 de adições representam uma aplicação de recursos, pois


reduziram o Capital Circulante Líquido, os R$ 6.000,00 de baixas nos Títulos a Receber
representam origem de recursos, e o líquido entre ambas é o que resultou na redução
nesse grupo no valor de R$ 5.000,00.

b) Investimentos

Esse grupo teve a seguinte movimentação:

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INVESTIMENTOS CONTROLADA EMPRESA EMPRESA TOTAL


"BETA" "A" "B"
Saldo em 31.12.2002 25.000,00 3.000,00 2.000,00 30.000,00
Integralizações na empresa 3.500,00 2.000,00 5.500,00
"BETA" e Empresa "A"

Baixa por venda do - - (2.000,00) (2.000,00)


investimento na empresa "B"

Participação no lucro da 8.000,00 - - 8.000,00


controlada BETA pelo
método da equivalência
patrimonial

Dividendos recebidos (1.500,00) - - (1.500,00)


Saldos em 31.12.2003 35.000,00 5.000,00 - 40.000,00

A variação líquida total no grupo de investimentos é a seguinte:

 A integralização em participações societárias no período, no valor de R$


3.500,00, representa uma aplicação, pois reduziu o Capital Circulante Líquido;
 a venda de investimentos (feita pelo mesmo valor de baixa) por R$ 2.000,00,
representa uma origem;
 o aumento nos investimentos relativo à participação no lucro da controlada, pelo
método da equivalência patrimonial, no valor de R$ 8.000,00, caracteriza um
aumento no Ativo Permanente, no entanto, tal aumento não reduziu o Capital
Circulante Líquido, pois sua contrapartida está em receita do exercício; assim
sendo, esse valor não entra como aplicação, mas como redução do Lucro
Líquido nas origens para se chegar aos valores oriundos das operações;
 os dividendos recebidos no valor de R$ 1.500,00 representam uma origem, pois
ingressaram na disponibilidade, aumentando o Capital Circulante Líquido.

c) Imobilizado

No Razão da empresa foi constatada a seguinte movimentação do imobilizado


ambiental em 2003:

CONTA SALDOS EM ADIÇÕES BAIXAS Transferências SALDOS


31.12.2002 EM
31.12.2003
Terrenos - -
30.000,00 9.000,00 39.000,00
Edifícios - 12.000,00
60.000,00 18.000,00 90.000,00
Máquinas e 10.000,00
equipamentos 170.000,00 110.000,00 (29.400,00) 260.600,00
Veículos -
20.000,00 11.700,00 (4.000,00) 27.700,00

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Obras em - (22.000,00)
andamento 30.000,00 55.000,00 63.000,00
SOMA -
310.000,00 203.700,00 (33.400,00) 480.300,00
Depreciação -
Acumulada (15.000,00) (7.700,00) - (22.700,00)
Edifícios
Máquinas e -
equipamentos (90.000,00) (50.000,00) 10.700,00 (129.300,00)
Veículos -
(5.000,00) (5.300,00) 2.000,00 (8.300,00)

SOMA -
Depreciações (110.000,00) (63.000,00) 12.700,00 (160.300,00)
Total líquido -
200.000,00 140.700,00 (20.700,00) 320.000,00

Conclui-se que houve uma variação líquida de R$ 120.000,00 no Imobilizado.

O valor das adições ao custo no valor de R$ 203.700,00 representa uma aplicação.

O valor da depreciação do ano no valor de R$ 63.000,00 deverá ser adicionado ao Lucro


Líquido para apurar a origem das operações, uma vez que não afetou o Capital
Circulante Líquido, pois foi lançada em conta de resultado.

d) Venda de Imobilizado

Considerando-se que as vendas do imobilizado foram efetuadas pelo valor de R$


50.000,00, temos:

Preço de venda R$ 50.000,00


Valor líquido dos bens baixados R$ 20.700,00
Lucro apurado R$ 29.300,00

Neste caso, o valor de venda de R$ 50.000,00 entra como origem e o lucro de R$


29.300,00 como redução do lucro líquido para determinar o ingresso efetivo de recursos
das operações.

e) Ativo Diferido

Esse grupo de contas apresentou a seguinte movimentação no período:

Histórico CUSTO AMORTIZAÇÃO TOTAL


LÍQUIDO
Saldo em 31.12.2002 24.000,00 - 24.000,00
Adições no exercício ao custo 21.000,00 - 21.000,00
Amortização do ano - (5.000,00) (5.000,00)

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Saldo em 31.12.2003 45.000,00 (5.000,00) 40.000,00

Assim, as adições no ano ao custo no valor de R$ 21.000,00 representam uma aplicação


e as amortizações no período, no valor de R$ 5.000,00 devem ser adicionadas ao Lucro
Líquido para apurar as origens das operações.

f) Exigível a Longo Prazo

Esse grupo de contas teve a seguinte movimentação no período:

Histórico BANCO "A" BANCO BANCO TOTAL


"B" "C"
Saldos em 31.12.2002 a longo 70.000,00 50.000,00 -
prazo 120.000,00
(+) Novos empréstimos 30.000,00 - 20.000,00
50.000,00
(+) Variações monetárias 25.500,00 13.000,00 3.000,00
41.500,00
(-) Transferências para o (25.000,00) (31.500,00) -
Circulante em 31.12.2003 (56.500,00)

Saldos em 31.12.2003 100.500,00 31.500,00 23.000,00 155.000,00

Neste caso, o valor do novo empréstimo no valor de R$ 50.000,00 representa uma


origem.

As variações monetárias lançadas em despesas financeiras não afetaram o Capital


Circulante Líquido, pois, na verdade, não houve o ingresso de recursos, devendo ser
adicionadas ao lucro líquido para se chegar aos recursos originados pelas operações.

A transferência para o circulante do valor de R$ 56.500,00 que representa efetivamente


uma aplicação, pois aumentou o Passivo Circulante, diminuindo o Capital Circulante
Líquido.

g) Patrimônio Líquido

As variações no Patrimônio Líquido são facilmente identificadas se a empresa tiver a


Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, pois tais variações são tão-somente
as transações que aumentaram ou diminuíram o patrimônio total do exercício;
transações essas que são extraídas da coluna total daquela demonstração.

Se a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresentasse os seguintes


dados:

Saldo em 31.12.2002 168.000,00


Integralização de capital 91.000,00
Lucro líquido do exercício 46.000,00

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Dividendos (10.000,00)
Saldo em 31.12.2003 295.000,00

A integralização de capital no valor de R$ 91.000,00 e o Lucro Líquido do exercício no


valor de R$ 46.000,00 representam origens de recursos.

Os dividendos no valor de R$ 10.000,00 representam uma aplicação de recursos.

Temos, assim, a composição líquida de todas as contas não circulantes, bastando agora
dispor cada valor, já de forma ordenada, na Demonstração de Origens e Aplicações de
Recursos, como segue:

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS


AMBIENTAIS
EXERCÍCIO FINDO EM 31.12.2003:

ORIGENS DE RECURSOS: Valor R$ Soma:

Das operações – Lucro Líquido do Exercício 46.000,00

Mais: Depreciação e amortização 68.000,00

Variações monetárias de empréstimo a longo prazo 41.500,00

Menos: Participação de R$ 8.000 no lucro da (6.500,00)


controlada, menos dividendos recebidos no valor de
R$ 1.500

Lucro na venda de imobilizado (29.300,00)


119.700,00
Dos acionistas:
Integralização de capital 91.000,00
91.000,00
De terceiros:
Ingresso de novos empréstimos 50.000,00

Baixa do imobilizado (valor de venda) 50.000,00

Venda de investimentos 2.000,00


Resgate de títulos a longo prazo 6.000,00
108.000,00
Total das Origens
318.700,00

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APLICAÇÕES DE RECURSOS

Aquisição de imobilizado 203.700,00


Adições ao custo no ativo diferido 21.000,00

Integralização de novos investimentos 5.500,00

Aumento em empréstimos compulsórios 1.000,00


231.200,00
Transferência para o passivo circulante dos 56.500,00
empréstimos a longo prazo 56.500,00

Dividendos propostos e pagos 10.000,00


10.000,00
Total das Aplicações
297.700,00
Variação no Capital Circulante Líquido
21.000,00

Demonstração do Aumento no
Capital Circulante Líquido:

Saldo em 31.12.2002 31.12.2003 Variação


Ativo Circulante 60.000,00 100.000,00 40.000,00
Passivo Circulante 36.000,00 55.000,00 (19.000,00)
Capital Circulante Líquido 24.000,00 45.000,00 21.000,00

INFORMAÇÕES NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

De acordo com a NBC T 15 - Informações de Natureza Social e Ambiental, nas


informações relativas à interação da entidade com o meio ambiente, devem ser
evidenciados:

a) investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para a melhoria


do meio ambiente;

b) investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de ambientes degradados;

c) investimentos e gastos com a educação ambiental para empregados, terceirizados,


autônomos e administradores da entidade;

d) investimentos e gastos com educação ambiental para a comunidade;

e) investimentos e gastos com outros projetos ambientais;

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f) quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos contra a


entidade;

g) valor das multas e das indenizações relativas à matéria ambiental, determinadas


administrativa e/ou judicialmente;

h) passivos e contingências ambientais.

Exemplo:

Nas demonstrações financeiras de 31.12.2004 da Cia. Ecológica, apresentou-se as


seguintes informações nas notas explicativas:

“Os investimentos e gastos com a interação ambiental da Cia. durante o exercício social
estão demonstrados nos anexos VII e VIII, sendo que o total de recursos alocados para o
meio-ambiente foi de R$ 25,9 milhões (R$ 18,7 milhões em 2003).”

ANEXO VII

INVESTIMENTOS E GASTOS AMBIENTAIS:


(em milhares de R$)
Descriminação Exercício Findo em:
31/12/2004 31/12/2003
Manutenção nos processos operacionais para a
melhoria do meio ambiente 5.400 3.200

Preservação ambiental 7.200 4.000

Recuperação de ambientes degradados 3.500 4.500


Educação ambiental para empregados e
colaboradores 1.500 1.000

Educação ambiental da comunidade 1.000 500


Outros projetos ambientais:

Programa Verde Vida - Preservação das Matas 5.100 4.000

Doações a ONG Ecológicas 2.200 1.500

TOTAL DE INVESTIMENTOS E GASTOS 25.900 18.700

ANEXO VIII – OUTRAS INFORMAÇÕES AMBIENTAIS

VIII.a - Quantidade de processos ambientais, administrativos e judiciais movidos contra


a entidade

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Em 31.12.2004, haviam 2 processos administrativos e 1 processo judicial movidos


contra a entidade, em decorrência da infração de dispositivos ambientais. As multas
decorrentes de tais processos, no valor total atualizado de R$ 2,5 milhões (R$ 1,9
milhões em 31.12.2003) estão contabilizadas no balanço, como provisão para
contingências ambientais, no passivo circulante. A administração mantém os recursos
administrativos e jurídicos contra tais multas, sendo as probabilidades de êxito incertas.

VIII.b - Passivos e Contingências Ambientais

No balanço de 31.12.2004 estão provisionados R$ 7,7 milhões (R$ 9,1 milhões em


31.12.2003) relativamente a passivos e contingências ambientais, assim discriminados:

(valores em milhares de R$) Exercício Findo em:


Descriminação 31/12/2004 31/12/2003

Multas Ambientais Questionadas 2.500 500

Provisão de Gastos - Recuperação de Matas 4.900 8.400

Outros Passivos Ambientais 300 200


TOTAL DE PASSIVOS E CONTINGÊNCIAS
AMBIENTAIS 7.700 9.100

FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA – O IMPACTO DOS CUSTOS AMBIENTAIS

Um cuidado permanente que deve ter a contabilidade é alocar de forma mais precisa e
direta possível os custos ambientais para os produtos que, de fato, impactam o meio-
ambiente e exigem os investimentos e/ou formam as contingências observadas.

Quando há vários produtos, se alocarmos todos os custos por um único padrão,


estaremos possivelmente dividindo custos ambientais por determinados itens que tem
menor impacto ambiental, subsidiando assim outros que ambientalmente são mais
onerosos.

A formação do custo de tais produtos deve ser seccionada de forma a contemplar uma
evidenciação direta dos gastos ambientais, permitindo assim aos gestores da entidade
produtiva ter informações mais precisas para determinação do preço de venda.

Exemplo:

A Cia. Custeamento Ambiental industrializa 2 produtos, A e B. O produto A é


ecologicamente menos poluente, e não exige qualquer instalação adicional para
tratamento residual. Já o produto B gera efluentes tóxicos, que devem ser tratados. O
custo de tratamento, incluindo mão de obra, materiais, depreciação, seguro das
instalações, contingências e outros custos ambientais é de R$ 500.000,00 mensais.

Admitindo-se que tanto a produção mensal de A quanto a de B é de 10.000 unidades, e


que os demais custos alocados a cada produto correspondem a R$ 1.000.000,00

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mensais, teremos a seguinte planilha de custos, rateando-se os custos ambientais de


forma proporcional à produção ocorrida:

Apuração do Custo de Produção Total - Método Rateio Geral


Mês de: out/04
Descrição Valores R$
Produto A Produto B Total

Gastos de Produção 1.000.000,00 1.000.000,00 2.000.000,00

Gastos Ambientais 250.000,00 250.000,00 500.000,00

Custos Totais Alocados 1.250.000,00 1.250.000,00 2.500.000,00

Unidades Produzidas 10.000 10.000 20.000


Custo de Produção Unitário 125,00 125,00

Agora, vamos elaborar o custo de forma que os gastos ambientais sejam alocados
diretamente ao produto que gera o custo respectivo:

Apuração do Custo de Produção Total - Método Alocação Direta


Ambiental
Mês de: out/04
Descrição Valores R$
Produto A Produto B Total

Gastos de Produção 1.000.000,00 1.000.000,00 2.000.000,00

Gastos Ambientais - 500.000,00 500.000,00

Custos Totais Alocados 1.000.000,00 1.500.000,00 2.500.000,00

Unidades Produzidas 10.000 10.000 20.000


Custo de Produção Unitário 100,00 150,00

Pelo exemplo citado, constata-se uma variação de 50% do custo do produto B em


relação ao produto A. Em relação à alocação indireta de custos, a conclusão era que
ambos os produtos tinham o mesmo custo de fabricação!

Constata-se assim a importância da contabilidade ambiental e a contabilidade de custos


terem tratamento adequado, de forma a evitar incorreções que prejudiquem a avaliação
financeira-econômica de cada produto.

Deve-se sempre alocar os custos ambientais de forma direta aos produtos que os
geraram. Quando isso não for possível, é imprescindível que o método de rateio seja o
mais imparcial possível, de forma a não onerar os produtos que ecologicamente tem
menor impacto ambiental.

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BIBLIOGRAFIA

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contabilidade. Anais do XI Congresso Brasileiro de Contabilidade. CFC – Goiânia,
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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988.
Organização dos textos, notas remissivas e índices por Juarez de Oliveira. 11.ed.
São Paulo: Saraiva, 1995.
CANÇADO, Patrícia. Em defesa do verde e das verdinhas. Forbes Brasil, São Paulo,
ano.2, n.28, p.33-37, 15.ago.2001.
CEDANO, Luis Romo, RAÍCES, Carlos. Natural e lucrativo. América Economia, [s.l.],
n.5, p.56-57, jan.1999.
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standards No.5 – Accounting for Contingencies, mar.1975.
FERREIRA, Aracéli Cristina de Souza. Uma contribuição para a gestão econômica do
meio ambiente – um enfoque de sistema de informações. Tese (Doutorado em
Contabilidade) – Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade.
Universidade de São Paulo, 1998.
IBRACON – Normas e Procedimentos de Auditoria – NPA11 – “Balanço e Ecologia”.
1996.
INSTITUTO ETHOS. Perguntas e respostas.
http://www.ethos.org.br/pri/princ/prespostas/index.asp, 20/09/01.
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KRAEMER, Maria Elizabeth Pereira. Contabilidade Ambiental como sistema de
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ZANLUCA, Júlio César. Contabilidade Empresarial. Obra Eletrônica Atualizável.
Curitiba: Portal Tributário Editora, 2003/2008.
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