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15/09/2023

CONTABILIDADE RURAL

Aspectos Contábeis

2023

Prof. MSC. ADILSON TORRES

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Prof. Adilson Torres


Mestre em Administração: Universidade Metodista
Piracicaba -UNIMEP - SP.
MBA – Gestão Industrial: FGV - RJ.
Especialista em Contabilidade & Finanças: FECON –MG
Especialista em IFRS e NIAS: FIPECAFI - SP
Bacharel em Ciências Contábeis: UNIFAE - SP.
Consultor Empresarial certificado pela: Thompson Management Horizons do Brasil (TMH) - São
Paulo.
Docente Convidado MBA: IPOG, BSSP, BLUE TAX/FAI, FUNDACE USP-FEARP, FBT, FCA – UNICAMP,
UNISC.
Diretor: Torres Contabilidade Ltda (Capacitadora na PEC / CFC)
Instrutor e palestrante: Cursos EaD (conteudista e tutor). Cursos Presenciais e Palestras: CRCMG,
CRCSP, CRCRJ, SESCON SP, Sescon Campinas, Sescon Ribeirão Preto, ABAT SP, FIEMG/CIEMG,
OCEMG
Colunista na área contábil: Revistas e Sites.
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Atividade e Empresa Rural


(caracterização)

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Dentro da Porteira

• Atividade agrícola compreende uma série de atividades (PRODUÇÃO),


por exemplo, aumento de rebanhos, silvicultura, colheita anual ou
constante, cultivo de pomares e de plantações, floricultura e cultura
aquática (incluindo criação de peixes).

• Todavia a cadeia da agricultura existe antes da porteira (fertilizantes e


equipamentos) e depois da porteira (beneficiamento e armazenagem).

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Características Comuns
•CAPACIDADE DE MUDANÇA. Animais e plantas vivos são capazes de transformações
biológicas;

•GERENCIAMENTO DE MUDANÇA. O gerenciamento facilita a transformação biológica,


promovendo, ou pelo menos estabilizando, as condições necessárias para que o processo ocorra
(por exemplo, nível de nutrientes, umidade, temperatura, fertilidade, luz).

•Tal GERENCIAMENTO é que distingue as ATIVIDADES AGRÍCOLAS de outras atividades. Por


exemplo, colher de fontes não gerenciadas, tais como pesca no oceano ou desflorestamento,
não é atividade agrícola; e

•MENSURAÇÃO DA MUDANÇA. A mudança na qualidade (por exemplo, mérito genético,


densidade, amadurecimento, nível de gordura, conteúdo proteico e resistência da fibra) ou
quantidade (por exemplo, descendência, peso, metros cúbicos, comprimento e/ou diâmetro da
fibra e a quantidade de brotos) causada pela transformação biológica ou colheita é mensurada e
monitorada como uma FUNÇÃO ROTINEIRA DE GERENCIAMENTO.
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Atividades consideradas rurais

A agricultura; a pecuária; a extração e a exploração vegetal e animal; a exploração de


atividades zootécnicas; o cultivo de florestas que se destinem ao corte para
comercialização, consumo ou industrialização; a venda de rebanho de renda,
reprodutores ou matrizes;

A transformação de produtos decorrentes da atividade rural, tais como: beneficiamento


de produtos agrícolas; transformação de produtos agrícolas; transformação de produtos
zootécnicos; transformação de produtos florestais; produção de embriões de rebanho
em geral.

TIPOS SOCIETÁRIOS

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Tipo Societário (Código Civil)

• Sociedade Anônima
• Sociedade Empresária Ltda
• EIRELI
• Sociedade Unipessoal (SLU)
• Empresário
• Pessoa Física

CONTRATOS ESPECIAIS

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Contratos Agrários (Regulamentação)


Estatuto da Terra Lei n. 4.504/64 – Regulamentada pelo Decreto n. 59.566/66 e alterada pela Lei n. 11.443/07

Obs. Reflexos no IR e no Funrural

• Arrendamento Rural (CC – Lei n. 10.406/2.002) - Locação


• Parceria Rural
• Empreitada
• Comodato
• Terceirização (Cessão de Mão de Obra) - Lei n. 13.429/2.017 (Pejotização)
• Integração (Vertical) – Lei n. 13.288/2.016 (agroindústria x produtor)

• Obs.: IN 971/2009 – empreitada ou cessão de mão de obra – retenção INSS (substituída


pela IN RFB n. 2110/2022)

Especificidades no
Agronegócio - IRPJ

Reforço e Complemento

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Benefícios fiscais (Lucro Real)


.

a) depreciação de bens do ativo imobilizado, exceto terra nua, adquiridos


para uso nessa atividade, integralmente no ano da aquisição.
(Art. 325 do RIR/2018);

b) não-sujeição ao limite de 30% do lucro real, para fins de compensação


de prejuízos fiscais de períodos-base anteriores, apurados na atividade
RURAL.

(Art. 583 do RIR/2018).

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4. Aspectos Contábeis e
Tributário
(Lucro Societário – NBCTG 29 versus Lucro Fiscal – RIR/2018)

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Contabilidade do Agronegócio

Visão Geral da Contabilidade


Atividade Especial
Aspectos Anteriores ao IFRS / CPC / NBC

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I. Atividade Rural
a. Empresas Rurais (tipos de exploração)
b. Conceitos na Agricultura e Pecuária
b. Ano Agrícola X Ano Social (Balanço)
c. Atividade Agrícola e Atividade da Pecuária
d. Formas Jurídicas de Exploração na Agropecuária
e Tributação dos Resultados
e. Contratos Rurais
f. Ativos Biológicos e Produto Agrícola

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II. Fluxo Contábil na Agricultura

a. Contabilização de Culturas Temporárias (Ativo Biológico)


b. Contabilização de Culturas Permanentes (Planta Portadora)
c. Conceitos: custos, despesas e investimentos rurais
d. Depreciação e Perdas Extraordinárias: conceitos aplicados ao
agronegócio (utilização dos recursos)

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Cultura Temporária –
Lançamentos Contábeis

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Cultura Permanente –
Lançamentos Contábeis

III. Depreciação na Atividade do Agronegócio

a. Vida útil dos ativos fixos (Representação Fidedigna: NBC 27)


b. Aspectos Contábeis e Fiscais (NBC x IRPJ)
c. Depreciação da Cultura Permanente e dos Implementos
Agrícolas (NBC 27 – custo)
d. Depreciação na Pecuária
e. Ativos sujeitos a Exaustão e Amortização
f. Arrendamentos (Direito de Uso): NBC/CPC n. 06

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IV. Contabilização de Eventos na Agricultura

a. Plano de Contas Rural (Unidades de Negócio)


b. Apuração do custo e controles de estoques
c. Avaliação dos Estoques (Custo x AVJ: Valor Justo)
d. Variações na atividade rural
e. Contabilização do eventos econômicos: custos,
despesas, estoques e ativos fixos (Contab. Custos)

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V. Contabilização de Eventos na Pecuária

a. Atividade da Pecuária
b. Balanço Patrimonial: classificação do gado
(destinação)
c. Plano de contas da pecuária: curto e longo prazo
(ciclo operacional)
d. Variações patrimoniais na atividade da pecuária
e. Avaliação dos Estoques pelo Custo X Mercado
f. Custo na pecuária (Custos e AVJ – Valor Justo)

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CASO: Valor Justo

• Para fins contábeis o “Valor Justo” ´é regulado pela NBC T 46 (R2):


Mensuração do valor justo. Esse conceito nos remente à ideia de algo
que representa uma justiça na mensuração.

• Porém, o valor justo seria do ponto de vista de quem? De qual


interessado?

Novas Normas Contábeis


Atividade Rural

IAS (IFRS) 41 / CPC 29


NBC TG 29 (R2)
NBC TG 1000 (R1) PME- Seção 34

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IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE NO AGRONEGÓCIO

• Este segmento é grande demandante de Crédito (Crédito


Rural)

• Portanto, é cada vez mais comum observar produtores rurais


elaborando Demonstrações Financeira na PESSOA FÍSICA, de
acordo com as IFRS, para obter crédito mais facilitado e com
taxas de juros menores. Mas, ainda é necessário superar
muitas barreiras CULTURAIS.

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NBT TG 29 (R2)

Visão Geral

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Objetivo
O objetivo desta Norma é estabelecer o tratamento
contábil, e as respectivas divulgações, relacionados
aos ativos biológicos e aos produtos agrícolas.

• (a) ativos biológicos, exceto plantas portadoras;


• (b) produção agrícola no ponto de colheita;
• (c) subvenções governamentais previstas nos itens 34
e 35.

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Esta Norma não é aplicável em:


1. terras relacionadas com atividades agrícolas (ver NBC TG 27 – Ativo
Imobilizado e NBC TG 28 – Propriedade para Investimento).

2. plantas portadoras relacionadas com a atividade agrícola (ver NBC TG 27).


Contudo, esta norma aplica-se ao produto dessas plantas portadoras;

3. subvenção e assistência governamentais relacionadas às plantas


portadoras (ver NBC TG 07)

4. ativos intangíveis relacionados com atividades agrícolas (ver NBC TG 04 –


Ativo Intangível

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Limitação da Norma
• Esta Norma deve ser aplicada para a produção agrícola, assim
considerada aquela obtida no momento e no ponto de colheita dos
produtos advindos dos ativos biológicos da entidade.

• Após esse momento, a NBC TG 16 – Estoques, ou outra norma mais


adequada, deve ser aplicada.

• Ela não trata do processamento dos produtos agrícolas após a


colheita, como, por exemplo, o processamento de uvas para a
transformação em vinho por vinícola, mesmo que ela tenha cultivado
e colhido a uva

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Principais Conceitos e Exemplos

Ativos Biológicos
Planta Portadora

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• Atividade agrícola é o gerenciamento da transformação biológica e


da colheita de ativos biológicos para: venda ou para conversão em
produtos agrícolas ou em ativos biológicos adicionais, pela entidade.

• Produção agrícola é o produto colhido de ativo biológico da entidade.

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• Ativo biológico é um animal e/ou uma planta, VIVOS.

• Transformação biológica compreende o processo de crescimento,


degeneração, produção e procriação que causam mudanças qualitativa e
quantitativa no ativo biológico.

• Despesa de venda são despesas incrementais diretamente atribuíveis à venda


de ativo, exceto despesas financeiras e tributos sobre o lucro.

• Grupo de ativos biológicos é um conjunto de animais ou plantas vivos


semelhantes.

• Colheita é a extração do produto de ativo biológico ou a cessação da vida desse


ativo biológico.

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Definições Adicionais

• Ativos biológicos podem ser classificados como maduros ou


imaturos.

• Os maduros são aqueles que alcançaram a condição para serem


colhidos (ativos biológicos consumíveis) ou estão aptos para
sustentar colheitas regulares (ativos biológicos de produção).

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Definições Adicionais
• Ativos biológicos consumíveis são aqueles passíveis de serem COLHIDOS como
produto agrícola ou vendidos como ativos biológicos. Exemplos de ativos
biológicos consumíveis são os rebanhos de animais mantidos para a produção
de carne, rebanhos mantidos para a venda, produção de peixe, plantações de
milho e trigo, produto de planta portadora e árvores para produção de madeira.

• Ativos biológicos para produção são os demais tipos como, por exemplo:
rebanhos de animais para produção de leite; árvores frutíferas, das quais é
colhido o fruto.

• Ativos biológicos de produção (plantas portadoras) não são produtos agrícolas,


são, sim, mantidos para produzir produtos.

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Definições Adicionais
• Ativos biológicos consumíveis como produto Agrícola:
• Há a extração total. Ex. Mandioca, milho, soja, trigo, carne in natura.

• Produto Agrícola extraído de um ativo biológico:


• Ex. leite, lã, etc. Nesse cenário o ativo biológico não é totalmente extraído, e
irá proporcionar produções futuras de novos produtos agrícolas. Os gasto
com a formação é Ativo Não Circulante.

• Produto Agrícola extraído de Planta Portadora:


• Ex. Uva, café, laranja, etc.

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Não são Ativos Biológicos


1. Plantações de Milho que servem para fins de pesquisa e melhoramento
genético.

2. Plantas Portadoras.

3. Animais de Trabalho.

4. Plantas e animais para fins de ornamento.

Motivo: esses ativos não tem finalidade comercial, portanto são imobilizados
(CPC 27), e avaliados a custo.

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Transformação biológica
• mudanças de ativos por meio de:

(i) crescimento (aumento em quantidade ou melhoria na qualidade


do animal ou planta),
(ii) degeneração (redução na quantidade ou deterioração na
qualidade de animal ou planta) ou
(iii) procriação (geração adicional de animais ou plantas); ou

• produção de produtos agrícolas, tais como:

látex, folhas de chá, lã, leite.

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Planta portadora
Planta portadora é uma planta viva que (é um imobilizado, como se
fosse uma máquina) :

• (a) é utilizada na produção ou no fornecimento de produtos agrícolas;

• (b) é cultivada para produzir frutos por mais de um período; e

• (c) tem uma probabilidade remota de ser vendida como produto agrícola,
exceto para eventual venda como sucata.

• Quando as plantas portadoras que não são mais utilizadas para a produção
de produtos, elas podem ser cortadas e vendidas como sucata, por exemplo,
para uso como lenha.

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Não são plantas portadoras


• (a) plantas cultivadas para serem colhidas como produto agrícola
(por exemplo, árvores cultivadas para o uso como madeira);

• (b) plantas cultivadas para a produção de produtos agrícolas, quando


há a possibilidade maior do que remota de que a entidade também vai
colher e vender a planta como produto agrícola, exceto as vendas de
sucata como incidentais (por exemplo, árvores que são cultivadas por
seus frutos e sua madeira); e

• (c) culturas anuais (por exemplo, milho e trigo).

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Reconhecimento e mensuração

Ativo Biológico
Produto Agrícola

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• A entidade deve RECONHECER um ativo biológico ou


produto agrícola quando, e somente quando:

• controla o ativo como resultado de eventos passados;

• for provável que benefícios econômicos futuros


associados com o ativo fluirão para a entidade; e

• o valor justo ou o custo do ativo puder ser mensurado


confiavelmente.
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Valor Justo: limitação


• Há uma premissa de que o valor justo dos ativos biológicos pode ser
mensurado de forma confiável.

• Contudo, tal premissa pode ser rejeitada no caso de ativo biológico


cujo valor deveria ser cotado pelo mercado, porém, este não o tem
disponível e as alternativas para mensurá-los não são, claramente,
confiáveis. Talvez, nem possa ser reconhecido.

• Em tais situações, o ativo biológico deve ser mensurado ao custo,


menos qualquer depreciação e perda por irrecuperabilidade
acumuladas.

• Obs.: pode ser rejeitada somente no reconhecimento inicial


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• Em atividade agrícola, o CONTROLE PODE SER EVIDENCIADO, por exemplo, pela


propriedade legal do gado e a sua marcação no momento da aquisição, nascimento ou
época de desmama.

• Os BENEFÍCIOS ECONÔMICOS FUTUROS são, normalmente, determinados pela


mensuração dos atributos físicos significativos. E termina, por exemplo quando o
animal morre.

• O ATIVO BIOLÓGICO deve ser MENSURADO ao valor justo menos a despesa de venda
no momento do reconhecimento inicial e no final de cada período de competência,
exceto para os casos descritos no item 30, em que o valor justo não pode ser
mensurado de forma confiável.

• O PRODUTO AGRÍCOLA colhido de ativos biológicos da entidade deve ser mensurado


ao valor justo, menos a despesa de venda, no momento da colheita. O valor assim
atribuído representa o custo, no momento da aplicação da NBC TG 16 – Estoques, ou
outra norma aplicável.

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Exemplo de reconhecimento:

• Quando deve ser reportada a existência de um bezerro, por


nascimento?

• No nascimento ou no desmame?

• Resp.: como somente no desmame ocorre a independência


do bezerro e relação a vaca, e o controle do proprietário,
que pode vender o animal. Portanto: esse é o momento
apropriado.

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• A mensuração do valor justo de ativo biológico ou produto


agrícola pode ser facilitada pelo agrupamento destes,
conforme os atributos significativos reconhecidos no
mercado em que os preços são baseados, por exemplo, por
idade ou qualidade.

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Valor a Custo e Valor Justo

• A mensuração a valor justo é importante no setor agrícola, que é


forte na negociação de produtos com mercados ativos
(commodities).

• Exemplo: boi magro adquirido para engorda, e avaliado ao custo.


A riqueza não pode ser capturada nas oscilações de preço e
peso.

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Assimetria da Informação Contábil


• Objetivo de Investidores e Credores:

• Informação para tomada de decisão , com elementos futuros, com o


uso de Estimativas.

• Objetivo do Governo (Fisco):

• Informação do passado, o valor do lucro para cobrar impostos.

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Exemplo: Valor do Plantel de Bois

• Representação da riqueza do produtor rural:

• Valor da cotação da arroba do boi no Mercado


X

• a Quantidade de arrobas que o plantel possui no


momento da avaliação.

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Ciclo do Ativo Biológico


Desreconhecimento
• Todo animal e todo vegetal enquanto estiverem vivos são ativos
biológicos, se estiverem ligados a atividade agrícola.

• Exemplo: boi, bezerro, soqueira de cana-de-açúcar, plantação de


milho, eucalipto em pé (vivos).

• Todavia, quando deixam de estar vivos, por abate ou colheita,


deixam de ser ativos biológicos e PASSAM A SER CLASSIFICADOS:
produto agrícola (estoques CPC 16) ou são baixados.

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Exemplo Práticos de Reconhecimento


1. Nasceu bezerro (corte): não reconhece, apenas no desmame.
2. Compra vaca leiteria, mas não vende leite: não ativo biológico
e sim estoque.
3. Pés de café florescem: já é planta portadora, agora, com início
da produção, reconhece o ativo biológico: fruto.
4. Colheita do milho: reconhece o produto agrícola e baixa o
ativo biológico (planta).
5. Plantio de mudas de eucalipto para colheita única daqui a
sete anos: não será planta portadora (imobilizado), porque
haverá apenas um corte, neste caso será ativo biológico.
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Exemplo Práticos de Reconhecimento


6. Plantio de soja – preparo solo: ainda não pode reconhecer o
ativo biológico.
7. Compra e marcação de cabeças de gado – engorda: serão
reconhecidos ativos biológicos.
8. Compra de colmeias de abelha – para polinização de árvores:
serão ativos biológicos.
9. Touro alugado para cobrir fêmeas – aluguel será pago com
bezerros desmamados: não há ativo biológico porque falta o
controle.

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Diferenciação: Ativo Biológico e Planta Portadora

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MENSURAÇÃO DE ATIVOS BIOLÓGICOS


(NBC TG 29 - Agricultura)

Os Ativos Biológicos devem ser mensurado ao Valor Justo (-) Despesas com Vendas.

Valor obtido no Mercado onde a empresa vende seus ativos (valor de venda) sempre na DATA
DO BALANÇO. Mercado em condições normais e sem haver pressões significativas. Ou com base
em Ajustes e Estimativas.

Todavia, em termos de mercado, pode não haver preço de mercado para todas as fases de vida
do ativo biológico.

Em Casos EXCEPCIONAIS e apenas no Reconhecimento Inicial: pode alternativamente adotar o


Custo Histórico (-) Depreciação e Impairment. Na Compra, No Nascimento, Na Doação ou Na
Aquisição do Controle.

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MENSURAÇÃO DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS


(Estoque NBC TG 29 Agricultura e NBC TG Estoque)

1. De acordo com o item 13 da NBC TG 29: o Produto Agrícola colhido de Ativos Biológicos
deve ser mensurado ao Valor Justos (-) Despesas de Vendas, no momento da Colheita.

2. A partir da Colheita o Produto Agrícola recebe o tratamento da NBC TG 16 – Estoques.

3. Caso a produtora adquirisse o produto de terceiros (ex. saca café), este produto seria
classificado direto com Estoque (ao custo).

4. No caso de existir Contrato de Venda definido hoje para Venda Futura, esse valor não é o
Valor Justo, ou seja Preço a Vista.

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MENSURAÇÃO DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS

4. Se não haver benefícios futuros associados com produto agrícola, como por exemplo,
praga ou deterioração do produto, o produto agrícola não poderá ser reconhecido, e
uma perda dever ser reconhecida nas DESPESAS.

5. Produto Agrícola em Processo (etapa pós colheita): os custos devem ser alocados pelo
Sistema de Custeio por Absorção: custo de aquisição + custo de transformação, o rateio
de custos comuns. E ainda, os todos os gastos para formar LOTES mínimos de venda.

6. Não faz parte do custo as despesas: perdas anormais, gastos com armazenagem,
administrativas e comerciais.

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MENSURAÇÃO DOS PRODUTOS AGRÍCOLAS

Caso Especial de Cooperativas de Produtores e Comerciantes de Commodities (Broker-


traders)

São os comerciantes que compram ou vendem commodities para terceiros ou por


conta própria. Neste caso, não se aplica a NBC TG 16 (Estoque), e sim a NBC TG 29
(Agricultura), e são avaliados ao Valor Justo (VER EXEMPLO)

No caso de Cooperativas, os estoques em depósito são controlados em Contas de


Compensação, e devem ser divulgados em N.E., e ainda assim, estão sujeitas ao Valor
Justo.

Contabilização: D. Recebimento em Depósito de Associado (A)


C. Depósito de Associado a Liquidar (P)
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MENSURAÇÃO DE PLANTA PORTADORA


(Imobilizado NBC TG 27)

• Plantas portadoras são ativos biológicos não consumíveis, sendo mantidas unicamente
para gerar ou produzir outros ativos (produção agrícola).

• Normalmente não pode ser vendido e no final de vida útil, o valor residual é madeira,
para ser usada como lenha.

• A “construção do ativo”, plantas portadoras, ocorre pela contabilização das atividades


voltadas ao desenvolvimento da planta, e devem ser mensuradas ao CUSTO.
• Ex.: preparo do solo, adubação e preparo, plantio, irrigação, tratamento fitossanitário e
manutenção para crescimento.

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NBC TG 46 – Valor Justo


Hierarquia e Limitações
• Mensurações de Nível 1: são mais objetivas e partem sempre de observações
no mercado ativo.

• Mensurações de Nível 2: começam a ter uma carga de subjetividade, pois


ajustes às variáveis de mercado são necessárias na cotação.

• Mensurações de Nível 3: são bastante subjetivas e sujeitas ao Gerenciamento


de Resultado, por serem basicamente informações de Valuation.

• Portanto demandam muitas divulgações qualitativas.

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Exemplo Prático

Avaliação e Contabilização
Ativo Biológico, Planta Portadora e
Produto Agrícola

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•Detalhes da Memória de Cálculo

• 1) Depreciação Anual
• R$ 10.000,00 / 50 anos = R$ 200,00

• 2) Cálculo do AVJ – Uva


• 200 Kg X R$ 10,00 Kg = R$ 2.000,00 (mercado)
• Valor do Custo: R$ 1.500,00 + R$ 200,00 = R$ 1.700,00
• AVJ: R$ 2.000,00 – R$ 1.700,00 = R$ 300,00

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DEPRECIAÇÃO
Composição de Produto Gasto para o Período

•Custo •Despesa

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Depreciação, Exaustão e Amortização


• Conceitos - Lei 6.404/76 alterada pela Lei 11.941, de 2009:

• Art. 183 - § 2: A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível
será registrada periodicamente nas contas de:

• a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por
objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da
natureza ou obsolescência;
• b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na
aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com
existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização
por prazo legal ou contratualmente limitado;
• c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração,
de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados
nessa exploração.

66

33
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Definição
• A legislação do Imposto de Renda considera como encargos de depreciação, amortização
ou exaustão do Ativo Não Circulante as perdas que a pessoa jurídica suporta em
decorrência da diminuição do valor dos bens do Imobilizado, da diminuição de valor dos
elementos decorrente da exploração de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou
florestais e da recuperação contábil do capital aplicado em despesas que contribuam para
a formação do resultado de mais de um período de apuração.

• A Lei 11.638/2007 e a Lei 11.941/2009 introduziram, a partir de 1-1-2008, o processo de


harmonização das normas contábeis brasileiras aos padrões internacionais de
contabilidade.

• Coma introdução dessas novas práticas contábeis, as depreciações e amortizações devem


ser efetuadas com base em estimativas de vida útil econômica dos bens que podem
acarretar diferenças em relação àquelas fixadas pela legislação do Imposto de Renda
(Arts 317 a 338 do RIR/2018).

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INÍCIO DA DEPRECIAÇÃO
• A empresa pode iniciar o cômputo dos encargos de depreciação a partir do
mês em que o bem for instalado, posto em serviço ou em condições de
produzir.

• TAXAS ANUAIS

• A Secretaria da Receita Federal, por intermédio das Instruções Normativas


162/98 e 130/99, divulgou relação de bens e respectivos prazos de vida útil
e taxa de depreciação, para fins de determinação da quota a ser registrada
na escrituração da pessoa jurídica.

• (Anexo III da IN RFB n. 1700/2017, art 124) alterações pela INSTRUÇÃO


NORMATIVA RFB Nº 1881, DE 03 DE ABRIL DE 2019
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DEPRECIAÇÃO
VIDA ÚTIL
VALOR RESIDUAL
LAUDO TÉCNICO

70 70

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Critérios para depreciar:

71 71

A VIDA ÚTIL DE UM ATIVO É DEFINIDA EM TERMOS DA UTILIDADE


ESPERADA do ativo para a entidade.

A política de gestão de ativos da entidade pode considerar a alienação


de ativos após um período determinado ou após o consumo de uma
proporção específica de benefícios econômicos futuros incorporados no
ativo.

POR ISSO, A VIDA ÚTIL DE UM ATIVO PODE SER MENOR DO QUE A SUA
VIDA ECONÔMICA.

A estimativa da vida útil do ativo é uma questão de julgamento


baseado na experiência da entidade com ativos semelhantes.

Terrenos e edifícios são ativos separáveis e são contabilizados


separadamente, mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente.
72

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Vida Útil e Taxas Fiscais

IFRS X IRPJ
Depreciação Incentivada Rural
Valor Residual

73 73

74 74

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75 75

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Impairment

Valor Justo x Valor Contábil


Laudo
Contabilização Perda
Reversão da Perda

77 77

Identificação de ativo que pode estar desvalorizado


• O ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede seu valor recuperável.
• Os itens 12 a 14 (da norma) descrevem algumas indicações de que essa perda possa
ter ocorrido.

• Se qualquer dessas situações estiver presente, a entidade deve fazer uma estimativa
formal do valor recuperável. Exceto conforme descrito no item 10 (da norma), este
Pronunciamento Técnico não requer que a entidade faça uma estimativa formal do
valor recuperável se não houver indicação de possível desvalorização.

• A entidade deve avaliar ao fim de cada período de reporte, se há alguma indicação de


que um ativo possa ter sofrido desvalorização. Se houver alguma indicação, a entidade
deve estimar o valor recuperável do ativo.

78

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Mensuração do valor recuperável


• Este Pronunciamento define valor recuperável como o maior valor entre o valor justo
líquido de despesas de venda de um ativo ou de unidade geradora de caixa e o seu
valor em uso. Os itens 19 a 57 estabelecem as exigências para mensuração do valor
recuperável. Essas exigências usam o termo “um ativo”, muito embora se apliquem
igualmente a um ativo individual ou a uma unidade geradora de caixa.

• É possível mensurar o valor justo líquido de despesas de alienação, mesmo que não
haja preço cotado em mercado ativo para ativo idêntico.

• Entretanto, algumas vezes não é possível mensurar o valor justo líquido de despesas de
alienação porque não há base para se fazer estimativa confiável do preço pelo qual uma
transação ordenada para a venda do ativo ocorreria entre participantes do mercado na
data de mensuração sob condições atuais de mercado. Nesse caso, o valor em uso
pode ser utilizado como seu valor recuperável
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Redução ao Valor Recuperável de Ativos

• A perda por desvalorização ocorre quando o valor contábil de ativo


EXCEDE SEU VALOR RECUPERÁVEL.

• se, o valor recuperável do ativo for menor que seu valor contábil, a
entidade deve reduzir o valor contábil do ativo para seu valor recuperável.
Essa redução é uma perda por desvalorização.

• NOVA AVALIAÇÃO: REVERSÃO é limitada ao valor da perda por


desvalorização original

80 80

40
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ano 1 Ano 2 Ano 3

Imobilizado 500 500 500

Depreciação -100 -200 -300

saldo 400 300

Estimativa de
Perda -40 -40

260 160

Reversão Perda 10

170
81 81

Referências Básicas
• NAKAO, Sívio Hiroshi (org.). REZENDE, Amaury José et al.
Contabilidade Financeira no Agronegócio (Prof. da FEARP USP), Atlas-
Gen. São Paulo, 2017.

• PLANALTO. Decreto. 9580 - RIR/2018, 2021

• STICCA, Ralph Melles (org) et. al. AGRONEGÓCIO SEM FRONTEIRAS:


Temas Atuais de Gestão, Financiamento e Tributação. Ed. Max
Limonad. São Paulo, 2021.

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Referências Complementares
• CPC e CFC. CPC 29/NBC TG 29 - Ativo Biológico E Produto Agrícola ,
2021.

• RODRIGUES, Alenir Ortiz et. al. Contabilidade Rural: agrícola,


agropecuária, zootécnica, pecuária, agroindústria. 5ª. Ed. JHMIZUNO,
2020.

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