INTRODUÇÃO
LIVRO I – PESSOAS FÍSICAS
ATIVIDADE RURAL
Atividades não Consideradas Rurais
Equiparação à PJ devido à prática de atividades não rurais
Equiparação à PJ devido à Operações Imobiliárias
Equiparação à PJ e obrigatoriedade da escrituração Contábil-Fiscal
Inscrição no CNPJ
Jurisprudência
Descasque de arroz
Lenha
Receita Bruta da Atividade Rural
Vendas através de Cooperativas
Comercialização com Cooperativa – Jurisprudência.
Contratos de Parceria e Arrendamento Rural
Contrato de Parceria Rural
Contrato de Arrendamento Rural
Jurisprudência
Contrato com Gado
Aluguel de pastagem e equipamentos
Avicultura
Turismo Rural
Extração de madeira e produção de carvão
Custo de Aquisição - Imóveis rurais adquiridos até 1/1/1997
Custo de Aquisição - Imóveis rurais adquiridos após 1/1/1997
Jurisprudência
Ganho de Capital - Alienação de imóveis rurais
Despesas de Custeio
Exposições agropecuárias – jurisprudência
Investimentos da Atividade Rural
Resultado da atividade rural da Pessoa Física
Regime de Caixa
Direitos e obrigações a prazo
Jurisprudência
Apuração pelo Livro-Caixa do Produtor Rural - LCDPD
Jurisprudência
Apuração pelo Arbitramento da receita
Do Resultado Negativo – Compensação de Prejuízos
Tributação na Declaração de Ajuste - DAA IRPF
Residentes e Atividade rural exercida no exterior
Cadastro no ITR
Comprovação Documental das Receitas
Guarda de Livros e Documentos
Inscrição no CNPJ
O Produtor Rural Pessoa Física é autorizado pela Receita
Federal do Brasil, caso exigido pelo fisco estadual, a manter registro
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ[9], mas, para todos
os efeitos, não perde a condição de pessoa física,
consequentemente a retenções prevista na legislação
correspondente ao INSS incidente sobre a comercialização de sua
produção, deve ser feita pelo adquirente no ato do pagamento de
sua aquisição, e o valor retido deverá ser repassados a Previdência
Social.
Jurisprudência
Descasque de arroz
Jurisprudência
O que define a natureza urbana ou rural é a destinação
econômica do imóvel. Se o imóvel está dentro do perímetro urbano
e se destina a atividade típicas da área rural, o tratamento para um
eventual ganho de capital tem que ser de imóvel rural[20].
Investimentos Descrição
benfeitorias resultantes de
construção, instalações,
Benfeitorias melhoramentos, culturas
permanentes, essências
florestais e pastagens artificiais
aquisição de tratores,
implementos e equipamentos,
máquinas, motores, veículos de
carga ou utilitários usados
Máquinas e equipamentos diretamente na atividade rural,
utensílios e bens de duração
superior a um ano e animais de
trabalho, de produção e de
engorda
serviços técnicos especializados,
devidamente contratados,
Serviços especializados visando elevar a eficiência do
uso dos recursos da propriedade
ou exploração rural;
Insumos insumos que contribuam
destacadamente para elevação
da produtividade, tais como
reprodutores, aquisições de
matrizes, alevinos e girinos,
sementes e mudas selecionadas,
corretivos de solo, fertilizantes,
vacinas e defensivos vegetais e
animais
atividades que visem
especificamente à elevação
socioeconômica do trabalhador
Investimentos sociais rural, tais como: casas de
trabalhadores, prédios e galpões
para atividades recreativas,
educacionais e de saúde;
estradas que facilitem o acesso
Acessibilidade
ou a circulação na propriedade;
instalação de aparelhagem de
Equipamentos tecnológicos comunicação, bússola, sonda,
radares e de energia elétrica;
bolsas de estudo para formação
de técnicos em atividades rurais,
Bolas de estudos
inclusive gerentes de
estabelecimentos e contabilistas.
Regime de Caixa
Para a apuração dos resultados na atividade rural da pessoa
física, deve ser considerado o regime de caixa. Regime de Caixa é
regime contábil no qual as despesas e receitas são contabilizadas
apenas quando entram ou saem efetivamente do caixa, e não no
momento em que são realizadas as compras ou ofertadas os
produtos de serviço. Assim, serão considerados e tributados apenas
valores recebidos e não os valores registrados no momento de
emissão da Nota Fiscal, por exemplo.
Contudo, quando da apuração do resultado se der através a
escrituração do Livro Caixa, no caso de adiantamento recebidos no
ano por conta de vendas para entrega futura, os valores deverão ser
registrados em rubrica própria e computados como receita somente
no mês da efetiva entrega dos produtos, conforme orientação da
Receita Federal no programa Livro Caixa da Atividade Rural – 2017.
A apuração dos resultados pelo Livro Caixa será abordada em
tópico posterior.
Jurisprudência
As despesas para fins de exclusão das receitas para apuração
do resultado tributável da atividade rural devem estar devidamente
escrituradas em Livro Caixa e comprovadas por meio de
documentação hábil e idônea, sob pena de ser apurada omissão de
receitas[27].
Jurisprudência
Ementa: OMISSÃO DE RENDIMENTOS - ATIVIDADE RURAL -
DIVERGÊNCIA ENTRE A RECEITA INFORMADA EM NOTAS
FISCAIS DE PRODUTOR E A DECLARADA AO FISCO FEDERAL -
Não logrando o contribuinte justificar a discrepância entre os valores
das receitas da atividade rural consignados nas Declarações de
Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física e aqueles
constantes das Notas Fiscais de Produtor, procede o lançamento
com base nos valores efetivamente levantados pela fiscalização.
PROVA EMPRESTADA - VALORES INFORMADOS AO FISCO
ESTADUAL - Não constituem prova emprestada as Notas Fiscais de
Produtor apresentadas à Secretaria de Fazenda do Estado. Os
valores nelas informados ao fisco estadual, pelo contribuinte,
presumem-se verdadeiros, cabendo prova em contrário, com
elementos objetivos, o que não foi produzido no caso concreto.
ATIVIDADE RURAL - ARBITRAMENTO - LIVRO CAIXA -
Inexistente a escrituração do Livro Caixa, correto é o arbitramento
do lucro da atividade rural em 20% da receita bruta (CARF nºs 104-
23.114/2008)
Ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA
FÍSICA (IRPF) Exercício: 2007 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DA
ATIVIDADE RURAL ARBITRAMENTO. Rendimentos omitidos da
atividade rural as receitas devidamente comprovadas por meio de
documentos hábeis e idôneos que não foram informados nas
Declarações de Ajuste Anual devem ser tributados. Verificadas
irregularidades na escrituração do livro caixa, ou falta de
escrituração. CARF n. 2201-005.778/2020)
Cadastro no ITR
Estão obrigados a inscrever-se nesse cadastro apenas o
proprietário do imóvel rural, o possuidor a qualquer título inclusive o
usufrutuário e o titular de domínio útil.
A Instrução Normativa Conjunta RFB/Incra nº 1.581/2015
estabelece a obrigatoriedade de atualização cadastral no Sistema
Nacional de Cadastro Rural (SNCR) e no Cadastro de Imóveis
Rurais (Cafir), visando propiciar a integração entre os referidos
sistemas cadastrais com a finalidade de estruturação do Cadastro
Nacional de Imóveis Rurais (CNIR).
Comprovação Documental das Receitas
Para ser tributadas no regime próprio das atividades rurais,
as receitas e despesas declaradas devem ser comprovadas com
documentos hábeis e idôneos. A falta de comprovação autoriza a
fiscalização a proceder a reclassificação das receitas declaradas
para rendimentos comuns, sujeitos à tabela progressiva, é o
entendimento do CARF[32].
A receita bruta da atividade rural, decorrente da
comercialização dos produtos, deve ser comprovada por
documentos usualmente utilizados nessas atividades, tais como
Nota Fiscal de Produtor, Nota Fiscal de Entrada, Nota Promissória
Rural vinculada à Nota Fiscal de Produtor e demais documentos
oficialmente reconhecidos pelas fiscalizações estaduais.
Incentivos Fiscais
O agronegócio representou 21% do PIB brasileiro no ano de
2019. Se comparados com outros setores da economia em
importância no PIB nacional, no oferecimento de mão de obra, na
competição desleal no mercado externo, os produtores rurais
brasileiros, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas, são
enormemente desprestigiados pelas autoridades governamentais
das três esferas de poder em termos de incentivos fiscais.
A PJ que explorar atividade rural pode usufruir, basicamente,
dos seguintes incentivos fiscais:
a) podem ser depreciados, integralmente, no próprio ano-
calendário de aquisição os bens do ativo não circulante imobilizado
(máquinas e implementos agrícolas, veículos de cargas e utilitários
rurais, reprodutores e matrizes etc.), exceto a terra nua, quando
destinados à produção;
b) à compensação dos prejuízos fiscais e das bases de
cálculo negativas da CSLL, decorrentes da atividade rural, com o
lucro da mesma atividade, não se aplica o limite de 30% (trinta por
cento);
c) suspensão da contribuição para o PIS-Pasep e da Cofins e
apuração do crédito presumido decorrente de produtos
agropecuários.
Trataremos separadamente estes benefícios em tópicos
próprios.
Para que a pessoa jurídica possa aproveitar esses incentivos
fiscais concedidos à exploração das atividades rurais, como a
depreciação de bens do ativo não circulante e a compensação dos
prejuízos fiscais, deve apurar lucro real em conformidade com as
normatizações gerais, manter a devida escrituração contábil-fiscal, a
manutenção dos livros, documentos e demais elementos, em
conformidade com as obrigações assessórias previstas em lei. A
falta da devida escrituração e cumprimento das obrigações poderá
acarretar o arbitramento, por parte da autoridade fiscal, do
resultado.[39]
Depreciação Integral do Ativo Imobilizado
A depreciação acelerada incentivada consiste na autorização
legal às pessoas jurídicas rurais e optantes pelo lucro real de
deduzir para fins de apuração do IRPJ e CSLL os gastos (despesas)
que devem ser reconhecidos como ativo imobilizado. Assim, os
bens do ativo não circulante imobilizados, adquiridos por pessoa
jurídica que explore a atividade rural, para uso nessa atividade,
poderão ser depreciados integralmente no próprio ano da aquisição
(100% de depreciação no ano do investimento), exceto a terra nua.
Não fará jus ao benefício a pessoa jurídica rural que direcionar a
utilização do bem exclusivamente para outras atividades estranhas
à atividade rural própria[40].
Igualmente, a pessoa jurídica poderá usufruir depreciação
integral, no próprio ano da aquisição, de máquinas, equipamentos,
aparelhos e instrumentos, novos, destinados à utilização nas
atividades de pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação
tecnológica[41].
O encargo de depreciação dos bens, calculado à taxa
normal, será registrado na escrituração comercial, e o seu
complemento para atingir o valor integral do bem constituirá
exclusão para fins de determinação das bases de cálculo do IRPJ e
da CSLL correspondentes à atividade rural. O valor a ser excluído,
correspondente à atividade rural, será igual à diferença entre o custo
de aquisição do bem do ativo imobilizado destinado à atividade rural
e o respectivo encargo de depreciação normal escriturado durante o
período de apuração, e deverá ser controlado na parte B do e-Lalur
e do e-Lacs.
A partir do período de apuração seguinte ao da aquisição do
bem, o encargo de depreciação normal que vier a ser registrado na
escrituração comercial deverá ser adicionado ao resultado líquido
correspondente à atividade rural, efetuando-se a baixa do respectivo
valor no saldo da depreciação incentivada controlado na parte B do
e-Lalur e do e-Lacs. O total da depreciação acumulada, incluindo a
normal e a complementar, não poderá ultrapassar o custo de
aquisição do bem.
No caso de alienação dos bens, o saldo da depreciação
complementar existente na parte B do e-Lalur e do e-Lacs será
adicionado ao resultado líquido da atividade rural no período de
apuração da alienação.
No período de apuração em que o bem, já totalmente
depreciado em virtude da depreciação incentivada, for desviado
exclusivamente para outras atividades, deverá ser adicionado ao
resultado líquido da atividade rural o saldo da depreciação
complementar existente na parte B do e-Lalur e do e-Lacs.
Retornando o bem a ser utilizado na produção rural própria da
pessoa jurídica, esta poderá voltar a fazer jus ao benefício da
depreciação incentivada, excluindo do resultado líquido da atividade
rural no período a diferença entre o custo de aquisição do bem e a
depreciação acumulada até a época, fazendo os devidos registros
na parte B do e-Lalur e do e-Lacs.
Conforme orientação da Receita Federal, a pessoa jurídica
rural que tiver usufruído o benefício fiscal da depreciação acelerada
incentivada, vindo, posteriormente, a ser tributada pelo lucro
presumido ou arbitrado, caso aliene o bem depreciado com o
incentivo durante a permanência nesses regimes, deverá adicionar
à base de cálculo para determinação do lucro presumido ou
arbitrado o saldo remanescente da depreciação não realizada.
No caso de alienação dos bens, o saldo da depreciação
complementar existente na Parte B do Lalur deverá ser adicionado
ao resultado líquido da atividade no período da alienação.
Jurisprudência
Lavoura Canavieira
Em Processo de Consulta N° 251 de 12.08.2008, a 8ª RF
decidiu que os custos de aquisição e de formação da cultura da
cana-de-açúcar, excluída a terra nua, devem ser objeto de quotas
de exaustão; portanto, nesse caso, não é legalmente prevista, para
pessoas jurídicas que explorem a atividade rural, a sua dedução
integral no próprio ano da aquisição, visto que aquela só é permitida
em se tratando de depreciação propriamente dita dos bens do ativo
permanente imobilizado adquiridos para uso na referida atividade..
As decisões do CARF são conflitantes em relação à
depreciação incentivada dos custos de formação da lavoura
canavieira, pois no Acórdão 1302-002.116, de 17/07/2017, decidiu
que o processo de agro industrialização não desnatura o exercício
da atividade rural e não é fator impeditivo para o gozo dos
benefícios atribuídos àquela atividade econômica, concernente à
depreciação acelerada dos bens adquiridos para o ativo
permanente, exceto a terra nua. A exclusão, expressa no dispositivo
legal, com relação à terra nua, está a indicar que o incentivo fiscal
de depreciação acelerada se aplica a todos os demais bens do ativo
permanente imobilizado adquiridos pela pessoa jurídica para uso na
atividade rural. Assim, os custos incorridos na formação da lavoura
de cana-de-açúcar, que são ativáveis, podem ser deduzidos pelas
pessoas jurídicas, integralmente, no próprio ano de aquisição, sob a
forma de depreciação acelerada incentivada. (Acórdão 1302-
002.116, de 17/07/2017). Os recursos aplicados na formação da
lavoura canavieira, integrados ao ativo imobilizado, estão sujeitos à
depreciação e, não, à exaustão, portanto podem integrar o benefício
da depreciação acelerada incentivada. (Acórdão 1401-001.839
-23/3/17)
Cabe registrar o entendimento desfavorável aos
contribuintes, objeto dos Acórdãos 9101-002.801, de 31/8/2017, e
101-004.018, de 11/04/2019, que expressaram decisões de que os
recursos aplicados na formação da lavoura canavieira, integrados
ao ativo imobilizado, estão sujeitos à exaustão e não à depreciação.
Portanto, não se beneficiam do incentivo da depreciação rural
acelerada, razão pela qual não podem ser apropriados
integralmente como encargos do período correspondente a sua
aquisição.
A depreciação complementar, ou depreciação acelerada,
atribuído às pessoas jurídicas que exploram atividade rural, e que
consiste na depreciação integral, no próprio ano de aquisição, dos
bens do ativo imobilizado, exceto a terra nua, somente se aplica às
máquinas e equipamentos enquanto empregados no processo
produtivo próprio, deixando de prevalecer para os mesmos quando
estes estão locados ou prestando serviços a terceiros. (Processo de
Consulta N° 078 / 99, a 10ª RF)
Em Processo de Consulta Nº 140, de 26.08.2013, a 8ª RF
decidiu que em se tratando de pessoa jurídica do ramo
agroindustrial, detentora de toda a cadeia produtiva até o produto
final industrializado e que aufira receita decorrente exclusivamente
da venda do referido produto, a mesma não explora atividade rural,
não fazendo jus ao benefício da depreciação acelerada incentivada,
ainda que quaisquer das etapas anteriores à industrialização
refiram-se à atividade rural.
Vendas Produtos
efetuadas por cerealista que exerça, Café, mesmo torrado ou descafeinado;
cumulativamente, as atividades de cascas e películas de café; sucedâneos
limpar, padronizar, armazenar e do café que contenham café em
comercializar os produtos in natura de qualquer proporção, Trigo e mistura de
origem vegetal. trigo com centeio (méteil), Centeio,
Cevada, Aveia, Milho, Arroz, sorgo de
grão, trigo mourisco, painço e alpiste;
outros cereais.
Alíquota Zero
Estão reduzidas a 0 (zero), e não sujeitas às suspensão, as
alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidentes
sobre a receita decorrente da venda no mercado interno, e as
alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-
Importação incidentes nas operações de importação de produtos da
atividade, como, por exemplo, adubos ou fertilizantes, defensivos
agropecuários, sementes e mudas destinadas à semeadura e
plantio, corretivo de solo de origem mineral, inoculantes agrícolas,
farinha, grumos e sêmolas, grãos esmagados ou em flocos, de
milho, pintos de um dia, leite fluido pasteurizado ou industrializado,
queijos, farinha de trigo, produtos hortícolas e frutas, sêmens e
embriões, massas alimentícias, carnes bovina, suína, ovina, caprina
e de aves e produtos de origem animal, café, dentre outros[45].
Simples Nacional
As pessoas jurídicas rurais poderão optar pela tributação no
Simples Nacional, na condição de microempresas (ME) ou
empresas de pequeno porte (EPP), desde que não incorram em
nenhuma situação impeditiva, cujo valor será determinado mediante
aplicação da tabela constante do Anexo I da Lei Complementar nº
123/2006.[48]
Para ter o tratamento de ME, inclusive o MEI, e EPP e,
poder optar pelo Simples Nacional, os limites da receita bruta de
acordo com a Lei Complementar nº 139/2011 são:
a) ME: até R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais)
no ano e MEI: até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) no ano;
b) EPP: superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil
reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e
seiscentos mil reais) no ano.
A ME ou EPP rural, optante pelo Simples Nacional, irá
apurar os valores mediante TABELA Anexo I das Leis
Complementares 123/2006 e 155/2016, observado a segregação,
quando existentes, entre as receitas do mercado interno e as
exportações.
Optando pelo Simples Nacional, a PJ rural fica obrigada a
recolher, em um único DAS os tributos devidos na forma do Simples
Nacional, inclusive a Contribuição Patronal Previdenciária a seu
cargo. Além disso, deverá recolher:
a) em GPS, código 2003: a contribuição previdenciária
retida de contribuintes individuais, inclusive os titulares e sócios que
lhes tenham prestado serviço (11%); a contribuição descontada dos
empregados (8, 9 ou 11%).
b) em GPS (código 2011), as contribuições à Previdência
Social (2,1%) e ao SENAR (0,2%) retidas nas aquisições de
produtos rurais de Produtores Rurais Pessoas Físicas – Segurado
Especial e/ou Contribuinte Individual.
Jurisprudência
GANHO DE CAPITAL - O custo a ser considerado, para fins de
determinação do ganho de capital pelas pessoas jurídicas que
apuravam o imposto de renda pelo lucro real e posteriormente
optaram por outro regime de apuração, será o valor contábil do bem
no momento da opção. Dispositivos Legais: Art. 369, "caput" e § 1º,
do RIR/1994; Art. 17, "caput" e incisos I e II da Lei nº 9.249/1995.
Decisão nº 424/98. SRRF / 8ª RF. Publicação no DOU: 02.03.1999.
ALIENAÇÃO DE PROPRIEDADE RURAL - Na alienação de
propriedade rural deve ser apurado o ganho de capital relativo à
terra nua, obedecendo-se na determinação do ganho de capital a
forma de tributação utilizada pela empresa. Se lucro presumido deve
cumprir o disposto nos arts. 522 e 523 do RIR/99, enquanto que as
tributadas pelo lucro real devem cumprir o disposto no parágrafo 1º
do art. 418 do mesmo regulamento. Dispositivos Legais: Decreto nº
3.000/1999 - RIR/99; art. 418, parágrafo 1º e arts. 522 e 523.
Processo de Consulta nº 205/00. SRRF / 7ª Região Fiscal. Data da
Decisão: 12.09.2000. Publicação no DOU: 09.11.2000.
GANHO DE CAPITAL - O ganho de capital, para as pessoas
jurídicas tributadas com base no lucro presumido, corresponde à
diferença positiva entre o valor da alienação e o valor contábil,
assim entendido o custo de aquisição do bem, diminuído dos
encargos de depreciação, amortização ou exaustão acumulada,
ainda que a empresa não mantenha escrituração contábil.
Dispositivos Legais: Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, art.
17; Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 31, § 1º; Decreto nº 3.000, de
1999, art. 219, art. 418, § 1º; art. 521, § 1º. Processo de Consulta nº
205/03. Órgão: SRRF / 8ª Região Fiscal. Publicação no D.O.U.:
19.11.2003.
SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 31 de 08 de Abril de 2011 -
ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ -
EMENTA: GANHO DE CAPITAL Na alienação de propriedade rural,
a determinação do ganho de capital obedece a forma de tributação
utilizada pela empresa no período de apuração em que ocorre a
venda. Se tributada pelo lucro real, a determinação do ganho de
capital obedecerá ao disposto no § 1º do art. 418 do RIR/99. Se
tributada pelo lucro presumido, para fins de apuração de ganho de
capital, considera-se custo de aquisição e valor da venda do imóvel
rural o Valor da Terra Nua - VTN constante do Documento de
Informação e Apuração do ITR-DIAT, nos anos da ocorrência de sua
aquisição e de sua alienação, respectivamente.
Processo de Consulta nº 75, de 23.1.2017 – COSIT - Assunto:
Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ. Ementa:
LUCRO REAL. DEPRECIAÇÃO. CÔMPUTO OPCIONAL. No
âmbito da legislação do Imposto sobre a Renda, o cômputo, como
custo ou encargo, em cada período de apuração, da importância
correspondente à diminuição do valor dos bens do ativo não
circulante resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e
obsolescência normal, é opcional para a pessoa jurídica que apure o
imposto com base no lucro real. PASSAGEM DO LUCRO
PRESUMIDO PARA O LUCRO REAL. ENCARGOS DE
DEPRECIAÇÃO. CÔMPUTO OBRIGATÓRIO. A pessoa jurídica que
apurava o imposto com base no lucro presumido e optou pela sua
apuração com base no lucro real deverá levantar balanço de
abertura onde considere como utilizadas as cotas de depreciação
dos bens do ativo não circulante correspondentes àquele período de
apuração. LUCRO PRESUMIDO. GANHO DE CAPITAL.
ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. CÔMPUTO OBRIGATÓRIO. A
pessoa jurídica que apurava o imposto com base no lucro
presumido e alienar bem classificável no ativo não circulante,
ressalvados os investimentos permanentes em participações
societárias e as aplicações em ouro, não considerado ativo
financeiro, deverá determinar o ganho de capital considerando como
custo ou valor contábil o custo de aquisição diminuído dos encargos
de depreciação, inclusive os correspondentes a esse período de
apuração. DISPOSITIVOS LEGAIS: art. 305 do Decreto nº 3.000, de
1999 (RIR/1999); art. 4º, § 1º, da Instrução Normativa SRF nº 93, de
1997; art 3º, § 8º, da IN RFB nº 1.396, de 2013; arts. 5º, § 9º, III, e
122, II e § 11, da IN RFB nº 1.515, de 2014; item 2 do PN CST nº
79, de 1976; itens 4 e 5 do PN CST nº 33, de 1978; e Perguntas 23
e 24 do Capítulo XIII do Perguntas e Respostas - DIPJ 2014.
Integralização ao capital social. Ganho de capital. Data de
aquisição. Alienação. Imóvel rural. Para apuração do ganho de
capital de imóveis rurais a partir de 01 de janeiro de 1997, será
considerado como custo de aquisição e valor de alienação o valor
da terra nua (VTN), declarado no Documento de Informação e
Apuração do ITR (Diat) dos anos de sua aquisição e alienação,
respectivamente. A integralização de imóvel rural de propriedade de
um sócio (pessoa física) ao capital social de uma sociedade
mercantil constituída, caracteriza-se alienação de bem de pessoa
física à pessoa jurídica. Deixando o sócio de ser proprietário de bem
imóvel, quando da sua integralização ao capital social da sociedade
mercantil constituída, e ao voltar a adquiri-lo quando da extinção da
referida empresa, a data de aquisição pela pessoa física é a da
reversão do referido bem ao seu patrimônio, através de documento
hábil de transferência de propriedade. (SC nº 17/2012 – 1ª SRRF)
LUCRO PRESUMIDO. GANHO DE CAPITAL. IMOBILIZADO.
VALOR CONTÁBIL. DEPRECIAÇÃO. CUSTO DE AQUISIÇÃO.
ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. O ganho de capital nas alienações de
bens e direitos do ativo não circulante classificados como
imobilizado corresponde à diferença positiva entre o valor da
alienação e o valor contábil do bem.
Para fins de apuração do ganho de capital, a pessoa jurídica que
apura o IRPJ com base no lucro presumido deverá considerar como
valor contábil o custo de aquisição diminuído dos encargos de
depreciação. Para bens adquiridos anteriormente ao ano de 1996, a
pessoa jurídica poderá atualizar monetariamente o custo de
aquisição até 31/12/1995, tomando-se por base o valor da UFIR
vigente em 01/01/1996 (R$ 0,8287). DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei nº
9.249, de 1995, art. 17, I; Decreto nº 9.580, de 2018, art. 595, § 1º;
IN RFB nº 1.700, de 2017, art. 39, § 10, III, art. 215, §§ 14 a 20, art.
200, § 1º.( SC Parcialmente vinculada à SC Cosit nº 166 de 2016)
Despesas de Custeio
Considera-se despesa de custeio aquela necessária à
percepção dos rendimentos da atividade rural e à manutenção da
respectiva fonte produtora, relacionada com a natureza das
atividades rurais exercidas.
Podem ser incluídos como custos ou despesas da atividade
rural, por exemplo, o custo de demarcação de terrenos, cercas,
muros ou valas; de construção ou de manutenção de escolas
primárias e vocacionais; de dependências recreativas; de hospitais e
ambulatórios para seus empregados; as despesas com obras de
conservação e utilização do solo e das águas; de estradas de
acesso e de circulação, de saneamento e de distribuição de água;
as despesas de compra, transporte e aplicação de fertilizantes e
corretivos do solo; o custo de construção de casas de trabalhadores;
as despesas com eletrificação rural; o custo das novas instalações
indispensáveis ao desenvolvimento da atividade rural e relacionados
com a expansão da produção e melhoria da atividade.
Quando a pessoa jurídica rural explore outras atividades, as
receitas, os custos e as despesas referentes à atividade rural das
demais deverão ser segregadas e, para tanto, é necessário ratear
proporcionalmente à percentagem que a receita líquida de cada
atividade representar em relação à receita líquida total:
a) os custos e as despesas, comuns a todas as atividades;
b) os custos e as despesas não dedutíveis, comuns a todas
as atividades, a serem adicionados ao lucro líquido, na
determinação do lucro real;
c) os demais valores comuns a todas as atividades, que
devam ser computados no lucro real.
As despesas de custeio deverão estar lastreadas em
documentos idôneos, tais como nota fiscal, fatura, duplicata, recibo,
contrato de prestação de serviços, laudo de vistoria de órgão
financiador e folha de pagamento de empregados, identificando
claramente a destinação dos recursos.
A nota fiscal simplificada e o cupom de máquina
registradora, quando identificarem o destinatário das mercadorias ou
produtos, são documentos hábeis para comprovar as despesas
efetuadas pelas pessoas jurídicas na apuração do resultado da
atividade rural.
Jurisprudência
AJUSTE DE PREÇOS DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS -
CONTABILIZAÇÃO - A avaliação do estoque de produtos
agropecuários ao preço corrente no mercado deve ser registrada de
forma a não provocar duplo benefício. No caso, o ajuste dos
estoques finais onerou o custo e também influiu na avaliação dos
estoques, mas sem consequência tributária, a vista da situação de
prejuízo no ano-calendário do ajuste e nos anos subsequentes, cuja
compensação está limitada pela "trava" de 30%. 1º CC. / 7ª Câmara
/ ACÓRDÃO 107-08.306 em 20.10.2005. Publicado no DOU em:
05.04.2006.
Os custos de aquisição e de formação da cultura da cana-de-açúcar,
excluída a terra nua, devem ser objeto de quotas de exaustão;
portanto, nesse caso, não é legalmente prevista, para pessoas
jurídicas que explorem a atividade rural, a sua dedução integral no
próprio ano da aquisição, visto que aquela só é permitida em se
tratando de depreciação propriamente dita dos bens do ativo
permanente imobilizado adquiridos para uso na referida atividade.
DISPOSITIVOS LEGAIS: Arts. 58, VI, 305, 307, parágrafo único, IV,
e 334 do RIR/99; art. 59 da Lei nº 9.430, de 1996; art. 6° da MP n°
2.159-70, de 2001; art. 14 da IN SRF nº 257, de 2002; PN CST nº
18, de 1979; Solução de Divergência Cosit nº 12, de 2003; item
10.14.5.6 das Normas Brasileiras de Contabilidade.
Superveniências Ativas
Deve ser creditada pelo nascimento do animal, pelo preço
real de custo ou pelo preço corrente no mercado, a débito de conta
do ativo a que se destina a cria nascida, transferindo-se o saldo
para Lucros e Perdas.
Insubsistências Ativas
Esta conta deve ser debitada pelo gado que perece, pelo
preço real de custo ou pelo preço corrente no mercado, lançado
contra a conta do ativo em que se achava registrado, encerrando-se
a conta a débito de Lucros e Perdas.
Alerte-se que, quanto à contabilização do rebanho, que o
mesmo, para apuração dos resultados anuais na data do balanço,
deverá ser inventariado pelo preço real de custo; porém, quando a
empresa não tenha condições de evidenciá-la, poderá ser
inventariado pelo preço corrente no mercado para o gado.
Exaustão de lavouras
Por definição, a exaustão é a diminuição de valor dos
recursos minerais ou florestais, resultante de sua exploração. A
exaustão aplica-se às denominadas “lavouras permanentes”, áreas
plantadas ou em preparo para o plantio de culturas de longa
duração de espécies vegetais que não se extinguem com o primeiro
corte, mas que permitem cortes adicionais, que após a colheita não
necessitassem de novo plantio, produzindo por vários anos
sucessivos. Neste conceito também se incluem as áreas ocupadas
por viveiros de mudas.
No entendimento da fiscalização federal, no caso destas
lavouras que não se extinguem na primeira colheita (embora
conflitantes as decisões do fisco quanto às culturas canavieiras) não
pode ser aplicada a depreciação integral no próprio ano da
aquisição, visto que esta dedução só é permitida em se tratando de
depreciação propriamente dita dos bens do ativo não-circulante
imobilizado adquiridos pela pessoa jurídica rural para uso na
referida atividade rural.
Poderá ser computada como custo ou encargo, em cada
período de apuração, a importância correspondente à diminuição do
valor de recursos florestais, resultante de sua exploração. A quota
de exaustão dos recursos florestais destinados a corte terá como
base de cálculo o valor das florestas.
Também se submetem à quota de exaustão as florestas
objeto de direitos contratuais de exploração por prazo
indeterminado, e as quotas de exaustão deverão ser contabilizadas
pelo adquirente desses direitos, que tomará como valor da floresta o
do contrato.
São vedadas as deduções de despesas de exaustão geradas
por bem objeto de arrendamento mercantil, ou aos contratos não
tipificados como arrendamento mercantil que contenham elementos
contabilizados como arrendamento mercantil por força de normas
contábeis e da legislação comercial, pela arrendatária, na hipótese
em que esta reconhecer contabilmente o encargo.[64]
O cálculo das quotas de exaustão também é objeto do
Parecer Normativo CST nº 18/79, que define que as quotas de
exaustão devem ser calculadas e apropriadas como custo ou
encargo ao longo de todo o período da extração dos recursos de
origem florestal, em se tratando de espécies vegetais que não se
extinguem com o primeiro corte, mas depois de dois ou mais cortes.
Procede-se ao cálculo em função do volume extraído em cada
período, em confronto com a produção total esperada, englobando
os diversos cortes.
Segundo entendimento da Receita Federal exarado em
Decisão em Processo de Consulta, os custos de aquisição e de
formação da cultura da cana-de-açúcar, excluída a terra nua, devem
ser objeto de quotas de exaustão; portanto, nesse caso, não é
legalmente prevista, para pessoas jurídicas que explorem a
atividade rural, a sua dedução integral no próprio ano da aquisição,
visto que aquela só é permitida em se tratando de depreciação
propriamente dita dos bens do ativo permanente imobilizado
adquiridos para uso na referida atividade. Dispositivos Legais: Arts.
58, VI, 305, 307, parágrafo único, IV, e 334 do RIR/99; art. 59 da Lei
nº 9.430, de 1996; art. 6º da MP nº 2.159-70, de 2001; art. 14 da IN
SRF nº 257, de 2002; PN CST nº 18, de 1979; Solução de
Divergência Cosit nº 12, de 2003; item 10.14.5.6 das Normas
Brasileiras de Contabilidade. Processo de Consulta nº 5/04. Órgão:
SRRF / 4a Região Fiscal. Publicação no D.O.U.: 22.03.2004. ”
ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de
Mercadorias e Prestação de Serviços
Sendo o ICMS um tributo de competência dos Estados, cada
uma das Unidades federativas tem sua legislação própria para tratar
da atividade rural.
Em regra, as operações com produtos e insumos da atividade
rural são beneficiadas pelo diferimento deste tributo, além de
isenção e redução da base de cálculo e crédito, conforme legislação
própria de cada Ente da Federação.
A título de exemplo, os benefícios fiscais previstos na
legislação paulista encontram-se dispostos nos Anexos I, II e III do
RICMS/SP, que tratam, respectivamente, da isenção, da redução de
base de cálculo e crédito outorgado para determinados produtos
e/ou operações. Dentro das previsões de benefícios fiscais, existem
aqueles que poderão ser utilizados pelo produtor rural, devendo,
portanto, ser observado todo e qualquer requisito disciplinado na
legislação para aplicação do respectivo benefício. A legislação
paulista dispõe sobre o diferimento do imposto quando nas
operações internas de saídas promovidas por produtor rural com
destino a comerciante, industrial, cooperativa ou qualquer outro
contribuinte, exceto produtor, o imposto será arrecadado e pago
pelo destinatário estabelecido neste Estado, conforme artigo 260 do
RICMS/SP, ou, ainda, o aproveitamento do crédito aplicáveis a
todos os contribuintes, de acordo com o artigo 1° da Portaria CAT n°
153/2011.
Contribuição Social – Produtor Rural
Depois de muitas controvérsias, o Plenário do Supremo
Tribunal Federal (STF) concluiu, no dia 30/3/2017, o julgamento do
Recurso Extraordinário (RE) nº 718.874, com repercussão geral,
tendo os Ministros do STF decidido ser constitucional a contribuição
previdenciária, conhecida como FUNRURAL, incidente sobre a
receita bruta proveniente da comercialização da produção rural dos
empregadores, pessoas físicas, após a Emenda Constitucional nº
20/1998.
Foi fixado no julgamento que é constitucional, formal e
materialmente, a contribuição social do empregador rural, pessoa
física, instituída pela Lei nº 10.256/2001, incidente sobre a receita
bruta obtida com a comercialização da sua produção.
A Lei 10.256/2001 alterou o caput do art. 25 da Lei 8.212
(cuja redação era a determinada pela Lei nº 8.540) para estabelecer
que o empregador rural pessoa física deveria contribuir com a
contribuição sobre o resultado da produção em substituição à
contribuição que recai sobre a folha de salários, de que tratam os
incisos I e II do artigo 22 da mesma Lei 8.212/91.
O Supremo Tribunal Federal já firmou posicionamento em
sede de repercussão geral onde decide pela não incidência de
tributos quando houver ato cooperativo típico. No mesmo sentido o
CARF também reconheceu que não há comercialização na entrega
dos produtos rurais pelos segurados especiais à cooperativa (ato
cooperativo), motivo pelo qual não é devida a contribuição ao
FUNRURAL.[65]
Há incidência em suas operações da tributação sobre a
receita bruta da comercialização, denominada popularmente de
“Funrural”[66], prevista nos arts.
Como é de conhecimento, em todas estas contribuições, a
incidência se dá em face da “receita bruta da comercialização da
sua produção:
- da agroindústria (art. 22-A, Lei n. 8.212/91):
- do produtor rural pessoa jurídica, e
- do produtor rural pessoa física.
Integram a produção, para os efeitos deste artigo, os
produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou
submetidos a processos de beneficiamento ou industrialização
rudimentar, assim compreendidos, entre outros, os processos de
lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento,
lenhamento, pasteurização, resfriamento, secagem, fermentação,
embalagem, cristalização, fundição, carvoejamento, cozimento,
destilação, moagem, torrefação, bem como os subprodutos e os
resíduos obtidos através desses processos.
Integra a receita bruta de que trata este artigo, além dos
valores decorrentes da comercialização da produção relativa aos
produtos acima:
- a comercialização da produção obtida em razão de contrato de
parceria ou meação de parte do imóvel rural;
- a comercialização de artigos de artesanato;
- os serviços prestados, de equipamentos utilizados e de
produtos comercializados no imóvel rural, desde que em atividades
turística e de entretenimento desenvolvidas no próprio imóvel,
inclusive hospedagem, alimentação, recepção, recreação e
atividades pedagógicas, bem como taxa de visitação e serviços
especiais;
- o valor de mercado da produção rural dada em pagamento
ou que tiver sido trocada por outra, qualquer que seja o motivo ou
finalidade;
- a atividade artística de que trata o inciso
Não integra a base de cálculo da contribuição de que trata o
caput deste artigo a produção rural destinada ao plantio ou
reflorestamento, nem o produto animal destinado à reprodução ou
criação pecuária ou granjeira e à utilização como cobaia para fins de
pesquisas científicas, quando vendido pelo próprio produtor e por
quem a utilize diretamente com essas finalidades e, no caso de
produto vegetal, por pessoa ou entidade registrada no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento que se dedique ao comércio
de sementes e mudas no País
O Produtor Rural Pessoa Física (PRPF) que, a partir de
janeiro de 2019, optar por contribuir sobre a folha de pagamento,
nos termos do art. 22, incisos I e II da Lei nº 8.212/91, deverá
informar no eSocial as remunerações pagas, devidas ou creditadas
aos seus segurados empregados e trabalhadores avulsos. As
contribuições devidas, incidentes sobre estas remunerações, serão
recolhidas em DARF gerado na DCTFWeb, e recolher, em relação a
comercialização da sua produção, as contribuições devidas para o
Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), por meio de
Guia da Previdência Social (GPS*) avulsa, com o código 2712
(Comercialização da Produção Rural - CEI - Pagamento exclusivo
para Outras Entidades-SENAR) que não serão calculadas pelo
eSocial.
Jurisprudência
Sobre a validade da contribuição a ser recolhida pelo
produtor rural pessoa física que desempenha suas atividades em
regime de economia familiar, sem empregados permanentes, sobre
a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção, o
Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte tese: É constitucional,
formal e materialmente, a contribuição social do segurado especial
prevista no art. 25 da Lei 8.212/1991. (Tema 723 – RE 761.263,
Acórdão 15/04/2020.)
Jurisprudência
Incidência de ITR sobre imóvel localizado em área urbana,
com destinação rural. EMENTA. Não incide IPTU, mas ITR, sobre
imóvel localizado na área urbana do Município, desde que
comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal,
agrícola, pecuária ou agroindustrial (art. 15 do DL 57/1966). (REsp
1112646 SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 26/08/2009, DJe 28/08/2009)
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL
– ITR EMENTA: Base de cálculo. Exclusão das áreas cobertas por
florestas nativas das áreas tributáveis. Biomas abrangidos.
Excluem-se das áreas tributáveis pelo ITR as áreas cobertas por
florestas nativas, primárias ou secundárias, em estágio médio ou
avançado de regeneração, localizadas em qualquer bioma
brasileiro, e não somente no Bioma Mata Atlântica. DISPOSITIVOS
LEGAIS: Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, inciso II, alínea “e”, com
a redação dada pelo art. 48 da Lei nº 11.428, de 2006; Instrução
Normativa SRF nº 256, de 2002, art. 14-A, com a redação incluída
pelo art. 2° da Instrução Normativa RFB nº 861, de 2008
[1]
[2]
Constituição Federal – Art. 187, inc. I – Da Política Agrícola e Fundiária
[3]
Lei nº 8.023/90 – art. 2º
[4]
Lei nº 9.250/95
[5]
Leis Nº 8.023/90, Nº 8.134/90, Nº 9.249 e Nº 9.250/95 c/c IN SFB nº 83/2001.
[6]
IR/2018 – art. 162; PN CSTnº 38/75
[7]
IN RFB 83/2001 – art. 4º
[8]
Lei nº 10.406/2002 – CC – arts 966 e 971
[9]
Lei Federal n° 8.212/1991; e Instrução Normativa RFB N° 1.634/2016. (SP –Decreto SP
45.490/2000, Artigo 136 – I-a ; Portaria CAT 14/2006 SP)
[10]
Lei nº 10.676/03 - art. 1º
[11]
RIR/2018, art. 4, inc. I, arts. IN SRF nº 83/2001, arts. 2º e 14; e IN RFB nº 1.500/2014,
arts. 22, inciso VI, e 53, inciso I
[12]
Art. 96 da Lei nº 4.504/64 com a nova redação dada pelo art. 1º da Lei nº 11.443/2007,
art. 4º do Decreto nº 59.566/66.
[13]
Acórdão nº 17-39973 de 14 de abril de 2010.
[14]
REsp 264805 / MG 2000/0063311-9 e REsp 37867 / RS 1993/0023224-0
[15]
Lei nº 4.504/1964, arts. 95 e 96; Decreto nº 59.566/1966, arts. 1º a 15; e PN CST nº
90/78.
[16]
CARF - Acórdão nº 04-18215 de 24 de julho de 2009, Acórdão n.º 2402005.365,
15/06/2016
[17]
ACÓRDÃO 104-22.867 em 05.12.2007.
[18]
Acórdão 452 TRF-4 - RS 2000.71.03.000452-8
[19]
Remessa Ex Officio 37.705, de 27/02/91, do TRF da 3ª Região - Jurisprudência
Judiciária - Livro I, pág. 224 - Resenha Tributária.
[20]
Acórdão CARF nº 2202-003.548, de 06/09/2016
[21]
IN SRF 83/2001 – ART. 7º
[22]
RIR/18, arts. 50 a 63, 311 e 312; Instrução Normativa SRF Nº 83, de 2001, arts. 4º,
inciso IX, 7º, 8º, 10 e 22; Parecer Normativo CST Nº 358, de 1970; Parecer Normativo CST
Nº 13, de 1977; Parecer Normativo CST Nº 60, de 1978; Parecer Normativo CST Nº 32, de
1981
[23]
Processo de Consulta nº 29/10. Órgão: SRRF / 10a. RF. Publicação no D.O.U.:
25.06.2010
[24]
Lei nº 8.023/90, art. 4] c/c IN SRF 83/2001, Art. 8º
[25]
Lei nº 8.023/90 - art. 4º, § 2º; Regula; RIR/2018 - art. 55, IN SRF nº 83/ 2001 - art. 8
[26]
Acórdão 106-11.224 em 11.04.2000- 1º CC.
[27]
Acórdão CARF 2201-006.243/2020
[28]
RIR/2018 - art. 53; IN SRF nº 83/2001 – arts 23-A e 23-B ; IN RFB nº 1.903/2019 - art.
1º;
Ato Declaratório Executivo Copes nº 1/2020.
[29]
Lei 8.023/90 – art 5º-§ único –CARF n. 2202-002.746/2014
[30]
CARF - AC 9202-005.75 de 18/09/2017
[31]
IN RFB 1.500/2014 – art. 65
[32]
Acórdão CARF 106-16.602, 08.11.2007.
Leis nº 8.023, de 1990, art. 2º e nº 9.430, de 1996, art. 59 c/c IN
[33]
[42]
Lei nº 9.065/95- arts. 15 e 16 e IN IN 1700/2017, art. 262
[43]
IN RFB nº 1.700/17 – arts 203 e 264
[44]
Lei nº 10.925/2004; Lei nº 11.051/2004 ; Lei nº 12.865/2013 , IN RFB nº 1.911/2019
[45]
Lei nº 10.865/2004; Lei 10.925/2004; Lei nº 12.839/2013; IN RFB 1.911/2019, art. 540.
[46]
Lei nº 10.925/2004; Lei 13.137/2015 ; Lei nº 12.058/2009 ; Lei nº 12.839/2013; Lei nº
10.925/2004; IN RFB nº 1.911/2019
[47]
IN RFB 1.911/2019
[48]
SC Disit 242/2009 – 8ªRF, SC Disit 6/2012 – 6ª RF
[49]
IN 1700/2017, art. 147
[50]
TRF-5- AC 308102 CE 0027722-62.2002.4.05.0000
[51]
Lei nº 8.981/95, art. 57
[52]
Lei n° 6.404/76 – art. 177
[53]
Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 31 – RIR/19 – art. 501
[54]
SC Nº 31/2011 – 6ª SRRF
[55]
Lei nº 9.393/96 – arts 14 e ss.
[56]
Lei nº 9.430/96 – art. 27-III
[57]
RIR/18 – art. 609 - § 15
[58]
Lei nº 8.981/95 – art. 21, mod. Lei nº 13.259/16
[59]
SC Cosit 67/2016
[60]
RIR/18 – art. 309; CST nºs 511/1970, 57/1976 e 7/1982
[61]
Lei nº 1.4/47 - art. 2, § 5º ; DL nº 1.598/977 - art. 14, § 5º ; e Lei nº 9.249/95, art. 13;
RIR/18 – art. 304 e ss.
[62]
Lei nº 12.973/2014, art. 13; IN 1700/2017, arts. 97, 98,102; 103 e 262
[63]
Parecer Normativo CST nº 57 de 30/07/1976
[64]
Lei nº 4.506/64, art. 59 ; Decreto-Lei nº 1.483/76, art. 4º; Lei nº 9.249/95, art. 13; e Lei
nº 12.973/14, art. 49
[65]
CARF - Ac. 2301-005.151
[66]
Lei n. 8.212/91 – art. 22-A e 25; Lei n. 8.870/94 art. 25
[67]
Lei nº 9.393/1996 - art. 1º ; Decreto nº 4.382/2002 - art. 2º
[68]
. CTN - art. 31; Lei nº 9.393/96 - art. 4º
[69]
SC DISIT/SRRF05 nº 3/2013
[70]
Instrução Normativa SRF nº 256/2002 – art. 9º, I a VIII
[71]
Lei nº 9.393, de 1996, art. 11; RITR/2002, art. 35; IN SRF nº 256, de 2002, arts. 19 e 35
[72]
IN RFB 1562/2015