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Aula 07

Direito Tributário p/ AFRFB - 2016 (com videoaulas)


Professor: Fábio Dutra

00001909002 - ANDERSON ALMEIDA NUNES


Direito Tributário para AFRFB-2016
Curso de Teoria e Questões
Prof. Fábio Dutra- Aula 07

AULA 07: Obrigação Tributária; Fato Gerador;


Sujeitos da Obrigação Tributária; Solidariedade;
Domicílio

SUMÁRIO PÁGINA
Observações sobre a aula 01
Obrigação Tributária 02
Fato Gerador da Obrigação Tributária 05
Sujeitos da Obrigação Tributária 27
Solidariedade em Direito Tributário 36
Domicílio Tributário 43
Lista das Questões Comentadas em Aula 51
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 62

Observações sobre a Aula

Olá amigo(a)! Tudo tranquilo?

De antemão, gostaria de saber como está o andamento da leitura do


CTN e da CF/88? Novamente eu ressalto a importância de se fazer a leitura
para alcançar bom desempenho nas provas! É um grande diferencial ter os
dispositivos na memória! Para enfrentar a ESAF, conhecer a literalidade da CF
e do CTN são requisitos básicos. Você deve estar com tudo na “ponta da
língua” no dia da prova.

Na aula de hoje, estudaremos o tema “Obrigação Tributária” e vários


outros temas correlatos! Trata-se de um dos temas mais importantes do
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nosso curso! Portanto, muita atenção!

Bom, vamos começar nossa aula?

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1 – OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Muitos conceitos se entrelaçarão a partir desse momento. Embora


tenhamos visto apenas superficialmente alguns aspectos relativos à obrigação
tributária, você será capaz de perceber que “a coisa” está começando a fazer
sentido.

De início, é importante saber que a obrigação caracteriza-se por uma


relação jurídica estabelecida entre dois indivíduos, credor e devedor,
cujo objeto consiste em uma prestação de dar, fazer ou deixar de fazer
algo.

Assim, faz-se necessário conhecer os elementos subjetivos (sujeitos) e


objetivos (prestações) da obrigação.

No que concerne aos sujeitos envolvidos na relação obrigacional, cabe


destacar que o devedor é denominado sujeito passivo, e o credor, sujeito
ativo.

Em direito tributário, o sujeito ativo é o ente instituidor do tributo


(União, Estados, DF ou Municípios) ou a pessoa jurídica de direito público
titular da capacidade tributária ativa, que, como já vimos, é responsável pela
arrecadação e fiscalização do tributo.

Em relação ao outro sujeito da obrigação tributária, isto é, o sujeito


passivo, pode-se afirmar que este é o particular (pessoa física ou jurídica),
que fica sujeito ao cumprimento das obrigações tributárias.

No tocante aos elementos objetivos da obrigação, cabe observar que as


prestações de dar e de fazer exigem uma ação do devedor, sendo, portanto,
consideradas prestações positivas. Já a obrigação de deixar de fazer,
caracteriza-se por uma abstenção do devedor, sendo considerada prestação
negativa.

Assim, retornando nossos olhares para o Direito Tributário, podemos ter


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a obrigação de dar representada pelo dever de entregar dinheiro ao Fisco,


pagando tributos ou multas. É denominada de obrigação principal.

No que se refere às obrigações de fazer ou deixar de fazer algo,


pode-se definir como prestações acessórias, com o objetivo de auxiliar a
arrecadação e fiscalização tributária. Assim, por exemplo, o particular pode ser
obrigado a escriturar livros fiscais (obrigação de fazer algo) como também não
impedir o acesso da fiscalização à sua empresa (obrigação de deixar de fazer
algo). São as denominadas obrigações acessórias.

Nesse contexto, estabelece o caput do art. 113 CTN que a obrigação


tributária é principal ou acessória.

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Estudaremos cada um delas a seguir. No entanto, antes disso, é bom


que você guardar que, independentemente de a obrigação ser principal ou
acessória, ela surge com a ocorrência do fato gerador. Ou seja, há uma
hipótese de incidência prevista abstratamente que, ocorrida no mundo
concreto, faz gerar o liame entre o sujeito ativo e o sujeito passivo, isto é, a
relação jurídico-tribtária.

Observação: Vamos começar a adotar o conceito de sujeito ativo e sujeito


passivo nesse momento. No que se refere ao sujeito passivo, veremos, nesta
aula, que nem todo devedor é contribuinte.

Nessa linha de raciocínio, só existe obrigação tributária se houver


um fato gerador, já que é com a ocorrência deste que surge a obrigação
tributária. Esse assunto será estudado ainda nesta aula.

Portanto, na aula de hoje, nós também vamos estudar a hipótese de


incidência e o fato gerador, as diferenças conceituais entre eles, mas antes é
necessário entender melhor o que é uma obrigação tributária principal e
acessória.

Vamos lá!

1.1 – Obrigação Tributária Principal

Vamos começar já dizendo o básico: para uma obrigação ser


caracterizada como principal ela deve ter conteúdo pecuniário, isto é, deve
haver “dinheiro” envolvido na obrigação. O sujeito passivo fica compelido a
entregar dinheiro ao Fisco.

Nós já vimos no nosso curso, que os tributos, pelo próprio conceito,


distinguem-se das multas, pois aqueles não podem constituir sanção por ato
ilícito, correto?

Embora não se confundam, ambos têm algo em comum: possuem


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conteúdo pecuniário. Sendo assim, os tributos, os juros e as multas


constituem obrigação tributária principal.

A multa não se confunde com tributo, mas a obrigação


de pagá-la é de natureza tributária, ou seja, uma
obrigação tributária pode ter como conteúdo o
pagamento de uma multa tributária.

Repare que no § 1º do art. 113, do CTN, o legislador define que a


obrigação tributária tem por objeto o pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária (multas). Ou seja, exatamente o que acabamos de
estudar!

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1.2 – Obrigação Tributária Acessória

Como decorrência do próprio nome, as obrigações acessórias possuem


como finalidade auxiliar a arrecadação e fiscalização dos tributos. Isso significa
que o objetivo é facilitar o cumprimento da obrigação tributária
principal. São obrigações meramente instrumentais.

No § 2º do art. 113, do CTN, foi previsto que o objeto das obrigações


acessórias são as prestações positivas ou negativas. As primeiras dizem
respeito ao “fazer algo”, as segundas, ao “deixar de fazer algo”. Não, há,
portanto, qualquer movimentação no “bolso” do sujeito passivo. Guarde isso!

Um detalhe que pode gerar dúvidas em muitas é se as obrigações


acessórias dependem ou não da existência da obrigação principal.

No Direito Civil, aprende-se a regra de que “o acessório segue o


principal”. Portanto, se, por exemplo, um fazendeiro se compromete a entregar
uma égua prenha ao vizinho, o futuro potro está inserido na obrigação.

No Direito Tributário, por outro lado, as obrigações tributárias


acessórias independem da existência de uma obrigação principal.
Vamos ver um exemplo já estudado?

As entidades de assistência social são imunes aos impostos incidentes


sobre o seu patrimônio, por exemplo, conforme previsão no art. 150, VI, c, da
CF/88. No entanto, nós vimos que tais entidades ficam sujeitas a algumas
obrigações previstas no art. 14 do CTN (requisitos para fruição da imunidade).
Elas devem, por exemplo, manter a escrituração de suas receitas e despesas
em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.

O gozo de imunidade ou de benefício fiscal não


dispensa o seu titular de cumprir as obrigações
tributárias acessórias a que estão obrigados quaisquer
contribuintes. 00001909002

Com a ilustração acima, fica fácil perceber a autonomia da obrigação


acessória. Veja que a entidade é imune aos impostos (não há obrigação
principal), mas ainda assim fica obrigada a cumprir os deveres burocráticos,
para auxiliar o controle da atividade de fiscalização.

Embora não haja uma relação de dependência entre a obrigação principal


e a acessória, a inobservância desta pode ensejar a surgimento daquela, ou
seja, o descumprimento da obrigação acessória gera uma obrigação
principal, que são as multas. Observe a redação do § 2º do art. 113, do
CTN:

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Art. 113:

(...)

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância,


converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade
pecuniária.

Embora o CTN tenha mencionado que a obrigação acessória, se não


cumprida, “converte-se” em obrigação principal, deve-se entender que a
obrigação acessória não deixa de existir. Nesse caso, o sujeito passivo fica
obrigado a cumprir a obrigação acessória e ainda assim pagar a multa
(obrigação principal).

Observação: Nas questões de prova em que for cobrada a literalidade do


dispositivo, marque CORRETO!

Em síntese, no Direito Tributário o entendimento que você deve gravar é


o de que a obrigação acessória não segue o principal (é independente e
autônomo), mas a sua inobservância pode fazer surgir uma obrigação
principal.

Nunca se esqueça que a dispensa do cumprimento das


obrigações acessórias deve ser interpretada
literalmente!

2 – FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Para entendermos melhor o que será explicado a seguir, é necessário


relembrar a linha do tempo até que o tributo seja exigível do sujeito passivo:
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Ocorrência da
Instituição do situação prevista Lançamento
Tributo por lei em lei

Hipótese de Fato Gerador Crédito


Incidência (Surge Obrigação Tribut.) Tributário

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Não podemos confundir de forma alguma os conceitos de hipótese de


incidência e fato gerador! A hipótese de incidência foi conceituada por Geraldo
Ataliba da seguinte forma:

“A hipótese de incidência é a descrição hipotética e abstrata de um fato.


É parte da norma tributária. É o meio pelo qual o legislador institui um
tributo. Está criado um tributo, desde que a lei descreva sua h.i., a ela
associando o mandamento “pague”.” (ATALIBA, Geraldo. Hipótese de
Incidência Tributária. 2012. 13ª Edição. Pág. 66)

Nessa esteira, quando o legislador institui o tributo, surge a hipótese de


incidência, sendo esta a previsão abstrata do fato que dará causa à
obrigação tributária.

Quando o fato se concretizar, surge, então, o fato gerador, dando


nascimento à obrigação tributária. É nesse momento que se cria a
obrigação de pagar o tributo, sendo que a exigibilidade só poderá ser feita, em
regra, após o lançamento, quando fica constituído o crédito tributário.

Observação: É possível que o tributo seja pago antes de se concretizar o


fato gerador. Trata-se do mecanismo da substituição tributária, que será
estudado em momento oportuno.

Frise-se: quando a hipótese de incidência se concretiza, dizemos que


houve subsunção do fato à hipótese de incidência, ocorrendo, então o
fato gerador.

Quando um fato coincide com a hipótese de incidência


descrita na norma, falamos em subsunção do fato à
hipótese de incidência.
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É muito importante memorizar esses termos, pois quando o examinador


quer surpreender o candidato ele normalmente traz esses termos inusitados.
Isso a partir de agora não é mais novidade para você!

Por falar em termos, vejamos os sinônimos de hipótese de incidência e


fato gerador:

Hipótese de incidência  Fato gerador in abstrato, Hipótese Tributária,


Pressuposto Legal do Tributo

Fato Gerador  Fato Imponível, Fato Gerador in concreto, Fato Jurígeno, Fato
Jurídico Tributário

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Observação: Não é difícil de memorizar os termos. Como o fato gerador está


relacionado, por óbvio, a um fato, todos os seus termos são iniciados por
FATO. A única exceção é o fato in abstrato, que obviamente se refere à
previsão abstrata da norma, sendo esta a hipótese de incidência.

Para que tudo fique mais claro, vamos exemplificar: sabemos que a
CF/88 conferiu aos Estados a competência tributária para instituir imposto
sobre a propriedade de veículos automotores.

Logo, quando o Estado do Acre institui o IPVA, na lei instituidora há a


previsão de uma hipótese de incidência, que é possuir veículo automotor. No
momento em que o sujeito passivo adquire um veículo automotor, o fato
(possuir o veículo) subsume-se à hipótese de incidência, ocorrendo o fato
gerador e surgindo a obrigação tributária.

Aí eu te pergunto: qual é o momento exato da ocorrência desse fato


gerador? Qual será o valor exato da obrigação tributária? Enfim, é de se
destacar que a lei instituidora precisa definir, além do elemento material
(possuir o veículo automotor, no exemplo fornecido), outros aspectos que
vão definir com precisão a obrigação tributária.

2.1 – Aspectos da Hipótese de Incidência

A doutrina majoritária conclui que, ao instituir determinado tributo, a lei


deve prever vários aspectos, a fim de que a obrigação tributária seja
exata, e que os seus elementos objetivos e subjetivos sejam precisos.

Memorizar os aspectos do fato gerador é de extrema relevância para


enfrentar as provas de concurso público. Por esse motivo, vou trazê-los em
forma de tópico para facilitar a leitura e posterior revisão:

1. Aspecto Material (“o quê”)  Trata-se do aspecto substancial da


hipótese de incidência, caracterizando-se sobre “o quê” irá incidir o
tributo. É a descrição do fato ensejador da obrigação tributária. Por
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exemplo: propriedade imobiliária (IPTU ou ITR) ou de veículo automotor


(IPVA), atuação pública (taxas ou contribuições de melhoria) etc.

2. Aspecto Espacial (“onde”)  Diz respeito aos limites territoriais da


incidência do tributo ou ao local específico em que se considera
ocorrido o fato gerador. É muito importante para se definir, no caso do
IPTU, por exemplo, a qual Município cabe o referido imposto, quando ambos
são limítrofes.

3. Aspecto Temporal (“quando”)  É o aspecto que define o momento


em que o fato gerador considera-se ocorrido, sendo este o marco para

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se definir a lei vigente e as alíquotas aplicáveis. Serve de base para analisar


a obediência ao princípio da irretroatividade tributária.

4. Aspecto Pessoal (“quem”)  Define quem é o credor (sujeito ativo) da


obrigação tributária, bem com os respectivos devedores (sujeito passivo).

5. Aspecto Quantitativo (“quanto”)  Esse aspecto define o quantum


debeatur, isto é, o quanto o devedor deve pagar de tributo. Resulta da
multiplicação da base de cálculo pela alíquota vigente no momento da
ocorrência do fato gerador.

Observação: Na hora da prova, o examinador pode cobrar o tema como


“aspectos ou elementos do fato gerador, hipótese de incidência ou
norma tributária”, o que, para fins de prova, significa o mesmo!

2.2 – Regra-Matriz de Incidência Tributária

Ao estudarmos os aspectos da hipótese de incidência, vimos que a


norma, ao instituir o tributo, define cinco elementos: material, espacial,
temporal, pessoal e quantitativo. Tais aspectos organizam-se de forma a
termos a denominada Regra-Matriz de Incidência Tributária (RMIT). O que
seria isso?

Na prática, uma norma jurídica de incidência tributária descreve uma


hipótese que, ocorrida no mundo real, possui determinada consequência. Esse
é o fim de qualquer norma de incidência tributária. Assim sendo, frisamos:
dada uma hipótese “A”, teremos a consequência “B”. Mas o que isso tem a ver
com os aspectos da hipótese de incidência? É o que veremos a partir de agora!

De acordo com o ilustre professor Paulo de Barros Carvalho1, os aspectos


material, espacial e temporal estão relacionados à hipótese (também
denominado de antecedente ou descritor), ao passo que os aspectos pessoal e
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quantitativo relacionam-se com a consequência ou prescritor. O raciocínio pode


ser ilustrado da seguinte forma:

1
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 2013. 25ª Edição. Pág. 240.

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Aspecto Material

Aspecto Espacial Hipótese

Aspecto Temporal

Aspecto Pessoal
Consequência
Aspecto Quantitativo

A título de exemplo, imaginemos o caso do IPTU, instituído em


determinado Município, à alíquota de 1%, tendo o seu fato gerador ocorrido no
1°dia de janeiro de cada ano. Vejamos, então, como seria a RMIT desse
imposto:

Aspecto Material  Ser proprietário de bem imóvel urbano.


Aspecto Espacial  Imóvel localizado no território do Município.
Aspecto Temporal  Dia 01 de cada ano.
Aspecto Pessoal  Proprietário do imóvel.
Aspecto Quantitativo  Base de Cálculo: Valor venal do imóvel
Alíquota: 1%

Regra-Matriz de Incidência Tributária

Hipótese: Aspectos Material, Espacial e Temporal.

Consequência: Aspectos Pessoal e Quantitativo.

2.3 – Fato Gerador da Obrigação Principal


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Nos arts. 114 e 115 do CTN, o legislador disciplina os fatos geradores da


obrigação principal e da obrigação acessória.

No que concerne à obrigação principal, o CTN dispôs da seguinte


maneira:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em


lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

A doutrina critica a redação desse dispositivo, pois o legislador disse que


o “fato gerador” é a “situação definida em lei”, sendo que esta, na verdade, é a
hipótese de incidência, como estudamos. Logo, pode-se dizer que o CTN
considerou os institutos como sinônimos.

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Ignorando a crítica feita, devemos saber que para se concretizar o fato


gerador, deve ocorrer a situação que foi definida em lei como necessária e
suficiente à sua ocorrência. Isto é, devem estar presentes todos os
requisitos previstos em lei para que ocorra o fato gerador da obrigação
principal.

Muito cuidado com questões que afirmam que o fato


gerador é a situação definida em lei como suficiente (ou
necessária à sua ocorrência. Isso está errado! A ESAF já
elaborou essa “pegadinha”.

Para que a assertiva seja considerada correta, deve-se


conter as palavras “necessária” e “suficiente”!

Quando uma lei institui certo tributo (obrigação principal), é necessário


prever os contribuintes, a base de cálculo, as alíquotas e, necessariamente,
o fato gerador!

Como não há exceções ao princípio da legalidade, no que se refere à


instituição de tributos, o fato gerador da obrigação principal deve ser
definido em lei ou medida provisória.

Vale relembrar que, em relação aos impostos, cabe à lei


complementar nacional definir os fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes (CF/88, art. 146, III, a).

Observação: A definição dos fatos geradores, bases de cálculo e


contribuintes dos impostos por lei complementar não se confunde com a
instituição, tendo em vista que se trata do estabelecimento de normas
gerais.

2.4 – Fato Gerador da Obrigação Acessória00001909002

Vejamos como foi conceituado o fato gerador da obrigação acessória no


CTN:

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que,


na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de
ato que não configure obrigação principal.

O legislador estabelece que o fato gerador da obrigação acessória é a


situação definida na legislação aplicável, diferentemente do que foi previsto no
fato gerador da obrigação principal, em que foi mencionada apenas “lei”.

Como vimos, legislação tributária compreende tanto os atos normativos


primários como os secundários (infralegais). É nessa linha que muito se

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discute acerca da permissão conferida pelo CTN para que a obrigação


acessória seja instituída por normas infralegais.

Os que argumentam em sentido contrário, alegam que, de acordo com o


art. 5º, II,da CF/88, ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei. Logo, somente lei poderia criar obrigações
tributárias, sejam elas principais ou acessórias.

Para o STJ (REsp 724.779/RJ), a regulação das obrigações acessórias “foi


legada à "legislação tributária" em sentido lato, podendo ser disciplinados
por meio de decretos e de normas complementares, sempre vinculados
à lei da qual dependem”.

A ESAF e o CESPE já se posicionaram no sentido de que


as obrigações acessórias podem ser instituídas por atos
infralegais.

Cabe destacar também que o art. 115 do CTN deixou claro que o fato
gerador da obrigação acessória é aquela situação que impõe a prática
ou abstenção de ato que não configure obrigação principal.

Por conseguinte, como já estudamos, a legislação pode prever como


obrigação acessória a entrega de declarações ao Fisco (prática de ato) bem
como a obrigação de o contribuinte não impedir o acesso da fiscalização à sua
empresa (abstenção de ato).

2.5 – O momento da Ocorrência do Fato Gerador

Nós estudamos que o aspecto temporal da hipótese de incidência define


o momento em que o fato gerador considera-se ocorrido. Correto?

O CTN, como você deve se lembrar, foi recepcionado como lei de normas
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gerais em matéria tributária. Nesse sentido, o Código estabeleceu um


“padrão” para definir o momento em que os fatos geradores serão
tidos por ocorridos.

Observação: A regra que veremos abaixo comporta exceções, ou seja, é


aplicável “salvo disposição de lei em contrário”. Isso significa que os
entes federados podem estipular outro momento como o de ocorrência
do fato gerador.

De acordo com esse “padrão” criado pelo CTN no art. 116 (faça uma
leitura no dispositivo), os fatos geradores divididos em duas categorias, quais
sejam: aqueles que tomam por base uma situação de fato e os que levam
em consideração uma situação jurídica.

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“Mas o que vem a ser situação de fato e situação jurídica, professor?” Eu


explico. Vamos lá!

Em alguns casos, a situação definida em lei como o fato gerador do


tributo já foi prevista em lei em outro ramo do direito (Civil ou Empresarial,
por exemplo), havendo consequências jurídicas predeterminadas. Por exemplo,
o ITCMD incide sobre uma situação jurídica, haja vista que a transmissão de
propriedade já foi regulamentada no âmbito do Direito Civil.

Nesse caso, como o fato gerador é baseado em uma situação jurídica, o


art. 116, II, do CTN, dispõe que, salvo disposição de lei em contrário,
considera-se ocorrido no momento em que a situação esteja
definitivamente constituída (no caso, transferida a propriedade) nos
termos de direito aplicável. Segue-se, portanto, o que já havia sido
definido.

Por outro lado, quando a situação definida em lei como o fato gerador do
tributo não tenha sido definida em outro ramo do direito como capaz de gerar
efeitos jurídicos, ou seja, somente produza efeitos econômicos, temos a
situação de fato. Citemos, como exemplo, a entrada de mercadorias
estrangeiras no território nacional não era, antes de ser instituído o II,
situação jurídica, pois não produzia efeitos jurídicos em nenhum outro ramo do
direito.

Observação: É óbvio que depois que o II foi instituído, a entrada de


mercadorias estrangeiras no território nacional passou a produzir efeitos, pois
praticado esse ato, ocorre o fato gerador do II, acarretando o nascimento de
uma obrigação tributária.

Para os fatos geradores definidos com base em situação de fato, o CTN,


no art. 116, I, estabeleceu que, salvo disposição de lei em contrário, o fato
gerador ocorre desde o momento em que o se verifiquem as
circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que
normalmente lhe são próprios, ou seja, com a entrada das mercadorias.
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Na prática, isso não é possível, pois é muito difícil precisar o momento


em que as mercadorias entram no território nacional. Nesse caso, o legislador,
no art. 23 do Decreto-lei 37/1966, valeu-se da exceção permitida pelo CTN
para definir que, para fins de cálculo, o fato gerador do II considera-se
ocorrido na data do registro da declaração de importação de mercadoria
submetida a despacho para consumo.

2.5.1 – As Situações Jurídicas Condicionadas

Vamos iniciar esse tópico transcrevendo o que foi disposto no art. 117 do
CTN:

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Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior (referente às


situações jurídicas estudadas no tópico anterior) e salvo
disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos
condicionais reputam-se perfeitos e acabados:

I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu


implemento;

II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do


ato ou da celebração do negócio.

Vamos entender tudo isso aí. Fique tranquilo(a)! Parece complicado, mas
não é!

O alvo do nosso estudo nesse momento é a condição, figura disciplinada


no art. 121 do Código Civil, sendo aplicável, no Direito Tributário, aos
negócios jurídicos, que podem ser exemplificados pelos contratos em
geral.

Consoante o Código Civil, a condição é uma cláusula que pode ser


incluída em um contrato, subordinando o negócio jurídico a um evento futuro
e incerto, ou seja, pode ou não vir a ocorrer. Ademais, destaque-se que a
condição pode ser suspensiva ou resolutória (ou resolutiva).

Como exemplo de condição suspensiva, imaginemos que o teu pai doa-


lhe um apartamento caso você seja aprovado(a) em algum concurso da área
fiscal. O negócio jurídico (a doação) está condicionado a um evento futuro e
incerto, podendo vir ou não a ocorrer (eu torço para que você seja aprovado e
ganhe o apartamento, ok?). Perceba que enquanto não se cumprir a condição
(aprovação), os efeitos da doação permanecem suspensos. Aliás, com a
celebração do negócio jurídico, os efeitos já estão suspensos (não há
produção de efeitos).

Por conseguinte, de acordo com o art. 117, I, do CTN, o fato gerador do


ITCMD (imposto incidente sobre a doação), salvo disposição de lei em
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contrário, só ocorrerá quando (futuro) e se (incerto) você for


aprovado(a) no concurso público.

Imagine agora que você logrou a aprovação e tomou posse no cargo,


mas ficou insatisfeito por ter que morar em uma cidade de fronteira, longe de
casa. Decidiu que deveria pedir exoneração do cargo e voltar para a sua
cidade.

Sabendo da sua insatisfação, o teu pai doa-lhe um carro novo, com a


condição de que, se você pedir exoneração do cargo, perderá o veículo.

Note a diferença entre os dois exemplos: no primeiro, a doação irá


ocorrer quando você passar no concurso; no segundo, você já recebe a doação

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com a condição de não pedir exoneração. Em ambos os casos, há um evento


futuro e incerto, mas no segundo a doação já ocorreu. Em termos jurídicos, o
negócio jurídico já produz efeitos.

Caso você venha a pedir exoneração (implemento da condição


resolutória), cessarão os efeitos do negócio jurídico, fazendo com que você
perca o veículo. Ou seja, a ocorrência da condição resolve (desfaz) o negócio
jurídico, sendo por isso denominada condição resolutória.

Portanto, se o negócio estiver sujeito a uma condição resolutória, o art.


117, II, do CTN prevê que, salvo disposição de lei em contrário, o fato
gerador do ITCMD ocorre desde a celebração do negócio jurídico, sendo
irrelevante, para fins de incidência tributária, o cumprimento ou não da
condição.

Se houver o cumprimento da condição resolutória, o


veículo voltará a pertencer ao seu pai, mas o ITCMD
pago não será devolvido, pois o implemento da condição
resolutória é irrelevante ao Direito Tributário.

Lembre-se de que o implemento da condição


suspensiva é relevante, e é justamente o momento da
ocorrência do fato gerador.

2.6 – O Fato Gerador e o Princípio do Pecunia non Olet

Nós estudamos no início do nosso curso que incide imposto de renda


sobre os rendimentos decorrentes de atividades ilícitas, com base no princípio
do pecunia non olet (dinheiro não cheira).

Logo, para o Fisco pouco importa se o negócio jurídico celebrado é


válido sob a ótica do direito. Se a pessoa auferiu rendimentos, torna-se
sujeito passivo da relação jurídico-tributária, devendo arcar com o imposto de
renda.
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Nessa linha, veja o que diz o art. 118 do CTN:

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-


se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos


contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do
seu objeto ou dos seus efeitos;

II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Assim, a situação definida em lei como fato gerador do tributo (a


hipótese de incidência tributária) deve ser interpretada

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desconsiderando-se a validade jurídica dos atos praticados, bem como


os efeitos dos fatos ocorridos.

Com efeito, a capacidade tributária independe da capacidade civil das


pessoas naturais (físicas), ou seja, até mesmo o incapaz, como o menor de 16
anos, pode vir a ser sujeito passivo da obrigação tributária. Estudaremos a
capacidade passiva mais adiante.

Nesse momento, o que importa é entender e memorizar


o art. 118 do CTN, e saber que ele ampara o princípio do
pecúnia non olet.

Nessa linha, o STJ já decidiu:

TRIBUTÁRIO – ICMS – SERVIÇO DE TELEFONIA MÓVEL – INADIMPLÊNCIA


DOS USUÁRIOS – FURTO DE SINAL (CLONAGEM) – INCIDÊNCIA DO
TRIBUTO.

1. O fato gerador do ICMS na telefonia é a disponibilização da linha


em favor do usuário que contrata, onerosamente, os serviços de
comunicação da operadora. A inadimplência e o furto por "clonagem"
fazem parte dos riscos da atividade econômica, que não podem ser
transferidos ao Estado.

2. Nos termos do art. 118 do Código Tributário Nacional, o


descumprimento da operação de compra e venda mercantil não tem o
condão de malferir a ocorrência do fato gerador do ICMS.

(STJ, REsp 1.189.924/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins,


Julgamento em 25/05/2010)

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3 - ELISÃO, EVASÃO e ELUSÃO FISCAL

Esse tópico tem por objetivo estudar as formas de que os contribuintes


podem se valer para escapar da tributação, que podem vir a ser lícitas ou
ilícitas, a depender, em regra, da forma e do momento em que são praticadas.
São elas: a elisão, a evasão e a elusão fiscal

A elisão fiscal é a prática que visa reduzir ou eliminar o valor do tributo


devido. São os atos praticados pelo sujeito passivo, em regra, antes da
ocorrência do fato gerador, isto é, antes do nascimento da obrigação
tributária. É, portanto, uma conduta lícita, sendo denominada
planejamento tributário.

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Ora, ninguém é obrigado a fazer acontecer o fato gerador. Na


elisão fiscal, o sujeito passivo se vale de meios lícitos para que a carga
tributária a ele imposta seja minorada ou, a depender da situação, eliminada.

A título de exemplo, uma empresa de pequeno porte, como ainda


estudaremos no nosso curso, pode optar pela tributação pelo Simples Nacional,
pelo Lucro Presumido ou pelo Lucro Real. É por esse motivo que existem
consultores especializados em planejamento tributário, que é a busca pela
menor incidência tributária possível.

De outra banda, temos a evasão fiscal, sendo caracterizada por


condutas ilícitas, praticadas com o intento de ludibriar a fiscalização,
ocultando parcial ou totalmente a ocorrência do fato gerador.

Uma forma simples de entender as práticas evasivas é saber que,


ocorrendo o fato gerador, surge a obrigação tributária. Sendo assim, já existe
um montante de tributo a ser recolhido. Contudo, o sujeito passivo utiliza
artifícios para aparentemente reduzir o valor da obrigação tributária.
Dessa forma, percebe-se que a regra é que a evasão seja praticada após a
ocorrência do fato gerador.

Como exemplo de evasão fiscal, pode-se citar o preenchimento a maior


das despesas médicas, na declaração anual de Imposto de Renda. Isso faz com
que o montante do imposto seja aparentemente reduzido, na tentativa de
iludir o Fisco.

Por último, tem-se ainda a elusão fiscal, também denominada elisão


ineficaz. Nessa situação, o contribuinte simula o negócio jurídico,
dissimulando o fato gerador do tributo. O que se quer ocultar é a essência
do negócio, alterando a sua forma. Os autores costumam denominá-la
“abuso de forma jurídica”.

Observação: Dissimular é o mesmo que ocultar, esconder.


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Vejamos um exemplo típico: João deseja vender um terreno, cujo valor é


muito elevado, a Maria. Sabendo-se que o ITBI incidente sobre a operação de
transmissão da propriedade (o negócio jurídico) seria muito alto, decidem
simular outra situação, alterando a forma do negócio.

Como o ITBI não incide sobre a transmissão dos bens incorporados ao


patrimônio de pessoa jurídica, nem sobre a extinção desta, a saída seria
constituir uma empresa, em que João entraria com o seu terreno, e Maria, com
o capital. Pouco tempo depois, ambos decidem extinguem a pessoa jurídica,
sendo que João recebe suas quotas em dinheiro, e Maria recebe o terreno.

Note que foi simulada a constituição e a extinção de uma pessoa jurídica,


dissimulando a ocorrência do fato gerador, que a transmissão de propriedade
de uma pessoa física para outra.

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Como forma de tentar combater tais práticas, o legislador, por meio da


LC 104/2001, acrescentou o parágrafo único ao art. 116 do CTN, cuja redação
é a seguinte:

Art. 116. (...):

Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos


ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária.

Observação: O texto legal incluído pela LC 104/01 foi denominado “norma


geral antielisão”, muito embora o objetivo seja evitar a elusão fiscal. Na
realidade, se a elisão é uma conduta lícita, não seria necessário evitá-la.

A inclusão do dispositivo se deve à influência da doutrina alemã,


segundo a qual permite-se a interpretação econômica do fato gerador.
Busca-se, assim, a essência do negócio jurídico e não a sua simples forma.

Destaque-se que, para fins de prova, é necessário guardar que a


autoridade desconsidera os negócios para fins tributários, mas não o
desconstitui, ou seja, o que foi celebrado entre as partes continuam valendo
para elas.

Além disso, também é necessário lembrar que uma lei ordinária precisa
regulamentar os procedimentos a serem observados pela autoridade
administrativa, para que a “norma geral antielisão venha” ser aplicada na
prática.

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Questão 01- ESAF/ATRFB/2012

Em regra, a definição do fato gerador da obrigação tributária principal só pode


ser estabelecida em lei, mas a definição do sujeito passivo dessa obrigação
pode ser estabelecida em decretos e normas complementares.

Comentário: A definição do fato gerador bem como o sujeito passivo da


obrigação tributária principal devem sempre ser estabelecidos por lei. Questão
errada.

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Questão 02- ESAF/ATRFB/2012

A obrigação acessória tem por objeto a prestação positiva de pagamento do


tributo ou penalidade pecuniária e outras prestações previstas no interesse
da arrecadação.

Comentário: A obrigação acessória tem por objeto as prestações, positivas ou


negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos
tributos, que não se confundem com o pagamento do tributo ou penalidade
(este objeto se refere à obrigação principal). Questão errada.

Questão 03- ESAF/ATRFB/2012

Poderão ser desconsiderados pela autoridade os atos ou negócios jurídicos


praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo.

Comentário: O art. 116, par. único, do CTN, estabelece que a autoridade


administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com
a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza
dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. Questão correta.

Questão 04- ESAF/AFRFB/2012

As multas aplicadas pela Receita Federal do Brasil, decorrentes do


descumprimento de obrigação acessória, detêm caráter tributário e são
incluídas nos programas de parcelamentos de débitos fiscais.

Comentário: As multas não se confundem com os tributos. Todavia, não se


nega o caráter tributário às multas aplicadas pela RFB, decorrentes do
descumprimento de obrigação acessória, podendo, por esse motivo, serem
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incluídas nos programas de parcelamentos de débitos fiscais. Questão correta.

Questão 05- ESAF/AFRFB/2012

O gozo de imunidade ou de benefício fiscal não dispensa o seu titular de


cumprir as obrigações tributárias acessórias a que estão obrigados quaisquer
contribuintes.

Comentário: As obrigações tributárias acessórias independem da existência


de uma obrigação principal. Portanto, ainda que a pessoa esteja imune do
pagamento de um imposto, por exemplo, continua obrigada ao cumprimento
das obrigações acessórias a ela impostas. Questão correta.

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Questão 06- ESAF/AFRFB/2012

A criação de obrigação acessória sem a específica e expressa autorização legal


importa em usurpação da competência legislativa do Poder Legislativo.

Comentário: Nós aprendemos que, para a ESAF, as obrigações acessórias


podem ser instituídas por meio de atos infralegais, emanados do próprio Poder
Executivo, como os decretos, por exemplo. Questão errada.

Questão 07- ESAF/AFRFB/2012

Sobre a elisão fiscal, julgue a assertiva a seguir: Tem como sinônimo a


simulação, que consiste em uma discrepância entre a vontade real e a vontade
declarada pelas partes.

Comentário: Na elisão fiscal, como vimos, não há qualquer simulação, sendo


a prática que visa reduzir ou eliminar o valor do tributo devido, antes da
ocorrência do fato gerador. Questão errada.

Questão 08- ESAF/AFRFB/2012

Aspecto espacial da hipótese de incidência corresponde ao território no qual,


ocorrida a situação descrita no aspecto material, surge a obrigação tributária.

Comentário: O aspecto especial diz respeito aos limites territoriais da


incidência do tributo ou ao local específico em que se considera ocorrido o fato
gerador. Questão correta.

Questão 09- ESAF/AFRFB/2012

Aspecto pessoal é aquele que diz respeito à definição dos sujeitos ativo e
passivo da relação tributária.
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Comentário: O aspecto pessoal define quem é o credor (sujeito ativo) da


obrigação tributária, bem com os respectivos devedores (sujeito passivo).
Questão correta.

Questão 10- ESAF/ISS-RJ-Fiscal de Rendas/2010

O art. 150, inciso I, da Constituição Federal, dispõe que, sem prejuízo de


outras garantias asseguradas aos contribuintes, é vedado aos entes tributantes
exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Tal afirmativa permite-nos concluir que a lei que veicula a norma tributária
impositiva deverá conter os aspectos indispensáveis para que se possa

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determinar o surgimento e o conteúdo da obrigação tributária. Sobre tais


aspectos, julgue os itens a seguir:
I. aspecto material: descrição da situação geradora da obrigação tributária;
II. aspecto espacial: onde a ocorrência da situação geradora da obrigação
tributária será relevante;
III. aspecto temporal: quando se deve considerar ocorrida a situação geradora
da obrigação tributária;
IV. aspecto pessoal: quem está obrigado ao pagamento (sujeito passivo), e em
favor de quem (sujeito ativo);
V. aspecto quantitativo: qual o montante devido da obrigação tributária.
Estão corretos:
a) apenas os itens I, IV e V.
b) apenas os itens I, II e V.
c) apenas os itens I, III, IV e V.
d) apenas os itens III, IV e V.
e) todos os itens estão corretos.

Comentário:

Item I: Trata-se do aspecto substancial da hipótese de incidência. Item


correto.

Item II: Diz respeito aos limites territoriais da incidência do tributo ou ao local
específico em que se considera ocorrido o fato gerador.Item correto.

Item III: É o aspecto que define o momento em que o fato gerador


considera-se ocorrido, sendo este o marco para se definir a lei vigente e as
alíquotas aplicáveis. Item correto.

Item IV: Define quem é o credor (sujeito ativo) da obrigação tributária, bem
com os respectivos devedores (sujeito passivo). Item correto.

Item V: Esse aspecto define o quantum debeatur, isto é, o quanto o devedor


deve pagar de tributo. Item correto. 00001909002

Gabarito: Letra E

Questão 11- ESAF/SEFAZ-CE/2007

A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos


praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos do Código Tributário Nacional.

Comentário: A questão aborda o par. único do art. 116 do CTN. O único erro
é dizer que os procedimentos foram previstos no CTN, quando, na verdade, o

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dispositivo determina que serão estabelecidos em lei ordinária. Questão


errada.

Questão 12- ESAF/AFRFB/2009

A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existência de


uma obrigação tributária principal.

Comentário: Nós vimos que a obrigação acessória é autônoma, não sendo


correto dizer que a existência desta pressupõe a existência de uma obrigação
principal. Questão errada.

Questão 13- ESAF/PFN/2006

A definição legal do fato gerador não pode ser verificada se for abstraída a
validade jurídica dos atos praticados.

Comentário: É muito importante conhecer a redação do art. 118 do CTN,


tendo em vista que o dispositivo segue a mesma linha do princípio do pecunia
non olet. Com relação à questão, a definição legal do fato gerador é
interpretada abstraindo-se a validade dos atos praticados e dos efeitos dos
fatos ocorridos. Portanto, a questão está errada.

Questão 14- ESAF/AFRF/2003

Salvo disposição de lei em contrário, considera- se ocorrido o fato gerador e


existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento
em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os
efeitos que normalmente lhe são próprios.

Comentário: Conforme o art. 116, II, do CTN, considera-se ocorrido o fato


gerador, tratando-se de situações jurídicas, desde o momento em que esteja
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definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Questão errada.

Questão 15- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012-Adaptada

No que tange à obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. Não é possível


que uma obrigação acessória se converta em principal, pois esta é vinculada à
ocorrência do fato gerador.

Comentário: Conforme o § 3º do art. 113, do CTN, a obrigação acessória,


pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária (multas tributárias). Questão errada.

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Questão 16- ESAF/TRF/2000

Quando a lei se refere à obrigação tributária principal, ela quer se referir aos
procedimentos exigidos do contribuinte para assegurar a melhor fiscalização do
pagamento.

Comentário: Os prestações criadas para assegurar a melhor fiscalização do


pagamento dos tributos são denominadas obrigações acessórias. Questão
errada.

Questão 17- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012-Adaptada

No que tange à obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. A autoridade


administrativa pode desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência de fato gerador de tributo; o
procedimento a ser adotado deve ser estabelecido por lei ordinária.

Comentário: É isso mesmo! A autoridade administrativa pode desconsiderar


tais negócios jurídicas. Contudo, o procedimento a ser adotado deve ser
estabelecido em lei ordinária, conform par. único do art. 116, do CTN. Questão
correta.

Questão 18- FCC/Procurador-AL-PB/2013

A falta de emissão de nota fiscal em operações isentas de venda de


mercadorias não é suficiente para que esta obrigação acessória se transforme
em obrigação principal com relação à penalidade pecuniária.

Comentário: De acordo com o § 3º, do art. 113, do CTN, a obrigação


acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária. Sendo assim, a falta de
emissão de nota fiscal, ainda que em operações isentas, é suficiente para fazer
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surgir a obrigação de pagar multa. Lembre-se de que as obrigações acessórias


são autônomas. Questão errada.

Questão 19- FCC/Procurador-AL-PB/2013

Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da


legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure
obrigação principal.

Comentário: A questão está literalmente conforme o art. 115, do CTN, que


define o fato gerador da obrigação acessória. Por esse motivo, a questão está
correta.

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Questão 20- FCC/Procurador-AL-PB/2013

Autoridade administrativa, observados os procedimentos estabelecidos em lei


ordinária, pode efetuar a desconsideração de atos ou de negócios jurídicos
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo.

Comentário: De fato, a autoridade administrativa pode efetuar a


desconsideração de atos ou de negócios jurídicos praticados com a finalidade
de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo, desde que observe os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária, conforme prevê o par.
único do art. 116, do CTN. Questão correta.

Questão 21- CESPE/PROCURADOR-PE/2009

Os contribuintes isentos do recolhimento do ICMS são dispensados de manter


documentos fiscais relativos ao mencionado imposto.
Comentário: A questão foi elaborada com base no par. único do art. 175, do
CTN. Embora o assunto ainda seja objeto de estudo em outra aula, você já
pode “matar” a questão agora. Nós aprendemos que a obrigação acessória é
autônoma, isto é, independente. Portanto, ainda que estejam isentos do
ICMS, os contribuintes ficam obrigados a cumprir as obrigações acessórias.
Questão errada.

Questão 22- CESPE/PROCURADOR-PE/2009

A abstenção de prestação de informações requeridas pelo fisco converte-se em


obrigação tributária acessória, com relação à eventual penalidade pecuniária.

Comentário: Na realidade é o contrário: a prestação de informações ao fisco


constitui obrigação acessória. Pela redação do CTN, a obrigação acessória, pelo
simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
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relativamente à penalidade pecuniária. Questão errada.

Questão 23- ESAF/GEFAZ-MG/2005

A hipótese de incidência é o fato da vida que gera, diante do que dispõe a lei
tributária, o dever de pagar o tributo.

Comentário: A hipótese de incidência não é o fato da vida, mas uma previsão


abstrata na norma tributária. O fato da vida seria o mesmo que a ocorrência
do fato gerador. Questão errada.

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Questão 24- ESAF/GEFAZ-MG/2005

O fato gerador é a situação definida em lei como necessária e suficiente para


que se considere surgida a obrigação tributária.

Comentário: A questão está de acordo com o art. 114, segundo o qual o fato
gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e
suficiente à sua ocorrência. Questão correta.

Questão 25 – FGV/Sudene- PE- Analista Técnico Adm./2013

Assinale a alternativa em que a segunda assertiva completa o sentido da


primeira.
a) A obrigação tributária é principal ou acessória / no caso da acessória há
vínculo jurídico sem conteúdo patrimonial.
b) As obrigações têm caráter de patrimonialidade genérica, no ordenamento
jurídico tributário / isto ocorre em função do descumprimento da obrigação
acessória gerar multa.
c) A obrigação tributária gera, para o sujeito passivo, um dever / este dever
nasce com a lei e a partir dela se torna exigível.
d) As obrigações tributárias são sempre de dar / isto em função da
possibilidade de transmutação da obrigação de fazer ou não fazer em
imposição de multa.
e) A obrigação tributária principal é de dar / ela tem como sua única fonte o
texto da lei que criou a hipótese de incidência.

Comentário:

Alternativa A: Realmente, a obrigação tributária pode ser principal ou


acessória, sendo que no caso da obrigação acessória há vínculo jurídico sem
conteúdo patrimonial. Alternativa correta.

Alternativa B: A obrigação tributária pode ter ou não conteúdo patrimonial, a


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depender da sua caracterização como principal ou acessória, respectivamente.


Alternativa errada.

Alternativa C: A obrigação tributária nasce com a ocorrência do fato gerador,


sendo este previsto em lei. Alternativa errada.

Alternativa D: A obrigação tributária nem sempre tem por objeto “dar algo”,
como é o caso das obrigações acessórias, consistentes no dever de fazer ou
deixar de fazer algo. Alternativa errada.

Alternativa E: A afirmativa está incorreta, pois se norma posterior altera as


alíquotas aplicáveis ao tributo, esta norma deve ser utilizada como fonte da
obrigação tributária principal. Alternativa errada.

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Gabarito: Letra A

Questão 26 – FGV/Procurador AL - MT /2013

Lei de determinado Estado da Federação estabelece base de cálculo reduzida


para o ICMS dos produtos que compõem a cesta básica. A lei foi
regulamentada por ato normativo do executivo que subordinou a aplicação da
base legalmente reduzida ao cumprimento, pelo contribuinte, das obrigações
acessórias.
A Sociedade Delta Ltda. procedeu à saída de mercadoria da cesta básica de
seu estabelecimento desacompanhada de nota fiscal.
Neste caso,
a) não incide a redução do imposto, visto que não cumprida obrigação
acessória.
b) incide a redução prevista na lei estadual, já que a fixação da base de cálculo
está sujeita a reserva legal.
c) incide a redução prevista na lei estadual, mas fica suspensa até que seja
regularizada a saída da mercadoria.
d) não incide a redução do imposto, já que o Executivo tem a faculdade de
limitar os beneficiados pela redução da base de cálculo.
e) a redução da base de cálculo constitui renúncia fiscal cuja fruição pode ser
condicionada pela Administração Fiscal ao cumprimento das obrigações
acessórias.

Comentário: A obrigação principal é definida em lei, não podendo, portanto,


sofrer alterações em virtude de ato infralegal. Ademais, o cumprimento ou não
de obrigação acessória não altera o valor do tributo devido, podendo acarretar,
entretanto, a aplicação de penalidades pecuniárias. Portanto, no caso
hipotético apresentado, incide a redução prevista na lei estadual, já que a
fixação da base de cálculo está sujeita a reserva legal.

Gabarito: Letra B
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Questão 27- FCC/Procurador-AL-PB/2013

Fato gerador da obrigação principal é situação definida em decreto do


executivo ou resolução do Senado Federal como necessária e suficiente à sua
ocorrência.

Comentário: Nos termos do art. 114, do CTN, fato gerador da obrigação


principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência. Questão errada.

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Questão 28- CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011


De acordo com o CTN, são apenas duas as espécies de obrigação tributária: a
principal e a acessória.

Comentário: Questão sem mistérios. Há duas espécies de obrigação


tributária, quais sejam: principal e acessória. Questão correta.

Questão 29- CESPE/PROCURADOR-PE/2009-Adaptada

A respeito do ICMS e das obrigações tributárias a ele relativas, julgue a


assertiva a seguir. Ao emitir nota fiscal, o responsável pelo recolhimento do
ICMS pratica obrigação tributária principal.

Comentário: A emissão de nota fiscal constitui exemplo de obrigação principal


acessória. A obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributos ou
multas. Questão errada.

Questão 30- CESPE/PROCURADOR-PE/2009

Reputa-se acessória a obrigação tributária imposta ao contribuinte, no sentido


de tolerar atividades de fiscalização do recolhimento do ICMS.

Comentário: O objeto da obrigação acessória consiste em uma prestação de


fazer ou deixar de fazer, sendo exemplo desta o fato de o contribuinte ter de
tolerar atividades de fiscalização do recolhimento do ICMS. Questão correta.

Questão 31- CESPE/PROCURADOR-PE/2009

A obrigação tributária consistente no dever de manter escrita contábil


referente ao ICMS decorre sempre da lei stricto sensu.

Comentário: Tal assertiva revela o posicionamento do CESPE, no sentido de


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que as obrigações acessórias não decorrem da lei em sentido estrito, podendo


vir a ser estabelecida por atos normativos infralegais. Questão errada.

Questão 32- ESAF/AFRE-MG/2005

A situação definida em lei, desde que necessária para o nascimento da


obrigação tributária principal, é o seu fato gerador.

Comentário: A ESAF armou uma “pegadinha” nessa questão. A situação


definida em lei deve ser não somente necessária, mas também suficiente para
o nascimento da obrigação tributária principal. Questão errada.

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Questão 33- ESAF/AFRFB/2009

A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à


obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade.

Comentário: Essa questão revela o entendimento da ESAF, segundo o qual a


instituição de obrigação acessória não necessita de lei em sentido estrito.
Questão errada.

Questão 34- FCC/Procurador-João Pessoa-PB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento do implemento da


condição, tratando-se de negócio jurídico gravado com condição resolutiva.

Comentário: Tratando-se de negócio jurídico submetido a condição resolutiva,


considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento da celebração do
negócio. Questão errada.

Questão 35- FCC/Procurador-João Pessoa-PB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento da prática do ato ou


celebração do negócio, tratando-se de negócio jurídico gravado com condição
suspensiva.

Comentário: Tratando-se de negócio jurídico submetido a condição


suspensiva, considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento do
implemento da condição. Questão errada.

4 - SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA


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Nós vimos que a relação jurídico-tributária é constituída por dois


sujeitos: ativo (credor) e passivo (devedor).

Vamos estudar, a partir de agora, cada um separadamente.

4.1 – Sujeito Ativo da Obrigação Tributária e Capacidade Ativa

Nós já estudamos alguns aspectos atinentes ao sujeito ativo da


obrigação tributária no decorrer do curso. Nesse momento, vamos aproveitar
apenas para sintetizar o conteúdo já visto e acrescentar alguns detalhes.

Certamente, você já está “afiado” em relação a quem pode ocupar o pólo


ativo da relação jurídico-tributária. Trata-se da pessoa política titular da
competência tributária para instituir o tributo (União, Estados, DF e

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Municípios) ou a pessoa jurídica de direito público titular da capacidade


ativa, que, como já vimos, é responsável pela arrecadação e fiscalização do
tributo. Nesse sentido, prescreve o art. 119 do CTN:

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público,


titular da competência para exigir o seu cumprimento.

O professor Eduardo Sabbag (2013), em sua obra, ainda prevê a


seguinte denominação:

Sujeito ativo direto  Pessoa política titular da competência tributária;

Sujeito ativo indireto  São aqueles que detêm apenas a capacidade


tributária ativa.

Lembre-se de que os territórios federais não


possuem competência tributária, ou seja, não podem
instituir tributos. São considerados apenas
descentralizações administrativo-territoriais pertencentes
à União.

Quando estudamos a competência tributária, vimos também que o STJ


(Súmula 396) já entendeu que a CNA – Confederação Nacional da Agricultura
– possui legitimidade ativa para cobrança da contribuição sindical rural, que é
considerada tributo. Contudo, vimos que, por ser exceção, devemos adotar a
Súmula 396 somente se a questão mencionar expressamente.

Ainda na sequência do nosso estudo sobre o sujeito ativo da obrigação


tributária, você se lembra quando vimos que o CTN (art. 120) prevê uma
hipótese de extraterritorialidade da legislação tributária em caso de
desmembramento territorial?

Naquela ocasião, nós aprendemos que o “ente novo” pode aplicar a


legislação do município desmembrado até que a sua entre em vigor. Contudo,
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o que acontece com as obrigações tributárias surgidas até o momento naquele


território que agora pertence ao novo ente federado? Ocorre a denominada
sucessão ativa.

Nas palavras do CTN, a pessoa jurídica que se constituir (o novo ente)


pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nos direitos desta (a
antiga), isto é, há mudança do sujeito ativo, ou melhor, há inovação
subjetiva.

Observação: Sub-rogar significa transferir os direitos e funções de uma


pessoa para outra.

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Assim, resta claro que há dois efeitos previstos no art. 120 do CTN:

 Mudança do sujeito ativo em relação às obrigações tributárias já


constituídas;
 Recepção da legislação tributária até que a sua (do novo ente) entre em
vigor.

Até poderia surgir a seguinte dúvida: e as relações tributárias que


vierem a ser constituída após o desmembramento? A resposta é simples: já
pertencem ao novo ente, ou seja, não há transferência.

4.2 – Sujeito Passivo da Obrigação Tributária

O sujeito passivo da obrigação tributária é a pessoa que integra a relação


jurídico-tributária, estando obrigada a arcar com o pagamento do tributo
devido (obrigação principal) ou com as prestações de fazer ou deixar de fazer
algo (obrigações acessórias).

Relativamente à obrigação principal, surgem as figuras do contribuinte


e do responsável.

Nesse contexto, o CTN assevera o seguinte:

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada


ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a


situação que constitua o respectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte,


sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.

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O Sujeito passivo da obrigação tributária deve


sempre ser estabelecido por lei. Afinal, é a própria lei
instituidora do tributo que define quem é o sujeito
passivo.

Percebe-se que para ser contribuinte, é necessário que o sujeito passivo


tenha relação pessoa e direta com a situação que constitua o respectivo fato
gerador. Do contrário, o sujeito passivo será considerado responsável.

Sendo assim, o contribuinte é denominado pela doutrina de sujeito


passivo direto, enquanto o responsável, sujeito passivo indireto.

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O responsável, então, não possui relação direta com o fato gerador, mas
está obrigado a adimplir a obrigação tributária principal, por expressa
disposição legal.

Observação: Lembre-se de que o responsável não faz acontecer o fato


gerador. Por esse motivo, somente a lei pode obrigá-lo a cumprir com a
obrigação tributária. Afinal de contas, ninguém é obrigado a fazer ou deixar
de fazer algo senão em virtude de lei (CF/88, art. 5º, II).

Destaque-se que o responsável deve possuir certa relação ou


vínculo (embora não seja pessoal e direta) com a situação que deu origem
ao fato gerador. Isso ocorre, como veremos ao estudar a responsabilidade
tributária, por conta do disposto no art. 128 do CTN:

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir
de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a
terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva
obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a
a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida
obrigação.

Vamos a um exemplo prático!

O art. 45 do CTN estabelece que são contribuintes do IR o titular da


disponibilidade econômica ou jurídica de renda e de proventos de
qualquer natureza, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao
possuidor, a qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos
proventos tributáveis.

No caso específico do imposto de renda das pessoas físicas, o


contribuinte é aquele que recebe a renda e os proventos, mas o CTN permite
que as fontes pagadoras sejam eleitas pela lei como responsáveis pela
retenção e recolhimento do imposto.
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O conceito de contribuinte que vimos até o momento é o contribuinte de


direito. Existe também o denominado contribuinte de fato. Lembra-se do
que vimos na aula sobre imunidades?

O contribuinte de fato é aquele que, embora chamado de “contribuinte”,


não integra a relação jurídica, suportando apenas a incidência econômica
do tributo.

Essa figura surge nos denominados tributos indiretos, em que o ônus


do tributo e repassado ao consumidor final. Assim, embora o consumidor não
recolha os tributos, acaba arcando com esse encargo que foi embutido
no valor das mercadorias. Vamos repetir o exemplo anteriormente
fornecido:

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Imaginemos que determinado cidadão compra uma TV de LED em uma


loja de eletrodomésticos. Sobre a incidência do ICMS nesta operação, a loja é
eleita pela lei como contribuinte, e é ela quem vai recolher tal imposto,
correto? No entanto, quem sofre o ônus do tributo não é a loja, mas sim a
pessoa física que adquiriu a TV. Isso ocorre, porque a loja simplesmente
acrescenta o custo daquele tributo no valor da TV.

Esquematizando o que foi visto até o momento:

Contribuinte de Fato Não integra a relação


jurídico-tributária

Sujeito Passivo Direto Contribuinte de Direito


Integra a relação
jurídico-tributária
Sujeito Passivo Indireto Responsável

Por fim, perceba que tanto o contribuinte como o responsável por


determinada obrigação tributária devem ser estipulados em lei. No que se
refere ao contribuinte, a previsão é feita na própria lei instituidora do tributo,
por ser elemento subjetivo, essencial para que o tributo seja criado. Em
relação ao responsável, como vimos, a sua obrigação deve decorrer de
disposição expressa em lei.

Sendo assim, o art. 123 do CTN assevera que, salvo disposições de lei
em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade
pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública,
para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações
tributárias correspondente.

Isso é bastante óbvio! Se a lei determina quem deve pagar o tributo, não
pode um contrato particular definir algo em contrário, somente outra lei!
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Como exemplo, cite-se o caso do IPTU. Nós vimos que o locatário não
pode ser considerado contribuinte do IPTU, por não exercer a posse do imóvel
com animus definitivo.

Logo, se você aluga um apartamento, assinando um contrato com o


proprietário de que se compromete em pagar o IPTU relativo ao imóvel, isso
não o torna contribuinte do IPTU. Se você deixar de pagar, quem será
cobrado, a princípio, é o dono do imóvel, pois ele é o contribuinte. É
claro que ele pode pagar e depois vir cobrar de você, mas isso não importa ao
Direito Tributário.

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Um contrato particular não é capaz de alterar o sujeito


passivo da obrigação tributária. Guarde isso!

Nesse contexto, a alienação fiduciária não afasta a pena de perdimento


de veículo, quando houver previsão legal para aplicação de tal pena:

CONVENÇÃO PARTICULAR NÃO OPONÍVEL À FAZENDA PÚBLICA. APLICAÇÃO


DO ART. 123, DO CTN. PRINCÍPIOS DA ETICIDADE E DA FUNÇÃO SOCIAL
DO CONTRATO. ARTS. 421 E 2035, DO CC/2002. JURISPRUDÊNCIA DO
EXTINTO TRIBUNAL FEDERAL DE RECURSOS. COMPATIBILIDADE COM A
SÚMULA N. 138/TFR.

É admitida a aplicação da pena de perdimento de veículo objeto de


alienação fiduciária.

(STJ, REsp 1.387.990/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell


Marques, Julgamento em 17/09/2013)

4.2.1 – Capacidade Tributária Passiva

Sabemos que a capacidade tributária ativa é a capacidade de


figurar no pólo ativo da obrigação tributária. Por consequência lógica, a
capacidade tributária passiva é a aptidão para se tornar sujeito
passivo da obrigação tributária.

Vamos ver o que o CTN diz acerca da capacidade tributária passiva:

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:

I - da capacidade civil das pessoas naturais;


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II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem


privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais
ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou
negócios;

III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que


configure uma unidade econômica ou profissional.

Em termos mais simples, a capacidade tributária passiva existe, ainda


que a pessoa seja incapaz ou esteja privada do exercício de atividades civis, ou
mesmo a pessoa jurídica que ainda não tenha sido regularmente constituída.

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Desse modo, se uma criança for proprietária de uma fazenda, deverá


pagar ITR. No mesmo sentido, um interditado (incapaz de praticar os atos da
vida civil) pode vir a contribuir com o IPTU, caso possua um imóvel localizado
na zona urbana do Município.

No que se refere às pessoas jurídicas, são consideradas pessoas jurídicas


mesmo que não tenha CNPJ ou registro estadual. Logo, se o seu vizinho
fabrica solas de sapato em larga escala, mas não se formaliza para não
contribuir com o IPI, por exemplo, saiba que ele não deixa de ser considerado
sujeito passivo dos tributos incidentes sobre a produção e circulação de
mercadorias.

Em questões de prova, se você vir o termo


“capacidade passiva”, lembre-se de que todos podem vir
a ser sujeito passivo, com exceção, é claro, dos mortos.

Questão 36- ESAF/ATRFB/2012

Um menor de 10 anos de idade é absolutamente incapaz do ponto de vista civil


e tributário.

Comentário: De acordo com o art. 126, I, do CTN, a capacidade tributária


passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais. Sendo assim, um
menor de 10 anos pode ser sujeito passivo da obrigação tributária, embora
seja absolutamente incapaz do ponto de vista civil. Questão errada.
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Questão 37- ESAF/ATRFB/2012

Salvo se a lei o previr, os contratos feitos entre o contribuinte do ITR e o


arrendatário do imóvel, para excluir a responsabilidade daquele pelo
pagamento desse imposto, embora válido entre as partes, não é eficaz em
relação à fazenda pública.

Comentário: De fato, o contrato não é valido. O art. 123 do CTN prevê que,
salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à
Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das
obrigações tributárias correspondentes. Questão correta.

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Questão 38- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012-Adaptada

No que tange à obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. É possível que


sujeito passivo de obrigação principal figure como responsável, ainda que a
obrigação não decorra de disposição expressa em lei.

Comentário: O responsável é o sujeito passivo que não possui relação pessoa


e direta com a situação que dá origem ao fato gerador. Portanto, para que
possa vir a ser responsabilizado, é necessário que haja disposição expressa em
lei. Questão errada.

Questão 39- ESAF/PFN/2006

O interditado pode ser sujeito passivo da obrigação tributária.

Comentário: O art. 126, II, determina que a capacidade tributária passiva


independe de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem
privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou
profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios. Sendo
assim, o interditado pode ser sujeito passivo da obrigação tributária, o que faz
com que a questão esteja correta.

Questão 40- ESAF/AFRF/2003

Salvo disposição de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à


responsabilidade pelo pagamento de tributos, podem ser opostas à Fazenda
Pública para modificar a sujeição passiva, desde que o novo sujeito passivo
comunique a existência do convencionado à repartição fazendária competente
antes de ocorrer o fato gerador da correspondente obrigação tributária.

Comentário: Conforme previsto no art. 123 do CTN, as convenções


particulares não podem ser opostas à Fazenda Pública para modificar a
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definição do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.


Questão errada.

Questão 41- ESAF/AFRF/2003

É denominado responsável o sujeito passivo da obrigação tributária principal


que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador.

Comentário: O sujeito passivo que possui relação pessoal e direta com a


situação que constitua o fato gerador é o contribuinte, e não o responsável.
Questão errada.

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Questão 42- ESAF/AFRF/2001

O Código Tributário Nacional chama de sujeito passivo quem tenha relação


pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador da obrigação
tributária principal.

Comentário: Aquele que possui relação pessoal e direta com a situação que
constitua o fato gerador da obrigação tributária principal é denominado
contribuinte, sendo uma das formas que o CTN estabeleceu para a sujeição
passiva.
A questão estaria correta se dissesse que o sujeito passivo direto possui
relação pessoal e direta com a referida situação. Questão errada.

Questão 43- INÉDITA/2014

De acordo com o Código Tributário Nacional, tanto o contribuinte quanto o


responsável tributário recebem a denominação sujeito passivo.

Comentário: É o que se depreende da redação do art. 121, par. único. O


sujeito passivo pode ser contribuinte ou responsável. Questão correta.

Questão 44- ESAF/AFRFB/2009

No polo ativo da relação jurídico-tributária, necessariamente deve figurar


pessoa jurídica de direito público.

Comentário: Conforme alertamos, a regra é que somente pessoa jurídica de


direito público pode ser sujeito ativo da obrigação tributária. Somente siga o
que foi definido na Súmula 396 do STJ se houver expressa exigência. Portanto,
a questão está correta.

Questão 45- CESPE/Procurador Federal/2004


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Pessoas jurídicas de direito privado não podem ser sujeitos ativos da obrigação
tributária, mas podem ser destinatárias do produto da arrecadação.

Comentário: De fato, as pessoas jurídicas de direito privado não podem ser


sujeitos ativos da obrigação tributária. As bancas normalmente costumam
cobrar dessa forma o assunto. Questão correta.

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Questão 46- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012-Adaptada

No que tange à obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. Na hipótese


de constituição de pessoa jurídica de direito público pelo desmembramento
territorial de outra, não haverá sub-rogação em direitos.

Comentário: Como vimos, o desmembramento territorial gera dois efeitos:


mudança do sujeito ativo das obrigações tributárias já constituídas (sub-
rogação em direitos) e recepção da legislação tributária até que a sua (a
legislação do ente novo) entre em vigor. Portanto, a questão está errada.

Questão 47- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012

A capacidade tributária passiva depende da regular constituição da pessoa


jurídica, a fim de se localizar o seu domicílio tributário.

Comentário: Conforme o disposto no art. 126, III, a capacidade tributária


passiva independe de estar a pessoa jurídica regularmente constituída,
bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. Questão
errada.

5 – SOLIDARIEDADE EM DIREITO TRIBUTÁRIO

O instituto da solidariedade foi definido no art. 264 do Código Civil da


seguinte forma:

Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais


de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou
obrigado, à dívida toda.

Você não precisa memorizar nada do que foi acima transcrito, pois o
objetivo é apenas demonstrar que a solidariedade ocorre quando há mais
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de um credor ou mais de um devedor em uma mesma obrigação.

No Direito Tributário, o credor da obrigação tributária é o sujeito ativo,


titular da competência para instituir o tributo ou a pessoa jurídica de direito
público a quem tenha sido delegada a capacidade tributária ativa.

Assim, ou o ente competente para instituir o tributo cobra ou delega a


outra (e somente uma) pessoa jurídica de direito público para realizar a
arrecadação. Diante disso, temos que, em matéria tributária, não há que
se falar em solidariedade ativa.

Vejamos, então, o que estabelece o art. 124 do CTN, ao tratar do tema:

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Art. 124. São solidariamente obrigadas:

I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que


constitua o fato gerador da obrigação principal;

II - as pessoas expressamente designadas por lei.

Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não


comporta benefício de ordem.

O dispositivo legal apresenta duas situações em que ocorre a


solidariedade. O primeiro caso de solidariedade, em que há interesse comum,
denomina-se solidariedade de fato ou natural. O segundo caso, em que as
pessoas se tornam solidariamente obrigadas por meio de previsão legal,
denomina-se solidariedade de direito ou legal.

Há que se destacar que, mesmo quando a solidariedade decorra do


interesse comum das pessoas na situação que constitua o fato
gerador, a solidariedade decorre de lei, tendo em vista que o CTN (norma
geral que previu a solidariedade) não deixa de ser uma lei. Sendo assim, pode-
se dizer que a solidariedade sempre decorre de lei.

Não existe solidariedade ativa no Direito Tributário.

A solidariedade sempre decorre de lei.

Na solidariedade de fato, duas ou mais pessoas se tornam obrigadas ao


cumprimento de uma mesma obrigação tributária, por terem interesse
comum na situação.

O interesse comum pode se dar, por exemplo, quando uma propriedade


pertence a mais de uma pessoa. Nesse caso, a obrigação de pagar IPTU é
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solidária entre eles.

Observação: o mesmo raciocínio não se aplica ao IPTU devido por uma


sociedade empresarial, que possua no contrato social dois sócios (A e B). O
contribuinte é somente a sociedade, e não os seus sócios! Não confunda!!!

Isso ocorre em função do princípio da entidade, segundo o qual as


obrigações e o patrimônio dos sócios não se confundem com as obrigações e
o patrimônio da sociedade.

No que se refere a esse assunto, a jurisprudência do STJ tem entendido


que o simples fato de as empresas pertencerem ao mesmo conglomerado

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financeiro não caracteriza por si só o interesse comum capaz de gerar


solidariedade tributária:

"PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL.


TRIBUTÁRIO. ISS. EXECUÇÃO FISCAL. PESSOAS JURÍDICAS QUE
PERTENCEM AO MESMO GRUPO ECONÔMICO. CIRCUNSTÂNCIA QUE, POR SI
SÓ, NÃO ENSEJA SOLIDARIEDADE PASSIVA.

1. O entendimento prevalente no âmbito das Turmas que integram a


Primeira Seção desta Corte é no sentido de que o fato de haver pessoas
jurídicas que pertençam ao mesmo grupo econômico, por si só, não
enseja a responsabilidade solidária, na forma prevista no art. 124 do
CTN. Ressalte-se que a solidariedade não se presume (art. 265 do
CC/2002), sobretudo em sede de direito tributário.(...)"

(STJ, REsp 834.044/RS, Primeira Seção, Rel. Min. Mauro Campbell Marques,
Julgamento em 08/09/2010)

Em relação à solidariedade de direito, como o próprio nome diz, decorre


de lei que estabeleça a obrigação solidária. Nesse sentido, o legislador,
por exemplo, encontra respaldo no art. 124, II, do CTN, se quiser obrigar
diversas pessoas ao cumprimento de determinada obrigação tributária para dar
maior garantia ao recebimento do crédito tributário.

Uma característica comum tanto à solidariedade de fato como a de


direito é que não há benefício de ordem (CTN, art. 124, par. único). Isso
significa que o fisco pode exigir a dívida integralmente de qualquer um
dos devedores solidários, sem seguir qualquer ordem.

Vamos exemplificar para facilitar a compreensão: Carlos, José e Bruno


são proprietários de um imóvel urbano, localizado no Município de São Paulo.
Carlos detém 5% do imóvel, José, 70% e Bruno, 25%. Vamos supor, ainda,
que o valor do IPTU no ano de 2013 foi de R$ 1.000,00.
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Pela lógica da solidariedade, o credor (Município) pode exigir o valor de


R$ 1.000, integralmente, de Carlos, mesmo que este tenha a menor
participação na propriedade. Após o pagamento, obviamente, Carlos poderá
ajuizar uma ação regressiva contra os demais devedores solidários, com o
objetivo de recuperar 95% (70% de José e 25% de Bruno) do valor pago que
não cabia a ele.

Vamos ver agora os efeitos que a solidariedade produz, que foram


previstos no art. 125 do CTN:

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os


efeitos da solidariedade:

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Direito Tributário para AFRFB-2016
Curso de Teoria e Questões
Prof. Fábio Dutra- Aula 07

I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos


demais;

II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados,


salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse
caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;

III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos


obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

O primeiro efeito é que o pagamento efetuado por qualquer dos


obrigados aproveita os demais. O que isso quer dizer? No nosso exemplo, se
Carlos pagou o valor de R$ 1.000,00, não cabe ao fisco exigir o valor em
duplicidade dos demais devedores, pois a obrigação tributária já foi
satisfeita em sua totalidade.

Também há que se ressaltar que a isenção ou remissão exonera todos os


obrigados, salvo se for outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo
quanto aos demais pelo saldo restante.

Observação: Nesse momento, importa apenas saber que tanto a isenção


como a remissão são consideradas benefícios fiscais. Estudaremos isso em
outra aula.

Deve-se diferenciar o benefício fiscal objetivo e o subjetivo. Quando a


isenção, por exemplo, é objetiva, isto é, relativa ao objeto, ela reduz a
dívida como um todo. Logo, todos os obrigados deixam de ser devedores.

Por outro lado, se a isenção é subjetiva, beneficiando apenas um


dos obrigados, os demais continuam devedores do valor restante da
dívida tributária.

Mais uma vez vamos utilizar o exemplo dado. Se uma lei isenta
determinados imóveis do pagamento do IPTU, e o imóvel de Carlos, José e
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Bruno se enquadra nas características legais, todos são beneficiados pela


isenção.

Por outro lado, se José é portador de necessidades especiais, e a lei


isenta tais pessoas do pagamento do IPTU, podemos dizer que a isenção foi
outorgada pessoalmente a José. Nesse caso, ele deixa de pertencer à relação
jurídico-tributária, juntamente com o valor do imposto que correspondia à sua
quota (R$ 700,00). Destaque-se que a solidariedade continua a existir em
relação a Carlos e Bruno, sendo que o valor total da dívida passa a ser de R$
300,00.

O terceiro e último efeito da solidariedade é um pouco mais complexo, e


eu não vejo lógica em explicá-lo nesse momento. Por hora, é melhor que
você decore.

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Para facilitar, lembre-se que prescrição se refere a dois tipos de prazos:

1. Prazo para o Estado promover a ação de execução fiscal, com o


objetivo de receber o valor do crédito tributário não pago pelo
contribuinte;
2. Refere-se ao contribuinte que pagou tributo a maior e deseja
restituição da diferença, sendo que é o prazo para ajuizar a ação
anulatória contra decisão administrativa que denegar a restituição.

Em relação ao prazo prescricional, a sua interrupção a


favor ou contra um dos obrigados, favorece ou
prejudica todos os demais!

Questão 48- ESAF/ATRFB/2012

Os condôminos de um imóvel são solidariamente obrigados pelo imposto que


tenha por fato gerador a respectiva propriedade.

Comentário: Os condôminos de um imóvel possuem interesse comum no fato


gerador do imposto incidente sobre a respectiva propriedade, sendo, por
conseguinte, solidariamente responsáveis pelo imposto. Questão correta.

Questão 49- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012-Adaptada

No que tange à obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. A


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solidariedade mencionada no CTN importa benefício de ordem quando as


pessoas solidárias são expressamente designadas por lei.

Comentário: Em qualquer caso, a solidariedade não comporta benefício de


ordem. Grave isso! Questão errada.

Questão 50 – FGV/Sead-Fiscal-AP /2010

Havendo solidariedade tributária, e salvo disposição de lei em contrário, a


isenção do crédito exonera a todos os obrigados, salvo se outorgada
pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos
demais pelo saldo do tributo.

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Comentário: Realmente, de acordo com o art. 125, II, do CTN, havendo


solidariedade tributária, e salvo disposição de lei em contrário, a isenção do
crédito exonera a todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um
deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo
do tributo. Questão correta.

Questão 51 – FGV/AFRE- RJ/2011

Flávia, Telma e beatriz constituíram a sociedade trio maravilha Ltda. Para


operar no ramo de prestação de serviços de beleza, mas se abstiveram de
inscrever o contrato social no registro competente. Mesmo assim, começaram
a vender seus produtos na praça, sem o recolhimento do ISS. Diante dessa
situação fática, é possível afirmar que
a) Em matéria tributária, assim como em matéria cível, a solidariedade passiva
pode ocorrer em virtude de lei ou de acordo de vontades.
b) Caso o fisco exigisse o pagamento integral da dívida somente de beatriz, a
sócia com menor patrimônio, esta poderia invocar o benefício de ordem para
redirecionar a cobrança para Flávia, detentora da maioria das quotas da
sociedade.
c) Caso Telma fosse beneficiada com isenção pessoal concedida pelo fisco, esta
seria extensível às demais sócias, por força da solidariedade tributária legal.
d) Se Flávia fosse citada em execução fiscal, a interrupção da prescrição
atingiria todas as sócias da empresa.
e) O eventual pagamento total do tributo devido por Telma não aproveitaria
nem a Flávia nem a beatriz, caso o contrato social assim determinasse.

Comentário: Trata-se de questão que aborda o tema “solidariedade


tributária”. Analisemos, pois, cada uma das assertivas.

Alternativa A: Em matéria tributária, a solidariedade passiva pode ocorrer em


virtude de acordo de vontades. Alternativa errada.

Alternativa B: Por se tratar de solidariedade, não há que se falar em benefício


de ordem. A exigência do fisco é legítima. Alternativa errada.
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Alternativa C: A isenção concedida pessoalmente a uma das devedoras


solidárias beneficia apenas esta pessoa, subsistindo, nesse caso, a
solidariedade quanto aos demais pelo saldo. Alternativa errada.

Alternativa D: De acordo com o art. 125, III, do CTN, a interrupção da


prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos
demais. Alternativa correta.

Alternativa E: O art. 125, I, do CTN, prevê que o pagamento efetuado por um


dos devedores solidários aproveita aos demais. Alternativa errada.

Gabarito: Letra C

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Questão 52- FCC/Procurador-PGE-RR/2006

Sobre a solidariedade, em matéria tributária, é correto afirmar que o


pagamento efetivado por um dos obrigados não aproveita aos demais.

Comentário: Na solidariedade, conforme o inciso I, do art. 125, do CTN, o


pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais. Questão
errada.

Questão 53- FCC/Procurador-PGE-RR/2006

Sobre a solidariedade, em matéria tributária, é correto afirmar que comporta


benefício de ordem entre as pessoas que tenham interesse comum na situação
que constitua o fato gerador da obrigação principal.

Comentário: Na solidariedade em matéria tributária, não há benefício de


ordem. Grave isso! Questão errada.

Questão 54 - FCC/Procurador-PGE-RR/2006

Sobre a solidariedade, em matéria tributária, é correto afirmar que a


interrupção da prescrição, a favor ou contra um dos obrigados, não favorece e
nem prejudica aos demais, salvo disposição de lei em contrário.

Comentário: Está previsto no art. 125, III, que, na solidariedade, a


interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou
prejudica aos demais. Questão errada.

Questão 55- CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2011

Estabelece-se, como um dos efeitos da solidariedade, que a isenção ou


remissão de crédito outorgada pessoalmente a qualquer dos coobrigados
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exonera todos os demais.

Comentário: Se a isenção ou remissão tiver sido outorgada pessoalmente a


um dos obrigados, subsiste a solidariedade quanto aos demais pelo saldo
restante. Questão errada.

Questão 56- CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na


situação que constitua o fato gerador da obrigação, podendo, entretanto,
qualquer dos devedores alegar o benefício de ordem, conforme o grau de seu
interesse.

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Comentário: Realmente, as pessoas que tenham interesse comum na


situação que constitua o fato gerador da obrigação tributária são
solidariamente obrigadas. No entanto, a solidariedade não comporta benefício
de ordem. Questão errada.

Questão 57- ESAF/SEFAZ-PA/2002

Relativamente aos efeitos da solidariedade tributária passiva, podemos afirmar


que a isenção objetiva aproveita a todos.

Comentário: Pode-se inferir, pela redação do art. 125, II, do CTN, que, como
regra, a isenção objetiva (que não leve em consideração as características
pessoais dos contribuintes ou responsáveis) exonera a todos os obrigados.
Questão correta.

6 – DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO

O domicílio tributário é o local que o sujeito passivo (contribuinte


ou responsável) elege para fins de cadastro e comunicação com o
fisco, é o local onde ele é encontrado para que dele se exija o cumprimento
das obrigações tributárias.

É importante ressaltar as palavras do ilustre autor e professor Paulo de


Barros Carvalho (grifamos):

“Vige a regra geral da eleição do domicílio que o sujeito passivo pode


fazer a qualquer tempo, decidindo, espontaneamente, sobre o local
de sua preferência. Todas as comunicações fiscais, de avisos e
esclarecimentos, bem como os atos, propriamente, de intercâmbio
procedimental – intimações e notificações – serão dirigidas àquele lugar
escolhido, que consta dos cadastros das repartições tributárias, e onde o
fisco espera encontrar a pessoa, para a satisfação dos mútuos
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interesses.” (CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito


Tributário. 25ª Edição. 2013. Pág. 300)

Diante do exposto, percebe-se que o domicílio é eleito pelo próprio


sujeito passivo. É o local onde ele escolhe para que receba as comunicações
fiscais, como intimações e notificações.

Caso o sujeito passivo seja omisso quanto à escolha do domicílio, entre


em cena o art. 127 do CTN, cuja redação é a seguinte:

Art. 127. Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de


domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como
tal:

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I - quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou,


sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua
atividade;

II - quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas


individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos
que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento;

III - quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de


suas repartições no território da entidade tributante.

§ 1º Quando não couber a aplicação das regras fixadas em


qualquer dos incisos deste artigo, considerar-se-á como domicílio
tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação dos
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à
obrigação.

§ 2º A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito,


quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a fiscalização
do tributo, aplicando-se então a regra do parágrafo anterior.

Sendo assim, as pessoas naturais que não elejam o seu domicílio fiscal,
será este o local da sua residência habitual. Caso o fisco não conheça este
local, ou se o contribuinte não viver habitualmente em lugar nenhum, o
domicílio tributário será o centro habitual de sua atividade.

Domicílio não se confunde com residência. Esta é o


local de moradia da pessoa.

Contudo, se a pessoa natural não elege o domicílio, pode


ser que este seja o local da sua residência. Veja que
nem sempre isso ocorre!

Quanto às pessoas jurídicas de direito privado, o domicílio pode ser o


lugar da sua sede ou o de cada estabelecimento, para os fatos geradores neles
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ocorridos. Acrescente-se que o STJ (REsp 23.371/SP) tem entendido como


juridicamente possível as pessoas jurídicas ou firmas individuais
possuírem mais de um domicílio tributário.

Tratando-se de pessoa jurídica de direito público, o domicílio tributário


pode ser o local de qualquer uma de suas repartições, estando, obviamente,
dentro do território da entidade tributante.

Se as regras acima explicitadas não puderem ser aplicadas (CTN, art.


127, § 1º), será considerado como domicílio tributário do contribuinte ou
responsável o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou
fatos que deram origem à obrigação.

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Observação: Embora as bancas cobrem a literalidade do CTN, em resumo, o


que acaba de ser dito é: será o lugar dos bens ou da ocorrência do fato
gerador.

Outro ponto a ser ressaltado sobre a eleição pelo sujeito passivo do seu
domicílio fiscal é: a autoridade administrativa pode recusá-lo? Sim!
Conclui-se, portanto, que o direito de escolha do contribuinte não é absoluto.

Destaque-se que a recusa por parte da autoridade administrativa só


pode ser feita se for demonstrado que o domicílio eleito pelo sujeito passivo
impossibilita ou, pelo menos, dificulta a arrecadação ou a fiscalização
tributária. Logo, a recusa deve ser motivada.

 O direito de escolha do domicílio pelo sujeito passivo


não é absoluto;
 A recusa por parte da autoridade deve ser motivada.

Vale ressaltar que se o domicílio eleito for recusado pelo fisco, aplica-se
a mesma regra do § 1º, que é o lugar da situação dos bens ou da
ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação.

Vamos esquematizar mais uma vez o conteúdo visto:

Caso seja
Regra: O sujeito omisso
passivo escolhe seu Pessoa natural: residência habitual, ou, sendo esta
domicílio tributário incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua
atividade.

PJ de direito privado: local da sede ou de cada


estabelecimento, para FG nele ocorrido.
O domicílio impediu ou
dificultou a fiscalização e PJ de direito público: qualquer de suas repartições no
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arrecadação território da entidade tributante.

Se for impossível

Autoridade
administrativa recusa O domicílio será o local dos bens ou da ocorrência dos
o domicílio eleito FG

Por fim, ainda no que se refere ao domicílio tributário do sujeito passivo,


destaque-se que o STJ tem entendido que caracteriza cerceamento de
defesa do sujeito passivo notificação fiscal enviada para endereço
diferente do domicílio tributário, quando este é do conhecimento do fisco:

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TRIBUTARIO. DOMICILIO TRIBUTARIO. FIRMA INDIVIDUAL. C.T.N., ART.127,


II. APLICAÇÃO.

I - O acórdão recorrido, ao admitir como válida notificação fiscal


enviada para local diverso do domicílio tributário do contribuinte,
que era do conhecimento do fisco, ofendeu o art. 127, II, do C.T.N. II
- Recurso Especial conhecido e provido.

(STJ, 33.837/MG, Segunda Turma, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro,


Julgamento em 04/03/1996)

Questão 58- ESAF/AFRFB/2009

Sobre a disciplina conferida ao domicílio tributário, pelo Código Tributário


Nacional, assinale a opção correta.
a) O domicílio do contribuinte ou responsável, em regra, será estabelecido por
eleição.
b) O domicílio da pessoa jurídica de direito privado será o lugar em que estiver
localizada sua sede.
c) O domicílio da pessoa jurídica de direito público será o lugar em que estiver
localizada sua sede.
d) O lugar eleito pelo contribuinte como domicílio tributário não poderá ser
recusado pela autoridade tributária, sob a alegação de prejuízo à atividade
fiscalizatória.
e) Caso a autoridade fiscal não consiga notificar a pessoa jurídica de direito
privado em sua sede, poderá fazê-lo em qualquer de suas unidades.

Comentário: 00001909002

Alternativa A: Deveras, em regra, é o sujeito passivo quem elege o seu


domicílio tributário. Item correto.

Alternativa B: Fique atento, pois, em relação aos atos ou fatos que derem
origem à obrigação, o domicílio das pessoas jurídicas de direito privado será o
de cada estabelecimento. Portanto, nem sempre será o lugar em que estiver
localizada a sua sede. Item errado.

Alternativa C: O domicílio tributário das pessoas jurídicas de direito público


será qualquer de suas repartições no território da entidade tributante. Item
errado.

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Alternativa D: O art. 127, § 2º, do CTN, preceitua que a autoridade


administrativa pode recusar o domicílio eleito, quando impossibilite ou dificulte
a arrecadação ou a fiscalização do tributo. Item errado.

Alternativa E: A autoridade fiscal só pode notificar a pessoa jurídica de direito


privado em outra unidade diferente da sede, se nesta unidade ocorrerem atos
ou fatos que deram origem à obrigação. Item errado.

Gabarito: Letra A

Questão 59 – FGV/Sead-Fiscal-AP /2010

Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na


forma da legislação aplicável, considera-se como tal o local em que tenha
ocorrido o fato gerador do tributo.

Comentário: Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de


domicílio tributário, deve-se seguir as regras previstas no art. 127, do CTN,
não sendo possível afirmar de imediato que este será o local em que tenha
ocorrido o fato gerador do tributo. Questão errada.

Questão 60- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012

A autoridade administrativa não pode recusar o domicílio eleito pelo


contribuinte ou responsável, pois ambos possuem autonomia para elegê-lo.

Comentário: A autoridade administrativa pode recusar o domicílio eleito pelo


contribuinte ou responsável, quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou
a fiscalização do tributo. Questão errada.

Questão 61- CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2011-Adaptada


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No que concerne a obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. Na falta de


eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, considera-se,
na forma da legislação aplicável, como domicílio tributário, preferencialmente,
o lugar da situação do bem ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram
origem à obrigação.

Comentário: Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de


domicílio tributário, considera-se, na forma da legislação aplicável, como
domicílio tributário as regras fixadas nos incisos do art. 127 do CTN, que
variam de acordo com o sujeito passivo.

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A regra prevista na questão somente é utilizada quando não couber as regras


mencionadas ou quando o domicílio eleito tiver sido recusado pela autoridade
administrativa. Questão errada.

Questão 62- CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

Em regra, é direito do contribuinte eleger o lugar do domicílio fiscal, o que não


pode ser recusado pelo fisco, ainda que a eleição resulte em dificuldades para
a arrecadação e fiscalização tributária.

Comentário: Embora o contribuinte tenha direito de eleger o lugar do seu


domicílio fiscal, a autoridade administrativa pode recusá-lo quando a eleição
resulte em dificuldades para a arrecadação e fiscalização tributária. Questão
errada.

Questão 63- CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

O domicílio tributário do proprietário de terreno não edificado, para fins de


IPTU, deve estar situado na mesma cidade onde o terreno esteja localizado, o
que constitui exceção à regra do domicílio de eleição.

Comentário: A regra do domicílio fiscal não possui tal exceção. Em regra,


cabe ao contribuinte eleger o seu domicílio fiscal, podendo a autoridade
administrativa recusá-lo quando impossibilite ou dificulte a arrecadação ou a
fiscalização do tributo. Questão errada.

Questão 64- ESAF/TRF/2006

Em relação ao domicílio tributário, é correto afirmar-se que é definido pelo


lugar dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que tenham dado origem à
obrigação tributária, na impossibilidade de aplicação dos critérios de
identificação indicados pelo Código Tributário Nacional.
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Comentário: A questão está em consonância com o disposto no art. 127, §


1º, do CTN. No caso da impossibilidade de aplicação dos critérios de
identificação indicados no CTN, o domicílio tributário é definido pelo lugar dos
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que tenham dado origem à obrigação
tributária. Questão correta.

Questão 65- ESAF/TRF/2006

Em relação ao domicílio tributário, é correto afirmar-se que relativamente às


pessoas jurídicas de direito público, será considerado como seu domicílio
tributário aquele situado no Município de maior relevância econômica da
entidade tributante.

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Comentário: Conforme art. 127, III, do CTN, o domicílio tributário quanto às


pessoas jurídicas de direito público será qualquer de suas repartições no
território da entidade tributante. Portanto, a questão está errada.

Questão 66- ESAF/TRF/2006

Em relação ao domicílio tributário, é correto afirmar-se que quanto às pessoas


naturais, será a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, aquela que a autoridade administrativa assim eleger.

Comentário: Conforme art. 127, I, do CTN, o domicílio tributário quanto às


pessoas naturais será a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, o centro habitual de sua atividade. Questão errada.

Questão 67- ESAF/TRF/2006

Em relação ao domicílio tributário, é correto afirmar-se que no caso de pessoa


jurídica de direito privado que possua mais de um estabelecimento, seu
domicílio será aquele cuja escrituração contábil demonstre maior faturamento.

Comentário: Conforme art. 127, II, do CTN, o domicílio tributário quanto às


pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais será o lugar da sua
sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de
cada estabelecimento. Questão errada.

Questão 68- ESAF/SEFAZ-PI/2001

A liberdade de o sujeito passivo da obrigação tributária escolher o seu


domicílio tributário é absoluta.

Comentário: A regra é a eleição do domicílio tributário pelo próprio


contribuinte. Contudo, tal regra não é absoluta, pois a autoridade
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administrativa pode recusar o domicílio eleito. Questão errada.

Questão 69- FCC/ISS-SP/2012

Em uma situação hipotética, quatro irmãos adquiriram, em conjunto, no


exercício de 2005, por meio de compra e venda, um imóvel localizado em
município do Estado de São Paulo.

Esses irmãos, todavia, deixaram de pagar o IPTU incidente sobre esse imóvel,
nos exercícios de 2006 a 2011.

No final do ano de 2011, o referido município editou lei ordinária, concedendo


remissão do crédito tributário desse IPTU exclusivamente aos proprietários ou

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coproprietários, pessoas naturais, que comprovassem ter auferido rendimentos


anuais em montante inferior a R$ 12.000,00, nos exercícios de 2006 a 2011.

Considerando que o mais velho dos irmãos se encontra na situação prevista


nessa lei, a remissão
a) beneficiou a todos os quatro irmãos, pois, por força da solidariedade, ou
todos se beneficiam, ou nenhum deles se beneficia.
b) não beneficiou nenhum dos quatro irmãos, pois, por força da solidariedade,
ou todos se beneficiam, ou nenhum deles se beneficia.
c) só beneficiou o irmão mais velho, pois, tendo sido concedida em caráter
pessoal, não se estende aos demais.
d) só beneficiou o irmão mais velho, extinguindo, por outro lado, a
solidariedade entre os demais irmãos não beneficiados pela isenção.
e) não beneficiou os quatro irmãos porque não existe solidariedade entre os
quatro irmãos em relação ao IPTU devido pelo bem imóvel adquirido.

Comentário: Trata-se de uma excelente questão da FCC sobre a solidariedade


tributária. Parece ser uma questão complicada, mas é muito fácil!

A questão conta vários detalhes em seu início, mas o que importa de verdade
é saber que há solidariedade entre os irmãos em relação aos tributos
incidentes sobre o imóvel.

Como a questão informa que a lei ordinária que concede remissão


exclusivamente aos proprietários que se enquadrem naquelas características,
pode-se dizer que a remissão foi outorgada em considerando as características
de cada pessoa. Ou seja, não é uma remissão geral. A questão também
informa que apenas o irmão mais velho se enquadrou na situação.

Sendo assim, conforme art. 125, II, do CTN, como a isenção foi outorgada
pessoalmente a um deles apenas, deve subsistir quanto aos demais pelo saldo
restante. Assim, do total de IPTU devido, subtrai-se a parcela relativa ao irmão
mais velho. 00001909002

Portanto, a única alternativa que está correta é a Letra C.

Finalizamos mais uma aula do nosso curso!

Um abraço, bons estudos e até a próxima!

Prof. Fábio Dutra


Email: fabiodutra@estrategiaconcursos.com.br
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8 – LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

Questão 01- ESAF/ATRFB/2012

Em regra, a definição do fato gerador da obrigação tributária principal só pode


ser estabelecida em lei, mas a definição do sujeito passivo dessa obrigação
pode ser estabelecida em decretos e normas complementares.

Questão 02- ESAF/ATRFB/2012

A obrigação acessória tem por objeto a prestação positiva de pagamento do


tributo ou penalidade pecuniária e outras prestações previstas no interesse
da arrecadação.

Questão 03- ESAF/ATRFB/2012

Poderão ser desconsiderados pela autoridade os atos ou negócios jurídicos


praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo.

Questão 04- ESAF/AFRFB/2012

As multas aplicadas pela Receita Federal do Brasil, decorrentes do


descumprimento de obrigação acessória, detêm caráter tributário e são
incluídas nos programas de parcelamentos de débitos fiscais.

Questão 05- ESAF/AFRFB/2012

O gozo de imunidade ou de benefício fiscal não dispensa o seu titular de


cumprir as obrigações tributárias acessórias a que estão obrigados quaisquer
contribuintes. 00001909002

Questão 06- ESAF/AFRFB/2012

A criação de obrigação acessória sem a específica e expressa autorização legal


importa em usurpação da competência legislativa do Poder Legislativo.

Questão 07- ESAF/AFRFB/2012

Sobre a elisão fiscal, julgue a assertiva a seguir: Tem como sinônimo a


simulação, que consiste em uma discrepância entre a vontade real e a vontade
declarada pelas partes.

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Questão 08- ESAF/AFRFB/2012

Aspecto espacial da hipótese de incidência corresponde ao território no qual,


ocorrida a situação descrita no aspecto material, surge a obrigação tributária.

Questão 09- ESAF/AFRFB/2012

Aspecto pessoal é aquele que diz respeito à definição dos sujeitos ativo e
passivo da relação tributária.

Questão 10- ESAF/ISS-RJ-Fiscal de Rendas/2010

O art. 150, inciso I, da Constituição Federal, dispõe que, sem prejuízo de


outras garantias asseguradas aos contribuintes, é vedado aos entes tributantes
exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça.
Tal afirmativa permite-nos concluir que a lei que veicula a norma tributária
impositiva deverá conter os aspectos indispensáveis para que se possa
determinar o surgimento e o conteúdo da obrigação tributária. Sobre tais
aspectos, julgue os itens a seguir:
I. aspecto material: descrição da situação geradora da obrigação tributária;
II. aspecto espacial: onde a ocorrência da situação geradora da obrigação
tributária será relevante;
III. aspecto temporal: quando se deve considerar ocorrida a situação geradora
da obrigação tributária;
IV. aspecto pessoal: quem está obrigado ao pagamento (sujeito passivo), e em
favor de quem (sujeito ativo);
V. aspecto quantitativo: qual o montante devido da obrigação tributária.
Estão corretos:
a) apenas os itens I, IV e V.
b) apenas os itens I, II e V.
c) apenas os itens I, III, IV e V.
d) apenas os itens III, IV e V. 00001909002

e) todos os itens estão corretos.

Questão 11- ESAF/SEFAZ-CE/2007

A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos


praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo ou dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos do Código Tributário Nacional.

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Questão 12- ESAF/AFRFB/2009

A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existência de


uma obrigação tributária principal.

Questão 13- ESAF/PFN/2006

A definição legal do fato gerador não pode ser verificada se for abstraída a
validade jurídica dos atos praticados.

Questão 14- ESAF/AFRF/2003

Salvo disposição de lei em contrário, considera- se ocorrido o fato gerador e


existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento
em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os
efeitos que normalmente lhe são próprios.

Questão 15- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012-Adaptada

No que tange à obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. Não é possível


que uma obrigação acessória se converta em principal, pois esta é vinculada à
ocorrência do fato gerador.

Questão 16- ESAF/TRF/2000

Quando a lei se refere à obrigação tributária principal, ela quer se referir aos
procedimentos exigidos do contribuinte para assegurar a melhor fiscalização do
pagamento.

Questão 17- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012-Adaptada


00001909002

No que tange à obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. A autoridade


administrativa pode desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência de fato gerador de tributo; o
procedimento a ser adotado deve ser estabelecido por lei ordinária.

Questão 18- FCC/Procurador-AL-PB/2013

A falta de emissão de nota fiscal em operações isentas de venda de


mercadorias não é suficiente para que esta obrigação acessória se transforme
em obrigação principal com relação à penalidade pecuniária.

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Questão 19- FCC/Procurador-AL-PB/2013

Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da


legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure
obrigação principal.

Questão 20- FCC/Procurador-AL-PB/2013

Autoridade administrativa, observados os procedimentos estabelecidos em lei


ordinária, pode efetuar a desconsideração de atos ou de negócios jurídicos
praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do
tributo.

Questão 21- CESPE/PROCURADOR-PE/2009

Os contribuintes isentos do recolhimento do ICMS são dispensados de manter


documentos fiscais relativos ao mencionado imposto.
Questão 22- CESPE/PROCURADOR-PE/2009

A abstenção de prestação de informações requeridas pelo fisco converte-se em


obrigação tributária acessória, com relação à eventual penalidade pecuniária.

Questão 23- ESAF/GEFAZ-MG/2005

A hipótese de incidência é o fato da vida que gera, diante do que dispõe a lei
tributária, o dever de pagar o tributo.

Questão 24- ESAF/GEFAZ-MG/2005

O fato gerador é a situação definida em lei como necessária e suficiente para


00001909002

que se considere surgida a obrigação tributária.

Questão 25 – FGV/Sudene- PE- Analista Técnico Adm./2013

Assinale a alternativa em que a segunda assertiva completa o sentido da


primeira.
a) A obrigação tributária é principal ou acessória / no caso da acessória há
vínculo jurídico sem conteúdo patrimonial.
b) As obrigações têm caráter de patrimonialidade genérica, no ordenamento
jurídico tributário / isto ocorre em função do descumprimento da obrigação
acessória gerar multa.

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c) A obrigação tributária gera, para o sujeito passivo, um dever / este dever


nasce com a lei e a partir dela se torna exigível.
d) As obrigações tributárias são sempre de dar / isto em função da
possibilidade de transmutação da obrigação de fazer ou não fazer em
imposição de multa.
e) A obrigação tributária principal é de dar / ela tem como sua única fonte o
texto da lei que criou a hipótese de incidência.

Questão 26 – FGV/Procurador AL - MT /2013

Lei de determinado Estado da Federação estabelece base de cálculo reduzida


para o ICMS dos produtos que compõem a cesta básica. A lei foi
regulamentada por ato normativo do executivo que subordinou a aplicação da
base legalmente reduzida ao cumprimento, pelo contribuinte, das obrigações
acessórias.
A Sociedade Delta Ltda. procedeu à saída de mercadoria da cesta básica de
seu estabelecimento desacompanhada de nota fiscal.
Neste caso,
a) não incide a redução do imposto, visto que não cumprida obrigação
acessória.
b) incide a redução prevista na lei estadual, já que a fixação da base de cálculo
está sujeita a reserva legal.
c) incide a redução prevista na lei estadual, mas fica suspensa até que seja
regularizada a saída da mercadoria.
d) não incide a redução do imposto, já que o Executivo tem a faculdade de
limitar os beneficiados pela redução da base de cálculo.
e) a redução da base de cálculo constitui renúncia fiscal cuja fruição pode ser
condicionada pela Administração Fiscal ao cumprimento das obrigações
acessórias.

Questão 27- FCC/Procurador-AL-PB/2013

Fato gerador da obrigação principal é situação definida em decreto do


00001909002

executivo ou resolução do Senado Federal como necessária e suficiente à sua


ocorrência.

Questão 28- CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

De acordo com o CTN, são apenas duas as espécies de obrigação tributária: a


principal e a acessória.

Questão 29- CESPE/PROCURADOR-PE/2009-Adaptada

A respeito do ICMS e das obrigações tributárias a ele relativas, julgue a


assertiva a seguir. Ao emitir nota fiscal, o responsável pelo recolhimento do

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ICMS pratica obrigação tributária principal.

Questão 30- CESPE/PROCURADOR-PE/2009

Reputa-se acessória a obrigação tributária imposta ao contribuinte, no sentido


de tolerar atividades de fiscalização do recolhimento do ICMS.

Questão 31- CESPE/PROCURADOR-PE/2009

A obrigação tributária consistente no dever de manter escrita contábil


referente ao ICMS decorre sempre da lei stricto sensu.

Questão 32- ESAF/AFRE-MG/2005

A situação definida em lei, desde que necessária para o nascimento da


obrigação tributária principal, é o seu fato gerador.

Questão 33- ESAF/AFRFB/2009

A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à


obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade.

Questão 34- FCC/Procurador-João Pessoa-PB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento do implemento da


condição, tratando-se de negócio jurídico gravado com condição resolutiva.

Questão 35- FCC/Procurador-João Pessoa-PB/2012

Considera-se ocorrido o fato gerador desde o momento da prática do ato ou


00001909002

celebração do negócio, tratando-se de negócio jurídico gravado com condição


suspensiva.

Questão 36- ESAF/ATRFB/2012

Um menor de 10 anos de idade é absolutamente incapaz do ponto de vista civil


e tributário.

Questão 37- ESAF/ATRFB/2012

Salvo se a lei o previr, os contratos feitos entre o contribuinte do ITR e o


arrendatário do imóvel, para excluir a responsabilidade daquele pelo

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pagamento desse imposto, embora válido entre as partes, não é eficaz em


relação à fazenda pública.

Questão 38- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012-Adaptada

No que tange à obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. É possível que


sujeito passivo de obrigação principal figure como responsável, ainda que a
obrigação não decorra de disposição expressa em lei.

Questão 39- ESAF/PFN/2006

O interditado pode ser sujeito passivo da obrigação tributária.

Questão 40- ESAF/AFRF/2003

Salvo disposição de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à


responsabilidade pelo pagamento de tributos, podem ser opostas à Fazenda
Pública para modificar a sujeição passiva, desde que o novo sujeito passivo
comunique a existência do convencionado à repartição fazendária competente
antes de ocorrer o fato gerador da correspondente obrigação tributária.

Questão 41- ESAF/AFRF/2003

É denominado responsável o sujeito passivo da obrigação tributária principal


que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador.

Questão 42- ESAF/AFRF/2001

O Código Tributário Nacional chama de sujeito passivo quem tenha relação


pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador da obrigação
00001909002

tributária principal.

Questão 43- INÉDITA/2014

De acordo com o Código Tributário Nacional, tanto o contribuinte quanto o


responsável tributário recebem a denominação sujeito passivo.

Questão 44- ESAF/AFRFB/2009

No polo ativo da relação jurídico-tributária, necessariamente deve figurar


pessoa jurídica de direito público.

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Questão 45- CESPE/Procurador Federal/2004

Pessoas jurídicas de direito privado não podem ser sujeitos ativos da obrigação
tributária, mas podem ser destinatárias do produto da arrecadação.

Questão 46- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012-Adaptada

No que tange à obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. Na hipótese


de constituição de pessoa jurídica de direito público pelo desmembramento
territorial de outra, não haverá sub-rogação em direitos.

Questão 47- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012

A capacidade tributária passiva depende da regular constituição da pessoa


jurídica, a fim de se localizar o seu domicílio tributário.

Questão 48- ESAF/ATRFB/2012

Os condôminos de um imóvel são solidariamente obrigados pelo imposto que


tenha por fato gerador a respectiva propriedade.

Questão 49- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012-Adaptada

No que tange à obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. A


solidariedade mencionada no CTN importa benefício de ordem quando as
pessoas solidárias são expressamente designadas por lei.

Questão 50 – FGV/Sead-Fiscal-AP /2010

Havendo solidariedade tributária, e salvo disposição de lei em contrário, a


00001909002

isenção do crédito exonera a todos os obrigados, salvo se outorgada


pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos
demais pelo saldo do tributo.

Questão 51 – FGV/AFRE- RJ/2011

Flávia, Telma e beatriz constituíram a sociedade trio maravilha Ltda. Para


operar no ramo de prestação de serviços de beleza, mas se abstiveram de
inscrever o contrato social no registro competente. Mesmo assim, começaram
a vender seus produtos na praça, sem o recolhimento do ISS. Diante dessa
situação fática, é possível afirmar que

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a) Em matéria tributária, assim como em matéria cível, a solidariedade passiva


pode ocorrer em virtude de lei ou de acordo de vontades.
b) Caso o fisco exigisse o pagamento integral da dívida somente de beatriz, a
sócia com menor patrimônio, esta poderia invocar o benefício de ordem para
redirecionar a cobrança para Flávia, detentora da maioria das quotas da
sociedade.
c) Caso Telma fosse beneficiada com isenção pessoal concedida pelo fisco, esta
seria extensível às demais sócias, por força da solidariedade tributária legal.
d) Se Flávia fosse citada em execução fiscal, a interrupção da prescrição
atingiria todas as sócias da empresa.
e) O eventual pagamento total do tributo devido por Telma não aproveitaria
nem a Flávia nem a beatriz, caso o contrato social assim determinasse.

Questão 52- FCC/Procurador-PGE-RR/2006

Sobre a solidariedade, em matéria tributária, é correto afirmar que o


pagamento efetivado por um dos obrigados não aproveita aos demais.

Questão 53- FCC/Procurador-PGE-RR/2006

Sobre a solidariedade, em matéria tributária, é correto afirmar que comporta


benefício de ordem entre as pessoas que tenham interesse comum na situação
que constitua o fato gerador da obrigação principal.

Questão 54 - FCC/Procurador-PGE-RR/2006

Sobre a solidariedade, em matéria tributária, é correto afirmar que a


interrupção da prescrição, a favor ou contra um dos obrigados, não favorece e
nem prejudica aos demais, salvo disposição de lei em contrário.

Questão 55- CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2011


00001909002

Estabelece-se, como um dos efeitos da solidariedade, que a isenção ou


remissão de crédito outorgada pessoalmente a qualquer dos coobrigados
exonera todos os demais.

Questão 56- CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na


situação que constitua o fato gerador da obrigação, podendo, entretanto,
qualquer dos devedores alegar o benefício de ordem, conforme o grau de seu
interesse.

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Questão 57- ESAF/SEFAZ-PA/2002

Relativamente aos efeitos da solidariedade tributária passiva, podemos afirmar


que a isenção objetiva aproveita a todos.

Questão 58- ESAF/AFRFB/2009

Sobre a disciplina conferida ao domicílio tributário, pelo Código Tributário


Nacional, assinale a opção correta.
a) O domicílio do contribuinte ou responsável, em regra, será estabelecido por
eleição.
b) O domicílio da pessoa jurídica de direito privado será o lugar em que estiver
localizada sua sede.
c) O domicílio da pessoa jurídica de direito público será o lugar em que estiver
localizada sua sede.
d) O lugar eleito pelo contribuinte como domicílio tributário não poderá ser
recusado pela autoridade tributária, sob a alegação de prejuízo à atividade
fiscalizatória.
e) Caso a autoridade fiscal não consiga notificar a pessoa jurídica de direito
privado em sua sede, poderá fazê-lo em qualquer de suas unidades.

Questão 59 – FGV/Sead-Fiscal-AP /2010

Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na


forma da legislação aplicável, considera-se como tal o local em que tenha
ocorrido o fato gerador do tributo.

Questão 60- CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012

A autoridade administrativa não pode recusar o domicílio eleito pelo


contribuinte ou responsável, pois ambos possuem autonomia para elegê-lo.
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Questão 61- CESPE/JUIZ FEDERAL-5ª REGIÃO/2011-Adaptada

No que concerne a obrigação tributária, julgue a assertiva a seguir. Na falta de


eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, considera-se,
na forma da legislação aplicável, como domicílio tributário, preferencialmente,
o lugar da situação do bem ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram
origem à obrigação.

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Questão 62- CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

Em regra, é direito do contribuinte eleger o lugar do domicílio fiscal, o que não


pode ser recusado pelo fisco, ainda que a eleição resulte em dificuldades para
a arrecadação e fiscalização tributária.

Questão 63- CESPE/JUIZ-TJ-PB/2011

O domicílio tributário do proprietário de terreno não edificado, para fins de


IPTU, deve estar situado na mesma cidade onde o terreno esteja localizado, o
que constitui exceção à regra do domicílio de eleição.

Questão 64- ESAF/TRF/2006

Em relação ao domicílio tributário, é correto afirmar-se que é definido pelo


lugar dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que tenham dado origem à
obrigação tributária, na impossibilidade de aplicação dos critérios de
identificação indicados pelo Código Tributário Nacional.

Questão 65- ESAF/TRF/2006

Em relação ao domicílio tributário, é correto afirmar-se que relativamente às


pessoas jurídicas de direito público, será considerado como seu domicílio
tributário aquele situado no Município de maior relevância econômica da
entidade tributante.

Questão 66- ESAF/TRF/2006

Em relação ao domicílio tributário, é correto afirmar-se que quanto às pessoas


naturais, será a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou
desconhecida, aquela que a autoridade administrativa assim eleger.
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Questão 67- ESAF/TRF/2006

Em relação ao domicílio tributário, é correto afirmar-se que no caso de pessoa


jurídica de direito privado que possua mais de um estabelecimento, seu
domicílio será aquele cuja escrituração contábil demonstre maior faturamento.

Questão 68- ESAF/SEFAZ-PI/2001

A liberdade de o sujeito passivo da obrigação tributária escolher o seu


domicílio tributário é absoluta

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9 – GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

1 ERRADA 24 CORRETA 47 ERRADA


2 ERRADA 25 LETRA A 48 CORRETA
3 CORRETA 26 LETRA B 49 ERRADA
4 CORRETA 27 ERRADA 50 CORRETA
5 CORRETA 28 CORRETA 51 LETRA C
6 ERRADA 29 ERRADA 52 ERRADA
7 ERRADA 30 CORRETA 53 ERRADA
8 CORRETA 31 ERRADA 54 ERRADA
9 CORRETA 32 ERRADA 55 ERRADA
10 LETRA E 33 ERRADA 56 ERRADA
11 ERRADA 34 ERRADA 57 CORRETA
12 ERRADA 35 ERRADA 58 LETRA A
13 ERRADA 36 ERRADA 59 ERRADA
14 ERRADA 37 CORRETA 60 ERRADA
15 ERRADA 38 ERRADA 61 ERRADA
16 ERRADA 39 CORRETA 62 ERRADA
17 CORRETA 40 ERRADA 63 ERRADA
18 ERRADA 41 ERRADA 64 CORRETA
19 CORRETA 42 ERRADA 65 ERRADA
20 CORRETA 43 CORRETA 66 ERRADA
21 ERRADA 44 CORRETA 67 ERRADA
22 ERRADA 45 CORRETA 68 ERRADA
23 ERRADA 46 ERRADA 69 LETRA C

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