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PROJUDI - Recurso: 0007764-26.2017.8.16.0194 - Ref. mov. 59.

1 - Assinado digitalmente por Ralph Durval Moreira de Souza


28/10/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Arq: Petição

RALPH D. MOREIRA

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
CRISTINA B. DE O. GOUDARD
ADVOCACIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR


PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

Validação deste em https://projudi.tjpr.jus.br/projudi/ - Identificador: PJXCE 5LDV3 DRPZJ 3BY8R


Recurso de Apelação 0007764-26.2017.8.16.0194
Apelante: Ralph Durval Moreira de Souza
Apelado: Carlos Augusto Silva Moreira Lima

RALPH DURVAL MOREIRA DE SOUZA, já qualificado, inconformado com


o r. Acórdão exarado por esse Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná,
vem, atuando em causa própria e, por intermédio de sua advogada signatária,
com fulcro nos arts. 102, III, ―a‖, da Constituição, e 994, inc. VII, do Código de
Processo Civil, para interpor RECURSO EXTRAORDINÁRIO —o que faz pelos
relevantes motivos de direito que seguem consignados nas razões anexas.

1. Outrossim, informa o recorrente que se encontram presentes os


requisitos de admissibilidade do presente recurso, a saber: a tempestividade (eis
que este expediente é interposto no interregno do prazo legal de 15 (quinze)
dias), e o imprescindível preparo (guias de pagamento, aqui juntadas).

2. Destarte, requer digne-se Vossa Excelência admitir o presente


Recurso Extraordinário, e, após, cumpridas as formalidades legais, seja este
expediente remetido ao Excelso Supremo Tribunal Federal, para que o mesmo o
aprecie, e, ao final, dê-lhe provimento na integralidade de seus pleitos.

Nesses termos, pede


e aguarda provimento.

De São José dos Pinhais/PR para


Curitiba/PR, em 25 de outubro de 2019.

CRISTINA B. O. GOUDARD
Advogada - OAB/PR 58.743

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PROJUDI - Recurso: 0007764-26.2017.8.16.0194 - Ref. mov. 59.1 - Assinado digitalmente por Ralph Durval Moreira de Souza
28/10/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Arq: Petição

RALPH D. MOREIRA

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EXCELSO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

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Apelação Cível: 0007764-26.2017.8.16.0194

Origem: 10ª. Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

Recorrente: Ralph Durval Moreira de Souza

Recorrido: Carlos Augusto Silva Moreira Lima

RAZÕES DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO

RAZÕES DA RECORRENTE

PRELIMINARMENTE

DA REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA


ABARCADA PELO PRESENTE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

1. Primeiramente, esclarece o recorrente que o presente tema se trata


de matéria de repercussão geral (art. 102, § 1º, 3º., CF), eis que aborda a
questão de aplicação de garantia constitucional.

2. A garantia violada aqui debatida é o cerceamento do direito à ampla


defesa prevista no art. 5º, inc. LV da CF, bem como o direito à liberdade de ex-
pressão, pensamento, de imprensa, vez que a Constituição assegura em seu capí-
tulo V plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comu-
nicação, observado o disposto no art. 5º, IV, V, X, (art. 220, §1º, da CF).

3. O referido obstamento de garantir ampla defesa ao recorrente e,


sucessivamente não observar demais princípios constitucionais que foram
usados legitimamente pelo mesmo, apresenta desdobramentos que ultrapassam
os interesses subjetivos do recorrente na apreciação da questão, pois claros são
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os desdobramentos políticos, sociais e jurídicos —na medida em que a garantia


de um direito constitucional é de interesse de todos, cujo descumprimento fere

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diretamente premissas de ordem constitucional, razão pela qual a decisão do
presente recurso terá o condão não apenas de balizar os próximos julgados a
esse respeito na seara do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, mas, também,
perante toda Justiça brasileira.

4. Em suma, a correta aplicação da tutela jurisdicional (in casu, a


aplicação da ampla defesa, bem como de proteger a liberdade de imprensa,
enquanto projeção da liberdade de manifestação de pensamento e de
comunicação que, abarca também outros direitos, por exemplo: (a) o direito de
informar; (b) o direito de buscar a informação, (c) o direito de opinar, e (d) o
direito de criticar, é uma obrigação do atual Estado Democrático de Direito (eis
que não é possível se admitir que determinado direito que, aliás, está garantido
em Nossa Carta Magna, não seja acatada e respeitada e protegida).

5. A questão da correta aplicação dos assuntos acima explanados


também se relaciona à segurança jurídica, na medida em que existem institutos
jurídicos que devem ser obedecidos, a fim, de se manter a ordem pública.

6. Logo, inquestionável é que o tema ultrapassa os interesses subjeti-


vos do recorrente, apresentando desdobramentos políticos, sociais e jurídicos.

DO CABIMENTO E DO OBJETO
DESTE RECURSO EXTRAORDINÁRIO

7. É de se perceber que o Recurso Extraordinário é cabível para a


análise da matéria em questão, nos termos do art. 102, III, ―a”, da CF:

―Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal,


precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:
(...)
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas
em única ou última instância, quando a decisão recorrida:
a) contrariar dispositivo desta Constituição;‖ (Grifo nosso).

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8. In casu, as normas constitucionais violadas se tratam do art. 5º, inc.


LV; art. 5º, IV, V, X, (art. 220, §1º, da CF), que preconizam, respectivamente, o

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direito à ampla defesa e a liberdade de manifestação de pensamento, etc.

DO MÉRIT O

SÍNTESE PROCESSUAL

Eméritos Ministros

9. O recorrido propôs ação de indenização por danos morais em face


do recorrente e de outros, sendo que o respectivo processo tramitou perante a r.
1ª. Vara Cível do Foro Regional de São José dos Pinhais da Comarca da Região
Metropolitana de Curitiba / Estado do Paraná.

10. Após o tramite processual, em 29/03/2019 a d. Juíza a quo prolatou


Sentença (seq. 182.1) julgando procedente a ação, ―para o fim de DEFERIR a
condenação de cada réu ao pagamento de indenização por danos morais no valor
de R$ 10.000 (dez mil reais), corrigido monetariamente pelo INPC e acrescido
de juros de mora de 1% ao mês, desde tal data, mais pagamento das custas
processuais e honorários advocatícios de 10% sobre o valor da condenação‖, por
entender que o recorrente e demais envolvidos teriam se excedido no direito
constitucional da livre manifestação.

11. Inconformado, o recorrente interpôs Recurso de Apelação,


enquanto outros também interpuseram recurso, seja de Apelação e/ou Adesivo.

12. Ocorre, Nobres Ministros, que na prolação do Acórdão, a 10ª Câ-


mara Cível do E. Tribunal de Justiça do Estado do Paraná manteve a decisão
proferida pelo d. Juízo a quo, reformando apenas o valor de indenização por
danos morais e o termo inicial da incidência de juros moratórios.

13. Destarte, o Acórdão recorrido, tal como lançado, não merece


subsistir, diante dos fundamentos a seguir aduzidos.

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14. A afronta a princípios constitucionais se deu em razão da não


aplicação destes direitos, eis que quando a ação foi distribuída a d. juíza a quo,

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de pronto, não concedeu às partes a oportunidade de uma audiência de
conciliação (mov. 14.1) —o que não foi questionado pelo autor, ora recorrido.

15. Na Contestação (mov. 54.1), o réu / recorrente arguiu interesse na


realização da audiência de conciliação, bem como sua imprescindibilidade, mas
não foi oportunizado o respectivo procedimento conciliatório.

16. Depois de resolvida a competência do juízo, eis que no processo


fora suscitado a incompetência do 21º Juizado Especial Cível do Foro Central da
CRM de Curitiba /PR, sucedeu a especificações de provas, em que o recorrente,
mais uma vez, demonstrou o seu interesse na realização de audiência de
instrução e julgamento (mov. 150.1) —porém, novamente, o seu direito de
defesa foi ceifado, visto que a d. juíza a quo, pendeu pelo entendimento de que,
no caso, em que se discute dano moral (―fato incontroverso‖), poderia ser
verificada pelos documentos acostados na demanda, determinando-se, assim, o
julgamento antecipado da lide, com base no art. 355, inc. I, do Código de
Processo Civil (mov. 161.1). Ao final, quando saiu a sentença e fora interposto
recurso de apelação arguindo o cerceamento de defesa.

17. O respeitável juízo ad quem, também proferiu o entendimento de


que não sucedeu cerceamento de defesa com o seguinte argumento:

―CERCEAMENTO DE DEFENSA. NÃO CONFIGURADO. JUIZ QUE É


ODESTINATÁRIO DA PROVA. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCI-
MENTO MOTIVADO. DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE MAIS
PROVAS. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA TAMBÉM
PELA NÃOREALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO.
AFASTADA. APELANTE QUENÃO DEMONSTROU O PREJUÍZO
DECORRENTE DA AUSÊNCIA DO ATO. PARTES QUE PODEM
TRANSIGIR A QUALQUER MOMENTO, INDEPENDENTEMENTE DA
REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA‖.

18. Ora, no presente feito não foi oportunizada Audiência de


Conciliação, nem, tampouco, Audiência de Instrução judicial —no processo em
que se discute ―dano moral‖.

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19. Por fim, quando a juíza a quo julgou procedente a lide, sem jamais
possibilitar ao recorrente audiência de conciliação, e na sequência, outrossim,

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descartar a audiência de instrução e julgamento (produção de provas), deu,
inegavelmente, ensejo ao cerceamento de defesa, o que se perdurou também
com o entendimento do d. juízo ad quem.

20. Demais disso, está evidenciada, pela natureza da causa, a


necessidade da realização de Audiência de Instrução e Julgamento e, por
consequência da possibilidade de as partes inicialmente tentarem uma
conciliação, para, sucessivamente, sendo infrutífero o acordo, efetivar a
produção de provas que, aliás, tem como objetivo produzir um estado de certeza,
na consciência e mente do juiz, visando ajudá-lo na sua convicção sobre a
inexistência dos fatos relatados na exordial, sendo que deixar de realizar as
respectivas diligências, efetivando o julgamento antecipado, importou violação
ao princípio do contraditório constitucionalmente assegurado às partes —que é
um dos pilares do devido processo legal.

21. Inobstante ao julgador ser atribuída certa discricionariedade na


apreciação quanto à necessidade ou não de produção de provas, descabe o
julgamento antecipado —e constitui cerceamento de defesa quando a questão
exige maiores esclarecimentos, o que é gritante no caso.

22. Diante disso, entende o recorrente que não foram observados os


princípios do contraditório e da ampla produção de provas, na medida em que,
apesar de oportunamente requerido pelo mesmo, a realização de audiência de
conciliação e depois de audiência de instrução, ambas foram indeferidas —e
assim foi proferida a Sentença sem oportunizar à parte a realização de acordo
e/ou de provas essenciais ao deslinde do feito e que se manteve em segunda
instância, com o entendimento de que o juízo é o destinatário da prova.

23. Nessa inteligência, salta evidente, com clareza solar, que a r.


Sentença e o respeitável Acórdão, aqui debatido, ora recorrido padece de vício
processual insanável, atinente a cerceamento do direito de defesa do recorrente
(art. 5º., LV, da CF), afrontando assim, princípios constitucionais.
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24. Neste contexto, denota-se que tais fatos (ausência de audiência de


conciliação e de instrução e julgamento) acarretaram vício processual insanável,

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pois causaram prejuízo ao recorrente, e, mais, além de contrariar direito
constitucional, contrariou o próprio art. 3°, §3°, o Código de Processo Civil que
prevê que ―a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de
conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e
Membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial‖.

25. Nesse sentido, são esses os entendimentos jurisprudenciais:

―RECURSO INOMINADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIS-


TÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM INDENIZAÇÃO POR
DANOS MORAIS. PROTESTO INDEVIDO. PEDIDO DE REALIZAÇÃO
DE AUDIÊNCIA DE INSTRU-ÇÃO. JULGAMENTO ANTECIPADO.
PEDIDO INICIAL JULGADO IMPROCE-DENTE. DECISÃO QUE SE
PAUTOU EM FATO POSSIVEL DE SER DESVEN-DADO EM
AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DO
CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA. SENTENÇA ANULADA
DE OFÍ-0CIO. Recurso conhecido e mérito prejudicado‖ (TRPR, RI nº
0003331-51.2011.8.16.0044, Rel. Juiz Leo Henrique Furtado Araújo – J. em
21/13/2013).

Ementa: DECISÃO: ACORDAM os Desembargadores da 14ª Câmara Cível


do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos, em
conhecer e dar provimento ao recurso para cassar a sentença, com o retorno
dos autos à 1ª instância. EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLA-
RATÓRIA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAS E MORAIS.
CONTRATO DE DESCONTO DE TÍTULOS. PROTESTO INDEVIDO.
JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. SENTENÇA DE IMPROCE-
DÊNCIA DO PEDIDO INICIAL. REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DE
PROVA TESTEMUNHAL E DEPOIMENTO PESSOAL. PEDIDO NÃO
ANALISADO. OMISSÃO DO JUÍZO. CONTRADIÇÃO A INDICAR A
NECESSIDADE DA PROVA. CERCEAMENTO DE DEFESA CONFI-
GURADO. SENTENÇA CASSADA. AGRAVO RETIDO PREJUDI-
CADO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO (TJPR - 14ª C.Cível - AC -
1351897-9 - Curitiba - Rel.: Sandra Bauermann – Unânime - J. 30.09.2015)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO À ASSIS-


TÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA - IMPROCEDÊNCIA EM PRI-
MEIRO GRAU - REQUERIMENTO DE PRODUÇÃO DE PROVA
TESTEMUNHAL E DEPOI-MENTO PESSOAL - JULGAMENTO
ANTECIPADO DA LIDE - IMPOSSIBILIDADE - MATÉRIA FÁTICA -
NECESSÁRIA DILAÇÃO PROBATÓRIA - SENTENÇA ANULADA -
RECURSO PROVIDO. (TJ-PR - Apelação Cível AC 4986545 PR 0498654-
5 (TJ-PR).

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Ementa: DECISÃO: Acordam os Desembargadores da 14ª Câmara Cível do


Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por unanimidade de votos em dar

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provimento ao agravo retido e julgar prejudicados os apelos 01 e 02, nos
termos do voto do Relator. EMENTA: AGRAVO RETIDO - AÇÃO DE-
CLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE TÍTULO - DECISÃO INTER-
LOCUTÓRIA QUE INDEFE-RIU O PEDIDO DE DILAÇÃO PROBA-
TÓRIA, SEGUIDA DE SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA – IRRESIG-
NAÇÃO DA AUTORA - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE -
CERCEAMENTO DE DEFESA - OCORRÊNCIA – REQUERIMENTO
DE PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL E DEPOIMENTO
PESSOAL DA RÉ, ALÉM DA JUNTADA DE PROVA DOCUMENTAL,
REQUERIDA NA EXORDIAL - FEITO QUE NÃO COMPORTA
JULGAMENTO IMEDIATO - TEORIA DA APARÊNCIA - QUESTÃO
FÁTICA NÃO SUFICIENTEMENTE ESCLARECIDA - OFENSA AO
ART. 5º, LV, DA CF - SENTENÇA CASSADA – RECURSO CONHE-
CIDO E PROVIDO.RECURSOS DE APELAÇÃO CÍVEL 01 E 02 -
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE TÍTULO -
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA - PROVIMENTO RECURSO DE
AGRAVO RETIDO, EM FACE DA OCORRÊNCIA DE CERCEA-
MENTO DE DEFESA NO CASO CONCRETO - SENTENÇA CASSADA
- RECURSOS PREJUDICADOS. (TJPR - 14ª C.Cível - AC - 1323388-4 -
Curitiba - Rel.: José Hipólito Xavier da Silva - Unânime - - J. 08.04.2015)

26. A PROPÓSITO, Dignos Julgadores, outro defensor público, colega


do recorrido, também ingressou com ação idêntica, que tramitou pelo 6º
Juizado Especial Cível deste mesmo Foro Central sob Autos de nº 0033825-
57.2017.8.16.0182 —mas ali o processo teve desfecho bem diferente do que
sucedeu aqui, vez que aquele d. Juízo possibilitou entendimento entre as
partes, com Audiência de Conciliação (seq. 197.2 a 197.5).

27. Com efeito, na Audiência de Conciliação do supracitado feito, as


partes transigiram, e foi fechado um acordo de indenização ao autor, de R$
5.020 (cinco mil e vinte reais), com entrada de R$ 1.000 e mais 6 (seis) parcelas
mensais, iguais e consecutivas, de R$ 670 cada, satisfazendo-se assim o
interesse do demandante dentro de um limite.

28. Quanto à afronta ao principio constitucional de liberdade de


expressão e, a mantença da condenação no Acórdão aqui debatido, deve ser
reformada, visto que dar notoriedade a fatos forenses não pode acarretar a
responsabilização por danos morais ao recorrente, pois, assim, a Justiça estaria
censurando sua função social e profissional de levar ao povo fatos relevantes
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—e, também, transgredindo os preceitos inscritos arts. 5º, incisos IV, IX e


XIV, e 220, ―caput‖ e § 2º., ambos da Constituição.

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29. A propósito, impõe-se rememorar a adoção, desde 11/03/94 ,
pela Conferência Hemisférica sobre liberdade de expressão, da Declaração
de Chapultepec, que, em boa hora, solidificou a Carta de Princípios fundada em
postulados que, por essenciais ao regime democrático, devem constituir objeto de
permanente observância e respeito por parte do Estado e de suas autoridades e agentes,
inclusive por magistrados e Tribunais judiciários.

30. Nesse compasso, a Declaração de Chapultepec —ao destacar que


uma imprensa livre é condição fundamental para que as sociedades resolvam
seus conflitos, promovam o bem-estar e protejam sua liberdade— proclamou,
dentre outros postulados básicos, os que se seguem:
―I – Não há pessoas nem sociedades livres sem liberdade de
expressão e de imprensa. O exercício dessa não é uma concessão das
autoridades, é um direito inalienável do povo.
II – Toda pessoa tem o direito de buscar e receber informação,
expressar opiniões e divulgá-las livremente. Ninguém pode restringir
ou negar esses direitos.
(...)
VI – Os meios de comunicação e os jornalistas não devem ser objeto
de discriminações ou favores em função do que escrevam ou digam.
(...)
―X – Nenhum meio de comunicação ou jornalista deve ser sancionado por
difundir a verdade, criticar ou fazer denúncias contra o poder público.‖

31. Observa-se, portanto, nada é mais lesivo e perigoso que a pre-


tensão do Estado de regular a liberdade de expressão (ou de ilegitimamente
interferir em seu exercício), pois o pensamento há de ser livre.

―O exercício concreto, pelos profissionais da imprensa, da


liberdade de expressão, cujo fundamento reside no próprio
texto da Constituição da República, assegura, ao jorna-
lista, o direito de expender crítica, ainda que desfavorável
e em tom contundente, contra quaisquer pessoas ou
autoridades. (Pet 3.486/DF, Rel.-Min. CELSO DE MELLO)‖.

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ADVOCACIA

32. Enfim, Nobres Julgadores, resta claro, estamos diante de uma


sociedade fundada com bases democráticas; tão logo, aceitar qualquer repressão

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estatal ao pensamento é inaceitável, ainda mais quando a crítica foi inspirada
pelo interesse coletivo daqueles que estavam sofrendo com o comportamento
inadequado do recorrido —prática legítima de uma liberdade pública de
extração eminentemente constitucional.

33. Ademais, como já relatado, a liberdade de imprensa, enquanto


projeção da liberdade de manifestação de pensamento e de comunicação, abarca
tam-bém outros direitos, por exemplo: (a) o direito de informar; (b) o direito de
buscar a informação, (c) o direito de opinar, e (d) o direito de criticar.

34. A crítica jornalística, desse modo, traduz direito impregnada de


qualificação constitucional, plenamente oponível aos que exercem qualquer
atividade de interesse da coletividade em geral, pois o interesse social, que
legitima o direito de criticar, sobrepõe-se a eventuais suscetibilidades que
possam revelar as figuras públicas, independentemente de ostentarem qualquer
grau de autoridade —e, no caso, o autor se imagina intocável.

35. Enfim, a exposição de fatos e a veiculação de conceitos, utilizados


como elementos materializadores da prática real do direito de crítica,
descaracterizam o animus injuriandi vel diffamandi, legitimando, assim, em
plenitude, o exercício dessa particular expressão da liberdade de imprensa.

36. Assim, não deve existir responsabilidade civil pelo simples fato de
se publicar notas jornalísticas cujo conteúdo visava tão-somente divulgar
observações em caráter mordaz ou irônico e/ou veicular opiniões em tom de
crítica, ainda mais se a pessoa a quem tais observações foram dirigidas
ostenta a condição de figura pública —vale dizer, em tal contexto a liberdade
de crítica qualifica-se como verdadeira excludente anímica, apta a afastar de
vez o intuito doloso de ofender.

37. Portanto, como se vê no caso concreto, não se amolda aos


parâmetros jurídicos qualquer ato capaz de justificar a condenação do recorrente
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ao pagamento de indenização por dano moral, pois dos documentos carreados


aos autos pelo próprio recorrido inexiste violação à sua intimidade e

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consideração social, vez que o a figura jurídica do ―dano moral‖ não deve ser
amesquinhada a ponto de ser confundida com dissabores pessoais ou meros
aborrecimentos circunstanciais —que foi justamente o que ocorreu, por culpa
exclusiva do recorrido, que, por conta do seu comportamento inadequado, deu
motivos para as críticas.

38. Além disso, é evidente a ausência de intenção por parte do


recorrente de ofender, ou, de alguma forma, prejudicar o recorrido no meio
profissional e social, limitando-se, apenas, a transmitir critica por abuso
vivenciado por uma coletividade; além disso, a matéria veiculada no jornal teve
o cunho exclusivamente jornalístico / informativo —o que jamais poderia
configurar ilícito capaz de fazer gerar dever de indenizar.

39. Neste sentido, seguem alguns entendimentos:

EMENTA: LIBERDADE DE EXPRESSÃO. PROFISSI-ONAL DE


IMPRENSA E EMPRESA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL.
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL. DIREITO DE CRÍTICA: PRERRO-
GATIVA FUNDAMENTAL QUE SE COMPREENDE NA LIBERDADE
CONSTITUCIONAL DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO.
MAGISTÉRIO DA DOUTRINA. PRECEDENTES DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL (ADPF 130/DF, REL. MIN. AYRES BRITTO – AI
505.595-AGR/RJ, REL. MIN. CELSO DE MELLO – PET 3.486/DF, MIN.
CELSO DE MELLO, V.G.). JURISPRU-DÊNCIA COMPARADA
(TRIBUNAL EUROPEU DE DIREITOS HUMANOS E TRIBUNAL
CONSTITUCIONAL ESPANHOL). O SIGNIFICADO POLÍTICO E A
IMPOR-TÂNCIA JURÍDICA DA DECLARAÇÃO DE CHAPUL-TEPEC
(11/03/1994). MATÉRIA JORNALÍSTICA E RESPONSABILIDADE
CIVIL. EXCLUDENTES ANÍMICAS E DIREITO DE CRÍTICA. PRECE-
DENTES. PLENA LEGITIMIDADE DO DIREITO CONSTITUCIONAL
DE CRÍTICA A FIGURAS PÚBLICAS OU NOTÓRIAS, AINDA QUE DE
SEU EXERCÍCIO RESULTE OPINIÃO JORNALÍSTICA EXTREMA-
MENTE DURA E CONTUN-DENTE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO
PROVIDO. CONSEQUENTE IMPRO-CEDÊNCIA DA AÇÃO DE REPA-
RAÇÃO CIVIL POR DANOS MORAIS1.

―EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CONSTITUCIONAL E


CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. NOTA JORNALÍSTICA.
OFENSA À HONRA. INEXISTÊNCIA. DANO MORAL. INOCOR-
RÊNCIA. LIBERDADE DE IMPRENSA. PRERROGATIVA CONS-

1
STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 722.744 DISTRITO FEDERAL.
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TITUCIONAL. PESSOA PÚBLICA. TEOR CRÍTICO DA PUBLI-


CAÇÃO. AUSÊNCIA DE PRO-PÓSITO OFENSIVO OU DIFAMA-
TÓRIO. 1. A LIBERDADE DE IMPRENSA E O DIREITO À

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INFORMAÇÃO SÃO GARANTIAS CONSTITUCIONAIS, PRÓ-
PRIAS DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO. A CONS-
TITUIÇÃO FEDERAL RECONHECE TANTO O DIREITO DE A
IMPRENSA INFORMAR À SOCIEDADE SOBRE ACONTE-
CIMENTOS E IDEIAS RELEVANTES (ART. 220 , CF ), COMO O
DIREITO DESSA COLETIVIDADE DE TER ACESSO À INFOR-
MAÇÃO. 2. A LIBERDADE DE IMPRENSA, ENQUANTO PROJE-
ÇÃO DA LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO
E DE COMUNICAÇÃO, ENFEIXA UM COMPLEXO DE
DIREITOS QUE ENVOLVE: I) O DIREITO DE INFORMAR; II) O
DIREITO DE BUSCAR A INFORMAÇÃO; III) O DIREITO DE
OPINAR

E IV) O DIREITO DE CRITICAR (PRECEDENTE STF - AG. REG.


NO AGI 690.841/SP). 3. A VIDA PRIVADA, A INTIMIDADE E A
IMAGEM DA PESSOA QUE OCUPA CARGO PÚBLICO,
SOFREM NATURAL MITIGAÇÃO FRENTE À LIBERDADE DE
INFORMAÇÃO E SUAS PRERRO-GATIVAS INERENTES DE
OPINAR E CRITICAR, BEM ASSIM QUANDO, FORMULADAS
POR OUTREM, SÃO REPRODUZIDAS PELO MEIO DE
COMUNICAÇÃO. 4. DIANTE DA NATUREZA SUPERFICIAL
DA COLUNA JORNALÍSTICA ONDE FOI DIVULGADA A
DECLARAÇÃO, CUJO CONTEÚDO REFLETE MERAMENTE A
INSATISFAÇÃO PARTICULAR DO INTERLOCUTOR, É
FORÇOSO RECONHECER NÃO TER ELA APTIDÃO PARA
MACULAR A IMAGEM, HONRA E DIGNIDADE DO
APELANTE, MÁXIME POR SE TRATAR DE PESSOA PÚBLICA,
ORIUNDA DO MEIO POLÍTICO, ONDE AS OPINIÕES
DIVERGENTES SÃO DE RIGOR E POSSUEM A ACIDEZ
PRÓPRIA DA SEARA. 5. AUSENTE O PROPÓSITO OFENSIVO
OU DIFAMATÓRIO NA NOTA JORNALÍSTICA VEICU-LADA,
NÃO HÁ QUE SE FALAR EM VIOLAÇÃO AOS DIREITOS DA
PERSONALIDADE E CONSEQUENTE COMPENSAÇÃO POR
DANOS MORAIS. 6. APELAÇÃO CONHECIDA E NÃO
PROVIDA‖2.

―EMENTA: JUIZADOS ESPECIAIS. MATÉRIA JORNALÍSTICA


DE IN-TERESSE PÚBLICO. ATOS DE AGENTES PÚBLICOS.
DANO MORAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA. 1.A
PUBLICAÇÃO DE MATÉRIA JORNA-LÍSTICA QUE, EMBORA
POSSA CAUSAR ABORRECI-MENTOS, DIVULGA MATÉRIA
SOBRE FATOS DE INTERESSE SOCIAL OU SOBRE ATOS DE
AGENTES PÚ-BLICOS NÃO EXTRA-POLA OS LIMITES DA
LIBERDADE DE IMPRENSA E DE EXPRES-SÃO. DESSA

2
TJ-DF - Apelação Cível APC 20110112194264 (TJ-DF) Data de publicação: 20/04/2015.
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FORMA, NÃO CONFIGURA DANO MORAL. 2.FICA A


RECORRENTE CONDENADA AO PAGAMENTO DE CUSTAS
PROCESSUAIS E HO-NORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, ESTES

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FIXADOS EM 10% DO VALOR ATRIBUÍDO À CAUSA,
DEVENDO-SE OBSERVAR O DISPOSTO NO ART. 12 DA LEI
1.060 /50 (FL. 71). 3. RECURSO CONHE-CIDO E IMPROVIDO.
SENTENÇA MANTIDA POR SEUS FUNDAMENTOS. 4.A
SÚMULA DE JULGAMENTO SERVIRÁ DE ACÓRDÃO,
CONFORME REGRA DO ARTIGO 46 DA LEI N.º 9.099 /95‖3.

―Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - VEICULAÇÃO DE
REPORTAGEM JORNALÍSTICA - LIBERDADE DE IMPRENSA -
DIREITO DE INFORMAÇÃO - LIMITES CONSTITUCIONAIS -
IMAGEM E HONRA DE PESSOA PÚBLICA NÃO OFENDIDA -
INEXISTÊNCIA DE EXCESSO OU ABUSO NA DIVULGAÇÃO -
CONTEÚDO QUE SE LIMITA À NARRATIVA DOS FATOS E
RELATOS - DEVER DE INDENIZAR INE-XISTENTE -
RECURSO NÃO PROVIDO - SENTENÇA MANTIDA ―4.

40. Em conformidade com as decisões acima descritas, percebe-se,


claramente, o direito do recorrente quanto à sua liberdade de expressão, de
pensamento, de imprensa, esta que, por sinal, não foi exercida de forma
excessiva e/ou abusiva.

41. Ora, no contexto de uma sociedade fundada em bases democráticas,


mostra-se intolerável a repressão estatal ao pensamento, ainda mais quando a
crítica – por mais dura que seja – revelou-se inspirada pelo interesse coletivo e
decorreu da prática legítima, como sucede na espécie, de uma liberdade pública
de extração eminentemente constitucional (CF, art. 5º, IV, c/c o art. 220).

42. No que toca à pretensão de indenização por danos morais, não há


como se conceber o pleito autoral, haja vista que, da acurada leitura dos autos,
verifica-se que a atuação do recorrente se deu de forma lícita e legítima, pelo
que não há que se manter a condenação por danos morais.

43. Apesar de as matérias haverem sido suscitadas em grau de


Apelação Cível, a r. afronta ao texto de Lei Constitucional permaneceu.

3
TJ-DF - Apelação Cível - Juizado Esp. ACJ 20130710050649 DF 0005064-47.2013.8.07.0007 (TJ-DF)
4
TJ-AM - Apelação APL 06141932920138040001 AM 0614193-29.2013.8.04.0001 (TJ-AM). DATA DA
PUBLICAÇÃO: Data de publicação: 22/02/2016.
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28/10/2019: JUNTADA DE PETIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. Arq: Petição

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44. Logo, o objeto do presente recurso extraordinário se limita ao


reconhecimento do desrespeito à aplicação da ampla defesa e do direito à

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liberdade de expressão, todas previstas na Constituição Federal, assim, deve-
se implicar na reforma do Julgado, no sentido de admissão do recurso, por
meio do qual se declare a ocorrência de violação à Lei Maior, de modo a
desconstituir a decisão recorrida e, não sendo este o entendimento, que se
devolva toda a matéria discutida ao Tribunal Superior para apreciação do mérito
e rejulgamento da questão.

45. Pelo exposto, conclui-se que o DD. Acórdão recorrido deve anulado
devido a violação ao princípio do contraditório e da liberdade de expressão, e,
que por consequência seja o feito novamente encaminhado a primeira instância,
para propiciar ao recorrente a instrução do processo, com produção das provas
requeridas na peça inicial, e, reiterados no andamento processual e,
oportunamente que seja enfrentado o mérito da causa em toda sua extensão e
prolatada nova Sentença de mérito;

46. Caso esta Colenda Câmara entenda que, para se proceder ao mérito
da causa, não se faz necessária produção de provas, que seja a r. Acórdão
reformado, no sentido de julgar improcedentes os pedidos formulados em
petição inicial e condenar o recorrido ao pagamentos das custas e honorários
advocatícios.

DOS PEDIDOS

47. Diante do exposto, pugna a recorrente:

a) seja o este Recurso Extraordinário conhecido, por obedecidos os


requisitos processuais intrínsecos (atinentes à possibilidade jurídica do pedido,
interesse de agir e a legitimidade da parte) e extrínsecos (esta peça é interposta
tempestivamente e o recorrente de fato pagou as custas processuais);

b) seja o recorrido citado para que, querendo, apresente as suas


contrarrazões, na conformidade da lei processual vigente;
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c) seja a DD. Acórdão recorrido anulado devido à violação ao prin-


cípio do contraditório e da liberdade de expressão e, que por consequência seja o

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feito novamente encaminhado à primeira instância, para propiciar ao recorrente
a instrução do processo, com produção das provas requeridas na peça inicial, e,
reiterados no andamento processual e, oportunamente que seja enfrentado o
mérito da causa em toda sua extensão e prolatada nova Sentença de mérito;

d) sucessivamente, caso esta Colenda Câmara entenda que, para se


proceder ao mérito da causa, não se faz necessária produção de provas, que seja
a r. Acórdão reformado, no sentido de julgar improcedentes os pedidos
formulados em petição inicial devido a todos os argumentos de defesa
apresentados pelo recorrente, entre eles, que apenas exerceu o seu direito de
liberdade de expressão, pensamento e de critica e, que, ao realizar respectivo ato
agiu dentro do limite da lei, nada que pudesse ensejar qualquer condenação ao
mesmo, visto que no próprio texto da Constituição da República, assegura, o
direito de expender crítica, ainda que desfavorável e mesmo que em tom
contundente, contra quaisquer pessoas ou autoridades. Não sendo, este o
entendimento que, seja reduzido o valor de arbitramento de indenização por
dano moral, por ser excessivo, comparado com o acordo que foi realizado em
outros autos, discutindo a mesma situação com partes diversas, como bem
descrias nos autos.

Nesses termos, pleiteia, e,


confiante, aguarda provimento.

De São José dos Pinhais/PR para


Brasília/DF, em 25 de outubro de 2019.

CRISTINA B. DE OLIVEIRA GOUDARD RALPH D. MOREIRA DE SOUZA


Advogada – OAB/PR 58.743 Advogado – OAB/PR 34.685

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