Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Orisas PDF
Orisas PDF
O Caçador de Borboletas
Onisewe se veste de rosa, azul e vermelho que são as cores das borboletas
que ele tanto preza.
Mas pelo fato de usar cores alegres os adeptos de culto a Orisa pensam que se
trata de um Orisa calmo e festivo mas é um equívoco, Onisewe é reservado e
não gosta de festas ou situações agitadas, não gosta de ser tratado com
intimidade, é bruto e severo.
Se conta que quando Ogun Alabede desceu para o Aye, com ele veio sua
esposa Ayála também chamada de Yânla.
Ayala vem diretamente da família das Iyami, e também é envolvida no culto de
Egun.
Ayala é uma feiticeira.
Porem o lado mais forte em seu culto é o sua posição como Orisa Funfun, ela é
relacionada com Obatalá, Oduduwá, Ogun e Oloroke, e por essa sua profunda
ligação a Orisa Oloroke ela foi dada como ancestral da Ayaba Osun, chamada
até de avó pelo fato de Oloroke ser o pai da Ayaba Osun.
Ayala existiu muito antes do nascimento de Osun, mas quando Osun surge
como Ayabas das águas doces ela se une a Ayala e passam a formar o culto
feminino Gelede.
Então Ayala não pode ser iniciada em homens ja pelo fato de sua ligação com
Iyami e com o culto de ancestrais femininos Geledé. Osun Ijimú e Osun Aboto
tambem são parte desse culto e não podem ser iniciadas em homens.
Infelizmente no candomblé algumas casas não compreendem que "culto
feminino" não envolve pessoas do sexo masculino e então raspam essas tres
Ayabas em Ori de homem e fica por isso mesmo, é como se diz "cada um mexe
com sua panela".
Ayala é uma feiticeira muito poderosa e merece ser respeitada como a Ayaba
que é.
Ha muito mais a se falar a respeito dessa Ayaba porem o culto dela é envolto
em segredos tal como o culto de Iyami.
Ore Yeye!
Olojá
A Ayaba que carrega o Xére
Se conta que Oloja veio do Orun com Oduduwá e então ao cair no mar ela
acaba por se envolver com Babá Olokun e engravidar e parir Ayrá.
Outra versão é que Oloja seria filha de Olokun Seniade e irma de Ajê.
No Brasil os Orixás de culto duplo (Tanto Nagô quanto Jeje) foram agrupados
juntos e chamados "orixás da palha", e então as pessoas passaram a crer que
Osumare é filho de Naná, e isso eliminou a presença de Oloja do culto de seu
filho Osumare. Vale lembrar que toda essa família da palha é uma mistura de
tradições, mas que é possível cultuar os Orixás em sua individualidade sem
esses agrupamentos.
Oloja é uma Ayaba muito importante, é Funfun e muito velha, deve ser
lembrada e cultuada.
Ipondá
A grande Ayaba
Iponda é a mulher que amou Erinlé, e dele teve o filho que veio a ser Rei de
Edé. Ela mesma é conhecida também como Osun Ayê Edé por ter hábitado na
cidade de seu filho.
Iponda que se casou com Ogun e com Sango, e tambem foi de Elejigbo.
Rainha de uma grande cidade, ela tem a linhagem de Efan.
Iponda que teve três filhos, o príncipe e duas feiticeiras.
Mulher que vivia entre as feiticeiras e era respeitada por elas.
Iponda e inimiga de Opará, e de tantas guerras ela saiu vitóriosa!
Iponda arrancou os olhos de Opará e ela não poderá mais se levantar contra a
Rainha.
Os portais da cidade de Iponda estão protegidos, Esu Orô e Esu Odara
guardam a Ayaba dia e noite.
Iponda que corta o ar com sua espada, ela não tem medo da guerra, os filhos
de Obalufon Nao poderam com ela.
Feiticeira que escondeu suas cabaças de Ossun e Índigo no fundo do rio, e as
águas se turvaram.
Iponda convida Osayn para seu meio, e ele responde em afetividade.
Oya é a inimiga, que na batalha queimou os pés da rainha, mas foi
desnorteada com o brilho do abebe espelhado.
Ela não precisa procurar o Babalawô, ela abre os dezesseis Odús em suas
próprias mãos e neles sabe de todas as coisas.
Guerreira dourada que se veste de muitas cores, ela esperou os inimigos no
caminho das águas e eles nao passaram com medo da lâmina de cobre
dourado.
Epa Iponda! Filha do Rei da Montanha!
Negra ornada com tantas jóias que Warí lhe deu. Ao caminhar se houve o
tilintar do metal de tantas joias que carrega.
Oduduwa viu a face da guerreira, Obatala a teve em sua casa e Yemowo lhe
dedicou gratidão.
Yemoja a conhece como sua parente e com ela se senta nas fontes de água.
Iponda como não lhe adorar?
Não ha mulher como esta, pequena como uma donzela mas em força é
gigante!
Epa Imole
AYABÁ ASABÓ (Axabó)
Durante um longo período não houve chuvas em Oyó, e o calor das terras
africanas fez as águas do reino secarem.
Sango então ordenou a seu general Ayrá que fosse em todos os reinos pedir
ajuda, pedir que enviassem água ao povo de Oyó.
Ayra então foi de reino em reino reportando o pedido de Sango, e
absolutamente todos os Reis negaram ajuda. Ayra não teve como argumentar,
ja que ele mesmo havia atacado esses reinos por ordem de Sango.
A mãe de Sango era Iya Masemale, que era das terras Tapá, e nesse período a
sua irmã veio visita-la, era a princesa Asabó.
Asabó era envolta no culto das mães ancestrais, e com o segredo das Iyami
Osorongá ela confere a Ayra o poder de fazer chover. Desde então Ayra passa
a traser a chuva para Oyó, acabando definitivamente com a seca.
Foi Asabó que trouxe água para Sango, e por isso os iniciados a Sango tomam
banhos no recolhimento em honra a ela, a princesa Iya Asabo tia de Sango.
Sango faz questão absoluta de ter com ele todas essas mulheres, por isso
quando se assenta Sango tambem se assenta asabo, ela representa as
mulheres guerreiras de Oyó.
Kabiecile!
Salve a honrada família de Oyó!
YEMOJA CORTA OS CABELOS DE OSUN
Um dia Yemoja foi visitar Osun, e a enfeitiçou, pois enquanto Osun mexia em seus jarros
de índigo, Yemoja cortou seus longos cabelos e fez um feitiço para que nunca mais
crescessem, e Osun nem se deu conta do mal feito de Yemoja.
Na manhã seguinte Osun acordou e quando deu falta de seu cabelo ela se desesperou, foi
consultar seus búzios e Ifá lhe mostrou que a ladra era Yemoja.
Porem Osun era mais nova que Yemoja e nao pode com ela, nao tinha o que se fazer.
Osun então untou óleo, tecido e índigo ao cabelo que sobrou em sua cabeça e prendeu
um coque enfeitado com Ekodidés e Búzios.
Até os dias de hoje as o Iyalodês e Omorisá de Osun prendem seus cabelos em coques
em respeito a Ayabá.
Yemoja é a senhora dos cabelos compridos, ela ama ver suas filhas com longas madeixas
bem cuidadas.
Yemoja é um Orisa muito ciumento e muito genioso, porem muito vaidosa e gentil com os
que merecem.
Até os dias de hoje Yemoja trança seus cabelos cantando:
ESTE ORIXÁ FOI MISTURADO AOS CULTOS DE OXÓSSI E DE ERINLÉ, MAS ELE NÃO
É NENHUM DOS DOIS. IGBO NÃO É IBUALAMA.
Ayabá Ogunté vivia na terra Sutiro Inlé casada com Ogun Alabedé e com ele teve três
filhos: ESÚ, AKOKÓ e IGBO.
Igbo tinha um cabelo comprido e
encaracolado como a lã de um carneiro. Esu era mágico e Akoko
trabalhava no campo. Igbo era caçador.
Ogunté ao ver o mal comportamento de seus filhos, pôs Esu de castigo atrás da porta e
seguiu vivendo com Akokó e Igbo.
Então Esu começou a fazer a vida ficar impossível para Ogunté e para
seus filhos e por isso ela decidiu ir ver o Babalawo daquela terra. Este lhe fez uma consulta
com IFÁ e lhe disse que tinha um filho caçador e se ele fosse caçar na mata naquela lua
nova e não fizesse Ebó, Osayn o encontraria e o juraria em seu segredo e não o deixaria
voltar para casa.
Ogunté voltou para sua casa assustada e disse a Igbo que IFÁ dizia que ele não poderia ir
caçar por esses dias. Igbo não obedeceu e
saiu a caçar em companhia de vários caçadores.
Quando adentraram na mata e viram uma grande árvore Iroko, combinaram de estipular
que ali seria um ponto de referência de encontro e cada qual ia caçar em seu lugar e
voltariam ao ponto de referência.
Já dentro da mata Igbo se encontrou com Osayn.
Quando Osayn o viu disse: Venha comigo aonde está o meu segredo, e lhe darei três
APARÓ (codornas).
Osayn levou Igbo diante a seu segredo e preparou o necessário para enfeitiça-lo, buscou
os Ewés (ervas)
apropriados e Igbo começou a dormir.
Durante o tempo em que durou a caça, não se sabia onde Igbo estava
e com o feitiço Igbo se tornou Orisá e nunca mais soube o que se passava
no mundo dos vivos.
Quando a caça terminou, todos os caçadores se reuniram aos pés de IROKO e ao ver que
Igbo não vinha, o chamaram com batendo um par de chifres, mas foi em vão, porque ele
não veio.
Então batendo os chifres eles cantaram:
começaram a cantar:
E cantando eles regressaram à terra de Sutiro-inlé, onde vivia a família de Igbo, mas em
sua casa ele também não estava.
Então Ogun foi procurar seu filho na mata e o encontrou na companhia de Osayn. Ogun
não conseguiu separar Igbo de Osayn.
Odé Igbo nunca mais voltou, para sempre está sob a proteção de Osayn.
Osayn e Odé são "OKANANI", os que compartilham do mesmo coração.
Asé
Aganjú Solá era um homem muito famoso, nasceu dentro de uma fogueira de tão feiticeiro
que era, e se gabava por ser belo e forte, era um gigante muito respeitado.
Certa vez Aganjú precisou cruzar o Rio Osun, e ele se pôs a entrar no rio sem pedir
permissão a dona daquela água.
Desafiando a correnteza ele tentou atravessar sem nenhuma ajuda, mas
ao entrar na água a poderosa Rainha
Osun, dona do Rio, golpeou com força seus tornozelos e o fez rolar entre os cascalhos do
leito.
Osun ridicularizou Aganjú, e ele foi motivo de riso de todos os presentes.
Por algum tempo o Orisha andou pensativo até que uma manhã não
pode mais se conter de tanto ressentimento, arrancou uma árvore pela raiz, era uma
árvore imensa, e entao Aganjú correu impetuoso até o Rio Osun.
A Ayabá foi surpreendida em seu repouso ao ver aquele homem gigantesco com aquela
árvore colossal e se assustou tanto que o deixou cruzar a água.
Aganjú era grande mas respeitava a força da pequena Osun.
A guerra entre os dois teve fim e então os guerreiros se uniram e a partir deste dia são
inseparáveis.
Ajagurá nao usa Coroa, ela usa um Elmo, tras o Osê de Aganjú e a Espada dourada que
ganhou de Ogun.
É senhora de todos os pássaros sagrados.
Ore Yeye!
OSUN AJAGURÁ
A Guerreira Esposa de Aganjú
Muitos cultuam Opará como Osun Guerreira, mas Opará não é Osun.
Ajagurá significa AJAGUN WURA, que vem a ser em português "Guerreira Dourada" e faz
menção ao presente que ganhou de Ogun, uma espada dourada.
Ajagurá nasce nos Odú's Ose e Obará. Ela não usa Adê e tem rejeição por Coroa e Filá.
Usa um Elmo de guerra como o Akorô . Seu culto se dá em em rios e lagos de água
escura.
É ligada aos pássaros sagrados.
Se conta que Opará e a esposa guerreira de Ogun e Ajagurá e a esposa guerreira de
Aganjú, sendo filha de Yemoja e Orunmila.
E ciumenta e por isso tem inimizade com Oyá que é esposa de Sango.
Ela come com Aganjú, Ayrá, Sango, Osayn, Yemoja, Opará, Ogun e Esú.
Se veste de Salmão, Vermelho, Azul marinho e branco, e seus metais são dourados.
Dança Ijexá como todas as Osun, mas também dança Adahun, Alujá e os ritmos quentes
dos guerreiros.
No Brasil o Orisá Ajaguná foi sincretizado como "Qualidade" de Osagyan, mas na verdade
eles são parentes e não o mesmo ser. Osogyan é o Rei Elegibô e Ajagunã é um dos
Trigêmeos de Osalufon.
Diz a história que na repartição que o Deus supremo Olófin fez na Terra, quando distribuiu
os cargos entre seus filhos, para Ajaguná foi dito ser o Olorogun, o criador de problemas.
Onde ele chegava, governava com armas e assim o fez em uma grande parte da África.
Era de espirito revolucionário e guerreava com todos os seus vizinhos.
Um dia Olófin o chamou e lhe perguntou por que motivo governava dessa forma tão
truculenta.
"Você Babá, sempre está sentido e o sangue não corre em suas veias."
A Olófin sempre chegavam as queixas das confusões e pleitos de Ajaguná e que este
sempre
buscava a luta e a guerra.
Olófin, para ver se Ajaguná se regenerava, tirou dele o mando da África e o mandou para o
oeste, onde Ajaguná encontrou gente tranquila, que nunca se desafiavam e ali tudo era
paz e tranquilidade.
Ajaguná disse:
"Mas ainda terei que guerrear, pois sou guerreiro e chefe dos guerreiros."
Então se foi a uma tribo vizinha e os incitou a dominar a tribo onde ele estava vivendo,
dizendo que eles eram bobos. Regressou a tribo e lhes disse que vinha a invadi-los e que
tinham que combater os invasores, porque só havia uma alternativa: Ser vencedor ou
vencido.
E assim seguiu sem deixar ninguém em paz, incitando a guerra por onde queira, metendo
discórdia entre as pessoas pacíficas, até que por fim ardeu a guerra, a qual se estendeu
pelo mundo inteiro. Os povos, ao saberem das circunstâncias evidentes de que era
Ajaguná o provocador, o incitador das guerras, voltaram onde Olófin estava a fim de se
queixar novamente. Olófin chamou Ajaguná e lhe disse:
"Por favor Filho meu, quero a PAZ! Eu sou a paz, Eu sou Alamorere a Bandeira Branca!"
"Babá, se não há discórdia, não há progresso, com a discórdia o mundo avança, fazendo
que o que tem dois, queira ter quatro e fazendo que triunfe sempre o mais capacitado."
Olófin respondeu:
"Se é assim, o mundo durará até o dia em que lhe deem as costas e tu te tombes a
descansar."
Ayra é um Orisa da familia do Raio, e por isso se veste de muitas cores, em principal o
Vermelho e Azul, mas também verde, salmão, marrom e amarelo.
Aqui vou contar como Ayrá Intilé ganhou o direito de se vestir de Branco, leiam:
Porem Osalufon era de hábitos simples, ele costumava andar sem corte ou séquito,
mesmo sendo um Rei ele andava como um camponês pois não gostava de frivolidades.
Quando Osalufon chegou nos arredores de Oyó ele viu o cavalo que havia dado para
Sango fora dos portões do palácio e o tomou pelas rédeas. Nesse momento os guardas do
rei viram Osalufon com o cavalo e o acusaram de roubo.
Sem sequer receber um julgamento, ele foi jogando nas masmorras e por la padeceu
como um criminoso por longos sete anos.
Osalufon nao era apenas um Rei, ele era um Orisa e o seu sofrimento se refletiu sobre
Oyó, houve um tempo de seca e má sorte sobre a cidade.
Sango foi visitar Orunmilá para saber o motivo da má sorte, e descobriu que o infortúnio
era causado por uma injustiça, um homem encarcerado sem motivo.
Sango mandou libertar o preso e traze-lo a sua presença, e então descobriu que se tratava
de Osalufon.
Por mais que Sango se desculpasse, Osala estava coberto de chagas e de sujeira, ele nao
estava aberto a conceder perdão.
Ayra, o braço direito dos Alafin se dispôs a levar Olufon em suas costas até a terra de
Osagyan.
Quando eles chegam na casa de Elegibô, Ayrá ganhou a eterna gratidão de Osalufon e
Ogyan por ter carregado Osala nas costas pelo longo do trajeto.
Ayra ganhou o direto de comer com os Orisa Funfun e quando entrou na casa de Osala ele
foi chamado "AYRÁ INTILÉ" que significa "Ayrá esta dentro da casa", e ganhou a chave da
casa de Osala e traje real dos Funfun: Roupas de Tecido branco.
Ayrá Intilé agora se veste de Branco e é parte da família de Osala e Ogyan que nunca se
esquecem da boa vontade de Ayrá.
Ayra Lê!
OSOGBO (Oshobô) é a cidade onde esta o mais famoso templo de Osun na Nigéria.
Ajíbógun era o filho de Owá, o Rei de Ijexá. Ele decidiu deixar Ijexa e ir para outro lugar já
que não estava satisfeito com seu pai.
Depois de muito apelo para que Ajíbógun não deixasse a cidade ele recusou
decididamente ao apelo de seu pai.
Ele deixou a cidade com Ọláròóyè, Tìméhìn, Ògìdán, Talo e Sègi lợla. Seu primeiro
assentamento foi chamado de Òpólé, onde permaneceram por algum tempo, antes da
morte de Ajíbógun. A morte de Ajíbógun e a escassez de água em Ìpólé
os fizeram deixar o local. Quando eles estavam se preparando para deixar o local, o Owá
mandou uma mensagem para que voltassem para Ijexá, porém, eles recusaram. Tìméhìn
e Ògìdán que eram caçadores tiveram que assumir a liderança em sua jornada na floresta
em busca de água. Quando estavam à procura, eles encontraram um grande rio.
Eles decidiram cortar uma árvore para marcar o local e facilitar a identificação do mesmo,
para
quando eles trouxessem as pessoas de Òpólé. Quando a árvore caiu na água, eles
ouviram uma voz misteriosa que dizia:
Gbogbo ìkòkò aró mi ni ẹ ti fó tán – Vocês quebraram todos os meus potes de índigo!
Agbe ló l'aró
Kìí ráhùn aró
Àlùkò ló l'osùn
Kìí ráhùn osùn
Lékèélékèé ló l'e fun
Kìí ráhùn e fun.
Òsun lékèé o dá mi o.
Káwa má ráhùn ire - Àse !
Káwa má ráhùn omo - Àse !
Káwa má ráhùn owó - Àse !
Káwa má ráhùn olà - Àse !
Káwa má ráhùn è kó - Àse !
Káwa má ráhùn ayò - Àse !
Káwa má ráhùn ifé - Àse !
Káwa má ráhùn òré - Àse !
Káwa má ráhùn è rò - Àse !
Káwa má ráhùn ilé - Àse !
Káwa má ráhùn ounje - Àse !
Káwa má ráhùn aláàfíà - Àse !
Káwa má ráhùn àfo - Àse !
Káwa má ráhùn isé - Àse !
Káwa má ráhùn s ire - Àse !
Káwa má ráhùn ódún - Àse !
Tradução:
A Festival de Osun Osogbo ocorre a mais de 600 anos (ha quem diga qué muito mais
antigo) mas com a situação política da Nigéria e com o a rejeição da Culto a Orisá pelos
africanos que seguem o islamismo e o cristianismo o templo de Osun e o festival de
Osogbo estão ameaçados.
AYRÁ IGBONÃ
IGBONÃ É um título de Airá que significa "febre", faz referência a esse Orisá ser ligado ao
Fogo.
Se conta que Ayra Igbonã servia Ilê Oyó, era o protetor dos Alafin.
O Alafin de Oyó era o primogênito de Oranian, Dadá Ajaká.
Sango então em um golpe de Estado destrona Dadá e o exila nas terras de Igboho.
O controle de Oyó pertencia a quem possuía a coroa da cidade, e então Sango pede a
Oyá que esconda a coroa de Oyó no mundo dos Egun.
Ayrá tinha ciência que Sango nao era o Rei, era um usurpador, e por isso manteve sua
lealdade a Dadá.
Na festividade "Fogueira de Ayrá" ele então coloca o Ade Baiyaní em seu ori e leva até
Dadá Ajáká, entregando-o ele põe na cabeça e não suporta tamanho peso, que sub
entendemos seria o peso da responsabilidade simbolicamente falando, e de pronto devolve
a Ayrá Igbònà, que imediatamente coloca em seu Ori de volta, passando a partir daquele
momento ser aclamado Rei de Kòsò pelos súditos de Dadá
que o nomeiam AYRÁ IGBONÃ OLUKOSO!
Ayra Igbonã também é conhecido por provocar incêndios nas matas fechadas, todo fogo
sem causa revela a presença deste Orisa.
Este Ayra se veste de múltiplas cores (o unico Ayra branco é Intile pois os demais usam
cores), usa a machado de uma so lâmina, o Sere e principalmente o Ajere de Fogo!
Ayra Lê!
APAOKÁ
A FEITICEIRA
Existem muitas mulheres ancestrais, entre elas haviam três irmãs, três Iya Mi. Eram elas
Mepere, Bokolo e Bambá.
Estas tres Iya Mi fizeram um pacto, elas juraram jamais engravidar, nunca iriam gerar
vidas.
Porem, Bambá conheceu Orisa Okô o Senhor da agricultura, se apaixonou por e com ele
teve um filho.
O filho de Bambá se chamou Odé Erinlé, o caçador de elefantes.
Bambá apos quebrar o pacto com suas irmãs vai morar em uma árvore chamada mogno-
da-guiné, e então a Iya Mi recebe o nome de Apaoká.
O filho de Apaoka funda a cidade de Ilobu próximo a Osogbo.
Apaoka no Brasil é cultuada na Jaqueira, a qual nomeamos de Apaoka por razão dela ser
habitada pela Iya Mi, mas o nome em Yoruba da Jaqueira é Tapónurin.
O nome Opaoka significa "em cada pé" ou seja, em cada árvore, sendo que significaria
que esta Iya Mi seria a de grande culto, a propria Osorongá, senhora das árvores
sagradas.
Se conta que Erinle (Ode Inle) tem profunda ligações com Oxóssi. Iya Bambá é
considerada mãe de ambos e é cultuada tanto em Ketu quanto em Efon.
Osun havia invocado seu filho Odé que surgiu da mata em sua veste dourada, apanhou o
presente e mergulhou nas águas do rio para entregar a sua mãe.
Seu assentamento fica fora do quarto de Santo, ele traz fartura e por isso é colocado na
cozinha ou na plantação do Ilê Asé.
O CASAMENTO DE YEMOJA E ODE INLE (ERINLÉ)
Yemonja havia se separado de Orisa Oke, e por isso voltara ao Oceano onde vivia sua
mãe Olokun.
Desde a separação ela havia perdido a paz, as marés eram imprevisiveis, as ondas
começaram a engolir a
terra, o mar estava enlouquecido, a fúria de Yemoja ia em direção a montanha de Oke.
Yemoja estavano fundo dos
mares e finalmente tinha tempo para fazer o que quisesse, ela agora vivia em paz, algo
que há muito tempo não vivia, pois na terra ela tinha crianças correndo pelo reino e seus
deveres de Rainha e exigências do marido.
Yemaya tinha amadurecido mas ela ainda era bonita e sensual, apesar dos anos que se
passaram ninguém poderia competir com a beleza dela, nem mesmo Osun. Certa manhã
enquanto nadava no mar, ela teve um vislumbre de movimento que chamou sua atenção.
Ele era um homem bonito, e não era outro senão Erinlé da cidade de Ilobú, tambem
chamado de Odé Inle.
Inle estava fazendo sua pesca normal. Inle tinha toda a sua atenção de sua pesca quando
de repente, ele foi surpreendido por uma bela mulher, e foi amor a primeira vista.
Ele não conseguia explicar, e pensou até estar sonhando até que a voz da linda sereia
falou com ele dizendo:
"Eu sou Yemoja, dona deste reino no qual você pesca. Eu é que forneço os peixes que
vem para o seu gancho. Todo esse reino de água que você pode ver é imensamente
grande e é meu."
Yemoja confessou a Inle que, embora ela comandasse o vasto reino dos mares, ela se
sentia solitária.
Sem hesitar Inle ofereceu para lhe fazer companhia em seus tempos de solidão.
Yemoja podia ver que Inle estava apaixonado por ela, e então explicou que estava à
procura de um marido e Inle aceitou imediatamente ser o par de Yemoja.
Ele não se importava com dinheiro ou riquezas, ele havia sido encantado pela beleza dela
a partir do momento que ele a viu.
Inle ficou maravilhado ao ver que quando os peixes notavam a presença da Rainha eles se
movimentavam como se estivessem em "Moforibale" (batendo cabeça) para grande
Yemoja que era a sua mãe e criadora.
Entrando na caverna, Inle foi surpreendido, ninguém podia
de imaginar as riquezas que haviam la dentro, tesouros incomensuráveis
em toda parte.
Eles se amaram, mas não por muito tempo. Um caso de amor tórrido tende a se desgastar
rápido.
Os tempo passou e as coisas mudaram. Yemoja começou a ignorar Inle e avitar sua
presença.
A situação tornou-se intolerável para
Inle. Ele só queria atenção de Yemoja. mas ela não quis ouvir suas queixas e não se
importou com o coração dele.
Até hoje Inle não fala, e é Yemoja que fala por ela.
"Eu sou a base de tudo. Sem mim, o céu de Orun seria esmagado porque não teria apoio.
Eu construí todos os seres vivos. Eu sou a mãe que os alimenta e sustenta. Eu sou a dona
de tudo. Tudo o que tem vida vem de mim e volta para mim. Meu poder não tem limites. "
Olodumaré, o grande Deus ouviu aquelas palavras mas não respondeu. Fez então um
sinal para o Orun o liberando para demonstrar um sinal grave de sua força.
O que quer que permaneceu vivo sobre a terra foi salvo graças ao abrigo oferecido por
Iroko. E então tudo ficou verde novamente.
No entanto, não havia mais paz e felicidade plena como no início do mundo.
O Orun não estava mais magoado mas manteve-se indiferente e distante.
Iroko salvou a terra, mas a vida não é mais plenamente feliz por causa da culpa de orgulho
de Ayê Onilé.
Eró Iroko!
Rei das Árvore e dos homens!
Toda a memória e sabedoria do mundo esta em Iroko, ele tudo viu, ele tudo ouviu e de
tudo ele é testemunha.
BABA EPÊ
O senhor dos Peixes
Dizemos que Epeja é o "Logunedé" entre os Funfun por ser o Imole da família branca que
mais ostenta beleza e vaidade, ele é um homem esteticamente perfeito.
Ligado a Yemoja, é o Orisa que trás a vida as águas, é idolatrado por pescadores pelo fato
de trazer peixes e animais aquáticos para todos os rios que é consagrado e com isso
garantir o sustento de todos os que vivem de pesca.
Sendo um Orisa Efon ele dança Ijesá e Batá, usa Abebê, Idá, mão de pilão e Atorí. Por
não ser rei ele não usa filá.
Epi Imolé!
OYÁ TOPÉ
É A SENHORA DO FOGO
Esu Iná era feito de fogo, como uma chama que nunca apagava. Tudo que ele tocava
queimava e por isso vivia só. Ele desejava ter uma familia e que pudesse conviver sem
machucar os que dele se aproximassem. Iná nasceu no dia em que o primeiro raio bateu
na terra, o seu fogo veio desse calor.
O orisa dos Raios era Sango, entao Iná foi até ele pedir ajuda para apagar seu fogo.
Sango disse que nada podia fazer, mas que Iná fosse ver Orunmilá, somente Orumilá tinha
resposta para tudo.
Iná foi ver Orunmila e ele lhe disse que em Nupê havia uma feiticeira chamada Topé (o
nome Topé é um termo usado para o som do eco) que sabia manipular o ar e os ventos
poderia abafar o fogo, e que ele levasse dendê para ela, pois Topé ama azeite de Dendê.
Quando Iná chegou na casa de Topé ele teve de gritar o nome dela nove vezes, pois Topé
responde no Eco, na multiplicação.
Ela então saiu e se mostrou, uma negra exuberante, com roupas vermelhas e pulseiras de
cobre, Iná ficou paralizado ao ver tão bela mulher. Ele contou para ela sua situação e ela
resolveu ajudar, costurou para ele uma manta de couro de búfalo e jogou sobre ele, o
abafamento apagou o fogo, enquanto ele se cobrisse o fogo não reacenderia.
Iná ficou muito feliz e muito grato a Topé, ele entrego para ela o jarro com dende, tope
abriu o jarro e então Iná lhe deu mais um presente, ele cortou um pedaço de sua pele e
jogou para Topé para que ela sempre tivesse uma chama, mas por acidente a pele
flamejante de Iná caiu no jarro de dende e isso causou uma explosão de fogo que se
misturou ao Asé de Oya Topé e nisso a pele de Esu Iná, o Dende e o fogo se tornaram
parte dela, ela se transformou em uma labareda, uma chama viva, seu interior e puro fogo.
HEPA HEEEEEEEEY
Um dia Dadá se distraiu e Sango acabou por cair dentro das brasas do fogão de lenha.
Dadá se desesperou, mas quando ele parou para observar, Sango não se queimou, ele
brincava com as brasas.
Dada deu todo seu carinho a Sango, mas quando Dada herdou o trono Sango traiu ele, o
baniu do reino e usurpou o título de Rei.
Mas Dadá perdoou Sango e por isso Sango pede que sempre que louvarem ele, louvem
tambem a Dadá.
Kabiesi!
OYÁ GERÈ
SENHORA DOS TROVÕES
Oyá Gere (se pronuncia Guerê) é uma Oyá muito rara e mistériosa.
Se conta que Oyá lançava raios pela boca, e ao lançar o raio acoava um estrondo
gigantesco, um trovão. Porem Oya de tanto lançar raios pela boca perdeu a sua voz
humana e dai por diante tudo o que falava ecoava alto e forte como um trovão, por isso é
hábito quando se ouve um som de trovão se dizer "HEPA HEY IANSÃ".
Oyá Gere é aquela Oyá que quando da seu ilá da um grito tão alto que o som de sua voz
ultrapassa o atabaque. O símbolo desta Oyá são as nuvens escuras de Tempestade.
"Koro koro koro, Oyá Koro Ilê, Oya Biyi Orô, Oyá Koro Ilê"
(Estrondo, Estrondo, Estrondo, Oyá fez um Estrondo dentro da casa, Oya nasceu com um
Segredo, Oyá fez um Estrondo dentro da casa.)
Yewa era filha de Obatalá, e gostava de cuidar do Jardim do Palácio. Yewá era uma moça
extremamente bela, e ainda era virgem, e todo povo comentava que ela não tinha interesse
em se casar, so queria cuidar de seu pai.
Sango passou então a espiar Yewa pelos portões do palácio, ele observava Yewa a cuidar
do Jardim.
Ele passou a chamar Yewa e conversar com ela, ele pouco a pouco ganhou a confiança
dela, ele elogiava as flores que Yewá cultivava, e fingia querer apenas amizade.
Um dia Obatalá e viajou e Yewa ficou sozinha. Sango pulou os portões do palácio e foi até
o quarto de Yewá, onde ela se entregou e ele, fizeram sexo. Esta foi a ultima vez que Yewa
viu Sango.
O tempo passou e a menstruação de Yewa não vinha, e ela descobriu estar grávida. A
vergonha e o desespero tomaram conta dela, como ela teria um filho sem pai? Como as
pessoas olhariam para ela agora? Yewa então decidiu abortar a criança. O resultado do
aborto foi um pequeno feto que enterrou no jardim.
Ela respondeu:
"Florescendo a cada dia."
Yewa começou a chorar e pedir perdão a seu pai, mas Obatalá lhe disse que a "castidade"
foi opção dela, ele nunca exigiu isso de sua filha. Porem ele também disse que Sango
havia espalhado aos quatro ventos que Yewá havia implorado para fazer sexo com ele, e o
povo acreditou nisso, e a fama de Yewa era agora de "promíscua".
Yewá sempre foi pura, e não suportou aquilo, as pessoas nao tinham mais respeito por ela.
Sem alternativa Yewa Foge, e vai para a floresta. Ela vivia sozinha e amargurada, mas um
dia encontrou Oxóssi e ele compreendeu a dor dela, mas lhe ensinou a seguir em frente.
Eles passaram a viver juntos, e até hoje Yewa usa o Ofá que ganhou dele.
Não, depende da qualidade a ser iniciada. Pra esclarecer eu coloquei aqui as qualidades
de Yewa para vocês entenderem:
*Yewá Gebéuyin: A mais velha, veste vermelho Sangue e dourado. Esta é a Yewá que se
transforma na serpente gigante que dorme no leito do Rio Yewá. NÃO HÁ NECESSIDADE
DA YAWO SER VIRGEM.
*Yewá Salamin: Esta é a Yewá caçadora, usa Ofá e come com Oxóssi e Yemanja, se veste
de branco
verde, creme e cores claras. ESTA YEWÁ SÓ SE INICIA EM MULHERES VIRGENS. É a
mais popular
das Yewa's.
*Yewá Gyran: Esposa de Obaluayê, essa Yewa usa o Ikó(roupa de palha vermelha
semelhante as de omulo) com palhas vermelhas e sua saia é vermelho carmim, usa lança.
NÃO HÁ NECESSIDADE DA YAWO SER VIRGEM.
*Yewá Fagemy: Essa é a Yewa ligada com Oxumare e seu Arco-íris. Usa Branco, e sua
ferramenta é o
globo com ponta de lança chamado Ejô. NÃO HÁ NECESSIDADE DA YAWO SER
VIRGEM.
*Yewá Bomio: a Yewa que se perdeu na floresta e se transformou em Rio, ligada a Osayn,
Jagun e Sango. Pode usar todas as cores referentes as
qualidades de Yewa. NÃO HÁ NECESSIDADE DA YAWO SER VIRGEM.
*Yewá Awô: Esta Yewá so se veste de Branco, é a esposa de Orunmilá, a sagrada
Apetebí. Dizem que ela o salvou da morte. Conhecendo os segredos do Ifá recebeu o título
de Ya awo (mãe do segredo). É da família
FunFun. ESTA YEWÁ SÓ SE INICIA EM MULHERES VIRGENS.
Yewa não é a senhora da Virgindade. Isso é uma questão de sua iniciação, mas apos um
ano de iniciado a Yawo pode se relecionar sexualmente sem problemas. Vale lembrar que
Yewa é mãe e foi casada diversas vezes.
Hi Hó!!!
OYÁ OLOGÚNERÈ
Antes de começarem a ler, tenham e mente que Ologuneré é uma Oyá diferente das
demais, ela é uma Odé e suas ligações com os Orisas são diferentes da das demais Oyá.
Com certeza é uma Oyá "ÚNICA".
Se conta que Oduduwá gerou em Yemú 16 Deuses, o principal entre eles é Ogun. A nona
criança que Yemú pariu foi chamada de Oyá. Quando Oyá nasceu trouxe muita alegria
para Yemú. os Dundun (Negros) possuiam olhos escuros, mas Oya nasceu Dundun e com
olhos grandes, cor de ambar, e Yemú dizia que o tom de mel em seus olhos era por ter
muito mel em seu coração.
Com Ogun ela aprendeu a caçar, e ele fez para ela um Ofá e uma Idá.
Os Orisas estranhavam que Oyá era uma mulher muito bonita mas se comportava como
um homem, sempre nas batalhas e nas matas, guerreando e caçando e não gostava de
cozinhar e costurar tal como faziam as suas irmãs.
Oyá um dia não quis mais viver no palácio de Oduduwá e então foi embora a procura de
aventura, e nisso ela conheceu Yewa, Osayn, Erinle, Oxóssi e muitos caçadores de Ifé e
Ketu. Ela então encontra Obaluayê, e com ele forma uma dupla de caçadores e guerreiros
mercenarios,ou seja, eram contratados para guerrear a favor do pagante, e então passam
a percorrerem as aldeias da África antiga, e eram muito temidos os dois.
Porem Ogun inciou uma guerra gigantesca e cruel que ia desde os Reinos Jeje até as
montanhas de Ekiti. Oya não podia barrar a violência de Ogun, ele era seu irmão. Então
ela e Obaluayê se poram a curar os feridos, e socorrer os abandonados e afetados pela
guerra. De aldeia em aldeia eles iam acudindo os que haviam sofrido os males da guerra.
Eles atravessaram muitas aldeias, e então na floresta de Ipondá eles acharam um menino
brincando sozinho, ele atirava pedras em uma colmeia. Logo as abelhas africanas foram
atacar a criança, mas Obaluayê girou e levantando suas palhas ele afastou e impediu que
as abelhas se aproximassem do pequeno menino.
Oya o pegou no colo, e ao longe ouviu a voz de uma mulher a gritar "Omó Mí! Omó Mí!"
(Meu filho! Meu filho!).
Era a Rainha de Ipondá, Osun, que procurava seu filho Ologun.
Osun então deu seu Abebe para Oyá como forma de agradecimento.
Osun respondeu:
"Tu és Oyá a Caçadora não é? Meu ifá sempre me diz que a natureza de filho meu o fará
se afastar de mim, e eu gostaria que o ensinasse a lutar e se defender. O ayê esta cheio
de crueldade e ficarei mais tranquila se meu filho puder se defender por si só. Faça isso
por ele eu lhe peço."
O mel do coração de Oya nao ha deixou negar este pedido. Por muitos anos Obaluayê e
Oya viveram em Iponda e ensinaram a logun a arte da luta. Porem quando Logun estava ja
adolescente, Oya e Obaluayê forma embora, mas logun foi junto com eles, e nunca mais
saiu de perto de Oyá. Em muitos lugares dizem que logun é mais filho de Oyá do que de
Osun.
O nome Ologuneré significa "Guerreira de Eré". Eré foi uma das cidades afetadas pela
guerra de Ogun que recebeu o auxílio de Oyá para se reconstruir, e então foi eleita Ayaba
Matrona da cidade.
OYÁ OLOGUNERÉ é proveniente da nação Efon. Está Ayabá não pega Juntó, ou é cabeça
ou não é nada. Usa cores variadas como branco, azul, laranja, Verde e rosa e tecidos
estampados ou peles de animais. Não usa vermelho.
Usa Ofá, Idá, Abebe e Erusin e seus metais são dourados.
Ha quem a cultue como Igbalé por ser um orisa da floresta, mas aqui no Brasil foi difundido
o seu lado guerreiro e caçador, ela é parte integrante da casa dos Odé mas ainda assim
tão vaidosa quanto Osun. Ama dançar Ijesá. É ligada os ventos.
É uma Ayaba doce, mas ansiosa e agitada.
Hepa hey!!!
AYABÁ YEMOWÔ
Yemowo não é Yemoja, elas são da mesma família mas não são a mesma pessoa.
O nome Yemowô vem de "Iyè mí owó" que significa Iyè (mãe) Mí /(minha) owó(dinheiro),
ou seja: Mãe que nos cobre com o dinheiro.
Toda a vida de Yemowo é ao lado de seu Marido Obatalá (não confundir Obatalá com
Olufon).
É a ancestral das Ayabas da casa de Obatala, sua filha predileta é Y'Obba Ananní.
Se conta que Olorum criou Obatalá e Oduduwa juntos e os colocou dentro de uma cabaça.
Após muitas brigas eles sairam de dentro da cabaça e conheceram Orunmila (Orúla). Ao
explorar a terra eles então conheceram Olokun, a Deusa das águas. No fundo das águas
Olokun deu a luz a Yemowo e Yemú e Yemoja. Yemú se casou com Oduduwá, Yemowo se
casou com Obatalá e Yemoja se casou com Orunmilá. Por serem Ayabas da Água, Yemú
se tornou a Deusa dos poços que minam água, Yemoja a Deusa do Rio e Yemowô a
Deusa da agua que envolve os bebês na gestação.
O amor de Yemowo e Obatalá é algo surpreendente, em uma passagem ele se casa com
Osun, pois era hábito ter mais de uma esposa, porem o amor que ele tinha pertencia
somente a Yemowô, por isso ele decide ser so dela, e rompe com Osun. Veja:
"Òrìs àálá ri on’igba aiya n’lè k’ó too f’o wó mu Yemòwo nìkan.”
Tradução:
“O grande Orisa vê a possibilidade de casar com duzentas mulheres, mas ainda assim é
penas de Yemòwo."
Itan:
PATAKÍ FUN YEMOWÔ
Quando Obatalá desceu para o Ayê ele veio acompanhado de outras divindades,
masculinas e divindades não humanas. Então Obatalá desceu ao fundos das águas e
encontrou uma serpente gigantesca com rosto humano, seu nome era Olokun, a dona do
oceano.
Olokun era hermafrodita, e podia gerar vida sem a necessidade de ter relação sexual com
alguem. Se conta que no fundo das aguas Olokun teve sua primeira filha, a primeira
mulher do mundo e a ela deu muitas riquezas, e a batizou de Yemowô.
Yemowo se casou com Obatalá e nunca mais se separou dele.
Durante dezesseis dias consecutivos ela pariu os Orisas da casa de Obatalá. Yemowô é a
primeira Ayabá.
Após Yemowo nasceram de Olokun Yemú, Yemoja, Akadumé, Asesun, Anabí, Toro e as
demais deusas da Água, mas Yemowo e sempre reverenciada como Agbá (anciã).
Yemowo é Funfun, se veste de branco e tem um Irukê e um Abebê para simbolizar sua
realeza.
Os que nascem sob o Asé de Yemowo são pessoas inteligentes e realista em seus
objetivos e sonhos. Planejam bem como guiar suas vidas. Eles tendem a sabem
exatamente o que precisam e o que é supérfluo sendo comedidos e até sovinas. São
companheiros e afetuosos, muito ligados a familia e amigos. Eles não são maliciosos,
gostam de uma vida em casa, pacata. Muitas vezes os filhos de Yemowo por terem boa fé
e uma certa ingenuidade se tornam vítimas da falsidade dos demais.
Ibá Yemowô!
OSUN TRAI SANGO COM OGUN
Este itan explica o motivo de Ogun comer com Osun e vice versa.
Traduzi mais uma lenda "Osha Lukumi" para o português, leiam o Patakí:
A bela Ayabá Osun era esposa de Sango o Rei de Oyó. Porem o fato de ser casada não
inibiu seu caráter ,"namoradeiro". Ogún havia passado muito tempo nas montanhas de
Oloke, o pai de Osun e isso fez com que eles criassem um laço de amizade e amor que
continuou mesmo apos ambos terem se casado com outros cônjuges.
Orumilá era muito amigo de Osun e Ogun, mas estava muito doente, acamado, e mesmo
que ele tivesse sabedoria ele não tinha forças para se curar sozinho. Orunmilá consultou o
oráculo para saber quanto tempo duraria em seu infortúnio. Jogando o seu Opelê ele foi
avisado por Irosun que ele devia lhe dar um ebó o mais rapido possível, mas ele estava
muito debilitado para fazer esse trabalho.
Osun estava na casa de Orunmilá preparando o Ebó que ele necessitava. Ogun chegou na
casa de Orunmilá e perguntou o motivo de Orunmila ter chamado Osun, sendo que ele
residia perto de Orunmilá.
Ela lhe explicou que ela sabia abrir o Ifá, ela sabia ler os Odús, por isso so ela poderia
fazer o Ebó para Orunmilá. Ela ter muita gratidão por Orunmilá, pois havia obtido o
Meridilogun de forma ilícita, ela roubou os segredos, mas ainda assim Orunmila deu a ela
o direito de ter 16 Odus em sua Taboa de Ifá.
Enquanto Ogun e Osun preparavam o Ebó, Sango estava preparando uma emboscada
para eles, ele quaria sua vingança. Osun e Ogun foram para o bosque pegar folhas para o
Ebó. Nesse momento Sango fez uma tempestade de Raios, e os lançou na casa de
Orunmilá. Ele pensava que ali era o ninho de amor de Osun e Ogun e não sabia que
Orunmilá estava acamado la dentro. A casa pegou fogo.
Osun do meio do bosque viu a coluna de fumaça e se desesperou, ela e Ogun correram
desesperados, eles temiam pela vida de Orunmilá.
Eles foram até a casa e a viram em chamas, parecia uma fogueira! A "Dondoca" Osun se
esqueceu que era uma "Mulher Fina" e se encheu de coragem: Osun entrou na casa em
chamas!
Seguida por ogun ela entrou, e mesmo sendo franzina ela com a ajuda de Ogun carregou
Orunmilá para fora da casa, e nisso salvaram a vida do grande Senhor do Ifá.
Asé!
OBÁ DESISTE DE VIVER E SE TORNA ORISÁ
Gente eu encontrei esse itan na Nação Lukumi de Cuba, eu parei tudo que estava fazendo
e traduzi do espanhol para o português pois conhecemos poucas lendas de Obá então
sempre que vejo algo dela dou total atenção a esta Ayaba. É uma lenda triste...
Sango acreditou em Osun. Nem por um momento creu na ingênuidade de Obá. Repudiou
Obá e passou a ignorar sua presença. Obá sempre foi governante de Oyó na ausência de
Sango, mas seus esforços não foram reconhecidos.
Obá então manda uma mensagem pedindo a ajuda de seu pai Osala, que ele fosse até
Oyó para que ela lhe fizesse um pedido.
"Orisa'Nla eu sou Y'Obba Ananí, chamada tambem de Obá, sou sua filha e da rainha
Yemowô. Eu venho antes de tudo dar-lhe oferendas e Ebós em agradecimento, obrigado
por tudo, eu quero lhe agradecer a felicidade que você deu me nesta vida meu pai."
Depois de recitar estas palavras a seu pai Osalá Oba começou a chorar. O encontro do Pai
com sua filha era um momente extremamente triste no reino de Oyó. Ele sabia que o
sofrimento que sua filha estava passando pelo fracasso de seu casamento. Osalá sabia da
maldade de Osun e do efeito da sua maledicência e inveja, mas nada colocaria em dúvida
o bom caráter de Obá, sua filha era alguem que nunca perdeu a bondade, e somente ela
teve a capacidade de ensinar e orientar os habitantes do reino como ela tinha feito. O
incidente da mutilação de suas orelhas não foi o suficiente para que sua bondade fosse
destruída, mas o coração de obá estava escuro de tanta tristeza e desolação. Oba nunca
poderia ter confiado em Osun, mas depois de sua experiência amistosa com Oya ela
achou que Osun tambem tinha um bom coração. Que erro...
Oba agora havia assumido um aspecto sombrio e misterioso desde
Sangô a deixou sozinha. Oba começou a se queixar para Osala
entre ela soluços e lágrimas:
"Baba mi (Meu Pai) e se eu não quiser continuar neste lugar? Todo mundo vai vir a
conhecer a minha vergonha e
minhas tristezas. Eu lhe chamei aqui para pedir-lhe para me enviar para um lugar onde
ninguém vai me ver ou
falar comigo. É aqui dentro de mim que a tristeza é nascida na terra."
Tendo terminadoas suas palavras, Osala encarado sua filha e sentiu seu coração doer, ele
teve pena ao olhar para ela e ver que não havia nada alem de tristeza dentro de seu ser,
não havia mais nada daquela Obá guerreira que foi o orgulho de sua família por muitos
anos.
Y'Obba Ananí... Obá Y'omokenkere (Obá minha filhinha) eu vejo que você não pode mais
viver aqui no reino de Oyó, e viver amargurada e desconfiando dos humanos por causa do
mal que se esconde dentro eles. Não consigo pensar em um lugar adequado onde você
pode encontrar a sua tranquilidade. Eu só consigo pensar em um lugar, onde tão poucos
costumam visitar e falar com aqueles que se passaram ali que é o verdadeiro local onde
está o significado do abandono. Lá é onde seres humanos se esqueçem de visitar e ao
longo do tempo abandonam todos que estão lá. Este lugar é o Ile Iku (Cemitério).
Junto dos túmulos abandonados daqueles que ja passaram para o Ará-Orun (Céu
espiritual), lá tu terás paz e silêncio.
Sem dizer uma palavra Oba abraçou seu pai por Pela última vez, e marchou rumo ao
cemitério onde deixaria seu corpo carnal e se tornaria uma Deidade, um Orisá, como
tantos outros de sua família. Obá sentiu a real dor causada pela inveja e maldade de
Osun.
Mas antes de morrer ela se vingou de Osun. Obá agora esta no Orum, e sua humilhação ja
foi esquecida.
Obá Sire!
O PORQUE DE OYÁ PINTAR A FACE
A pintura de Efun no Rosto de Oyá e uma tradição que vem sumindo dos ilês, o motivo é
que a maioria dos zeladores não conhece esse ato ou mesmo que ja tenha visto não
sabem para que serve.
Se conta que Oya Igbalé (isso se aplica a todas do culto Igbale) lutava lado a lado com
Àjímúdà, o Ancestral guerreiro incluído no culto a Egun na Floresta da Morte. Quando
lutava ao lado de Àjímúdà, Oya Igbalé usava uma máscara de madeira pintada de branco.
No candomblé Ketu e Efon não utilizamos Máscaras na indumentária dos nossos Deuses
(isso é um Ewó), então pintamos a face de Oya com Efun para lembrar as batalhas ao lado
de Àjímúdà e o exército de Egun que eram submissos a Oya Igbalé.
Chamamos este ato de "Aquecer a casa" pois quando pintamos Oya ela exige que lhe
entreguem seu Agerê (panela de barro com brasas e labaredas de fogo), o qual ela roda
por todo o Ilê expulsando os males e atraindo os Orisas quentes.
O nome Ajimudá se tornou um cargo do culto a Oyá Igbalé, este é o Oyê das Egbom desta
Ayaba, e este cargo é tão importante que é saudado no ipadê de Esú.
Àjímúdà significa: Aquela (ji) que acorda (mú) e pega a espada (idá).
Hepa Hey!
Nanã Ibain
A Nanã que come com Xango!
"Obá Karelo Imolé Ibain..."
Na verdade Ibain não é Nanã, ela é um Orisa que foi agregado ao culto de Nanã Burukun,
mas seu nome é IBAYN SOLÁ, é uma Ayaba guerreira.
Ibain não tem nem nunca teve atrito com Ogun, então o uso de facas em seu culto é livre,
inclusive seu assentamento não precisa ser necessariamente de barro. Ela esta ali junto
de Nanã, mas ela é alguem com costumes próprios. Ibain usa uma lança de pedra e so se
veste de vermelho, não usa ibiri e não se veste de Roxo ou lilás, nunca teve relações com
Osala, e nem sequer pode ser considerada membro da familia Ji.
Itan:
*Ibain Sola dá a Luz a Aganjú
Muita gente tem preconceito ao ver Yawos iniciados a Nanã e Sango, mas e explicação é
esta, Ibain esta na frente.
Asé
Itan:
* Ibain é uma mulher vermelha!
Se conta que Olorum e Orunmilá estavam a criar os Odús, então olorum mandou seu
servo raspar osun(pó vermelho) e colocar este pó no meio do mangue, do brejo. Do
contato da umidade da água com o pó de Osun nasceu uma menina, Ibain. Do grande Asé
gerado ali nasceu um dos 16 odús principais, Irosun Meji, e foi afirmado que tudo que for
de Ibain e de Irosun deve ter a cor vermelha. Ibain so se veste de vermelho por ser a dona
do Osun.
O "Hum" (ato de Dançar) de Ibain é enérgico, ela é rapida e forte, agita os braços
vigorosamente e bate os pés nos chão com força, é um Orisa muito agitado.
São raras as casas de culto a orisa no Brasil que cultuam Ibain da maneira correta, a
maioria a veste com cores nao características e a fazem dançar e comer como Burukun,
Insule e Omilaré, mas isso é um erro.
Obiwa!
A filha de Obatalá, Y'Obba Ananní era conhecida tambem como Obá a esposa de Ogun, o
Bárbaro. Obá era casada com Ogun desde que ele a venceu em batalha e praticamente a
obrigou a ser dele.
Mas Oba não gostava de Ogun, e essa falta de amor a fez ir embora, ela fugiu para Ifé.
Um dia Obá conheceu Odé, ele que seria um dia o grande Oxóssi Rei de Ifé, nessa época
ainda era um pobre caçador.
Ode estava parado descansando sob a sombra da copa de uma árvore, e então ouviu um
barulho, um tropelo! Ele se levantou para ver que estardalhaço era aquele e viu uma mulher
correndo atrás de um cervo. Ele sorriu ao ver aquela cena, como uma mulher poderia correr
atrás de um cervo e acreditar que poderia alcança-lo? Mas Oba corria o maximo que podia, e
Ode então resolveu ajudar, ja que Obá caçava com muita dificuldade o seu sustento, pois não
possuia boa técnica de caça. Ode a ensinou a caçar com lança e Ofá, e Obá ensinou Odé a
arte de lutar a curta distância a Ode, o ensinando a habilidade da espada e do escudo.
Odé e Obá não tinham desejos carnais um pelo outro, mas entre eles aconteceu um dos mais
belos sentimentos, a verdadeira amizade.
A amizade real é sim uma forma de amor.
Eles se respeitavam e tinham um forte sentimento de irmandade, lealdade e cumplicidade, e
por isso resolveram viver juntos. Eram como irmãos, sempre juntos, sempre mergulhados em
risadas e sorrisos.
Porem por onde Obá passava o povo dizia: Lá vai a esposa do caçador!
Mas Oba não se importava com o falatório do aldeões, e Odé menos ainda, eles gostavam de
viver juntos.
Por muito tempo eles foram uma dupla, mas um dia Obá conheceu Sango, e então ela sentiu
que seu coração havia escolhido aquele homem para amar, e ela teve de deixar Odé e ir atrás
de seu amor.
Sempre que Odé e Obá se reencontram eles se abraçam e festejam as boas lembranças que
guardam um do outro, uma agrande Amizade sobrevive até aos milênios.
Asé
Na maioria das lendas Obá e vista como uma mulher amargurada, possessiva e mesquinha,
mas ela não é assim. A questão foi que o casamento com Sango fez muito mal a ela, e por
viver situações tensas demais ela se fechou. Mas antes disso ela sempre foi muito alegre,
rodeada de amigos, era uma mulher festeira que gostava de se divertir.
Obá é bem vinda pois trás alegria para a casa.
"Oba oyin o"
(Obá é doce como o mel)
Oke Odé!
Obá Sire!
YEYE OKÊ
SENHORA DAS CORUJAS
Esta é uma das mais raras qualidades de Osun, se trata de uma divindade Okiti-Efan ( Okiti-
Efan também pronúncia Ekiti-Efon, e significa "Magníficos montes de Efon, é localizado no
estado de Osun na Nígeria.)
Se conta que Oloroke se casou com Yemoja e então nasceu Osun, mas existência terrena de
Osun se divide em partes, caminhos, Quando Osun decidiu ficar na motanha de Olorokê ela foi
nomeada Yeye Okê, mãe da montanha.
Yeye Oke é uma Odé, usa Ofá e sua caça é somente notura.
Dizem que foi Oxóssi que a ensinou a caçar, mas isso não é verdade. Quando Yeye Oke
conheceu Oxóssi, Karê e Erinle ela ja era caçadora.
Yeyê Okê é ligada as Iyami Eleyé, as feiticeiras que tem pássaros encantados, e entre esses
pássaros estão as misteriosas ÓWIWI (corujas) que são aves de rapina muito hábeis além de
terem muito Asé.
Yeyê Okê se tornou uma caçadora noturna como as corujas e vive rodeada delas e compartilha
do mesmo caráter, reservado e feroz.
Na África a semana possuía apenas quatro dias, o último dia era o "Ojo-Obatala" dia de
Obatalá e por isso era dia de render graças ao grande Funfun, dedicavam o dia a ele.
Porem Ode queria caçar e não se importou com a tradição.
Ode era marido da Ayaba Osun, e ela temerosa por Ode ignorar as tradições dos Orisa foi
embora com medo que algum castigo também caísse sobre ela.
Ode foi para a mata de Ifé caçar, e então quando estava se aprofundando na floresta ele ouviu
uma voz suave cantarolar:
"Eu não sou um Passarinho para ser morta por ti..."
Ode foi atrás do som da cantoria e logo avistou a serpente Furta-Cor chamada Osumare. Ode
fincou a lança na cabeça de serpente e a levou para casa, ela seria seu jantar.
Ode exclamou:
"Vou comer essa serpente!"
Ode ignorou os sinais e foi para casa, la ele despedaçou, cozinhou e comeu a cobra.
Durante a madrugada Ode sentiu dores na barriga, a serpente reviveu, se regenerou dentro de
Odé, e então a ela rasga as entranhas de Ode e o ultimo som que o caçador ouve antes de
morrer é a voz da Serpente Osumare dizer:
"Eu não sou um Passarinho para ser morta por ti..."
Ode morreu.
No dia seguinte Osun foi a casa de Odé ver como ele estava, e então se depara com o cadáver
jogado sobre a esteira com um buraco no abdômen.
Ela se desespera e vai até Orunmilá pedir ajuda.
Orunmilá diz:
"Ode pagou o preço por ignorar as tradições, mas ha um jeito de recuperar a sua vida."
Ifá orientou Osun a fazer Ebós para pedir o perdão de Olorum e então Ode reviveu, mas como
castigo ele deve zelar pela paz na floresta, pelo bem dos caçadores, pelo respeito as tradições
e para sempre sera próximo a Serpente Osumare e a protegerá de que façam mal a ela como
ele um dia fez.
Pelo fato de ja ter visto a morte, ele recebeu de oya o Arole, Pó vermelho com o qual se
protege do Eguns e com isso tem a permissão de entrar na floresta das Igbalé.
É um ode solitário e não é chegado a festejos.
IYÁ OMINIBÚ
O nome Ominibú se traduz como "No Fundo das Águas ou Águas profundas", pois ela reside
no fundo do rio Osun. Esta é a Osun cruiadora de vida, que trás peixes para as águas e
fertilidade para as mulheres.
Esta Osun vem pelos Odú Osa e Ose.Ela está sempre ao lado de seu Ibá.
Ela é a líder da sociedade de Iyalodes. Ligada a Yemoja, Sango, Osala, Oyá, Ogun e Osayn.
Osun Ominibú vive no fundo do Rio, nas águas escuras e só sai à noite, ela não se movimenta
durante o dia. Seus filhos não devem ter cães em casa, e ewó (kizila). Está Osún so aceita
animais brancos em seus rituais e após assentada ela sempre estará próxima ao seu Igbá.
Itan de Osun Ominibú
Obatalá reuniu todos os "Oborós", as divindades masculinas e com estes deuses ele fez uma
sociedade de Orisas.
Osun ficou muito Ofendida e foi até eles e perguntou:
"Eu também sou Orisá, porque me excluem?"
Osun então entendeu que não precisavam dela, e retirou o seu Asé do mundo. Não havia mais
fertilidade, as mulheres não engravidavam, a água nao matava mais a sede e a natureza
secou.
Os Oborós foram reclamar a Olodumaré, queriam que ele obrigasse Osun a dar seu Asé
novamente, mas Olodumare disse:
"Vocês disseram a Osun que ela não é importante e agora sofrem sem ela. Devem desfazer
esse erro."
Todos os homens foram as margens de Rio Osun e levaram oferendas a Ayaba que logo surgiu
das aguas e perguntou:
"Por que estão chamando meu nome se eu claramente não estou a altura de vocês?"
Osun fez com que os homens implorassem seu retornou, e então ela aceitou voltar, mas com a
condição que ela e as Ayabas também tivessem voz ativa entre os Deuses. E assim foi, a terra
voltou a prosperar e Osun foi chamada Iyalodê, a mulher honrada.
Osun Ominibú é a Osun lider, a grande senhora que quando fala todos se abaixam.
Ore Yeye!!!
Nanã era esposa de Osala, e apos muito tempo juntos ela engravidou do seu primeiro filho.
Quando o Bebê nasceu ela estava doente, havia chagas em sua pele e isto lhe dava uma
aparência horrível. Ela então decidiu que seria melhor não levar a diante esse Bebê, e o
abandonou em uma praia.
Yemoja ao ouvir o choro de uma criança foi até a praia ver quem era, e então ela viu o bebê
sendo atacado por caranguejos.
Yemoja pegou o bebê e o adotou, o criou como seu filho. Curou suas chagas e lhe deu parte de
seu reino, as perolas são dele que dela recebeu o título de Jeholú (senhor das perolas).
O menino doente se transformou em um rei, Obaluaie o dono da terra.
Nanã se arrependeu do que fez. Mas Obaluaiê recebeu tanto amor de Yemoja que nao criou
mágoas.
Eruya!
Oduduwá, o rei de Ilê Ifé e pai de Ogun gostava muito de comer cordornas, Oxossí era amigo
de Ogun e então prometeu trazer muitas codornas para agradar Oduduwa.
Na mata por três vezes ele capturou codornas e as colocou em gaiolas, mas as três vezes
alguém abriu as gaiolas e deixou as codornas escaparem e Oxóssi ficava cada vez mais
irritado.
Na quarta vez Oxóssi vigiou as gaiolas e ai sim pode levar as aves para Ifé.
Oduduwa ficou estarrecido de tanta felicidade! E então ele bateu seu cajado no chão e disse:
EM NOME DE OLORUM EU LHE CONCEDO UM DESEJO. PEÇA O QUE QUISER!
Oxóssi pensou no aborrecimento que havia passado nos últimos dias, então ele apontou seu
arco e flecha Para o céu e disse: DESEJO QUE ESTA FLECHA ATRAVESSE O CORAÇÃO DE
QUEM ROUBOU AS PRIMEIRAS CODORNAS!
Nesse momento a Rainha Yemú, esposa de Oduduwá recebeu uma flechada no peito e caiu
morta!
Yemú tinha pena das pequeninas codornas e por isso ela havia libertado as pombinhas que
Oxóssi havia prendido.
Oduduwa viu sua amada esposa ali morta, e tomado pelo Ódio ele sentenciou Oxóssi a morte.
Oxossi correu o máximo que pode, foram dias fugindo até que ele chegou próximo ao um
grande rio, e na beira dele ele viu Yemoja, sua amiga. Ele contou o que havia ocorrido, e então
Yemoja resolveu esconder Oxóssi no fundo do rio por alguns dias até que Oduduwá de
acalmasse. Yemoja era irmã de Yemú e mesmo que ela estivesse triste ela sabia que Oxóssi
não teve intenção de ferir a Rainha, ele não sabia de nada.
Yemoja deu a Oxóssi o dom de respirar de baixo d'água, e ele ficou sob sua proteção por muito
tempo, mas chegou o dia de ir enfrentar Oduduwá, e Yemonja foi com Oxóssi para Ilê Ifé ter
uma audiência com o rei. Eles foram recebidos por Oduduwá, Ogun e todos os membros da
família real.
Yemoja pediu a Oxóssi que ele deixasse ela falar por ele, e assim foi, diante de todos ela se
levantou e com um tom de voz firme ela se pôs a falar:
"Saudo Oduduwá rei de Ifé e Ogun rei de Irê. Eu sou Yemoja, filha de Olokun, irmã de Yemowô
e da falecida Yemú. Senti toda a tristesa ao saber do falecimento de minha irmã, mas vi que
sua morte foi um acidente, Odé Oxossi não entrou nesta casa para trazer tristezas. Perdoe
Oxóssi eu lhe rogo Oduduwá! Yemú minha irma tambem reconheceria a inocência de Odé
Oxossí!"
Oduduwa disse:
"Yemoja Rainha de Egbado, a honrada Yemú foi a mulher que escolhi para ser minha rainha e
Oxóssi a tirou de mim. Me mostre que Yemú o perdoa e eu o perdoarei."
Yemoja pediu que lhes mostrassem o tumulto de Yemú, e então a guiaram até o jardim do
palácio. Yemoja se abaixou na terra e rezou a reza que os filhas de Olokun sabem rezar. O
túmulo de Yemú cedeu e se transformou em um buraco muito fundo. Yemoja pediu que lhe
dessem uma corda e uma Cabaça, e então ela disse "Yemú mostre se Oxóssi é inocente ou
não". Em seguida atirou a cabaça no fundo do buraco e ao levantar a cabaça ela estava cheia
de água! Yemú havia se transformado em um poço. E a agua que ela deu a Oxossi foi o que
mostrou que ele era inocente.
Oduduwá então disse a Oxossí: PELA INJUSTIÇA QUE EU IRIA COMETER AO LHE
SENTENCIAR A MORTE, EU LHE CONCEDO MAIS UM DESEJO. PEÇA QUALQUER
COISA...
Oxóssi então disse: Por toda a gratidão que tenho por Yemoja ter salvo a minha vida eu desejo
dividir minha sabedoria com ela, lhe dou meu Ofá (arco e Flechas) e lhe ensinarei a caçar, e a
partir de hoje eu troco meus colares Azuis escuros pelos colares claros da cor das roupas de
Yemoja.
Então Oduduwá disse "Asé", e até hoje Yemoja Asesun carrega o Ofá de Odé e dizem que ela
não o usa na caça e sim na GUERRA!
Asé.
HISTORIA REAL DE ONIRA
Existia uma Amazona Guerreira na familia real de Irá, uma pequena cidade perto de Offa, no
estado de Kwara, na Nigéria que queria ser Rainha. Mas o trono de Irá era patriarcal, so
homens governavam. Está mulher então passou a matar um a um os homens na linha de
sucessão ao trono, e por fim assassinou o Rei e se sentou no trono se auto elegendo a nova
"ONÍRA", Rainha das terras de Irá.
Oníra declarou guerra as aldeias vizinhas e passou a matar homens, mulheres e crianças
indiscriminadamente. Matava do nascer ao por do sol e sempre com muita crueldade.
O povo de Irá passou a presenciar aquele massacre diário e foram até Ifé pedir ajuda a Ooní, o
rei de Ifé.
Ooní mandou uma diligência até Irá prender Oníra e levala ate ele para ser julgada.
Após muita luta os soldados prenderam Onira, que ensandecida se debatia ao ser carregada
para Ifé.
Ao olhar para Oníra o Ooní ficou assombrado, ela estava coberta de Sangue! Até seu cabelo
era vermelho pelo sangue que havia espirrado nele.
Imediatamente foi condenada a morte. No ato de sua execução ela desapareceu, foi raptada
por Ajagumalê, o juiz do Orum e no Céu ela foi recebida para ser julgada.
Ajagumalê disse a Onira que ela era da familia dos Imolé, ou seja: Ela era Orisa! E por isso não
poderia ser julgada por homens mas somente por Deus. Ela foi castigada a nunca mais Tocar
em Armas, seu Ewó sao as lanças e espadas. Ajagumalê jogou Efun sobre ela e o sangue
misturado com branco se tornou cor de Rosa, e nisto ela foi castigada a nunca mais usar
vermelho em suas vestes, apenas de rosa.
Ela foi condenada a cuidar do espírito das pessoas que ela havia matado e de todos os eguns
que morriam em situação trágica no mundo.
Ajagumalê a deixou sob os cuidados de Osun na beira do Rio onde Onira aflorou seus poderes,
ela descobriu sua força em metamorfose para Borboleta e Codorniz, e tambem o dom de
esquentar as águas do rio. Se tornou então uma Omimolé, Deusa da Água e a companhia de
Osun lhe deu sanidade e paz. Osun a reeducou, hoje ela é uma Iyalodê,.uma dama da
sociedade.
Onira so come com Orisas mais calmos, tais como Erinlé, Ologunedé, Osun, Osala e Oxóssi e
os caminhos de Oya onde ela é calma. Nunca se pode por Onira com Xango, Obaluaie ou
Ogun, eles a fazem esquecer das ordens de Ajagumalê e ela é influenciada pela energia de
Guerra que emana deles e volta a ser violenta.
SE OYÁ É QUENTE, ONIRA É UM VULCÃO. POR ISSO É COMUM RODEAR SEU IBÁ COM
CANJICA E LAVAR TUDO SEU COM AGUA GELADA E AGUA DE COCO.
Onira é que come no juntó de Ologunedé Nibain, pois esse Logun é ligado a Oyá Ologuneré e
esta Oyá nao pega Dijuntó, então onira a convida para comerem juntas em seu ibá.
Sua paramenta é uma Coroa com franjas (Ade com filá) pois ela foi uma Rainha e ela usa
Abebe e um Eruxin e cinco idés Dourados em cada pulso.Seu ibá é de louça.
YEMOJA É ELEITA" ONÍ OKUNÍ ASAGBÁ"
Muitas Yawos nascem para esta Ayaba, Yemoja Asagba, chamada tambem de Assaba ou
Sobá.
Uma luz brilhante veio à Terra, e essa luz desceu na casa de Yemoja. Diante de Yemoja aquela
grande luz começou a falar em uma voz potente e poderosa mas a voz não podia ser ouvida
com os ouvidos, ela era sentida pela alma. A voz de Deus emanava dentro de Yemoja e ela
podia ouvir palavras dentro de sua cabeça...
Era Olorum, o Deus pai. Ele disse-lhe:
"Yemoja, tenho observado você.ninguém mais na Terra tem as suas qualificações para dirigir e
criar, e eu vim para dizer-lhe que a partir de agora você será "Oní Okuni Asagbá" (aquela que
foi eleita Regente absoluta)de todos os cultos. Suas palavras serão respeitadas tanto quanto as
de Obatalá."
Yemoja ficou tão furiosa que até pensou em ir para a Irê e trazer ogun arrastado pelos seus
cabelos, ela iria ensinar-lhe uma lição, ja que ele devia obediência a ela.
Esú sempre gostou de Yemoja e tentavam acalma-la abanando-a
com o Abebê. Através de Esú ela mandou um recado para Ogun dizendo: "Ogun filho de
Oduduwa e Yemú, a Olorisá Yemoja Asagbá esta convocando sua presença imediatamente."
Mas a resposta foi um simples e direto: "NÃO IREI".
Os Orisas entreolharam-se incapaz de acreditar no que ouviam, a Ayabá Osun iria entrar na
floresta de Irê para forçar Ogun a vir a presença de Yemoja Asagbá? Todos duvidavam dela,
não acreditavam que Osun pudesse vencer a petulância de Onirê.
Osun desceu do palácio e foi em direção a Ibú Nibé, a grande Floresta, levava uma talha cheia
de onyi (mel) em suas mãos. Osun encontrou Ogun dormindo dentro do tronco oco de uma
grande árvore, ela sabia que era ele por causa do cheiro de Oti (cachaça) vindo de dentro do
tronco.
Ela mergulhou os dedos no mel e
passou-nos lábios de Ogun o enfeitiçando para mudar a sua personalidade e o tornar mais
doce e maleável, e enquanto ela passava o mel ela cantava:
"Eu sou a doçura sobre a terra, aqueles que me provaram nunca hão de me esquecer..."
Foi assim que Osun foi capaz de convencer Ogun para segui-la de volta para o reino, onde os
outros pensavam Osun falharia, mas para o choque de todos Osun entrou no salão de mãos
dadas com Ogun, e eles dançaram diante de Yemoja para honra-la. Osun demonstrou quão
grande ela era em seus feitiços.
Os Orisas indagaram a Osun como pudera dobrar o temperamento de Ogun meio gentileza e
ela lhes respondia que "A Água sempre acha uma passagem, nada a segura ou é mais forte
que ela".
Ayaba Osun trouxe grande felicidade para todos os Orisas e a festa começou. Havia muita
comida e bebida, mas os Orisas começaram a abusar do Oti e a festa estava a ponto de virar
uma baderna pois haviam se esquecido da razão para que tinham se reunido, isso que
enfureceu Yemoja! Ela ficou tão furiosa com seus irmãos Orisa que teve vontade de parar a
festa, pois sabia que Olorum nao aceitaria aquela baderna como ato de ação de graças a ele,
porem o banquete havia sido realizado em sua honra, era para agradar Olorum.
No momento em que a festa estava no auge a terra começou a tremer os
ventos sopravam com força, e uma luz brilhou no meio de todos os convidados, uma luz tão
forte que cegava os que lhe encaravam, Apenas Yemoja e Osun entenderam o que estava
acontecendo, e então se prostraram diante da luz em posiçao "foribalé".
Os outros orisa estávam muito espantados e não sabiam o que dizer ou fazer. Foi então que
ouviram uma bela voz saindo da luz, e voz disse:
"Yemoja você deu uma festa em minha honra, e isso me deixou muito satisfeito. Eu tive de vir
participar, pois sei que sua casa é tambem minha casa. Sei o quanto sofreu em sua vida
Yemoja, e ver que após todo ainda tens amor por mim me da muita felicidade."
Todos os Orisa ficaram perplexos, fazia muito tempo que Olorum não descia ao Aye e naquele
dia ele tinha vindo para honrar Yemoja, e disse ainda que Yemoja lhe trouxe felicidade.Todos os
Orisa colocaram as suas cabeças no chão em honra a Yemoja Asagbá.
Por ordem de Olorum Yemoja agora tem autoridade sobre todos os Orisa, e ela que com auxilio
de Esu e Obatala faz o Elegun nascer e ser Yawo de seu Orisa.
Sem Yemoja não ha Yawo.
Que todos se curvam a Yemoja pois o cargo dela não foi dado por homens e sim por Deus., e
Deus nunca deixará de reconhecer os puros coração.
Gente eu encontrei esse itan na Nação Lukumi de Cuba, eu parei tudo que estava fazendo e
traduzi do espanhol para o português pois conhecemos poucas lendas de Obá então sempre
que vejo algo dela dou total atenção a esta Ayaba. É uma lenda triste...
Sango acreditou em Osun. Nem por um momento creu na ingênuidade de Obá. Repudiou Obá
e passou a ignorar sua presença. Obá sempre foi governante de Oyó na ausência de Sango,
mas seus esforços não foram reconhecidos.
Obá então manda uma mensagem pedindo a ajuda de seu pai Osala, que ele fosse até Oyó
para que ela lhe fizesse um pedido.
"Orisa'Nla eu sou Y'Obba Ananí, chamada tambem de Obá, sou sua filha e da rainha Yemowô.
Eu venho antes de tudo dar-lhe oferendas e Ebós em agradecimento, obrigado por tudo, eu
quero lhe agradecer a felicidade que você deu me nesta vida meu pai."
Depois de recitar estas palavras a seu pai Osalá Oba começou a chorar. O encontro do Pai
com sua filha era um momente extremamente triste no reino de Oyó. Ele sabia que o
sofrimento que sua filha estava passando pelo fracasso de seu casamento. Osalá sabia da
maldade de Osun e do efeito da sua maledicência e inveja, mas nada colocaria em dúvida o
bom caráter de Obá, sua filha era alguem que nunca perdeu a bondade, e somente ela teve a
capacidade de ensinar e orientar os habitantes do reino como ela tinha feito. O incidente da
mutilação de suas orelhas não foi o suficiente para que sua bondade fosse destruída, mas o
coração de obá estava escuro de tanta tristeza e desolação. Oba nunca poderia ter confiado
em Osun, mas depois de sua experiência amistosa com Oya ela achou que Osun tambem tinha
um bom coração. Que erro...
Oba agora havia assumido um aspecto sombrio e misterioso desde
Sangô a deixou sozinha. Oba começou a se queixar para Osala
entre ela soluços e lágrimas:
"Baba mi (Meu Pai) e se eu não quiser continuar neste lugar? Todo mundo vai vir a conhecer a
minha vergonha e
minhas tristezas. Eu lhe chamei aqui para pedir-lhe para me enviar para um lugar onde
ninguém vai me ver ou
falar comigo. É aqui dentro de mim que a tristeza é nascida na terra."
Tendo terminadoas suas palavras, Osala encarado sua filha e sentiu seu coração doer, ele teve
pena ao olhar para ela e ver que não havia nada alem de tristeza dentro de seu ser, não havia
mais nada daquela Obá guerreira que foi o orgulho de sua família por muitos anos.
Ele então lhe diz:
Y'Obba Ananí... Obá Y'omokenkere (Obá minha filhinha) eu vejo que você não pode mais viver
aqui no reino de Oyó, e viver amargurada e desconfiando dos humanos por causa do mal que
se esconde dentro eles. Não consigo pensar em um lugar adequado onde você pode
encontrar a sua tranquilidade. Eu
só consigo pensar em um lugar,
onde tão poucos costumam visitar
e falar com aqueles que se
passaram ali que é o verdadeiro local onde está o significado do abandono. Lá é onde seres
humanos se esqueçem de visitar e ao longo do
tempo abandonam todos que estão lá. Este lugar é o Ile Iku (Cemitério).
Junto dos túmulos abandonados daqueles que ja passaram para o Ará-Orun (Céu espiritual), lá
tu terás paz e silêncio.
Sem dizer uma palavra Oba abraçou seu pai por Pela última vez, e marchou rumo ao cemitério
onde deixaria seu corpo carnal e se tornaria uma Deidade, um Orisá, como tantos outros de
sua família. Obá sentiu a real dor causada pela inveja e maldade de Osun.
Mas antes de morrer ela se vingou de Osun. Obá agora esta no Orum, e sua humilhação ja foi
esquecida.
O PORQUE DE OYÁ PINTAR A FACE
A pintura de Efun no Rosto de Oyá e uma tradição que vem sumindo dos ilês, o motivo é que a
maioria dos zeladores não conhece esse ato ou mesmo que ja tenha visto não sabem para que
serve.
Se conta que Oya Igbalé (isso se aplica a todas do culto Igbale) lutava lado a lado com
Àjímúdà, o Ancestral guerreiro incluído no culto a Egun na Floresta da Morte. Quando lutava ao
lado de Àjímúdà, Oya Igbalé usava uma máscara de madeira pintada de branco. No candomblé
Ketu e Efon não utilizamos Máscaras na indumentária dos nossos Deuses (isso é um Ewó),
então pintamos a face de Oya com Efun para lembrar as batalhas ao lado de Àjímúdà e o
exército de Egun que eram submissos a Oya Igbalé.
Chamamos este ato de "Aquecer a casa" pois quando pintamos Oya ela exige que lhe
entreguem seu Agerê (panela de barro com brasas e labaredas de fogo), o qual ela roda por
todo o Ilê expulsando os males e atraindo os Orisas quentes.
O nome Ajimudá se tornou um cargo do culto a Oyá Igbalé, este é o Oyê das Egbom desta
Ayaba, e este cargo é tão importante que é saudado no ipadê de Esú.
Àjímúdà significa: Aquela (ji) que acorda (mú) e pega a espada (idá).
Eu ja postei uma vez sobre Egunita dando detalhes de culto (procurem nos albuns), hoje porem
eu postarei um Itan de Oya Egunita.
Egunita é uma das nove Oya de culto Igbalé, e sem dúvida a mais famosa, por ser habitante da
floresta sua kizila (Ewo) é a fumaça.
Egunita e Deusa do espirito dos mortos e por isso não possuia filhos, mas desejava ser mãe,
então dentro da floresta da morte ela conseguiu parir nove vezes.
Oya estava nos dias de ganhar o primeiro filho, e então ela fez a gigante tempestade de
Eboykó, e nesse dia foi atacada pelas Iyami, as bruxas rasgaram-lhe a barriga e raptaram o
bebe, o cobriram com panos velhos e sujos e o alimentaram com Okete, o rato do cemitério, e
nisto o bebê foi chamado Emalegan, o primeiro Egun, símbolo do poder sobre o Vento.
No segundo dia da tempestade Oya pariu novamente, esse dia a tempestade foi muita bruta, e
nisso Oya mostrou toda sua força. No meio da tempestade pariu o segundo Egun, Yorugãn.
Este Egun foi criado nas folhas de bananeira e ele quem cuida do Sopeira do ibá de Oya e é o
símbolo de sua vaidade. Yorugãn é o filho que Oya mais ama.
No terceiro dia da tempestade Oya iluminou o céu, e então pariu Akugan, este que é o Egun
que bate os pés no chão fazendo ruidos e barulhos. Foi criado comendo brotos de bambu, é
rebelde e simboliza a rebeldia de Oya.
No quarto dia da Tempestade Oya estava apreensiva, e então apariu Orugã, que é o Egun
sério, frio e calculista, caiu no milharal e foi criado lá. De Oya ele ganhou uma Atori chamada
Pason, se veste de Mariwo e mora em buracos cavados no chão, é o lado serio de Oya.
No quinto dia da Tempestade de Eboykó nasceu Rungan, o Egun valente que salvou Ayaba
Olosá da perseguição de Ykú. Rungan se alimenta de Bambu velho e é coragem de Oyá.
No sexto dia da Tempestade nasceu Gyogan que auxilou Oxossi na caçada do pássaro Ororú
para o rei de Ifé. Gyogan se veste com o couro do Búfalo de Oya.
No sétimo dia Nasceu Ungã, que é o Egun que vivem rondando as covas no cemitério e
castigando quem viola os túmulos. E o lado sombrio de Oya.
No oitavo dia Oya estava no auge do poder de destruição da tempestade, e então pariu Bungan
o Egun maligno e perverso que ataca o ser humano e induz o homem a loucura e a desgraça,
é o mais poderoso filho de Oya.
No nono e último dia da tampestade de Eboykó nasceu Segi, chamado Egungun, que tinha
poder de incorporar ou manipular os homens.
Oyá Egunitá agora tinha nove filhos Egun, e ela então recebeu o encargo de guiar os mortos
nas nove fazes do desencarne:
* Leito de Morte
* Velório
* Caminho até o cemitério
* Porta do Cemitério
* Caminho até a cova
* Descida a sepultura
* Asese
* Despacho do Carrego
* Subida ao Orum
Egunita na Batalha de Ajimudá usou uma máscara de madeira para lutar junto a seu Exercícito
de Eguns, hoje substituimos esta máscara pela pintura de Efun em seu rosto, geralmente em
forma de caveira.
Se conta que Yemoja foi esposa de Orunmilá, mas um dia ela precisou voltar para o mar e ficar
com sua mãe Olokun.
Yemoja havia dado a luz a uma menina e de herança ela dividiu seu reino e deu metade a sua
filha, as águas doces não eram mais de Yemoja e sim de Osun Abaê.
Abaê foi deixada sozinha na casa de Orunmila, mas ele não criou a menina, ela lhe fazia
lembrar de Yemoja e então ele partiu e deixou para trás a pequena garota sozinha deixando
para ela apenas a singela casa na beira do Rio.
Abae não sabia que era dona daquele rio, ela entao desde muito nova começou a trabalhar
como lavadeira, lavando roupas no rio em troca de poucas moedas. Abae então engravidou e
teve um lindo bebe, mas ela era pobre e mãe solteira e não tinha ninguem por ela.
Um dia ela so tinha uma moeda para comprar comida, e esta moeda caiu no rio. Abaê se
desesperou, seu filho precisava comer e ela sabia que não lhe venderiam nada sem que ela
pagasse. Ela então se jogou no rio e foi seguindo seu curso das águas, extremamente
desesperada pois ela precisava recuperar sua moeda o desespero foi tanto que ela nem
percebeu que respirava sob a água como se fosse um peixe. O rio desaguou no mar, e então
Abaê olhou no fundo do mar e viu um suntoso palácio e duas belas mulheres na porta, a mais
jovem das mulheres acenava para Abaê para que ela fosse até ela. Abaê então se direcionou
para onde estavam as duas e as saudou e se apresentou como "Lavadeira Abaê". As duas
mulheres cheias de Joias se apresentaram, a mais velha que se vestia de azul marinho disse
se chamar Olokun, e a mais nova que se vestia de branco disse se chamar Yemoja. Abae
então perguntou a elas se tinham visto sua moeda, e Yemoja lhe disse: procure dentro do meu
palácio.
Abae entrou no palácio e la viu todo tipo de riquezas, ouro e prata em grandes quantidades.
Abae então avistou no meio das riquezas a sua moeda. Yemoja lhe disse, pode levar tudo que
quiser, mas Abae respondeu: Muito Obrigada, mas só levarei daqui aquilo que me pertence.
Abismada com a honestidade de Abaê, Olokun lhe disse: Então levará tudo, pois tudo aqui é
seu, pois você é a dona desta casa.
Abaê então soube de sua história e se tornou uma Ayabá das águas. ainda assim dizem que é
possível ouvir Abae batendo as roupas nas pedras da margem do Rio Osun.
Abaê nunca mais passou fome, e provou que é possível passar pela pobreza sem perder a
dignidade.
Ore Yeye!
A aparencia de Abaê é de uma moça "gordinha" e de baixa estatura, com mãos marcadas de
trabalho árduo.
Abaê ama seus filhos mais que tudo.
Seu Ibá é muito parecido ao de Yemoja, pois ela come com Yemoja e Olokun, por isso não se
pode negar a ela uma pata branca em seu Orô.
Abaê gosta muito de Cantar e quando ela canta uma cantiga na beira do rio, la nos rochedos
do mar Yemoja responde a cantiga.
*Nas águas quentes vive "Ayrá Modé", que come junto as Ayabás e é dono do Machado de
uma só lâmina.
Na floresta flamejante está "Ayrá Ibonã", que é senhor do fogo e carrega um grande Agerê.
Na companhia de Osala vive "Ayrá Intile", que carregou o rei de Ifon nas costas e dele ganhou
a chave de prata.
Na violentas batalhas está "Ayrá Etinja" que serviu Oranian em Oyó e ajudou Ajaká a reaver
seu trono.
Na casa de Ogyon vive "Ayrá Adjaoci", e lutam lado a lado e por isso foi colocado sobre a boca
do pilão.
Dançando sobre as águas do rio está "Bomim", que é quem faz os redemoinhos na água.
Rodopiando na areia do deserto está "Ayrá Savé", que é o redemoinho escuro e imponente.
Sempre está empurrando a chuva com seu vento "Ayrá Lojó", que trás as tempestades
avassaladoras.
Ayrá não se divide em Qualidades, todos os atos foram feitos por um único ayra, os titulos
acima são dados em relação mesmo a quem o acompanha. Estas são as nove honrarias do
Orisa Ayrá, sendo que ele tambem recebe títulos como Ajosin, Epomin, Omonijí, Osoburú, mas
esses são homônimos aos nove títulos citados.
Ayra não é Orisa Funfun, ele come DENDÊ! Quando proximo a Osala ele se veste de branco
mas os outros títulos de Ayra pegam diversas cores.
Ayra lê!
O VELHO IBUALAMA
Primeiro de tudo vamos esclarecer que não existe nenhum orisa chamado "Oxóssi Ibualamo", o
nome correto é ERINLÉ IBÚ ALÂMA, e como diz o nome se trata de Erinle e não de Oxóssi.
Erinle tem muitas qualidades. A palavra IBÚ Significa "submerso" e se refere a Erinle ser um
orisa patrono de um rio, ODÔ ERINLÉ. Veja as qualidades desse Orisa:
*IBÚ ALÂMA
*IBÚ OJOTÚ
*IBÚ OWALÁ
*IBÚ ABATAN
*IBÚ MOKÍN
*IBÚ ONDÚN
*IBÚ ANÚ
*IBÚ ASÚN NÀRA
*IBÚ ABADI
*IBÚ IJESÁ
*IBÚ PAKOLO
*IBÚ IBUSAYN
*IBÚ AGBANDADÁ
*IBÚ ELEYÉ
*IBÚ APANLÁ
*IBÚ OTIN
IBUALAMA é a fase onde Erinle ja não caça mais, ele ja esta velho e vive a se alto flagelar com
seu chicote Bilála. Ibualama ostenta o orgulho de seus dois filhos ja serem adultos e bravos
guerreiros e caçadores, são OLOGUNEDÉ e AYABA OTIN.
Ibualama não usa ofá, mas carrega uma lança afiada.
Ibualama se veste unica e exclusivamente de Branco assim como o seu pai Orisa Okô, é ligado
a Osun Ipondá e a Ayaba Abatan, Yemoja Asesun e a muitos Orisas.
Se conta que Erinle sofreu uma injustiça em vida e então por sofrer uma grande desilusão ele
se transforma em rio, no fundo do rio voltar a ser humano e então se flagela com seu chicote
para a afastam a amargura de ter sido injustiçado. Ibualama vive na parte funda e escura do rio
onde os homens nao mergulham pois sabem que Ibualama puxa e afoga quem invade suas
águas.
A arvore jaqueira é tão importante em seu culto quanto no culto de Oxóssi, pois ambos seriam
filhos de Ya Bambá.
Ibualama é Orisa da nação Efon, e no candomblé Ketu foi tão descaracterizado que se tornou
apenas um caminho de Oxóssi, mas ele no Efon ainda é o grande Odé da cidade de Ilobú, que
é subordinado e amigo do grande orisa Oloroke e de Sango.
Iba ode
Saudação;
Ìbà rẹ,
Ìbà mi,
Ìbà Èṣù ojíṣẹ ọdẹẹ̀,
Ìbà Ògún ọlọọ́dẹẹ̀,
Ìbà ọẹ̀ṣọọsì ọdẹẹ̀ má ta,
Ìbà Ológún-ẹẹ̀dẹẹ̀ Oporolika,
Ìbà ọẹ̀rẹlúéré,
Ìbà Olúwéré Irókò,
Ìbà Otìn,
Ibà Erinlẹẹ̀,
Ìbà Òrìṣà Oko,
ọdẹẹ̀ gbogbo
Ìbà yin o!
Tradução;
Suas saudações,
Minhas saudações,
Saúdo Exu mensageiro dos caçadores,
Saúdo Ogum o líder dos caçadores,
Saúdo Oxóssi caçador não atire,
Saúdo o guerreiro da cidade de Edé,
Saúdo o primeiro caçador a pisar na terra,
Saúdo Olúwéré da sagrada árvore de Irocô,
Saúdo Otim,
Saúdo o caçador de elefantes,
Saúdo o deus das fazendas,
Todos os caçadores
Eu os saúdo
Oxóssi ia caçar o sustento de sua tribo , andou e andou mata adentro até se deparar com um
rio caudaloso e sereno que cortava a mata .
Foi nesse momento que Oxóssi avistou uma bela mulher se banhando nessas águas de frescor
e dengue , era Oxum a deusa das águas does e do amor ,e que por Oxóssi se encantou .
Oxóssi ja estonteado pela beleza da deusa nas águascintilantes se banhando , coberta
somente de brilho e frescura , não tardou a se aproximar e compartilhar do leito do rio , não só
para com Oxum se banhar .
E por lá ficou , e se esqueceu de tudo , de amores com Oxum , Oxóssi se esqueceu de suas
responsabilidades , da fome de sua tribo , do seu sustento e estribo ,da qual era provedor .
Seus companheiros sentiram-se traídos e começaram a caçar o caçador , queriam vingança
por sua negligencia , sua irresponsabilidade deixou seu povo enfurecido .
Guerreiros de sua tribo vieram a seu encalço , com sede de vingança , mas Oxum que estava
enamorado do caçador , começou a cantar uma cantiga de encantamento para defende-los de
seus perseguidores :
"A ti re okê
A ti re nu balé ba re iô "
Seus perseguidores não podiam enxergar o caçador Oxóssi e assim eles fugiram , Oxum
guiando seu amor .
Encontraram guarida na cidade de Ketu , onde Oxum deu a Oxóssi o posto de rei, o Alaketu.
Assim ,Oxóssi , o caçador , é também o rei de Ketu .
Okê Arô !!!
O segredo de Otin
Oduduá encarregou Ewá de fazer alguns ajustes na Terra, em sua forma estética. Ewá, então
transformou-se em um camaleão, assim plainou toda a superfície do planeta, deixando-a
lisinha, uniforme e redonda como Oduduá, a grande mãe criadora da Terra, sempre quis.
Sabendo do grande sucesso de Ewá na missão proferida e ordenada por Oduduá, Obatalá
(Oxalá), o grande pai e criador do ser humano em sua forma, encarregou também Ewá de
semear a vida vegetal no planeta.
Para essa difícil tarefa, Ewá se transformou em uma galinha de cinco dedos.
Com as sementes dadas por Obatalá, Ewá ciscou e espalhou de forma desigual as tais
sementes, originando, com triunfo, todo o verde.
Assim foi conferido por Oduduá e Obatalá o título de “dona da transmutação”, à divindade
Ewá.
Oxumarê era um rapaz muito bonito e invejado, suas roupas tinhas todas as cores do arco-íris
e suas jóias de ouro e bronze faiscavam de longe. Todos queriam aproximar-se de Oxumarê,
mulheres e homens, todos queriam seduzi-lo e com ele se casar.
Mas Oxumarê era também muito contido e solitário, preferia andar sozinho pela abóbada
celeste, onde todos costumavam vê-lo em dia de chuva.
Certa vez Xangô viu Oxumarê passar, com todas as cores de seu traje e todo brilho de seus
metais, Xangô conhecia a fama de Oxumare de não deixar ninguém dele se aproximar,
preparou então uma armadilha para capturar o Arco-Íris. Mandou chamá-lo para uma audiência
em seu palácio e, quando Oxumarê entrou na sala do trono, os soldados de Xangô fecharam
as portas e janelas, aprisionando Oxumarê junto com Xangô.
Oxumarê ficou desesperado e tentou fugir, mas todas as saídas estavam trancadas pelo lado
de fora. Xangô tentava tomar Oxumarê nos braços e Oxumarê escapava, correndo de um canto
para outro. Não vendo como se livrar, Oxumarê pediu ajuda a Olorum e Olorum ouviu sua
súplica.
No momento em que Xangô imobilizava Oxumarê, ele foi transformado numa cobra, que Xangô
largou com nojo e medo. A cobra deslizou pelo chão em movimentos rápidos e sinuosos. Havia
uma pequena fresta entre a porta e o chão da sala e foi por ali que escapou Oxumarê.
Assim livrou-se Oxumarê do assédio de Xangô, quando Oxumarê e Xangô foram feitos orixás,
Oxumarê foi encarregado de levar água da Terra para o palácio de Xangô no Orum, mas Xangô
não pode nunca aproximar-se de Oxumarê.
Filha de Nanã também é Ewá. Ewá é o horizonte, o encontro do céu com a terra. É o encontro
do céu com o mar.
Ewá era bela e iluminada, mas era solitária e tão calada.
Nanã, preocupada com sua filha, pediu a Orunmilá que lhe arranjasse um amor, que arranjasse
um casamento para Ewá.
Mas ela desejava viver só, dedicada à sua tarefa de fazer criar a noite no horizonte, mandando
sol com a magia que guarda na cabeça adô.
Nanã porém, insistia em casar a filha.
Ewá pediu então ajuda a seu irmão Oxumarê.
O Arco-Íris escondeu Ewá no lugar onde termina o arco de seu corpo. Escondeu Ewá por trás
do horizonte e Nanã nunca mais pôde alcançá-la.
Assim os dois irmãos passaram a viver juntos, lá onde o céu encontra a terra.
Onde ela faz a noite com seu adô.
O culto de Kposun é somente realizado no Brasil pela nação Jeje Mahi, é um Vodun de
caracteristicas próprias e sendo impossibilitado de ser cultuado pelas demais tradições afro-
descendentes.
No Brasil Kposun tem alguns Vodunsi inciados dentre eles a finada Doné Aide de Kposun que
foi inciada pelo saudoso Doté Antonio Pinto da Silva,conhecido por muitos pelo nome carinhoso
de Tata Fomutinho, do Kwe Ceja Hounde de Cachoeira, BA.
Onilé
Saudamos os Orixás !
Saudamos a Senhora da Terra !
Senhora da Terra, meus respeitos
Ossaim
Nem esperou que sua mãe o mandasse embora. Como não suportava a maneira que ela o
tratava e tendo vergonha da família, foi morar na mata. Ao viver na floresta, foi adotado por Igbó
a árvore e teve dois companheiros; um que se chamava Eleyé - o pássaro que tudo vê e nada
esconde de Ossaim e o outro que era Imolé da floresta que ele batizou com o nome de Aroní.
Nunca nenhum Orixá, nem Vodun, nem ser humano havia entrado nas profundezas da mata.
Igbó se transformou no pai de Ossaim, o ensinou a combater todos os perigos e ameaças que
poderia sofrer. Depois mandou que Ossaim procurasse Yá Mí, a feiticeira que controlava todos
os segredos da floresta. Ossaim aprendeu com Igbo o segredo das folhas e com Yá Mí o que
fazer com elas: curas, encantamentos e feitiços.
Ewê Ewê Asá
Babá Dankô
Dankô é o Vodun que vive no meio dos bambuzais. ele tem no corpo várias dobras que são
iguais aos nós do bambu, tem a cabeça pontiaguda semelhante aos Yorubás. Guarda e protege
as casa. Todas as vezes que se passar por um bambuzal, é de bom grado cumprimentá-lo e
atirar moedas para que ela possa nos proteger do feitiços e encantamentos.
Babá Dankô (ou Ndako) é o Senhor dos grandes bambuzais! Orixá Funfun e que vem sempre
em socorro nos momentos de cruciais, entre a vida e a morte. Babá Dankó é um Orixá do Ketu,
ligado a linhagem dos Ajagunãs (Oxaguians)
Após a chegada de Obatala e sua esposa Yemu ao Ayê ,chegaram os outros Orixás Funfun,
Danko encabeçou os demais vindo a frente e este passou a habitar os bambuzais brancos.
Orisá de grande poder e muito necessário para nosso convívio neste sistema, pois é o
responsável por transformar as impurezas da terra em energia positiva. O bambu branco o
representa e é por este arbusto que Danko realiza sua tarefa, absorvendo por suas raízes e
emanando por suas longas hastes.É o portador real do atori que vive mais do lado dos mortos
do que dos vivos.
Íròkò
Nanã levou Irôko para a cidade de Ifé, pois aos olhos de Nanã todos que alí nasciam, já
nasciam velhos e ela não suporta a velhice
É o Orixá Íròkò, implacável e inexorável, que acompanha, e cobra, o cumprimento do Karma de
cada um de nós, determinando o início e o fim de tudo.
Governa Tempo, Vida e Morte .É o Tempo também das mudanças climáticas, as variações do
tempo-clima. Guardião das florestas centenárias é o colectivo das árvores grandiosas, guardião
da ancestralidade.É um orixá pouco conhecido dos seres vivos ou mortos, nascidos ou por
nascer . Irôko é o representante supremo do culto dos Iguis, o culto aos espíritos das árvores
que se assimila ao de Egungum.
Em África, a sua morada é a árvore iroko, Milicia excelsa (antes classificada como Chlorophora
excelsa), chamada “amoreira africana” na África de língua portuguesa. É uma árvore
majestosa, encontrada da Serra Leoa à Tanzânia, que atinge 45 metros de altura e até 2,7
metros de diâmetro.
Opanijé,
Nanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois
quando Odudua separou a água parada, que já existia, e libertou do “saco da criação” a terra,
no ponto de contato desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se
encontram os maiores fundamentos de Nanã. Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza em si
morte, fecundidade e riqueza. O seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e significa
“mãe”. .Nanã é no entanto um orixá feminino de origem daomeana que foi incorporado há
séculos pela mitologia iorubá
O seu elemento é a lama do fundo dos rios. Ela é a deusa dos pântanos, da morte (associada
à terra, para onde somos levados após a morte) e da transcendência
Nanã teve vários filhos e todos diferentes:
Sapatá, trouxe o Isanbô , a epidemia e as doenças;
Oxumarê, a transformação, metade Okô e metade Dan;
Irôko, trouxe a velhice precoce;
Dankô, os nós do banbuzal;
Possun, a fera;
Ikú , a morte;
Ewá, a transformação ;
Ossaim , o feiticeiro das ervas ;
Onilé, a terra que espera e que guarda todas as coisas que são vivas e que um dia serão
comidas por ele.
Nanã sentiu-se amargurada, pois todos os filhos que teve nasceram com dom, sabedoria e
uma beleza rústica e ela não sabia compreender essa beleza, tinha pavor de todos eles
OLOSÁ
O nome Olosa vem de O-ni-Osa" que significa "A que tem a Lagoa". É uma Ayaba muito
rara que se veste de tons de amarelo. Atualmente é muito difícil se encontrar Yawo's de
Olosá.
Olosa é a deusa das Lagoas e Lagos, é a principal companheira de Olokun, o Orisa do
mar. Olosa é uma mulher muito bela de cabelos compridos e sempre bem vestida e bem
ornada.
Ela é familiar de Olokun, Olonã, Osun e Yemoja, e também se relaciona com Esu, Ogun e
Osayn.
Olosa fornece peixes a seus devotos, e existem vários templos dedicados a ela ao longo
das margens das lagoas na Nigeria onde se fazem oferendas de aves, ovelhas e muitos
animais que agradam a Ayaba.
Em seu culto são sagrados os crocodilos, eles são chamados de mensageiros de Olosa, e
por isso são preservados pois limpam as lagoas e protegem os tesouros de Olosa.
Ela também é ligada a Osú, a lua.
Se conta que Olokun possuia duas esposas, Olonã e Olosá.
Olonã teve quatro filhas e Olosá cinco, formando então as nove princesas de filhas de
Olokun.
Olosá era quem cozinhava para o marido, mas Olokun com o passar dos anos se cansou
de Olosá sempre cozinhar constantemente os mesmos pratos, pois Olokun gosta de
iguarias.
Todos os dias Olosa servia a Olokun carne de porco selvagem, e ele não gostava dessa
carne.
Esu e Ogun souberam da insatisfação de Olokun e foram ver se podiam tirar vantagem da
situação. Ao chegar a casa de Olokun eles se apresentaram como mensageiros de Orisa
Nla e por isso foram bem recebidos. Quando entraram na casa de Olokun o viram furioso
reclamando da comida, e com suas emoções abaladas, o mar também se abalava, haviam
redemoinhos e tempestades, ondas gigantes e destruição nas praias.
Esu e Ogun ao observar aquilo ficaram muito preocupados e foram para a casa de
Orunmilá para saber como apaziguar Olokun.
Orunmilá lhes recomendou encontrar um animal mais apetitoso que o porco e então
oferecer uma comida saborosa a Olokun e ele teria paz. Ogun e Esu encontraram belas
aves, um pato e um ganso, e então cozinharam essas aves com muito capricho,
acrescentando ervas raras.finos temperos e legumes que ganharam de Orisa Oko.
Assim que a comida estava pronta eles levaram para a casa de Olokun, e ele se sentiu
muito feliz saboreando a carne bem temperada das aves e bom sabor dos legumes.
Olokun disse a Esu e Ogun que aquelas aves eram a carne mais saborosa que ele ja havia
comido e pediu que eles dissessem que aves eram aquelas, mas Esu e Ogun
responderam que isso era segredo e não podiam revelar mas que fariam novamente as
aves para Olokun comer.
Esu e Ogun voltaram felizes para casa pois haviam apaziguado Olokun. Eles então foram
procurar patos e gansos para dar a Olokun novamente, mas então Olosa os seguiu e
descobriu que aves era aquelas e levou as aves vivas para Olokun saber quais eram.
Olokun então viu o ganso e o pato, e ao pegar o ganso em suas mãos para examina-lo
Olokun achou a ave muito feia, e quando ele tocou no ganso o animal se assustou e deu
um
grito estridente, pois o ganso emite um ruído como um guincho.
Olokun abominou aqueles animais e acusou Olosa de mentir por inveja, ele não acreditava
que aquela animais feios era as aves que Ogun e Esu cozinharam para ele. Olokun
acusou Olosa de ser invejosa pois era incapaz de cozinhar boas coisas e so sabia fazer
aquela grotesca carne de porco assada, e então Olokun se separou de Olosa. Olosa saiu
do mar e foi viver nas lagoas.
Quando Esu e Ogun levaram a comida para Olokun ele questionou se aquela carne era de
patos e gansos. Esu e Ogun confirmaram que sim, e Olokun ficou muito aborrecido por ter
desmanchado o casamento com Olosa ja que ela não havia mentido.
Olosa se negou a voltar para Olokun, mas prometeu que em suas lagoas ela criaria patos
e gansos para saciar a fome de seu ex marido.
Então Olokun muito triste em perder Olosa fez com que Osupá, a lua, subisse e descesse
as marés conforme sua posiçao no céu, isso seria uma homenagem para Olosa, a lua
muda de forma e as marés se movem em demonstração de amor e remorso de Olokun
para Olosa.
Nas tribos de Egbado na Nigéria, quando a lua está cheia os cultuadores de Olosa e
Olokun pintam as pedras com cores e símbolos desses Orisa. E quando um eclipse lunar
ocorre, o assentamento de Olokun é levado para a praia, onde se da a ele o porco
selvagem que Olosa lhe servia, e Olokun come o porco em nome da saudade que tem dos
dias que foi casado com Olosa.
Essa é uma das histórias da Ayabá Olosá.
Mas em outras regiões ela é cultuada como irmã de Olokun, ou mesmo como filha. O que
importa é que Olosá e Olokun se amam.
Omi o!
Nanã Insulê
Uma doce Ayaba
Insulê ou Inselé se traduz como "que trabalha em casa", e é um caminho da Ayaba Naná
que se revela diferente das demais qualidades, pois Insule é pacífica e não guerreira ou
feiticeira como geralmente se vê Nana, esta Ayaba é uma mãe de família. Insulê é Orisa
da terra, ligada ao Barro e as águas doces.
Seu Ewó é o mar e tudo que vem dele, Insulê não se alimenta de peixes de água salgada
e frutos do mar.
Se conta que Orisa Nlá e Nanã eram muito íntimos e ela desejava se casar com ele. Orisa
Nla gostava muito de ir a praia, e um dia ele avistou uma negra muito bela se banhando no
mar. Era Yemoja, a Rainha do Oceano. Orisa Nla de imediato se apaixonou por Yemoja e
se esqueceu de Nanã.
Nanã então ficou preocupada pois Orisa Nla havia desaparecido, não o via em lugar
algum. Ela decidiu procurar na praia, pois sabia que ele amava observar o mar.
Mas ao chegar a praia ela viu Orisa Nla nos braços de Yemoja e se entristeceu muito.
Yemoja Alertou Orisa Nla sobre a presença de Nanã e ele foi explicar para a Ayaba que
não podia se casar com ela pois amava Yemoja.
Nanã ficou desolada, e então passou a viver só, ela pensava somente em trabalhar para
não pensar em Orisa Nla.
Orisa Nla se casou com Yemoja mas não foi feliz. Yemoja era agitada e vivia insatisfeita e
a se queixar de tudo e Orisa Nla passou a sentir saudades da calma de Nanã e resolveu
se separar de Yemoja e voltar a viver com a boa Nanã Insule, que o tratava com paciência
e Amor, e assim lhe deu muitos filhos e alegrias.
Nanã Insulê é uma Ayaba feita de amor.
Obiwa Nana!
Ogun Méje
"A l'ògún méje Iré, aláàda méji, méji"
(Nós temos sete ogun em Irê, é o senhor de duas espadas.)
Ogun meje ou Mejeje é o guardião.
Se conta que Ogun conquistou Irê, e que colocou seu filho Ogundaunsí no comando da
cidade e então ele voltou para sua vida de Guerreiro conquistador e desbravador.
Porem ele sempre estava rondando as sete entradas de Ire, protegendo a cidade dos
inimigos e por haver sete entradas em Ire ele recebeu o título de Ogun Meje, que significa
"Sete Ogun" e da referência a Ogun estar simultaneamente nos sete portões de Irê.
Passamos então a cultuar Ogun Meje como guardião dos Ilê Asé, Ogun Meje esta sempre
guardando as portas dos terreiros onde Ogun é cultuado.
Na maioria das tradições, Ogun Meje é cultuado em Assentamentos e não é iniciado em
Ori, não possui Elegun, isso porque se iniciarmos alguem a este Ogun ele perderá sua
exclusiva função que é guardar o terreiro.
Existe muitas maneiras de cultuar Ogun Meje, e vou citar aqui um assentamento básico
desse Orisa:
Dentro de um alguidar ou uma panela de barro se coloca um ferro de Ogun chamado que
popularmente é chamado de Arabesco, que consiste em um grande Ofá apontando para
cima e na base do Ofá são presos ferramentas usadas em agricultura e tambem laminas e
espadas.dentro da penela estara a base que sustenta esse arabesco, e envolta dessa
base de coloca um imã, uma pedra de minério bruto, muitos búzios abertos e fechados,
pimenta da costa, waji, ossun, efun, sete moedas de ferro ou aço, sete esferas de metal,
chaves, azeite de dendê, ferramentas como facões, foices e lanças, favas de Ogun e as
sete folhas de Ogun (ewe: Iji opé, Ida orisá, Atoribé, Okiká. Ojusaju, Peregun, Ewurô).
Após assentamento montado e os sacrifícios feitos sobre ele, se envolve o assentamento
em Mariwo e então se deve posicionar este Assentamento próximo a porta principal do
Terreiro.
Ha outras maneiras de assentar esse Orisa, algumas casas o colocam sobre um pilão ou
quartilhão, outras utilizam argila e fixam esse assentamento direto no solo, e também
acrescentam ferro de linha de trem, correntes e chifres de animais e muitas outras coisas
pois cada casa aprendeu de uma maneira.Este é Ogun Meje, e ele estará sempre ao lado
de Esu.
Ogun Ye!
"Tani o bi Ibeji ko n'owo?"
(Não é maravilhoso dar a luz a Gêmeos?)
Antes de começarem a ler tenham em mente que IBEJI NÃO É ERÊ, vejam ibeji somente
como ORISA.
É muito difícil se relatar a raiz do culto de Ibeji exatamente porque o culto é espalhado em
regiões diversas e por isso tomou varios sentidos.
Mas os Ibeji são filhos de Quem?
Não se sabe. Em uma versão se diz que são filhos de Oya e Odé criados por Osun, mas
em outra versão se diz que são filhos de Sango e Osun criados por Oya. Outra versão
falam que são Abikus que vieram a terra e acabam por serem adotados por Yemoja. Ou
seja, cada raiz apresenta seu mito, mas o que importa é que os Ibeji são independentes.
Na maioria das tradições não se inicia Ibeji, mas ha sim nações que cultuam como Olori e
raspam Yawos a Ibeji e eles recebem em seus Ori os Orisa Gemeos Tayó (Tayewo) e
Kayandê (Kehindê).
Há muito a se falar sobre Ibeji, mas eu aqui vou relatar a maneira como eu cultuo esses
Orisa, porem de forma alguma inválidem outras culturas, pois o culto de Ibeji abre margem
para muitas versões.
Eu cultuo Ibeji como Orisa independente, veja o Itan:
"OS IBEJIS NASCEM COMO ÀBÍKÚS MANDADOS PELOS MACACOS KOLOBO"
Era uma vez um fazendeiro que vivia caçando macacos, pois os macacos eram uma praga
para o fazendeiro, devorando toda a sua lavoura.
O fazendeiro e seus filhos vigiavam a plantação e mesmo com uso de lanças, pedras e
flechas não continham o ataque dos macacos. O fazendeiro perseguia os macacos por
toda parte, mas eles continuavam sua investida às safras. Eles criaram mil artimanhas
para enganar o fazendeiro. Nessa disputa, muitos macacos foram mortos, os
sobreviventes persistiam.
Uma das esposas do fazendeiro ficou grávida. Um Babalawo então veio para avisar, ele
disse que aquela matança de macacos era perigosa, pois os macacos Kolobo eram sábios
e tinham poderes. Disse que a esposa do fazendeiro gerariam uma criança ÀBÍKÚ, aquela
que nasce para morrer cedo.
Assim, logo depois do nascimento a criança morreria e isso tornaria a acontecer de novo,
num nascer para morrer sem fim, atormentando o fazendeiro até o último de seus dias.
O Babalawo aconselhou o fazendeiro a deixar os macacos comerem em paz.
O fazendeiro ouviu, mas não se convenceu e continuou vigiando seus campos e caçando
macacos na mata. Os macacos decidiram mandar dois ÀBÍKÚS para o fazendeiro.
Dois macacos transformaram-se então em ÀBÍKÚ e entraram no ventre da esposa grávida
do fazendeiro. Lá eles ficaram até a hora de nascer como gêmeos. Eles foram os primeiros
Ibejis a nascer entre os iorubás. Foram os primeiros gêmeos.
Os Ibejis chamaram muito a atenção de todos.
Uns diziam que eram uma graça, outros, mau presságio.
Mas os Ibejis não permaneceram muito tempo vivos, logo voltando para junto dos que
ainda não nasceram, pois eles eram ÀBÍKÚ.
O tempo passou e eles voltaram a nascer e morrer sucessivamente.
O fazendeiro estava desesperado com tamanha desgraça e foi consultar um Babalawo de
um lugar distante para saber a razão daquelas mortes. No jogo os búzios disseram o que
estava acontecendo e advertiram o fazendeiro que parasse de perseguir os macacos,
deixando-os comer em seus campos. O fazendeiro voltou para casa e não mais perseguiu
os macacos.
Sua esposa deu à luz outros Ibejis e eles não morreram. Mas o fazendeiro não tinha
certeza ainda se as coisas tinham mudado mesmo e então voltou ao Babalawo, que jogou
os búzios e disse que dessa vez as crianças não morreriam e tornariam a nascer como
ocorreria antes.
Disse ainda que os Ibejis não são pessoas normais. Eles têm grandes poderes para
gratificar e punir os humanos. Que recebessem tudo o que pedissem para que seus
familiares tivessem vida boa. Quando o fazendeiro voltou para casa contou para sua
esposa tudo o que tinha aprendido. E assim aconteceu e a família do fazendeiro
prosperou.
Na aldeia tudo transcorria normalmente, todos faziam seu trabalho, as lavouras davam
seus bons frutos, os animais procriavam, crianças nasciam fortes e saudáveis. Mas um dia
a Morte resolveu concentrar ali sua colheita. Aí tudo começou a dar errado. As lavouras
ficaram inférteis, as fontes e correntes de água secaram, o gado e tudo o que era bicho de
criação definharam. Já não havia o que comer e beber. No desespero da difícil
sobrevivência, as pessoas se agrediam umas às outras, ninguém se entendia, tudo virava
uma guerra. As pessoas começaram a morrer aos montes.
Instalada ali no povoado estava Iku, a Morte, que vivia rondando todos, especialmente as
pessoas fracas, velhas e doentes. A Morte tirava a vida delas. Na aldeia morria-se de
todas as causas possíveis: de doença, de velhice, e até mesmo ao nascer. Morria-se
afogado, envenenado, enfeitiçado. Morria-se por causa de acidentes, maus- tratos e
violência. Morria-se de fome, principalmente de fome. Mas também de tristeza, de saudade
até de amor. A Morte estava fazendo o seu grande banquete. Todas as famílias choravam
seus mortos.
O rei mandou muitos emissários falarem com Iku, mas a ela sempre respondia que não
fazia acordos e que não tinha piedade. Se alguém fosse forte o suficiente para enfrentá-la,
que tentasse, mas seu fim seria ainda muito mais sofrido e penoso. Ela mandou dizer ao
rei, por fim:"Darei uma chance à esta aldeia, basta que uma pessoa me obrigue a fazer o
que não quero. Se alguém aqui me fizer agir contra a minha vontade, eu irei embora, mas
só vou dar essa oportunidade a uma única pessoa. Não vou dar nem a duas, nem a três.”
Mas quem se atreveria a enfrentar Iku? Foi então que os Ibeji filhos do fazendeiro
resolveram enfrentar a Morte.
Decidiram os Ibejis Tayewo e Kehinde derrotar Ikú.
Os gêmeos pegaram o tambor mágico, que tocavam como ninguém, e saíram à procura da
Morte. Não foi difícil achá-la numa estrada próxima, por onde ela perambulava em busca
de mais vítimas. Os meninos se esconderam numa moita e esperaram que ela se
aproximasse. Não tardou e a Morte foi chegando. Os irmãos tremeram da cabeça aos pés.
Ainda escondidos na moita, só de olhar para ela sentiram como os pêlos dos seus braços
se arrepiavam. Mas podia-se dizer que a Morte estava feliz e contente. Ela estava até
cantando! Pudera, tendo ceifado tantas vida e tendo tantas outras para extinguir.
Nesse momento, numa curva do caminho, enquanto um dos gêmeos ficava escondido, o
outro saltou do mato para a estrada, a poucos passos da Morte. Saltou com o seu tambor
mágico, que tocava sem cessar, com muito ritmo. Tocava com toda a sua arte, todo o seu
vigor. Tocava com determinação e alegria. Tocava bem como nunca tinha tocado antes. A
Morte se encantou com o ritmo do menino. Com seu passo trôpego, ensaiou um dança
sem graça. E lá foi ela, alegre como ninguém, dançando atrás do menino e de seu tambor.
Ia o menino tocador e atrás ia a Morte. Passou-se uma hora, passou-se outra e mais outra.
O menino não fazia nenhuma pausa e a Morte começou a se cansar. O sol já ia alto, os
dois seguiam pela estrada afora, e o tambor sem parar.
O dia deu lugar à noite e o tambor sem parar.
E assim ia a coisa, madrugada adentro. O menino tocava, a Morte dançava. O menino ia
na frente, sempre ligeiro e a Morte seguia atrás, exausta, não agüentando mais. “Pára de
tocar, menino, vamos descansar um pouco”, ela disse mais de uma vez. Ele não parava.
A Morte implorava que o menino parasse de Tocar mas ele não parava.
Tayewo e Kehinde eram gêmeos idênticos. Ninguém sabia diferenciar um do outro, muito
menos a Morte, que sempre foi cega.
Pois bem, ibeji que a Morte via tocando na estrada sem parar não era sempre o mesmo
menino. Uma hora tocava Tayewo enquanto Kehinde seguia por dentro do mato. Outra
hora, quando Tayewo estava cansado, Kehinde, aproveitando um curva da estrada,
substituía o irmão no tambor. Os gêmeos se revezavam e a música não parava nunca, não
parava nem por um minuto sequer e a magia do tambor obrigava a Morte a dançar, e não
podia parar, nem descansar, nem um minutinho só. E o tambor sem cessar. A Morte pedia
para descansar, mas o menino não parava. E assim foi, por dias e dias, o tambor tocava
sem parar, uma hora Tayewo, outra hora Kehinde.
Por fim, não aguentando mais, e Morte disse que se parasse o tambor ela faria tudo que o
menino pedisse.
O menino virou-se para trás e disse: “Pois então vá embora e deixe a minha aldeia em
paz!"
A Morte aceitou.
O menino parou de tocar e a Morte se lamentou, virou-se e foi embora. Foi para longe do
povoado, mas foi se lastimado pela derrota.
Tocando e dançando, os gêmeos voltaram para a aldeia para dar a boa notícia. Foram
recebidos de braços abertos. Todos queriam abraçá-los e beijá-los muito gratos.
Os Ibeji foram os únicos a vencer a morte e por isso são os mais poderosos entre os Orisa.
Existem muitas maneiras de assentar Ibeji, pode ser em gamela, em barro, em louça, mas
sempre se usam as favas e folhas de todos os Orisa e duas imagens de madeira
simbolizando Orisa Ibeji Tayewo Kehindê.
Salve Ibeji!
Ibeji Eró!!!
Kóri é um irúnmolè feminino, cultuada em muitas cidades yorùbá’s. Seu culto por algum motivo não
sobreviveu no Candomblé, porém, em Cuba é cultuada em algumas casas como qualidade (passagem)
de Òsun.
Kóri é uma divindade muito importante, é a deusa dos jovens e das crianças órfãs e adotadas.
De acordo com a lenda, Kóri era uma mulher que vivia na floresta, até que um dia ela encontrou uma
criança abandonada e adotou a mesma. Ensinou essa criança todos os segredos da vida, fazendo com
que a mesma se tornasse um ser muito bem sucedido. Devido à isto, Kóri normalmente é apontada por Ifá
(Deus do destino) como aquela que deve ser cultuada pelas crianças abandonadas que foram adotadas
por outra família. Ajudando assim, a criança, a se desenvolver de forma sadia e possibilitando que a
mesma seja um adulto próspero.
Kóri tem também, muita relação com os jovens (èwe), os adolescentes. Sendo essa fase, uma fase de
muita transformação, e riscos, Kóri pode ser cultuada para que o jovem tenha um orí (cabeça) mais
equilibrado e supere essa fase de uma melhor forma. Por isso Kóri é chamada de, Òòsà Eléèwe.
Lembrando que, para os yorùbá’s, omo ou omodé é criança e àgbà é adulto, èwe são os jovens, que são
considerados assim, dos 10 anos de idade até os 20. Lembrando que esse èwe não tem nada haver com
EWÉ de folha e nem ewe (grupo étnico de origem fon), note que a acentuação tonal é diferente, o que
modifica a forma como a palavra é pronunciada.
Para o povo yorùbá, as crianças não pertencem aos pais ou à família, e sim é um bem da comunidade
(sociedade) em geral, pois, representa a continuidade geral do grupo, não é atoa que eles tem várias
divindades relacionadas às crianças, como Ìbejì que é o protetor dos gêmeos, Egbé (Arágbó) que é o
grupo de espíritos amigos que temos no Òrun (mundo espiritual) que combate a ira dos Àbíkú e protegem
as crianças da comunidade e Kóri que protege as crianças adotadas e os jovens na fase da
transformação.
Kóri é cultuada para que as desgraças ocorridas na vida dessas crianças sejam por elas ignoradas, e
para que a mesma, no futuro, não venha a ter atitudes negativas motivadas por acontecimentos ruins do
passado.
Apenas na iniciação de Ifá que será mostrada ou não, a necessidade de uma pessoa cultuar Kóri. Por
isso, é um risco evocar e alimentar uma energia que, muitas vezes não está relacionada ao nosso destino.
1-Kóri nrodo,
3-Kóri o má je k’omo wá ò kú o!
4-Òrìsà èwe, má je kí
5-Orí wá, ò kú o!
6-Olú-òrun o, má pa wa lékùn o
Tradução:
1-Kori a protetora!
Essa evocação de Kóri deixa claro o papel dela no panteão, proteger as crianças da morte prematura e
apoiar os jovens, fazendo com que eles superem essa fase de tanto desequilíbrio.