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ONISEWE

O Caçador de Borboletas

Onisewe no candomble é cultuado como caminho de Oxóssi, mas na verdade é


um Orisa próprio.
Onisewe é muito Confundido com Ode Igbo e com Ibualama, mas nenhum
destes dois Orisa tem relações com Onisewe.

Onisewe é cultuado junto a Osayn e a Oyá.


Onisewe é o senhor das ervas pois foi aprendiz de Osayn, o nome do Orisa ja
diz, ONISEWE significa o senhor das folhas.
A confusão que se dá e porque Ode Igbo foi o Ode enfeitiçado por Osayn,
enquanto Osayn era apenas professor e Amigo de Ode Onisewe.
Outra confusão é sobre Onira, jja que ela é senhora das borboletas, mas
Onisewe não faz referência a Onira e sim a Ayaba Oyá (sabemos que Onira
nao é Oyá e sim uma Ayaba de culto individual) e Onira não é citada neste
culto. No caso Onisewe caça borboletas gigantes, mas estas borboletas não
são de Oyá e sim dele mesmo.
Onisewe tem o habito de viver rodeado de borboletas, é seu Asé.
Outra curiosidade é que esse Ode é ligado aos pássaros, tanto que sobre seu
assentamento se coloca uma casinha de João de Barro.
Alem de Oya e Osayn, Onisewe é tambem acompanhado por Esu.

A ligação de Onisewe com Oyá é muito profunda, se sabe que eram


intimamente ligados e que ela lhe ensinou muitos de seus feitiços e ele lhe
passou toda a cultura dos Odes.

Onisewe se veste de rosa, azul e vermelho que são as cores das borboletas
que ele tanto preza.

Mas pelo fato de usar cores alegres os adeptos de culto a Orisa pensam que se
trata de um Orisa calmo e festivo mas é um equívoco, Onisewe é reservado e
não gosta de festas ou situações agitadas, não gosta de ser tratado com
intimidade, é bruto e severo.

Em sua vestimenta podem ir chifres e peles de animais, nos ombros vão os


laços representando as borboletas, na mão o Iruxin de Oyá e seu Ofá de
madeira ou de cobre e seu Irukere fica preso em sua roupa. Usa também um
saco ou bolsa com suas folhas e uma lança de madeira.
Seu assentamento geralmente é em uma panela de barro que é colocada
dentro de um tacho de cobre símbolizando a grande presença de Oya no culto
desse Orisa.

Onisewe é um Orisa muito raro, poucas casas cultuam.

AYABA YEYE AYÁLA


Mãe das Lágrimas

Ayala é uma Ayaba Funfun muito confundida com Osun.

Se conta que quando Ogun Alabede desceu para o Aye, com ele veio sua
esposa Ayála também chamada de Yânla.
Ayala vem diretamente da família das Iyami, e também é envolvida no culto de
Egun.
Ayala é uma feiticeira.

Porem o lado mais forte em seu culto é o sua posição como Orisa Funfun, ela é
relacionada com Obatalá, Oduduwá, Ogun e Oloroke, e por essa sua profunda
ligação a Orisa Oloroke ela foi dada como ancestral da Ayaba Osun, chamada
até de avó pelo fato de Oloroke ser o pai da Ayaba Osun.

Ayala é a guardiã do pó Efun, e ela é a senhora das lágrimas, ela se manifesta


através de lagrimas de tristesa ou alegria, a água que verte dos olhos pertence
a ela. Ela tambem se utiliza do Ase das penas Ekodide, símbolo de força.

Ayala existiu muito antes do nascimento de Osun, mas quando Osun surge
como Ayabas das águas doces ela se une a Ayala e passam a formar o culto
feminino Gelede.

Então Ayala não pode ser iniciada em homens ja pelo fato de sua ligação com
Iyami e com o culto de ancestrais femininos Geledé. Osun Ijimú e Osun Aboto
tambem são parte desse culto e não podem ser iniciadas em homens.
Infelizmente no candomblé algumas casas não compreendem que "culto
feminino" não envolve pessoas do sexo masculino e então raspam essas tres
Ayabas em Ori de homem e fica por isso mesmo, é como se diz "cada um mexe
com sua panela".

Ayala é uma feiticeira muito poderosa e merece ser respeitada como a Ayaba
que é.
Ha muito mais a se falar a respeito dessa Ayaba porem o culto dela é envolto
em segredos tal como o culto de Iyami.

Ore Yeye!

Olojá
A Ayaba que carrega o Xére

Olojá é ligada a Olokun e Oduduwá.


Como todas as divindades, Oloja tem varias histórias, alguns itans para explicar
quem ela é.

Se conta que Oloja veio do Orun com Oduduwá e então ao cair no mar ela
acaba por se envolver com Babá Olokun e engravidar e parir Ayrá.
Outra versão é que Oloja seria filha de Olokun Seniade e irma de Ajê.

Oloja e mencionada nos cultos de Osumare e de Ayrá.


Oloja é muito confundida com Yemoja e com Iya Mama.
Oloja não é Olorí, ela não se manifesta ou incorpora em ninguém.
Se conta que Oloja teria muito apego a Ayra, e que o Asere (Xere) de Ayra ela
carregaria, e então de diz que ela é a única Ayaba que pode girar o Xere e
invocar os Orixás de guerra.

Oloja pode ser assentada sim, mas geralmente é cultuada no assentamento de


Ayrá.

No Brasil os Orixás de culto duplo (Tanto Nagô quanto Jeje) foram agrupados
juntos e chamados "orixás da palha", e então as pessoas passaram a crer que
Osumare é filho de Naná, e isso eliminou a presença de Oloja do culto de seu
filho Osumare. Vale lembrar que toda essa família da palha é uma mistura de
tradições, mas que é possível cultuar os Orixás em sua individualidade sem
esses agrupamentos.

Oloja é uma Ayaba muito importante, é Funfun e muito velha, deve ser
lembrada e cultuada.

Ipondá
A grande Ayaba

Iponda é a mulher que amou Erinlé, e dele teve o filho que veio a ser Rei de
Edé. Ela mesma é conhecida também como Osun Ayê Edé por ter hábitado na
cidade de seu filho.
Iponda que se casou com Ogun e com Sango, e tambem foi de Elejigbo.
Rainha de uma grande cidade, ela tem a linhagem de Efan.
Iponda que teve três filhos, o príncipe e duas feiticeiras.
Mulher que vivia entre as feiticeiras e era respeitada por elas.
Iponda e inimiga de Opará, e de tantas guerras ela saiu vitóriosa!
Iponda arrancou os olhos de Opará e ela não poderá mais se levantar contra a
Rainha.
Os portais da cidade de Iponda estão protegidos, Esu Orô e Esu Odara
guardam a Ayaba dia e noite.
Iponda que corta o ar com sua espada, ela não tem medo da guerra, os filhos
de Obalufon Nao poderam com ela.
Feiticeira que escondeu suas cabaças de Ossun e Índigo no fundo do rio, e as
águas se turvaram.
Iponda convida Osayn para seu meio, e ele responde em afetividade.
Oya é a inimiga, que na batalha queimou os pés da rainha, mas foi
desnorteada com o brilho do abebe espelhado.
Ela não precisa procurar o Babalawô, ela abre os dezesseis Odús em suas
próprias mãos e neles sabe de todas as coisas.
Guerreira dourada que se veste de muitas cores, ela esperou os inimigos no
caminho das águas e eles nao passaram com medo da lâmina de cobre
dourado.
Epa Iponda! Filha do Rei da Montanha!
Negra ornada com tantas jóias que Warí lhe deu. Ao caminhar se houve o
tilintar do metal de tantas joias que carrega.
Oduduwa viu a face da guerreira, Obatala a teve em sua casa e Yemowo lhe
dedicou gratidão.
Yemoja a conhece como sua parente e com ela se senta nas fontes de água.
Iponda como não lhe adorar?
Não ha mulher como esta, pequena como uma donzela mas em força é
gigante!

Ore Yeye Ipondá!


A maior das Rainhas!
"Oloke/Oloroke"

Oloke é o grande Imole, é o Orisa da montanha. Foi sobre Oloke


que os Imole vieram para o Ayê. Oloke é o pai de Osun.
Oloke quando vem em terra deve ser totalmente coberto, pois ele
não deve ver as pessoas, o ser humano que ver Oloke será
castigado, pois oloke ao ver a pessoa sabe de seus erros e faz
justiça.
Oloke é um Orisa fundamental.

Epa Imole
AYABÁ ASABÓ (Axabó)

O culto de Sango é rodeado de Deidades femininas (Deidade não é Orixá, é


um ancestral cultuado em assentamento apenas). Temos exemplos como a Avó
de Sango "Iya Lakanjê", a mãe de Sango "Iya Masemalê", a tia de Sango "Iya
Asabó", a mãe de Ayra "Iya Oloja", entre outras.
Aqui a história de Iya Asabó:
Sango não era um bom rei, era impiedoso e perverso.
Sango declarava guerra a torto e a direita, não havia paz nos arredores de Oyó,
e por isso nenhum dos reinos vizinhos tinha simpatia por Sango.

Durante um longo período não houve chuvas em Oyó, e o calor das terras
africanas fez as águas do reino secarem.
Sango então ordenou a seu general Ayrá que fosse em todos os reinos pedir
ajuda, pedir que enviassem água ao povo de Oyó.
Ayra então foi de reino em reino reportando o pedido de Sango, e
absolutamente todos os Reis negaram ajuda. Ayra não teve como argumentar,
ja que ele mesmo havia atacado esses reinos por ordem de Sango.
A mãe de Sango era Iya Masemale, que era das terras Tapá, e nesse período a
sua irmã veio visita-la, era a princesa Asabó.

Quando Ayra retorna com más notícias, o reino se desespera.


Asabó então toma as dores de seu sobrinho, ela empunha o Ose (machado) de
Sango e vai até os reinos que Ayra havia visitado, e então convence um a um
dos Reis a ajudar Oyó, pois era uma mulher muito firme em suas palavras.
Quando ela retorna, vem vitóriosa trazendo Água para todo o povo.

Asabó então é chamada de "O lado feminino de Sango", pois muitos a


confundiam com o próprio Sango quando a viam vestida de vermelho e com o
Ose nas mãos, ainda mais quando falava em seu tom de voz forte e severo.

Asabó era envolta no culto das mães ancestrais, e com o segredo das Iyami
Osorongá ela confere a Ayra o poder de fazer chover. Desde então Ayra passa
a traser a chuva para Oyó, acabando definitivamente com a seca.
Foi Asabó que trouxe água para Sango, e por isso os iniciados a Sango tomam
banhos no recolhimento em honra a ela, a princesa Iya Asabo tia de Sango.

Asabo é um exemplo da força da mulher, ela sabia a responsabilidade de ser


uma princesa Africana.

Sango faz questão absoluta de ter com ele todas essas mulheres, por isso
quando se assenta Sango tambem se assenta asabo, ela representa as
mulheres guerreiras de Oyó.

Kabiecile!
Salve a honrada família de Oyó!
YEMOJA CORTA OS CABELOS DE OSUN

No Rio Ógun havia uma Ayabá chamada Yemoja.


No Rio Osogbo havia uma Ayabá chamada Osun.

Yemoja se gabava por ter um belo cabelo, longo e escuro.


Mas Yemoja descobriu que Osun tinha seu cabelo idêntico ao dela, comprido e escuro.
Osun havia observado Yemoja cuidar de seus cachos e aprendeu os segredos de ter o
cabelo perfeito.
Yemoja ficou amargurada por haver alguém com um cabelo tão belo quanto o seu.
Resolveu então que somente ela teria o cabelo comprido.

Um dia Yemoja foi visitar Osun, e a enfeitiçou, pois enquanto Osun mexia em seus jarros
de índigo, Yemoja cortou seus longos cabelos e fez um feitiço para que nunca mais
crescessem, e Osun nem se deu conta do mal feito de Yemoja.

Na manhã seguinte Osun acordou e quando deu falta de seu cabelo ela se desesperou, foi
consultar seus búzios e Ifá lhe mostrou que a ladra era Yemoja.
Porem Osun era mais nova que Yemoja e nao pode com ela, nao tinha o que se fazer.
Osun então untou óleo, tecido e índigo ao cabelo que sobrou em sua cabeça e prendeu
um coque enfeitado com Ekodidés e Búzios.
Até os dias de hoje as o Iyalodês e Omorisá de Osun prendem seus cabelos em coques
em respeito a Ayabá.

Yemoja é a senhora dos cabelos compridos, ela ama ver suas filhas com longas madeixas
bem cuidadas.
Yemoja é um Orisa muito ciumento e muito genioso, porem muito vaidosa e gentil com os
que merecem.
Até os dias de hoje Yemoja trança seus cabelos cantando:

"Ìyá kòròba ó kòròba ní sábà"


(Mãe que tem o hábito de enfeitar os
cabelos dividindo-os no meio da cabeça)
ODÉ ÍGBO

ESTE ORIXÁ FOI MISTURADO AOS CULTOS DE OXÓSSI E DE ERINLÉ, MAS ELE NÃO
É NENHUM DOS DOIS. IGBO NÃO É IBUALAMA.

Esta é a lenda de Igbo:

Ayabá Ogunté vivia na terra Sutiro Inlé casada com Ogun Alabedé e com ele teve três
filhos: ESÚ, AKOKÓ e IGBO.
Igbo tinha um cabelo comprido e
encaracolado como a lã de um carneiro. Esu era mágico e Akoko
trabalhava no campo. Igbo era caçador.

Ogunté ao ver o mal comportamento de seus filhos, pôs Esu de castigo atrás da porta e
seguiu vivendo com Akokó e Igbo.

Então Esu começou a fazer a vida ficar impossível para Ogunté e para
seus filhos e por isso ela decidiu ir ver o Babalawo daquela terra. Este lhe fez uma consulta
com IFÁ e lhe disse que tinha um filho caçador e se ele fosse caçar na mata naquela lua
nova e não fizesse Ebó, Osayn o encontraria e o juraria em seu segredo e não o deixaria
voltar para casa.
Ogunté voltou para sua casa assustada e disse a Igbo que IFÁ dizia que ele não poderia ir
caçar por esses dias. Igbo não obedeceu e
saiu a caçar em companhia de vários caçadores.
Quando adentraram na mata e viram uma grande árvore Iroko, combinaram de estipular
que ali seria um ponto de referência de encontro e cada qual ia caçar em seu lugar e
voltariam ao ponto de referência.
Já dentro da mata Igbo se encontrou com Osayn.
Quando Osayn o viu disse: Venha comigo aonde está o meu segredo, e lhe darei três
APARÓ (codornas).

Osayn levou Igbo diante a seu segredo e preparou o necessário para enfeitiça-lo, buscou
os Ewés (ervas)
apropriados e Igbo começou a dormir.
Durante o tempo em que durou a caça, não se sabia onde Igbo estava
e com o feitiço Igbo se tornou Orisá e nunca mais soube o que se passava
no mundo dos vivos.
Quando a caça terminou, todos os caçadores se reuniram aos pés de IROKO e ao ver que
Igbo não vinha, o chamaram com batendo um par de chifres, mas foi em vão, porque ele
não veio.
Então batendo os chifres eles cantaram:
começaram a cantar:

"FARÁ ARERÉ AFIN'IGBÓ FARÁ ARERÉ KEKÉ OMO R'ODÉ"

E cantando eles regressaram à terra de Sutiro-inlé, onde vivia a família de Igbo, mas em
sua casa ele também não estava.
Então Ogun foi procurar seu filho na mata e o encontrou na companhia de Osayn. Ogun
não conseguiu separar Igbo de Osayn.

Ogunté de tantas tristezas partiu, se foi para longe.

Odé Igbo nunca mais voltou, para sempre está sob a proteção de Osayn.
Osayn e Odé são "OKANANI", os que compartilham do mesmo coração.

Asé

OSUN AJAGURÁ É ESPOSA DE AGANJÚ

Aganjú Solá era um homem muito famoso, nasceu dentro de uma fogueira de tão feiticeiro
que era, e se gabava por ser belo e forte, era um gigante muito respeitado.
Certa vez Aganjú precisou cruzar o Rio Osun, e ele se pôs a entrar no rio sem pedir
permissão a dona daquela água.
Desafiando a correnteza ele tentou atravessar sem nenhuma ajuda, mas
ao entrar na água a poderosa Rainha
Osun, dona do Rio, golpeou com força seus tornozelos e o fez rolar entre os cascalhos do
leito.
Osun ridicularizou Aganjú, e ele foi motivo de riso de todos os presentes.
Por algum tempo o Orisha andou pensativo até que uma manhã não
pode mais se conter de tanto ressentimento, arrancou uma árvore pela raiz, era uma
árvore imensa, e entao Aganjú correu impetuoso até o Rio Osun.
A Ayabá foi surpreendida em seu repouso ao ver aquele homem gigantesco com aquela
árvore colossal e se assustou tanto que o deixou cruzar a água.
Aganjú era grande mas respeitava a força da pequena Osun.
A guerra entre os dois teve fim e então os guerreiros se uniram e a partir deste dia são
inseparáveis.

Osun Ajagurá é uma mulher valente!

Ajagurá nao usa Coroa, ela usa um Elmo, tras o Osê de Aganjú e a Espada dourada que
ganhou de Ogun.
É senhora de todos os pássaros sagrados.

Ore Yeye!

OSUN AJAGURÁ
A Guerreira Esposa de Aganjú

Muitos cultuam Opará como Osun Guerreira, mas Opará não é Osun.

A Osun Guerreira é chamada AJAGURÁ!

Ajagurá significa AJAGUN WURA, que vem a ser em português "Guerreira Dourada" e faz
menção ao presente que ganhou de Ogun, uma espada dourada.

Ajagurá nasce nos Odú's Ose e Obará. Ela não usa Adê e tem rejeição por Coroa e Filá.
Usa um Elmo de guerra como o Akorô . Seu culto se dá em em rios e lagos de água
escura.
É ligada aos pássaros sagrados.
Se conta que Opará e a esposa guerreira de Ogun e Ajagurá e a esposa guerreira de
Aganjú, sendo filha de Yemoja e Orunmila.
E ciumenta e por isso tem inimizade com Oyá que é esposa de Sango.
Ela come com Aganjú, Ayrá, Sango, Osayn, Yemoja, Opará, Ogun e Esú.
Se veste de Salmão, Vermelho, Azul marinho e branco, e seus metais são dourados.
Dança Ijexá como todas as Osun, mas também dança Adahun, Alujá e os ritmos quentes
dos guerreiros.

A SHRINE (Assentamento) de AJAGURÁ:

Em uma gamela redonda se coloca uma sopeira de louça dourada ou avermelhada e


dentro de sopeira vão um Osê (machado duplo) de cobre vermelho, uma espada dourada,
5 Idés dourados e 5 de cobre vermelho, um Abebe dourado, um Otá, Moedas douradas,
Favas de Osun, Pó Osun, Wají, folhas de Osun e Folhas de Sango. Na gamela se costuma
rodear a sopeira com quiabos crus inteiros. A lista do Assentamento muda de acordo com
o que a Ayabá solicitar através do Meridilogun.
Ela come Omolokun, Amalá, Inhame e Akarajé.

Ore Yeye Ajagurá!

AJAGUNÁ É CHAMADO OLOROGUN CRIADOR DE PROBLEMAS

No Brasil o Orisá Ajaguná foi sincretizado como "Qualidade" de Osagyan, mas na verdade
eles são parentes e não o mesmo ser. Osogyan é o Rei Elegibô e Ajagunã é um dos
Trigêmeos de Osalufon.

Diz a história que na repartição que o Deus supremo Olófin fez na Terra, quando distribuiu
os cargos entre seus filhos, para Ajaguná foi dito ser o Olorogun, o criador de problemas.
Onde ele chegava, governava com armas e assim o fez em uma grande parte da África.
Era de espirito revolucionário e guerreava com todos os seus vizinhos.
Um dia Olófin o chamou e lhe perguntou por que motivo governava dessa forma tão
truculenta.

"Eu quero a paz para todos os meus filhos."

Lhe disse Olófin, ao que contestou Ajaguná:

"Você Babá, sempre está sentido e o sangue não corre em suas veias."

A Olófin sempre chegavam as queixas das confusões e pleitos de Ajaguná e que este
sempre
buscava a luta e a guerra.
Olófin, para ver se Ajaguná se regenerava, tirou dele o mando da África e o mandou para o
oeste, onde Ajaguná encontrou gente tranquila, que nunca se desafiavam e ali tudo era
paz e tranquilidade.
Ajaguná disse:

"Mas ainda terei que guerrear, pois sou guerreiro e chefe dos guerreiros."
Então se foi a uma tribo vizinha e os incitou a dominar a tribo onde ele estava vivendo,
dizendo que eles eram bobos. Regressou a tribo e lhes disse que vinha a invadi-los e que
tinham que combater os invasores, porque só havia uma alternativa: Ser vencedor ou
vencido.
E assim seguiu sem deixar ninguém em paz, incitando a guerra por onde queira, metendo
discórdia entre as pessoas pacíficas, até que por fim ardeu a guerra, a qual se estendeu
pelo mundo inteiro. Os povos, ao saberem das circunstâncias evidentes de que era
Ajaguná o provocador, o incitador das guerras, voltaram onde Olófin estava a fim de se
queixar novamente. Olófin chamou Ajaguná e lhe disse:

"Por favor Filho meu, quero a PAZ! Eu sou a paz, Eu sou Alamorere a Bandeira Branca!"

Ajaguná lhe contestou:

"Babá, se não há discórdia, não há progresso, com a discórdia o mundo avança, fazendo
que o que tem dois, queira ter quatro e fazendo que triunfe sempre o mais capacitado."

Olófin respondeu:

"Se é assim, o mundo durará até o dia em que lhe deem as costas e tu te tombes a
descansar."

Este dia até hoje não chegou.


Ajaguná é o Olorogun, o Senhor das Guerras, e sempre esta com seu Ofá nas mãos
pronto para a batalha!

Em honra a isto cantamos:

"Elemosó Baba Olorogun, Ajaguná Baba ô"


(É bem vestido e bem ornado o Senhor da Guerra, Ajagunã é nosso pai.)

EPA! EPA IMOLÉ!


AYRA INTILÉ

Ayra é um Orisa da familia do Raio, e por isso se veste de muitas cores, em principal o
Vermelho e Azul, mas também verde, salmão, marrom e amarelo.
Aqui vou contar como Ayrá Intilé ganhou o direito de se vestir de Branco, leiam:

Ayra servia aos Alafin, os Reis de Oyó.


Sango havia subido ao trono e como um presente de felicitações ele ganhou um cavalo
branco como uma nuvem das terras de Ifon, presente do Oba Funfun Osalufon.
Sango ficou muito honrado com um presente de Osalufon e o convidou para visitar a
grande cidade de Oyó.

Porem Osalufon era de hábitos simples, ele costumava andar sem corte ou séquito,
mesmo sendo um Rei ele andava como um camponês pois não gostava de frivolidades.

Quando Osalufon chegou nos arredores de Oyó ele viu o cavalo que havia dado para
Sango fora dos portões do palácio e o tomou pelas rédeas. Nesse momento os guardas do
rei viram Osalufon com o cavalo e o acusaram de roubo.
Sem sequer receber um julgamento, ele foi jogando nas masmorras e por la padeceu
como um criminoso por longos sete anos.

Osalufon nao era apenas um Rei, ele era um Orisa e o seu sofrimento se refletiu sobre
Oyó, houve um tempo de seca e má sorte sobre a cidade.

Sango foi visitar Orunmilá para saber o motivo da má sorte, e descobriu que o infortúnio
era causado por uma injustiça, um homem encarcerado sem motivo.

Sango mandou libertar o preso e traze-lo a sua presença, e então descobriu que se tratava
de Osalufon.
Por mais que Sango se desculpasse, Osala estava coberto de chagas e de sujeira, ele nao
estava aberto a conceder perdão.

Ayra, o braço direito dos Alafin se dispôs a levar Olufon em suas costas até a terra de
Osagyan.

Quando eles chegam na casa de Elegibô, Ayrá ganhou a eterna gratidão de Osalufon e
Ogyan por ter carregado Osala nas costas pelo longo do trajeto.
Ayra ganhou o direto de comer com os Orisa Funfun e quando entrou na casa de Osala ele
foi chamado "AYRÁ INTILÉ" que significa "Ayrá esta dentro da casa", e ganhou a chave da
casa de Osala e traje real dos Funfun: Roupas de Tecido branco.

Ayrá Intilé agora se veste de Branco e é parte da família de Osala e Ogyan que nunca se
esquecem da boa vontade de Ayrá.

Ayra Lê!

A Maior das Osun: OSOGBO

OSOGBO (Oshobô) é a cidade onde esta o mais famoso templo de Osun na Nigéria.

Ajíbógun era o filho de Owá, o Rei de Ijexá. Ele decidiu deixar Ijexa e ir para outro lugar já
que não estava satisfeito com seu pai.
Depois de muito apelo para que Ajíbógun não deixasse a cidade ele recusou
decididamente ao apelo de seu pai.
Ele deixou a cidade com Ọláròóyè, Tìméhìn, Ògìdán, Talo e Sègi lợla. Seu primeiro
assentamento foi chamado de Òpólé, onde permaneceram por algum tempo, antes da
morte de Ajíbógun. A morte de Ajíbógun e a escassez de água em Ìpólé
os fizeram deixar o local. Quando eles estavam se preparando para deixar o local, o Owá
mandou uma mensagem para que voltassem para Ijexá, porém, eles recusaram. Tìméhìn
e Ògìdán que eram caçadores tiveram que assumir a liderança em sua jornada na floresta
em busca de água. Quando estavam à procura, eles encontraram um grande rio.
Eles decidiram cortar uma árvore para marcar o local e facilitar a identificação do mesmo,
para
quando eles trouxessem as pessoas de Òpólé. Quando a árvore caiu na água, eles
ouviram uma voz misteriosa que dizia:

Oşó igbó, ẹ pèlé – Feiticeiro da floresta, bem feito!

Oşó igbó, ẹ rọra – Feiticeiro da floresta, vá com calma

Gbogbo ìkòkò aró mi ni ẹ ti fó tán – Vocês quebraram todos os meus potes de índigo!

Eles tiveram medo e fugiram.


Quando estavam em disparada, eles foram chamados de volta pela mesma voz.
A voz revelou ser Osún. Ela disse-lhes para se afastaram um pouco para terminar sua
tarefa. Ela disse que eles deveriam estar adorando a ela anualmente. Este é o festival
anual de Osun na cidade que foi batizada por ela mesma: Osó igbó, Osogbo, os Feiticeiros
da Floresta.

Orin Osun Osogbo

Agbe ló l'aró
Kìí ráhùn aró
Àlùkò ló l'osùn
Kìí ráhùn osùn
Lékèélékèé ló l'e fun
Kìí ráhùn e fun.
Òsun lékèé o dá mi o.
Káwa má ráhùn ire - Àse !
Káwa má ráhùn omo - Àse !
Káwa má ráhùn owó - Àse !
Káwa má ráhùn olà - Àse !
Káwa má ráhùn è kó - Àse !
Káwa má ráhùn ayò - Àse !
Káwa má ráhùn ifé - Àse !
Káwa má ráhùn òré - Àse !
Káwa má ráhùn è rò - Àse !
Káwa má ráhùn ilé - Àse !
Káwa má ráhùn ounje - Àse !
Káwa má ráhùn aláàfíà - Àse !
Káwa má ráhùn àfo - Àse !
Káwa má ráhùn isé - Àse !
Káwa má ráhùn s ire - Àse !
Káwa má ráhùn ódún - Àse !

Tradução:

Cantiga de Oxum Oxobô

Agbé tem penas azuis


Que nunca lhe falte o azul
Alukò possui penas vermelhas
Que nunca lhe falte o vermelho
Lékeléke tem as penas brancas
Que nunca lhe falte o branco
E que eu fique acima de meus inimigos
Que nunca nos falte sorte! Ase!
Que nunca nos falte filhos! Ase!
Que nunca nos falte Dinheiro! Ase!
Que nunca nos falte riqueza! Ase!
Que nunca nos falte conhecimento! Ase!
Que nunca nos falte felicidade! Ase!
Que nunca nos falte amor! Ase!
Que nunca nos faltem amigos! Ase!
Que nunca nos falte paciência! Ase!
Que nunca nos falte uma casa! Ase!
Que nunca nos falte alimento! Ase!
Que nunca nos falte a paz! Ase!
Que nunca nos falte caminho! Ase!
Que nunca nos falte trabalho! Ase!
Que nunca nos falte festividades! Ase!
Que nunca nos falte os anos! Ase!

Na década de 70 a artista austríaca Susanne Wenger restaurou e reconstruiu grande parte


das areas sagradas do templo milenar de Osun, isso ajudou muito a popularização e a
valorização do culto a Osun.

Osun Osogbo é de caráter sério, relacionada a Ogun, Osayn e as Iyamí.

A Festival de Osun Osogbo ocorre a mais de 600 anos (ha quem diga qué muito mais
antigo) mas com a situação política da Nigéria e com o a rejeição da Culto a Orisá pelos
africanos que seguem o islamismo e o cristianismo o templo de Osun e o festival de
Osogbo estão ameaçados.

Ore Yeye Osun!


Que vive a milhares de anos e viverá eternamente!

AYRÁ IGBONÃ

IGBONÃ É um título de Airá que significa "febre", faz referência a esse Orisá ser ligado ao
Fogo.

Se conta que Ayra Igbonã servia Ilê Oyó, era o protetor dos Alafin.
O Alafin de Oyó era o primogênito de Oranian, Dadá Ajaká.
Sango então em um golpe de Estado destrona Dadá e o exila nas terras de Igboho.
O controle de Oyó pertencia a quem possuía a coroa da cidade, e então Sango pede a
Oyá que esconda a coroa de Oyó no mundo dos Egun.

Ayrá tinha ciência que Sango nao era o Rei, era um usurpador, e por isso manteve sua
lealdade a Dadá.

Dadá solicita a Ayra Igbònà que


adentre o Mundo dos Egun e resgate a Coroa de que Sango havia roubado.

Ayrá Igbònà então consulta Orunmilá


que o orienta a encontrar um Èdún Ará (Pedra de Raio) e leva-la sob a sua lingua, e sobre
uma folha chamada Ewè Inòn acomodar uma panela de Fogo também conhecida como
Ajèrè Inòn, onde deveria conter a palha do ikín embebida de epó pupá e lascas de Mogno
Africano também
embebidos do mesmo azeite de dendê, no momento em que adentrasse o Reino dos
Mortos Ayrá deveria sacar do seus bolsos o
àsé chamado "Agùnsó" que são pequenas bolas de fogo que nada mais eram do que a
planta Luffa acutangula (similar a esponja vegetal) embebidas de epò pupá (Azeite de
Dendê) neste processo Ayrá as engolia, o que lhe facultava o poder de visão e o fez
enxergar e encontrar a coroa de Oyó, o Adè Baiyaní !

Na festividade "Fogueira de Ayrá" ele então coloca o Ade Baiyaní em seu ori e leva até
Dadá Ajáká, entregando-o ele põe na cabeça e não suporta tamanho peso, que sub
entendemos seria o peso da responsabilidade simbolicamente falando, e de pronto devolve
a Ayrá Igbònà, que imediatamente coloca em seu Ori de volta, passando a partir daquele
momento ser aclamado Rei de Kòsò pelos súditos de Dadá
que o nomeiam AYRÁ IGBONÃ OLUKOSO!

Ayra Igbonã também é conhecido por provocar incêndios nas matas fechadas, todo fogo
sem causa revela a presença deste Orisa.

Este Ayra se veste de múltiplas cores (o unico Ayra branco é Intile pois os demais usam
cores), usa a machado de uma so lâmina, o Sere e principalmente o Ajere de Fogo!

Ayra Lê!

APAOKÁ
A FEITICEIRA
Existem muitas mulheres ancestrais, entre elas haviam três irmãs, três Iya Mi. Eram elas
Mepere, Bokolo e Bambá.

Estas tres Iya Mi fizeram um pacto, elas juraram jamais engravidar, nunca iriam gerar
vidas.
Porem, Bambá conheceu Orisa Okô o Senhor da agricultura, se apaixonou por e com ele
teve um filho.
O filho de Bambá se chamou Odé Erinlé, o caçador de elefantes.
Bambá apos quebrar o pacto com suas irmãs vai morar em uma árvore chamada mogno-
da-guiné, e então a Iya Mi recebe o nome de Apaoká.
O filho de Apaoka funda a cidade de Ilobu próximo a Osogbo.

Apaoka no Brasil é cultuada na Jaqueira, a qual nomeamos de Apaoka por razão dela ser
habitada pela Iya Mi, mas o nome em Yoruba da Jaqueira é Tapónurin.

O nome Opaoka significa "em cada pé" ou seja, em cada árvore, sendo que significaria
que esta Iya Mi seria a de grande culto, a propria Osorongá, senhora das árvores
sagradas.

Se conta que Erinle (Ode Inle) tem profunda ligações com Oxóssi. Iya Bambá é
considerada mãe de ambos e é cultuada tanto em Ketu quanto em Efon.

Apaoka é uma Iya Mi, ela não é iniciada em Orí.


Asé
ODÉ LABURÉ LEVA O PRESENTES PARA OSUN

Uma vez na festa de Osun foram dados muitos presentes a ela.


Eram muitas jóias, enfeites, perfumes e ervas raras. Todos então depositaram estes
presentes dentro de uma Ibá (bacia/cesto).
Levaram então esse cesto até as margens do rio Osun e clamaram que a Ayaba viesse até
eles buscar o presente.
Porém Osun não apareceu, ela é" Iya Ominibi" (mãe do fundo das águas) e não subia a
superfície de maneira alguma.
Então os homens e mulheres ouviram um suave voz feminina cantarolar:

"LABURÉ OMI MI KA ODÔ"


(Meu fillho traga o presente para o Rio)

Osun havia invocado seu filho Odé que surgiu da mata em sua veste dourada, apanhou o
presente e mergulhou nas águas do rio para entregar a sua mãe.

Odé Laburê é um caçador que acompanha Osun, é seu filho e protetor.

Seu assentamento fica fora do quarto de Santo, ele traz fartura e por isso é colocado na
cozinha ou na plantação do Ilê Asé.
O CASAMENTO DE YEMOJA E ODE INLE (ERINLÉ)

Yemonja havia se separado de Orisa Oke, e por isso voltara ao Oceano onde vivia sua
mãe Olokun.

Desde a separação ela havia perdido a paz, as marés eram imprevisiveis, as ondas
começaram a engolir a
terra, o mar estava enlouquecido, a fúria de Yemoja ia em direção a montanha de Oke.
Yemoja estavano fundo dos
mares e finalmente tinha tempo para fazer o que quisesse, ela agora vivia em paz, algo
que há muito tempo não vivia, pois na terra ela tinha crianças correndo pelo reino e seus
deveres de Rainha e exigências do marido.

Yemaya tinha amadurecido mas ela ainda era bonita e sensual, apesar dos anos que se
passaram ninguém poderia competir com a beleza dela, nem mesmo Osun. Certa manhã
enquanto nadava no mar, ela teve um vislumbre de movimento que chamou sua atenção.
Ele era um homem bonito, e não era outro senão Erinlé da cidade de Ilobú, tambem
chamado de Odé Inle.
Inle estava fazendo sua pesca normal. Inle tinha toda a sua atenção de sua pesca quando
de repente, ele foi surpreendido por uma bela mulher, e foi amor a primeira vista.
Ele não conseguia explicar, e pensou até estar sonhando até que a voz da linda sereia
falou com ele dizendo:

"Eu sou Yemoja, dona deste reino no qual você pesca. Eu é que forneço os peixes que
vem para o seu gancho. Todo esse reino de água que você pode ver é imensamente
grande e é meu."

Yemoja confessou a Inle que, embora ela comandasse o vasto reino dos mares, ela se
sentia solitária.
Sem hesitar Inle ofereceu para lhe fazer companhia em seus tempos de solidão.
Yemoja podia ver que Inle estava apaixonado por ela, e então explicou que estava à
procura de um marido e Inle aceitou imediatamente ser o par de Yemoja.
Ele não se importava com dinheiro ou riquezas, ele havia sido encantado pela beleza dela
a partir do momento que ele a viu.

Yemoja o levou para o fundo do mar.


Esta foi a primeira vez Yemoja permitiu alguém saber seus segredos escondidos nas
águas.
Eles chegaram a uma grande caverna onde muitas espécies da vida marinha guardavam a
porta como guardas de um palácio, e esta caverna foi o "Ilê" de Yemoja e Inle.

Inle ficou maravilhado ao ver que quando os peixes notavam a presença da Rainha eles se
movimentavam como se estivessem em "Moforibale" (batendo cabeça) para grande
Yemoja que era a sua mãe e criadora.
Entrando na caverna, Inle foi surpreendido, ninguém podia
de imaginar as riquezas que haviam la dentro, tesouros incomensuráveis
em toda parte.

Eles se amaram, mas não por muito tempo. Um caso de amor tórrido tende a se desgastar
rápido.
Os tempo passou e as coisas mudaram. Yemoja começou a ignorar Inle e avitar sua
presença.
A situação tornou-se intolerável para
Inle. Ele só queria atenção de Yemoja. mas ela não quis ouvir suas queixas e não se
importou com o coração dele.

Inle decidiu ir embora.

Yemoja se viu em um dilema quando ele quis partir.


Ela não sabia o que fazer. Ela tinha medo que ele contasse seus segredos e mistérios para
os outros Orisá.
A única opção era matar Inle.
Mas ela não queria matar ele.

Ela então decide por cortar a


cortar a língua dele.
Ela esperou que ele estivesse adormecido, o enfeitiçou e sem pensar duas vezes ela corta
sua língua de Ode Inle.
Desta forma, ele continuaria vivo e nao seria capaz de dizer a seus
segredos para ninguém.

Até hoje Inle não fala, e é Yemoja que fala por ela.

ARÁ UNSÉ ODE INLE!


ERUYA YEMOJA!
IROKO SOBREVIVE A GUERRA ENTRE ORUN E AYÊ ONILÉ

Antes de existirem as grandes aldeias, a árvore Iroko já existia.


No início dos tempos, o Orun (céu) e o Aye (terra) tiveram uma discussão. Ayê argumentou
que ela era mais
velha e mais poderosa do que seu
irmão o Orun, e se pronunciou:

"Eu sou a base de tudo. Sem mim, o céu de Orun seria esmagado porque não teria apoio.
Eu construí todos os seres vivos. Eu sou a mãe que os alimenta e sustenta. Eu sou a dona
de tudo. Tudo o que tem vida vem de mim e volta para mim. Meu poder não tem limites. "

Olodumaré, o grande Deus ouviu aquelas palavras mas não respondeu. Fez então um
sinal para o Orun o liberando para demonstrar um sinal grave de sua força.

Orun então gritou: "


"Ayê Onilé Aprenderá uma lição, seu castigo será tão forte quanto sua arrogancia e seu
orgulho.

A arvore Iroko estava preocupado com as consequências daquela batalha e começou a


meditar no profundo silêncio que se seguiu após o céu se calar.
Iroko tinha suas raízes profundamente enterradas em Aye Onilé, mas seus longos galhos
se estendiam para abraçar o céu. Iroko havia entendido que a harmonia tinha
desaparecido, e mundo sofreria as dores do desaparecimento da paz.
Orun sempre protegeu Ayê, ele moderava o calor dividindo o tempo em dia e noite, ele
secava a terra com o sol, depois a molhava como a chuva e a repousava com a lua,
sempre dosando o frio e o calor, o vento e a brisa. Tudo que Orun fazia trazia benefícios
para Ayê Onilé.
Antes dessa guerra a vida era feliz e a morte vinha sem dor. Tudo pertencia a todos e
ninguém queria governar ou dividir, conquistar ou reivindicar quaisquer posições.
Mas a indisposição da terra para com o céu mudou tudo.

Orun parou de ajudar Ayê.


Não choveu e o sol sem piedade queimou tudo e a lua não mais trouxe mais luz para a
noite. Isso começou o tempo de sofrimento e feiúra sobre o terra.
A Noite de angústia e medo apareceu. Então todas as formas de miséria,
seguido: toda a vegetação desapareceu e só Iroko
permaneceu verde e saudável,
porque desde tempos imemoriais
ele tinha permanecido reverente e
dado graças ao céu. Iroko deu instruções para aqueles que querem descobrir os segredos
e os Arayê (humanos) se reuniram em suas raízes, em seguida, eles reconheceram a
magnitude das suas ofensas e se sentiram humilhados, e se purificaram no pé da árvore
Sagrada.
Iroko ensinou a rezar e fazer sacrifícios para o Orun e para Olodumaré.
Muitos mensageiros foram enviados para o céu, mas ninguém jamais poderia alcançá-lo,
apenas os galhos de Iroko tocavam Orun e ele então poderia transmitir as orações das
pessoas para o céu.
Vendo a contrição dos homens e mulheres em reconhecer o seu valor, Orun estava
emocionado e agradeçido e então chuva voltou a cair sobre a terra.

O que quer que permaneceu vivo sobre a terra foi salvo graças ao abrigo oferecido por
Iroko. E então tudo ficou verde novamente.
No entanto, não havia mais paz e felicidade plena como no início do mundo.
O Orun não estava mais magoado mas manteve-se indiferente e distante.
Iroko salvou a terra, mas a vida não é mais plenamente feliz por causa da culpa de orgulho
de Ayê Onilé.

Eró Iroko!
Rei das Árvore e dos homens!

Toda a memória e sabedoria do mundo esta em Iroko, ele tudo viu, ele tudo ouviu e de
tudo ele é testemunha.
BABA EPÊ
O senhor dos Peixes

Orisá Epeja é da família dos Funfun.


Orisa cultuado na casa de Oloroke, Ase Efon.

Dizemos que Epeja é o "Logunedé" entre os Funfun por ser o Imole da família branca que
mais ostenta beleza e vaidade, ele é um homem esteticamente perfeito.
Ligado a Yemoja, é o Orisa que trás a vida as águas, é idolatrado por pescadores pelo fato
de trazer peixes e animais aquáticos para todos os rios que é consagrado e com isso
garantir o sustento de todos os que vivem de pesca.

"Baba Epè, Epejà Epejà Olodó"


Epeja come com Erinlé, Osun, Ologunedé, Yemoja e Ogun e obviamente toda a familia
Funfun.

Seu Ibá é de louça.


É o Orisa sem negatividade, tudo faz crescer e procriar. Dizem que se casou com Asesun
e que divide com Osun o dom da prosperidade.

Sendo um Orisa Efon ele dança Ijesá e Batá, usa Abebê, Idá, mão de pilão e Atorí. Por
não ser rei ele não usa filá.

Epeja não é qualidade de Ogyan, é um Orisa a parte.

Epi Imolé!

OYÁ TOPÉ
É A SENHORA DO FOGO

Esu Iná era feito de fogo, como uma chama que nunca apagava. Tudo que ele tocava
queimava e por isso vivia só. Ele desejava ter uma familia e que pudesse conviver sem
machucar os que dele se aproximassem. Iná nasceu no dia em que o primeiro raio bateu
na terra, o seu fogo veio desse calor.
O orisa dos Raios era Sango, entao Iná foi até ele pedir ajuda para apagar seu fogo.
Sango disse que nada podia fazer, mas que Iná fosse ver Orunmilá, somente Orumilá tinha
resposta para tudo.
Iná foi ver Orunmila e ele lhe disse que em Nupê havia uma feiticeira chamada Topé (o
nome Topé é um termo usado para o som do eco) que sabia manipular o ar e os ventos
poderia abafar o fogo, e que ele levasse dendê para ela, pois Topé ama azeite de Dendê.
Quando Iná chegou na casa de Topé ele teve de gritar o nome dela nove vezes, pois Topé
responde no Eco, na multiplicação.

Ela então saiu e se mostrou, uma negra exuberante, com roupas vermelhas e pulseiras de
cobre, Iná ficou paralizado ao ver tão bela mulher. Ele contou para ela sua situação e ela
resolveu ajudar, costurou para ele uma manta de couro de búfalo e jogou sobre ele, o
abafamento apagou o fogo, enquanto ele se cobrisse o fogo não reacenderia.

Iná ficou muito feliz e muito grato a Topé, ele entrego para ela o jarro com dende, tope
abriu o jarro e então Iná lhe deu mais um presente, ele cortou um pedaço de sua pele e
jogou para Topé para que ela sempre tivesse uma chama, mas por acidente a pele
flamejante de Iná caiu no jarro de dende e isso causou uma explosão de fogo que se
misturou ao Asé de Oya Topé e nisso a pele de Esu Iná, o Dende e o fogo se tornaram
parte dela, ela se transformou em uma labareda, uma chama viva, seu interior e puro fogo.

HEPA HEEEEEEEEY

DADÁ CRIA SANGO COMO SEU FILHO


Dizem que foi Dadá Ajaká que criou Sango. Dadá era o primogênito, o herdeiro de Oyó e
amava muito o pequeno Sango, mandou buscar ele no reino de Tapá e o criou como seu
filho.
Dadá mimou tanto Sango que ele ficou mesquinho e egocêntrico.

Um dia Dadá se distraiu e Sango acabou por cair dentro das brasas do fogão de lenha.
Dadá se desesperou, mas quando ele parou para observar, Sango não se queimou, ele
brincava com as brasas.

Dada deu todo seu carinho a Sango, mas quando Dada herdou o trono Sango traiu ele, o
baniu do reino e usurpou o título de Rei.

Mas Dadá perdoou Sango e por isso Sango pede que sempre que louvarem ele, louvem
tambem a Dadá.

Dadá é um homem de bom coração, é pacífico, ama seu povo.

DADÁ MAÀ SOKÚN MO


O FEERE ONI FEERE
O GBE L'ORUN
BABA KINI LONON AA RI
(Dadá não chore mais.
É sensível e tolerante, ele vive no
Orun, é o pai que olha por nossos
caminhos.)

Kabiesi!
OYÁ GERÈ
SENHORA DOS TROVÕES

Oyá Gere (se pronuncia Guerê) é uma Oyá muito rara e mistériosa.

Se conta que Oyá lançava raios pela boca, e ao lançar o raio acoava um estrondo
gigantesco, um trovão. Porem Oya de tanto lançar raios pela boca perdeu a sua voz
humana e dai por diante tudo o que falava ecoava alto e forte como um trovão, por isso é
hábito quando se ouve um som de trovão se dizer "HEPA HEY IANSÃ".

Oyá Gere é aquela Oyá que quando da seu ilá da um grito tão alto que o som de sua voz
ultrapassa o atabaque. O símbolo desta Oyá são as nuvens escuras de Tempestade.

"Koro koro koro, Oyá Koro Ilê, Oya Biyi Orô, Oyá Koro Ilê"
(Estrondo, Estrondo, Estrondo, Oyá fez um Estrondo dentro da casa, Oya nasceu com um
Segredo, Oyá fez um Estrondo dentro da casa.)

Oyá Gere é cultuada como Igbale.


Se veste de Branco e Rosa Claro, suas ferramentas são Mariwo, Abayomi, Erusin, Idá,
Afefé e Iwo.
Come com Osalufon, Ogyan, Ayrá e Odé.
HEPA HEY!!!
YEWÁ ABORTA SEU PRIMEIRO FILHO

Yewa era filha de Obatalá, e gostava de cuidar do Jardim do Palácio. Yewá era uma moça
extremamente bela, e ainda era virgem, e todo povo comentava que ela não tinha interesse
em se casar, so queria cuidar de seu pai.

Um dia Sango estava se vangloriando de ter se casado ou tirado a castidade de todas as


moças virgens de seu reino e dos reinos vizinhos, e Esú lhe disse:
"Todas não, a filha de Obatalá ainda é virgem. A princesa Yewa não foi tocada por
ninguém."

Sango passou então a espiar Yewa pelos portões do palácio, ele observava Yewa a cuidar
do Jardim.
Ele passou a chamar Yewa e conversar com ela, ele pouco a pouco ganhou a confiança
dela, ele elogiava as flores que Yewá cultivava, e fingia querer apenas amizade.

Um dia Obatalá e viajou e Yewa ficou sozinha. Sango pulou os portões do palácio e foi até
o quarto de Yewá, onde ela se entregou e ele, fizeram sexo. Esta foi a ultima vez que Yewa
viu Sango.

O tempo passou e a menstruação de Yewa não vinha, e ela descobriu estar grávida. A
vergonha e o desespero tomaram conta dela, como ela teria um filho sem pai? Como as
pessoas olhariam para ela agora? Yewa então decidiu abortar a criança. O resultado do
aborto foi um pequeno feto que enterrou no jardim.

Dias depois Obatalá chamou Yewa para conversar, ele perguntou:


"Omobá (princesa), como vai o jardim?"

Ela respondeu:
"Florescendo a cada dia."

Ele então perguntou:


"Por que no canto do jardim ha uma lugar onde a terra está revolvida?

Yewa havia enterrado o feto naquele local. Ela então mentiu:


"Foi necessário remover as plantas velhas para semear novas."
E Obatalá perguntou:
"E tambem foi necessário remover a flor que estava dentro você?"

Yewa começou a chorar e pedir perdão a seu pai, mas Obatalá lhe disse que a "castidade"
foi opção dela, ele nunca exigiu isso de sua filha. Porem ele também disse que Sango
havia espalhado aos quatro ventos que Yewá havia implorado para fazer sexo com ele, e o
povo acreditou nisso, e a fama de Yewa era agora de "promíscua".

Yewá sempre foi pura, e não suportou aquilo, as pessoas nao tinham mais respeito por ela.

Sem alternativa Yewa Foge, e vai para a floresta. Ela vivia sozinha e amargurada, mas um
dia encontrou Oxóssi e ele compreendeu a dor dela, mas lhe ensinou a seguir em frente.
Eles passaram a viver juntos, e até hoje Yewa usa o Ofá que ganhou dele.

Yewa despreza Sango, jurou jamais por os olhos nele novamente.


É proibido falar de sexo diante de Yewa, ela não gosta de nada que remeta a relação
sexual, é seu Ewó.

(O itan que acabaram de ler se refere a qualidade de Yewa chamada SALAMIN)

A YAWO DE YEWÁ TEM QUE SER VIRGEM?

Não, depende da qualidade a ser iniciada. Pra esclarecer eu coloquei aqui as qualidades
de Yewa para vocês entenderem:

*Yewá Gebéuyin: A mais velha, veste vermelho Sangue e dourado. Esta é a Yewá que se
transforma na serpente gigante que dorme no leito do Rio Yewá. NÃO HÁ NECESSIDADE
DA YAWO SER VIRGEM.

*Yewá Salamin: Esta é a Yewá caçadora, usa Ofá e come com Oxóssi e Yemanja, se veste
de branco
verde, creme e cores claras. ESTA YEWÁ SÓ SE INICIA EM MULHERES VIRGENS. É a
mais popular
das Yewa's.

*Yewá Gyran: Esposa de Obaluayê, essa Yewa usa o Ikó(roupa de palha vermelha
semelhante as de omulo) com palhas vermelhas e sua saia é vermelho carmim, usa lança.
NÃO HÁ NECESSIDADE DA YAWO SER VIRGEM.

*Yewá Fagemy: Essa é a Yewa ligada com Oxumare e seu Arco-íris. Usa Branco, e sua
ferramenta é o
globo com ponta de lança chamado Ejô. NÃO HÁ NECESSIDADE DA YAWO SER
VIRGEM.

*Yewá Bomio: a Yewa que se perdeu na floresta e se transformou em Rio, ligada a Osayn,
Jagun e Sango. Pode usar todas as cores referentes as
qualidades de Yewa. NÃO HÁ NECESSIDADE DA YAWO SER VIRGEM.
*Yewá Awô: Esta Yewá so se veste de Branco, é a esposa de Orunmilá, a sagrada
Apetebí. Dizem que ela o salvou da morte. Conhecendo os segredos do Ifá recebeu o título
de Ya awo (mãe do segredo). É da família
FunFun. ESTA YEWÁ SÓ SE INICIA EM MULHERES VIRGENS.

Yewa não é a senhora da Virgindade. Isso é uma questão de sua iniciação, mas apos um
ano de iniciado a Yawo pode se relecionar sexualmente sem problemas. Vale lembrar que
Yewa é mãe e foi casada diversas vezes.

Hi Hó!!!

OYÁ OLOGÚNERÈ

Antes de começarem a ler, tenham e mente que Ologuneré é uma Oyá diferente das
demais, ela é uma Odé e suas ligações com os Orisas são diferentes da das demais Oyá.
Com certeza é uma Oyá "ÚNICA".

Itan de Oyá Ologuneré/Oloküeré:

Se conta que Oduduwá gerou em Yemú 16 Deuses, o principal entre eles é Ogun. A nona
criança que Yemú pariu foi chamada de Oyá. Quando Oyá nasceu trouxe muita alegria
para Yemú. os Dundun (Negros) possuiam olhos escuros, mas Oya nasceu Dundun e com
olhos grandes, cor de ambar, e Yemú dizia que o tom de mel em seus olhos era por ter
muito mel em seu coração.
Com Ogun ela aprendeu a caçar, e ele fez para ela um Ofá e uma Idá.
Os Orisas estranhavam que Oyá era uma mulher muito bonita mas se comportava como
um homem, sempre nas batalhas e nas matas, guerreando e caçando e não gostava de
cozinhar e costurar tal como faziam as suas irmãs.
Oyá um dia não quis mais viver no palácio de Oduduwá e então foi embora a procura de
aventura, e nisso ela conheceu Yewa, Osayn, Erinle, Oxóssi e muitos caçadores de Ifé e
Ketu. Ela então encontra Obaluayê, e com ele forma uma dupla de caçadores e guerreiros
mercenarios,ou seja, eram contratados para guerrear a favor do pagante, e então passam
a percorrerem as aldeias da África antiga, e eram muito temidos os dois.

Porem Ogun inciou uma guerra gigantesca e cruel que ia desde os Reinos Jeje até as
montanhas de Ekiti. Oya não podia barrar a violência de Ogun, ele era seu irmão. Então
ela e Obaluayê se poram a curar os feridos, e socorrer os abandonados e afetados pela
guerra. De aldeia em aldeia eles iam acudindo os que haviam sofrido os males da guerra.
Eles atravessaram muitas aldeias, e então na floresta de Ipondá eles acharam um menino
brincando sozinho, ele atirava pedras em uma colmeia. Logo as abelhas africanas foram
atacar a criança, mas Obaluayê girou e levantando suas palhas ele afastou e impediu que
as abelhas se aproximassem do pequeno menino.

Oya o pegou no colo, e ao longe ouviu a voz de uma mulher a gritar "Omó Mí! Omó Mí!"
(Meu filho! Meu filho!).
Era a Rainha de Ipondá, Osun, que procurava seu filho Ologun.

Oyá foi até ela e entregou o menino, e então disse:


"Iponda, sou filha de Oduduwá rei de Ifé. Não deixe seu filho fugir novamente, a guerra
esta cada vez mais violenta e podem fazer mal a ele."

Osun então deu seu Abebe para Oyá como forma de agradecimento.
Osun respondeu:
"Tu és Oyá a Caçadora não é? Meu ifá sempre me diz que a natureza de filho meu o fará
se afastar de mim, e eu gostaria que o ensinasse a lutar e se defender. O ayê esta cheio
de crueldade e ficarei mais tranquila se meu filho puder se defender por si só. Faça isso
por ele eu lhe peço."

O mel do coração de Oya nao ha deixou negar este pedido. Por muitos anos Obaluayê e
Oya viveram em Iponda e ensinaram a logun a arte da luta. Porem quando Logun estava ja
adolescente, Oya e Obaluayê forma embora, mas logun foi junto com eles, e nunca mais
saiu de perto de Oyá. Em muitos lugares dizem que logun é mais filho de Oyá do que de
Osun.

O nome Ologuneré significa "Guerreira de Eré". Eré foi uma das cidades afetadas pela
guerra de Ogun que recebeu o auxílio de Oyá para se reconstruir, e então foi eleita Ayaba
Matrona da cidade.

OYÁ OLOGUNERÉ é proveniente da nação Efon. Está Ayabá não pega Juntó, ou é cabeça
ou não é nada. Usa cores variadas como branco, azul, laranja, Verde e rosa e tecidos
estampados ou peles de animais. Não usa vermelho.
Usa Ofá, Idá, Abebe e Erusin e seus metais são dourados.
Ha quem a cultue como Igbalé por ser um orisa da floresta, mas aqui no Brasil foi difundido
o seu lado guerreiro e caçador, ela é parte integrante da casa dos Odé mas ainda assim
tão vaidosa quanto Osun. Ama dançar Ijesá. É ligada os ventos.
É uma Ayaba doce, mas ansiosa e agitada.

Hepa hey!!!

AYABÁ YEMOWÔ

Yemowo não é Yemoja, elas são da mesma família mas não são a mesma pessoa.
O nome Yemowô vem de "Iyè mí owó" que significa Iyè (mãe) Mí /(minha) owó(dinheiro),
ou seja: Mãe que nos cobre com o dinheiro.

Yemowô nasce no Odun Irosun (4-4).Yemowo é senhora da família, esposa de Obatalá.


Em seu Ibá vão conchas e cascos de caracóis e uma grande quantidade de Búzios, ela
exige nove Otás que representam os Deuses que a acompanham.

Toda a vida de Yemowo é ao lado de seu Marido Obatalá (não confundir Obatalá com
Olufon).

É a ancestral das Ayabas da casa de Obatala, sua filha predileta é Y'Obba Ananní.

Se conta que Olorum criou Obatalá e Oduduwa juntos e os colocou dentro de uma cabaça.
Após muitas brigas eles sairam de dentro da cabaça e conheceram Orunmila (Orúla). Ao
explorar a terra eles então conheceram Olokun, a Deusa das águas. No fundo das águas
Olokun deu a luz a Yemowo e Yemú e Yemoja. Yemú se casou com Oduduwá, Yemowo se
casou com Obatalá e Yemoja se casou com Orunmilá. Por serem Ayabas da Água, Yemú
se tornou a Deusa dos poços que minam água, Yemoja a Deusa do Rio e Yemowô a
Deusa da agua que envolve os bebês na gestação.

Yemowô é tão importante na Nigéria que no festival de Osun as sacerdotisas levam


presentes até o templo de Yemowo para agradecer pela fertilidade.

O amor de Yemowo e Obatalá é algo surpreendente, em uma passagem ele se casa com
Osun, pois era hábito ter mais de uma esposa, porem o amor que ele tinha pertencia
somente a Yemowô, por isso ele decide ser so dela, e rompe com Osun. Veja:

"Òrìs àálá ri on’igba aiya n’lè k’ó too f’o wó mu Yemòwo nìkan.”

Tradução:

“O grande Orisa vê a possibilidade de casar com duzentas mulheres, mas ainda assim é
penas de Yemòwo."

Itan:
PATAKÍ FUN YEMOWÔ

Quando Obatalá desceu para o Ayê ele veio acompanhado de outras divindades,
masculinas e divindades não humanas. Então Obatalá desceu ao fundos das águas e
encontrou uma serpente gigantesca com rosto humano, seu nome era Olokun, a dona do
oceano.
Olokun era hermafrodita, e podia gerar vida sem a necessidade de ter relação sexual com
alguem. Se conta que no fundo das aguas Olokun teve sua primeira filha, a primeira
mulher do mundo e a ela deu muitas riquezas, e a batizou de Yemowô.
Yemowo se casou com Obatalá e nunca mais se separou dele.
Durante dezesseis dias consecutivos ela pariu os Orisas da casa de Obatalá. Yemowô é a
primeira Ayabá.
Após Yemowo nasceram de Olokun Yemú, Yemoja, Akadumé, Asesun, Anabí, Toro e as
demais deusas da Água, mas Yemowo e sempre reverenciada como Agbá (anciã).

No Brasil são raras as Yawos de Yemowô, ou as vezes a cultuam como caminho de


Yemoja, mas ela tem cantigas e atos próprios, como Yemowo dançando diante de Obatalá
o Batá "Yemòwó Omóòwo Omóòwo Agbá yín ô" (Yemowo è a senhora dos Bebês/crianças
de colo), ou ela saudando seu nascimento no Batá "Emi Agba Biyi Olokun" (Eu sou a anciã
que nasceu de Olokun).

Yemowo é Funfun, se veste de branco e tem um Irukê e um Abebê para simbolizar sua
realeza.

Arquétipo das Yawo/Elegun de Yemowo:

Os que nascem sob o Asé de Yemowo são pessoas inteligentes e realista em seus
objetivos e sonhos. Planejam bem como guiar suas vidas. Eles tendem a sabem
exatamente o que precisam e o que é supérfluo sendo comedidos e até sovinas. São
companheiros e afetuosos, muito ligados a familia e amigos. Eles não são maliciosos,
gostam de uma vida em casa, pacata. Muitas vezes os filhos de Yemowo por terem boa fé
e uma certa ingenuidade se tornam vítimas da falsidade dos demais.

Ibá Yemowô!
OSUN TRAI SANGO COM OGUN

Este itan explica o motivo de Ogun comer com Osun e vice versa.

Traduzi mais uma lenda "Osha Lukumi" para o português, leiam o Patakí:

A bela Ayabá Osun era esposa de Sango o Rei de Oyó. Porem o fato de ser casada não
inibiu seu caráter ,"namoradeiro". Ogún havia passado muito tempo nas montanhas de
Oloke, o pai de Osun e isso fez com que eles criassem um laço de amizade e amor que
continuou mesmo apos ambos terem se casado com outros cônjuges.

Orumilá era muito amigo de Osun e Ogun, mas estava muito doente, acamado, e mesmo
que ele tivesse sabedoria ele não tinha forças para se curar sozinho. Orunmilá consultou o
oráculo para saber quanto tempo duraria em seu infortúnio. Jogando o seu Opelê ele foi
avisado por Irosun que ele devia lhe dar um ebó o mais rapido possível, mas ele estava
muito debilitado para fazer esse trabalho.

Em Oyó, Sango começou a desconfiar dos "desaparecimentos" repentinos de Osun, e


suspeitou de sua fidelidade. Assim colocou um escravo para vigiar os passos de sua
segunda Esposa. O escravo flagrou Osun indo sorrateiramente para a floresta que rodeava
o reino e a viu aos beijos com Ogun. Imediatamente ele avisou Sango. Simultaneamente
Orunmila mandou um recado a Osun, dizendo que estava doente e pedindo para que ela
fosse até sua casa para lhe ajudar a realizar um Ebó para Irosun.
Osun fez suas malas e se foi para a casa de Orunmilá, e no exato momento que Sango
entrou na ala do palácio dedicada a Osun com intenção de mata-la, ela ja não estava mais
lá.

Osun estava na casa de Orunmilá preparando o Ebó que ele necessitava. Ogun chegou na
casa de Orunmilá e perguntou o motivo de Orunmila ter chamado Osun, sendo que ele
residia perto de Orunmilá.
Ela lhe explicou que ela sabia abrir o Ifá, ela sabia ler os Odús, por isso so ela poderia
fazer o Ebó para Orunmilá. Ela ter muita gratidão por Orunmilá, pois havia obtido o
Meridilogun de forma ilícita, ela roubou os segredos, mas ainda assim Orunmila deu a ela
o direito de ter 16 Odus em sua Taboa de Ifá.

Enquanto Ogun e Osun preparavam o Ebó, Sango estava preparando uma emboscada
para eles, ele quaria sua vingança. Osun e Ogun foram para o bosque pegar folhas para o
Ebó. Nesse momento Sango fez uma tempestade de Raios, e os lançou na casa de
Orunmilá. Ele pensava que ali era o ninho de amor de Osun e Ogun e não sabia que
Orunmilá estava acamado la dentro. A casa pegou fogo.

Sango ria e se vangloriava de ter matado Ogun e Osun.

Osun do meio do bosque viu a coluna de fumaça e se desesperou, ela e Ogun correram
desesperados, eles temiam pela vida de Orunmilá.

Eles foram até a casa e a viram em chamas, parecia uma fogueira! A "Dondoca" Osun se
esqueceu que era uma "Mulher Fina" e se encheu de coragem: Osun entrou na casa em
chamas!
Seguida por ogun ela entrou, e mesmo sendo franzina ela com a ajuda de Ogun carregou
Orunmilá para fora da casa, e nisso salvaram a vida do grande Senhor do Ifá.

Sango parado diante deles compreendeu o que havia feito e fugiu.


Orunmila abriu os olhos e viu Osun com os braços e cabelos queimados, e sua roupa com
marcas do fogo e Ogun ao seu lado no mesmo estado.
Ele se deu conta do que Osun havia feito, ela deixou sua vaidade de lado pelo sentimento
que tinha por Orunmilá e arriscou a própria vida para salvar a dele. Ogun e Osun salvaram
Orunmila e por isso por ordem de Ifá eles sempre comem juntos.

Orunmilá passou a se referir a Osun como "Uma Mulher de Verdade".


E a união dela com Ogun não é por casamento formal ou nada do tipo, eles não tem
obrigações uns com os outros, são juntos por algo muito forte, alem do amor eles tem a
verdadeira e profunda AMIZADE.

Osun e Ogun são cheios de Coragem!

Asé!
OBÁ DESISTE DE VIVER E SE TORNA ORISÁ

Gente eu encontrei esse itan na Nação Lukumi de Cuba, eu parei tudo que estava fazendo
e traduzi do espanhol para o português pois conhecemos poucas lendas de Obá então
sempre que vejo algo dela dou total atenção a esta Ayaba. É uma lenda triste...

Sango acreditou em Osun. Nem por um momento creu na ingênuidade de Obá. Repudiou
Obá e passou a ignorar sua presença. Obá sempre foi governante de Oyó na ausência de
Sango, mas seus esforços não foram reconhecidos.
Obá então manda uma mensagem pedindo a ajuda de seu pai Osala, que ele fosse até
Oyó para que ela lhe fizesse um pedido.

Na presença de Osala Oba se curva e então diz:

"Orisa'Nla eu sou Y'Obba Ananí, chamada tambem de Obá, sou sua filha e da rainha
Yemowô. Eu venho antes de tudo dar-lhe oferendas e Ebós em agradecimento, obrigado
por tudo, eu quero lhe agradecer a felicidade que você deu me nesta vida meu pai."

Depois de recitar estas palavras a seu pai Osalá Oba começou a chorar. O encontro do Pai
com sua filha era um momente extremamente triste no reino de Oyó. Ele sabia que o
sofrimento que sua filha estava passando pelo fracasso de seu casamento. Osalá sabia da
maldade de Osun e do efeito da sua maledicência e inveja, mas nada colocaria em dúvida
o bom caráter de Obá, sua filha era alguem que nunca perdeu a bondade, e somente ela
teve a capacidade de ensinar e orientar os habitantes do reino como ela tinha feito. O
incidente da mutilação de suas orelhas não foi o suficiente para que sua bondade fosse
destruída, mas o coração de obá estava escuro de tanta tristeza e desolação. Oba nunca
poderia ter confiado em Osun, mas depois de sua experiência amistosa com Oya ela
achou que Osun tambem tinha um bom coração. Que erro...
Oba agora havia assumido um aspecto sombrio e misterioso desde
Sangô a deixou sozinha. Oba começou a se queixar para Osala
entre ela soluços e lágrimas:

"Baba mi (Meu Pai) e se eu não quiser continuar neste lugar? Todo mundo vai vir a
conhecer a minha vergonha e
minhas tristezas. Eu lhe chamei aqui para pedir-lhe para me enviar para um lugar onde
ninguém vai me ver ou
falar comigo. É aqui dentro de mim que a tristeza é nascida na terra."

Tendo terminadoas suas palavras, Osala encarado sua filha e sentiu seu coração doer, ele
teve pena ao olhar para ela e ver que não havia nada alem de tristeza dentro de seu ser,
não havia mais nada daquela Obá guerreira que foi o orgulho de sua família por muitos
anos.

Ele então lhe diz:

Y'Obba Ananí... Obá Y'omokenkere (Obá minha filhinha) eu vejo que você não pode mais
viver aqui no reino de Oyó, e viver amargurada e desconfiando dos humanos por causa do
mal que se esconde dentro eles. Não consigo pensar em um lugar adequado onde você
pode encontrar a sua tranquilidade. Eu só consigo pensar em um lugar, onde tão poucos
costumam visitar e falar com aqueles que se passaram ali que é o verdadeiro local onde
está o significado do abandono. Lá é onde seres humanos se esqueçem de visitar e ao
longo do tempo abandonam todos que estão lá. Este lugar é o Ile Iku (Cemitério).
Junto dos túmulos abandonados daqueles que ja passaram para o Ará-Orun (Céu
espiritual), lá tu terás paz e silêncio.
Sem dizer uma palavra Oba abraçou seu pai por Pela última vez, e marchou rumo ao
cemitério onde deixaria seu corpo carnal e se tornaria uma Deidade, um Orisá, como
tantos outros de sua família. Obá sentiu a real dor causada pela inveja e maldade de
Osun.
Mas antes de morrer ela se vingou de Osun. Obá agora esta no Orum, e sua humilhação ja
foi esquecida.

Obá Sire!
O PORQUE DE OYÁ PINTAR A FACE

A pintura de Efun no Rosto de Oyá e uma tradição que vem sumindo dos ilês, o motivo é
que a maioria dos zeladores não conhece esse ato ou mesmo que ja tenha visto não
sabem para que serve.
Se conta que Oya Igbalé (isso se aplica a todas do culto Igbale) lutava lado a lado com
Àjímúdà, o Ancestral guerreiro incluído no culto a Egun na Floresta da Morte. Quando
lutava ao lado de Àjímúdà, Oya Igbalé usava uma máscara de madeira pintada de branco.
No candomblé Ketu e Efon não utilizamos Máscaras na indumentária dos nossos Deuses
(isso é um Ewó), então pintamos a face de Oya com Efun para lembrar as batalhas ao lado
de Àjímúdà e o exército de Egun que eram submissos a Oya Igbalé.

Chamamos este ato de "Aquecer a casa" pois quando pintamos Oya ela exige que lhe
entreguem seu Agerê (panela de barro com brasas e labaredas de fogo), o qual ela roda
por todo o Ilê expulsando os males e atraindo os Orisas quentes.

O nome Ajimudá se tornou um cargo do culto a Oyá Igbalé, este é o Oyê das Egbom desta
Ayaba, e este cargo é tão importante que é saudado no ipadê de Esú.
Àjímúdà significa: Aquela (ji) que acorda (mú) e pega a espada (idá).

A máscara de Efun é uma tradição muito antiga e muito bela.

Hepa Hey!

Nanã Ibain
A Nanã que come com Xango!
"Obá Karelo Imolé Ibain..."

Na verdade Ibain não é Nanã, ela é um Orisa que foi agregado ao culto de Nanã Burukun,
mas seu nome é IBAYN SOLÁ, é uma Ayaba guerreira.
Ibain não tem nem nunca teve atrito com Ogun, então o uso de facas em seu culto é livre,
inclusive seu assentamento não precisa ser necessariamente de barro. Ela esta ali junto
de Nanã, mas ela é alguem com costumes próprios. Ibain usa uma lança de pedra e so se
veste de vermelho, não usa ibiri e não se veste de Roxo ou lilás, nunca teve relações com
Osala, e nem sequer pode ser considerada membro da familia Ji.

Existem duas lendas magnificas deste Orisa:

Itan:
*Ibain Sola dá a Luz a Aganjú

Se conta que Sango havia se suicídado, se inforcado no pé de Obí. Para Olorum um


suicída é alguem sem dignidade, alguem que é jogado no reino dos eguns e tende a ser
esquecido. Mas Sango se arrependeu e queria voltar a vida. Ele então conseguiu
reencarnar. Ibain estava gravida de um menino, mas não sabia que aquele menino era
Sango que iria reviver através da criança. Ibain ja era um divindade, mas seu culto não era
ligado ao fogo, era ligados a terra. A gestação de Ibain foi horrível, a criança era quente e
lhe queimava a barriga. No dia do parto Ibain estava a ponto de enlouquecer de tanta dor,
a criança era uma brasa! Ibain saiu andando pela sua aldeia e entao caiu dentro de uma
fogueira, dando a luz ali a Aganjú Solá filhi de Ya Ibain Solá. Ibain foi a mulher que pariu na
fogueira.

Muita gente tem preconceito ao ver Yawos iniciados a Nanã e Sango, mas e explicação é
esta, Ibain esta na frente.
Asé

Itan:
* Ibain é uma mulher vermelha!

Se conta que Olorum e Orunmilá estavam a criar os Odús, então olorum mandou seu
servo raspar osun(pó vermelho) e colocar este pó no meio do mangue, do brejo. Do
contato da umidade da água com o pó de Osun nasceu uma menina, Ibain. Do grande Asé
gerado ali nasceu um dos 16 odús principais, Irosun Meji, e foi afirmado que tudo que for
de Ibain e de Irosun deve ter a cor vermelha. Ibain so se veste de vermelho por ser a dona
do Osun.
O "Hum" (ato de Dançar) de Ibain é enérgico, ela é rapida e forte, agita os braços
vigorosamente e bate os pés nos chão com força, é um Orisa muito agitado.
São raras as casas de culto a orisa no Brasil que cultuam Ibain da maneira correta, a
maioria a veste com cores nao características e a fazem dançar e comer como Burukun,
Insule e Omilaré, mas isso é um erro.

Obiwa!

A filha de Obatalá, Y'Obba Ananní era conhecida tambem como Obá a esposa de Ogun, o
Bárbaro. Obá era casada com Ogun desde que ele a venceu em batalha e praticamente a
obrigou a ser dele.
Mas Oba não gostava de Ogun, e essa falta de amor a fez ir embora, ela fugiu para Ifé.
Um dia Obá conheceu Odé, ele que seria um dia o grande Oxóssi Rei de Ifé, nessa época
ainda era um pobre caçador.
Ode estava parado descansando sob a sombra da copa de uma árvore, e então ouviu um
barulho, um tropelo! Ele se levantou para ver que estardalhaço era aquele e viu uma mulher
correndo atrás de um cervo. Ele sorriu ao ver aquela cena, como uma mulher poderia correr
atrás de um cervo e acreditar que poderia alcança-lo? Mas Oba corria o maximo que podia, e
Ode então resolveu ajudar, ja que Obá caçava com muita dificuldade o seu sustento, pois não
possuia boa técnica de caça. Ode a ensinou a caçar com lança e Ofá, e Obá ensinou Odé a
arte de lutar a curta distância a Ode, o ensinando a habilidade da espada e do escudo.
Odé e Obá não tinham desejos carnais um pelo outro, mas entre eles aconteceu um dos mais
belos sentimentos, a verdadeira amizade.
A amizade real é sim uma forma de amor.
Eles se respeitavam e tinham um forte sentimento de irmandade, lealdade e cumplicidade, e
por isso resolveram viver juntos. Eram como irmãos, sempre juntos, sempre mergulhados em
risadas e sorrisos.

Porem por onde Obá passava o povo dizia: Lá vai a esposa do caçador!
Mas Oba não se importava com o falatório do aldeões, e Odé menos ainda, eles gostavam de
viver juntos.
Por muito tempo eles foram uma dupla, mas um dia Obá conheceu Sango, e então ela sentiu
que seu coração havia escolhido aquele homem para amar, e ela teve de deixar Odé e ir atrás
de seu amor.

Sempre que Odé e Obá se reencontram eles se abraçam e festejam as boas lembranças que
guardam um do outro, uma agrande Amizade sobrevive até aos milênios.
Asé

Na maioria das lendas Obá e vista como uma mulher amargurada, possessiva e mesquinha,
mas ela não é assim. A questão foi que o casamento com Sango fez muito mal a ela, e por
viver situações tensas demais ela se fechou. Mas antes disso ela sempre foi muito alegre,
rodeada de amigos, era uma mulher festeira que gostava de se divertir.
Obá é bem vinda pois trás alegria para a casa.
"Oba oyin o"
(Obá é doce como o mel)
Oke Odé!
Obá Sire!

YEYE OKÊ
SENHORA DAS CORUJAS

Esta é uma das mais raras qualidades de Osun, se trata de uma divindade Okiti-Efan ( Okiti-
Efan também pronúncia Ekiti-Efon, e significa "Magníficos montes de Efon, é localizado no
estado de Osun na Nígeria.)

Se conta que Oloroke se casou com Yemoja e então nasceu Osun, mas existência terrena de
Osun se divide em partes, caminhos, Quando Osun decidiu ficar na motanha de Olorokê ela foi
nomeada Yeye Okê, mãe da montanha.

Yeye Oke é uma Odé, usa Ofá e sua caça é somente notura.

Dizem que foi Oxóssi que a ensinou a caçar, mas isso não é verdade. Quando Yeye Oke
conheceu Oxóssi, Karê e Erinle ela ja era caçadora.

Então quem ensinou Yeye Okê a caçar?


ELA APRENDEU COM AS CORUJAS!

Yeyê Okê é ligada as Iyami Eleyé, as feiticeiras que tem pássaros encantados, e entre esses
pássaros estão as misteriosas ÓWIWI (corujas) que são aves de rapina muito hábeis além de
terem muito Asé.

Yeyê Okê se tornou uma caçadora noturna como as corujas e vive rodeada delas e compartilha
do mesmo caráter, reservado e feroz.

Yeye Oké usa Irukê, Abebê e Ofá.


Se veste de branco e tons claros de amarelo e azul seu metal é dourado.
É uma Osun da família Real de Efan e a tem como companheira Osun Karê.

E wo Yeye Okê o...


E wo Yeye Okê o...
Aya Alá Lolá
F'ou Paô
Aya Alá Omo Oké apo
Afofó Lola Opo Nisé
Orí Omo Oke Apo Wo
E wo Yeye Okê o...
E wo Yeye Okê o...
Ewe Salude Opa mi Aló
Salude Opa mi Aló...
Asá welé Yeye okê...
Ewe Salude Opa mi Aló...
Salude Opa mi Aló...
Asá welé Yeye okê...
Yeye ô... Yeye ô...
Yeyê Yeyê Yeyê Okê o...
Orun Alá Omó Ifá
Awa Sire Eku Abó...
Orun Alá Omó Ifá
Awa Sire Eku Abó...
Yeyê Yeyê Yeyê Okê o...
Yeyê Yeyê Yeyê Okê o...

NASCE ODÉ DANA DANA

Na África a semana possuía apenas quatro dias, o último dia era o "Ojo-Obatala" dia de
Obatalá e por isso era dia de render graças ao grande Funfun, dedicavam o dia a ele.
Porem Ode queria caçar e não se importou com a tradição.
Ode era marido da Ayaba Osun, e ela temerosa por Ode ignorar as tradições dos Orisa foi
embora com medo que algum castigo também caísse sobre ela.
Ode foi para a mata de Ifé caçar, e então quando estava se aprofundando na floresta ele ouviu
uma voz suave cantarolar:
"Eu não sou um Passarinho para ser morta por ti..."

Ode foi atrás do som da cantoria e logo avistou a serpente Furta-Cor chamada Osumare. Ode
fincou a lança na cabeça de serpente e a levou para casa, ela seria seu jantar.
Ode exclamou:
"Vou comer essa serpente!"

E então ecoou na uma voz que disse:


"Mas eu não sou um passarinho..."

Ode ignorou os sinais e foi para casa, la ele despedaçou, cozinhou e comeu a cobra.

Durante a madrugada Ode sentiu dores na barriga, a serpente reviveu, se regenerou dentro de
Odé, e então a ela rasga as entranhas de Ode e o ultimo som que o caçador ouve antes de
morrer é a voz da Serpente Osumare dizer:
"Eu não sou um Passarinho para ser morta por ti..."
Ode morreu.
No dia seguinte Osun foi a casa de Odé ver como ele estava, e então se depara com o cadáver
jogado sobre a esteira com um buraco no abdômen.
Ela se desespera e vai até Orunmilá pedir ajuda.
Orunmilá diz:
"Ode pagou o preço por ignorar as tradições, mas ha um jeito de recuperar a sua vida."

Ifá orientou Osun a fazer Ebós para pedir o perdão de Olorum e então Ode reviveu, mas como
castigo ele deve zelar pela paz na floresta, pelo bem dos caçadores, pelo respeito as tradições
e para sempre sera próximo a Serpente Osumare e a protegerá de que façam mal a ela como
ele um dia fez.

Ode agora se chama DANA-DANA e é um ORISÁ.


Oke!

Este odé come com Osumare, Osun, Oya, Osayn e Obaluaie.

Pelo fato de ja ter visto a morte, ele recebeu de oya o Arole, Pó vermelho com o qual se
protege do Eguns e com isso tem a permissão de entrar na floresta das Igbalé.
É um ode solitário e não é chegado a festejos.

Oke Aro! Ode Dana Dana!

IYÁ OMINIBÚ

"Iya ominibú odòomi rò Òrișa ó ilé lé"


(Mãe das águas profundas que correm nos rios Orixá que sobre a nossa casa)

O nome Ominibú se traduz como "No Fundo das Águas ou Águas profundas", pois ela reside
no fundo do rio Osun. Esta é a Osun cruiadora de vida, que trás peixes para as águas e
fertilidade para as mulheres.

Esta Osun vem pelos Odú Osa e Ose.Ela está sempre ao lado de seu Ibá.

Ela é a líder da sociedade de Iyalodes. Ligada a Yemoja, Sango, Osala, Oyá, Ogun e Osayn.

Osun Ominibú vive no fundo do Rio, nas águas escuras e só sai à noite, ela não se movimenta
durante o dia. Seus filhos não devem ter cães em casa, e ewó (kizila). Está Osún so aceita
animais brancos em seus rituais e após assentada ela sempre estará próxima ao seu Igbá.
Itan de Osun Ominibú

Obatalá reuniu todos os "Oborós", as divindades masculinas e com estes deuses ele fez uma
sociedade de Orisas.
Osun ficou muito Ofendida e foi até eles e perguntou:
"Eu também sou Orisá, porque me excluem?"

Todos os Oborós riram e disseram:


"Desde quando precisamos de mulheres? Não está a nossa altura."

Osun então entendeu que não precisavam dela, e retirou o seu Asé do mundo. Não havia mais
fertilidade, as mulheres não engravidavam, a água nao matava mais a sede e a natureza
secou.

Os Oborós foram reclamar a Olodumaré, queriam que ele obrigasse Osun a dar seu Asé
novamente, mas Olodumare disse:
"Vocês disseram a Osun que ela não é importante e agora sofrem sem ela. Devem desfazer
esse erro."

Todos os homens foram as margens de Rio Osun e levaram oferendas a Ayaba que logo surgiu
das aguas e perguntou:
"Por que estão chamando meu nome se eu claramente não estou a altura de vocês?"

Osun fez com que os homens implorassem seu retornou, e então ela aceitou voltar, mas com a
condição que ela e as Ayabas também tivessem voz ativa entre os Deuses. E assim foi, a terra
voltou a prosperar e Osun foi chamada Iyalodê, a mulher honrada.

Osun Ominibú é a Osun lider, a grande senhora que quando fala todos se abaixam.

Ore Yeye!!!

YEMOJA ADOTA OBALUAIÊ

Iya Sare Loni... Eru Iya, Eru Iya o...

Nanã era esposa de Osala, e apos muito tempo juntos ela engravidou do seu primeiro filho.
Quando o Bebê nasceu ela estava doente, havia chagas em sua pele e isto lhe dava uma
aparência horrível. Ela então decidiu que seria melhor não levar a diante esse Bebê, e o
abandonou em uma praia.
Yemoja ao ouvir o choro de uma criança foi até a praia ver quem era, e então ela viu o bebê
sendo atacado por caranguejos.
Yemoja pegou o bebê e o adotou, o criou como seu filho. Curou suas chagas e lhe deu parte de
seu reino, as perolas são dele que dela recebeu o título de Jeholú (senhor das perolas).
O menino doente se transformou em um rei, Obaluaie o dono da terra.
Nanã se arrependeu do que fez. Mas Obaluaiê recebeu tanto amor de Yemoja que nao criou
mágoas.

Yemoja e a grande mãe.


Ela ama e ama e não pede nada em Troca.

Eruya!

YEMANJÁ GANHA UM OFÁ DE OXÓSSI

Oduduwá, o rei de Ilê Ifé e pai de Ogun gostava muito de comer cordornas, Oxossí era amigo
de Ogun e então prometeu trazer muitas codornas para agradar Oduduwa.

Na mata por três vezes ele capturou codornas e as colocou em gaiolas, mas as três vezes
alguém abriu as gaiolas e deixou as codornas escaparem e Oxóssi ficava cada vez mais
irritado.
Na quarta vez Oxóssi vigiou as gaiolas e ai sim pode levar as aves para Ifé.
Oduduwa ficou estarrecido de tanta felicidade! E então ele bateu seu cajado no chão e disse:
EM NOME DE OLORUM EU LHE CONCEDO UM DESEJO. PEÇA O QUE QUISER!

Oxóssi pensou no aborrecimento que havia passado nos últimos dias, então ele apontou seu
arco e flecha Para o céu e disse: DESEJO QUE ESTA FLECHA ATRAVESSE O CORAÇÃO DE
QUEM ROUBOU AS PRIMEIRAS CODORNAS!

Nesse momento a Rainha Yemú, esposa de Oduduwá recebeu uma flechada no peito e caiu
morta!
Yemú tinha pena das pequeninas codornas e por isso ela havia libertado as pombinhas que
Oxóssi havia prendido.
Oduduwa viu sua amada esposa ali morta, e tomado pelo Ódio ele sentenciou Oxóssi a morte.

Oxossi correu o máximo que pode, foram dias fugindo até que ele chegou próximo ao um
grande rio, e na beira dele ele viu Yemoja, sua amiga. Ele contou o que havia ocorrido, e então
Yemoja resolveu esconder Oxóssi no fundo do rio por alguns dias até que Oduduwá de
acalmasse. Yemoja era irmã de Yemú e mesmo que ela estivesse triste ela sabia que Oxóssi
não teve intenção de ferir a Rainha, ele não sabia de nada.

Yemoja deu a Oxóssi o dom de respirar de baixo d'água, e ele ficou sob sua proteção por muito
tempo, mas chegou o dia de ir enfrentar Oduduwá, e Yemonja foi com Oxóssi para Ilê Ifé ter
uma audiência com o rei. Eles foram recebidos por Oduduwá, Ogun e todos os membros da
família real.
Yemoja pediu a Oxóssi que ele deixasse ela falar por ele, e assim foi, diante de todos ela se
levantou e com um tom de voz firme ela se pôs a falar:

"Saudo Oduduwá rei de Ifé e Ogun rei de Irê. Eu sou Yemoja, filha de Olokun, irmã de Yemowô
e da falecida Yemú. Senti toda a tristesa ao saber do falecimento de minha irmã, mas vi que
sua morte foi um acidente, Odé Oxossi não entrou nesta casa para trazer tristezas. Perdoe
Oxóssi eu lhe rogo Oduduwá! Yemú minha irma tambem reconheceria a inocência de Odé
Oxossí!"

Oduduwa disse:
"Yemoja Rainha de Egbado, a honrada Yemú foi a mulher que escolhi para ser minha rainha e
Oxóssi a tirou de mim. Me mostre que Yemú o perdoa e eu o perdoarei."

Yemoja pediu que lhes mostrassem o tumulto de Yemú, e então a guiaram até o jardim do
palácio. Yemoja se abaixou na terra e rezou a reza que os filhas de Olokun sabem rezar. O
túmulo de Yemú cedeu e se transformou em um buraco muito fundo. Yemoja pediu que lhe
dessem uma corda e uma Cabaça, e então ela disse "Yemú mostre se Oxóssi é inocente ou
não". Em seguida atirou a cabaça no fundo do buraco e ao levantar a cabaça ela estava cheia
de água! Yemú havia se transformado em um poço. E a agua que ela deu a Oxossi foi o que
mostrou que ele era inocente.

Oduduwá então disse a Oxossí: PELA INJUSTIÇA QUE EU IRIA COMETER AO LHE
SENTENCIAR A MORTE, EU LHE CONCEDO MAIS UM DESEJO. PEÇA QUALQUER
COISA...

Oxóssi então disse: Por toda a gratidão que tenho por Yemoja ter salvo a minha vida eu desejo
dividir minha sabedoria com ela, lhe dou meu Ofá (arco e Flechas) e lhe ensinarei a caçar, e a
partir de hoje eu troco meus colares Azuis escuros pelos colares claros da cor das roupas de
Yemoja.

Então Oduduwá disse "Asé", e até hoje Yemoja Asesun carrega o Ofá de Odé e dizem que ela
não o usa na caça e sim na GUERRA!

"ÒDÉ OSÍ IMOLÈ ASÈSÚN IMOLÈ


ARA WÀ ORÚN Ní OKÚN DÈ
ÒDÉ OSÍ IMOLÈ ASÈSÚN IMOLÈ"
(O Caçador é um Deus, Asesun é uma Deusa, todos vêem a união do Céu e do Mar, O
Caçador é um Deus, Asesun é uma Deusa.)

Asé.
HISTORIA REAL DE ONIRA

Vamos então a real história de Onira:


"PATAKÍ FUN AYABÁ ONÍRA (Culto a Orisa Lukumi)

Existia uma Amazona Guerreira na familia real de Irá, uma pequena cidade perto de Offa, no
estado de Kwara, na Nigéria que queria ser Rainha. Mas o trono de Irá era patriarcal, so
homens governavam. Está mulher então passou a matar um a um os homens na linha de
sucessão ao trono, e por fim assassinou o Rei e se sentou no trono se auto elegendo a nova
"ONÍRA", Rainha das terras de Irá.

Oníra declarou guerra as aldeias vizinhas e passou a matar homens, mulheres e crianças
indiscriminadamente. Matava do nascer ao por do sol e sempre com muita crueldade.

O povo de Irá passou a presenciar aquele massacre diário e foram até Ifé pedir ajuda a Ooní, o
rei de Ifé.
Ooní mandou uma diligência até Irá prender Oníra e levala ate ele para ser julgada.

Após muita luta os soldados prenderam Onira, que ensandecida se debatia ao ser carregada
para Ifé.
Ao olhar para Oníra o Ooní ficou assombrado, ela estava coberta de Sangue! Até seu cabelo
era vermelho pelo sangue que havia espirrado nele.
Imediatamente foi condenada a morte. No ato de sua execução ela desapareceu, foi raptada
por Ajagumalê, o juiz do Orum e no Céu ela foi recebida para ser julgada.

Ajagumalê disse a Onira que ela era da familia dos Imolé, ou seja: Ela era Orisa! E por isso não
poderia ser julgada por homens mas somente por Deus. Ela foi castigada a nunca mais Tocar
em Armas, seu Ewó sao as lanças e espadas. Ajagumalê jogou Efun sobre ela e o sangue
misturado com branco se tornou cor de Rosa, e nisto ela foi castigada a nunca mais usar
vermelho em suas vestes, apenas de rosa.
Ela foi condenada a cuidar do espírito das pessoas que ela havia matado e de todos os eguns
que morriam em situação trágica no mundo.

Ajagumalê a deixou sob os cuidados de Osun na beira do Rio onde Onira aflorou seus poderes,
ela descobriu sua força em metamorfose para Borboleta e Codorniz, e tambem o dom de
esquentar as águas do rio. Se tornou então uma Omimolé, Deusa da Água e a companhia de
Osun lhe deu sanidade e paz. Osun a reeducou, hoje ela é uma Iyalodê,.uma dama da
sociedade.
Onira so come com Orisas mais calmos, tais como Erinlé, Ologunedé, Osun, Osala e Oxóssi e
os caminhos de Oya onde ela é calma. Nunca se pode por Onira com Xango, Obaluaie ou
Ogun, eles a fazem esquecer das ordens de Ajagumalê e ela é influenciada pela energia de
Guerra que emana deles e volta a ser violenta.

SE OYÁ É QUENTE, ONIRA É UM VULCÃO. POR ISSO É COMUM RODEAR SEU IBÁ COM
CANJICA E LAVAR TUDO SEU COM AGUA GELADA E AGUA DE COCO.

Onira é que come no juntó de Ologunedé Nibain, pois esse Logun é ligado a Oyá Ologuneré e
esta Oyá nao pega Dijuntó, então onira a convida para comerem juntas em seu ibá.

O dia de Onira é Sábado.


Suas cores são Branco, Amarelo e Rosa.
Suas kizilas são: Idá (espada), tudo que é vermelho, e na parte de comidas ela se alimenta
como Osun, e ela não come akarajé (afinal Akarajé é vermelho).

Onira não roda Agere (tacho de fogo).


Por um agere nas mãos de Onira é o mesmo que mandar Yemoja ou Osun rodar o tacho
flamejante pela sala, e isso é inconcebível.

Sua paramenta é uma Coroa com franjas (Ade com filá) pois ela foi uma Rainha e ela usa
Abebe e um Eruxin e cinco idés Dourados em cada pulso.Seu ibá é de louça.
YEMOJA É ELEITA" ONÍ OKUNÍ ASAGBÁ"

Muitas Yawos nascem para esta Ayaba, Yemoja Asagba, chamada tambem de Assaba ou
Sobá.

Vamos entender a importância desta Ayaba:

Uma luz brilhante veio à Terra, e essa luz desceu na casa de Yemoja. Diante de Yemoja aquela
grande luz começou a falar em uma voz potente e poderosa mas a voz não podia ser ouvida
com os ouvidos, ela era sentida pela alma. A voz de Deus emanava dentro de Yemoja e ela
podia ouvir palavras dentro de sua cabeça...
Era Olorum, o Deus pai. Ele disse-lhe:

"Yemoja, tenho observado você.ninguém mais na Terra tem as suas qualificações para dirigir e
criar, e eu vim para dizer-lhe que a partir de agora você será "Oní Okuni Asagbá" (aquela que
foi eleita Regente absoluta)de todos os cultos. Suas palavras serão respeitadas tanto quanto as
de Obatalá."

E Olorum se foi em um relâmpago.

Esta curta visita provocou em


Yemoja o sentimento de gratidão.
E ela decidiu oferecer a Olorum um
grande evento onde um Abô (banquete) seria oferecido em nome de Olorum.
Todo o reino se agitaram pelo grande evento que estava por vir.
Sete dias após Olorum ter feito a sua aparição para Yemoja foi o dia do
Banquete e todos o Orisa se reuniram
para se alegrar com ela.
Mas a maioria dos Orisa não acreditavam que Yemoja havia visto Olorum, para eles ela era so
uma anciã ja enlouquecida pela idade. Todos vieram, exceto um, O rei de Irê. Ogun Onirê se
recusou a vir para a festa, pos Yemoja não o havia convidado para realizar os sacrifícios antes
do banquete, e Ogun é o incumbido de Olorum para sacrificar os animais e se sentiu
desonrado e desmerecido.

Yemoja ficou tão furiosa que até pensou em ir para a Irê e trazer ogun arrastado pelos seus
cabelos, ela iria ensinar-lhe uma lição, ja que ele devia obediência a ela.
Esú sempre gostou de Yemoja e tentavam acalma-la abanando-a
com o Abebê. Através de Esú ela mandou um recado para Ogun dizendo: "Ogun filho de
Oduduwa e Yemú, a Olorisá Yemoja Asagbá esta convocando sua presença imediatamente."
Mas a resposta foi um simples e direto: "NÃO IREI".

No momento em que Yemoja mais


uma vez estava com raiva a filha que ela teve com o Orisa Oloke veio acalma-la, era a feiticeira
Osun, veio e pegou a mão de Yemoja e disse:"Mãe, eu irei trazê-lo para que coma junto
conosco."

Os Orisas entreolharam-se incapaz de acreditar no que ouviam, a Ayabá Osun iria entrar na
floresta de Irê para forçar Ogun a vir a presença de Yemoja Asagbá? Todos duvidavam dela,
não acreditavam que Osun pudesse vencer a petulância de Onirê.

Osun desceu do palácio e foi em direção a Ibú Nibé, a grande Floresta, levava uma talha cheia
de onyi (mel) em suas mãos. Osun encontrou Ogun dormindo dentro do tronco oco de uma
grande árvore, ela sabia que era ele por causa do cheiro de Oti (cachaça) vindo de dentro do
tronco.
Ela mergulhou os dedos no mel e
passou-nos lábios de Ogun o enfeitiçando para mudar a sua personalidade e o tornar mais
doce e maleável, e enquanto ela passava o mel ela cantava:
"Eu sou a doçura sobre a terra, aqueles que me provaram nunca hão de me esquecer..."

Foi assim que Osun foi capaz de convencer Ogun para segui-la de volta para o reino, onde os
outros pensavam Osun falharia, mas para o choque de todos Osun entrou no salão de mãos
dadas com Ogun, e eles dançaram diante de Yemoja para honra-la. Osun demonstrou quão
grande ela era em seus feitiços.
Os Orisas indagaram a Osun como pudera dobrar o temperamento de Ogun meio gentileza e
ela lhes respondia que "A Água sempre acha uma passagem, nada a segura ou é mais forte
que ela".
Ayaba Osun trouxe grande felicidade para todos os Orisas e a festa começou. Havia muita
comida e bebida, mas os Orisas começaram a abusar do Oti e a festa estava a ponto de virar
uma baderna pois haviam se esquecido da razão para que tinham se reunido, isso que
enfureceu Yemoja! Ela ficou tão furiosa com seus irmãos Orisa que teve vontade de parar a
festa, pois sabia que Olorum nao aceitaria aquela baderna como ato de ação de graças a ele,
porem o banquete havia sido realizado em sua honra, era para agradar Olorum.
No momento em que a festa estava no auge a terra começou a tremer os
ventos sopravam com força, e uma luz brilhou no meio de todos os convidados, uma luz tão
forte que cegava os que lhe encaravam, Apenas Yemoja e Osun entenderam o que estava
acontecendo, e então se prostraram diante da luz em posiçao "foribalé".
Os outros orisa estávam muito espantados e não sabiam o que dizer ou fazer. Foi então que
ouviram uma bela voz saindo da luz, e voz disse:

"Yemoja você deu uma festa em minha honra, e isso me deixou muito satisfeito. Eu tive de vir
participar, pois sei que sua casa é tambem minha casa. Sei o quanto sofreu em sua vida
Yemoja, e ver que após todo ainda tens amor por mim me da muita felicidade."

Todos os Orisa ficaram perplexos, fazia muito tempo que Olorum não descia ao Aye e naquele
dia ele tinha vindo para honrar Yemoja, e disse ainda que Yemoja lhe trouxe felicidade.Todos os
Orisa colocaram as suas cabeças no chão em honra a Yemoja Asagbá.

Por ordem de Olorum Yemoja agora tem autoridade sobre todos os Orisa, e ela que com auxilio
de Esu e Obatala faz o Elegun nascer e ser Yawo de seu Orisa.
Sem Yemoja não ha Yawo.

Que todos se curvam a Yemoja pois o cargo dela não foi dado por homens e sim por Deus., e
Deus nunca deixará de reconhecer os puros coração.

ODOYA! ERUYA! ORI Ô! OMI Ô!


OBÁ DESISTE DE VIVER E SE TORNA ORISÁ

Gente eu encontrei esse itan na Nação Lukumi de Cuba, eu parei tudo que estava fazendo e
traduzi do espanhol para o português pois conhecemos poucas lendas de Obá então sempre
que vejo algo dela dou total atenção a esta Ayaba. É uma lenda triste...

Sango acreditou em Osun. Nem por um momento creu na ingênuidade de Obá. Repudiou Obá
e passou a ignorar sua presença. Obá sempre foi governante de Oyó na ausência de Sango,
mas seus esforços não foram reconhecidos.
Obá então manda uma mensagem pedindo a ajuda de seu pai Osala, que ele fosse até Oyó
para que ela lhe fizesse um pedido.

Na presença de Osala Oba se curva e então diz:

"Orisa'Nla eu sou Y'Obba Ananí, chamada tambem de Obá, sou sua filha e da rainha Yemowô.
Eu venho antes de tudo dar-lhe oferendas e Ebós em agradecimento, obrigado por tudo, eu
quero lhe agradecer a felicidade que você deu me nesta vida meu pai."

Depois de recitar estas palavras a seu pai Osalá Oba começou a chorar. O encontro do Pai
com sua filha era um momente extremamente triste no reino de Oyó. Ele sabia que o
sofrimento que sua filha estava passando pelo fracasso de seu casamento. Osalá sabia da
maldade de Osun e do efeito da sua maledicência e inveja, mas nada colocaria em dúvida o
bom caráter de Obá, sua filha era alguem que nunca perdeu a bondade, e somente ela teve a
capacidade de ensinar e orientar os habitantes do reino como ela tinha feito. O incidente da
mutilação de suas orelhas não foi o suficiente para que sua bondade fosse destruída, mas o
coração de obá estava escuro de tanta tristeza e desolação. Oba nunca poderia ter confiado
em Osun, mas depois de sua experiência amistosa com Oya ela achou que Osun tambem tinha
um bom coração. Que erro...
Oba agora havia assumido um aspecto sombrio e misterioso desde
Sangô a deixou sozinha. Oba começou a se queixar para Osala
entre ela soluços e lágrimas:

"Baba mi (Meu Pai) e se eu não quiser continuar neste lugar? Todo mundo vai vir a conhecer a
minha vergonha e
minhas tristezas. Eu lhe chamei aqui para pedir-lhe para me enviar para um lugar onde
ninguém vai me ver ou
falar comigo. É aqui dentro de mim que a tristeza é nascida na terra."

Tendo terminadoas suas palavras, Osala encarado sua filha e sentiu seu coração doer, ele teve
pena ao olhar para ela e ver que não havia nada alem de tristeza dentro de seu ser, não havia
mais nada daquela Obá guerreira que foi o orgulho de sua família por muitos anos.
Ele então lhe diz:

Y'Obba Ananí... Obá Y'omokenkere (Obá minha filhinha) eu vejo que você não pode mais viver
aqui no reino de Oyó, e viver amargurada e desconfiando dos humanos por causa do mal que
se esconde dentro eles. Não consigo pensar em um lugar adequado onde você pode
encontrar a sua tranquilidade. Eu
só consigo pensar em um lugar,
onde tão poucos costumam visitar
e falar com aqueles que se
passaram ali que é o verdadeiro local onde está o significado do abandono. Lá é onde seres
humanos se esqueçem de visitar e ao longo do
tempo abandonam todos que estão lá. Este lugar é o Ile Iku (Cemitério).
Junto dos túmulos abandonados daqueles que ja passaram para o Ará-Orun (Céu espiritual), lá
tu terás paz e silêncio.
Sem dizer uma palavra Oba abraçou seu pai por Pela última vez, e marchou rumo ao cemitério
onde deixaria seu corpo carnal e se tornaria uma Deidade, um Orisá, como tantos outros de
sua família. Obá sentiu a real dor causada pela inveja e maldade de Osun.
Mas antes de morrer ela se vingou de Osun. Obá agora esta no Orum, e sua humilhação ja foi
esquecida.
O PORQUE DE OYÁ PINTAR A FACE

A pintura de Efun no Rosto de Oyá e uma tradição que vem sumindo dos ilês, o motivo é que a
maioria dos zeladores não conhece esse ato ou mesmo que ja tenha visto não sabem para que
serve.

Se conta que Oya Igbalé (isso se aplica a todas do culto Igbale) lutava lado a lado com
Àjímúdà, o Ancestral guerreiro incluído no culto a Egun na Floresta da Morte. Quando lutava ao
lado de Àjímúdà, Oya Igbalé usava uma máscara de madeira pintada de branco. No candomblé
Ketu e Efon não utilizamos Máscaras na indumentária dos nossos Deuses (isso é um Ewó),
então pintamos a face de Oya com Efun para lembrar as batalhas ao lado de Àjímúdà e o
exército de Egun que eram submissos a Oya Igbalé.

Chamamos este ato de "Aquecer a casa" pois quando pintamos Oya ela exige que lhe
entreguem seu Agerê (panela de barro com brasas e labaredas de fogo), o qual ela roda por
todo o Ilê expulsando os males e atraindo os Orisas quentes.

O nome Ajimudá se tornou um cargo do culto a Oyá Igbalé, este é o Oyê das Egbom desta
Ayaba, e este cargo é tão importante que é saudado no ipadê de Esú.
Àjímúdà significa: Aquela (ji) que acorda (mú) e pega a espada (idá).

A máscara de Efun é uma tradição muito antiga e muito bela.


Oya Egunitá

Eu ja postei uma vez sobre Egunita dando detalhes de culto (procurem nos albuns), hoje porem
eu postarei um Itan de Oya Egunita.

Egunita é uma das nove Oya de culto Igbalé, e sem dúvida a mais famosa, por ser habitante da
floresta sua kizila (Ewo) é a fumaça.

Egunita e Deusa do espirito dos mortos e por isso não possuia filhos, mas desejava ser mãe,
então dentro da floresta da morte ela conseguiu parir nove vezes.

Oya estava nos dias de ganhar o primeiro filho, e então ela fez a gigante tempestade de
Eboykó, e nesse dia foi atacada pelas Iyami, as bruxas rasgaram-lhe a barriga e raptaram o
bebe, o cobriram com panos velhos e sujos e o alimentaram com Okete, o rato do cemitério, e
nisto o bebê foi chamado Emalegan, o primeiro Egun, símbolo do poder sobre o Vento.
No segundo dia da tempestade Oya pariu novamente, esse dia a tempestade foi muita bruta, e
nisso Oya mostrou toda sua força. No meio da tempestade pariu o segundo Egun, Yorugãn.
Este Egun foi criado nas folhas de bananeira e ele quem cuida do Sopeira do ibá de Oya e é o
símbolo de sua vaidade. Yorugãn é o filho que Oya mais ama.
No terceiro dia da tempestade Oya iluminou o céu, e então pariu Akugan, este que é o Egun
que bate os pés no chão fazendo ruidos e barulhos. Foi criado comendo brotos de bambu, é
rebelde e simboliza a rebeldia de Oya.
No quarto dia da Tempestade Oya estava apreensiva, e então apariu Orugã, que é o Egun
sério, frio e calculista, caiu no milharal e foi criado lá. De Oya ele ganhou uma Atori chamada
Pason, se veste de Mariwo e mora em buracos cavados no chão, é o lado serio de Oya.
No quinto dia da Tempestade de Eboykó nasceu Rungan, o Egun valente que salvou Ayaba
Olosá da perseguição de Ykú. Rungan se alimenta de Bambu velho e é coragem de Oyá.
No sexto dia da Tempestade nasceu Gyogan que auxilou Oxossi na caçada do pássaro Ororú
para o rei de Ifé. Gyogan se veste com o couro do Búfalo de Oya.
No sétimo dia Nasceu Ungã, que é o Egun que vivem rondando as covas no cemitério e
castigando quem viola os túmulos. E o lado sombrio de Oya.
No oitavo dia Oya estava no auge do poder de destruição da tempestade, e então pariu Bungan
o Egun maligno e perverso que ataca o ser humano e induz o homem a loucura e a desgraça,
é o mais poderoso filho de Oya.
No nono e último dia da tampestade de Eboykó nasceu Segi, chamado Egungun, que tinha
poder de incorporar ou manipular os homens.
Oyá Egunitá agora tinha nove filhos Egun, e ela então recebeu o encargo de guiar os mortos
nas nove fazes do desencarne:

* Leito de Morte
* Velório
* Caminho até o cemitério
* Porta do Cemitério
* Caminho até a cova
* Descida a sepultura
* Asese
* Despacho do Carrego
* Subida ao Orum

Caso haja a necessidade de Reencarnação, Egunita guiará o Egun no processo.

Egunita na Batalha de Ajimudá usou uma máscara de madeira para lutar junto a seu Exercícito
de Eguns, hoje substituimos esta máscara pela pintura de Efun em seu rosto, geralmente em
forma de caveira.

O Iba de Egunita é de Barro e seus utensílios de Barro, palha e madeira.

E a Oya mais sombria e perigosa que existe.


Osun Abaê é dona da honestidade

Esta é uma Osun jovem.


Abaê não é ligada a Oloroke nem a
Familia real de Ekiti, ela na verdade se
Apresenta como filha de Yemoja e Orunmilá e ao contrário das demais osun ela não é
gananciosa ou materialista, sua base é a simplicidade.

Se conta que Yemoja foi esposa de Orunmilá, mas um dia ela precisou voltar para o mar e ficar
com sua mãe Olokun.
Yemoja havia dado a luz a uma menina e de herança ela dividiu seu reino e deu metade a sua
filha, as águas doces não eram mais de Yemoja e sim de Osun Abaê.
Abaê foi deixada sozinha na casa de Orunmila, mas ele não criou a menina, ela lhe fazia
lembrar de Yemoja e então ele partiu e deixou para trás a pequena garota sozinha deixando
para ela apenas a singela casa na beira do Rio.
Abae não sabia que era dona daquele rio, ela entao desde muito nova começou a trabalhar
como lavadeira, lavando roupas no rio em troca de poucas moedas. Abae então engravidou e
teve um lindo bebe, mas ela era pobre e mãe solteira e não tinha ninguem por ela.

Um dia ela so tinha uma moeda para comprar comida, e esta moeda caiu no rio. Abaê se
desesperou, seu filho precisava comer e ela sabia que não lhe venderiam nada sem que ela
pagasse. Ela então se jogou no rio e foi seguindo seu curso das águas, extremamente
desesperada pois ela precisava recuperar sua moeda o desespero foi tanto que ela nem
percebeu que respirava sob a água como se fosse um peixe. O rio desaguou no mar, e então
Abaê olhou no fundo do mar e viu um suntoso palácio e duas belas mulheres na porta, a mais
jovem das mulheres acenava para Abaê para que ela fosse até ela. Abaê então se direcionou
para onde estavam as duas e as saudou e se apresentou como "Lavadeira Abaê". As duas
mulheres cheias de Joias se apresentaram, a mais velha que se vestia de azul marinho disse
se chamar Olokun, e a mais nova que se vestia de branco disse se chamar Yemoja. Abae
então perguntou a elas se tinham visto sua moeda, e Yemoja lhe disse: procure dentro do meu
palácio.
Abae entrou no palácio e la viu todo tipo de riquezas, ouro e prata em grandes quantidades.
Abae então avistou no meio das riquezas a sua moeda. Yemoja lhe disse, pode levar tudo que
quiser, mas Abae respondeu: Muito Obrigada, mas só levarei daqui aquilo que me pertence.

Abismada com a honestidade de Abaê, Olokun lhe disse: Então levará tudo, pois tudo aqui é
seu, pois você é a dona desta casa.

Abaê então soube de sua história e se tornou uma Ayabá das águas. ainda assim dizem que é
possível ouvir Abae batendo as roupas nas pedras da margem do Rio Osun.

Abaê nunca mais passou fome, e provou que é possível passar pela pobreza sem perder a
dignidade.
Ore Yeye!

A aparencia de Abaê é de uma moça "gordinha" e de baixa estatura, com mãos marcadas de
trabalho árduo.
Abaê ama seus filhos mais que tudo.

Seu Ibá é muito parecido ao de Yemoja, pois ela come com Yemoja e Olokun, por isso não se
pode negar a ela uma pata branca em seu Orô.

Abaê gosta muito de Cantar e quando ela canta uma cantiga na beira do rio, la nos rochedos
do mar Yemoja responde a cantiga.

Abaê é uma Osun simples e muito próspera.


Se veste de tons de amarelo claro ou branco, seu abebe é uma concha que simboliza sua
aliança com as Ayabas do mar.
O Deus do Redemoinho

AYRÁ NAO É QUALIDADE DE XANGÔ!

Vamos ver os nove caminhos deste Afefe Orisa:

*Nas águas quentes vive "Ayrá Modé", que come junto as Ayabás e é dono do Machado de
uma só lâmina.

Na floresta flamejante está "Ayrá Ibonã", que é senhor do fogo e carrega um grande Agerê.

Na companhia de Osala vive "Ayrá Intile", que carregou o rei de Ifon nas costas e dele ganhou
a chave de prata.

Na violentas batalhas está "Ayrá Etinja" que serviu Oranian em Oyó e ajudou Ajaká a reaver
seu trono.

Na casa de Ogyon vive "Ayrá Adjaoci", e lutam lado a lado e por isso foi colocado sobre a boca
do pilão.

Próximo as árvores sagradas esta "Ayrá Ajébora", que é feiticeiro e mistérioso.

Dançando sobre as águas do rio está "Bomim", que é quem faz os redemoinhos na água.

Rodopiando na areia do deserto está "Ayrá Savé", que é o redemoinho escuro e imponente.

Sempre está empurrando a chuva com seu vento "Ayrá Lojó", que trás as tempestades
avassaladoras.

Ayrá não se divide em Qualidades, todos os atos foram feitos por um único ayra, os titulos
acima são dados em relação mesmo a quem o acompanha. Estas são as nove honrarias do
Orisa Ayrá, sendo que ele tambem recebe títulos como Ajosin, Epomin, Omonijí, Osoburú, mas
esses são homônimos aos nove títulos citados.

Ayra não é Orisa Funfun, ele come DENDÊ! Quando proximo a Osala ele se veste de branco
mas os outros títulos de Ayra pegam diversas cores.

Ayra lê!
O VELHO IBUALAMA

Primeiro de tudo vamos esclarecer que não existe nenhum orisa chamado "Oxóssi Ibualamo", o
nome correto é ERINLÉ IBÚ ALÂMA, e como diz o nome se trata de Erinle e não de Oxóssi.

Erinle tem muitas qualidades. A palavra IBÚ Significa "submerso" e se refere a Erinle ser um
orisa patrono de um rio, ODÔ ERINLÉ. Veja as qualidades desse Orisa:

*IBÚ ALÂMA
*IBÚ OJOTÚ
*IBÚ OWALÁ
*IBÚ ABATAN
*IBÚ MOKÍN
*IBÚ ONDÚN
*IBÚ ANÚ
*IBÚ ASÚN NÀRA
*IBÚ ABADI
*IBÚ IJESÁ
*IBÚ PAKOLO
*IBÚ IBUSAYN
*IBÚ AGBANDADÁ
*IBÚ ELEYÉ
*IBÚ APANLÁ
*IBÚ OTIN

Inle não é qualidade e sim uma corruptela do nome Erinlé.

IBUALAMA é a fase onde Erinle ja não caça mais, ele ja esta velho e vive a se alto flagelar com
seu chicote Bilála. Ibualama ostenta o orgulho de seus dois filhos ja serem adultos e bravos
guerreiros e caçadores, são OLOGUNEDÉ e AYABA OTIN.
Ibualama não usa ofá, mas carrega uma lança afiada.

Ibualama se veste unica e exclusivamente de Branco assim como o seu pai Orisa Okô, é ligado
a Osun Ipondá e a Ayaba Abatan, Yemoja Asesun e a muitos Orisas.

Se conta que Erinle sofreu uma injustiça em vida e então por sofrer uma grande desilusão ele
se transforma em rio, no fundo do rio voltar a ser humano e então se flagela com seu chicote
para a afastam a amargura de ter sido injustiçado. Ibualama vive na parte funda e escura do rio
onde os homens nao mergulham pois sabem que Ibualama puxa e afoga quem invade suas
águas.

A arvore jaqueira é tão importante em seu culto quanto no culto de Oxóssi, pois ambos seriam
filhos de Ya Bambá.

Ibualama é Orisa da nação Efon, e no candomblé Ketu foi tão descaracterizado que se tornou
apenas um caminho de Oxóssi, mas ele no Efon ainda é o grande Odé da cidade de Ilobú, que
é subordinado e amigo do grande orisa Oloroke e de Sango.

A saudação de Ibualama: ARÁ UNSÊ IBU ALAMA!


Suas cantigas são em Batá e Ijesá.

Irôko ajuda a feiticeira a vingar o filho morto

Irôko era um homem bonito e forte e tinha duas irmãs.


Uma delas era Ajé, a feiticeira, a outra era Ogboí, que era uma mulher normal.
Irôko e suas irmãs vieram juntos do Orun para habitar no Aiê.
Irôko foi morar numa frondosa árvore e suas irmãs em casas comuns.
Ogboí teve dez filhos e Ajé teve só um, um passarinho.
Um dia, quando Ogboí teve que se ausentar, deixou os dez filhos sob a guarda de Ajé.
Ela cuidou bem das crianças até a volta da irmã.
Mais tarde, quando Ajé teve também que viajar, deixou o filho pássaro com Ogboí.
Foi então que os filhos de Ogbói pediram à mãe que queriam comer um passarinho. Ela lhes
ofereceu uma galinha, mas eles, de olhos no primo, recusaram.
Gritavam de fome, queriam comer, mas tinha que ser um pássaro.
A mãe foi então foi a floresta caçar passarinhos, que seus filhos insistiam em comer.
Na ausência da mãe, os filhos de Ogboí mataram, cozinharam e comeram o filho de Ajé.
Quando Ajé voltou e se deu por conta da tragédia, partiu desesperada a procura de Irôko.
Irôko a recebeu em sua árvore, onde mora até hoje.
E de lá, Irôko vingou Ajé, lançando golpes sobre os filhos de Ogboí.
Desesperada com a perda de metade de seus filhos e para evitar a morte dos demais, Ogoí
ofereceu sacrifícios para o irmão Irôko.
Deu-lhe um cabrito e outras coisas e mais um cabrito para Exú. Irôko aceitou o sacrifício e
poupou os demais filhos.

Iba ode

Saudação;

Ìbà rẹ,
Ìbà mi,
Ìbà Èṣù ojíṣẹ ọdẹẹ̀,
Ìbà Ògún ọlọọ́dẹẹ̀,
Ìbà ọẹ̀ṣọọsì ọdẹẹ̀ má ta,
Ìbà Ológún-ẹẹ̀dẹẹ̀ Oporolika,
Ìbà ọẹ̀rẹlúéré,
Ìbà Olúwéré Irókò,
Ìbà Otìn,
Ibà Erinlẹẹ̀,
Ìbà Òrìṣà Oko,
ọdẹẹ̀ gbogbo
Ìbà yin o!

Tradução;
Suas saudações,
Minhas saudações,
Saúdo Exu mensageiro dos caçadores,
Saúdo Ogum o líder dos caçadores,
Saúdo Oxóssi caçador não atire,
Saúdo o guerreiro da cidade de Edé,
Saúdo o primeiro caçador a pisar na terra,
Saúdo Olúwéré da sagrada árvore de Irocô,
Saúdo Otim,
Saúdo o caçador de elefantes,
Saúdo o deus das fazendas,
Todos os caçadores
Eu os saúdo

Oxóssi é feito rei de Ketu por Oxum

Oxóssi ia caçar o sustento de sua tribo , andou e andou mata adentro até se deparar com um
rio caudaloso e sereno que cortava a mata .
Foi nesse momento que Oxóssi avistou uma bela mulher se banhando nessas águas de frescor
e dengue , era Oxum a deusa das águas does e do amor ,e que por Oxóssi se encantou .
Oxóssi ja estonteado pela beleza da deusa nas águascintilantes se banhando , coberta
somente de brilho e frescura , não tardou a se aproximar e compartilhar do leito do rio , não só
para com Oxum se banhar .
E por lá ficou , e se esqueceu de tudo , de amores com Oxum , Oxóssi se esqueceu de suas
responsabilidades , da fome de sua tribo , do seu sustento e estribo ,da qual era provedor .
Seus companheiros sentiram-se traídos e começaram a caçar o caçador , queriam vingança
por sua negligencia , sua irresponsabilidade deixou seu povo enfurecido .
Guerreiros de sua tribo vieram a seu encalço , com sede de vingança , mas Oxum que estava
enamorado do caçador , começou a cantar uma cantiga de encantamento para defende-los de
seus perseguidores :
"A ti re okê
A ti re nu balé ba re iô "

Seus perseguidores não podiam enxergar o caçador Oxóssi e assim eles fugiram , Oxum
guiando seu amor .
Encontraram guarida na cidade de Ketu , onde Oxum deu a Oxóssi o posto de rei, o Alaketu.
Assim ,Oxóssi , o caçador , é também o rei de Ketu .
Okê Arô !!!

O segredo de Otin

Otin era um rapaz cheio de segredos .


Misterioso e arredio , vivia escondido no palácio de seu pai Oquê , não tinha amigos nem
amores.
Nem mesmo uma ocupação .
Ninguém no palácio deixava Otin em paz ,
Era sempre convidando para festas e obrigado a conhecer gente que nem lhe interessava.
Otim não se sentia a vontade com esse assédio , se sentia deslocado , inadequado , tinha um
segredo ...
Um dia Otin montou em seu cavalo e fugiu .
Deixou para traz tudo que era seu e embrenhou-se na mata que cercava a cidade .
Pensando que ali poderia , finalmente viver solitário , como era seu desejo, consigo e seu
segredo
Mas Otin fora um filho mimado e nunca tinha tido que trabalhar para viver logo descobriu que
estava sozinho , sim como sempre desejara estar , mas tinha fome e não sabia o que fazer .
Otin estava cansado e faminto e com muita sede .
Deitou-se junto a um tronco e dormiu , e sonhou , e em sonho ele viu ...
Sonhou que deveria fazer um ebó .
Ele teria que oferecer Tudo que possuía ,
Suas roupas e sua faca na mata , pois era só o que ele tinha .
Quando Otin acordou lembrou-se do sonho ,
Tirou a roupa e a faca e pôs em um arbusto ,foi aí que Otin avistou um riacho,
Ele bebeu água e se banhou quando saiu do riacho ele percebeu que estava nu
E tudo que ele se envergonhava agora estava a mostra ,
E ele não se envergonhara mais pois Otin estava sozinho e ninguem poderia ameaçar se
segredo, Já não se sentia infeliz porque ele era homem e tinha o corpo de uma donzela ,
E mais ainda , não se incomodava por possuir quatro seios ,
Foi neste momento que surgiu da mata o caçador .
Era um homem lindo com seu ofá carregando preás recém caçados ,
Era Oxóssi quem ele viu .
Oxóssi tomou a faca do ebó e com ela abriu os animais e com a pele dos bichos lhe cobriu,
Nunca lhe perguntou nada e o novo habitante da floresta passou a acompanhar o caçador e
com ele aprendeu a caçar.
Oxóssi não riu de Otin não lhe fez pergunta alguma apenas o ajudou .
Hoje Otin é um grande caçador e partiu em busca de seus próprio caminho mas só Oxóssi
conhece seus segredos e hoje Otin é feliz.
A Dona da Transmutação

Oduduá encarregou Ewá de fazer alguns ajustes na Terra, em sua forma estética. Ewá, então
transformou-se em um camaleão, assim plainou toda a superfície do planeta, deixando-a
lisinha, uniforme e redonda como Oduduá, a grande mãe criadora da Terra, sempre quis.
Sabendo do grande sucesso de Ewá na missão proferida e ordenada por Oduduá, Obatalá
(Oxalá), o grande pai e criador do ser humano em sua forma, encarregou também Ewá de
semear a vida vegetal no planeta.
Para essa difícil tarefa, Ewá se transformou em uma galinha de cinco dedos.
Com as sementes dadas por Obatalá, Ewá ciscou e espalhou de forma desigual as tais
sementes, originando, com triunfo, todo o verde.
Assim foi conferido por Oduduá e Obatalá o título de “dona da transmutação”, à divindade
Ewá.

Ejô , Ejô Ewà


Idã , Idã Ewà
Ewà ô
Ossumarè olowo gbanigbà
Ossumarè o njo nile
Ewá yá mi orissà njo nile Ossumarè
Ewà ô
Ewà Ibà re ô
Ewà mojubà
Ewà ja mi, ko kerè, ko kerè
Orubatà!

Cobra , cobra é Ewà


Espada, espada é Ewá
Oh Ewà
Oh Ossumarè dono das riquezas imensas
Ossumarè está dançando em nossa casa
Minha mãe Ewà está dançando com Ossumarè em nossa casa
Oh Ewá
Ewá nós te saudamos
Ewá meus respeitos
Nossa mãe Ewà não é pequena
Ela é imensa
Òsùmàrè transforma-se em cobra para escapar do desejo de Xangô

Oxumarê era um rapaz muito bonito e invejado, suas roupas tinhas todas as cores do arco-íris
e suas jóias de ouro e bronze faiscavam de longe. Todos queriam aproximar-se de Oxumarê,
mulheres e homens, todos queriam seduzi-lo e com ele se casar.
Mas Oxumarê era também muito contido e solitário, preferia andar sozinho pela abóbada
celeste, onde todos costumavam vê-lo em dia de chuva.
Certa vez Xangô viu Oxumarê passar, com todas as cores de seu traje e todo brilho de seus
metais, Xangô conhecia a fama de Oxumare de não deixar ninguém dele se aproximar,
preparou então uma armadilha para capturar o Arco-Íris. Mandou chamá-lo para uma audiência
em seu palácio e, quando Oxumarê entrou na sala do trono, os soldados de Xangô fecharam
as portas e janelas, aprisionando Oxumarê junto com Xangô.
Oxumarê ficou desesperado e tentou fugir, mas todas as saídas estavam trancadas pelo lado
de fora. Xangô tentava tomar Oxumarê nos braços e Oxumarê escapava, correndo de um canto
para outro. Não vendo como se livrar, Oxumarê pediu ajuda a Olorum e Olorum ouviu sua
súplica.
No momento em que Xangô imobilizava Oxumarê, ele foi transformado numa cobra, que Xangô
largou com nojo e medo. A cobra deslizou pelo chão em movimentos rápidos e sinuosos. Havia
uma pequena fresta entre a porta e o chão da sala e foi por ali que escapou Oxumarê.
Assim livrou-se Oxumarê do assédio de Xangô, quando Oxumarê e Xangô foram feitos orixás,
Oxumarê foi encarregado de levar água da Terra para o palácio de Xangô no Orum, mas Xangô
não pode nunca aproximar-se de Oxumarê.

Ewá é escondida por seu irmão Oxumarê

Filha de Nanã também é Ewá. Ewá é o horizonte, o encontro do céu com a terra. É o encontro
do céu com o mar.
Ewá era bela e iluminada, mas era solitária e tão calada.
Nanã, preocupada com sua filha, pediu a Orunmilá que lhe arranjasse um amor, que arranjasse
um casamento para Ewá.
Mas ela desejava viver só, dedicada à sua tarefa de fazer criar a noite no horizonte, mandando
sol com a magia que guarda na cabeça adô.
Nanã porém, insistia em casar a filha.
Ewá pediu então ajuda a seu irmão Oxumarê.
O Arco-Íris escondeu Ewá no lugar onde termina o arco de seu corpo. Escondeu Ewá por trás
do horizonte e Nanã nunca mais pôde alcançá-la.
Assim os dois irmãos passaram a viver juntos, lá onde o céu encontra a terra.
Onde ela faz a noite com seu adô.

Kpòssún (homem pantera)

Era um guerreiro louco, muito semelhante a Ogun.


Tinha as mesmas vontades e a mesma fúria .
Dizem os ítàns que da união da princesa Álígbònò com uma pantera chamada Gbèkpò nasceu
Yíègú.
Yìegú Tènú Gesú formou um exército chamado kpòvíllè (os filhos da pantera) para tomar o
reino de Àjá- Tàdò e ali deixou seu nome marcado na história, ganhando o título de Gáú
Kpòsú(o general pantera) ou para nós apenas Kpòsú.
Após a retomada do reino de Àjá-Tádò, os filhos de Yíègú vão para o sul e fundam o reino de
Dàhòmèy.
Com essa explicação, podemos ver que Kpòsú não é apenas um vòdún expecífico mas,
também um título dado aos descendentes de Yíègú.
Kpòsú representa a agilidade, a esperteza, a caça.
Assim como a pantera, Kpòsú tem todas suas oferendas e sacrifícios feitos de madrugada.
É um vòdún de extrema importância, sendo o senhor de algumas casas de jeje.
Seus rituais são ligados a Áyízàn e a cerimônia de mutação dos vòdúns onde Kpòsú tem a
permissão de se transformar em pantera.
Este Vodun (kposun) traz a integridade da força encantada da origem do espirito do leopardo,
motivo
este que o o levou a fazer parte dos filhos de Heviosô e tambem ter fortes ligações com os
Sakpatas-Azansun,voduns este qualificados como filhos de Mawu/Lisa.
Portanto kposun está ligado à Terra e tambem ao céu,que segundo algumas lendas é este
Vodun que abre a passagem dos mortos junto com Avimadjé (vodun do culto de Azansun) para
que Ku (a morte) possa receber os espiritos dos mortos no firmamento.
Os principais cuidados na iniciação do Vodun Kposun é ter conhecimento,do equilibrio entre
essas duas forças de Heviosô e Sakpata, para que o adpeto que esteja sendo iniciado não
venha a sofrer interferência de Ku (a morte) Vodun este que Kposun tem fortes ligações.Sendo
assim o iniciando terá segurança de vida.
Nas danças rituais, os adeptos dançam para kpòsú como se tivessem com garras na mão,
lembrando a origem desse grande vòdún e deixando bem claro a sua natureza. Sem dúvida
nenhuma, um vòdún de extremo respeito e, que não podemos deixar seu culto morrer,
passando seu culto, assim como nossos ancestrais, de geração para geração.
Assim era Kpòssún, uma fera,vodun do pó e da terra seca representado pelo tigre. Nunca
aceitou aliança com os Yorubás, por este motivo não se assenta este Orixá em casa de Keto.

O culto de Kposun é somente realizado no Brasil pela nação Jeje Mahi, é um Vodun de
caracteristicas próprias e sendo impossibilitado de ser cultuado pelas demais tradições afro-
descendentes.
No Brasil Kposun tem alguns Vodunsi inciados dentre eles a finada Doné Aide de Kposun que
foi inciada pelo saudoso Doté Antonio Pinto da Silva,conhecido por muitos pelo nome carinhoso
de Tata Fomutinho, do Kwe Ceja Hounde de Cachoeira, BA.

Onilé

Um dia o grande deus Olódùmarè mandou os seus arautos avisarem:


Haveria uma grande reunião no palácio e os orixás deviam comparecer ricamente vestidos,
pois ele iria distribuir entre os filhos as riquezas do mundo .
Quando chegou por fim o grande dia,
cada orixá dirigiu-se ao palácio na maior ostentação,
cada um mais belamente vestido que o outro,
pois este era o desejo de Olodumare.
Exú chegou vestido de todos os tipos de kauris
de formas e tamanhos diferentes,
nos pés ,tornozeleiras de guizos e na cintura um cinto de ados .
Ogum preferiu uma couraça de aço brilhante,
enfeitada com tenras folhas de palmeira.
Oxóssi escolheu uma túnica de ramos macios,
enfeitada de peles e plumas dos mais exóticos animais.
Ossaim vestiu-se com um manto de folhas perfumadas.
Omolu cobriu-se de chagas ,as mais tenebrosas.
As roupas de Oxumarê mostravam todas as cores,
trazendo nas mãos os pingos frescos da chuva.
Iansã escolheu para vestir-se um sibilante vento
e adornou os cabelos com raios que colheu da tempestade.
Xangô não fez por menos e cobriu-se com o trovão.
Oxum escolheu cobrir-se de ouro e mel ,
trazendo nos cabelos as águas verdes dos rios.
Nanã cobriu-se de lama , velhice e mistérios.
Iemanjá chegou vestida com a espuma do mar,
os braços ornados de pulseiras de algas marinhas,
a cabeça cingida por um diadema de corais e pérolas,
o pescoço emoldurado por uma cascata de madrepérola.
Oxalá trazia o corpo envolto em fibras alvíssimas de algodão
e a testa ostentando uma nobre pena vermelha de papagaio.
E assim por diante.
Não houve quem não usasse toda a criatividade
para apresentar-se ao grande pai com a roupa mais bonita.
Nunca se vira antes tanta ostentação, tanta beleza, tanto luxo.
Cada orixá que chegava ao palácio de Olodumare
provocava um clamor de admiração,
que se ouvia por todas as terras existentes.
Os orixás encantaram o mundo com suas vestes.
Menos Onilé.
Onilé não se preocupou em vestir-se bem.
Onilé não se interessou por nada.
Onilé não se mostrou para ninguém.
Onilé recolheu-se a uma funda cova que cavou no chão.
Quando todos os orixás haviam chegado,
Olodumare mandou que fossem acomodados confortavelmente,
sentados em esteiras dispostas ao redor do trono.
Ele disse então à assembléia que todos eram bem-vindos.
Que todos os filhos haviam cumprido seu desejo
e que estavam tão bonitos que ele não saberia
escolher entre eles qual seria o mais vistoso e belo.
Tinha todas as riquezas do mundo para dar a eles,
mas nem sabia como começar a distribuição.
Então disse Olodumare que os próprios filhos,
ao escolherem o que achavam o melhor da natureza,
para com aquela riqueza se apresentar perante o pai,
eles mesmos já tinham feito a divisão do mundo.
Então Exú seria o dono do comércio e tudo que envolvesse dinheiro,
A Ogum deu o ferro e tudo o que se faz com ele,inclusive a guerra.
A Oxóssi deu as matas e todos os seus bichos,
reservando as folhas para Ossaim.
A Omolu deu o domínio das doenças e também a cura .
Destinou a Oxumarê o arco-íris e a chuva.
Deu a Iansã o raio e a Xangô o trovão.
Oxum com o ouro e os rios.
Nanã com os pântanos e os misterios da decomposição .
Iemanjá ficava com o mar.
Fez Oxalá dono de tudo que é branco e puro,
de tudo que é o princípio, deu-lhe a criação.
E assim por diante.
Deu a cada orixá um pedaço do mundo,
uma parte da natureza, um governo particular.
Dividiu de acordo com o gosto de cada um.
E disse que a partir de então cada um seria o dono
e governador daquela parte da natureza.
Assim, sempre que um humano tivesse alguma necessidade
relacionada com uma daquelas partes da natureza,
deveria pagar uma prenda ao orixá que a possuísse.
Pagaria em oferendas de comida, bebida ou outra coisa
que fosse da predileção do orixá.
Os orixás, que tudo ouviram em silêncio,
começaram a gritar e a dançar de alegria,
fazendo um grande alarido na corte.
Olodumare pediu silêncio, ainda não havia terminado.
Disse que faltava ainda a mais importante das atribuições.
Que era preciso dar a um dos filhos o governo da Terra,o mundo no qual os humanos viviam e
onde produziam as comidas, bebidas e tudo o mais que deveriam ofertar aos orixás.
Disse que dava a Terra a quem se vestia da própria Terra.
Quem seria? perguntavam-se todos?
"Onilé", respondeu Olodumare.
"Onilé?" todos se espantaram.
Como, se ela nem sequer viera à grande reunião?
Nenhum dos presentes a vira até então.
Nenhum sequer notara sua ausência.
"Pois Onilé está entre nós", disse Olodumare
e mandou que todos olhassem no fundo da cova,
onde se abrigava, vestida de terra, a discreta e recatada filha.
Ali estava Onilé, em sua roupa de terra.
Onilé, a que também foi chamada de Ilê, a casa, o planeta.
Olodumare disse que cada um que habitava a Terra
pagasse tributo a Onilé,
pois ela era a mãe de todos, o abrigo, a casa.
A humanidade não sobreviveria sem Onilé.
Afinal, onde ficava cada uma das riquezas
que Olodumare partilhara com filhos orixás?
"Tudo está na Terra", disse Olodumare.
"O mar e os rios, o ferro e o ouro,
Os animais e as plantas, tudo",
"Até mesmo o ar e o vento, a chuva e o arco-íris,
tudo existe porque a Terra existe,
assim como as coisas criadas para controlar os homens
e os outros seres vivos que habitam o planeta,
como a vida, a saúde, a doença e mesmo a morte".
Pois então, que cada um pagasse tributo a Onilé,
foi a sentença final de Olodumare.
Onilé, orixá da Terra, receberia mais presentes que os outros,
pois deveria ter oferendas dos vivos e dos mortos,
pois na Terra também repousam os corpos dos que já não vivem.
Onilé, também chamada Aiê, a Terra, deveria ser propiciada sempre,
para que o mundo dos humanos nunca fosse destruído.
Todos os presentes aplaudiram as palavras de Olodumare.
Todos os orixás aclamaram Onilé.
Todos os humanos propiciaram a mãe Terra.
E então Olodumare retirou-se do mundo para sempre e deixou o governo de tudo por conta de
seus filhos orixás.

Saudamos os Orixás !
Saudamos a Senhora da Terra !
Senhora da Terra, meus respeitos

Ossaim

Nem esperou que sua mãe o mandasse embora. Como não suportava a maneira que ela o
tratava e tendo vergonha da família, foi morar na mata. Ao viver na floresta, foi adotado por Igbó
a árvore e teve dois companheiros; um que se chamava Eleyé - o pássaro que tudo vê e nada
esconde de Ossaim e o outro que era Imolé da floresta que ele batizou com o nome de Aroní.
Nunca nenhum Orixá, nem Vodun, nem ser humano havia entrado nas profundezas da mata.
Igbó se transformou no pai de Ossaim, o ensinou a combater todos os perigos e ameaças que
poderia sofrer. Depois mandou que Ossaim procurasse Yá Mí, a feiticeira que controlava todos
os segredos da floresta. Ossaim aprendeu com Igbo o segredo das folhas e com Yá Mí o que
fazer com elas: curas, encantamentos e feitiços.
Ewê Ewê Asá

Babá Dankô
Dankô é o Vodun que vive no meio dos bambuzais. ele tem no corpo várias dobras que são
iguais aos nós do bambu, tem a cabeça pontiaguda semelhante aos Yorubás. Guarda e protege
as casa. Todas as vezes que se passar por um bambuzal, é de bom grado cumprimentá-lo e
atirar moedas para que ela possa nos proteger do feitiços e encantamentos.
Babá Dankô (ou Ndako) é o Senhor dos grandes bambuzais! Orixá Funfun e que vem sempre
em socorro nos momentos de cruciais, entre a vida e a morte. Babá Dankó é um Orixá do Ketu,
ligado a linhagem dos Ajagunãs (Oxaguians)
Após a chegada de Obatala e sua esposa Yemu ao Ayê ,chegaram os outros Orixás Funfun,
Danko encabeçou os demais vindo a frente e este passou a habitar os bambuzais brancos.
Orisá de grande poder e muito necessário para nosso convívio neste sistema, pois é o
responsável por transformar as impurezas da terra em energia positiva. O bambu branco o
representa e é por este arbusto que Danko realiza sua tarefa, absorvendo por suas raízes e
emanando por suas longas hastes.É o portador real do atori que vive mais do lado dos mortos
do que dos vivos.

YEWÁ FOGE DA IRA DE IANSÃ

Era mais que medo... era o medo...


Era a noite, na noite do medo...
Era o vento, era a chuva, era o céu, era o mar...
Era a vingança de Oyá
Assustava o escuro da noite e assustava a luz clara dos raios...
O silêncio se ouvia nos pés que corriam sobre as poças d' água na areia ,no chão
Até o silêncio fugia ,corria,temia o trovão...
Era medo, era mais que medo .
Ewa correndo com os pés descalços sobre as poças d' água na areia, no chão
O mar lambia seus pés, querendo tragá-la por sua boca faminta de coisas vivas,
A noite engolia em sua goela escura e a vomitava no clarão dos raios...
A luz azulada de raios brilhando no corpo nu e úmido de Yewá...
Era mais do que medo.. era o medo...
Era Iansã que vingava seu amor traído...
Era a senhora dos ventos que zuniam nas cabeleiras histéricas das palmeiras...
Era o céu que arregalava os olhos de fogo, procurava a fugitiva que corria sem onde se
esconder...
As risadas do trovão divertiam-se com o medo de Yewá...
Ai Yewá...
Por que cedeste este corpo moço e belo ao seu rei Sàngó?
Ai Yewá...
Por que entregaste a maciez de teus seios e o mel de teu sexo ao esposo de Oyá ?
Ai Yewá...
Não sabias que a ira de Iansã é maior do que o desejo de Sàngó?
Ai EWA... Não sabias que a vingança de Oyá é a morte?...
Corre Yewá... Transforma Yewá ...
Na serpente multicor ,corre EWA...
Era o canto de morte que o vento cantava entre as cabeleiras histéricas das palmeiras...
Corre Yewá... Transforma Yewá ...
Em camaleão ,corre Yewá...
Fujas para as matas que talvez possam te abrigar...
Era a morte na espada de Iansã brilhando na luz dos raios
Era o raio... era a vingança... era a morte...
Corre Yewá... Transforma Yewá ...
Na galinha de cinco dedos ,corre Yewá...
Mais se na mata consegue se esconder
Pede ao rei de Keto, sua proteção... da fúria de Iansã... amparar...
Hi Hò Yewá ! Ai Yewá ...
Provaste que nem mesmo Iansã seu desejo de morte...
Ri, da risada histérica da Oyá na garganta do céu...
No rugido do trovão... do lamento da Iansã...
A vingança não consumada...
A raiva de Oyá !

Íròkò
Nanã levou Irôko para a cidade de Ifé, pois aos olhos de Nanã todos que alí nasciam, já
nasciam velhos e ela não suporta a velhice
É o Orixá Íròkò, implacável e inexorável, que acompanha, e cobra, o cumprimento do Karma de
cada um de nós, determinando o início e o fim de tudo.
Governa Tempo, Vida e Morte .É o Tempo também das mudanças climáticas, as variações do
tempo-clima. Guardião das florestas centenárias é o colectivo das árvores grandiosas, guardião
da ancestralidade.É um orixá pouco conhecido dos seres vivos ou mortos, nascidos ou por
nascer . Irôko é o representante supremo do culto dos Iguis, o culto aos espíritos das árvores
que se assimila ao de Egungum.
Em África, a sua morada é a árvore iroko, Milicia excelsa (antes classificada como Chlorophora
excelsa), chamada “amoreira africana” na África de língua portuguesa. É uma árvore
majestosa, encontrada da Serra Leoa à Tanzânia, que atinge 45 metros de altura e até 2,7
metros de diâmetro.

Opanijé,

no candomblé é um toque sagrado, entoado para o Orixá Obaluaye, Omolu e Sakpata


geralmente tocado para a divisão de um conjunto de comida ritual chamada Olubajé, quando
todos em silencio recebem sua porção, e os crentes aproveitam este momento para pedir
saúde e longevidade. O orixá dança numa representação simbólica, mostrando sua ligação
com os mortos Iku e o seu domínio sobre a terra.A origem da palavra é a língua yorubá, onde
significa "aceitar comer" (opa - aceita), (nijé – comer

Nanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois
quando Odudua separou a água parada, que já existia, e libertou do “saco da criação” a terra,
no ponto de contato desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se
encontram os maiores fundamentos de Nanã. Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza em si
morte, fecundidade e riqueza. O seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e significa
“mãe”. .Nanã é no entanto um orixá feminino de origem daomeana que foi incorporado há
séculos pela mitologia iorubá
O seu elemento é a lama do fundo dos rios. Ela é a deusa dos pântanos, da morte (associada
à terra, para onde somos levados após a morte) e da transcendência
Nanã teve vários filhos e todos diferentes:
Sapatá, trouxe o Isanbô , a epidemia e as doenças;
Oxumarê, a transformação, metade Okô e metade Dan;
Irôko, trouxe a velhice precoce;
Dankô, os nós do banbuzal;
Possun, a fera;
Ikú , a morte;
Ewá, a transformação ;
Ossaim , o feiticeiro das ervas ;
Onilé, a terra que espera e que guarda todas as coisas que são vivas e que um dia serão
comidas por ele.
Nanã sentiu-se amargurada, pois todos os filhos que teve nasceram com dom, sabedoria e
uma beleza rústica e ela não sabia compreender essa beleza, tinha pavor de todos eles

OLOSÁ
O nome Olosa vem de O-ni-Osa" que significa "A que tem a Lagoa". É uma Ayaba muito
rara que se veste de tons de amarelo. Atualmente é muito difícil se encontrar Yawo's de
Olosá.
Olosa é a deusa das Lagoas e Lagos, é a principal companheira de Olokun, o Orisa do
mar. Olosa é uma mulher muito bela de cabelos compridos e sempre bem vestida e bem
ornada.
Ela é familiar de Olokun, Olonã, Osun e Yemoja, e também se relaciona com Esu, Ogun e
Osayn.
Olosa fornece peixes a seus devotos, e existem vários templos dedicados a ela ao longo
das margens das lagoas na Nigeria onde se fazem oferendas de aves, ovelhas e muitos
animais que agradam a Ayaba.
Em seu culto são sagrados os crocodilos, eles são chamados de mensageiros de Olosa, e
por isso são preservados pois limpam as lagoas e protegem os tesouros de Olosa.
Ela também é ligada a Osú, a lua.
Se conta que Olokun possuia duas esposas, Olonã e Olosá.
Olonã teve quatro filhas e Olosá cinco, formando então as nove princesas de filhas de
Olokun.
Olosá era quem cozinhava para o marido, mas Olokun com o passar dos anos se cansou
de Olosá sempre cozinhar constantemente os mesmos pratos, pois Olokun gosta de
iguarias.
Todos os dias Olosa servia a Olokun carne de porco selvagem, e ele não gostava dessa
carne.
Esu e Ogun souberam da insatisfação de Olokun e foram ver se podiam tirar vantagem da
situação. Ao chegar a casa de Olokun eles se apresentaram como mensageiros de Orisa
Nla e por isso foram bem recebidos. Quando entraram na casa de Olokun o viram furioso
reclamando da comida, e com suas emoções abaladas, o mar também se abalava, haviam
redemoinhos e tempestades, ondas gigantes e destruição nas praias.
Esu e Ogun ao observar aquilo ficaram muito preocupados e foram para a casa de
Orunmilá para saber como apaziguar Olokun.
Orunmilá lhes recomendou encontrar um animal mais apetitoso que o porco e então
oferecer uma comida saborosa a Olokun e ele teria paz. Ogun e Esu encontraram belas
aves, um pato e um ganso, e então cozinharam essas aves com muito capricho,
acrescentando ervas raras.finos temperos e legumes que ganharam de Orisa Oko.
Assim que a comida estava pronta eles levaram para a casa de Olokun, e ele se sentiu
muito feliz saboreando a carne bem temperada das aves e bom sabor dos legumes.
Olokun disse a Esu e Ogun que aquelas aves eram a carne mais saborosa que ele ja havia
comido e pediu que eles dissessem que aves eram aquelas, mas Esu e Ogun
responderam que isso era segredo e não podiam revelar mas que fariam novamente as
aves para Olokun comer.
Esu e Ogun voltaram felizes para casa pois haviam apaziguado Olokun. Eles então foram
procurar patos e gansos para dar a Olokun novamente, mas então Olosa os seguiu e
descobriu que aves era aquelas e levou as aves vivas para Olokun saber quais eram.
Olokun então viu o ganso e o pato, e ao pegar o ganso em suas mãos para examina-lo
Olokun achou a ave muito feia, e quando ele tocou no ganso o animal se assustou e deu
um
grito estridente, pois o ganso emite um ruído como um guincho.
Olokun abominou aqueles animais e acusou Olosa de mentir por inveja, ele não acreditava
que aquela animais feios era as aves que Ogun e Esu cozinharam para ele. Olokun
acusou Olosa de ser invejosa pois era incapaz de cozinhar boas coisas e so sabia fazer
aquela grotesca carne de porco assada, e então Olokun se separou de Olosa. Olosa saiu
do mar e foi viver nas lagoas.
Quando Esu e Ogun levaram a comida para Olokun ele questionou se aquela carne era de
patos e gansos. Esu e Ogun confirmaram que sim, e Olokun ficou muito aborrecido por ter
desmanchado o casamento com Olosa ja que ela não havia mentido.
Olosa se negou a voltar para Olokun, mas prometeu que em suas lagoas ela criaria patos
e gansos para saciar a fome de seu ex marido.
Então Olokun muito triste em perder Olosa fez com que Osupá, a lua, subisse e descesse
as marés conforme sua posiçao no céu, isso seria uma homenagem para Olosa, a lua
muda de forma e as marés se movem em demonstração de amor e remorso de Olokun
para Olosa.
Nas tribos de Egbado na Nigéria, quando a lua está cheia os cultuadores de Olosa e
Olokun pintam as pedras com cores e símbolos desses Orisa. E quando um eclipse lunar
ocorre, o assentamento de Olokun é levado para a praia, onde se da a ele o porco
selvagem que Olosa lhe servia, e Olokun come o porco em nome da saudade que tem dos
dias que foi casado com Olosa.
Essa é uma das histórias da Ayabá Olosá.
Mas em outras regiões ela é cultuada como irmã de Olokun, ou mesmo como filha. O que
importa é que Olosá e Olokun se amam.
Omi o!

Nanã Insulê
Uma doce Ayaba

Insulê ou Inselé se traduz como "que trabalha em casa", e é um caminho da Ayaba Naná
que se revela diferente das demais qualidades, pois Insule é pacífica e não guerreira ou
feiticeira como geralmente se vê Nana, esta Ayaba é uma mãe de família. Insulê é Orisa
da terra, ligada ao Barro e as águas doces.
Seu Ewó é o mar e tudo que vem dele, Insulê não se alimenta de peixes de água salgada
e frutos do mar.

Se conta que Orisa Nlá e Nanã eram muito íntimos e ela desejava se casar com ele. Orisa
Nla gostava muito de ir a praia, e um dia ele avistou uma negra muito bela se banhando no
mar. Era Yemoja, a Rainha do Oceano. Orisa Nla de imediato se apaixonou por Yemoja e
se esqueceu de Nanã.
Nanã então ficou preocupada pois Orisa Nla havia desaparecido, não o via em lugar
algum. Ela decidiu procurar na praia, pois sabia que ele amava observar o mar.
Mas ao chegar a praia ela viu Orisa Nla nos braços de Yemoja e se entristeceu muito.
Yemoja Alertou Orisa Nla sobre a presença de Nanã e ele foi explicar para a Ayaba que
não podia se casar com ela pois amava Yemoja.
Nanã ficou desolada, e então passou a viver só, ela pensava somente em trabalhar para
não pensar em Orisa Nla.
Orisa Nla se casou com Yemoja mas não foi feliz. Yemoja era agitada e vivia insatisfeita e
a se queixar de tudo e Orisa Nla passou a sentir saudades da calma de Nanã e resolveu
se separar de Yemoja e voltar a viver com a boa Nanã Insule, que o tratava com paciência
e Amor, e assim lhe deu muitos filhos e alegrias.
Nanã Insulê é uma Ayaba feita de amor.

Esta Nanã come com Odé, Obatalá, Iroko, Osayn e Osun.


Seu assentamento é de barro e leva muitos búzios e cascos de Igbin.
se veste de branco com detalhes em azul e salmão.

Obiwa Nana!
Ogun Méje
"A l'ògún méje Iré, aláàda méji, méji"
(Nós temos sete ogun em Irê, é o senhor de duas espadas.)
Ogun meje ou Mejeje é o guardião.
Se conta que Ogun conquistou Irê, e que colocou seu filho Ogundaunsí no comando da
cidade e então ele voltou para sua vida de Guerreiro conquistador e desbravador.
Porem ele sempre estava rondando as sete entradas de Ire, protegendo a cidade dos
inimigos e por haver sete entradas em Ire ele recebeu o título de Ogun Meje, que significa
"Sete Ogun" e da referência a Ogun estar simultaneamente nos sete portões de Irê.
Passamos então a cultuar Ogun Meje como guardião dos Ilê Asé, Ogun Meje esta sempre
guardando as portas dos terreiros onde Ogun é cultuado.
Na maioria das tradições, Ogun Meje é cultuado em Assentamentos e não é iniciado em
Ori, não possui Elegun, isso porque se iniciarmos alguem a este Ogun ele perderá sua
exclusiva função que é guardar o terreiro.
Existe muitas maneiras de cultuar Ogun Meje, e vou citar aqui um assentamento básico
desse Orisa:
Dentro de um alguidar ou uma panela de barro se coloca um ferro de Ogun chamado que
popularmente é chamado de Arabesco, que consiste em um grande Ofá apontando para
cima e na base do Ofá são presos ferramentas usadas em agricultura e tambem laminas e
espadas.dentro da penela estara a base que sustenta esse arabesco, e envolta dessa
base de coloca um imã, uma pedra de minério bruto, muitos búzios abertos e fechados,
pimenta da costa, waji, ossun, efun, sete moedas de ferro ou aço, sete esferas de metal,
chaves, azeite de dendê, ferramentas como facões, foices e lanças, favas de Ogun e as
sete folhas de Ogun (ewe: Iji opé, Ida orisá, Atoribé, Okiká. Ojusaju, Peregun, Ewurô).
Após assentamento montado e os sacrifícios feitos sobre ele, se envolve o assentamento
em Mariwo e então se deve posicionar este Assentamento próximo a porta principal do
Terreiro.
Ha outras maneiras de assentar esse Orisa, algumas casas o colocam sobre um pilão ou
quartilhão, outras utilizam argila e fixam esse assentamento direto no solo, e também
acrescentam ferro de linha de trem, correntes e chifres de animais e muitas outras coisas
pois cada casa aprendeu de uma maneira.Este é Ogun Meje, e ele estará sempre ao lado
de Esu.
Ogun Ye!
"Tani o bi Ibeji ko n'owo?"
(Não é maravilhoso dar a luz a Gêmeos?)
Antes de começarem a ler tenham em mente que IBEJI NÃO É ERÊ, vejam ibeji somente
como ORISA.
É muito difícil se relatar a raiz do culto de Ibeji exatamente porque o culto é espalhado em
regiões diversas e por isso tomou varios sentidos.
Mas os Ibeji são filhos de Quem?
Não se sabe. Em uma versão se diz que são filhos de Oya e Odé criados por Osun, mas
em outra versão se diz que são filhos de Sango e Osun criados por Oya. Outra versão
falam que são Abikus que vieram a terra e acabam por serem adotados por Yemoja. Ou
seja, cada raiz apresenta seu mito, mas o que importa é que os Ibeji são independentes.
Na maioria das tradições não se inicia Ibeji, mas ha sim nações que cultuam como Olori e
raspam Yawos a Ibeji e eles recebem em seus Ori os Orisa Gemeos Tayó (Tayewo) e
Kayandê (Kehindê).
Há muito a se falar sobre Ibeji, mas eu aqui vou relatar a maneira como eu cultuo esses
Orisa, porem de forma alguma inválidem outras culturas, pois o culto de Ibeji abre margem
para muitas versões.
Eu cultuo Ibeji como Orisa independente, veja o Itan:
"OS IBEJIS NASCEM COMO ÀBÍKÚS MANDADOS PELOS MACACOS KOLOBO"
Era uma vez um fazendeiro que vivia caçando macacos, pois os macacos eram uma praga
para o fazendeiro, devorando toda a sua lavoura.
O fazendeiro e seus filhos vigiavam a plantação e mesmo com uso de lanças, pedras e
flechas não continham o ataque dos macacos. O fazendeiro perseguia os macacos por
toda parte, mas eles continuavam sua investida às safras. Eles criaram mil artimanhas
para enganar o fazendeiro. Nessa disputa, muitos macacos foram mortos, os
sobreviventes persistiam.
Uma das esposas do fazendeiro ficou grávida. Um Babalawo então veio para avisar, ele
disse que aquela matança de macacos era perigosa, pois os macacos Kolobo eram sábios
e tinham poderes. Disse que a esposa do fazendeiro gerariam uma criança ÀBÍKÚ, aquela
que nasce para morrer cedo.
Assim, logo depois do nascimento a criança morreria e isso tornaria a acontecer de novo,
num nascer para morrer sem fim, atormentando o fazendeiro até o último de seus dias.
O Babalawo aconselhou o fazendeiro a deixar os macacos comerem em paz.
O fazendeiro ouviu, mas não se convenceu e continuou vigiando seus campos e caçando
macacos na mata. Os macacos decidiram mandar dois ÀBÍKÚS para o fazendeiro.
Dois macacos transformaram-se então em ÀBÍKÚ e entraram no ventre da esposa grávida
do fazendeiro. Lá eles ficaram até a hora de nascer como gêmeos. Eles foram os primeiros
Ibejis a nascer entre os iorubás. Foram os primeiros gêmeos.
Os Ibejis chamaram muito a atenção de todos.
Uns diziam que eram uma graça, outros, mau presságio.
Mas os Ibejis não permaneceram muito tempo vivos, logo voltando para junto dos que
ainda não nasceram, pois eles eram ÀBÍKÚ.
O tempo passou e eles voltaram a nascer e morrer sucessivamente.
O fazendeiro estava desesperado com tamanha desgraça e foi consultar um Babalawo de
um lugar distante para saber a razão daquelas mortes. No jogo os búzios disseram o que
estava acontecendo e advertiram o fazendeiro que parasse de perseguir os macacos,
deixando-os comer em seus campos. O fazendeiro voltou para casa e não mais perseguiu
os macacos.
Sua esposa deu à luz outros Ibejis e eles não morreram. Mas o fazendeiro não tinha
certeza ainda se as coisas tinham mudado mesmo e então voltou ao Babalawo, que jogou
os búzios e disse que dessa vez as crianças não morreriam e tornariam a nascer como
ocorreria antes.
Disse ainda que os Ibejis não são pessoas normais. Eles têm grandes poderes para
gratificar e punir os humanos. Que recebessem tudo o que pedissem para que seus
familiares tivessem vida boa. Quando o fazendeiro voltou para casa contou para sua
esposa tudo o que tinha aprendido. E assim aconteceu e a família do fazendeiro
prosperou.
Na aldeia tudo transcorria normalmente, todos faziam seu trabalho, as lavouras davam
seus bons frutos, os animais procriavam, crianças nasciam fortes e saudáveis. Mas um dia
a Morte resolveu concentrar ali sua colheita. Aí tudo começou a dar errado. As lavouras
ficaram inférteis, as fontes e correntes de água secaram, o gado e tudo o que era bicho de
criação definharam. Já não havia o que comer e beber. No desespero da difícil
sobrevivência, as pessoas se agrediam umas às outras, ninguém se entendia, tudo virava
uma guerra. As pessoas começaram a morrer aos montes.
Instalada ali no povoado estava Iku, a Morte, que vivia rondando todos, especialmente as
pessoas fracas, velhas e doentes. A Morte tirava a vida delas. Na aldeia morria-se de
todas as causas possíveis: de doença, de velhice, e até mesmo ao nascer. Morria-se
afogado, envenenado, enfeitiçado. Morria-se por causa de acidentes, maus- tratos e
violência. Morria-se de fome, principalmente de fome. Mas também de tristeza, de saudade
até de amor. A Morte estava fazendo o seu grande banquete. Todas as famílias choravam
seus mortos.
O rei mandou muitos emissários falarem com Iku, mas a ela sempre respondia que não
fazia acordos e que não tinha piedade. Se alguém fosse forte o suficiente para enfrentá-la,
que tentasse, mas seu fim seria ainda muito mais sofrido e penoso. Ela mandou dizer ao
rei, por fim:"Darei uma chance à esta aldeia, basta que uma pessoa me obrigue a fazer o
que não quero. Se alguém aqui me fizer agir contra a minha vontade, eu irei embora, mas
só vou dar essa oportunidade a uma única pessoa. Não vou dar nem a duas, nem a três.”
Mas quem se atreveria a enfrentar Iku? Foi então que os Ibeji filhos do fazendeiro
resolveram enfrentar a Morte.
Decidiram os Ibejis Tayewo e Kehinde derrotar Ikú.
Os gêmeos pegaram o tambor mágico, que tocavam como ninguém, e saíram à procura da
Morte. Não foi difícil achá-la numa estrada próxima, por onde ela perambulava em busca
de mais vítimas. Os meninos se esconderam numa moita e esperaram que ela se
aproximasse. Não tardou e a Morte foi chegando. Os irmãos tremeram da cabeça aos pés.
Ainda escondidos na moita, só de olhar para ela sentiram como os pêlos dos seus braços
se arrepiavam. Mas podia-se dizer que a Morte estava feliz e contente. Ela estava até
cantando! Pudera, tendo ceifado tantas vida e tendo tantas outras para extinguir.
Nesse momento, numa curva do caminho, enquanto um dos gêmeos ficava escondido, o
outro saltou do mato para a estrada, a poucos passos da Morte. Saltou com o seu tambor
mágico, que tocava sem cessar, com muito ritmo. Tocava com toda a sua arte, todo o seu
vigor. Tocava com determinação e alegria. Tocava bem como nunca tinha tocado antes. A
Morte se encantou com o ritmo do menino. Com seu passo trôpego, ensaiou um dança
sem graça. E lá foi ela, alegre como ninguém, dançando atrás do menino e de seu tambor.
Ia o menino tocador e atrás ia a Morte. Passou-se uma hora, passou-se outra e mais outra.
O menino não fazia nenhuma pausa e a Morte começou a se cansar. O sol já ia alto, os
dois seguiam pela estrada afora, e o tambor sem parar.
O dia deu lugar à noite e o tambor sem parar.
E assim ia a coisa, madrugada adentro. O menino tocava, a Morte dançava. O menino ia
na frente, sempre ligeiro e a Morte seguia atrás, exausta, não agüentando mais. “Pára de
tocar, menino, vamos descansar um pouco”, ela disse mais de uma vez. Ele não parava.
A Morte implorava que o menino parasse de Tocar mas ele não parava.
Tayewo e Kehinde eram gêmeos idênticos. Ninguém sabia diferenciar um do outro, muito
menos a Morte, que sempre foi cega.
Pois bem, ibeji que a Morte via tocando na estrada sem parar não era sempre o mesmo
menino. Uma hora tocava Tayewo enquanto Kehinde seguia por dentro do mato. Outra
hora, quando Tayewo estava cansado, Kehinde, aproveitando um curva da estrada,
substituía o irmão no tambor. Os gêmeos se revezavam e a música não parava nunca, não
parava nem por um minuto sequer e a magia do tambor obrigava a Morte a dançar, e não
podia parar, nem descansar, nem um minutinho só. E o tambor sem cessar. A Morte pedia
para descansar, mas o menino não parava. E assim foi, por dias e dias, o tambor tocava
sem parar, uma hora Tayewo, outra hora Kehinde.
Por fim, não aguentando mais, e Morte disse que se parasse o tambor ela faria tudo que o
menino pedisse.
O menino virou-se para trás e disse: “Pois então vá embora e deixe a minha aldeia em
paz!"
A Morte aceitou.
O menino parou de tocar e a Morte se lamentou, virou-se e foi embora. Foi para longe do
povoado, mas foi se lastimado pela derrota.
Tocando e dançando, os gêmeos voltaram para a aldeia para dar a boa notícia. Foram
recebidos de braços abertos. Todos queriam abraçá-los e beijá-los muito gratos.
Os Ibeji foram os únicos a vencer a morte e por isso são os mais poderosos entre os Orisa.
Existem muitas maneiras de assentar Ibeji, pode ser em gamela, em barro, em louça, mas
sempre se usam as favas e folhas de todos os Orisa e duas imagens de madeira
simbolizando Orisa Ibeji Tayewo Kehindê.
Salve Ibeji!
Ibeji Eró!!!

Kónkóto (Kóri) - A Deusa dos Jovens e das Crianças Órfãos

Kóri é um irúnmolè feminino, cultuada em muitas cidades yorùbá’s. Seu culto por algum motivo não
sobreviveu no Candomblé, porém, em Cuba é cultuada em algumas casas como qualidade (passagem)
de Òsun.

Kóri é uma divindade muito importante, é a deusa dos jovens e das crianças órfãs e adotadas.

De acordo com a lenda, Kóri era uma mulher que vivia na floresta, até que um dia ela encontrou uma
criança abandonada e adotou a mesma. Ensinou essa criança todos os segredos da vida, fazendo com
que a mesma se tornasse um ser muito bem sucedido. Devido à isto, Kóri normalmente é apontada por Ifá
(Deus do destino) como aquela que deve ser cultuada pelas crianças abandonadas que foram adotadas
por outra família. Ajudando assim, a criança, a se desenvolver de forma sadia e possibilitando que a
mesma seja um adulto próspero.

Kóri tem também, muita relação com os jovens (èwe), os adolescentes. Sendo essa fase, uma fase de
muita transformação, e riscos, Kóri pode ser cultuada para que o jovem tenha um orí (cabeça) mais
equilibrado e supere essa fase de uma melhor forma. Por isso Kóri é chamada de, Òòsà Eléèwe.
Lembrando que, para os yorùbá’s, omo ou omodé é criança e àgbà é adulto, èwe são os jovens, que são
considerados assim, dos 10 anos de idade até os 20. Lembrando que esse èwe não tem nada haver com
EWÉ de folha e nem ewe (grupo étnico de origem fon), note que a acentuação tonal é diferente, o que
modifica a forma como a palavra é pronunciada.

Para o povo yorùbá, as crianças não pertencem aos pais ou à família, e sim é um bem da comunidade
(sociedade) em geral, pois, representa a continuidade geral do grupo, não é atoa que eles tem várias
divindades relacionadas às crianças, como Ìbejì que é o protetor dos gêmeos, Egbé (Arágbó) que é o
grupo de espíritos amigos que temos no Òrun (mundo espiritual) que combate a ira dos Àbíkú e protegem
as crianças da comunidade e Kóri que protege as crianças adotadas e os jovens na fase da
transformação.
Kóri é cultuada para que as desgraças ocorridas na vida dessas crianças sejam por elas ignoradas, e
para que a mesma, no futuro, não venha a ter atitudes negativas motivadas por acontecimentos ruins do
passado.

Apenas na iniciação de Ifá que será mostrada ou não, a necessidade de uma pessoa cultuar Kóri. Por
isso, é um risco evocar e alimentar uma energia que, muitas vezes não está relacionada ao nosso destino.

Segue um pequeno trecho de um ORÍKÌ de Kóri:

1-Kóri nrodo,

2-Òòsà èwe nrodo

3-Kóri o má je k’omo wá ò kú o!

4-Òrìsà èwe, má je kí

5-Orí wá, ò kú o!

6-Olú-òrun o, má pa wa lékùn o

7-Òrìsà èwe, má pa wa lékùn o! (...)

Tradução:

1-Kori a protetora!

2-Orixá que protege os jovens!

3-Kori que as crianças venham e não morram!

4-Orixá dos jovens, não há outro!

5-Cabeça venha, e não morra!

6-Senhora do céu, não mate nosso leopardo

7-Orixá dos jovens, não mate nosso leopardo! (...)

Essa evocação de Kóri deixa claro o papel dela no panteão, proteger as crianças da morte prematura e
apoiar os jovens, fazendo com que eles superem essa fase de tanto desequilíbrio.

Os devotos de Kóri, normalmente precisam cuidar muito de Egbé, Ifá e Egúngún.

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