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aticos de Vibra»c~
oes
Mec^
anicas
Hamilton Leckar
Departamento de Matem¶atica Aplicada-UFF
Rua M¶ario Santos Braga, s/n
24020-140 Niter¶
oi (RJ)
E-mail: gmaha°@vm.u®.br
Fax: 55 21 717 8269
Rubens Sampaio
Departamento de Engenharia Mec^ anica-PUC-Rio
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¶Indice
Introdu»c~ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 Problemas de vibra»c~
oes conservativos 38
2.1 O contexto V ½ H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
2.1.1 Problemas com distribui»c~ao de massas pontuais . . . . . . . . . 39
2.1.2 Problemas com atuadores e sensores piezo-el¶etricos . . . . . . . 41
3 Problemas de vibra»c~
oes n~
ao conservativos 43
3.1 O contexto V ½ W ½ H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
3.1.1 Viga com amortecimento viscoso . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
3.1.2 Problemas amortecidos com distribui»c~ao de massas pontuais . . 50
3.1.3 Problemas amortecidos com atuadores e sensores piezo-el¶etricos 51
4 Viga em rota»c~ ao 53
4.1 Modelagem exata usando o C¶alculo das Varia»c~oes . . . . . . . . . . . . 53
4.1.1 Recorda»c~ao do Princ¶³pio de Hamilton . . . . . . . . . . . . . . . 53
4.1.2 Aplica»ca~o na dedu»ca~o do modelo da viga em rota»c~ao pinada no
eixo e com uma massa na extremidade livre . . . . . . . . . . . 55
4.1.3 C¶alculo dos termos de energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
4.1.4 Equa»c~oes de movimento e condi»c~oes de contorno . . . . . . . . . 58
Bibliogra¯a . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
1
Introdu»c~
ao
O estudo de vibra»c~oes em Mec^anica Aplicada ¶e relevante devido a sua import^ancia
tecnol¶ogica.
Em geral, a din^amica de uma estrutura ¶e descrita por um sistema de equa»co~es
diferenciais parciais obtidas de leis f¶³sicas apropriadas e de um conjunto de condi»c~oes:
condi»co~es de contorno, condi»c~oes no interior e condi»c~oes iniciais.
Uma das formas de controlar a din^amica de uma estrutura, por exemplo, um
sat¶elite, ¶e atrav¶es do conhecimento de suas freqÄ u^encias naturais e modos normais de
vibra»c~ao, de forma exata ou aproximada.
Para analisar matematicamente um problema de vibra»c~oes, isto ¶e, responder a
quest~ao de exist^encia e unicidade de solu»c~oes ou a exist^encia de modos normais de
vibra»c~ao, existem diferentes contextos conforme a complexidade do problema.
Alguns problemas simples como o das vibra»c~oes transversais de uma viga longa e
¯na, bi-engastada ou pinada-livre, no modelo cl¶assico de Euler-Bernoulli, podem ser
resolvidos em termos de uma formula»c~ao forte ou pontual. Um problema para essa
mesma viga, suportando um carregamento com uma ou mais massas pontuais, tem um
tratamento mais adequado por meio de uma formula»c~ao variacional. No caso de uma
estrutura mais complexa, por exemplo, uma viga em rota»c~ao, no qual as condi»co~es
suplementares do problema n~ao s~ao facilmente estabelecidas, a formula»c~ao usando o
princ¶³pio variacional de Hamilton ¶e, em geral, mais adequada.
Usamos comumente o m¶etodo de Galerkin ou o m¶etodo de elementos ¯nitos para
aproximar numericamente as frequ^encias e modos de vibra»c~ao da estrutura bem como
para simula»c~oes num¶ericas da sua din^amica. Neste caso, uma formula»c~ao fraca do
problema ¶e prefer¶³vel.
Estas Notas, extremamente resumidas, devido aµ limita»c~ao de p¶aginas, descrevem
alguns problemas cl¶assicos de vibra»c~oes mas tocam tamb¶em em problemas atuais em
que elementos piezo-el¶etricos s~ao incorporados µa estrutura como atuadores ou sensores.
O tratamento matem¶atico desses problemas ¶e bem mais complexo e o controle da
din^amica de uma estrutura com elementos piezo-el¶etricos ¶e um problema tecnol¶ogico
importante. As equa»c~oes que governam o comportamento piezo-el¶etrico n~ao foram
inclu¶³das nas Notas. Se o problema despertar interesse, faremos a sua apresenta»c~ao em
uma outra oportunidade.
No cap¶³tulo 1 dessas Notas damos uma breve descri»c~ao do modelo de vigas de uma
forma sistem¶atica. Apresentamos os modelos de Euler-Bernoulli, Vlasov e Timoshenko.
Os modelos de Euler-Bernoulli e Timoshenko s~ao usados rotineiramente na pr¶atica
de Engenharia. Damos alguns exemplos de modelos menos conhecidos, num deles
levamos em conta a exist^encia de uma for»ca axial conhecida (distribu¶³da ao longo do
eixo da viga), em outro consideramos uma situa»c~ao onde h¶a acoplamento entre °ex~ao
e tor»c~ao devido aµ forma da se»c~ao transversal da viga, que tomamos como constante
para simpli¯car a apresenta»ca~o.
Estudamos alguns exemplos de problemas cl¶assicos de vigas para os tr^es modelos.
Fazemos uma compara»ca~o das freqÄ u^encias obtidas para uma viga pinada-pinada e bi-
engastada nos modelos de Euler-Bernoulli e Timoshenko. A maior e^nfase foi dada a
problemas que permitiam uma solu»c~ao simples e ajudavam na compreens~ao dos con-
2
ceitos b¶asicos. Usamos o teorema espectral na resolu»c~ao dos problemas de autovalores
correspondentes.
No cap¶³tulo 2 descrevemos um contexto de exist^encia e unicidade de solu»co~es
em uma formula»c~ao variacional abstrata para problemas de vibra»co~es mec^anicas n~ao
amortecidos encontrados por exemplo em [8, 27, 36, 40]. Problemas de vibra»c~oes de
vigas com distribui»ca~o de massas pontuais ou vigas sobre as quais estejam coladas pla-
cas atuadoras ou sensoras de material piezo-el¶etrico s~ao dados a ¯m de exempli¯car
aplica»c~oes do m¶etodo.
No cap¶³tulo 3 cont¶em, tendo como base a abordagem de Banks et al. em [2, 3],
por exemplo, um formalismo para tratar sistemas com amortecimento, no qual, o a-
mortecimento ¶e descrito em termos de formas sesquilineares, conforme a equa»c~ao (3.4).
Tal tratamento difere daquele encontrado em [27], citado no cap¶³tulo 2, para tratar
sistemas sem amortecimento.
Por u ¶ ltimo, no cap¶³tulo 4 discutimos uma situa»ca~o de grande import^ancia tec-
nol¶ogica: o da viga em rota»c~ao (rota»c~ao plana). Descrevemos um exemplo desse tipo
de problema atrav¶es do princ¶³pio de Hamilton.
O objetivo das Notas foi despertar o inter^esse de alguns matem¶aticos pelos proble-
mas que nos apaixonam e encontrar neles interlocutores dispostos a nos ajudarem a
entender um pouco mais sobre esse assunto facilmente.
3
Cap¶³tulo 1
Problemas cl¶
assicos de vibra»c~
oes
1.1.1 Dedu»c~
ao dos Modelos
Uma viga ¶e uma estrutura mec^anica que pode ser descrita, num dado instante, por um
u
¶nico par^ametro espacial, logo ¶e um objeto unidimensional. Associado a cada ponto
da viga est¶a um corpo r¶³gido, a se»c~ao correspondente ao ponto.
Na teoria de vigas se utiliza a hip¶otese de pequenas deforma»c~oes que diz que a con-
¯gura»c~ao de refer^encia da viga n~ao se modi¯ca muito devido ao carregamento imposto
e por isso varia»c~oes de geometria podem ser desprezadas. Isso implica que no lugar de
se trabalhar num dom¶³nio vari¶avel se toma um dom¶³nio ¯xo e as equa»c~oes s~ao lineares.
Vejamos agora uma forma sistem¶atica de equacionar os modelos de viga que tratare-
mos. Consideremos um elemento de viga. Sejam
u(x; t) a posi»c~ao do ponto x no instante t;
4
Figura 1.1: Viga engastada-livre (Cantilever). Um elemento de viga
5
½(x) densidade volum¶etrica do material no ponto x;
As equa»co~es (1.1) e (1.2) relacionam o movimento da viga, descrito pelo par (u; Ã) com
os esfor»cos (for»ca, momento) descritos pelo par (V; M).
Para completar a formula»ca~o de um problema de viga necessitamos ainda prescrever:
Neste caso uma das condi»c~oes ¶e din^amica, M = 0, que diz que o momento na extremi-
dade ¶e nulo. Essa ¶e uma condi»c~ao de contorno n~ao essencial, como veremos adiante.
² Livre: M = 0, V = 0.
6
(a) (b)
8 " #
>
< M = a ktà + ct
@Ã @ 2Ã
+ I0 2
> @t @t
: V = 0:
7
Figura 1.3: Tipos de se»
c~oes de vigas. Gs centro de massa; Es centro de cisalhamento.
@u
Nesse modelo à ¡ ¶e o ^angulo de cisalhamento.
@x
Observa»c~
ao 1.1 1. A se»c~ao r¶³gida associada a um ponto x da viga desempenha um
papel fundamental na teoria. Se»c~oes usuais s~ao dadas na ¯gura 1.3.
Dois tipos de propriedades da se»c~ao s~ao de relev^ancia:
Energias
² Energia da viga de Timoshenko:
1 Z l8
< " @u #2 " #2
@Ã
Ã
@u
!2 " #2 9
@Ã =
ET (t) = ½A + I½ + kGA Ã ¡ + EI dx :
2 0 : @t @t @x @x ;
8
² Energia da viga de Vlasov:
1
Z l8
< " @u #2 " 2 #2
@ u
" 2 #2 9
@ u =
EV (t) = ½A + I½ + EI dx :
2 0 : @t @x@t @x2 ;
² Energia da viga de Euler-Bernoulli:
1 Z l8
< " @u #2 " 2 #2 9
@ u =
EEB (t) = ½A + EI dx :
2 0 : @t @x2 ;
1.1.2 Amortecimento
Vamos considerar dois tipos de amortecimento, aqueles que resultam em din^
amicas
lineares.
a) Amortecimento viscoso
- que modela a in°u^encia de um meio externo (ar ou um °uido).
Esse tipo de amortecimento ¶e proporcional a velocidade. Logo, se c e cn s~ao cons-
tantes temos: 8 @ 2u
>
< ½A 2 = @V ¡ c @u + f
@t @x @t
> @ 2Ã
: ½I 2 = @M @Ã
+ V ¡ cn
@t @x @t
b) Amortecimento viscoel¶
astico
Nesse caso as equa»c~oes podem mudar de tipo, assim como mudam algumas das con-
di»c~oes de contorno: as condi»c~oes din^amicas.
A modelagem ¶e feita introduzindo nas equa»c~oes constitutivas um termo que re-
presenta uma taxa de varia»c~ao. Esse modelo traduz um comportamento material da
estrutura, em oposi»c~ao ao modelo anterior que representa a in°u^encia do meio externo.
Por exemplo, no modelo de Euler-Bernoulli a taxa de varia»c~ao da curvatura linea-
rizada. Nesse caso fazemos:
@ 2u @ 3u
M = EI + cv I
@x2 @x2 @t
onde cv ¶e uma constante.
Logo a equa»c~ao resultante ¶e:
à !
@ 2u @2 @ 2u @ 3u
½A 2 + 2 EI 2 + cv I 2 =f:
@t @x @x @x @t
à !
@M @ @ 2u @ 3u
Nesse caso V = ¡ =¡ EI 2 + cv I 2 :
@x @x @x @x @t
Modelos mais complexos podem ser constru¶³dos considerando tamb¶em a din^amica
do meio externo e introduzindo termos de acoplamento. Esses modelos s~ao tratados
em Ac¶ustica, e em Aeroelasticidade. Nesse caso temos equa»co~es para a viga, ou mais
geralmente, para a estrutura e tamb¶em para o meio externo (em geral um °uido).
9
1.1.3 Compara»c~
ao entre os espectros
Vamos calcular o quociente de Rayleigh para os tr^es modelos:
1) Para o modelo de Timoshenko, temos
Z l8
< Ã
@u
!2 Ã !2 9
@Ã =
kGA Ã ¡ + EI dx
0 : @x @x ;
RT = Z ln o ; (1.6)
½Au2 + ½IÃ 2 dx
0
10
cada extremidade, x = 0 e x = l (pois ocorrem derivadas de at¶e quarta ordem de
u(x; t) em rela»c~ao a x). Al¶em disso, a equa»c~ao ¶e de segunda ordem no tempo, portanto
¶e tamb¶em necess¶ario se conhecer as condi»co~es iniciais, que correspondem a con¯gura»c~ao
inicial e a velocidade inicial da viga, dadas por
@u
u(x; 0) = u0 (x); (x; 0) = u1(x) (1.10)
@t
onde u0 e u1 s~ao fun»c~oes conhecidas.
As condi»c~oes de contorno s~ao caracter¶³sticas do problema. Elas s~ao geralmente
@u(x; t)
dadas em termos da de°ex~ao u(x; t), da inclina»c~ao em rela»c~ao a con¯gura»c~ao
@x
de refer^encia da viga (no repouso), do momento M(x; t)
@ 2u(x; t)
M(x; t) = E(x) I(x)
@x2
ou da for»ca cortante V (x; t)
à !
@M(x; t) @ @ 2u(x; t)
V (x; t) = ¡ =¡ E(x) I(x)
@x @x @x2
aplicada aµ se»c~ao da viga na extremidade considerada. A viga da ¯gura, por exemplo,
est¶a engastada na sua extremidade x = 0 e livre na extremidade x = l (engastada-livre),
se
@u
u(0; t) = 0; (0; t) = 0
@x
na extremidade x = 0, e
à !
@ 2u @ @ 2u
E I 2 (l; t) = 0; E I 2 (l; t) = 0 (1.11)
@x @x @x
na extremidade x = l.
A condi»ca~o de ser livre signi¯ca que a for»ca e o momento s~ao nulos. As condi»c~oes
s~ao traduzidas em deslocamento via as hip¶oteses constitutivas. Mudando as hip¶oteses,
mudam as equa»c~oes (1.11).
Outras condi»c~oes de contorno usuais:
A viga ser simplesmente suportada ou pinada numa de suas extremidades, quer dizer:
A de°ex~ao e o momento s~ao nulos; as condi»c~oes de contorno nessa extremidade,
digamos x = 0, s~ao dadas por
à !
@ 2u
u(0; t) = 0; EI 2 (0; t) = 0 :
@x
Se na extremidade x = l, a viga ¶e deslizante ao longo da dire»c~ao x (no plano de
vibra»c~ao da viga, a posi»c~ao n~ao ¶e prescrita, o que corresponde a extremidade
poder se deslocar ao longo de uma guia, como acontece com algumas cortinas,
por exemplo) a inclina»c~ao e a for»ca cortante s~ao nulas em x = l. Essas condi»c~oes
s~ao dadas por à !
@u @ @ 2u
(l; t) = 0; E I 2 (l; t) = 0 :
@x @x @x
11
1.2.1 C¶
alculo das freqÄ
u^encias e modos de vibra»c~
ao
Isto corresponde exatamente a encontrar solu»ca~o por separa»ca~o de vari¶aveis. Isto ¶e,
vamos procurar solu»c~oes de (1:3) na forma
e
1
(E I X ) = ¸X (1.15)
00 00
½A
@ @
onde () :=
¢
e () :=
0
:
@t @x
A equa»c~ao (1:15) com condi»c~oes de contorno apropriadas corresponde a um proble-
ma de autovalores para o operador linear n~ao-limitado A de dom¶³nio D(A), subespa»co
do espa»co de Hilbert H = L2 (0; l), munido do produto escalar
Z l
com valores
1
AX = (E I X ) 00 00
½A
pertencentes a H, para todo X 2 D(A).
E I d4 X
= ¸X :
½A dx4
12
e
X(x) = a1sen¯x + a2cos¯x + a3senh¯x + a4cosh¯x : (1.18)
As fun»co~es X(x) devem satisfazer as condi»c~oes de contorno. Impondo essas condi»c~oes,
obtemos uma equa»c~ao que determina uma in¯nidade de solu»co~es ¯:
¯1 · ¯2 · : : : · ¯n · : : : ;
em que para cada ¯n se determinam constantes (n~ao todas nulas) an1 ; an2 ; an3 e an4 que
de¯ne uma fun»c~ao n~ao nula (autofun»c~ao)
Xn (x) = an1 sen¯n x + an2 cos¯n x + an3 senh¯n x + an4 cosh¯n x (1.19)
Tamb¶em, a cada ¯n , corresponde um autovalor ¸n = ¯n4 que por sua vez, de (1.17)
fornece uma correspondente fun»ca~o do tempo
Temos ¯nalmente, para cada n ¸ 1, uma solu»ca~o da equa»c~ao (1.3) na forma de produto
13
Supomos a viga pinada nas extremidades x = 0 e x = 1. Como condi»co~es iniciais em
t = 0 de¯nimos
¢
u(x; 0) = u0 (x) ; u (x; 0) = u1(x) : (1.21)
O problema da viga pinada-pinada nesse caso consiste de resolver a equa»ca~o
¢¢
u (x; t) + u (x; t) = 0
0000
pinada-pinada (1.22)
u(1; t) = 0; u (1; t) = 0
00
vibra»c~ao nesse caso s~ao dados por X(x) = a1sen¯x + a2 cos¯x + a3 senh¯x + a4 cosh¯x :
Impondo as condi»co~es de contorno, temos diretamente que a2 = a4 = 0 e que existem
constantes a1 ; a3 n~ao simultaneamente nulas se o determinante do sistema
(
a1 sen¯ + a3 senh¯ =0
¡a1 ¯ sen¯ + a3 ¯ 2 senh¯
2 =0
e de (1.20), as freqÄ
u^encias naturais s~ao
!n = n2¼ 2 ;
para todo n ¸ 1 :
bi-engastada
u(1; t) = 0; u (1; t) = 0
0
14
Figura 1.4: Viga de Euler-Bernoulli bi-engastada. Tr^
es primeiros modos de vibra»
c~
ao.
cos¯cosh¯ = 1:
onde
cosh¯n ¡ cos¯n
¾1 = 0; 9825; ¾2 = 1; 0008; ¾n = (n > 2) :
senh¯n ¡ sen¯n
De (1.20), as freqÄ
u^encias naturais s~ao
!n = ¯n2 ;
para todo n ¸ 1 : Os tr^es primeiros modos de vibra»c~ao est~ao plotados na ¯gura 1.4.
15
satisfazendo as condi»c~oes iniciais.
Problema: Achar as freqÄ u^encias naturais e os modos de vibra»c~ao da viga.
De (1.14),(1.15) e (1.16), devemos resolver a equa»ca~o
X 0000
= !2 X
com
X(0) = 0; X (0) = X (1) = 0
00 00
¢¢
1 X (1)
000
T (t)
= = ¡¸
m X(1) T (t)
levando em conta (1.24).
Neste caso,
Note que
Z 1 Z 1
(¡X (x)X(x))dx =
0000
(X (x))2 dx + m¸(X(1))2; (X 2 D) :
00
0 0
terminante do sistema
" #" #
¯ 2 senh ¯ l ¡¯ 2sen ¯ l c2
=0 (1.25)
m¯ 4senh ¯ l + ¯ 3 cosh ¯ l m¯ 4sen ¯ l ¡ ¯ 3 cos ¯ l c4
for igual a zero. O c¶alculo deste determinante nos d¶a a seguinte equa»c~ao caracter¶³stica:
f¸ = !n2 = ¯n 4 : n ¸ 1g :
sen¯n l
Os modos de vibra»c~ao correspondentes s~ao Xn (x) = senh(¯n x) + sen(¯n x).
senh¯n l
Veja as ¯guras 1.5 e 1.6. Finalmente observamos que o problema para uma viga
de Euler-Bernoulli pinada-livre (cantilever) se deduz deste problema, simplesmente
fazendo o valor da massa m igual a 0.
16
Figura 1.5: Viga de Euler-Bernoulli pinada em x = 0 com uma massa m = 1 em x = 1.
! :
( 1 = 10 7144; !2 = 40:3986; !3 = 89:7730:)
17
Caso de coe¯cientes ½A, E I vari¶
aveis:
Neste caso por separa»ca~o de vari¶aveis como em (1.12), nos d¶a a equa»c~ao (1.13), a qual
podemos escrever na forma
1 d2 T (E I) X (E I) X
00
(E I) X 00 0 000 0000
¡ 2
= +2 + =¸
T dt ½A X ½A X ½A X
d
a derivada denotada por () , que nos leva aos problemas (1.14) e (1.15). S¶o que
0
dx
agora a equa»c~ao (1.15) tem coe¯cientes vari¶aveis e tem solu»c~ao dada por uma f¶ormula
an¶aloga a (1.18). Na pr¶atica, ¶e mais dif¶³cil de explicit¶a-la. Torna-se necess¶ario ent~ao, o
uso de aproxima»c~oes num¶ericas para o problema neste caso. Para isto, usaremos uma
formula»c~ao fraca do problema.
Observamos que para X e Y fun»co~es de H = L2(0; l) su¯cientemente regulares, por
exemplo, possuindo derivadas cont¶³nuas at¶e a quarta ordem no intervalo 0 · x · l,
aplicando o operador A a X(x), multiplicando o resultado por ½(x)A(x)Y (x), inte-
grando de 0 a l, e usando a f¶ormula de integra»ca~o por partes, temos
Z l
Consideramos a forma bilinear a(X; Y ) de¯nida para X e Y fun»c~oes que al¶em das
propriedades acima, s~ao tais que os termos de fronteira na integral (1.26) ¶e nulo, pela
f¶ormula Zl
a(X; Y ) = (E(x) I(x)) X (x)Y (x)dx : 00 00
0
Vemos que a forma bilinear a ¶e sim¶etrica, isto ¶e
a(X; Y ) = a(Y; X)
e ¶e n~ao-negativa, ou seja
a(X; X) ¸ 0
para todos tais X e Y .
Observa»c~
ao 1.2 No caso do modelo com amortecimento viscoso e sem for»camento,
¢¢ ¢
½A u +b u +(EIu ) = 0 ; 00 00
(1.27)
½A + b + =0
T T X
e o problema n~
ao ¶
e separ¶
avel posto que ½, A e b dependem de x.
18
No caso particular onde existe uma constante ® com b(x) = ®½(x)A(x), o problema
¶e separ¶avel e temos ent~
ao:
8
< (E I X ) = ¸ ½ A X
00 00
: T¢ ¢ + ® T¢ + ¸ T = 0 :
Com ½ = 1, E I = 1, b = b(¿ (t)) e f = P0 + P1 cos(t), a equa»c~ao (1:27) com as
condi»c~oes de contorno u(0; t) = u(l; ¿ ) = 0; u (0; t) = u (l; ¿ ) = 0 determina um pro-
0 0
blema n~ao separ¶avel (conforme a se»c~ao 14:2 em [6]). Este problema ¶e retomado no
cap¶³tulo 3.
½(x) A(x)
Exemplo 1.1 (Viga bi-engastada) Neste caso, a equa»c~ao (1:15) juntamente com
as condi»c~oes de contorno equivale ao problema de autovalores A X = ¸ X onde A ¶e o
operador linear de¯nido por (1:28) com dom¶³nio
Exemplo 1.3 (Viga engastada-livre) Operador linear de¯nido por (1:28) com do-
m¶³nio
19
Exemplo 1.4 (Viga engastada em x = 0 com uma massa m em x = l) Come»ca-
mos com o operador linear de¯nido por (1:28) com dom¶³nio
Observa»c~ ao 1.3 O espa»co C0([0; l]) ¶e suposto imerso no espa»co L2 ([0; l]) das fun»c~oes
(classe das iguais quase sempre) mensur¶ aveis cujo quadrado ¶e integr¶avel sobre (0; l),
Z l
munido do produto interno (X; Y ) = ½(x) A(x) X(x)Y (x)dx :
0
O produto de dualidade do espa»co D, como subespa»co normado de L2([0; l]), com seu
dual D = f! : D ! C; ! ¶e linear e cont¶³nua g ser¶a denotado por (X; !)D;D¤ = !(X).
¤
Z l
e
(A X; !)D;D¤ = (X; A(!))D;D¤ + termos de fronteira :
Em particular, para todo X e Y de D
e
(A X; !Y )D;D¤ = (X; A(!Y ))D;D¤ + termos de fronteira :
20
De fato:
Z l
0
= f(EIX ) Y ¡ (EIX ) Y gxx=
0
l
00 0 00
=0
+f¡(EIY ) X + (EIY ) X gxx=
00 00
l 0 0
Z =0
l
da¶³,
(A X; !Y )D;D¤ = (X; ! AY )D;D¤ + R(X; Y; 0; l) ¡ R(Y; X; 0; l)
onde
R(X; Y; 0; l) = f(EIX ) Y ¡ (EIX ) Y gxx=
=0 :
00 l 0 00 0
Em particular
Z l
Observa»c~ ao 1.4 Observamos que os operadores nos exemplos 1:1 ¡ 1:3 s~ao auto-
adjuntos (os termos de fronteira s~ao nulos) enquanto que o operador do exemplo 1:4
n~ao ¶e auto-adjunto.
a) Condi»c~
oes iniciais: Devemos estabelecer a priori posi»c~ao e velocidade :
@u
u(x; 0) = u0(x) e (x; 0) = u1(x); (1.29)
@t
e fornecer tamb¶em informa»co~es sobre o estado das se»c~oes transversais, isto ¶e:
@Ã
Ã(x; 0) = Ã0 (x) e (x; 0) = Ã1 (x) : (1.30)
@t
21
b) Condi»c~ oes de contorno: S~ao as condi»c~oes as quais a viga est¶a submetida, por
exemplo, em suas extremidades e geralmente s~ao de¯nidas em termos das fun»c~oes
u(x; t), Ã(x; t), do momento °etor M(x; t) ou da for»ca cortante V (x; t).
Por exemplo, a viga engastada-livre da Figura 1.1 tem as condi»co~es de contorno seguintes:
² Na extremidade engastada x = 0:
u(0; t) = 0 ; Ã(0; t) = 0
u(0; t) = 0;
1.3.1 C¶
alculo de freqÄ
u^encias e modos de vibra»c~
ao
Isto consiste usar o m¶etodo de separa»ca~o de vari¶aveis para resolver o problema da viga
modelada pelo sistema (1.5). Tentamos achar uma solu»c~ao na forma
>
< + =0
T ½A Y (1.32)
>
>
¢¢
T (kGA) (µ ¡ Y ) ¡ [(E I) µ ] 0 0
>
0
: T
+
½I µ
=0:
22
Usando um par^ametro de separa»ca~o ¸, temos
¢¢
T +¸T = 0
(
[(kGA) (µ ¡ Y )] ¡ ¸ ½A Y = 0 0 0
(1.33)
(kGA) (µ ¡ Y ) ¡ [(E I) µ ] ¡ ¸ I½ µ = 0 :
0 0 0
Y
A =B
@ 1 n ½A
oC
A
µ (kGA) (µ ¡ Y ) ¡ [(E I) µ ] 0 0 0
½I
>
0
< ½A
>
> 1 n o
>
: A2 U = (kGA) (µ ¡ Y ) ¡ [(E I) µ ] 0 0 0
½I
à ! à !
Y Y0
podemos de¯nir para U = e U0 = um produto
µ µ0
tal que ( )
Z l
1 n o
(A1U; Y0 ) = (½A) [(kGA) (µ ¡ Y )] Y0(x) dx 0 0
0 ½A
Z ( n o)
l
1
(A2U; µ0 ) = (½I) (kGA) (µ ¡ Y ) ¡ [(E I) µ ] 0 0 0
µ0 (x) dx :
0 ½I
Integrando por partes, supondo por exemplo, que as fun»c~oes U e U0 s~ao nulas em x = 0
e em x = l, obtemos uma forma bilinear a(U; U0 ) := (AU; U0) cont¶³nua, sim¶etrica n~ao
negativa.
23
e o sistema (1.33) toma a forma seguinte
(
(kGA)µ ¡ (kGA)Y ¡ ¸ ½A Y = 0
0 00
(1.34)
(kGA)µ ¡ (kGA)Y ¡ (E I)µ ¡ ¸½Iµ = 0 :
0 00
@ 4u @ 2u ½AEI
µ ¶ @ 4u ½A½I @ 4 u
EI 4 + ½A 2 ¡ ½I + + =0 (1.36)
@x @t kGA @x2t2 kGA @t4
que n~ao ¶e separ¶avel em geral. Isto ¶e, substituindo u(x; t) = Y (x)T (t) nessa equa»c~ao,
obtemos
µ µ
½AEI
¶ ¶ d2 T ½A½I d4 T
EIY 0000
T + ½AY ¡ ½I + Y 00
+ Y = 0: (1.37)
kGA dt2 kGA dt4
Vemos desta equa»c~ao que n~ao temos uma constante de separa»c~ao como em (1.13)(1.14)
e em (1.32)(1.33). Uma excess~ao acontece no caso em que a viga ¶e pinada nas extre-
midades. Existem fun»c~oes
n¼x i!n t
u(x; t) = sen e
l
satisfazendo as condi»c~oes de contorno neste caso:
@Ã @Ã
u(0; t) = u(l; t) = 0; (0; t) = (l; t) = 0
@x @x
desde que !n satisfa»ca a seguinte equa»c~ao caracter¶³stica
à !
½I 4 n2 ¼2 I n2 ¼ 2 EI EI n4 ¼ 4
!n ¡ 1 + 2 + 2 !n2 + = 0: (1.38)
kGA l A l kGA ½A l4
Da equa»c~ao (1.35) vemos que se o sistema (1.34) tem um par de fun»c~oes Y (x) ; µ(x)
como solu»c~ao, para algum ¸, ent~ao Y (x) deve ser uma solu»c~ao de (1.35), para algum
¸.
d2 T d4 T d2 T
+ ¸T = 0 ; + ¸ =0
dt2 dt4 dt2
e Y (x) satisfaz a equa»c~ao (1.35).
24
Caso da viga de Timoshenko pinada-pinada
8
>
> Consideramos uma viga de comprimento l = 1, de se»ca~o plana retangular cu-
>
< jas dimens~oes s~ao dadas em fun»ca~o de um par^amero h > 0. Sua espessura hy
(T) > ¶e igual a h e sua profundidade hz s~ao sempre inferiores a 0; 1. Supomos para
>
> simpli¯car que o momento °etor da viga ¶e EI = 1 e que sua densidade linear
: de massa ½A ¶e igual a 1 :
Suporemos a viga pinada nas extremidades x = 0 e x = 1 com condi»c~oes iniciais em
t = 0 dadas por (1.29)(1.30).
Das hip¶otese sobre EI e ½A e rela»c~oes f¶³sicas, temos
h2 4
½I = ; kGA = 2 : (1.39)
12 h
Este problema segundo o modelo de Timoshenko consiste de resolver o sistema (1.5)
para as fun»c~oes u(x; t) e Ã(x; t) satisfazendo as condi»c~oes (1.29)(1.30) e as condi»c~oes
de contorno seguintes:
)
u(0; t) = 0; Ã (0; t) = 0
0
pinada-pinada :
u(1; t) = 0; Ã (1; t) = 0
0
4 4 (1.40)
> h2
: µ ¡ Y ¡ µ ¡ ¸h µ = 0
0 00
4 48
com Y (0) = Y (l) = 0; µ (0) = µ (l) = 0 :
0 0
!n2 = B
2
1 48 16n ¼ 2 2
48 16n ¼ 2 4 4
@
2 h4
+
h2
§
: h4 +
h2
¡ 4
h4 ;
A
25
que corresponde a duas ra¶³zes positivas
2 0 8Ã !2 91 2131 2
< = C7
=
6 1 B 48 16n ¼
=
2 2
48 16n ¼ 2 2
48n ¼
4 4
!n;(1) =4 @ + ¡: + ¡4 ; A5 (1.43)
2 h 4
h 2
h4 h2 h4
e
2 0 8Ã !2 91=2131 2
< 48n ¼ = C7
=
!n;
61 B
(2) = 4 @ +
2
48 16n ¼ 2
+ +
2
48 16n ¼ 2
¡ 4
4 4
A5 : (1.44)
2 h4 h2 : h4 h2 h4 ;
Modos e freqÄ
u^encias de vibra»c~
ao
Para cada n ¸ 1 temos de (1.42), (1.43) e (1.44):
FreqÄ
u^encia natural !n;(1) 8
>
<Y n;(1) =Ã
senn¼x !
Modo de vibra»c~ao correspondente > h2 2
:µ n;(1) = n¼ ¡ !
4n¼ n;(1)
cos n¼x
FreqÄ
u^encia natural !n;(2) 8
>
< Yn;(2) = Ã
senn¼x !
Modo de vibra»c~ao correspondente > h2 2 :
: µn;(2) = n¼ ¡
4n¼
!n;(2) cos n¼x
27
Figura 1.9: Viga de Timoshenko bi-engastada. ( h = 0; 01; !1 = 22; 3583; !2 = 61; 5772)
Compara»c~
ao das freqÄ
u^encias de Euler-Bernoulli, de Vlasov e de Timoshenko
para uma viga pinada-pinada.
O modelo de Vlasov no caso da viga (T), pode ser resolvido por separa» pc~ao2de2 vari¶aveis.
2 3n ¼
u^encias s~ao denotadas por wv, temos a f¶ormula wvn = p 2 2 2
Se as freqÄ :
h n ¼ + 12
Na tabela 1.3 est~ao calculadas com o Matlab para cada expessura h = :4; :3; :2; :1; :01
da viga, na primeira linha as quatro primeiras freqÄu^encias !1 ; : : : ; !4 de Euler-Bernoulli
28
Figura 1.10: Viga de Timoshenko bi-engastada. ( h = 0; 01; !3 = 120; 5726; !4 = 199; 0115)
em fun»
ca~o do par^
ametro h.
29
Tabela 1.3: Compara»
c~
ao das freqÄ
u^encias de Euler-Bernoulli, Vlasov e Timoshenko para uma
da viga, na segunda linha as quatro primeiras freqÄ u^encias wv1; : : : ; wv4 de Vlasov, na
terceira linha as quatro primeiras freqÄ u^encias inferiores de Timoshenko !1;(1) ; : : : ; !4;(1)
e na quarta linha as quatro primeiras freqÄ u^encias superiores de Timoshenko !1;(2);
: : : ; !4;(2) . Vemos que aµ medida que h decresce, as freqÄ u^encias !i;(1) · wvi tendem a !i
enquanto que as freqÄ u^encias !i;(2) se tornam muito grandes.
½A
e
1 n o
A2 U = (kGA) (µ ¡ Y ) ¡ [(E I) µ ]
0 0 0
(1.46)
I½
30
as componentes do operador diferencial A : D = C 2 ([0; l])2 ½ L2(0; l)2 ¡! C 0 ([0; l])2 ½
L2 (0; l)2 com o produto escalar
onde Z Z
l l
½A
e
1
A2 U = f¡(E I) µ ¡ (kGA) Y + (kGA) µg 00 0
I½
Lema 1.2 O operador A correspondente neste caso tem dom¶³nio
e A ¶e sim¶etrico e positivo.
0
Z l
da¶³, Z l
(A U; Z) = ¡ ((kGA) Y Z1 + (E I) µ Z2) dx
00 00
0 Z l
Z l
(1.47)
+(kGA) (µ Z1 ¡ Y Z2) dx + (kGA)
0 0
µ Z2 dx ;
0 0
Z l
0 Z l
Z l
De (µ Z1 ¡ Y Z2) dx =
0 0
(Z2 Y ¡ Z1 µ) dx, temos a igualdade.
0 0
0 0
31
Figura 1.11: Viga submetida a uma for»
ca axial.
+(kGA) µ2 dx + (kGA) (µ Y ¡ Y µ) dx
0 0
0 0
Z l
Z l
que, de µ Y dx = ¡
0
Y µ dx, temos a desigualdade
0
0 0
Z l
Z l
(A U; U ) = (E I) (µ )2 dx + (kGA)
0
(Y ¡ µ)2 dx ¸ 0 :
0
(1.48)
0 0
:
¡(E I) µ ¡ (kGA) Y + (kGA ¡ I½ ¸) µ = 0
00 0
Vejamos o exemplo de uma for»ca axial constante P : Temos da ¯gura 1.11, T = ¡P0 e
¢¢
½A u + (EIu ) + P0u = 0 : 00 00 00
Um caso mais interessante ¶e quando a for»ca T ¶e vari¶avel da forma ¡P0 ¡" cos!t : Se ! ¶e
uma das freqÄ
u^encias naturais da viga ent~ao podemos ter uma situa»ca~o de instabilidade.
b) Modelos acoplados
Se a se»c~ao transversal da viga tem apenas um eixo de simetria (ou se n~ao tem eixo
de simetria) ent~ao o centro de massa da se»c~ao G e o centro de cisalhamento E n~ao
coincidem (como ocorre no caso da se»c~ao ter dois eixos de simetria). Nesse caso temos
um acoplamento da °ex~ao (deslocamento vertical) com a tor»ca~o da se»c~ao (rota»ca~o).
32
Se µ descreve a rota»ca~o da se»c~ao e u o deslocamento vertical temos um modelo do
tipo: 8 2 Ã 2 !
>
> @ @ u @ 2u @ 2µ
< @x2 EI + ½A ¡ ½Ah =0
à @x2 ! @t2 @t2
>
> @ @µ @ 2u @ 2µ
: @x GJ @x + ½Ah @t2 ¡ I½ @t2 = 0
sendo GJ a rigidez µa tor»c~ao da viga, I½ ¶e o momento de in¶ercia polar da se»c~ao em torno
do eixo X (i. ¶e. em torno de um eixo passando pelos centros de cisalhamento), h sendo
a dist^ancia entre o centro de massa e o centro de cisalhamento (suposto constante).
² coerciva ou V-el¶³ptica se existe uma constante ± > 0 tal que para todo U 2 V :
a(U; U ) ¸ ± kU k2 :
33
Uma forma sesquilinear hermiteana, cont¶³nua e coerciva dada sobre V ¶e, em particular,
um produto escalar sobre V :
Seja a uma forma sesquilinear hermiteana, cont¶³nua e coerciva sobre V : Do teorema
de representa»ca~o de Riesz, temos:
¶nico f 2 V ¤ (f := A U ) tal que
(a) Dado U 2 V, existe um u
a(U; Z) = (U; Z)V = hf; ZiV ¤ ;V ; 8Z 2 V : (1.50)
34
Observa»c~ ao 1.6 Um resultado an¶alogo ao teorema 1.1 ¶e ainda v¶alido, com pequenas
modi¯ca»co~es, no caso que a forma bilinear a(u; v) n~ao ¶e V-el¶³ptica por¶em existe um
real n~ao negativo ° e um real positivo ±, tais que a satisfaz a desigualdade
a(u; u) + ° (u; u)H ¸ ±(u; u) ; 8u 2 V : V
Para isso, aplica-se o teorema 1.1 a forma bilinear cont¶³nua, sim¶etrica e coerciva
(u; v) ! a(u; v) + ° (u; v)H . Os autovalores neste caso satisfazem
¡° < ¸1 · ¸2 · : : : · ¸k · : : : ! 1;
os quais correspondem a uma base hilbertiana ortonormal fei gde H a qual ¶e base or-
togonal de V, etc.
Esta observa»c~ao ser¶a aplicada no modelo da viga de Timoshenko do exemplo 1.8.
1.5.1 Exemplos
Vamos aplicar os resultados da se»c~ao anterior a alguns problemas de vigas:
Exemplo 1.6 (Viga bi-engastada de Euler-Bernoulli ) Seja H = L2 (0; l), es-
pa»co das fun»co~es complexas X, cujo valor absoluto ¶e quadrado integr¶avel a Lebesgue
sobre (0; l), munido do produto escalar
Z l
(X; Z)H = ½(x) A(x) X(x) Z(x)dx :
0
onde ½ A ¶e uma fun»ca~o real cont¶³nua por partes e limitada sobre (0; l) para a qual existe
um real ¯1 > 0 tal que ½(x) A(x) ¸ ¯1 para todo x 2 (0; l) :
Seja V o espa»co de Sobolev H02(0; l) das fun»c~oes X de L2 (0; l) que possuem derivadas
fracas X e X em L2 (0; l) e, al¶em disso, X e X quando restritas (no sentido de tra»cos)
0 00 0
onde E e I s~ao fun»co~es reais de classe C 2 em [0; l] e existe um real ¯2 > 0 tal que
E(x)I(x) ¸ ¯2 , para todo x 2 (0; l) :
A forma sesquilinear a ¶e cont¶³nua: Existe ° > 0 tal que
ja(X; Z)j · ° kXk2 kZk2 ; (X; Z 2 V)
V V
35
Proposi»
ca
~o 1.1 (desigualdade de Poincar¶
e)
Z Ã !2 Z
l
@u l
e de (1.54) Z = X:
Pelo teorema de representa»c~ao de Riesz, existe um operador bijetivo A 2 L(V; V ) ; ¤
tal que
hAX; Zi ¤ ; = a(X; Z) ; 8 X; Z 2 V V V
e assim, estamos nas condi»c~oes do teorema 1:1: Existe uma seqÄ u^encia de autovalores
positivos ¸1 · ¸2 · : : : ! 1 e uma seqÄu^encia de autovetores correspondentes fei g que
¶e uma base ortonormal de H,base ortogonal de V e de V tal que ¤
Z l
Z l
0 0
(denotando AH por A)
Z l
e de (1:54) temos
1
AX = [(EI)X ] ; 00 00
8X 2 D(AH ) :
½A
Exemplo 1.7 (Viga engastada-livre de Euler-Bernoulli) O espa»co H neste caso
¶e considerado o mesmo do exemplo 1:6 e
V = fX 2 H 2(0; l) : X(0) = 0; X (0) = 0g : 0
0
a qual ¶e um produto escalar em V equivalente a (1:53) em virtude da proposi»c~ao 1.1.
Pelo teorema de representa»ca~o de Riesz, existe um operador A 2 L(V; V ) bijetivo ¤
tal que
hAX; Zi ¤ ; = a(X; Z) ; 8X; Z 2 V : V V
Z l
Z l
0 0
36
Se X 2 D(AH ) = V \ Y onde
Y = fX 2 L2(0; l) : (EI)X ; ((EI)X ) 2 H 1(0; l); (EI)X (l) = 0; ((EI)X ) (l) = 0g
00 00 0 00 00 0
e cont¶³nua.
Por outro lado, de (1.48) temos a igualdade
Z l
Z l
¾ (X; X) = (E I)
A (µ (x)) dx + (kGA)
0 2
(Y (x) ¡ µ(x))2 dx
0
(1.55)
0 0
Observa» ca
~o 1.7 Embora n~ao tenhamos coercividade de ¾ (X; Z), ¶e poss¶³vel achar A
2
v¶alida para toda Y e µ de H (0; l). De (1.55), temos
1
= (E I) (µ (x)) dx + (kGA)
0 2
(Y (x) ¡ µ(x))2 dx + kGA jµj2L2 (0;l)
0
0 0
= (E I)jµ jL2 (0;l) + kGA (jY ¡ µjL2 (0;l) + jµj2L2 (0;l) )
0 2 0 2
kGA
¸ (E I)jµ j2L2 (0;l) +
0
jY j2L2 (0;l) : 0
2
Da¶³, temos
kGA
¾ (X; X) + kGA jXj2H ¸ minfE I; g jX j2L2 (0;l) L2 (0;l) 0
2
A £
37
Cap¶³tulo 2
Problemas de vibra»
co
~es
conservativos
2.1 O contexto V ½ H
Sejam V e H espa»cos de Hilbert separ¶aveis veri¯cando as hip¶oteses de (1:49) : Seja
A 2 L(V; V ¤ ) associado a uma forma sesquilinear a hermiteana cont¶³nua e coerciva,
1 1
como em (1:51) : Consideramos k ¢ kV = a(¢; ¢) 2 = < ¢; ¢ >V2 ¤ ;V como norma de V.
Nosso prop¶osito nesta se»ca~o ¶e o de estudar o problema:
d2 u
+A u=0 (2.1)
dt2
du
u(0) = Á ; (0) = Ã ; (2.2)
dt
onde (2:1) ¶e uma igualdade em V ¤ . Os dados iniciais Á e à s~ao funcionais lineares
cont¶³nuos sobre V, isto ¶e, pertencem a V ¤.
A formula»c~ao variacional do problema ¶e: Achar u tal que
à !
d2 u
;v + a(u(t); v) = 0 ; (8v 2 V) ; (t 2]0; T [ q:t:p:) : (2.3)
dt2 H
A equa»c~ao (2:3) denomina-se princ¶³pio dos trabalhos virtuais relativo µa equa»c~ao
(2:1) :
Para a resolu»c~ao de (2:1)¡(2:2), onde Á 2 V e à 2 H, tomamos uma base fei g de V
constitu¶³da de autovalores de A conforme (1:52) (a qual ¶e ortonormal em H, ortogonal
em V e em V ¤ ), sendo ¸i = !i2 os autovalores associados. Introduzimos as nota»c~oes:
8 X
>
> u(t) = U (t) e
> X
< A u(t) = !2 U (t) e i
i i
> i i (2.4)
X X
i
>
>
i
: Á = ©
i
e ; Ã
i = i µ e
i
i i :
38
e temos 8 d2 U
>
< + ! 2 U = 0;
i
i
> dt 2 i
: U (0) = © ; U (0) = µ :
i i
¢
i i
i i i i i i
e conseqÄ
uentemente, a solu»c~ao de (2:1)(2:2) ¶e dada pela primeira equa»c~ao de (2:4) :
µi 1 Z t
Ui (t) = ©i cos !i t + sen !i t + [sen !i (t ¡ s)] fi (s)ds :
!i !i 0
@ 2u @ 2M
½ A 2 (x; t) + (x; t) = 0 ; 0 < x < l ; t > 0; (2.6)
@t @x2
as condi»c~oes de contorno
@u
u(0; t) = 0; (0; t) = 0 (engaste em x = 0);
@x
M(l; t) = 0; V (l; t) = 0 (livre em x = l)
e as condi»c~oes iniciais
¢
u(x; 0) = u0(x); u (x; 0) = u1(x) (2.7)
onde
@ 2u
M(x; t) = EI (x; t) ; (2.8)
@x2
39
¶e o momento °etor ,
@M
V (x; t) = ¡
(x; t)
@x
¶e a for»ca cortante. Al¶em disso, ½ A ¶e a densidade linear de massa do material da viga
e EI representa a rigidez da viga aµ °ex~ao.
Admitindo n massas mi concentradas nos pontos da viga de coordenada xi , temos
que considerar as 2n condi»c~oes de salto:
8
>
< [u(x;2t)] = = u(x + 0; t) ¡ u(x ¡ 0; t) = 0
x xi i i
>
: m @@tu2 (x ; t) = @M
i i(x + 0; t) ¡
@M
(x ¡ 0; t) ;
i i (i = 1 : : : ; n)
@x @x
onde u(xi § 0; t) denotam, respectivamente, os limites laterais direito e esquerdo de
u(x; t) em xi . Da¶³, movimento da viga ¶e descrito pela equa»ca~o
½A
@ 2u @ 2M
+ +
n
m
@2u X
(xi ; t)±(x ¡ xi ) = 0 : (2.9)
@t2 @x2 @t2
i
i=1
(2.12)
O formalismo V ½ H ´ H ½ V : ¤ ¤
40
A equa»c~ao (2:10) pode ser escrita na seguinte forma:
à !
d2u
m + Au = 0:
dt2
Consideremos a forma bilinear ¾ : V £ V ! R de¯nida para u; v de V quaisquer por
A
>
> @u @M
: u(0; t) = 0 ; (0; t) = 0 ; M(l; t) = 0 ; (l; t) = 0 ;
@x @x
onde ± a distribui»c~ao de Dirac e () representa a deriva»c~ao parcial em rela»c~ao a x.
0
1; 2 :
1 Placa de pequena expessura, feita de um material que, excitado por uma corrente el¶
etrica (cor-
respondente a uma dada diferen»
ca de potencial), possui a propriedade de se contrair ou se expandir,
dependendo do sentido em que a corrente a atravessa (lados opostos possuem polaridades opostas).
Vice-versa, quando for»
cada mecanicamente a se contrair ou se expandir, emitem um sinal el¶
etrico
caracter¶
³stico.
41
Esta equa»c~ao pode equivalentemente ser escrita como
V ¤ ;V ;
com
³ ´
a(Ã; Á) :=< EIÃ ; Á >L2 (0;l)
00 00
e f(t) = KB ±x1 ¡ ±x2 v(t) onde ±a := ±(x ¡ a) ;
0 0
a qual constitui uma representa»c~ao formal para as vibra»c~oes da viga, que como na se»c~ao
2.1.1, corresponde a formula»c~ao variacional de (2.5).
42
Cap¶³tulo 3
Problemas de vibra»
co
~es n~
ao
conservativos
3.1 O contexto V ½ W ½ H
Consideremos dois espa»cos de Hilbert complexos separ¶aveis V e H tais que:
( 9
V ½ H (imers~
ao cont¶
³nua e densa) >
=
H ´ H (via teorema de representa»
c~
ao de Riesz)
>
¤
) V ½ H ´ H ½ V (imers~
¤
oes cont¶
¤
³nuas e densas) : ;
Seja W um espa»co de Hilbert imerso continuamente em H com V continuamente imerso
em W. Mais explicitamente, temos a seqÄ u^encia de inclus~oes cont¶³nuas e densas
= H¤ ,! W ¤ ,! V ¤ ;
V ,! W ,! H »
onde, em particular,
hu; viV ¤ ;V = hu; viW ¤ ;W (8u 2 W ¤ ; v 2 V) :
Consideramos o seguinte problema abstrato de valores iniciais
( ¢¢ ¢
u + A2 u + A1 u = f em V ¤ ;
¢ (3.1)
u(0) = u0 ; u (0) = u1 ;
onde A1 ¶e um isomor¯smo linear de V em seu dual topol¶ogico V ¤ , determinado por
uma forma sesquilinear hermiteana cont¶³nua e coerciva ¾1 sobre V, A2 ¶e um operador
43
linear de W em seu dual topol¶ogico W ¤ , associado a uma forma sesquilinear cont¶³nua
¾2 sobre o espa»co de Hilbert W tal que
existem constantes k2 > 0 ; ¸0 ¸ 0 tal que
Al¶em disso, as solu»co~es de (3:4) dependem continuamente de (u0; u1; f), isto ¶e, a apli-
ca»c~ao
V £ H £ L2((0; T ); V ¤) ¡! L2((0; T ); V) £ L2((0; T ); W)
dada por
¢
(u0 ; u1 ; f ) ! (u; u)
¶e cont¶³nua.
8 D ¢¢
>< v (t); » H + ¾2 v¢
E ³ ´
m j m (t); »j + ¾1 (vm (t); »j ) = hf (t); »j iW ¤ ; W
>: v¢ (0) = v0
m m
(3.5)
v (0) = v ;
m 1m
44
¢
onde j = 1; 2; : : : ; m : Multiplicando a equa»c~ao por ¹́jm (t) e somando nos ¶³ndices j,
temos
D ¢¢ ¢ E ³¢ ¢ ´ ³ ¢ ´ D ¢ E
v m (t); vm (t) + ¾2 v m (t); vm (t) + ¾1 vm(t); vm (t) = f (t); v m (t) ¤ :
H W W
;
Temos
d ³ ¢ ´
¾1 (vm (t); vm (t)) = 2 Re ¾1 vm (t); v m (t) ;
dt
que implica
d n ¢ o ³¢ ¢ ´
j v m (t)j2H + ¾1 (vm (t); vm (t)) + 2 Re ¾2 v m (t); vm (t)
dt D ¢ E
= 2 Re f (t); vm (t) ¤ :
W W
;
onde Z
1 t
jf(s)j2W ¤ ds :
M ´ jv1 j2H + c1jv0 j2V +
0 2"
Levando em conta apenas o primeiro termo do membro esquerdo de (3.7) e usando
¢
a desigualdade de Gronwall, temos que fvm g ¶e limitada em C ((0; T ) ; H). Usan-
¢
do novamente (3.7) e usando que fv mg ¶e limitada desta forma, temos que fvmg ¶e
¢
limitada em C ((0; T ) ; V). Mais uma vez usando (3.7) e que fv mg ¶e limitada desta
45
¢
forma, temos que fv mg ¶e limitada em L2 ((0; T ) ; W). Ent~ao, podemos achar uma
u^encia fvmk g e fun»c~oes limites v 2 L2 ((0; T ) ; V) e v^ 2 L2 ((0; T ) ; W) tais que
subseqÄ
= hf (t); Ãj (t)iW ¤ ;W dt :
0
para cada j. Lembrando que Ãj (t) = Ã(t)»j e que al¶em disso restringindo à de modo
que à perten»ca a C01(0; T ), temos de (3.10) que
ZT ¢ D
¢ E
à ¡ v (t); »j (t) dt
ZT n ³¢ 0
´
H o
+ Ã(t) ¾2 v (t); »j (t) + ¾1 (v(t); »j (t)) ¡ hf(t); »j (t)iW ¤ ;W dt = 0
0
ou D¢ E
v (0); » Ã(0) = hv1; » iH Ã(0) para todo j :
j
H j
¢
Disto se segue que v (0) = v1 e assim, v ¶e a solu»ca~o do problema de valor inicial (3.4).
A depend^encia cont¶³nua dos dados se segue das estimativas usadas para a prova da
exist^encia. De volta a (3.6), n¶os vemos que essa estimativa implica
¯¯ ¢ ¯¯2 Z t¯
¯v (t)¯ · Km + 2 ¸0 ¯¯v¢ (s)¯¯¯2 ds
H 0 H
1
onde Km ´ jv1m j2H + c1 jv0mj2V + jf j 2 ¤ : Assim, usando a desigualdade de
2" L ((0; T ); W )
Gronwall, temos ¯¢ ¯2
¯v ¯
¯ (t)¯ · Km e2¸0 t :
H
Por outro lado, esta desigualdade em (3.6) nos d¶a
Z t¯ ¯2 Z t
¯v¢ ¯
k1 jvm (t)j2V + ± ¯ (s)¯ ds · Km + Km 2¸0 e2¸0 s ds
0 W 0
· Km C1
47
acima, s~ao obviamente, u ¶nicas. No entanto, devemos nos certi¯car de que quaisquer
solu»c~oes constru¶³das a partir dos mesmos dados v0 , v1 e f coincidem. Para isto, ¶e
su¯ciente mostrar-mos que apenas a solu»ca~o v ´ 0 ¶e obtida dos dados v0 = 0 , v1 = 0
e f = 0. Com esse objetivo, seguimos argumentos usuais. Seja v a solu»c~ao de (3.4),
correspondente a v0 = 0 , v1 = 0 e f = 0 e de¯na para s ¯xado por¶em arbitr¶ario em
(0; T ), 8 Z
<¡ s
v(»)dx t < s
Ã(t) =
: t
0 t¸s
tal que Ã(T ) = 0. Pode ser veri¯cado que à 2 V para cada t e ent~ao, n¶os podemos
escolher Á = Ã(t) em (3.4) para obter
D ¢¢ E ¢
v (t); Ã(t) + ¾2 (v (t); Ã(t)) + ¾1(v(t); Ã(t)) = 0 : (3.13)
V ;V ¤
¢
Desde que à (t) = v(t) para quase todo t < s; n¶os temos
Z ½D ¢¢
s E D¢ E ¾
v (t); Ã(t) + v (t); v(t) dt
0 V ¤ ;V V ¤ ;V
Z s
d D¢ E
= v (t); Ã(t) ¤ dt
0 dt V ;V
D¢ E ¯¯ =
¯ = 0:
t s
V ¤ V ¯ =0
= v (t); Ã(t)
;
t
48
Levamos em considera»c~ao as hip¶oteses de (3.2) e (3.3) e obtemos ent~ao
Z s
2 2
jv(s)jH + k1 jÃ(0)jV · 2¸0 jv(t)j2H dt
0
ou Z s
jv(s)j2H · 2¸0 jv(t)j2Hdt
0
para s arbitr¶ario em (0; T ). Novamente, usando a desigualdade de Gronwall conclu¶³mos
que v(t) = 0 para t 2 (0; T ).
Observa»c~ao 3.1 Grande parte dos exemplos de viga para o modelo de Euler-Bernoulli
com v¶arios tipos de amortecimento (Kelvin-Voigt, viscoso ou n~ao, raiz-quadrada ou
mem¶oria espacial) podem ser tratados no contexto desse teorema. O mesmo acontece
se considerarmos o modelo de Timoshenko dado pelo sistema (1.5). Veja a se»c~ao 4.5
de [2].
@ @
Usamos a nota»c~ao: ()¢ = e () = 0
:
@t @x
Este problema n~ao ¶e separ¶avel na forma u(x; t) = U (x) T (t) se b ¶e uma fun»c~ao
positiva gen¶erica, como foi discutido na observa»c~ao 1.2. Por outro lado, a equa»ca~o pode
ser transformada num sistema de primeira ordem, o qual ¶e separ¶avel formalmente. E
mesmo assim, o problema correspondente n~ao ¶e auto-adjunto. Vemos em seguida
como aplicar teorema 3.1 a este problema.
Formula»c~
ao variacional de (3:15)(3:16)
Tomamos V = H02 (0; l); H = L2(0; l) com a nota»c~ao
L (0;l) L (0;l)
49
Escrevendo
m : V ¡! V ¤
B; A : V ¡! V ¤
@ 2u @u @ 2M
½A + ° + = 0; 0 < x < l ; t > 0;
@t2 @t @x2
@u @M
u(0; t) = 0 ; (0; t) = 0 ; M(l; t) = 0 e (l; t) = 0 ; (3.18)
@x @x
onde ½ A ¶e a densidade linear de massa, ° ¶e o coe¯ciente de amortecimento viscoso e M
¶e o momento interno. No caso em que a viga ¶e considerada simples com Kelvin-Voigt
ou taxa de amortecimento r¶³gido, M ¶e composto de duas componentes que representam
a rigidez a °ex~ao (com coe¯ciente EI) e amortecimento (com coe¯ciente cD I):
@ 2u @ 3u
M(x; t) = EI
@x2
(x; t) + cD I
@x2 @t
(x; t) :
@ 2u @u @ 2 M X n @ 2u
½A
@t2
+ °
@t
+
@x2
+ m i 2 (xi ; t)±(x ¡ xi ) = 0 :
i=1 @t
50
O problema neste caso pode ser escrito na forma (3.4) com f = 0, considerando
2
H = L (0; l) com < Á; Ã >H =< ½AÁ; Ã >L2 (0;l) +
X m Á(x )Ã(x ) ;
n
i i i
i=1
¾2(Á; Ã) =< °Á; Ã >L2(0;l) + < cD IÁ ; Ã >L2 (0;l) e ¾1 (Á; Ã) =< EIÁ ; Ã >L2 (0;l) :
00 00 00 00
@ 2u @u @ 2M
½A + ° + = 0; 0 < x < l ; t > 0; (3.19)
@t2 @t @x2
onde ½ A ¶e a densidade linear de massa, ° ¶e o coe¯ciente de amortecimento viscoso
e M ¶e o momento interno e as condi»co~e de contorno (3.18). No caso em que a viga
¶e considerada simples com Kelvin-Voigt ou taxa de amortecimento r¶³gido, M ¶e com-
posto de duas componentes que representam a rigidez a °ex~ ao (com coe¯ciente EI) e
amortecimento (com coe¯ciente cD I):
@ 2u @ 3u
M(x; t) = EI (x; t) + c I (x; t) : (3.20)
@x2 @x2 @t
D
h½ Autt ; ÁiL2(0;l) + h°ut ; ÁiL2 (0;l) + hEIu + cD Iut + KB (H1 ¡ H2)v(t); Á iL2(0;l) = 0
00 00 00
51
para todo Á 2 V = f» 2 H 2(0; l) : »(0) = 0; » (0) = 0g, Hi = H(x ¡ xi ) ; i = 1; 2 :
0
Como na se»c~ao 3.1.2 tomando H = L2(0; l) com < Á; Ã >H =< ½AÁ; Ã >L2 (0;l) , V =
W, ¾2 (Á; Ã)
³ =< °Á; ´Ã >L2 (0;l) + < cD IÁ ; Ã >L2(0;l), ¾1(Á; Ã) =< EIÁ ; Ã >L2 (0;l) e
00 00 00 00
f (t) = KB ±x1 ¡ ±x2 v(t), ±a := ±(x¡a), temos a representa»c~ao (3.4) para as vibra»c~oes
0 0
da viga.
52
Cap¶³tulo 4
Viga em rota»c~
ao
At¶e esse ponto discutimos modelos de vigas levando em conta que a con¯gura»c~ao de
refer^encia n~ao se movia num referencial inercial. As vibra»c~oes eram movimentos de
pequena amplitude em torno da con¯gura»c~ao de refer^encia.
Por¶em, nas aplica»c~oes mais relevantes tecnologicamente da teoria de vigas a con-
¯gura»c~ao de refer^encia n~ao pode ser considerada est¶atica num referencial inercial, de
fato a con¯gura»c~ao de refer^encia est¶a sujeita a grandes rota»co~es de corpo r¶³gido.
Esse ¶e o caso quando modelamos como viga o bra»co de um rob^o, as palhetas de
uma turbina, a h¶elice de um helic¶optero, etc.
As equa»c~oes que descrevem a din^amica n~ao s~ao mais as mesmas. Mostraremos a
seguir, no cso de uma rota»c~ao plana, como se altera o modelo.
Daremos uma descri»ca~o breve do Princ¶³pio de Hamilton para sistemas mec^anicos
gerais e apresentamos uma aplica»ca~o para o caso de uma viga em rota»ca~o. As ex-
press~oes para as energias cin¶etica e potencial e o princ¶³pio dos trabalhos virtuais s~ao
determinados e, em seguida, o Princ¶³pio de Hamilton ¶e aplicado para estabelecer as
equa»c~oes din^amicas do movimento, [39].
Consideramos uma estrutura constitu¶³da de um bra»co de rob^o modelado como uma
viga de comprimento L, conforme a Figura 4.1. Uma de suas extremidade est¶a ligada
ao eixo de um motor, por exemplo, e a outra extremidade livre cont¶em uma massa
concentrada Mp (que pode ser pensada como a garra de um rob^o manipulador). Com
um torque ¿ o motor for»ca um movimento de rota»ca~o, descrito por um a^ngulo ®, da
viga em torno do eixo.
4.1.1 Recorda»ca
~o do Princ¶³pio de Hamilton
Denotemos por T , V e Wnc respectivamente, a energia cin¶etica total, a energia potencial
total e o trabalho total devido µas for»cas n~ao-conservativas. Suponhamos que a trajet¶oria
53
Figura 4.1: Con¯gura»c~ao de uma viga em rota»c~ao
Figura 4.2: Part¶³cula de massa m sob a in°u^encia de uma for»ca resultante constante f
de uma part¶³cula de massa m descrita por r(t) sob a a»ca~o da for»ca f sofra uma varia»c~ao
in¯nitesimal ±r entre os instantes t1 e t2 .
Denotemos o trabalho virtual realizado pela resultante das for»cas f como ±W = f ¢±r.
Da¶³, temos Z Z
t2 t2
±W dt = f ¢ ±rdt
t1 t1
54
pois ±r(t1) = ±r(t2 ) = 0 : Ent~ao,
Z t2 ³ ´
¢ ¢
f ¢ ±r + m r ¢± r dt = 0 :
t1
4.1.2 Aplica»c~
ao na dedu»c~
ao do modelo da viga em rota»c~
ao
pinada no eixo e com uma massa na extremidade livre
O princ¶³pio ¶e aplicado na forma
Z t2 Z t2 Z t2 Z t2 Z t2
±J = ±(To ) + ±(Tb ) + ±(Tp ) ¡ ±(V ) + ±(Wnc) = 0 ; (4.1)
t1 t1 t1 t1 t1
55
Figura 4.3: Referencial determinado pelo centro de gravidade G do sistema
4.1.3 C¶
alculo dos termos de energia
Energia cin¶
etica
Da Figura 4.3, considerando pequenas de°ex~oes, temos aproximadamente:
w(x; t) w(x; t)
®(x; t) ¼ qo (t) + arctg( ) ¼ qo (t) + :
x x
Note que quando x ¼ 0, temos ®(x; t) ¼ qo (t) + w (0; t) : Al¶em disso, podemos escrever
0
" #
x cos®
r= : (4.2)
x sen®
1Z h T ¢ 1 Zh T
¢ ¢ ¢
Tb = r ¢ r dm = ½ r ¢ r dx :
2 0 2 0
De (4.2), temos
1 Z L³ ´2¢
qo x+ w dx :
¢
Tb = ½ (4.3)
2 t1
56
A varia»c~ao ±Tb ¶e obtida aplicando o c¶alculo das varia»co~es:
Z t2 ¢
Z t2 Ã @Tb @Tb ¢
!
±Tb (qo ; w) dt = ± w dt
¢ ¢
± qo +
t1 t1 @ qo
¢
@w
¢
Da¶³ e de (4.3)
Z t2 ¢
Z t2 ÃZ L ¢¢
ZL ¢¢
!
±Tb (qo ; w) dt = ½(qo x+ w) x dx ±qo + ½(qo x+ w) dx ±w
¢ ¢¢ ¢¢
dt :
t1 t1 0 0
(4.4)
¢ ¢
Sendo a velocidade angular do eixo dada por ® (0; t) =qo +w (0; t), a energia cin¶etica
¢
0
do eixo ¶e
1 2 1
To = Jo ® (0; t) = Jo (qo +w (0; t))2 :
¢ ¢ ¢
0
2 2
Com procedimento an¶alogo ao caso da energia cin¶etica na viga, levando em conta agora
¢
que To depende das fun»c~oes qo e w (0; t) que s~ao nulas em t1 e em t2, temos
¢
0
Z t2 Z t2 ³ ¢¢ ¢¢
´
Jo (qo +w (0; t) ±w (0; t)) + Jo (qo +w (0; t)) ±qo dt :
¢¢ ¢¢
±To dt = ¡ 0 0 0
(4.5)
t1 t1
A energia cin¶etica Tp , da massa na extremidade livre da viga, tem uma componente
translacional relativa µa rota»c~ao da viga em torno do eixo da estrutura e uma compo-
nente rotacional relativa ¶a rota»c~ao da massa em torno da extremidade livre da viga.
1
A componente translacional da energia ¶e igual a Mp r T ¢ r jx=L , sendo r jx=L a
¢ ¢ ¢
2
velocidade da massa na extremidade livre da viga. Com rela»c~ao a componente rota-
cional da energia, ela depende da velocidade angular da massa em torno da extremi-
dade livre da viga e ¶e dada pela varia»c~ao de inclina»c~ao da extremidade da viga. Por
outro lado, a posi»c~ao de um ponto qualquer da viga relativa ao referencial inercial ¶e
dada por y(t) = qo (t)x + w(x; t). Assim, a inclina»ca~o da extremidade livre da viga ¶e
y (t) = qo (t) + w (x; t) e da¶³, temos que a velocidade angular da massa na extremidade
0 0
¶e
¢0 ¢ 0
y (t) jx=L =qo (t)+ w (L; t): ¢
Coletando esses dados temos que a energia cin¶etica da massa na extremidade livre da
viga ¶e
1 1
Tp = Mp r T ¢ r jx=L + Jp (y )2 (t)
¢ ¢ ¢ 0
2 2
1 1
Mp (qo L+ w (L; t))2 + Jp (qo + w (L; t))2
¢ ¢ ¢ ¢
= 0
2 2
57
¢ ¢ 0
que depende das fun»c~oes qo , w (L; t) e w (L; t) : Procedendo com nos casos anteriores
¢
temos
Z t2 Z t2 µ ¢¢ 0 ¢¢
Jp (qo + w (L; T )) ±w (L; t) + Mp (qo L+ w (L; T ))±w(L; t)
¢¢ ¢¢
±Tp dt = ¡ 0
t1 t1
¢¢ ¢¢ 0
¶
+(Mp(qo L+ w (L; T ))L + Jp (qo + w (L; T )) ±qo dt :
¢¢ ¢¢
(4.6)
Energia potencial
A energia potencial da estrutura ¶e gerada a partir da energia armazenada como energia
el¶astica da viga e pode ser expressa como
ZL1
V = EI(w )2 dx : 00
0 2
Integrando por partes duas v^ezes em rela»c ao a x, temos
Z t2 Z t2 Ã ZL !
±V (w ) dt =
00
EIw ±w jL0 ¡ EIw ±wjL0 +
00 0 000
EIw 0000
±w dx dt : (4.7)
t1 t1 0
Trabalho n~
ao-conservativo
O trabalho n~ao-conservativo na estrutura ¶e devido ao torque externo aplicado a viga
no eixo da estrutura. Da¶³, o trabalho virtual ¶e dado por
4.1.4 Equa»c~
oes de movimento e condi»c~
oes de contorno
Substituindo os segundos membros das equa»c~oes (4.4) - (4.8) nos respectivos segundos
membros de (4.1), temos a varia»c~ao total, ±J = 0; na forma:
Z t2 µ ¢¢ 0 ¢¢
¿ ¡ Jo (qo +w (0; t)) + Mp L(qo L+ w (L; t))
¢¢ ¢¢
t1 ZL !
¢¢ 0 ¢¢
¡Jp (qo +w (L; t)) ¡ ½(qo x+ w)xdx ±qo dt
¢¢ ¢¢
Z t2 Z L Z t2 0
¢¢ ¢¢ 0
(EIw + ½(qo x+ w))dx±wdt ¡ (EIw (L; t) + Jp (qo +w (L; t))±w (L; t)dt
¢¢ ¢¢
¡ 0000 00 0
Zt1t2 0 t1 Z t2 ¢¢
(EIw (L; t)) ¡ Mp (qo L+ w (L; t))±w(L; t)dt ¡
¢¢
+ 000
EIw (0; t)±w(0; t)dt 000
Zt1t2 t1
¢¢ 0
(EIw (0; t) ¡ Jo (qo +w (0; t)) + ¿ )±w (0; t)dt = 0 :
¢¢
+ 00 0
t1
(4.9)
58
Da¶³, e do fato de que as varia»co~es ±qo e ±w(x; t) s~ao arbit¶arias, as equa»co~es de movimento
no caso da viga pinada no eixo, s~ao:
¢¢
¿ (t) ¡ J qo (t) ¡ ¹(t) = 0 (4.10)
onde ZL
J = Jo + Mp L2 + Jp + ½A x2dx ;
0
¢¢
¢¢
¢¢
ZL ¢¢
¹(t) = Jo w (0; t) + Mp L w (L; t) + Jp w (L; t) + ½A
0 0
w (x; t)xdx
0
e ³ ¢¢
´
EIw (x; t) + ½A qo x+ w (x; t) = 0 :
¢¢
0000
(4.11)
Essas equa»c~oes s~ao complementadas com as seguintes condi»co~es de contorno:
59
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