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Comunicação de dados

- Transmissão de dados sobre a rede telefónica -

• A maior parte dos serviços de dados são fornecidos por modems


que estão a funcionar sobre canais analógicos - uso de
modulação digital (e.g. ASK, FSK, PSK, QAM, CPM, OFDM);
DTE - Data DCE - Data Interface DTE/DCE Usada
Terminal Circuit
Equipment Equipment
no ADSL

Equipamento Equipamento de Equipamento de Equipamento


terminal de dados comunicação Rede de comunicação comunicação terminal de dados

e.g. computador e.g. modem

• O interface DTE/DCE é caracterizado por:


– três tipos de sinais: dados, sincronização e controlo;
– vários níveis de organização que permitem o funcionamento das
aplicações.
Comunicação de dados
- Arquitectura do modelo OSI e TCP/IP -
TCP/IP OSI

Aplicação Nível 7 Aplicação


Nota:
Nível 6 Apresentação • Conceito e funções de um protocolo
• Conceito de primitiva de serviço

Nível 5 Sessão

Nível 4 Transporte end-to-end


Transporte

Internet Nível 3 Rede

Nível 2 Ligação Rede


Host-to- de dados
network
Nível 1 Físico Equipamento de
comunicação
DTE DTE DCE
Caracterização da informação digital

• A representação de uma mensagem digital em banda de base toma normalmente


a forma de uma sequência de impulsos modulada em amplitude:

ak representa o k-ésimo símbolo pertencente a


x (t ) = a k r (t − kTs ) um alfabeto de M símbolos.
k
r(t) é o impulso de suporte.

– Ts não é necessariamente a duração do impulso, mas sim a duração entre duas


transições sucessivas do sinal. Taxa ou ritmo de símbolo: Rs = 1/Ts [baud];
– O impulso após toda a cadeia, p(t), está sujeito às seguintes condições:

1 t=0
p (t ) = e.g. p(t) pode ser um impulso
0 t = ±Ts , ± 2Ts ,... rectangular rect(t/Ts).

– Esta condição garante que se pode recuperar a mensagem amostrando x(t)


periodicamente nos instantes t = kTs com k = 0, ± 1, ± 2, … visto que

x (kTs ) = a k p ( jTs − kTs ) = a k
j = −∞

– Tipos de impulsos: e.g. NRZ, RZ, Manchester, multi-nível.


Limitações introduzidas pelo canal de transmissão

Receptor
Ruído, n(t)
Emissor Canal

Mensagem regenerada
x(t) BT = B y(t)
g=L + LPF Regenerador
Atenuação L

sincronização

• O sinal y(t) à saída do filtro passa-baixo é expresso por:

y (t ) = p (t − t d − kTs ) + n (t )
ak ~ td é o atraso de transmissão
p (t ) é o impulso p(t) distorcido
~
k

• A recuperação da mensagem é tarefa do regenerador do sinal onde o sinal é


amostrado periodicamente, sendo:
y (t k ) = a k + p (kTs − jTs ) + n (t k )
aj~ Componentes:
p (0 ) = 1
Se ~ j≠k
- Igualador;
- Amplificador;
- Recuperação do relógio;
interferência inter-simbólica (IIS)
t k = kTs + t d ruído
- Amostrador;
- Circuito de decisão.
símbolo de canal
Limitações do canal de transmissão (cont.)

• Os efeitos combinados do ruído e da interferência inter-simbólica (IIS)


podem resultar em erros na mensagem regenerada:
y(t)

A
y(tk)

0
tk t
• Como diminuir o ruído (assume-se branco e gaussiano) ?
– reduzir a largura de banda do filtro redução da potência de ruído;
• implica também o alargamento do impulso aumento da interferência inter-simbólica.

•• Uma
Umalimitação
limitaçãofundamental
fundamentaldadatransmissão
transmissãodigital
digitalééaarelação
relaçãoentre
entreaaIIS,
IIS,aa
largura
larguradedebanda
bandaeeooritmo
ritmode símbolos((RRss==RRbb/ /log
desímbolos log22(R
(Rbb)).
)).
Considerando um canal ideal passa-baixo com largura de
banda B, é possível transmitir símbolos independentes a Critério de Nyquist
uma taxa r ≤ 2B baud sem IIS. Não é possível transmitir
símbolos independentes a r > 2B.
Transmissão sem distorção e com distorção
(revisitação)
O sinal à saída tem a mesma
Transmissão sem distorção forma do sinal à entrada

Canal de transmissão
não distorcivo

Transmissão com distorção


Impulsos de suporte distorcidos

Canal de transmissão
distorcivo
Critério de Nyquist

• A utilização da taxa de símbolos máxima permitida (Rs = 2B, ritmo de


Nyquist) pelo critério de Nyquist envolve a utilização de um impulso especial,
o impulso sinc:
f
p(t ) = sinc(Rst ) = sinc(t Ts ) P( f ) = Ts rect
TF
espectro limitado
Rs
– Não há influência do filtro passa-baixo, com largura de banda B ≥ r/2, no sinal visto
que P(f) = 0 para | f | > r/2. Assim, este impulso não sofre distorção devido ao filtro
passa-baixo e por isso pode-se ter r = 2B;
– Não há interferência inter-simbólica, embora p(t) não seja limitado no tempo, visto
que este tipo de impulso é igual a zero nos instantes t = ± Ts, ± 2Ts, ….

“1” “1” “1” “0” “1”


Sem IIS Com IIS

0 Ts
-Ts 2Ts -Ts 0 Ts 2Ts

instantes de amostragem instantes de amostragem


Critério de Nyquist (cont.)

• Na prática o impulso sinc não é realizável (requereria um filtro passa-baixo ideal e torna crítica a
precisão temporal no instante de amostragem):
– os problemas de sincronização são resolvidos usando impulsos com uma forma designada por coseno
elevado com um factor de excesso de banda α entre 0 e 1.
• Factor de excesso de banda: B = B (α + 1) com R 1 Rs
min Bmin = s =
2 2Ts 2
p(t)
• Espectro do impulso para f > 0: • Forma do impulso:
P(f) α =0
Largura de banda:
Ts
α = 0.5 1
α =1
W= (1 + α ) = Rs (1 + α ) α = 0.5
2Ts 2
α =1 1 R
Wmin = = s -2Ts -Ts 0 Ts 2Ts t
2Ts 2

0 Rs Rs f
(1 + 0,5) Rs
O filtro é uma constante até este valor α =0
2 2

Ts 0 ≤ f < W min (1 − α )
cos (πα t T s ) t
Ts π f π p (t ) = sinc
P( f ) = W min (1 − α ) ≤ f ≤ W min (1 + α ) 1 − (2α t T s )
2
1 − sin − Ts
2 2α W min 2α
0 f ≥ W min (1 + α ) Nota: Para α = 1 W = Rs
Diagrama de olho
• Indicador qualitatitivo do desempenho de um sistema;
• Construção do diagrama de olho:
– depende do nº de símbolos adjacentes que interferem com o símbolo em análise:
• se só os símbolos adjacentes interferem então teremos 8 sequências para analisar;
• as sequências piores são 010 e 101.
• Parâmetros que podem ser avaliados através da observação do diagrama de olho:

instante de amostragem óptimo


Distorção nos instantes de
amostragem (IIS)
margem de ruído

Limiar de decisão

Distorção nos cruzamentos


por zero (∆T).
Declive dá a sensibilidade a
erros no instante de amostragem
Intervalo de tempo em que o
sinal pode ser amostrado Jitter (%) = ∆T/Tb x 100
Nota: Não-linearidades no sistema de transmissão
criam assimetrias no diagrama de olho.
Taxa de erros binários (Bit Error Rate - BER)

• Assume-se que:
– o canal não introduz distorção o impulso recebido está livre de IIS;
– o ruído é aditivo, branco, gaussiano, tem média nula e é independente do sinal.
• Receptor digital de banda de base:

Regenerador
G(f)=η/2

y(t) y(tk)
LPF
x(t) S/H xe(t) sinal regenerado
+ H(f)

sincronização comparador

• O amostrador (Sample & Hold - S/H) retira amostras do sinal: y (t k ) = ak + n(t k )


• As amostras são comparadas com um limiar de decisão V:

y (t k ) > V 1
y (t k ) < V 0
Taxa de erros binários (cont.)

• Assume-se que x(t) é um sinal


unipolar, i.e ak = A (1 lógico) e ak y(t)
= 0 (0 lógico);
1 0 1 1 0 1 0
A
y(tK)
• A fdp de y(tk) depende da fdp do V
ruído e do símbolo transmitido 0
t
fdp condicionada; xe(t)
tK

H 0 : ak = 0 Y=N
y (t k ) = ak + n(t k ) 0
H 1 : ak = A Y = A+ N t
1 0 0 1 0 1 1

variável aleatória com


distribuição gaussiana pY(y|H0) = pN(y) erros
fdps condicionadas:
pY(y|H1) = pN(y-A)
Taxa de erros binários (cont.)

• A figura seguinte mostra curvas típicas para as fdps condicionadas, assim como um
limiar de decisão Vth;

pY(y|H0) = pN(y) pY(y|H1) = pN(y-A) ∞


V th
Pe 0 = P (Y > V th | H 0 ) = p Y ( y | H 0 )dy = Q
V
σ
V
A − V th
Pe1 = P (Y < V th | H 1 ) = p Y ( y | H 1 )dy = Q
−∞
σ
0 Vth A y +∞
1
Q (k ) =
2
Pe1 Pe0 com e −λ 2

Vth=Vopt 2π k

• A probabilidade média de erro é dada por Pe = P0 Pe 0 + P1 Pe1


• Na situação presente, o limiar de decisão óptimo está localizado em Vopt = A/2. Assim,
a probabilidade média de erro mínima vem dada por:
A - sinais binários;
Nota: para sistemas de comunicação Pe = Q - ruído gaussiano branco;

óptica tem-se normalmente Pe = 10-12. - símbolos equiprováveis.
Igualação em transmissão digital
• Independentemente do tipo de impulso escolhido existe sempre alguma IIS,
resultado das imperfeições do filtro, conhecimento incompleto das
características do canal, etc necessidade de igualação.
• Em transmissão digital não é necessário “igualar” o sinal em todo o tempo
basta garantir que a IIS é nula ou desprezável no instante de amostragem;

canal Igualador Igualador transversal com 2N + 1 coeficientes:


Peq(f)
Hc ( f ) I(f) p(t )
~ Ts Ts Ts Ts
Pi(f)
cN
c-N

Peq ( f ) = Pi ( f )H c ( f )I ( f )
peq(t )

N N
Peq ( f ) peq (tk ) = p (kTs − nTs ) =
cn ~ cn ~
pk − n
I( f ) =
Pi ( f )H c ( f )
n=− N n=− N

Os coeficientes são calculados de modo a 1 k =0


eliminar a IIS no instante de amostragem: peq (tk ) =
0 k = ±1,±2,...,± N
Igualador “zero-forcing”
Regeneradores
- Características gerais -

Igualador y(t) y(tk)


Sinal à entrada
+ S/H xe(t) sinal regenerado
do receptor
amplificador
comparador

Extractor de
relógio Esquema para um
regenerador
binário (M=2)

• Repetidor: repete o sinal de entrada na saída, amplificando-o;


• Regenerador: regenera o sinal de entrada realizando 3 funções (3R):
– Re-formatação (Igualação e amplificação - Reshaping);
– Re-temporização (extracção do sinal de relógio - Retiming);
– Regeneração (amostragem e decisão - Regeneration).
Regeneradores
- Probabilidade de erro para uma cadeia de m secções-

Emissor Regenerador Regenerador Receptor


1 m-1

meio de transmissão

• Cada regenerador é caracterizado por uma probablidade de erro dependente do


código de linha ou técnica de modulação usada:
– Para o código NRZ polar (± A/2):
s
α = Pe = Q
n
• À medida que um dado bit é transmitido de estação em estação este pode
sofrer erros (admitindo independência entre repetidores):

Prob (bit sofrer k erros em m secções) = Pk = Ckmα k (1 − α )


m−k
(distribuição binomial)

• Só haverá erro na recepção quando um bit sofrer um nº ímpar de erros. Assim,


a probabilidade de erro de bit para uma cadeia com m secções é:

Ckmα k (1 − α )
m−k
Pe,m = Pk = ≈ mα
k ímpar k ímpar se α << 1 e m não for muito grande
Regeneradores versus repetidores
- Desempenho -
• Probabilidade de erro de bit • Probabilidade de erro de bit
para uma cadeia com m para uma cadeia com m
secções com repetidores: secções com regeneradores:
s 1 s s
Pe ,m = Q =Q Pe ,m ≈ mα = mQ
n 0 m n 1 n 1

20
Ganho de potência, dB

15

Pe = 10 −5 10

0
1 2 5 10 20 50 100 m

Exemplo: Para m = 10 secções sistemas com repetidores


exigem mais cerca de 8.5 dB de potência (por repetidor)
que sistemas com regeneradores.
Transmissão Digital
- Modos de transmissão digital -

• Funções da sincronização:
– reconhecimento do princípio e fim da mensagem;
E R
– conhecimento da duração de bit para amostragem correcta.
~ ~
• Transmissão assíncrona:
– emissor e receptor têm relógios independentes que são periodicamente sincronizados - no
início de cada caracter (5 a 8 bits);
– desvantagem: não é possível enviar sequências longas (erros cumulativos);
– utilização: e.g. transmissão de dados do computador para o modem (interface RS232C).

• Transmissão síncrona:
– informação de relógio vai embebida no próprio sinal ou vai num canal independente;
– dois níveis de sincronização:
• Trama: a sincronização é transmitida no princípio da transmissão (e.g. flag do HDLC);
• Bit: com códigos de linha apropriados (e.g. Manchester, RZ);
– vantagem: é possível enviar uma longa sequência de dados. E R

~
Recuperação
de relógio
Técnicas de sincronização de bit

y(t)
LPF Regenerador xe(t)
sinal regenerado

c(t)
Extractor de
relógio
Como se realiza
esta função ?
• Sincronização de bit em malha aberta:
– A sincronização de bit fica simplificada quando y(t) é um impulso RZ unipolar - o seu
espectro inclui δ(f ± Rb);
• um filtro passa-banda sintonizado para f = rb irá extrair uma sinusóide proporcional a cos
(2πRbt + φ).
– Pode utilizar-se esta técnica para sinais polares;
• mas primeiro o sinal y(t) tem que ser elevado ao quadrado.

y(t) y2(t) LPF Ajustamento c(t)


Quadrador
f0 = Rb de fase
Técnicas de sincronização de bit (cont.)

• Sincronização de bit em malha fechada:


– obtêm-se uma sincronização mais fiável;
Voltage-controlled clock

y(t) Detector de z(t) v(t) c(t)


passagem por x Integrador LPF VCC
zero
c(t)

4
Se c.11. y(t)
Ca rlson, Tb t
V er
z(t)
Tb/2 t
NOTA 1: Lembrar o funcionamento da malha de
c(t)
seguimento de fase ( PLL - Phase Locked Loop). t
Tb/4
z(t)c(t)
NOTA 2: esta sincronização pode-se generalizar t
para o caso M-ário, correspondendo a uma
v(t)
sincronização de símbolo de duração Ts t
Códigos de linha
- Objectivo e características -

• Objectivo:
– Os códigos de linha são escolhidos de modo a ultrapassarem as limitações
do canal de transmissão e dos equipamentos associados (e.g.
amplificadores).

• Características:
– Baixa componente espectral nas baixas frequências e zero à frequência
zero:
• evita o vagueio DC;
• permite o acoplamento AC por transformador.
– Conteúdo de temporização suficiente (número de transições) para viabilizar
a recuperação do sinal de relógio;
– Capacidade de detecção de erros (e.g. código AMI);
– Largura de banda reduzida (sinais multi-nível);
– Transparência a toda a informação binária (e.g. deve ser capaz de
transmitir longas sequências de pulsos);
Códigos de linha
- Alguns tipos -
Desvantagens do RZ e NRZ
Vantagem do NRZ unipolar: 1 0 1 1 0 1 0 0
• simplicidade.
unipolar:
A NRZ unipolar • insuficiente informação de
NRZI - uma transição equivale RZ unipolar temporização em longas
ao nível lógico 1 imune às sequências de 1´s e 0´s (RZ);
inversões de polaridade. • componente DC e nas baixas
0 t
Tb frequências;
NRZ polar • não tem capacidade de
Vantagem do RZ e NRZ polar:
detecção de erros.
• menos potência para a mesma A/2 RZ polar
probabilidade de erro.
Desvantagem do AMI:
0 t • longa sequência de 0´s
-A/2
Vantagens do AMI:
• Componente DC nula; A Bipolar ou AMI Solução: substituir as sequências
• Detecção de erros; Código pseudo-ternário de zeros por sequências especiais
• Mais transições que o NRZ. que contêm violações intencionais
do código - Bipolar N-Zero
0 t Substitution (BNZS), High-
CMI - Coded Mark Density Bipolar N (HDBN). O
Inversion (utilizado na 4ª -A HDB3 é usado para a 1ª, 2ª e 3ª
hierarquia - 139 Mbps) Manchester
hierarquias.
A/2

Vantagens do Manchester: Desvantagem do Manchester:


0 t
• forte componente de -A/2 • precisa de mais largura de banda.
temporização;
• componente DC nula.
Códigos de linha
- Espectro -

• O espectro de potência de um sinal digital aleatório (para símbolos


incorrelacionados) é dado por: • P ( f ) - espectro do impulso p(t)

Gx ( f ) = σ r P( f ) + (ma r ) P(nr ) δ ( f − nr )
2 2 2 2 • r - ritmo de símbolo
a • ma - média da amplitude do símbolo
n = −∞ • σa - desvio padrão da amplitude do símbolo

• O espectro de potência de x(t) contém impulsos nas harmónicas do


ritmo de símbolo, a menos que ma = 0 ou P(f) = 0 para todas as
frequências f = n/Ts (Ts é o tempo de símbolo).
com
( )
2

2
Sinal RZ unipolar: G ( f ) = T sinc
A f T A 2 ∞
sin nπ 2 n
x
2 s
s + δ f− T
P( f ) = sinc
fT
16 2 16 n = −∞ nπ 2 Ts 2 2
Gx(f)
• Mais largura de banda (-)
A2T/4 RZ
• Recuperação de relógio (+)
unipolar
A2T/16 NRZ • Espectro nas baixas frequências (-)
unipolar • Recuperação de relógio (-)
AMI
• Espectro nas baixas frequências (+)
• Recuperação de relógio (+)

1/T 2/T 3/T 4/T f

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