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INTRODUÇÃO

Advento de novos medicamentos combinado à prática clínica da polifarmácia


tem ampliado a capacidade dos profissionais em atender as demandas dos pacientes nos
processos mórbidos, seja no âmbito hospitalar ou domiciliário. No mercado nacional
existem atualmente cerca de 1.500 fármacos com aproximadamente 5.000 nomes
comerciais, apresentados sob cerca de 20.000 formas farmacêuticas e embalagens
diferentes.
Neste universo, ao contrário do que se pensa, a utilização de vários e novos
medicamentos não garante maior benefício ao paciente, pois junto com as vantagens das
possibilidades terapêuticas surge o risco dos efeitos indesejados e das interações
medicamentosas.
O fenômeno das interações medicamentosas constitui na atualidade um dos
temas mais importantes da farmacologia, para a prática clínica dos profissionais da
saúde. O uso concomitante de vários medicamentos, enquanto estratégia terapêutica, e o
crescente número destes agentes no mercado são alguns dos fatores que contribuem para
ampliar os efeitos benéficos da terapia, mas que também possibilitam a interferência
mútua de ações farmacológicas podendo resultar em alterações dos efeitos desejados.

Por isso o conhecimento das propriedades básicas dos fármacos e de sua ação 
farmacológica é de fundamental importância para a realização de uma terapêutica
adequada, considerando que o corpo humano é um sistema complexo formado por uma
infinidade de substâncias que fatalmente entrarão em contato com os fármacos
ingeridos.
Além disso, é preciso estar ciente da farmacodinâmica dos fármacos envolvidos
na terapêutica para se evitar interações prejudiciais e possíveis efeitos adversos das
drogas aumentando os riscos ao paciente.
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INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

1 CONCEITO

Interação medicamentosa pode ser definida como a influência recíproca de um


medicamento sobre outra substância. Ou seja, quando um medicamento é administrado
isoladamente, produz um determinado efeito. Porém, quando este é associado a outro
medicamento, a alimentos ou a outras substâncias (como o tabaco , drogas de abuso, ou
mesmo substâncias que o paciente possa entrar em contato, como inseticidas, produtos
de limpeza, cosméticos etc.) ocorre um efeito diferente do esperado, caracterizando uma
interação.
Estima-se que as incidências de interações medicamentosas oscilam de 3 a 5%
para pacientes que usam vários medicamentos (politerapia).
Quando ocorre uma interação farmacológica entre duas ou mais drogas, pode ocorrer a
interferência de uma das drogas sobre as outras, alterando o efeito esperado, qualitativa
ou quantitativamente. Assim pode-se obter um sinergismo de ação ou um antagonismo
parcial ou total destes efeitos.
Interações medicamentosas podem então apresentar efeitos benéficos para o
organismo podendo ser utilizadas para aumentar os efeitos terapêuticos ou reduzir a
toxicidade de um determinado fármaco (por exemplo, o ácido acetilsalicílico e a
dipirona, quando administrados juntos, tem sua ações analgésicas potencializadas), ou
podem apresentar efeitos nocivos, diminuindo ou eliminando a ação dos medicamentos.
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2 MECANISMOS DAS INTERAÇÕES


MEDICAMENTOSAS

Os medicamentos podem interagir durante o preparo; no momento da absorção,


distribuição, metabolização, eliminação ou na ligação ao receptor farmacológico. Desta
forma, os mecanismos envolvidos no processo interativo são classificados de acordo
com o tipo predominante de fase farmacológica em que ocorrem farmacêutica,
farmacocinética e farmacodinâmica.

2.1 Interações Farmacêuticas (ou Incompatibilidade)

São interações do tipo físico-químicas que ocorrem quando dois ou mais


medicamentos são administrados na mesma solução ou misturados no mesmo recipiente
e o produto obtido é capaz de inviabilizar a terapêutica clínica. Portanto, acontecem fora
do organismo, durante o preparo e administração dos medicamentos parenterais
(incompatibilidade entre os agentes misturados ou com o veiculo adicionado) e
freqüentemente resultam em precipitação ou turvação da solução; mudança de coloração
do medicamento ou inativação do princípio ativo

Hábitos tradicionais da enfermagem como administração de vários


medicamentos nos mesmos horários; associação de substâncias na mesma solução ou
recipiente; adaptação de dispositivos com múltiplas vias
(extensões em Y, "torneirinhas") para infusão de vários agentes em catéteres (periférico
ou central) de via única; exposição da solução de nitroprussiato a luminosidade são
alguns dos fatores que contribuem para a ocorrência de incompatibilidades.

No cotidiano os medicamentos que requerem infusão contínua são os mais


suscetíveis às interações farmacêuticas, especialmente na vigência da administração
concomitante com outros agentes em cateteres venosos de via única.
O quadro 1 apresenta como exemplo da interação farmacêutica alguns
medicamentos de infusão venosa
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2.2 Interação Farmacocinética

As interações deste tipo interferem no perfil farmacocinético do medicamento, podendo


afetar o padrão de absorção, distribuição, metabolização ou excreção. São interações
difíceis de prever, porque ocorrem com medicamentos de princípios ativos não
relacionados. Modificam a magnitude e duração do efeito, mas a resposta final do
medicamento é preservada.

2.2.1 Interações que modificam a absorção

Absorção é o processo de transferência do medicamento do local de


administração para a corrente sangüínea. Fatores como o fluxo sangüíneo do trato
gastrointestinal (TGI), pH, motilidade, dieta e presença de outras substâncias e o tipo de
formulação farmacêutica interferem nesse evento2,8,17,24.

Medicamentos com ações anticolinérgicas como a atropina e seus derivados, os


antidepressivos tricíclicos, os analgésicos opióides que inibem a motilidade do TGI
tendem a reduzir a absorção dos agentes co-administrados. O retardo da absorção de
medicamentos pode representar uma situação clinica indesejável, especialmente na
vigência de sintomas agudos como por exemplo, a dor. Por outro lado, os laxativos, os
antagonistas dopaminérgicos como a metoclopramida, a domperidona e o haloperidol
tendem a aumentar a absorção de outros medicamentos, porque aceleram o trânsito do
TGI.

A administração de antiácidos com outros medicamentos é bastante controversa.


Estes agentes alteram o pH gástrico e podem aumentar ou diminuir a absorção
dependendo do tipo do antiácido (alumínio - Al, magnésio - Mg, cálcio - Ca ou
hidróxido) e do medicamento associado.  O quadro 2 exemplifica algumas associações
entre antiácidos e medicamentos co-administrados e as respectivos efeitos.

 
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2.2.3 Interações que modificam a metabolização

No processo de metabolização os medicamentos são transformados pelas


enzimas microssomais hepáticas em frações menores, hidrossolúveis. As interações que
ocorrem nesta fase são precipitadas por medicamentos com capacidade de inibirem ou
induzirem o sistema enzimático.

A inibição enzimática de sistemas como, por exemplo, do citocromo P450, das


colinesterases e monoaminoxidases (MAO), acarreta lentificação da biotransformação
do próprio medicamento e de outros que tenham sido administrados simultaneamente. A
conseqüência desse atraso é um maior tempo de ação farmacológica do (s) agente(s),
situação às vezes indesejada, especialmente em doentes com distúrbio hepático ou renal.
O quadro 3 aponta efeitos farmacológicos (possíveis) de interações adversas entre
inibidores enzimáticos e alguns medicamentos.

A classe dos indutores enzimáticos é representada por aproximadamente 200


substâncias, incluindo inseticidas halogenados e clorados, alcatrões da fumaça do
cigarro, medicamentos, todos com capacidade de aumentarem a metabolização de
outros agentes e reduzirem os níveis plasmáticos. Os indutores mais utilizados na
terapêutica são os barbitúricos (fenobarbital), os corticosteróides (cortisona,
prednisona), a carbamazepina, a fenitoína, a rifampicina, entre outros. Algumas
associações com indutores podem gerar sérios problemas, por exemplo, o risco de
gravidez em mulheres que recebem simultaneamente a fenitoína e contraceptivo oral.

A indução é um processo lento (7-10 dias), dai a importância dos reajustes de


dosagens na vigência da administração crônica dos agentes, para garantir eficácia
terapêutica
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2.2.4 Interações que modificam a excreção

A maioria dos medicamentos é eliminada quase que totalmente pelos rins. Desta forma,
a taxa de excreção de vários agentes pode ser modificada através de interações ao longo
do néfron. As alterações do pH urinário interferem no grau de ionização de bases e
ácidos fracos afetando as respostas farmacológicas, por exemplo, o bicarbonato de sódio
é utilizado para aumentar a excreção de ácidos fracos em casos de intoxicação por
barbitúricos.

A competição de medicamentos no túbulo proximal pela secreção tubular é outro


mecanismo utilizado, como estratégia farmacológica, para prolongar o tempo de ação
dos medicamentos, isto acontece com a probenecida e a penicilina, quando a primeira
inibe a secreção da segunda e eleva o tempo de ação do antibiótico.

2.3 Interação Farmacodinâmica

A interação farmacodinâmica causa modificação do efeito bioquímico ou


fisiológico do medicamento. Geralmente ocorre no local de ação dos medicamentos
(receptores farmacológicos) ou através de mecanismos bioquímicos específicos, sendo
capaz de causar efeitos semelhantes (sinergismo) ou opostos (antagonismo) 7,9,13,16,17,20

2.3.1 Sinergismo

Sinergismo é um tipo de resposta farmacológica obtida a partir da associação de


dois ou mais medicamentos, cuja resultante é maior do que simples soma dos efeitos
isolados de cada um deles. O sinergismo pode ocorrer com medicamentos que possuem
os mesmos mecanismos de ação (aditivo); que agem por diferentes modos (somação) ou
com aqueles que atuam em diferentes receptores farmacológicos (potencialização).

Das associações sinérgicas podem surgir efeitos terapêuticos ou tóxicos. Estes


últimos são freqüentes nas combinações de medicamentos com toxicidade nos mesmos
órgãos, por exemplo, aminoglicosídeo e vancomicina (nefroto-xicidade) ou
corticosteróides e antiinflamatórios não-esteroidais (ulceração gástrica) .  O quadro 4
apresenta exemplos de sinergismo e os respectivos efeitos, nas associações clássicas
(analgésicos eadjuvantes) utilizadas no tratamento antiálgico, com o objetivo de
maximizar a eficácia terapêutica.
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2.3.2 Antagonismo

No antagonismo a resposta farmacológica de um medicamento é suprimida ou


reduzida na presença de outro, muitas vezes pela competição destes pelo mesmo sítio
receptor. São tipos de interações que podem gerar respostas benéficas, por exemplo, no
caso da utilização do naloxone (antagonista opióide) nos quadros de depressão
respiratória causados pela morfina, ou acarretar ineficácia do tratamento, por exemplo,
no caso da associação indevida entre o propranolol (bloqueador de receptores b) e do
salbutamol (agonistas de receptores b)

2.3.4 fármaco x nutriente

       As interações alimento-medicamento ocorrem da mesma forma que as de


medicamento-medicamento, podendo ser classificadas de várias formas:

4.1)Efeito dos medicamentos sobre o estado nutricional:

       Os medicamentos podem alterar a ingestão (ex.: medicamentos excretados pela


saliva [metronidazol] trazem gosto desagradável), a absorção (os antiácidos alteram o
pH intestinal; os antibióticos podem inibir dissacaridases intestinais, causando diarréia)
e o metabolismo (a isoniazida e penicilamida comprometem a ação da vitamina B) dos
alimentos, bem como modificar a excreção de nutrientes.

4.2) Efeitos dos alimentos sobre a absorção e a ação dos medicamentos:


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       A absorção e a ação dos medicamentos são modificadas pelos seguintes


mecanismos:
      ABSORÇÃO:

 1. Retardo no esvaziamento gástrico: com o estômago muito cheio, ocorre diminuição
da absorção de um medicamento que seja mais absorvido nesta região (a nitrofurantoína
[antiinfeccioso] beneficia-se desse efeito, aumentando sua biodisponibilidade);

 2. Alteração da biotransformação: os alimentos alteram a biotransformação de várias


drogas (ex.: propanolol);

 3. Dissolução: os alimentos podem interferir na dissolução das drogas, favorecendo ou


prejudicando sua absorção (ex.: alimentos gordurosos favorecem a dissolução da
griseofulvina [antifúngico], aumentando sua absorção);

 4. Quelação: ocorre a formação de um sal insolúvel, que precipita e não pode ser
absorvido (ex.: interação entre a tetraciclina e o leite);

 5. Inibição digestiva: ocorre competição por sítios de ação entre as substâncias
alimentares com os medicamentos, prejudicando sua absorção (ex.: aminoácidos
competindo com a Levodopa).

     AÇÃO:

 1. Antagonismo dos medicamentos: substâncias presentes nos alimentos podem


interferir na resposta dos medicamentos (ex.: vitamina K inibe a resposta dos
anticoagulantes orais);

 2. Alteração da excreção urinária: o alimento ingerido pode interferir na função renal
(ex.: dietas hipossódicas podem causar reabsorção de lítio e atingir níveis tóxicos).

2.3.5. Exemplos de interações entre alimentos e medicamentos: 

Medicamentos ácidos fracos: 

Como ácido acetilsalicílico, aminoglicosídeos, barbitúricos, diuréticos, penicilinas,


sulfonamidas, podem ter sua excreção aumentada por dietas predominantemente
alcalinas, devido a alcalinização da urina pelos resíduos alcalinos do alimentos. 

Bases fracas: 
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- Amitriptilina, anfetamina, cloroquina, morfínicos, teofilina podem ter sua excreção


aumentada por dietas predominante ácida ou que gerem metabólitos ácidos (como a
ameixa, carnes, frutos do mar, pães, biscoitos, bolachas) devido a acidificação da urina. 
- A tiramina presente em alimentos com queijos fermentados, iogurte, chocolate, vinho
tinto, cerveja, carnes e peixes embutidos ou defumados, atuam liberando noradrenalina
nas terminações adrenérgicas, o que pode potencializar os efeitos dos IMAO causando
crises hipertensivas. 

- A Piridoxina (Vit. b6) acelera a conversão da L-Dopa em dopamina plasmática pela


ativação da Dopa Descarboxilase. 

- O ácido tânico presente no café, chá, mate, frutas e vinhos pode precipitar vários tipos
de medicamentos como clorpromazina, flufenazina, prometazina, alcalóides, entre
outros. 
- As tetraciclinas, apesar de irritarem o estômago, deve ser administrada longe das
refeições, pois além de formar complexos insolúveis com o cálcio de leite e derivados
as tetraciclinas, são instáveis em meio ácido e a diminuição da motilidade
gastrointestinal pelos alimentos diminui a sua absorção. 

- A L-Dopa e a Metildopa competem com os aminoácidos provenientes de uma dieta


protéica, pelo transporte para o Sistema Nervoso Central.
 
- Penicilina V deve ser administrada pelo menos com 2 horas de diferença com as
refeições, pois estas aumentam a ocorrência da inativação (abertura do anel beta-
lactâmico). 
- Os alimentos causam retardo do esvaziamento gástrico, da liberação e da dissolução de
muitos medicamentos diminuindo e/ou prolongando o seu tempo de absorção. 

Medicamentos muito lipossolúveis, como Carbamazepina, Fenitoína, Griseofulvina,


Nitrofurantoína, tem sua absorção aumentada com dietas hiperlipídicas. Pois aumenta a
excreção de sais biliares, a formação de micélios e a solubilização.
 
Medicamentos de difícil absorção gastrointestinal ou instáveis em meio ácido devem ser
administrados longe das refeições. 

Os medicamentos que causam efeitos irritativos sobre a mucosa gastrointestinal com os


Antiinflamatórios não esteróides (AINE) devem ser administrados junto com as
refeições. 
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5.) Interações com o álcool :

        O álcool etílico (etanol) é um agente sedativo e hipnótico consumido como droga
social, sendo de uso legal (assim como o tabaco). O alcoolismo é um distúrbio
complexo, sendo um problema importante do ponto de vista clínico e de saúde pública.
As interações entre o etanol e outras drogas podem apresentar efeitos clínicos
importantes que resultam de alterações na farmacocinética ou na farmacodinâmica da
segunda droga.

       As mais freqüentes interações farmacocinéticas entre droga e álcool ocorrem como
resultado da proliferação induzida pelo álcool no retículo endoplasmático liso das
células hepáticas. Assim, a ingestão prolongada de álcool, sem lesão para o fígado, pode
aumentar a biotransformação metabólica de outras drogas. Já o uso agudo de álcool é
capaz de inibir o metabolismo de outras drogas, devido à alteração do metabolismo ou à
alteração do fluxo sangüíneo hepático. Este efeito agudo do álcool pode contribuir para
o perigo comum de misturá-lo com outras drogas. As fenotiazinas, os antidepressivos
tricíclicos e as drogas sedativas são as mais importantes capazes de interagirem com o
álcool através deste mecanismo.

As interações farmacodinâmicas do álcool também têm grande importância clínica. A


interação aditiva com outros agentes sedativos e hipnóticos é mais significativa. O
álcool também potencializa os efeitos farmacológicos de muitas drogas não
sedativas,incluindo os vasodilatadores e os fármacos hipoglicêmicos orais. O álcool
também aumenta a ação antiplaquetária da aspirina.

Uma tabela com diversas interações relacionadas com o álcool pode ser encontrada na
listagem de quadros, no início do trabalho.

5.1.) Exemplos de interação de fármaco x álcool:

 Combinação: ANTIPARASITÁRIOS E ÁLCOOL

Nomes comerciais: Flagyl, Periodontil, Pletil e Facyl

Efeitos: a associação causa dores de cabeça, taquicardia, náuseas e sudorese. Em casos


extremos, pode desencadear convulsões

Recomendações: os tratamentos contra parasitas são curtos – duram, em média, até três
dias –, mas a interação pode acontecer mesmo com doses moderadas de álcool. Depois
do tratamento, é preciso esperar 24 horas até que o medicamento seja eliminado do
organismo 

Combinação: PARACETAMOL E ÁLCOOL

Nomes comerciais: Tylenol, Acetofen e Dôrico


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Efeitos: o álcool e o paracetamol, presente em analgésicos, são metabolizados no fígado


e, em combinação, produzem um resultado altamente tóxico. Utilizada com frequência,
a mistura pode lesionar o fígado. O uso concomitante e recorrente das duas substâncias
pode ser fatal

Recomendações: não existe ideia mais equivocada do que tomar um comprimido de


paracetamol para curar a dor de cabeça de uma ressaca. É recomendável esperar, no
mínimo, seis horas para ingerir qualquer bebida alcoólica depois do analgésico 

Combinação: ANSIOLÍTICOS E ÁLCOOL

Nomes comerciais: Valium, Lorax e Lexotan

Efeitos: um potencializa a ação do outro se administrados conjuntamente. Há


diminuição da frequência da respiração e pode ocorrer até mesmo parada respiratória

Recomendações: é preciso esperar doze horas até que o princípio ativo do tranquilizante
tenha deixado o organismo para consumir bebidas alcoólicas. Ou aguardar doze horas
depois de ingerir álcool para tomar o medicamento. 

6.) Interações com o tabaco :

       O número de substâncias liberadas pelo tabaco quando utilizado na forma cigarro
(monóxido de carbono, cianureto de hidrogênio, aldeídos, benzopirenos, nicotina,
pesticidas, alquitrienos e nitrosaminas (proporciona um  grande potencial para
interações medicamentosas, tanto farmacodinâmicas, quanto farmacocinéticas. Vários
fármacos têm seus efeitos diminuídos à custa de indução do metabolismo hepático
(como a teofilina, a imipramina, a amitriptilina, a desipramina, a nortriptilina, a cafeína
e a heparina). Os benzopirenos, por exemplo, estimulam a atividade do citocromo P448
(similar ao citocromo P450) e, portanto, aumenta a biotransformação de medicamentos
que utilizam essa via oxidativa (10).

       Se um paciente em tratamento com teofilina pára de fumar, como em uma


internação hospitalar, é necessário reduzir sua dosagem em aproximadamente 50%. É
útil dosar os níveis plasmáticos de teofilina nesses casos.

       O cigarro talvez ainda possa diminuir a absorção de insulina a partir dos sítios
subcutâneos devido a vasoconstrição. Também pode ocorrer um aumento do risco de
acidente vascular encefálico e de cardiopatia isquêmica em mulheres que estejam
ingerindo contraceptivos orais (principalmente se esta for maior de 35 anos).
       Além disso, várias outras interações entre o tabaco e diversos medicamentos podem
ocorrer , tornando o hábito de fumar, extremamente difundido em todas as sociedades,
ainda mais prejudicial à saúde da população.
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 Uma tabela com diversas interações relacionadas com o tabaco pode ser encontrada na
listagem de quadros, no início do trabalho.

7.) Interações com a maconha :

       A maconha (Cannabis sativa), ou Marijuana, é a droga ilegal mais comumente


usada nos Estados Unidos, sendo que, no final da década de 70, 11% dos alunos
secundários ultimoanistas admitia seu uso diário. Os efeitos farmacológicos
característicos da maconha fumada são produzidos, em sua maioria, pelo agente
denominado Delta-9-tetraidrocanabinol (Delta-9-THC), sendo que estes variam com a
dose utilizada.

       Vários efeitos medicinais da maconha já foram descritos, incluindo efeitos


antinauseantes (podendo ser utilizados para combater esses efeitos causados pelo
tratamento por quimioterapia), efeitos relaxantes musculares, anticonvulsivantes e
redução da pressão intra-ocular (tratamento do glaucoma).

       Os efeitos nocivos mais comumente conhecidos são as alterações do humor, da


percepção e da motivação, comprometimento das funções cognitivas, da aprendizagem
e da memória.

       Interações medicamentosas da maconha com outras drogas são pouco conhecidas:
pode interagir com anestésicos gerais (como o halotano e o ciclopropano),
potencializando os efeitos destas drogas, criando assim uma condição potencialmente
perigosa.

      Também já foi descrito a interação com o alcalóide fisostigmina (um inibidor das
colinesterases), podendo levar a uma séria depressão do SNC, condição que foi
associada a suicídios. O mecanismo desta interação pode ser devido a um efeito
anticolinesterásico da maconha.

       Outra interação já descrita foi com bloqueadores ganglionares, causando


hipotensão.
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CONCLUSÃO

Novos e importantes medicamentos para uso terapêutico estão sendo


continuamente desenvolvidos, porém suas interações somente serão descobertas através
da observação e registro contínuo pelas equipes de saúde (médicos, enfermeiros,
farmacêuticos, nutricionistas, técnicos etc). Este acompanhamento deve ser atento e
permanente no intuito de minimizar sempre os possíveis danos a saúde do paciente
contribuindo assim para o aprimoramento dos serviços prestados.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA

w.w.w Princípios de Farmacologia Médica;

http://www.cc.gatech.edu/cogsci/;

WWW Google;

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