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REGULAMENTAÇÃO DO DIREITO DE VISITAS NA GUARDA UNILATERAL: Um


labirinto para alienação parental?

Caroline Monalisa da Silva– 20136/10º período AN


Professora Orientadora1
RESUMO
A alienação parental (AP) é responsável pela deterioração da relação entre pais e
filhos e pelo desgaste emocional gerado aos envolvidos. Assim, com o aumento da
incidência dos casos de alienação no seio das famílias brasileiras, este instituto
ganhou destaque no cenário jurídico, sobretudo após o advento da Lei da Alienação
Parental - Lei 12.318/2010. O tema do presente trabalho se inicia conceituando o
instituto da AP, compreendendo de forma mais clara e sucinta as diferenças de
Alienação Parental (AP) e Síndrome de Alienação Parental (SP), destacando-se no
trabalho os meios utilizados para identificar Alienação Parental e o comportamento
do agente alienante e da vítima. Também se salientam as medidas judiciais cabíveis,
previstas na lei 12.318/2010. Abordaremos questões relativas à alienação parental
nos processos de regulamentação de visitas, sendo essa, muitas vezes, uma forma
legal de alienação, sem que as partes envolvidas estejam cientes desse fato. Essa
pesquisa se propõe a analisar demonstrar prováveis casos de que a regulamentação
de visitas sendo utilizada como forma de alienação parental e os instrumentos
eficazes que podem ser utilizados no combate aos atos reiterados de alienação. No
presente estudo serão discutidos os pontos-chaves, características, e soluções
judiciais cabíveis dos conflitos decorrentes deste instituto.

PALAVRAS-CHAVE: alienação parental; síndrome de alienação parental; lei nº


12.318/2010; direito de visitas; medidas judiciais.

ABSTRACT:
Parental alienation (AP) is responsible for the deterioration in the relationship
between parents and children and for the emotional exhaustion generated by those
involved. Thus, with the increase in the incidence of cases of alienation within
Brazilian families, this institute gained prominence in the legal scenario, especially
after the advent of the Law of Parental Alienation - Law 12.318 / 2010. The theme of
the present work begins by conceptualizing the AP institute, with a clearer and more
succinct understanding of the differences between Parental Alienation (AP) and
Parental Alienation Syndrome (SP), highlighting in the work the means used to
identify Parental Alienation and the behavior of the alienating agent and the victim.
Also noteworthy are the appropriate judicial measures provided for in Law 12,318 /
2010. We will address issues related to parental alienation in the procedures for
regulating visits, which is often a legal form of alienation, without the parties involved
being aware of this fact. This research proposes to analyze probable cases that the
regulation of visits being used as a form of parental alienation and the effective
instruments that can be used in the fight against repeated acts of alienation. The

_________________________________________________
Teodolina Batista da Silva Candido Vitorio

Governador Valadares, 06 de junho de 2018.


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present study will discuss the key points, characteristics, and judicial remedies of
conflicts arising from this institute.

KEYWORDS: parental alienation; parental alienation syndrome; law nº 12.318/ 2010;


right of visitors; judicial measures.

SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO. 2 ALIENAÇÃO PARENTAL: CONCEITO E EVOLUÇÃO
HISTÓRICA. 2.1 EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS DA ALIENAÇÃO PARENTAL. 3
DIFERENÇAS ENTRE SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL E ALIENAÇÃO
PARENTAL. 4 CARACTERÍSTICAS DO AGENTE ALIENADOR E A VÍTIMA DA
ALIENAÇÃO PARENTAL. 4.1 QUEM PODE PRATICAR ALIENAÇÃO. 4.2. COMO
IDENTIFICAR O ALIENADOR. 4.3 COMO IDENTIFICAR A VÍTIMA. 5 A SINDROME
DA ALIENAÇÃO PARENTAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO. 5.1.
A LEI 12318/2010. 5.2 MEDIDAS CAUTELARES. 5.3. PENALIDADE. 5.4 PROJETO
DE LEI 4488/2016 – CRIMINALIZAÇÃO NA LEI 12.318/2010. 6 CONCLUSÃO. 7
REFERÊNCIAS.

1 INTRODUÇÃO

Este trabalho contempla o tema: Regulamentação do direito de visitas: Na


guarda unilateral: um labirinto para alienação parental? De forma delimitada,
abordam-se os aspectos gerais e jurídicos que envolvem o assunto. A família é a
mais importante de todas as instituições, é por meio dela que o indivíduo adquire as
principais respostas para os primeiros obstáculos da vida, é nela que nascem as
primeiras fontes e formam as impressões duradouras e também o caráter que por
meio dele se determina onde se pode chegar. Entretanto, uma vez desfeita essa
relação, em momentos de crises, pode ocorrer à chamada alienação parental que
consiste em programar uma criança para que, depois da separação, odeie um dos
pais. Geralmente é praticada por quem possui a guarda do filho. Para isso, a pessoa
lança mão de artifícios baixos, como dificultar o contato da criança com o (a) ex-
parceiro (a), falar mal e contar mentiras e utiliza-se de desculpas “favoráveis” e
atividades “divertidas” com intuito de privar a criança do convívio familiar com o pai
ou mãe não detentor (a) da guarda do menor. Nesse contexto, a questão problema
que orienta a pesquisa é a seguinte: De que maneira a regulamentação do direito de
visitas pode se tornar uma forma de alienação parental, na guarda unilateral?
Este estudo trabalha com a hipótese de que para melhor interesse da criança,
no ordenamento jurídico existem meios legais para que os pais cumpram com o
regime de visitação ou o período de convivência deve ser definido por acordo verbal
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ou homologado pelo juiz. Ainda assim, será que no exercício desta convivência
ainda pode ocorrer a Alienação Parental (AP)?
Sendo assim, o objetivo geral do trabalho é compreender de que forma a
regulamentação do direito de visitas pode se tornar uma forma de alienação
parental. Especificamente, pretende-se descrever de forma sucinta a diferenciação
entre Alienação Parental (AP) e Síndrome de Alienação Parental (SAP); mostrar
características do agente alienador e a vítima de alienação parental; e demonstrar
meios jurídicos cabíveis para o enfrentamento deste drama tão nefasto para a paz
social.
A importância do tema se justifica porque é preciso romper os velhos
paradigmas e inaugurar uma nova concepção para a educação dos filhos de pais
separados.
Com o presente trabalho se pretende fazer refletir sobre procedimentos, que
configuram uma Alienação Parental, sem esquecer-se que envolve relações
familiares eivados de sentimentos e emoções.
No tocante ao procedimento metodológico, utilizou-se pesquisa bibliográfica,
artigos de internet, lei federal, com a finalidade de proporcionar melhores e mais
precisas informações sobre o tema.
O texto está dividido em seis partes, além desta introdução. O capítulo dois
descreve sobre alienação parental seu conceito e características. O terceiro capítulo
expõe as diferenças entre Alienação Parental (AP) e Síndrome de alienação
Parental (AP). O quarto capítulo define as características do agente alienador e
vitima da alienação parental. O quinto, analisa os meios jurídicos cabíveis nas
hipóteses de alienação parental segundo a lei 12.318/10. Finalmente, a conclusão é
feita no capítulo seis.

2 ALIENAÇÃO PARENTAL: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS.

Tema complexo e relativamente novo no nosso ordenamento jurídico pátrio, a


Alienação Parental ou Síndrome de Alienação Parental foi pela primeira vez ouvida
pelo médico e professor de psiquiatria infantil da universidade de Colúmbia Richard
Gardner, que observou a situação em que, separados, ou em processo de
separação ou em casos menores, por desavenças temporárias, e disputando a
guarda da criança, a mãe ou o pai a manipula e a condiciona para vir a romper os
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laços afetivos com o outro genitor, criando sentimentos de ansiedade e temor em


relação ao ex-companheiro.
Foi em 1985 que Richard Gardner definiu o que seria a síndrome de
alienação parental. Trata-se de um transtorno psicológico que aflige a criança ou
adolescente, fazendo com que a própria criança promova uma campanha
difamatória contra o genitor alvo, campanha esta que fora incentivada pelo genitor
alienador. Em outras palavras, a alienação parental consiste nas sequelas
emocionais e comportamentais que a criança deve suportar em razão da conduta
manipuladora de um dos genitores.
O supracitado autor define o que seria a síndrome de alienação parental:

A Síndrome de Alienação Parental (SAP) é um distúrbio da infância que


aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de
crianças. Sua manifestação preliminar é a campanha denegritória contra um
dos genitores, uma campanha feita pela própria criança e que não tenha
nenhuma justificação. Resulta da combinação das instruções de um genitor
(o que faz a ‘lavagem cerebral, programação ou doutrinação’) e
contribuições da própria criança para caluniar o genitor-alvo (GARDNER
apud Sousa, 2010 p. 609).

Nesse sentido reafirma Pereira (2017 p. 355-356):

Expressão “Síndrome da Alienação Parental” foi atribuída na década de 80


pelo professor de psiquiatria infantil Richard Alan Gardner, que realizou nos
Estados Unidos os primeiros estudos sobre a síndrome e desenvolveu
conceitos que têm auxiliado no estabelecimento de parâmetros para
solucionar questões que envolvem esse tipo violência psicológica.

No Brasil, a questão da Alienação Parental surgiu com mais força quase


simultaneamente com a Europa, em 2002, e, nos Tribunais Pátrios, a temática vem
sendo ventilada desde 2006. O Projeto de Lei 4053/08 que dispunha sobre a
Alienação Parental teve em 15 de julho de 2009, o seu substitutivo aprovado pela
Comissão de Seguridade Social e Família. Passando pela Comissão de Constituição
e Justiça, e sendo confirmado no Senado, seguirá para sanção Presidencial.
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No entanto, o assunto só ganhou impulso em decorrência no dia 26 de agosto


de 2010, quando foi sancionada a Lei Nº. 12.318, que dispõe sobre a Alienação
Parental.
Na referida lei em seu art. 2º do supracitado dispositivo legal estabelece que:

Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação


psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a
sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause
prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
(BRASIL, 2016, p. 1914)

2.1 EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS DA ALIENAÇÃO PARENTAL

Evidências mostram claramente que nas desatentas e incontroláveis ações do


genitor sobre o filho, vítima de alienação parental, mostram riscos altamente
prejudiciais no desenvolvimento tanto social quanto emocional, contribuindo de
forma direta para comportamentos violentos, inseguros e perigosos.
Instigar alienação parental em criança é considerado, pelos estudiosos do
tema, como comportamento abusivo, tal como aqueles de natureza sexual ou física.
Em grande parte dos casos, a alienação parental não afeta apenas a pessoa do
genitor alienado, mas também todos aqueles que o cercam: familiares, amigos,
serviçais, etc., privando a criança do necessário e o desenvolvimento no convívio
com todo núcleo familiar e afetivo do qual faz parte e ao qual deveria permanecer
integrada.
As consequências são diversas, dentre elas estão: apresentar distúrbios
psicológicos como depressão, ansiedade e pânico; utilizar drogas e álcool como
forma de aliviar a dor e culpa da alienação; cometer suicídio; apresentar baixa
autoestima; não conseguir uma relação estável, quando adultas; possuir problemas
de gênero, em função da desqualificação do genitor atacado; baixo rendimento
escolar: a criança desenvolve uma aversão à escola, não participa das atividades,
não se socializa com os demais colegas de turma, não realiza as atividades
propostas pelos professores, adotando uma postura de total apatia; culpa: a criança
se sente culpada e responsável pela separação dos pais; aproveitamento da
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situação-enfrentamento com os pais: A criança se beneficia da situação, adotando-a


como desculpa para seus fracassos e mau comportamento;
Depressão, melancolia e angústia são sintomas bastante recorrentes,
manifestam-se em diferentes graus de acordo com as condições pessoais de cada
criança; Isolamento: A criança isola-se do mundo que a rodeia, adotando uma
postura ensimesmada, como forma de retratar o abandono e o vazio que sente, os
quais não podem ser supridos senão pela figura do próprio pai (ou mãe);
Negação e conduta antissocial também são reveladas pela criança, que
passa a negar o processo de separação dos pais, ao mesmo tempo em que o
internaliza. Por outro lado, de forma consciente ou inconsciente reconhece o dano
que seus pais vem lhe causando e adota um comportamento antissocial como forma
de puni-los;
Desta forma destaca Berenice Dias (2016, p. 909):

Os resultados são perversos. Pessoas submetidas à alienação mostram-se


propensas a atitudes antissociais, violentas ou criminosas; depressão,
suicídio e, na maturidade - quando atingida, revela se o remorso de ter
alienado e desprezado um genitor ou parente, assim padecendo de forma
crônica de desvio comportamental ou moléstia mental, por ambivalência de
afetos.

São muitos os casos de AP. Os olhos de pais e profissionais estão voltados


para casos e formas gritantes de alienação, porém nossa visão tem que ser
demonstrada mais além dos casos julgados ou os casos infligidos do rol
exemplificativo da lei 12.318/10.
O cônjuge que não ficou com a guarda dos filhos menores tem o direito de
visitá-los. Dispõe o art. 1.589 do Código Civil. “O pai ou a mãe, em cuja guarda não
estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-lo sem sua companhia, segundo o que
acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua
manutenção e educação”. (BRASIL, 2016, p. 264)

3 DIFERENÇAS ENTRE SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL E ALIENAÇÃO


PARENTAL
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Embora intimamente ligadas, uma é o complemento da outra e seus conceitos


não se confundem.
Por tanto se faz necessário ressaltar a distinção da síndrome de alienação
parental de alienação parental, visto que, principalmente na literatura nacional, as
duas são comumente observadas como sinônimas, além de que muitas vezes são
apresentadas definições invertidas e até estudos que ignoram a existência de uma
ou de outra. Em síntese, a primeira tem um conceito mais amplo, enquanto a de
alienação parental é considerada como um subtipo da síndrome de alienação
parental e tem a criança como participante ativa.
É nesse sentido que se posiciona Fonseca (2009, p 51-52):

A Síndrome da alienação parental não se confunde, portanto, com a mera


alienação parental. Aquela geralmente é decorrente desta, ou seja, a
alienação parental é o afastamento do filho de um dos genitores, provocado
pelo outro, via de regra, o titular da custódia. A síndrome da alienação
parental, no seu turno, diz respeito às sequelas emocionais e
comportamentais de que vem a padecer a criança vítima daquele
alijamento. Assim, enquanto a síndrome refere-se à conduta do filho que se
recusa terminante e destinadamente a ter contato com um dos progenitores,
que já sofre as mazelas oriundas daquele rompimento, a alienação parental
relaciona-se com o processo desencadeado pelo progenitor que intenta
arredar outro genitor da vida do filho.

A síndrome de alienação parental é uma patologia em relação ao filho. E a


conduta da criança devido ao abuso emocional causado pelo genitor ao alienador: A
alienação parental é o afastamento da criança, provocado por um dos pais em
relação ao outro.
Enquanto não se consolida a Síndrome, é possível a reversão da Alienação
Parental (com ajuda de terapia e do Poder Judiciário) e o restabelecimento do
convívio com o genitor alienado. Porém, quando a Síndrome se firma, sua reversão
ocorre em pouquíssimos casos.

4 CARACTERÍSTICAS DO AGENTE ALIENADOR E A VÍTIMA DA ALIENAÇÃO


PARENTAL
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4.1 QUEM PODE PRATICAR ALIENAÇÃO.

Geralmente é um dos genitores que pratica o papel de alienador, porém é


comum no circulo familiar casos de crianças ou adolescentes que além de
conviverem com seus pais, convivem simultaneamente com seus avós, ou seja,
alienação parental opera-se pela mãe ou pelo pai, ou no pior dos casos pelos dois
pais e terceiros.
Ela acontece no exato momento em que o alienador percebe o interesse do
alienado em preservar a convivência afetiva com a criança ou adolescente, e a usa
de forma vingativa perante ressentimentos vindos da época em que o mesmo se
relacionava com o (a) alienado (a).

4.2. COMO IDENTIFICAR O ALIENADOR.

O comportamento de um alienador pode ser muito criativo, sendo difícil


determinar comportamentos taxativos, a exemplo de destruição, ódio, raiva, inveja,
ciúmes, incapacidade de gratidão, super proteção dos filhos, desejos, etc.
Em algumas ocasiões podem surgir falsas denúncias de abuso sexual ou
maus tratos que buscam romper por via judicial os contatos do progenitor com a
criança. Durante esse tempo, o progenitor alienador leva a cabo sua campanha de
injúrias para que, seja como seja a forma em que conclua o processo, os menores já
expressem seu rechaço contra o progenitor alienado.
No entanto é possível identificar algumas características do Alienador que
devem ser observadas, como: Dependência; baixa autoestima; condutas de não
respeitaras regras; hábito de atacar as decisões judiciais; sedução e manipulação;
dominância e imposição; histórias de desamparo ou, ao contrário, de vitórias
afetivas; resistência a ser avaliado; recusa ou falso interesse pelo tratamento.
Existem casos de condutas praticadas pelo alienador que podem ser
determinantes para identificar casos de alienação parental. Exemplificando: Quando
o alienador exclui o genitor da vida dos filhos: esquecer-se de transmitir avisos
importantes/compromissos (médicos, escolares, etc.); tomar decisões importantes
sobre os filhos sem consultar o outro; interceptar cartas, e-mails, telefonemas,
recados, pacotes destinados aos filhos; recusar informações em relação aos filhos
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(escola, passeios, aniversários, festas etc.); Impedir o outro cônjuge de receber


informações sobre os filhos.
Podendo chegar ao limite de Interferir nas visitas acordadas, entre diversos
exemplos, destacam-se: Ocupar os filhos no horário destinado a ficarem com o
outro; alegar que o outro cônjuge não tem disponibilidade para os filhos; ser
extremamente rigoroso aos horários e visita; impedir visitação; envolver pessoas na
lavagem emocional dos filhos.
Porém, dentre diversos métodos e sintomas, o caracterizador essencial para
alienação parental, se encontra quando o alienador ataca a relação entre filho e o
outro genitor, casos de: ameaçar punir os filhos quando eles tentem se aproximar do
outro cônjuge; alegar que o outro cônjuge não tem disponibilidade para os filhos;
falar das roupas que o outro cônjuge comprou para os filhos ou proibi-los de usá-las;
desqualificar o outro cônjuge para os filhos.
O fenômeno de um dos genitores coloca a criança contra o outro genitor não
é um conceito complicado, mas historicamente tem sido difícil identificar claramente.
Consequentemente, os casos envolvendo alienação parental são fortemente
contestados, cheios de acusações e contra acusações, e, assim, deixam o tribunal
para uma busca incessante de detalhes do dia a dia, que, eventualmente, podem se
evaporar em nada mais que boatos.
A experiência e os casos relatados têm demonstrado que esse fenômeno
deixa um rastro que pode ser identificado de forma eficaz, para tanto é necessário
remover a histeria das acusações, e observar com cuidado o comportamento da
criança ou adolescente em relação ao progenitor possível alvo, e a dependência e o
apego da criança ao genitor alienado.
Nesta questão uma palavra deve ser dita sobre o uso de especialistas em
tribunais de família. Primeiro, deve-se compreender que nem todos os profissionais
de saúde mental estão preparados e sabem como lidar com a alienação parental e a
síndrome da alienação parental (mais uma vez, fica evidente a necessidade de
identificar a diferença dos dois institutos). Na verdade, quando um profissional de
saúde mental não está familiarizado com a alienação parental e é chamado a opinar
sobre o acesso à visitação e/ou custódia, ou situações relacionadas, ele
potencialmente poderá fazer mais mal do que bem no processo.
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4.3 COMO IDENTIFICAR A VÍTIMA

O genitor conhece seu filho, seja por um simples olhar, a maneira de andar,
se vestir, um sorriso, se está mais quieto ou mais agitado do que o de costume, seria
até juridicamente incorreto afirmar, mas é instintivo.
Um indício para detectar a síndrome, é por meio do medo que a criança
manifesta de desagradar ou discordar do genitor alienante. Simplificando, o genitor
alienante coloca em prática o ditado: "Do meu jeito ou vai morar com seu pai/mãe”.
Se a criança desobedece esta diretiva, especialmente na reprovação e no
afastamento do pai/mãe, as conseqüências podem ser muito graves. Não é
incomum um genitor alienador rejeitar a criança, muitas vezes dizendo-lhe que ela
deve ir morar com o outro. Quando isso ocorre, muitas vezes a criança não percebe
que esta ameaça não pode ser concretizada, no entanto, essa ameaça serve como
uma mensagem de alerta constante.
A criança é então colocada em uma posição de refém do genitor alienador, e
está continuamente submetido a vários testes de lealdade. A questão importante
aqui é que o alienador força a criança a escolher um dos pais. Não se importando
com o bem-estar emocional da criança.
Ao longo do tempo, esses padrões de comportamento podem ter um efeito
erosivo sério sobre a relação da criança com o genitor alvo, e trazerem sérias
conseqüências a saúde mental da criança.
Conforme apontados em alguns estudos podem seguir alguns sinais de alerta
que auxilia os pais a identificar, quando a criança ou adolescente pode estar sendo
vítima da alienação parental:
a) Campanha de descrédito: Esta campanha se manifesta verbalmente e nas
atitudes. Justificativas fúteis: O filho dá pretextos fúteis, com pouca
credibilidade ou absurdos, para justificar a atitude.
b) Ausência de ambivalência: O filho está absolutamente seguro de si, e seu
sentimento exprimido pelo genitor alienado é maquinal e sem equívoco: é o
ódio.
c) Fenômeno de independência: O filho afirma que ninguém o influenciou e que
chegou sozinho a esta conclusão.
d) Sustentação deliberada: O filho adota, de uma forma racional, desafiando
genitor alienador no conflito.
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e) Ausência de culpa: O filho não sente nenhuma culpa por denegrir ou explorar
o genitor alienado.
f) Situações fingidas: O filho conta casos que manifestadamente não viveu, ou
que ouviu contar.
g) Generalização a outros membros da família do alienado: O filho estende sua
animosidade para a família e amigos do genitor alienado

5 A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL NO ORDENAMENTO JURÍDICO


BRASILEIRO

5.1. A LEI 12.318/2010

A Lei 12.318, foi publicada no Diário Oficial da União, no dia 26 de Agosto de


2010, decorrente originalmente do Projeto de Lei 4.053/2008, o anteprojeto e o
projeto foram modificados em alguns pontos: o primeiro, por intervenções de várias
entidades sociais e partícipes diversos, e o segundo, por substitutivos das
comissões de seguridade social e de constituição e justiça da câmara, o judiciário
reputava o problema, com base no conceito até então veiculado de alienação
parental à data do projeto lei, ou como inexistente e insignificante, não merecedor de
tutela judicial por se tratar de situações que envolvem a separação, não sendo um
problema primário.
São atributos que não decorrem exata e expressamente do texto de lei, mas
que podem ser interpretados: Incluiu-se o adolescente como vítima da Alienação
Parental, diferentemente do anteprojeto, que só previa a criança;
O rol de sujeitos ativos alienadores foi ampliado, a contar do PL até o texto
final da Lei 12.31/10. Apenas um dos genitores poderiam, no texto inicial, praticar
Alienação Parental, enquanto que no texto da Lei foram incluídos os avós ou
quaisquer outros que detenham a guarda da criança ou adolescente – sem dúvida, a
ampliação do rol ensejou uma melhor adequação da caracterização do ilícito face à
realidade fática. (BRASIL, 2016, p. 1914)
O ato de Alienação Parental não precisa produzir efeitos para que se
caracterize. Há um ilícito caracterizado no art. 2º da Lei, o de Alienação Parental,
mas que pode ser considerado um ilícito formal – a ameaça a direito deve ser
observada, e não somente o direito em si, de modo que é desnecessário haver
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resultado para que se configure a alienação parental, diferentemente da síndrome.


(BRASIL, 2016, p. 1914)
A Lei nº 12.318 possibilita no art. 5º e seus parágrafos a realização de perícia
psicológica ou biopsicológica, sendo que o laudo deverá pautar-se por entrevista
pessoal com as partes, exame de documentos dos autos, avaliação da
personalidade dos envolvidos, cronologia de incidentes, exame da forma como a
criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra o genitor.
(BRASIL, 2016, p. 1914)
A prática de quaisquer atos que importem em alienação parental constitui
afronta ao direito fundamental da criança ao convívio familiar saudável, implica em
abuso moral e desrespeito aos deveres inerentes ao poder familiar.
Sabiamente, estabelece que a perícia deve ser realizada por profissional ou
equipe multidisciplinar habilitada com aptidão comprovada para diagnosticar atos de
alienação parental, e, aqui, reside o grande problema; em geral, não há profissionais
com os requisitos fixados na lei, sendo que, na falta deles, a perícia é realizada
pelos profissionais existentes, que na maioria das vezes não possuem a qualificação
técnica para aferir a alienação parental. O resultado da perícia será entregue em 90
dias, acompanhado, se for o caso, da indicação de medidas necessárias à
manutenção da integridade psicológica da criança.
Restando caracterizada a alienação parental da lei supracitada, estabelece
em seu artigo 6º previstas nos incisos I a VI do artigo 6º.

O juiz poderá aplicar as seguintes sanções ao cônjuge alienador, parental


ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente
com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá,
cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil
ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir
ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso: I- declarar a
ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; II- ampliar o regime
de convivência familiar em favor do genitor alienado; III- estipular multa ao
alienador; IV- determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V- determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua
inversão; VI- determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou
adolescente; VII- declarar a suspensão da autoridade parental. (BRASIL,
2016).
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Dessa forma, a legislação busca a interrupção dos atos de alienação criminal


e o imediato retorno da criança ao convívio com o genitor alienado, podendo o juiz,
cumulativamente ou não, aplicar as medidas elencadas no referido artigo. Tais
medidas devem ser aplicadas o mais rápido possível, quando da primeira percepção
de hipótese de alienação parental por parte do juiz ou dos profissionais que
acompanham o caso concreto, de forma a evitar que as consequências dos atos de
genitor alienante se alastrem de forma irreparável.

5.2 MEDIDAS CAUTELARES

Sabe-se que as consequências da violência na infância e adolescência são


múltiplas e dependentes de vários fatores como: a idade da pessoa agredida e a de
quem agride, tipo de relação entre eles, personalidade da vítima, duração e
frequência da agressão, tipo e gravidade do ato e da reação do ambiente. Dentro
deste contexto e considerando que o alienador pode imputar a falsa prática de um
crime sexual como meio de afastar os filhos do alienado, na maioria das vezes, o juiz
concede a medida cautelar, mediante o receio da veracidade das alegações,
impedindo, de vez, o contato do filho com o genitor acusado.
Assim, a concessão de medida cautelar, que deveria conservar a eficácia de
um direito a fim de evitar um prejuízo irreparável, infelizmente, pode ser utilizada
como uma verdadeira forma de manipulação pelo (a) genitor (a) alienante e punição
antecipada ao genitor alienado. A advogada e psicóloga Alexandra Ullmann, explica
que é cada vez mais comum a falsa acusação de abuso sexual, o que pode ter
consequências desastrosas, uma vez que a simples acusação pode implicar numa
medida cautelar inaudita altera parte, afastando a criança do acusado sem qualquer
possibilidade de defesa. (FONSECA, 2009)
Para comprovação da ocorrência ou não de maus-tratos, abusos sexuais ou
quaisquer outras modalidades de crimes contra a criança ou adolescente, é
importante a atuação conjunta e eficaz do juiz com psicólogos, psiquiatras e
assistentes sociais.
Infelizmente, a prática de tais atos leva tempo, sobretudo no “afogado” Poder
Judiciário do nosso país, o que pode levar a um irrecuperável prejuízo para o genitor
e o filho que tiveram seu relacionamento abalado.
Assim complementa Maria Berenice Dias (2010).
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O tempo trabalha em favor do alienador. Quanto mais demora a


identificação do que realmente aconteceu, menos chances há de ser
detectada a falsidade das denúncias. Como é impossível provar fatos
negativos, ou seja, que o abuso não existiu, o único modo de descobrir a
presença da alienação é mediante perícias psicológicas e estudos sociais.
Os laudos psicossociais precisam ser realizados de imediato, inclusive, por
meio de procedimentos antecipados, além da obrigação de serem
transparentes e elaborados dentro da melhor técnica profissional.

A síndrome não é irreversível, desde que tratada da forma correta e com a


ajuda de profissionais especializados, por meio da adoção conjunta de medidas
legais e terapêuticas. Como podemos observar a Lei 12.318/2010 previu algumas
medidas protetivas que podem ser determinadas pelo juiz após a constatação de
atos típicos de alienação parental, conforme a gravidade do caso.

5.3. PENALIDADES

A Lei prevê punição para quem apresentar falsa denúncia contra o genitor,
contra familiares ou contra avós, para dificultar a convivência deles com a criança ou
adolescente; ou mudar o domicílio para local distante sem justificativa, para dificultar
a convivência da vitima de AP com o outro genitor, avós ou familiares.
Multa, acompanhamento psicológico e a perda da guarda da criança para
quem manipular os filhos.
Contudo, oportuno esclarecer que esse dispositivo ressalva a possibilidade de
responsabilização civil, além das medidas por ele determinadas. Dessa forma, além
dessas medidas não importarem em sanção penal, o próprio artigo 10 da Lei
12.318/2010, que alteraria o artigo 236 da Lei 8.069/90, criando um parágrafo único
a ele, conforme a redação original do Projeto de Lei 20/2010, passando a tipificar a
conduta de alienação parental como crime, foi vetado pelo então Presidente da
República.
Assim, a alienação parental seria tipificada como crime, nas mesmas penas
determinadas pelo caput do artigo 236, para aquele que apresentasse relato falso ao
agente indicado no caput ou a autoridade policial, cujo teor pudesse ensejar
restrição à convivência de criança ou adolescente com o genitor.
Em linhas gerais, a razão do veto presidencial, que acompanhou a
promulgação do texto dessa Lei, foi a de que a imposição de sanção de natureza
penal acabaria por acarretar danos psicológicos ainda maiores aos menores
15

vitimados pela alienação parental, que são os verdadeiros destinatários da proteção


da nova lei, bem como os maiores prejudicados com essa síndrome.
Não obstante, argumentou-se que a nova lei já prevê em seu artigo 6º meios
suficientes de punição para impedir os efeitos nefastos da alienação parental, tais
como a multa, a alteração da guarda, bem como a própria suspensão da autoridade
parental.

5.4 PL 4488/2016 – CRIMINALIZAÇÃO NA LEI 12.318/2010.

Vale dizer, o artigo 6º da lei não tipificou a prática de alienação parental como
crime, as normas tomadas pelo juiz não importam em responsabilização na ceara
penal, com aplicação de sanção penal, seja ela pena (privativa, restritiva ou prisão
simples) ou medida de segurança.
A proposta é do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), a proposta
acrescenta parágrafos e incisos à lei que dispõe sobre a alienação parental (AP),
com acréscimo do novo texto, determina que a pena para esse crime seja de 3 (três)
meses a 3 (três) anos e pune também, quem de qualquer modo, participe de forma
direta ou indiretamente das ações praticadas pelo infrator. A pena ainda será
agravada caso o crime for praticado: Por motivo torpe; uso irregular da Lei Maria da
Penha - Lei 11.340/06; por falsa denúncia de qualquer ordem; e ainda se a vítima for
submetida à violência psicológica ou se for portadora de deficiência física ou mental.
O texto acrescenta que, se comprovado o abuso moral, o judiciário deverá,
após ouvir o Parquet, aplicar a reversão da guarda dos filhos à parte inocente,
independente de novo pedido judicial
Em sua tramitação a proposta será analisada pelas comissões de Seguridade
Social e Família e de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de seguir para o
Plenário.
Em referente lei em seus parágrafos acrescidos ao art. 3.º do supracitado
dispositivo legal, estabelece que:

Art. 3.º
§ 1.º - Constitui crime contra a criança e o adolescente, quem, por ação ou
omissão, cometa atos com o intuito de proibir, dificultar ou modificar a
convivência com ascendente, descendentes ou colaterais, bem como
àqueles que a vítima mantenha vínculos de parentalidade de qualquer
natureza.
16

Pena – detenção de 03 (três) meses a 03 (três) anos


§ 2.º O crime é agravado em 1/3 da pena:
I – se praticado por motivo torpe, por manejo irregular da Lei 11.340/2006,
por falsa denúncia de qualquer ordem, inclusive de abuso sexual aos filhos;
II – se a vítima é submetida à violência psicológica ou física pelas pessoas
elencadas no § 1.º desse artigo, que mantenham vínculos parentais ou
afetivos com a vítima;
III – se a vítima for portadora de deficiência física ou mental;
§ 3.º Incorre nas mesmas penas quem de qualquer modo participe direta ou
indiretamente dos atos praticados pelo infrator. § 4.º provado o abuso moral,
a falsa denúncia, deverá a autoridade judicial, ouvido o ministério público,
aplicar a reversão da guarda dos filhos à parte inocente, independente de
novo pedido judicial.
§ 5.º - O juiz, o membro do ministério público e qualquer outro servidor
público, ou, a que esse se equipare a época dos fatos por conta de seu
ofício, tome ciência das condutas descritas no §1.º, deverá adotar em
regime de urgência, as providências necessárias para apuração infração
sob pena de responsabilidade nos termos dessa lei.
Art. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. (BRASIL, 2016, p.1)

6 CONCLUSÃO

A presente pesquisa nasceu a partir da seguinte pergunta: De que maneira


a regulamentação do direito de vistas pode se tornar uma forma alienação parental,
na guarda unilateral?
Concluindo, encontra-se como resposta o seguinte: A guarda unilateral
modalidade excepcional a regra que é a guarda compartilhada, indicada em nosso
ordenamento jurídico para casos onde infelizmente o convívio da criança com o pai
ou mãe se torna prejudicial a sua integridade psicológica ou mesmo física. Cabe
frisar que essa modalidade se faz necessário em casos agravantes, tais como:
Violência física e/ou psicológica de pais que sofrem distúrbios emocionais,
psiquiátricos, e possível histórico de violência doméstica. Porém, nem sempre é
assim, a questão enfática desta pesquisa é que aproveitar-se desta prerrogativa de
deter a guarda do menor, o agente alienador usa métodos artificiais para impedir a
convivência familiar do genitor e o filho (a). Entre os quais:
a) Marcar programas como atividades esportivas nas datas acordadas
para visitação do menor com o pai ou mãe.
b) Estabelecer datas inviáveis em que o alienante se apresente nas visitas
e subsequente impossibilitando ainda mais a convivência do genitor e a
vitima.
17

c) Colocar obstáculos escusos que inviabilizam o convívio da criança com


o pai ou mãe
Entre outros artifícios, qualquer que seja o meio usado para impedir ou
dificultar o acesso dos pais com a criança se torna caso de alienação parental.
Depreende-se desta pesquisa que as consequências para o alienante e a vítima,
ganha proporções absurdas e esmagadoras nas relações interpessoais dos
envolvidos.
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise de como
Alienação Parental, pode interferir de forma prejudicial nas relações familiares e
interpessoais dos envolvidos e ainda como apurar os sintomas e identificar se a
criança/adolescente é usada como instrumento de conflito entre os pais e/ou até
terceiros. Além disso, também permitiu saber que só a proteção especial conferida
pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente não
foi suficiente para protegê-las das práticas e atos de alienação parental. Apenas com
o surgimento da Lei 12.318/2010, foi que a Alienação Parental foi regulamentada em
nosso ordenamento jurídico.
Dada à importância do assunto, percebe-se uma situação que merece
cautela, pois quando identificados a prática de tais atos, sabe-se que estes
interferem na formação psicológica e conforme presente estudo elaborado, pode-se
findar que a alienação parental constitui uma forma grave de maltrato e abuso contra
a criança ou adolescente que se encontra na posição de vítima dos atos praticados
pelo agente alienador
Conforme se pôde destacar, este mal que atinge cada vez mais a sociedade
decorre principalmente de situações envolvendo litígios conjugais, mais
especificamente divórcios com relevante carga conflitante e a guarda de filhos.
No que se refere à Alienação Parental, portanto, evidente se faz a
necessidade dos esforços conjuntos da Psicologia e do Direito para se que se possa
combatê-la eficazmente e, portanto, garantir o instituto da família como conformador
dos princípios, valores e do bom desenvolvimento psicossocial da criança e do
adolescente.
A superação dessa Síndrome implica em resguardar a qualidade das relações
familiares, buscando sempre preservar o melhor interesse da criança e do
adolescente. Por isso o aprofundamento sobre tema permite-se a elaboração de
18

estudos que possam tecer comentários cada vez mais valiosos sobre o surgimento,
sua causa e suas consequências na vida dos envolvidos.
Portanto, é dever dos pais, da família, da sociedade, dos guardiões, do
Estado e do Poder Público, proteger a criança e o adolescente das práticas e atos
de alienação parental e dos possíveis problemas que podem ser desencadeados,
pois deve sempre seguir o preceito exposto pela doutrina da proteção integral da
criança, pois é sabido que a prática de alienação parental constitui abuso contra os
filhos, contra a pessoa do alienado e contra a família.

REFERÊNCIAS

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______. Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010. Dispõe sobre Alienação Parental.


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______.Lei 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre Estatuto da Criança e do


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