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Cap44 PDF
Cap44 PDF
NOÇÕES DE
44 NAVEGAÇÃO
DE SUBMARINOS
O erro do rumo deve ser estimado como um número de graus de erro possível para cada
lado do rumo ordenado e resulta em uma área triangular, conforme mostrado na figura 44.1.
Rumo
Erro do rumo
Erro do rumo
Erro da distância navegada
Figura 44.3 – Direções e Velocidades Possíveis das Correntes Oceânicas e de Maré (exemplo)
0,5 nó 1,5 nó
1 nó
0,5 nó
A figura 44.5 mostra essas derivas aplicadas ao trapézio de erro, formado pe-
los efeitos combinados do erro de rumo e de distância, e o “pool” de erros resultante.
A figura formada representa o lugar geométrico de todas as posições possíveis do sub-
marino, considerados os três efeitos citados (erro do rumo, erro da distância navegada
e deriva causada pelas correntes).
3'
9'
00
6'
“Pool” de erros
3'
00 06
(6')
1 nó
Corrente provável
Figura 44.7 – Efeito das Correntes de Maré Durante o Período de Exercícios (6 Horas)
2 3 4
Posição estimada final 1
5
T1 6
O efeito do vento presente sobre a corrente de maré deve ser aplicado conside-
rando-se uma intensidade de 3% da velocidade do vento, na direção para a qual o ven-
to sopra. Neste exemplo, a velocidade do vento é de 30 nós, soprando de Oeste. Assim,
tal vento produzirá uma corrente adicional de 0,9 nó, no rumo leste, que deslocará 5,4
milhas para E a posição do submarino, no período de 6 horas do exercício, como ilustado
na figura 44.8. O deslocamento total da posição estimada, então, está representado
pelo vetor T 2 (ver a figura 44.8).
Figura 44.8 – Efeito Combinado das Correntes de Maré e do Movimento da Água Produzido
pelo Vento, no Período de Exercícios (6 Horas)
2 3 4
1
Posição estimada final 6 5 T2
Efeito do vento
T3 T3
“Pool” de erros
EXEMPLO 2
2,5 nós
0,5 nó
1 nó
0,5 nó
O valor estimado do erro do rumo é de 1,5º para cada bordo do rumo ordenado;
o erro da distância navegada (erro do odômetro) é de 0,25 milha/hora.
O submarino prosseguiu no rumo 200º, velocidade de 10,0 nós, até que, às 0615
horas, obteve uma linha de posição (LDP) pela observação da Lua. Estima-se que esta
LDP tenha uma precisão de ± 5'.
Como mencionamos, na prática o “pool” de erros pode ser traçado pelo navegante
em torno da posição estimada corrigida (EC) sem seguir todas as etapas acima descri-
tas. Basta que se construa, tendo como centro a EC, um círculo cujo raio seja igual à
“confiança” atribuída à estima, levando em conta o efeito combinado de todos os erros
que possam ter afetado a posição.
Pos. Obs.
1800 Milhas
0 5 10 15 20 25
,5 º
201
º
200
,5º
"Pool" de erros expandido para
198
erros de rumo e de distância
navegada de 0000 às 0615 horas
5'
5' Lua 0615
Este sextante pode ser usado a qualquer hora, inclusive à noite, quando estrelas
de primeira e segunda magnitudes, além dos quatro planetas utilizados em navegação
astronômica, podem ser observados. Com boas condições, pode-se obter uma precisão
de ± 2 minutos de arco nas alturas observadas.
O sextante de horizonte artificial é estabilizado apenas na linha de visada; por
esta razão, se o submarino estiver balançando ou caturrando atravessado com relação à
linha de visada, deve ser aplicada uma correção às leituras, em função do ângulo médio
de caturro ou balanço no período da observação. Esses ângulos podem ser obtidos nos
indicadores de balanço e caturro do Sistema Inercial ou lidos no clinômetro, e a correção
é fornecida em tábuas especiais. Além disso, velocidades acima de 6 nós causam vibra-
ções que tornam muito difíceis e imprecisas as visadas com este sextante.
Em virtude de não haver referências externas (como, por exemplo, o Sol, as ondas,
o vento, etc.), em um submarino submerso o rumo deve ser constantemente verificado em
todas as agulhas disponíveis (os submarinos têm, normalmente, pelo menos duas agu-
lhas giroscópicas, sendo uma principal e uma auxiliar, ou de emergência).
As correntes oceânicas de fundo também são muito pouco conhecidas, mas alguns
comentários, baseados na experiência prática, podem ser feitos. Quando a direção da
corrente subsuperficial é a mesma que a da corrente de superfície, sua velocidade dimi-
nui com a profundidade. Há diversas áreas no mundo onde, devido à proximidade da
plataforma continental ou da calota polar, ou devido à transferência de água de um ocea-
no para outro, a direção da corrente de fundo difere da corrente superficial de até 180º.
Nestes casos, a corrente de fundo é, normalmente, constante por longos períodos.
Muitas vezes, um navio de superfície pode constatar que entrou em uma corrente
de superfície pela medida da temperatura da água do mar, sendo a Gulf Stream e a Cor-
rente do Labrador exemplos significativos de corrente quente e corrente fria, respectiva-
mente. Do mesmo modo, um submarino pode ser alertado da presença de uma corrente
de fundo pelo lançamento do batitermógrafo, capaz de detectar uma camada de água
do fundo associada a uma corrente. Embora isto não dê indicações de velocidade ou
direção, pode constituir uma informação de valor para o navegante.