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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO – UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUIMICA – DEEQ

DISTRIBUIÇÃO DO TEMPO DE RESIDÊNCIA EM


REATOR TUBULAR USANDO PERTUBAÇÃO TIPO
DEGRAU NEGATIVO

COSTA C.S.1, BORGES S.F.1, DIAS M.S.1, MORAES D.M.1, SIQUEIRA L.G. L. 1
Grupo B
1
Universidade Federal do Maranhão, Centro de Ciências Exatas e Tecnologia,
Coordenação de Engenharia Química

E-mail para contato: dyogo_111@hotmail.com

RESUMO –Este experimento teve como objetivo estudar o comportamento de


escoamentos não ideais no reator PFR, determinar a distribuição de tempos de
residência (DTR) e comparar as distribuições experimentais com as de outros
modelos de reatores. Para este experimento foi utilizada a técnica de degrau
negativo, em que há a eluição do traçador. Os resultados encontrados
demonstraram que o sistema estudado se comportou como não ideal. Em relação
ao tempo médio de residência (𝑡̅) e o tempo espacial(𝜏), que também servem como
evidência da não idealidade, foram de 10,07 min e 13 min, respectivamente. O PFR
estudado na prática teve um comportamento mais próximo do PFR laminar
segregado. Calculou-se o tempo médio de residência para o escoamento laminar
segregado, o valor obtido foi de 10,01 min com a variância de 43,24 min².
.

1.INTRODUÇÃO

De acordo com Sassaki (2005), no processamento de matéria-prima utilizam-se fluidos


que necessitam escoar em equipamentos podendo sofrer alteração dentro do mesmo. Uma
técnica experimental bastante utilizada para estudar esse comportamento através da distribuição
do tempo de residência do fluido é a estímulo-resposta, que consiste em injetar um traçador na
entrada do dispositivo e observar as concentrações das amostras coletadas na saída do
dispositivo.

No que diz respeito aos reatores, Sassaki (2005) e Fogler (2009) relatam ainda a
existência de dois modelos de escoamento: o de mistura perfeita e o tubular, onde o modelo de
idealidade é explicado através da homogeneidade presente no reator de mistura perfeita e para
o reator tubular empistonado é decorrente da movimentação ordenada das partículas, com

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velocidade constante. No entanto, modelos que não seguem a idealidade correspondem ao


escoamento não-ideal, comum nos reatores reais.

Dentre os fatores que podem ocasionar o escoamento não ideal, Gutierrez (2008) destaca a
formação de caminhos preferenciais, partículas do fluido que não percorrem todo o interior do
vaso, áreas do reator onde o fluido é retido impossibilitado de interagir com o restante da
mistura reacional, recirculação do fluido e retromistura. A descrição fluidodinâmica dos
reatores fornece a distribuição do tempo de residência, indicando o tempo que cada elemento
de fluido se mantém no equipamento e a existência de possíveis irregularidades. (FOGLER,
2009).

Dentre os reatores citados, Fogler (2002) destaca a importância dos reatores plug flow
(PFR) que são utilizados em vários ramos industriais devido ao seu design que não ocupa muito
espaço e também à facilidade de manutenção). E, para a sua aplicação dentro da indústria é
preciso saber o comportamento do fluido no seu interior, pois desvios da idealidade em pequena
escala se tornam grandes prejuízos no scale-up (Levenspiel, 1972).

Diante do exposto, o experimento realizado tem como principais objetivos estudar o


comportamento de escoamentos não ideais, determinar a distribuição de tempos de residência
(DTR) e comparar as distribuições experimentais com as de alguns modelos de reatores.

2.EQUAÇÕES

Curva E para um PFR real:


(−𝐶) (−𝐶)
𝑑 𝛥
(𝐶𝑜) (𝐶𝑜)
E= = (1)
𝑑𝑡 𝛥𝑡

Curva F para um PFR real:


𝐶
F = 1 - 𝐶𝑜 (2)

Tempo espacial:
𝑉
𝜏 = 𝑣𝑜 (3)

Tempo de residência médio:

𝑡̅ = Σ ti E (ti) Δ ti (4)

Variância:
2
𝑠 = ∑ 𝑡𝑖2 𝐸(𝑡𝑖 )∆𝑡𝑖 − 𝑡 (5)

Curva E para PFR ideal:

0, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 < 𝜏 𝑒 𝑡 > 𝜏


E= (6)
1, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 = 𝜏
2
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Curva F para PFR ideal:

0, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 < 𝜏
F={ (7)
1, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 ≥ 𝜏

Número de Reynolds para escoamento em tubos:


𝜈𝑜 𝐷𝐻
𝑅𝑒 = (8)
𝜐.𝐴

Curva E para PFR com escoamento laminar:

0, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 < 𝜏/2


E={ 2⁄ (9)
𝜏 2𝑡 3 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 ≥ 𝜏/2

Curva F para PFR com escoamento laminar:

0, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 < 𝜏/2


F={ (10)
1 − 𝜏 4𝑡 2 , 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑡 ≥ 𝜏/2
2⁄

3.METODOLOGIA
3.1. Materiais

O esquema de instalação experimental do reator tubular, como observado na Figura 1,


possui os seguintes elementos: torneira, tanque de água acoplado com bombas, reator tubular
transparente, mangueira de coleta de amostra, proveta de 100ml, tubo de emergência, ralo e 4
válvulas.

A figura 1 mostra o esquema da instalação experimental do reator tubular, o qual possui


as seguintes características: comprimento do reator 1,95m e diâmetro interno de 5cm,
alimentação constante e contínua por diferença de nível controlado por uma bóia e válvula para
ajuste da vazão do líquido.

São ainda utilizados outros materiais, tais como: traçador não-reativo (solução de azul de
metileno), cubetas, espectrofotômetro, proveta de 2 litros, cronômetro e balança analítica.

3.2. Procedimento Experimental

Iniciou-se o experimento enchendo todo o sistema com água. Para isso, abriram-se as
válvulas V0, V1 e V3, mantendo a válvula P2 fechada. Tendo enchido completamente o reator,
fecharam-se as válvulas V1 e Vo e as bombas foram desligadas. Abriu-se a válvula P2 e o sistema
foi drenado, restando apenas o volume de água contido no reator, o qual foi mensurado com
auxílio da proveta.

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Após a medição do volume do reator, o mesmo foi esvaziado através da abertura da válvula
V1. Com o reator vazio e a válvula V1 novamente fechada, encheu-se o reator com a solução de
azul de metileno pela parte superior do reator.

As bombas foram, então, ligadas e abriu-se a válvula V0 e P2. A água então iniciou a
percorrer o sistema do tanque até a estabilização do seu fluxo. Com o fluxo já estável, fechou-
se a válvula V0 e abriu-se ligeiramente a válvula V1. Verificou-se a retirada de ar do sistema
através da ausência de bolhas.

Figura 1 - Esquema de instalação experimental do reator tubular

Quando a primeira gota passou pela mangueira situada no topo do reator para fazer
coleta, iniciou-se o cronômetro e a primeira amostra foi coletada. As demais amostras foram
retiradas de 1 em 1 minuto nos 10 primeiros minutos, de 2 em 2 minutos nos 20 minutos
seguintes e de 5 em 5 minutos até o reator estar visivelmente contendo apenas água

Entre as coletas das amostras, mediu-se a vazão da água, fechando a válvula V3 e


cronometrando o tempo no qual certo volume da proveta foi preenchido. Essa medição foi
realizada em duplicata.

4.RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1.PFR real
A partir da curva de calibração e da média das absorbâncias para cada amostra foi possível
determinar as concentrações finais de saída do reator. Assim a razão C/C0 foi obtida onde C é a
concentração do corante na saída do reator e C0 é a concentração inicial, todas essas quantidades
estão descritas na Tabela 1.

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Tabela 1 – Absorbância Média, razão C/C0, curva E e F para o PFR

Tempo(min) Abs. Média C/C0 F=1-(C/C0) E=∆(-C/C0) /∆t

0 0,541 0,9432 0,0568 -

2 0,531 0,9246 0,0754 0,0093

4 0,498 0,8652 0,1348 0,0297

6 0,443 0,7656 0,2344 0,0498

8 0,298 0,5046 0,4954 0,1305

10 0,225 0,3744 0,6256 0,0651

12 0,183 0,2988 0,7012 0,0378

14 0,102 0,1530 0,8470 0,0729

16 0,064 0,0834 0,9166 0,0348

18 0,054 0,0660 0,9340 0,0087

20 0,038 0,0372 0,9628 0,0144

25 0,109 0,0330 0,9670 0,0008

30 0,109 0,0331 0,9669 0,0000

35 0,080 0,0224 0,9776 0,0021

45 0,532 0,0185 0,9815 0,0010

50 0,421 0,0145 0,9855 0,0008

A Figura 2 abaixo mostra o comportamento da razão C/C0 com o tempo para o Reator
Tubular em estudo.
1
0,8
0,6
0,4
C/C0

0,2
0
0 10 20 30 40 50
Tempo (min)

Figura 2 – Curva C /C0 vs. Tempo para o PFR real

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Sabendo que a técnica utilizada no experimento foi a degrau negativo, em que há a eluição
contínua do traçador, pode-se observar que a concentração na saída do PFR diminui com o
decorrer o tempo. No entanto, o esperado seria que o traçador saísse num só momento do reator
devido ao escoamento empistonado, o que não aconteceu devido as não idealidades do
escoamento.

Para maior entendimento do escoamento foi obtida a curva E a partir da Equação 1. A


curva E nada mais é do que a normalização da curva Cpulso, assim altera-se a escala de
concentração, de modo a fazer com que a área sob a curva seja igual a unidade, o gráfico da
Figura 3 mostra a forma da curva E obtida no experimento.

0,14
0,12
0,1
0,08
E(t)

0,06
0,04
0,02
0
0 10 20 30 40 50
-0,02
Tempo (min)

Figura 3 – A curva experimental E vs. Tempo

Ao se realizar a comparação entre a curva obtida com os dados experimentais e a curva


encontrada na literatura para um reator não ideal (LEVENSPIEL, 2000), percebe-se semelhança
na existência de picos sucessivos, o que pode indicar grande recirculação interna no reator.

A partir dos resultados de C /C0 e utilizando a Equação 2 foi construído o gráfico da função
cumulativa (F) versus do tempo como mostra a Figura 3. Essa função representa a fração de
traçador na saída do reator.

1,0000
0,9000
0,8000
0,7000
0,6000
F(t)

0,5000
0,4000
0,3000
0,2000
0,1000
0,0000
0 10 20 30 40 50
Tempo (min)

Figura 3 – Curva da função F vs. Tempo para O PFR real


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A partir da Figura 3 pode-se perceber que aproximadamente 96% do traçador saiu do


reator no tempo de 20 minutos.

O tempo médio de residência (𝑡̅ ) foi obtido pela Equação 4, o valor obtido foi de 10,07
min. Já o tempo espacial (𝜏) foi calculado a partir da Equação 3 e o valor obtido foi de 13 min.
Comparando o tempo médio de residência com o tempo espacial do experimento realizado,
percebe-se que o 𝑡̅ foi menor que 𝜏, o que comprova um escoamento como não ideal com
fluido estagnado e volume morto. Tal situação configura uma performance ruim para o reator
pois diminui o volume útil do reator e provoca menos tempo de reação. A Figura 4 abaixo
comprova a existência de caminhos preferenciais no reator, o que pode ser explicado também
por alguma obstrução na distribuição de entrada de água no sistema.

Figura 4- imagem da formação de caminhos preferenciais do traçador dentro do PFR

A dispersão da curva de escoamento foi avaliada também registrando a forma da curva


do traçador ao passar pela saída do vaso. Para tal, calculou-se a variância ou medida de
espalhamento da curva pela Equação 5 e obteve-se o valor de 34,05 𝑚𝑖𝑛2 .

4.2.PFR ideal
Para a análise do escoamento ideal utilizou-se a Equações 6 e 7 para encontrar as curvas
E e F, respectivamente. A Figura 5 mostra o comportamento das curvas F e E com o tempo.
Segundo Fogler (2009) é esperado para um reator PFR ideal que o tempo espacial seja
igual ao tempo de residência médio. Assim, para a análise do PFR ideal sabe-se que todo o
traçador sairia do reator exatamente no tempo espacial calculado de 13 min como mostra a
curva E abaixo. A curva F também indica que após o tempo espacial a concentração permanece
constante.

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1,2 1,2

1 1

0,8
0,8

F (t)
0,6
0,6
E (t)

0,4
0,4
0,2
0,2
0
0 0 10 20 30 40 50
0 10 20 30 40 50 Tempo (min)
-0,2 Tempo (min)

Figura 5- Curva E (esquerda) e curva F (direita) para o escoamento ideal

Segundo Fogler (2009) é esperado para um reator PFR ideal a permanência, em um


mesmo intervalo de tempo, de todas as partículas de fluido que deixam o reator, sem a formação
de caminhos preferenciais. Para sistemas como esses, a representação da distribuição do tempo
de residência E (t) é descrita como uma função pulso, com a ocorrência de um pico no tempo
espacial. Tal situação é observada quando um traçador é injetado no reator após o fluxo já estar
circulando. Entretanto, como na prática experimental realizada o fluxo de água foi injetado
posteriormente, eluindo a concentração do traçador já presente, a função deve se apresentar
idealmente como uma curva gaussiana, cuja amplitude é retirada do valor da variância.

Assim, para a análise do PFR ideal sabe-se que todo o traçador sairia do reator exatamente
no tempo espacial calculado de 13 min como mostra a curva E da Figura 5. A curva F também
indica que após o tempo espacial a concentração permanece constante.

4.3. PFR com escoamento Laminar Segregado


A partir dos dados experimentais, foi possível construir as curvas E(t) e F(t), como mostra
a Figura 6, para um reator tubular com escoamento laminar segregado, utilizando as Equações
9 e 10, respectivamente.

0,2 1,2
1
0,15
0,8
0,1 0,6
F (t)
E (t)

0,4
0,05
0,2
0 0
-10 10 30 50 0 10 20 30 40 50
Tempo (min) Tempo (min)

Figura 6– Curvas para E e F em função do tempo para um PFR com escoamento laminar

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Afim de caracterizar o escoamento como laminar segregado, calculou-se inicialmente o


valor do número de Reynolds através da Equação 8. Obteve-se um Re = 70,11 sendo menor que
2300 e representando, assim, um escoamento do tipo laminar.
O fluxo laminar de um reator tubular é caracterizado pela predominância das forças
viscosas sobre as forças inerciais nas paredes do tubo, gerando um perfil de velocidade
parabólico, como mostrado na Figura 7 para as curvas E e F, que de acordo com o Fogler (2009)
surgem exatamente em t = 𝜏/2. Dessa forma, o tempo de cada elemento de fluido dentro do
reator é diferente, em que partículas de fluido situadas no centro ficam menos tempo dentro do
reator, devido à maior velocidade. Por isso, diz- se que o fluido é segregado, já que o fluido que
entra não é imediatamente misturado com todos os elementos de fluido dentro do reator por não
apresentar turbulência.
Calculou-se o tempo médio de residência para o escoamento laminar segregado, o valor
obtido foi de 10,01 min com a variância de 43,24 𝑚𝑖𝑛2 . O tempo médio menor que o tempo de
residência comprova a não idealidade do sistema pela formação de caminhos preferenciais.

1,2 IDEAL 0,18 1,1


0,16
1 LAMINAR
SEGREGADO 0,14 0,9
REAL LAMINAR
0,8 0,12 SEGREGADO
0,7
E (t)

0,1 REAL
F (t)

0,6
0,08 0,5
IDEAL
0,4 0,06
0,3
0,04
0,2
0,02
0,1
0 0
0 10 20 30 40 50 -0,1 0 10 20 30 40 50
Tempo (min) Tempo (min)

Figura 7– Comparação entre as Curvas E e F em função do tempo para um PFR real, ideal e
com escoamento laminar.

A partir dos gráficos comparativos da Figura 7 é possível perceber que o PFR estudado
na prática teve um comportamento mais próximo do PFR laminar segregado, o que foi
confirmado tanto pela forma das curvas como pelo tempo de residência com valores muito
próximos.

5. CONCLUSÃO
Foi caracterizado o escoamento no reator PFR através da medição da concentração do
fluido na saída, com isso pôde- se determinar o tempo médio de residência (𝑡̅ ) de 10,07 min e
o tempo espacial (𝜏) de 13 min, percebeu-se que o 𝑡̅ foi menor que 𝜏, o que comprova um
escoamento como não ideal com volume morto, tal situação foi verificada pela existência de
zonas com concentração de corante estagnado. A curva E em função do tempo apresentou picos
decrescentes indicando forte recirculação interna e confirmando a não idealidade do reator PFR
utilizado.
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Analisando os gráficos ideais para as curvas E e F com as curvas para o caso real, foi
possível notar que o escoamento real aproximou- se mais da vazão laminar, podendo ser
confirmado com o número de Reynolds calculado de 70,11. O fluxo laminar de um reator
tubular é caracterizado pela predominância das forças viscosas sobre as forças inerciais nas
paredes do tubo, dessa forma o tempo de cada elemento de fluido dentro do reator é diferente.
Sendo assim, o PFR estudado na prática teve um comportamento mais próximo do PFR laminar
segregado. Calculou-se o tempo médio de residência para o escoamento laminar segregado, o
valor obtido foi de 10,01 com a variância de 43,24 𝑚𝑖𝑛2.

Os motivos para as causas da não idealidade podem ser o tamanho do diâmetro do reator,
a ausência de dispersadores ao longo do reator tubular, entre outros. Para isso, algumas
mudanças cabíveis seriam, por exemplo, um diâmetro menor, que aumentaria a turbulência do
sistema; a presença de dispersadores, que possibilitaria uma distribuição mais uniforme do
traçador ao longo do tubo e garantiria uma saída com concentrações mais iguais no decorrer do
tempo.
REFERÊNCIAS
SASSAKI, R. A. Distribuição de tempos de residência em sistemas alimentados com
vazão variável. 2005. 100 f. Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia Civil) –
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2005

FOGLER, H. S., Elementos de engenharia das reações químicas, 4ª edição, Rio de


Janeiro: LTC, 2009.

GUTIERREZ, C. G. C. C., Distribuição do tempo de residência em processo de


pasteurização com trocador de calor a placas. 2008. 97f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo,
São Paulo, 2006.

FOGLER H. C, Elementos da Engenharia das Reações Químicas. Rio de Janeiro: LTC,


2002.

LEVENSPIEL O, Engenharia das Reações Químicas. São Paulo: Edgard Blucher Ltda,
1972.

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