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EXPERIMENTO DE STERN-GERLACH
ILHÉUS – BAHIA
2020
RONILDO LOPES D’ AJUDA (201610656),
EXPERIMENTO DE STERN-GERLACH
ILHÉUS – BAHIA
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 4
2 REFERENCIAL TEÓRICO 5
3 DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO 14
4 ANALISE DO EXPERIMENTO 15
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 17
REFERÊNCIAS 18
4
1 INTRODUÇÃO
O experimento de Stern-Gerlach foi proposto originalmente por Otto Stern para testar
a quantização espacial, ou seja, se o momento angular de átomos neutros era ou não
quantizado, na presença de um campo magnético externo. Em 1913 Niels Bohr propôs o seu
modelo semi-clássico" para o átomo, introduzindo, para isto, algumas regras de quantização.
Ele propõe o modelo planetário para o átomo, mas postula que apenas algumas órbitas
(circulares e coplanares) são permitidas aos elétrons, a saber, aquelas nas quais o momento
angular 𝐿 do elétron é um múltiplo inteiro da constante de Planck ℎ (𝐿 = 𝑛ℎ = 2𝜋, 𝑛 =
1, 2, 3, . ..). Assim os elétrons seriam estáveis nessas órbitas, emitindo radiação somente
quando ocorresse a mudança de uma para outra órbita. A partir deste modelo, Bohr, entre
outros cientistas, lançou-se ao desafio de descrever corretamente o espectro discreto do
átomo de hidrogênio.
Em 1916, Arnold Sommerfeld introduziu um “aperfeiçoamento” do modelo de Bohr,
incluindo efeitos relativísticos e considerando que os elétrons poderiam mover-se em órbitas
elípticas e não apenas num mesmo plano, mas em diversos planos orbitais. Assim as órbitas
dos elétrons em torno do núcleo seriam quantizadas não apenas em relação ao tamanho e
forma, mas também na sua orientação espacial, em relação, por exemplo, a direção de um
campo magnético (quantização da direção ou espacial). Dessa forma Sommerfeld introduziu,
além dos dois números quânticos, principal e angular, que eram responsáveis pela
quantização da magnitude do vetor momento angular 𝐿, um terceiro número quântico azimutal
(𝑚), que estava relacionado à quantização da direção de 𝐿 no espaço. É importante salientar
que este número quântico azimutal não é o mesmo da moderna mecânica quântica (𝑚𝑙).
Sommerfeld previu que deveriam existir 2𝑚 valores (𝑚 inteiro) para os planos das órbitas dos
elétrons, incluindo as posições horizontal e vertical.
Com este conjunto de hipóteses, Sommerfeld, e independentemente Peter Debye,
conseguiam explicar um fenômeno observado por Zeeman em 1896 acerca do
comportamento de átomos em campos magnéticos. O efeito Zeeman (normal), como ficou
conhecido, consiste no desdobramento, devido a um campo magnético externo, das linhas
espectrais de um átomo previamente excitado. No entanto, a teoria clássica de Lorentz-
Larmor fornecia uma explicação tão consistente quanto esta nova " teoria quântica " para esta
explicação clássica. Mas em uma variante do efeito Zeeman (o efeito anômalo), ambas as
teorias fracassavam. Este efeito foi uma das principais motivações que levaram Otto Stern a
propor o seu experimento. Assim, a quantização espacial ainda não havia sido testada
diretamente, ou seja, não havia implicações experimentais específicas da teoria que
houvessem sido medidas. Por conta disso, vários físicos eminentes não acreditavam na
existência real da quantização espacial.
5
Tendo isto em mente, Otto Stern propôs o experimento, que possuía a vantagem de
não envolver nenhuma medida espectroscópica. E como ele acreditava na teoria, o resultado
esperado era que o feixe de átomos se dividisse em duas componentes ao atravessar um
campo magnético externo, o que foi de fato obtido. Por isso, aos olhos dos experimentadores
da época, o resultado do experimento pareceu um perfeito sucesso.
O experimento de Stern-Gerlach busca estabelecer a quantização direcional do spin
do elétron; investigar os possíveis valores do momento de dipolo magnético 𝜇 de um átomo
de prata; explorar a dinâmica do dipolo magnético formado pelo átomo na presença de um
campo magnético externo, 𝑩 , não uniforme. Outros objetivos podem sem alcançados, como
por exemplo, o valor do momento magnético de spin 𝜇𝑠 , do magnéton de Bohr 𝜇𝐵 ou do fator
giromagnético de spin 𝑔𝑠 podem ser determinados de acordo com a quantidade tomada como
conhecida.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
onde 𝑇 é o perfodo orbital do elétron cuja carga vale 𝑒 em módulo. Mostra-se, na teoria
eletromagnética elementar, que urna tal corrente produz um campo magnético equivalente, a
grandes distânciæ da órbita, a um campo produzido por um dipolo magnético localizado em
seu centro e orientado perpendicularmente a seu plano. Para uma corrente í numa órbita de
área 𝐴 o módulo do momento de dipolo magnético orbital 𝜇ℓ do dipolo equivalente é dado por
𝜇ℓ = 𝑖𝐴 (5)
FIGURA 2 – O momento angular orbital 𝑳 e o momento de dipolo magnético orbital 𝝁𝓵 de um elétron −𝑒 que se move
numa órbita de Bohr. O campo magnético 𝑩 produzido pela carga que circula aparece indicado pelas
linhas curvas. O dipolo magnético fictício que produziria um campo idêntico, longe da orbita, aparece
indicado por seus polos 𝑁 e 𝑆.
8
2𝑒 𝑒𝑣𝑟
𝜇ℓ = 𝑖𝐴 = 𝜋𝑟 2 = (7)
2𝜋𝑟 2
Vemos que a razão entre o módulo 𝜇ℓ do momento de dipolo magnético orbital e o módulo 𝐿
do momento angular orbital do elétron é uma combinação de constantes universais. Usa-se
essa razão como
𝜇ℓ 𝑔ℓ 𝜇𝑏
= (9)
𝐿 ℏ
onde,
𝑒ℏ
𝜇𝑏 = = 0,927 × 10−23 𝐴 ∙ 𝑚2 (10)
2𝑚𝑒
e
𝑔ℓ = 1 (11)
𝑔ℓ 𝜇𝑏
𝝁𝓵 = − 𝑳 (12)
ℏ
𝑔ℓ 𝜇𝑏
𝜇ℓ = √ℓ(ℓ + 1) ℏ = 𝑔ℓ 𝜇𝑏 √ℓ(ℓ + 1) (13)
ℏ
e
𝑔ℓ 𝜇𝑏 𝑔ℓ 𝜇𝑏
𝜇ℓ𝑧 = − 𝐿𝑧 = − 𝑚ℓ ℏ = −𝑔ℓ 𝜇𝑏 𝑚ℓ (14)
ℏ ℏ
Que tende a alinha o dipolo com o campo e que associado ao toque há uma energia potencial
de orientação
∆𝐸 = −𝝁𝓵 ∙ 𝑩 (16)
FIGURA 3 – fenômeno da precessão, onde torque 𝝉 aparece quando o momento dipolo magnético de um
átomo 𝝁𝓵 interage com o campo aplicado 𝑩. Este toque da origem a uma variação 𝑑𝑳 do
momento angular durante o tempo 𝑑𝑡 sob a forma 𝑑𝑳/𝑑𝑡 = 𝝉. A variação dL faz com que 𝑳
precessione de um ângulo 𝜔𝑑𝑡 , onde 𝜔 é a velocidade angular de precessão.
FIGURA 4 – Numa região onde o campo aplicado 𝑩 converge, um elétron se move numa órbita de Bohr com
velocidade 𝒗. e o campo exerce uma força 𝑭 sobre o elétfon. Como a carga do elétron é negativa,
𝑭 𝛼 − 𝒗 × 𝑩. Independentemente da posição do elétron na órbita, essa força tem uma componente
radial, dirigida para fora, e uma componente na direção onde 𝑩 é mais intenso. Numa média feita
sobre uma órbita a componente radial se cancela e a força média tem essa direção (Para cima).
Esse efeito pode também ser visualizado através da analogia com um dipolo magnético fictício
em um campo magnético não uniforme ou um dipolo elétrico em um campo elétrico não
uniforme, como está ilustrado na figura 5. Usando esta analogia, é fácil mostrar que a força
média que age sobre o dipolo magnético é
𝜕𝐵
𝐹𝑧 = 𝜇ℓ𝑧 (18)
𝜕𝑧
FIGURA 5 – As forças 𝐹𝑁 e 𝐹𝑆 agem nos pólos do dipolo magnético fictício, equivalente ao elétron em órbita
circula¡ da figura 4, situado numa região onde o campo aplicado 𝑩 é convcr8eile Como 𝐹𝑁 é mais
intensa do que 𝐹𝑆 , a força resultante atuanào sobre o dipolo tem a direção onde B torna-se mais
intenso. Essa situação talvez seja familiar para o estudante no caso em que o campo e o
momento de dipolo são elétricos e não magnéticos
12
Todo elétron, livre ou não, possui um momento angular intrínseco 𝑺 que não tem um
equivalente clássico (não é da forma 𝒑 × 𝒓). Esse momento é chamado de momento angular
de spin ou, simplesmente, spin. O módulo de 𝑺 é quantizado e só pode ter um valor:
1
𝑆 = √𝑠(𝑠 + 1) ℏ, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑠 = (19)
2
em que 𝑠 é o número quântico de spin. Como o número quântico de spin do elétron só pode
ter o valor 1/2, costuma-se dizer que o elétron é uma partícula de spin 1/2. (Os prótons e
nêutrons também são partículas de spin 1/2.) A terminologia nesse caso é um pouco
ambígua, já que tanto como 𝑠 são chamados normalmente de spin.
Como o momento angular orbital, o momento angular intrínseco tem um módulo
definido, mas não tem uma direção definida. O melhor que podemos fazer é medir a
componente em relação a um eixo 𝑧, cujo valor é dado por
1
𝑆𝑧 = 𝑚𝑠 ℏ, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑚𝑠 = ±𝑠 = ± (20)
2
em que 𝑚𝑠 é o número quântico magnético de spin, que pode ter apenas dois valores: 𝑚𝑠 =
+𝑠 = +1/2 (caso em que dizemos que o spin do elétron está para cima) e 𝑚𝑠 = – 𝑠 =
– 1/2 (caso em que dizemos que o spin do elétron está para baixo). Como a Fig. 40-5, a Fig.
40-6 não deve ser interpretada literalmente, pois sugere (de forma incorreta) que 𝑺 tem uma
orientação definida, mas ajuda a relacionar as duas componentes permitidas ao módulo
ℏ √3⁄2 do vetor.
A existência do spin do elétron foi postulada por dois alunos de doutorado holandeses,
George Uhlenbeck e Samuel Goudsmit, a partir de observações de espectros atômicos. A
base teórica para a existência do spin foi estabelecida alguns anos depois pelo físico inglês
P. A. M. Dirac, que formulou uma teoria quântica relativística para o elétron.
𝑔𝑠 𝜇𝑏
𝜇𝑠 = √𝑠(𝑠 + 1) ℏ (22)
ℏ
1
𝑚𝑠 = ± (23)
2
Pela eq. 20, podemos definir um componente vetor 𝝁𝒔 também tem em relação a um
eixo 𝑧, dada por
𝑔𝑠 𝜇𝑏 𝑔𝑠 𝜇𝑏
𝜇𝑠𝑧 = − 𝑆𝑧 = − 𝑚𝑠 ℏ = −𝑔𝑠 𝜇𝑏 𝑚𝑠 (24)
ℏ ℏ
𝑒ℏ
𝜇𝑠𝑧 = − 𝑚 = −𝜇𝐵 𝑚 (25)
2𝑚𝑒
em que
𝑚 = 𝑚𝑠 𝑔𝑠 . (26)
𝑔𝑠 = 2,0024. (27)
Portanto,
𝑚 = ±1,0012 ≈ ±1 (28)
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3 DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO
𝑧
𝑦
𝑃𝑙𝑎𝑐𝑎
𝑑𝑒𝑡𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟𝑎
Í𝑚ã
𝐹𝑒𝑖𝑥𝑒𝑠 𝑑𝑒
á𝑡𝑜𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑎𝑡𝑎
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑜
𝐹𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠
𝑐𝑜𝑙𝑖𝑚𝑎𝑑𝑜𝑟𝑎𝑠
FIGURA 6 – Aparelho de Stern-Gerlach. O campo entre os dois polos do ímã aparece indicado pelas linhas de
campo desenhadas em uma das extremidades do ímã. A intensidade do campo aumenta na
direção 𝑧 positiva (para cima).
𝑓𝑒𝑖𝑥𝑒 𝑃𝑙𝑎𝑐𝑎
𝑑𝑒𝑓𝑙𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑒𝑡𝑒𝑐𝑡𝑜𝑟𝑎
𝐹𝑜𝑟𝑛𝑜
4 ANALISE DO EXPERIMENTO
De acordo com a fig. 9 dois perfis de resultado clássico e um perfil de resultado quântico eram
esperados
interação com um campo magnético externo só seria possível se existisse o momento de spin.
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 4d10 5s1.
é zero. Assim o átomo de prata pode ser aproximado para um átomo de um elétron, logo
𝜕 𝜕𝐵𝑧
𝐹𝑧 ≈ (𝝁 ∙ 𝑩) = 𝜇𝑧 . (29)
𝜕𝑧 𝜕𝑧
𝑒
Como 𝜇𝑧 =− 𝐿 𝑐𝑜𝑠𝜃, então
2𝑚
𝑒 𝜕𝐵
𝐹𝑧 ≈ − − 𝐿 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑧 . (30)
2𝑚 𝜕𝑧
Assim, segundo a teoria clássica, deveríamos observar uma mancha contínua na placa
fotográfica, mas o resultado do experimento está na fig. 10:
FIGURA 10 – Manchas obtidas num experimento real de Stern-Gerlach. Na ausência de campo magnético, só
uma linha é formada sobre o anteparo. Quando aplicado um campo magnético não homogêneo,
surge duas linhas distintas, no lugar de uma única mancha.
Bruno Felipe
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2
1 1𝐹 𝑙 𝜇𝑠𝑧 𝑙 2 𝜕𝐵𝑧
𝑧 = 𝑎𝑡 2 = ( ) = (30)
2 2𝑚 𝑣 4𝐸𝐾 𝜕𝑧
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS