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Problem A
Problem A
Tal dogma poderia ser aplicado, por exemplo, à eutanásia, desde que, evidentemente, ela
valesse para todos, isto é, pudesse ser moralmente justificável.
Nos dias atuais, encara-se a morte como algo natural. No passado, procuravam-se explicações
para a morte no meio sobrenatural. Hoje, recorre-se à medicina para tratar das questões relativas
a esse assunto.
O homem é o único ser sobre a Terra que tem consciência da sua finitude, o único a saber que
sua passagem neste mundo é transitória e que deve terminar um dia. Sob o prisma da
humanidade, trata-se da extinção biológica de um ser de relação, ser corpóreo que interage com
seu meio.
Até o século XVII, o homem somente sentia-se senhor de sua vida na medida em que se
sentisse, também, senhor de sua morte. Com o desenvolvimento científico, encontrou-se uma
saída para o dilema. Tal fato foi traduzido na medicalização da morte que se seguiu à
dessacralização dessa mesma morte, o que ocorreu por volta do século XVIII ou XIX. Passou-se
a determinar que os doentes fossem levados e morressem nos hospitais, ao contrário do que
ocorria antes, quando morriam em casa. Antes, pelos desígnios de Deus, inacessíveis aos
homens, havia a boa e a má morte, que governava os destinos humanos. Agora, a morte tornou-
se laica, não mais religiosa. Neste novo palco, a morte transforma-se em fenômeno técnico, no
qual o médico decreta quando interromper todo e qualquer tipo de tratamento.
Dessa forma, nem a família nem o indivíduo são senhores de sua própria morte. Tal poder lhes
foi negado e retirado em nome da ciência, mesmo porque, com a desagregação da chamada
família nuclear, esta aliena-se da morte, ignora-a por completo.
**Eutanásia significa sistema que procura dar morte sem sofrimento a um doente incurável.
Esse sistema é proibido em vários países, inclusive no Brasil, onde a prática da eutanásia é
considerada homicídio.
Existe grande controvérsia a respeito da legalização ou não dessa prática. As pessoas que
julgam a eutanásia um mal necessário têm como principais argumentos poupar o paciente
terminal irreversível de seu sofrimento e aliviar a angústia de seus familiares. Outro aspecto
importante dessa discussão é o custo financeiro, tanto social como pessoal, causado pelo
prolongamento de uma vida impossibilitada de continuar. O custo social está na superlotação
de leitos nos hospitais e nos gastos públicos com remédios e tratamentos desses pacientes.
Por outro lado, se essa prática for legalizada, haverá revolta por parte das igrejas, as quais se
mantêm irredutíveis em suas posições.
Além disso, o parente que autorizar a eutanásia de um ente querido pode vir a sofrer um forte
sentimento de culpa. Com o progresso da tecnologia médica, torna-se ainda mais complexa a
discussão sobre essa prática. Os aparelhos eletrônicos são capazes de garantir longa sobrevida
vegetativa aos doentes e permitem que os sinais vitais sejam mantidos artificialmente.
Classificação da eutanásia
A eutanásia, dependendo do critério considerado, pode ser classificada de várias formas, entre
elas, as seguintes:
Quanto ao tipo de ação - Eutanásia ativa: o ato deliberado de provocar a morte sem sofrimento
do paciente, por fins misericordiosos.
Eutanásia de duplo efeito: a morte é acelerada como uma conseqüência indireta das ações
médicas que são executadas visando ao alívio do sofrimento de um paciente terminal.
Eutanásia não-voluntária: quando a morte é provocada sem que o paciente tivesse manifestado
sua posição em relação a ela.
Embora a morte faça parte do seu dia-a-dia de um medico e seja um fato inexorável para todos
os seres vivos. Apesar dos problemas clínicos relacionados ao atendimento otimizado do
paciente, o médico deve focalizar seus esforços no alívio do sofrimento para evitar ao máximo
os desconfortos do paciente em estado terminal.
A dor é apenas um de seus componentes. Entretanto, o impacto que a dor tem na vida do
paciente varia desde um desconforto tolerável até a exaustão, que é própria das doenças que
provocam a morte direta ou indiretamente.
O que o paciente sabe ou deve saber sobre o seu diagnóstico e prognóstico? Segundo
Moraczewsky, a primeira pergunta já remete para uma questão básica que é a do exercício da
autonomia nesse momento. Só tem acesso à livre escolha de maneira adequada aquela pessoa
que tiver pleno conhecimento dos fatos médicos ligados à sua doença. O médico prudente
avaliará cada caso, tentando pesar os prós e os contras de três alternativas: dizer a verdade,
omiti-la ou mentir para o paciente. Em seu julgamento, ele deverá levar em conta que somente
um fato moral muito relevante, em termos de beneficência, poderá justificar uma ação
paternalística de ignorar o direito do paciente à verdade.
O termo ortotanásia = morte natural ou de eutanásia passiva, na qual se age por omissão
(inversamente à eutanásia ativa, na qual existe um ato comissivo com real induzimento ou
auxílio ao suicídio). Esta seria, também, a manifestação da morte boa, desejável. Ao contrário,
enquanto isso, o termo distanásia seria, portanto, a morte dolorosa, com sofrimento, conforme
observa-se com freqüência nos pacientes terminais (AIDS e câncer, doenças incuráveis etc..)
O prolongamento da vida para esses indivíduos, seja por meio de terapêuticas ou de aparelhos,
nada mais representaria do que uma batalha inútil e perdida contra a morte, esta sim salvadora e
redentora.
É preciso estabelecer quais medidas devem ser tomadas para manter o paciente vivo. Existem
medidas que podem ser chamadas de ordinárias, outras de fúteis e outras, ainda, que se
denominam extraordinárias.
Medidas ordinárias são, geralmente, aquelas de baixo custo, pouco invasivas, convencionais e
tecnologicamente simples. As extraordinárias costumam ser caras, invasivas, heróicas e de
tecnologia complexa. Segundo Kübler-Ross, essas definições certamente simplificam uma
questão muito complexa. Por exemplo, a alimentação enteral por sonda, na maioria das vezes, é
uma medida ordinária, mas, quando utilizada num paciente em estado vegetativo persistente
irreversível, passa a ser uma medida extraordinária para mantê-lo vivo.
A futilidade deve ser definida em função da relação existente entre tratamento, terapêutica e
cuidado. Um tratamento é considerado fútil quando não tem boa probabilidade de ter valor
terapêutico, isto é, quando agrega riscos crescentes sem um benefício associado. As medidas de
conforto básico, alimentação, hidratação e controle de dor são exemplos de cuidados que podem
ser denominados de medidas de conforto, mas que não podem ser chamados de fúteis.
A eutanásia não é permitida legalmente. Por outro lado, a partir do Ato do Suicídio de 1961, não
é um delito criminal cometer ou tentar cometer o suicídio.
Entretanto, o Ato torna ilegal assistir (ou ajudar e incitar) alguém suicidar-se. Enquanto o termo
“suicídio” geralmente é empregado para referir-se a alguém que morre em conseqüência
da sua própria ação intencional, o termo “eutanásia” é usado, em geral, para referir-se à
morte que acontece em conseqüência de ações praticadas por terceiros.
A atuação médica é movida por dois grandes princípios morais: a preservação da vida e o
alívio do sofrimento. Entretanto, em determinadas situações, podem tornar-se antagônicos,
devendo prevalecer um sobre o outro. Se for estabelecido como princípio básico o de optar-se
sempre pela preservação da vida, independentemente da situação, poder-se-á, talvez, com tal
atitude, estar negando o fato de que a vida é finita. Como é conhecido, existe um momento da
evolução da doença em que a morte torna-se um desfecho esperado e natural, não devendo e
nem podendo ser combatida. Assim, no paciente passível de ser salvo, a aplicação dos
princípios da moral deve ser pautada na preservação da vida, enquanto que, no paciente que
está na etapa da morte inevitável, a atuação médica, do ponto de vista da moral, deve priorizar
o alívio do sofrimento.
Para os que advogam a antecipação da morte não só atenderia aos interesses do paciente de
morrer com dignidade como daria efetividade ao princípio da autodeterminação da pessoa em
decidir sobre sua própria morte.
Ao contrário, está a grande maioria das pessoas a sustentar que a vida humana é bem jurídico
supremo, que é dever tanto do Estado como do médico preservá-lo a qualquer custo, evitando-
se, assim, que pessoas sejam mortas.
** a eutanásia poderia constituir, até mesmo, numa espécie de amparo para a prática de
inúmeros suicídios e de homicídios planejados (detentor de herança).
Morte, segundo Kübler-Ross, pode ser definida como sendo o cessar irreversível do
funcionamento de todas as células, tecidos e órgãos; do fluxo espontâneo de todos os fluídos,
incluindo o ar (último suspiro) e o sangue; do funcionamento de coração e pulmões; do
funcionamento espontâneo de coração e pulmões; do funcionamento espontâneo de todo o
cérebro, incluindo o tronco cerebral; do funcionamento completo das porções superiores do
cérebro (neocórtex); do funcionamento quase completo do neocórtex; da capacidade corporal da
consciência.
A obra de Kübler-Ross (2005), mostra os estágios pelos quais passam pacientes, ao tomarem
conhecimento da fase terminal de sua doença. Muitos reagem, inicialmente, com negação, é
usada por quase todos os pacientes, nos primeiros estágios da doença.
A negação inicial pode, em muitos casos, auxiliar alguns pacientes a se preparar para considerar
a possibilidade da própria morte, deixando de lado esta realidade, por algum tempo, para terem
força e motivação para lutarem pela vida. Este mecanismo de defesa contra a ansiedade frente
ao confronto com a inexorabilidade existencial pode ser ruim para o prognóstico do paciente,
nos casos em que o afastam da busca de auxílio profissional para lidar com a doença. Nestes
casos, o diagnóstico desfavorável pode ameaçar tanto a estrutura do ego deste indivíduo que ele
precisa afastar de sua cognição, completamente, este fato que lhe assusta, em prol da
sobrevivência de sua estrutura interna, colaborando, muitas vezes, com o agravamento de sua
condição física, por falta dos cuidados médicos necessários.
Frente ao risco de morte, a negação desta realidade pode se apresentar, e não é incomum que
isto ocorra no começo de uma doença séria, mais até do que no fim da vida . O tempo de
permanência no estágio de negação do risco da morte, dependerá de diversos fatores,
incluindo: estrutura de personalidade, apoio familiar, apoio social, tipo de cultura, idade,
forma de comunicação do diagnóstico, etc
Muitas vezes este sentimento se origina como reação à interrupção prematura de atividades
existenciais; de construções começadas que ficarão inacabadas; sonhos que se esperavam
realizar; objetivos que ainda se esperavam alcançar.
A barganha , outro dos estágios comuns nos pacientes sem perspectiva de cura, se traduz pela
tentativa do paciente fazer algum tipo de acordo interno, com o propósito de adiar o desfecho
inevitável. “Se Deus decidiu levar-me deste mundo e não atendeu a meus apelos cheios de ira,
talvez seja mais condescendente se eu apelar com calma.” (Kübler-Ross, 2005, p. 87)
A barganha na realidade, é uma tentativa de adiamento; tenta incluir um prêmio oferecido “por
bom comportamento”, estabelecendo uma “meta” auto-imposta , incluindo uma promessa
implícita de que o paciente não pedirá outro adiamento, caso o primeiro seja concedido.
Percebe-se que a maioria das barganhas é feita com Deus e, mantida geralmente em segredo, e,
em troca, almeja-se um pouco mais de tempo de vida.
Para Kübler-Ross (2005), quando o paciente em fase terminal não pode mais negar sua doença,
quando é forçado a submeter-se a mais uma cirurgia ou hospitalização, quando começa a
apresentar novos sintomas e tornar-se mais debilitado, não consegue mais esconder de si a
doença. Seu afastamento, sua revolta e raiva darão lugar a um sentimento de grande perda, que
poderá ter como conseqüência, a depressão.
A aceitação é o estágio atingido por aqueles pacientes que tiveram tempo necessário (que não
tiveram morte súbita ou inesperada), e/ou tiveram recebido alguma ajuda para superar tudo que
foi descrito anteriormente. O paciente atingirá um estágio em que não mais sentirá depressão
nem raiva quanto ao seu “ doloroso destino”. Terá podido externar seus sentimentos, sua inveja
pelos vivos e sadios, e sua raiva por aqueles que não são obrigados a enfrentar a morte neste
momento em que ele o está.
Não é para se confundir aceitação com um estágio de felicidade. É como se a dor tivesse
esvaecido, a luta tivesse cessado e fosse chegado o momento do “repouso derradeiro antes da
longa viagem”. A família nesse momento, sem dúvida alguma, necessita também de um suporte,
pois à medida que o paciente, às vésperas da morte, encontra uma certa paz e aceitação, seu
círculo de interesse diminui. Com isso, muitas vezes este prefere que o deixem só, ou, pelo
menos, que não o perturbem com notícias e problemas do mundo exterior, fazendo a família
sentir-se aflita com este seu afastamento, e sem saber como lidar com este comportamento.
Segundo Kübler-Ross (2005), há alguns pacientes que lutam até o fim, que se debatem e se
agarram à esperança, dificultando atingir este estágio de aceitação. A família e a equipe de
saúde podem achar que esses pacientes são resistentes e fortes, e encorajá-los na luta pela vida
até o fim, deixando transparecer que aceitar o próprio fim é uma entrega covarde, uma decepção
ou, pior ainda, uma rejeição à família.
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php
2º A negação do fato sob todas as formas possíveis: “o medico se enganou; deve ter havido erro
de diagnóstico; deve haver outro tratamento possível”;
3º a revolta com procura de culpados pelo fato: “o medico não presta; os medicamentos
pioraram a situação; as enfermeiras não atendiam na hora certa”;
5º A depressão que segue as fases anteriores de ira e barganha se traduz por sentimentos de
tristeza, desespero e vazio;
Pensemos o sentido da vida, se é que existe um sentido na vida. Pensar o sentido da vida é
angustiante, pois racionalmente pode se concluir de que não exista um sentido para se viver.
Como diria o filósofo Schopenhauer "viver é sofrer". Questionar o sentido da vida gera certa
ansiedade, pois remete a morte. A morte relaciona a vida.
Heidegger estabelece relações entre existência inautêntica e autêntica que seria do ser-para-a-
morte e que faz o ser tornar se livre para suas escolhas.
Pensar a vida e a morte num plano existencial é limitar-se ao racional. Posso pensar a morte dos
outros, não a minha nem das pessoas que amo, mesmo racionalmente, gera uma ameaça. Seria
este, um momento de lucidez humana? No sentido de saber de que a morte me pertence,
acontecerá. Desejamos que fosse num futuro distante. Neste instante a vida recebe todos os
sentidos possíveis, nos tornamos racionais, religiosos, emotivos e ainda se preciso, encontramos
mais motivos para mantermos vivos, longe da morte.
A verdade é que mesmo a morte sendo a incógnita da vida e às vezes questionando o sentido da
vida, o pensar a morte já se torna a morte da minha "inocência". De um dia ter acreditado que eu
não iria morrer.
http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_9502/artigo_sobre_o_sentido_da_vida_e_a_morte
Que significará aqui o dizer-se que a existência precede a essência? Significa que o homem
primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal
como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só
depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. Assim, não há natureza humana, visto
que não há Deus para a conceber.
O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe
depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é
mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que se
chama a subjetividade, e o que nos censuram sob este mesmo nome. Mas que queremos dizer
nós com isso, senão que o homem tem uma dignidade maior do que uma pedra ou uma mesa?
Porque o que nós queremos dizer é que o homem primeiro existe, ou seja, que o homem, antes
de mais nada, é o que se lança para um futuro, e o que é consciente de se projetar no futuro.
(...)
Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo
que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que
ele é e de lhe atribuir a total responsablidade da sua existência. E, quando dizemos que o
homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua
restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens." Jean-Paul Sartre
Conforme conferência Professora Marli Bigatão, alguns existencialista dizem que:
Kübler – Ross (2000), através de suas observações e centenas de entrevistas com pacientes
terminais, chegou a conclusão de que a morte é uma passagem para outro modo de viver.
Tese da morte como metamorfose (WEIL, 1979): Tese da morte como metamorfose (que
podem ser encarados como mortes, mas que são transformações). Para nascer algo novo, é
preciso morrer o velho.
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Para Freud, as pulsões não estariam localizadas no corpo e nem no psiquismo, mas na fronteira
entre os dois e teriam como fonte o Id (isso). A pulsão de vida seria representada pelas ligações
amorosas que estabelecemos com o mundo, com as outras pessoas e com nós mesmos, enquanto
a pulsão de morte seria manifestada pela agressividade que poderá estar voltada para si mesmo e
para o outro. O princípio do prazer e as pulsões eróticas são outras características da pulsão de
vida. Já a pulsão de morte, além de ser caracterizada pela agressividade traz a marca da
compulsão à repetição, do movimento de retorno à inércia pela morte também.
Embora pareçam concepções opostas, a pulsão de vida e a pulsão de morte estão conectadas,
fundidas e onde há pulsão de vida, encontramos, também, a pulsão de morte. A conexão só seria
acabada com a morte física do sujeito.
Os conceitos de pulsão de vida e pulsão de morte concebidos por Freud foram importantes para
a construção da teoria psicanalítica, pois proporcionou um novo entendimento sobre os registros
do inconsciente, ampliando os estudos e concepções sobre o psiquismo humano.
http://estudandopsicologia.wordpress.com/2009/07/06/pulsao-de-vida-e-pulsao-de-morte/
4-compreender a religiosidade e envelhecimento (Jung e psicologia social)
Jorgete Botelho
Grandes nomes da história da psicologia – William James, Jung, Gordon Allport, Abraham
Maslow, Alfred Adler, Erich Fromm, Viktor Frankl, Rollo May – deram à espiritualidade um
papel importante em seus trabalhos. Para Jung a espiritualidade era um ingrediente tão
essencial para a saúde psicológica que ele só poderia tratar pessoas de meia-idade que tivessem
uma perspectiva espiritual ou religiosa perante a vida. Viktor Frankl, em seu livro “ A presença
ignorada de Deus”, aponta a importância da lembrança do primeiro contato com a fé, a primeira
vez que ouvimos falar sobre Deus. E essa lembrança é utilizada como um recurso de
enfrentamento para os seus pacientes que se encontravam com uma doença incurável, terminal.
O objetivo da religião pode variar de acordo com a pessoa, a situação e o momento de vida. Sua
função é manter e desenvolver a relação do indivíduo com o Sagrado. Oferecer significado ou
sentido à vida talvez seja a função mais importante da religião.
Viktor Frankl nos indaga que ao invés de perguntarmos o que podemos esperar da vida,
devemos sim refletir sobre o que será que a vida espera de nós?
Porém, o conjunto de crenças de uma pessoa e a sua maneira de ver a divindade – seja como um
poder superior, vingativo, impingindo castigos pelas falhas humanas, ou como um Deus que
valoriza a vida humana e está a seu lado nas dificuldades – podem levar a comportamentos
saudáveis ou não.
Pesquisas sobre bem-estar espiritual entre pessoas idosas, identifica uma série de dimensões,
tais como: independência de pensamento, autotranscendência, encontrar o significado do
envelhecimento, aceitação da vida como um todo e preparação para a morte.
http://www.envelhecerativo.psc.br
http://ebooksgratis.com.br/livros-ebooks-gratis/tecnicos-e-cientificos/psicologia-carl-gustav-
jung-psicologia-e-religiao/
PROBLEMA - 10
3- compreender sentimento de reconhecimento no envelhecimento (psíquicos, sociais)
Zimmermam
Aspectos psicológicos - O estágio da velhice vem geralmente acompanhado de associações a
sentimentos destrutivos de inutilidade e perda, situação essa que agrava ainda mais a condição
existencial do idoso, pois acirra conflitos internos relacionados a tais conceitos.
De acordo com Zimerman (2000), as mudanças psicológicas mais visíveis com o avanço da
idade são: dificuldade de adaptação a novos papéis; desmotivação e dificuldade de planejar o
futuro; necessidade de trabalhar perdas e adaptar-se a mudanças; alterações psíquicas,
depressão, hipocondria, somatização, paranóia, suicídios e, por fim, baixa auto-estima e auto-
imagem.
Dentro de sua insegurança, geralmente o idoso tende a provar a si e aos outros que é aceito, que
é útil que existe e que essa existência pressupõe desejos e aspirações em relação ao futuro; essa
posição geralmente gera extrema ansiedade da qual decorrem problemas afetivos de ordem mais
complexa.
Aspectos sociais - Exposto a um processo em que perdas e rejeições são sempre iminentes, o
idoso tende a buscar o isolamento, quer por vontade própria quer por indução social. O fato de
ter poucas ocupações sociais, ser menos solicitado pela família e comunidade faz com que
internalize um sujeito improdutivo, sem poder de decisão.
De acordo com Zimerman (2000, p. 24), as principais conseqüências do envelhecimento são
crises de identidade, mudanças de papéis, aposentadoria, perdas diversas e diminuição dos
contatos sociais.
A família, que deveria edificar bases emocionais e físicas para o estabelecimento da qualidade
da vida do idoso, acaba por desencadear grande conflito no que tange ao espaço que destina ao
seu membro idoso.
Quanto ao governo, percebe-se certa falta de prioridade e ausência de políticas públicas. Porém,
a inatividade profissional dos indivíduos considerados idosos é o fator que acarreta maiores
mudanças em relação a um estilo e ritmo de vida, exigindo grande esforço de adaptação. Parar
de trabalhar significa a perda do papel profissional, a perda de papéis junto à família e à
sociedade.
Negligência: medicamentos, alimentação e maus tratos fazem com os idosos são
despersonalizados: negam-se a eles autonomia e independência.
http://www.unicentro.br/editora/revistas
David Zimerman considera quatro apresentações clínicas desse vínculo.
Re-conhecimento. Designa a importância do sujeito voltar a (re) conhecer aquilo que preexiste
dentro dele, mas cujo conhecimento lhe está oculto, como fatos recalcados ou negados de
alguma forma, ou pré-concepções, tal como Bion as estudou.
Reconhecimento do outro. No início da vida o bebê não discrimina entre o que é eu e o que
não é eu, de modo que existe um estado caótico composto unicamente por sensações que são
agradáveis ou desagradáveis. Um adulto que esteja fixado nesse estado psíquico de posição
narcisista, vê as outras pessoas como sendo uma extensão e posse dele próprio, e que devem
estar permanentemente à sua disposição para prover suas necessidades. É indispensável para o
crescimento normal que o sujeito desenvolva com as demais pessoas um tipo de vínculo no qual
reconheça que o outro não é um mero espelho seu, que é autônomo e tem idéias, valores e
condutas diferentes das dele; que há diferença de sexo, geração e capacidade entre eles, sendo
que é fundamental para o crescimento psíquico que se desenvolva o reconhecimento das
diferenças.
Ser reconhecido aos outros. Este aspecto da vincularidade afetiva do sujeito diz respeito ao
desenvolvimento de sua capacidade de consideração e gratidão em relação ao outro. No
referencial kleiniano a aquisição dessa capacidade está diretamente ligada à passagem da
predominância da posição esquizo-paranóide para a posição depressiva.
Ser reconhecido pelos outros. Dentre as quatro modalidades de reconhecimento, esta é a mais
importante e a que mais aparece evidenciada no campo analítico e na vida privada de todo o ser
humano. Não é possível conceber qualquer relação humana em que não esteja presente a
necessidade de algum tipo de mútuo reconhecimento, o qual é vital para a manutenção da auto-
estima e a construção de um definido sentimento de identidade. Assim, até mesmo qualquer
pensamento, conhecimento ou sentimento requer ser reconhecido pelos outros, de forma
análoga à que acontece na relação bebê-mãe, e isso se torna fator fundamental para o sujeito
adquirir o sentimento de existência. Muitas situações da psicopatologia, como a angústia de
separação, a construção de um falso self, a formação de uma caracteriologia narcísica, os
transtornos de convívio com grupos, etc., podem ser mais bem, compreendidos e manejados
através do vértice das carências de reconhecimento e dos mecanismos defensivos
compensatórios.
Fonte: Zimerman, D.; Fundamentos psicanalíticos. Artmed. Porto Alegre. 1999