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1.

Introdução

Nos últimos anos tem vindo a verificar-se uma crescente importância do controlo externo por
meio de auditoria às finanças públicas nos países em vias de desenvolvimento como é o caso
de Moçambique, para garantir a transparência na prestação de contas e na gestão dos recursos
públicos. A auditoria externa é descrita como mecanismo que confere fiabilidade à prestação
de contas, tanto em organizações públicas como privadas, servindo de garantia para as partes
interessadas quanto à correcta informação sobre a eficácia e eficiência na gestão dos recursos
organizacionais (Mzenzi & Gaspar, 2015). É neste contexto que, o presente trabalho cinge-se
no estudo do Impacto do Controlo Externo na Administração Financeira das Autarquias
Locais.

Problematização

Controlo Externo em Moçambique, é uma actividade que é de responsabilidade do tribunal


administrativo, que visa a fiscalização e a apreciação da gestão financeira publica de modo a
obter a maior eficiência, eficácia e economicidade dos recursos financeiros. Actualmente é
imprescindivel essa ferramenta na administração pública, pois, na sua ausência não haverá
fiabilidade da informação financeira fornecida pelos órgãos publicos.

Por conseguinte, coloca-se a seguinte questão: será que o controlo externo tem impacto na
administração financeira das autarquias locais?

2.Justificativa
Nos últimos tempos em Moçambique tem se registado elevados indícios de corrupção e
desvio de fundos no que concerne a gestão de bens públicos, e pela influência que este têm no
sucesso de qualquer organização estatal, quer na transmissão de uma imagem verdadeira e
credível da informação financeira. Isto é porque, o controlo externo é uma actividade que
garante a veracidade, transparência na utilização gestão dos recursos e pelo facto da sua
existência bem como do seu funcionamento ser controlado pelos órgãos diferentes de quem
praticou o acto, ou seja, órgãos independentes através de uma auditoria externa.

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3.Objectivos

3.1.Geral
 Estudar o Impacto do Controlo Externo na Administração Financeira das Autarquias
Locais

3.2.Específicos
 Conceitualizar o controlo externo, administração financeira e Autarquias locais;
 Compreender o processo de controlo externo na autarquia local;
 Compreender o processo da administração financeira das autarquias locais
 Analisar o impacto da auditoria realizada a autarquia local de Tete

4.Relevância do tema
O controlo externo assume uma importância crucial para o sucesso de qualquer organização.
Isto porque, o controlo externo ao fornecer informação por parte de um profissional
competente e independente sobre a fiabilidade das demonstrações financeiras pode ser
considerado um elemento de garantia de transparência e prestação de contas na utilização dos
fundos públicos. Do mesmo modo, Sob ponto de vista sócio - económico é fundamental
ressaltar que com o controlo externo faz com que a gestão de recursos seja convertida em
benefícios da própria população local garantindo a eficiência e a economicidade.

5.Hipóteses
Com base na questão colocada tem-se as seguintes hipóteses:

O controlo externo tem um impacto não positivo na administração financeira das autarquias
locais

H0: O controlo financeiro externo tem um impacto Positivo na administração financeira das
autarquias locais;

H1: O controlo externo tem um impacto não positivo na administração financeira das
autarquias locais

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6.Revisão de literatura
6.1. Controlo Externo

Controlo: Em matéria da administração pública é a faculdade de vigilância, orientação e


correcção que um poder, órgão ou autoridade exerce sobre a conduta funcional do outro, que
como faculdade é ixercível em todos e por todos os poderes do estado, estendendo-se a toda
administração e abrangendo todas as suas actividades e agentes. De acordo com (Melo, M.
A,2007)

Controlo externo: Pode ser definido como um conjunto de acções de controlo desenvolvidas
por uma estrutura organizacional, contendo procedimentos, actividades e recursos próprios,
alheios à estrutura controlada, e que visa a fiscalização, verificação e correcção dos actos. Que
é desempenhado por um órgão diferente de quem praticou visando garantir a plena eficácia
das acções de gestão. (Melo, M. A,2007).

Controlo externo: Pode ser definido como um controlo ou acção de fiscalização exercido por
um organismo externo ou por profissionais independentes da instituição a ser controlada ou
fiscalizada, com habilitações técnicas e profissionais para exercer auditoria. (Marques &
Almeida, 2004)

Em Moçambique, o tribunal administrativo e o órgão supremo e independente de controlo


externo da legalidade e eficiência das receitas e despesas públicas, julgamento das contas que
a lei manda submeter a efectivação da responsabilidade financeira por eventuais infracções
financeiras. De acordo com o nº 1 art 2 da lei nº 14/2014 de 14 de Agosto.

6.2. Administração Financeira

Finanças é a arte de gestão de dinheiro. Praticamente todos os indivíduos e organizações


recebem ou levantam, gastam ou investem dinheiro. A área de finanças preocupa-se com os
processos, as instituições, os mercados e os instrumentos associados a transferência de
dinheiro entre indivíduos, empresas e órgãos governamentais. De acordo com (Gitman p.4)

A administração financeira preocupa-se com as tarefas do administrador financeiro na


empresa. Os administradores financeiros devem gerir activamente os assuntos financeiros de
qualquer tipo de empresa – financeiras e não financeiras, privadas e publicas, grandes e
pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham as mais diversas tarefas financeiras,
tais como planeamento, concessão de crédito a clientes, avaliação de projectos de
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investimento e captação de fundos para financiar as operações da empresa. De acordo com
(Gitman p.4)

6.3. Autarquias Locais

Conceito

Autarquias Locais são pessoas colectivas públicas dotadas de órgãos representativos próprios
que visam a prossecução dos interesses das populações respectivas, sem prejuízo dos
interesses nacionais e da participação do Estado, e são órgãos representativos que facultam as
respectivas populações influenciar de um modo imediato as decisões que lhes dizem respeito.
(Mazula, 1998),

6.4. Autonomia financeira

Autonomia financeira é o poder das Autarquias locais disporem de receitas próprias, ordenar e
processar as despesas e arrecadar receitas que por lei lhes forem destinadas, recorrer a
empréstimos nos termos da legislação em vigor, elaborar, aprovar, alterar e executar o
orçamento de acordo os planos de actividades (Cistac, 2012)

7. Material e Métodos
A metodologia que será usada para esta pesquisa, segundo os métodos de procedimentos e
Técnicas, são:

Método histórico: Este método ira consistir na análise dos relatórios das auditorias realizadas
nos anos passados de modo a verificar a implementação do nível das recomendações de um
período para outro.

Método Monográfico ou estudo de caso: Este estudo recai sobre as autarquias locais,
concretamente no Município da cidade de Tete. Onde as autarquias locais detêm de
autonomia financeira, com isso alia-se a facilidade na obtenção da informação necessária para
a realização do estudo.

7.1. Técnica de Observação directa intensiva

Observação: Esta técnica ira consistir não apenas em ver e ouvir, mas também em examinar
factos na obtenção de provas que sustentem as conclusões rectiradas na pesquisa.

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Entrevista: Será efectuada através de uma conversação efetuada face a face, de maneira
metódica; proporciona ao entrevistador, verbalmente, a informação necessária para sustentar
as conclusões da pesquisa.

8. Resultados esperados
Como o controlo externo visa garantir e certificar a transparencia no cumprimento dos
princípios, procedimentos e normas legais no que tange a administração financeira das
autarquias locais, porem, espera se que a pesquisa possa contribuir para a melhor forma de
uso dos recursos financeiros, promovendo a transparência na execução das suas actividades de
modo a proporcionar resultados satisfatórios para os interessados e sob ponto de vista sócio -
económico é imprescindível ressaltar que com o controlo externo faz com que a gestão de
recursos sejam convertidos em benefícios da própria população local.

9.Cronograma de actividades
Actividades 2018 2019
Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março
Elaboração do projecto de
pesquisa

Apresentação do Projecto
de Pesquis
Levantamento de dados
Desenvolvimento o da
Monografia
Redacção definitiva
Defesa da Monografia

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10.Referências bibliográficas
CISTAC, Gìlles. Manual de Direito das Autarquias Locais, Livraria Universitária
Universidade Eduardo Mondlane, Maputo: 2012

Gitman. Lawrence. J. Princípios de administração financeira: introdução a administração


financeira. 10 Edições são Paulo

MAZULA, Aguiar. et al. Autarquias Locais em Moçambique-Antecedentes e regime jurídico.


Maputo: 1998

Marques, M., & Almeida, J. (2004). Auditoria no sector público: Um instrumento para a
melhoria da gestão pública. Revista Contabilidade & Finanças.

Melo, M. A. (2007). O controlo externo na América latina. Instituto Fernando Henrique


Cardoso. Consultado em 10 de Fevereiro de 2012 através de

Mzenzi, S. I., & Gaspar, A. F. (2015). External Auditing and Accountability in the Tanzanian
Local Government. Managerial Auditing Journal, 30(6/7), 681–702.
doi:http://dx.doi.org/10.1108/MAJ-04-2014-1028.

Lei 14/2014 de 14 de Agosto, que aprova a organização, funcionamento e ao processo da


Secção de Fiscalização das Receitas e das Despesas públicas, bem como do Visto do Tribunal
Administrativo, tribunais administrativos provinciais e da Cidade de Maputo

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