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ESCRITA SPELHADA:

atividades para intervenção


SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 3

1 ATIVIDADES PARA INTERVENÇÃO ................................................................................ 4

2 INDICAÇÃO DE LEITURA ................................................................................................ 11

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 12

OBRAS CONSULTADAS ...................................................................................................... 13

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INTRODUÇÃO

É comum no início do processo de alfabetização as crianças escreverem com letras


espelhadas. Considera-se este um estágio normal do processo de aprendizagem da linguagem
escrita, e que, portanto, não deve ser patologizado. Porém, algumas crianças levam um tempo
maior para compreender que as letras têm uma posição única que as definem como tal.
Indiferentemente do ritmo de aprendizagem, que é individual, todas as crianças serão
beneficiadas com uma mediação adequada.

Esta apostila, que é composta de 10 sugestões de atividades lúdicas, foi elaborada


com o intuito de auxiliar os mediadores (professores, pais...) a intervir de maneira divertida,
e, principalmente, com eficiência no aprendizado do alfabeto, para assim, corrigir a possível
escrita espelhada.

As atividades levam em consideração que não são os olhos que lêem e sim o
cérebro, e que há neurônios em toda extensão do corpo, capazes de auxiliar os aprendentes
na formação da imagem mental das letras.

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1 ATIVIDADES PARA INTERVENÇÃO

Antes de qualquer atividade que tenha como objetivo promover uma aprendizagem,
seja ela qual for, é sempre necessário uma investigação acerca dos conhecimentos prévios dos
aprendentes. No caso da aprendizagem do alfabeto é recomendável investigar se as crianças
possuem as noções de: frente, atrás, em cima, abaixo, antes, depois... Caso não possuam, é
muito importante que sejam realizadas intervenções específicas para promover a aquisição das
mesmas.

Agora sim, após certificar-se de que as crianças já possuem as noções acima citadas,
inicia-se a intervenção para a aprendizagem do alfabeto.

Uma boa maneira de iniciar a mediação é explicar às crianças que diferentemente dos
objetos que não mudam sua identidade apesar de sua posição no espaço, - o “lápis” é um
“lápis” mesmo se estiver na horizontal, vertical... - com as letras isso não acontece.
Precisamos salientar aos aprendentes que as letras têm uma posição única que as definem. Um
“L” perde sua identidade se escrito ao contrário. Já a letra “b” se for espelhada para a sua
esquerda passará a ser “d”.

Feita esta introdução é hora de mãos à obra.

Atividade 1

Materiais:

letras em EVA;
venda para os olhos;
tampa ou caixa de sapato;
areia.

Procedimento:

Vendar os olhos do aprendente e apresentar uma a uma as letras em EVA (não todas
no mesmo dia) na posição correta e pedir para que passem as mãos, e verbalmente descrevam
como são as letras (auxiliar nas primeiras vezes). Após, retirar a venda dos olhos e pedir que

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escrevam a letra na caixa com areia. Caso o aprendente realize o movimento espelhado,
deverá ser mostrado novamente a letra e ensinar o movimento correto.

Atividade 2

Materiais:

letras em EVA;
venda para os olhos;
fita adesiva.

Procedimento:

Vendar os olhos do aprendente. Sobre uma mesa ou no chão, fixar com fita adesiva
algumas letras repetidas, mas em rotações aleatórias. Apresentar para a criança uma letra, em
posição correta, igual a que foi escolhida para dispor sobre a mesa. A criança deverá ser
orientada para manusear a letra e verbalizar o seu nome (auxiliar caso seja necessário). Após,
pedir que encontre sobre a mesa, apenas utilizando o tato, quais letras que estão na posição
correta. Caso o aprendente não acerte deverá ser repetido o procedimento. Assim
sucessivamente até que ele obtenha o maior número de acertos.

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Atividade 3

Material:

massinha de modelar.

Procedimento:

Orientar as crianças a produzirem as letras com a massinha de modelar. Para esta


atividade é necessário nas primeiras vezes mostrar as letras. Caso escrevam espelhado,
mostrar a letra na posição correta e perguntar: “a que você fez está na mesma posição que a
minha?” Ou então: “A sua letra está igual a de seu colega?” Após esta intervenção, pedir para
corrigir, ajudando caso seja necessário.

Atividade 4

Materiais:

argila;
jornal;
mesa ou carteira.

Procedimento:

Forrar as mesas ou carteiras com jornal. Repetir o procedimento da “Atividade 2”.


Após as letras secarem poderão ser pintadas com guache.

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Atividade 5

Materiais:

letras escritas em papel cartão;


cronômetro;
fita adesiva.

Procedimento:

Espalhar em uma mesa letras iguais, mas em rotações diferentes. O aprendente


deverá recolher da mesa, o mais rápido possível, as letras que estiverem na posição correta. É
recomendável que ele tenha uma letra modelo nas primeiras vezes que realizar esta
brincadeira.

Atividade 6

Materiais:

letras escritas em papel cartão ou letras em EVA;


cronômetro.

Procedimento:

Espalhar em uma mesa, várias letras iguais, mas em posições diferentes. O


aprendente deverá o mais rápido possível selecionar as letras que estão na posição incorreta e
organizá-las. É possível iniciar esta atividade com poucas letras. Exemplo: duas corretas e
duas incorretas e aos poucos ir aumentando o grau de dificuldade com um maior número de
letras.

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Obs.: Algumas crianças sentem-se incomodas com o cronômetro, então é possível
realizar a atividade sem o mesmo.

Atividade 7

Materiais:

quadro;
bolinha de ventosa.

Procedimento: Escrever no quadro letras repetidas em rotações aleatórias. O


aprendente deverá jogar a bolinha de ventosa nas letras que estão na posição correta. É
recomendável ter uma letra modelo.

Atividade 8

Materiais:

folhas de papel A4;


canetinhas coloridas.

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Procedimento:

Escrever de forma pontilhada letras iguais em rotações diferentes. O aprendente


deverá passar a canetinha somente por cima do pontilhado em que as letras estejam na posição
correta. É recomendável uma letra modelo nas primeiras vezes que realizar esta atividade.

Atividade 9

Materiais:

letras;
campo aberto;
objetos variados (borracha, bola, miniaturas de frutas ou animais...);
cronômetro.

Procedimento:

Espalhar letras em rotações aleatórias (em árvores, bancos, paredes...) e colocar


objetos próximo a elas. O aprendente deverá recolher os objetos o mais rápido possível
somente onde as letras estiverem na posição correta. Após o mediador ter se certificado que
ele pegou os objetos nas letras corretas, o aprendente deverá escrever a letra no chão (com o
dedo, ou com graveto ou palito de picolé) ou em uma caixa de areia.

Em alguns casos será necessário uma letra modelo.

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Também é possível fazer a brincadeira sem a utilização do cronômetro.

Atividade 10

Materiais:

pasta arquivo (com plástico);


26 folhas de papel A4;
canetinha;
flanela.

Autor: Desconhecido.

Procedimento:

Escrever em cada folha A4 uma letra em tamanho grande, contendo ao lado setas
para indicar a direção do movimento da letra. Após, colocar uma a uma as folhas dentro dos
plásticos da pasta. Os aprendentes poderão passar a canetinha por cima do plástico, seguindo
as orientações das setas. Em seguida, limpar o plástico com a flanela.

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2 INDICAÇÃO DE LEITURA

ARTIGOS

PASSOS, Solange Moll. Escrita Espelhada. Que bicho é esse? Disponível em <
http://www.psicosol.com/artigos/page/5/> Acesso em 11 abril 2011).

ZORZI, Jaime Luiz. As inversões de letras na escrita o "fantasma" do espelhamento.


2000. Disponível em <
http://www.filologia.org.br/soletras/15sup/As%20invers%C3%B5es%20de%20letras%20na%
20escrita-%20o%20'fantasma'%20do%20espelhamento.pdf>. Acesso em 11 fevereiro 2011.

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CONCLUSÃO

Espera-se que esta apostila tenha contribuído para auxiliar o mediador na intervenção
da correção da escrita espelhada. Porém, cabe salientar que o mais importante em uma
intervenção é a maneira que o mediador se posiciona em relação às possíveis dificuldades que
a criança possa estar apresentando, ou seja, mais do que a atividade em si, o que faz a
diferença é a mediação adequada, com paciência, persistência, incentivos e muitos elogios.

Cada criança tem o seu tempo de aprendizagem, isto não desqualifica nenhuma
delas. É importante que o mediador respeite esse ritmo individual e também não desanime
após uma intervenção sem sucesso. Porque é possível que seja necessário repetir as atividades
em dias diferentes e/ou de maneiras diferentes. No entanto, todos têm condições de aprender!

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OBRAS CONSULTADAS

ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 12. ed.
Petrópolis:Vozes, 2003.

BEYER, Hugo Otto. O fazer psicopedagógico: a abordagem de Reuven Feuerstein a partir


de Piaget e Vygotsky. Porto Alegre: Mediação, 1996.

DAVIS, Ronald D. O dom da dislexia. Rio de Janeiro: Rocco, 2004.

FISCHER, Julianne; TAFNER, Malcon Anderson. Alfabetização ao alcance de suas mãos.


Blumenau: Estúdio Criação, 2005.

MACEDO, Lino de; NORIMAR, Ana Lúcia Sícoli Petty, PASSOS, Norimar Christe. Os
jogos e o lúdico na aprendizagem escolar. Porto Alegre: Artmed, 2005.

ARTIGOS CONSULTADOS

PASSOS, Solange Moll. Escrita Espelhada. Que bicho é esse? Disponível em <
http://www.psicosol.com/artigos/page/5/> Acesso em 11 abril 2011).

ZORZI, Jaime Luiz. As inversões de letras na escrita o "fantasma" do espelhamento.


2000. Disponível em <
http://www.filologia.org.br/soletras/15sup/As%20invers%C3%B5es%20de%20letras%20na%
20escrita-%20o%20'fantasma'%20do%20espelhamento.pdf>. Acesso em 11 fevereiro 2011.

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