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FÓRUM FORUM 465

Atendimento integral às mulheres vítimas


de violência sexual: Centro de Assistência
Integral à Saúde da Mulher, Universidade
Estadual de Campinas

Comprehensive healthcare for female victims


of sexual violence: the experience of the
Women’s Comprehensive Healthcare Center,
State University in Campinas, Brazil

Aloisio José Bedone 1

Anibal Faúndes 1,2

Abstract Introdução

1 Centro de Assistência
The Women’s Comprehensive Healthcare Cen- A violência sexual contra mulheres é uma ques-
Integral à Saúde da Mulher,
Universidade Estadual de
ter (CAISM) has provided care for women who tão histórica e cultural. Afeta crianças, adoles-
Campinas, Campinas, Brasil. have suffered sexual violence since 1986. Since centes e mulheres adultas, independente de
2 Centro de Pesquisas
1998, a special multidisciplinary team has been cor, religião, etnia, nacionalidade, opção sexual
Materno-Infantis de
Campinas, Campinas, Brasil.
in charge of emergency and long-term care for ou condição social. É uma causa freqüente de
victims of sexual violence. From August 1998 morbidade, atingindo principalmente mulheres
Correspondência to May 2006, 1,174 women were treated, with jovens em idade reprodutiva e provocando au-
A. Faúndes
Centro de Pesquisas an average of 150 per year in the last five years. mento do número de atendimentos nos serviços
Materno-Infantis de During the same period, 71/109 women who be- de saúde 1,2.
Campinas.
came pregnant after rape had their pregnancies A mulher que já está sofrendo os agravos físi-
C. P. 6181, Campinas, SP
13081-970, Brasil. terminated, 23/109 continued the pregnancy to cos, psicológicos e sociais decorrentes da violên-
afaundes@unicamp.br term, and 15/109 did not undergo abortion due cia sexual, ao pedir ajuda, seja no âmbito da jus-
to gestational age greater than 20 weeks. In Bra- tiça ou da saúde, muitas vezes está sujeita a ser
zil, there are not enough public services to treat submetida à outra violência: a do preconceito, do
female victims of sexual violence who require julgamento e da intolerância. Este fator dificulta
legal abortion. Nationwide implementation of que se conheça a prevalência deste tipo de vio-
new services should be encouraged, in addition lência na população, pois muitas mulheres não
to all measures known to reduce the problem denunciam os agressores e a violência sofrida,
such as sex education in schools and widespread nem procuram assistência necessária. Estima-
information and easy access to effective contra- se que menos de 20% destes crimes chegam ao
ception. conhecimento das autoridades 3.
Diante dessa realidade, são imperiosas a im-
Sexual Violence; Emergency Medical Services; plantação de serviços de atendimento às vítimas
Legal Abortion e a capacitação de equipes multidisciplinares,
compostas por médicos, psicólogos, enfermeiros
e assistentes sociais visando uma assistência inte-
gral a essas mulheres 4. Além disto, faz-se necessá-
rio um maior número de Delegacias da Mulher e
mais conhecimento sobre a problemática da vio-
lência sexual por parte da sociedade e da justiça.

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O programa de atendimento integral às punho da gestante ou de seu representante legal.


mulheres que sofrem violência sexual Quando se trata de menores de 18 anos, é neces-
sário haver a concordância entre a vontade da
O CAISM (Centro de Atenção Integral à Saúde da gestante e de seus representantes legais 5.
Mulher), hospital terciário que visa o atendimen-
to às mulheres nas áreas de Ginecologia, Obste-
trícia, Neonatologia e Oncologia (ginecológica e A experiência dos últimos oito anos
mamária), atende mulheres vítimas de violência
sexual desde a sua criação, em 1986. As mulheres que sofrem violência sexual chegam
Inicialmente, esse atendimento ocorria de ao CAISM, em sua maioria, dentro das primeiras
forma não sistematizada. Um número pequeno 24 horas da ocorrência, por demanda espontâ-
de mulheres procurava assistência quando havia nea, encaminhadas ou trazidas por policiais, ou
necessidade de internação em virtude de lesões ainda por outro serviço de saúde. De agosto de
ginecológicas graves, ou em busca de informa- 1998 a maio de 2006, foram atendidas em caráter
ções para interrupção da gestação. de emergência 1.174 mulheres. A faixa etária das
A partir de 1998, houve um aumento da de- mulheres atendidas até o presente momento vai
manda de mulheres que procuravam atendi- de 12 a 84 anos. Quando uma menor de 18 anos é
mento imediato pós-estupro, fazendo com que atendida, o fato é comunicado à Diretoria Clínica
a equipe multidisciplinar tivesse que sistemati- que avisa o Conselho Tutelar.
zar esse atendimento. Foram criados protocolos Nos últimos cinco meses de 1998, quando
e fluxogramas para acolher as mulheres vítimas se iniciou oficialmente o atendimento de emer-
de violência sexual. O CAISM, referência local e gência a essas mulheres, apenas seis casos por
regional, é considerado um serviço modelo neste mês, em média, foram atendidos. Em 1999, essa
atendimento. média aumentou para 11 atendimentos por mês
O atendimento às vítimas de violência sexual resultando em pouco mais de 130 casos novos
obedece a um fluxograma para os casos de ocor- por ano. Desde então a média de atendimentos
rência imediata ou remota sem gravidez e um estabilizou-se em torno de 150 por ano (13 aten-
outro para os casos com gravidez decorrente da dimentos por mês).
violência. Nesse período, foram atendidas 109 mulheres
O atendimento imediato é realizado na uni- grávidas em decorrência do estupro, dentre as
dade de internação do CAISM, inicialmente pela quais, 71 optaram por interromper a gestação,
enfermagem e em seguida pelo médico. As infor- 23 optaram por não interromper. Em 15 casos
mações referentes ao atendimento são registra- não foi possível, por questões médicas, atender
das em prontuário aberto e arquivado pelo Servi- à solicitação 6.
ço de Arquivo Médico e de Estatística (SAME).
O atendimento das mulheres grávidas em de-
corrência da violência sexual obedece a uma ou- Refletindo sobre a prática
tra rotina. A mulher é inicialmente avaliada por
uma profissional do serviço social. A seguir, é rea- O protocolo de atendimento a mulheres vítimas
lizada uma avaliação médica e psicológica. Todas de violência sexual é uma ação institucional,
as mulheres são encaminhadas para a realização desenvolvida dentro da área de ginecologia do
de uma ecografia. A decisão de se atender ou não CAISM pela sua equipe multiprofissional e com o
à solicitação de interrupção de gravidez é toma- apoio de outros segmentos do hospital 7.
da em reunião na qual participam: os profissio- O CAISM, junto com o Núcleo de Vigilância
nais que atenderam a mulher (médico, psicóloga, Epidemiológica, foi um dos primeiros serviços a
enfermeira e assistente social), diretor da área de utilizar sistematicamente drogas anti-retrovirais
ginecologia, diretoria clínica, representante da (ARV) para a quimioprofilaxia da AIDS após a ex-
comissão de ética do hospital e outros profissio- posição sexual 8.
nais convidados. Nesta reunião são avaliadas as Esse procedimento foi baseado nos resulta-
condições de cada caso e a consistência das in- dos obtidos com a profilaxia em acidentes perfu-
formações fornecidas pela mulher aos diferentes ro-cortantes (riscos ocupacionais), que sugerem
profissionais que a atenderam. Se não foi feito a eficácia da prevenção. A decisão de administrar
o boletim de ocorrência anteriormente, é reco- as drogas anti-retrovirais deve ser baseada no
mendado que a mulher o faça. Entretanto, se a risco da exposição e na condição sorológica do
mulher não quiser fazer o boletim de ocorrência, agressor, e uma vez definida a indicação, a mes-
não há impedimento para atender a sua solici- ma deve ser realizada até 72 horas após o contato
tação. Documento imprescindível para a inter- sexual. Outra característica inovadora do ser-
rupção da gravidez é uma solicitação, de próprio viço é o papel multiplicador desenvolvido pelo

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CAISM ao divulgar o protocolo de atendimento No mesmo sentido, providências que visem ofe-
a ser implantado em outros locais, com treina- recer melhores condições de atendimento nos
mentos específicos dos profissionais envolvidos. Institutos Médicos Legais tendem a facilitar o
A experiência do CAISM foi utilizada pela Secre- acesso aos exames de corpo de delito.
taria Municipal de Saúde de Campinas, que im- São necessárias campanhas no sentido de
plantou o Projeto Iluminar Campinas, com obje- informar as medidas que têm que ser tomadas
tivo de padronizar e normatizar o atendimento nestes casos e, principalmente, para onde devem
das vítimas de violência sexual da região metro- se dirigir as vítimas de violência sexual, com o
politana de Campinas. A experiência adquirida objetivo de divulgar a necessidade do atendi-
em quase uma década permite fazer algumas re- mento imediato.
flexões frente a este problema, mais freqüente e Para os serviços que se dispõem a prestar
abrangente do que parece. atendimento, impõe-se divulgar a norma técnica
A violência sexual traz conseqüências graves do Ministério da Saúde, com treinamento, forta-
para a mulher. Além dos danos psicológicos au- lecimento e integração das equipes e a criação
menta o risco de gravidez indesejada e de doen- de protocolos de atendimento que incluam as
ças sexualmente transmissíveis 9,10,11. ações preventivas e o acompanhamento médico
As crianças, adolescentes e mulheres jovens, e psicológico das mulheres.
as mais atingidas, ficam sujeitas a seqüelas, co- Com o objetivo de melhorar as relações entre
mo exposição a uso de drogas, à prostituição e a os vários setores que prestam atendimento à mu-
episódios de depressão 12,13,14. lher vítima de violência sexual, é necessário que
Apesar da sua gravidade, a violência sexual se estabeleça uma boa integração entre os servi-
ainda é um crime subnotificado. São várias as ços de saúde, transporte de vítimas, assistência
razões que levam as vítimas a não comunicar o social, delegacias e Institutos Médicos Legais. A
crime. A mais importante, sem dúvida, é o medo criação de um serviço de disque-denúncia pode
de se expor e o sentimento de vergonha que aco- ajudar a diminuir a subnotificação. Essas medi-
mete estas mulheres 15,16. das podem facilitar a criação de um banco de da-
Outra causa de não comunicação destes cri- dos para viabilizar uma estratégia mais eficiente
mes é a desinformação. Faltam informações às na prevenção e combate deste crime que tanto
mulheres sobre medidas preventivas que podem afeta a saúde pública 18.
ser feitas, como a anticoncepção de emergência A organização de um serviço de atendimen-
e a prevenção contra DST/AIDS e hepatite B 17. to às mulheres vítimas de violência sexual deve
Muitas mulheres também desconhecem a lei e atender a alguns requisitos. Em primeiro lugar,
os demais aspectos que envolvem esta questão, o acesso deve ser universal. O serviço deve ser
inclusive o aborto legal. referência para todas as mulheres, independen-
A proximidade do agressor é uma ameaça temente de categoria social ou tipo de convênio
que, na maioria das vezes, garante a impunida- médico. É recomendável, quando há mais de um
de. Muitos dos crimes sexuais são cometidos por serviço na região, que se estabeleça a regionali-
pessoas da convivência das vítimas. Este fato leva zação do atendimento, de modo a permitir que a
as mulheres a ocultarem a agressão com medo de mulher possa ser atendida no local mais próximo
represálias, já que devem voltar ao convívio com de sua casa, onde aconteceu o crime.
seus agressores. Algumas cidades disponibilizam Mecanismos eficazes de encaminhamen-
casas abrigo para receber estas mulheres, mini- to devem ser criados. Para tanto é fundamental
mizando o problema. a integração dos vários setores que participam
Aspecto importante que merece análise é o do atendimento às mulheres, iniciando-se com
descrédito de parcela significativa da popula- os responsáveis pelo transporte. Os primeiros a
ção a respeito do nosso sistema judicial. Há um acolherem as mulheres geralmente são policiais.
temor de que os casos de violência sexual não A orientação principal é a de se priorizar o aten-
sejam investigados com o rigor que merecem, dimento médico, antes da realização do boletim
culminando na não punição dos responsáveis. de ocorrência.
A falta de ambiente adequado nas Delegacias As instituições devem se organizar para ofe-
de Polícia e nos Institutos Médicos Legais é causa recer atendimento sistematizado. Tanto quanto
importante de não comunicação destes crimes. realizar um atendimento humano e de qualida-
A criação das Delegacias de Defesa da Mulher foi de é sua obrigação colaborar, juntamente com
um marco importante para mudar esta situação. todos os demais setores, para a prevenção des-
Entretanto, deve-se ampliar o atendimento das te crime e de suas conseqüências. Quanto mais
Delegacias da Mulher, mantendo-se plantões de profissionais estiverem capacitados para realizar
24 horas, pois os casos de violência acontecem o atendimento, melhores serão as condições de
com maior freqüência fora do horário comercial. se oferecer uma atenção digna e desburocratiza-

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da. Assim, a capacitação das equipes deve incluir Um trabalho importante que deve ser feito é a
tanto conhecimentos técnicos quanto a reflexão conscientização dos profissionais da área médica
sobre suas atitudes, seus conceitos de violência e no sentido de que aceitar praticar o aborto, nos
o contato direto com as vítimas de agressão. As- casos permitidos pela lei, não significa promo-
pecto que não pode ser negligenciado é o cons- ver o aborto. Também não se estará infringindo
tante suporte técnico e psicológico às equipes de nenhuma norma legal ou ética. Por outro lado,
atendimento, no sentido de que não se afastem deve-se sempre respeitar os ditames de consci-
do objetivo de um atendimento humanizado, ência de cada um. Nenhum médico pode se sen-
porém, não paternalista. tir coagido a interromper uma gravidez. O que é
Todos os profissionais, desde o motorista da necessário é que os hospitais públicos ofereçam
ambulância, o vigia de quarteirão e o policial mi- condições para tal prática disponibilizando ou-
litar até os profissionais que trabalham no hospi- tros profissionais 20.
tal, devem estar motivados e sentirem-se peças Aspecto importante que não pode ser negli-
importantes dentro da equipe. Devem ter a cons- genciado é o risco que correm as mulheres que
ciência de que todo o atendimento poderá ser se submetem ao aborto em condições inseguras.
comprometido se não fizerem adequadamente Em países menos desenvolvidos a mortalidade
cada um a sua parte. materna decorrente de abortos clandestinos
O entendimento mais apropriado das vá- é muito alta. Por esta razão é imperioso que se
rias conotações que envolvem o atendimento e capacitem serviços públicos que acolham mu-
acompanhamento de mulheres nesta situação lheres vítimas de violência com protocolos de
só se adquire se houver a participação de pro- atendimento que incluam a interrupção de gra-
fissionais de várias áreas. As diferentes percep- videz nos casos previstos em lei. Para tanto pre-
ções de diferentes profissionais contribuem para cisa haver disposição política e envolvimento de
a melhor capacitação de cada um. As equipes todas as áreas que participarão do atendimento.
devem contar com a participação de médicos, É fundamental que as rotinas estejam bem esta-
enfermeiras, assistentes sociais e psicólogas que belecidas. Todos os profissionais precisam estar
se disponham a se reunir periodicamente para devidamente informados dos aspectos legais e
discutir e avaliar os diversos aspectos que envol- éticos e conhecer os requisitos necessários pa-
vem o atendimento dessas mulheres 19. ra poderem desempenhar com segurança o seu
A violência sexual e suas conseqüências são trabalho. As decisões tomadas por uma equipe
consideradas problemas de saúde pública. Do multiprofissional garantem maior eficácia ao
mesmo modo, o aborto em condições insegu- atendimento.
ras preocupa muito as autoridades brasileiras. A criação de novos serviços que atendem as
Os dois problemas, violência e conseqüências vítimas de violência sexual e a sua divulgação
do aborto clandestino andam juntos e, assim de- irá, sem dúvida nenhuma, aumentar a procura
vem ser enfrentados. Muitas vezes, as mulheres, imediata por atenção médica o que levará a uma
principalmente as mais pobres, não encontram diminuição do número de interrupções de gravi-
nos hospitais públicos o acolhimento necessá- dez em decorrência do estupro. O aborto nunca
rio para fazer a interrupção legal da gravidez e é um resultado desejável. Deve, a todo custo, ser
são obrigadas a permanecer com uma gestação evitado. A organização de serviços capacitados a
indesejada, com todas as suas implicações. Ou- atender vítimas de violência sexual tem por obje-
tras recorrem a serviços despreparados para um tivo, também, evitar gravidez indesejada e, com
atendimento minimamente seguro e por causa isso, diminuir ao máximo o número de abortos.
disto engrossam a grande lista de mortes mater-
nas no nosso país.

Resumo

O Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher limite de 20 semanas. Não há suficientes serviços pú-
(CAISM) atende vítimas de violência sexual desde blicos que cuidem da mulher vítima de violência sexu-
1986. Em 1998 criou-se uma equipe multidisciplinar al e pratiquem o aborto legal no Brasil. Novos serviços
que provê atendimento de emergência e a longo prazo são necessários assim como intervenções para reduzir
a estas mulheres. Desde agosto de 1998 até maio de a violência e os abortos.
2006, 1.174 mulheres foram atendidas, sendo que 109
grávidas. Destas, foram feitos 71 abortos legais, 23 Violência Sexual; Serviços Médicos de Emergência;
decidiram ter o bebê e 15 tinham gravidez acima do Aborto Legal

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Colaboradores

A. J. Bedone e A. Faúndes participaram na idealização


e organização dos serviços que se descrevem no artigo
e ambos participaram na coleta das informações e na
redação do artigo.

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Recebido em 31/Ago/2006
Aprovado em 06/Set/2006

Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 23(2):465-469, fev, 2007

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