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INSTITUTO FEDERAL DO PIAUÍ

CAMPUS TERESINA - ZONA SUL

MECÂNICA DOS SOLOS APLICADA


(aula 06)

Prof. Gilberto Gomes da Silva

Dezembro/2019
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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.1 Plasticidade

A plasticidade é normalmente definida como uma


propriedade dos solos, que consiste na maior ou menor
capacidade de serem eles moldados, sob certas condições de
umidade, sem variação de volume.

Trata-se de uma das mais importantes propriedades


das argilas.

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.2 Teor de umidade – método da
estufa (DNER – ME 213/94)

P2 P3

Cápsula vazia Cápsula + solo úmido Secagem estufa Cápsula + solo seco

Pa P2  P3
h  .100 %
Ps P3  P1
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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.2 Teor de umidade – método da estufa (DNER – ME 213/94)

Exemplo de aplicação

EX1. Calcule o teor de umidade da amostra de solo, conforme


dados de laboratório indicados na tabela abaixo:

Ensaio Nº Peso da cápsula Cápsula + solo Cápsula + solo


(g) úmido (g) seco (g)
1 54,40 104,34 103,64

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.3 Limites e estado de consistência

• Estado Líquido

Um solo está no estado líquido quando sua umidade


está muito elevada e apresenta-se como um fluido denso.

• Estado Plástico

Um solo está no estado plástico quando à medida que


evapora a água, ele se endurece e para um certo teor de
umidade igual ao Limite de Liquidez (LL), perde sua capacidade
de fluir, porém pode ser moldado facilmente e conservar sua
forma.

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.3 Limites e estado de consistência

• Estado Semi-Sólido

Um solo está no estado semi-sólido quando ao


continuar a perda de umidade, o estado plástico desaparece
até que, para o teor de umidade igual ao Limite de Plasticidade
(LP), ele se desmancha ao ser trabalhado.

• Estado Sólido

Continuando a secagem, ocorre a passagem gradual


para o estado sólido. O limite entre o estado semi-sólido e o
sólido apresenta teor de umidade igual ao Limite de Contração
(LC) a partir do qual o solo não mais se contrai.
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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.3 Limites e estado de consistência

• Limite de Liquidez (LL)

É o teor de umidade acima do qual o solo entra no


estado líquido (fluido) e corresponde a passagem do estado
líquido para o estado plástico.

• Limite de Plasticidade (LP)

É o teor de umidade abaixo do qual o solo passa do


estado plástico para o estado semi-sólido, ou seja, ele perde a
capacidade de ser moldado e passa a ficar quebradiço.

Esses limites são também denominados de limites de


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Atterberg (cientista sueco).
6. Plasticidade e consistência dos solos
6.3 Limites e estado de consistência

• Limite de Contração (LC)

É o teor de umidade contido em um solo abaixo do qual


não haverá decréscimo de volume da massa de solo com a
perda de umidade.

Este limite é devido ao cientista Haines.

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.3 Limites e estado de consistência
água
água
ar água

sólido sólido sólido sólido

Vol

água

ar

grãos sólidos

LC LP LL Teor de umidade
SÓLIDO SEMI-SÓLIDO PLÁSTICO LÍQUIDO

LIMITE DE LIMITE DE LIMITE DE


CONTRAÇÃO PLASTICIDADE LIQUIDEZ 9
6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)

6.4.1 Aparelhagem

Aparelho de Casagrande

Aparelho de Casagrande
Cinzel 10
6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)

6.4.1 Aparelhagem

• balança sensível a 0,01g;

• recipiente para guarda amostras sem perda de umidade


antes das pesagens;

• estufa capaz de manter a temperatura entre 105 ºC a 110 ºC;

• pinça para retirar objetos da estufa;

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)

6.4.1 Aparelhagem

• cápsula de porcelana com capacidade de 500 ml;

• espátula com lâmina flexível com cerca de 8 cm de comprimentoe 2 cm de largura.

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)
6.4.2 Calibração do aparelho de Casagrande
• Suspender a concha;

• Posicionar o calibrador (cabo do cinzel) no


ponto de contato da concha com a base do
aparelho apoiando a concha sobre o calibrador;

• Desapertar os parafusos (1 e 2) de fixação da concha;

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)
6.4.2 Calibração do aparelho de Casagrande
• Girar a manivela do aparelho, acionando
simultaneamente o parafuso 3 de regulagem
da altura da concha, até o instante em que o
excêntrico apenas raspe o suporte da concha,
sem suspendê-la.

• Reapertar os parafusos 1 e 2 de fixação da concha

Obs. A altura de queda da concha deve de 1 14


cm
6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)
6.4.3 Sequência do ensaio
• Colocar a amostra na cápsula;

•Umedecer a amostra (15 a 20 ml de água);

•Homogeneizar a mistura (acrescentando 1 ml );

• Espalhar o solo na concha (2/3 da superfície);

• Alisar com a espátula;

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)
6.4.3 Sequência do ensaio
• produzir uma canelura na massa de solo utilizando o

cinzel;

• Golpear contra a base do aparelho, por meio do


1 cm giro da manivela (com a velocidade de duas voltas
por segundo), até que os dois bordos inferiores da
canelura se unam na extensão de 1 cm (anotar o
número de golpes);
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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)
6.4.3 Sequência do ensaio

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)
6.4.3 Sequência do ensaio
• Coletar uma amostra de ambos os lados
da canelura;

• Pesar a amostra;

• Colocar na estufa;

• Determinar o teor de umidade;

• Repetir as operações 4 vezes com teores


crescentes de umidade.
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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)
6.4.4 Resultado do ensaio

• Os valores de umidade e número de golpes são representados em


um sistema de eixos ortogonais, no qual, na abscissa, em escala
logarítmica, são representados os números de golpes e na
ordenada, em escala aritmética, os correspondentes teores de
umidade;

•Pelos pontos lançados no gráfico será traçada uma reta


(denominada reta de escoamento), tão próxima quanto possível,
de pelo menos três pontos;

• O limite de liquidez, expresso em teor de umidade, é o valor da


ordenada do ponto da reta correspondente à abscissa de 25
golpes. 19
6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)
6.4.4 Resultado do ensaio
LL - RETA DE ESCOAMENTO

80

70
TEOR DE UMIDADE (%)

y = -15,681Ln(x) + 110,49

60
59%

50

40

30
10 25 100

NÚMERO DE GOLPES (Esc Log)

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)
6.4.6 Exemplo de Aplicação
EX1. Determine o limite de liquidez do solo, tendo por base os
dados abaixo obtidos no laboratório referentes a uma amostra de
argila.
Cápsula Nº 10 6 7 12 56
Peso da 15,74 15,65 15,77 15,78 15,56
cápsula (g)
Cápsula + 27,12 22,13 22,63 22,20 23,42
solo úmido
(g)
Cápsula + 23,55 19,82 20,14 19,69 20,17
solo seco (g)
Número de 52 41 33 20 12
golpes

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.4 Determinação do Limite de Liquidez – Método de Ensaio
(DNER-ME 122-94 ABNT NBR 6459)
6.4.6 Exemplo de Aplicação

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.5 Determinação do Limite de Plasticidade – Método de Ensaio
(DNER-ME 082-94 ABNT NBR 7180)

6.5.1 Aparelhagem

• cápsula de porcelana com capacidade de 500 ml;

• espátula com lâmina flexível com cerca de 8 cm de comprimentoe 2 cm de largura.

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.5 Determinação do Limite de Plasticidade – Método de Ensaio
(DNER-ME 082-94 ABNT NBR 7180)

6.5.1 Aparelhagem

• placa de vidro de superfície esmerilhada;

• cilindro de comparação de 3 mm de diâmetro e cerca de 10 cm de comprimento.

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.5 Determinação do Limite de Plasticidade – Método de Ensaio
(DNER-ME 082-94 ABNT NBR 7180)

6.5.1 Aparelhagem

• balança sensível a 0,01g;

• recipiente para guarda amostras sem perda de umidade


antes das pesagens;

• estufa capaz de manter a temperatura entre 105 ºC a 110 ºC;

• pinça para retirar objetos da estufa;

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.5 Determinação do Limite de Plasticidade – Método de Ensaio
(DNER-ME 082-94 ABNT NBR 7180)

6.5.2 Sequência do ensaio

• Umedecer e homogeneizar a amostra até


colocá-la no estado plástico;
• Separar cerca de 20 g da massa;
• Rolar esta massa sobre a face esmerilhada
da placa de vidro;
• Moldar um cilindro até atingir o diâmetro
uniforme de 3 mm;

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.5 Determinação do Limite de Plasticidade – Método de Ensaio
(DNER-ME 082-94 ABNT NBR 7180)

6.5.2 Sequência do ensaio


• Quando o diâmetro do cilindro de solo atingir 3
mm, quebrar em seis ou oito pedaços, amassar e
repetir a rolagem;

• Repetir a rolagem até que o cilindro de solo


desagregue antes de atingir o diâmetro de 3 mm;

• Ao se fragmentar o cilindro, transferir imediatamente


os seus pedaços para uma cápsula e determinar a
umidade;

• REPETIR AS OPERAÇÕES 5 VEZES.


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6. Plasticidade e consistência dos solos

6.5 Determinação do Limite de Plasticidade – Método de Ensaio


(DNER-ME 082-94 ABNT NBR 7180)

6.5.3 Resultado do ensaio

• O limite de plasticidade é expresso pela média dos teores


de umidade obtidos;

• Abandonam-se os resultados que diferem da média +/-


5%.

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6. Plasticidade e consistência dos solos
6.5 Determinação do Limite de Plasticidade – Método de Ensaio
(DNER-ME 082-94 ABNT NBR 7180)
6.5.5 Exemplo de Aplicação
EX2. Determine o limite de plasticidade do solo, tendo por base os
dados abaixo obtidos no laboratório referentes a uma amostra de
argila.

Cápsula Nº 9 4 5 22 3
Peso da 16,00 15,65 15,58 15,54 15,51
cápsula (g)
Cápsula + 18,42 18,40 18,32 18,49 17,88
solo úmido
(g)
Cápsula + 18,03 18,00 17,89 18,03 17,52
solo seco (g)

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6. Plasticidade e consistência dos solos
LC LP LL
6.6 Índice de Plasticidade (IP) SÓLIDO SEMI-SÓLIDO PLÁSTICO LÍQUIDO

Denomina-se índice de plasticidade (IP) à diferença entre


os limites de liquidez e de plasticidade:

IP = LL – LP

Ele define a zona em que o terreno se acha no estado


plástico e, por ser máximo para as argilas e nulo para as areias,
fornece um critério para se ajuizar do caráter argiloso de um
solo.

Quanto ao índice de plasticidade os solos se classificam


em: Fracamente plástico 1 < IP < 7
Medianamente plástico 7 < IP < 15
Altamente plástico IP > 15 30
6. Plasticidade e consistência dos solos
6.6 Índice de Plasticidade (IP)
6.6.1 Exemplo de aplicação
Ex3. Na determinação do LL de um solo foram obtidos os
seguintes valores:
N° de golpes 49 31 23 19 8
Umidade (%) 16 20 21 23 31
Se o IP desse solo é 8,5% qual o seu LP?

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6. Plasticidade e consistência dos solos
LC LP LL
6.7 Índice de Consistência (IC) SÓLIDO SEMI-SÓLIDO PLÁSTICO LÍQUIDO

A consistência de um solo no seu estado natural, com teor


de umidade h, é expresso numericamente pela equação:

IC = (LL – h) / (LL – LP)

Segundo o valor de IC as argilas classificam-se em:


Consistência Índice de Resistência
Consistência (Kg/cm²)
Muito mole IC < 0 R < 0,25
Mole 0 < IC < 0,50 0,25 < R < 0,50
Média 0,50 < IC < 0,75 0,50 < R < 1,00
Rija 0,75 < IC < 1,00 1,00 < R < 4,00
Dura IC > 1,00 R > 4,00
• Portanto, quanto mais consistente mais resistente é o solo. 32
6. Plasticidade e consistência dos solos
6.7 Índice de Consistência (IC)
6.7.1 Exemplo de aplicação

Ex4. As seguintes informações são fornecidas para os solos A e B:

Solo A Solo B
LL 70 % 55 %
IP 30 % 25 %
h 45 % 45 %

Pergunta-se:
a) qual o solo mais argiloso?
b) classificar o solo quanto à consistência;
c) qual o solo mais resistente?
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