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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA BAIANO –

CAMPUS SENHOR DO BONFIM


LICENCIATURA EM CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO

ANA BEATRIZ LYRA AMORIM LINHARES,


IGHOR JOSÉ REIS DIAS
LAURA ARAUJO BARBOSA
RAFAEL MATOS PEIXINHO

A COMPUTAÇÃO GRÁFICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE


ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

SENHOR DO BONFIM - BA
2018
ANA BEATRIZ LYRA AMORIM LINHARES
IGHOR JOSÉ REIS DIAS
LAURA ARAUJO BARBOSA
RAFAEL MATOS PEIXINHO

A COMPUTAÇÃO GRÁFICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE


ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA

Pré- projeto de pesquisa apresentado pelo Instituto


Federal Baiano campus Senhor do Bonfim como
requisito básico para a conclusão da disciplina de
Pesquisa e Prática Pedagógica 1 do Curso de
Licenciatura em Ciências da Computação

Orientação: Maria Talita Rabelo Pinheiro

SENHOR DO BONFIM - BA
2018
SUMÁRIO

1. PROBLEMATIZAÇÃO 04
2. JUSTIFICATIVA 05
3. OBJETIVO 06
3.1 GERAL 06
3.2 ESPECÍFICOS 06
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 06
5. METODOLOGIA 07
6. CRONOGRAMA 08
REFERÊNCIAS 08
1. PROBLEMATIZAÇÃO

Ao fazer uma análise sociológica, é possível notar a importância de se discutir


a respeito da integração e inclusão de alunos com deficiência auditiva no âmbito
educacional. Apesar de leis e projetos terem sido criados para incluí-los, percebe-se
que são vários os problemas ainda enfrentados por esses indivíduos. Um exemplo
disso é a falta de infraestrutura satisfatória nas Instituições para a inserção dessas
pessoas, havendo casos em que algumas até se recusam realizar a matrícula delas,
promovendo assim, uma espécie de exclusão, e ainda, uma disparidade na forma de
ensino.
Sabe-se que o ambiente escolar é um dos principais responsáveis pelo
procedimento de socialização os seres humanos. Por isso, faz-se necessário que
todos os educandos, com ou sem deficiência auditiva, sejam integrados nas escolas,
garantido assim, que todos possam exercer a sua cidadania.
No século XIX, mais precisamente no ano de 1857, foi fundada, pelo francês
Eduard Huet, a primeira escola para surdos no Brasil, sendo nomeada, inicialmente,
como Collégio Nacional para Surdos-Mudos. Hoje, ela é denominada como Instituto
Nacional da Educação de Surdos (INES) e tem como objetivo desenvolver e divulgar
metodologias para serem aplicadas no ensino e aprendizagem de pessoas surdas.
Entretanto, em 1880, o Congresso de Milão proibiu a língua gestual, incluída
no Instituto, e adotou o oralismo como forma de ensino, julgando que esta seria
melhor para a educação dos surdos. Com isso, muitos desses indivíduos,
juntamente com os educadores, criticaram esse ato e, através de vários
movimentos, a língua gestual foi validada como comunicação entre surdos.
E, foi apenas em 24 de abril de 2002, que o Brasil reconheceu a Língua
Brasileira de Sinais – LIBRA como meio de comunicação com os surdos do país.
Nela, ficou regulamentada que as instituições públicas devem assegurar que eles
serão atendidos e receberão tratamentos adequados. Além disso, de acordo com a
Lei de nº 10.845, sancionada em 5 de março de 2004, parágrafo II, os estudantes
que apresentam algum tipo de deficiência devem ser inseridos nas classes comuns
de ensino regular.
Pode-se mencionar também que, em 1994, houve uma Conferência Mundial
sobre Necessidades Especiais, desenvolvida pelo governo espanhol, em
Salamanca, que resultou na Declaração de Salamanca. Nesse documento, são
apresentadas políticas e práticas que incluam crianças e adultos, que tenham
alguma necessidade especial, no âmbito escolar.
No entanto, sabe-se que, geralmente, essas leis ficam, apenas, na teoria.
Com isso, os problemas relacionados ao processo de inclusão desses indivíduos
ainda precisam ser solucionados. E, para isso, uma das propostas trazidas nesse
trabalho é utilizar a computação gráfica como meio facilitador de ensino, pois ela vai
permitir que as informações sejam exibidas em forma de imagens interativas na tela
do computador maximizando o aprendizado dos alunos.
Nesse sentido, os questionamentos que se levantam são: Quais são as
estratégias para tornar viável esse processo e como a computação gráfica pode
ajudar nesse processo?

2. JUSTIFICATIVA

Essa pesquisa tem a finalidade de abordar o processo de inclusão de alunos


com deficiência auditiva no âmbito educacional e buscar soluções para os
obstáculos encontrados por eles, utilizando os recursos computacionais, dentre eles,
a computação gráfica. Como mencionado antes, sabe-se que são vários os
obstáculos enfrentados por esses educandos. Além disso, os educadores também
vivenciam situações desagradáveis com relação a esse processo de inclusão.
Como parte dos professores não têm conhecimento sobre a Língua Brasileira
de Sinais - LIBRAS, eles acabam não sabendo lidar com essas situações
específicas, afetando assim, o rendimento dos estudantes. Com isso, surge a
necessidade da presença de um intérprete para auxiliar nesse processo de inclusão.
E, analisando os meios tecnológicos, houve um grande avanço nas últimas
duas décadas, possibilitando assim, uma acessibilidade maior aos meios
eletrônicos. Diante disso, torna-se necessário desenvolver estratégias que incluam
os alunos portadores de alguma deficiência auditiva, relacionando as práticas
pedagógicas e a ciência tecnológica com o objetivo de diminuir a quantidade de
alunos excluídos na sala de aula, bem como, facilitar o aprendizado dos mesmos.
Portanto, para resolver essa questão, esse projeto visa buscar métodos e
recursos tecnológicos que possibilitem diminuir a desigualdade na forma de ensino e
proporcione ao educador lidar com essas circunstâncias, melhorando a
comunicação e a interação entre os envolvidos. Assim, utilizando um sistema
computacional, desenvolvido por nós, que converterá a voz do professor em
imagens e/ou textos que serão exibidos de forma dinâmica, acredita-se que o
número de alunos que não são aceitos pelas escolas diminua.

3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

Desenvolver um software e uma interface gráfica para inserir estudantes que


tenham algum tipo de deficiência auditiva no âmbito escolar, melhorando a
comunicação e a interação deles com os educadores.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Considerar formas de inserção que respeitem a condição desses alunos,


como também o seus direitos.
- Criar um sistema junto a uma interface gráfica que permita a conversão de
voz para textos/imagem, em tempo real, e utilizá-la na sala de aula.
- Utilizar a computação gráfica em processo final para facilitar a visualização e
o entendimento desses indivíduos.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O tema dessa pesquisa é um assunto que merece bastante destaque por


tratar da inclusão de alunos surdos no ensino regular e das dificuldades encontradas
por eles, cotidianamente. Como mencionado antes, atualmente, mesmo com leis e
projetos que favoreçam a educação inclusiva, a inserção desses indivíduos ainda é
um desafio, pois os mesmos ainda enfrentam barreiras de acessibilidade.
Com base em uma pesquisa, realizada em 2010, pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), 9,7 milhões de cidadãos têm algum tipo de
deficiência auditiva. Logo, torna-se imprescindível buscar meios que integrem essas
pessoas na sociedade, principalmente, no âmbito educacional.
Segundo Giroto, Omote, Poker (2012), como gerações futuras estão se
desenvolvendo em uma sociedade da informação, as instituições necessitam se
adequar a essa realidade. Assim, tanto a área pedagógica, quanto a tecnológica,
juntas, contribuirão para uma efetiva inclusão dos alunos surdos, ampliando a
acessibilidade dos mesmos.
Além disso, de acordo com Brito (2013), o uso dos recursos tecnológicos na
sala de aula pode melhorar o aprendizado dos estudantes com deficiência auditiva a
medida que forem ajustados. Dessa forma, esses educandos serão incluídos, sem
afetar o desenvolvimento dos demais alunos.
Um exemplo de como a tecnologia pode ajudar nesse processo de inclusão é
o aplicativo ProDeaf, desenvolvido por alunos da Universidade Federal de
Pernambuco que permite a comunicação entre um deficiente auditivo e qualquer
outra pessoa sem a necessidade de um intérprete. Ele, basicamente, traduz tudo o
que é falado para a linguagem de libras e vice-versa, em tempo real.
Sendo assim, como o processo de inserção desses indivíduos requer
algumas mudanças no sistema de educação do Brasil e a tecnologia está cada vez
mais evoluindo, faz-se necessário utilizá-la como um artifício para a resolução desse
problema.

5. METODOLOGIA DA PESQUISA

Esta pesquisa tem como base um estudo experimental, que segundo Huzita,
Leal, Souza (2012), tem o objetivo de analisar e testar possibilidades. Inicialmente,
pretende-se implementar esse sistema em alguma escola de ensino público com o
intuito de usar essa tecnologia a favor da inclusão de alunos portadores de
deficiência auditiva. O objetivo é desenvolver um software totalmente código aberto
que seja capaz de transformar a voz humana em texto ou imagens, usando o motor
de voz do grupo Mozilla, o DeepSpeech, que usa aprendizado de máquina para
treinar modelos de reconhecimento de voz. Além do mais, esse instrumento,
diferente da maioria já existente será capaz de rodar off-line.
Será criada também uma interface gráfica amigável para o público alvo em
questão. Assim, acredita-se que o entendimento e a interação serão interessantes,
mesmo sem a presença de um tradutor de libras no local.
Em termos práticos, planeja-se que o software funcione da seguinte maneira:
a voz do professor/orador será captada por um microfone conectado a uma
plataforma com o software instalado e, logo após, seja convertida primeiramente em
texto, e depois em libras no formato de imagens. Dessa forma, presume-se que os
alunos com deficiência auditiva sejam incluídos e a sociedade seja mais igualitária.

6. CRONOGRAMA
.
Atividades ago set out nov dez jan fev Mar
Pesquisa do
tema X X
Pesquisa
bibliográfica X
Coleta de
Dados (se for X
o caso)
Apresentação
e discussão X
dos dados
Elaboração
do trabalho X
Entrega do
trabalho X

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, J. D. Inclusão do aluno com deficiência auditiva: Um desafio à família


e aos profissionais da educação. 2011. 74 f. Trabalho de Conclusão de Curso
(Monografia) – Curso de Especialização em Desenvolvimento Humano, Educação e
Inclusão, Universidade de Brasília, Brasília. 2011. Disponível em:
http://bdm.unb.br/bitstream/10483/2927/1/2011_JaquelineDiasdeAlmeida.pdf. Acesso
em: 18 set. 2018.
BRITO, M. Inclusão do surdo na escola regular. 2013. 41 f. Trabalho de
Conclusão de Curso (Especialização em Educação) – Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Medianeira, 2013. Disponível em:
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4416/1/MD_EDUMTE_2014_2_6
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CONGRESSO NACIONAL. LEI No 10.845, DE 5 DE MARÇO DE 2004. Disponível


em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L10.845.htm.
Acesso em: 18 set. 2018.

COSTA MACHADO, M. et al. Inclusão social de deficientes auditivos por meio


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http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/anais_linguagem_tecnologia/article/do
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FREITAS, G. INCLUSÃO EDUCACIONAL E DEFICIÊNCIA AUDITIVA. Disponível


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GIROTO, C. R. M.; OMOTE, S.; POKER, R. B. (Org.). As tecnologias nas práticas


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HUZITA, E; H. M.; LEAL, G. C. L.; SOUZA, M. Z. Um exemplo de condução de


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set. 2018. Entrevista concedida a Daniela Santos Silva.
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Disponível em: https://www.terra.com.br/noticias/educacao/educacao-de-surdos-em-
escolas-tradicionais-ainda-e-desafio-no
brasil,20f942ba7d2da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html. Acesso em: 18 set.
2018.

WIKIPÉDIA. Língua brasileira de sinais. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_brasileira_de_sinais. Acesso em: 18 de
set 2018.

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