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APOSTILA CONCURSO PMMG 2017

Esta apostila tem como objetivo, juntar as matérias


pertinentes ao edital referente ao concurso da PMMG 2017.
O conteúdo da mesma é um resumo ou conteúdo na íntegra
de varias outras apostilas e sites referenciados na
bibliografia. Apostila contém conteúdo de vários autores na
integra, pois não foi criada para venda, e sim para
divulgação de informação para todos.

CONTAGEM, 25 DE AGOSTO DE 2016.

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INDICE

NOÇÕES DE DIREITO PENAL ............................................................................ 03

NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR.............................................................. 85

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL.......................................................... 171

NOÇÕES DE DIREITO HUMANOS ...................................................................... 269

LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE .....................................................................466

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL


Matérias exigidas no edital:
1. Princípios Constitucionais do Direito Penal
2. A lei Penal do tempo
2.1 A lei penal no espaço
3. Interpretação da lei penal
3.1 Infração penal: espécie
4. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal
5. Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade
5.1 Excludentes de ilicitude e da culpabilidade
6. Imputabilidade penal.
7. Concurso de pessoas.
8. Das Penas.
9. Crimes contra a pessoa.
10. Crimes contra o patrimônio.
11. Crimes contra a administração pública

1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO PENAL.


Os princípios constitucionais podem ser definidos como normas de conteúdo genérico que
estão inseridas no corpo da Constituição Federal e que servem de pilar para todo o Sistema
Jurídico Brasileiro. São eles: Princípio da Legalidade (com seus subprincípios da Reserva
Legal, da Taxatividade, da Irretroatividade), Inafastabilidade do Controle Jurisdicional,
Devido Processo Legal, Contraditório e da Ampla Defesa, Razoável Duração do Processo,
Princípio da Intervenção Mínima, Princípio da Humanidade, Pessoalidade e Individualização
da Pena, entre outros que estão espalhados pela doutrina brasileira.
Já os princípios infraconstitucionais do direito penal encontram-se abaixo do corpo
constitucional, isto é, não estão inseridos na Constituição Federal, mas fazem parte do sistema
jurídico brasileiro. Podemos citar como exemplo o princípio da bagatela, da adequação social,
proibição da analogia “in malam partem", ofensividade, da proporcionalidade da pena, entre
outros...
A seguir, elencamos alguns princípios constitucionais relacionados com o direito penal.
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- Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade é base do ordenamento do nosso Direito Penal. É
vislumbrado como um verdadeiro amparo às liberdades individuais. A lei penal deve ser clara,
exata e precisa, deve poder-se interpretá-la desde um executivo em São Paulo à um morador
dos ribeirinhos do Amazonas, não podendo ser influenciada por diferenças sociais ou
culturais, só existindo crime se houver um fato lesivo a um bem jurídico. A propósito, o
mestre Nelson Hungria depreende a seguinte lição:
O princípio da legalidade, segundo a doutrina mais contemporânea, se desdobra em três
postulados. Um quanto às fontes das normas penais incriminadoras. Outro concernente a
enunciação dessas normas. E um terceiro relativo à validade das disposições penais no tempo.
O primeiro dos postulados é o da reserva legal. O segundo é o da determinação taxativa. E o
último é o da irretroatividade.

a) O subprincípio da Reserva Legal


O Princípio da Reserva Legal manifesta-se no artigo 5º, XXXIX da Constituição Federal
vigente, nestes termos: “não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal”. Segundo o princípio da reserva legal somente a lei em sentido estrito pode
definir crimes e suas respectivas penalidades.
A norma penal deve ser precisa, deve guardar perfeita correspondência entre ela e a
norma que descreve. Somente será aceita a lei que delimitar a conduta lesiva, apta a pôr em
perigo um bem jurídico de relevância, prescrevendo uma consequência punitiva, sendo
vedado a extensão a uma conduta que se mostre aproximada ou semelhante. Existe uma
divergência doutrinária acerca daquilo que seria o liame diferencial entre o princípio da
reserva legal e o da legalidade. Neste diapasão, repousamos no entendimento que a diferença
reside no fato de que, quando se fala tão somente no princípio da legalidade estaria se
permitindo a adoção de todos os diplomas elencados pelo artigo 59 da Constituição Federal,
quando na verdade a reserva da lei esta prevê tão somente a criação de normas penais por atos
do Poder Legislativo.

b) O subprincípio da Taxatividade
O segundo corolário lógico do princípio da legalidade é o postulado da taxatividade. O
postulado in óbice, expressa a exigência de que as leis penais, especialmente as de natureza
incriminadora, sejam claras e precisas. Alguns doutrinadores têm bifurcado o fundamento do

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princípio da taxatividade na própria estrutura da norma penal, enquanto ordena ou proíbe


determinado comportamento, posto que a obediência ao comando nela vetado ou determinado
tem como inarredável pressuposto que o destinatário possa compreender o seu conteúdo.
Maurício Antônio Ribeiro Lopes assinala:
A lei penal que comina pena e descreve conduta punível não deve ser generalista, mas
sim, precisa, taxativa e determinada, sem qualquer indeterminação com a prefixação a
respeito dos dados que permitem a qualificação e assimilação das figuras típicas. Luiz Regis
Prado aponta as peculiaridades e funções da taxatividade:
Em suma, o princípio supramencionado tem por maior finalidade evitar que o direito penal se
transforme em uma arma infalível nas mãos de um Estado arbitrário.

c) O subprincípio da Irretroatividade
O inciso XL do art. 5º da Constituição Federal, diz que a lei penal não retroagirá, salvo para
beneficiar o réu. A regra constitucional, portanto, é a da irretroatividade da lei penal; a
exceção é a retroatividade, desde que seja para beneficiar o agente. Francisco de Assis Toledo
sobre o tema, aborda:
Com esse corolário do princípio da legalidade tem-se a convicção de que ninguém será
punido por um fato que, ao tempo da ação ou da omissão, era tido como atípico, haja vista a
inexistência de qualquer lei penal incriminando-o (nullum crimen nulla poena sine lege
praevia).

d) O Princípio da Reserva Legal e a Execução da Pena


É cediço que os apenados não podem sofrer privações ou restrições além dos limites
necessários à execução de sua pena, com vistas ao caráter ressocializador da pena. O art. 5º
inc. XXXIX e XLVIII da Constituição Federal, é taxativa quando estabelece que nullum
crimes, nulla pena, sine lege. Esta garantia constitucional, à luz da própria execução penal
brasileira, tem o cunho de limitar o Estado na forma de executar a sanção penal. Para Ela
Wiecko Volkemer de Castilho:
Nesta senda, observa-se por exemplo, que a aplicação de sanção disciplinar por uma falta
grave, não pode extrapolar os limites trazidos pela própria Lei de Execução Penal, no que
tange a discricionariedade de punição por tal irregularidade. Insta ressaltar que o processo
disciplinar previsto na LEP é regido, pelo princípio da reserva legal, preceituado na LEP, no
seu art. 45: “Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão legal

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ou regulamentar”. A discricionariedade nos casos em tela, é restrita, no momento em que


reflete os óbices do princípio da reserva legal e da necessidade de motivação da decisão que
impõe sanção disciplinar, decisão essa, plenamente passível de controle judicial.

- Princípios Complementares ao Princípio da Legalidade


Existem alguns princípios, que merecem maior atenção desta autora, quando observamos com
clareza a aplicação e as vertentes do Princípio da Legalidade. Tais princípios, por tantas vezes
não tão atribuídos ao estudo aprofundado do Princípio da Legalidade, são constantemente
observados e invocados por todos os aplicadores do direito.

a) Princípio da Inafastabilidade do Controle Jurisdicional


O princípio da inafastabilidade do Controle Jurisdicional, conhecido popularmente como “o
direito de ação”, encontra-se previsto no artigo 5º, XXXV, da Constituição Federal de 1988:
"a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito". O incluso
princípio, nada mais é que a asseguração, garantida pela Constituição Federal, para que todos
possam ter acesso ao Judiciário, doravante, se por algum motivo o cidadão não consiga
alcançar tal acesso, poderá indubitavelmente valer-se do Poder Judiciário para satisfação da
pretensão. Nas palavras de José Roberto Bedaque:
Por ser garantia restrita ao cidadão, o Estado tem o dever da prestação jurisdicional sempre
que houver uma lesão ou ameaça a direito, incutindo à ele a competência para a decisão final.

b) Princípio do Devido Processo Legal


Atualmente, o princípio do devido processo legal, pode ser vislumbrado na maioria das
constituições dos países democráticos. Com a Constituição Federal Brasileira de 1988 não foi
diferente, houve sua incorporação positivada no artigo 5º, inc. LIV, garantindo que “ninguém
será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido Processo legal”.
A invocação do princípio do devido processo legal pela Constituição Federal
Brasileira de 1988 entre os direitos fundamentais demonstra a constituição de um controle
jurisdicional, que só foi possível através de um processo voltado essencialmente aos basilares
dos princípios democráticos e igualitários. Para Cândido Rangel Dinamarco, o princípio do
devido processo legal:
Neste ínterim, chega-se à ilação que o cumprimento deste princípio reside na observância
inócua das determinações previamente preceituadas em nossa Carta Magna. A garantia de sua

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aplicação, dependerá ainda, do respeito aos princípios do contraditório, da ampla defesa, da


publicidade e da livre persuasão racional do juiz, não se exaurindo na mera tramitação
formalmente legal, do processo em juízo.

c) Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa


Também chamado de “audiência bilateral”, o princípio do Contraditório e da Ampla Defesa,
estão positivados também no art. 5º, no inc. LV da Constituição Federal de 1988,
determinando em seu texto que: “Aos litigantes em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos
a ela inerentes".
O contraditório é orientado pelo caráter de igualdade entre as partes, acusação e defesa
disporão de prazos e oportunidades muito semelhantes. A ampla defesa garante ao acusado
condições propícias para apresentar os subsídios necessários para apresentar a verdade real
dos fatos. Júlio Fabrini Mirabete esclarece que do princípio do contraditório decorrem duas
importantes regras: a da igualdade processual e a da liberdade processual. Pela primeira, as
partes acusadora e acusada estão num mesmo plano e, por conseguinte, têm os mesmos
direitos; pela segunda, o acusado tem a faculdade, entre outras, de nomear o advogado que
bem entender, de apresentar provas lícitas que julgar as mais convenientes e de formular ou
não reperguntas ás testemunhas. Vicente Grego Filho afirma que a ampla defesa é constituída
a partir dos seguintes fundamentos:
Neste ínterim os dois princípios abordados, inferem na completa construção do devido
processo legal aos litigantes, da garantia da imparcialidade do juiz e da igualdade entre as
partes.

d) Princípio da Razoável Duração do Processo


Com a promulgação da Emenda Constitucional nº 45/2004, a celeridade e duração razoável
do processo passaram a ser direitos e garantias constitucionais expressas (art. 5º, inciso
LXXVIII), neste termos: “A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Inciso
acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004)”. Deduz-
se, contudo, que está razoabilidade, objetivamente não foi positivada. Esta omissão do
legislador acerca do que seria um lapso temporal razoável para manutenção de um processo,
permitiu ao aplicador do direito, a utilização de interpretação que unido ao bom senso,

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permite garantir tal princípio. Acerca dos corolários do princípio em referência, o mestre
Delmanto escreve: Insta ressaltar, que o princípio não trabalha com prazos fixados, mas sim
com proporcionalidade e sensatez.
Devemos ainda nos acatar, que o art. 37, § 6º da CF permite ainda, dando maior
impulsão ao referido princípio, que se o processo estiver encerrado, e houver um dano
decorrente da má administração da atividade jurisdicional, o Estado poderá ser demandado
através de ação indenizatória, em razão de sua responsabilidade objetiva e dever de ressarcir
qualquer dano causado por desídia dos seus agentes. Chega-se portanto à ilação, de que o
Princípio da Duração Razoável do Processo permite o alcance de duas vertentes judiciais,
uma que visa o restabelecimento do andamento normal do processo, e outra que permite a
indenização.

- Princípio da Intervenção Mínima


Essa garantia fundamental, trazida no caput do art. 5º da nossa Constituição Federal,
preconiza que a intervenção do Direito Penal, no âmbito jurídico da nossa sociedade, só se
mostra aplicável, como imperativo de necessidade, ou seja, quando a pena se apresentar como
o único e último recurso para a proteção do bem jurídico. Em suma, este princípio traz a
pretensão de que o Direito Penal deve ser encarado como ultima ratio. Pondera-se portanto,
que o Direito Penal somente deve ser aplicado, quando os outros meios de garantia de paz
social disponíveis, se mostrarem ineficazes ou insuficientes para alcançar a pretensão. Sobre o
tema, Luiz Luisi ensina: De tal observância, é que o princípio da intervenção mínima, é
conhecido também como ultima ratio, isto é, deve ser invocado somente quando os demais
ramos do Direito falharem ou forem insuficientes, como já abordado, chamado de caráter
subsidiário do direito penal. Em síntese, antes de se buscar o direito penal deve-se esgotar
todos os outros meios possíveis para alcançar a pretensão. Afirma-se então, que o princípio da
intervenção mínima, além do caráter subsidiário do Direito Penal, apresenta também seu
caráter fragmentário (discricionariedade quando de determinados bens sobre os quais o Estado
foca a tutela penal).

- Princípio da Humanidade
Exposto no art. 5º, incs. XLVII e XLIX da Constituição Federal, assegura o tratamento
humanitário ao apenado em todos seus efeitos. O Princípio da Humanidade, ecoa o Direito
Penal por um olhar essencialmente humano, buscando analisar e compreender que a pena

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possui função ressocializadora e não castigadora como visto por alguns. Neste olhar
humanitarista não se pode permitir que o Direito Penal assuma um caráter de carrasco em
relação ao apenado, pretende-se, em razão deste princípio, a aplicação de uma penalidade
justa e capaz de dar possibilitar ao apenado sua ressocialização. Segundo Luis Flávio Gomes:
Nesta senda, deflui-se do entendimento que o princípio acima abordado, o da intervenção
mínima, tem em sua substancialidade um caráter verdadeiramente humanitário. Em outras
linhas, este princípio subsidia a tese de que o poder punitivo estatal não pode apenar de forma
a ferir a dignidade da pessoa humana ou no intuito de lesionar a condição físico-psíquica dos
apenados.
Desta feita, ficou devidamente positivado em nossa Constituição Federal a
consagração do princípio da humanidade. Remete-se a ele no já dito inciso XLIX do art. 5º
que dispõe que é “assegurado aos presos o respeito, à integridade física e moral”; Acentua-se
ainda mais sua determinação no inciso XLVII do mesmo artigo 5º, onde se elenca a
impossibilidade de aplicação de penas: a) de morte salvo em caso de guerra declarada nos
termos do artigo 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e)
cruéis.

-Princípio da Pessoalidade e Individualização da Pena


Positivado na nossa Constituição Federal, no seu art. 5º, nos incisos XLV e XLVI, proíbe a
punição por fato alheio, uma vez que somente o próprio agente do ilícito penal é passível de
pena. Em qualquer circunstância que sobrevenha, não pode a pena ser estendida a nenhum
outro cidadão, seja por condição de parentesco ou afinidade, ou qualquer outra condição, a
pena é instituto personalíssimo do autor do fato. Em suma, nos dizeres da própria legislação
nenhuma pena passará da pessoa do condenado e que ninguém será responsabilizado
criminalmente por ato de outrem.

a) Subprincípio da Presunção da Inocência


O princípio da presunção de inocência, desdobramento do princípio da individualização da
pena, está previsto no art. 5º, inciso LVII, da Constituição Federal, que assim dispõe:
"ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória".
Consagrando-se como um dos princípios de maior importância dentro do Estado Democrático
de Direito, revelando-se como garantia processual penal, visando à tutela da liberdade
pessoal. Este principado constitucional é entendido conceituado por MIRABETE, segundo a

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concepção de que: Não se pode, contudo, confundir o incluso princípio, com o princípio do
"in dubio pro reo", uma vez que este parte da constatação de que, após o devido processo
legal, tendo a prova colhida durante a instrução criminal se apresentado insuficiente para
firmar a culpabilidade do acusado, deve este ser declarado inocente, por meio de sentença
absolutória, fixando-se a premissa do estado de inocência.
Desta feita, denota-se que essa presunção legal possui caráter absoluto, de forma que
somente ao Estado, por meio do devido processo legal, poderá desconstituí-lo, fazendo-o, por
meio do trânsito em julgado de sentença condenatória.

2. A LEI PENAL NO TEMPO.

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em
virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. Parágrafo único - A lei posterior, que
de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença
condenatória transitada em julgado.

Assim, temos que, em regra, a lei penal não pode retroagir (irretroatividade da lei
penal). Porém, há exceção: poderá retroagir quando trouxer algum benefício para o agente no
caso concreto. Vale lembrar que isto se restringe somente às normas penais.
A lei que revoga um tipo incriminador extingue o direito de punir (abolitio criminis).
A consequência do abolitio criminis é a extinção da punibilidade do agente. Por beneficiar o
agente, o abolitio criminis alcança fatos anteriores e será aplicado pelo Juiz do processo,
podendo ser aplicado antes do final do processo, levando ao afastamento de quaisquer efeitos
da sentença, ou após a condenação transitada em julgado. No caso de já existir condenação
transitada em julgado, o abolitio criminis causa os seguintes efeitos: a extinção imediata da
pena principal e de sua execução, a libertação imediata do condenado preso e extinção dos
efeitos penais da sentença condenatória (Exemplo: reincidência, inscrição no rol dos culpados,
pagamento das custas etc.).
Vale lembrar que os efeitos extrapenais, contudo, subsistem, como a perda de cargo
público, perda de pátrio poder, perda da habilitação, confisco dos instrumentos do crime etc.
A competência para a aplicação do abolitio criminis após o trânsito em julgado é do juízo da
execução:

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O parágrafo único do artigo 2º trata do fenômeno da extratividade da lei penal, ou seja; a lei
pode retroagir SOMENTE quando para beneficiar o agente.

- Extratividade: É o fenômeno pelo qual a lei produz efeitos fora de seu período de vigência.
Divide-se em duas modalidades: retroatividade e ultratividade. Na retroatividade, a lei
retroage aos fatos anteriores à sua entrada em vigor, se houver benefício para o agente;
enquanto na ultratividade, a lei produz efeitos mesmo após o término de sua vigência. Não há
que se falar em conflito de leis entre o artigo primeiro (legalidade) e o parágrafo único do
artigo 2º (extratividade).
Vejamos:
a) No artigo 1º, decretando a irretroatividade da lei, o Código Penal (CP) procurou
defender a dignidade humana e a estrutura democrática brasileiras, ambos fundamentos
cruciais à existência da nossa República federativa (Art. 1º, III e parágrafo único da CF/88),
porque trata-se de uma barreira à discricionariedade estatal no que se refere à punição. Ele
reflete o objetivo claro de controle dos bens jurídicos da sociedade. O que seria de uma nação
se qualquer pessoa com poder pudesse escolher as condutas que devem ser punidas e assim
fazê-lo do modo que lhe der mais satisfação?
b) O artigo 2º, por sua vez, em seu parágrafo único, faz exatamente o mesmo do artigo
1º. A retroatividade que valida é restringida aos efeitos benéficos do dispositivo penal em
questão, o que é relacionado com os objetivos da punição estatal e igualmente ao princípio da
dignidade humana, porque evitar que as mudanças sociais se estendam àqueles que, por
exemplo, têm o direito constitucional de ir e vir cerceado por uma conduta que não é mais
considerada lesiva, é negar a igualdade de tratamento do Estado a toda a sociedade, sobretudo
quanto à defesa da dignidade e quanto à justiça, ambos também explicitamente acobertas
constitucionalmente.

Neste contexto, a lei posterior continua a considerar o fato como criminoso, mas traz
alguma benesse ao acusado: pena menor, maior facilidade para obtenção de livramento
condicional etc. Desta forma, pela combinação dos arts. 1º e 2º do Código Penal, podemos
chegar a duas conclusões:
a) a norma penal, em regra, não pode atingir fatos passados. Não pode, portanto,
retroagir;
b) a norma penal mais benéfica, entretanto, retroage para atingir fatos pretéritos.

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- Hipóteses de lei posterior:


a) “Abolitio criminis”: lei posterior deixa de considerar um fato como criminoso. Trata-se
de lei posterior que revoga o tipo penal incriminador, passado o fato a ser considerado atípico.
Como o comportamento deixou de constituir infração penal, o Estado perde a pretensão de
impor ao agente qualquer pena, razão pela qual se opera a extinção da punibilidade, nos
termos do art. 107, III, do Código Penal.

b) “Novatio legis in mellius”: é a lei posterior que, de qualquer modo, traz um benefício
para o agente no caso concreto. A lex mitior (lei melhor) é a lei mais benéfica, seja anterior ou
posterior ao fato. A norma penal retroage e aplica-se imediatamente aos processos em
julgamento, aos crimes cuja perseguição ainda não se iniciou e, também, aos casos já
encerrados por decisão transitada em julgado.

c) “Novatio legis in pejus”: é a lei posterior que, de qualquer modo, venha a agravar a
situação do agente no caso concreto. Nesse caso a lex mitior é a lei anterior. A lei menos
benéfica, seja anterior, seja posterior, recebe o nome de lex gravior (lei mais grave).

d) “Novatio legis” incriminadora: é a lei posterior que cria um tipo incriminador, tornando
típica conduta considerada irrelevante penal pela lei anterior.

LEI EXCEPCIONAL OU TEMPORÁRIA


Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência. As leis acima citadas são autorrevogáveis, ou seja, são exceções à regra de que uma
lei se revoga por outra lei. Subdividem-se em duas espécies:
- leis temporárias: Aquelas que já trazem no seu próprio texto a data de cessação de sua
vigência, ou seja, a data do término de vigência já se encontra explícito no texto da lei.

- leis excepcionais: Aquelas feitas para um período excepcional de anormalidade. São leis
criadas para regular um período de instabilidade. Neste caso, a data do término de vigência
depende do término do fato para o qual ela foi elaborada. Estas duas espécies são ultrativas,
ainda que prejudiquem o agente (Exemplo: Num surto de febre amarela é criado um crime de

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omissão de notificação de febre amarela; caso alguém cometa o crime e logo em seguida o
surto seja controlado, cessando a vigência da lei, o agente responderá pelo crime). Se não
fosse assim, a lei perderia sua força coercitiva, visto que o agente, sabendo qual seria o
término da vigência da lei, poderia retardar o processo para que não fosse apenado pelo crime.

CONFLITO APARENTE DE NORMAS


Ocorre o conflito de leis penais quando um mesmo fato é aparentemente regulado por duas
ou mais normas penais, ambas instituídas por leis de mesma hierarquia e originárias da
mesma fonte de produção, além de ambas estarem em vigor ao tempo da prática da conduta.
Dessa forma, existe apenas um fato punível, mas com diversos tipos penais aparentemente
aplicáveis ao caso concreto. Contudo, é injusta a aplicação de mais de uma sanção penal, pela
prática de uma única conduta, motivo pelo qual é necessária a escolha de um único
dispositivo legal que tenha melhor adequação a conduta criminosa praticada.
Diz-se que o conflito é aparente, porque depois da interpretação da lei penal através de
princípios, aplica-se a norma pertinente e o conflito desaparece.
Os requisitos estão inseridos no próprio conceito de conflito aparente de normas, quais
sejam:
- unidade de fato;
- pluralidade de normas penais;
- vigência simultânea de todas as normas.
A finalidade da solução desse conflito é manter a coerência do ordenamento jurídico e
evitar o bis in idem. Princípios para solução do conflito aparente de leis penais:

TEMPO DO CRIME
Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento
do resultado.

Importante ainda a fixação do tempo em que o delito se considera praticado para


sabermos a lei que deve ser aplicada; para estabelecer a imputabilidade do sujeito ou mesmo
para fixar o marco prescricional. Trata-se da fixação do tempo em que crime reputa-se
praticado. Existem três teorias sobre o tempo do crime:
- Teoria da atividade: O tempo do crime é o tempo da prática da conduta, ou seja, é o
tempo que se realiza a ação ou a omissão que vai configurar o crime, ainda que outro seja o
momento do resultado;
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- Teoria do resultado: O tempo do crime é o tempo que se produz o resultado, sendo


irrelevante o tempo da ação;
- Teoria mista ou da ubiquidade: O tempo do crime será tanto o tempo da ação
quanto o tempo do resultado.
A teoria utilizada pelo Código Penal (CP) é a teoria da ATIVIDADE (art. 4º do
Código Penal). Na teoria da atividade o agente, em caso de lei nova, responderá sempre de
acordo com a última lei vigente, seja ela mais benéfica ou não. Por exemplo, suponha-se que a
pessoa com idade de 17 anos, 11 meses e 29 dias efetue disparo contra alguém, que morre
apenas uma semana depois. Ora, o homicídio só se consumou com a morte (quando o agente
já estava com 18 anos), mas o agente não poderá ser punido criminalmente, pois, nos termos
do art. 4º, considera-se praticado o delito no momento da ação (quando o agente ainda era
menor de idade). Assim, não se aplicará ao autor as normas do Código Penal, mas sim as
disposições do Estatuto da Criança e do adolescente, em face da sua inimputabilidade ao
tempo do crime.
A teoria da atividade apresenta as seguintes consequências:
- aplicação da lei em vigor ao tempo da conduta, exceto se ao tempo do resultado for
mais benéfica;
- a imputabilidade do agente é verificada ao tempo da conduta;
- no caso de crime permanente em que a conduta tenha se iniciado durante a vigência
de uma lei, e prossiga durante o império de outra, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa.
Fundamenta-se o raciocínio na reiteração de ofensa ao bem jurídico, já que a conduta
criminosa continua a ser praticada e pois da entrada em vigor da lei nova, mais gravosa.

Ex: Fulano sequestra Ciclano e pede resgate à família. A restrição da liberdade dura
três meses. Durante todo esse tempo, o crime surte efeito, portanto, trata-se de crime
permanente. Agora imagine que, Fulano, ao sequestrar Ciclano tinha 17 anos mas, ao longo
dos três meses completou 18 anos. Ele será responsabilizado criminalmente, posto que sua
conduta durou o mesmo tempo que o crime, ou seja, o mesmo tempo em que o crime surtiu
efeito (três meses).
O Código Penal entende que o sujeito teve vontade de continuar praticando o fato
delituoso durante todo esse tempo, logo, sua ação ou omissão também se prolongou no tempo.
- no crime continuado em que os fatos anteriores eram punidos por uma lei, operando-se o
aumento da pena por lei nova, aplica-se esta última a toda unidade delitiva, desde que sob a

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sua vigência continue a ser praticada. O crime continuado, em que pese ser constituído de
vários delitos parcelares, é considerado crime único para fins de aplicação da pena (teoria da
ficção jurídica).
Imagine que o agente tenha praticado vários crimes durante a vigência de duas leis,
sendo a posterior mais grave. Essa será aplicada, porquanto ele continuou a praticar o delito
mesmo ciente da maior punição.
Se a lei nova for novatio legis incriminadora, essa somente será aplicada aos fatos
cometidos após sua vigência. Caso ocorra a abolitio criminis haverá a retroatividade da
mesma, de forma a alcançar os atos praticados anteriormente a sua vigência.
A esse respeito importante a Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao
crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da
continuidade ou da permanência.
- no caso de crime habitual em que haja sucessão de leis, deve ser aplicada a nova,
ainda que mais severa, se o agente insistir em reiterar a conduta criminosa.

ATENÇÃO: O Código Penal adotou a teoria do


resultado em matéria de prescrição, tendo em vista
que a causa extintiva de punibilidade tem por
termo inicial a data da consumação da infração
penal.

2.1 A LEI PENAL NO ESPAÇO.


A importância da questão relativa à eficácia da lei penal no espaço reside na
necessidade de apresentar solução aos casos em que um crime viole interesses de dois ou mais
países, ou porque a conduta foi praticada no território nacional e o resultado ocorreu no
exterior, ou porque a conduta foi praticada no exterior e o resultado ocorreu no território
nacional.

TERRITORIALIDADE
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
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onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente
ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves
ou embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no
território nacional ou em voo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil.

A territorialidade é a regra, sendo a principal forma de delimitação do espaço


geopolítico de validade da lei penal entre Estados soberanos.
Território é o espaço em que o Estado exerce sua soberania. Existem várias teorias
para fixar o âmbito de aplicação da norma penal a fatos cometidos no Brasil:
a) Princípio da territorialidade: a lei penal só tem aplicação no território do Estado
que a editou, pouco importando a nacionalidade do sujeito ativo ou passivo.
b) Princípio da territorialidade absoluta: só a lei nacional é aplicável a fatos
cometidos em seu território.
c) Princípio da territorialidade temperada: a lei nacional se aplica aos fatos
praticados em seu território, mas, excepcionalmente, permite-se a aplicação da lei estrangeira,
quando assim estabelecer algum tratado ou convenção internacional. Foi este o princípio
adotado pelo art. 5º do Código Penal.
Abrange todo o espaço em que o Estado exerce sua soberania: solo, rios, lagos, mares
interiores, baías, faixa do mar exterior ao longo da costa (12 milhas) e espaço aéreo. Bem
como consideram-se extensão do território nacional as embarcações e aeronaves mencionadas
nos §§ 1º e 2º do art. 5º do Código Penal.
O alto-mar não está sujeito à soberania de qualquer Estado. Regem-se, porém, os
navios que lá navegam pelas leis nacionais do pavilhão que os cobre; no tocante aos atos civis
e criminais a bordo praticados. No tocante ao espaço aéreo, sobre a camada atmosférica da
imensidão do alto-mar e dos territórios terrestres não sujeitos a qualquer soberania, também
não existe o império da ordem jurídica de Estado algum, salvo a do pavilhão da aeronave,
para os atos nela verificados, quando cruzam esse espaço tão amplo. Assim, cometido um
crime a bordo de um navio pátrio em alto-mar, ou de uma aeronave brasileira no espaço livre,
vigoram as regras sobre a territorialidade: os delitos assim cometidos se consideram como
praticados em território nacional. Cabe ressaltar ainda o princípio da passagem inocente, onde

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se um fato cometido a bordo de navio ou avião estrangeiro de propriedade privada, que esteja
apenas de passagem pelo território brasileiro, não será aplicada a nossa lei, se o crime não
afetar em nada nossos interesses.

Portanto, a lei penal no espaço é regida pelos seguintes princípios:


a) Princípio da territorialidade: regra geral. Aplica-se a lei brasileira aos crimes
cometidos no território nacional. Contudo, o Código Penal adota a territorialidade temperada
ou mitigada quando brasileiro pratica crime no exterior ou estrangeiro comete crime no
Brasil.
b) princípio da nacionalidade ou da personalidade: autoriza a aplicação da lei
brasileira por crime praticado por brasileiro em território estrangeiro ou contra vítima
brasileira. O artigo 7º, inciso I, alínea “d” e inciso II, alínea “b”, prevê a aplicação da lei
brasileira independentemente da nacionalidade do sujeito passivo e do bem jurídico ofendido
(personalidade ativa). O artigo 7º, §3º do Código Penal, prevê que no caso de vítima brasileira
com autor que esteja em território nacional, aplica-se também a lei brasileira (personalidade
passiva).
c) princípio da defesa, real ou da proteção: Leva em conta a nacionalidade do bem
jurídico lesado pelo crime, independentemente do local de sua prática ou da nacionalidade do
sujeito ativo. Assim, por exemplo, seria de aplicar-se a lei brasileira a um fato criminoso
cometido no estrangeiro, lesivo ao interesse nacional, qualquer que fosse a nacionalidade de
seu autor13 (artigo 7º, inciso I, alíneas “a”, “b” e “c”).
d) princípio da justiça universal: adotado pelo artigo 7º, inciso II, alínea “a” do
Código Penal, preconiza o poder de cada Estado de punir qualquer crime, seja qual for a
nacionalidade do delinquente e da vítima, ou do local de sua prática. Para imposição da pena
basta encontrar-se o criminoso dentro do território de um país.14 Seu fundamento se encontra
no interesse de punir de todos os povos em relação a certos delitos, como, por exemplo, o
genocídio, o tráfico de drogas etc. Este princípio também é conhecido como princípio da
competência universal, justiça cosmopolita, jurisdição universal, jurisdição mundial,
repressão mundial ou da universalidade do direito de punir
e) princípio da representação: adotado pelo artigo 7º, inciso II, alínea “c”, do Código
Penal, deve ser aplicada a lei penal brasileira aos crimes cometidos em aeronaves ou
embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando estiverem em território
estrangeiro e aí não sejam julgadas.

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Este princípio também é conhecido como princípio da bandeira, do pavilhão,


subsidiário ou da substituição.
f) princípio do domicílio: Segundo Cleber Masson16, o autor do crime deve ser
julgado em consonância com a lei do país em que for domiciliado, pouco importando sua
nacionalidade. Previsto no artigo 7º, inciso I, alínea “d” (“domiciliado no Brasil”) do Código
Penal, no tocante ao crime de genocídio no qual o agente não é brasileiro, mas penas
domiciliado no Brasil.

LUGAR DO CRIME
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte,
bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Para aplicação do princípio da territorialidade da lei penal no espaço é necessário


identificar o lugar do crime.
O Código Penal adotou a teoria mista ou da ubiquidade (artigo 6º), considerando como
lugar do crime, tanto aquele em que foi praticada a conduta (ação ou omissão), quanto aquele
em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
Tal teria foi adotada para resolver os chamados crimes de espaço máximo ou a
distância (crimes executados em um país e consumados em outro). Assim, o julgamento do
fato será de competência de ambos os países.
Contudo, não se aplica a teoria da ubiquidade nos seguintes casos:
- Crimes conexos: são crimes relacionados entre si, mas cada um deles deve ser processado e
julgado no país em que foi cometido. - crimes plurilocais: são aqueles em que a conduta
ocorre em uma Comarca e o resultado em outra, mas dentro do mesmo país. Neste caso foi
adotada a teoria do resultado (art. 70 do Código de Processo Penal), ou seja, o foro
competente é o do local do resultado ou, no caso de crime tentado, o local em que foi
praticado o último ato de execução. Importante ressaltar, que no caso de crimes dolosos
contra a vida aplica-se a teoria da atividade (lugar do crime é aquele em que foi praticada a
ação ou omissão), em razão da conveniência da instrução criminal, para descoberta da
verdade real dos fatos.

- infrações penais de menor potencial ofensivo: Nas infrações de competência dos Juizados
Especiais Criminais, a Lei 9.099/95 (artigo 63) seguiu a teoria da atividade, ou seja, o foro
competente é o da ação.
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- crimes falimentares: artigo 183 da Lei 11.101/2005: “Compete ao juiz criminal da


jurisdição onde tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou
homologado o plano de recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes
previstos nesta Lei.”

- atos infracionais: artigo 147, §1º da Lei 8.069/90 – é competente a autoridade do lugar da
ação ou omissão para as infrações cometidas por crianças e adolescentes.

EXTRATERRITORIALIDADE
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:
I - os crimes:
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República;
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação instituída pelo Poder Público;
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço;
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

II - os crimes:
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir;
b) praticados por brasileiro;
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados.
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que
absolvido ou condenado no estrangeiro.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das
seguintes condições:
a) entrar o agente no território nacional;
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;

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e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta
a punibilidade, segundo a lei mais favorável.
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior:
a) não foi pedida ou foi negada a extradição;
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
A extraterritorialidade é a possibilidade de aplicação da lei penal brasileira a fatos
criminosos ocorridos no exterior.

Alguns princípios que devem ser observados para a aplicação da extraterritorialidade:


- Nacionalidade ou personalidade ativa: aplica-se a lei brasileira ao crime cometido
por brasileiro fora do Brasil. Neste caso o único critério observado é a nacionalidade do
sujeito ativo (art. 7º, II, b, do CP).
- Nacionalidade ou personalidade passiva: aplica-se a lei brasileira ao crime
cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. O que importa é a nacionalidade da
vítima, mesmo que o crime tenha sido praticado no exterior (art. 7º, §3º).
- Real, da defesa ou proteção: aplica-se a lei brasileira ao crime cometido fora do
Brasil, que afeta interesse nacional (art. 7º, I, a, b e c, do CP).
- Justiça Universal ou princípio da universalidade: todo Estado tem o direito de
punir qualquer crime, seja qual for a nacionalidade do delinquente e da vítima ou o local de
sua prática, desde que o criminoso esteja dentro de seu território. É como se o planeta se
constituísse em um só território para efeitos repressão criminal (art. 7, I, d e II, a, do CP).
- Princípio da representação: a lei penal brasileira também é aplicável aos delitos
cometidos em aeronaves e embarcações privadas quando realizados no estrangeiro e aí não
venham a ser julgados.
- Princípio da preferência da competência nacional: havendo conflito entre a
justiça brasileira e a estrangeira, prevalecerá a competência nacional.
- Princípio da limitação em razão da pena: não será concedida a extradição para
países onde a pena de morte e a prisão perpétua são previstas, a menos que deem garantias de
que não irão aplica- las.
- Jurisdição subsidiária: verifica-se a subsidiariedade da jurisdição nacional nas
hipóteses do inciso II e do § 3º do art. 7º do Código Penal. Se o autor de um crime praticado
no estrangeiro for processado perante esse juízo, sua sentença preponderará sobre a do juiz

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brasileiro. Caso o réu seja absolvido pelo juiz territorial, aplicar-se-á a regra do non bis in
idem (não permissão da dupla condenação pelo mesmo fato) para impedir o persecutio
criminis (art. 7º, § 2º, d, do CP). No entanto no caso de condenação, se o condenado se
subtrair à execução da pena, será julgado pelos órgãos judiciários nacionais e, se for o caso,
condenado de novo, solução, inclusive, consagrada no art. 7º, §2º, d e e, do Código Penal.

PENA CUMPRIDA NO ESTRANGEIRO


Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando
diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Considerando que, sendo possível a aplicação da lei brasileira a crimes cometidos em


território de outro país, ocorrerá também a incidência da lei estrangeira, dispõe o código como
se deve proceder para se evitar a dupla posição.
Cumprida a pena pelo sujeito ativo do crime no estrangeiro, será ela descontada na
execução pela lei brasileira, quando forem idênticas, respondendo efetivamente o sentenciado
pelo saldo a cumprir se a pena imposta no Brasil for mais severa. Se a pena cumprida no
estrangeiro for superior à imposta no país, é evidente que esta não será executada. No caso de
penas diversas, aquela cumprida no estrangeiro atenuará a aplicada no Brasil, de acordo com a
decisão do juiz no caso concreto, já que não há regras legais a respeito dos critérios de
atenuação que devem ser obedecidos.

3. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL.

A doutrina estuda a interpretação da lei penal sobre três enfoques: quanto ao sujeito,
quanto ao modo, quanto ao resultado.
Quanto ao sujeito (origem):
a) Autêntica (legislativa): a interpretação feita pela própria lei (ex: conceito de
funcionário público previsto no art. 327 do CP).
b) Doutrinária ou científica: é a interpretação feita pelos estudiosos do direito.
c) Jurisprudencial: é fruto das decisões reiteradas de nossos tribunais. Em regra, não
vincula, salvo as súmulas vinculantes.

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Quanto ao modo:
a) Gramatical: quando leva em conta o sentido literal das palavras.
b) Teleológica: indaga-se a vontade ou intenção objetivada na lei.
c) Histórica: indaga-se a origem da lei (analisam-se os fatos sociais, as discussões no
Congresso Nacional).
d) Sistemática: interpreta-se a lei considerando o sistema, ou seja, a lei é interpretada
com o conjunto da legislação ou dos princípios gerais de direito.
e) Progressiva: interpreta-se a lei de acordo com o progresso da ciência.
Observação: o uso de um modo de interpretação não obsta que outro seja usado
concomitantemente.

Quanto ao resultado:
a) Declarativa: a letra da lei corresponde exatamente àquilo que o legislador quis
dizer.
b) Extensiva: amplia-se o alcance da palavra do texto para se chegar até a vontade ou
intenção do texto.
c) Restritiva: restringe-se o alcance da palavra do texto para se chegar a vontade ou
intenção do texto.

ANALOGIA
Analogia não é fonte do Direito Penal, mas sim, uma forma de integração da lei, isto é,
havendo lacuna na lei, o juiz deverá valer-se deste instituto (ou também dos costumes e dos
princípios gerias do direito) para suprir a norma penal diante de um determinado caso
concreto. Segundo Damásio E. de Jesus, o recurso da analogia exige a concorrência dos
seguintes requisitos:
-Que o fato considerado não tenha sido regulado pelo legislador;
-Que tenha o legislador regulado situação que oferece relação de coincidência, de identidade
com o caso não regulado;
-Que o ponto comum entre as duas situações constitua o ponto determinante na implantação
do princípio referente à situação considerada pelo julgador.

No direito penal, a analogia também pode ser:


- in bonam partem: quando o sujeito é beneficiado pela sua aplicação.

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- in malam partem: quando o sujeito é prejudicado pela sua aplicação.


Entretanto, o direito penal brasileiro admite apenas a analogia in bonam partem, isto é,
a lacuna da lei penal poderá ser suprida somente quando for para beneficiar o réu; nunca para
prejudicá-lo.

IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL


De acordo com o disposto no artigo 2º do CP, “Ninguém pode ser punido por fato que
lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos
penais da sentença condenatória”. Sendo a exceção prevista em seu parágrafo único: “A lei
posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que
decididos por sentença condenatória transitada em julgado”. Desta forma, a lei penal só
retroagirá em benefício do réu.
Assim, temos que, em regra, a lei penal não pode retroagir (irretroatividade da lei
penal). Porém, há exceção: poderá retroagir quando trouxer algum benefício para o agente no
caso concreto. Vale lembrar que isto se restringe somente às normas penais.

3.1. INFRAÇÃO PENAL: ESPÉCIES.


Quando utilizamos a expressão infração penal esta engloba tanto o crime (ou delito),
como a contravenção penal. Assim, o crime e a contravenção penal são espécies do gênero
infração penal.
- Crime: em sentido amplo, é a ação ou omissão, imputável a pessoa, lesiva ou
perigosa a interesse penalmente protegido, constituída de determinados elementos e
eventualmente integrada por certas condições ou acompanhada de determinadas
circunstâncias previstas em lei. É a violação de um bem penalmente protegido.
Para que haja crime, é preciso uma conduta humana positiva ou negativa. Nem todo
comportamento do homem, porém, constitui delito, em face do princípio da reserva legal.
Logo, somente aqueles previstos na lei penal é que podem configurar o delito.

Critérios:
a) material ou substancial: sob esse aspecto, crime é a ação ou omissão humana que viola
bem jurídico tutelado pela lei penal;

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b) legal: sob esse aspecto, o conceito de crime é o fornecido pelo legislador;


c) critério analítico, formal ou dogmático: se sustenta nos elementos que compõem a
estrutura do crime, quais sejam: fato típico, ilícito e culpável (posição dominante).

A pena sempre de reclusão ou detenção, cumulada ou não com multa. Tem caráter repressivo,
situando o Direito somente após a ocorrência do dano a alguém. Ex.: alguém, conduzindo
imprudentemente um veículo, atropela outrem e lhe causa ferimentos.

- Contravenção (Lei nº 3.688/41): é uma infração de menor gravidade. Também fere o


ordenamento jurídico, logo, assim como os crimes são fatos típicos e antijurídicos, mas, como
a lesão é menor, o legislador optou por dar tratamento mais sutil àqueles que a cometem. É
punido com prisão simples e multa ou só multa. Possui caráter preventivo, visando a Lei das
Contravenções Penais coibir condutas conscientes que possam trazer prejuízo a alguém.
Exemplo: omissão de cautela na guarda ou condução de animais.

Eis as principais diferenças entre crime e contravenção:


CRIME CONTRAVENÇÃO
É punido com reclusão ou detenção É punida com prisão simples e multa
Pune-se a tentativa A tentativa não é punível
É determinado pelo Código Pena Rege-se pela Lei das Contravenções Penais
(Decreto-Lei nº 3.688/41)
As penas privativas de liberdade tem A pena de prisão não pode ser superior a
por limite o tempo de 30 anos. 05 anos

4. SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO DA INFRAÇÃO PENAL.

O sujeito ativo é a pessoa que realiza, ainda que indiretamente, o verbo do tipo, ou
seja, que pratica a ação criminosa. Pode fazê-lo sozinho ou em concurso com outras pessoas.
Denomina-se autor aquele que sozinho ou em coautoria realizam o verbo do tipo. O partícipe
é aquele que, embora não realize o verbo do tipo, contribui para sua realização.

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Há ainda o autor intelectual, que é aquele que, embora não execute a ação delituosa,
planeja ou dá ordem para que se realize. Ex: mandante de crime
Tem-se ainda o autor mediato que é aquele que usa de outra pessoa, sem
discernimento para a realização do crime. Ex: sujeito pede para uma criança de quatro anos
colocar veneno no copo de seu desafeto, dizendo à criança que se trata de açúcar.
O partícipe pode ser material, quando ajuda materialmente na realização do crime, ex:
empresta a arma. Pode ainda ser moral quando induz ou instiga a prática delituosa.
Para ser sujeito ativo, contudo, se faz necessário possuir capacidade penal, que é
capacidade para que o sujeito se torne sujeito de direitos e obrigações penais. Tal capacidade
precisa estar presente no momento da ação ou da omissão, ou seja, no momento da prática
delituosa.
Em regra, somente as pessoas naturais podem ser sujeitos ativos dos crimes, porém, há
casos em que a pessoa jurídica pode figurar nessa posição.
A Constituição Federal atribui à pessoa jurídica responsabilidade nos crimes contra a
ordem econômica e financeira, nos crimes contra a economia popular e nos crimes contra o
meio ambiente.
Por falta de regulamentação legal nos demais casos, o STF somente tem entendido
haver a responsabilidade da pessoa jurídica nos crimes ambientais, visto que a Lei n° 9.605/98
trouxe previsão legal a esse respeito, veja-se:
O sujeito passivo, como já dito anteriormente, é o titular do bem jurídico lesado. O
Estado sempre será sujeito passivo dos delitos, porquanto toda atividade criminosa o atinge
em maior ou menor grau, por isso diz-se que ele é sujeito passivo indireto, formal ou mediato.
Porém, há crimes em que ele figura como sujeito passivo direto, como nos crimes contra a
Administração Pública.
A pessoa jurídica também pode ser sujeito passivo de crimes mas, é preciso que haja
compatibilidade com a sua natureza. Assim, ela pode ser sujeito passivo do crime de
difamação mas, não pode ser do crime de homicídio.
Há os chamados crimes vagos, em que o sujeito passivo não possui personalidade
jurídica.

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5. TIPICIDADE, ILICITUDE, CULPABILIDADE, PUNIBILIDADE.

 TIPICIDADE
Para cuidarmos do fato típico, devemos voltar os olhos aos conceitos de tipo penal,
tipicidade, conduta, resultado e nexo causal, pois o fato típico é a síntese da conduta ligada ao
resultado pelo nexo causal, amoldando-se ao modelo legal incriminador. Em outras palavras,
quando ocorre uma ação ou omissão, torna-se viável a produção de resultado juridicamente
relevante; constatada a tipicidade (adequação do fato da vida real ao modelo descrito
abstratamente em lei), encontramos o primeiro elemento do crime.
Esquematicamente:
a) tipicidade = fato real perfeitamente adequado ao tipo;
b) fato típico = conduta + nexo causal + resultado, amoldados ao modelo legal.

Em suma: tipicidade é instrumento de adequação, enquanto o fato típico é a conclusão


desse processo.
Exemplificando: Tício elimina a vida de Caio, desferindo-lhe tiros de arma de fogo
(fato da vida real). Constata-se haver o modelo legal previsto no art. 121 do Código Penal
(“matar alguém”). Subsume-se o fato ao tipo e encontramos a tipicidade. Logicamente, para
que os fatos da vida real possam ser penalmente valorados, é indispensável que o trinômio
esteja presente (conduta + nexo + resultado). Conceituaremos tipo penal, fornecendo sua
classificação, conforme a conduta, o resultado e o nexo causal, formando então o capítulo
destinado à tipicidade e suas excludentes.

 ILICITUDE
ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE: É a contradição entre a conduta e o ordenamento
jurídico, consistindo na prática de uma ação ou omissão ilegal. Todo fato típico, em princípio,
também é ilícito. O fato típico cria uma presunção de ilicitude. É o caráter indiciário da
ilicitude. Se não estiver presente nenhuma causa de exclusão da antijuridicidade, o fato
também será ilícito, confirmando-se a presunção da ilicitude. A ilicitude pode ser:
Todo fato típico, em princípio, também é ilícito. O fato típico cria uma presunção de
ilicitude. É o caráter indiciário da ilicitude. Se não estiver presente nenhuma causa de

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exclusão da antijuridicidade, o fato também será ilícito, confirmando-se a presunção da


ilicitude. A ilicitude pode ser:
a) formal: contradição do fato com a norma de proibição (é o mesmo conceito de
antinormatividade). É o fato típico não acobertado pelas causas de exclusão da ilicitude;
b) material: a antijuridicidade ocorre quando o fato contraria a norma e causa uma lesão
ou um perigo concreto de lesão ao bem jurídico. A conduta não somente está contrária à lei,
mas também contraria o sentimento de justiça da sociedade (é injusta);
c) subjetiva: o fato só é ilícito se o agente tiver capacidade de avaliar seu caráter
criminoso (para essa teoria, inimputável não comete fato ilícito);
d) objetiva: independe da capacidade de avaliação do agente. Nosso sistema adota essa
teoria – porque o inimputável comete fato ilícito.
A antijuridicidade é sempre objetiva porque independe da culpabilidade do agente.
Exemplo: menor pode praticar fato antijurídico, contudo não responde porque não tem
culpabilidade. Crime, sob o aspecto analítico, é um fato típico e antijurídico. A
antijuridicidade é o segundo requisito do crime.

 CULPABILIDADE
Significa que ninguém será penalmente punido, se não houver agido com dolo ou
culpa, dando mostras de que a responsabilização não será objetiva, mas subjetiva.
Trata-se de conquista do direito penal moderno, voltado à ideia de que a liberdade é a
regra, sendo exceção a prisão ou a restrição de direitos. Além disso, o próprio Código Penal
estabelece que somente há crime quando estiver presente o dolo ou a culpa (art. 18). Note-se,
ainda, a redação do parágrafo único desse artigo: “Salvo os casos expressos em lei, ninguém
será punido por fato previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente”. Assim, a
regra adotada é buscar, para fundamentar e legitimar a punição, na esfera penal, o dolo do
agente. Não o encontrando, deve-se procurar a culpa, desde que expressamente prevista, como
alternativa, no tipo penal incriminador. Em hipóteses extremadas, devidamente previstas em
lei, pode-se adotar a responsabilidade penal objetiva, fundada em ato voluntário do agente,
mas sem que, no momento da prática da conduta criminosa, estejam presentes o dolo ou a
culpa, como ocorre com a embriaguez voluntária (art. 28, II, CP).
O princípio da culpabilidade encontra-se previsto de maneira implícita na
Constituição, justamente porque não se pode, num Estado Democrático de Direito,

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transformar a punição mais gravosa que o ordenamento pode impor (pena) em simples relação
de causalidade, sem que exista vontade ou previsibilidade do agente. Haveria flagrante
intervencionismo estatal na liberdade individual caso fosse possível padronizar esse
entendimento. Na ótica de Jescheck, o princípio da culpabilidade serve, de um lado, para
conferir a necessária proteção do indivíduo em face de eventual excesso repressivo do Estado,
fazendo com que a pena, por outro, circunscreva-se às condutas merecedoras de um juízo de
desvalor ético-social (Tratado de derecho penal – Parte general, p. 25-26).

 PUNIBILIDADE

5.1 EXCLUDENTES DE ILICITUDE E DE CULPABILIDADE.

- Excludentes de ilicitude
Em se manifestando uma excludente de ilicitude, não há crime em virtude da
taxatividade normativa. O rol previsto no art. 23 é taxativo.
Art. 23 Não há crime quando o agente pratica o fato
I. em estado de necessidade;
II. em legítima defesa;
III. em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

I. Estado de Necessidade (Art. 24 do CP)


Art 24 Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo
atual, que não provocou§ por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio
ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1° Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo.
§ 2° Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.

Características elementares para a configuração do estado de necessidade:

a) Perigo atual: é o perigo presente, concreto, perceptível sensorialmente, isto é, aquele


que está acontecendo, embora não precise ter atingindo o agente.

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b) Ameaça de direito próprio ou alheio: o termo direito, nesse caso, está aplicado em
sentido amplo, abrangendo qualquer bem jurídico, a vida, a liberdade, o patrimônio; a
intervenção necessária poderá ocorrer tanto para salvar o bem jurídico próprio quanto
de terceiro.

c) Situação não causada voluntariamente pelo sujeito: não existe estado de


necessidade se o sujeito procurar a situação de perigo; ao contrário, a situação de
perigo que se lhe apresenta deve ser inevitável.

d) Inexistência do dever legal de evitar ou enfrentar perigo: não existe, da mesma


forma, o estado de necessidade se o sujeito tem, por força de lei, o dever de enfrentar o
perigo (ex: não pode o capitão do navio salvar sua vida ás custas da vida de um
passageiro).

e) Inevitabilidade da conduta lesiva: diante da probabilidade de dano, o agente não tem


outro meio de evitar o perigo ao bem jurídico próprio ou de terceiro a não ser
praticando o fato necessário.

f) Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado: impõe a proporcionalidade


entre a gravidade do perigo e a gravidade da lesão causada.

g) Conhecimento da situação de fato justificante: o sujeito deve ter conhecimento de


que age para salvar interesse próprio ou de terceiro; ao contrario, o estado de
necessidade não se justifica.

II. Legitima Defesa (art. 25 do CP)


Art. 25 Entende-se legitima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessário,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.

Quem age em legitima defesa está repelindo agressão, atual ou iminente, a direito seu
ou de outrem. Aqui é indispensável utilizar moderadamente dos meios necessários. Quando
for possível, a legitima defesa deve ser procedida através da utilização do meio menos
ofensivo. Além disso, deve gozar de inevitabilidade, ou seja, tem que ser o ultimo recurso do
agente na busca da preservação do bem jurídico.
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III. Estrito Cumprimento do Dever Legal.


Não pratica crime quem faz exatamente o que a lei determina.

Exemplo: Policial que usa da força para prender indivíduo que tem mandado de prisão em
seu desfavor.

Exercício regular de Direito: A norma concede um direito a pessoa. Logo não há de se


responsabilizar alguém que pratico ação ou omissão amparada pela norma.

6. IMPUTABILIDADE PENAL.
Imputabilidade penal é o conjunto de condições pessoas que dão ao agente capacidade
para lhe ser juridicamente imputada a prática de um fato punível.
O conceito de sujeito imputável é encontrado no artigo 26, caput, do Código Penal,
que trata dos inimputáveis. Imputável é o sujeito mentalmente são e desenvolvido, capaz de
entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com esse entendimento. Em
princípio, todos são imputáveis, exceto aqueles abrangidos pelas hipóteses de
inimputabilidade enumeradas na lei, que são as seguintes:
a) doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado;
b) menoridade;
c) embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior;
d) dependência de substância entorpecente.

Pode ser a inimputabilidade absoluta ou relativa. Se for absoluta, isso significa que
não importam as circunstâncias, o indivíduo definido como "inimputável" não poderá ser
penalmente responsabilizado por seus atos.
Se a inimputabilidade for relativa, isso indica que o indivíduo pertencente a certas
categorias definidas em lei poderá ou não ser penalmente responsabilizado por seus atos,
dependendo da análise individual de cada caso na Justiça, segundo a avaliação da capacidade
do acusado, as circunstâncias atenuantes ou agravantes, as peculiaridades do caso e as provas
existentes.

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A imputabilidade possui dois elementos:


- intelectivo (capacidade de entender);
- volitivo (capacidade de querer).
Faltando um desses elementos, o agente não será imputável.

Critérios para a definição da inimputabilidade:


- Biológico: leva em conta apenas o desenvolvimento mental do acusado (quer em face de
problemas mentais ou da idade do agente).
- Psicológico: considera apenas se o agente, ao tempo da ação ou omissão, tinha a capacidade
de entendimento e autodeterminação. - Biopsicológico: considera inimputável aquele que, em
razão de sua condição mental (causa), era, ao tempo da ação ou omissão, totalmente incapaz
de entender o caráter ilícito do fato e de determinarse de acordo com tal entendimento
(consequência).

DISTÚRBIOS MENTAIS:
- Doença mental: É a perturbação mental de qualquer ordem (exemplos: psicose,
esquizofrenia, paranoia, epilepsia etc.). A dependência patológica de substância psicotrópica
configura doença mental.
- Desenvolvimento mental incompleto: É o desenvolvimento que ainda não se concluiu. É o
caso do menor de 18 anos e do silvícola inadaptado à sociedade.
- Desenvolvimento mental retardado: É o caso dos oligofrênicos, que se classificam em
débeis mentais, imbecis e idiotas, dotados de reduzidíssima capacidade mental, e dos surdos-
mudos que, em consequência da anomalia, não têm qualquer capacidade de entendimento e de
autodeterminação. Adotou-se, quanto aos doentes mentais, o critério biopsicológico.

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TÍTULO III DA IMPUTABILIDADE PENAL – CÓDIGO PENAL

Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente,
em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se
de acordo com esse entendimento.

Menores de dezoito anos


Art. 27 - Os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às
normas estabelecidas na legislação especial.

Emoção e paixão
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão;

Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito
ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o
caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente
de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

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7. CONCURSO DE PESSOAS.
Regras comuns às penas privativas de liberdade
Art. 29 do C.P - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida
de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena
será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.

Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Definição: É a consciente participação de duas ou mais pessoas em um mesmo crime.


Trata-se da cooperação desenvolvida por mais de uma pessoa para o cometimento de uma
infração penal. Chama-se, ainda, em sentido lato, coautoria, participação, concurso de
delinquentes, concurso de agentes, cumplicidade.

Formas de participação:
– Em todo o decorrer do iter criminis.
– Pode ser:
 Moral (instigação “convencimento” ou aconselhamento);
 Material (fornecimento de instrumentos, armas).
– Pode ainda ser:
 Ação com ação;
 Ação com omissão;
 Omissão com omissão.

Há, primordialmente, três teorias que cuidam do assunto:


a) teoria unitária (monista ou monística): havendo pluralidade de agentes, com diversidade
de condutas, mas provocando-se apenas um resultado, há somente um delito. Nesse caso,

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portanto, todos os que tomam parte na infração penal cometem idêntico crime. É a teoria
adotada, como regra, pelo Código Penal (Exposição de Motivos, item 25);

b) teoria pluralista (cumplicidade do delito distinto ou autonomia da cumplicidade):


havendo pluralidade de agentes, com diversidade de condutas, ainda que provocando somente
um resultado, cada agente responde por um delito. Trata-se do chamado “delito de concurso”
(vários delitos ligados por uma relação de causalidade). Como exceção, o Código Penal adota
essa teoria ao
disciplinar o aborto (art. 124 – “Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho
provoque” – e art. 126 – “Provocar aborto com o consentimento da gestante”), fazendo com
que a gestante que permita a prática do aborto em si mesma responda como incursa no art.
124 do Código Penal, enquanto o agente provocador do aborto, em lugar de ser coautor dessa
infração, responda como incurso no art. 126 do mesmo Código. O mesmo se aplica no
contexto da corrupção ativa e passiva (arts. 333 e 317, CP) e da bigamia (art. 235, caput e §
1.º, CP);

c) teoria dualista: havendo pluralidade de agentes, com diversidade de condutas, causando


um só resultado, devem-se separar os coautores, que praticam um delito, e os partícipes, que
cometem outro.

8. DAS PENAS.
Pena é a sanção imposta pelo Estado, através da ação penal, ao criminoso, cuja
finalidade é a retribuição ao delito perpetrado e a prevenção a novos crimes. O caráter
preventivo da pena desdobra-se em dois aspectos, geral e especial, que se subdividem em
outros dois. Temos quatro enfoques:

ESPÉCIES DE PENA
Art. 32 - As penas são:
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa

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I. DAS PENAS PRIVATIVAS DE LIBERDADE


O CP, com as Leis nº 7209/84 e 9714/98, seguindo uma política criminal liberal,
contempla a pena privativa de liberdade e também alternativas a ela, como as restritivas de
direito e a de multa, além do sursis – neste sentido, apenas quando não for possível a
aplicação dos demais institutos é que deverá prevalecer a prisão, como última resposta.
RECLUSÃO E DETENÇÃO: A Reforma Penal de 1984 manteve a distinção, cada
vez mais tênue, entre reclusão e detenção. No caso, as penas privativas de liberdade foram
tratadas como gênero, sendo espécies a reclusão e detenção como espécies. Apesar de ter
havido significativa redução de distinções formais entre pena de reclusão e detenção, a
doutrina aponta algumas diferenças entre elas:
- Regime inicial de cumprimento: Apenas os crimes punidos com reclusão (crimes
mais graves, em tese), poderão ter o início de cumprimento de pena em regime fechado, o que
não se dá com a detenção. No caso, o regime inicial de cumprimento, na reclusão, pode ser
fechado, semiaberto ou aberto. Na detenção, o regime inicial é o semiaberto ou o aberto. A
detenção só poderá ser cumprida em regime fechado se houver a regressão;
- Limitação na concessão de fiança: A autoridade policial poderá conceder fiança
apenas nas infrações punidas com detenção ou prisão simples (aquelas cuja pena privativa de
liberdade máxima não seja superior a 4 anos - art. 322, CPP), pois se punidas com reclusão,
ficará a cargo do juiz apenas;
- Espécies de medidas de segurança: Se o delito for apenado com reclusão, a
medida de segurança será a detentiva; se apenado com detenção, a medida poderá ser
convertida em tratamento ambulatorial (art. 97, CP); - Incapacidade para o exercício do pátrio
poder, tutela ou curatela: tratando-se de crime punido com reclusão, cometido por pai, tutor
ou curado contra os respectivos filhos, tutelados ou curatelados, haverá mencionada
incapacidade; tratando-se de crime apenado com detenção, não haverá tal consequência, o que
não impede de ser buscada em ação própria no juízo cível;
- Prioridade na ordem de execução: A pena de reclusão executa-se primeiro; depois,
a detenção ou prisão simples (arts. 69, caput, e 76, ambos do CP);
- Influência nos pressupostos da prisão preventiva (art. 313, I, CPP).

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PROGRESSÃO E REGRESSÃO:
Pelo sistema progressivo, permite-se ao condenado a conquista gradual da liberdade,
durante o cumprimento da pena, tendo em vista o seu comportamento, de forma que a pena
aplicada pelo juiz não será necessariamente executada em sua integralidade. Na progressão,
passa-se de um regime mais rigoroso para um menos rigoroso; na regressão, ocorre o inverso,
sendo que, neste caso, pode-se passar diretamente do regime aberto para o fechado, o que não
acontece com a progressão (do fechado tem que ir para o semiaberto, nunca diretamente para
o aberto).

DETRAÇÃO, TRABALHO PRISIONAL E REMIÇÃO:


Pela detração penal, desconta-se no tempo da pena ou medida de segurança aplicada o
período de prisão ou de internação cumprida antes da condenação. O art. 8º do CP preceitua
que a pena privativa de liberdade cumprida no estrangeiro é computada na pena privativa de
liberdade a ser cumprida no país. Dispõe o art. 42, CP, que pode ser computado o tempo da
prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro (prisão em flagrante, temporária, preventiva,
decorrente de pronúncia e de sentença condenatória recorrível).
A Lei 12.433/2011, que entrou em vigor no dia 29 de junho de 2011, alterou
sensivelmente o panorama da remição de penas no Brasil. Ao modificar a redação dos artigos
126, 127 e 128 da Lei de Execução Penal passou a permitir que, além do trabalho, o estudo
seja causa de diminuição de pena. Pelo trabalho ou pelo estudo, o sentenciado tem a
oportunidade de atenuar a quantidade de pena a ele imposta na sentença penal condenatória,
podendo cumpri-la mais rapidamente. Essa oportunidade de reduzir a pena, segundo a nova
lei, agora se estende também aos presos cautelares e aos libertos em regime aberto ou em
livramento condicional.
O trabalho do preso é um direito-dever que visa a diminuir os efeitos criminógenos da
prisão, com finalidade educativa e produtiva; a ele não se sujeita o preso provisório ou por
crime político, os quais, contudo, se quiserem trabalhar, terão os mesmos direitos dos demais.
A jornada diária não pode ser inferior a seis horas ou superior a oito, com folga aos domingos
e feriados; a remuneração deverá ser, no mínimo, de três quartos do salário mínimo,
assegurando-se todos os benefícios da Previdência Social (art. 39, CP), inclusive a
aposentadoria. De acordo com a LEP, a remuneração servirá para: indenização civil
determinada judicialmente; assistência à família; ressarcimento ao Estado pelas despesas com

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a manutenção do apenado, proporcionalmente; o saldo restante deverá ser depositado em


caderneta de poupança.
A remição permite o abatimento de parte da pena a ser cumprida pelo trabalho
realizado dentro da prisão. Ela ocorre na forma de três dias de trabalho por um dia de pena, e
é considerada tanto para fins de livramento condicional quanto para indulto; entretanto, se o
apenado for punido por falta grave, perderá o tempo remido.

Dispositivos do Código Penal acerca do tema:


Reclusão e detenção
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou
aberto. A de detenção, em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a
regime fechado.
§ 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento
similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento
adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva,
segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime
fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8
(oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com
observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de
regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à
devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.

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Regras do regime fechado


Art. 34 - O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a exame
criminológico de classificação para individualização da execução.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho no período diurno e a isolamento durante o
repouso noturno.
§ 2º - O trabalho será em comum dentro do estabelecimento, na conformidade das
aptidões ou ocupações anteriores do condenado, desde que compatíveis com a execução da
pena.
§ 3º - O trabalho externo é admissível, no regime fechado, em serviços ou obras
públicas.

Regras do regime semiaberto


Art. 35 - Aplica-se a norma do art. 34 deste Código, caput, ao condenado que inicie o
cumprimento da pena em regime semiaberto.
§ 1º - O condenado fica sujeito a trabalho em comum durante o período diurno, em
colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
§ 2º - O trabalho externo é admissível, bem como a frequência a cursos supletivos
profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.

Regras do regime aberto


Art. 36 - O regime aberto baseia-se na autodisciplina e senso de responsabilidade do
condenado.
§ 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar,
frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o
período noturno e nos dias de folga.
§ 2º - O condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como
crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa
cumulativamente aplicada.

Regime especial
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os
deveres e direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto
neste Capítulo.

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Direitos do preso
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não atingidos pela perda da liberdade,
impondo-se a todas as autoridades o respeito à sua integridade física e moral.

Trabalho do preso
Art. 39 - O trabalho do preso será sempre remunerado, sendo-lhe garantidos os
benefícios da Previdência Social.

Legislação especial
Art. 40 - A legislação especial regulará a matéria prevista nos arts. 38 e 39 deste
Código, bem como especificará os deveres e direitos do preso, os critérios para revogação e
transferência dos regimes e estabelecerá as infrações disciplinares e correspondentes
sanções.http://www.planalto.gov.br/ccivil/LEIS/1980-1988/L7209.htm - art40

Superveniência de doença mental


Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital
de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado.

Detração
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o
tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de
internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.

II. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS


´ São penas alternativas expressamente previstas em lei, tendo por fim evitar o
encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais consideradas mais
leves, promovendo-lhes a recuperação através de restrições a certos direitos.
Conceitualmente, as penas restritivas de direitos gozam de ampla aceitação doutrinária
e até jurisprudencial. Na prática, o que se vê é a literal pobreza de penas alternativas efetivas.
O Parlamento insiste em penas inexequíveis, pífias, antiproducentes, enfim, criou um quadro
nefasto de penas restritivas de direitos. É preciso reformar, com urgência, esse contexto

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normativo, pois a única pena alternativa com valor social é a prestação de serviços à
comunidade.

• Característica:
– Substituir a pena privativa de liberdade;
– Não estão previstas nas figuras típicas;
– Pena de um ano ou crime culposo (art. 44, I, do CP);
– Réu não reincidente (aquele que comete um crime e já é condenado por outro);
– Boa personalidade.

• Penas substitutivas:
– Prestação de serviços comunitários (art. 46 do CP);
– Interdição de direito (art. 56 do CP):
 Perda de cargo público ou função;
 Prescrição do exercício da atividade (“pena igual ou superior a um ano” ou “pena
igual ou superior a quatro anos”);
 Suspensão ou proibição de dirigir automotores (art. 57 do CP).
– Limitação de fins de semana (art. 48 do CP).

• Interdição Temporária de Direitos (art. 47)


A Lei no 12.550/2011 acrescentou o inciso V ao art. 47 do CP: “V – proibição de
inscrever‑se em concurso, avaliação ou exame públicos”.

ESPÉCIES:
1. Prestação pecuniária (art. 45, §1º): Tem caráter indenizatório, e consiste no pagamento de
dinheiro à vítima, seus dependentes ou entidade pública ou privada com destinação social (só
se não houver dano ou se não houver vítima imediata/parentes é que o pagamento irá para
entidade pública ou privada com destinação social).

2. Prestação de outra natureza – inominada (art. 45, §2º): O art. 45, § 2º preceitua que,
aceitando o beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza
(cestas básicas, medicamentos, etc.). Não pode ter natureza pecuniária (não pode ser multa,
perda de bens ou valores nem prestação pecuniária); acontece que pena inominada é igual a
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pena indeterminada, o que feriria o princípio da reserva legal. A substituição tem de ter
caráter consensual, pois precisa da concordância
prévia do beneficiário – se já estiver em grau recursal, o processo deve baixar para ser
examinado o cabimento e eventual oitiva do beneficiário (o Tribunal não pode aplicar essa
pena).

3. Perda de bens e valores (art. 45, §3º): A perda de bens e valores visa impedir que o Réu
obtenha qualquer benefício em razão da prática do crime. Deve-se distinguir o confisco-efeito
da condenação do confisco-pena: o primeiro se refere a instrumentos e produtos do crime (art.
91, II, a e b), enquanto o segundo relaciona-se com o patrimônio do condenado, indo para o
Fundo Penitenciário Nacional, motivo pelo que se questiona sua constitucionalidade. A perda
de bens incidirá sobre o maior dos valores: - o montante do prejuízo causado - provento
obtido pelo agente ou por terceiro pela prática do crime.

4. Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas (art. 46): A prestação de


serviços à comunidade consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado, de acordo
com as suas aptidões, que deverá ser cumprida em entidades assistenciais, hospitais, escolas,
orfanatos e outros estabelecimentos afins, em programas comunitários ou estatais. Pode ser
aplicada para as condenações superiores a 6 meses de privação de liberdade. Penas inferiores
a 6 meses estão sujeitas a outras penas alternativas, não de prestação de serviços à
comunidade. A prestação de serviços à comunidade deve ser cumprida à razão de 1 hora de
trabalho para cada dia da condenação. Em outras palavras, para cada hora de trabalho, o
condenado diminuirá um dia de condenação. Mas como a prestação de serviços deve, em
regra, ter a mesma duração (CP., art. 55) da pena privativa de liberdade cominada (ex: pena
de 9 meses de detenção = 9 meses de prestação de serviços à comunidade), a regra é que o
condenado trabalhe uma hora por dia. Contudo, se a pena substituída for superior a 1 ano,
poderá o condenado cumprir a pena de prestação em menos tempo, nunca inferior à metade da
pena privativa de liberdade fixada. Isto é, quando a pena substituída for superior a 1 ano, o
agente pode trabalhar mais de 1 hora por dia, para cumprir a pena em menos tempo, nunca
inferior à metade do tempo da pena fixada. (art. 46, § 4º)

5. Interdição temporária de direitos (art. 47): Consiste em: - Proibição do exercício de


cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo. A suspensão é temporária,

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não precisa ser crime contra a Administração Pública, basta ter havido violação dos deveres
inerentes ao cargo, função ou atividade. Não se confunde com a perda do cargo (efeito da
condenação, CP, art. 92, I). - Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; decorre do
crime cometido com prática de violação dos deveres de profissão, atividade ou ofício.
Abrange, por conseguinte, apenas a profissão em que ocorreu o abuso, não envolvendo outras
profissões que o agente possa exercer. - Suspensão de autorização ou de habilitação para
dirigir veículo; somente para crimes culposos de trânsito quando, à época do crime, o
condenado era habilitado ou autorizado a dirigir, não se aplicando à permissão para dirigir
veículos (art. 148, §2o, CTB) porque não prevista em lei; - Proibição de frequentar
determinados lugares; na verdade, é restritiva de liberdade, e não de direito; deve haver uma
relação criminógena entre o lugar em que o crime foi praticado e a personalidade (conduta do
apenado), não sendo para qualquer tipo de crime, lugar ou infrator.

6. Limitação de fim de semana (art. 48): Consiste na obrigação de permanecer, aos fins de
semana, por 05 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento
adequado, no qual serão ministrados cursos e tarefas educativas.

Dispositivos do Código Penal acerca do tema:


Penas restritivas de direitos
Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
I - prestação pecuniária;
II - perda de bens e valores;
III - (VETADO)
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V - interdição temporária de
direitos;
VI - limitação de fim de semana.

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido
com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for
culposo;

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II - o réu não for reincidente em crime doloso;


III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem
como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
§ 1o (VETADO)
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa
ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade
pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de
direitos.
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que,
em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não
se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
§ 4 o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de
liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado
o saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da
execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao
condenado cumprir a pena substitutiva anterior. Conversão das penas restritivas de direitos

Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste
e dos arts. 46, 47 e 48.
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada
pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta)
salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação
de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação
pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a
legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto - o
que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por
terceiro, em consequência da prática do crime.
§ 4o (VETADO) Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas

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Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às


condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na
atribuição de tarefas gratuitas ao condenado.
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais,
hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas
comunitários ou estatais.
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do
condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação,
fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a
pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de
liberdade fixada. Interdição temporária de direitos

Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:


I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato
eletivo;
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação
especial, de licença ou autorização do poder público;
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
IV - proibição de frequentar determinados lugares. Limitação de fim de semana

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e


domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento
adequado. Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado
cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.

III. DA PENA DE MULTA


A multa é uma das modalidades das penas adotadas pelo Código Penal e se revela no
pagamento pelo condenado ao fundo penitenciário, com o cálculo inovador do direito
brasileiro, aplicado em dias multa.

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A técnica utilizada pelo nosso Código Penal para cominação foi a utilização do termo
puro e simples de "e/ou multa". Assim, inseriu-se um capítulo específico e retirou a expressão
“multa de...". Em decorrência, os tipos penais não trazem mais, em seu bojo, os limites
mínimo e máximo da pena cominada, dentro dos quais o julgador deveria aplicar a sanção
necessária e suficiente à reprovação e prevenção do crime.
A referência atual é o artigo 44, §2º do Código Penal, onde reza ser a condenação
igual ou inferior a 1 (um) ano substituível por multa ou uma pena restritiva de direitos; se
superior a 1 (um) ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena
restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. A pena de multa poderá ser
aplicada isoladamente, sendo a pena única; cumulativamente com a pena privativa de
liberdade; alternativamente à pena privativa de liberdade; em substituição à pena privativa de
liberdade, mas cumulada com restritiva de direitos.
Também em substituição à reclusão e detenção, para ser aplicada como pena única, em
caso de condenação à pena privativa de liberdade não superior a um ano, desde que
igualmente presentes as condições de favorabilidade das circunstâncias judiciais do artigo 59
do CP, a teor dos artigos 44, §2º, e 46, todos combinados com o artigo 60, §2º, do CP, que,
em razão do advento da Lei 9.714/98, deve agora ser reinterpretado, visando à harmonia de
tais dispositivos legais.
O Código Penal previu duas hipóteses em que, preenchidos os demais requisitos, a
pena privativa de liberdade pode ser substituída pela multa quando a primeira não for superior
a seis meses, independentemente de tratar-se de crime doloso ou culposo; e nos crimes
culposos cuja pena seja igual ou superior a um ano de detenção, poderá ser substituída por
multa e uma pena restritiva de direitos.
Afirma ainda que embora a lei indicar a possibilidade, o juiz é obrigado a aplicá-la
quando o condenado preencher os requisitos. A pena de multa possui vantagens e
desvantagens. Primeiro, porque o condenado à pena pequena não é levado à prisão, não o
retirando do convívio com a família e do convício social. Ainda, o Estado não gasta com
encarceramento e aufere renda extra.
De outro lado, afeta mais duramente o pobre do que o rico, a maioria não tem como
pagar a multa e não intimida como a pena privativa de liberdade. A individualização da pena
pecuniária deve obedecer a um particular critério bifásico:
a) firma-se o número de dias-multa (mínimo de 10 e máximo de 360), valendo-se do
sistema trifásico previsto para as penas privativas de liberdade; b) estabelece-se o valor do

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dia-multa (piso de 1/30 do salário mínimo e teto de 5 vezes esse salário), conforme a situação
econômica do réu. Nesse diapasão, a jurisprudência se divide em duas correntes. A primeira
aplica a pena de multa considerando, apenas, a condição financeira do condenado, sem
considerar as circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal. A segunda corrente
afirma que a pena de multa há de ser aplicada considerando, além da situação econômica, as
circunstâncias judiciais, como se faz no sistema trifásico de aplicação da pena privativa de
liberdade. Muito importante lembrar que as decisões devem ser motivadas, respeitando o
artigo 93, IX, bem como individualizadas, artigo 5º, XLVI, ambos da Constituição Federal.
O pagamento da multa deve ser dentro de dez dias depois de transitada em julgado a
sentença. A requerimento do condenado, e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir
que o pagamento se realize em parcelas mensais – artigo 50 do Código Penal. Previu ainda o
supracitado artigo, em seu parágrafo primeiro, que a cobrança da multa pode efetuarse
mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando:
1) aplicada isoladamente;
2) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos e
3) concedida a suspensão condicional da pena.
O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do
condenado e de sua família - §2º, artigo 50 do CP. Já o artigo 168 da Lei de Execução Penal,
impõe o limite de descontos: máximo – quarta parte da remuneração; mínimo: um décimo da
remuneração.

Dispositivos do Código Penal pertinentes ao tema:


Multa
Art. 49 - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia
fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no máximo, de
360 (trezentos e sessenta) dias-multa.
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um
trigésimo do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 (cinco)
vezes esse salário.
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção
monetária. Pagamento da multa

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Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em
julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode
permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou
salário do condenado quando:
a) aplicada isoladamente;
b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; c) concedida a suspensão
condicional da pena.
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do
condenado e de sua família. Conversão da Multa e revogação Modo de conversão
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada
dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda
Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
Suspensão da execução da multa
Art. 52 - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença
mental.

9. CRIMES CONTRA A PESSOA.


Só existem quatro crimes contra a vida, são eles: Homicídio, induzimento, Instigação
ou auxilio ao suicídio, Infanticídio e aborto nas duas modalidades. Nem todo crime onde a
vitima morre pode ser entendido como crime contra a vida. Existem diversos crimes com
resultado de morte que não se configuram nesse titulo, como lesão corporal seguida de morte,
latrocínio, etc.

I. Homicídio (Art. 121 do CP)


Art. 121. Matar alguém:
Pena – Reclusão, de seis a vinte anos.

É ceifar ou tentar matar uma pessoa natural. A definição legal é matar alguém,
independente da sua modalidade.
O momento consumativo do crime de homicídio dar-se-á com a morte encefálico da
vitima, nos moldes da Lei 9.434 de 4/02/1997 (Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecido e
partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento)
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Modalidade de Homicídio – Simples, Privilegiado, Qualificado, Culposo e de


Trânsito.

- Homicídio Privilegiado (Artigo 121, parágrafo 1° do CP)


§ 1° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou
sob o domínio de violenta emoção em seguida a injusta provocação da vitima, o juiz ode
reduzir a pena de um sexto a um terço.

 Relevante valor social: circunstância que ofende ao individuo quanto membro de


uma coletividade, atingindo sua honra social. Exemplo: o cidadão que mata um agente
criminoso que acabou de executar uma criança, a sangue frio, em via pública;

 Relevante valor moral: circunstância que ofende ao individuo no que tange a sua
honra pessoal e subjetiva. Exemplo: o pai que mata o estuprador da própria filha.

 Violenta emoção, logo em seguida á injusta provocação da vitima: circunstância


em que a provocação realizada pela vitima de homicídio desestabilizou o agressor,
provocando-lhe uma reação de fúria ou um destemperamento. Exemplo: individuo
que mata pessoa que lhe proferiu uma série de impropérios verbais.

 Homicídio qualificado (Artigo 121, parágrafo 2° do CP)


§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo fútil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou
torne impossível a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

 Homicídio Privilegiado – Qualificado


É perfeitamente possível que um crime de homicídio seja ao mesmo tempo
privilegiado e qualificado, desde que os critérios de qualificação sejam em decorrência da
forma de execução do delito. Nem todos os critérios de qualificação do homicídio são
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compatíveis com o privilegiamento do crime. Na realidade se o crime for qualificado quanto a


sua motivação, o privilegio está excluído. Em outras palavras, o crime de homicídio pode ser
privilegiado em decorrência dos fatores motivacionais e qualificado em decorrência dos meios
utilizados para que o crime venha a efetivamente ocorrer.

Exemplo: o Pai que mata o estuprador da própria filha mediante asfixia.

A jurisprudência já se firmou no sentido de que o homicídio privilegiado – qualificado não


será considerado como crime hediondo, por isso não se aplica norma que estabelece o regime
fechado para o integral cumprimento da pena privativa de liberdade (Lei 8.072/90, artigos 1° e 2°,
parágrafo 1°).

 Homicídio Culposo (Artigo 121 §3° do CP)


§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.

O Agente gera a morte da vitima por negligência, imprudência ou imperícia. O


homicídio culposo é de competência do juízo singular.
Para esse tipo de Homicídio, é possível o perdão judicial. O juiz pode, ao analisar o
feito, entender que as consequências do delito já atingiram sujeito ativo de forma tão gravosa
que não seria mais necessário aplicar a pena. Esse perdão judicial tem por natureza ser causa
extinta de punibilidade, nos termos do artigo 107, IX do CP.

Dicas:
1. Homicídio culposo agravado ou com aumento de pena (§ 4° - 1ª parte) – no homicídio
culposo, a pena é aumentada de 1/3, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou oficio, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro á vitima, não
procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.

2. Homicídio doloso agravado ou com aumento de pena (§ 4° - 2ª parte) – sendo doloso o


homicídio, a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
ou maior de 60 anos.

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II . Induzimento, Instigação ou Auxilio ao Suicídio (Artigo 122 do CP)


Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos,
se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.

É válido destacar que suicídio não é crime, tão pouco a sua tentativa. O crime é
praticado por um terceiro que induz, instiga ou auxilia a vítima ao cometimento do suicídio.
Esses termos não são sinônimos. Induzir é fazer alguém pensar pela primeira vez sobre
alguma coisa. É fazer surgir a reflexão, o querer, a vontade por parte da vitima. Instigar é
reforçar uma ideia previamente existente. Auxiliar é criar as condições materiais, concreta
para que o suicídio possa ser praticado.
Todavia, o simples fato de induzir, instigar ou auxiliar não é suficiente para
caracterização do delito tipificado no artigo 122 do CP. Deve existir como resulta por parte da
vitima e desta ter-se o resultado de lesão corporal grave ou morte.
Caso não manifeste-se um dos resultados supra indicados não haverá crime de
induzimento, instigação ou auxilio ao suicídio, é delito unissubsistente. Se o agente tentar se
suicidar e resultar em lesão corporal leve, também não há crime por parte de terceiro que
induz, instiga ou auxilia.

Já existe entendimento consolidado que o agente que induz, instiga ou auxilia o incapaz a qualquer
título ao suicídio responderá nos termos do artigo 121 por crime de homicídio tentado ou consumado.

III. Infanticídio (Artigo 123 do CP)


Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.

O estado puerperal é o estado de transformação hormonal que a mulher é submetida


em decorrência de dar a luz, podendo manifestar-se tanto em parto normal quanto cesariano.
Existe uma referência em medicina legal que o estado puerperal duraria até 08
semanas, mas isso varia de mulher para mulher.

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Cuidado: Estado de puerperal é diferente de depressão pós parto. O primeiro é um estado de


alteração bioquímica decorrente do parto demonstrada através da prova pericial. A segunda não é atestada
pela prova pericial, mas a mulher tem um transtorno, sendo uma patologia de fundamento psiquiátrico ou
psicológico que se manifesta após o parto.

IV. Aborto (Artigos 124 a 126 do CP)

Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento


Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior
de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência

Embora muito se discuta em termos doutrinários e jurisprudenciais o momento inicial


da vida, para fins de aborto deve-se entender que o momento inicial da gestação será o da
nidação, ou seja, o momento em que o ovulo fecundado se prende ao endométrio, membrana
que envolve o útero. Esse processo ocorre em média 14 dias depois de realizada a fecundação
do óvulo pelo espermatozoide.
Em decorrência deste entendimento, a ingestão da pílula do dia seguinte não pode ser
considerada como conduta abortiva, pois esta vai atuar sobre o endométrio, tentando evitar
que a nidação ocorra. Como não existiu nidação ainda, não se pode falar em aborto.
Inicialmente, a possibilidade de interrupção legitima da gestação, em casos que a vida
do meio intrauterino seja inviável, não encontra previsão expressa em lei, que só tutelou a
possibilidade de interrupção lícita da gravidez nos casos em que esta gestação coloca em risco
a vida da gestante ou nos casos em que seja decorrência de um ato de violência sexual como o
estupro.

 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento


O Aborto represume como elemento subjetivo o dolo porque não existe aborto
culposo, independente da sua modalidade.
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Se a gestante for menor de 14 anos, alienada ou débil mental equipara-se sempre ao


aborto sem consentimento da gestante, pouco importa se esse consentimento de fato existiu
nos termos do §4° do artigo 126 do CP. Nas mesma penas também incorrem quem pratica o
aborto em virtude de violência ou grave ameaça ou ainda se o consentimento do aborto foi
mediante fraude.

 Forma Qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se,
em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão
corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a
morte.

Essa forma qualificada se aplica somente aos casos previsto nos artigos 125 e 126 do
CP, em se tratando de aborto com o consentimento da gestante e sem o consentimento desta,
não se aplicando ao auto aborto. Se do procedimento abortivo, resultado em lesão corporal
grave,a pena é aumentada em 1/3, caso haja morte, as penas serão duplicadas.

 Abordo Necessário
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;

O aborto praticado para salvar a vida da gestante, enquadra-se nos termos do art. 23, I
em combinação com o art. 24, ambos do CP, ou seja, estado de necessidade, uma vez que o
agente praticou o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem
podia de outra maneira evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias,
não era razoável exigir-se, excluindo-se, nesse caso, a ilicitude do fato. Essa redação prevista
no art. 128 do CP é desnecessária.
Se a mulher em uma circunstância de risco real, qualquer pessoa, mesmo que não seja
médico pode fazer o aborto e não haverá crime, por exclusão da ilicitude, nos termos do art.
23, I do CP. A referência constante no art. 128 é quando o médico vai fazer aborto mediante
procedimento eletivo, ou seja, a situação não é emergencial, mas a gestante precisa tirar a
criança.

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 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro


Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou,
quando incapaz, de seu representante legal.

9.1 DAS LESÕES CORPORAIS


Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.

Para se diferenciar as modalidades da lesão corporal, não se tem a ver com a


intensidade da agressão e sim nas consequências que essa agressão acarretará na vitima.

- Lesão corporal de natureza grave


§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
§ 2° Se resulta:
I - Incapacidade permanente para o trabalho;
II - enfermidade incurável;
III perda ou inutilizarão do membro, sentido ou função;
IV - deformidade permanente;
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Exemplos:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
Ex: Essa ocupação habitual podem ser quaisquer coisas que o agente faça durante o dia que reste prejudicada em
decorrência da lesão corporal por mais de 30 dias, correr, dirigir, trabalhar, jogar e etc.

II - Perigo de vida;
Ex: Em virtude da lesão, o agente teve uma parada cardiorrespiratória, mas foi socorrido e não teve nenhuma
sequela.

III - Debilidade permanente de membro, sentido ou função;


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Ex: O agente lesiona a vítima ficando esta por sua vez, cega de um dos olhos. A vitima continua tendo o sentido
da visão, mas teve uma diminuição na capacidade visual.

IV - Aceleração de parto:
Ex: Se nasceu antes do tempo com vida, mas depois veio a falecer, continua caracterizado com lesão corporal
grave. Caso nasça morta caracterizado com aborto.
Ao caracterizar o crime, mais importante do que saber o que o agente fez, é saber o que o agente queria
fazer.

V - Incapacidade permanente para o trabalho;

VI - Enfermidade incurável;
Ex: Em virtude da lesão, a vitima passa a ter uma arritmia cardíaca.

VII Perda ou inutilizarão do membro, sentido ou função;


Ex: Em virtude da lesão, perde a visão por completo.

VIII - Deformidade permanente;

IX - Aborto:
Ex: Se dão lesão corporal existir a interrupção da gestação, esta será tido como gravíssima caso a intenção do
agente seja lesionar a gestante. Para isso, a criança precisa falecer ainda em vida intrauterina.

 Lesão corporal seguida de morte


§ 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem
assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.

Para que este crime esteja caracterizado é indispensável que, no caso concreto, o
agente delituoso não tenha, em nenhum momento, desejado o resultado de morte ou assumido
o risco desse resultado vir a se manifestar.
Exemplo: A intenção do agente é lesionar, ele pega e bate na vitima, ela se desequilibra, cai
na calçada, bate a cabeça e morre.

Obs.: Se o animus do agente o agente é bater, mas não se importa caso haja morte, caracteriza-se como
homicídio na modalidade dolo eventual.
Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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 Lesão corporal privilegiada


§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.

O que motiva o agente a praticar o crime é o relevante valor moral, social ou domínio
de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vitima. Em termos de redação
normativa, o privilegiamento é o mesmo do crime de homicídio.

- Relevante valor moral: é tudo aquilo que mexe com os valores escolhidos intimamente para
nortear a vida intima.

- Relevante valor social: se manifesta em todas as circunstâncias em que o agente se sente


ofendido não nos seus valores íntimos e pessoais, mas sim nos valores que ele escolheu no seu
convívio em sociedade.

Domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação da vitima: não basta só
que, no caso concreto, se tenha o domínio da violenta emoção. É necessário que seja logo em
seguida a uma descabida provocação da vitima.

 Lesão corporal culposa


§ 6° Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.

O agente dá causa por meio de negligência, imprudência ou imperícia. Nessa lesão


também existe o instituto do perdão judicial, excluindo-se a punibilidade quando verificada,
nos termos no art. 107, IX do CP.

 Lesão corporal baseada em violência doméstica


§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,
ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

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A definição da lesão corporal por meio da violência doméstica foi dada pela lei
11.343/2006, conhecida como Lei Maria da Penha. A L.M.P foi criada para instituir medidas
protetivas em favor das mulheres. A lesão corporal baseada em violência domestica pode ter
como sujeito passivo homens e mulheres.
Exemplo: A mulher que bate no marido. Isso é lesão corporal baseada em violência
domestica.

9.2 DOS CRIMES CONTRA A HONRA

- Calunia: artigo 138 do C.P - que pode ser definida como a imputação a outra pessoa, de fato
definido como crime, sendo sua pena de detenção de 6 meses a dois anos, além da aplicação
cumulativa da multa.
Tem por objetivo jurídico proteger a incolumidade moral do ser humano, em especial, a
honra objetiva. Pode ser sujeito ativo do crime de calúnia, qualquer pessoa, inclusive se
praticado pela imprensa, onde é desnecessário a qualidade de jornalista.
Sujeito passivo é somente o homem, pois, somente ele pode praticar crimes, fato que impede
o reconhecimento da pessoa jurídica como sujeito passivo, pois, por ser ficção jurídica, não
pode praticar crime, sendo impossível, pois, atribuir-lhe a prática de fato típico.
Em relação aos menores de idade e aos doente mentais, existe divergência na
possibilidade de figurarem no polo passivo do crime de calúnia, por que estas pessoas não
cometem crime, pois, inimputáveis, posição que deve ser afastado, face a possibilidade da
prática de crimes por estas pessoas, que, somente terão excluída a culpabilidade.
A calúnia pode refletir em terceira pessoa (reflexa) quando se imputa um crime
indicando a participação de outra pessoa. A subjetividade, caracteriza pelo dolo, ou seja, a
vontade de imputar o fato definido como crime falsamente (dolo genérico), não havendo a
necessidade que a ofensa ocorra, embora existam autores que exigem o resultado.
Assim, o sarro, o conselho, o relato (sem intenção de ofender), os depoimentos de
testemunhas, não podem ser considerados como crime de calúnia, da mesma forma que a
apresentação de determinada pessoa como suspeita pela prática do crime.
A consumação do crime de calúnia ocorre quando a imputação chega ao conhecimento
de terceira pessoa, que não a vítima, salvo se utilizado telegrama, onde a consumação ocorre

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no momento de sua expedição. A tentativa pode ficar caracterizada na forma escrita, como um
bilhete, interceptado antes que chegasse a conhecimento de terceiro.
O § 1º do artigo 138, prevê mais duas formas da prática da calúnia, dizendo que nas
mesmas penas incorre aquele que, sabendo falsa a imputação a propala ou divulga. Propalar
nada ais é que propagar, espalhar, enquanto divulgar representa levar a notícia a
conhecimento público, assim, serão punidos não só o responsável pela falsa imputação, mas
também as pessoas que divulgaram e espalharam, é necessário, fundamentalmente o
conhecimento que se propaga uma imputação falsa da prática de crime.

- Difamação: artigo 139 do C.P. - como conceito diz que a difamação é a imputação de fato
ofensivo à reputação da vítima, mesmo que verdadeiro o fato.
A pena é de detenção de três meses a um ano e multa. A finalidade do legislador, mais uma
vez é a proteção da honra objetiva, a incolumidade moral da vítima, em relação ao contexto
social. Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo do crime de difamação.
Em relação à pessoa natural, não existe dúvida de funcionarem como sujeito passivo do
crime, existindo discussão em relação à pessoa jurídica.
Existem julgados que admitem a difamação contra a pessoa jurídica, pois, goza de
determinada reputação, entretanto, atualmente a doutrina se pende no sentido de que falta à
pessoa jurídicas características fundamentais para seu enquadramento no polo passivo, pois,
realmente, não pode ser dotada de honra, mas, tão somente de reputação e a definição exige a
honra, além da reputação, assim, o entendimento predominante é de que a pessoa jurídica não
possa figurar no polo passivo dos crimes contra a honra, pois, o legislador é claro ao indicar
"alguém".
A consumação do delito ocorre quando o fato imputado se torna conhecido por
terceiro, não havendo necessidade de ser um grupo. Da mesma forma que na calúnia, a
tentativa é possível na forma escrita, desde que seja interceptado pela vítima, entes que
chegue ao conhecimento de terceiros.
A difamação deve ser distinguida da injúria, pois nesta, não há necessidade de
imputação de fato determinado. Pode haver concurso entre o crime de calúnia e difamação

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- Injúria: artigo 140 do C.P. - injuriar é ofender a dignidade ou o decoro de outrem, uma
manifestação de desrespeito ou desprezo em relação ao ser humano e a pena é de detenção,
variando de um a seis meses, ou multa.
Visa o dispositivo proteger a integridade moral do homem, em especial, sua honra
subjetiva, podendo haver, concomitantemente a ofensa à honra objetiva. Qualquer pessoa
pode ser sujeito ativo do crime de injúria, não sendo punida a auto-injúria, salvo no caso de
atingir a terceira pessoa.
Qualquer pessoa pode ser sujeito passivo do crime de injúria, salvo aqueles que já não
têm mais honra subjetiva, ou por faltar dignidade ou decoro, como no caso dos doentes
mentais, havendo entendimento em contrário. A pessoa jurídica não pode ser sujeito passive,
e não é punida a injúria contra os mortos.
A descrição objetiva indica a ação de ofender a honra subjetiva da vítima (dignidade
ou decoro), tais como a indicação de vícios ou defeitos da vítima, dizer que é ladrão ou
ignorante, não havendo fato determinado e específico.
A injúria pode ser praticada por diversos meios, fala, escrito, gestos, ou atitudes
outras, como atirar lixo contra a vítima, ou mesmo bebida contra seu rosto, havendo
possibilidade de sua prática por omissão, como aquele que não aperta a mão da pessoa que lhe
estendeu. Entretanto, não protege o legislador a honra exagerada, como o daquele que se julga
extremamente honrado e que, qualquer gesto o ofenda.
A injúria pode ser imediata ou direta, quando praticada pelo próprio sujeito ativo, ou
mediata ou indireta, quando este utiliza outra pessoa ou meio, pode ser, anda, oblíqua quando
se ofende uma pessoa querida reflexa, quando atinge terceiros e até implícita, como o caso da
pessoa que pendura um par de chifre na porta da casa de um casal, não havendo necessidade
que ela seja praticada na presença do ofendido, desde que chegue ao seu conhecimento, não
sendo possível, em nenhuma hipótese a exceção de verdade. A subjetividade exige o dolo, ou
seja, a intenção do agente em ofender a vítima..
A consumação se dá no momento em que o ofendido toma conhecimento da ofensa,
não havendo necessidade que se sinta ofendido, por se tratar de crime formal, que não exige a
ocorrência de resultado naturalístico.
A tentativa é possível na forma escrita. Se a injúria é cometida contra funcionário
público, no exercício de suas funções, temos o crime de desacato, se foi através da imprensa,
aplica-se a Lei de Imprensa.

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O § 1º do artigo 140 prevê causa específica de perdão judicial, que pode ser aplicado
no caso de provocação, por parte da vítima, ou quando há a retorsão imediata à ofensa, que
não pode ser confundida com a reciprocidade de crimes, casa não esteja presente a
imediatidade.
O § 2º do artigo 140 prevê a injúria real, onde a injúria consiste em violência ou vias
de fato que podem ser considerados como aviltantes.

9.3 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

 Constrangimento ilegal (art. 146 do CP)


Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei
permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Aumento de pena
§ 1º - As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do
crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 2º - Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II - a coação exercida para impedir suicídio.

 Ameaça (art. 147 do CP)


Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico,
de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.

É Possível á pratica do crime de ameaça de forma escrita, verbal, gestual. O mal


imputado a vitima tem que ser injusto, grave e crível, razoável, pois o agente afirma que irá
fazer manifestar uma circunstância que a lei permite.
Esse delito tem que suscitar á vitima um mal injusto, descabido, grave no sentido
relevante e que tenha a capacidade efetivamente de, a luz do homem médio, abalar a
tranquilidade da mesma.
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O crime de ameaça admite perfeitamente que a conduta seja direta ou indireta, ou seja,
ameaça a própria vitima ou a terceiros.

Exemplo: o agente diz que vai matar o individuo. Isso é ameaça na modalidade direta. Se ele
disser que vai matar o filho dele, isso é modalidade indireta.

Esse crime ainda pode ter uma conduta explicita ou implícita. A primeira ocorre
quando o agente diz exatamente aquilo que vai fazer com a vítima. Já a segunda é decorrente
de gestos ou outros meios, onde o agente tem pluralidade de ações que podem ser feitas, todas
estas de natureza intimidatoria.
Por fim, o crime ainda pode ocorrer na modalidade incondicional ou condicional. A
primeira acontece quando não há condições imposta ao agente para o cometimento do delito.
Já a segunda precisa de uma condição dada pelo agente á vitima.

 Sequestro e Cárcere Privado (art. 148 do CP)


Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos.
§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60
(sessenta) anos;
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.
IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos;
V – se o crime é praticado com fins libidinosos.
§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da detenção, grave
sofrimento físico ou moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Busca proteger o direito de livre locomoção do individuo. Quem pratica esse crime
está abstraindo da vitima o direito constitucional de ir, vir ou permanecer.
Na pratica, a diferença entre sequestro e cárcere privado está no local onde a vitima
esta ‘’ enclausurada’’. Se o local for pequeno, trata-se de cárcere privado. Porem, se o local
for mais amplo, onde a vitima tiver um pouco mais de espaço, pode s locomover nesse lugar,
mas não pode ausentar-se dos limites da propriedade, configura-se como sequestro.
Exemplo: marido que temendo ser traído, tranca a mulher dentro de casa.

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O sequestro e o cárcere privado se consumarão no exato momento que a vitima


efetivamente tentar exercer sua liberdade de ir e vir e não conseguir. Trata-se de um crime
unissubsistente, ou seja, não admite modalidade tentada.

 Redução a condição análoga de escravo (art. 149 do CP)


Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos
forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer
restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o
empregador ou preposto
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de
retê-lo no local de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou
objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
I – contra criança ou adolescente
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.

Presume-me que a lei considera como um exercício de liberdade o direito que o


individuo tem de escolher como, onde e quais as condições de trabalho e pelo temo cabível.
Esse crime destina a evitar que um trabalhador seja tratado como propriedade do empregador.
Condutas que deverão ser praticadas para a ocorrência do crime:

1. Submeter o trabalho a trabalhos forçados ou jornada exaustiva – trabalho forçado é obrigar a vitima a
trabalhar contra a sua vontade. Já jornada exaustiva, para o direito penal, é forçar o empregado a
trabalhar além do que normalmente ele aguenta.

2. Condições degradantes de trabalho – é submeter a vitima a trabalhar sem as mínimas condições


humanas, onde o agente é rebaixado como pessoa.

3. Restringir a liberdade de locomoção em razão de divida contraída – mesmo que o empregado devendo,
ele pode ir embora quando quiser. O empregador que se utilize dos meios necessários e pertinentes para
a cobrança dessa divida.

4. Cercear o uso de meios de transporte para reter o trabalhador no ambiente de trabalho.

5. Manter vigilância ostensiva no local de trabalho com o fim de reter o trabalhador.

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6. Apoderar-se de documentos desse empregado com o fim de retê-lo.

10. CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO.


Patrimônio é a universalidade dos bens, direitos e obrigações de uma pessoa. Não se
limita a propriedade, abrangendo também a posse e as demais relações jurídicas.
Prevalece, porém, o entendimento que estende a proteção penal aqueles bens que,
embora não avaliáveis em dinheiro, tenham valor de afeição ou de utilidade para seu titular.
Tais bens integram o patrimônio do sujeito, tanto que seu titular poderá mover ação civil para
reavê‑los de quem injustamente os detenha. Exs.: fotografias de família, cartão de crédito etc.

 Furto (art. 155 do CP )


Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena
de multa.
§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico

- Furto Noturno (art. 155, § 1o, do CP )


Repouso noturno não se confunde com noite. É o período em que as pessoas normalmente se
recolhem para repousar, variável segundo os costumes locais

- Furto Privilegiado ou Furto Mínimo (art. 155, § 2o, do CP )


São necessários dois requisitos para a concessão do privilégio:
I) primariedade = é o oposto de reincidência. Não se exige bons antecedentes, de
modo que o benefício poderá ser concedido a quem registre outras condenações definitivas,
desde que estas não gerem reincidência. Ex.: “prescrição” da reincidência; condenação por
fato posterior.

II) coisa de pequeno valor = poderá ser concedido sempre que o valor de bem

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subtraído não exceda o do salário mínimo vigente na data do fato. O critério é objetivo:
leva‑se em conta o valor do bem, sem qualquer consideração quanto a situação econômica da
vítima. Na hipótese de tentativa, leva‑se em conta o valor do bem que o agente pretendia
subtrair.

 Furto Qualificado (art. 155, §§ 4° e 5°, do CP )


§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

Destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa


 Destruir é desfazer, fazer desaparecer. Ex.: explodir um cofre.
 Romper é arrebentar, estragar. Ex.: arrombar uma janela.
A mera remoção do obstáculo não permite o reconhecimento da qualificadora (ex.:
remoção de telhas). Tratando‑se de infração que deixa vestígios, é indispensável o exame
pericial. A prova testemunhal só poderá suprir a falta do exame de corpo de delito se os
vestígios tiverem desaparecido (art. 167 do CPP).

- Abuso de confiança
São necessários dois requisitos para o reconhecimento da qualificadora:
a) requisito subjetivo = deve existir uma especial relação de confiança entre o agente e a
vítima que faça com que esta diminua a vigilância sobre seu patrimônio.
b) requisito objetivo = o agente deve valer‑se, para a prática do crime, de alguma facilidade
decorrente da relação de confiança.

 Furto de Coisa Comum (art. 156 do CP )


Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
§ 1º - Somente se procede mediante representação.

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§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a
que tem direito o agente.

• Observações:
a) O crime é próprio. Só pode ser praticado pelo condômino, coerdeiro ou sócio.
No tocante ao sócio, hoje prevalece o entendimento de que o dispositivo só é aplicável ao
sócio integrante de sociedade despersonalizada. Se a sociedade tem personalidade jurídica, o
crime será de furto comum, pois o patrimônio da pessoa jurídica não se confunde com o de
seus sócios. Sujeitos passivos são os demais condôminos, coerdeiros ou sócios.

b) Objeto material do crime é a coisa comum, isto é, que pertence, simultaneamente, ao


autor e a vítima. Embora a lei não o diga expressamente, é necessário, aqui também, que a
conduta recaia sobre coisa móvel. Não há, em nosso ordenamento jurídico, furto de bem
imóvel.

c) Nos termos do § 2o do art. 156, não é punível a conduta que recaia sobre coisa comum
fungível, cujo valor não exceda a quota a que teria direito o agente.

d) A ação penal é pública, mas condicionada a representação do ofendido (§ 1o do


art. 156).

 Roubo (art. 157 do CP )


Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência
contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da

coisa para si ou para terceiro.

- Sujeitos do crime
O roubo é crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, exceto pelo
proprietário do bem, pois a lei exige que a coisa seja alheia. Sujeito passivo, em princípio, é o
proprietário, o possuidor e o detentor da coisa.

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Todavia, como o roubo é crime complexo, que pode ofender mais de um bem jurídico,
nada impede que uma pessoa sofra a violência ou a ameaça e a outra suporte o
prejuízo patrimonial. Haverá, aí, duas vítimas de um mesmo roubo.

- Tipo objetivo
O núcleo do tipo é o verbo “subtrair”, o mesmo do furto.
São três os meios de execução:
a) Violência = consiste no emprego de força física, para vencer resistência real ou suposta.
Exs.: soco, disparo de arma de fogo.
No roubo, é imprescindível que a violência se dirija contra a pessoa.

b) Ameaça = é a promessa de mal grave e iminente. Ex.: ameaça de morte ou de agressão


física. De acordo com a jurisprudência, a gravidade da ameaça deverá ser avaliada de acordo
com as condições pessoais da vítima. Tem sido reconhecida, por exemplo, na simulação do
emprego da arma de fogo, na abordagem com intimidação e no simples anúncio de assalto.

c) Violência imprópria = consiste na utilização de qualquer outro recurso capaz de


reduzir a vítima a impossibilidade de resistência. Ex.: soníferos.
O objeto material do roubo é a coisa alheia móvel e a pessoa humana. Como o crime não
tutela apenas o patrimônio, não se tem reconhecido o princípio da insignificância no roubo.

- Tipo subjetivo
O crime é punido a título de dolo.
Exige‑se, da mesma maneira que no crime de furto, o fim de apoderamento definitivo
contido na expressão “para si ou para outrem”.
A jurisprudência, porém, não admite a figura do roubo de uso, em face da violência,
da ameaça e do temor causado as vítimas. No roubo impróprio exige‑se, também, que a
conduta seja praticada com o fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa,
para si ou para terceiro.
Ausentes tais finalidades, não se poderá falar em roubo impróprio, ainda que a violência ou a
ameaça sejam utilizadas logo depois da subtração.

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- Roubo Agravado (art. 157, § 2o, do CP )


Emprego de arma
A lei refere‑se tanto as armas próprias como as impróprias.
Arma própria é o instrumento criado com a finalidade específica de matar ou ferir.
Exs.: revólver, pistola, granada, tanque de guerra.

Arma imprópria é o instrumento criado com outra finalidade, mas que também possa ser
usado para matar ou ferir. Exs.: faca de cozinha, barra de ferro, caco de vidro.
A lei fala em emprego de arma, de modo que é insuficiente, para o aumento da pena, o porte
oculto do armamento. Exige‑se o uso efetivo da arma ou, ao menos, seu porte ostensivo. A
simulação do emprego de arma, embora permita o reconhecimento da grave ameaça que
tipifica o roubo, é insuficiente para o aumento da pena.
No tocante ao emprego da arma de brinquedo, para a prática do roubo, não autoriza
o aumento, pois a circunstância é objetiva. Só deve ser considerado arma o instrumento
dotado de poder vulnerandi.

 Roubo Qualificado (art. 157, § 3o, do CP )


§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:
I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.
IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado
ou para o exterior;
V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

São duas as qualificadoras do roubo: lesão grave e morte.


Atenção: A expressão “latrocínio” é reservada apenas ao roubo qualificado pela morte. Só o
latrocínio é crime hediondo.

O resultado que qualifica o roubo pode derivar de dolo ou culpa. Em razão disso, ficam
absorvidos os crimes de lesão corporal e homicídios, dolosos ou culposos.
Ainda que a morte seja dolosamente provocada, a competência para o processo e
julgamento será do Juiz de Direito, e nao do Tribunal do Júri (Súmula no 603 do STF).

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Nos termos da lei, é imprescindível que o resultado decorra da violência física empregada
pelo agente para a prática do roubo. Se decorre de grave ameaça ou de outro recurso
empregado para reduzir a vítima a impossibilidade de resistência, haverá roubo simples, em
concurso formal com os crimes de lesão corporal ou homicídio.
Atenção:
I) subtração consumada + morte consumada = latrocínio consumado;
II) subtração tentada + morte tentada = latrocínio tentado;
III) subtração tentada + morte consumada = latrocínio consumado. Súmula no 610 do
STF;
IV) subtração consumada + morte tentada = latrocínio tentado.

Morreu a vítima = consumou o latrocínio. Não morreu = tentativa de latrocínio.


O roubo qualificado consuma‑se com a ocorrência da lesão grave ou da morte, ainda que o
agente não consiga efetivar a subtração patrimonial.

 Extorsão (art. 158 do CP )


Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de
fazer alguma coisa:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se
a pena de um terço até metade.
§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.
§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12
(doze) anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas
previstas no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.

- Sujeitos do crime
O crime é comum, pode ser praticado por qualquer pessoa.
O funcionário público também poderá figurar como sujeito ativo, desde que ocorra
o emprego de violência física ou ameaça de mal estranho a função. Ex.: exigência de dinheiro,
sob ameaça de morte.
Se, porém, as ameaças estiverem relacionadas a função do funcionário, haverá concussão(art.
316), e não extorsão.

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- Consumação e tentativa
Relativamente ao momento consumativo do crime, há três orientações:
I) O crime é material. Consuma‑se com a obtenção da indevida vantagem
econômica(Noronha).
II) O crime é formal. Consuma‑se com a simples ação de constranger, independentemente da
ação ou omissão da vítima e da obtenção da vantagem econômica.

III) O crime é formal, mas consuma‑se com o efeito da açao de constranger, isto é,
quando a vítima faz, tolera que se faça ou deixa de fazer alguma coisa, ainda que o sujeito não
obtenha a vantagem indevida.
A Súmula no 96, do STJ, estabelece que o crime é formal, mas não esclarece qual o
exato momento consolativo do crime. Na prática, tem prevalecido a terceira (III) posição.

Atenção:
A Lei no 11.923, de 2009, acrescentou o § 3o ao art. 158 para tipificar o chamado “Sequestro
Relâmpago”. Incide o dispositivo quando o crime é cometido mediante privação de liberdade da
vítima, e esta funciona como condição necessária para a obtenção da vantagem. Não é
considerado crime hediondo, como o é a extorsão seguida de morte, prevista no art. 158, § 2o.

 Extorsão Mediante Sequestro (art. 159 do CP )


Art. 159 - Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem,
como condição ou preço do resgate:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos
§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de
18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade,
facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços

Todas as formas de extorsão mediante sequestro, desde a figura simples até a qualificada pela
morte, são consideradas hediondas.
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Sujeitos do crime
O crime é comum, pode ser praticado por qualquer pessoa.
Respondem pelo crime todos aqueles que, de qualquer modo, tenham concorrido
para a sua prática. Exs.: quem arrebata a vítima, quem a vigia no cativeiro, quem negocia o
pagamento do resgate.
Trata‑se de crime permanente, cujo momento consumativo prolonga‑se no tempo,
por vontade do agente. Sujeito passivo é a pessoa sequestrada e a extorquida.

Atenção:
A pessoa jurídica pode figurar como sujeito passivo.
É necessário, porém, que a conduta recaia sobre pessoa.
A subtração de animal de estimação, com o intuito de obter alguma vantagem, em troca de sua
devolução, não é extorsão mediante sequestro, apenas extorsão.

- Tipo objetivo
O núcleo do tipo é o verbo “sequestrar”, que significa privar alguém de sua liberdade
de locomoção.
A privação de liberdade pode ocorrer mediante o transporte da vítima até determinado local,
ou de sua retenção no lugar em que se encontrava. O crime é de forma livre. Pode ser
praticado por qualquer meio de execução. Ex.: por meio de fraude.
Para a configuração do crime, é indispensável a privação de liberdade. Ausente esta, o crime
será outro, como o de extorsão, ou estelionato. Exs.: simulação do próprio sequestro; afirmar,
falsamente, que está com determinada pessoa em seu poder etc.

- Tipo subjetivo
O crime é punido a título de dolo.
Exige‑se, ainda, um elemento subjetivo específico, consistente no fim de obter, para si ou
para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. Embora a lei não o diga
expressamente, é indispensável, aqui também, que a vantagem
seja econômica e indevida.

- Consumação e tentativa
O crime consuma‑se com a privação da liberdade da vítima, por tempo juridicamente
relevante. Trata‑se de crime formal, que se consuma independentemente do resultado. A
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obtenção do resgate é mero exaurimento do crime. Não é necessário, nem mesmo, que o
sujeito exija o pagamento do resgate, desde que a prova permita concluir que esta era sua
intenção.
Como o crime é permanente, a consumação prolonga‑se no tempo. Enquanto a vítima estiver
privada de sua liberdade, o crime estará em consumação, admitindo a prisão em flagrante de
seus autores.
A tentativa é admissível. Ocorre esta quando, iniciada a execução, o agente não consegue
sequestrar a vítima, por circunstâncias alheias a sua vontade.
A soltura da vítima, após seu arrebatamento, não permite o reconhecimento da desistência
voluntária ou do arrependimento eficaz, uma vez que o delito já havia se consumado.

- Formas Qualificadas (art. 159, § 1o)


I) Privação de liberdade, por mais de 24 horas
O prazo conta‑se minuto a minuto, desde a privação da liberdade da vítima, até sua
soltura, ainda que o resgate seja pago antes.

II) Vítima menor de 18, ou maior de 60 anos


Como o crime é permanente, incide a qualificadora se a vítima não é maior de 60
anos, na data de seu arrebatamento, mas adquire tal idade durante o período de privação de
liberdade.

III) Crime cometido por quadrilha ou bando


A lei não fala em concurso de pessoas, mas em crime cometido por quadrilha ou
bando. Exige‑se, portanto, a associação estável de mais de três pessoas para a prática de uma
série de crimes. Não basta a simples associação ocasional de agentes.
Existe controvérsia quanto a possibilidade de concurso material entre os crimes de
extorsão mediante sequestro, qualificada pela quadrilha ou bando, e o delito autônomo de
quadrilha ou bando. Uma primeira corrente entende inadmissível o concurso, já que a mesma
circunstância estaria sendo considerada duas vezes (bis in idem).
Uma segunda orientação entende possível o concurso, já que os delitos tem objetividades
jurídicas, sujeitos passivos e momentos consumativos diversos, o que impediria que um fosse
absorvido pelo outro.

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- Formas Qualificadas pelo Resultado (art. 159, §§ 2o e 3o)


São duas as qualificadoras: lesão grave e morte.
Como as qualificadoras estão previstas em parágrafos distintos, é impossível a aplicação
simultânea das qualificadoras do § 1o. Aplica‑se somente a qualificadora mais grave. O crime
não é, necessariamente, preterdoloso. O resultado pode derivar de dolo ou culpa. São, por
isso, absorvidos os crimes de lesão corporal ou homicídio, dolosos ou culposos.
No roubo, como visto, o resultado que qualifica o crime deve necessariamente derivar da
violência física empregada pelo agente.
Aqui, diversamente, o resultado deve derivar “do fato”. Exs.: violencia, ameaça,
maus‑tratos, suicídio da vítima etc.

- Delação Premiada ou Eficaz (art. 159, § 4o)


A causa de diminuição de pena é de aplicação obrigatória, e tem por pressuposto a
eficácia da delação, isto é, deve contribuir para a libertação do sequestrado. O critério para a
redução da pena será o da maior ou menor colaboração do delator
para a soltura da vítima. Quanto maior a colaboração, maior a redução. O instituto aqui
previsto não impede a aplicação do perdão judicial e da causa de
diminuição de pena, dos arts. 13 e 14 da Lei no 9.807/1999.

 Dano (art. 163 do CP )


Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

- Sujeitos do crime
O crime é comum, pode ser praticado por qualquer pessoa, exceto pelo proprietário
do bem, pois a lei exige que a coisa seja alheia. O proprietário pode, eventualmente, responder
pelo crime do art. 346 do CP.
Tratando‑se, porém, de bem de valor artístico, arqueológico, histórico ou especialmente
protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, o proprietário poderá figurar como
sujeito ativo, na forma do art. 62 da Lei no 9.605/1998.
Sujeito Passivo é o proprietário ou o possuidor da coisa.

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- Tipo objetivo
São três os núcleos do tipo: destruir, inutilizar e deteriorar.
Destruir é eliminar fisicamente. O bem deixa de existir. Ex.: botar fogo em um celular.
Inutilizar é tornar inservível. O bem continua a existir, mas não mais se presta a sua
finalidade específica. Ex.: retirar os ponteiros de um relógio.
Deteriorar é estragar, diminuir o valor ou a utilidade da coisa. Aqui se inclui qualquer
outra espécie de dano, não abrangida pelos núcleos anteriores. Exs.: furar o pneu
do carro, riscar a lataria.

Objeto material do crime é a coisa alheia, móvel ou imóvel.


O crime é de forma livre, pode ser praticado por qualquer meio de execução.
Embora normalmente praticado por meio de ação, é possível o dano por omissão, desde que
presentes o dolo e o dever jurídico de impedir o resultado.

-Tipo subjetivo
O crime é punido a título de dolo – vontade de destruir, inutilizar ou deteriorar coisa
alheia. Exigindo‑se, porém, o elemento subjetivo específico, a conduta do preso será atípica,
porque motivada pela busca da liberdade e não pela intenção de causar prejuízo. Esta é a
posição majoritária na jurisprudência, inclusive no STJ.

- Consumação e tentativa
O crime é material, consuma‑se com a destruição, inutilização ou deterioração da
coisa alheia. Tratando‑se de infração que deixa vestígios, é indispensável a prova pericial.
A tentativa é admissível. Observe‑se, porém, que a danificação parcial já configura crime
consumado, na modalidade deteriorar.

- Formas Qualificadas (art. 163, parágrafo único)


I) Violência à pessoa ou grave ameaça
Só se aplica a qualificadora quando a violência ou a ameaça são empregadas antes ou durante
a danificação, e como forma de efetivá‑la.

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Se empregadas após a consumação, haverá concurso material entre o dano simples e o crime
violento ou a ameaça. Na hipótese de crime praticado com violência, o agente responderá
também pelo crime violento, em concurso material de infrações.
As vias de fato e a ameaça, porém, são absorvidas pelo dano qualificado (princípio
da consunção).
II) Emprego de substância inflamável ou explosiva
• Inflamável: é a substância que propicia a rápida ou violenta propagação do fogo.
Exs.: gasolina, álcool, benzina.
• Explosiva: é a substância que causa detonação Exs.: dinamite, pólvora.
A lei prevê aqui uma hipótese de subsidiariedade expressa. Só se aplica o dispositivo
se o fato não configurar crime mais grave.
Assim, se a conduta gerar perigo comum, o crime será de incêndio ou explosão (arts. 250 e
251 do CP), que absorve o dano. Ausente o perigo comum, subsiste o dano qualificado.

III) Patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviço


público ou Sociedade de Economia Mista
De acordo com a posição majoritária na doutrina, a qualificadora não alcança o crime
praticado contra o patrimônio de autarquias, por falta de previsão legal.

IV) Motivo egoístico e prejuízo considerável à vítima


Ocorre o motivo egoístico quando o sujeito pratica o crime buscando a obtenção de
alguma vantagem, de natureza econômica ou moral

 Dano Qualificado
Parágrafo único - Se o crime é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui
crime mais grave
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária
de serviços públicos ou sociedade de economia mista;
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a três anos, e multa, além da pena correspondente à
violência.

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 Apropriação Indébita (Artigo 168 do CP)


Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou
depositário judicial;
III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

 Apropriação Indébita Previdenciária (Artigo 168 –A, do CP)


Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos
contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência
social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou
arrecadada do público;
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas
contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem
sido reembolsados à empresa pela previdência social.
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o
pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à
previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o
agente for primário e de bons antecedentes, desde que:
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o
pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o
ajuizamento de suas execuções fiscais.

 Apropriação de coisa achada (Artigo 169, II do CP)


Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de
restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no
prazo de quinze dias.

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 Estelionato (Artigo 171 do CP)


Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis.
§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a
pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.
§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de
ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia
pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a
saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou
valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento.
§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade
de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.

11. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.


 Peculato (Artigo 312 do CP)

Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem
móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito
próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do
dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou
alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.
Peculato culposo
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
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§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível,


extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

 Concussão (Artigo 316 do CP)

Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.

 Excesso de exação (Artigo 316, §1° do CP)

§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber


indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não
autoriza:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa

 Corrupção Passiva (Artigo 317 do CP)

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora
da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da vantagem ou promessa,
o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
funcional.
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de
dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

 Facilitação do contrabando ou descaminho (Artigo 318 do CP)

Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho
(art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

 Prevaricação (Artigo 319 do CP)


Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

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 Prevaricação equiparada (Artigo 319 – A do CP)


Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente público, de cumprir seu dever de
vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação
com outros presos ou com o ambiente externo:
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

 Advocacia Administrativa (Artigo 321 do CP)

Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração


pública, valendo-se da qualidade de funcionário:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa.

 Violência Arbitraria (Artigo 322 do CP)

Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercê-la:


Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena correspondente à violência.

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SINTESE: DIREITO PENAL:

A
Anterioridade: significa que a lei penal incriminadora deve ser criada antes da prática da conduta que se busca
punir, assegurando eficácia ao princípio da legalidade.

Arrependimento eficaz: é a desistência ocorrida após o término dos atos executórios, obrigando o agente a
desfazer o que já concretizou, de modo a impedir a ocorrência do resultado.

Arrependimento posterior: é causa de diminuição de pena, variando de um a dois terços, destinada ao agente
que, após a consumação, em crimes não violentos ou com grave ameaça, patrimoniais ou de efeitos patrimoniais,
repara completamente o dano ou restitui integralmente a coisa, antes do recebimento da denúncia ou queixa, por
ato voluntário.

Autoria colateral: ocorre quando duas ou mais pessoas contribuem para a materialização do delito, sem que
uma saiba da colaboração da outra, como se dá no assassinato por tocaia, caso os atiradores disparem contra a
vítima sem que um tenha conhecimento da ação do outro.

Autor imediato: é a pessoa que serve de instrumento ao autor mediato para realizar seu intento. Não são
coautores o autor mediato (quem ordena) e o autor imediato (quem é ordenado), pois não possuem vínculo
psicológico válido, em comum, para concretizar o crime. Muitas vezes, o autor imediato chega a ser vítima do
autor mediato, respondendo este pelo delito.

Autoria incerta: quando, na autoria colateral, não se sabe quem foi o efetivo causador do resultado típico. Diz-
se incerta, por vezes, alterando o quadro punitivo se na autoria colateral não se consegue definir exatamente
quem fez o que para o resultado danoso.

Autoria mediata: trata-se do agente indireto, que se vale de pessoa não culpável (ou que age sem dolo e sem
culpa) como instrumento para atingir a concretização do crime. É a pessoa que possui o domínio completo do
fato em face da situação de desvantagem do autor imediato.

B
Bem jurídico: é o bem escolhido pelo ordenamento jurídico para ser tutelado e amparado. Quando se constituir
em bem jurídico deveras relevante, passa ao âmbito de proteção penal, permitindo a formação de tipos
incriminadores, coibindo as condutas potencialmente lesivas ao referido bem jurídico penal.

C
Classificação dos crimes: é a organização dos delitos em diversas categorias, com a finalidade de proporcionar
melhor estudo e aplicação de cada um dos tipos penais incriminadores, ora levando em consideração o momento
consumativo, ora o sujeito ativo capaz de cometer a infração penal, dentre outros fatores.

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Coautor: é o autor que, juntamente com outros, realiza o tipo penal, em qualquer de seus aspectos. É o executor
com parceiros igualmente executores.

Concurso de pessoas: é a colaboração de mais de uma pessoa para a prática de uma infração penal, havendo
vínculo psicológico entre elas.

Crime: é a conduta ilícita que a sociedade considera mais grave, merecendo, pois, a aplicação da pena,
devidamente prevista em lei, constituindo um fato típico, antijurídico e culpável.

Crime consumado: significa que todos os elementos da definição legal estão presentes.

Crime impossível: é a tentativa não punível, tendo em vista que o agente vale-se de instrumento absolutamente
ineficaz ou se volta contra objeto absolutamente impróprio, tornando inviável a consumação.

Crime preterdoloso: é uma espécie de delito qualificado pelo resultado, que possui um fato-base a ser praticado
com dolo, bem como um evento posterior, que o qualifica, devendo ser cometido com culpa exclusivamente.

Crime qualificado pelo resultado: é o delito que possui um fato-base, definido e sancionado como crime, mas
que também acarreta outro resultado, inicialmente não desejado, que agrava o primeiro, proporcionando a
aplicação de pena mais severa.

Crime tentado: significa que, embora preenchido o elemento subjetivo, não se encontram presentes todos os
elementos objetivos do tipo.

Criminologia: é a ciência que estuda o crime, como fenômeno social, o criminoso, como parte integrante do
mesmo contexto,bem como as origens de um e de outro, além dos fatores de controle para superar a
delinquência.

Culpa: é o comportamento descuidado, infringindo o dever de cuidado objetivo, que provoca um resultado
danoso involuntário, mas previsível, que deveria ter sido evitado.

Culpa consciente: significa que o agente tem não somente a previsibilidade do resultado, mas a efetiva previsão
(ato de prever) do resultado, esperando sinceramente que não aconteça.

Culpa inconsciente: significa que o agente tem a previsibilidade (possibilidade de prever) do resultado, mas na
prática não o previu (ausência de previsão).

Culpabilidade: não há crime sem dolo e sem culpa.


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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
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80

D
Desistência voluntária: é a desistência do agente de prosseguir nos atos executórios do crime, antes de atingir a
consumação, merecendo ser punido apenas pelos atos já praticados.

Devido processo legal: cuida-se de princípio regente, com raízes no princípio da legalidade, assegurando ao ser
humano a justa punição, quando cometer um crime, precedida do processo penal adequado, o qual deve respeitar
todos os princípios penais e processuais penais.

Dignidade da pessoa humana: é um princípio regente, base e meta do Estado Democrático de Direito,
regulador do mínimo existencial para a sobrevivência apropriada, a ser garantido a todo ser humano, bem como
o elemento propulsor da respeitabilidade e da autoestima do indivíduo nas relações sociais.

Direito penal objetivo e subjetivo: o primeiro é o conjunto das leis penais, enquanto o segundo, na realidade,
inexiste, pois o que o Estado faz valer, quando um crime ocorre, é seu soberano poder de punir – e não
meramente um direito.

Dolo direto: significa querer a ocorrência do resultado típico sem tergiversação na vontade.

Dolo eventual: significa querer um determinado resultado, vislumbrando a possibilidade de atingir um outro,
que não deseja, mas lhe é possível prever, assumindo o risco de produzi-lo.

Dolo natural (finalista): é a vontade consciente de praticar a conduta típica, independentemente da consciência
do ilícito.

Dolo normativo (causalista): é a vontade consciente de realizar a conduta típica, com consciência da ilicitude.

E
Evolução do direito penal: nos primórdios, a pena era aplicada desordenadamente, sem um propósito definido,
de forma desproporcional e com forte conteúdo religioso. Atingiu-se a vingança privada e, na sequência, a
vingança pública, chamando o Estado a si a força punitiva. Aplicou-se o talião (olho por olho, dente por dente), o
que representou um avanço à época, pois se
traçou o contorno da proporcionalidade entre o crime praticado e a pena merecida. Seguiu-se a fase de
humanização do direito penal, após a Revolução Francesa, estabelecendo-se, no mundo todo, a pena privativa de
liberdade como a principal sanção aplicada, evitando-se, como meta ideal a ser atingida, as penas consideradas
cruéis.

Extradição: é um instrumento de cooperação internacional pelo qual um Estado entrega a Outro pessoa acusada
do cometimento de infração penal para o cumprimento da pena ou para que responda ao processo.

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81

Extraterritorialidade: é a aplicação da lei penal brasileira aos crimes ocorridos fora do território nacional.
Cuida-se de exceção, cujas situações estão enumerados no art. 7.º do Código Penal e no art. 2.º da Lei 9.455/97.

H
Humanidade: não haverá penas cuja aflição gerada, física ou moral, ultrapasse os limites constitucionais da
dignidade humana.

I
Imunidades diplomáticas e consulares: trata-se de exceção ao princípio da territorialidade, previsto em
Convenções subscritas pelo Brasil, concedendo aos diplomatas e cônsules isenção à jurisdição brasileira, motivo
pelo qual somente podem ser processados criminalmente em seus países de origem.

Imunidades parlamentares: cuida-se de exceção ao princípio da territorialidade, previsto na Constituição


Federal, possibilitando que o parlamentar, no exercício de seu mandato, por opiniões, palavras e votos, não possa
ser criminal e civilmente responsabilizado. Permite, ainda, que processos criminais contra eles instaurados
possam ser sustados pela Casa Legislativa correspondente.

Individualização da pena: não haverá pena padronizada, dando-se a cada réu o que efetivamente merece

Interdição temporária de direitos: é a proibição de exercício de atividades públicas ou privadas, durante


determinado tempo, bem como a suspensão da autorização para dirigir certos veículos, a proibição de frequentar
determinados lugares ou a proibição de se inscrever em concurso, avaliação ou exame públicos.

Intervenção mínima (subsidiariedade, fragmentariedade ou ofensividade): o direito penal deve ser a última
opção do legislador para resolver conflitos emergentes na sociedade, preocupando-se em proteger bens jurídicos
efetivamente relevantes.

L
Legalidade: tem o significado político de constituir uma garantia individual, prevista na Constituição Federal,
bem como quer dizer, no campo jurídico, que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude de lei (sentido amplo) e não há crime sem lei que o defina, nem pena sem lei que a comine (sentido
estrito ou jurídico-penal).

Leis intermitentes: são as normas penais feitas para ter curta duração. Dividem-se em temporárias e
excepcionais.

Leis penais excepcionais: são as formuladas para durar enquanto decorrer uma situação anormal qualquer.
Vigoram por período relativamente incerto, mas sempre de breve duração.

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Leis penais temporárias: são aquelas que possuem, no seu próprio texto, a data da sua revogação. Vigoram por
período certo.

Limitação de fim de semana: consiste na obrigação de permanecer na casa do albergado, ou estabelecimento


similar, durante cinco horas aos sábados e domingos, participando de cursos e palestras educativas.

M
Menoridade: cuida-se de imaturidade do agente, presumida pela lei, aplicável aos menores de 18 anos,
retirando-lhe a capacidade de compreensão do ilícito ou de comportamento de acordo com esse entendimento.

P
Penas restritivas de direitos: são penas alternativas às privativas de liberdade, com a finalidade de evitar os
males do encarceramento, desde que sejam preenchidos os requisitos expressamente previstos em lei, consistindo
na restrição a determinados direitos como forma de punir e ressocializar o condenado.

Política criminal: trata-se de uma postura crítica permanente do sistema penal, tanto no campo das normas em
abstrato, quanto no contexto da aplicação das leis aos casos concretos, implicando, em suma, a postura do Estado
no combate à criminalidade.

Prestação de serviços à comunidade ou entidades públicas: é a atribuição de tarefas gratuitas ao condenado


voltadas a entidades assistenciais em geral, como forma de reeducá-lo e gerando obrigação de caráter aflitivo,
consistente na transformação da pena privativa de liberdade na proporção de uma hora-tarefa por dia de
condenação.

Prestação pecuniária: consiste no pagamento de um a trezentos e sessenta salários mínimos à vítima, seus
dependentes ou entidades assistenciais. Eventualmente, havendo concordância do beneficiário, pode ser
substituída por prestação de outra natureza.

Princípios: são as ordenações que se irradiam por todo o sistema, dando-lhe contorno e inspirando o legislador
(criação da norma) e o juiz (aplicação da norma) a seguir-lhe os passos. Servem, ainda, de fonte para
interpretação e integração do sistema normativo.

Proporcionalidade: as penas devem ser proporcionais à gravidade da infração penal.

R
Regra geral da lei penal no tempo: aplica-se a lei vigente à época do cometimento da infração penal e ainda
em vigor no momento da sentença (tempus regit actum).

Retroatividade da lei benéfica: leis penais benéficas podem retroceder no tempo para aplicação ao caso
concreto, ainda que já tenha sido definitivamente julgado.

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Responsabilidade pessoal: a pena não passará da pessoa do condenado.

T
Taxatividade: o tipo penal incriminador deve ser bem definido e detalhado para não gerar qualquer dúvida
quanto ao seu alcance e aplicação.

Territorialidade: é a aplicação da lei penal brasileira aos crimes ocorridos no território nacional. Cuida-se da
regra geral, em homenagem à soberania do Estado.

U
Ultratividade: dá-se no momento em que o magistrado, ao sentenciar, aplica lei penal já revogada, entretanto
benéfica ao réu, que era a lei vigente à época do fato.

V
Vedação da dupla punição pelo mesmo fato: o autor da infração penal somente pode sofrer punição uma única
vez pelo que cometeu, constituindo abuso estatal pretender sancioná-lo seguidamente pela mesma conduta.

Anexos:

Página do facebook: (@sabermaisdireitooficial) Saber mais Direito. Disponível em:


<https://www.facebook.com/sabermaisdireitooficial/photos/a.460043507351988.101052.460036644019341/1193047194051612/?type=3&th
eater

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REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

MORAES, Geovane. Direito Penal - Coleção Exame de Ordem. Complexo editorial Renato
Saraiva, Recife – PE.

NEVES, Gustavo Bregalda. Direito Penal – Concurso Policia Civil, Estado de Goiás.
Edição Atualizada até 3-9-2012. Editora Rideel, São Paulo –SP.

NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 12° edição revista, atualizada e
ampliada. Editora Forense Ltda. Rio de Janeiro, Janeiro de 2016.

Vídeos:
1. Professor Fernando Capez - Aula Damásio - Princípios Constitucionais do Direito Penal - Parte 1.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=kbLGg0mZuzA > Acesso em: 12 de Set. 2016.

2. Direito Penal - Concurso de pessoas. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=iZa38Yd4SX8> Acesso em: 12 de Set. 2016.

3. Direito Penal – Culpabilidade. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=9HbNerhnVGk >


Acesso em: 12 de Set. 2016.

4. Direito Penal - Efeitos da Lei Penal no Tempo. Disponível em:


<https://www.youtube.com/watch?v=iuDgCK8AZbw > Acesso em: 12 de Set. 2016.

5. PCI Concurso. Direito Penal – Crimes contra a pessoa. Disponível em:


<https://www.pciconcursos.com.br/aulas/direito-penal/02-crimes-contra-a-vida-homicidio-2-
participacao-em-suicidio-infanticidio-e-aborto> Acesso em: 12 de Set. 2016.

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NOÇÕES DE DIREITO PENAL MILITAR


Matérias exigidas no edital:
1. Aplicação da lei penal militar.
2. Do Crime.
3.Concurso de agentes.
4. Das penas principais.
5. Das Penas acessórias.
6. Ação penal.
7.Extinção da punibilidade.
8. Dos crimes militares em tempo de paz.
9. Dos crimes contra
a autoridade ou disciplina militar.
10. Dos crimes contra o serviço e o dever militar.
11.Dos crimes contra a Administração Militar.
.
DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969.

Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar, usando das


atribuições que lhes confere o art. 3º do Ato Institucional nº 16, de 14 de outubro de 1969,
combinado com o § 1° do art. 2°, do Ato Institucional n° 5, de 13 de dezembro de 1968,
decretam:

CÓDIGO PENAL MILITAR


PARTE GERAL
LIVRO ÚNICO
TÍTULO I
DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL MILITAR
Princípio de legalidade
Art. 1º Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal.

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Lei supressiva de incriminação


Art. 2° Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime,
cessando, em virtude dela, a própria vigência de sentença condenatória irrecorrível, salvo
quanto aos efeitos de natureza civil.

Retroatividade de lei mais benigna


§ 1º A lei posterior que, de qualquer outro modo, favorece o agente, aplica-se
retroativamente, ainda quando já tenha sobrevindo sentença condenatória irrecorrível.

Apuração da maior benignidade


§ 2° Para se reconhecer qual a mais favorável, a lei posterior e a anterior devem ser
consideradas separadamente, cada qual no conjunto de suas normas aplicáveis ao fato.

Medidas de segurança
Art. 3º As medidas de segurança regem-se pela lei vigente ao tempo da sentença,
prevalecendo, entretanto, se diversa, a lei vigente ao tempo da execução.

Lei excepcional ou temporária


Art. 4º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou
cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua
vigência.

Tempo do crime
Art. 5º Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro
seja o do resultado.

Lugar do crime
Art. 6º Considera-se praticado o fato, no lugar em que se desenvolveu a atividade
criminosa, no todo ou em parte, e ainda que sob forma de participação, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado. Nos crimes omissivos, o fato considera-se
praticado no lugar em que deveria realizar-se a ação omitida.

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Territorialidade, Extraterritorialidade
Art. 7º Aplica-se a lei penal militar, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de
direito internacional, ao crime cometido, no todo ou em parte no território nacional, ou fora
dele, ainda que, neste caso, o agente esteja sendo processado ou tenha sido julgado pela
justiça estrangeira.

Território nacional por extensão


§ 1° Para os efeitos da lei penal militar consideram-se como extensão do território
nacional as aeronaves e os navios brasileiros, onde quer que se encontrem, sob comando
militar ou militarmente utilizados ou ocupados por ordem legal de autoridade competente,
ainda que de propriedade privada.

Ampliação a aeronaves ou navios estrangeiros


§ 2º É também aplicável a lei penal militar ao crime praticado a bordo de aeronaves ou
navios estrangeiros, desde que em lugar sujeito à administração militar, e o crime atente
contra as instituições militares.

Conceito de navio
§ 3º Para efeito da aplicação deste Código, considera-se navio tôda embarcação sob
comando militar.

Pena cumprida no estrangeiro


Art. 8° A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas.

Crimes militares em tempo de paz


Art. 9º Consideram-se crimes militares, em tempo de paz:
I - os crimes de que trata êste Código, quando definidos de modo diverso na lei penal
comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial;
II - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei
penal comum, quando praticados:
a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar na mesma situação
ou assemelhado;

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b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar sujeito à administração


militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;
c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza
militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar
da reserva, ou reformado, ou civil; (Redação dada pela Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou
reformado, ou assemelhado, ou civil;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a
administração militar, ou a ordem administrativa militar;
f) revogada. (Vide Lei nº 9.299, de 8.8.1996)
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado, ou por civil, contra as
instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como
os do inciso II, nos seguintes casos:
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa
militar;
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou
assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício de
função inerente ao seu cargo;
c) contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão, vigilância,
observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de
natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem
pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquêle fim, ou em
obediência a determinação legal superior.
Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo quando dolosos contra a vida e
cometidos contra civil serão da competência da justiça comum, salvo quando praticados no
contexto de ação militar realizada na forma do art. 303 da Lei no 7.565, de 19 de dezembro de
1986 - Código Brasileiro de Aeronáutica. (Redação dada pela Lei nº 12.432, de 2011)

Crimes militares em tempo de guerra


Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:
I - os especialmente previstos neste Código para o tempo de guerra;
II - os crimes militares previstos para o tempo de paz;

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III - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na
lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:
a) em território nacional, ou estrangeiro, militarmente ocupado;
b) em qualquer lugar, se comprometem ou podem comprometer a preparação, a
eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurança
externa do País ou podem expô-la a perigo;
IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste
Código, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território
estrangeiro, militarmente ocupado.

Militares estrangeiros
Art. 11. Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas forças armadas,
ficam sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o disposto em tratados ou convenções
internacionais.

Equiparação a militar da ativa


Art. 12. O militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar,
equipara-se ao militar em situação de atividade, para o efeito da aplicação da lei penal militar.

Militar da reserva ou reformado


Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as responsabilidades e
prerrogativas do posto ou graduação, para o efeito da aplicação da lei penal militar, quando
pratica ou contra ele é praticado crime militar.

Defeito de incorporação
Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei penal militar,
salvo se alegado ou conhecido antes da prática do crime.

Tempo de guerra
Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da aplicação da lei penal militar, começa com
a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se
nêle estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das
hostilidades.

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Contagem de prazo
Art. 16. No cômputo dos prazos inclui-se o dia do começo. Contam-se os dias, os meses
e os anos pelo calendário comum.

Legislação especial. Salário-mínimo


Art. 17. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei penal
militar especial, se esta não dispõe de modo diverso. Para os efeitos penais, salário mínimo é
o maior mensal vigente no país, ao tempo da sentença.

Crimes praticados em prejuízo de país aliado


Art. 18. Ficam sujeitos às disposições deste Código os crimes praticados em prejuízo de
país em guerra contra país inimigo do Brasil:
I - se o crime é praticado por brasileiro;
II - se o crime é praticado no território nacional, ou em território estrangeiro,
militarmente ocupado por força brasileira, qualquer que seja o agente.

Infrações disciplinares
Art. 19. Este Código não compreende as infrações dos regulamentos disciplinares.

Crimes praticados em tempo de guerra


Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de guerra, salvo disposição especial, aplicam-
se as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço.

Assemelhado
Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em
virtude de lei ou regulamento.

Pessoa considerada militar


Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa
que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em
posto, graduação, ou sujeição à disciplina militar.

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Equiparação a comandante
Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, tôda
autoridade com função de direção.

Conceito de superior
Art. 24. O militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual
posto ou graduação, considera-se superior, para efeito da aplicação da lei penal militar.

Crime praticado em presença do inimigo


Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do inimigo, quando o fato ocorre em zona
de efetivas operações militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade.

Referência a "brasileiro" ou "nacional"


Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a "brasileiro" ou "nacional", compreende as
pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do Brasil.

Estrangeiros
Parágrafo único. Para os efeitos da lei penal militar, são considerados estrangeiros os
apátridas e os brasileiros que perderam a nacionalidade.

Os que se compreendem, como funcionários da Justiça Militar


Art. 27. Quando este Código se refere a funcionários, compreende, para efeito da sua
aplicação, os juízes, os representantes do Ministério Público, os funcionários e auxiliares da
Justiça Militar.

Casos de prevalência do Código Penal Militar


Art. 28. Os crimes contra a segurança externa do país ou contra as instituições militares,
definidos neste Código, excluem os da mesma natureza definidos em outras leis.

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TÍTULO II
DO CRIME
Relação de causalidade
Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime sòmente é imputável a quem
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria
ocorrido.
§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando,
por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem os
praticou.
§ 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia agir para evitar
o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância; a quem, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a
quem, com seu comportamento anterior, criou o risco de sua superveniência.
Art. 30. Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de
um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime
consumado.

Desistência voluntária e arrependimento eficaz


Art. 31. O agente que, voluntàriamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que
o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.

Crime impossível
Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é aplicável.
Art. 33. Diz-se o crime:

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Culpabilidade
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência
ordinária, ou especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado
que podia prever ou, prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia
evitá-lo.

Excepcionalidade do crime culposo


Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente.

Nenhuma pena sem culpabilidade


Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente as penas só responde o agente
quando os houver causado, pelo menos, culposamente.

Erro de direito
Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente,
salvo em se tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por
ignorância ou êrro de interpretação da lei, se escusáveis.

Erro de fato
Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente
escusável, a inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a existência de situação de
fato que tornaria a ação legítima.

Erro culposo
§ 1º Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como
crime culposo.

Erro provocado
§ 2º Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou
culpa, conforme o caso.

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Erro sobre a pessoa


Art. 37. Quando o agente, por êrro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou
outro acidente, atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o
crime contra aquela que realmente pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições
e qualidades da vítima, mas as da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão
do crime, e agravação ou atenuação da pena.
Êrro quanto ao bem jurídico
§ 1º Se, por êrro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico diverso do
visado pelo agente, responde êste por culpa, se o fato é previsto como crime culposo.
Duplicidade do resultado
§ 2º Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, ou, no caso do parágrafo
anterior, ocorre ainda o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 79.
Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:
Coação irresistível
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria
vontade;
Obediência hierárquica
b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em matéria de serviços.
§ 1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem.
§ 2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente criminoso,
ou há excesso nos atos ou na forma da execução, é punível também o inferior.
Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade
Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a
quem está ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual,
que não provocou, nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando
superior ao direito protegido, desde que não lhe era razoàvelmente exigível conduta diversa.
Coação física ou material
Art. 40. Nos crimes em que há violação do dever militar, o agente não pode invocar
coação irresistível senão quando física ou material.
Atenuação de pena
Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível resistir à coação, ou se a ordem
não era manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39, se era razoàvelmente exigível o

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sacrifício do direito ameaçado, o juiz, tendo em vista as condições pessoais do réu, pode
atenuar a pena.
Exclusão de crime
Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento do dever legal;
IV - em exercício regular de direito.
Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou
praça de guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por
meios violentos, a executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou
evitar o desânimo, o terror, a desordem, a rendição, a revolta ou o saque.
Estado de necessidade, como excludente do crime
Art. 43. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar
direito seu ou alheio, de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo
evitar, desde que o mal causado, por sua natureza e importância, é consideràvelmente inferior
ao mal evitado, e o agente não era legalmente obrigado a arrostar o perigo.
Legítima defesa
Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Excesso culposo
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede
culposamente os limites da necessidade, responde pelo fato, se êste é punível, a título de
culpa.
Excesso escusável
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surprêsa ou
perturbação de ânimo, em face da situação.
Excesso doloso
Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso doloso.
Elementos não constitutivos do crime
Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:
I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente;

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II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de quarto,


ou a de sentinela, vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a agressão.

TÍTULO III
DA IMPUTABILIDADE PENAL
Inimputáveis
Art. 48. Não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, não possui a
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acôrdo com êsse
entendimento, em virtude de doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou
retardado.
Redução facultativa da pena
Parágrafo único. Se a doença ou a deficiência mental não suprime, mas diminui
consideràvelmente a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a de
autodeterminação, não fica excluída a imputabilidade, mas a pena pode ser atenuada, sem
prejuízo do disposto no art. 113.
Embriaguez
Art. 49. Não é igualmente imputável o agente que, por embriaguez completa proveniente
de caso fortuito ou fôrça maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acôrdo com êsse entendimento.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente por
embriaguez proveniente de caso fortuito ou fôrça maior, não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de
acôrdo com êsse entendimento.
Menores
Art. 50. O menor de dezoito anos é inimputável, salvo se, já tendo completado dezesseis
anos, revela suficiente desenvolvimento psíquico para entender o caráter ilícito do fato e
determinar-se de acordo com êste entendimento. Neste caso, a pena aplicável é diminuída de
um têrço até a metade.
Equiparação a maiores
Art. 51. Equiparam-se aos maiores de dezoito anos, ainda que não tenham atingido essa
idade:
a) os militares;

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b) os convocados, os que se apresentam à incorporação e os que, dispensados


temporàriamente desta, deixam de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento;
c) os alunos de colégios ou outros estabelecimentos de ensino, sob direção e disciplina
militares, que já tenham completado dezessete anos.
Art. 52. Os menores de dezesseis anos, bem como os menores de dezoito e maiores de
dezesseis inimputáveis, ficam sujeitos às medidas educativas, curativas ou disciplinares
determinadas em legislação especial.
TÍTULO IV
DO CONCURSO DE AGENTES
Co-autoria
Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a êste
cominadas.
Condições ou circunstâncias pessoais
§ 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos outros,
determinando-se segundo a sua própria culpabilidade. Não se comunicam, outrossim, as
condições ou circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Agravação de pena
§ 2° A pena é agravada em relação ao agente que:
I - promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
II - coage outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou não
punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nêle participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
Atenuação de pena
§ 3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é de somenos
importância.
Cabeças
§ 4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os que
dirigem, provocam, instigam ou excitam a ação.
§ 5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são êstes
considerados cabeças, assim como os inferiores que exercem função de oficial.
Casos de impunibilidade

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Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição em


contrário, não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
TÍTULO V
DAS PENAS
CAPÍTULO I
DAS PENAS PRINCIPAIS
Penas principais
Art. 55. As penas principais são:
a) morte;
b) reclusão;
c) detenção;
d) prisão;
e) impedimento;
f) suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função;
g) reforma.
Pena de morte
Art. 56. A pena de morte é executada por fuzilamento.
Comunicação
Art. 57. A sentença definitiva de condenação à morte é comunicada, logo que passe em
julgado, ao Presidente da República, e não pode ser executada senão depois de sete dias após
a comunicação.
Parágrafo único. Se a pena é imposta em zona de operações de guerra, pode ser
imediatamente executada, quando o exigir o interêsse da ordem e da disciplina militares.
Mínimos e máximos genéricos
Art. 58. O mínimo da pena de reclusão é de um ano, e o máximo de trinta anos; o
mínimo da pena de detenção é de trinta dias, e o máximo de dez anos.
Pena até dois anos imposta a militar
Art. 59 - A pena de reclusão ou de detenção até 2 (dois) anos, aplicada a militar, é
convertida em pena de prisão e cumprida, quando não cabível a suspensão
condicional: (Redação dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978)
I - pelo oficial, em recinto de estabelecimento militar;

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II - pela praça, em estabelecimento penal militar, onde ficará separada de presos que
estejam cumprindo pena disciplinar ou pena privativa de liberdade por tempo superior a dois
anos.
Separação de praças especiais e graduadas
Parágrafo único. Para efeito de separação, no cumprimento da pena de prisão, atender-se-
á, também, à condição das praças especiais e à das graduadas, ou não; e, dentre as graduadas,
à das que tenham graduação especial.
Pena do assemelhado
Art. 60. O assemelhado cumpre a pena conforme o pôsto ou graduação que lhe é
correspondente.
Pena dos não assemelhados
Parágrafo único. Para os não assemelhados dos Ministérios Militares e órgãos sob
contrôle dêstes, regula-se a correspondência pelo padrão de remuneração.
Pena superior a dois anos, imposta a militar
Art. 61 - A pena privativa da liberdade por mais de 2 (dois) anos, aplicada a militar, é
cumprida em penitenciária militar e, na falta dessa, em estabelecimento prisional civil,
ficando o recluso ou detento sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos
benefícios e concessões, também, poderá gozar. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de
30.6.1978)
Pena privativa da liberdade imposta a civil
Art. 62 - O civil cumpre a pena aplicada pela Justiça Militar, em estabelecimento
prisional civil, ficando ele sujeito ao regime conforme a legislação penal comum, de cujos
benefícios e concessões, também, poderá gozar. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de
30.6.1978)
Cumprimento em penitenciária militar

Parágrafo único - Por crime militar praticado em tempo de guerra poderá o civil ficar
sujeito a cumprir a pena, no todo ou em parte em penitenciária militar, se, em benefício da
segurança nacional, assim o determinar a sentença. (Redação dada pela Lei nº 6.544, de
30.6.1978)
Pena de impedimento
Art. 63. A pena de impedimento sujeita o condenado a permanecer no recinto da
unidade, sem prejuízo da instrução militar.

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Pena de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função


Art. 64. A pena de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função consiste
na agregação, no afastamento, no licenciamento ou na disponibilidade do condenado, pelo
tempo fixado na sentença, sem prejuízo do seu comparecimento regular à sede do serviço.
Não será contado como tempo de serviço, para qualquer efeito, o do cumprimento da pena.
Caso de reserva, reforma ou aposentadoria
Parágrafo único. Se o condenado, quando proferida a sentença, já estiver na reserva, ou
reformado ou aposentado, a pena prevista neste artigo será convertida em pena de detenção,
de três meses a um ano.
Pena de reforma
Art. 65. A pena de reforma sujeita o condenado à situação de inatividade, não podendo
perceber mais de um vinte e cinco avos do sôldo, por ano de serviço, nem receber importância
superior à do sôldo.
Superveniência de doença mental
Art. 66. O condenado a que sobrevenha doença mental deve ser recolhido a manicômio
judiciário ou, na falta dêste, a outro estabelecimento adequado, onde lhe seja assegurada
custódia e tratamento.
Tempo computável
Art. 67. Computam-se na pena privativa de liberdade o tempo de prisão provisória, no
Brasil ou no estrangeiro, e o de internação em hospital ou manicômio, bem como o excesso de
tempo, reconhecido em decisão judicial irrecorrível, no cumprimento da pena, por outro
crime, desde que a decisão seja posterior ao crime de que se trata.
Transferência de condenados
Art. 68. O condenado pela Justiça Militar de uma região, distrito ou zona pode cumprir
pena em estabelecimento de outra região, distrito ou zona.
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DA PENA
Fixação da pena privativa de liberdade
Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do crime
praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do dolo ou grau da
culpa, a maior ou menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios empregados, o modo
de execução, os motivos determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes
do réu e sua atitude de insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime.

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Determinação da pena
§ 1º Se são cominadas penas alternativas, o juiz deve determinar qual delas é aplicável.
Limites legais da pena
§ 2º Salvo o disposto no art. 76, é fixada dentro dos limites legais a quantidade da pena
aplicável.
Circunstâncias agravantes
Art. 70. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não integrantes ou
qualificativas do crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime;
c) depois de embriagar-se, salvo se a embriaguez decorre de caso fortuito, engano ou
fôrça maior;
d) à traição, de emboscada, com surprêsa, ou mediante outro recurso insidioso que
dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;
e) com o emprêgo de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro meio
dissimulado ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
f) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou
profissão;
h) contra criança, velho ou enfêrmo;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, alagamento, inundação, ou qualquer
calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) estando de serviço;
m) com emprêgo de arma, material ou instrumento de serviço, para êsse fim procurado;
n) em auditório da Justiça Militar ou local onde tenha sede a sua administração;
o) em país estrangeiro.
Parágrafo único. As circunstâncias das letras c , salvo no caso de embriaguez
preordenada, l , m e o , só agravam o crime quando praticado por militar.
Reincidência

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Art. 71. Verifica-se a reincidência quando o agente comete nôvo crime, depois de
transitar em julgado a sentença que, no país ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime
anterior.
Temporariedade da reincidência
§ 1º Não se toma em conta, para efeito da reincidência, a condenação anterior, se, entre a
data do cumprimento ou extinção da pena e o crime posterior, decorreu período de tempo
superior a cinco anos.
Crimes não considerados para efeito da reincidência
§ 2º Para efeito da reincidência, não se consideram os crimes anistiados.
Art. 72. São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
Circunstância atenuantes
I - ser o agente menor de vinte e um ou maior de setenta anos;
II - ser meritório seu comportamento anterior;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe
ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
vítima;
d) confessado espontâneamente, perante a autoridade, a autoria do crime, ignorada ou
imputada a outrem;
e) sofrido tratamento com rigor não permitido em lei. Não atendimento de atenuantes
Parágrafo único. Nos crimes em que a pena máxima cominada é de morte, ao juiz é
facultado atender, ou não, às circunstâncias atenuantes enumeradas no artigo.
Quantum da agravação ou atenuação
Art. 73. Quando a lei determina a agravação ou atenuação da pena sem mencionar
o quantum , deve o juiz fixá-lo entre um quinto e um têrço, guardados os limites da pena
cominada ao crime.
Mais de uma agravante ou atenuante
Art. 74. Quando ocorre mais de uma agravante ou mais de uma atenuante, o juiz poderá
limitar-se a uma só agravação ou a uma só atenuação.
Concurso de agravantes e atenuantes

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Art. 75. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite


indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos
motivos determinantes do crime, da personalidade do agente, e da reincidência. Se há
equivalência entre umas e outras, é como se não tivessem ocorrido.
Majorantes e minorantes
Art. 76. Quando a lei prevê causas especiais de aumento ou diminuição da pena, não fica
o juiz adstrito aos limites da pena cominada ao crime, senão apenas aos da espécie de pena
aplicável (art. 58).
Parágrafo único. No concurso dessas causas especiais, pode o juiz limitar-se a um só
aumento ou a uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou
diminua.
Pena-base
Art. 77. A pena que tenha de ser aumentada ou diminuída, de quantidade fixa ou dentro
de determinados limites, é a que o juiz aplicaria, se não existisse a circunstância ou causa que
importa o aumento ou diminuição.
Criminoso habitual ou por tendência
Art. 78. Em se tratando de criminoso habitual ou por tendência, a pena a ser imposta será
por tempo indeterminado. O juiz fixará a pena correspondente à nova infração penal, que
constituirá a duração mínima da pena privativa da liberdade, não podendo ser, em caso algum,
inferior a três anos.
Limite da pena indeterminada
§ 1º A duração da pena indeterminada não poderá exceder a dez anos, após o
cumprimento da pena imposta.
Habitualidade presumida
§ 2º Considera-se criminoso habitual aquêle que:
a) reincide pela segunda vez na prática de crime doloso da mesma natureza, punível com
pena privativa de liberdade em período de tempo não superior a cinco anos, descontado o que
se refere a cumprimento de pena;
Habitualidade reconhecível pelo juiz
b) embora sem condenação anterior, comete sucessivamente, em período de tempo não
superior a cinco anos, quatro ou mais crimes dolosos da mesma natureza, puníveis com pena
privativa de liberdade, e demonstra, pelas suas condições de vida e pelas circunstâncias dos
fatos apreciados em conjunto, acentuada inclinação para tais crimes.

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Criminoso por tendência


§ 3º Considera-se criminoso por tendência aquêle que comete homicídio, tentativa de
homicídio ou lesão corporal grave, e, pelos motivos determinantes e meios ou modo de
execução, revela extraordinária torpeza, perversão ou malvadez.
Ressalva do art. 113
§ 4º Fica ressalvado, em qualquer caso, o disposto no art. 113.
Crimes da mesma natureza
§ 5º Consideram-se crimes da mesma natureza os previstos no mesmo dispositivo legal,
bem como os que, embora previstos em dispositivos diversos, apresentam, pelos fatos que os
constituem ou por seus motivos determinantes, caracteres fundamentais comuns.
Concurso de crimes
Art. 79. Quando o agente, mediante uma só ou mais de uma ação ou omissão, pratica
dois ou mais crimes, idênticos ou não, as penas privativas de liberdade devem ser unificadas.
Se as penas são da mesma espécie, a pena única é a soma de tôdas; se, de espécies diferentes,
a pena única e a mais grave, mas com aumento correspondente à metade do tempo das menos
graves, ressalvado o disposto no art. 58.
Crime continuado
Art. 80. Aplica-se a regra do artigo anterior, quando o agente, mediante mais de uma
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser considerados
como continuação do primeiro.
Parágrafo único. Não há crime continuado quando se trata de fatos ofensivos de bens
jurídicos inerentes à pessoa, salvo se as ações ou omissões sucessivas são dirigidas contra a
mesma vítima.
Limite da pena unificada
Art. 81. A pena unificada não pode ultrapassar de trinta anos, se é de reclusão, ou de
quinze anos, se é de detenção.
Redução facultativa da pena
§ 1º A pena unificada pode ser diminuída de um sexto a um quarto, no caso de unidade
de ação ou omissão, ou de crime continuado.
Graduação no caso de pena de morte
§ 2° Quando cominada a pena de morte como grau máximo e a de reclusão como grau
mínimo, aquela corresponde, para o efeito de graduação, à de reclusão por trinta anos.

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Cálculo da pena aplicável à tentativa


§ 3° Nos crimes punidos com a pena de morte, esta corresponde à de reclusão por trinta
anos, para cálculo da pena aplicável à tentativa, salvo disposição especial.
Ressalva do art. 78, § 2º, letra b
Art. 82. Quando se apresenta o caso do art. 78, § 2º, letra b , fica sem aplicação o
disposto quanto ao concurso de crimes idênticos ou ao crime continuado.
Penas não privativas de liberdade
Art. 83. As penas não privativas de liberdade são aplicadas distinta e integralmente,
ainda que previstas para um só dos crimes concorrentes.
CAPÍTULO III
DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA
Pressupostos da suspensão
Art. 84 - A execução da pena privativa da liberdade, não superior a 2 (dois) anos, pode
ser suspensa, por 2 (dois) anos a 6 (seis) anos, desde que:(Redação dada pela Lei nº 6.544, de
30.6.1978)
I - o sentenciado não haja sofrido no País ou no estrangeiro, condenação irrecorrível por
outro crime a pena privativa da liberdade, salvo o disposto no 1º do art. 71; (Redação dada
pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978)
II - os seus antecedentes e personalidade, os motivos e as circunstâncias do crime, bem
como sua conduta posterior, autorizem a presunção de que não tornará a delinqüir. (Redação
dada pela Lei nº 6.544, de 30.6.1978)
Restrições
Parágrafo único. A suspensão não se estende às penas de reforma, suspensão do
exercício do pôsto, graduação ou função ou à pena acessória, nem exclui a aplicação de
medida de segurança não detentiva.
Condições
Art. 85. A sentença deve especificar as condições a que fica subordinada a suspensão.
Revogação obrigatória da suspensão
Art. 86. A suspensão é revogada se, no curso do prazo, o beneficiário:
I - é condenado, por sentença irrecorrível, na Justiça Militar ou na comum, em razão de
crime, ou de contravenção reveladora de má índole ou a que tenha sido imposta pena privativa
de liberdade;
II - não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano;

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III - sendo militar, é punido por infração disciplinar considerada grave.


Revogação facultativa
§ 1º A suspensão pode ser também revogada, se o condenado deixa de cumprir qualquer
das obrigações constantes da sentença.
Prorrogação de prazo
§ 2º Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o
período de prova até o máximo, se êste não foi o fixado.
§ 3º Se o beneficiário está respondendo a processo que, no caso de condenação, pode
acarretar a revogação, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento
definitivo.
Extinção da pena
Art. 87. Se o prazo expira sem que tenha sido revogada a suspensão, fica extinta a pena
privativa de liberdade.
Não aplicação da suspensão condicional da pena
Art. 88. A suspensão condicional da pena não se aplica:
I - ao condenado por crime cometido em tempo de guerra;
II - em tempo de paz:
a) por crime contra a segurança nacional, de aliciação e incitamento, de violência contra
superior, oficial de dia, de serviço ou de quarto, sentinela, vigia ou plantão, de desrespeito a
superior, de insubordinação, ou de deserção;
b) pelos crimes previstos nos arts. 160, 161, 162, 235, 291 e seu parágrafo único, ns. I a
IV.
CAPÍTULO IV
DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Requisitos
Art. 89. O condenado a pena de reclusão ou de detenção por tempo igual ou superior a
dois anos pode ser liberado condicionalmente, desde que:
I - tenha cumprido:
a) metade da pena, se primário;
b) dois terços, se reincidente;
II - tenha reparado, salvo impossibilidade de fazê-lo, o dano causado pelo crime;

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III - sua boa conduta durante a execução da pena, sua adaptação ao trabalho e às
circunstâncias atinentes a sua personalidade, ao meio social e à sua vida pregressa permitem
supor que não voltará a delinqüir.
Penas em concurso de infrações
§ 1º No caso de condenação por infrações penais em concurso, deve ter-se em conta a
pena unificada.
Condenação de menor de 21 ou maior de 70 anos
§ 2º Se o condenado é primário e menor de vinte e um ou maior de setenta anos, o tempo
de cumprimento da pena pode ser reduzido a um têrço.
Especificações das condições
Art. 90. A sentença deve especificar as condições a que fica subordinado o livramento.
Preliminares da concessão
Art. 91. O livramento sòmente se concede mediante parecer do Conselho Penitenciário,
ouvidos o diretor do estabelecimento em que está ou tenha estado o liberando e o
representante do Ministério Público da Justiça Militar; e, se imposta medida de segurança
detentiva, após perícia conclusiva da não periculosidade do liberando.
Observação cautelar e proteção do liberado
Art. 92. O liberado fica sob observação cautelar e proteção realizadas por patronato
oficial ou particular, dirigido aquêle e inspecionado êste pelo Conselho Penitenciário. Na falta
de patronato, o liberado fica sob observação cautelar realizada por serviço social penitenciário
ou órgão similar.
Revogação obrigatória
Art. 93. Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado, em sentença
irrecorrível, a penal privativa de liberdade:
I - por infração penal cometida durante a vigência do benefício;
II - por infração penal anterior, salvo se, tendo de ser unificadas as penas, não fica
prejudicado o requisito do art. 89, nº I, letra a
Revogação facultativa
§ 1º O juiz pode, também, revogar o livramento se o liberado deixa de cumprir qualquer
das obrigações constantes da sentença ou é irrecorrìvelmente condenado, por motivo de
contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade; ou, se militar, sofre penalidade por
transgressão disciplinar considerada grave.
Infração sujeita à jurisdição penal comum

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§ 2º Para os efeitos da revogação obrigatória, são tomadas, também, em consideração,


nos têrmos dos ns. I e II dêste artigo, as infrações sujeitas à jurisdição penal comum; e,
igualmente, a contravenção compreendida no § 1º, se assim, com prudente arbítrio, o entender
o juiz.
Efeitos da revogação
Art. 94. Revogado o livramento, não pode ser novamente concedido e, salvo quando a
revogação resulta de condenação por infração penal anterior ao benefício, não se desconta na
pena o tempo em que estêve sôlto o condenado.
Extinção da pena
Art. 95. Se, até o seu têrmo, o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade.
Parágrafo único. Enquanto não passa em julgado a sentença em processo, a que responde
o liberado por infração penal cometida na vigência do livramento, deve o juiz abster-se de
declarar a extinção da pena.
Não aplicação do livramento condicional
Art. 96. O livramento condicional não se aplica ao condenado por crime cometido em
tempo de guerra.
Casos especiais do livramento condicional
Art. 97. Em tempo de paz, o livramento condicional por crime contra a segurança externa
do país, ou de revolta, motim, aliciação e incitamento, violência contra superior ou militar de
serviço, só será concedido após o cumprimento de dois terços da pena, observado ainda o
disposto no art. 89, preâmbulo, seus números II e III e §§ 1º e 2º.
CAPÍTULO V
DAS PENAS ACESSÓRIAS
Penas Acessórias
Art. 98. São penas acessórias:
I - a perda de pôsto e patente;
II - a indignidade para o oficialato;
III - a incompatibilidade com o oficialato;
IV - a exclusão das fôrças armadas;
V - a perda da função pública, ainda que eletiva;
VI - a inabilitação para o exercício de função pública;
VII - a suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela;

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109

VIII - a suspensão dos direitos políticos.


Função pública equiparada
Parágrafo único. Equipara-se à função pública a que é exercida em emprêsa pública,
autarquia, sociedade de economia mista, ou sociedade de que participe a União, o Estado ou o
Município como acionista majoritário.
Perda de pôsto e patente
Art. 99. A perda de pôsto e patente resulta da condenação a pena privativa de liberdade
por tempo superior a dois anos, e importa a perda das condecorações.
Indignidade para o oficialato
Art. 100. Fica sujeito à declaração de indignidade para o oficialato o militar condenado,
qualquer que seja a pena, nos crimes de traição, espionagem ou cobardia, ou em qualquer dos
definidos nos arts. 161, 235, 240, 242, 243, 244, 245, 251, 252, 303, 304, 311 e 312.
Incompatibilidade com o oficialato
Art. 101. Fica sujeito à declaração de incompatibilidade com o oficialato o militar
condenado nos crimes dos arts. 141 e 142.
Exclusão das fôrças armadas
Art. 102. A condenação da praça a pena privativa de liberdade, por tempo superior a dois
anos, importa sua exclusão das fôrças armadas.
Perda da função pública
Art. 103. Incorre na perda da função pública o assemelhado ou o civil:
I - condenado a pena privativa de liberdade por crime cometido com abuso de poder ou
violação de dever inerente à função pública;
II - condenado, por outro crime, a pena privativa de liberdade por mais de dois anos.
Parágrafo único. O disposto no artigo aplica-se ao militar da reserva, ou reformado, se
estiver no exercício de função pública de qualquer natureza.
Inabilitação para o exercício de função pública
Art. 104. Incorre na inabilitação para o exercício de função pública, pelo prazo de dois
até vinte anos, o condenado a reclusão por mais de quatro anos, em virtude de crime praticado
com abuso de poder ou violação do dever militar ou inerente à função pública.
Têrmo inicial
Parágrafo único. O prazo da inabilitação para o exercício de função pública começa ao
têrmo da execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança imposta em
substituição, ou da data em que se extingue a referida pena.

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110

Suspensão do pátrio poder, tutela ou curatela


Art. 105. O condenado a pena privativa de liberdade por mais de dois anos, seja qual fôr
o crime praticado, fica suspenso do exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, enquanto
dura a execução da pena, ou da medida de segurança imposta em substituição (art. 113).
Suspensão provisória
Parágrafo único. Durante o processo pode o juiz decretar a suspensão provisória do
exercício do pátrio poder, tutela ou curatela.
Suspensão dos direitos políticos
Art. 106. Durante a execução da pena privativa de liberdade ou da medida de segurança
ìmposta em substituição, ou enquanto perdura a inabilitação para função pública, o
condenado não pode votar, nem ser votado.
Imposição de pena acessória
Art. 107. Salvo os casos dos arts. 99, 103, nº II, e 106, a imposição da pena acessória
deve constar expressamente da sentença.
Tempo computável
Art. 108. Computa-se no prazo das inabilitações temporárias o tempo de liberdade
resultante da suspensão condicional da pena ou do livramento condicional, se não sobrevém
revogação.
CAPÍTULO VI
DOS EFEITOS DA CONDENAÇÃO
Obrigação de reparar o dano
Art. 109. São efeitos da condenação:
I - tornar certa a obrigação de reparar o dano resultante do crime;
Perda em favor da Fazenda Nacional
II - a perda, em favor da Fazenda Nacional, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro
de boa-fé:
a) dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação,
uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo
agente com a sua prática.
TÍTULO VI
DAS MEDIDAS DE SEGURANÇA
Espécies de medidas de segurança

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111

Art. 110. As medidas de segurança são pessoais ou patrimoniais. As da primeira espécie


subdividem-se em detentivas e não detentivas. As detentivas são a internação em manicômio
judiciário e a internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou
ao estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de outro. As não detentivas são a
cassação de licença para direção de veículos motorizados, o exílio local e a proibição de
freqüentar determinados lugares. As patrimoniais são a interdição de estabelecimento ou sede
de sociedade ou associação, e o confisco.
Pessoas sujeitas às medidas de segurança
Art. 111. As medidas de segurança sòmente podem ser impostas:
I - aos civis;
II - aos militares ou assemelhados, condenados a pena privativa de liberdade por tempo
superior a dois anos, ou aos que de outro modo hajam perdido função, pôsto e patente, ou
hajam sido excluídos das fôrças armadas;
III - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 48;
IV - aos militares ou assemelhados, no caso do art. 115, com aplicação dos seus §§ 1º, 2º
e 3º.
Manicômio judiciário
Art. 112. Quando o agente é inimputável (art. 48), mas suas condições pessoais e o fato
praticado revelam que êle oferece perigo à incolumidade alheia, o juiz determina sua
internação em manicômio judiciário.
Prazo de internação
§ 1º A internação, cujo mínimo deve ser fixado de entre um a três anos, é por tempo
indeterminado, perdurando enquanto não fôr averiguada, mediante perícia médica, a cessação
da periculosidade do internado.
Perícia médica
§ 2º Salvo determinação da instância superior, a perícia médica é realizada ao término do
prazo mínimo fixado à internação e, não sendo esta revogada, deve aquela ser repetida de ano
em ano.
Desinternação condicional
§ 3º A desinternação é sempre condicional, devendo ser restabelecida a situação anterior,
se o indivíduo, antes do decurso de um ano, vem a praticar fato indicativo de persistência de
sua periculosidade.
§ 4º Durante o período de prova, aplica-se o disposto no art. 92.

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112

Substituição da pena por internação


Art. 113. Quando o condenado se enquadra no parágrafo único do art. 48 e necessita de
especial tratamento curativo, a pena privativa de liberdade pode ser substituída pela
internação em estabelecimento psiquiátrico anexo ao manicômio judiciário ou ao
estabelecimento penal, ou em seção especial de um ou de outro.
Superveniência de cura
§ 1º Sobrevindo a cura, pode o internado ser transferido para o estabelecimento penal,
não ficando excluído o seu direito a livramento condicional.
Persistência do estado mórbido
§ 2º Se, ao término do prazo, persistir o mórbido estado psíquico do internado,
condicionante de periculosidade atual, a internação passa a ser por tempo indeterminado,
aplicando-se o disposto nos §§ 1º a 4º do artigo anterior.
Ébrios habituais ou toxicômanos
§ 3º À idêntica internação para fim curativo, sob as mesmas normas, ficam sujeitos os
condenados reconhecidos como ébrios habituais ou toxicômanos.
Regime de internação
Art. 114. A internação, em qualquer dos casos previstos nos artigos precedentes, deve
visar não apenas ao tratamento curativo do internado, senão também ao seu aperfeiçoamento,
a um regime educativo ou de trabalho, lucrativo ou não, segundo o permitirem suas condições
pessoais.
Cassação de licença para dirigir veículos motorizados
Art. 115. Ao condenado por crime cometido na direção ou relacionadamente à direção de
veículos motorizados, deve ser cassada a licença para tal fim, pelo prazo mínimo de um ano,
se as circunstâncias do caso e os antecedentes do condenado revelam a sua inaptidão para essa
atividade e conseqüente perigo para a incolumidade alheia.
§ 1º O prazo da interdição se conta do dia em que termina a execução da pena privativa
de liberdade ou da medida de segurança detentiva, ou da data da suspensão condicional da
pena ou da concessão do livramento ou desinternação condicionais.
§ 2º Se, antes de expirado o prazo estabelecido, é averiguada a cessação do perigo
condicionante da interdição, esta é revogada; mas, se o perigo persiste ao têrmo do prazo,
prorroga-se êste enquanto não cessa aquêle.
§ 3º A cassação da licença deve ser determinada ainda no caso de absolvição do réu em
razão de inimputabilidade.

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113

Exílio local
Art. 116. O exílio local, aplicável quando o juiz o considera necessário como medida
preventiva, a bem da ordem pública ou do próprio condenado, consiste na proibição de que
êste resida ou permaneça, durante um ano, pelo menos, na localidade, município ou comarca
em que o crime foi praticado.
Parágrafo único. O exílio deve ser cumprido logo que cessa ou é suspensa
condicionalmente a execução da pena privativa de liberdade.
Proibição de freqüentar determinados lugares
Art. 117. A proibição de freqüentar determinados lugares consiste em privar o
condenado, durante um ano, pelo menos, da faculdade de acesso a lugares que favoreçam, por
qualquer motivo, seu retôrno à atividade criminosa.
Parágrafo único. Para o cumprimento da proibição, aplica-se o disposto no parágrafo
único do artigo anterior.
Interdição de estabelecimento, sociedade ou associação
Art. 118. A interdição de estabelecimento comercial ou industrial, ou de sociedade ou
associação, pode ser decretada por tempo não inferior a quinze dias, nem superior a seis
meses, se o estabelecimento, sociedade ou associação serve de meio ou pretexto para a prática
de infração penal.
§ 1º A interdição consiste na proibição de exercer no local o mesmo comércio ou
indústria, ou a atividade social.
§ 2º A sociedade ou associação, cuja sede é interditada, não pode exercer em outro local
as suas atividades.
Confisco
Art. 119. O juiz, embora não apurada a autoria, ou ainda quando o agente é inimputável,
ou não punível, deve ordenar o confisco dos instrumentos e produtos do crime, desde que
consistam em coisas:
I - cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitui fato ilícito;
II - que, pertencendo às fôrças armadas ou sendo de uso exclusivo de militares, estejam
em poder ou em uso do agente, ou de pessoa não devidamente autorizada;
III - abandonadas, ocultas ou desaparecidas.
Parágrafo único. É ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, nos casos dos
ns. I e III.

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114

Imposição da medida de segurança


Art. 120. A medida de segurança é imposta em sentença, que lhe estabelecerá as
condições, nos têrmos da lei penal militar.
Parágrafo único. A imposição da medida de segurança não impede a expulsão do
estrangeiro.
TÍTULO VII
DA AÇÃO PENAL
Propositura da ação penal
Art. 121. A ação penal sòmente pode ser promovida por denúncia do Ministério Público
da Justiça Militar.
Dependência de requisição
Art. 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a ação penal, quando o agente for militar
ou assemelhado, depende da requisição do Ministério Militar a que aquêle estiver
subordinado; no caso do art. 141, quando o agente fôr civil e não houver co-autor militar, a
requisição será do Ministério da Justiça.
TÍTULO VIII
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Causas extintivas
Art. 123. Extingue-se a punibilidade:
I - pela morte do agente;
II - pela anistia ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso;
IV - pela prescrição;
V - pela reabilitação;
VI - pelo ressarcimento do dano, no peculato culposo (art. 303, § 4º).
Parágrafo único. A extinção da punibilidade de crime, que é pressuposto, elemento
constitutivo ou circunstância agravante de outro, não se estende a êste. Nos crimes conexos, a
extinção da punibilidade de um dêles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena
resultante da conexão.
Espécies de prescrição
Art. 124. A prescrição refere-se à ação penal ou à execução da pena.
Prescrição da ação penal

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Art. 125. A prescrição da ação penal, salvo o disposto no § 1º dêste artigo, regula-se pelo
máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:
I - em trinta anos, se a pena é de morte;
II - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze;
III - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito e não excede a doze;
IV - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro e não excede a oito;
V - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois e não excede a quatro;
VI - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não
excede a dois;
VII - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano.
Superveniência de sentença condenatória de que sòmente o réu recorre
§ 1º Sobrevindo sentença condenatória, de que sòmente o réu tenha recorrido, a
prescrição passa a regular-se pela pena imposta, e deve ser logo declarada, sem prejuízo do
andamento do recurso se, entre a última causa interruptiva do curso da prescrição (§ 5°) e a
sentença, já decorreu tempo suficiente.
Têrmo inicial da prescrição da ação penal
§ 2º A prescrição da ação penal começa a correr:
a) do dia em que o crime se consumou;
b) no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
c) nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência;
d) nos crimes de falsidade, da data em que o fato se tornou conhecido.
Caso de concurso de crimes ou de crime continuado
§ 3º No caso de concurso de crimes ou de crime continuado, a prescrição é referida, não
à pena unificada, mas à de cada crime considerado isoladamente.
Suspensão da prescrição
§ 4º A prescrição da ação penal não corre:
I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento
da existência do crime;
II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.
Interrupção da prescrição
§ 5º O curso da prescrição da ação penal interrompe-se:
I - pela instauração do processo;
II - pela sentença condenatória recorrível.

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116

§ 6º A interrupção da prescrição produz efeito relativamente a todos os autores do crime;


e nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, a interrupção relativa a qualquer
dêles estende-se aos demais.
Prescrição da execução da pena ou da medida de segurança que a substitui
Art. 126. A prescrição da execução da pena privativa de liberdade ou da medida de
segurança que a substitui (art. 113) regula-se pelo tempo fixado na sentença e verifica-se nos
mesmos prazos estabelecidos no art. 125, os quais se aumentam de um têrço, se o condenado
é criminoso habitual ou por tendência.
§ 1º Começa a correr a prescrição:
a) do dia em que passa em julgado a sentença condenatória ou a que revoga a suspensão
condicional da pena ou o livramento condicional;
b) do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva
computar-se na pena.
§ 2º No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento ou desinternação
condicionais, a prescrição se regula pelo restante tempo da execução.
§ 3º O curso da prescrição da execução da pena suspende-se enquanto o condenado está
prêso por outro motivo, e interrompe-se pelo início ou continuação do cumprimento da pena,
ou pela reincidência.
Prescrição no caso de reforma ou suspensão de exercício
Art. 127. Verifica-se em quatro anos a prescrição nos crimes cuja pena cominada, no
máximo, é de reforma ou de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função.
Disposições comuns a ambas as espécies de prescrição
Art. 128. Interrompida a prescrição, salvo o caso do § 3º, segunda parte, do art. 126, todo
o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.
Redução
Art. 129. São reduzidos de metade os prazos da prescrição, quando o criminoso era, ao
tempo do crime, menor de vinte e um anos ou maior de setenta.
Imprescritibilidade das penas acessórias
Art. 130. É imprescritível a execução das penas acessórias.
Prescrição no caso de insubmissão
Art. 131. A prescrição começa a correr, no crime de insubmissão, do dia em que o
insubmisso atinge a idade de trinta anos.
Prescrição no caso de deserção

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Art. 132. No crime de deserção, embora decorrido o prazo da prescrição, esta só extingue
a punibilidade quando o desertor atinge a idade de quarenta e cinco anos, e, se oficial, a de
sessenta.
Declaração de ofício
Art. 133. A prescrição, embora não alegada, deve ser declarada de ofício.
Reabilitação
Art. 134. A reabilitação alcança quaisquer penas impostas por sentença definitiva.
§ 1º A reabilitação poderá ser requerida decorridos cinco anos do dia em que fôr extinta,
de qualquer modo, a pena principal ou terminar a execução desta ou da medida de segurança
aplicada em substituição (art. 113), ou do dia em que terminar o prazo da suspensão
condicional da pena ou do livramento condicional, desde que o condenado:
a) tenha tido domicílio no País, no prazo acima referido;
b) tenha dado, durante êsse tempo, demonstração efetiva e constante de bom
comportamento público e privado;
c) tenha ressarcido o dano causado pelo crime ou demonstre absoluta impossibilidade de
o fazer até o dia do pedido, ou exiba documento que comprove a renúncia da vítima ou
novação da dívida.
§ 2º A reabilitação não pode ser concedida:
a) em favor dos que foram reconhecidos perigosos, salvo prova cabal em contrário;
b) em relação aos atingidos pelas penas acessórias do art. 98, inciso VII, se o crime fôr
de natureza sexual em detrimento de filho, tutelado ou curatelado.
Prazo para renovação do pedido
§ 3º Negada a reabilitação, não pode ser novamente requerida senão após o decurso de
dois anos.
§ 4º Os prazos para o pedido de reabilitação serão contados em dôbro no caso de
criminoso habitual ou por tendência.
Revogação
§ 5º A reabilitação será revogada de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, se a
pessoa reabilitada fôr condenada, por decisão definitiva, ao cumprimento de pena privativa da
liberdade.
Cancelamento do registro de condenações penais
Art. 135. Declarada a reabilitação, serão cancelados, mediante averbação, os
antecedentes criminais.

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Sigilo sôbre antecedentes criminais


Parágrafo único. Concedida a reabilitação, o registro oficial de condenações penais não
pode ser comunicado senão à autoridade policial ou judiciária, ou ao representante do
Ministério Público, para instrução de processo penal que venha a ser instaurado contra o
reabilitado.
PARTE ESPECIAL
LIVRO I
DOS CRIMES MILITARES EM TEMPO
DE PAZ
TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA
EXTERNA DO PAÍS
Hostilidade contra país estrangeiro
Art. 136. Praticar o militar ato de hostilidade contra país estrangeiro, expondo o Brasil a
perigo de guerra:
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
Resultado mais grave
§ 1º Se resulta ruptura de relações diplomáticas, represália ou retorsão:
Pena - reclusão, de dez a vinte e quatro anos.
§ 2º Se resulta guerra:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Provocação a país estrangeiro
Art. 137. Provocar o militar, diretamente, país estrangeiro a declarar guerra ou mover
hostilidade contra o Brasil ou a intervir em questão que respeite à soberania nacional:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Ato de jurisdição indevida
Art. 138. Praticar o militar, indevidamente, no território nacional, ato de jurisdição de
país estrangeiro, ou favorecer a prática de ato dessa natureza:
Pena - reclusão, de cinco a quinze anos.
Violação de território estrangeiro
Art. 139. Violar o militar território estrangeiro, com o fim de praticar ato de jurisdição
em nome do Brasil:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.

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Entendimento para empenhar o Brasil à neutralidade ou à guerra


Art. 140. Entrar ou tentar entrar o militar em entendimento com país estrangeiro, para
empenhar o Brasil à neutralidade ou à guerra:
Pena - reclusão, de seis a doze anos.
Entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil
Art. 141. Entrar em entendimento com país estrangeiro, ou organização nêle existente,
para gerar conflito ou divergência de caráter internacional entre o Brasil e qualquer outro país,
ou para lhes perturbar as relações diplomáticas:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos.
Resultado mais grave
§ 1º Se resulta ruptura de relações diplomáticas:
Pena - reclusão, de seis a dezoito anos.
§ 2º Se resulta guerra:
Pena - reclusão, de dez a vinte e quatro anos.
Tentativa contra a soberania do Brasil
Art. 142. Tentar:
I - submeter o território nacional, ou parte dêle, à soberania de país estrangeiro;
II - desmembrar, por meio de movimento armado ou tumultos planejados, o território
nacional, desde que o fato atente contra a segurança externa do Brasil ou a sua soberania;
III - internacionalizar, por qualquer meio, região ou parte do território nacional:
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos, para os cabeças; de dez a vinte anos, para os
demais agentes.
Consecução de notícia, informação ou documento para fim de espionagem
Art. 143. Conseguir, para o fim de espionagem militar, notícia, informação ou
documento, cujo sigilo seja de interêsse da segurança externa do Brasil:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 1º A pena é de reclusão de dez a vinte anos:
I - se o fato compromete a preparação ou eficiência bélica do Brasil, ou o agente
transmite ou fornece, por qualquer meio, mesmo sem remuneração, a notícia, informação ou
documento, a autoridade ou pessoa estrangeira;
II - se o agente, em detrimento da segurança externa do Brasil, promove ou mantém no
território nacional atividade ou serviço destinado à espionagem;

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III - se o agente se utiliza, ou contribui para que outrem se utilize, de meio de


comunicação, para dar indicação que ponha ou possa pôr em perigo a segurança externa do
Brasil.
Modalidade culposa
§ 2º Contribuir culposamente para a execução do crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, no caso do artigo; ou até quatro anos, no caso
do § 1º, nº I.
Revelação de notícia, informação ou documento
Art. 144. Revelar notícia, informação ou documento, cujo sigilo seja de interêsse da
segurança externa do Brasil:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
Fim da espionagem militar
§ 1º Se o fato é cometido com o fim de espionagem militar:
Pena - reclusão, de seis a doze anos.
Resultado mais grave
§ 2º Se o fato compromete a preparação ou a eficiência bélica do país:
Pena - reclusão, de dez a vinte anos.
Modalidade culposa
§ 3º Se a revelação é culposa:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, no caso do artigo; ou até quatro anos, nos
casos dos §§ 1° e 2.
Turbação de objeto ou documento
Art. 145. Suprimir, subtrair, deturpar, alterar, desviar, ainda que temporàriamente, objeto
ou documento concernente à segurança externa do Brasil:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
Resultado mais grave
§ 1º Se o fato compromete a segurança ou a eficiência bélica do país:
Pena - Reclusão, de dez a vinte anos.
Modalidade culposa
§ 2º Contribuir culposamente para o fato:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Penetração com o fim de espionagem

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Art. 146. Penetrar, sem licença, ou introduzir-se clandestinamente ou sob falso pretexto,
em lugar sujeito à administração militar, ou centro industrial a serviço de construção ou
fabricação sob fiscalização militar, para colhêr informação destinada a país estrangeiro ou
agente seu:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
Parágrafo único. Entrar, em local referido no artigo, sem licença de autoridade
competente, munido de máquina fotográfica ou qualquer outro meio hábil para a prática de
espionagem:
Pena - reclusão, até três anos.
Desenho ou levantamento de plano ou planta de local militar ou de engenho de
guerra
Art. 147. Fazer desenho ou levantar plano ou planta de fortificação, quartel, fábrica,
arsenal, hangar ou aeródromo, ou de navio, aeronave ou engenho de guerra motomecanizado,
utilizados ou em construção sob administração ou fiscalização militar, ou fotografá-los ou
filmá-los:
Pena - reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Sobrevôo em local interdito
Art. 148. Sobrevoar local declarado interdito:
Pena - reclusão, até três anos.
TÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA A AUTORIDADE
OU DISCIPLINA MILITAR
CAPÍTULO I
DO MOTIM E DA REVOLTA
Motim
Art. 149. Reunirem-se militares ou assemelhados:
I - agindo contra a ordem recebida de superior, ou negando-se a cumpri-la;
II - recusando obediência a superior, quando estejam agindo sem ordem ou praticando
violência;
III - assentindo em recusa conjunta de obediência, ou em resistência ou violência, em
comum, contra superior;
IV - ocupando quartel, fortaleza, arsenal, fábrica ou estabelecimento militar, ou
dependência de qualquer dêles, hangar, aeródromo ou aeronave, navio ou viatura militar, ou

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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
122

utilizando-se de qualquer daqueles locais ou meios de transporte, para ação militar, ou prática
de violência, em desobediência a ordem superior ou em detrimento da ordem ou da disciplina
militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos, com aumento de um têrço para os cabeças.
Revolta
Parágrafo único. Se os agentes estavam armados:
Pena - reclusão, de oito a vinte anos, com aumento de um têrço para os cabeças.
Organização de grupo para a prática de violência
Art. 150. Reunirem-se dois ou mais militares ou assemelhados, com armamento ou
material bélico, de propriedade militar, praticando violência à pessoa ou à coisa pública ou
particular em lugar sujeito ou não à administração militar:
Pena - reclusão, de quatro a oito anos.
Omissão de lealdade militar
Art. 151. Deixar o militar ou assemelhado de levar ao conhecimento do superior o motim
ou revolta de cuja preparação teve notícia, ou, estando presente ao ato criminoso, não usar de
todos os meios ao seu alcance para impedi-lo:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Conspiração
Art. 152. Concertarem-se militares ou assemelhados para a prática do crime previsto no
artigo 149:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Isenção de pena
Parágrafo único. É isento de pena aquêle que, antes da execução do crime e quando era
ainda possível evitar-lhe as conseqüências, denuncia o ajuste de que participou.
Cumulação de penas
Art. 153. As penas dos arts. 149 e 150 são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à
violência.
CAPÍTULO II
DA ALICIAÇÃO E DO INCITAMENTO
Aliciação para motim ou revolta
Art. 154. Aliciar militar ou assemelhado para a prática de qualquer dos crimes previstos
no capítulo anterior:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.

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Incitamento
Art. 155. Incitar à desobediência, à indisciplina ou à prática de crime militar:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem introduz, afixa ou distribui, em lugar
sujeito à administração militar, impressos, manuscritos ou material mimeografado,
fotocopiado ou gravado, em que se contenha incitamento à prática dos atos previstos no
artigo.
Apologia de fato criminoso ou do seu autor
Art. 156. Fazer apologia de fato que a lei militar considera crime, ou do autor do mesmo,
em lugar sujeito à administração militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.

CAPÍTULO III
DA VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR OU
MILITAR DE SERVIÇO
Violência contra superior
Art. 157. Praticar violência contra superior:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Formas qualificadas
§ 1º Se o superior é comandante da unidade a que pertence o agente, ou oficial general:
Pena - reclusão, de três a nove anos.
§ 2º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um têrço.
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do
crime contra a pessoa.
§ 4º Se da violência resulta morte:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 5º A pena é aumentada da sexta parte, se o crime ocorre em serviço.
Violência contra militar de serviço
Art. 158. Praticar violência contra oficial de dia, de serviço, ou de quarto, ou contra
sentinela, vigia ou plantão:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
Formas qualificadas
§ 1º Se a violência é praticada com arma, a pena é aumentada de um têrço.

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§ 2º Se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além da pena da violência, a do


crime contra a pessoa.
§ 3º Se da violência resulta morte:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Ausência de dôlo no resultado
Art. 159. Quando da violência resulta morte ou lesão corporal e as circunstâncias
evidenciam que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena do
crime contra a pessoa é diminuída de metade.

CAPÍTULO IV
DO DESRESPEITO A SUPERIOR E A
SÍMBOLO NACIONAL OU A FARDA
Desrespeito a superior
Art. 160. Desrespeitar superior diante de outro militar:
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Desrespeito a comandante, oficial general ou oficial de serviço
Parágrafo único. Se o fato é praticado contra o comandante da unidade a que pertence o
agente, oficial-general, oficial de dia, de serviço ou de quarto, a pena é aumentada da metade.
Desrespeito a símbolo nacional
Art. 161. Praticar o militar diante da tropa, ou em lugar sujeito à administração militar,
ato que se traduza em ultraje a símbolo nacional:
Pena - detenção, de um a dois anos.
Despojamento desprezível
Art. 162. Despojar-se de uniforme, condecoração militar, insígnia ou distintivo, por
menosprêzo ou vilipêndio:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Parágrafo único. A pena é aumentada da metade, se o fato é praticado diante da tropa, ou
em público.
CAPÍTULO V
DA INSUBORDINAÇÃO
Recusa de obediência
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sôbre assunto ou matéria de serviço, ou
relativamente a dever impôsto em lei, regulamento ou instrução:

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Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Oposição a ordem de sentinela
Art. 164. Opor-se às ordens da sentinela:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Reunião ilícita
Art. 165. Promover a reunião de militares, ou nela tomar parte, para discussão de ato de
superior ou assunto atinente à disciplina militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano a quem promove a reunião; de dois a seis meses
a quem dela participa, se o fato não constitui crime mais grave.
Publicação ou crítica indevida
Art. 166. Publicar o militar ou assemelhado, sem licença, ato ou documento oficial, ou
criticar públicamente ato de seu superior ou assunto atinente à disciplina militar, ou a
qualquer resolução do Govêrno:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

CAPÍTULO VI
DA USURPAÇÃO E DO EXCESSO OU ABUSO
DE AUTORIDADE
Assunção de comando sem ordem ou autorização
Art. 167. Assumir o militar, sem ordem ou autorização, salvo se em grave emergência,
qualquer comando, ou a direção de estabelecimento militar:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Conservação ilegal de comando
Art. 168. Conservar comando ou função legitimamente assumida, depois de receber
ordem de seu superior para deixá-los ou transmiti-los a outrem:
Pena - detenção, de um a três anos.
Operação militar sem ordem superior
Art. 169. Determinar o comandante, sem ordem superior e fora dos casos em que essa se
dispensa, movimento de tropa ou ação militar:
Pena - reclusão, de três a cinco anos.
Forma qualificada
Parágrafo único. Se o movimento da tropa ou ação militar é em território estrangeiro ou
contra fôrça, navio ou aeronave de país estrangeiro:

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Pena - reclusão, de quatro a oito anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Ordem arbitrária de invasão
Art. 170. Ordenar, arbitràriamente, o comandante de fôrça, navio, aeronave ou engenho
de guerra motomecanizado a entrada de comandados seus em águas ou território estrangeiro,
ou sobrevoá-los:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de um a três anos, ou reforma.
Uso indevido por militar de uniforme, distintivo ou insígnia
Art. 171. Usar o militar ou assemelhado, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia
de pôsto ou graduação superior:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Uso indevido de uniforme, distintivo ou insígnia militar por qualquer pessoa
Art. 172. Usar, indevidamente, uniforme, distintivo ou insígnia militar a que não tenha
direito:
Pena - detenção, até seis meses.
Abuso de requisição militar
Art. 173. Abusar do direito de requisição militar, excedendo os podêres conferidos ou
recusando cumprir dever impôsto em lei:
Pena - detenção, de um a dois anos.
Rigor excessivo
Art. 174. Exceder a faculdade de punir o subordinado, fazendo-o com rigor não
permitido, ou ofendendo-o por palavra, ato ou escrito:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, por dois a seis meses, se o fato não constitui
crime mais grave.
Violência contra inferior
Art. 175. Praticar violência contra inferior:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Resultado mais grave
Parágrafo único. Se da violência resulta lesão corporal ou morte é também aplicada a
pena do crime contra a pessoa, atendendo-se, quando fôr o caso, ao disposto no art. 159.
Ofensa aviltante a inferior
Art. 176. Ofender inferior, mediante ato de violência que, por natureza ou pelo meio
empregado, se considere aviltante:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

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Parágrafo único. Aplica-se o disposto no parágrafo único do artigo anterior.

CAPÍTULO VII
DA RESISTÊNCIA
Resistência mediante ameaça ou violência
Art. 177. Opor-se à execução de ato legal, mediante ameaça ou violência ao executor, ou
a quem esteja prestando auxílio:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Forma qualificada
§ 1º Se o ato não se executa em razão da resistência:
Pena - reclusão de dois a quatro anos.
Cumulação de penas
§ 2º As penas dêste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência,
ou ao fato que constitua crime mais grave.

CAPÍTULO VIII
DA FUGA, EVASÃO, ARREBATAMENTO E
AMOTINAMENTO DE PRESOS
Fuga de prêso ou internado
Art. 178. Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente prêsa ou submetida a medida
de segurança detentiva:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Formas qualificadas
§ 1º Se o crime é praticado a mão armada ou por mais de uma pessoa, ou mediante
arrombamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 2º Se há emprêgo de violência contra pessoa, aplica-se também a pena correspondente
à violência.
§ 3º Se o crime é praticado por pessoa sob cuja guarda, custódia ou condução está o
prêso ou internado:
Pena - reclusão, até quatro anos.
Modalidade culposa

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Art. 179. Deixar, por culpa, fugir pessoa legalmente prêsa, confiada à sua guarda ou
condução:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Evasão de prêso ou internado
Art. 180. Evadir-se, ou tentar evadir-se o prêso ou internado, usando de violência contra
a pessoa:
Pena - detenção, de um a dois anos, além da correspondente à violência.
§ 1º Se a evasão ou a tentativa ocorre mediante arrombamento da prisão militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Cumulação de penas
§ 2º Se ao fato sucede deserção, aplicam-se cumulativamente as penas correspondentes.
Arrebatamento de prêso ou internado
Art. 181. Arrebatar prêso ou internado, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha
sob guarda ou custódia militar:
Pena - reclusão, até quatro anos, além da correspondente à violência.
Amotinamento
Art. 182. Amotinarem-se presos, ou internados, perturbando a disciplina do recinto de
prisão militar:
Pena - reclusão, até três anos, aos cabeças; aos demais, detenção de um a dois anos.
Responsabilidade de participe ou de oficial
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem participa do amotinamento ou, sendo
oficial e estando presente, não usa os meios ao seu alcance para debelar o amotinamento ou
evitar-lhe as consequências.

TÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA O SERVIÇO
MILITAR E O DEVER MILITAR
CAPÍTULO I
DA INSUBMISSÃO
Insubmissão
Art. 183. Deixar de apresentar-se o convocado à incorporação, dentro do prazo que lhe
foi marcado, ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação:
Pena - impedimento, de três meses a um ano.

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Caso assimilado
§ 1º Na mesma pena incorre quem, dispensado temporàriamente da incorporação, deixa
de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento.
Diminuição da pena
§ 2º A pena é diminuída de um têrço:
a) pela ignorância ou a errada compreensão dos atos da convocação militar, quando
escusáveis;
b) pela apresentação voluntária dentro do prazo de um ano, contado do último dia
marcado para a apresentação.
Criação ou simulação de incapacidade física
Art. 184. Criar ou simular incapacidade física, que inabilite o convocado para o serviço
militar:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Substituição de convocado
Art. 185. Substituir-se o convocado por outrem na apresentação ou na inspeção de saúde.
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem substitui o convocado.
Favorecimento a convocado
Art. 186. Dar asilo a convocado, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou
facilitar-lhe transporte ou meio que obste ou dificulte a incorporação, sabendo ou tendo razão
para saber que cometeu qualquer dos crimes previstos neste capítulo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Isenção de pena
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.

CAPÍTULO II
DA DESERÇÃO
Deserção
Art. 187. Ausentar-se o militar, sem licença, da unidade em que serve, ou do lugar em
que deve permanecer, por mais de oito dias:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos; se oficial, a pena é agravada.
Casos assimilados

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Art. 188. Na mesma pena incorre o militar que:


I - não se apresenta no lugar designado, dentro de oito dias, findo o prazo de trânsito ou
férias;
II - deixa de se apresentar a autoridade competente, dentro do prazo de oito dias,
contados daquele em que termina ou é cassada a licença ou agregação ou em que é declarado
o estado de sítio ou de guerra;
III - tendo cumprido a pena, deixa de se apresentar, dentro do prazo de oito dias;
IV - consegue exclusão do serviço ativo ou situação de inatividade, criando ou
simulando incapacidade.
Art. 189. Nos crimes dos arts. 187 e 188, ns. I, II e III:
Atenuante especial
I - se o agente se apresenta voluntàriamente dentro em oito dias após a consumação do
crime, a pena é diminuída de metade; e de um têrço, se de mais de oito dias e até sessenta;
Agravante especial
II - se a deserção ocorre em unidade estacionada em fronteira ou país estrangeiro, a pena
é agravada de um têrço.
Deserção especial
Art. 190. Deixar o militar de apresentar-se no momento da partida do navio ou aeronave,
de que é tripulante, ou do deslocamento da unidade ou força em que serve: (Redação dada
pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998)
Pena - detenção, até três meses, se após a partida ou deslocamento se apresentar, dentro
de vinte e quatro horas, à autoridade militar do lugar, ou, na falta desta, à autoridade policial,
para ser comunicada a apresentação ao comando militar competente.(Redação dada pela Lei
nº 9.764, de 18.12.1998)
§ 1º Se a apresentação se der dentro de prazo superior a vinte e quatro horas e não
excedente a cinco dias:
Pena - detenção, de dois a oito meses.
§ 2o Se superior a cinco dias e não excedente a oito dias: (Redação dada pela Lei nº
9.764, de 18.12.1998)
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 2o-A. Se superior a oito dias: (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998)
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Aumento de pena

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§ 3o A pena é aumentada de um terço, se se tratar de sargento, subtenente ou suboficial, e


de metade, se oficial. (Redação dada pela Lei nº 9.764, de 18.12.1998)
Concêrto para deserção
Art. 191. Concertarem-se militares para a prática da deserção:
I - se a deserção não chega a consumar-se:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Modalidade complexa
II - se consumada a deserção:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Deserção por evasão ou fuga
Art. 192. Evadir-se o militar do poder da escolta, ou de recinto de detenção ou de prisão,
ou fugir em seguida à prática de crime para evitar prisão, permanecendo ausente por mais de
oito dias:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Favorecimento a desertor
Art. 193. Dar asilo a desertor, ou tomá-lo a seu serviço, ou proporcionar-lhe ou facilitar-
lhe transporte ou meio de ocultação, sabendo ou tendo razão para saber que cometeu qualquer
dos crimes previstos neste capítulo:
Pena - detenção, de quatro meses a um ano.
Isenção de pena
Parágrafo único. Se o favorecedor é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.
Omissão de oficial
Art. 194. Deixar o oficial de proceder contra desertor, sabendo, ou devendo saber
encontrar-se entre os seus comandados:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.

CAPÍTULO III
DO ABANDONO DE PÔSTO E DE OUTROS
CRIMES EM SERVIÇO
Abandono de pôsto
Art. 195. Abandonar, sem ordem superior, o pôsto ou lugar de serviço que lhe tenha sido
designado, ou o serviço que lhe cumpria, antes de terminá-lo:

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Pena - detenção, de três meses a um ano.


Descumprimento de missão
Art. 196. Deixar o militar de desempenhar a missão que lhe foi confiada:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
§ 1º Se é oficial o agente, a pena é aumentada de um têrço.
§ 2º Se o agente exercia função de comando, a pena é aumentada de metade.
Modalidade culposa
§ 3º Se a abstenção é culposa:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Retenção indevida
Art. 197. Deixar o oficial de restituir, por ocasião da passagem de função, ou quando lhe
é exigido, objeto, plano, carta, cifra, código ou documento que lhe haja sido confiado:
Pena - suspensão do exercício do posto, de três a seis meses, se o fato não constitui crime
mais grave.
Parágrafo único. Se o objeto, plano, carta, cifra, código, ou documento envolve ou
constitui segredo relativo à segurança nacional:
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Omissão de eficiência da fôrça
Art. 198. Deixar o comandante de manter a forca sob seu comando em estado de
eficiência:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de três meses a um ano.
Omissão de providências para evitar danos
Art. 199. Deixar o comandante de empregar todos os meios ao seu alcance para evitar
perda, destruição ou inutilização de instalações militares, navio, aeronave ou engenho de
guerra motomecanizado em perigo:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Omissão de providências para salvar comandados
Art. 200. Deixar o comandante, em ocasião de incêndio, naufrágio, encalhe, colisão, ou
outro perigo semelhante, de tomar tôdas as providências adequadas para salvar os seus

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comandados e minorar as conseqüências do sinistro, não sendo o último a sair de bordo ou a


deixar a aeronave ou o quartel ou sede militar sob seu comando:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se a abstenção é culposa:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Omissão de socorro
Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa causa, navio de guerra ou
mercante, nacional ou estrangeiro, ou aeronave, em perigo, ou náufragos que hajam pedido
socorro:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de um a três anos ou reforma.
Embriaguez em serviço
Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou apresentar-se embriagado para
prestá-lo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Dormir em serviço
Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como oficial de quarto ou de ronda, ou
em situação equivalente, ou, não sendo oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às
máquinas, ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza semelhante:
Pena - detenção, de três meses a um ano.

CAPÍTULO IV
DO EXERCÍCIO DE COMÉRCIO
Exercício de comércio por oficial
Art. 204. Comerciar o oficial da ativa, ou tomar parte na administração ou gerência de
sociedade comercial, ou dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou cotista em
sociedade anônima, ou por cotas de responsabilidade limitada:
Pena - suspensão do exercício do pôsto, de seis meses a dois anos, ou reforma.

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TÍTULO IV
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DO HOMICÍDIO
Homicídio simples
Art. 205. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Minoração facultativa da pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral,
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena, de um sexto a um têrço.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - por motivo fútil;
II - mediante paga ou promessa de recompensa, por cupidez, para excitar ou saciar
desejos sexuais, ou por outro motivo torpe;
III - com emprêgo de veneno, asfixia, tortura, fogo, explosivo, ou qualquer outro meio
dissimulado ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, com surprêsa ou mediante outro recurso insidioso, que
dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
VI - prevalecendo-se o agente da situação de serviço:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Homicídio culposo
Art. 206. Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a quatro anos.
§ 1° A pena pode ser agravada se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima.
Multiplicidade de vítimas
§ 2º Se, em conseqüência de uma só ação ou omissão culposa, ocorre morte de mais de
uma pessoa ou também lesões corporais em outras pessoas, a pena é aumentada de um sexto
até metade.
Provocação direta ou auxílio a suicídio

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Art. 207. Instigar ou induzir alguém a suicidar-se, ou prestar-lhe auxílio para que o faça,
vindo o suicídio consumar-se:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Agravação de pena
§ 1º Se o crime é praticado por motivo egoístico, ou a vítima é menor ou tem diminuída,
por qualquer motivo, a resistência moral, a pena é agravada.
Provocação indireta ao suicídio
§ 2º Com detenção de um a três anos, será punido quem, desumana e reiteradamente,
inflige maus tratos a alguém, sob sua autoridade ou dependência, levando-o, em razão disso, à
prática de suicídio.
Redução de pena
§ 3° Se o suicídio é apenas tentado, e da tentativa resulta lesão grave, a pena é reduzida
de um a dois terços.
CAPÍTULO II
DO GENOCÍDIO
Genocídio
Art. 208. Matar membros de um grupo nacional, étnico, religioso ou pertencente a
determinada raça, com o fim de destruição total ou parcial dêsse grupo:
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos.
Casos assimilados
Parágrafo único. Será punido com reclusão, de quatro a quinze anos, quem, com o
mesmo fim:
I - inflige lesões graves a membros do grupo;
II - submete o grupo a condições de existência, físicas ou morais, capazes de ocasionar a
eliminação de todos os seus membros ou parte dêles;
III - força o grupo à sua dispersão;
IV - impõe medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
V - efetua coativamente a transferência de crianças do grupo para outro grupo.

CAPÍTULO III
DA LESÃO CORPORAL E DA RIXA
Lesão leve
Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:

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referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
136

Pena - detenção, de três meses a um ano.


Lesão grave
§ 1° Se se produz, dolosamente, perigo de vida, debilidade permanente de membro,
sentido ou função, ou incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias:
Pena - reclusão, até cinco anos.
§ 2º Se se produz, dolosamente, enfermidade incurável, perda ou inutilização de
membro, sentido ou função, incapacidade permanente para o trabalho, ou deformidade
duradoura:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Lesões qualificadas pelo resultado
§ 3º Se os resultados previstos nos §§ 1º e 2º forem causados culposamente, a pena será
de detenção, de um a quatro anos; se da lesão resultar morte e as circunstâncias evidenciarem
que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena será de reclusão,
até oito anos.
Minoração facultativa da pena
§ 4° Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor moral ou social
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena, de um sexto a um têrço.
§ 5º No caso de lesões leves, se estas são recíprocas, não se sabendo qual dos
contendores atacou primeiro, ou quando ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior,
o juiz pode diminuir a pena de um a dois terços.
Lesão levíssima
§ 6º No caso de lesões levíssimas, o juiz pode considerar a infração como disciplinar.
Lesão culposa
Art. 210. Se a lesão é culposa:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
§ 1º A pena pode ser agravada se o crime resulta de inobservância de regra técnica de
profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima.
Aumento de pena
§ 2º Se, em conseqüência de uma só ação ou omissão culposa, ocorrem lesões em várias
pessoas, a pena é aumentada de um sexto até metade.
Participação em rixa
Art. 211. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:

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Pena - detenção, até dois meses.


Parágrafo único. Se ocorre morte ou lesão grave, aplica-se, pelo fato de participação na
rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos.

CAPÍTULO IV
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA OU DA SAÚDE
Abandono de pessoa
Art. 212. Abandonar o militar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou
autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
Formas qualificadas pelo resultado
§ 1º Se do abandono resulta lesão grave:
Pena - reclusão, até cinco anos.
§ 2º Se resulta morte:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Maus tratos
Art. 213. Expor a perigo a vida ou saúde, em lugar sujeito à administração militar ou no
exercício de função militar, de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para o fim de
educação, instrução, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalhos excessivos ou inadequados, quer abusando de
meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Formas qualificadas pelo resultado
§ 1º Se do fato resulta lesão grave:
Pena - reclusão, até quatro anos.
§ 2º Se resulta morte:
Pena - reclusão, de dois a dez anos.

CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
Calúnia
Art. 214. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

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§ 1º Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.


Exceção da verdade
§ 2º A prova da verdade do fato imputado exclui o crime, mas não é admitida:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado
por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 218;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por
sentença irrecorrível.
Difamação
Art. 215. Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Parágrafo único. A exceção da verdade sòmente se admite se a ofensa é relativa ao
exercício da função pública, militar ou civil, do ofendido.
Injúria
Art. 216. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, até seis meses.
Injúria real
Art. 217. Se a injúria consiste em violência, ou outro ato que atinja a pessoa, e, por sua
natureza ou pelo meio empregado, se considera aviltante:
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da pena correspondente à violência.
Disposições comuns
Art. 218. As penas cominadas nos antecedentes artigos deste capítulo aumentam-se de
um têrço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República ou chefe de governo estrangeiro;
II - contra superior;
III - contra militar, ou funcionário público civil, em razão das suas funções;
IV - na presença de duas ou mais pessoas, ou de inferior do ofendido, ou por meio que
facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Parágrafo único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa,
aplica-se a pena em dobro, se o fato não constitui crime mais grave.

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Ofensa às fôrças armadas


Art. 219. Propalar fatos, que sabe inverídicos, capazes de ofender a dignidade ou abalar
o crédito das fôrças armadas ou a confiança que estas merecem do público:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Parágrafo único. A pena será aumentada de um terço, se o crime é cometido pela
imprensa, rádio ou televisão.
Exclusão de pena
Art. 220. Não constitui ofensa punível, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar,
difamar ou caluniar:
I - a irrogada em juízo, na discussão da causa, por uma das partes ou seu procurador
contra a outra parte ou seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica;
III - a apreciação crítica às instituições militares, salvo quando inequívoca a intenção de
ofender;
IV - o conceito desfavorável em apreciação ou informação prestada no cumprimento do
dever de ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos ns. I e IV, responde pela ofensa quem lhe dá publicidade.
Equivocidade da ofensa
Art. 221. Se a ofensa é irrogada de forma imprecisa ou equívoca, quem se julga atingido
pode pedir explicações em juízo. Se o interpelado se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não
as dá satisfatórias, responde pela ofensa.

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE
Seção I - Dos crimes contra a liberdade
individual
Constrangimento ilegal
Art. 222. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei
permite, ou a fazer ou a tolerar que se faça, o que ela não manda:
Pena - detenção, até um ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Aumento de pena

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§ 1º A pena aplica-se em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de


três pessoas, ou há emprego de arma, ou quando o constrangimento é exercido com abuso de
autoridade, para obter de alguém confissão de autoria de crime ou declaração como
testemunha.
§ 2º Além da pena cominada, aplica-se a correspondente à violência.
Exclusão de crime
§ 3º Não constitui crime:
I - Salvo o caso de transplante de órgãos, a intervenção médica ou cirúrgica, sem o
consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada para conjurar iminente
perigo de vida ou de grave dano ao corpo ou à saúde;
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Ameaça
Art. 223. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio
simbólico, de lhe causar mal injusto e grave:
Pena - detenção, até seis meses, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. Se a ameaça é motivada por fato referente a serviço de natureza militar,
a pena é aumentada de um terço.
Desafio para duelo
Art. 224. Desafiar outro militar para duelo ou aceitar-lhe o desafio, embora o duelo não
se realize:
Pena - detenção, até três meses, se o fato não constitui crime mais grave.
Sequestro ou cárcere privado
Art. 225. Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, até três anos.
Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de metade:
I - se a vítima é ascendente, descendente ou cônjuge do agente;
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III - se a privação de liberdade dura mais de quinze dias.
Formas qualificadas pelo resultado
§ 2º Se resulta à vítima, em razão de maus tratos ou da natureza da detenção, grave
sofrimento físico ou moral:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

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§ 3º Se, pela razão do parágrafo anterior, resulta morte:


Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Seção II - Do crime contra a inviolabilidade do domicílio
Violação de domicílio
Art. 226. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade
expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
Pena - detenção, até três meses.
Forma qualificada
§ 1º Se o crime é cometido durante o repouso noturno, ou com emprego de violência ou
de arma, ou mediante arrombamento, ou por duas ou mais pessoas:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
Agravação de pena
§ 2º Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por militar em serviço ou por
funcionário público civil, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades
prescritas em lei, ou com abuso de poder.
Exclusão de crime
§ 3º Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas
dependências:
I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra
diligência em cumprimento de lei ou regulamento militar;
II - a qualquer hora do dia ou da noite para acudir vítima de desastre ou quando alguma
infração penal está sendo ali praticada ou na iminência de o ser.
Compreensão do termo "casa"
§ 4º O termo "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
§ 5º Não se compreende no termo "casa":
I - hotel, hospedaria, ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a
restrição do nº II do parágrafo anterior;
II - taverna, boate, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
Seção III - Dos crimes contra a inviolabilidade de correspondência ou comunicação
Violação de correspondência

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Art. 227. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência privada dirigida a


outrem:
Pena - detenção, até seis meses.
§ 1º Nas mesmas penas incorre:
I - quem se apossa de correspondência alheia, fechada ou aberta, e, no todo ou em parte,
a sonega ou destrói;
II - quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza, abusivamente,
comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre
outras pessoas;
III - quem impede a comunicação ou a conversação referida no número anterior.
Aumento de pena
§ 2º A pena aumenta-se de metade, se há dano para outrem.
§ 3º Se o agente comete o crime com abuso de função, em serviço postal, telegráfico,
radioelétrico ou telefônico:
Pena - detenção, de um a três anos.
Natureza militar do crime
§ 4º Salvo o disposto no parágrafo anterior, qualquer dos crimes previstos neste artigo só
é considerado militar no caso do art. 9º, nº II, letra a .
Seção IV - Dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos de caráter particular
Divulgação de segredo
Art. 228. Divulgar, sem justa causa, conteúdo de documento particular sigiloso ou de
correspondência confidencial, de que é detentor ou destinatário, desde que da divulgação
possa resultar dano a outrem:
Pena - detenção, até seis meses.
Violação de recato
Art. 229. Violar, mediante processo técnico o direito ao recato pessoal ou o direito ao
resguardo das palavras que não forem pronunciadas publicamente:
Pena - detenção, até um ano.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem divulga os fatos captados.
Violação de segredo profissional
Art. 230. Revelar, sem justa causa, segredo de que tem ciência, em razão de função ou
profissão, exercida em local sob administração militar, desde que da revelação possa resultar
dano a outrem:

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Pena - detenção, de três meses a um ano.


Natureza militar do crime
Art. 231. Os crimes previstos nos arts. 228 e 229 sòmente são considerados militares no
caso do art. 9º, nº II, letra a .
CAPÍTULO VII
DOS CRIMES SEXUAIS
Estupro
Art. 232. Constranger mulher a conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:
Pena - reclusão, de três a oito anos, sem prejuízo da correspondente à violência.
Atentado violento ao pudor
Art. 233. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a presenciar, a
praticar ou permitir que com ele pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, sem prejuízo da correspondente à violência.
Corrupção de menores
Art. 234. Corromper ou facilitar a corrupção de pessoa menor de dezoito e maior de
quatorze anos, com ela praticando ato de libidinagem, ou induzindo-a a praticá-lo ou
presenciá-lo:
Pena - reclusão, até três anos.
Pederastia ou outro ato de libidinagem
Art. 235. Praticar, ou permitir o militar que com ele se pratique ato libidinoso,
homossexual ou não, em lugar sujeito a administração militar:
Pena - detenção, de seis meses a um ano.
Presunção de violência
Art. 236. Presume-se a violência, se a vítima:
I - não é maior de quatorze anos, salvo fundada suposição contrária do agente;
II - é doente ou deficiente mental, e o agente conhecia esta circunstância;
III - não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência.
Aumento de pena
Art. 237. Nos crimes previstos neste capítulo, a pena é agravada, se o fato é praticado:
I - com o concurso de duas ou mais pessoas;
II - por oficial, ou por militar em serviço.

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CAPÍTULO VIII
DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR
Ato obsceno
Art. 238. Praticar ato obsceno em lugar sujeito à administração militar:
Pena - detenção de três meses a um ano.
Parágrafo único. A pena é agravada, se o fato é praticado por militar em serviço ou por
oficial.
Escrito ou objeto obsceno
Art. 239. Produzir, distribuir, vender, expor à venda, exibir, adquirir ou ter em depósito
para o fim de venda, distribuição ou exibição, livros, jornais, revistas, escritos, pinturas,
gravuras, estampas, imagens, desenhos ou qualquer outro objeto de caráter obsceno, em lugar
sujeito à administração militar, ou durante o período de exercício ou manobras:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem distribui, vende, oferece à venda ou exibe
a militares em serviço objeto de caráter obsceno.

TÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
CAPÍTULO I
DO FURTO
Furto simples
Art. 240. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena - reclusão, até seis anos.
Furto atenuado
§ 1º Se o agente é primário e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou considerar a infração
como disciplinar. Entende-se pequeno o valor que não exceda a um décimo da quantia mensal
do mais alto salário mínimo do país.
§ 2º A atenuação do parágrafo anterior é igualmente aplicável no caso em que o
criminoso, sendo primário, restitui a coisa ao seu dono ou repara o dano causado, antes de
instaurada a ação penal.
Energia de valor econômico

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§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor
econômico.
Furto qualificado
4º Se o furto é praticado durante a noite:
Pena reclusão, de dois a oito anos.
§ 5º Se a coisa furtada pertence à Fazenda Nacional:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 6º Se o furto é praticado:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
§ 7º Aos casos previstos nos §§ 4º e 5º são aplicáveis as atenuações a que se referem os
§§ 1º e 2º. Aos previstos no § 6º é aplicável a atenuação referida no § 2º.
Furto de uso
Art. 241. Se a coisa é subtraída para o fim de uso momentâneo e, a seguir, vem a ser
imediatamente restituída ou reposta no lugar onde se achava:
Pena - detenção, até seis meses.
Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se a coisa usada é veículo motorizado;
e de um terço, se é animal de sela ou de tiro.

CAPÍTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÃO
Roubo simples
Art. 242. Subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, mediante emprego ou
ameaça de emprego de violência contra pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer modo,
reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a quinze anos.
§ 1º Na mesma pena incorre quem, em seguida à subtração da coisa, emprega ou ameaça
empregar violência contra pessoa, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da
coisa para si ou para outrem.
Roubo qualificado

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§ 2º A pena aumenta-se de um terço até metade:


I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II - se há concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a vítima está em serviço de transporte de valores, e o agente conhece tal
circunstância;
IV - se a vítima está em serviço de natureza militar;
V - se é dolosamente causada lesão grave;
VI - se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis esse resultado,
nem assumiu o risco de produzi-lo.
Latrocínio
§ 3º Se, para praticar o roubo, ou assegurar a impunidade do crime, ou a detenção da
coisa, o agente ocasiona dolosamente a morte de alguém, a pena será de reclusão, de quinze a
trinta anos, sendo irrelevante se a lesão patrimonial deixa de consumar-se. Se há mais de uma
vítima dessa violência à pessoa, aplica-se o disposto no art. 79.
Extorsão simples
Art. 243. Obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, constrangendo
alguém, mediante violência ou grave ameaça:
a) a praticar ou tolerar que se pratique ato lesivo do seu patrimônio, ou de terceiro;
b) a omitir ato de interesse do seu patrimônio, ou de terceiro:
Pena - reclusão, de quatro a quinze anos.
Formas qualificadas
§ 1º Aplica-se à extorsão o disposto no § 2º do art. 242.
§ 2º Aplica-se à extorsão, praticada mediante violência, o disposto no § 3º do art. 242.
Extorsão mediante sequestro
Art. 244. Extorquir ou tentar extorquir para si ou para outrem, mediante sequestro de
pessoa, indevida vantagem econômica:
Pena - reclusão, de seis a quinze anos.
Formas qualificadas
§ 1º Se o sequestro dura mais de vinte e quatro horas, ou se o sequestrado é menor de
dezesseis ou maior de sessenta anos, ou se o crime é cometido por mais de duas pessoas, a
pena é de reclusão de oito a vinte anos.
§ 2º Se à pessoa sequestrada, em razão de maus tratos ou da natureza do sequestro,
resulta grave sofrimento físico ou moral, a pena de reclusão é aumentada de um terço.

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§ 3º Se o agente vem a empregar violência contra a pessoa sequestrada, aplicam-se,


correspondentemente, as disposições do art. 242, § 2º, ns. V e VI ,e § 3º.
Chantagem
Art. 245. Obter ou tentar obter de alguém, para si ou para outrem, indevida vantagem
econômica, mediante a ameaça de revelar fato, cuja divulgação pode lesar a sua reputação ou
de pessoa que lhe seja particularmente cara:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Parágrafo único. Se a ameaça é de divulgação pela imprensa, radiodifusão ou televisão, a
pena é agravada.
Extorsão indireta
Art. 246. Obter de alguém, como garantia de dívida, abusando de sua premente
necessidade, documento que pode dar causa a procedimento penal contra o devedor ou contra
terceiro:
Pena - reclusão, até três anos.
Aumento de pena
Art. 247. Nos crimes previstos neste capítulo, a pena é agravada, se a violência é contra
superior, ou militar de serviço.

CAPÍTULO III
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Apropriação indébita simples
Art. 248. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou detenção:
Pena - reclusão, até seis anos.
Agravação de pena
Parágrafo único. A pena é agravada, se o valor da coisa excede vinte vezes o maior
salário mínimo, ou se o agente recebeu a coisa:
I - em depósito necessário;
II - em razão de ofício, emprego ou profissão.
Apropriação de coisa havida acidentalmente
Art. 249. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito
ou fôrça da natureza:
Pena - detenção, até um ano.
Apropriação de coisa achada

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Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem acha coisa alheia perdida e dela se
apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor, ou de
entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de quinze dias.
Art. 250. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto nos §§ 1º e 2º do art.
240.

CAPÍTULO IV
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Estelionato
Art. 251. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de dois a sete anos.
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem:
Disposição de coisa alheia como própria
I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia, coisa alheia como
própria;
Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria
II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada
de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em
prestações, silenciando sôbre qualquer dessas circunstâncias;
Defraudação de penhor
III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a
garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que entrega a adquirente;
Fraude no pagamento de cheque
V - defrauda de qualquer modo o pagamento de cheque que emitiu a favor de alguém.
§ 2º Os crimes previstos nos ns. I a V do parágrafo anterior são considerados militares
sòmente nos casos do art. 9º, nº II, letras a e e .
Agravação de pena
§ 3º A pena é agravada, se o crime é cometido em detrimento da administração militar.
Abuso de pessoa

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Art. 252. Abusar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de função, em unidade,


repartição ou estabelecimento militar, da necessidade, paixão ou inexperiência, ou da doença
ou deficiência mental de outrem, induzindo-o à prática de ato que produza efeito jurídico, em
prejuízo próprio ou de terceiro, ou em detrimento da administração militar:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
Art. 253. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto nos §§ 1º e 2º do art.
240.

CAPÍTULO V
DA RECEPTAÇÃO
Receptação
Art. 254. Adquirir, receber ou ocultar em proveito próprio ou alheio, coisa proveniente
de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, até cinco anos.
Parágrafo único. São aplicáveis os §§ 1º e 2º do art. 240.
Receptação culposa
Art. 255. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela manifesta
desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se
obtida por meio criminoso:
Pena - detenção, até um ano.
Parágrafo único. Se o agente é primário e o valor da coisa não é superior a um décimo do
salário mínimo, o juiz pode deixar de aplicar a pena.
Punibilidade da receptação
Art. 256. A receptação é punível ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do
crime de que proveio a coisa.

CAPÍTULO VI
DA USURPAÇÃO
Alteração de limites
Art. 257. Suprimir ou deslocar tapume, marco ou qualquer outro sinal indicativo de
linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel sob administração
militar:
Pena - detenção, até seis meses.

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§ 1º Na mesma pena incorre quem:


Usurpação de águas
I - desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas sob administração militar;
Invasão de propriedade
II - invade, com violência à pessoa ou à coisa, ou com grave ameaça, ou mediante
concurso de duas ou mais pessoas, terreno ou edifício sob administração militar.
Pena correspondente à violência
§ 2º Quando há emprego de violência, fica ressalvada a pena a esta correspondente.
Aposição, supressão ou alteração de marca
Art. 258. Apor, suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, sob
guarda ou administração militar, marca ou sinal indicativo de propriedade:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.

CAPÍTULO VII
DO DANO
Dano simples
Art. 259. Destruir, inutilizar, deteriorar ou fazer desaparecer coisa alheia:
Pena - detenção, até seis meses.
Parágrafo único. Se se trata de bem público:
Pena - detenção, de seis meses a três anos.
Dano atenuado
Art. 260. Nos casos do artigo anterior, se o criminoso é primário e a coisa é de valor não
excedente a um décimo do salário mínimo, o juiz pode atenuar a pena, ou considerar a
infração como disciplinar.
Parágrafo único. O benefício previsto no artigo é igualmente aplicável, se, dentro das
condições nele estabelecidas, o criminoso repara o dano causado antes de instaurada a ação
penal.
Dano qualificada
Art. 261. Se o dano é cometido:
I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime
mais grave;
III - por motivo egoístico ou com prejuízo considerável:

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Pena - reclusão, até quatro anos, além da pena correspondente à violência.


Dano em material ou aparelhamento de guerra
Art. 262. Praticar dano em material ou aparelhamento de guerra ou de utilidade militar,
ainda que em construção ou fabricação, ou em efeitos recolhidos a depósito, pertencentes ou
não às fôrças armadas:
Pena - reclusão, até seis anos.
Dano em navio de guerra ou mercante em serviço militar
Art. 263. Causar a perda, destruição, inutilização, encalhe, colisão ou alagamento de
navio de guerra ou de navio mercante em serviço militar, ou nêle causar avaria:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
§ 1º Se resulta lesão grave, a pena correspondente é aumentada da metade; se resulta a
morte, é aplicada em dôbro.
§ 2º Se, para a prática do dano previsto no artigo, usou o agente de violência contra a
pessoa, ser-lhe-á aplicada igualmente a pena a ela correspondente.
Dano em aparelhos e instalações de aviação e navais, e em estabelecimentos
militares
Art. 264. Praticar dano:
I - em aeronave, hangar, depósito, pista ou instalações de campo de aviação, engenho de
guerra motomecanizado, viatura em comboio militar, arsenal, dique, doca, armazém, quartel,
alojamento ou em qualquer outra instalação militar;
II - em estabelecimento militar sob regime industrial, ou centro industrial a serviço de
construção ou fabricação militar:
Pena - reclusão, de dois a dez anos.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto nos parágrafos do artigo anterior.
Desaparecimento, consunção ou extravio
Art. 265. Fazer desaparecer, consumir ou extraviar combustível, armamento, munição,
peças de equipamento de navio ou de aeronave ou de engenho de guerra motomecanizado:
Pena - reclusão, até três anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Modalidades culposas
Art. 266. Se o crime dos arts. 262, 263, 264 e 265 é culposo, a pena é de detenção de
seis meses a dois anos; ou, se o agente é oficial, suspensão do exercício do pôsto de um a três
anos, ou reforma; se resulta lesão corporal ou morte, aplica-se também a pena cominada ao

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crime culposo contra a pessoa, podendo ainda, se o agente é oficial, ser imposta a pena de
reforma.
CAPÍTULO VIII
DA USURA
Usura pecuniária
Art. 267. Obter ou estipular, para si ou para outrem, no contrato de mútuo de dinheiro,
abusando da premente necessidade, inexperiência ou leviandade do mutuário, juro que excede
a taxa fixada em lei, regulamento ou ato oficial:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Casos assimilados
§ 1º Na mesma pena incorre quem, em repartição ou local sob administração militar,
recebe vencimento ou provento de outrem, ou permite que êstes sejam recebidos, auferindo ou
permitindo que outrem aufira proveito cujo valor excede a taxa de três por cento
Agravação de pena
§ 2º A pena é agravada, se o crime é cometido por superior ou por funcionário em razão
da função.

TÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM
Incêndio
Art. 268. Causar incêndio em lugar sujeito à administração militar, expondo a perigo a
vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
§ 1º A pena é agravada:
Agravação de pena
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária para si ou para
outrem;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada a habitação;
b) em edifício público ou qualquer construção destinada a uso público ou a obra de
assistência social ou de cultura;

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c) em navio, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;


d) em estação ferroviária, rodoviária, aeródromo ou construção portuária;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífero ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
§ 2º Se culposo o incêndio:
Incêndio culposo
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Explosão
Art. 269. Causar ou tentar causar explosão, em lugar sujeito à administração militar,
expondo a perigo a vida, a integridade ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, até quatro anos.
Forma qualificada
§ 1º Se a substância utilizada é dinamite ou outra de efeitos análogos:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
Agravação de pena
§ 2º A pena é agravada se ocorre qualquer das hipóteses previstas no § 1º, nº I, do artigo
anterior, ou é visada ou atingida qualquer das coisas enumeradas no nº II do mesmo
parágrafo.
§ 3º Se a explosão é causada pelo desencadeamento de energia nuclear:
Pena - reclusão, de cinco a vinte anos.
Modalidade culposa
§ 4º No caso de culpa, se a explosão é causada por dinamite ou substância de efeitos
análogos, a pena é detenção, de seis meses a dois anos; se é causada pelo desencadeamento de
energia nuclear, detenção de três a dez anos; nos demais casos, detenção de três meses a um
ano.
Emprêgo de gás tóxico ou asfixiante
Art. 270. Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, em lugar
sujeito à administração militar, usando de gás tóxico ou asfixiante ou prejudicial de qualquer
modo à incolumidade da pessoa ou da coisa:
Pena - reclusão, até cinco anos.
Modalidade culposa

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Parágrafo único. Se o crime é culposo:


Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Abuso de radiação
Art. 271. Expor a perigo a vida ou a integridade física de outrem, em lugar sujeito à
administração militar, pelo abuso de radiação ionizante ou de substância radioativa:
Pena - reclusão, até quatro anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Inundação
Art. 272. Causar inundação, em lugar sujeito à administração militar, expondo a perigo a
vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a oito anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Perigo de inundação
Art. 273. Remover, destruir ou inutilizar obstáculo natural ou obra destinada a impedir
inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, em lugar
sujeito à administração militar:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Desabamento ou desmoronamento
Art. 274. Causar desabamento ou desmoronamento, em lugar sujeito à administração
militar, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, até cinco anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Subtração, ocultação ou inutilização de material de socorro
Art. 275. Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio,
ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de
combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza:
Pena - reclusão, de três a seis anos.

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Fatos que expõem a perigo aparelhamento militar


Art. 276. Praticar qualquer dos fatos previstos nos artigos anteriores dêste capítulo,
expondo a perigo, embora em lugar não sujeito à administração militar navio, aeronave,
material ou engenho de guerra motomecanizado ou não, ainda que em construção ou
fabricação, destinados às fôrças armadas, ou instalações especialmente a serviço delas:
Pena - reclusão de dois a seis anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Formas qualificadas pelo resultado
Art. 277. Se do crime doloso de perigo comum resulta, além da vontade do agente, lesão
grave, a pena é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dôbro. No caso de
culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-
se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um têrço.
Difusão de epizootia ou praga vegetal
Art. 278. Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação,
pastagem ou animais de utilidade econômica ou militar, em lugar sob administração militar:
Pena - reclusão, até três anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. No caso de culpa, a pena é de detenção, até seis meses.
Embriaguez ao volante
Art. 279. Dirigir veículo motorizado, sob administração militar na via pública,
encontrando-se em estado de embriaguez, por bebida alcoólica, ou qualquer outro inebriante:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Perigo resultante de violação de regra de trânsito
Art. 280. Violar regra de regulamento de trânsito, dirigindo veículo sob administração
militar, expondo a efetivo e grave perigo a incolumidade de outrem:
Pena - detenção, até seis meses.
Fuga após acidente de trânsito
Art. 281. Causar, na direção de veículo motorizado, sob administração militar, ainda que
sem culpa, acidente de trânsito, de que resulte dano pessoal, e, em seguida, afastar-se do local,
sem prestar socorro à vítima que dêle necessite:

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Pena - detenção, de seis meses a um ano, sem prejuízo das cominadas nos arts. 206 e
210.
Isenção de prisão em flagrante
Parágrafo único. Se o agente se abstém de fugir e, na medida que as circunstâncias o
permitam, presta ou providencia para que seja prestado socorro à vítima, fica isento de prisão
em flagrante.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES CONTRA OS MEIOS DE TRANSPORTE
E DE COMUNICAÇÃO
Perigo de desastre ferroviário
Art. 282. Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro, sob administração ou
requisição militar emanada de ordem legal:
I - danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material rodante ou
de tração, obra de arte ou instalação;
II - colocando obstáculo na linha;
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos, ou interrompendo ou
embaraçando o funcionamento dos meios de comunicação;
IV - praticando qualquer outro ato de que possa resultar desastre:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Desastre efetivo
§ 1º Se do fato resulta desastre:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
§ 2º Se o agente quis causar o desastre ou assumiu o risco de produzi-lo:
Pena - reclusão, de quatro a quinze anos.
Modalidade culposa
§ 3º No caso de culpa, ocorrendo desastre:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Conceito de "estrada de ferro"
§ 4º Para os efeitos deste artigo, entende-se por "estrada de ferro" qualquer via de
comunicação em que circulem veículos de tração mecânica, em trilhos ou por meio de cabo
aéreo.
Atentado contra transporte

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Art. 283. Expor a perigo aeronave, ou navio próprio ou alheio, sob guarda, proteção ou
requisição militar emanada de ordem legal, ou em lugar sujeito à administração militar, bem
como praticar qualquer ato tendente a impedir ou dificultar navegação aérea, marítima, fluvial
ou lacustre sob administração, guarda ou proteção militar:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Superveniência de sinistro
§ 1º Se do fato resulta naufrágio, submersão ou encalhe do navio, ou a queda ou
destruição da aeronave:
Pena - reclusão, de quatro a doze anos.
Modalidade culposa
§ 2º No caso de culpa, se ocorre o sinistro:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Atentado contra viatura ou outro meio de transporte
Art. 284. Expor a perigo viatura ou outro meio de transporte militar, ou sob guarda,
proteção ou requisição militar emanada de ordem legal, impedir-lhe ou dificultar-lhe o
funcionamento:
Pena - reclusão, até três anos.
Desastre efetivo
§ 1º Se do fato resulta desastre, a pena é reclusão de dois a cinco anos.
Modalidade culposa
§ 2º No caso de culpa, se ocorre desastre:
Pena - detenção, até um ano.
Formas qualificadas pelo resultado
Art. 285. Se de qualquer dos crimes previstos nos arts. 282 a 284, no caso de desastre ou
sinistro, resulta morte de alguém, aplica-se o disposto no art. 277.
Arremesso de projétil
Art. 286. Arremessar projétil contra veículo militar, em movimento, destinado a
transporte por terra, por água ou pelo ar:
Pena - detenção, até seis meses.
Forma qualificada pelo resultado
Parágrafo único. Se do fato resulta lesão corporal, a pena é de detenção, de seis meses a
dois anos; se resulta morte, a pena é a do homicídio culposo, aumentada de um têrço.
Atentado contra serviço de utilidade militar

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Art. 287. Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, fôrça
ou acesso, ou qualquer outro de utilidade, em edifício ou outro lugar sujeito à administração
militar:
Pena - reclusão, até cinco anos.
Parágrafo único. Aumentar-se-á a pena de um têrço até metade, se o dano ocorrer em
virtude de subtração de material essencial ao funcionamento do serviço.
Interrupção ou perturbação de serviço ou meio de comunicação
Art. 288. Interromper, perturbar ou dificultar serviço telegráfico, telefônico, telemétrico,
de televisão, telepercepção, sinalização, ou outro meio de comunicação militar; ou impedir ou
dificultar a sua instalação em lugar sujeito à administração militar, ou desde que para esta seja
de interêsse qualquer daqueles serviços ou meios:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
Art. 289. Nos crimes previstos neste capítulo, a pena será agravada, se forem cometidos
em ocasião de calamidade pública.

CAPÍTULO III
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE
Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito similar
Art. 290. Receber, preparar, produzir, vender, fornecer, ainda que gratuitamente, ter em
depósito, transportar, trazer consigo, ainda que para uso próprio, guardar, ministrar ou
entregar de qualquer forma a consumo substância entorpecente, ou que determine
dependência física ou psíquica, em lugar sujeito à administração militar, sem autorização ou
em desacôrdo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, até cinco anos.
Casos assimilados
§ 1º Na mesma pena incorre, ainda que o fato incriminado ocorra em lugar não sujeito à
administração militar:
I - o militar que fornece, de qualquer forma, substância entorpecente ou que determine
dependência física ou psíquica a outro militar;
II - o militar que, em serviço ou em missão de natureza militar, no país ou no estrangeiro,
pratica qualquer dos fatos especificados no artigo;

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III - quem fornece, ministra ou entrega, de qualquer forma, substância entorpecente ou


que determine dependência física ou psíquica a militar em serviço, ou em manobras ou
exercício.
Forma qualificada
§ 2º Se o agente é farmacêutico, médico, dentista ou veterinário:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Receita ilegal
Art. 291. Prescrever o médico ou dentista militar, ou aviar o farmacêutico militar
receita, ou fornecer substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica,
fora dos casos indicados pela terapêutica, ou em dose evidentemente maior que a necessária,
ou com infração de preceito legal ou regulamentar, para uso de militar, ou para entrega a êste;
ou para qualquer fim, a qualquer pessoa, em consultório, gabinete, farmácia, laboratório ou
lugar, sujeitos à administração militar:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Casos assimilados
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:
I - o militar ou funcionário que, tendo sob sua guarda ou cuidado substância entorpecente
ou que determine dependência física ou psíquica, em farmácia, laboratório, consultório,
gabinete ou depósito militar, dela lança mão para uso próprio ou de outrem, ou para destino
que não seja lícito ou regular;
II - quem subtrai substância entorpecente ou que determine dependência física ou
psíquica, ou dela se apropria, em lugar sujeito à administração militar, sem prejuízo da pena
decorrente da subtração ou apropriação indébita;
III - quem induz ou instiga militar em serviço ou em manobras ou exercício a usar
substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica;
IV - quem contribui, de qualquer forma, para incentivar ou difundir o uso de substância
entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, em quartéis, navios, arsenais,
estabelecimentos industriais, alojamentos, escolas, colégios ou outros quaisquer
estabelecimentos ou lugares sujeitos à administração militar, bem como entre militares que
estejam em serviço, ou o desempenhem em missão para a qual tenham recebido ordem
superior ou tenham sido legalmente requisitados.
Epidemia

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Art. 292. Causar epidemia, em lugar sujeito à administração militar, mediante


propagação de germes patogênicos:
Pena - reclusão, de cinco a quinze anos.
Forma qualificada
§ 1º Se do fato resulta morte, a pena é aplicada em dôbro.
Modalidade culposa
§ 2º No caso de culpa, a pena é de detenção, de um a dois anos, ou, se resulta morte, de
dois a quatro anos.
Envenenamento com perigo extensivo
Art. 293. Envenenar água potável ou substância alimentícia ou medicinal, expondo a
perigo a saúde de militares em manobras ou exercício, ou de indefinido número de pessoas,
em lugar sujeito à administração militar:
Pena - reclusão, de cinco a quinze anos.
Caso assimilado
§ 1º Está sujeito à mesma pena quem em lugar sujeito à administração militar, entrega a
consumo, ou tem em depósito, para o fim de ser distribuída, água ou substância envenenada.
Forma qualificada
§ 2º Se resulta a morte de alguém:
Pena - reclusão, de quinze a trinta anos.
Modalidade culposa
§ 3º Se o crime é culposo, a pena é de detenção, de seis meses a dois anos; ou, se resulta
a morte, de dois a quatro anos.
Corrupção ou poluição de água potável
Art. 294. Corromper ou poluir água potável de uso de quartel, fortaleza, unidade, navio,
aeronave ou estabelecimento militar, ou de tropa em manobras ou exercício, tornando-a
imprópria para consumo ou nociva à saúde:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Fornecimento de substância nociva
Art. 295. Fornecer às forças armadas substância alimentícia ou medicinal corrompida,
adulterada ou falsificada, tornada, assim, nociva à saúde:

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Pena - reclusão, de dois a seis anos.


Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Art. 296. Fornecer às forças armadas substância alimentícia ou medicinal alterada,
reduzindo, assim, o seu valor nutritivo ou terapêutico:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Modalidade culposa
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção, até seis meses.
Omissão de notificação de doença
Art. 297. Deixar o médico militar, no exercício da função, de denunciar à autoridade
pública doença cuja notificação é compulsória:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.

TÍTULO VII
DOS CRIMES CONTRA
A ADMINISTRAÇÃO MILITAR
CAPÍTULO I
DO DESACATO E DA DESOBEDIÊNCIA
Desacato a superior
Art. 298. Desacatar superior, ofendendo-lhe a dignidade ou o decôro, ou procurando
deprimir-lhe a autoridade:
Pena - reclusão, até quatro anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Agravação de pena
Parágrafo único. A pena é agravada, se o superior é oficial general ou comandante da
unidade a que pertence o agente.
Desacato a militar
Art. 299. Desacatar militar no exercício de função de natureza militar ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro crime.
Desacato a assemelhado ou funcionário
Art. 300. Desacatar assemelhado ou funcionário civil no exercício de função ou em
razão dela, em lugar sujeito à administração militar:

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Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui outro crime.
Desobediência
Art. 301. Desobedecer a ordem legal de autoridade militar:
Pena - detenção, até seis meses.
Ingresso clandestino
Art. 302. Penetrar em fortaleza, quartel, estabelecimento militar, navio, aeronave,
hangar ou em outro lugar sujeito à administração militar, por onde seja defeso ou não haja
passagem regular, ou iludindo a vigilância da sentinela ou de vigia:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.

CAPÍTULO II
DO PECULATO
Peculato
Art. 303. Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse ou detenção, em razão do cargo ou comissão, ou desviá-lo em
proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de três a quinze anos.
§ 1º A pena aumenta-se de um terço, se o objeto da apropriação ou desvio é de valor
superior a vinte vêzes o salário mínimo.
Peculato-furto
§ 2º Aplica-se a mesma pena a quem, embora não tendo a posse ou detenção do dinheiro,
valor ou bem, o subtrai, ou contribui para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio,
valendo-se da facilidade que lhe proporciona a qualidade de militar ou de funcionário.
Peculato culposo
§ 3º Se o funcionário ou o militar contribui culposamente para que outrem subtraia ou
desvie o dinheiro, valor ou bem, ou dele se aproprie:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Extinção ou minoração da pena
§ 4º No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede a sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Peculato mediante aproveitamento do êrro de outrem
Art. 304. Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo ou
comissão, recebeu por êrro de outrem:

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Pena - reclusão, de dois a sete anos.

CAPÍTULO III
DA CONCUSSÃO, EXCESSO DE EXAÇÃO E DESVIO
Concussão
Art. 305. Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Excesso de exação
Art. 306. Exigir impôsto, taxa ou emolumento que sabe indevido, ou, quando devido,
empregar na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Desvio
Art. 307. Desviar, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente, em
razão do cargo ou função, para recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos.

CAPÍTULO IV
DA CORRUPÇÃO
Corrupção passiva
Art. 308. Receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da
função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela vantagem indevida, ou aceitar promessa de
tal vantagem:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Aumento de pena
§ 1º A pena é aumentada de um terço, se, em conseqüência da vantagem ou promessa, o
agente retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever
funcional.
Diminuição de pena
§ 2º Se o agente pratica, deixa de praticar ou retarda o ato de ofício com infração de
dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Corrupção ativa

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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
164

Art. 309. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou vantagem indevida para a prática,
omissão ou retardamento de ato funcional:
Pena - reclusão, até oito anos.
Aumento de pena
Parágrafo único. A pena é aumentada de um terço, se, em razão da vantagem, dádiva ou
promessa, é retardado ou omitido o ato, ou praticado com infração de dever funcional.
Participação ilícita
Art. 310. Participar, de modo ostensivo ou simulado, diretamente ou por interposta
pessoa, em contrato, fornecimento, ou concessão de qualquer serviço concernente à
administração militar, sobre que deva informar ou exercer fiscalização em razão do ofício:
Pena - reclusão, de dois a quatro anos.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem adquire para si, direta ou indiretamente,
ou por ato simulado, no todo ou em parte, bens ou efeitos em cuja administração, depósito,
guarda, fiscalização ou exame, deve intervir em razão de seu emprego ou função, ou entra em
especulação de lucro ou interesse, relativamente a esses bens ou efeitos.

CAPÍTULO V
DA FALSIDADE
Falsificação de documento
Art. 311. Falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular, ou alterar
documento verdadeiro, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
Pena - sendo documento público, reclusão, de dois a seis anos; sendo documento
particular, reclusão, até cinco anos.
Agravação da pena
§ 1º A pena é agravada se o agente é oficial ou exerce função em repartição militar.
Documento por equiparação
§ 2º Equipara-se a documento, para os efeitos penais, o disco fonográfico ou a fita ou fio
de aparelho eletromagnético a que se incorpore declaração destinada à prova de fato
jurìdicamente relevante.
Falsidade ideológica
Art. 312. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dêle devia
constar, ou nêle inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita,

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com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sôbre fato jurìdicamente
relevante, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
Pena - reclusão, até cinco anos, se o documento é público; reclusão, até três anos, se o
documento é particular.
Cheque sem fundos
Art. 313. Emitir cheque sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, se a
emissão é feita de militar em favor de militar, ou se o fato atenta contra a administração
militar:
Pena - reclusão, até cinco anos.
Circunstância irrelevante
§ 1º Salvo o caso do art. 245, é irrelevante ter sido o cheque emitido para servir como
título ou garantia de dívida.
Atenuação de pena
§ 2º Ao crime previsto no artigo aplica-se o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 240.
Certidão ou atestado ideológicamente falso
Art. 314. Atestar ou certificar falsamente, em razão de função, ou profissão, fato ou
circunstância que habilite alguém a obter cargo, pôsto ou função, ou isenção de ônus ou de
serviço, ou qualquer outra vantagem, desde que o fato atente contra a administração ou
serviço militar:
Pena - detenção, até dois anos.
Agravação de pena
Parágrafo único. A pena é agravada se o crime é praticado com o fim de lucro ou em
prejuízo de terceiro.
Uso de documento falso
Art. 315. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados por outrem, a
que se referem os artigos anteriores:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Supressão de documento
Art. 316. Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em
prejuízo alheio, documento verdadeiro, de que não podia dispor, desde que o fato atente
contra a administração ou o serviço militar:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o documento é público; reclusão, até cinco anos,
se o documento é particular.

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Uso de documento pessoal alheio


Art. 317. Usar, como próprio, documento de identidade alheia, ou de qualquer licença
ou privilégio em favor de outrem, ou ceder a outrem documento próprio da mesma natureza,
para que dêle se utilize, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
Pena - detenção, até seis meses, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Falsa identidade
Art. 318. Atribuir-se, ou a terceiro, perante a administração militar, falsa identidade,
para obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave.

CAPÍTULO VI
DOS CRIMES CONTRA O DEVER FUNCIONAL
Prevaricação
Art. 319. Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo
contra expressa disposição de lei, para satisfazer interêsse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Violação do dever funcional com o fim de lucro
Art. 320. Violar, em qualquer negócio de que tenha sido incumbido pela administração
militar, seu dever funcional para obter especulativamente vantagem pessoal, para si ou para
outrem:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
Art. 321. Extraviar livro oficial, ou qualquer documento, de que tem a guarda em razão
do cargo, sonegá-lo ou inutilizá-lo, total ou parcialmente:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Condescendência criminosa
Art. 322. Deixar de responsabilizar subordinado que comete infração no exercício do
cargo, ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade
competente:
Pena - se o fato foi praticado por indulgência, detenção até seis meses; se por
negligência, detenção até três meses.
Não inclusão de nome em lista

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Art. 323. Deixar, no exercício de função, de incluir, por negligência, qualquer nome em
relação ou lista para o efeito de alistamento ou de convocação militar:
Pena - detenção, até seis meses.
Inobservância de lei, regulamento ou instrução
Art. 324. Deixar, no exercício de função, de observar lei, regulamento ou instrução,
dando causa direta à prática de ato prejudicial à administração militar:
Pena - se o fato foi praticado por tolerância, detenção até seis meses; se por negligência,
suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função, de três meses a um ano.
Violação ou divulgação indevida de correspondência ou comunicação
Art. 325. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência dirigida à
administração militar, ou por esta expedida:
Pena - detenção, de dois a seis meses, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem, ainda que não seja funcionário, mas
desde que o fato atente contra a administração militar:
I - indevidamente se se apossa de correspondência, embora não fechada, e no todo ou em
parte a sonega ou destrói;
II - indevidamente divulga, transmite a outrem, ou abusivamente utiliza comunicação de
interesse militar;
III - impede a comunicação referida no número anterior.
Violação de sigilo funcional
Art. 326. Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo ou função e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação, em prejuízo da administração militar:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Violação de sigilo de proposta de concorrência
Art. 327. Devassar o sigilo de proposta de concorrência de interesse da administração
militar ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Obstáculo à hasta pública, concorrência ou tomada de preços
Art. 328. Impedir, perturbar ou fraudar a realização de hasta pública, concorrência ou
tomada de preços, de interesse da administração militar:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos.
Exercício funcional ilegal

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Art. 329. Entrar no exercício de posto ou função militar, ou de cargo ou função em


repartição militar, antes de satisfeitas as exigências legais, ou continuar o exercício, sem
autorização, depois de saber que foi exonerado, ou afastado, legal e definitivamente, qualquer
que seja o ato determinante do afastamento:
Pena - detenção, até quatro meses, se o fato não constitui crime mais grave.
Abandono de cargo
Art. 330. Abandonar cargo público, em repartição ou estabelecimento militar:
Pena - detenção, até dois meses.
Formas qualificadas
§ 1º Se do fato resulta prejuízo à administração militar:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 2º Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aplicação ilegal de verba ou dinheiro
Art. 331. Dar às verbas ou ao dinheiro público aplicação diversa da estabelecida em lei:
Pena - detenção, até seis meses.
Abuso de confiança ou boa-fé
Art. 332. Abusar da confiança ou boa-fé de militar, assemelhado ou funcionário, em
serviço ou em razão dêste, apresentando-lhe ou remetendo-lhe, para aprovação, recebimento,
anuência ou aposição de visto, relação, nota, empenho de despesa, ordem ou fôlha de
pagamento, comunicação, ofício ou qualquer outro documento, que sabe, ou deve saber,
serem inexatos ou irregulares, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço
militar:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Forma qualificada
§ 1º A pena é agravada, se do fato decorre prejuízo material ou processo penal militar
para a pessoa de cuja confiança ou boa-fé se abusou.
Modalidade culposa
§ 2º Se a apresentação ou remessa decorre de culpa:
Pena - detenção, até seis meses.
Violência arbitrária
Art. 333. Praticar violência, em repartição ou estabelecimento militar, no exercício de
função ou a pretexto de exercê-la:

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Pena - detenção, de seis meses a dois anos, além da correspondente à violência.


Patrocínio indébito
Art. 334. Patrocinar, direta ou indiretamente, interêsse privado perante a administração
militar, valendo-se da qualidade de funcionário ou de militar:
Pena - detenção, até três meses.
Parágrafo único. Se o interêsse é ilegítimo:
Pena - detenção, de três meses a um ano.

CAPÍTULO VII
DOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
MILITAR
Usurpação de função
Art. 335. Usurpar o exercício de função em repartição ou estabelecimento militar:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
Tráfico de influência
Art. 336. Obter para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto
de influir em militar ou assemelhado ou funcionário de repartição militar, no exercício de
função:
Pena - reclusão, até cinco anos.
Aumento de pena
Parágrafo único. A pena é agravada, se o agente alega ou insinua que a vantagem é
também destinada ao militar ou assemelhado, ou ao funcionário.
Subtração ou inutilização de livro, processo ou documento
Art. 337. Subtrair ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou qualquer
documento, desde que o fato atente contra a administração ou o serviço militar:
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Inutilização de edital ou de sinal oficial
Art. 338. Rasgar, ou de qualquer forma inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem
da autoridade militar; violar ou inutilizar sêlo ou sinal empregado, por determinação legal ou
ordem de autoridade militar, para identificar ou cerrar qualquer objeto:
Pena - detenção, até um ano.
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência

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Art. 339. Impedir, perturbar ou fraudar em prejuízo da Fazenda Nacional, concorrência,


hasta pública ou tomada de preços ou outro qualquer processo administrativo para aquisição
ou venda de coisas ou mercadorias de uso das fôrças armadas, seja elevando arbitràriamente
os preços, auferindo lucro excedente a um quinto do valor da transação, seja alterando
substância, qualidade ou quantidade da coisa ou mercadoria fornecida, seja impedindo a livre
concorrência de outros fornecedores, ou por qualquer modo tornando mais onerosa a
transação:
Pena - detenção, de um a três anos.
§ 1º Na mesma pena incorre o intermediário na transação.
§ 2º É aumentada a pena de um terço, se o crime ocorre em período de grave crise
econômica.

Brasília, 21 de outubro de 1969; 148º da Independência e 81º da República.


AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRUNEWALD
AURÉLIO DE LYRA TAVARES
MÁRCIO DE SOUZA E MELLO
LUÍS ANTÔNIO DA GAMA E SILVA
Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.10.1969

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA

PALACIO DO PLANALTO. Código Penal Militar. Disponível


em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del1001.htm> Acesso em: 27 de Set. de 2016.

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NOÇOES DE DIREITO
CONSTITUCIONAL
Matérias exigidas no edital:
1. Dos princípios fundamentais.
2. Dos direitos e garantias fundamentais (direitos e deveres
individuais e coletivos).
3. Da organização do Estado (organização político-
administrativa, União, Estados Federados, Municípios,
Distrito Federal e Territórios, militares dos Estados, Distrito
Federal e Territórios).
4. Da organização dos poderes (poder legislativo, poder
executivo, poder judiciário).
5. Da defesa do Estado e das Instituições Democráticas
(estado de defesa e estado de sítio, Forças Armadas,
segurança pública).
6. Da administração pública.

Direito Constitucional é o ramo do direito público que tem por objeto de estudo as
normas da Constituição de um Estado. Dessa maneira, é a parte do direito que analisa,
sistematiza e interpreta as normas fundamentais de certo país.
E a Constituição é o documento que congrega tais normas, estabelecendo os princípios
e as regras que organizam o funcionamento do Estado e delimitam as garantias e os direitos
do cidadão. Em resumo, o Direito Constitucional é a disciplina que se dedica ao direito
fundamental de uma sociedade. (Jean Domat)

Direito Constitucional: antes e depois


Levando-se em conta esse novo quadro jurídico e social, que será detalhado mais
adiante, o Direito Constitucional ocupa, hoje, o centro do ordenamento jurídico, e o influencia
por completo, tanto na esfera privada quanto na pública. Ele é filtro de todo o sistema jurídico
e tem, no princípio da dignidade da pessoa humana, o seu principal valo

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Alocação do Direito Constitucional


a) VISÃO TRADICIONAL

b) VISÃO CONTEMPORÂNEA

Essa mudança fez nascer a possibilidade de aplicação dos direitos fundamentais


constitucionais também nas relações privadas, paralelamente à já consolidada aplicação na
relação vertical Estado-particular.

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O Constitucionalismo
Em outras palavras: o constitucionalismo é, no plano político e social, a luta da
sociedade para regrar a atuação do governante, impondo-lhe limites e deveres, e fixar os
direitos básicos do homem em face do Estado. Paralelamente, no plano jurídico, traduz-se na
necessidade de condensar essas regras numa Constituição escrita. No entanto, esta ideia foi
mais desenvolvida a partir do século XVIII, com as Revoluções Liberais da Inglaterra e da
França.
Para exemplificar: no mundo antigo o constitucionalismo se mostrava na possibilidade
de os profetas, entre os hebreus, fiscalizarem os atos governamentais que ultrapassassem os
ditames bíblicos. Também nas cidades-estados gregas vê-se um relevante exemplo com a
democracia direta, exercida pelos cidadãos, que determinavam o rumo da política de sua
cidade.
Na Idade Média, a Carta Magna de 1215, também denominada “Carta do Rei João sem
Terra”, foi o grande marco do constitucionalismo medieval inglês. Outros documentos
também tiveram sua importância, como o “Petition of Rights”, de 1628; o “Habeas Corpus
Act”, de 1679; o “Bill of Rights”, de 1689; e o “Act of Sttlement”, de 1701 .

O art. 14, § 1.º, I, dispõe sobre a obrigatoriedade do voto. Essa obrigatoriedade,


entretanto, não é limitação material e pode ser objeto de Emenda.
• Voto direto: o eleito escolherá, ele próprio, os seus mandatários, ou seja, os eleitores
escolhem diretamente os seus mandatários sem que se interponha um Colégio Eleitoral.
• Voto secreto: é a garantia de que o voto pode ser expressado livremente.
• Voto universal: é universal se ele se estende a todas as pessoas. Os
condicionamentos impostos por força do amadurecimento das pessoas não tiram o caráter
universal do voto.
• Voto periódico: significa que os mandatos políticos são provisórios. A periodicidade
do voto pressupõe que os mandatos são temporários.

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O Brasil teve sete constituições, a saber:

1. Constituição Imperial de 1824 (a primeira do Brasil)


2. Constituição de 1891 (inaugurou a República)
3. Constituição de 1934 (pôs fim à República Velha)
4. Constituição de 1937 (início do Estado Novo, de Getúlio Vargas)
5. Constituição de 1946 (redemocratizou o país)
6. Constituição de 1967 (emendada pela EC nº. 1/69, vigorou na Ditadura
Militar)
7. Constituição de 1988 (“Constituição Cidadã”, trouxe de volta o Estado
Democrático)

I. Constituição de 1824
Foi a que por mais tempo vigorou em nosso país: 65 anos. Ela é fruto de acontecimentos
que se iniciam com a vinda da Família Real Portuguesa, no ano de 1808. Devido à ocupação
das terras portuguesas pelas tropas napoleônicas, a monarquia teve que se retirar de Portugal,
estabelecendo-se no Brasil, ainda colônia.

Muitas coisas mudaram com a chegada da corte portuguesa. Fundou-se o Banco do Brasil,
criaram-se a Biblioteca Real, o Jardim Botânico, a Academia Real Militar e duas escolas de
Medicina, uma na Bahia e outra no Rio de Janeiro, dentre outras instituições.
Além disso, foi assinado o Decreto de Abertura dos Portos às Nações Amigas, em
cumprimento ao apoio dado pelos ingleses aos portugueses na viagem até o Brasil. Ele
marcou o fim do pacto colonial e trouxe vários privilégios aos britânicos, que poderiam
negociar diretamente com o Brasil, sem ter que passar pelas alfândegas de Portugal.

A Constituição de 1824 foi a que por mais tempo vigorou em nosso país: 65 anos. Ela
é fruto de acontecimentos que se iniciam com a vinda da Família Real Portuguesa, no ano de
1808. Devido à ocupação das terras portuguesas pelas tropas napoleônicas, a monarquia teve
que se retirar de Portugal, estabelecendo-se no Brasil, ainda colônia.

No que se refere aos direitos fundamentais, a Constituição de 1824, por influência da


Constituição Francesa de 1789, defendia a liberdade, a segurança e a propriedade. Por essa
linha de pensamento, assegurou importantes direitos civis e políticos de primeira dimensão
(direitos individuais).

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A grande contradição, todavia, foi a permanência da escravidão, que atendia aos


interesses de grandes latifundiários monocultores de café e de cana de açúcar. Podemos citar,
também, o fato de o voto ser restrito aos homens e ser censitário (conforme a renda).

Outra característica importante de nossa primeira Carta Maior foi o fato de termos
uma religião oficial: a Católica Apostólica Romana. Em virtude disso,
todas as outras formas religiosas não podiam ter manifestação pública. Aceitava-se, apenas,
seu culto doméstico.

A garantia do habeas corpus não foi constitucionalizada em 1824. Houve sua previsão
infraconstitucional no Código Criminal de 1830 e no Código de Processo Criminal de
Primeira Instância de 1832. Essa importante garantia só viria a ter status constitucional em
1891, como veremos na sequência.

II. Constituição de 1891


É a primeira constituição promulgada da nossa história, marcando o fim do absolutismo
monárquico. O surgimento de nossa segunda constituição está ligado ao enfraquecimento da
monarquia, que pode ser observado desde 1831, quando houve a tentativa de descentralizar o
poder.

A partir da CF/1891, deixamos de ser um Estado unitário centralizado. Os estados


federados passaram a ter autonomia para legislar e administrar seus territórios. Alguns até
adotaram o bicameralismo, como foi o caso de São Paulo e de Pernambuco, que possuíam a
Câmara dos Deputados Estaduais e o Senado Estadual.
O Poder Executivo era exercido por um Presidente, eleito diretamente pelo povo. Todavia,
somente os homens acima de 21 anos votavam.

O Poder Legislativo era comandado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, tendo
os parlamentares mandato de 3 e 9 anos, respectivamente.

Outro detalhe importante é que, com a Constituição de 1891, não havia mais religião
oficial no Brasil. O País, agora, era laico, leigo ou não confessional. Em virtude disso,
algumas práticas mudaram: era proibido o ensino religioso nas escolas públicas; os cemitérios
eram administrados pela autoridade municipal e não mais pela Igreja; não existia mais o
padroado (direito de o imperador intervir nas nomeações de bispos e de alguns cargos
eclesiásticos), bem como o recurso à Coroa para atacar as decisões dos Tribunais
Eclesiásticos. Houve, portanto, a separação total entre Igreja e Estado.

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Sobre os direitos fundamentais, podemos dizer que eles foram aprimorados,


extinguindo-se algumas penas cruéis, como a de galés (trabalhos forçados), a de banimento e
a de morte. Esta persistiu apenas na legislação militar em tempo de guerra.

A garantia do habeas corpus foi constitucionalizada pela primeira vez, no art. 72, § 22:
“Dar-se-á o habeas corpus sempre que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de
sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de poder”.

III. Constituição de 1934


Foi promulgada após intensos movimentos revolucionários e num contexto mundial de
profunda crise do capitalismo. A quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque evidencia a
depressão do modelo liberal. Ao lado disso, a recente industrialização, surgida com a Primeira
Guerra Mundial, deixa uma grande classe de operários sem emprego.

Nossa terceira Constituição teve grande ênfase social, sofrendo influências da


Constituição Alemã de 1919 (Constituição de Weimar), que também possuía a mesma
preocupação. A Carta de 1934 marca uma importante transição do nosso constitucionalismo,
que passa a garantir os direitos sociais ou direitos de segunda geração, como por exemplo os
direitos trabalhistas, o direito à saúde e à educação e o direito de greve. Além, é claro, dos já
consagrados direitos de primeira geração (direitos civis e políticos: liberdade, igualdade
perante a lei, direito à vida e à propriedade).
Passamos, assim, do Estado Liberal ou Estado de Direito para o Estado Social de
Direito, em que o Estado assume sua responsabilidade perante a sociedade e deve garantir o
mínimo para que as pessoas possam viver uma vida digna.
Outras características podem ser citadas sobre o texto constitucional de 1934:
a) o sufrágio universal, direto e secreto, abrangendo o voto feminino;

b) a forma republicana foi mantida;

c) a capital da República manteve-se no Distrito Federal, com sede no Rio de Janeiro (havia a
previsão de transferência da capital para um ponto central do país).

Continuamos a ser um país laico, sem religião oficial, mas esta característica foi
amenizada, visto que a Constituição de 1891 havia sido muito severa sobre o tema. Dessa
maneira, o casamento religioso voltou a produzir efeitos civis, e o ensino religioso em escolas
públicas se tornou facultativo.

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Criou-se a Justiça Eleitoral, a Justiça do Trabalho e as Comissões Parlamentares de


Inquérito (CPIs), e previu-se, pela primeira vez, o Mandado de Segurança e a Ação Popular,
importantes mecanismos para garantir direitos fundamentais.

Havia a tripartição de Poderes. No entanto, instalou-se no Poder Legislativo Federal o


que muitos chamam de “bicameralismo desigual” ou “unicameralismo imperfeito”, pois ele
era exercido pela Câmara dos Deputados com a colaboração do Senado Federal. Assim, o
Senado Federal não detinha o mesmo status da Câmara, sendo um mero colaborador.

IV. Constituição de 1937


Getúlio outorga (impõe) a Carta de 1937, iniciando o que chamou de “Estado Novo”.
Essa constituição foi elaborada por Francisco Campos e teve o apelido de “Polaca”, em
virtude da influência da constituição polonesa fascista e autoritária de 1935.
Apesar de ter estabelecido em seu art. 187 que seria submetida a plebiscito nacional,
isso nunca aconteceu. Sua característica principal foi o autoritarismo, tendo sido fechado o
Parlamento, e o Judiciário passou a ser controlado pelo Executivo.
Vivíamos numa tripartição apenas “formal” dos Poderes, pois na prática apenas o Poder
Executivo comandava o País. Igualmente, a federação também sofreu limitações. O Governo
nomeou interventores nos estados federados, diminuindo sua capacidade de se autogovernar.
A forma federativa era apenas “nominal”, não existia de fato.
Houve retrocesso em algumas criações da Constituição de 1934, como é o caso da
Justiça Eleitoral, que foi extinta. Da mesma forma, os partidos políticos foram dissolvidos
pelo Decreto-lei nº. 37 de 1937. A eleição para Presidente da República passou a ser indireta.
No entanto, a área mais afetada foi a dos direitos fundamentais. Veja algumas dessas
modificações:

a) retiraram-se do texto constitucional o Mandado de Segurança e a Ação Popular;

b) o princípio da irretroatividade das leis não mereceu muita atenção;

c)estabeleceu-se a censura prévia, restringindo-se o direito à liberdade de manifestação do


pensamento, e todos os jornais ficaram obrigados e inserir comunicações do Governo, quando
assim fosse necessário;

d) previu-se a pena de morte para crimes políticos e quando se tratasse de homicídio cometido
por motivo fútil;

e) a greve era proibida.


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Ao arrepio da Constituição, a tortura era utilizada como forma de repressão, a exemplo


do que aconteceu com Olga Benário, mulher do comunista Luís Carlos Prestes. O filme
“Olga” ilustra bem esse fato. Ela foi entregue e, posteriormente, assassinada em um campo de
concentração nazista, na Alemanha.
Como se vê, esse momento foi muito duro para a história brasileira, sobretudo sob o
ponto de vista dos direitos individuais. Mas em razão da forma populista de governo,
podemos dizer que houve avanços nos campos trabalhista e industrial. É desse tempo a
criação de importantes empresas estatais: a Companhia Vale do Rio Doce (1942), a
Companhia Hidroelétrica do São Francisco (1945) e a Companhia Siderúrgica Nacional, que
começou a operar em 1946. O Brasil só viria a ser redemocratizado em 1946, após uma
contradição na politica adotada por Vargas, como veremos a seguir

V. Constituição de 1946

A nova Carta foi promulgada em 18 de setembro de 1946 e teve o importante papel de


redemocratizar o Brasil. Dentre as principais mudanças, destaque-se que os direitos
fundamentais voltaram a ter a proteção adequada, sendo que o Mandado de Segurança e a
Ação Popular foram recolocados no diploma constitucional. Vedou-se a pena de morte, salvo
em tempo de guerra e de acordo com a legislação militar. Reconheceu-se o direito de greve.
A forma federativa do Estado foi consagrada, afastando-se os interventores dos
estados. A capital da República permaneceu no Rio de Janeiro até sua mudança para Brasília,
no governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961).efetivando o disposto no art. 4º do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias da CF/46.

Assim dizia o referido dispositivo:

“Art. 4º - A Capital da União será transferida para o planalto central do Pais.


§ 1 º - Promulgado este Ato, o Presidente da República, dentro em sessenta dias, nomeará
uma Comissão de técnicos de reconhecido valor para proceder ao estudo da localização da
nova Capital.
§ 2 º - O estudo previsto no parágrafo antecedente será encaminhado ao Congresso Nacional,
que deliberará a respeito, em lei especial, e estabelecerá o prazo para o início da delimitação
da área a ser incorporada ao domínio da União.
§ 3 º - Findos os trabalhos demarcatórios, o Congresso Nacional resolverá sobre a data da
mudança da Capital.
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§ 4 º - Efetuada a transferência, o atual Distrito Federal passará a constituir o Estado da


Guanabara.”

VI. Constituição de 1967


Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo ficou dividido em dois grandes
blocos: a parte capitalista, liderada pelos EUA, e a parte socialista, chefiada pela ex-URSS
(União das Repúblicas Socialistas Soviéticas). Essas potências ajudavam na reconstrução dos
países destruídos pela guerra e, paralelamente, exerciam sua influência para a garantia de
poder e comando sobre tais territórios.

Na área politica, perdendo apoio tanto da direita quanto do centro, Jânio Quadros
renuncia. Em seu lugar, assumiria o vice-presidente João Goulart, que no momento da
renúncia estava na China. As Forças Armadas queriam impedir que “Jango”, como ficou
apelidado, assumisse a presidência, e tentaram impedir seu retorno ao Brasil. Para contornar a
situação, o Congresso Nacional aprovou um regime parlamentarista, em que João Goulart
ficaria como chefe de Estado e Tancredo Neves seria o chefe de Governo. Esse sistema, no
entanto, foi rejeitado pela população, que, em plebiscito, escolheu a volta do presidencialismo
(6 de janeiro de 1963).
Dessa forma, João Goulart voltou a ocupar a chefia do Poder Executivo, sob o
sistema presidencialista, e, por ter um viés populista, coordenou as “Reformas de base”.
Nessas reformas, o presidente Jango permitiu que os analfabetos votassem, iniciou a reforma
agrária, limitou a remessa de capital ao exterior e deu grande incentivo à educação.
Em seguida, é constituído o Supremo Comando da Revolução pelos militares
vitoriosos – General Costa e Silva, Brigadeiro Francisco Correa de Melo e Almirante Augusto
Rademaker. Esse Supremo Comando, no exercício do Poder Executivo, baixou os famosos
Atos Institucionais (AI), que governariam o país até a imposição da Carta de 1967.

Vejamos a síntese de cada um deles.


- O AI-1 permitiu ao Comando decretar o estado de sítio, quando assim se fizesse necessário,
além de conferir o poder de aposentar qualquer civil ou militar. Ainda, por meio desse Ato, os
militares poderiam suspender direitos políticos e cassar mandatos legislativos federais,
estaduais ou municipais.
- O AI-2 estabeleceu eleições indiretas para Presidente da República.
- O AI-3 fez o mesmo que o 2, porém na esfera estadual.
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- O AI-4, a seu turno, convocou o Congresso Nacional, que estava fechado,para elaborar a
nova Carta Constitucional, que regeria o país a partir de então

A Tripartição dos Poderes também não existiu na prática, pois o Executivo foi extremamente
fortalecido, esvaziando a competência dos demais Poderes. O Presidente governava mediante
a edição de Decretos-Lei, fazendo do parlamento um mero coadjuvante.

- Mas foi com o AI-5 que a Ditadura deixou seu maior “legado”, ao restringir, violentamente,
os direitos fundamentais do indivíduo. Por ele, o Presidente poderia decretar o recesso do
Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras dos Vereadores, sendo que,
nesse período, ele assumiria as funções desses órgãos. O AI-5 também permitia ao Presidente
intervir nos Estados e nos Municípios, sem as limitações previstas na Constituição. O chefe
do Executivo também poderia decretar o confisco de bens de todos aqueles que tivessem
enriquecido de maneira ilegal, no exercício de cargo ou função pública, bem como suspender
os direitos políticos de quaisquer cidadãos, pelo prazo de 10 anos.

Conforme o art. 10 do Ato, a garantia de habeas corpus foi suspensa nos casos de
crimes políticos contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia
popular. E, de forma mais autoritária, excluiu da apreciação judicial os atos praticados em
acordo com seus comandos.

Outros fatos denotam o avanço do Brasil para o caminho democrático. O primeiro


deles é a Reforma Partidária de 1979 (Lei nº. 6.767/1979), que reinstitui o pluripartidarimo.
Antes, havia apenas os partidos ARENA (Aliança Renovadora Nacional, de situação) e MDB
(Movimento Democrático Brasileiro, de oposição). Depois da Reforma, a Arena passou a se
chamar PDS e o MDB se desmembrou em cinco novos partidos: PMDB, PP, PT, PDT e PTB.

Também como passo rumo à democratização, podemos citar o estabelecimento de


eleições diretas para governador dos Estados e o movimento “Diretas Já”, que pretendia
tornar diretas as eleições para Presidente da República. A Proposta de Emenda Constitucional
nº. 5/83 – “PEC Dante de Oliveira”, como ficou chamada – encabeçou essa tentativa.
Todavia, mesmo tendo imenso apoio popular, ela foi rejeitada.

VII. Constituição de 1988

A nova Constituição fixou eleições diretas para Presidente da República, cujo mandato
ficou estabelecido em 4 anos (por força da Emenda Constitucional de Revisão n. 5, de 1994,
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que alterou a previsão constitucional original, com mandato de 5 anos para Presidente). Esta
regra também ficou sendo obrigatória para Estados-membros, Municípios e Distrito Federal.
O primeiro presidente eleito segundo a CF/88 foi Fernando Collor de Melo, que, pressionado
por denúncias de corrupção e já aberto contra ele um processo de impeachment, renuncia ao
cargo em 29 de dezembro de 1992 envolvido em escândalos de corrupção.

O federalismo foi reestabelecido e os entes da federação voltaram a ter autonomia


política, administrativa e financeira. Foi criado o estado de Tocantins e transformados em
estados federados os antigos Territórios Federais de Roraima e Amapá. Ao lado disso, a ilha
de Fernando de Noronha deixou de pertencer à União (era território federal, foi extinto) e
passou para o domínio do estado de Pernambuco.

Continuamos a ser um país laico, sem religião oficial, e ter a capital do país em
Brasília. A redemocratização trouxe de volta a tripartição real dos Poderes, que, conforme o
art. 2º, são independentes e harmônicos entre si. No âmbito do Poder Judiciário, criou-se o
Superior Tribunal de Justiça (STJ), competente para uniformizar o entendimento dos
magistrados no tocante às ações que se fundamentem em lei federal. Dessa forma, O STF
passou a cuidar das matérias estritamente constitucionais.

Não podemos deixar de anotar que foi com a “Constituição Cidadã” que os direitos
fundamentais do indivíduo foram consolidados em nosso ordenamento. Alguns até de forma
inédita, como, por exemplo, o fato de o racismo e a tortura terem se tornado crimes
inafiançáveis; e a possibilidade de impetrar habeas data “para assegurar o conhecimento de
informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de
entidades governamentais ou de caráter público” ou “para a retificação de dados, quando não
se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo” (art. 5, inciso LXXII).

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1. Direitos Fundamentais do Cidadão

Por sua vez, os Direitos Fundamentais do Cidadão localizavam-se após toda a organização
administrativa do Estado. Somente com a CF/88, os direitos fundamentais foram antepostos à
Organização do Estado, significando que são mais importantes que esta.

CONSTITUIÇÃO FEDERAL: TITULO I


Dos Princípios Fundamentais

Art. 1o A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático
de direito e tem como fundamentos:

I – a soberania;
II – a cidadania;
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição.

Art. 2o São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.

Art. 3o Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.

Art. 4o A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

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2. Direitos e garantias Fundamentais


São Cinco espécies ou capítulos:

2.1.1 Direitos e deveres individuas e coletivos


Encontrados na Constituição Federal Capitulo I, artigo 5°
Título II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
Capítulo I
Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos

Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (EC
no 45/2004)

I – homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral
ou à imagem;
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política,
salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação
alternativa, fixada em lei;
IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença;
X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação
judicial;
XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII – é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que
a lei estabelecer;
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao

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exercício profissional;
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei,
nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas
exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo
vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão
judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX – ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI – as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
XXIV – a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição;
XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI – a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não será objeto
de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dispondo a lei sobre os meios de
financiar o seu desenvolvimento;
XXVII – aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras,
transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII – são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas,
inclusive nas atividades desportivas;

b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos
criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;

XXIX – a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como
proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos,
tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX – é garantido o direito de herança;
XXXI – a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira em benefício do
cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus;
XXXII – o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
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XXXIII – todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos poderes públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;

b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de


interesse pessoal;

XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL – a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos
da lei;
XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
XLIV – constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado democrático;
XLV – nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do
valor do patrimônio transferido;
XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

XLVII – não haverá penas:


a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;
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b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;

XLVIII – a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o
sexo do apenado;
XLIX – é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período
de amamentação;
LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da
lei;
LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;
LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
LVIII – o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em
lei;
LIX – será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;
LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse
social o exigirem;
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade
judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei;
LXII – a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz
competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LXIII – o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a
assistência da família e de advogado;
LXIV – o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV – a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem
fiança;
LXVII – não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
LXVIII – conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade
ou abuso de poder;
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LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público;
LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo
menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

LXXI – conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade,
à soberania e à cidadania;
LXXII – conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou
bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso,
judicial ou administrativo;

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus
da sucumbência;
LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos;
LXXV – o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo
fixado na sentença;
LXXVI – são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei:
a) o registro civil de nascimento;
b) a certidão de óbito;

LXXVII – são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao
exercício da cidadania;
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação.
§ 1o As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
§ 2o Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.
§ 3o Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
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§ 4o O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.

2.1.2 Direitos Sociais


Encontrados na Constituição Federal Capitulo II, artigos 6° ao 11°
Capítulo II
Dos Direitos Sociais
Art. 6o São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a
previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição. (EC no 26/2000 e EC no 64/2010)
Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social: (EC no 20/98, EC no 28/2000 e EC no 53/2006)

I – relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei
complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II – seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III – fundo de garantia do tempo de serviço;
IV – salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender às suas necessidades vitais
básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e
previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação
para qualquer fim;
V – piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI – irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;
VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
X – proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na
gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;
XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a
compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação
coletiva;
XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal;
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;
XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

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XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;
XXIV – aposentadoria;
XXV – assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches
e pré-escolas;
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII – proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este
está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;
XXIX – ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos
para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho;
a) (Revogada);
b) (Revogada);
XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;
XXXI – proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador
portador de deficiência;
XXXII – proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os profissionais
respectivos;
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a
menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
XXXIV – igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador
avulso.

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos previstos nos incisos IV,
VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração à previdência social.

Art. 8o É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão
competente, vedadas ao poder público a interferência e a intervenção na organização sindical;
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria
profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em
questões judiciais ou administrativas;
IV – a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em
folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da
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contribuição prevista em lei;


V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII – é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou
representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer
falta grave nos termos da lei.

Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos


rurais e de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.

Art. 9o É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-
lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

§ 1o A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.
§ 2o Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos em
que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um representante destes com
a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com os empregadores.

2.1.3Nacionalidade
Encontrados na Constituição Federal Capitulo III, artigos 12° e 13°
Capítulo III
Da Nacionalidade
Art. 12. São brasileiros: (ECR no 3/94, EC no 23/99 e EC no 54/2007)
I – natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a
serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição
brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

II – naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze
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anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

§ 1o Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
§ 2o A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados,
salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3o São privativos de brasileiro nato os cargos:


I – de Presidente e Vice-Presidente da República;
II – de Presidente da Câmara dos Deputados;
III – de Presidente do Senado Federal;
IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V – da carreira diplomática;
VI – de oficial das Forças Armadas;
VII – de Ministro de Estado da Defesa.

§ 4o Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


I – tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II – adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.


§ 1o São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

2.1.4 Direitos Políticos


Encontrados na Constituição Federal Capitulo IV, artigos 14° ao 16°
Capítulo IV
Dos Direitos Políticos
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual
para todos, e, nos termos da lei, mediante: (ECR no 4/94 e EC no 16/97)
I – plebiscito;
II – referendo;
III – iniciativa popular.

§ 1o O alistamento eleitoral e o voto são:

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I – obrigatórios para os maiores de dezoito anos;


II – facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.

§ 2o Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório, os
conscritos.
§ 3o São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I – a nacionalidade brasileira;
II – o pleno exercício dos direitos políticos;
III – o alistamento eleitoral;
IV – o domicílio eleitoral na circunscrição;
V – a filiação partidária;
VI – a idade mínima de:

a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;


b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito,
Vice-Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.

§ 4o São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.


§ 5o O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os
houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período
subsequente.
§ 6o Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito.
§ 7o São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular
de mandato
eletivo e candidato à reeleição.
§ 8o O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I – se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II – se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

§ 9o Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de
proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida pregressa do
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candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do
exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta.
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da
diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na forma da lei,
se temerária ou de manifesta má-fé.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se


dará nos casos de:
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;
II – incapacidade civil absoluta;
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5o, VIII;
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4o.

Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à
eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (EC no 4/93).

2.1.5 Partidos Políticos


Encontrados na Constituição Federal Capitulo V, artigos 17°
Capítulo V
Dos Partidos Políticos
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados
os seguintes preceitos: (EC no 52/2006)
I – caráter nacional;
II – proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a
estes;
III – prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1o É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e
funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais, sem
obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, distrital ou municipal,
devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e fidelidade partidária.
§ 2o Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão seus
estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3o Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio e à televisão, na
forma da lei.
§ 4o É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

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2.2 Dos Direitos e garantias


Teoria Geral – Características

- Historicidade: Significa dizer que os direitos e garantias foram oriundos e consolidados ao


longo da história (e não em um determinado momento), eles foram sendo modificado ao
longo do tempo.

- Universalidade: São destinadas a todas as pessoas.

- Relatividade: Os direitos não são absoluto (depende do caso)


Ex: o direito a vida: na própria Constituição Federal existe a pena de morte em caso de guerra
externa (Outro País).

- Irrenunciabilidade: Não pode ser renunciado.

- inalienabilidade: Não pode ser alienado, vendido, alugado ou dado.

- Imprescritibilidade: Não se perde pelo percurso do prazo.

Destinatário: Os direitos e garantias previstos no art. 5.º da CF têm como destinatários as


pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, públicas ou privadas ou mesmo entes
despersonalizados nacionais (massa falida, espólio etc.), estrangeiros residentes ou
estrangeiros de passagem pelo território nacional.

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2.2.1 Direitos individuais


Direitos individuais Prerrogativas que o indivíduo opõe ao Estado.

2.2.2 Direitos coletivos


Direitos supraindividuais ou metaindividuais que pertencem a vários titulares que se vinculam
juridicamente (ex.: condôminos, sindicalistas etc.).

2.2.3 Direitos difusos


São direitos individuais, no entanto seus titulares não têm uma vinculação jurídica que
permita identificá-los (ex.: usuários de uma praia, consumidores etc.).

2.2.4 Direitos sociais


Decorrem do fato de o indivíduo estar inserido em uma sociedade estatal (ex.: direito à saúde,
educação etc.).

2.1.5 Direito de nacionalidade


Direito que tem o indivíduo de manter um vínculo jurídico com o Estado, de pertencer ao
povo de um Estado e, em consequência disso, receber proteção do Estado.

2.1.6 Direito de cidadania


Prerrogativa que tem o indivíduo de participar da tomada de decisão política dentro do Estado
(ex.: direito de votar, de participar de plebiscito, de ingressar com uma ação popular etc.).

2.3 Garantias

Garantias: procedimento judicial específico, cuja finalidade é dar uma proteção eficiente aos
direitos fundamentais. Alguns doutrinadores chamam as garantias de “remédios
constitucionais”. São eles:

2.3.1 Termo:Habeas corpus

Tem por objetivo proteger a liberdade de locomoção. Art. 5º, LXVIII – conceder-se-á
habeas-corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder.

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Exemplo de aplicação: Prisão por fato que não é considerado crime, por exemplo, ingerir
bebida alcoólica em público.

2.3.2 Termo: Habeas data

Visa garantir ao impetrante o acesso aos dados existentes sobre sua pessoa em bancos
de dados públicos ou particulares de caráter público. Art. 5º, LXXII – conceder-se-á habeas-
data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes


de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.

Exemplo de aplicação:Quando um indivíduo precisa saber o que consta, em relação à sua


pessoa, no banco de dados de registros públicos. O simples desejo de obter informações é
suficiente para a impetração do habeas data.

2.3.3 Termo: Mandado de injunção

Tem como finalidade garantir o exercício de direito previsto em norma constitucional


de eficácia limitada ainda não regulamentada. Art. 5º, LXXI – conceder-se-á mandado de
injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos
e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania.

Exemplo de aplicação: Direito de greve dos servidores públicos: ainda não há lei
regulamentando a matéria. O STF decidiu, no Mandado de Injunção 20/DF, que se aplicam as
regras do setor privado

2.3.4 Termo: Mandado de segurança individual

Tem a finalidade de fazer cessar lesão ou ameaça de lesão ao direito individual ou


coletivo líquido e certo, seja qual for a autoridade responsável pela ilegalidade ou abuso de
poder. Art. 5º, LXIX – conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas-corpus ou habeas-data, quando o responsável pela ilegalidade

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ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de


atribuições do Poder Público

Exemplo de aplicação:Todo candidato aprovado em concurso público, dentro do número de


vagas, tem direito líquido e certo à nomeação, possibilitando o uso de Mandado de Segurança
no caso de o Poder Público recusar-se a nomear.

2.3.5 Termo: Ação popular.

É um instrumento de democracia direta por meio do qual o cidadão exerce a


fiscalização do patrimônio público para impedir que ele seja lesado por ato de autoridade. Art.
5º, LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.

Exemplo de aplicação:Se o prefeito de uma cidade contrata empresa sem o devido processo
licitatório, ou então emprega parentes em seu gabinete, é possível o cidadão ingressar com
ação popular para discutir a questão.

2.4 Direitos Sociais


A C.F relaciona os direitos sociais em três grupos:
• direitos sociais fundamentais;
• direitos dos trabalhadores em geral;
• direitos coletivos dos trabalhadores.

O art. 6.º aponta os direitos sociais fundamentais, sendo todos voltados à garantia de
perfeitas condições de vida. Tais direitos visam garantir: • saúde; • educação; • trabalho; •
lazer; • segurança; • previdência Social; • proteção à maternidade e à infância; • assistência
aos desamparados; • moradia (EC n. 26/2000).

Os direitos sociais têm conteúdo econômico e, às vezes, são apresentados como


direitos econômicos, posto ser o trabalho componente das relações de produção e primado
básico da ordem social – arts. 7.º e 193. Mas direitos sociais não se confundem com os
direitos econômicos:

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• Direitos Econômicos – dimensão institucional.


• Direitos Sociais – formas de tutela pessoal, disciplinam situações subjetivas pessoais
ou grupais. O direito econômico é pressuposto de existência de direitos sociais.
Tem como objetivo criar condições de vida e possibilitar o gozo de direitos
individuais, contribuindo para a diminuição das diferenças materiais.

Direitos relacionados à saúde, à segurança social, à formação profissional e à cultura.

3 Da organização do Estado
3.1 Organização Político Administrativa

Capítulo I
Da Organização Político-Administrativa
Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. (EC no 15/96)
§ 1o Brasília é a Capital Federal.
§ 2o Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao
Estado de origem serão reguladas em lei complementar.
§ 3o Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar- se para se anexarem a outros, ou
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada,
através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
§ 4o A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do
período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às
populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e
publicados na forma da lei.

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar- lhes o funcionamento ou manter com
eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de
interesse público;
II – recusar fé aos documentos públicos;
III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

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3.2 União
Capítulo II
Da União

A União é formada pela reunião dos entes integrantes da Federação. É pessoa jurídica
de direito público interno e, no âmbito internacional, representa com soberania o Estado
Brasileiro. O art. 20 da Constituição Federal enumera os bens da União.
O art. 21 da Constituição Federal enumera a competência material e não a legislativa
da União. Trata-se de competência exclusiva, indelegável.
O art. 22 da Constituição Federal trata das competências legislativas da União; essa
competência é privativa, ou seja, é possível a delegação aos Estados, por lei complementar.

Art. 20. São bens da União: (EC no 46/2005)


I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem
como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e
as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26,
II;
V – os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI – o mar territorial;
VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII – os potenciais de energia hidráulica;
IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X – as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI – as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

§ 1o É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da
administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos
hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma
continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

§ 2o A faixa de até cento e cinquenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras terrestres, designada como
faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do território nacional, e sua ocupação e utilização serão
reguladas em lei.

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Art. 21. Compete à União: (EC no 8/95, EC no 19/98 e EC no 49/2006)


I – manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações
internacionais;
II – declarar a guerra e celebrar a paz;
III – assegurar a defesa nacional;
IV – permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;V
– decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;
VI – autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;
VII – emitir moeda;
VIII – administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza financeira, especialmente as
de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de previdência privada;
IX – elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de desenvolvimento
econômico e social;
X – manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de telecomunicações,
nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros
aspectos institucionais;
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em articulação
com os Estados onde se situam os potenciais
hidroenergéticos;
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que
transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;
os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII – organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública do Distrito Federal e
dos Territórios;
XIV – organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar do Distrito Federal,
bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a execução de serviços públicos, por meio de
fundo próprio;
XV – organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de âmbito nacional;
XVI – exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
XVII – conceder anistia;
XVIII – planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as
inundações;

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XIX – instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos
de seu uso;
XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes
urbanos;
XXI – estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXII – executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
XXIII – explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a
pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e
seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições:
a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos e mediante aprovação
do Congresso Nacional;
b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de radioisótopos
para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais;
c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de radioisótopos de meia-
vida igual ou inferior a duas horas;
d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa;

XXIV – organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;


XXV – estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: (EC no 19/98)


I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
II – desapropriação;
III – requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;
IV – águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;
V – serviço postal;
VI – sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;
VII – política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;
VIII – comércio exterior e interestadual;
IX – diretrizes da política nacional de transportes;
X – regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;
XI – trânsito e transporte;
XII – jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;
XIII – nacionalidade, cidadania e naturalização;
XIV – populações indígenas;
XV – emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;
XVI – organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício
de profissões;
XVII – organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do
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Distrito Federal e dos Territórios, bem como organização administrativa


destes;
XVIII – sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;
XIX – sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;
XX – sistemas de consórcios e sorteios;
XXI – normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação
e mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;
XXII – competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;
XXIII – seguridade social;
XXIV – diretrizes e bases da educação nacional;
XXV – registros públicos;
XXVI – atividades nucleares de qualquer natureza;
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art.
37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1o, III;
XXVIII – defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e mobilização nacional;
XXIX – propaganda comercial.

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das
matérias relacionadas neste artigo.

3.3 União, Estados, Distrito Federal e Município

Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: (EC no
53/2006)
I – zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
II – cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de deficiência;
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as
paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico,
artístico ou cultural; V – proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência;
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
VIII – fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;
IX – promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento
básico;
X – combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a integração social dos setores
desfavorecidos;

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XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e


minerais em seus territórios;
XII – estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I – direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II – orçamento;
III – juntas comerciais;
IV – custas dos serviços forenses;
V – produção e consumo;
VI – florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do
meio ambiente e controle da poluição;
VII – proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
VIII – responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
histórico, turístico e paisagístico;
IX – educação, cultura, ensino e desporto;
X – criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;
XI – procedimentos em matéria processual;
XII – previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIII – assistência jurídica e defensoria pública;
XIV – proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV – proteção à infância e à juventude;
XVI – organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

§ 1o N o âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.


§ 2o A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos
Estados.
§ 3o Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para
atender a suas peculiaridades.
§ 4o A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for
contrário.

3.4 Estados Federados


É pessoa jurídica de direito público interno, dotada de autonomia que consiste na capacidade
de autogoverno e auto-administração. A autonomia estadual consiste na capacidade de auto-

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organização, capacidade de autogoverno e auto-administração; é a denominada tríplice


capacidade.

Capítulo III
Dos Estados Federados
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios
desta Constituição. (EC no 5/95)
§ 1o São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta Constituição.
§ 2o Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na
forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
§ 3o Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e
microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:


I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma
da lei, as decorrentes de obras da União;
II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da
União, Municípios ou terceiros;
III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado
na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os
Deputados Federais acima de doze. (EC no 1/92 e EC no 19/98)
§ 1o Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-
se-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença,
impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2o O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, na razão de,
no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para os Deputados Federais, observado o
que dispõem os arts. 39, § 4o, 57, § 7o, 150, II, 153, III, e 153, § 2o, I.
§ 3o Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços administrativos
de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4o A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á
no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se

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houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de
janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. (EC no 16/97 e EC no 19/98)
§ 1o Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou
indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público
e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.
§ 2o Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de
iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4o, 150, II, 153, III, e 153, §
2o, I.

3.5 Municípios
Capítulo IV
Dos Municípios

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios
estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: (EC no 1/92, EC
no 16/97, EC no 19/98, EC no 25/2000 e EC no 58/2009)

I – eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e
simultâneo realizado em todo o País;
II – eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término
do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77 no caso de Municípios com mais de duzentos
mil eleitores;
III – posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1o de janeiro do ano subseqüente ao da eleição;
IV – para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo de:
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes;
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil)
habitantes;
c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta
mil) habitantes;
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil)
habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes;
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento
e vinte mil) habitantes;
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000
(cento e sessenta mil) habitantes;
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até
300.000 (trezentos mil) habitantes;

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h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes;
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e
de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes;
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000
(setecentos e cinquenta mil) habitantes;
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de
até 900.000 (novecentos mil) habitantes;
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até
1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes;
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e
de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes;
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e
de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes;
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes
e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes;
p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes
e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes;
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes
e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes;
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil)
habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes;
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até
4.000.000 (quatro milhões) de habitantes;
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até
5.000.000 (cinco milhões) de habitantes;
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até
6.000.000 (seis milhões) de habitantes;
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até
7.000.000 (sete milhões) de habitantes;
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até
8.000.000 (oito milhões) de habitantes;
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes;

V – subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara
Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI,39, § 4o, 150, II, 153, III, e 153, § 2o, I;
VI – o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a
subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os critérios estabelecidos na respectiva Lei
Orgânica e os seguintes limites máximos:

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a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a vinte por cento
do subsídio dos Deputados Estaduais;
b) em Municípios de dez mil e um a cinquenta mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
c) em Municípios de cinquenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
a quarenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá
a cinquenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores
corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;
f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores corresponderá a
setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados Estaduais;

VII – o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de por cento da
receita do Município;
VIII – inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na
circunscrição do Município;
IX – proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber, ao disposto nesta
Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do respectivo Estado para os membros
da Assembléia Legislativa;
X – julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça;
XI – organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara Municipal;
XII – cooperação das associações representativas no planejamento municipal;
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através
de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;
XIV – perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo único2.

Art. 30. Compete aos Municípios: (EC no 53/2006)


I – legislar sobre assuntos de interesse local;
II – suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III – instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da
obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV – criar, organizar e suprimir Distritos, observada a legislação estadual;
V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse
local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI – manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de
ensino fundamental;
VII – prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da
população;

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VIII – promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do
parcelamento e da ocupação do solo urbano;
IX – promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora
federal e estadual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo municipal, mediante controle externo,
e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo municipal, na forma da lei.
§ 1o O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas dos Estados
ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2o O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve anualmente prestar, só
deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da Câmara Municipal.
§ 3o As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte,
para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4o É vedada a criação de tribunais, Conselhos ou órgãos de contas municipais.

3.6 Distrito Federal e Territórios


Capítulo V
Do Distrito Federal e dos Territórios
Seção I
Do Distrito Federal

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois
turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará,
atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1o Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2o A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e dos Deputados Distritais
coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 3o Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.
§ 4o Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal,das polícias civil e militar e do
corpo de bombeiros militar.

Seção II
Dos Territórios
Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.
§ 1o Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no
Capítulo IV deste Título.
§ 2o As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do
Tribunal de Contas da União.
§ 3o N os Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador, nomeado na forma desta
Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e

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defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência
deliberativa.

Capítulo VI
Da Intervenção
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (EC no 14/96 e EC no 29/2000)
I – manter a integridade nacional;
II – repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III – pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV – garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V – reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos,
salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição
dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI – prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;


VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta;
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: (EC no 45/2004)


I – no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido, ou de
requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder Judiciário;
II – no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo Tribunal Federal, do
Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;
III – de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador- Geral da República, na
hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei federal;
IV – (Revogado).
§ 1o O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições
De execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da
Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2o Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-se-á convocação
extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
§ 3o N os casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo Congresso Nacional ou pela
Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a execução do ato impugnado, se essa medida bastar
ao restabelecimento da normalidade.
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§ 4o Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal.

3.7 Dos Militares dos Estados


Seção III
Dos Militares dos Estados,
Do Distrito Federal e dos Territórios (EC no 18/98)

Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base
na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (EC no 3/93, EC no
18/98, EC no 20/98 e EC no 41/2003)
§ 1o Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado
em lei, as disposições do art. 14, § 8o; do art. 40, § 9o; e do art. 142, §
§ 2o e 3o, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3o, inciso X, sendo as patentes
dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores.
§ 2o Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado
em lei específica do respectivo ente estatal.

4. Da organização dos poderes

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o


Executivo e o Judiciário.
Dentro dessa divisão cada poder possui funções típicas e atípicas.

As funções típicas são aquelas predominantes em um dado poder, ou seja, são as funções
inerentes à natureza de determinado órgão. Ex.: a função típica do Poder Legislativo é
legislar.

As funções atípicas, por sua vez, são aquelas que tem natureza de outro poder. Tendo sido
usado o Poder Legislativo como exemplo, tem-se que suas funções atípicas são as executivas
e as jurisdicionais, atividades próprias dos poderes Executivo e Judiciário respectivamente.
Ex.: A Constituição Federal conferiu competência para o Senado julgar o Presidente da
República nos crimes de responsabilidade. O Senado é órgão do Poder Legislativo e, por meio
dessa competência constitucional está realizando a função jurisdicional.
Não há que se falar em ferimento à independência e harmonia dos poderes por meio
das funções atípicas, haja vista que elas são criadas justamente para assegurá-las. Caso assim
não fosse um poder ficaria dependente do outro. Imagine que o Poder Judiciário para abrir
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concurso público, precisasse que o Poder Legislativo redigisse o edital. Como se sabe o edital
é lei e a função legislativa é típica do Poder
Legislativo. Se não fosse o fato de os poderes possuírem as funções atípicas um ficaria
dependente do outro para realizar suas próprias funções e, nesse caso haveria afronta ao
disposto no art. 2º da Constituição.
Alguns doutrinadores criticam a expressão “tripartição de poderes” haja vista o poder
não ser dividido, posto que esse é uno, indivisível e indelegável. Para eles o que se divide são
as funções que cada poder exerce por meio de seus órgãos.
Vigora entre os três poderes o princípio da indelegabilidade das atribuições, ou seja, os
poderes não podem delegar suas funções para outro ou outros. Contudo, é possível que um
órgão exerça atribuições de outro quando houver previsão expressa na Constituição Federal.

1.1 PODER LEGISLATIVO


O Poder Legislativo, segundo o art. 44 da Constituição Federal de 1988, é exercido pelo
Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. É o
Poder que mais se sobressai na estrutura de Poderes, já que é a ele que compete inovar o
Direito, além de ser onde o povo, teoricamente, manifesta indiretamente a sua vontade.
O Poder Legislativo federal tem estrutura bicameral. O bicameralismo é uma
característica da federação, pois é necessária a instalação de um órgão representativo dos
Estados. Apesar de ser uma característica da federação, nem sempre é o reflexo de um
federalismo. Ex.: Inglaterra (Estado Unitário) – câmara dos lordes e câmara dos comuns.
Deve ser lembrado que é da tradição constitucional brasileira a organização do Poder
Legislativo em dois ramos, sistema denominado bicameralismo, que vem desde o Império,
salvo as limitações contidas nas Constituições de 1934 e 1937, que tenderam para o
unicameralismo, sistema segundo o qual o Poder Legislativo é exercido por uma única
câmara. Tem-se o bicameralismo como um sistema mais propício ao conservadorismo,
enquanto o unicameralismo favoreceria os avanços democráticos, na medida em que canaliza
e exprime melhor os anseios da soberania popular por transformações.
A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, eleitos pelo sistema
proporcional em cada estado, em cada território e no Distrito Federal. São 513 Deputados
Federais, com mandato de quatro anos. O número de Deputados é proporcional à população
do estado ou do Distrito Federal, com o limite mínimo de oito e máximo de setenta Deputados
para cada um deles.

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Para o Senado Federal, cada estado e o Distrito Federal elegem três Senadores, com
mandato de oito anos, renovados de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois
terços. A composição do Senado Federal é de 81 Senadores.

Dentre as competências do Congresso Nacional, temos:


a) atribuições relacionadas às funções do Poder Legislativo federal;

b) atribuições das Casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado


Federal),
quando atuam separadamente; e

c) atribuições relacionadas ao funcionamento de comissões mistas e de sessões conjuntas,


nas quais atuam juntos os Deputados Federais e os Senadores (embora votem
separadamente).

O Poder Legislativo, porém, de modo não típico, também exerce funções de administrar (ao
prover cargos da sua estrutura ou atuar o poder de polícia, p. ex.) e de julgar (o Senado
processa e julga, por crimes de responsabilidade, o Presidente da República e o Vice-
Presidente da República, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes das três Forças
Armadas, nos crimes de mesma natureza conexos com os praticados pelo Chefe do Executivo;
também processa e julga, por crimes de responsabilidade, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal, os membros dos Conselhos Nacionais da Justiça e do Ministério Público, o
Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União).

Órgãos
São órgãos do Congresso Nacional:

a) Mesa diretora: órgão responsável pelas questões meramente administrativas e pela


condução dos
trabalhos legislativos que se desenvolvem em cada Casa. A mesa do Congresso Nacional é
presidida
pelo Presidente do Senado Federal. Os membros da mesa são eleitos para mandato de 02 anos,
vedada a recondução para o mesmo cargo no período subsequente, dentro de uma mesma

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213

legislatura. Essa proibição de recondução não é aplicável obrigatoriamente para os outros


entes, salvo se eles o previrem em suas leis fundamentais.
Sua composição deverá obedecer, tanto quanto possível, à representatividade partidária na
Casa. O Presidente do Senado Federal presidirá a Mesa do Congresso Nacional; os demais
cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na Câmara
dos Deputados e no Senado Federal (art. 57, § 5º).

b) Comissões: são órgãos colegiados que subsidiam os trabalhos das Casas por meio do
estudo, análise e emissão de pareceres sobre os projetos em trâmite. Elas também auxiliam as
deliberações plenárias, realizam audiências públicas convocam Ministros de Estado para
prestar informações pertinentes, solicitam depoimento de qualquer autoridade ou cidadão. As
comissões podem ser permanentes, perpetuando-se pelas legislaturas, ou temporárias, criadas
por prazo certo e para fim específico. As Comissões podem discutir e votar projeto de lei que
dispense, na forma regimental, a competência do Plenário. Trata-se do chamado procedimento
legislativo abreviado, ou deliberação conclusiva. Abrese, porém, a possibilidade de 1/10 dos
membros da Casa provocar a atuação do Plenário, por meio de recurso, a fim de que seja o
projeto afetado à apreciação deste órgão. É possível, portanto, que um projeto de lei seja
aprovado sem jamais haver sido apreciado pelo Plenário, quer da Câmara, quer do
Senado.

c) Plenário: é o órgão de deliberação máxima da Casa Legislativa, composto por todos os


parlamentares que a integram. Assim, tanto a Câmara quanto o Senado tem seu Plenário

Reuniões
Durante a legislatura ocorrem as sessões legislativas, que podem ser ordinárias,
quando correspondem ao período normal de trabalho previsto na Constituição, ou
extraordinárias, quando ocorrem no período de recesso do Congresso. A sessão legislativa
ordinária, por sua vez, é partida em dois períodos legislativos. O primeiro se estende de 2 de
fevereiro a 17 de julho e o segundo, de 1º de agosto a 22 de dezembro. A sessão legislativa
não se interrompe sem que se haja aprovado o projeto de lei de diretrizes orçamentárias. Esse

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projeto, de seu turno, deve estar aprovado até o encerramento do primeiro período da sessão
legislativa.
Nos intervalos dos períodos mencionados, ocorrem os recessos. Nestes, o Congresso Nacional
pode ser chamado a se reunir por convocação extraordinária, ocorrendo a chamada sessão
legislativa extraordinária.

Sessões Extraordinárias
Podem ser convocadas pelo Presidente do Senado ou pelo Presidente da República,
Presidente da Câmara ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas. O
Presidente do Senado, que preside a Mesa do Congresso Nacional, convoca o Congresso
Nacional extraordinariamente, nas seguintes situações (art. 57, § 6º, I):Para a decretação de
estado de defesa, intervenção federal ou pedido de autorização para decretação de estado de
sítio;
Para o compromisso e posse do Presidente e do Vice-Presidente da República. Já os
outros membros, inclusive o Presidente do Senado, podem realizar convocações
extraordinárias nas seguintes hipóteses (art. 57, § 6º, II): Em caso de urgência ou de interesse
público relevante. A verificação da urgência e do interesse público relevante constitui aspecto
incluído na margem de discricionariedade política de quem convoca, mas tal juízo passou a
ter, com a EC n. 50/2006, de ser confirmado pela maioria absoluta de cada uma das Casas do
Congresso Nacional.

Atribuições do Congresso Nacional


Dentre as atribuições previstas para o Congresso Nacional, há as genéricas e as privativas. As
privativas são aquelas exercidas mediante manifestação unilateral de vontade, por meio de
Decreto
Legislativo, em regra.

Atribuições Não Exclusivas


Ao Congresso Nacional cabe, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as
matérias de interesse da União, especialmente sobre (hipóteses exemplificativas):
I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;
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II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida


pública e
emissões de curso forçado;
III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;
IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;
V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;
VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados,
ouvidas as
respectivas Assembleias Legislativas;
VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;
VIII - concessão de anistia;
IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da
União e
dos Territórios e organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública do
Distrito Federal;
X - criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o
que
estabelece o art. 84, VI, b;
XI - criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;
XII - telecomunicações e radiodifusão;
XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que
dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I Importante notar que o caput do
artigo se refere às matérias de interesse da União. Assim, o Congresso Nacional deve atuar,
evidentemente, não somente no interesse nacional, mas também nos interesses específicos da
pessoa jurídica União, ou seja, matérias estritamente federais.

Atribuições Exclusivas
Essas atribuições são exercidas mediante decreto legislativo, aprovados pelas duas casas por
deliberação da maioria simples de ambas, conforme previsto no artigo 49 da CF/88:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem


encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

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II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que


forças
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente,
ressalvados
os casos previstos em lei complementar;
III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando
a
ausência exceder a quinze dias;
IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou
suspender qualquer uma dessas medidas;
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou
dos limites de delegação legislativa;
VI - mudar temporariamente sua sede;
VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de
Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os
relatórios sobre a execução dos planos de governo;
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder
Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa
dos outros Poderes;
XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e
Televisão;
XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;
XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;
XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a
pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a
dois mil e quinhentos hectares.

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Câmara dos Deputados


A Câmara dos Deputados é a Casa dos representantes do povo, eleitos para mandato
de 04 anos pelo sistema proporcional em cada Estado e no Distrito Federal. Seus membros
podem ser reeleitos sucessivamente, sendo que nenhum estado poderá ter menos de 8 e mais
de 70 deputados. Cada Território que vier a ser criado terá direito a 04 deputados federais na
Câmara.
O membro da Câmara dos Deputados é o Deputado Federal, que exerce seu mandato por uma
legislatura. Legislatura é diferente de mandato. A primeira tem duração de 4 anos e
corresponde ao período que vai do início do mandato dos membros da Câmara dos Deputados
até o seu término (art. 44, parágrafo único).
A CF/88 reserva à Lei Complementar a fixação do número total de Deputados, bem como a
representação por Estado e DF, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes
necessários no ano anterior às eleições.

Art. 45 (...)
(...) § 1º - O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo
Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população,
procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma
daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

Atribuições da Câmara dos Deputados


Essas matérias serão reguladas por Resolução, a qual será promulgada pelo Presidente da
Mesa,
salvo a iniciativa de lei para a fixação da remuneração de seus servidores, evidentemente.

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:


I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o
Presidente
e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

A necessidade de autorização da Câmara para processar Ministro de Estado só cabe se o crime


for
comum ou de responsabilidade, conexo com delito da mesma natureza praticado pelo
Presidente ou Vice. Caso contrário, serão normalmente julgados no STF, pelo seu foro
privilegiado, independentemente de autorização.
Já os crimes praticados por Presidente e Vice Presidente da República sempre precisarão de
autorização da Câmara, sejam eles comuns ou de responsabilidade. A autorização pela
Câmara para julgar o Presidente por crime de responsabilidade obriga o Senado a julgá-lo. Já
a autorização ao STF para processá-lo por crime comum não obriga o STF a instaurar o
processo.

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas


ao
Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
III - elaborar seu regimento interno;
IV - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção

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dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias;

Essa iniciativa de lei para fixar o subsídio se refere somente aos cargos de sua estrutura, e não
aos
subsídios dos deputados, os quais serão fixados por decreto legislativo, conforme previsão do
art. 49,
VIII.

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Senado Federal
O Senado Federal é composto por três representantes de cada Estado e do Distrito Federal,
eleitos
pelo sistema majoritário simples (ou seja, sem segundo turno), já que há somente um único
turno de
votação. O mandato dos senadores é de oito anos (logo, por duas legislaturas), permitidas
reeleições
sucessivas. Cada Senador terá dois suplentes, sendo a composição do Senado Federal
renovada de quatro em quatro anos, por um e dois terços de seus membros.

Atribuições do Senado Federal


Essas matérias serão reguladas por Resolução, a qual será promulgada pelo Presidente da
Mesa, salvo a iniciativa de lei para a fixação da remuneração de seus servidores,
evidentemente.

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:


I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de
responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do
Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles;

Assim, vê-se que os Ministros de Estado e os Comandantes das Forças Armadas somente
serão
julgados pelo Senado Federal se praticarem crime conexo com os do Presidente ou Vice. Caso
contrário, serão julgados pelo STF, sem necessidade de autorização.

II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do


Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o
Procurador-Geral da
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade;

Nos casos dos incisos I e II, será o presidente do supremo tribunal federal que presidirá a
sessão; a
condenação se dará pelo voto de 2/3 dos membros do senado, sendo a condenação limitada à
perda do mandato e inabilitação para exercício de função pública por 8 anos, sem prejuízo das
demais sanções Judiciais cabíveis.

III - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:

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Essas aprovações revelam atos administrativos compostos, no qual o ato principal é praticado
pelo
Presidente da República e o ato homologatório (aprovação) é praticado pelo Senado Federal.

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;


b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;
c) Governador de Território;
d) Presidente e diretores do banco central;
e) Procurador-Geral da República;
f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

Essa disposição é importante, pois a Constituição confere à lei a possibilidade de determinar a


submissão da escolha dos titulares de determinados cargos à aprovação do Senado, como
ocorre com algumas agências reguladoras.

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha
dos
chefes de missão diplomática de caráter permanente;

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos


Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da


dívida
consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e
interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias
e demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em


operações de
crédito externo e interno;
. 55
IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos
Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios;

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X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por


decisão
definitiva do Supremo Tribunal Federal; Essa suspensão ocorre quando o Supremo
declara inconstitucional determinada lei no controle difuso, por recurso extraordinário.

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do


Procurador-
Geral da República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para
fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias;

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua


estrutura
e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos
Estados e do Distrito Federal e dos Municípios.
Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por
dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito
anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais
cabíveis.

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1.2 PODER EXECUTIVO


O Brasil adota o presidencialismo como sistema de governo. A Constituição Federal traz
como os poderes da União, o Poder Executivo, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário,
independentes e harmônicos entre si (art. 2º da CF/88).
A função do poder Executivo é administrar e implementar políticas públicas nas mais
diversas áreas de atuação do Estado, de acordo com as leis elaboradas pelo Poder Legislativo.
É da atribuição do Poder Executivo o governo e a administração do Estado.
O Poder Executivo é regulado pela Constituição Federal nos seus artigos 76 a 91. É exercido,
no âmbito federal, desde 1891, pelo Presidente da República, eleito por sufrágio popular e
direto, em eleição de dois turnos, e substituído em seus impedimentos pelo Vice-Presidente.
Colaboram com o chefe do executivo os Ministros de Estado, por ele nomeados.
O Presidente acumula as funções de Chefe de Estado (representação externa e interna do
Estado) e Chefe de Governo (liderança política e administrativa dos órgãos do Estado). É
eleito com mandato fixo, não dependendo de maioria política no Congresso Nacional para
investir-se no cargo ou nele permanecer.
No plano estadual, o Poder Executivo é exercido pelo Governador, substituído em seus
impedimentos pelo Vice-Governador, e auxiliado pelos Secretários de Estado. Já no plano
municipal, é exercido pelo Prefeito, substituído em seus impedimentos pelo Vice-Prefeito e
auxiliado pelos Secretários Municipais. A sede de cada município toma seu nome e tem
oficialmente a categoria de cidade.

O Presidente
O Brasil adota o presidencialismo desde a Constituição de 1.891. Nele, o Presidente assume a
função de Chefe de Estado (representação externa) e de Chefe de Governo (gerência interna).
Os Ministros, seus auxiliares, são livremente escolhidos e demissíveis ad nutum, sem
necessidade de fundamentação.
No nosso sistema presidencialista, o Presidente não possui qualquer possibilidade de
dissolver o parlamento, sendo a mera tentativa disso uma absoluta afronta à separação dos
Poderes, ao contrário do que ocorre na maioria dos regimes parlamentares.
O Poder Executivo Federal é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos
Ministros de Estado. A estrutura do Poder Executivo a nível federal, além da Presidência da
República e dos ministérios, compreende os gabinetes, Pessoal e de Segurança Institucional, a
Casa Civil e vários órgãos de assessoramento.

São requisitos para a candidatura ao cargo de Presidente e Vice:


 Ser brasileiro nato;
 Estar em pleno gozo dos direitos políticos;
 Ter mais de 35 anos;
 Filiação a partido político;
 Possuir alistamento eleitoral.

Se antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de


candidato a Presidente, será convocado o terceiro colocado nas eleições. Se essas situações
recaírem sobre o Vice, outro deve ser escolhido. Porém, se a morte ou desistência ocorrer
após a eleição, mas antes da diplomação, considerar-se-á eleito o vice-presidente.
A posse de Presidente e Vice deverá ocorrer no dia 1º de janeiro do ano subsequente às
eleições, em sessão conjunta do Congresso Nacional. Se após decorridos 10 dias da data
fixada para a posse, um dos dois candidatos não tiver assumido, o cargo será considerado
automaticamente vago, salvo motivo de força maior.
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O Vice-Presidente da República
Eleito como companheiro de chapa do presidente, cabe ao Vice-Presidente da República
substituir o titular nos seus impedimentos ou suceder-lhe na vacância do cargo. Os requisitos
para o cargo são os mesmos do cargo de presidente.
Caso o presidente e o vice estiverem impedidos, ou deixarem vagos os respectivos cargos,
serão
chamados a assumir a Presidência, pela ordem, o Presidente da Câmara dos Deputados, o
Presidente do Senado Federal e o Presidente do Supremo Tribunal Federal.
O Presidente da República e seu vice só poderão ausentar-se do País com licença do
Congresso, sob pena de perda do cargo, salvo se a ausência não for superior a 15 dias.

Investidura
O Presidente e o Vice-Presidente são eleitos pelo sistema eleitoral majoritário de dois turnos
(e não o puro ou simples), já que será considerado eleito o candidato que obtiver a maioria
dos votos válidos.
Entretanto, se no primeiro turno essa maioria não for alcançada, necessariamente deverá haver
um segundo turno.
Votos válidos são os votos que não são em branco ou nulos (art. 77, § § 2º e 3º).
O Presidente é eleito simultaneamente ao Vice, por meio de sufrágio universal e pelo voto
direto e secreto, em eleição realizada no primeiro e no último domingo de outubro do ano
eletivo, para o primeiro e segundo turno, respectivamente.
O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro
do ano seguinte ao da sua eleição.

Das atribuições do Presidente da República


Tradicionalmente, o Poder Executivo tem a função de governo, com atribuições políticas,
colegislativas e de decisão, e função administrativa, manifestada pela intervenção, fomento e
prestação de serviços públicos.

Compete privativamente ao Presidente da República:


I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração
federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos
para sua fiel execução; Sobre os decretos regulamentares, tem-se: A diferença entre lei e
regulamento, no Direito brasileiro, não se limita à origem ou à supremacia daquela sobre este.
A distinção substancial reside no fato de que a lei pode inovar originariamente no
ordenamento jurídico, enquanto o regulamento não o altera, mas tão-somente fixa as regras
orgânicas e processuais destinadas a colocar em execução os princípios institucionais

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estabelecidos por lei, ou para desenvolver os preceitos constantes da lei, expressos ou


implícitos, dentro da órbita por ele circunscrita, isto é, às diretrizes por ela determinada.
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor, mediante decreto, sobre: (trata-se, aqui, de decreto autônomo, com força de
lei.
Atribuição delegável).
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de
despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso
Nacional;
o referendo se dá por decreto legislativo
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; o Estado de sítio somente é decretado
após
autorização do Congresso Nacional por Decreto Legislativo
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da
sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar
necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos
em lei;
Atribuição delegável.
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha,
do
Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que
lhes são
privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal e

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dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o


presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei;
aprovação mediante resolução.
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da
União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional
ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; autorização ou
referendo feito por decreto legislativo
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e
as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura
da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; Atribuição delegável
somente
quanto ao provimento.
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos
incisos
VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou
ao Advogado-

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Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. Todas essas
atribuições, ressalvadas as que ficaram consignadas, são indelegáveis. Além disso, elas não
são exaustivas, apenas exemplificativas. Todas as atribuições privativas são extensíveis, no
que couber, e por força do federalismo e do princípio da simetria, aos demais Chefes dos
Poderes Executivos de outros entes federados.

Reeleição
A Emenda Constitucional nº 16/97 introduziu o instituto da reeleição de cargos do Poder
Executivo
(CF, art. 14, § 5°), permitindo que o Presidente da República, o Governador de Estado ou o
Prefeito postulem um novo mandato.
O texto constitucional não contemplou qualquer exigência quanto à necessidade de
desincompatibilização, de modo que a candidatura à reeleição dá-se com o candidato no
exercício efetivo do cargo. Evidentemente que, na condição de Presidente, ele não poderá
fazer campanha política (o que é totalmente ignorado pelos candidatos).
Também não há qualquer restrição quanto à possibilidade de nova eleição para períodos
descontínuos. O Presidente da República reeleito poderá, após deixar o cargo, vir a postular
nova investidura. Assim, somente não se admite três mandatos seguidos.

Responsabilidade do Presidente da República


Os crimes de responsabilidade são as infrações político-administrativas cujas sanções
consistem na perda da investidura dos cargos ocupados pelo agente e sua inabilitação para o
exercício de funções públicas por um período de oito anos – é o chamado impeachment.
previsão constitucional do art. 85 da CF, os atos do Presidente da República que implicam
na sua responsabilidade política estão ali previstos. São crimes de responsabilidade os atos do
Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e
dos
Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e
julgamento.

Qualquer cidadão é parte legítima para apresentar a acusação por crime de responsabilidade
perante a Câmara dos Deputados. Com a admissão da acusação por 2/3 dos membros daquela
casa, será o Presidente submetido a julgamento perante Senado.
Em caso de acusação pelas infrações penais comuns, cabe ao Procurador-Geral da República
sua iniciativa, havendo juízo de admissibilidade pela Câmara dos Deputados, caso em que,
sendo admitida por 2/3 dos membros, o Presidente será submetido a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal.

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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
226

Os Ministros de Estado
Os Ministros de Estado são auxiliares do Presidente da República na direção superior da
Administração Federal. Os Ministros são de livre nomeação pelo Presidente da República,
podendo ser por ele exonerados a qualquer tempo, sendo desnecessária a sabatina do Senado
Federal, salvo para o presidente do BACEN, que é equiparado.
Poderão ser Ministros quaisquer brasileiros, natos ou naturalizados, maior de 21 anos e no
pleno exercício de seus direitos políticos; porém, somente poderá ser ministro da defesa
brasileiro nato.
São atribuições do Ministro de Estado, além de outras que lhe sejam delegadas pelo
Presidente da República, exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e
entidades da Administração Federal na área de sua competência e referendar atos e decretos
assinados pelo Presidente da República, expedir instruções para execução de leis, decretos e
regulamentos (CR, art. 87, parágrafo único). Como visto anteriormente, os Ministros poderão
até mesmo editar decretos autônomos, caso lhes seja delegada essa prerrogativa pelo
Presidente.
Os Ministros de Estado serão processados e julgados, nas infrações penais comuns e nos
crimes de responsabilidade, pelo STF (CR, art. 102,1, c). Nos crimes de responsabilidade
conexos com os do Presidente da República, serão processados pelo Senado Federal (CR, art.
52, I).
Os mandados de segurança e os habeas data impetrados contra atos de Ministro de
Estado serão julgados pelo STJ (CR, art. 105, b). Também os habeas corpus nos quais
Ministro de Estado for apontado como autoridade coatora serão julgados pelo STJ (CR, art.
105, I, c). Porém, se o MS for impetrado em face de órgão colegiado presidido por Ministro
de Estado, a competência não será do STJ, e sim do juízo competente para julgar demandas
em face de tal órgão.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos
Ministros
de Estado.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,


simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
domingo de
outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato
presidencial
vigente.
§ 1º - A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele
registrado.
§ 2º - Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido
político, obtiver
a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.
§ 3º - Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á
nova eleição
em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos mais
votados
e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.
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227

§ 4º - Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento


legal
de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.
§ 5º - Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de
um
candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do


Congresso
Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as
leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
independência
do Brasil.
Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o
Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado
vago.

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o


Vice-
Presidente.
Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe
forem
conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado
para
missões especiais.

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos


respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o
Presidente da
Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á


eleição
noventa dias depois de aberta a última vaga.
§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para
ambos
os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma
da lei.
§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus
antecessores.

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em


primeiro de
janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do


Congresso

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228

Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do
cargo.
Seção II
Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:


I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração
federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos
para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI – dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar
aumento de
despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes
diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do
Congresso
Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da
abertura da
sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar
necessárias;. 61
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos
em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da
Marinha,
do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os
cargos que
lhes são privativos;
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal
e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da
República, o
presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em
lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da
União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-
Geral da
União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
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229

XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;


XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso
Nacional ou
referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a
abertura da
sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas
nos
incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limitestraçados nas respectivas
delegações.
Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra
a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e
dos
Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as
normas de
processo e julgamento.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da
Câmara dos
Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas
infrações
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:

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230

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo


Tribunal
Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído,
cessará
o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente
da
República não estará sujeito a prisão
. 62§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser
responsabilizado por
atos estranhos ao exercício de suas funções.

Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO
Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e
um anos
e no exercício dos direitos políticos.
Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições
estabelecidas
nesta Constituição e na lei:
I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da
administração
federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados pelo
Presidente da República;
II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;
III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;
IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas
pelo
Presidente da República.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da


administração pública.

1.3 PODER JUDICIÁRIO

O Poder Judiciário é um dos três poderes clássicos previstos pela doutrina e consagrado
como poder autônomo e independente de importância crescente no Estado de Direito, pois,
como afirma Sanches Viamonte8, sua função não consiste somente em administrar a Justiça,
sendo mais, pois seu mister é ser o verdadeiro guardião da Constituição, com a finalidade de
preservar, basicamente, os princípios da legalidade e igualdade, sem os quais os demais
tornar-se-iam vazios. Esta concepção resultou da consolidação de grandes princípios de
organização política, incorporados pelas necessidades jurídicas na solução de conflitos.

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231

Assim, dentro do sistema de separação de Poderes compete ao Poder Judiciário a


função jurisdicional do Estado, ou seja, de distribuição de justiça, de resolver litígios, de
aplicação da lei ao caso concreto, que lhe é posto, resultante de um conflito de interesses.
Contudo, o Judiciário, como os demais Poderes do Estado, possui outras funções,
denominadas
atípicas, de natureza administrativa e legislativa. Desta forma, o Poder Judiciário além de suas
funções típicas de preservar pela Constituição Federal e exercer a jurisdição (Jurisdição
significa a aplicação da lei ao caso concreto), exerce funções atípicas como organizar suas
secretárias e serviços auxiliares (art. 96, I, b, da CF). À função jurisdicional atribui-se o papel
de fazer valer o ordenamento jurídico no caso concreto, se necessário de forma coativa, ainda
que em substituição à vontade das partes.
Atipicamente, por expressa delegação constitucional, os demais poderes exercem atividades
jurisdicionais (a exemplo do art. 52, inc. I, da CF, que atribui ao Senado a competência para
julgar algumas autoridades por crime de responsabilidade). Competência é o limite da
jurisdição.

Princípios

Princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário: O art. 5º, XXXV, da Constituição


Federal estabelece que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça
a direito”. Tal garantia assegura o direito de ação, de invocar a tutela jurisdicional a qualquer
cidadão.

Princípio da Inércia: O Poder Judiciário só se manifesta quando provocado. Trata-se de uma


forma de garantir a sua imparcialidade.

Princípio do Devido Processo Legal: A prestação jurisdicional deve ser prestada com a
observância de todas as formalidades legais. Decorre deste princípio uma série de outros
princípios, como os do juiz natural e do promotor natural (CF, art. 5º, LIII), do contraditório e
da ampla defesa (CF, art. 5º, LV), da proibição das provas ilícitas (CF, art. 5º, LVI) e da
publicidade dos atos processuais (CF, art. 5º, LX).

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Quinto Constitucional: um quinto do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais


Regionais Federais e do Trabalho e dos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal (Tribunais
de Justiça e Tribunais da Justiça Militar) é composto de membros do Ministério Público, com
mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e ilibada reputação,
com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados por lista sêxtupla da
respectiva classe (arts. 94, 111-A, I e 115, I da CF).

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233

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - o Superior Tribunal de Justiça;

II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais Superiores têm sede na
Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o território


nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da
Magistratura, observados os seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso público de provas e
títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de
classificação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e merecimento, atendidas as


seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de
merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar o juiz a
primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com tais requisitos quem aceite o lugar
vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza


no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de
aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e assegurada ampla defesa,
repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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234

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não
podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento, alternadamente,
apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo


etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em curso oficial ou reconhecido por escola
nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco por cento do
subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os subsídios dos demais magistrados
serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura
judiciária nacional, não podendo a diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco
por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais Superiores,
obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o disposto no art.


40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á
em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada
ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância atenderá, no que
couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões,
sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus
advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo
não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares
tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial,
com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e
jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antigüidade e a
outra metade por eleição pelo tribunal pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e tribunais de
segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão
permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva
população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente
sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito
Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade
profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo,
que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda
do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos demais casos, de
sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153,
§ 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou
privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento
do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de
processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o funcionamento dos
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo
exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169,
parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em lei;

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f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem
imediatamente vinculados;

II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder
Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem
vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores,
onde houver; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como os
membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça
Eleitoral.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão
especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o
julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial
ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação
e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau;

II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e secreto, com
mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar casamentos, verificar, de ofício ou em face
de impugnação apresentada, o processo de habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter
jurisdicional, além de outras previstas na legislação.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça Federal. (Renumerado
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades
específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente
com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a
aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça,
com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do


prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação
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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os
limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a


assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se
previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em
virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e
à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos
créditos adicionais abertos para este fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos,


proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por
invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão
pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste
artigo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data
de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com
preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do
disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na
ordem cronológica de apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos
pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em
virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de
direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior
benefício do regime geral de previdência social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao


pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários
apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores
atualizados monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao Poder Judiciário,


cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda determinar o pagamento integral e
autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para os casos de preterimento de seu direito de precedência
ou de não alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia
respectiva. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar ou tentar frustrar a
liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o
Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor pago, bem como o


fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de enquadramento de parcela do total ao que
dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

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§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser


abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida
ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de
parcelamentos, ressalvados aqueles cuja execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou
judicial. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública devedora, para resposta
em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento, informação sobre os débitos que preencham
as condições estabelecidas no § 9º, para os fins nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).

§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa devedora, a entrega de
créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo ente federado. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).

§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de requisitórios, após
sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, será feita pelo índice oficial de
remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no
mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros
compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a terceiros,
independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o disposto nos §§ 2º e
3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de petição
protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009).

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal poderá
estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados, Distrito Federal e Municípios,
dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e prazo de liquidação.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).

§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos de precatórios,
de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 62, de 2009)

Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais
de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da República,
depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso


Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

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c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais
Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter
permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de
segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo
Tribunal Federal;

e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o
Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros,
inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade
ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de
crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de
1999)

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições
para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela
em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente
interessados;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da


República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas
Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo
Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério


Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única
instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;

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III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a
decisão recorrida:

a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada
pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado do parágrafo único em § 1º pela Emenda
Constitucional nº 3, de 17/03/93)

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito
vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas
esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões


constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso,
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de


constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e


em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional,
será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão
administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

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§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de norma legal ou ato
normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

§ 4.º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois
terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de
sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua
revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das
quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave
insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula
poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.(Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a
aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato
administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a
aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois)
anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)

II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os


nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados
e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas ausências e
impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 61, de 2009)

§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a
escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha ao Supremo
Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do


cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem
conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo
expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos
administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou
fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da
competência do Tribunal de Contas da União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra
seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por
delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos
tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a
aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de


autoridade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais


julgados há menos de um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da
Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder
Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo
Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-Corregedor e ficará excluído


da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além das atribuições que lhe forem conferidas pelo
Estatuto da Magistratura, as seguintes: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e aos serviços
judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores de juízos ou


tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do Conselho Federal da


Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou
contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da
República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal,
sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos
Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do
Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros
dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais
Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do
Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
23, de 1999)

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército
ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
23, de 1999)

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d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem
como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades


judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão,


entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do
Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da
Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída pela


Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro,
Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais
Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções,


regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e


orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do sistema e com poderes
correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I - os Tribunais Regionais Federais;


Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
245

II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e
menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por antigüidade
e merecimento, alternadamente.

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e determinará
sua jurisdição e sede. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e


demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras


regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos
crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência
da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no
exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas
à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou


residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
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referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
246

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da


União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a
competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o


resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema
financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de
autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de
competência dos tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o


"exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a
respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra
parte.

§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o
autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou,
ainda, no Distrito Federal.

§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários,
as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede
de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também
processadas e julgadas pela justiça estadual.

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na
área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a


finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos
dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do
inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a
respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais
caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção V
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)
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247

Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais


do Trabalho e dos Juízes do Trabalho

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juizes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

§§ 1º a 3º (Revogados pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos dentre
brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e
reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado
Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art.
94; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira,
indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: (Incluído pela Emenda Constitucional nº


45, de 2004)

I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe, dentre


outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão


administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como
órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a reclamação para a


preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 92, de 2016)

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua
jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do T
rabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e condições de
exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

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248

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da


administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre
sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado envolver matéria
sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I,
o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de


trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de
fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos
legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de


comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o
conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas
anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério
Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o
conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados, quando
possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros com mais de trinta e
menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do
Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto no art.
94; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento,


alternadamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de audiências e


demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras


regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

III - os Juízes Eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e
idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os
Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de
Justiça.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;

b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou, não
havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

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§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os


desembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes de direito e
das juntas eleitorais.

§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no exercício de
suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão inamovíveis.

§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca
por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo
processo, em número igual para cada categoria.

§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de habeas corpusou mandado de segurança.

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;

V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.

Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:

I - o Superior Tribunal Militar;

II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais
da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da
ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros
maiores de trinta e cinco anos, sendo:

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva
atividade profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça Militar.

Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça Militar.

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Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta Constituição.

§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos


estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da legitimação para agir a um
único órgão.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual,
constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo
próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior
a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando
a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da
graduação das praças. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça,
sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras regionais, a fim


de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do processo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais funções da
atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de equipamentos públicos e
comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas especializadas,
com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á presente no local
do litígio.

5. DA DEFESA DO ESTADO E DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS

5.1 Crises constitucionais


As sociedades politicamente organizadas, como a República Federativa do Brasil,
estão sujeitas a situações de crise institucional. Situações, infelizmente, inevitáveis, mas cujas
consequências são perfeitamente previsíveis.
Desta forma, a ordem constitucional prevê mecanismos de autodefesa, de forma a sair
de eventuais crises, retornando à normalidade institucional, com o menor dano possível à
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ordem jurídica e com o menor sacrifício dos direitos e garantias individuais e coletivos. Pode-
se dizer que só os regimes democráticos, porque expostos aos riscos da liberdade, é que
precisam de salvaguardas; as ditaduras, congenitamente fechadas, dispensam essa
regulamentação, que só se coloca como problema nas sociedades em que se verifique um
equilíbrio entre a autoridade, protagonizada pelo Poder Público, e a
liberdade, que resume a proteção dos direitos fundamentais e a autonomia da pessoa.
Contudo, salienta J.J. Gomes Canotilho que o regime de exceção é “constitucionalizado”, ou
seja, toda e qualquer fuga da ordem “normal” deve estar prevista expressamente na
Constituição, que a legitima e a válida. Trata-se de submeter as situações de crise e de
emergência (guerra, tumultos,
calamidades) à própria Constituição, “constitucionalizando” o recurso a meios excepcionais,
necessários, adequados e proporcionais, para se obter o “restabelecimento da normalidade
constitucional”.
Em nossa Constituição, encontramos normas de proteção da ordem constitucional e do
Estado brasileiro no Título V (Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas), mais
precisamente a partir do art. 136. Conjunto de regras estas que se convencionou chamar de
sistema constitucional das crises, e que prevê, no regime jurídico pátrio, dois estados de
legalidade extraordinários, baseados nos
princípios da necessidade e temporariedade: o Estado de Defesa e o Estado de Sítio.
Interessante observar que essas medidas de exceção guiam-se por três princípios básicos: o
do gradualismo (segundo o qual parte-se da forma mais branda até às mais drásticas, das de
menor às de maior sacrifício individual); da proporcionalidade (adequada correspondência
entre os riscos e os meios
a superá-los); e, da corresponsabilidade (a legítima defesa do Estado é ônus dos poderes
constituídos e da sociedade, de forma que serão definidos as competências, procedimentos e
controles recíprocos).
Optou-se, dessarte, dentro da tradição brasileira, em termos de excepcionalidade
constitucional, por um sistema do tipo rígido, assim caracterizado como aquele que melhor se
harmoniza com o Estado de Direito porque não permite restrições às garantias constitucionais
além das expressamente enumeradas na ordenação das crises. Compreende esse modelo, além
do estado de sítio, também o estado de defesa.

Pressupostos Gerais

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A defesa do Estado é exercida por meio do sistema constitucional de crises e somente terá
validade se presentes, pelo menos, três requisitos:
 Necessidade:
 Temporalidade:
 Obediência irrestrita aos comandos constitucionais.

5.2 Estado de defesa


Ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (órgãos
meramente consultivos), o Presidente da República pode decretar o estado de defesa para
preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou
a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por
calamidades da natureza de grandes proporções.
Do decreto presidencial, que não depende de prévia autorização do Congresso
Nacional, deve constar o tempo de duração da medida (não superior a 30 dias, prorrogável
uma vez por igual período), a área que a medida atinge e, nos limites da lei, quais das medidas
restritivas previstas nos inc. I e II do § 1.º do art. 136 da Constituição Federal serão adotadas.
Em 24 horas, o decreto deve ser encaminhado com a respectiva justificativa ao Congresso
Nacional (não há, portanto, prévio pedido de autorização), que no prazo de 10 dias deverá
aprová-lo (art. 49, inc. IV, da Constituição Federal) ou rejeitá-lo (art. 136, § 4.º), sempre por
maioria absoluta (voto da maioria dos membros). Rejeitado o decreto, cessa de imediato o
estado de defesa.
Se estiver em recesso, o Congresso será convocado para se reunir em cinco dias,
permanecendo em funcionamento durante todo o período do estado de defesa.
Qualquer prisão por crime contra o Estado deverá ser imediatamente comunicada pelo
executor da medida ao juiz competente (controle jurisdicional concomitante), que a relaxará
se for ilegal. A comunicação da prisão, que, salvo hipótese de autorização do Poder
Judiciário, não poderá exceder a 10 dias, será acompanhada de declaração, feita pela
autoridade competente, do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação. É
facultado ao preso requerer exame de corpo de delito à autoridade policial, e qualquer pessoa
pode impetrar habeas corpus.

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A previsão deixa claro que nas hipóteses de estado de defesa é constitucional a prisão,
ainda que não em flagrante, efetuada sem ordem judicial. É uma exceção ao disposto nos incs.
LIV e LXI do art. 5.º da Constituição Federal, já que nesse período convive-se dentro de um
critério de legalidade extraordinária estabelecido pela própria Constituição. É vedada a
incomunicabilidade do preso.

5.3 Estado de sítio:


Pode ser decretado em duas situações, previstas no art. 137, I e II, da CF/88: • se o
Estado de Defesa se mostrou ineficaz para resolver o problema. Os direitos que podem ser
excepcionados, nesse caso, estão previstos no art. 139 da CF/88; no caso de guerra externa.
Todos os direitos estão sujeitos à restrição, inclusive o direito à vida (ex.: em caso de guerra
externa, pode-se aplicar pena de morte).
Ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (órgãos
meramente consultivos), pode o Presidente da República solicitar (há um controle político
prévio) ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: •
Comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia
da medida tomada durante o estado de defesa(prazo de 30 dias, prorrogável cada vez por igual
período). LUIZ ALBERTO DAVID ARAÚJO e VIDAL SERRANO NUNES JÚNIOR
denominam essa hipótese de estado de sítio repressivo. • Declaração de estado de guerra ou
resposta à agressão armada estrangeira (pode perdurar por todo o tempo da guerra ou da
agressão armada estrangeira). É o denominado estado de sítio defensivo.
O pedido de autorização ou de prorrogação do estado de sítio deve ser acompanhado
da respectiva exposição dos motivos, decidindo o Congresso por maioria absoluta.
O decreto de estado de sítio indicará a sua duração, as normas necessárias à sua
execução e as garantias e direitos constitucionais que ficarão suspensos. Depois de publicado
o decreto, o Presidente da República indicará o executor das medidas específicas e as áreas
abrangidas. O estado de sítio decretado com base no inc. I do art. 137 da Constituição Federal
só autoriza a imposição das medidas específicas no art. 139 da própria Constituição Federal.
O estado de sítio decretado com base no inc. II do art. 137, em tese, admite a
suspensão de qualquer direito ou garantia constitucional, desde que prevista na autorização do
Congresso Nacional.

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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
255

5.4 Forças Armadas:


Os servidores militares federais são os integrantes das Forças Armadas. Os servidores
militares dos Estados e do Distrito Federal são os integrantes das suas polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares, que integram as forças auxiliares e reserva do Exército (§ 6.º
do art. 144 da CF) e, juntamente com a Polícia Civil, subordinam-se aos governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios em tempo de paz.
O militar em efetivo serviço não pode estar filiado a partido político.
O oficial das Forças Armadas (federal) só perderá o posto e a patente se for julgado indigno
de oficialato ou com ele incompatível, por decisão de Tribunal Militar de caráter permanente,
em tempo de paz, ou de Tribunal Especial, em tempo de guerra. Se condenado, pela Justiça
Comum ou Militar, à pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada
em julgado, o oficial será submetido ao Tribunal Militar quanto à perda do posto e da patente.
Não cabe habeas corpus em relação ao mérito das punições disciplinares militares,
embora seja cabível o writ para o controle dos pressupostos de legalidade.

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a
autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes
constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo


e no emprego das Forças Armadas.

§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que
vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente
da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes
privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das
Forças Armadas;

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada
a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos termos da lei;

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37,
inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer
nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela
promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não,
transferido para a reserva, nos termos da lei;

IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

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V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível,
por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em
tempo de guerra;

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos,
por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior;

VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37,
incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37,
inciso XVI, alínea "c";

IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras
condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as
prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas
atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra.

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.


§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de
paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença
religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente
militar.

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz,


sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir.

5.5 Da segurança Pública

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:"
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços
e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações
cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se
dispuser em lei;

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II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o


descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.

§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e


estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
federais.

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e


estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias
federais.

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a


competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
militares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos


corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.

§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do


Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios.

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança pública, de
maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,
serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo
será fixada na forma do § 4º do art. 39.

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades
previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e
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II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos
órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da lei.
.

6. DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
É a atividade desenvolvida pelo Estado ou seus delegados, sob o regime de Direito Público,
destinada a atender de modo direto e imediato, necessidades concretas da coletividade. É todo o
aparelhamento do Estado para a prestação dos serviços públicos, para a gestão dos bens públicos e dos
interesses da comunidade.
A Administração Pública direta e indireta, de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência.

Características:
- praticar atos tão somente de execução – estes atos são denominados atos administrativos; quem
pratica estes atos são os órgãos e seus agentes, que são sempre públicos;
- exercer atividade politicamente neutra - sua atividade é vinculada à Lei e não à Política;
- ter conduta hierarquizada – dever de obediência - escalona os poderes administrativos do mais alto
escalão até a mais humilde das funções;
- praticar atos com responsabilidade técnica e legal – busca a perfeição técnica de seus atos, que
devem ser tecnicamente perfeitos e segundo os preceitos legais;
- caráter instrumental – a Administração Pública é um instrumento para o Estado conseguir seus
objetivos. A Administração serve ao Estado.
- competência limitada – o poder de decisão e de comando de cada área da Administração Pública é
delimitada pela área de atuação de cada órgão.

Disposições gerais.
Administração pública é o conjunto de órgãos, serviços e agentes do Estado que procuram
satisfazer as necessidades da sociedade, tais como educação, cultura, segurança, saúde, etc. Em outras
palavras, administração pública é a gestão dos interesses públicos por meio da prestação de serviços
públicos, sendo dividida em administração direta e indireta. A Administração Pública direta se
constitui dos serviços prestados da estrutura administrativa da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios. Já, a Administração Pública indireta compreende os serviços prestados pelas autarquias,
fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas. A Administração Pública
direta e indireta de qualquer dos poderes obedecerá aos princípios constitucionais da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência.

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Podemos definir a Administração Pública como a atividade mediante a qual as autoridades


públicas tomam providências para a satisfação das necessidades de interesse público, utilizando,
quando necessário, as prerrogativas do Poder Público, para alcançar os fins que não sejam os próprios
à legislação ou à distribuição da justiça.
Sobre Administração Pública, o professor José Afonso da Silva assim explica: “...É o conjunto de
meios institucionais, material, financeiro e humano preordenado à execução das decisões políticas.
Essa é uma noção simples de Administração Pública que destaca, em primeiro lugar, que é
subordinada ao Poder político; em segundo lugar, que é meio e, portanto, algo de que se serve para
atingir fins definidos e, em terceiro lugar, denota os dois aspectos: um conjunto de órgãos a serviço do
Poder político e as operações,
as atividades administrativas” (in Curso de Direito Constitucional Positivo).
Por sua vez, a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito federal, mas
irradia sua força normativa para os demais entes da federação, traz uma série de princípios
administrativos no seuart. 2º, senão vejamos: Art. 2º “A Administração Pública obedecerá, dentre
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade,
moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência”.

Princípio da supremacia do interesse público


Este princípio consiste na sobreposição do interesse público em face do interesse particular.
Havendo conflito entre o interesse público e o interesse particular, aquele prevalecerá.
Podemos conceituar interesse público como o somatório dos interesses individuais desde que
represente o interesse majoritário, ou seja, a vontade da maioria da sociedade.
O interesse público primário é o interesse direto do povo, é o interesse da coletividade como
um todo. Já o interesse público secundário é o interesse direto do estado como pessoa jurídica, titular
de direitos e obrigações, em suma, é vontade do estado. Assim, a vontade do povo (interesse público
primário) e a vontade do estado (interesse público secundário) não se confundem.
O interesse público secundário só será legítimo se não contrariar nenhum interesse público
primário. E, ao menos indiretamente, possibilite a concretização da realização de interesse público
primário. Daremos um exemplo para que você compreenda perfeitamente esta distinção.
Este princípio é um dos dois pilares do denominado regime jurídico-administrativo,
fundamentando a existência das prerrogativas e dos poderes especiais conferidos à administração
pública para que esta esteja apta a atingir os fins que lhe são impostos pela constituição e pelas leis.
O ordenamento jurídico determina que o estado-administração atinja uma gama de objetivos e
fins e lhe confere meios, instrumentos para alcançar tais metas. Aqui se encaixa o princípio da
supremacia do interesse público, fornecendo à administração as prerrogativas e os poderes especiais
para obtenção dos fins estabelecidos na lei.

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O princípio comentado não está expresso em nosso ordenamento jurídico. Nenhum artigo de
lei fala, dele, porém tal princípio encontra-se em diversos institutos do direito Administrativo.

Vejamos alguns
exemplos práticos:
- a nossa Constituição garante o direito à propriedade (art. 5º, XXII), mas com base no princípio da
Supremacia do Interesse Público, a Administração pode, por exemplo, desapropriar uma propriedade,
requisitá-la ou promover o seu tombamento, suprimindo ou restringindo o direito à propriedade.
- a Administração e o particular podem celebrar contratos administrativos, mas esses contratos
preveem uma série de cláusulas exorbitantes que possibilitam a Administração, por exemplo,
modificar ou rescindir unilateralmente tal contrato.

- o poder de polícia administrativa que confere à Administração Pública a possibilidade, por exemplo,
de determinar a proibição de venda de bebida alcoólica a partir de determinada hora da noite com o
objetivo de diminuir a violência.

Diante de inúmeros abusos, ilegalidades e arbitrariedades cometidas em nome do aludido princípio, já


existem vozes na doutrina proclamando a necessidade de se por fim a este, através da Teoria da
Desconstrução do Princípio da Supremacia. Na verdade, esvaziar tal princípio não resolverá o
problema da falta de probidade de nossos homens públicos. Como afirma a maioria da doutrina, o
princípio da Supremacia do Interesse Público é essencial, sendo um dos pilares da Administração,
devendo ser aplicado de forma correta e efetiva. Se há desvio na sua aplicação, o Poder Judiciário
deve ser provocado para corrigi-lo.

Princípio da indisponibilidade do interesse público


Este princípio é o segundo pilar do regime jurídico-administrativo, funcionando como contrapeso ao
princípio da Supremacia do Interesse Público. Ao mesmo tempo em que a Administração tem
prerrogativas e poderes exorbitantes para atingir seus
fins determinados em lei, ela sofre restrições, limitações que não existem para o particular. Essas
limitações decorrem do fato de que a Administração Pública não é proprietária da coisa pública, não é
proprietária do interesse público, mas sim, mera gestora de bens e interesses alheios que pertencem ao
povo.
Em decorrência deste princípio, a Administração somente pode atuar pautada em lei. A
Administração somente poderá agir quando houver lei autorizando ou determinando a sua atuação. A
atuação da Administração deve, então, atender o estabelecido em lei, único instrumento capaz de
retratar o que seja interesse público. Assim, o princípio da Indisponibilidade do Interesse Público tem

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estreita relação com o princípio da Legalidade, sendo que alguns autores utilizam essas expressões
como sinônimas.
Este princípio também se encontra implícito em nosso ordenamento, surgindo sempre que estiver em
jogo o interesse público.

Exemplos da utilização deste princípio na prática:


- os bens públicos não são alienados como os particulares, havendo uma série de restrições a sua
venda.
- em regra, a Administração não pode contratar sem prévia licitação, por estar em jogo o interesse
público.
- necessidade de realização de concurso público para admissão de cargo permanente.
É importante frisar a Administração Pública deverá se pautar nos cinco princípios estabelecidos pelo
“caput” do artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Os princípios são os
seguintes: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Princípio da legalidade
O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamento jurídico
brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É
importante demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e
ao administrador. Como já explicitado para o administrador, o princípio da legalidade estabelece que
ele somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já, o
princípio da legalidade visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer
ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no
artigo
5º, II, da Constituição Federal de 1988.

Princípio da impessoalidade
Posteriormente, o artigo 37 da CF/88 estabelece que deverá ser obedecido o princípio da
impessoalidade. Este princípio estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não
poderá, na execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o
interesse social e não o interesse particular. De acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella
Di Pietro, o princípio da impessoalidade estaria intimamente relacionado com a finalidade pública. De
acordo com a autora “a Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou beneficiar pessoas
determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que deve nortear o seu comportamento”. (DI
PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005).

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Em interessante constatação, se todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput) necessariamente o
serão perante a Administração, que deverá atuar sem favoritismo ou perseguição, tratando a todos de
modo igual, ou quando necessário, fazendo a discriminação necessária para se chegar à igualdade real
e material.
Nesse sentido podemos destacar como um exemplo decorrente deste princípio a regra do concurso
público, onde a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso
público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou
emprego.

Princípio da moralidade administrativa


A Administração Pública, de acordo com o princípio da moralidade administrativa, deve agir com
boa-fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta a obrigação ao administrador
público de observar não somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras éticas
extraídas
dos padrões de comportamento designados como moralidade administrativa (obediência à lei). Não
basta ao administrador ser apenas legal, deve também, ser honesto tendo como finalidade o bem
comum. Para Maurice Hauriou, o princípio da moralidade administrativa significa um conjunto de
regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração. Trata-se de probidade
administrativa, que é a forma de moralidade. Tal preceito mereceu especial atenção no texto vigente
constitucional (§ 4º do artigo 37 CF), que pune o ímprobo (pessoa não correto -desonesta) com a
suspensão de direitos políticos. Por fim, devemos entender que a moralidade como também a
probidade administrativa consistem
exclusivamente no dever de funcionários públicos exercerem (prestarem seus serviços) suas funções
com honestidade. Não devem aproveitar os poderes do cargo ou função para proveito pessoal ou para
favorecimento de outrem.
. 87
Princípio da publicidade
O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação de atos praticados pela Administração
Pública, obedecendo, todavia, as questões sigilosas. De acordo com as lições do eminente doutrinador
Hely Lopes Meirelles, “o princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de
assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados e pelo
povo em geral, através dos meios constitucionais...”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito
Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005).
Complementando o princípio da publicidade, o art. 5º, XXXIII, garante a todos o direito a
receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral,
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja

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imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, matéria essa regulamentada pela Lei


nº12.527/2011 (Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5 o, no inciso II do §
3o do
art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e
dá outras providências).
Os remédios constitucionais do habeas data e mandado de segurança cumprem importante papel
enquanto garantias de concretização da transparência.

Princípio da eficiência
Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo artigo 37, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 é o da eficiência.
Se, na iniciativa privada, se busca a excelência e a efetividade, na administração outro não poderia ser
o caminho, enaltecido pela EC n. 19/98, que fixou a eficiência também para a Administração Pública.
De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência “impõe a
todo agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais
moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com
legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das
necessidades da comunidade e de seus membros”. (MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo
Brasileiro. São Paulo:
Malheiros, 2005).Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da eficiência possui dois aspectos:
“o primeiro pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera
o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo,
em relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o
mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”. (DI PIETRO,
Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005).

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CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os
requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de
provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma
prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração;

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual
período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso


público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para
assumir cargo ou emprego, na carreira;

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os


cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais
mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento;
. 88
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência
e definirá os critérios de sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a


necessidade temporária de excepcional interesse público;

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser
fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão
geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

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XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração


direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito,
e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o
subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos
Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento
do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder
Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos;

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser
superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de


remuneração de pessoal do serviço público;

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem
acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são


irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I;

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações,


empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou
indiretamente, pelo poder público;

XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

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referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades


mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa
privada;

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e


alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições
efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão
recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o
compartilhamento de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição
da autoridade responsável, nos termos da lei.
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e
indireta, regulando especialmente:
I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a
Manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da
qualidade dos serviços;
II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo,
observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;
III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego
ou função na administração pública.
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e
gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente,
servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços
públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.


§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da
administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas.
§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e
indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder
público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei
dispor sobre:
I - o prazo de duração do contrato;
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos
dirigentes;
III - a remuneração do pessoal."
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista, e suas
subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para
pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40
ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de
livre nomeação e exoneração.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do
caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e
ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei
Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de
Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros
do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos
subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de


mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo,
emprego ou função;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe
facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
V - para efeito de benefício previdenciário no caso de afastamento, os valores serão
determinados como se no exercício estivesse.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
BARCELLOS, Ana Paula. A Eficácia Jurídica dos Princípios Constitucionais: o princípio da
dignidade da pessoa humana. Rio de Janeiro: Renovar, 2002.

CAMARGO, Marcelo Novelino. O Conteúdo Jurídico da Dignidade da Pessoa Humana. In:


CAMARGO, Marcelo Novelino (Org.). Leituras Complementares de Direito Constitucional: direitos
fundamentais. 2. ed. Salvador: JusPODIVM, 2007.

BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de Direito Constitucional. 8ª edição. Editora Saraiva. 2014
Marcela Almendros; Guilherme Moraes Cardoso e Bruna Pinotti Garcia. Questões comentadas – 1ª
Edição. Tupã – SP –
Maxi Educa, 2014.

MENDES, G. F.; COELHO, I. M.; BRANCO, P. G. G. Curso de Direito Constitucional. São Paulo:
Saraiva, 2009.

MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 18ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.

SENADO FEDERAL. Curso de introdução do Direito constitucional. Disponível em:


http://www12.senado.leg.br/hpsenado > Acesso em: 10 de Nov. de 2016

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 24ª ed. São Paulo: Malheiros,
2005.

Tavares, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 11 ed. revista e atual. São Paulo: Saraiva,
2013

SILVA, Anabelle Macedo. Concretizando a Constituição. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005.

SUGESTÃO DE VÍDEOS
1. Tele aula: PCI Concursos: Direitos Fundamentais. Disponível em:
<https://www.pciconcursos.com.br/aulas/direito-constitucional/constitucional-aula-01>.

2. Aula Grátis - Direitos e Garantias Fundamentais - Direito Constitucional. Disponível em: <
https://www.youtube.com/watch?v=QKMpVqELOGU >.

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DIREITOS HUMANOS
Matéria exigidas no edital:
1. Declaração Universal dos Direitos Humanos.....

2. Constituição da República Federativa do Brasil: Art. 1º, 3º ao 17, 197 ao 232.....

3. Lei nº 9.459, de 10 de março de 1997, define os crimes de preconceito de raça e de cor....

4. Lei nº 9.455, de 07 de abril de 1997, define os crimes de tortura e dá outras providências...

5. Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, estabelece normas para a organização e a manutenção de


programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas: Art. 1º ao 15.

6. Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003, Estatuto do Idoso, Art. 1º ao 10, 15 ao 25, 33 ao 42 e 95


ao 118.

7. Lei Estadual nº 14.170, de 15 de janeiro de 2002, determina a imposição de sanções a pessoa


jurídica por ato discriminatório praticado contra pessoa em virtude de sua orientação sexual.

8. Decreto nº 43.683, de 10 de dezembro de 2003, regulamenta a Lei Estadual nº 14.170 de


15/01/2002.

1.DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS -1948

Declaração Universal dos Direitos Humanos1


(Resolução nº 217 – Assembleia Geral da ONU)
Aprovada pela Res. nº 217, durante a 3ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral da ONU,
em Paris, França, em 10-12-1948.

Artigo 1º Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas
de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade.

Artigo 2º Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades


estabelecidas nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo,
língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza,
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nascimento, ou qualquer outra condição. Não será tampouco feita qualquer distinção fundada
na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa,
quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a
qualquer outra limitação de soberania.

Artigo 3º Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4º Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico


de escravos serão proibidos em todas as suas formas.

Artigo 5º Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel,


desumano ou degradante.

Artigo 6º Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida como
pessoa perante a lei.

Artigo 7º Todos são iguais perante a lei e tem direito, sem qualquer distinção, a igual
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a
presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.

Artigo 8º Toda pessoa tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes
recurso efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos
pela constituição ou pela lei.

Artigo 9º Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.

Artigo 10 Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e
pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e
deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ela.

Artigo 11
§ 1º Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até que
a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual
lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.

§ 2º Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não
constituam delito perante o direito nacional ou internacional. Tampouco será imposta pena
mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12 Ninguém será sujeito a interferências na sua vida privada, na de sua família,
no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataques à sua honra e reputação. Toda pessoa tem
direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.

Artigo 13
§ 1º Toda pessoa tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de
cada Estado.
§ 2º Toda pessoa tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
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Artigo 14
§ 1º Toda pessoa, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros
países.
§ 2º Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por
crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações
Unidas.

Artigo 15
§ 1º Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
§ 2º Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de
nacionalidade.

Artigo 16
§ 1º Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou
religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos
em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
§ 2º O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.
§ 3º A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da
sociedade e do Estado.

Artigo 17
§ 1º Toda pessoa tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
§ 2º Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.

Artigo 18
Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a
liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença,
pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público
ou em particular.

Artigo 19
Toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de,
sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras.

Artigo 20
§ 1º Toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e associação pacíficas.
§ 2º Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.

Artigo 21
§ 1º Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por
intermédio de representantes livremente escolhidos.
§ 2º Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
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§ 3º A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em
eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo
equivalente que assegure a liberdade de voto.

Artigo 22
Toda pessoa, como membro da sociedade, tem direito à segurança social e à realização, pelo
esforço nacional, pela cooperação internacional de acordo com a organização e recursos de
cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao
livre desenvolvimento da sua personalidade.

Artigo 23
§ 1º Toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e
favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
§ 2º Toda pessoa, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.
§ 3º Toda pessoa que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe
assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana, e a
que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
§ 4º Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para a proteção de seus
interesses.

Artigo 24
Toda pessoa tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho
e a férias periódicas remuneradas.

Artigo 25
§ 1º Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde
e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços
sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez,
viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de
seu controle.
§ 2º A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.

Artigo 26
§ 1º Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus
elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico
profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
§ 2º A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade
humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades
fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol
da manutenção da paz.
§ 3º Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a
seus filhos.

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Artigo 27
§ 1º Toda pessoa tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de
fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.
§ 2º Toda pessoa tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de
qualquer produção científica, literária ou artística da qual seja autor.

Artigo 28
Toda pessoa tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades
estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.

Artigo 29
§ 1º Toda pessoa tem deveres para com a comunidade, em que o livre e pleno
desenvolvimento de sua personalidade é possível.
§ 2º No exercício de seus direitos e liberdades, toda pessoa estará sujeita apenas às limitações
determinadas por lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e
respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer às justas exigências da moral, da
ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
§ 3º Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente
aos propósitos e princípios das Nações Unidas.

Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a
qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar
qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.

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2.CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a
segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na
ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção
de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo
e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
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III - autodeterminação dos povos;


IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política,
social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-
americana de nações.

TÍTULO II
Dos Direitos e Garantias Fundamentais
CAPÍTULO I
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano
material, moral ou à imagem;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;

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VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção
filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado
o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento
do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa,
nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de
autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades
suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;

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XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade


pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados
os casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família,
não será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de
suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz
humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que
participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e
associativas;
XXIX - a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua
utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes
de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
XXX - é garantido o direito de herança;
XXXI - a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será regulada pela lei brasileira
em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a
lei pessoal do "de cujus";
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse
particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade
e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou
abuso de poder;

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b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de


situações de interesse pessoal;
XXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
XXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
LI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão, nos termos da lei;
XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da
tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como
crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-
los, se omitirem; (Regulamento)
XLIV - constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou
militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o
dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e
contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
LVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;

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b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;
e) cruéis;
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do
delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;
L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos
durante o período de amamentação;
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são


assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal
condenatória;

LVIII - o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas
hipóteses previstas em lei; (Regulamento).

LIX - será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no
prazo legal;

LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da


intimidade ou o interesse social o exigirem;

LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
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LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados


imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-
lhe assegurada a assistência da família e de advogado;

LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial;

LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;

LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade
provisória, com ou sem fiança;

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento
voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;

LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de
sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso
de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público;

LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:

a) partido político com representação no Congresso Nacional;

b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em


funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou
associados;

LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora


torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;

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LXXII - conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes


de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo;

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato
lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem
insuficiência de recursos;

LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso
além do tempo fixado na sentença;

LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (Vide Lei nº
7.844, de 1989)

a) o registro civil de nascimento;

b) a certidão de óbito;

LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.

LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do


processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.

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§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do


regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República
Federativa do Brasil seja parte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em


cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004) (Atos aprovados na forma deste parágrafo)

§ 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha


manifestado adesão. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

CAPÍTULO II
DOS DIREITOS SOCIAIS

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o


transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a
assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 90, de 2015)
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de
lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;
III - fundo de garantia do tempo de serviço;
IV - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas
necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;
V - piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho;
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
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X - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;


XI – participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e,
excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei;
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos
da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho; (vide Decreto-Lei nº 5.452, de 1943)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à
do normal; (Vide Del 5.452, art. 59 § 1º)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias;
XIX - licença-paternidade, nos termos fixados em lei;
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos
da lei;
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;
XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa;

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XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de
25/05/2000)
a) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
b) (Revogada). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão
por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do
trabalhador portador de deficiência;
XXXII - proibição de distinção entre trabalho manual, técnico e intelectual ou entre os
profissionais respectivos;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o
trabalhador avulso.
Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos
previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII,
XXIV, XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e
observada a simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III, IX,
XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 72, de 2013)
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o
registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na
organização sindical;
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa
de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos
trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um
Município;

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III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria,
inclusive em questões judiciais ou administrativas;
IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,
será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical
respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;
V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
VII - o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;
VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei.
Parágrafo único. As disposições deste artigo aplicam-se à organização de sindicatos rurais e
de colônias de pescadores, atendidas as condições que a lei estabelecer.
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a
oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
Art. 10. É assegurada a participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos
órgãos públicos em que seus interesses profissionais ou previdenciários sejam objeto de
discussão e deliberação.
Art. 11. Nas empresas de mais de duzentos empregados, é assegurada a eleição de um
representante destes com a finalidade exclusiva de promover-lhes o entendimento direto com
os empregadores.

CAPÍTULO III
DA NACIONALIDADE
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que
estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

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c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam


registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa
do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade
brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há
mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor
de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos
nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos
casos previstos nesta Constituição.
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional
de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

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b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado


estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo
nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

CAPÍTULO IV
DOS DIREITOS POLÍTICOS
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto,
com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:
I - plebiscito;
II - referendo;
III - iniciativa popular.
§ 1º O alistamento eleitoral e o voto são:
I - obrigatórios para os maiores de dezoito anos;
II - facultativos para:
a) os analfabetos;
b) os maiores de setenta anos;
c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos.
§ 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço
militar obrigatório, os conscritos.
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária; Regulamento
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;

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c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
§ 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos.
§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos
e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para
um único período subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)
§ 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado
e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses
antes do pleito.
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes
consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de
Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e
candidato à reeleição.
§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito,
passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.
§ 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua
cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de
mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições
contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego
na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº
4, de 1994)
§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias
contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico,
corrupção ou fraude.
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o
autor, na forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos
casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

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II - incapacidade civil absoluta;


III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art.
5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º.
Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não
se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 4, de 1993)

CAPÍTULO V
DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
pessoa humana e observados os seguintes preceitos: Regulamento
I - caráter nacional;
II - proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou
de subordinação a estes;
III - prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV - funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
§ 1º É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna,
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de
disciplina e fidelidade partidária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 52, de 2006)
§ 2º Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil,
registrarão seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
§ 3º Os partidos políticos têm direito a recursos do fundo partidário e acesso gratuito ao rádio
e à televisão, na forma da lei.
§ 4º É vedada a utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.

TÍTULO III
Da Organização do Estado
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
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Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil


compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos
termos desta Constituição.

§ 1º Brasília é a Capital Federal.

§ 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou


reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar.

§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se


anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação
da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
complementar.

§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por


lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após
divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 15, de 1996)

Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o


funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança,
ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;

II - recusar fé aos documentos públicos;

III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.

CAPÍTULO II
DA UNIÃO

Art. 20. São bens da União:

I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;

II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e


construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas
em lei;

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que
banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território
estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias
marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de
Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e
as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005)

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V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;

VI - o mar territorial;

VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;

VIII - os potenciais de energia hidráulica;

IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;

XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

§ 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios,
bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração
de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de
outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou
zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.

§ 2º A faixa de até cento e cinqüenta quilômetros de largura, ao longo das fronteiras


terrestres, designada como faixa de fronteira, é considerada fundamental para defesa do
território nacional, e sua ocupação e utilização serão reguladas em lei.

Art. 21. Compete à União:

I - manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;

II - declarar a guerra e celebrar a paz;

III - assegurar a defesa nacional;

IV - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

V - decretar o estado de sítio, o estado de defesa e a intervenção federal;

VI - autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico;

VII - emitir moeda;

VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza


financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de
previdência privada;

IX - elaborar e executar planos nacionais e regionais de ordenação do território e de


desenvolvimento econômico e social;

X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;

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XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços


de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a
criação de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 8, de 15/08/95:)

XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:

a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 8, de 15/08/95:)

b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos


de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;

d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras


nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;

e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros;

f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;

XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e


dos Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)

XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar
do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito Federal para a
execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e


cartografia de âmbito nacional;

XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de


programas de rádio e televisão;

XVII - conceder anistia;

XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,


especialmente as secas e as inundações;

XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios


de outorga de direitos de seu uso; (Regulamento)

XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento


básico e transportes urbanos;

XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;

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XXII - executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer


monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a
industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes
princípios e condições:

a) toda atividade nuclear em território nacional somente será admitida para fins pacíficos
e mediante aprovação do Congresso Nacional;

b) sob regime de permissão, são autorizadas a comercialização e a utilização de


radioisótopos para a pesquisa e usos médicos, agrícolas e industriais; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

c) sob regime de permissão, são autorizadas a produção, comercialização e utilização de


radioisótopos de meia-vida igual ou inferior a duas horas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 49, de 2006)

d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de


culpa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho;

XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem,


em forma associativa.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,


espacial e do trabalho;

II - desapropriação;

III - requisições civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de guerra;

IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão;

V - serviço postal;

VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias dos metais;

VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores;

VIII - comércio exterior e interestadual;

IX - diretrizes da política nacional de transportes;

X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, marítima, aérea e aeroespacial;

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XI - trânsito e transporte;

XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização;

XIV - populações indígenas;

XV - emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;

XVI - organização do sistema nacional de emprego e condições para o exercício de


profissões;

XVII - organização judiciária, do Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios


e da Defensoria Pública dos Territórios, bem como organização administrativa
destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)

XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de geologia nacionais;

XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da poupança popular;

XX - sistemas de consórcios e sorteios;

XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação e


mobilização das polícias militares e corpos de bombeiros militares;

XXII - competência da polícia federal e das polícias rodoviária e ferroviária federais;

XXIII - seguridade social;

XXIV - diretrizes e bases da educação nacional;

XXV - registros públicos;

XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza;

XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as


administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa marítima, defesa civil e


mobilização nacional;

XXIX - propaganda comercial.

Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.

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Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios:

I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e conservar
o patrimônio público;

II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras


de deficiência;

III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural,
os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;

IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens


de valor histórico, artístico ou cultural;

V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à


pesquisa e à inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;

VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;

VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abastecimento alimentar;

IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições


habitacionais e de saneamento básico;

X - combater as causas da pobreza e os fatores de marginalização, promovendo a


integração social dos setores desfavorecidos;

XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração


de recursos hídricos e minerais em seus territórios;

XII - estabelecer e implantar política de educação para a segurança do trânsito.

Parágrafo único. Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do
desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente
sobre:

I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;

II - orçamento;

III - juntas comerciais;

IV - custas dos serviços forenses;


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V - produção e consumo;

VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;

VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;

VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de


valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;

IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e


inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

X - criação, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;

XI - procedimentos em matéria processual;

XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;

XIII - assistência jurídica e Defensoria pública;

XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;

XV - proteção à infância e à juventude;

XVI - organização, garantias, direitos e deveres das polícias civis.

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a


estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência
suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência


legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei


estadual, no que lhe for contrário.

CAPÍTULO III
DOS ESTADOS FEDERADOS

Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem,
observados os princípios desta Constituição.

§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta
Constituição.

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§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de


gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua
regulamentação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)

§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas,


aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de
interesse comum.

Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados:

I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas,


neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União;

II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas
aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros;

III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;

IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União.

Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da


representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será
acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.

§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia
Legislativa, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em
espécie, para os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e


serviços administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.

§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de


quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato
de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subseqüente,
observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 16, de1997)

§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na


administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e
observado o disposto no art. 38, I, IV e V. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
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§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão


fixados por lei de iniciativa da Assembléia Legislativa, observado o que dispõem os arts. 37,
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

CAPÍTULO IV
Dos Municípios

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício
mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do
respectivo Estado e os seguintes preceitos:

I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos,


mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País;

II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do


ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no
caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 16, de1997)

III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da


eleição;

IV - para a composição das Câmaras Municipais, será observado o limite máximo


de: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009) (Produção de efeito) (Vide
ADIN 4307)

a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de


até 30.000 (trinta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de
até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009)

d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes


e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e


de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de
2009)

f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil)


habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

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g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil)
habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 58, de 2009)

h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil)


habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e


cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil)


habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e


cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil)


habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e


cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; (Incluída
pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e


duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e


cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e


quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e


oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil)
habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e


quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Incluída pela
Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
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s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões)


de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões)


de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco


milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões)


de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões)


de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 58, de 2009)

x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito


milhões) de habitantes; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 58, de 2009)

V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei


de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II,
153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19, de 1998)

VI - o subsídio dos Vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em


cada legislatura para a subseqüente, observado o que dispõe esta Constituição, observados os
critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

a) em Municípios de até dez mil habitantes, o subsídio máximo dos Vereadores


corresponderá a vinte por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

b) em Municípios de dez mil e um a cinqüenta mil habitantes, o subsídio máximo dos


Vereadores corresponderá a trinta por cento do subsídio dos Deputados Estaduais; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

c) em Municípios de cinqüenta mil e um a cem mil habitantes, o subsídio máximo dos


Vereadores corresponderá a quarenta por cento do subsídio dos Deputados
Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

d) em Municípios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsídio máximo dos


Vereadores corresponderá a cinqüenta por cento do subsídio dos Deputados
Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

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e) em Municípios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo


dos Vereadores corresponderá a sessenta por cento do subsídio dos Deputados
Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

f) em Municípios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsídio máximo dos


Vereadores corresponderá a setenta e cinco por cento do subsídio dos Deputados
Estaduais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o
montante de cinco por cento da receita do Município;(Incluído pela Emenda Constitucional nº
1, de 1992)

VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no exercício do
mandato e na circunscrição do Município; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda
Constitucional nº 1, de 1992)

IX - proibições e incompatibilidades, no exercício da vereança, similares, no que couber,


ao disposto nesta Constituição para os membros do Congresso Nacional e na Constituição do
respectivo Estado para os membros da Assembléia Legislativa; (Renumerado do inciso VII,
pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça; (Renumerado do inciso VIII,


pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XI - organização das funções legislativas e fiscalizadoras da Câmara


Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XII - cooperação das associações representativas no planejamento


municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade


ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do
eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do art. 28, parágrafo


único. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, incluídos os subsídios


dos Vereadores e excluídos os gastos com inativos, não poderá ultrapassar os seguintes
percentuais, relativos ao somatório da receita tributária e das transferências previstas no §
5o do art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exercício anterior: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

I - 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil)
habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de
2009) (Produção de efeito)

II - 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e
300.000 (trezentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição Constitucional
nº 58, de 2009)
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302

III - 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e
um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; (Redação dada pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)

IV - 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população
entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; (Redação dada
pela Emenda Constituição Constitucional nº 58, de 2009)

V - 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões
e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; (Incluído pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)

VI - 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população
acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes. (Incluído pela Emenda Constituição
Constitucional nº 58, de 2009)

§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

§ 2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 25, de 2000)

I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

II - não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 25, de 2000)

III - enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal o


desrespeito ao § 1o deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 25, de 2000)

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;

II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;

III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em
lei;

IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;

V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os


serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter
essencial;
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303

VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de


educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006)

VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de


atendimento à saúde da população;

VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante


planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano;

IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e


a ação fiscalizadora federal e estadual.

Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo
Municipal, na forma da lei.

§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos Tribunais
de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos
Municípios, onde houver.

§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito deve
anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos membros da
Câmara Municipal.

§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à disposição de


qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a legitimidade,
nos termos da lei.

§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.

CAPÍTULO V
DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
Seção I
DO DISTRITO FEDERAL

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger- se-á por lei
orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois
terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta
Constituição.

§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos


Estados e Municípios.

§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as regras do art. 77, e


dos Deputados Distritais coincidirá com a dos Governadores e Deputados Estaduais, para
mandato de igual duração.

§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o disposto no art. 27.

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304

§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias
civil e militar e do corpo de bombeiros militar.

Seção II
DOS TERRITÓRIOS

Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios.

§ 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que


couber, o disposto no Capítulo IV deste Título.

§ 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com


parecer prévio do Tribunal de Contas da União.

§ 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador
nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda
instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre
as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa.

CAPÍTULO VI
DA INTERVENÇÃO

Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:

I - manter a integridade nacional;

II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;

III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;

IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;

V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:

a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;

b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição,


dentro dos prazos estabelecidos em lei;

VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;

VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:

a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;

b) direitos da pessoa humana;

c) autonomia municipal;

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305

d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.

e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais,


compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e
nas ações e serviços públicos de saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)

Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:

I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;

II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;

III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância


de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem
ou de decisão judicial.

Art. 36. A decretação da intervenção dependerá:

I - no caso do art. 34, IV, de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo


coacto ou impedido, ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida
contra o Poder Judiciário;

II - no caso de desobediência a ordem ou decisão judiciária, de requisição do Supremo


Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do Tribunal Superior Eleitoral;

III - de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procurador-


Geral da República, na hipótese do art. 34, VII, e no caso de recusa à execução de lei
federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de


execução e que, se couber, nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso
Nacional ou da Assembléia Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembléia Legislativa, far-


se-á convocação extraordinária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.

§ 3º Nos casos do art. 34, VI e VII, ou do art. 35, IV, dispensada a apreciação pelo
Congresso Nacional ou pela Assembléia Legislativa, o decreto limitar-se-á a suspender a
execução do ato impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade.

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§ 4º Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes


voltarão, salvo impedimento legal.

CAPÍTULO VII
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham
os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em


concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade
do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

III - o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez,
por igual período;

IV - durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado


em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre
novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo


efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas
portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a


necessidade temporária de excepcional interesse público;

X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39


somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa
em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de
índices; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (Regulamento)
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XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos


da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e
dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória,
percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra
natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos
Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder
Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e
o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e
cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do
Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

XII - os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão
ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII - é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o


efeito de remuneração de pessoal do serviço público; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados
nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são


irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver


compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de


1998)

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões


regulamentadas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)

XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,


fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades
controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

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XVIII - a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áreas de
competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da
lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de
empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das


entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em
empresa privada;

XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e


alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento,
mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das
obrigações. (Regulamento)

XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos


Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão
de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de informações fiscais,
na forma da lei ou convênio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar
nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores
públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a


punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública


direta e indireta, regulando especialmente: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)

I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a


manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna,
da qualidade dos serviços; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de


governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo,


emprego ou função na administração pública. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

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§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos


políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário,
na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer


agente, servidor ou não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de
ressarcimento.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços


públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da


administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privilegiadas. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da


administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre
seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de
desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

I - o prazo de duração do contrato;

II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e


responsabilidade dos dirigentes;

III - a remuneração do pessoal."

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia


mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal
ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art.


40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados
os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em
comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso
XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos
Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas
Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do
respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por
cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o

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disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos
Vereadores. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no


exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu


cargo, emprego ou função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-


lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá


as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo,
e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu
tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por
merecimento;

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão


determinados como se no exercício estivesse.

Seção II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de


sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. (Vide ADIN nº 2.135-
4)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de


política de administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados
pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998) (Vide ADIN nº 2.135-4)

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema


remuneratório observará: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de


cada carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - os requisitos para a investidura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - as peculiaridades dos cargos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a


formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos
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cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de
convênios ou contratos entre os entes federados. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII,
VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer
requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os


Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em
parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba
de representação ou outra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no
art. 37, X e XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabelecer a
relação entre a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer
caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do


subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a


aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em
cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de
qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e
racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de
produtividade. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada


nos termos do § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de
previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão
aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e
17: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,


exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave,
contagiosa ou incurável, na forma da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

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II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70


(setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)

III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo
exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria,
observadas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cinco


anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 20, de 15/12/98)

b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com
proventos proporcionais ao tempo de contribuição. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não


poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a
aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão
consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos
regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de


aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos
definidos em leis complementares, os casos de servidores: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 47, de 2005)

I portadores de deficiência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

II que exerçam atividades de risco; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou
a integridade física. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 5º - Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos,


em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente
tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino
fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 6º - Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta


Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de
previdência previsto neste artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)

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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
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313

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será
igual: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo


estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201,
acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do
óbito; ou (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o


falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente
a este limite, caso em atividade na data do óbito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter


permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 9º - O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de


aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 10 - A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de


contribuição fictício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade,
inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de
outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao
montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo
acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre
nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)

§ 12 - Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos


titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o
regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 13 - Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de


livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público,
aplica-se o regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de
15/12/98)

§ 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam


regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo
efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo
regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime
geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
20, de 15/12/98)

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§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de
iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos,
no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de
natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente
na modalidade de contribuição definida. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41,
19.12.2003)

§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá


ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do
ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto


no § 3° serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 41, 19.12.2003)

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas


pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os
benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual
ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para
aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade
fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária
até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para
os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo
regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de


proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido
para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta
Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença
incapacitante. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para
cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo: (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 19, de 1998)

I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 19, de 1998)

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II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

III - mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei


complementar, assegurada ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado,
e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração
proporcional ao tempo de serviço. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em


disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado
aproveitamento em outro cargo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial


de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

Seção III
DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições


organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do
que vier a ser fixado em lei, as disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º
e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X,
sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios
aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Seção IV
DAS REGIÕES

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em um mesmo
complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvimento e à redução das
desigualdades regionais.

§ 1º - Lei complementar disporá sobre:

I - as condições para integração de regiões em desenvolvimento;


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II - a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos


regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social,
aprovados juntamente com estes.

§ 2º - Os incentivos regionais compreenderão, além de outros, na forma da lei:

I - igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de


responsabilidade do Poder Público;

II - juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;

III - isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por


pessoas físicas ou jurídicas;

IV - prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água
represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.

§ 3º - Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras
áridas e cooperará com os pequenos e médios proprietários rurais para o estabelecimento, em
suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
CAPÍTULO I
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I
DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 44. O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Parágrafo único. Cada legislatura terá a duração de quatro anos.

Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo
sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.

§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito
Federal, será estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-
se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma daquelas unidades
da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.

§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.

Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito


Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.

§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos.

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§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em


quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.

§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.

Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de


suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus
membros.

Seção II
DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não
exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre:

I - sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;

II - plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito,


dívida pública e emissões de curso forçado;

III - fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;

IV - planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;

V - limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;

VI - incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados,


ouvidas as respectivas Assembléias Legislativas;

VII - transferência temporária da sede do Governo Federal;

VIII - concessão de anistia;

IX - organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública


da União e dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito
Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 69, de 2012) (Produção de efeito)

X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado


o que estabelece o art. 84, VI, b; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

XII - telecomunicações e radiodifusão;

XIII - matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;

XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.

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XV - fixação do subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, observado o que


dispõem os arts. 39, § 4º; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem


encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;

II - autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que


forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente,
ressalvados os casos previstos em lei complementar;

III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País,


quando a ausência exceder a quinze dias;

IV - aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o estado de sítio, ou


suspender qualquer uma dessas medidas;

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar


ou dos limites de delegação legislativa;

VI - mudar temporariamente sua sede;

VII - fixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, observado o que
dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

VIII - fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros


de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º,
I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os


relatórios sobre a execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder


Executivo, incluídos os da administração indireta;

XI - zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição


normativa dos outros Poderes;

XII - apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e


televisão;

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;

XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;

XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;

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XVI - autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos


hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;

XVII - aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área


superior a dois mil e quinhentos hectares.

Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões,
poderão convocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente
subordinados à Presidência da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre
assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência sem
justificação adequada. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)

§ 1º Os Ministros de Estado poderão comparecer ao Senado Federal, à Câmara dos


Deputados, ou a qualquer de suas Comissões, por sua iniciativa e mediante entendimentos
com a Mesa respectiva, para expor assunto de relevância de seu Ministério.

§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar


pedidos escritos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no
caput deste artigo, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não - atendimento,
no prazo de trinta dias, bem como a prestação de informações falsas. (Redação dada pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 2, de 1994)

Seção III
DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Art. 51. Compete privativamente à Câmara dos Deputados:

I - autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o


Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado;

II - proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao


Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;

III - elaborar seu regimento interno;

IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

V - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

Seção IV
DO SENADO FEDERAL

Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de


responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do

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Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)

II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho


Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da
República e o Advogado-Geral da União nos crimes de responsabilidade; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha de:

a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;

b) Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República;

c) Governador de Território;

d) Presidente e diretores do banco central;

e) Procurador-Geral da República;

f) titulares de outros cargos que a lei determinar;

IV - aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha
dos chefes de missão diplomática de caráter permanente;

V - autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos


Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;

VI - fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da


dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

VII - dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e
interno da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e
demais entidades controladas pelo Poder Público federal;

VIII - dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em


operações de crédito externo e interno;

IX - estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por


decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal;

XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do


Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato;

XII - elaborar seu regimento interno;

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XIII - dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou


extinção dos cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da
respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

XIV - eleger membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII.

XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua


estrutura e seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos
Estados e do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)

Parágrafo único. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do
Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois
terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o
exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

Seção V
DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de
suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a


julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 35, de 2001)

§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser


presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro
de vinte e quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros,
resolva sobre a prisão. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a


diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de
partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a
decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35,
de 2001)

§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de


quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa Diretora. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)

§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato. (Redação


dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações


recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35,
de 2001)

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§ 7º A incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores, embora militares e


ainda que em tempo de guerra, dependerá de prévia licença da Casa respectiva. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

§ 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só


podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa respectiva, nos
casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com
a execução da medida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001)

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:

I - desde a expedição do diploma:

a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;

b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam


demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;

II - desde a posse:

a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente


de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;

b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas
no inciso I, "a";

c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a";

d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.

Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - que infringir qualquer das proibições estabelecidas no artigo anterior;

II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

III - que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões
ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;

IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

V - quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição;

VI - que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado.

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
323

§ 1º - É incompatível com o decoro parlamentar, além dos casos definidos no regimento


interno, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro do Congresso Nacional ou a
percepção de vantagens indevidas.

§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos
Deputados ou pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva
Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla
defesa. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)

§ 3º - Nos casos previstos nos incisos III a V, a perda será declarada pela Mesa da Casa
respectiva, de ofício ou mediante provocação de qualquer de seus membros, ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.

§ 4º A renúncia de parlamentar submetido a processo que vise ou possa levar à perda do


mandato, nos termos deste artigo, terá seus efeitos suspensos até as deliberações finais de que
tratam os §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 6, de 1994)

Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:

I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de


Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão
diplomática temporária;

II - licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem
remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse
cento e vinte dias por sessão legislativa.

§ 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas


neste artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.

§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á eleição para preenchê-la se


faltarem mais de quinze meses para o término do mandato.

§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do


mandato.

Seção VI
DAS REUNIÕES

Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de


fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 50, de 2006)

§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferidas para o primeiro dia útil
subseqüente, quando recaírem em sábados, domingos ou feriados.

§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem a aprovação do projeto de lei de


diretrizes orçamentárias.

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324

§ 3º Além de outros casos previstos nesta Constituição, a Câmara dos Deputados e o


Senado Federal reunir-se-ão em sessão conjunta para:

I - inaugurar a sessão legislativa;

II - elaborar o regimento comum e regular a criação de serviços comuns às duas Casas;

III - receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;

IV - conhecer do veto e sobre ele deliberar.

§ 4º Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro,


no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas,
para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição
imediatamente subseqüente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

§ 5º A Mesa do Congresso Nacional será presidida pelo Presidente do Senado Federal, e


os demais cargos serão exercidos, alternadamente, pelos ocupantes de cargos equivalentes na
Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

§ 6º A convocação extraordinária do Congresso Nacional far-se-á: (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

I - pelo Presidente do Senado Federal, em caso de decretação de estado de defesa ou de


intervenção federal, de pedido de autorização para a decretação de estado de sítio e para o
compromisso e a posse do Presidente e do Vice-Presidente da República;

II - pelo Presidente da República, pelos Presidentes da Câmara dos Deputados e do


Senado Federal ou a requerimento da maioria dos membros de ambas as Casas, em caso de
urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação
da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

§ 7º Na sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre


a matéria para a qual foi convocado, ressalvada a hipótese do § 8º deste artigo, vedado o
pagamento de parcela indenizatória, em razão da convocação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 50, de 2006)

§ 8º Havendo medidas provisórias em vigor na data de convocação extraordinária do


Congresso Nacional, serão elas automaticamente incluídas na pauta da convocação. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Seção VII
DAS COMISSÕES

Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões permanentes e temporárias,
constituídas na forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.

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325

§ 1º Na constituição das Mesas e de cada Comissão, é assegurada, tanto quanto possível,


a representação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da
respectiva Casa.

§ 2º Às comissões, em razão da matéria de sua competência, cabe:

I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do


Plenário, salvo se houver recurso de um décimo dos membros da Casa;

II - realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil;

III - convocar Ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a
suas atribuições;

IV - receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra


atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas;

V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão;

VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de


desenvolvimento e sobre eles emitir parecer.

§ 3º As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios


das autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas,
serão criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato
determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao
Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

§ 4º Durante o recesso, haverá uma Comissão representativa do Congresso Nacional,


eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período legislativo, com atribuições
definidas no regimento comum, cuja composição reproduzirá, quanto possível, a
proporcionalidade da representação partidária.

Seção VIII
DO PROCESSO LEGISLATIVO
Subseção I
Disposição Geral

Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:

I - emendas à Constituição;

II - leis complementares;

III - leis ordinárias;

IV - leis delegadas;

V - medidas provisórias;
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326

VI - decretos legislativos;

VII - resoluções.

Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e


consolidação das leis.

Subseção II
Da Emenda à Constituição

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado


Federal;

II - do Presidente da República;

III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,


manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de


estado de defesa ou de estado de sítio.

§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois


turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.

§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e


do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.

§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não


pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

Subseção III
Das Leis

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou
Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao
Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao

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Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta


Constituição.

§ 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:

I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;

II - disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica


ou aumento de sua remuneração;

b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços


públicos e pessoal da administração dos Territórios;

c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos,


estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como


normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios;

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o


disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções,
estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)

§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de
projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um
deles.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar


medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso
Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 32, de 2001)

I – relativa a: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito


eleitoral; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

b) direito penal, processual penal e processual civil; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 32, de 2001)

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c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus


membros; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e


suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)

II – que vise a detenção ou seqüestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro


ativo financeiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

III – reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de


sanção ou veto do Presidente da República. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os


previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi
editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia,


desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos
termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por
decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória,


suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos
constitucionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de
sua publicação, entrará em regime de urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do
Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais
deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que,
no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas
duas Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos


Deputados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias


e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de
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cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de
2001)

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a
rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida


provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o
projeto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Art. 63. Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, ressalvado o disposto


no art. 166, § 3º e § 4º;

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos


Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério Público.

Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da


República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara
dos Deputados.

§ 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de


sua iniciativa.

§ 2º Se, no caso do § 1º, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal não se


manifestarem sobre a proposição, cada qual sucessivamente, em até quarenta e cinco dias,
sobrestar-se-ão todas as demais deliberações legislativas da respectiva Casa, com exceção das
que tenham prazo constitucional determinado, até que se ultime a votação. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 3º A apreciação das emendas do Senado Federal pela Câmara dos Deputados far-se-á
no prazo de dez dias, observado quanto ao mais o disposto no parágrafo anterior.

§ 4º Os prazos do § 2º não correm nos períodos de recesso do Congresso Nacional, nem


se aplicam aos projetos de código.

Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno
de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou
arquivado, se o rejeitar.

Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.

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Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao
Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.

§ 1º - Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,


inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de
quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito
horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.

§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou


de alínea.

§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará


sanção.

§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu
recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e
Senadores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 76, de 2013)

§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente
da República.

§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na


ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação
final. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da
República, nos casos dos § 3º e § 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o
fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.

Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto
de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que deverá
solicitar a delegação ao Congresso Nacional.

§ 1º Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso


Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a
matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus


membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

§ 2º A delegação ao Presidente da República terá a forma de resolução do Congresso


Nacional, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício.

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§ 3º Se a resolução determinar a apreciação do projeto pelo Congresso Nacional, este a


fará em votação única, vedada qualquer emenda.

Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

Seção IX
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da


União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade,
economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada
Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio
do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:

I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante


parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e


valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a
perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a
qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e
mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em
comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as
melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório;

IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de


Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes
Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;

V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a


União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;

VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante


convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município;

VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas
Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira,
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orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções


realizadas;

VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de


contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa
proporcional ao dano causado ao erário;

IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao


exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;

X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à


Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;

XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.

§ 1º No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso


Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

§ 2º Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não


efetivar as medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.

§ 3º As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia


de título executivo.

§ 4º O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório


de suas atividades.

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refere o art. 166, §1º, diante de indícios
de despesas não autorizadas, ainda que sob a forma de investimentos não programados ou de
subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade governamental responsável que, no
prazo de cinco dias, preste os esclarecimentos necessários.

§ 1º Não prestados os esclarecimentos, ou considerados estes insuficientes, a Comissão


solicitará ao Tribunal pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de trinta dias.

§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, se julgar que o gasto possa


causar dano irreparável ou grave lesão à economia pública, proporá ao Congresso Nacional
sua sustação.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no
Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional,
exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. .

§ 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que


satisfaçam os seguintes requisitos:

I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;

II - idoneidade moral e reputação ilibada;

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III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de


administração pública;

IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que


exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior.

§ 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:

I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois
alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal,
indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antigüidade e merecimento;

II - dois terços pelo Congresso Nacional.

§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias,


prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de
Justiça, aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art.
40. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e


impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de
juiz de Tribunal Regional Federal.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada,


sistema de controle interno com a finalidade de:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos


programas de governo e dos orçamentos da União;

II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da


gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,
bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos
e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

§ 1º Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer


irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na


forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que couber, à organização,
composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem
como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.

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referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
334

Parágrafo único. As Constituições estaduais disporão sobre os Tribunais de Contas


respectivos, que serão integrados por sete Conselheiros.

CAPÍTULO II
DO PODER EXECUTIVO
Seção I
DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art. 76. O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, auxiliado pelos
Ministros de Estado.

Art. 77. A eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á,


simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo
de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato
presidencial vigente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 1997)

§ 1º A eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele


registrado.

§ 2º Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político,
obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos.

§ 3º Se nenhum candidato alcançar maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova


eleição em até vinte dias após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candidatos
mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos.

§ 4º Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento


legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação.

§ 5º Se, na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescer, em segundo lugar, mais de um


candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso.

Art. 78. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão do


Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição,
observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a
independência do Brasil.

Parágrafo único. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o
Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado
vago.

Art. 79. Substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder- lhe-á, no de vaga, o


Vice-Presidente.

Parágrafo único. O Vice-Presidente da República, além de outras atribuições que lhe


forem conferidas por lei complementar, auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado
para missões especiais.

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
335

Art. 80. Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos


respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente
da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal.

Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á


eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para
ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na
forma da lei.

§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus


antecessores.

Art. 82. O mandato do Presidente da República é de quatro anos e terá início em primeiro
de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
16, de 1997)

Art. 83. O Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do


Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de
perda do cargo.

Seção II
Das Atribuições do Presidente da República

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;

II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração


federal;

III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;

IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e


regulamentos para sua fiel execução;

V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;

VI – dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32,
de 2001)

a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento


de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;(Incluída pela Emenda Constitucional
nº 32, de 2001)

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda


Constitucional nº 32, de 2001)

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
336

VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes


diplomáticos;

VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do


Congresso Nacional;

IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;

X - decretar e executar a intervenção federal;

XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da


abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que
julgar necessárias;

XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos
instituídos em lei;

XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da


Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os
cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de
02/09/99)

XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal
Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da
República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando
determinado em lei;

XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da


União;

XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-


Geral da União;

XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;

XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;

XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso


Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas
mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;

XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;

XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;

XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras
transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;

XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes


orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
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337

XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a


abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;

XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;

XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.

Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas


nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas
respectivas delegações.

Seção III
Da Responsabilidade do Presidente da República

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem
contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:

I - a existência da União;

II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e


dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;

III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;

IV - a segurança interna do País;

V - a probidade na administração;

VI - a lei orçamentária;

VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.

Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas
de processo e julgamento.

Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da
Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal,
nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.

§ 1º O Presidente ficará suspenso de suas funções:

I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo


Tribunal Federal;

II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
338

§ 2º Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído,
cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.

§ 3º Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente


da República não estará sujeito a prisão.

§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser


responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.

Seção IV
DOS MINISTROS DE ESTADO

Art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e um
anos e no exercício dos direitos políticos.

Parágrafo único. Compete ao Ministro de Estado, além de outras atribuições


estabelecidas nesta Constituição e na lei:

I - exercer a orientação, coordenação e supervisão dos órgãos e entidades da


administração federal na área de sua competência e referendar os atos e decretos assinados
pelo Presidente da República;

II - expedir instruções para a execução das leis, decretos e regulamentos;

III - apresentar ao Presidente da República relatório anual de sua gestão no Ministério;

IV - praticar os atos pertinentes às atribuições que lhe forem outorgadas ou delegadas


pelo Presidente da República.

Art. 88. A lei disporá sobre a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração
pública. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Seção V
DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL
Subseção I
Do Conselho da República

Art. 89. O Conselho da República é órgão superior de consulta do Presidente da


República, e dele participam:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados;

V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal;

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
339

VI - o Ministro da Justiça;

VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois
nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela
Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução.

Art. 90. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre:

I - intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio;

II - as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas.

§ 1º O Presidente da República poderá convocar Ministro de Estado para participar da


reunião do Conselho, quando constar da pauta questão relacionada com o respectivo
Ministério.

§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho da República.

Subseção II
Do Conselho de Defesa Nacional

Art. 91. O Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República


nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático, e dele
participam como membros natos:

I - o Vice-Presidente da República;

II - o Presidente da Câmara dos Deputados;

III - o Presidente do Senado Federal;

IV - o Ministro da Justiça;

V - o Ministro de Estado da Defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de


1999)

VI - o Ministro das Relações Exteriores;

VII - o Ministro do Planejamento.

VIII - os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 23, de 1999)

§ 1º Compete ao Conselho de Defesa Nacional:

I - opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta
Constituição;

II - opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção


federal;
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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
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340

III - propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do


território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas
relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo;

IV - estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir


a independência nacional e a defesa do Estado democrático.

§ 2º A lei regulará a organização e o funcionamento do Conselho de Defesa Nacional.

CAPÍTULO III
DO PODER JUDICIÁRIO
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:

I - o Supremo Tribunal Federal;

I-A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de


2004)

II - o Superior Tribunal de Justiça;

II-A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº


92, de 2016)

III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;

IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho;

V - os Tribunais e Juízes Eleitorais;

VI - os Tribunais e Juízes Militares;

VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.

§ 1º O Supremo Tribunal Federal, o Conselho Nacional de Justiça e os Tribunais


Superiores têm sede na Capital Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm jurisdição em todo o


território nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o
Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:

I - ingresso na carreira, cujo cargo inicial será o de juiz substituto, mediante concurso
público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas
as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e
obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
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341

II - promoção de entrância para entrância, alternadamente, por antigüidade e


merecimento, atendidas as seguintes normas:

a) é obrigatória a promoção do juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco
alternadas em lista de merecimento;

b) a promoção por merecimento pressupõe dois anos de exercício na respectiva entrância


e integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antigüidade desta, salvo se não houver com
tais requisitos quem aceite o lugar vago;

c) aferição do merecimento conforme o desempenho e pelos critérios objetivos de


produtividade e presteza no exercício da jurisdição e pela freqüência e aproveitamento em
cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

d) na apuração de antigüidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo
voto fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

e) não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do
prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; (Incluída
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III o acesso aos tribunais de segundo grau far-se-á por antigüidade e merecimento,
alternadamente, apurados na última ou única entrância; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

IV previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de


magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em
curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de
magistrados; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V - o subsídio dos Ministros dos Tribunais Superiores corresponderá a noventa e cinco


por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do Supremo Tribunal Federal e os
subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e escalonados, em nível federal e
estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura judiciária nacional, não podendo a
diferença entre uma e outra ser superior a dez por cento ou inferior a cinco por cento, nem
exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal dos Ministros dos Tribunais
Superiores, obedecido, em qualquer caso, o disposto nos arts. 37, XI, e 39, § 4º; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

VI - a aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão o


disposto no art. 40; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

VII o juiz titular residirá na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse


público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do
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Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VIII-A a remoção a pedido ou a permuta de magistrados de comarca de igual entrância


atenderá, no que couber, ao disposto nas alíneas a , b , c e e do inciso II; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas


todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público
à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

X as decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo


as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XI nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído
órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício
das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno,
provendo-se metade das vagas por antigüidade e a outra metade por eleição pelo tribunal
pleno; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XII a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias coletivas nos juízos e
tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense
normal, juízes em plantão permanente; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIII o número de juízes na unidade jurisdicional será proporcional à efetiva demanda


judicial e à respectiva população; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIV os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de


mero expediente sem caráter decisório; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XV a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos
Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público,
com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla
pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao


Poder Executivo, que, nos vinte dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para
nomeação.

Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:

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I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício,
dependendo a perda do cargo, nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estiver
vinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;

II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII;

III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Parágrafo único. Aos juízes é vedado:

I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de


magistério;

II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo;

III - dedicar-se à atividade político-partidária.

IV receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas,


entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três


anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 96. Compete privativamente:

I - aos tribunais:

a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das
normas de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos;

b) organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem
vinculados, velando pelo exercício da atividade correicional respectiva;

c) prover, na forma prevista nesta Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva


jurisdição;

d) propor a criação de novas varas judiciárias;

e) prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o disposto no


art. 169, parágrafo único, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de
confiança assim definidos em lei;

f) conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores
que lhes forem imediatamente vinculados;

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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça


propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:

a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;

b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos


juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos
juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 41, 19.12.2003)

c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;

d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;

III - aos Tribunais de Justiça julgar os juízes estaduais e do Distrito Federal e Territórios,
bem como os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de responsabilidade,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral.

Art. 97. Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros do
respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo do Poder Público.

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

I - juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para
a conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações
penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e sumariíssimo,
permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas
de juízes de primeiro grau;

II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e
secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar
casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de
habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras
previstas na legislação.

§ 1º Lei federal disporá sobre a criação de juizados especiais no âmbito da Justiça


Federal. (Renumerado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços


afetos às atividades específicas da Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira.

§ 1º Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados


conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 2º O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete:

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345

I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais


Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais;

II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos


Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas


orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores
aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na
forma do § 1º deste artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em


desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos
ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de


despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos
suplementares ou especiais.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e
Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica
de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de
casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este
fim. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009). (Vide Emenda
Constitucional nº 62, de 2009)

§ 1º Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários,


vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e
indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de
sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais
débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).

§ 2º Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade


ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos
na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor
equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o
fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de
apresentação do precatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 3º O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se


aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as
Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em
julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores
distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo
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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 5º É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba


necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado,
constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até
o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados
monetariamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 6º As dotações orçamentárias e os créditos abertos serão consignados diretamente ao


Poder Judiciário, cabendo ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão exequenda
determinar o pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente para
os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não alocação orçamentária do
valor necessário à satisfação do seu débito, o sequestro da quantia respectiva. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 7º O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou omissivo, retardar


ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios incorrerá em crime de responsabilidade e
responderá, também, perante o Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).

§ 8º É vedada a expedição de precatórios complementares ou suplementares de valor


pago, bem como o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução para fins de
enquadramento de parcela do total ao que dispõe o § 3º deste artigo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).

§ 9º No momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação,


deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e
certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda
Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos, ressalvados aqueles cuja
execução esteja suspensa em virtude de contestação administrativa ou judicial. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 10. Antes da expedição dos precatórios, o Tribunal solicitará à Fazenda Pública


devedora, para resposta em até 30 (trinta) dias, sob pena de perda do direito de abatimento,
informação sobre os débitos que preencham as condições estabelecidas no § 9º, para os fins
nele previstos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 11. É facultada ao credor, conforme estabelecido em lei da entidade federativa


devedora, a entrega de créditos em precatórios para compra de imóveis públicos do respectivo
ente federado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 12. A partir da promulgação desta Emenda Constitucional, a atualização de valores de


requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua
natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e,
para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros
incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros
compensatórios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

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§ 13. O credor poderá ceder, total ou parcialmente, seus créditos em precatórios a


terceiros, independentemente da concordância do devedor, não se aplicando ao cessionário o
disposto nos §§ 2º e 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 14. A cessão de precatórios somente produzirá efeitos após comunicação, por meio de
petição protocolizada, ao tribunal de origem e à entidade devedora. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 62, de 2009).

§ 15. Sem prejuízo do disposto neste artigo, lei complementar a esta Constituição Federal
poderá estabelecer regime especial para pagamento de crédito de precatórios de Estados,
Distrito Federal e Municípios, dispondo sobre vinculações à receita corrente líquida e forma e
prazo de liquidação.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).

§ 16. A seu critério exclusivo e na forma de lei, a União poderá assumir débitos, oriundos
de precatórios, de Estados, Distrito Federal e Municípios, refinanciando-os
diretamente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

Seção II
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre
cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável
saber jurídico e reputação ilibada.

Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo


Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado
Federal.

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da


Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:

a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a


ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

b) nas infrações penais comuns, o Presidente da República, o Vice-Presidente, os


membros do Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o Procurador-Geral da República;

c) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado


e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvado o disposto no art. 52,
I, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de
missão diplomática de caráter permanente; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23,
de 1999)

d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores;
o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas
da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
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e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o


Distrito Federal ou o Território;

f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou


entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;

g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro;

h) (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o


paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do
Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única
instância; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 22, de 1999)

j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados;

l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões;

m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a


delegação de atribuições para a prática de atos processuais;

n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente


interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;

o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais,


entre Tribunais Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal;

p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade;

q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição


do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um
dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;

r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do


Ministério Público; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção


decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

b) o crime político;

III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última


instância, quando a decisão recorrida:

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a) contrariar dispositivo desta Constituição;

b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;

c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição.

d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta


Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. (Transformado
do parágrafo único em § 1º pela Emenda Constitucional nº 3, de 17/03/93)

§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas


ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das


questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços
de seus membros. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de


constitucionalidade: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - o Presidente da República;

II - a Mesa do Senado Federal;

III - a Mesa da Câmara dos Deputados;

IV a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito


Federal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 45, de 2004)

VI - o Procurador-Geral da República;

VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;

IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.

§ 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de


inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal.

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§ 2º Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma


constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências
necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

§ 3º Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitucionalidade, em tese, de


norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que
defenderá o ato ou texto impugnado.

§ 4.º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante
decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria
constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta
e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou
cancelamento, na forma estabelecida em lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas


determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e
a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de
processos sobre questão idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou


cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que


indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a
procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e
determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o
caso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com


mandato de 2 (dois) anos, admitida 1 (uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 61, de 2009)

I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 61, de 2009)

II um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo


tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo


tribunal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal


Federal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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V um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VI um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de


Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VII um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VIII um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do


Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IX um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

X um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da


República; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da


República dentre os nomes indicados pelo órgão competente de cada instituição
estadual; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XII dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

XIII dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela
Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

§ 1º O Conselho será presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal e, nas suas
ausências e impedimentos, pelo Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 61, de 2009)

§ 2º Os demais membros do Conselho serão nomeados pelo Presidente da República,


depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 61, de 2009)

§ 3º Não efetuadas, no prazo legal, as indicações previstas neste artigo, caberá a escolha
ao Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder


Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras
atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da


Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou
recomendar providências; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a


legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário,
podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas
da União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário,
inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais
e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da
competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares
em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas,
assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

IV representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou


de abuso de autoridade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e


membros de tribunais julgados há menos de um ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

VI elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas,


por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

VII elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a
situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar
mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional,
por ocasião da abertura da sessão legislativa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 5º O Ministro do Superior Tribunal de Justiça exercerá a função de Ministro-


Corregedor e ficará excluído da distribuição de processos no Tribunal, competindo-lhe, além
das atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura, as seguintes: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I receber as reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos magistrados e


aos serviços judiciários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e de correição geral; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

III requisitar e designar magistrados, delegando-lhes atribuições, e requisitar servidores


de juízos ou tribunais, inclusive nos Estados, Distrito Federal e Territórios. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º Junto ao Conselho oficiarão o Procurador-Geral da República e o Presidente do


Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

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§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça,


competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros
ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente
ao Conselho Nacional de Justiça. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Seção III
DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três
Ministros.

Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente
da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de
notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores
dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal;

II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal,


Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do art. 94.

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

I - processar e julgar, originariamente:

a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de
responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os
membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais
Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais
de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos


Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na
alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante
da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o",
bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos;

e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados;

f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas


decisões;

g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre


autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as
deste e da União;

h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de


órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de
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competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da
Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;

i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas


rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - julgar, em recurso ordinário:

a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais
ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;

b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais


ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão;

c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e,


do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País;

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando
a decisão recorrida:

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;

b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal.

Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre


outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão


administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus, como órgão central do
sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Seção IV
DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS

Art. 106. São órgãos da Justiça Federal:

I - os Tribunais Regionais Federais;

II - os Juízes Federais.

Art. 107. Os Tribunais Regionais Federais compõem-se de, no mínimo, sete juízes, recrutados,
quando possível, na respectiva região e nomeados pelo Presidente da República dentre brasileiros
com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo:

I - um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e
membros do Ministério Público Federal com mais de dez anos de carreira;

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II - os demais, mediante promoção de juízes federais com mais de cinco anos de exercício, por
antigüidade e merecimento, alternadamente.

§ 1º A lei disciplinará a remoção ou a permuta de juízes dos Tribunais Regionais Federais e


determinará sua jurisdição e sede. (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

§ 2º Os Tribunais Regionais Federais instalarão a justiça itinerante, com a realização de


audiências e demais funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 3º Os Tribunais Regionais Federais poderão funcionar descentralizadamente, constituindo


Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:

I - processar e julgar, originariamente:

a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do


Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;

b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;

c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;

d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;

e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;

II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais
no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.

Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:

I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem


interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa


domiciliada ou residente no País;

III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;

IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou


interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;

V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no


País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
356

VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;

VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento


provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;

VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados
os casos de competência dos tribunais federais;

IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça


Militar;

X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta


rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes
à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;

XI - a disputa sobre direitos indígenas.

§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio
a outra parte.

§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for
domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde
esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.

§ 3º Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou


beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que
a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir
que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual.

§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional
Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau.

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República,


com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais
de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de
Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para
a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por
sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei.

Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes
federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei.

Seção V
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

Do Tribunal Superior do Trabalho, dos Tribunais Regionais


do Trabalho e dos Juízes do Trabalho

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;


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III - Juizes do Trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

§§ 1º a 3º (Revogados pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 111-A. O Tribunal Superior do Trabalho compor-se-á de vinte e sete Ministros, escolhidos
dentre brasileiros com mais de trinta e cinco anos e menos de sessenta e cinco anos, de notável
saber jurídico e reputação ilibada, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela
maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
92, de 2016)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros
do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto
no art. 94; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II os demais dentre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da


carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

§ 1º A lei disporá sobre a competência do Tribunal Superior do Trabalho. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Funcionarão junto ao Tribunal Superior do Trabalho: (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 45, de 2004)

I a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho, cabendo-lhe,


dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na
carreira; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II o Conselho Superior da Justiça do Trabalho, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a


supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e
segundo graus, como órgão central do sistema, cujas decisões terão efeito vinculante. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º Compete ao Tribunal Superior do Trabalho processar e julgar, originariamente, a


reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas
decisões. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 92, de 2016)

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por
sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do T
rabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 113. A lei disporá sobre a constituição, investidura, jurisdição, competência, garantias e
condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 24, de 1999)

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da


administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II as ações que envolvam exercício do direito de greve; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 45, de 2004)

III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e
entre sindicatos e empregadores; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
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IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data , quando o ato questionado


envolver matéria sujeita à sua jurisdição; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no


art. 102, I, o; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de


trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VII as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos
de fiscalização das relações de trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus
acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às


mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem
como as convencionadas anteriormente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45,
de 2004)

§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público,


o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho
decidir o conflito. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 115. Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes,
recrutados, quando possível, na respectiva região, e nomeados pelo Presidente da República dentre
brasileiros com mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos, sendo: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I um quinto dentre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros
do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício, observado o disposto
no art. 94; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

II os demais, mediante promoção de juízes do trabalho por antigüidade e merecimento,


alternadamente. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 1º Os Tribunais Regionais do Trabalho instalarão a justiça itinerante, com a realização de


audiências e demais funções de atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição,
servindo-se de equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

§ 2º Os Tribunais Regionais do Trabalho poderão funcionar descentralizadamente, constituindo


Câmaras regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases
do processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 116. Nas Varas do Trabalho, a jurisdição será exercida por um juiz singular. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Parágrafo único. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

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Art. 117. e Parágrafo único. (Revogados pela Emenda Constitucional nº 24, de 1999)

Seção VI
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS

Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral:

I - o Tribunal Superior Eleitoral;

II - os Tribunais Regionais Eleitorais;

III - os Juízes Eleitorais;

IV - as Juntas Eleitorais.

Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;

b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;

II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável
saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.

Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre
os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior
Tribunal de Justiça.

Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.

§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:

I - mediante eleição, pelo voto secreto:

a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;

b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;

II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito


Federal, ou, não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional
Federal respectivo;

III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de
notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.

§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os


desembargadores.

Art. 121. Lei complementar disporá sobre a organização e competência dos tribunais, dos juízes
de direito e das juntas eleitorais.

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§ 1º Os membros dos tribunais, os juízes de direito e os integrantes das juntas eleitorais, no


exercício de suas funções, e no que lhes for aplicável, gozarão de plenas garantias e serão
inamovíveis.

§ 2º Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo,
e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e
pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria.

§ 3º São irrecorríveis as decisões do Tribunal Superior Eleitoral, salvo as que contrariarem esta
Constituição e as denegatórias de habeas corpusou mandado de segurança.

§ 4º Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:

I - forem proferidas contra disposição expressa desta Constituição ou de lei;

II - ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais tribunais eleitorais;

III - versarem sobre inelegibilidade ou expedição de diplomas nas eleições federais ou estaduais;

IV - anularem diplomas ou decretarem a perda de mandatos eletivos federais ou estaduais;

V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.

Seção VII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES

Art. 122. São órgãos da Justiça Militar:

I - o Superior Tribunal Militar;

II - os Tribunais e Juízes Militares instituídos por lei.

Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo
Presidente da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre
oficiais-generais da Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais
da Aeronáutica, todos da ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis.

Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre
brasileiros maiores de trinta e cinco anos, sendo:

I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de
efetiva atividade profissional;

II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça
Militar.

Art. 124. à Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei.

Parágrafo único. A lei disporá sobre a organização, o funcionamento e a competência da Justiça


Militar.

Seção VIII
DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

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Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.

§ 1º A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de


organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça.

§ 2º Cabe aos Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos


normativos estaduais ou municipais em face da Constituição Estadual, vedada a atribuição da
legitimação para agir a um único órgão.

§ 3º A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar
estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em
segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que
o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

§ 4º Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os militares dos Estados, nos crimes
militares definidos em lei e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, ressalvada a
competência do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda
do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes
militares cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos disciplinares militares, cabendo ao
Conselho de Justiça, sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os demais crimes
militares.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 6º O Tribunal de Justiça poderá funcionar descentralizadamente, constituindo Câmaras


regionais, a fim de assegurar o pleno acesso do jurisdicionado à justiça em todas as fases do
processo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 7º O Tribunal de Justiça instalará a justiça itinerante, com a realização de audiências e demais


funções da atividade jurisdicional, nos limites territoriais da respectiva jurisdição, servindo-se de
equipamentos públicos e comunitários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 126. Para dirimir conflitos fundiários, o Tribunal de Justiça proporá a criação de varas
especializadas, com competência exclusiva para questões agrárias. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Parágrafo único. Sempre que necessário à eficiente prestação jurisdicional, o juiz far-se-á
presente no local do litígio.

CAPÍTULO IV
DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)
SEÇÃO I
DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do


Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e
individuais indisponíveis.

§ 1º São princípios institucionais do Ministério Público a unidade, a indivisibilidade e a


independência funcional.

§ 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e administrativa, podendo,


observado o disposto no art. 169, propor ao Poder Legislativo a criação e extinção de seus cargos e
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serviços auxiliares, provendo-os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política
remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e
funcionamento. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º O Ministério Público elaborará sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta orçamentária dentro do prazo


estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente,
ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 3º. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Se a proposta orçamentária de que trata este artigo for encaminhada em desacordo com os
limites estipulados na forma do § 3º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins
de consolidação da proposta orçamentária anual. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)

§ 6º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas


ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou
especiais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 128. O Ministério Público abrange:

I - o Ministério Público da União, que compreende:

a) o Ministério Público Federal;

b) o Ministério Público do Trabalho;

c) o Ministério Público Militar;

d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios;

II - os Ministérios Públicos dos Estados.

§ 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado


pelo Presidente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a
aprovação de seu nome pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de
dois anos, permitida a recondução.

§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República,


deverá ser precedida de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.

§ 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista


tríplice dentre integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-
Geral, que será nomeado pelo Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma
recondução.

§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser


destituídos por deliberação da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar
respectiva.

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§ 5º Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é facultada aos respectivos
Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada Ministério
Público, observadas, relativamente a seus membros:

I - as seguintes garantias:

a) vitaliciedade, após dois anos de exercício, não podendo perder o cargo senão por sentença
judicial transitada em julgado;

b) inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado
competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada
ampla defesa; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

c) irredutibilidade de subsídio, fixado na forma do art. 39, § 4º, e ressalvado o disposto nos arts.
37, X e XI, 150, II, 153, III, 153, § 2º, I; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - as seguintes vedações:

a) receber, a qualquer título e sob qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas


processuais;

b) exercer a advocacia;

c) participar de sociedade comercial, na forma da lei;

d) exercer, ainda que em disponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de
magistério;

e) exercer atividade político-partidária; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de


2004)

f) receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades


públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei. (Incluída pela Emenda Constitucional
nº 45, de 2004)

§ 6º Aplica-se aos membros do Ministério Público o disposto no art. 95, parágrafo único,
V. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:

I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;

II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua garantia;

III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;

IV - promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fins de intervenção da


União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;

V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;

VI - expedir notificações nos procedimentos administrativos de sua competência, requisitando


informações e documentos para instruí-los, na forma da lei complementar respectiva;

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VII - exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei complementar mencionada
no artigo anterior;

VIII - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, indicados os


fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;

IX - exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveis com sua finalidade,
sendo-lhe vedada a representação judicial e a consultoria jurídica de entidades públicas.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas neste artigo não impede a
de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto nesta Constituição e na lei.

§ 2º As funções do Ministério Público só podem ser exercidas por integrantes da carreira, que
deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 3º O ingresso na carreira do Ministério Público far-se-á mediante concurso público de provas e


títulos, assegurada a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em sua realização, exigindo-se
do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e observando-se, nas nomeações,
a ordem de classificação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Aplica-se ao Ministério Público, no que couber, o disposto no art. 93. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º A distribuição de processos no Ministério Público será imediata. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 130. Aos membros do Ministério Público junto aos Tribunais de Contas aplicam-se as
disposições desta seção pertinentes a direitos, vedações e forma de investidura.

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros


nomeados pelo Presidente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do
Senado Federal, para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

I o Procurador-Geral da República, que o preside;

II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de


suas carreiras;

III três membros do Ministério Público dos Estados;

IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de
Justiça;

V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;

VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos
Deputados e outro pelo Senado Federal.

§ 1º Os membros do Conselho oriundos do Ministério Público serão indicados pelos respectivos


Ministérios Públicos, na forma da lei.

§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e


financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo
lhe:
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I zelar pela autonomia funcional e administrativa do Ministério Público, podendo expedir atos
regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências;

II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade


dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos
Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas;

III receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Ministério Público da
União ou dos Estados, inclusive contra seus serviços auxiliares, sem prejuízo da competência
disciplinar e correicional da instituição, podendo avocar processos disciplinares em curso, determinar
a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo
de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa;

IV rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de membros do Ministério


Público da União ou dos Estados julgados há menos de um ano;

V elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias sobre a situação do
Ministério Público no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar a mensagem prevista no
art. 84, XI.

§ 3º O Conselho escolherá, em votação secreta, um Corregedor nacional, dentre os membros do


Ministério Público que o integram, vedada a recondução, competindo-lhe, além das atribuições que
lhe forem conferidas pela lei, as seguintes:

I receber reclamações e denúncias, de qualquer interessado, relativas aos membros do


Ministério Público e dos seus serviços auxiliares;

II exercer funções executivas do Conselho, de inspeção e correição geral;

III requisitar e designar membros do Ministério Público, delegando-lhes atribuições, e requisitar


servidores de órgãos do Ministério Público.

§ 4º O Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil oficiará junto ao


Conselho.

§ 5º Leis da União e dos Estados criarão ouvidorias do Ministério Público, competentes para
receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Ministério
Público, inclusive contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional
do Ministério Público.

Seção II
DA ADVOCACIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 131. A Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão


vinculado, representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei
complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e
assessoramento jurídico do Poder Executivo.

§ 1º A Advocacia-Geral da União tem por chefe o Advogado-Geral da União, de livre nomeação


pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber
jurídico e reputação ilibada.

§ 2º O ingresso nas classes iniciais das carreiras da instituição de que trata este artigo far-se-á
mediante concurso público de provas e títulos.

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§ 3º Na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à


Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei.

Art. 132. Os Procuradores dos Estados e do Distrito Federal, organizados em carreira, na qual o
ingresso dependerá de concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos
Advogados do Brasil em todas as suas fases, exercerão a representação judicial e a consultoria
jurídica das respectivas unidades federadas. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

Parágrafo único. Aos procuradores referidos neste artigo é assegurada estabilidade após três
anos de efetivo exercício, mediante avaliação de desempenho perante os órgãos próprios, após
relatório circunstanciado das corregedorias. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

SEÇÃO III
DA ADVOCACIA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos
e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.

SEÇÃO IV
DA DEFENSORIA PÚBLICA
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica,
a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e
coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição
Federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

§ 1º Lei complementar organizará a Defensoria Pública da União e do Distrito Federal e dos


Territórios e prescreverá normas gerais para sua organização nos Estados, em cargos de carreira,
providos, na classe inicial, mediante concurso público de provas e títulos, assegurada a seus
integrantes a garantia da inamovibilidade e vedado o exercício da advocacia fora das atribuições
institucionais. (Renumerado do parágrafo único pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 2º Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia funcional e administrativa e


a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro dos limites estabelecidos na lei de diretrizes
orçamentárias e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
45, de 2004)

§ 3º Aplica-se o disposto no § 2º às Defensorias Públicas da União e do Distrito


Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 74, de 2013)

§ 4º São princípios institucionais da Defensoria Pública a unidade, a indivisibilidade e a independência


funcional, aplicando-se também, no que couber, o disposto no art. 93 e no inciso II do art. 96 desta Constituição
Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 80, de 2014)

Art. 135. Os servidores integrantes das carreiras disciplinadas nas Seções II e III deste Capítulo
serão remunerados na forma do art. 39, § 4º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

TÍTULO V
Da Defesa do Estado e Das Instituições Democráticas
CAPÍTULO I
DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO
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Seção I
DO ESTADO DE DEFESA

Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de


Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza.

§ 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração,


especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas
coercitivas a vigorarem, dentre as seguintes:

I - restrições aos direitos de:

a) reunião, ainda que exercida no seio das associações;

b) sigilo de correspondência;

c) sigilo de comunicação telegráfica e telefônica;

II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública,


respondendo a União pelos danos e custos decorrentes.

§ 2º O tempo de duração do estado de defesa não será superior a trinta dias, podendo ser
prorrogado uma vez, por igual período, se persistirem as razões que justificaram a sua decretação.

§ 3º Na vigência do estado de defesa:

I - a prisão por crime contra o Estado, determinada pelo executor da medida, será por este
comunicada imediatamente ao juiz competente, que a relaxará, se não for legal, facultado ao preso
requerer exame de corpo de delito à autoridade policial;

II - a comunicação será acompanhada de declaração, pela autoridade, do estado físico e mental


do detido no momento de sua autuação;

III - a prisão ou detenção de qualquer pessoa não poderá ser superior a dez dias, salvo quando
autorizada pelo Poder Judiciário;

IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.

§ 4º Decretado o estado de defesa ou sua prorrogação, o Presidente da República, dentro de


vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que
decidirá por maioria absoluta.

§ 5º Se o Congresso Nacional estiver em recesso, será convocado, extraordinariamente, no


prazo de cinco dias.

§ 6º O Congresso Nacional apreciará o decreto dentro de dez dias contados de seu


recebimento, devendo continuar funcionando enquanto vigorar o estado de defesa.

§ 7º Rejeitado o decreto, cessa imediatamente o estado de defesa.

Seção II
DO ESTADO DE SÍTIO

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Art. 137. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de


Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o estado de sítio nos
casos de:

I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia


de medida tomada durante o estado de defesa;

II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.

Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de


sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso
Nacional decidir por maioria absoluta.

Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará sua duração, as normas necessárias a sua
execução e as garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de publicado, o Presidente
da República designará o executor das medidas específicas e as áreas abrangidas.

§ 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta dias,
nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso II, poderá ser decretado por todo o
tempo que perdurar a guerra ou a agressão armada estrangeira.

§ 2º - Solicitada autorização para decretar o estado de sítio durante o recesso parlamentar, o


Presidente do Senado Federal, de imediato, convocará extraordinariamente o Congresso Nacional
para se reunir dentro de cinco dias, a fim de apreciar o ato.

§ 3º - O Congresso Nacional permanecerá em funcionamento até o término das medidas


coercitivas.

Art. 139. Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser
tomadas contra as pessoas as seguintes medidas:

I - obrigação de permanência em localidade determinada;

II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns;

III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à


prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;

IV - suspensão da liberdade de reunião;

V - busca e apreensão em domicílio;

VI - intervenção nas empresas de serviços públicos;

VII - requisição de bens.

Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de
parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.

Seção III
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 140. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará Comissão
composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das medidas
referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.

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Art. 141. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus efeitos, sem
prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou agentes.

Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso
Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal dos
atingidos e indicação das restrições aplicadas.

CAPÍTULO II
DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina,
sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia
dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no


preparo e no emprego das Forças Armadas.

§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das
que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
18, de 1998)

I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo
Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados,
sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos
uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido para a reserva, nos
termos da lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função
pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese
prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de
serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de
afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº


18, de 1998)

V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele
incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal
especial, em tempo de guerra; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois
anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso
anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

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VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no
art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar,
no art. 37, inciso XVI, alínea "c"; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77, de 2014)

IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de 19.12.2003)

X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e
outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a
remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as
peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos
internacionais e de guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.

§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo
de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de
crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter
essencialmente militar. (Regulamento)

§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz,


sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. (Regulamento)

CAPÍTULO III
DA SEGURANÇA PÚBLICA

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:

I - polícia federal;

II - polícia rodoviária federal;

III - polícia ferroviária federal;

IV - polícias civis;

V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.

§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:"(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e
interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras
infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão uniforme,
segundo se dispuser em lei;

II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o


descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de
competência;

III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.


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§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e


estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das rodovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente, organizado e mantido pela União e


estruturado em carreira, destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das ferrovias
federais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a


competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as
militares.

§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos


corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.

§ 6º As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército,


subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios.

§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela segurança


pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.

§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens,


serviços e instalações, conforme dispuser a lei.

§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo
será fixada na forma do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de trânsito, além de outras atividades


previstas em lei, que assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana eficiente; e (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, aos respectivos
órgãos ou entidades executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em Carreira, na forma da
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 82, de 2014)

TÍTULO VI
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Seção I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de


serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

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§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para
conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas


de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art.
155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art.
239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um
regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios, observado que: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - será opcional para o contribuinte; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos


pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou
condicionamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes


federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o objetivo
de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei,
estabelecer normas de igual objetivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não
for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os
impostos municipais.

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

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I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra


externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,


observado o disposto no art. 150, III, "b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será


vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no


domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de
sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus


servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja
alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da
União.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste


artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 33, de 2001)

II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada


pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso
de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)

§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa
jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e
III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de


consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

Seção II
DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;


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II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação


equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles
exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver
instituído ou aumentado;

b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou;

c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os
instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;(Incluído pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)

IV - utilizar tributo com efeito de confisco;

V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos


interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público;

VI - instituir impostos sobre:

a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;

b) templos de qualquer culto;

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;

d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras


musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na
etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda
Constitucional nº 75, de 15.10.2013)

§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I,
II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts.
148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos
nos arts. 155, III, e 156, I. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e


mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços,
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao patrimônio,


à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas
normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da
obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.

§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o


patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades
nelas mencionadas.

§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos
impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.

§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito


presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser
concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente
as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do
disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de


responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se
realize o fato gerador presumido.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Art. 151. É vedado à União:

I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território nacional ou que implique
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em
detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;

II - tributar a renda das obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos respectivos agentes públicos,
em níveis superiores aos que fixar para suas obrigações e para seus agentes;

III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos
Municípios.

Art. 152. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer
diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência
ou destino.

Seção III
DOS IMPOSTOS DA UNIÃO

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

I - importação de produtos estrangeiros;

II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;


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III - renda e proventos de qualquer natureza;

IV - produtos industrializados;

V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;

VI - propriedade territorial rural;

VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em


lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

§ 2º O imposto previsto no inciso III:

I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade,


na forma da lei;

§ 3º O imposto previsto no inciso IV:

I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o


montante cobrado nas anteriores;

III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior.

IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do
imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de


propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o
proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei,
desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia
fiscal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (Regulamento)

§ 5º O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial,


sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste
artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a
transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: (Vide Emenda Constitucional
nº 3, de 1993)

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I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem;

II - setenta por cento para o Município de origem.

Art. 154. A União poderá instituir:

I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados
nesta Constituição;

II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos


ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as
causas de sua criação.

Seção IV
DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de


transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as
prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº


3, de 1993)

§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de


1993)

I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do


bem, ou ao Distrito Federal

II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar


o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal;

III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar:

a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior;

b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário


processado no exterior;

IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;

§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 3, de 1993)
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I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à


circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores
pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;

II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:

a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou
prestações seguintes;

b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;

IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um


terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as
alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;

V - é facultado ao Senado Federal:

a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa


de um terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;

b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que
envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada
por dois terços de seus membros;

VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do


disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de
mercadorias e nas prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as
operações interestaduais;

VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final,
contribuinte ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota
interestadual e caberá ao Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à
diferença entre a alíquota interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015) (Produção de efeito)
a) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)
b) (revogada); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015)
VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença
entre a alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída: (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 87, de 2015) (Produção de efeito)
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 87, de 2015)
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 87, de 2015)

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379

IX - incidirá também:

a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou


jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua
finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado
onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou
serviço;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços
não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

X - não incidirá:

a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços
prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do
montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,


combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;

d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e


de sons e imagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42,
de 19.12.2003)

XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos


industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto
destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;

XII - cabe à lei complementar:

a) definir seus contribuintes;

b) dispor sobre substituição tributária;

c) disciplinar o regime de compensação do imposto;

d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local


das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;

e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros


produtos além dos mencionados no inciso X, "a";

f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e


exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;

g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal,


isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
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h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única


vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso
X, b; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) (Vide Emenda Constitucional nº
33, de 2001)

i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na


importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço.(Incluída pela Emenda Constitucional
nº 33, de 2001)

§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I
e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica,
serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do
País. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 33, de 2001)

I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de petróleo, o imposto


caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)

II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e
lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, o imposto será
repartido entre os Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade
que ocorre nas operações com as demais mercadorias; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 33, de 2001)

III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e lubrificantes e
combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, destinadas a não contribuinte, o
imposto caberá ao Estado de origem; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito


Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)

a) serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas por


produto; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada, ou ad valorem, incidindo


sobre o valor da operação ou sobre o preço que o produto ou seu similar alcançaria em uma
venda em condições de livre concorrência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)

c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto no art. 150,
III, b.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

§ 5º As regras necessárias à aplicação do disposto no § 4º, inclusive as relativas à


apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas mediante deliberação dos Estados e
do Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)
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§ 6º O imposto previsto no inciso III: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de


19.12.2003)

I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

II - poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.(Incluído pela


Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Seção V
DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

I - propriedade predial e territorial urbana;

II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como
cessão de direitos a sua aquisição;

III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o
imposto previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)

I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional


nº 29, de 2000)

II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 2º O imposto previsto no inciso II:

I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de


pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos
decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses
casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos,
locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil;

II - compete ao Município da situação do bem.

§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 37, de 2002)
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382

II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão
concedidos e revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 4º (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Seção VI
DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer


natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;

II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no


exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

Art. 158. Pertencem aos Municípios:

I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer


natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;

II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a


propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na
hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a


propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;

IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre


operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação.

Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, mencionadas no


inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios:

I - três quartos, no mínimo, na proporção do valor adicionado nas operações relativas à


circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, realizadas em seus territórios;

II - até um quarto, de acordo com o que dispuser lei estadual ou, no caso dos Territórios,
lei federal.

Art. 159. A União entregará: (Vide Emenda Constitucional nº 55, de 2007)

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I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza


e sobre produtos industrializados, 49% (quarenta e nove por cento), na seguinte
forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 84, de 2014)

a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos Estados e
do Distrito Federal;

b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação dos
Municípios;

c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das
Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter
regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-
árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer;

d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro
decêndio do mês de dezembro de cada ano; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 55, de
2007)

e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no
primeiro decêndio do mês de julho de cada ano; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 84,
de 2014)

II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, dez por cento


aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de
produtos industrializados.

III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico


prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os Estados e o Distrito Federal,
distribuídos na forma da lei, observada a destinação a que se refere o inciso II, c, do referido
parágrafo.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 44, de 2004)

§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto no inciso I,
excluir-se-á a parcela da arrecadação do imposto de renda e proventos de qualquer natureza
pertencente aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, nos termos do disposto nos
arts. 157, I, e 158, I.

§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a vinte por cento
do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual excedente ser distribuído entre os
demais participantes, mantido, em relação a esses, o critério de partilha nele estabelecido.

§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por cento dos
recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os critérios estabelecidos no art.
158, parágrafo único, I e II.

§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, vinte e
cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei a que se refere o
mencionado inciso. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

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Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos
atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, neles
compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos.

Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de
condicionarem a entrega de recursos: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)

I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 29, de 2000)

II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)

Art. 161. Cabe à lei complementar:

I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, I;

II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, especialmente
sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso I, objetivando promover o
equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre Municípios;

III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das quotas e da


liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 e 159.

Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas referentes
aos fundos de participação a que alude o inciso II.

Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, até o


último dia do mês subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos
arrecadados, os recursos recebidos, os valores de origem tributária entregues e a entregar e a
expressão numérica dos critérios de rateio.

Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por Estado e por
Município; os dos Estados, por Município.

CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Seção I
NORMAS GERAIS

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I - finanças públicas;

II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais


entidades controladas pelo Poder Público;

III - concessão de garantias pelas entidades públicas;

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IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do


Distrito Federal e dos Municípios;

VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União,


resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao
desenvolvimento regional.

Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente
pelo banco central.

§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao


Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira.

§ 2º O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional,


com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.

§ 3º As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos


Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e
das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos
previstos em lei.

Seção II
DOS ORÇAMENTOS

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:

I - o plano plurianual;

II - as diretrizes orçamentárias;

III - os orçamentos anuais.

§ 1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as


diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e
outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da


administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na
legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.

§ 3º O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre,
relatório resumido da execução orçamentária.

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
386

§ 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição


serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso
Nacional.

§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá:

I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;

II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente,


detenha a maioria do capital social com direito a voto;

III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela


vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e
mantidos pelo Poder Público.

§ 6º O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do


efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia.

§ 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano


plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo
critério populacional.

§ 8º A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à


fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos
suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita,
nos termos da lei.

§ 9º Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização


do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;

II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e


indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.

III - dispor sobre critérios para a execução equitativa, além de procedimentos que serão
adotados quando houver impedimentos legais e técnicos, cumprimento de restos a pagar e
limitação das programações de caráter obrigatório, para a realização do disposto no § 11 do
art. 166. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao


orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso
Nacional, na forma do regimento comum.

§ 1º Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados:

I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas
apresentadas anualmente pelo Presidente da República;
Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
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referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais


previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem
prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de
acordo com o art. 58.

§ 2º As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional.

§ 3º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem


somente podem ser aprovadas caso:

I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;

II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de


despesa, excluídas as que incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal;


ou

III - sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§ 4º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas


quando incompatíveis com o plano plurianual.

§ 5º O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para


propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação,
na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta.

§ 6º Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento


anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei
complementar a que se refere o art. 165, § 9º.

§ 7º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto
nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo.

§ 8º Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei


orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o
caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização
legislativa.

§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de


1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto
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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a
ações e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto
no § 9º, inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art.
198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se
refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por
cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a
execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art.
165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de
execução obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação
prevista no §11 deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios,
independerá da adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo
da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que
trata o caput do art. 169. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a
programação, na forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo,
o Poder Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão
ao Poder Legislativo as justificativas do impedimento; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 86, de 2015)
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo
indicará ao Poder Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja
insuperável; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder
Executivo encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo
impedimento seja insuperável; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no
inciso III, o Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será
implementado por ato do Poder Executivo, nos termos previstos na lei
orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 15. Após o prazo previsto no inciso IV do § 14, as programações orçamentárias
previstas no § 11 não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos justificados
na notificação prevista no inciso I do § 14. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de
2015)
§ 16. Os restos a pagar poderão ser considerados para fins de cumprimento da execução
financeira prevista no § 11 deste artigo, até o limite de 0,6% (seis décimos por cento) da

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
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receita corrente líquida realizada no exercício anterior. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 86, de 2015)
§ 17. Se for verificado que a reestimativa da receita e da despesa poderá resultar no não
cumprimento da meta de resultado fiscal estabelecida na lei de diretrizes orçamentárias, o
montante previsto no § 11 deste artigo poderá ser reduzido em até a mesma proporção da
limitação incidente sobre o conjunto das despesas discricionárias. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)
§ 18. Considera-se equitativa a execução das programações de caráter obrigatório que
atenda de forma igualitária e impessoal às emendas apresentadas, independentemente da
autoria. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

Art. 167. São vedados:

I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;

II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos


orçamentários ou adicionais;

III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de


capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com
finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;

IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a


repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a
destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e
desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como
determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias
às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o
disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e


sem indicação dos recursos correspondentes;

VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;

VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos


fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações
e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º;

IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa.

X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por


antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras,
para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
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XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a,
e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de
previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado
sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de
responsabilidade.

§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem


autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do
exercício financeiro subseqüente.

§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas


imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.

§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os


arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação
de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

§ 5º A transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de


programação para outra poderão ser admitidos, no âmbito das atividades de ciência, tecnologia e
inovação, com o objetivo de viabilizar os resultados de projetos restritos a essas funções, mediante
ato do Poder Executivo, sem necessidade da prévia autorização legislativa prevista no inciso VI deste
artigo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério
Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos,


empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de
pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do
parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de


pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas


públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação
aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais
ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos
limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado
na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
adotarão as seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de
confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998) (Vide Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para
assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor
estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes
especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de
pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização
correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 19, de 1998)

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto,
vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo
de quatro anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto
no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

TÍTULO VII
Da Ordem Econômica e Financeira
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:

I - soberania nacional;

II - propriedade privada;

III - função social da propriedade;

IV - livre concorrência;

V - defesa do consumidor;

VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto


ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

VII - redução das desigualdades regionais e sociais;

VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis


brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 6, de 1995)

Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica,


independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.
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Art. 171. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)

Art. 172. A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital
estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional
ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista


e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens
ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e
obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios


da administração pública; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a


participação de acionistas minoritários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos


administradores.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios


fiscais não extensivos às do setor privado.

§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.

§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à
eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros.

§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica,


estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos
atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.

Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na
forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o
setor público e indicativo para o setor privado.

§ 1º A lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional


equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

§ 2º A lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.

§ 3º O Estado favorecerá a organização da atividade garimpeira em cooperativas, levando em


conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.

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§ 4º As cooperativas a que se refere o parágrafo anterior terão prioridade na autorização ou


concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde
estejam atuando, e naquelas fixadas de acordo com o art. 21, XXV, na forma da lei.

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão
ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter


especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e
rescisão da concessão ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - política tarifária;

IV - a obrigação de manter serviço adequado.

Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia
hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e
pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.

§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais a que se


refere o "caput" deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da
União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que
tenha sua sede e administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições específicas
quando essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 6, de 1995)

§ 2º - É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no


valor que dispuser a lei.

§ 3º A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e


concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente,
sem prévia anuência do poder concedente.

§ 4º Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia


renovável de capacidade reduzida.

Art. 177. Constituem monopólio da União:

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades
previstas nos incisos anteriores;

IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de


petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus
derivados e gás natural de qualquer origem;

V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de


minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção,
comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as
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alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 49, de 2006)

§ 1º A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades
previstas nos incisos I a IV deste artigo observadas as condições estabelecidas em lei. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

§ 2º A lei a que se refere o § 1º disporá sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de


1995)

I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional; (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

II - as condições de contratação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 9, de 1995)

§ 3º A lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território


nacional. (Renumerado de § 2º para 3º pela Emenda Constitucional nº 9, de 1995)

§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades


de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e
álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
33, de 2001)

I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150,III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

II - os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de


2001)

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus


derivados e derivados de petróleo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do


gás; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 33, de 2001)

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo,
quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o
princípio da reciprocidade. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)

Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o


transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações
estrangeiras. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 7, de 1995)

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas


e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a

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incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e


creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.

Art. 180. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o


turismo como fator de desenvolvimento social e econômico.

Art. 181. O atendimento de requisição de documento ou informação de natureza comercial, feita


por autoridade administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou
domiciliada no País dependerá de autorização do Poder competente.

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA URBANA

Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal,
conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.

§ 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de
vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.

§ 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais
de ordenação da cidade expressas no plano diretor.

§ 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em


dinheiro.

§ 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano
diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou
não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:

I - parcelamento ou edificação compulsórios;

II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;

III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de
sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.

§ 1º O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a


ambos, independentemente do estado civil.

§ 2º Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

§ 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

CAPÍTULO III
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o
imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em
títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte
anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
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§ 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro.

§ 2º O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária,
autoriza a União a propor a ação de desapropriação.

§ 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário,


para o processo judicial de desapropriação.

§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o
montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.

§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de


imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:

I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não
possua outra;

II - a propriedade produtiva.

Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para
o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.

Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente,
segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I - aproveitamento racional e adequado;

II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação
efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores
de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:

I - os instrumentos creditícios e fiscais;

II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;

III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia;

IV - a assistência técnica e extensão rural;

V - o seguro agrícola;

VI - o cooperativismo;

VII - a eletrificação rural e irrigação;

VIII - a habitação para o trabalhador rural.

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§ 1º Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais, agropecuárias,


pesqueiras e florestais.

§ 2º Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária.

Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola
e com o plano nacional de reforma agrária.

§ 1º A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois
mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de
prévia aprovação do Congresso Nacional.

§ 2º Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras


públicas para fins de reforma agrária.

Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos
de domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.

Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à


mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei.

Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa
física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso
Nacional.

Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por
cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta
hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-
lhe-á a propriedade.

Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

CAPÍTULO IV
DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento


equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem,
abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão,
inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

I - (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

II - (Revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

III - (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

a) (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

b) (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

IV - (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

V -(Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

VI - (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)


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VII - (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

VIII - (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

§ 1°- (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

§ 2°- (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

§ 3°- (Revogado) (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003)

TÍTULO VIII
Da Ordem Social
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a
justiça sociais.

CAPÍTULO II
DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência
e à assistência social.

Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social,
com base nos seguintes objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

V - eqüidade na forma de participação no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento;

VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite,


com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos
colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta,
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes


sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à


pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)
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b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição


sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art.
201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído


pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade


social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.

§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos


órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e
prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de
seus recursos.

§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei,
não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios.

§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da


seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou


estendido sem a correspondente fonte de custeio total.

§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes
aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de


assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como


os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem
empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma
alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da
lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou
bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-
deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e
ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os
incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei
complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
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§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes
na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)

§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial,


da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o
faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Seção II
DA SAÚDE

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público
dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução
ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito
privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos
serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além
de outras fontes. (Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e


serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados
sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo
ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se
refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II,
deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)

III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que
se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos,
estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 86, de 2015)

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II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios,
objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 29, de 2000)

III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas
federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de


saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a
natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído
pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006)

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes
para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência
financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do
referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento

§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição


Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente
de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos
específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de
2006)

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de


saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência
as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições


privadas com fins lucrativos.

§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na


assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos
e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de
comercialização.

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e


participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros
insumos;

II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do


trabalhador;

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;

IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;

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V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a


inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem


como bebidas e águas para consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de


substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

Seção III
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 20, de 1998)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela


Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa


renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e


dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de


aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de
atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e
quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005)

§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do


segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)

§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão


devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente,


o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de
1998)

§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado


facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

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§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos
do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei,


obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se


mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido
em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas
atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o
pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos,
para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério
na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)

§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição


na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes
de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em
lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida


concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. (Incluído dada pela
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para
efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma
da lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores
de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico
no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes
acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 47, de 2005)

§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá
alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência
social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005

Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma


autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição
de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de


benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de
seus respectivos planos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos


estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o
contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não
integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
404

§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados,


Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual,
em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou


Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas
controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência
privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 20, de 1998)

§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às


empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando
patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 20, de 1998)

§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para a


designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará
a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam
objeto de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Seção IV
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:

I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;

II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua


integração à vida comunitária;

V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao


idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua
família, conforme dispuser a lei.

Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos
do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com
base nas seguintes diretrizes:

I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera


federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal,
bem como a entidades beneficentes e de assistência social;

II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das


políticas e no controle das ações em todos os níveis.

Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à
inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a
aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
405

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

CAPÍTULO III
DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO
Seção I
DA EDUCAÇÃO

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e


privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de


carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII - garantia de padrão de qualidade.

VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos
termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais


da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de
carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão


financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e
extensão.

§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na


forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e


tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
406

I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade,
assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº
59, de 2009)

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda


Constitucional nº 14, de 1996)

III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na


rede regular de ensino;

IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de


idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;

VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular,


importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a


chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:

I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;

II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.

Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar
formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e regionais.

§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental.

§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às


comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de


colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições


de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de
forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino
mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
407

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação


infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

§ 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e


médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)

§ 4º Na organização de seus sistemas de ensino, a União, os Estados, o Distrito Federal e os


Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino
obrigatório. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

§ 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela


Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal
e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.

§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito


Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para
efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.

§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no "caput" deste artigo, serão considerados os


sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.

§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das


necessidades do ensino obrigatório, no que se refere a universalização, garantia de padrão de
qualidade e equidade, nos termos do plano nacional de educação. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)

§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208,


VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos
orçamentários.

§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social
do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)

§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-


educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na
educação básica nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)

Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a
escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que:

I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação;

II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou


confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades.

§ 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas de estudo para o
ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos,
quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do
educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na
localidade.

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
408

§ 2º As atividades de pesquisa, de extensão e de estímulo e fomento à inovação realizadas por


universidades e/ou por instituições de educação profissional e tecnológica poderão receber apoio
financeiro do Poder Público. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo
de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos,
metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino
em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos
das diferentes esferas federativas que conduzam a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
59, de 2009)

I - erradicação do analfabetismo;

II - universalização do atendimento escolar;

III - melhoria da qualidade do ensino;

IV - formação para o trabalho;

V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

VI - estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção


do produto interno bruto. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

Seção II
DA CULTURA

Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes
da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e


das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

2º A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os diferentes
segmentos étnicos nacionais.

3º A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao


desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem
à: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº


48, de 2005)

II produção, promoção e difusão de bens culturais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48,
de 2005)

III formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múltiplas


dimensões; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)

IV democratização do acesso aos bens de cultura; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48,
de 2005)

V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de


2005)

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
409

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória
dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I - as formas de expressão;

II - os modos de criar, fazer e viver;

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações


artístico-culturais;

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,


paleontológico, ecológico e científico.

§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio


cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de
outras formas de acautelamento e preservação.

§ 2º Cabem à administração pública, na forma da lei, a gestão da documentação governamental


e as providências para franquear sua consulta a quantos dela necessitem.

§ 3º A lei estabelecerá incentivos para a produção e o conhecimento de bens e valores culturais.

§ 4º Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.

§ 5º Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas


dos antigos quilombos.

§ 6º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a fundo estadual de fomento à cultura
até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, para o financiamento de programas e
projetos culturais, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações
apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

Art. 216-A. O Sistema Nacional de Cultura, organizado em regime de colaboração, de forma


descentralizada e participativa, institui um processo de gestão e promoção conjunta de políticas
públicas de cultura, democráticas e permanentes, pactuadas entre os entes da Federação e a
sociedade, tendo por objetivo promover o desenvolvimento humano, social e econômico com pleno
exercício dos direitos culturais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012)

§ 1º O Sistema Nacional de Cultura fundamenta-se na política nacional de cultura e nas suas


diretrizes, estabelecidas no Plano Nacional de Cultura, e rege-se pelos seguintes princípios: Incluído
pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

I - diversidade das expressões culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
410

II - universalização do acesso aos bens e serviços culturais; Incluído pela Emenda


Constitucional nº 71, de 2012

III - fomento à produção, difusão e circulação de conhecimento e bens culturais; Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012

IV - cooperação entre os entes federados, os agentes públicos e privados atuantes na área


cultural; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

V - integração e interação na execução das políticas, programas, projetos e ações


desenvolvidas; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VI - complementaridade nos papéis dos agentes culturais; Incluído pela Emenda


Constitucional nº 71, de 2012

VII - transversalidade das políticas culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de
2012

VIII - autonomia dos entes federados e das instituições da sociedade civil; Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012

IX - transparência e compartilhamento das informações; Incluído pela Emenda Constitucional


nº 71, de 2012

X - democratização dos processos decisórios com participação e controle social; Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012

XI - descentralização articulada e pactuada da gestão, dos recursos e das ações; Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012

XII - ampliação progressiva dos recursos contidos nos orçamentos públicos para a
cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

§ 2º Constitui a estrutura do Sistema Nacional de Cultura, nas respectivas esferas da


Federação: Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

I - órgãos gestores da cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

II - conselhos de política cultural; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

III - conferências de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

IV - comissões intergestores; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

V - planos de cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VI - sistemas de financiamento à cultura; Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

VII - sistemas de informações e indicadores culturais; Incluído pela Emenda Constitucional nº


71, de 2012

VIII - programas de formação na área da cultura; e Incluído pela Emenda Constitucional nº 71,
de 2012

IX - sistemas setoriais de cultura. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
411

§ 3º Lei federal disporá sobre a regulamentação do Sistema Nacional de Cultura, bem como de
sua articulação com os demais sistemas nacionais ou políticas setoriais de governo. Incluído pela
Emenda Constitucional nº 71, de 2012

§ 4º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão seus respectivos sistemas de


cultura em leis próprias. Incluído pela Emenda Constitucional nº 71, de 2012

Seção III
DO DESPORTO

Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de
cada um, observados:

I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e


funcionamento;

II - a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em


casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;

III - o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não- profissional;

IV - a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.

§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas


após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.

§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do


processo, para proferir decisão final.

§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.

CAPÍTULO IV
DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a


capacitação científica e tecnológica e a inovação. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85,
de 2015)

§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo


em vista o bem público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas


brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.

§ 3º O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa,


tecnologia e inovação, inclusive por meio do apoio às atividades de extensão tecnológica, e
concederá aos que delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

§ 4º A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia


adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem
sistemas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos
ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho.

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
412

§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a
entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.

§ 6º O Estado, na execução das atividades previstas no caput , estimulará a articulação entre


entes, tanto públicos quanto privados, nas diversas esferas de governo. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)

§ 7º O Estado promoverá e incentivará a atuação no exterior das instituições públicas de ciência,


tecnologia e inovação, com vistas à execução das atividades previstas no caput. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar
o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica
do País, nos termos de lei federal.

Parágrafo único. O Estado estimulará a formação e o fortalecimento da inovação nas empresas,


bem como nos demais entes, públicos ou privados, a constituição e a manutenção de parques e
polos tecnológicos e de demais ambientes promotores da inovação, a atuação dos inventores
independentes e a criação, absorção, difusão e transferência de tecnologia. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar instrumentos
de cooperação com órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o
compartilhamento de recursos humanos especializados e capacidade instalada, para a execução de
projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante
contrapartida financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em
regime de colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o
desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85,
de 2015)

§ 1º Lei federal disporá sobre as normas gerais do SNCTI. (Incluído pela Emenda Constitucional
nº 85, de 2015)

§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorrentemente sobre suas


peculiaridades. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

CAPÍTULO V
DA COMUNICAÇÃO SOCIAL

Art. 220. A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer


forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.

§ 1º Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de
informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º,
IV, V, X, XIII e XIV.

§ 2º É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

§ 3º Compete à lei federal:

I - regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a


natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua
apresentação se mostre inadequada;

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
413

II - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se


defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art.
221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e
ao meio ambiente.

§ 4º A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e


terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá,
sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso.

§ 5º Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de


monopólio ou oligopólio.

§ 6º A publicação de veículo impresso de comunicação independe de licença de autoridade.

Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos
seguintes princípios:

I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;

II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive


sua divulgação;

III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais


estabelecidos em lei;

IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é


privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 36, de 2002)

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e do capital votante das
empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou
indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão
obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da programação. (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação veiculada


são privativas de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de
comunicação social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente da tecnologia utilizada para


a prestação do serviço, deverão observar os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei
específica, que também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na execução de produções
nacionais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas empresas de que trata o §


1º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o § 1º serão comunicadas


ao Congresso Nacional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 36, de 2002)

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
414

Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar concessão, permissão e autorização
para o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens, observado o princípio da
complementaridade dos sistemas privado, público e estatal.

§ 1º O Congresso Nacional apreciará o ato no prazo do art. 64, § 2º e § 4º, a contar do


recebimento da mensagem.

§ 2º A não renovação da concessão ou permissão dependerá de aprovação de, no mínimo, dois


quintos do Congresso Nacional, em votação nominal.

§ 3º O ato de outorga ou renovação somente produzirá efeitos legais após deliberação do


Congresso Nacional, na forma dos parágrafos anteriores.

§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de vencido o prazo, depende de


decisão judicial.

§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para as emissoras de rádio e de


quinze para as de televisão.

Art. 224. Para os efeitos do disposto neste capítulo, o Congresso Nacional instituirá, como seu
órgão auxiliar, o Conselho de Comunicação Social, na forma da lei.

CAPÍTULO VI
DO MEIO AMBIENTE

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever
de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das


espécies e ecossistemas; (Regulamento)

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as


entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; (Regulamento) (Regulamento)

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a


serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei,
vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua
proteção;(Regulamento)

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de


significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade; (Regulamento)

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias


que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; (Regulamento)

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública


para a preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua
função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade. (Regulamento)

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.

§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,


pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.

§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-


Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos
recursos naturais.

§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações


discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei
federal, sem o que não poderão ser instaladas.

CAPÍTULO VII
Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.

§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração.

§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei.

§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher
como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais
e seus descendentes.

§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo


homem e pela mulher.

§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 66, de 2010)

§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o


planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais
e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições
oficiais ou privadas.

§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram,


criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao


jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

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§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, do adolescente


e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas específicas
e obedecendo aos seguintes preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na assistência materno-


infantil;

II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para as pessoas portadoras


de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem
portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do
acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as
formas de discriminação. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e
de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência.

§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º,
XXXIII;

II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; (Redação dada Pela
Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na


relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar
específica;

V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de


pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;

VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos
termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou
abandonado;

VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem


dependente de entorpecentes e drogas afins.(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de
2010)

§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do


adolescente.

§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e
condições de sua efetivação por parte de estrangeiros.

§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos


direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o


disposto no art. 204.

§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

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I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; (Incluído Pela Emenda
Constitucional nº 65, de 2010)

II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas
do poder público para a execução de políticas públicas. (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65,
de 2010)

Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da
legislação especial.

Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores
têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade.

Art. 230. A família, a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas,
assegurando sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-
lhes o direito à vida.

§ 1º Os programas de amparo aos idosos serão executados preferencialmente em seus lares.

§ 2º Aos maiores de sessenta e cinco anos é garantida a gratuidade dos transportes coletivos
urbanos.

CAPÍTULO VIII
DOS ÍNDIOS

Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e
tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União
demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

§ 1º São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos
recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural,
segundo seus usos, costumes e tradições.

§ 2º As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente,


cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a


lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do
Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos
resultados da lavra, na forma da lei.

§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas,
imprescritíveis.

§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, "ad referendum" do
Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no
interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer
hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.

§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a
ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas
naturais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da
União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a
indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da
ocupação de boa fé.
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§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.

Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em
juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do
processo.

TÍTULO IX
Das Disposições Constitucionais Gerais

Art. 233. (Revogado pela Emenda Constitucional nº 28, de 25/05/2000)

Art. 234. É vedado à União, direta ou indiretamente, assumir, em decorrência da criação de


Estado, encargos referentes a despesas com pessoal inativo e com encargos e amortizações da
dívida interna ou externa da administração pública, inclusive da indireta.

Art. 235. Nos dez primeiros anos da criação de Estado, serão observadas as seguintes normas
básicas:

I - a Assembléia Legislativa será composta de dezessete Deputados se a população do Estado


for inferior a seiscentos mil habitantes, e de vinte e quatro, se igual ou superior a esse número, até
um milhão e quinhentos mil;

II - o Governo terá no máximo dez Secretarias;

III - o Tribunal de Contas terá três membros, nomeados, pelo Governador eleito, dentre
brasileiros de comprovada idoneidade e notório saber;

IV - o Tribunal de Justiça terá sete Desembargadores;

V - os primeiros Desembargadores serão nomeados pelo Governador eleito, escolhidos da


seguinte forma:

a) cinco dentre os magistrados com mais de trinta e cinco anos de idade, em exercício na área
do novo Estado ou do Estado originário;

b) dois dentre promotores, nas mesmas condições, e advogados de comprovada idoneidade e


saber jurídico, com dez anos, no mínimo, de exercício profissional, obedecido o procedimento fixado
na Constituição;

VI - no caso de Estado proveniente de Território Federal, os cinco primeiros Desembargadores


poderão ser escolhidos dentre juízes de direito de qualquer parte do País;

VII - em cada Comarca, o primeiro Juiz de Direito, o primeiro Promotor de Justiça e o primeiro
Defensor Público serão nomeados pelo Governador eleito após concurso público de provas e títulos;

VIII - até a promulgação da Constituição Estadual, responderão pela Procuradoria-Geral, pela


Advocacia-Geral e pela Defensoria-Geral do Estado advogados de notório saber, com trinta e cinco
anos de idade, no mínimo, nomeados pelo Governador eleito e demissíveis "ad nutum";

IX - se o novo Estado for resultado de transformação de Território Federal, a transferência de


encargos financeiros da União para pagamento dos servidores optantes que pertenciam à
Administração Federal ocorrerá da seguinte forma:

a) no sexto ano de instalação, o Estado assumirá vinte por cento dos encargos financeiros para
fazer face ao pagamento dos servidores públicos, ficando ainda o restante sob a responsabilidade da
União;
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b) no sétimo ano, os encargos do Estado serão acrescidos de trinta por cento e, no oitavo, dos
restantes cinqüenta por cento;

X - as nomeações que se seguirem às primeiras, para os cargos mencionados neste artigo,


serão disciplinadas na Constituição Estadual;

XI - as despesas orçamentárias com pessoal não poderão ultrapassar cinqüenta por cento da
receita do Estado.

Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do
Poder Público. (Regulamento)

§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal dos notários, dos
oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.

§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos
praticados pelos serviços notariais e de registro. (Regulamento)

§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e


títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento
ou de remoção, por mais de seis meses.

Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos
interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda.

Art. 238. A lei ordenará a venda e revenda de combustíveis de petróleo, álcool carburante e
outros combustíveis derivados de matérias-primas renováveis, respeitados os princípios desta
Constituição.

Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social,
criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do
Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970,
passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o
programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo. (Regulamento)

§ 1º Dos recursos mencionados no "caput" deste artigo, pelo menos quarenta por cento serão
destinados a financiar programas de desenvolvimento econômico, através do Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social, com critérios de remuneração que lhes preservem o valor.

§ 2º Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social e do Programa de Formação


do Patrimônio do Servidor Público são preservados, mantendo-se os critérios de saque nas situações
previstas nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de casamento, ficando vedada a
distribuição da arrecadação de que trata o "caput" deste artigo, para depósito nas contas individuais
dos participantes.

§ 3º Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de


Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois
salários mínimos de remuneração mensal, é assegurado o pagamento de um salário mínimo anual,
computado neste valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já participavam
dos referidos programas, até a data da promulgação desta Constituição.

§ 4º O financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição adicional da empresa


cujo índice de rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na
forma estabelecida por lei.

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Art. 240. Ficam ressalvadas do disposto no art. 195 as atuais contribuições compulsórias dos
empregadores sobre a folha de salários, destinadas às entidades privadas de serviço social e de
formação profissional vinculadas ao sistema sindical.

Art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os
consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão
associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços,
pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 242. O princípio do art. 206, IV, não se aplica às instituições educacionais oficiais criadas por
lei estadual ou municipal e existentes na data da promulgação desta Constituição, que não sejam
total ou preponderantemente mantidas com recursos públicos.

§ 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e


etnias para a formação do povo brasileiro.

§ 2º O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.

Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas
culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão
expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer
indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que
couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 81, de 2014)

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e
reverterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 81, de 2014)

Art. 244. A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios de uso público e dos
veículos de transporte coletivo atualmente existentes a fim de garantir acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência, conforme o disposto no art. 227, § 2º.

Art. 245. A lei disporá sobre as hipóteses e condições em que o Poder Público dará assistência
aos herdeiros e dependentes carentes de pessoas vitimadas por crime doloso, sem prejuízo da
responsabilidade civil do autor do ilícito.

Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da


Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de
janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda, inclusive. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)

Art. 247. As leis previstas no inciso III do § 1º do art. 41 e no § 7º do art. 169


estabelecerão critérios e garantias especiais para a perda do cargo pelo servidor público
estável que, em decorrência das atribuições de seu cargo efetivo, desenvolva atividades
exclusivas de Estado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Parágrafo único. Na hipótese de insuficiência de desempenho, a perda do cargo somente


ocorrerá mediante processo administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a
ampla defesa. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Art. 248. Os benefícios pagos, a qualquer título, pelo órgão responsável pelo regime geral
de previdência social, ainda que à conta do Tesouro Nacional, e os não sujeitos ao limite

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máximo de valor fixado para os benefícios concedidos por esse regime observarão os limites
fixados no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 249. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento de proventos de


aposentadoria e pensões concedidas aos respectivos servidores e seus dependentes, em adição aos
recursos dos respectivos tesouros, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
constituir fundos integrados pelos recursos provenientes de contribuições e por bens, direitos e ativos
de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e administração desses
fundos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Art. 250. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento dos benefícios concedidos
pelo regime geral de previdência social, em adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá
constituir fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá
sobre a natureza e administração desse fundo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

Brasília, 5 de outubro de 1988.

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3. LEI Nº 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997.


DEFINE OS CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITO DE RAÇA
Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716,
de 5 de janeiro de 1989, que define os
crimes resultantes de preconceito de
raça ou de cor, e acrescenta parágrafo
ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de
7 de dezembro de 1940.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passam a vigorar com a


seguinte redação: "Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional."

"Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional.
Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos,


distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do
nazismo.
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza:
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a


pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.

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§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da


decisão, a destruição do material apreendido."

Art. 2º O art. 140 do Código Penal fica acrescido do seguinte parágrafo:


"Art. 140. .............................................................................................................
§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou
origem:
Pena: reclusão de um a três anos e multa."

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente o art. 1º da Lei nº 8.081, de
21 de setembro de 1990, e a Lei nº 8.882, de 3 de junho de 1994.

Brasília, 13 de maio de 1997; 176º da Independência e 109º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Milton Seligman
Este texto não substitui o publicado no DOU de 14.5.1997

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4. LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.


DEFINE OS CRIMES DE TORTURA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Constitui crime de tortura: constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou
grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal
ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não
resultante de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro
a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:
I - se o crime é cometido por agente público;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou
maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
III - se o crime é cometido mediante sequestro.

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para


seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.

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referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
425

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do
Adolescente.

Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Nelson A. Jobim
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.4.1997
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9455.htm

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426

5. LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999.

Estabelece normas para a organização e a


manutenção de programas especiais de
proteção a vítimas e a testemunhas
ameaçadas, institui o Programa Federal de
Assistência a Vítimas e a Testemunhas
Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de
acusados ou condenados que tenham
voluntariamente prestado efetiva colaboração à
investigação policial e ao processo criminal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DA PROTEÇÃO ESPECIAL A VÍTIMAS E A TESTEMUNHAS

Art. 1o As medidas de proteção requeridas por vítimas ou por testemunhas de crimes que
estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação ou
processo criminal serão prestadas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito
das respectivas competências, na forma de programas especiais organizados com base nas
disposições desta Lei.

§ 1o A União, os Estados e o Distrito Federal poderão celebrar convênios, acordos, ajustes ou


termos de parceria entre si ou com entidades não-governamentais objetivando a realização dos
programas.

§ 2o A supervisão e a fiscalização dos convênios, acordos, ajustes e termos de parceria de


interesse da União ficarão a cargo do órgão do Ministério da Justiça com atribuições para a
execução da política de direitos humanos.

Art. 2o A proteção concedida pelos programas e as medidas dela decorrentes levarão em


conta a gravidade da coação ou da ameaça à integridade física ou psicológica, a dificuldade de
preveni-las ou reprimi-las pelos meios convencionais e a sua importância para a produção da
prova.

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427

§ 1o A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao cônjuge ou companheiro, ascendentes,


descendentes e dependentes que tenham convivência habitual com a vítima ou testemunha,
conforme o especificamente necessário em cada caso.

§ 2o Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja personalidade ou conduta seja


incompatível com as restrições de comportamento exigidas pelo programa, os condenados que
estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas
modalidades. Tal exclusão não trará prejuízo a eventual prestação de medidas de preservação
da integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública.

§ 3o O ingresso no programa, as restrições de segurança e demais medidas por ele adotadas


terão sempre a anuência da pessoa protegida, ou de seu representante legal.

§ 4o Após ingressar no programa, o protegido ficará obrigado ao cumprimento das normas por
ele prescritas.

§ 5o As medidas e providências relacionadas com os programas serão adotadas, executadas e


mantidas em sigilo pelos protegidos e pelos agentes envolvidos em sua execução.

Art. 3o Toda admissão no programa ou exclusão dele será precedida de consulta ao Ministério
Público sobre o disposto no art. 2o e deverá ser subseqüentemente comunicada à autoridade
policial ou ao juiz competente.

Art. 4o Cada programa será dirigido por um conselho deliberativo em cuja composição haverá
representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos públicos e privados
relacionados com a segurança pública e a defesa dos direitos humanos.

§ 1o A execução das atividades necessárias ao programa ficará a cargo de um dos órgãos


representados no conselho deliberativo, devendo os agentes dela incumbidos ter formação e
capacitação profissional compatíveis com suas tarefas.

§ 2o Os órgãos policiais prestarão a colaboração e o apoio necessários à execução de cada


programa.

Art. 5o A solicitação objetivando ingresso no programa poderá ser encaminhada ao órgão


executor:

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428

I - pelo interessado;
II - por representante do Ministério Público;
III - pela autoridade policial que conduz a investigação criminal;
IV - pelo juiz competente para a instrução do processo criminal;
V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de defesa dos direitos humanos.

§ 1o A solicitação será instruída com a qualificação da pessoa a ser protegida e com


informações sobre a sua vida pregressa, o fato delituoso e a coação ou ameaça que a motiva.

§ 2o Para fins de instrução do pedido, o órgão executor poderá solicitar, com a aquiescência
do interessado:

I - documentos ou informações comprobatórios de sua identidade, estado civil, situação


profissional, patrimônio e grau de instrução, e da pendência de obrigações civis,
administrativas, fiscais, financeiras ou penais;

II - exames ou pareceres técnicos sobre a sua personalidade, estado físico ou psicológico.

§ 3o Em caso de urgência e levando em consideração a procedência, gravidade e a iminência


da coação ou ameaça, a vítima ou testemunha poderá ser colocada provisoriamente sob a
custódia de órgão policial, pelo órgão executor, no aguardo de decisão do conselho
deliberativo, com comunicação imediata a seus membros e ao Ministério Público.

Art. 6o O conselho deliberativo decidirá sobre:

I - o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão;


II - as providências necessárias ao cumprimento do programa.

Parágrafo único. As deliberações do conselho serão tomadas por maioria absoluta de seus
membros e sua execução ficará sujeita à disponibilidade orçamentária.

Art. 7o Os programas compreendem, dentre outras, as seguintes medidas, aplicáveis isolada


ou cumulativamente em benefício da pessoa protegida, segundo a gravidade e as
circunstâncias de cada caso:

I - segurança na residência, incluindo o controle de telecomunicações;

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429

II - escolta e segurança nos deslocamentos da residência, inclusive para fins de trabalho ou


para a prestação de depoimentos;
III - transferência de residência ou acomodação provisória em local compatível com a
proteção;
IV - preservação da identidade, imagem e dados pessoais;
V - ajuda financeira mensal para prover as despesas necessárias à subsistência individual ou
familiar, no caso de a pessoa protegida estar impossibilitada de desenvolver trabalho regular
ou de inexistência de qualquer fonte de renda;
VI - suspensão temporária das atividades funcionais, sem prejuízo dos respectivos
vencimentos ou vantagens, quando servidor público ou militar;
VII - apoio e assistência social, médica e psicológica;
VIII - sigilo em relação aos atos praticados em virtude da proteção concedida;
IX - apoio do órgão executor do programa para o cumprimento de obrigações civis e
administrativas que exijam o comparecimento pessoal.

Parágrafo único. A ajuda financeira mensal terá um teto fixado pelo conselho deliberativo no
início de cada exercício financeiro.

Art. 8o Quando entender necessário, poderá o conselho deliberativo solicitar ao Ministério


Público que requeira ao juiz a concessão de medidas cautelares direta ou indiretamente
relacionadas com a eficácia da proteção.

Art. 9o Em casos excepcionais e considerando as características e gravidade da coação ou


ameaça, poderá o conselho deliberativo encaminhar requerimento da pessoa protegida ao juiz
competente para registros públicos objetivando a alteração de nome completo.

§ 1o A alteração de nome completo poderá estender-se às pessoas mencionadas no § 1o do art.


2o desta Lei, inclusive aos filhos menores, e será precedida das providências necessárias ao
resguardo de direitos de terceiros.

§ 2o O requerimento será sempre fundamentado e o juiz ouvirá previamente o Ministério


Público, determinando, em seguida, que o procedimento tenha rito sumaríssimo e corra em
segredo de justiça.

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430

§ 3o Concedida a alteração pretendida, o juiz determinará na sentença, observando o sigilo


indispensável à proteção do interessado:

I - a averbação no registro original de nascimento da menção de que houve alteração de nome


completo em conformidade com o estabelecido nesta Lei, com expressa referência à sentença
autorizatória e ao juiz que a exarou e sem a aposição do nome alterado;

II - a determinação aos órgãos competentes para o fornecimento dos documentos decorrentes


da alteração;

III - a remessa da sentença ao órgão nacional competente para o registro único de


identificação civil, cujo procedimento obedecerá às necessárias restrições de sigilo.

§ 4o O conselho deliberativo, resguardado o sigilo das informações, manterá controle sobre a


localização do protegido cujo nome tenha sido alterado.

§ 5o Cessada a coação ou ameaça que deu causa à alteração, ficará facultado ao protegido
solicitar ao juiz competente o retorno à situação anterior, com a alteração para o nome
original, em petição que será encaminhada pelo conselho deliberativo e terá manifestação
prévia do Ministério Público.

Art. 10. A exclusão da pessoa protegida de programa de proteção a vítimas e a testemunhas


poderá ocorrer a qualquer tempo:

I - por solicitação do próprio interessado;


II - por decisão do conselho deliberativo, em consequência de:

a) cessação dos motivos que ensejaram a proteção;


b) conduta incompatível do protegido.

Art. 11. A proteção oferecida pelo programa terá a duração máxima de dois anos.

Parágrafo único. Em circunstâncias excepcionais, perdurando os motivos que autorizam a


admissão, a permanência poderá ser prorrogada.

Art. 12. Fica instituído, no âmbito do órgão do Ministério da Justiça com atribuições para a
execução da política de direitos humanos, o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a
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Testemunhas Ameaçadas, a ser regulamentado por decreto do Poder


Executivo. (Regulamento)

CAPÍTULO II
DA PROTEÇÃO AOS RÉUS COLABORADORES

Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a
consequente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado
efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa
colaboração tenha resultado:

I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa;


II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;
III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.

Parágrafo único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do


beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.

Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e
o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime, na
localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso
de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços.

Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na prisão ou fora dela, medidas
especiais de segurança e proteção a sua integridade física, considerando ameaça ou coação
eventual ou efetiva.

§ 1o Estando sob prisão temporária, preventiva ou em decorrência de flagrante delito, o


colaborador será custodiado em dependência separada dos demais presos.

§ 2o Durante a instrução criminal, poderá o juiz competente determinar em favor do


colaborador qualquer das medidas previstas no art. 8 odesta Lei.

§ 3o No caso de cumprimento da pena em regime fechado, poderá o juiz criminal determinar


medidas especiais que proporcionem a segurança do colaborador em relação aos demais
apenados.
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432

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 16. O art. 57 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, fica acrescido do seguinte §
7o:

"§ 7º Quando a alteração de nome for concedida em razão de fundada coação ou ameaça
decorrente de colaboração com a apuração de crime, o juiz competente determinará que haja a
averbação no registro de origem de menção da existência de sentença concessiva da alteração,
sem a averbação do nome alterado, que somente poderá ser procedida mediante determinação
posterior, que levará em consideração a cessação da coação ou ameaça que deu causa à
alteração."

Art. 17. O parágrafo único do art. 58 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, com a
redação dada pela Lei no 9.708, de 18 de novembro de 1998, passa a ter a seguinte redação:

"Parágrafo único. A substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação
ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em
sentença, de juiz competente, ouvido o Ministério Público." (NR)

Art. 18. O art. 18 da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 18. Ressalvado o disposto nos arts. 45, 57, § 7 o, e 95, parágrafo único, a certidão será
lavrada independentemente de despacho judicial, devendo mencionar o livro de registro ou o
documento arquivado no cartório." (NR)

Art. 19. A União poderá utilizar estabelecimentos especialmente destinados ao cumprimento


de pena de condenados que tenham prévia e voluntariamente prestado a colaboração de que
trata esta Lei.

Parágrafo único. Para fins de utilização desses estabelecimentos, poderá a União celebrar
convênios com os Estados e o Distrito Federal.

Art. 19-A. Terão prioridade na tramitação o inquérito e o processo criminal em que figure
indiciado, acusado, vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas pelos
programas de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.483, de 2011)
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Parágrafo único. Qualquer que seja o rito processual criminal, o juiz, após a citação, tomará
antecipadamente o depoimento das pessoas incluídas nos programas de proteção previstos
nesta Lei, devendo justificar a eventual impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou o
possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a instrução criminal. (Incluído pela Lei nº
12.483, de 2011)

Art. 20. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei, pela União, correrão à conta de
dotação consignada no orçamento.

Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 13 de julho de 1999; 178o da Independência e 111o da República.


FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Renan Calheiros
Este texto não substitui o publicado no DOU de 14.7.1999

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6. LEI 10.741/2003 – ESTATUTO IDOSO


(Para o edital PMMG 2017, estudar os artigos de 01 ao 10; 15 ao 25; 33 ao 42; 95 ao 118.)

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
Disposições Preliminares

Art. 1o É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às


pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem
prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e
seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e
dignidade.

Art. 3o É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público


assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à
dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:

I – atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos públicos e


privados prestadores de serviços à população;

II – preferência na formulação e na execução de políticas sociais públicas específicas;

III – destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção
ao idoso;

IV – viabilização de formas alternativas de participação, ocupação e convívio do idoso


com as demais gerações;

V – priorização do atendimento do idoso por sua própria família, em detrimento do


atendimento asilar, exceto dos que não a possuam ou careçam de condições de manutenção da
própria sobrevivência;

VI – capacitação e reciclagem dos recursos humanos nas áreas de geriatria e gerontologia


e na prestação de serviços aos idosos;
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435

VII – estabelecimento de mecanismos que favoreçam a divulgação de informações de


caráter educativo sobre os aspectos biopsicossociais de envelhecimento;

VIII – garantia de acesso à rede de serviços de saúde e de assistência social locais.

IX – prioridade no recebimento da restituição do Imposto de Renda. (Incluído pela


Lei nº 11.765, de 2008).

Art. 4o Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação,


violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será
punido na forma da lei.

§ 1o É dever de todos prevenir a ameaça ou violação aos direitos do idoso.

§ 2o As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção outras decorrentes dos
princípios por ela adotados.

Art. 5o A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade à


pessoa física ou jurídica nos termos da lei.

Art. 6o Todo cidadão tem o dever de comunicar à autoridade competente qualquer forma
de violação a esta Lei que tenha testemunhado ou de que tenha conhecimento.

Art. 7o Os Conselhos Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais do Idoso,


previstos na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994, zelarão pelo cumprimento dos direitos do
idoso, definidos nesta Lei.

TÍTULO II
Dos Direitos Fundamentais

CAPÍTULO I
Do Direito à Vida

Art. 8o O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção um direito social,


nos termos desta Lei e da legislação vigente.

Art. 9o É obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde,


mediante efetivação de políticas sociais públicas que permitam um envelhecimento saudável e
em condições de dignidade.

CAPÍTULO II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 10. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o


respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e
sociais, garantidos na Constituição e nas leis.

§ 1o O direito à liberdade compreende, entre outros, os seguintes aspectos:

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I – faculdade de ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários,


ressalvadas as restrições legais;

II – opinião e expressão;

III – crença e culto religioso;

IV – prática de esportes e de diversões;

V – participação na vida familiar e comunitária;

VI – participação na vida política, na forma da lei;

VII – faculdade de buscar refúgio, auxílio e orientação.

§ 2o O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e


moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, de valores, idéias e
crenças, dos espaços e dos objetos pessoais.

§ 3o É dever de todos zelar pela dignidade do idoso, colocando-o a salvo de qualquer


tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

CAPÍTULO III
Dos Alimentos

Art. 11. Os alimentos serão prestados ao idoso na forma da lei civil.

Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores.

Art. 13. As transações relativas a alimentos poderão ser celebradas perante o


Promotor de Justiça ou Defensor Público, que as referendará, e passarão a ter efeito de título
executivo extrajudicial nos termos da lei processual civil. (Redação dada pela Lei nº
11.737, de 2008)

Art. 14. Se o idoso ou seus familiares não possuírem condições econômicas de prover o
seu sustento, impõe-se ao Poder Público esse provimento, no âmbito da assistência social.

CAPÍTULO IV
Do Direito à Saúde

Art. 15. É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema
Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado
e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da
saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos.

§ 1o A prevenção e a manutenção da saúde do idoso serão efetivadas por meio de:

I – cadastramento da população idosa em base territorial;

II – atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios;


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III – unidades geriátricas de referência, com pessoal especializado nas áreas de geriatria
e gerontologia social;

IV – atendimento domiciliar, incluindo a internação, para a população que dele


necessitar e esteja impossibilitada de se locomover, inclusive para idosos abrigados e
acolhidos por instituições públicas, filantrópicas ou sem fins lucrativos e eventualmente
conveniadas com o Poder Público, nos meios urbano e rural;

V – reabilitação orientada pela geriatria e gerontologia, para redução das seqüelas


decorrentes do agravo da saúde.

§ 2o Incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos,


especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos
ao tratamento, habilitação ou reabilitação.

§ 3o É vedada a discriminação do idoso nos planos de saúde pela cobrança de valores


diferenciados em razão da idade.

§ 4o Os idosos portadores de deficiência ou com limitação incapacitante terão


atendimento especializado, nos termos da lei.

§ 5o É vedado exigir o comparecimento do idoso enfermo perante os órgãos públicos,


hipótese na qual será admitido o seguinte procedimento: (Incluído pela Lei nº 12.896, de
2013)
I - quando de interesse do poder público, o agente promoverá o contato necessário com o
idoso em sua residência; ou (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
II - quando de interesse do próprio idoso, este se fará representar por procurador
legalmente constituído. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)
§ 6o É assegurado ao idoso enfermo o atendimento domiciliar pela perícia médica do
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, pelo serviço público de saúde ou pelo serviço
privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde - SUS,
para expedição do laudo de saúde necessário ao exercício de seus direitos sociais e de isenção
tributária. (Incluído pela Lei nº 12.896, de 2013)

Art. 16. Ao idoso internado ou em observação é assegurado o direito a acompanhante,


devendo o órgão de saúde proporcionar as condições adequadas para a sua permanência em
tempo integral, segundo o critério médico.

Parágrafo único. Caberá ao profissional de saúde responsável pelo tratamento conceder


autorização para o acompanhamento do idoso ou, no caso de impossibilidade, justificá-la por
escrito.

Art. 17. Ao idoso que esteja no domínio de suas faculdades mentais é assegurado o
direito de optar pelo tratamento de saúde que lhe for reputado mais favorável.

Parágrafo único. Não estando o idoso em condições de proceder à opção, esta será feita:

I – pelo curador, quando o idoso for interditado;


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II – pelos familiares, quando o idoso não tiver curador ou este não puder ser contactado
em tempo hábil;

III – pelo médico, quando ocorrer iminente risco de vida e não houver tempo hábil para
consulta a curador ou familiar;

IV – pelo próprio médico, quando não houver curador ou familiar conhecido, caso em
que deverá comunicar o fato ao Ministério Público.

Art. 18. As instituições de saúde devem atender aos critérios mínimos para o
atendimento às necessidades do idoso, promovendo o treinamento e a capacitação dos
profissionais, assim como orientação a cuidadores familiares e grupos de auto-ajuda.

Art. 19. Os casos de suspeita ou confirmação de violência praticada contra idosos serão
objeto de notificação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à autoridade
sanitária, bem como serão obrigatoriamente comunicados por eles a quaisquer dos seguintes
órgãos: (Redação dada pela Lei nº 12.461, de 2011)

I – autoridade policial;

II – Ministério Público;

III – Conselho Municipal do Idoso;

IV – Conselho Estadual do Idoso;

V – Conselho Nacional do Idoso.

§ 1o Para os efeitos desta Lei, considera-se violência contra o idoso qualquer ação ou
omissão praticada em local público ou privado que lhe cause morte, dano ou sofrimento físico
ou psicológico. (Incluído pela Lei nº 12.461, de 2011)

§ 2o Aplica-se, no que couber, à notificação compulsória prevista no caput deste artigo,


o disposto na Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975. (Incluído pela Lei nº 12.461, de
2011)

CAPÍTULO V
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer

Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos,
produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade.

Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando
currículos, metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados.

§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de


comunicação, computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida
moderna.

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
439

§ 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para


transmissão de conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação da
memória e da identidade culturais.

Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos
conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de
forma a eliminar o preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria.

Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada
mediante descontos de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) nos ingressos para eventos
artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos
locais.

Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos
idosos, com finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o
processo de envelhecimento.

Art. 25. O Poder Público apoiará a criação de universidade aberta para as pessoas idosas
e incentivará a publicação de livros e periódicos, de conteúdo e padrão editorial adequados ao
idoso, que facilitem a leitura, considerada a natural redução da capacidade visual.

CAPÍTULO VI
Da Profissionalização e do Trabalho

Art. 26. O idoso tem direito ao exercício de atividade profissional, respeitadas suas
condições físicas, intelectuais e psíquicas.

art27Art. 27. Na admissão do idoso em qualquer trabalho ou emprego, é vedada a


discriminação e a fixação de limite máximo de idade, inclusive para concursos, ressalvados os
casos em que a natureza do cargo o exigir.

Parágrafo único. O primeiro critério de desempate em concurso público será a idade,


dando-se preferência ao de idade mais elevada.

Art. 28. O Poder Público criará e estimulará programas de:

I – profissionalização especializada para os idosos, aproveitando seus potenciais e


habilidades para atividades regulares e remuneradas;

II – preparação dos trabalhadores para a aposentadoria, com antecedência mínima de 1


(um) ano, por meio de estímulo a novos projetos sociais, conforme seus interesses, e de
esclarecimento sobre os direitos sociais e de cidadania;

III – estímulo às empresas privadas para admissão de idosos ao trabalho.

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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CAPÍTULO VII
Da Previdência Social

Art. 29. Os benefícios de aposentadoria e pensão do Regime Geral da Previdência Social


observarão, na sua concessão, critérios de cálculo que preservem o valor real dos salários
sobre os quais incidiram contribuição, nos termos da legislação vigente.

Parágrafo único. Os valores dos benefícios em manutenção serão reajustados na mesma


data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início
ou do seu último reajustamento, com base em percentual definido em regulamento,
observados os critérios estabelecidos pela Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991.

Art. 30. A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da
aposentadoria por idade, desde que a pessoa conte com, no mínimo, o tempo de contribuição
correspondente ao exigido para efeito de carência na data de requerimento do benefício.

Parágrafo único. O cálculo do valor do benefício previsto no caput observará o disposto


no caput e § 2o do art. 3o da Lei no 9.876, de 26 de novembro de 1999, ou, não havendo
salários-de-contribuição recolhidos a partir da competência de julho de 1994, o disposto
no art. 35 da Lei no 8.213, de 1991.

Art. 31. O pagamento de parcelas relativas a benefícios, efetuado com atraso por
responsabilidade da Previdência Social, será atualizado pelo mesmo índice utilizado para os
reajustamentos dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, verificado no período
compreendido entre o mês que deveria ter sido pago e o mês do efetivo pagamento.

Art. 32. O Dia Mundial do Trabalho, 1o de Maio, é a data-base dos aposentados e


pensionistas.

CAPÍTULO VIII
Da Assistência Social

Art. 33. A assistência social aos idosos será prestada, de forma articulada, conforme os
princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, na Política Nacional
do Idoso, no Sistema Único de Saúde e demais normas pertinentes.

Art. 34. Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para
prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal
de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. (Vide
Decreto nº 6.214, de 2007)

Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos


do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se
refere a Loas.

Art. 35. Todas as entidades de longa permanência, ou casa-lar, são obrigadas a firmar
contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa abrigada.

§ 1o No caso de entidades filantrópicas, ou casa-lar, é facultada a cobrança de


participação do idoso no custeio da entidade.
Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
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§ 2o O Conselho Municipal do Idoso ou o Conselho Municipal da Assistência Social


estabelecerá a forma de participação prevista no § 1 o, que não poderá exceder a 70% (setenta
por cento) de qualquer benefício previdenciário ou de assistência social percebido pelo idoso.

§ 3o Se a pessoa idosa for incapaz, caberá a seu representante legal firmar o contrato a
que se refere o caput deste artigo.

Art. 36. O acolhimento de idosos em situação de risco social, por adulto ou núcleo
familiar, caracteriza a dependência econômica, para os efeitos legais. (Vigência)

CAPÍTULO IX
Da Habitação

Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou
desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública
ou privada.

§ 1o A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada


quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos
financeiros próprios ou da família.

§ 2o Toda instituição dedicada ao atendimento ao idoso fica obrigada a manter


identificação externa visível, sob pena de interdição, além de atender toda a legislação
pertinente.

§ 3o As instituições que abrigarem idosos são obrigadas a manter padrões de habitação


compatíveis com as necessidades deles, bem como provê-los com alimentação regular e
higiene indispensáveis às normas sanitárias e com estas condizentes, sob as penas da lei.

Art. 38. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados com recursos públicos, o
idoso goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria, observado o seguinte:;

I - reserva de pelo menos 3% (três por cento) das unidades habitacionais residenciais
para atendimento aos idosos; (Redação dada pela Lei nº 12.418, de 2011)

II – implantação de equipamentos urbanos comunitários voltados ao idoso;

III – eliminação de barreiras arquitetônicas e urbanísticas, para garantia de acessibilidade


ao idoso;

IV – critérios de financiamento compatíveis com os rendimentos de aposentadoria e


pensão.

Parágrafo único. As unidades residenciais reservadas para atendimento a idosos devem


situar-se, preferencialmente, no pavimento térreo. (Incluído pela Lei nº 12.419, de 2011)

CAPÍTULO X
Do Transporte

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Art. 39. Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos
transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e
especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.

§ 1o Para ter acesso à gratuidade, basta que o idoso apresente qualquer documento
pessoal que faça prova de sua idade.

§ 2o Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10%
(dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de
reservado preferencialmente para idosos.

§ 3o No caso das pessoas compreendidas na faixa etária entre 60 (sessenta) e 65 (sessenta


e cinco) anos, ficará a critério da legislação local dispor sobre as condições para exercício da
gratuidade nos meios de transporte previstos no caput deste artigo.

Art. 40. No sistema de transporte coletivo interestadual observar-se-á, nos termos da


legislação específica: (Regulamento) (Vide Decreto nº 5.934, de 2006)

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou
inferior a 2 (dois) salários-mínimos;

II – desconto de 50% (cinqüenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os
idosos que excederem as vagas gratuitas, com renda igual ou inferior a 2 (dois) salários-
mínimos.

Parágrafo único. Caberá aos órgãos competentes definir os mecanismos e os critérios


para o exercício dos direitos previstos nos incisos I e II.

Art. 41. É assegurada a reserva, para os idosos, nos termos da lei local, de 5% (cinco por
cento) das vagas nos estacionamentos públicos e privados, as quais deverão ser posicionadas
de forma a garantir a melhor comodidade ao idoso.

Art. 42. São asseguradas a prioridade e a segurança do idoso nos procedimentos de


embarque e desembarque nos veículos do sistema de transporte coletivo. (Redação dada
pela Lei nº 12.899, de 2013)

TÍTULO III
Das Medidas de Proteção

CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais

Art. 43. As medidas de proteção ao idoso são aplicáveis sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:

I – por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II – por falta, omissão ou abuso da família, curador ou entidade de atendimento;


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III – em razão de sua condição pessoal.

CAPÍTULO II
Das Medidas Específicas de Proteção

Art. 44. As medidas de proteção ao idoso previstas nesta Lei poderão ser aplicadas,
isolada ou cumulativamente, e levarão em conta os fins sociais a que se destinam e o
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público ou o
Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as seguintes
medidas:

I – encaminhamento à família ou curador, mediante termo de responsabilidade;

II – orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III – requisição para tratamento de sua saúde, em regime ambulatorial, hospitalar ou


domiciliar;

IV – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a


usuários dependentes de drogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idoso ou à pessoa de sua
convivência que lhe cause perturbação;

V – abrigo em entidade;

VI – abrigo temporário.

TÍTULO IV
Da Política de Atendimento ao Idoso

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 46. A política de atendimento ao idoso far-se-á por meio do conjunto articulado de
ações governamentais e não-governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

Art. 47. São linhas de ação da política de atendimento:

I – políticas sociais básicas, previstas na Lei no 8.842, de 4 de janeiro de 1994;

II – políticas e programas de assistência social, em caráter supletivo, para aqueles que


necessitarem;

III – serviços especiais de prevenção e atendimento às vítimas de negligência, maus-


tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;

IV – serviço de identificação e localização de parentes ou responsáveis por idosos


abandonados em hospitais e instituições de longa permanência;
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444

V – proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos dos idosos;

VI – mobilização da opinião pública no sentido da participação dos diversos segmentos


da sociedade no atendimento do idoso.

CAPÍTULO II
Das Entidades de Atendimento ao Idoso

Art. 48. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, observadas as normas de planejamento e execução emanadas do órgão competente
da Política Nacional do Idoso, conforme a Lei no 8.842, de 1994.

Parágrafo único. As entidades governamentais e não-governamentais de assistência ao


idoso ficam sujeitas à inscrição de seus programas, junto ao órgão competente da Vigilância
Sanitária e Conselho Municipal da Pessoa Idosa, e em sua falta, junto ao Conselho Estadual
ou Nacional da Pessoa Idosa, especificando os regimes de atendimento, observados os
seguintes requisitos:

I – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,


salubridade e segurança;

II – apresentar objetivos estatutários e plano de trabalho compatíveis com os princípios


desta Lei;

III – estar regularmente constituída;

IV – demonstrar a idoneidade de seus dirigentes.

Art. 49. As entidades que desenvolvam programas de institucionalização de longa


permanência adotarão os seguintes princípios:

I – preservação dos vínculos familiares;

II – atendimento personalizado e em pequenos grupos;

III – manutenção do idoso na mesma instituição, salvo em caso de força maior;

IV – participação do idoso nas atividades comunitárias, de caráter interno e externo;

V – observância dos direitos e garantias dos idosos;

VI – preservação da identidade do idoso e oferecimento de ambiente de respeito e


dignidade.

Parágrafo único. O dirigente de instituição prestadora de atendimento ao idoso


responderá civil e criminalmente pelos atos que praticar em detrimento do idoso, sem prejuízo
das sanções administrativas.

Art. 50. Constituem obrigações das entidades de atendimento:

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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
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445

I – celebrar contrato escrito de prestação de serviço com o idoso, especificando o tipo de


atendimento, as obrigações da entidade e prestações decorrentes do contrato, com os
respectivos preços, se for o caso;

II – observar os direitos e as garantias de que são titulares os idosos;

III – fornecer vestuário adequado, se for pública, e alimentação suficiente;

IV – oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade;

V – oferecer atendimento personalizado;

VI – diligenciar no sentido da preservação dos vínculos familiares;

VII – oferecer acomodações apropriadas para recebimento de visitas;

VIII – proporcionar cuidados à saúde, conforme a necessidade do idoso;

IX – promover atividades educacionais, esportivas, culturais e de lazer;

X – propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;

XI – proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XII – comunicar à autoridade competente de saúde toda ocorrência de idoso portador de


doenças infecto-contagiosas;

XIII – providenciar ou solicitar que o Ministério Público requisite os documentos


necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem, na forma da lei;

XIV – fornecer comprovante de depósito dos bens móveis que receberem dos idosos;

XV – manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento,


nome do idoso, responsável, parentes, endereços, cidade, relação de seus pertences, bem
como o valor de contribuições, e suas alterações, se houver, e demais dados que possibilitem
sua identificação e a individualização do atendimento;

XVI – comunicar ao Ministério Público, para as providências cabíveis, a situação de


abandono moral ou material por parte dos familiares;

XVII – manter no quadro de pessoal profissionais com formação específica.

Art. 51. As instituições filantrópicas ou sem fins lucrativos prestadoras de serviço ao idoso
terão direito à assistência judiciária gratuita.

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CAPÍTULO III
Da Fiscalização das Entidades de Atendimento

Art. 52. As entidades governamentais e não-governamentais de atendimento ao idoso


serão fiscalizadas pelos Conselhos do Idoso, Ministério Público, Vigilância Sanitária e outros
previstos em lei.

Art. 53. O art. 7o da Lei no 8.842, de 1994, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 7o Compete aos Conselhos de que trata o art. 6o desta Lei a supervisão, o
acompanhamento, a fiscalização e a avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das
respectivas instâncias político-administrativas." (NR)

Art. 54. Será dada publicidade das prestações de contas dos recursos públicos e privados
recebidos pelas entidades de atendimento.

Art. 55. As entidades de atendimento que descumprirem as determinações desta Lei


ficarão sujeitas, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus dirigentes ou
prepostos, às seguintes penalidades, observado o devido processo legal:

I – as entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdição de programa;

II – as entidades não-governamentais:

a) advertência;

b) multa;

c) suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas;

d) interdição de unidade ou suspensão de programa;

e) proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público.

§ 1o Havendo danos aos idosos abrigados ou qualquer tipo de fraude em relação ao


programa, caberá o afastamento provisório dos dirigentes ou a interdição da unidade e a
suspensão do programa.

§ 2o A suspensão parcial ou total do repasse de verbas públicas ocorrerá quando


verificada a má aplicação ou desvio de finalidade dos recursos.

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§ 3o Na ocorrência de infração por entidade de atendimento, que coloque em risco os


direitos assegurados nesta Lei, será o fato comunicado ao Ministério Público, para as
providências cabíveis, inclusive para promover a suspensão das atividades ou dissolução da
entidade, com a proibição de atendimento a idosos a bem do interesse público, sem prejuízo
das providências a serem tomadas pela Vigilância Sanitária.

§ 4o Na aplicação das penalidades, serão consideradas a natureza e a gravidade da


infração cometida, os danos que dela provierem para o idoso, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes da entidade.

CAPÍTULO IV
Das Infrações Administrativas

Art. 56. Deixar a entidade de atendimento de cumprir as determinações do art. 50 desta


Lei:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), se o fato
não for caracterizado como crime, podendo haver a interdição do estabelecimento até que
sejam cumpridas as exigências legais.

Parágrafo único. No caso de interdição do estabelecimento de longa permanência, os


idosos abrigados serão transferidos para outra instituição, a expensas do estabelecimento
interditado, enquanto durar a interdição.

Art. 57. Deixar o profissional de saúde ou o responsável por estabelecimento de saúde ou


instituição de longa permanência de comunicar à autoridade competente os casos de crimes
contra idoso de que tiver conhecimento:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais), aplicada em
dobro no caso de reincidência.

Art. 58. Deixar de cumprir as determinações desta Lei sobre a prioridade no atendimento
ao idoso:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 1.000,00 (um mil reais) e multa civil
a ser estipulada pelo juiz, conforme o dano sofrido pelo idoso.

CAPÍTULO V
Da Apuração Administrativa de Infração às
Normas de Proteção ao Idoso

Art. 59. Os valores monetários expressos no Capítulo IV serão atualizados anualmente,


na forma da lei.

Art. 60. O procedimento para a imposição de penalidade administrativa por infração às


normas de proteção ao idoso terá início com requisição do Ministério Público ou auto de
infração elaborado por servidor efetivo e assinado, se possível, por duas testemunhas.

§ 1o No procedimento iniciado com o auto de infração poderão ser usadas fórmulas


impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
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§ 2o Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto, ou


este será lavrado dentro de 24 (vinte e quatro) horas, por motivo justificado.

Art. 61. O autuado terá prazo de 10 (dez) dias para a apresentação da defesa, contado da
data da intimação, que será feita:

I – pelo autuante, no instrumento de autuação, quando for lavrado na presença do


infrator;

II – por via postal, com aviso de recebimento.

Art. 62. Havendo risco para a vida ou à saúde do idoso, a autoridade competente aplicará
à entidade de atendimento as sanções regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das
providências que vierem a ser adotadas pelo Ministério Público ou pelas demais instituições
legitimadas para a fiscalização.

Art. 63. Nos casos em que não houver risco para a vida ou a saúde da pessoa idosa
abrigada, a autoridade competente aplicará à entidade de atendimento as sanções
regulamentares, sem prejuízo da iniciativa e das providências que vierem a ser adotadas pelo
Ministério Público ou pelas demais instituições legitimadas para a fiscalização.

CAPÍTULO VI
Da Apuração Judicial de Irregularidades em Entidade de Atendimento

Art. 64. Aplicam-se, subsidiariamente, ao procedimento administrativo de que trata este


Capítulo as disposições das Leis nos 6.437, de 20 de agosto de 1977, e 9.784, de 29 de janeiro
de 1999.

Art. 65. O procedimento de apuração de irregularidade em entidade governamental e


não-governamental de atendimento ao idoso terá início mediante petição fundamentada de
pessoa interessada ou iniciativa do Ministério Público.

Art. 66. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério
Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade ou outras
medidas que julgar adequadas, para evitar lesão aos direitos do idoso, mediante decisão
fundamentada.

Art. 67. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de 10 (dez) dias, oferecer
resposta escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.

Art. 68. Apresentada a defesa, o juiz procederá na conformidade do art. 69 ou, se


necessário, designará audiência de instrução e julgamento, deliberando sobre a necessidade de
produção de outras provas.

§ 1o Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão 5 (cinco)


dias para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

§ 2o Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade


governamental, a autoridade judiciária oficiará a autoridade administrativa imediatamente

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superior ao afastado, fixando-lhe prazo de 24 (vinte e quatro) horas para proceder à


substituição.

§ 3o Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo
para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será
extinto, sem julgamento do mérito.

§ 4o A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou ao responsável pelo


programa de atendimento.

TÍTULO V
Do Acesso à Justiça

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 69. Aplica-se, subsidiariamente, às disposições deste Capítulo, o procedimento


sumário previsto no Código de Processo Civil, naquilo que não contrarie os prazos previstos
nesta Lei.

Art. 70. O Poder Público poderá criar varas especializadas e exclusivas do idoso.

Art. 71. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na


execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância.

§ 1o O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de


sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que
determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local
visível nos autos do processo.

§ 2o A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do


cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta)
anos.

§ 3o A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública,


empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento
preferencial junto à Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em
relação aos Serviços de Assistência Judiciária.

§ 4o Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e
caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis.

CAPÍTULO II
Do Ministério Público

Art. 72. (VETADO)

Art. 73. As funções do Ministério Público, previstas nesta Lei, serão exercidas nos
termos da respectiva Lei Orgânica.
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Art. 74. Compete ao Ministério Público:

I – instaurar o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos direitos e
interesses difusos ou coletivos, individuais indisponíveis e individuais homogêneos do idoso;

II – promover e acompanhar as ações de alimentos, de interdição total ou parcial, de


designação de curador especial, em circunstâncias que justifiquem a medida e oficiar em
todos os feitos em que se discutam os direitos de idosos em condições de risco;

III – atuar como substituto processual do idoso em situação de risco, conforme o


disposto no art. 43 desta Lei;

IV – promover a revogação de instrumento procuratório do idoso, nas hipóteses previstas


no art. 43 desta Lei, quando necessário ou o interesse público justificar;

V – instaurar procedimento administrativo e, para instruí-lo:

a) expedir notificações, colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não


comparecimento injustificado da pessoa notificada, requisitar condução coercitiva, inclusive
pela Polícia Civil ou Militar;

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,


estaduais e federais, da administração direta e indireta, bem como promover inspeções e
diligências investigatórias;

c) requisitar informações e documentos particulares de instituições privadas;

VI – instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e a instauração de


inquérito policial, para a apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção ao idoso;

VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados ao idoso,
promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

VIII – inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de


que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à
remoção de irregularidades porventura verificadas;

IX – requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços de saúde,


educacionais e de assistência social, públicos, para o desempenho de suas atribuições;

X – referendar transações envolvendo interesses e direitos dos idosos previstos nesta Lei.

§ 1o A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não
impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuser a lei.

§ 2o As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis
com a finalidade e atribuições do Ministério Público.

§ 3o O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre


acesso a toda entidade de atendimento ao idoso.
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Art. 75. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o
Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipóteses em que
terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos, requerer diligências e
produção de outras provas, usando os recursos cabíveis.

Art. 76. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.

Art. 77. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que
será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.

CAPÍTULO III
Da Proteção Judicial dos Interesses Difusos, Coletivos e Individuais Indisponíveis ou
Homogêneos

Art. 78. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão


ser fundamentadas.

Art. 79. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa
aos direitos assegurados ao idoso, referentes à omissão ou ao oferecimento insatisfatório de:

I – acesso às ações e serviços de saúde;

II – atendimento especializado ao idoso portador de deficiência ou com limitação


incapacitante;

III – atendimento especializado ao idoso portador de doença infecto-contagiosa;

IV – serviço de assistência social visando ao amparo do idoso.

Parágrafo único. As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial
outros interesses difusos, coletivos, individuais indisponíveis ou homogêneos, próprios do
idoso, protegidos em lei.

Art. 80. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do domicílio do idoso,
cujo juízo terá competência absoluta para processar a causa, ressalvadas as competências da
Justiça Federal e a competência originária dos Tribunais Superiores.

Art. 81. Para as ações cíveis fundadas em interesses difusos, coletivos, individuais
indisponíveis ou homogêneos, consideram-se legitimados, concorrentemente:

I – o Ministério Público;

II – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

III – a Ordem dos Advogados do Brasil;

IV – as associações legalmente constituídas há pelo menos 1 (um) ano e que incluam


entre os fins institucionais a defesa dos interesses e direitos da pessoa idosa, dispensada a
autorização da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
452

§ 1o Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos


Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.

§ 2o Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério


Público ou outro legitimado deverá assumir a titularidade ativa.

Art. 82. Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são admissíveis
todas as espécies de ação pertinentes.

Parágrafo único. Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de


pessoa jurídica no exercício de atribuições de Poder Público, que lesem direito líquido e certo
previsto nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado
de segurança.

Art. 83. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não-fazer,
o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem
o resultado prático equivalente ao adimplemento.

§ 1o Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de


ineficácia do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após
justificação prévia, na forma do art. 273 do Código de Processo Civil.

§ 2o O juiz poderá, na hipótese do § 1o ou na sentença, impor multa diária ao réu,


independentemente do pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação,
fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

§ 3o A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao


autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado.

Art. 84. Os valores das multas previstas nesta Lei reverterão ao Fundo do Idoso, onde
houver, ou na falta deste, ao Fundo Municipal de Assistência Social, ficando vinculados ao
atendimento ao idoso.

Parágrafo único. As multas não recolhidas até 30 (trinta) dias após o trânsito em julgado
da decisão serão exigidas por meio de execução promovida pelo Ministério Público, nos
mesmos autos, facultada igual iniciativa aos demais legitimados em caso de inércia daquele.

Art. 85. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano
irreparável à parte.

Art. 86. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao Poder Público, o
juiz determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.

Art. 87. Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença condenatória


favorável ao idoso sem que o autor lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério
Público, facultada, igual iniciativa aos demais legitimados, como assistentes ou assumindo o
pólo ativo, em caso de inércia desse órgão.

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453

Art. 88. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.

Parágrafo único. Não se imporá sucumbência ao Ministério Público.

Art. 89. Qualquer pessoa poderá, e o servidor deverá, provocar a iniciativa do Ministério
Público, prestando-lhe informações sobre os fatos que constituam objeto de ação civil e
indicando-lhe os elementos de convicção.

Art. 90. Os agentes públicos em geral, os juízes e tribunais, no exercício de suas funções,
quando tiverem conhecimento de fatos que possam configurar crime de ação pública contra
idoso ou ensejar a propositura de ação para sua defesa, devem encaminhar as peças
pertinentes ao Ministério Público, para as providências cabíveis.

Art. 91. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades
competentes as certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo
de 10 (dez) dias.

Art. 92. O Ministério Público poderá instaurar sob sua presidência, inquérito civil, ou
requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações,
exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias.

§ 1o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da


inexistência de fundamento para a propositura da ação civil ou de peças informativas,
determinará o seu arquivamento, fazendo-o fundamentadamente.

§ 2o Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos,


sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do
Ministério Público ou à Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público.

§ 3o Até que seja homologado ou rejeitado o arquivamento, pelo Conselho Superior do


Ministério Público ou por Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público, as
associações legitimadas poderão apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados
ou anexados às peças de informação.

§ 4o Deixando o Conselho Superior ou a Câmara de Coordenação e Revisão do


Ministério Público de homologar a promoção de arquivamento, será designado outro membro
do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

TÍTULO VI
Dos Crimes

CAPÍTULO I
Disposições Gerais

Art. 93. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei no 7.347, de


24 de julho de 1985.

Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não
ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de
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454

setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições do Código Penal e do


Código de Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF)

CAPÍTULO II
Dos Crimes em Espécie

Art. 95. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, não se
lhes aplicando os arts. 181 e 182 do Código Penal.

Art. 96. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações
bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou
instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1o Na mesma pena incorre quem desdenhar, humilhar, menosprezar ou discriminar


pessoa idosa, por qualquer motivo.

§ 2o A pena será aumentada de 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob os cuidados
ou responsabilidade do agente.

Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à
saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de


natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Art. 98. Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa


permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas, quando obrigado por
lei ou mandado:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos e multa.

Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-
o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados
indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou
inadequado:

Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa.

§ 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 2o Se resulta a morte:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.


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455

Art. 100. Constitui crime punível com reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa:

I – obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público por motivo de idade;

II – negar a alguém, por motivo de idade, emprego ou trabalho;

III – recusar, retardar ou dificultar atendimento ou deixar de prestar assistência à saúde,


sem justa causa, a pessoa idosa;

IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem


judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei;

V – recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil


objeto desta Lei, quando requisitados pelo Ministério Público.

Art. 101. Deixar de cumprir, retardar ou frustrar, sem justo motivo, a execução de ordem
judicial expedida nas ações em que for parte ou interveniente o idoso:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Art. 102. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão ou qualquer outro


rendimento do idoso, dando-lhes aplicação diversa da de sua finalidade:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.

Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa
deste em outorgar procuração à entidade de atendimento:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Art. 104. Reter o cartão magnético de conta bancária relativa a benefícios, proventos ou
pensão do idoso, bem como qualquer outro documento com objetivo de assegurar
recebimento ou ressarcimento de dívida:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos e multa.

Art. 105. Exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou


imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa do idoso:

Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

Art. 106. Induzir pessoa idosa sem discernimento de seus atos a outorgar procuração para
fins de administração de bens ou deles dispor livremente:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

Art. 107. Coagir, de qualquer modo, o idoso a doar, contratar, testar ou outorgar
procuração:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.


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456

Art. 108. Lavrar ato notarial que envolva pessoa idosa sem discernimento de seus atos,
sem a devida representação legal:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos.

TÍTULO VII
Disposições Finais e Transitórias

Art. 109. Impedir ou embaraçar ato do representante do Ministério Público ou de


qualquer outro agente fiscalizador:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Art. 110. O Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, Código Penal, passa a


vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 61. ............................................................................

............................................................................

II - ............................................................................

............................................................................

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;

............................................................................." (NR)

"Art. 121. ............................................................................

............................................................................

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de


inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço)
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

............................................................................." (NR)

"Art. 133. ............................................................................

............................................................................

§ 3o ............................................................................

............................................................................

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos." (NR)


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457

"Art. 140. ............................................................................

............................................................................

§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião,


origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência:

............................................................................ (NR)

"Art. 141. ............................................................................

............................................................................

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de


injúria.

............................................................................." (NR)

"Art. 148. ............................................................................

............................................................................

§ 1o............................................................................

I – se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge do agente ou maior de 60 (sessenta) anos.

............................................................................" (NR)

"Art. 159............................................................................

............................................................................

§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18


(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.

............................................................................" (NR)

"Art. 183............................................................................

............................................................................

III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos."
(NR)

"Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de
18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de
pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de
socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo:
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458

............................................................................" (NR)

Art. 111. O O art. 21 do Decreto-Lei no 3.688, de 3 de outubro de 1941, Lei das


Contravenções Penais, passa a vigorar acrescido do seguinte parágrafo único:

"Art. 21............................................................................

............................................................................

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é maior de 60
(sessenta) anos." (NR)

Art. 112. O inciso II do § 4o do art. 1o da Lei no 9.455, de 7 de abril de 1997, passa a


vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1o ............................................................................

............................................................................

§ 4o ............................................................................

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou


maior de 60 (sessenta) anos;

............................................................................" (NR)

Art. 113. O inciso III do art. 18 da Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a
vigorar com a seguinte redação:

"Art. 18............................................................................

............................................................................

III – se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos ou a
pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou a quem tenha, por qualquer causa,
diminuída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de autodeterminação:

............................................................................" (NR)

Art. 114. O art 1º da Lei no 10.048, de 8 de novembro de 2000, passa a vigorar com a
seguinte redação:

"Art. 1o As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60


(sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo
terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei." (NR)

Art. 115. O Orçamento da Seguridade Social destinará ao Fundo Nacional de Assistência


Social, até que o Fundo Nacional do Idoso seja criado, os recursos necessários, em cada
exercício financeiro, para aplicação em programas e ações relativos ao idoso.

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Art. 116. Serão incluídos nos censos demográficos dados relativos à população idosa do
País.

Art. 117. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional projeto de lei revendo
os critérios de concessão do Benefício de Prestação Continuada previsto na Lei Orgânica da
Assistência Social, de forma a garantir que o acesso ao direito seja condizente com o estágio
de desenvolvimento sócio-econômico alcançado pelo País.

Art. 118. Esta Lei entra em vigor decorridos 90 (noventa) dias da sua publicação,
ressalvado o disposto no caput do art. 36, que vigorará a partir de 1o de janeiro de 2004.

Brasília, 1o de outubro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
Antonio Palocci Filho
Rubem Fonseca Filho
Humberto Sérgio Costa LIma
Guido Mantega
Ricardo José Ribeiro Berzoini
Benedita Souza da Silva Sampaio
Álvaro Augusto Ribeiro Costa

Este texto não substitui o publicado no DOU de 3.10.2003

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460

7. LEI ESTADUAL 14.170/2002


Determina a imposição de sanções a pessoa jurídica por ato discriminatório praticado
contra pessoa em virtude de sua orientação sexual.

Art. 1º - O Poder Executivo imporá, no limite da sua competência, sanções às pessoas


jurídicas que, por ato de seus proprietários, dirigentes, prepostos ou empregados no efetivo
exercício de suas atividades profissionais, discriminem, coajam ou atentem contra os direitos
da pessoa em razão de sua orientação sexual.
Art. 2º - Para os efeitos desta lei, consideram-se discriminação, coação e atentado
contra os direitos da pessoa os seguintes atos, desde que comprovadamente praticados em
razão da orientação sexual da vítima:
I - constrangimento de ordem física, psicológica ou moral;
II - proibição de ingresso ou permanência em logradouro público, estabelecimento
público ou estabelecimento aberto ao público, inclusive o de propriedade de ente privado;
III - preterição ou tratamento diferenciado em logradouro público, estabelecimento
público ou estabelecimento aberto ao público, inclusive o de propriedade de ente privado;
IV - coibição da manifestação de afeto em logradouro público, estabelecimento
público ou estabelecimento aberto ao público, inclusive o de propriedade de ente privado
V - impedimento, preterição ou tratamento diferenciado nas relações que envolvem a
aquisição, locação, arrendamento ou empréstimo de bens móveis ou imóveis, para qualquer
finalidade;
VI - demissão, punição, impedimento de acesso, preterição ou tratamento diferenciado
nas relações que envolvem o acesso ao emprego e o exercício da atividade profissional.

Art. 3º - As pessoas jurídicas de direito privado que, por ação de seus proprietários,
prepostos ou empregados no efetivo exercício de suas atividades profissionais, incorrerem em
algum dos atos previstos no art. 2º ficam sujeitas a:
I - advertência;
II - multa de valor entre R$1.000,00 (mil reais) e R$50.000,00 (cinqüenta mil reais),
atualizados por índice oficial de correção monetária, a ser definido na regulamentação desta
lei;
III - suspensão do funcionamento do estabelecimento;
IV - interdição do estabelecimento;

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V - inabilitação para acesso a créditos estaduais;


VI - rescisão de contrato firmado com órgão ou entidade da administração pública
estadual;
VII - inabilitação para concessão de isenção, remissão, anistia ou quaisquer outros
benefícios de natureza tributária.
§ 1º Os valores pecuniários recolhidos na forma do inciso II deste artigo serão
destinados integralmente, até que se crie o centro de referência citado no art.5º. desta lei, ao
Fundo Estadual de Promoção dos Direitos Humanos.
§ 2º - A partir da criação do centro de referência citado no art. 5º desta lei, os valores
pecuniários recolhidos na forma do inciso II deste artigo serão destinados integralmente a
ele.".
Art. 4º - As pessoas jurídicas de direito público que, por ação de seus dirigentes,
prepostos ou empregados no efetivo exercício de suas atividades profissionais, praticarem
algum dos atos previstos no art. 2º desta lei ficam sujeitas, no que couber, às sanções previstas
no seu art. 3º Parágrafo único - O infrator, quando agente do poder público, terá a conduta
averiguada por meio de procedimento apuratório, instaurado por órgão competente, sem
prejuízo das sanções penais cabíveis.
Art. 5º - Fica o Poder Executivo autorizado a criar, na estrutura da administração
pública estadual, um centro de referência voltado para a defesa do direito à liberdade de
orientação sexual, que contará com os recursos do Fundo Estadual de Promoção dos Direitos
Humanos de que trata o parágrafo único do art. 3º desta lei.
Art. 6° - Fica assegurada, na composição do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos
Humanos, a participação de um representante das entidades civis legalmente reconhecidas
voltadas para a defesa do direito à liberdade de orientação sexual.
Art. 7º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de sessenta dias contados
da data de sua publicação, por meio de ato em que se observarão, entre outros, os seguintes
aspectos:
I - mecanismo de recebimento de denúncias ou representações fundadas nesta lei;
II - formas de apuração das denúncias ou representações;
III - graduação das infrações e as respectivas sanções;
IV - garantia de ampla defesa dos denunciados.
Art. 8º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 9º - Revogam-se as disposições em contrário Atualizada em 08/12/2004

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8. DECRETO N° 43.683 DE 10/12/2003, REGULAMENTA A LEI ESTADUAL


N° 14.170.
Regulamenta a Lei nº 14.170 de 15 de janeiro de 2002 que determina a imposição de sanções a pessoa
jurídica por ato discriminatório praticado contra pessoa em virtude de sua orientação sexual.

Art. 1º - Este Decreto estabelece o procedimento administrativo para a apuração e


punição de toda manifestação de discriminação, coação e atentado contra os direitos da pessoa
em razão de sua orientação sexual.
Art. 2º - Para os efeitos deste Decreto, consideram-se discriminação, coação e atentado
contra os direitos da pessoa os seguintes atos, desde que comprovadamente praticados em
razão da orientação sexual da vítima:
I - constrangimento de ordem física, psicológica ou moral;
II - proibição de ingresso ou permanência em logradouro público, estabelecimento público ou
estabelecimento aberto ao público, inclusive o de propriedade de ente privado;
III - preterição ou tratamento diferenciado em logradouro público, estabelecimento público ou
estabelecimento aberto ao público, inclusive o de propriedade de ente privado;
IV - coibição de manifestação de afeto em logradouro público, estabelecimento público ou
estabelecimento aberto ao público, inclusive o de propriedade de ente privado;
V - impedimento, preterição ou tratamento diferenciado nas relações que envolvam a
aquisição, a locação, o arrendamento ou o empréstimo de bem móvel ou imóvel, para
qualquer finalidade;
VI - demissão, punição, impedimento de acesso, preterição ou tratamento diferenciado nas
relações que envolvam o acesso ao emprego e o exercício da atividade profissional.
Art. 3º - A pessoa jurídica de direito privado que, por ação de seu proprietário, preposto ou
empregado no efetivo exercício de suas atividades profissionais, praticar ato previsto no art.
2º fica sujeita a:
I - advertência;
II - multa de valor entre R$1.000,00 (um mil reais) a R$50.000,00 (cinqüenta mil reais),
atualizados pelos fatores de atualização monetária da Corregedoria-Geral de Justiça do
Tribunal de Justiça do Estado;
III - suspensão do funcionamento do estabelecimento de um a sete dias;
IV - interdição do estabelecimento de oito a 30 dias;
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V - inabilitação para acesso a crédito estadual;


VI - rescisão de contrato firmado com órgão ou entidade da administração pública estadual;
VII - inabilitação para concessão de isenção, remissão, anistia ou qualquer outro benefício de
natureza
tributária.
§ 1º - Os valores pecuniários recolhidos na forma do inciso II serão integralmente destinados
ao Fundo de Promoção dos Direitos Humanos até que seja criado o centro de referência de
que trata o art. 6º da Lei nº 14.170, de 2002.
§ 2º - Nos casos em que, pela natureza do serviço prestado pelo estabelecimento, não for
conveniente ao interesse público a aplicação das sanções previstas nos incisos III e IV, a
multa estabelecida será aplicada em dobro a cada ocorrência.
§ 3º - Quando a infração estiver associada a atos de violência ou outras formas de
discriminação ou
preconceito, como as baseadas em raça ou cor da pele, deficiência física, convicção religiosa
ou política, condição social ou econômica, não será aplicada a pena de advertência, devendo a
punição ser fixada entre as demais sanções previstas no art. 3º.
§ 4º - As sanções previstas no caput poderão ser aplicadas cumulativamente, de acordo com a
gravidade da infração.
§ 5º - Ao infrator é assegurado o direito à ampla defesa e ao contraditório.
Art. 4º - A punição aplicada e sua graduação serão fixadas em decisão fundamentada,
tendo em vista a gravidade da infração, sua repercussão social e reincidência do infrator.
Art. 5º - Se ao término do procedimento administrativo o órgão competente concluir
pela existência da infração, deverá encaminhar cópia dos autos ao Ministério Público
Estadual.
Parágrafo único. Os papéis, peças publicitárias ou demais matérias de cunho discriminatório
ficarão à disposição das autoridades policiais e judiciárias, sendo encaminhadas se
requisitadas.
Art. 6º - A pessoa jurídica de direito público que, por ação de seu dirigente, preposto
ou empregado no efetivo exercício de suas atividades profissionais, praticar algum ato
previsto no art. 2º fica sujeita, no que couber, às sanções previstas no seu art. 3º.
Parágrafo único. O infrator, quando agente do poder público, terá a conduta averiguada por
meio de procedimento de apuração instaurado por órgão competente, sem prejuízo das
sanções penais cabíveis.

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464

Art. 7º - O procedimento administrativo será iniciado pelo Conselho Estadual de


Defesa dos Direitos Humanos de Minas Gerais - CONEDH/MG, mediante requerimento:
I - da vítima ou de seu representante legal;
II - de entidade de defesa dos direitos humanos, em nome da vítima;
III - de autoridade competente.
Parágrafo único. O requerimento deverá ser instruído com o registro de ocorrência do fato
lavrado por órgão oficial, representação criminal ou rol de testemunhas.
Art. 8º - O CONEDH/MG poderá celebrar termos de cooperação com conselhos
municipais, visando facilitar o encaminhamento de denúncias provenientes do interior do
estado de Minas Gerais.
Art. 9º - Fica instituída, na estrutura do CONEDH, Comissão Especial incumbida de:
I - receber denúncia de manifestação de discriminação, coação e atentado contra os direitos da
pessoa em razão de sua orientação sexual praticada por dirigente, preposto ou empregado de
pessoa jurídica de direito público ou privado, no exercício de suas atividades profissionais;
II - instaurar e conduzir o procedimento administrativo para a apuração das denúncias de que
trata o inciso anterior;
III - aplicar as penalidades previstas no art. 3º;
IV - elaborar o seu regimento interno.
Art. 10 - A Comissão Especial será composta por cinco membros, sendo:
I - dois escolhidos entre os membros do CONEDH/MG;
II - um escolhido por entidade representativa do movimento homossexual com sede em Minas
Gerais;
III - um escolhido pelas entidades empresariais de âmbito estadual;
IV - um com a função de coordenador, indicado pela Subsecretaria de Direitos Humanos da
Secretaria
de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes.
§ 1º - A cada membro titular corresponde um suplente.
§ 2º - Os membros mencionados nos incisos II e III deste artigo serão escolhidos na forma de
resolução do CONEDH/MG;
§ 3º - Os membros da Comissão Especial serão designados pelo Governador para um
mandado de dois anos admitida uma recondução.
Art. 11 - As decisões da Comissão Especial serão tomadas na forma de seu regimento
interno e das disposições deste Decreto.

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465

Art. 12 - Das decisões da Comissão Especial caberá recurso com efeito suspensivo ao
plenário do
CONEDH/MG e ao Secretário de Estado de Desenvolvimento Social e Esportes, sem prejuízo
do respectivo controle jurisdicional.
Art. 13 - A execução da penalidade cabe:
I - À Comissão Especial no caso de advertência;
II - À Secretaria de Estado de Fazenda no caso de multa;
III - Ao órgão público competente nos casos dos incisos III, IV, V, VI e VII do art. 3º.
Art. 14 - O órgão oficial dos Poderes do Estado deverá, sob orientação da Comissão
Especial, confeccionar e distribuir gratuitamente material gráfico com o inteiro teor da Lei nº
14.170, de 2002 e deste Decreto.
Art. 15 - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

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DIREITO EXTRAVAGANTE
Matérias exigidas no edital:
1. Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03).
2.Crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei nº 7.716/89).
3. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90).
4. Juizados Especiais Criminais (Lei nº 9.099/95 e 10.259/2001).
5. Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Lei nº 11.343/06).
6. Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais – Lei Estadual
14.310/2002.
7. Lei nº 4.898, de 09 de dezembro de 1965.
8.Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, dispõe sobre os crimes hediondos.
9. Lei nº 11.340, de 07 de agosto de 2006, cria mecanismos para coibir a violência doméstica e
familiar contra a mulher: Art. 1º ao 7º, 10 ao 12, 22 ao 24 e 34 ao 45.

1. LEI 10.826/2003 - ESTATUTO DO DESARMAMENTO

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2003.
Dispõe sobre registro, posse e
comercialização de armas de fogo e
munição, sobre o Sistema Nacional de
Armas – Sinarm, define crimes e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I
DO SISTEMA NACIONAL DE ARMAS

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Art. 1o O Sistema Nacional de Armas – Sinarm, instituído no Ministério da Justiça, no


âmbito da Polícia Federal, tem circunscrição em todo o território nacional.
Art. 2o Ao Sinarm compete:
I – identificar as características e a propriedade de armas de fogo, mediante cadastro;
II – cadastrar as armas de fogo produzidas, importadas e vendidas no País;
III – cadastrar as autorizações de porte de arma de fogo e as renovações expedidas pela
Polícia Federal;
IV – cadastrar as transferências de propriedade, extravio, furto, roubo e outras
ocorrências suscetíveis de alterar os dados cadastrais, inclusive as decorrentes de fechamento
de empresas de segurança privada e de transporte de valores;
V – identificar as modificações que alterem as características ou o funcionamento de
arma de fogo;
VI – integrar no cadastro os acervos policiais já existentes;
VII – cadastrar as apreensões de armas de fogo, inclusive as vinculadas a procedimentos
policiais e judiciais;
VIII – cadastrar os armeiros em atividade no País, bem como conceder licença para
exercer a atividade;
IX – cadastrar mediante registro os produtores, atacadistas, varejistas, exportadores e
importadores autorizados de armas de fogo, acessórios e munições;
X – cadastrar a identificação do cano da arma, as características das impressões de
raiamento e de microestriamento de projétil disparado, conforme marcação e testes
obrigatoriamente realizados pelo fabricante;
XI – informar às Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal os
registros e autorizações de porte de armas de fogo nos respectivos territórios, bem como
manter o cadastro atualizado para consulta.
Parágrafo único. As disposições deste artigo não alcançam as armas de fogo das Forças
Armadas e Auxiliares, bem como as demais que constem dos seus registros próprios.

CAPÍTULO II
DO REGISTRO
Art. 3o É obrigatório o registro de arma de fogo no órgão competente.
Parágrafo único. As armas de fogo de uso restrito serão registradas no Comando do
Exército, na forma do regulamento desta Lei.

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Art. 4o Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de
declarar a efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
I - comprovação de idoneidade, com a apresentação de certidões negativas de
antecedentes criminais fornecidas pela Justiça Federal, Estadual, Militar e Eleitoral e de não
estar respondendo a inquérito policial ou a processo criminal, que poderão ser fornecidas por
meios eletrônicos; (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
II – apresentação de documento comprobatório de ocupação lícita e de residência certa;
III – comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de
arma de fogo, atestadas na forma disposta no regulamento desta Lei.
§ 1o O Sinarm expedirá autorização de compra de arma de fogo após atendidos os
requisitos anteriormente estabelecidos, em nome do requerente e para a arma indicada, sendo
intransferível esta autorização.

§ 2o A aquisição de munição somente poderá ser feita no calibre correspondente à arma


registrada e na quantidade estabelecida no regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)
§ 3o A empresa que comercializar arma de fogo em território nacional é obrigada a
comunicar a venda à autoridade competente, como também a manter banco de dados com
todas as características da arma e cópia dos documentos previstos neste artigo.
§ 4o A empresa que comercializa armas de fogo, acessórios e munições responde
legalmente por essas mercadorias, ficando registradas como de sua propriedade enquanto não
forem vendidas.
§ 5o A comercialização de armas de fogo, acessórios e munições entre pessoas físicas
somente será efetivada mediante autorização do Sinarm.
§ 6o A expedição da autorização a que se refere o § 1 o será concedida, ou recusada com a
devida fundamentação, no prazo de 30 (trinta) dias úteis, a contar da data do requerimento do
interessado.
§ 7o O registro precário a que se refere o § 4o prescinde do cumprimento dos requisitos
dos incisos I, II e III deste artigo.
§ 8o Estará dispensado das exigências constantes do inciso III do caput deste artigo, na
forma do regulamento, o interessado em adquirir arma de fogo de uso permitido que
comprove estar autorizado a portar arma com as mesmas características daquela a ser
adquirida. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

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Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território


nacional, autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de
sua residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde
que seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada
pela Lei nº 10.884, de 2004)
§ 1o O certificado de registro de arma de fogo será expedido pela Polícia Federal e será
precedido de autorização do Sinarm.
§ 2o Os requisitos de que tratam os incisos I, II e III do art. 4o deverão ser comprovados
periodicamente, em período não inferior a 3 (três) anos, na conformidade do estabelecido no
regulamento desta Lei, para a renovação do Certificado de Registro de Arma de Fogo.
§ 3o O proprietário de arma de fogo com certificados de registro de propriedade
expedido por órgão estadual ou do Distrito Federal até a data da publicação desta Lei que não
optar pela entrega espontânea prevista no art. 32 desta Lei deverá renová-lo mediante o
pertinente registro federal, até o dia 31 de dezembro de 2008, ante a apresentação de
documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, ficando dispensado do
pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III
do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de
prazo)
§ 4o Para fins do cumprimento do disposto no § 3o deste artigo, o proprietário de arma
de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório,
expedido na rede mundial de computadores - internet, na forma do regulamento e obedecidos
os procedimentos a seguir: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
I - emissão de certificado de registro provisório pela internet, com validade inicial de 90
(noventa) dias; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
II - revalidação pela unidade do Departamento de Polícia Federal do certificado de
registro provisório pelo prazo que estimar como necessário para a emissão definitiva do
certificado de registro de propriedade. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
CAPÍTULO III
DO PORTE
Art. 6o É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os
casos previstos em legislação própria e para:
I – os integrantes das Forças Armadas;

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II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição


Federal;
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios
com mais de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei;

IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000


(cinqüenta mil) e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em
serviço; (Redação dada pela Lei nº 10.867, de 2004)
V – os agentes operacionais da Agência Brasileira de Inteligência e os agentes do
Departamento de Segurança do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República;
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da
Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes
das escoltas de presos e as guardas portuárias;
VIII – as empresas de segurança privada e de transporte de valores constituídas, nos
termos desta Lei;
IX – para os integrantes das entidades de desporto legalmente constituídas, cujas
atividades esportivas demandem o uso de armas de fogo, na forma do regulamento desta Lei,
observando-se, no que couber, a legislação ambiental.
X - integrantes das Carreiras de Auditoria da Receita Federal do Brasil e de
Auditoria-Fiscal do Trabalho, cargos de Auditor-Fiscal e Analista Tributário. (Redação dada
pela Lei nº 11.501, de 2007)
XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os
Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus
quadros pessoais que efetivamente estejam no exercício de funções de segurança, na forma de
regulamento a ser emitido pelo Conselho Nacional de Justiça - CNJ e pelo Conselho Nacional
do Ministério Público - CNMP. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 1o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito
de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou
instituição, mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em

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âmbito nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)
§ 1º-B. Os integrantes do quadro efetivo de agentes e guardas prisionais poderão portar arma
de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
mesmo fora de serviço, desde que estejam: (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
I - submetidos a regime de dedicação exclusiva; (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
II - sujeitos à formação funcional, nos termos do regulamento; e (Incluído pela Lei nº
12.993, de 2014)
III - subordinados a mecanismos de fiscalização e de controle interno. (Incluído pela Lei
nº 12.993, de 2014)
§ 1º-C. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.993, de 2014)
§ 2o A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas
nos incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito
a que se refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no
regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está
condicionada à formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de
atividade policial, à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas
condições estabelecidas no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Ministério da
Justiça. (Redação dada pela Lei nº 10.884, de 2004)
§ 4o Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito
Federal, bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito
descrito no art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do
mesmo artigo, na forma do regulamento desta Lei.
§ 5o Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem
depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será
concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para
subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de
alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a
efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes
documentos: (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
I - documento de identificação pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
II - comprovante de residência em área rural; e (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

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III - atestado de bons antecedentes. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)


§ 6o O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo,
independentemente de outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte
ilegal ou por disparo de arma de fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
2008)
§ 7o Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões
metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei
nº 11.706, de 2008)
Art. 7o As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada
e de transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade,
responsabilidade e guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando
em serviço, devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo
órgão competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela
Polícia Federal em nome da empresa.
§ 1o O proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança privada e de
transporte de valores responderá pelo crime previsto no parágrafo único do art. 13 desta Lei,
sem prejuízo das demais sanções administrativas e civis, se deixar de registrar ocorrência
policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e
quatro) horas depois de ocorrido o fato.
§ 2o A empresa de segurança e de transporte de valores deverá apresentar documentação
comprobatória do preenchimento dos requisitos constantes do art. 4o desta Lei quanto aos
empregados que portarão arma de fogo.
§ 3o A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada
semestralmente junto ao Sinarm.
Art. 7o-A. As armas de fogo utilizadas pelos servidores das instituições descritas no inciso XI
do art. 6o serão de propriedade, responsabilidade e guarda das respectivas instituições,
somente podendo ser utilizadas quando em serviço, devendo estas observar as condições de
uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente, sendo o certificado de registro e
a autorização de porte expedidos pela Polícia Federal em nome da instituição. (Incluído pela
Lei nº 12.694, de 2012)
§ 1o A autorização para o porte de arma de fogo de que trata este artigo independe do
pagamento de taxa. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)

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§ 2o O presidente do tribunal ou o chefe do Ministério Público designará os servidores de


seus quadros pessoais no exercício de funções de segurança que poderão portar arma de fogo,
respeitado o limite máximo de 50% (cinquenta por cento) do número de servidores que
exerçam funções de segurança. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 3o O porte de arma pelos servidores das instituições de que trata este artigo fica
condicionado à apresentação de documentação comprobatória do preenchimento dos
requisitos constantes do art. 4o desta Lei, bem como à formação funcional em
estabelecimentos de ensino de atividade policial e à existência de mecanismos de fiscalização
e de controle interno, nas condições estabelecidas no regulamento desta Lei. (Incluído pela
Lei nº 12.694, de 2012)
§ 4o A listagem dos servidores das instituições de que trata este artigo deverá ser atualizada
semestralmente no Sinarm. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
§ 5o As instituições de que trata este artigo são obrigadas a registrar ocorrência policial e a
comunicar à Polícia Federal eventual perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de
armas de fogo, acessórios e munições que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte e
quatro) horas depois de ocorrido o fato. (Incluído pela Lei nº 12.694, de 2012)
Art. 8o As armas de fogo utilizadas em entidades desportivas legalmente constituídas
devem obedecer às condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão competente,
respondendo o possuidor ou o autorizado a portar a arma pela sua guarda na forma do
regulamento desta Lei.
Art. 9o Compete ao Ministério da Justiça a autorização do porte de arma para os
responsáveis pela segurança de cidadãos estrangeiros em visita ou sediados no Brasil e, ao
Comando do Exército, nos termos do regulamento desta Lei, o registro e a concessão de porte
de trânsito de arma de fogo para colecionadores, atiradores e caçadores e de representantes
estrangeiros em competição internacional oficial de tiro realizada no território nacional.
Art. 10. A autorização para o porte de arma de fogo de uso permitido, em todo o
território nacional, é de competência da Polícia Federal e somente será concedida após
autorização do Sinarm.
§ 1o A autorização prevista neste artigo poderá ser concedida com eficácia temporária e
territorial limitada, nos termos de atos regulamentares, e dependerá de o requerente:
I – demonstrar a sua efetiva necessidade por exercício de atividade profissional de risco
ou de ameaça à sua integridade física;
II – atender às exigências previstas no art. 4o desta Lei;

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III – apresentar documentação de propriedade de arma de fogo, bem como o seu devido
registro no órgão competente.
§ 2o A autorização de porte de arma de fogo, prevista neste artigo, perderá
automaticamente sua eficácia caso o portador dela seja detido ou abordado em estado de
embriaguez ou sob efeito de substâncias químicas ou alucinógenas.
Art. 11. Fica instituída a cobrança de taxas, nos valores constantes do Anexo desta Lei,
pela prestação de serviços relativos:
I – ao registro de arma de fogo;
II – à renovação de registro de arma de fogo;
III – à expedição de segunda via de registro de arma de fogo;
IV – à expedição de porte federal de arma de fogo;
V – à renovação de porte de arma de fogo;
VI – à expedição de segunda via de porte federal de arma de fogo.
§ 1o Os valores arrecadados destinam-se ao custeio e à manutenção das atividades do
Sinarm, da Polícia Federal e do Comando do Exército, no âmbito de suas respectivas
responsabilidades.

§ 2o São isentas do pagamento das taxas previstas neste artigo as pessoas e as


instituições a que se referem os incisos I a VII e X e o § 5 o do art. 6o desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 11-A. O Ministério da Justiça disciplinará a forma e as condições do
credenciamento de profissionais pela Polícia Federal para comprovação da aptidão
psicológica e da capacidade técnica para o manuseio de arma de fogo. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
§ 1o Na comprovação da aptidão psicológica, o valor cobrado pelo psicólogo não poderá
exceder ao valor médio dos honorários profissionais para realização de avaliação psicológica
constante do item 1.16 da tabela do Conselho Federal de Psicologia. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
§ 2o Na comprovação da capacidade técnica, o valor cobrado pelo instrutor de
armamento e tiro não poderá exceder R$ 80,00 (oitenta reais),acrescido do custo da
munição. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

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§ 3o A cobrança de valores superiores aos previstos nos §§ 1 o e 2o deste artigo implicará


o descredenciamento do profissional pela Polícia Federal. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008)
CAPÍTULO IV
DOS CRIMES E DAS PENAS
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou
o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Omissão de cautela
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que
esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de
empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e
de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de
fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas
depois de ocorrido o fato.
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de
fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com
determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de
fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)
Disparo de arma de fogo
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime:

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476

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.


Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de
fogo ou artefato;
II – modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma
de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a
erro autoridade policial, perito ou juiz;
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração,
marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório,
munição ou explosivo a criança ou adolescente; e
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer
forma, munição ou explosivo.
Comércio ilegal de arma de fogo
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito,
desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar,
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de
fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercido em residência.
Tráfico internacional de arma de fogo

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Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer
título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Pena – reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma
de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade
se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e 8o desta
Lei.
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são insuscetíveis de liberdade
provisória. (Vide Adin 3.112-1)
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 22. O Ministério da Justiça poderá celebrar convênios com os Estados e o Distrito
Federal para o cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 23. A classificação legal, técnica e geral bem como a definição das armas de
fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de
valor histórico serão disciplinadas em ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante
proposta do Comando do Exército. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o Todas as munições comercializadas no País deverão estar acondicionadas em
embalagens com sistema de código de barras, gravado na caixa, visando possibilitar a
identificação do fabricante e do adquirente, entre outras informações definidas pelo
regulamento desta Lei.
§ 2o Para os órgãos referidos no art. 6o, somente serão expedidas autorizações de compra
de munição com identificação do lote e do adquirente no culote dos projéteis, na forma do
regulamento desta Lei.
§ 3o As armas de fogo fabricadas a partir de 1 (um) ano da data de publicação desta Lei
conterão dispositivo intrínseco de segurança e de identificação, gravado no corpo da arma,
definido pelo regulamento desta Lei, exclusive para os órgãos previstos no art. 6 o.
§ 4o As instituições de ensino policial e as guardas municipais referidas nos incisos III e
IV do caput do art. 6o desta Lei e no seu § 7o poderão adquirir insumos e máquinas de recarga
de munição para o fim exclusivo de suprimento de suas atividades, mediante autorização
concedida nos termos definidos em regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

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Art. 24. Excetuadas as atribuições a que se refere o art. 2º desta Lei, compete ao
Comando do Exército autorizar e fiscalizar a produção, exportação, importação, desembaraço
alfandegário e o comércio de armas de fogo e demais produtos controlados, inclusive o
registro e o porte de trânsito de arma de fogo de colecionadores, atiradores e caçadores.

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada
aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz
competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para
destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do
regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer
favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de
segurança pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da
Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a
ser encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de
interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz
competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído
pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição
beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei
nº 11.706, de 2008)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao
Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da
relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o local onde se
encontram. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 26. São vedadas a fabricação, a venda, a comercialização e a importação de
brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição as réplicas e os simulacros destinados à
instrução, ao adestramento, ou à coleção de usuário autorizado, nas condições fixadas pelo
Comando do Exército.

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Art. 27. Caberá ao Comando do Exército autorizar, excepcionalmente, a aquisição de


armas de fogo de uso restrito.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica às aquisições dos Comandos
Militares.
Art. 28. É vedado ao menor de 25 (vinte e cinco) anos adquirir arma de fogo,
ressalvados os integrantes das entidades constantes dos incisos I, II, III, V, VI, VII e X
do caput do art. 6o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 29. As autorizações de porte de armas de fogo já concedidas expirar-se-ão 90
(noventa) dias após a publicação desta Lei. (Vide Lei nº 10.884, de 2004)
Parágrafo único. O detentor de autorização com prazo de validade superior a 90
(noventa) dias poderá renová-la, perante a Polícia Federal, nas condições dos arts. 4 o, 6o e 10
desta Lei, no prazo de 90 (noventa) dias após sua publicação, sem ônus para o requerente.
Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não
registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante
apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa,
acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos
meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as características
da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do
cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)
Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o
proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de
registro provisório, expedido na forma do § 4 o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente
poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos
termos do regulamento desta Lei.
Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la,
espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma
do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida
arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
Art. 33. Será aplicada multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) a R$ 300.000,00
(trezentos mil reais), conforme especificar o regulamento desta Lei:

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480

I – à empresa de transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial ou lacustre


que deliberadamente, por qualquer meio, faça, promova, facilite ou permita o transporte de
arma ou munição sem a devida autorização ou com inobservância das normas de segurança;
II – à empresa de produção ou comércio de armamentos que realize publicidade para
venda, estimulando o uso indiscriminado de armas de fogo, exceto nas publicações
especializadas.
Art. 34. Os promotores de eventos em locais fechados, com aglomeração superior a 1000
(um mil) pessoas, adotarão, sob pena de responsabilidade, as providências necessárias para
evitar o ingresso de pessoas armadas, ressalvados os eventos garantidos pelo inciso VI do art.
5oda Constituição Federal.
Parágrafo único. As empresas responsáveis pela prestação dos serviços de transporte
internacional e interestadual de passageiros adotarão as providências necessárias para evitar o
embarque de passageiros armados.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território
nacional, salvo para as entidades previstas no art. 6 o desta Lei.
§ 1o Este dispositivo, para entrar em vigor, dependerá de aprovação mediante referendo
popular, a ser realizado em outubro de 2005.
§ 2o Em caso de aprovação do referendo popular, o disposto neste artigo entrará em vigor
na data de publicação de seu resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Art. 36. É revogada a Lei no 9.437, de 20 de fevereiro de 1997.
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Márcio Thomaz Bastos
José Viegas Filho
Marina Silva

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481

2.LEI 7.716/1989 - CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITOS DE RAÇA OU


COR.

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989.

Define os crimes resultantes de


preconceito de raça ou de cor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou


preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei
nº 9.459, de 15/05/97)
Art. 2º (Vetado).
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer
cargo da Administração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços
públicos.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor,
etnia, religião ou procedência nacional, obstar a promoção funcional. (Incluído pela Lei nº
12.288, de 2010) (Vigência)
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça ou de cor ou práticas
resultantes do preconceito de descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela
Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empregado em igualdade de condições
com os demais trabalhadores; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma de benefício
profissional; (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)

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III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no ambiente de trabalho,


especialmente quanto ao salário. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços à comunidade, incluindo
atividades de promoção da igualdade racial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de
recrutamento de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou etnia para
emprego cujas atividades não justifiquem essas exigências. (Incluído pela Lei nº 12.288,
de 2010) (Vigência)
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial, negando-se a servir,
atender ou receber cliente ou comprador.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento
de ensino público ou privado de qualquer grau.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agravada de
1/3 (um terço).
Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem, ou
qualquer estabelecimento similar.
Pena: reclusão de três a cinco anos.
Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restaurantes, bares, confeitarias,
ou locais semelhantes abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabelecimentos esportivos, casas
de diversões, ou clubes sociais abertos ao público.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de cabeleireiros,
barbearias, termas ou casas de massagem ou estabelecimento com as mesmas finalidades.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e
elevadores ou escada de acesso aos mesmos:
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como aviões, navios barcas,
barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido.

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483

Pena: reclusão de um a três anos.


Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças
Armadas.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência
familiar e social.
Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou função pública, para o
servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento particular por prazo não
superior a três meses.
Art. 17. (Vetado).
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não são automáticos,
devendo ser motivadamente declarados na sentença.
Art. 19. (Vetado).
Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia,
religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos,
distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do
nazismo. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de
comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de
15/05/97)
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a
pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência: (Redação dada
pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material
respectivo;(Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, televisivas, eletrônicas ou da
publicação por qualquer meio; (Redação dada pela Lei nº 12.735, de 2012) (Vigência)

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484

III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de informação na rede mundial de


computadores. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência)
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da
decisão, a destruição do material apreendido. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado pela Lei nº
8.081, de 21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de
21.9.1990)
Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da Independência e 101º da República.

JOSÉ SARNEY
Paulo Brossard
Este texto não substitui o publicado no DOU de 6.1.1989 e retificada em 9.1.1989

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485

3.ESTATUTO CRIANÇA E ADOLESCENTE (ECA)

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Título I
Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.


Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à


pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes,
por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de
dignidade.

Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e


adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou
cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem,
condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que

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diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº


13.257, de 2016)

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público


assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à
infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência,


discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige,
as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição
peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.
Título II
Dos Direitos Fundamentais
Capítulo I
Do Direito à Vida e à Saúde
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a
efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio
e harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 8o É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde
da mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção
humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal
integral no âmbito do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
2016)

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§ 1o O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção


primária. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no
último trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o
direito de opção da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus
filhos recém-nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem
como o acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Redação dada
pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe,
no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do
estado puerperal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e
mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e
mães que se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016)
§ 6o A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência
durante o período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído
pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 7o A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação
complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de
favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da
criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 8o A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a
parto natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções
cirúrgicas por motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 9o A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que
abandonar as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas
pós-parto. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira
infância que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que
atenda às normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do

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filho, em articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento


integral da criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições


adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida
privativa de liberdade.
§ 1o Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas,
individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável,
de forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de
leite humano ou unidade de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de
2016)

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos


e particulares, são obrigados a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo
prazo de dezoito anos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da
impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade
administrativa competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no
metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências
do parto e do desenvolvimento do neonato;
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe.
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e
do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da
equidade no acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da
saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 1o A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou
segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e
reabilitação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)

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§ 2o Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem,


medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento,
habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado
voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira
infância receberão formação específica e permanente para a detecção de sinais de risco para o
desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer
necessário. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de


terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de
criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, de tratamento cruel ou
degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras
providências legais. (Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014)
§ 1o As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção
serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da
Juventude. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência
social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência
Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
Adolescente deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária
da primeira infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza,
formulando projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário,
acompanhamento domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e
odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população
infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, educadores e alunos.
§ 1o É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades
sanitárias. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016)

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§ 2o O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das
gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado
direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3o A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada,
inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e,
posteriormente, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde
bucal. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo
Sistema Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Capítulo II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como
pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos
e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as
restrições legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e
moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, dos valores, idéias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a
salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.
Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de ser educados e cuidados sem o uso
de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina,
educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos
responsáveis, pelos agentes públicos executores de medidas socioeducativas ou por qualquer

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pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei
nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se: (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
I - castigo físico: ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força
física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
b) lesão; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à
criança ou ao adolescente que: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
a) humilhe; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
c) ridicularize. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes
públicos executores de medidas socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de
crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou
tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer
outro pretexto estarão sujeitos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas,
que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à
família; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)
III - encaminhamento a cursos ou programas de orientação; (Incluído pela Lei nº 13.010,
de 2014)
IV - obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)
V - advertência. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo serão aplicadas pelo Conselho
Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

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Capítulo III
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Seção I
Disposições Gerais
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família
e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária,
em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (Redação dada pela Lei nº
13.257, de 2016)
§ 1o Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento
familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses,
devendo a autoridade judiciária competente, com base em relatório elaborado por equipe
interprofissional ou multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de
reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades
previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento
institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que
atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamentada pela autoridade
judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3o A manutenção ou a reintegração de criança ou adolescente à sua família terá
preferência em relação a qualquer outra providência, caso em que será esta incluída em
serviços e programas de proteção, apoio e promoção, nos termos do § 1 o do art. 23, dos
incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta
Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o Será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de
liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de
acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)

Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os
mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação.
Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe,
na forma do que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso

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de discordância, recorrer à autoridade judiciária competente para a solução da


divergência. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores,
cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais.
Parágrafo único. A mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais e deveres e
responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança, devendo ser
resguardado o direito de transmissão familiar de suas crenças e culturas, assegurados os
direitos da criança estabelecidos nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a
perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar. (Expressão substituída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 1o Não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança
ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser
incluída em serviços e programas oficiais de proteção, apoio e promoção. (Redação dada
pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o A condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder
familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão,
contra o próprio filho ou filha. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)

Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder familiar serão decretadas
judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem
como na hipótese de descumprimento injustificado dos deveres e obrigações a que alude o art.
22. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Seção II
Da Família Natural
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer
deles e seus descendentes.
Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para
além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os
quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e
afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais,
conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe
ao falecimento, se deixar descendentes.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e
imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
restrição, observado o segredo de Justiça.

Seção III
Da Família Substituta
Subseção I
Disposições Gerais
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
§ 1o Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por
equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão
sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devidamente considerada. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu
consentimento, colhido em audiência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
§ 3o Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de
afinidade ou de afetividade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorrentes da
medida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma
família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que
justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer
caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 5o A colocação da criança ou adolescente em família substituta será precedida de sua
preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe interprofissional a

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serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos


responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 6o Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade
remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade social e cultural, os seus
costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os
direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto
a membros da mesma etnia; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política
indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe
interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer
modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar
adequado.
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá transferência da criança ou
adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não-governamentais, sem
autorização judicial.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional,
somente admissível na modalidade de adoção.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e
fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.

Subseção II
Da Guarda
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à
criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive
aos pais. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou


incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para
atender a situações peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser
deferido o direito de representação para a prática de atos determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os
fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária
competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferimento da
guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos
pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica,
a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência jurídica, incentivos fiscais e
subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do
convívio familiar. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de acolhimento familiar terá
preferência a seu acolhimento institucional, observado, em qualquer caso, o caráter
temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009)
§ 2o Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal cadastrado no programa de
acolhimento familiar poderá receber a criança ou adolescente mediante guarda, observado o
disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3o A União apoiará a implementação de serviços de acolhimento em família
acolhedora como política pública, os quais deverão dispor de equipe que organize o
acolhimento temporário de crianças e de adolescentes em residências de famílias
selecionadas, capacitadas e acompanhadas que não estejam no cadastro de
adoção. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 4o Poderão ser utilizados recursos federais, estaduais, distritais e municipais para a
manutenção dos serviços de acolhimento em família acolhedora, facultando-se o repasse de
recursos para a própria família acolhedora. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo, mediante ato judicial
fundamentado, ouvido o Ministério Público.

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Subseção III
Da Tutela
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a pessoa de até 18 (dezoito) anos
incompletos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação da perda ou
suspensão do pátrio poder poder familiar e implica necessariamente o dever de
guarda. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer documento autêntico, conforme
previsto no parágrafo único do art. 1.729 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código
Civil, deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da sucessão, ingressar com pedido
destinado ao controle judicial do ato, observando o procedimento previsto nos arts. 165 a 170
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Na apreciação do pedido, serão observados os requisitos previstos nos
arts. 28 e 29 desta Lei, somente sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de
última vontade, se restar comprovado que a medida é vantajosa ao tutelando e que não existe
outra pessoa em melhores condições de assumi-la. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art. 24.

Subseção IV
Da Adoção
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á segundo o disposto nesta Lei.
§ 1o A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se deve recorrer apenas
quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou adolescente na família natural ou
extensa, na forma do parágrafo único do art. 25 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 2o É vedada a adoção por procuração. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito anos à data do pedido, salvo se
já estiver sob a guarda ou tutela dos adotantes.

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Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos direitos e
deveres, inclusive sucessórios, desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo os
impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se os vínculos de
filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos parentes.
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus descendentes, o adotante, seus
ascendentes, descendentes e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação
hereditária.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos, independentemente do estado
civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do adotando.
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os adotantes sejam casados civilmente ou
mantenham união estável, comprovada a estabilidade da família. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais velho do que o adotando.
§ 4o Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do período de convivência e que seja
comprovada a existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não detentor da
guarda, que justifiquem a excepcionalidade da concessão. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 5o Nos casos do § 4o deste artigo, desde que demonstrado efetivo benefício ao
adotando, será assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no art. 1.584 da Lei
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca manifestação de
vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes de prolatada a sentença. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e
fundar-se em motivos legítimos.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e saldar o seu alcance, não pode o
tutor ou o curador adotar o pupilo ou o curatelado.

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Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do representante legal do


adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança ou adolescente cujos pais
sejam desconhecidos ou tenham sido destituídos do poder familiar. (Expressão substituída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de idade, será também necessário o
seu consentimento.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência com a criança ou adolescente,
pelo prazo que a autoridade judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso.
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o adotando já estiver sob a tutela
ou guarda legal do adotante durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a
conveniência da constituição do vínculo. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a dispensa da realização do estágio
de convivência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou domiciliado fora do País, o
estágio de convivência, cumprido no território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta)
dias (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o O estágio de convivência será acompanhado pela equipe interprofissional a serviço
da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis
pela execução da política de garantia do direito à convivência familiar, que apresentarão
relatório minucioso acerca da conveniência do deferimento da medida. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença judicial, que será inscrita no
registro civil mediante mandado do qual não se fornecerá certidão.
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus
ascendentes.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o registro original do adotado.
§ 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser lavrado no Cartório do Registro
Civil do Município de sua residência. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do
registro. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
500

§ 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante e, a pedido de qualquer deles,


poderá determinar a modificação do prenome. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo adotante, é obrigatória a oitiva
do adotando, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em julgado da sentença
constitutiva, exceto na hipótese prevista no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força
retroativa à data do óbito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele relacionados serão mantidos
em arquivo, admitindo-se seu armazenamento em microfilme ou por outros meios, garantida a
sua conservação para consulta a qualquer tempo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de adoção em que o adotando for
criança ou adolescente com deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei nº 12.955,
de 2014)
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem biológica, bem como de obter
acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes, após
completar 18 (dezoito) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. O acesso ao processo de adoção poderá ser também deferido ao
adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu pedido, assegurada orientação e assistência jurídica
e psicológica. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece o pátrio poder poder familiar dos pais
naturais. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um registro
de crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de pessoas interessadas na
adoção. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia consulta aos órgãos técnicos do
juizado, ouvido o Ministério Público.
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não satisfazer os requisitos legais, ou
verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 29.
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de um período de preparação
psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,

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preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal
de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação referida no § 3 o deste artigo
incluirá o contato com crianças e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em
condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e avaliação da
equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos responsáveis
pelo programa de acolhimento e pela execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e nacional de crianças e
adolescentes em condições de serem adotados e de pessoas ou casais habilitados à
adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais residentes fora do País, que
somente serão consultados na inexistência de postulantes nacionais habilitados nos cadastros
mencionados no § 5o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de adoção terão acesso integral aos
cadastros, incumbindo-lhes a troca de informações e a cooperação mútua, para melhoria do
sistema. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, a
inscrição das crianças e adolescentes em condições de serem adotados que não tiveram
colocação familiar na comarca de origem, e das pessoas ou casais que tiveram deferida sua
habilitação à adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5 o deste artigo, sob pena
de responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela manutenção e correta
alimentação dos cadastros, com posterior comunicação à Autoridade Central Federal
Brasileira. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 10. A adoção internacional somente será deferida se, após consulta ao cadastro de
pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na
comarca, bem como aos cadastros estadual e nacional referidos no § 5 o deste artigo, não for
encontrado interessado com residência permanente no Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado em sua adoção, a criança ou o
adolescente, sempre que possível e recomendável, será colocado sob guarda de família

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cadastrada em programa de acolhimento familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de


2009) Vigência
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa dos postulantes à adoção
serão fiscalizadas pelo Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato domiciliado no Brasil
não cadastrado previamente nos termos desta Lei quando: (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
I - se tratar de pedido de adoção unilateral; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
II - for formulada por parente com o qual a criança ou adolescente mantenha vínculos de
afinidade e afetividade; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda legal de criança maior de 3
(três) anos ou adolescente, desde que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de
laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a ocorrência de má-fé ou qualquer das
situações previstas nos arts. 237 ou 238 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o candidato deverá comprovar, no
curso do procedimento, que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme previsto
nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual a pessoa ou casal postulante é
residente ou domiciliado fora do Brasil, conforme previsto no Artigo 2 da Convenção de
Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de
Adoção Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14 de janeiro de 1999, e
promulgada pelo Decreto no 3.087, de 21 de junho de 1999. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 1o A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no
Brasil somente terá lugar quando restar comprovado: (Redação dada pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
I - que a colocação em família substituta é a solução adequada ao caso concreto;
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente


em família substituta brasileira, após consulta aos cadastros mencionados no art. 50 desta
Lei; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios
adequados ao seu estágio de desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida,
mediante parecer elaborado por equipe interprofissional, observado o disposto nos §§ 1 o e
2o do art. 28 desta Lei. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência aos estrangeiros, nos casos de
adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das Autoridades Centrais Estaduais
e Federal em matéria de adoção internacional. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 52. A adoção internacional poderá ser condicionada a estudo prévio e análise de uma
comissão estadual judiciária de adoção, que fornecerá o respectivo laudo de habilitação para
instruir o processo competente.
Parágrafo único. Competirá à comissão manter registro centralizado de interessados
estrangeiros em adoção.
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento previsto nos arts. 165 a 170
desta Lei, com as seguintes adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar criança ou adolescente brasileiro,
deverá formular pedido de habilitação à adoção perante a Autoridade Central em matéria de
adoção internacional no país de acolhida, assim entendido aquele onde está situada sua
residência habitual; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - se a Autoridade Central do país de acolhida considerar que os solicitantes estão
habilitados e aptos para adotar, emitirá um relatório que contenha informações sobre a
identidade, a capacidade jurídica e adequação dos solicitantes para adotar, sua situação
pessoal, familiar e médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua aptidão para
assumir uma adoção internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o relatório à Autoridade Central
Estadual, com cópia para a Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência

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IV - o relatório será instruído com toda a documentação necessária, incluindo estudo


psicossocial elaborado por equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da
legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de vigência; (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
V - os documentos em língua estrangeira serão devidamente autenticados pela autoridade
consular, observados os tratados e convenções internacionais, e acompanhados da respectiva
tradução, por tradutor público juramentado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer exigências e solicitar complementação
sobre o estudo psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado no país de
acolhida; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade Central Estadual, a
compatibilidade da legislação estrangeira com a nacional, além do preenchimento por parte
dos postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos necessários ao seu deferimento,
tanto à luz do que dispõe esta Lei como da legislação do país de acolhida, será expedido laudo
de habilitação à adoção internacional, que terá validade por, no máximo, 1 (um) ano; (Incluída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado será autorizado a formalizar pedido
de adoção perante o Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra a criança ou
adolescente, conforme indicação efetuada pela Autoridade Central Estadual. (Incluída pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar, admite-se que os pedidos de
habilitação à adoção internacional sejam intermediados por organismos
credenciados. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o credenciamento de organismos
nacionais e estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de habilitação à adoção
internacional, com posterior comunicação às Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos
órgãos oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 3o Somente será admissível o credenciamento de organismos que: (Incluída pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - sejam oriundos de países que ratificaram a Convenção de Haia e estejam devidamente
credenciados pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados e no país de acolhida

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do adotando para atuar em adoção internacional no Brasil; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
II - satisfizerem as condições de integridade moral, competência profissional,
experiência e responsabilidade exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central
Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua formação e experiência para atuar
na área de adoção internacional; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento jurídico brasileiro e pelas
normas estabelecidas pela Autoridade Central Federal Brasileira. (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 4o Os organismos credenciados deverão ainda: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas condições e dentro dos limites fixados
pelas autoridades competentes do país onde estiverem sediados, do país de acolhida e pela
Autoridade Central Federal Brasileira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - ser dirigidos e administrados por pessoas qualificadas e de reconhecida idoneidade
moral, com comprovada formação ou experiência para atuar na área de adoção internacional,
cadastradas pelo Departamento de Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central
Federal Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal competente; (Incluída
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - estar submetidos à supervisão das autoridades competentes do país onde estiverem
sediados e no país de acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento e situação
financeira; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a cada ano, relatório geral das
atividades desenvolvidas, bem como relatório de acompanhamento das adoções internacionais
efetuadas no período, cuja cópia será encaminhada ao Departamento de Polícia
Federal; (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a Autoridade Central Estadual, com cópia
para a Autoridade Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois) anos. O envio
do relatório será mantido até a juntada de cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a
cidadania do país de acolhida para o adotado; (Incluída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

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VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os adotantes encaminhem à


Autoridade Central Federal Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento estrangeira
e do certificado de nacionalidade tão logo lhes sejam concedidos. (Incluída pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4 o deste artigo pelo organismo
credenciado poderá acarretar a suspensão de seu credenciamento. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou estrangeiro encarregado de
intermediar pedidos de adoção internacional terá validade de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida mediante requerimento
protocolado na Autoridade Central Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao
término do respectivo prazo de validade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu a adoção internacional, não
será permitida a saída do adotando do território nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária determinará a expedição de
alvará com autorização de viagem, bem como para obtenção de passaporte, constando,
obrigatoriamente, as características da criança ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo,
eventuais sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a aposição da impressão
digital do seu polegar direito, instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e
certidão de trânsito em julgado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a qualquer momento, solicitar
informações sobre a situação das crianças e adolescentes adotados (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos credenciados, que sejam
considerados abusivos pela Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam
devidamente comprovados, é causa de seu descredenciamento. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser representados por mais de uma
entidade credenciada para atuar na cooperação em adoção internacional. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado fora do Brasil terá validade


máxima de 1 (um) ano, podendo ser renovada. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de organismos de adoção, nacionais ou
estrangeiros, com dirigentes de programas de acolhimento institucional ou familiar, assim
como com crianças e adolescentes em condições de serem adotados, sem a devida autorização
judicial. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar ou suspender a concessão
de novos credenciamentos sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo
fundamentado. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e descredenciamento, o repasse de
recursos provenientes de organismos estrangeiros encarregados de intermediar pedidos de
adoção internacional a organismos nacionais ou a pessoas físicas. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via Fundo dos
Direitos da Criança e do Adolescente e estarão sujeitos às deliberações do respectivo
Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em país ratificante da
Convenção de Haia, cujo processo de adoção tenha sido processado em conformidade com a
legislação vigente no país de residência e atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da
referida Convenção, será automaticamente recepcionada com o reingresso no Brasil.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da Convenção
de Haia, deverá a sentença ser homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país não ratificante da Convenção
de Haia, uma vez reingressado no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença
estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida, a decisão
da autoridade competente do país de origem da criança ou do adolescente será conhecida pela
Autoridade Central Estadual que tiver processado o pedido de habilitação dos pais adotivos,
que comunicará o fato à Autoridade Central Federal e determinará as providências necessárias

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à expedição do Certificado de Naturalização Provisório. (Incluído pela Lei nº 12.010, de


2009) Vigência
§ 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério Público, somente deixará de
reconhecer os efeitos daquela decisão se restar demonstrado que a adoção é manifestamente
contrária à ordem pública ou não atende ao interesse superior da criança ou do adolescente.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção, prevista no § 1 o deste artigo, o
Ministério Público deverá imediatamente requerer o que for de direito para resguardar os
interesses da criança ou do adolescente, comunicando-se as providências à Autoridade Central
Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central Federal Brasileira e à Autoridade
Central do país de origem. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o país de acolhida e a adoção
não tenha sido deferida no país de origem porque a sua legislação a delega ao país de
acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a criança ou o adolescente ser
oriundo de país que não tenha aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá as
regras da adoção nacional. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Capítulo IV
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o
trabalho, assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares
superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.
Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico,
bem como participar da definição das propostas educacionais.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram
acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;

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III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,


preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
IV – atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de
idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo
a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de
material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular
importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes
a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela freqüência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na
rede regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao
Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a
calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de
crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e
históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a
liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a
destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas
para a infância e a juventude.
Capítulo V
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

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referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
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Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na
condição de aprendiz. (Vide Constituição Federal)
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem
prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo
as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos
trabalhistas e previdenciários.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de
escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado
trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia
seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico,
psíquico, moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade
de entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao
adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular
remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências
pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o
aspecto produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na
venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.

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511

Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho,


observados os seguintes aspectos, entre outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.

Título III
Da Prevenção
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos da
criança e do adolescente.
Art. 70-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão atuar de
forma articulada na elaboração de políticas públicas e na execução de ações destinadas a
coibir o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante e difundir formas não
violentas de educação de crianças e de adolescentes, tendo como principais
ações: (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
I - a promoção de campanhas educativas permanentes para a divulgação do direito da
criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de
tratamento cruel ou degradante e dos instrumentos de proteção aos direitos
humanos; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
II - a integração com os órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público e da
Defensoria Pública, com o Conselho Tutelar, com os Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente e com as entidades não governamentais que atuam na promoção, proteção e
defesa dos direitos da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
III - a formação continuada e a capacitação dos profissionais de saúde, educação e
assistência social e dos demais agentes que atuam na promoção, proteção e defesa dos direitos
da criança e do adolescente para o desenvolvimento das competências necessárias à
prevenção, à identificação de evidências, ao diagnóstico e ao enfrentamento de todas as
formas de violência contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de
2014)
IV - o apoio e o incentivo às práticas de resolução pacífica de conflitos que envolvam
violência contra a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)

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V - a inclusão, nas políticas públicas, de ações que visem a garantir os direitos da criança
e do adolescente, desde a atenção pré-natal, e de atividades junto aos pais e responsáveis com
o objetivo de promover a informação, a reflexão, o debate e a orientação sobre alternativas ao
uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante no processo
educativo; (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
VI - a promoção de espaços intersetoriais locais para a articulação de ações e a
elaboração de planos de atuação conjunta focados nas famílias em situação de violência, com
participação de profissionais de saúde, de assistência social e de educação e de órgãos de
promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. (Incluído pela Lei nº
13.010, de 2014)
Parágrafo único. As famílias com crianças e adolescentes com deficiência terão
prioridade de atendimento nas ações e políticas públicas de prevenção e
proteção. (Incluído pela Lei nº 13.010, de 2014)
Art. 70-B. As entidades, públicas e privadas, que atuem nas áreas a que se refere o art.
71, dentre outras, devem contar, em seus quadros, com pessoas capacitadas a reconhecer e
comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Parágrafo único. São igualmente responsáveis pela comunicação de que trata este artigo,
as pessoas encarregadas, por razão de cargo, função, ofício, ministério, profissão ou
ocupação, do cuidado, assistência ou guarda de crianças e adolescentes, punível, na forma
deste Estatuto, o injustificado retardamento ou omissão, culposos ou dolosos. (Incluído
pela Lei nº 13.046, de 2014)
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação, cultura, lazer, esportes,
diversões, espetáculos e produtos e serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da prevenção especial outras
decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará em responsabilidade da
pessoa física ou jurídica, nos termos desta Lei.

Capítulo II
Da Prevenção Especial

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Seção I
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e Espetáculos
Art. 74. O poder público, através do órgão competente, regulará as diversões e
espetáculos públicos, informando sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se
recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada.
Parágrafo único. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos deverão afixar,
em lugar visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre
a natureza do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação.
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às diversões e espetáculos públicos
classificados como adequados à sua faixa etária.
Parágrafo único. As crianças menores de dez anos somente poderão ingressar e
permanecer nos locais de apresentação ou exibição quando acompanhadas dos pais ou
responsável.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão, no horário recomendado
para o público infanto juvenil, programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas.
Parágrafo único. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem aviso de sua
classificação, antes de sua transmissão, apresentação ou exibição.
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários de empresas que explorem a
venda ou aluguel de fitas de programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou
locação em desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente.
Parágrafo único. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no invólucro, informação
sobre a natureza da obra e a faixa etária a que se destinam.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material impróprio ou inadequado a crianças
e adolescentes deverão ser comercializadas em embalagem lacrada, com a advertência de seu
conteúdo.
Parágrafo único. As editoras cuidarão para que as capas que contenham mensagens
pornográficas ou obscenas sejam protegidas com embalagem opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público infanto-juvenil não poderão
conter ilustrações, fotografias, legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco,
armas e munições, e deverão respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem comercialmente bilhar,
sinuca ou congênere ou por casas de jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda

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514

que eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de
crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do público.

Seção II
Dos Produtos e Serviços
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
I - armas, munições e explosivos;
II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica ainda que
por utilização indevida;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que pelo seu reduzido potencial
sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou
estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.

Seção III
Da Autorização para Viajar
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca onde reside,
desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma unidade da
Federação, ou incluída na mesma região metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o
parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou responsável, conceder
autorização válida por dois anos.

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Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é dispensável, se a criança


ou adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente pelo outro através de
documento com firma reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma criança ou adolescente
nascido em território nacional poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente ou
domiciliado no exterior.

Parte Especial
Título I
Da Política de Atendimento
Capítulo I
Disposições Gerais

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á


através de um conjunto articulado de ações governamentais e não-governamentais, da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
I - políticas sociais básicas;
II - serviços, programas, projetos e benefícios de assistência social de garantia de
proteção social e de prevenção e redução de violações de direitos, seus agravamentos ou
reincidências; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e psicossocial às vítimas de
negligência, maus-tratos, exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV - serviço de identificação e localização de pais, responsável, crianças e adolescentes
desaparecidos;
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos direitos da criança e do
adolescente.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar o período de afastamento do
convívio familiar e a garantir o efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças
e adolescentes; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de guarda de crianças e


adolescentes afastados do convívio familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de
crianças maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com
deficiências e de grupos de irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:


I - municipalização do atendimento;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do
adolescente, órgãos deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, assegurada a
participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis federal,
estaduais e municipais;
III - criação e manutenção de programas específicos, observada a descentralização
político-administrativa;
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais vinculados aos respectivos
conselhos dos direitos da criança e do adolescente;
V - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
Segurança Pública e Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de
agilização do atendimento inicial a adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria,
Conselho Tutelar e encarregados da execução das políticas sociais básicas e de assistência
social, para efeito de agilização do atendimento de crianças e de adolescentes inseridos em
programas de acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua rápida reintegração à
família de origem ou, se tal solução se mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei; (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável participação dos diversos
segmentos da sociedade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - especialização e formação continuada dos profissionais que trabalham nas
diferentes áreas da atenção à primeira infância, incluindo os conhecimentos sobre direitos da
criança e sobre desenvolvimento infantil; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
IX - formação profissional com abrangência dos diversos direitos da criança e do
adolescente que favoreça a intersetorialidade no atendimento da criança e do adolescente e
seu desenvolvimento integral; (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)

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X - realização e divulgação de pesquisas sobre desenvolvimento infantil e sobre


prevenção da violência. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos conselhos estaduais e
municipais dos direitos da criança e do adolescente é considerada de interesse público
relevante e não será remunerada.
Capítulo II
Das Entidades de Atendimento

Seção I
Disposições Gerais
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela manutenção das próprias
unidades, assim como pelo planejamento e execução de programas de proteção e sócio-
educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime de: (Vide)
I - orientação e apoio sócio-familiar;
II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
III - colocação familiar;
IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
V - prestação de serviços à comunidade; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
VI - liberdade assistida; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
VII - semiliberdade; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
VIII - internação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1o As entidades governamentais e não governamentais deverão proceder à inscrição de
seus programas, especificando os regimes de atendimento, na forma definida neste artigo, no
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual manterá registro das
inscrições e de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho Tutelar e à autoridade
judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Os recursos destinados à implementação e manutenção dos programas relacionados
neste artigo serão previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos encarregados das
áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros, observando-se o princípio da
prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado pelo caput do art. 227 da

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Constituição Federal e pelo caput e parágrafo único do art. 4o desta Lei. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo Conselho Municipal dos Direitos
da Criança e do Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-se critérios para
renovação da autorização de funcionamento: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem como às resoluções relativas à
modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente, em todos os níveis; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido, atestadas pelo Conselho Tutelar,
pelo Ministério Público e pela Justiça da Infância e da Juventude; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
III - em se tratando de programas de acolhimento institucional ou familiar, serão
considerados os índices de sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família
substituta, conforme o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão funcionar depois de
registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o qual
comunicará o registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da respectiva localidade.
Parágrafo único. Será negado o registro à entidade que:
§ 1o Será negado o registro à entidade que: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,
salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os princípios desta Lei;
c) esteja irregularmente constituída;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e deliberações relativas à
modalidade de atendimento prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e do
Adolescente, em todos os níveis. (Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos, cabendo ao Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua
renovação, observado o disposto no § 1o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

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Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de acolhimento familiar ou


institucional deverão adotar os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar;
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - integração em família substituta, quando esgotados os recursos de manutenção na
família natural ou extensa; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência;
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-educação;
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras entidades de crianças e
adolescentes abrigados;
VII - participação na vida da comunidade local;
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
IX - participação de pessoas da comunidade no processo educativo.
§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de acolhimento institucional é
equiparado ao guardião, para todos os efeitos de direito. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou
institucional remeterão à autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses, relatório
circunstanciado acerca da situação de cada criança ou adolescente acolhido e sua família, para
fins da reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes Executivo e Judiciário, promoverão
conjuntamente a permanente qualificação dos profissionais que atuam direta ou indiretamente
em programas de acolhimento institucional e destinados à colocação familiar de crianças e
adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário, Ministério Público e Conselho
Tutelar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o Salvo determinação em contrário da autoridade judiciária competente, as entidades
que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional, se necessário com o
auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos de assistência social, estimularão o contato da
criança ou adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao disposto nos incisos I e
VIII do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 5o As entidades que desenvolvem programas de acolhimento familiar ou institucional


somente poderão receber recursos públicos se comprovado o atendimento dos princípios,
exigências e finalidades desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo dirigente de entidade que
desenvolva programas de acolhimento familiar ou institucional é causa de sua destituição,
sem prejuízo da apuração de sua responsabilidade administrativa, civil e
criminal. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o Quando se tratar de criança de 0 (zero) a 3 (três) anos em acolhimento
institucional, dar-se-á especial atenção à atuação de educadores de referência estáveis e
qualitativamente significativos, às rotinas específicas e ao atendimento das necessidades
básicas, incluindo as de afeto como prioritárias. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 93. As entidades que mantenham programa de acolhimento institucional poderão,
em caráter excepcional e de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia
determinação da autoridade competente, fazendo comunicação do fato em até 24 (vinte e
quatro) horas ao Juiz da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade. (Redação
dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido o Ministério
Público e se necessário com o apoio do Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias
para promover a imediata reintegração familiar da criança ou do adolescente ou, se por
qualquer razão não for isso possível ou recomendável, para seu encaminhamento a programa
de acolhimento familiar, institucional ou a família substituta, observado o disposto no § 2 o do
art. 101 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes
obrigações, entre outras:
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de
internação;
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre
inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;

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VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene,


salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos
adolescentes atendidos;
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;
X - propiciar escolarização e profissionalização;
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando
ciência dos resultados à autoridade competente;
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores
de moléstias infecto-contagiosas;
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;
XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não
os tiverem;
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento,
nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,
acompanhamento da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem
sua identificação e a individualização do atendimento.
§ 1o Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes deste artigo às entidades que
mantêm programas de acolhimento institucional e familiar. (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo as entidades utilizarão
preferencialmente os recursos da comunidade.
Art. 94-A. As entidades, públicas ou privadas, que abriguem ou recepcionem crianças e
adolescentes, ainda que em caráter temporário, devem ter, em seus quadros, profissionais
capacitados a reconhecer e reportar ao Conselho Tutelar suspeitas ou ocorrências de maus-
tratos. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)

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Seção II
Da Fiscalização das Entidades
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais referidas no art. 90 serão
fiscalizadas pelo Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas serão apresentados ao estado ou
ao município, conforme a origem das dotações orçamentárias.
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento que descumprirem
obrigação constante do art. 94, sem prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus
dirigentes ou prepostos:
I - às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
II - às entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro.
§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por entidades de atendimento, que
coloquem em risco os direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado ao
Ministério Público ou representado perante autoridade judiciária competente para as
providências cabíveis, inclusive suspensão das atividades ou dissolução da entidade.
(Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações não governamentais
responderão pelos danos que seus agentes causarem às crianças e aos adolescentes,
caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores das atividades de proteção
específica. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

Título II
Das Medidas de Proteção
Capítulo I

Elabora através de conteúdo obtido de apostila de cursos e cartilhas de instituições em geral, os conteúdos estão na
integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
523

Disposições Gerais

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
Capítulo II
Das Medidas Específicas de Proteção
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo.
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas,
preferindo-se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação das medidas: (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos de direitos: crianças e
adolescentes são os titulares dos direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na
Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de toda e qualquer norma
contida nesta Lei deve ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças
e adolescentes são titulares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - responsabilidade primária e solidária do poder público: a plena efetivação dos
direitos assegurados a crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição Federal, salvo
nos casos por esta expressamente ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3
(três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização do atendimento e da possibilidade
da execução de programas por entidades não governamentais; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a intervenção deve atender
prioritariamente aos interesses e direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
consideração que for devida a outros interesses legítimos no âmbito da pluralidade dos
interesses presentes no caso concreto; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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524

V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da criança e do adolescente deve ser


efetuada no respeito pela intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida
privada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades competentes deve ser efetuada
logo que a situação de perigo seja conhecida; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser exercida exclusivamente pelas
autoridades e instituições cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos e à
proteção da criança e do adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção deve ser a necessária e adequada à
situação de perigo em que a criança ou o adolescente se encontram no momento em que a
decisão é tomada; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser efetuada de modo que os pais
assumam os seus deveres para com a criança e o adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na proteção da criança e do
adolescente deve ser dada prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem na sua
família natural ou extensa ou, se isto não for possível, que promovam a sua integração em
família substituta; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o adolescente, respeitado seu estágio de
desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais ou responsável devem ser
informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção e da forma como
esta se processa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o adolescente, em separado ou na
companhia dos pais, de responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus pais ou
responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar nos atos e na definição da medida de
promoção dos direitos e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada pela
autoridade judiciária competente, observado o disposto nos §§ 1 o e 2o do art. 28 desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente
poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

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525

III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino


fundamental;
IV - inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
promoção da família, da criança e do adolescente; (Redação dada pela Lei nº 13.257, de
2016)
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar
ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
IX - colocação em família substituta. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e
excepcionais, utilizáveis como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo
esta possível, para colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade.
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de
violência ou abuso sexual e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento
da criança ou adolescente do convívio familiar é de competência exclusiva da autoridade
judiciária e importará na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem tenha
legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao
responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que
executam programas de acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma
Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará,
dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se
conhecidos; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência;


(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda;
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade
responsável pelo programa de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano
individual de atendimento, visando à reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem
escrita e fundamentada em contrário de autoridade judiciária competente, caso em que
também deverá contemplar sua colocação em família substituta, observadas as regras e
princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do
respectivo programa de atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do
adolescente e a oitiva dos pais ou do responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente
acolhido e seus pais ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta
vedada por expressa e fundamentada determinação judicial, as providências a serem tomadas
para sua colocação em família substituta, sob direta supervisão da autoridade
judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência
dos pais ou do responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que
identificada a necessidade, a família de origem será incluída em programas oficiais de
orientação, de apoio e de promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato com a
criança ou com o adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de


acolhimento familiar ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que
dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual
prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do
adolescente à família de origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou
comunitários de orientação, apoio e promoção social, será enviado relatório fundamentado ao
Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada das providências tomadas e a
expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis pela execução
da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder
familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 30 (trinta) dias para o
ingresso com a ação de destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização
de estudos complementares ou outras providências que entender indispensáveis ao
ajuizamento da demanda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro
contendo informações atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento
familiar e institucional sob sua responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a
situação jurídica de cada um, bem como as providências tomadas para sua reintegração
familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das modalidades previstas no art. 28
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor
da Assistência Social e os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e
da Assistência Social, aos quais incumbe deliberar sobre a implementação de políticas
públicas que permitam reduzir o número de crianças e adolescentes afastados do convívio
familiar e abreviar o período de permanência em programa de acolhimento. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo serão acompanhadas da
regularização do registro civil. (Vide Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento de nascimento da criança ou
adolescente será feito à vista dos elementos disponíveis, mediante requisição da autoridade
judiciária.

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528

§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de que trata este artigo são


isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 3o Caso ainda não definida a paternidade, será deflagrado procedimento específico
destinado à sua averiguação, conforme previsto pela Lei no8.560, de 29 de dezembro de
1992. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é dispensável o ajuizamento de ação de
investigação de paternidade pelo Ministério Público se, após o não comparecimento ou a
recusa do suposto pai em assumir a paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada
para adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o Os registros e certidões necessários à inclusão, a qualquer tempo, do nome do pai
no assento de nascimento são isentos de multas, custas e emolumentos, gozando de absoluta
prioridade. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 6o São gratuitas, a qualquer tempo, a averbação requerida do reconhecimento de
paternidade no assento de nascimento e a certidão correspondente. (Incluído dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)

Título III
Da Prática de Ato Infracional
Capítulo I
Disposições Gerais

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção
penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas
previstas nesta Lei.
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente à
data do fato.
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas previstas no
art. 101.
Capítulo II
Dos Direitos Individuais
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade senão em flagrante de ato
infracional ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente.

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529

Parágrafo único. O adolescente tem direito à identificação dos responsáveis pela sua
apreensão, devendo ser informado acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local onde se encontra recolhido serão
incontinenti comunicados à autoridade judiciária competente e à família do apreendido ou à
pessoa por ele indicada.
Parágrafo único. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a
possibilidade de liberação imediata.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser determinada pelo prazo máximo de
quarenta e cinco dias.
Parágrafo único. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em indícios suficientes
de autoria e materialidade, demonstrada a necessidade imperiosa da medida.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será submetido a identificação
compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de confrontação,
havendo dúvida fundada.

Capítulo III
Das Garantias Processuais

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido processo legal.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes garantias:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante citação ou
meio equivalente;
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e testemunhas e
produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da lei;
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer fase do
procedimento.

Capítulo IV

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530

Das Medidas Sócio-Educativas


Seção I
Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar
ao adolescente as seguintes medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-la, as
circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho
forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão tratamento
individual e especializado, em local adequado às suas condições.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e 100.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a VI do art. 112 pressupõe a
existência de provas suficientes da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a
hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
Parágrafo único. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver prova da
materialidade e indícios suficientes da autoria.

Seção II
Da Advertência
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida a termo e
assinada.

Seção III

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Da Obrigação de Reparar o Dano


Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a autoridade
poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento
do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da vítima.
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser substituída por
outra adequada.

Seção IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas
de interesse geral, por período não excedente a seis meses, junto a entidades assistenciais,
hospitais, escolas e outros estabelecimentos congêneres, bem como em programas
comunitários ou governamentais.
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do adolescente,
devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas semanais, aos sábados,
domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a freqüência à escola ou à
jornada normal de trabalho.

Seção V
Da Liberdade Assistida
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a medida mais
adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a qual poderá ser
recomendada por entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, podendo a
qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a
realização dos seguintes encargos, entre outros:
I - promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes orientação e
inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência
social;

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532

II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do adolescente, promovendo,


inclusive, sua matrícula;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente e de sua inserção no
mercado de trabalho;
IV - apresentar relatório do caso.

Seção VI
Do Regime de Semi-liberdade
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado desde o início, ou como
forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, sempre que
possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que couber, as
disposições relativas à internação.

Seção VII
Da Internação
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos princípios de
brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da
entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada,
mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente deverá ser
liberado, colocado em regime de semi-liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização judicial, ouvido
o Ministério Público.
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a qualquer tempo
pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:

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I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;


II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.
§ 1o O prazo de internação na hipótese do inciso III deste artigo não poderá ser superior
a 3 (três) meses, devendo ser decretada judicialmente após o devido processo
legal. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação, havendo outra medida adequada.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade exclusiva para adolescentes, em
local distinto daquele destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por critérios de
idade, compleição física e gravidade da infração.
Parágrafo único. Durante o período de internação, inclusive provisória, serão obrigatórias
atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do Ministério Público;
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que solicitada;
V - ser tratado com respeito e dignidade;
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio
de seus pais ou responsável;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e desde que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de local seguro para guardá-los,
recebendo comprovante daqueles porventura depositados em poder da entidade;
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos pessoais indispensáveis à
vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

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§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender temporariamente a visita, inclusive de pais


ou responsável, se existirem motivos sérios e fundados de sua prejudicialidade aos interesses
do adolescente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e mental dos internos, cabendo-
lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança.
Capítulo V
Da Remissão
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para apuração de ato infracional, o
representante do Ministério Público poderá conceder a remissão, como forma de exclusão do
processo, atendendo às circunstâncias e conseqüências do fato, ao contexto social, bem como
à personalidade do adolescente e sua maior ou menor participação no ato infracional.
Parágrafo único. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela autoridade
judiciária importará na suspensão ou extinção do processo.
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação da
responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir eventualmente a
aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-
liberdade e a internação.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá ser revista judicialmente, a
qualquer tempo, mediante pedido expresso do adolescente ou de seu representante legal, ou
do Ministério Público.
Título IV
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
I - encaminhamento a serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e
promoção da família; (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a
alcoólatras e toxicômanos;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e
aproveitamento escolar;
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
VII - advertência;

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VIII - perda da guarda;


IX - destituição da tutela;
X - suspensão ou destituição do pátrio poder poder familiar. (Expressão substituída pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X deste artigo,
observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou abuso sexual impostos pelos
pais ou responsável, a autoridade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o
afastamento do agressor da moradia comum.
Parágrafo único. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória dos alimentos
de que necessitem a criança ou o adolescente dependentes do agressor. (Incluído pela Lei nº
12.415, de 2011)

Título V
Do Conselho Tutelar
Capítulo I
Disposições Gerais

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional,


encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente, definidos nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região Administrativa do Distrito Federal
haverá, no mínimo, 1 (um) Conselho Tutelar como órgão integrante da administração pública
local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos pela população local para mandato de 4
(quatro) anos, permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de
escolha. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, serão exigidos os seguintes
requisitos:
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos;

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III - residir no município.


Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia e horário de
funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto à remuneração dos respectivos
membros, aos quais é assegurado o direito a: (Redação dada pela Lei nº 12.696, de 2012)
I - cobertura previdenciária; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um terço) do valor da
remuneração mensal; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
III - licença-maternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
IV - licença-paternidade; (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
V - gratificação natalina. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Parágrafo único. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito Federal
previsão dos recursos necessários ao funcionamento do Conselho Tutelar e à remuneração e
formação continuada dos conselheiros tutelares. (Redação dada pela Lei nº 12.696, de
2012)
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro constituirá serviço público
relevante e estabelecerá presunção de idoneidade moral. (Redação dada pela Lei nº 12.696,
de 2012)
Capítulo II
Das Atribuições do Conselho
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas nos arts. 98 e 105, aplicando
as medidas previstas no art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as medidas previstas no art.
129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação, serviço social, previdência,
trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de
suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração
administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua competência;

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VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade judiciária, dentre as previstas no


art. 101, de I a VI, para o adolescente autor de ato infracional;
VII - expedir notificações;
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de criança ou adolescente quando
necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da proposta orçamentária para
planos e programas de atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos
no art. 220, § 3º, inciso II, da Constituição Federal;
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações de perda ou suspensão do
poder familiar, após esgotadas as possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente
junto à família natural. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
XII - promover e incentivar, na comunidade e nos grupos profissionais, ações de
divulgação e treinamento para o reconhecimento de sintomas de maus-tratos em crianças e
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 13.046, de 2014)
Parágrafo único. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar entender
necessário o afastamento do convívio familiar, comunicará incontinenti o fato ao Ministério
Público, prestando-lhe informações sobre os motivos de tal entendimento e as providências
tomadas para a orientação, o apoio e a promoção social da família. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão ser revistas pela autoridade
judiciária a pedido de quem tenha legítimo interesse.
Capítulo III
Da Competência
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de competência constante do art. 147.
Capítulo IV
Da Escolha dos Conselheiros
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido
em lei municipal e realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público. (Redação dada pela Lei
nº 8.242, de 12.10.1991)
§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar ocorrerá em data
unificada em todo o território nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do mês de

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outubro do ano subsequente ao da eleição presidencial. (Incluído pela Lei nº 12.696, de


2012)
§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10 de janeiro do ano
subsequente ao processo de escolha. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar, é vedado ao candidato
doar, oferecer, prometer ou entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer
natureza, inclusive brindes de pequeno valor. (Incluído pela Lei nº 12.696, de 2012)
Capítulo V
Dos Impedimentos
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho marido e mulher, ascendentes e
descendentes, sogro e genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e sobrinho,
padrasto ou madrasta e enteado.
Parágrafo único. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma deste artigo, em
relação à autoridade judiciária e ao representante do Ministério Público com atuação na
Justiça da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro regional ou distrital.
Título VI
Do Acesso à Justiça
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao
Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de
defensor público ou advogado nomeado.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são isentas
de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados e os maiores de dezesseis e
menores de vinte e um anos assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da
legislação civil ou processual.
Parágrafo único. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou adolescente,
sempre que os interesses destes colidirem com os de seus pais ou responsável, ou quando
carecer de representação ou assistência legal ainda que eventual.
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos que digam
respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.

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Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a criança ou
adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido, filiação, parentesco,
residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome. (Redação dada pela Lei nº 10.764,
de 12.11.2003)
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se refere o artigo anterior
somente será deferida pela autoridade judiciária competente, se demonstrado o interesse e
justificada a finalidade.
Capítulo II
Da Justiça da Infância e da Juventude

Seção I
Disposições Gerais
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas especializadas e exclusivas
da infância e da juventude, cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua proporcionalidade por
número de habitantes, dotá-las de infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em
plantões.

Seção II
Do Juiz
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da Infância e da Juventude, ou o
juiz que exerce essa função, na forma da lei de organização judiciária local.
Art. 147. A competência será determinada:
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou
omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência
dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou
adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou
televisão, que atinja mais de uma comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a

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autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia
para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente para:
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério Público, para apuração de ato
infracional atribuído a adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou extinção do processo;
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses individuais, difusos ou coletivos
afetos à criança e ao adolescente, observado o disposto no art. 209;
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em entidades de atendimento,
aplicando as medidas cabíveis;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de infrações contra norma de proteção
à criança ou adolescente;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar, aplicando as medidas
cabíveis.
Parágrafo único. Quando se tratar de criança ou adolescente nas hipóteses do art. 98, é
também competente a Justiça da Infância e da Juventude para o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda ou modificação da tutela ou
guarda; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou materna, em relação ao
exercício do poder familiar; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de queixa ou representação, ou de
outros procedimentos judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança ou
adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento dos registros de nascimento e
óbito.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de portaria, ou autorizar,
mediante alvará:

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I - a entrada e permanência de criança ou adolescente, desacompanhado dos pais ou


responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II - a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade judiciária levará em conta, dentre
outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de freqüência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou freqüência de crianças e
adolescentes;
f) a natureza do espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo deverão ser fundamentadas, caso
a caso, vedadas as determinações de caráter geral.

Seção III
Dos Serviços Auxiliares
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, prever
recursos para manutenção de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça da
Infância e da Juventude.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras atribuições que lhe forem
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver trabalhos de aconselhamento, orientação,

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encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata subordinação à autoridade


judiciária, assegurada a livre manifestação do ponto de vista técnico.

Capítulo III
Dos Procedimentos
Seção I
Disposições Gerais
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se subsidiariamente as normas
gerais previstas na legislação processual pertinente.
Parágrafo único. É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade absoluta na
tramitação dos processos e procedimentos previstos nesta Lei, assim como na execução dos
atos e diligências judiciais a eles referentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não corresponder a procedimento previsto
nesta ou em outra lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e ordenar de ofício as
providências necessárias, ouvido o Ministério Público.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de afastamento da
criança ou do adolescente de sua família de origem e em outros procedimentos
necessariamente contenciosos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

Seção II
Da Perda e da Suspensão do Pátrio Poder Poder Familiar
(Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do pátrio poder poder familiar terá
início por provocação do Ministério Público ou de quem tenha legítimo
interesse. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 156. A petição inicial indicará:
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e do requerido,
dispensada a qualificação em se tratando de pedido formulado por representante do Ministério
Público;
III - a exposição sumária do fato e o pedido;

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IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo, o rol de testemunhas e


documentos.
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o Ministério
Público, decretar a suspensão do pátrio poder poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o
julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou adolescente confiado a pessoa idônea,
mediante termo de responsabilidade. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta escrita,
indicando as provas a serem produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e
documentos.
§ 1o A citação será pessoal, salvo se esgotados todos os meios para sua
realização. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
§ 2o O requerido privado de liberdade deverá ser citado pessoalmente. (Incluído pela
Lei nº 12.962, de 2014)
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir advogado, sem prejuízo do
próprio sustento e de sua família, poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo,
ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se o prazo a partir da intimação do
despacho de nomeação.
Parágrafo único. Na hipótese de requerido privado de liberdade, o oficial de justiça
deverá perguntar, no momento da citação pessoal, se deseja que lhe seja nomeado
defensor. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária requisitará de qualquer repartição ou
órgão público a apresentação de documento que interesse à causa, de ofício ou a requerimento
das partes ou do Ministério Público.
Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao
Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, decidindo em igual
prazo.
§ 1o A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério
Público, determinará a realização de estudo social ou perícia por equipe interprofissional ou
multidisciplinar, bem como a oitiva de testemunhas que comprovem a presença de uma das
causas de suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos arts. 1.637 e 1.638 da Lei
no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil, ou no art. 24 desta Lei. (Redação dada
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas, é ainda obrigatória a


intervenção, junto à equipe profissional ou multidisciplinar referida no § 1o deste artigo, de
representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, observado o disposto no
§ 6o do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será obrigatória, desde que
possível e razoável, a oitiva da criança ou adolescente, respeitado seu estágio de
desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 4o É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem identificados e estiverem em
local conhecido. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 5o Se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitará
sua apresentação para a oitiva. (Incluído pela Lei nº 12.962, de 2014)
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária dará vista dos autos ao
Ministério Público, por cinco dias, salvo quando este for o requerente, designando, desde
logo, audiência de instrução e julgamento.
§ 1º A requerimento de qualquer das partes, do Ministério Público, ou de ofício, a
autoridade judiciária poderá determinar a realização de estudo social ou, se possível, de
perícia por equipe interprofissional.
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério Público, serão ouvidas as
testemunhas, colhendo-se oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por escrito,
manifestando-se sucessivamente o requerente, o requerido e o Ministério Público, pelo tempo
de vinte minutos cada um, prorrogável por mais dez. A decisão será proferida na audiência,
podendo a autoridade judiciária, excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo
máximo de cinco dias.
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento será de 120 (cento e vinte)
dias. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do poder familiar será
averbada à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Seção III
Da Destituição da Tutela
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o procedimento para a remoção de tutor
previsto na lei processual civil e, no que couber, o disposto na seção anterior.

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Seção IV
Da Colocação em Família Substituta
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de colocação em família substituta:
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual cônjuge, ou companheiro, com
expressa anuência deste;
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu cônjuge, ou companheiro,
com a criança ou adolescente, especificando se tem ou não parente vivo;
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de seus pais, se conhecidos;
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento, anexando, se possível, uma cópia
da respectiva certidão;
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou rendimentos relativos à criança ou
ao adolescente.
Parágrafo único. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os requisitos
específicos.
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder
familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família substituta,
este poderá ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos próprios
requerentes, dispensada a assistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, esses serão ouvidos pela autoridade
judiciária e pelo representante do Ministério Público, tomando-se por termo as
declarações. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e
esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude,
em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
§ 3o O consentimento dos titulares do poder familiar será colhido pela autoridade
judiciária competente em audiência, presente o Ministério Público, garantida a livre
manifestação de vontade e esgotados os esforços para manutenção da criança ou do
adolescente na família natural ou extensa. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

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§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for ratificado na
audiência a que se refere o § 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 5o O consentimento é retratável até a data da publicação da sentença constitutiva da
adoção. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da
criança. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 7o A família substituta receberá a devida orientação por intermédio de equipe técnica
interprofissional a serviço do Poder Judiciário, preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento das partes ou do Ministério
Público, determinará a realização de estudo social ou, se possível, perícia por equipe
interprofissional, decidindo sobre a concessão de guarda provisória, bem como, no caso de
adoção, sobre o estágio de convivência.
Parágrafo único. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio de
convivência, a criança ou o adolescente será entregue ao interessado, mediante termo de
responsabilidade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e ouvida, sempre que
possível, a criança ou o adolescente, dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo
de cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a perda ou a suspensão do pátrio
poder poder familiar constituir pressuposto lógico da medida principal de colocação em
família substituta, será observado o procedimento contraditório previsto nas Seções II e III
deste Capítulo. (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. A perda ou a modificação da guarda poderá ser decretada nos mesmos
autos do procedimento, observado o disposto no art. 35.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o disposto no art. 32, e, quanto à
adoção, o contido no art. 47.
Parágrafo único. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de pessoa inscrita
em programa de acolhimento familiar será comunicada pela autoridade judiciária à entidade
por este responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência

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Seção V
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde logo,
encaminhado à autoridade judiciária.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será, desde logo,
encaminhado à autoridade policial competente.
Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento de
adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em co-autoria com maior,
prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que, após as providências necessárias e
conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição policial própria.
Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido mediante violência ou grave
ameaça a pessoa, a autoridade policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, parágrafo
único, e 107, deverá:
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o adolescente;
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
III - requisitar os exames ou perícias necessários à comprovação da materialidade e
autoria da infração.
Parágrafo único. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto poderá ser
substituída por boletim de ocorrência circunstanciada.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será
prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e responsabilidade
de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no mesmo dia ou, sendo
impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e
sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob internação para garantia de sua
segurança pessoal ou manutenção da ordem pública.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial encaminhará, desde logo, o
adolescente ao representante do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade policial encaminhará o
adolescente à entidade de atendimento, que fará a apresentação ao representante do Ministério
Público no prazo de vinte e quatro horas.

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548

§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de atendimento, a apresentação far-se-á


pela autoridade policial. À falta de repartição policial especializada, o adolescente aguardará a
apresentação em dependência separada da destinada a maiores, não podendo, em qualquer
hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo anterior.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial encaminhará imediatamente
ao representante do Ministério Público cópia do auto de apreensão ou boletim de ocorrência.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver indícios de participação de
adolescente na prática de ato infracional, a autoridade policial encaminhará ao representante
do Ministério Público relatório das investigações e demais documentos.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional não poderá ser
conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo policial, em condições
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua integridade física ou mental, sob
pena de responsabilidade.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do Ministério Público, no mesmo
dia e à vista do auto de apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial, devidamente
autuados pelo cartório judicial e com informação sobre os antecedentes do adolescente,
procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em sendo possível, de seus pais ou
responsável, vítima e testemunhas.
Parágrafo único. Em caso de não apresentação, o representante do Ministério Público
notificará os pais ou responsável para apresentação do adolescente, podendo requisitar o
concurso das polícias civil e militar.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o representante do
Ministério Público poderá:
I - promover o arquivamento dos autos;
II - conceder a remissão;
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida sócio-educativa.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo
representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos
fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para homologação.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a autoridade judiciária determinará,
conforme o caso, o cumprimento da medida.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos autos ao Procurador-Geral de
Justiça, mediante despacho fundamentado, e este oferecerá representação, designará outro

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549

membro do Ministério Público para apresentá-la, ou ratificará o arquivamento ou a remissão,


que só então estará a autoridade judiciária obrigada a homologar.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do Ministério Público não promover o
arquivamento ou conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade judiciária,
propondo a instauração de procedimento para aplicação da medida sócio-educativa que se
afigurar a mais adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a
classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser
deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da autoria e materialidade.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão do procedimento, estando o
adolescente internado provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência de
apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção da
internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão cientificados do teor da
representação, e notificados a comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a autoridade judiciária dará curador
especial ao adolescente.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade judiciária expedirá mandado de
busca e apreensão, determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva apresentação.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua apresentação, sem prejuízo
da notificação dos pais ou responsável.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela autoridade judiciária, não poderá ser
cumprida em estabelecimento prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características definidas no art. 123, o
adolescente deverá ser imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente aguardará sua remoção em
repartição policial, desde que em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas, não
podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob pena de responsabilidade.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou responsável, a autoridade judiciária
procederá à oitiva dos mesmos, podendo solicitar opinião de profissional qualificado.

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550

§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a remissão, ouvirá o representante do


Ministério Público, proferindo decisão.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de internação ou colocação em
regime de semi-liberdade, a autoridade judiciária, verificando que o adolescente não possui
advogado constituído, nomeará defensor, designando, desde logo, audiência em continuação,
podendo determinar a realização de diligências e estudo do caso.
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no prazo de três dias contado da
audiência de apresentação, oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas arroladas na representação e
na defesa prévia, cumpridas as diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional,
será dada a palavra ao representante do Ministério Público e ao defensor, sucessivamente,
pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da autoridade
judiciária, que em seguida proferirá decisão.
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não comparecer, injustificadamente à
audiência de apresentação, a autoridade judiciária designará nova data, determinando sua
condução coercitiva.
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão do processo, poderá ser
aplicada em qualquer fase do procedimento, antes da sentença.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer medida, desde que reconheça na
sentença:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato ato infracional;
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o ato infracional.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente internado, será
imediatamente colocado em liberdade.
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de internação ou regime de semi-
liberdade será feita:
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou responsável, sem prejuízo do
defensor.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á unicamente na pessoa do
defensor.

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§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá este manifestar se deseja ou


não recorrer da sentença.

Seção VI
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de Atendimento
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em entidade governamental e
não-governamental terá início mediante portaria da autoridade judiciária ou representação do
Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste, necessariamente, resumo dos fatos.
Parágrafo único. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária, ouvido o
Ministério Público, decretar liminarmente o afastamento provisório do dirigente da entidade,
mediante decisão fundamentada.
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo de dez dias, oferecer resposta
escrita, podendo juntar documentos e indicar as provas a produzir.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo necessário, a autoridade judiciária
designará audiência de instrução e julgamento, intimando as partes.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o Ministério Público terão cinco dias
para oferecer alegações finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo de dirigente de entidade
governamental, a autoridade judiciária oficiará à autoridade administrativa imediatamente
superior ao afastado, marcando prazo para a substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade judiciária poderá fixar prazo
para a remoção das irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o processo será
extinto, sem julgamento de mérito.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da entidade ou programa de
atendimento.

Seção VII
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de Proteção à Criança e ao
Adolescente
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade administrativa por infração às
normas de proteção à criança e ao adolescente terá início por representação do Ministério
Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração elaborado por servidor efetivo ou
voluntário credenciado, e assinado por duas testemunhas, se possível.

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552

§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração, poderão ser usadas fórmulas


impressas, especificando-se a natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-á a lavratura do auto,
certificando-se, em caso contrário, dos motivos do retardamento.
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para apresentação de defesa, contado da data
da intimação, que será feita:
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado na presença do requerido;
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente habilitado, que entregará cópia do
auto ou da representação ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando certidão;
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for encontrado o requerido ou seu
representante legal;
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não sabido o paradeiro do
requerido ou de seu representante legal.
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a autoridade judiciária dará
vista dos autos do Ministério Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária procederá na conformidade do
artigo anterior, ou, sendo necessário, designará audiência de instrução e
julgamento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o Ministério
Público e o procurador do requerido, pelo tempo de vinte minutos para cada um, prorrogável
por mais dez, a critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá sentença.

Seção VIII
(Incluída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil, apresentarão petição
inicial na qual conste: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
I - qualificação completa; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
II - dados familiares; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou casamento, ou declaração relativa
ao período de união estável; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro de Pessoas


Físicas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - comprovante de renda e domicílio; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VI - atestados de sanidade física e mental (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VII - certidão de antecedentes criminais; (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
VIII - certidão negativa de distribuição cível. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, dará vista
dos autos ao Ministério Público, que no prazo de 5 (cinco) dias poderá: (Incluído pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe interprofissional encarregada de
elaborar o estudo técnico a que se refere o art. 197-C desta Lei; (Incluído pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos postulantes em juízo e
testemunhas; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
III - requerer a juntada de documentos complementares e a realização de outras
diligências que entender necessárias. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe interprofissional a serviço da
Justiça da Infância e da Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que conterá
subsídios que permitam aferir a capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício de
uma paternidade ou maternidade responsável, à luz dos requisitos e princípios desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o É obrigatória a participação dos postulantes em programa oferecido pela Justiça da
Infância e da Juventude preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução
da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, que inclua preparação
psicológica, orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças maiores ou de
adolescentes, com necessidades específicas de saúde ou com deficiências e de grupos de
irmãos. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa obrigatória da preparação referida no
§ 1o deste artigo incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de acolhimento

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familiar ou institucional em condições de serem adotados, a ser realizado sob a orientação,


supervisão e avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude, com o apoio
dos técnicos responsáveis pelo programa de acolhimento familiar ou institucional e pela
execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da participação no programa referido no
art. 197-C desta Lei, a autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, decidirá
acerca das diligências requeridas pelo Ministério Público e determinará a juntada do estudo
psicossocial, designando, conforme o caso, audiência de instrução e julgamento. (Incluído
pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas indeferidas, a
autoridade judiciária determinará a juntada do estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos
autos ao Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito nos cadastros referidos no
art. 50 desta Lei, sendo a sua convocação para a adoção feita de acordo com ordem
cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de crianças ou adolescentes
adotáveis. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá deixar de ser observada pela
autoridade judiciária nas hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando comprovado
ser essa a melhor solução no interesse do adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
§ 2o A recusa sistemática na adoção das crianças ou adolescentes indicados importará
na reavaliação da habilitação concedida. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Capítulo IV
Dos Recursos
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os
relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei
no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com as seguintes
adaptações: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;

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II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério


Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
IV - o agravado será intimado para, no prazo de cinco dias, oferecer resposta e indicar as
peças a serem trasladadas; (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
V - será de quarenta e oito horas o prazo para a extração, a conferência e o conserto do
traslado; (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VI - a apelação será recebida em seu efeito devolutivo. Será também conferido efeito
suspensivo quando interposta contra sentença que deferir a adoção por estrangeiro e, a juízo
da autoridade judiciária, sempre que houver perigo de dano irreparável ou de difícil
reparação; (Revogado pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação,
ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho
fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o
instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo
pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da
parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados da intimação.
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de apelação.
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito desde logo, embora sujeita a
apelação, que será recebida exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de adoção
internacional ou se houver perigo de dano irreparável ou de difícil reparação ao
adotando. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos genitores do poder familiar
fica sujeita a apelação, que deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo. (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de destituição de poder
familiar, em face da relevância das questões, serão processados com prioridade absoluta,
devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado que aguardem, em qualquer situação,
oportuna distribuição, e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e com parecer
urgente do Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência

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Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa para julgamento no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias, contado da sua conclusão. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Parágrafo único. O Ministério Público será intimado da data do julgamento e poderá na
sessão, se entender necessário, apresentar oralmente seu parecer. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a instauração de procedimento para
apuração de responsabilidades se constatar o descumprimento das providências e do prazo
previstos nos artigos anteriores. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Capítulo V
Do Ministério Público
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei serão exercidas nos termos
da respectiva lei orgânica.
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
I - conceder a remissão como forma de exclusão do processo;
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às infrações atribuídas a
adolescentes;
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os procedimentos de suspensão e
destituição do pátrio poder poder familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e
guardiães, bem como oficiar em todos os demais procedimentos da competência da Justiça da
Infância e da Juventude; (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados, a especialização e a
inscrição de hipoteca legal e a prestação de contas dos tutores, curadores e quaisquer
administradores de bens de crianças e adolescentes nas hipóteses do art. 98;
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a proteção dos interesses
individuais, difusos ou coletivos relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos
no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou esclarecimentos e, em caso de não
comparecimento injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela polícia civil ou
militar;

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b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de autoridades municipais,


estaduais e federais, da administração direta ou indireta, bem como promover inspeções e
diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e instituições privadas;
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências investigatórias e determinar a
instauração de inquérito policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de proteção
à infância e à juventude;
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias legais assegurados às crianças e
adolescentes, promovendo as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas corpus, em qualquer juízo,
instância ou tribunal, na defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à
criança e ao adolescente;
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade por infrações cometidas contra
as normas de proteção à infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da
responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de atendimento e os programas de
que trata esta Lei, adotando de pronto as medidas administrativas ou judiciais necessárias à
remoção de irregularidades porventura verificadas;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos serviços médicos,
hospitalares, educacionais e de assistência social, públicos ou privados, para o desempenho de
suas atribuições.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis previstas neste artigo não
impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem outras, desde que compatíveis
com a finalidade do Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de suas funções, terá livre acesso
a todo local onde se encontre criança ou adolescente.
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável pelo uso indevido das
informações e documentos que requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII deste artigo, poderá o
representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante, instaurando o competente procedimento,
sob sua presidência;

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b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade reclamada, em dia, local e horário


previamente notificados ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância
pública afetos à criança e ao adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita adequação.
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for parte, atuará obrigatoriamente o
Ministério Público na defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei, hipótese em que
terá vista dos autos depois das partes, podendo juntar documentos e requerer diligências,
usando os recursos cabíveis.
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer caso, será feita pessoalmente.
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público acarreta a nulidade do feito, que
será declarada de ofício pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
Art. 205. As manifestações processuais do representante do Ministério Público deverão
ser fundamentadas.

Capítulo VI
Do Advogado
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou responsável, e qualquer pessoa que
tenha legítimo interesse na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de que trata
esta Lei, através de advogado, o qual será intimado para todos os atos, pessoalmente ou por
publicação oficial, respeitado o segredo de justiça.
Parágrafo único. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita àqueles que dela
necessitarem.
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional, ainda que
ausente ou foragido, será processado sem defensor.
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado pelo juiz, ressalvado o direito
de, a todo tempo, constituir outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento de nenhum ato do processo,
devendo o juiz nomear substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito do ato.
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se tratar de defensor nomeado ou,
sido constituído, tiver sido indicado por ocasião de ato formal com a presença da autoridade
judiciária.

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Capítulo VII
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e Coletivos

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de responsabilidade por ofensa
aos direitos assegurados à criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou oferta
irregular:
I - do ensino obrigatório;
II - de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência;
III – de atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de
idade; (Redação dada pela Lei nº 13.306, de 2016)
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
V - de programas suplementares de oferta de material didático-escolar, transporte e
assistência à saúde do educando do ensino fundamental;
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à família, à maternidade, à
infância e à adolescência, bem como ao amparo às crianças e adolescentes que dele
necessitem;
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes privados de liberdade.
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e promoção social de famílias e
destinados ao pleno exercício do direito à convivência familiar por crianças e
adolescentes. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
X - de programas de atendimento para a execução das medidas socioeducativas e
aplicação de medidas de proteção. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da proteção judicial outros interesses
individuais, difusos ou coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos pela
Constituição e pela Lei. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 11.259, de 2005)
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou adolescentes será realizada
imediatamente após notificação aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos
portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de transporte interestaduais e
internacionais, fornecendo-lhes todos os dados necessários à identificação do
desaparecido. (Incluído pela Lei nº 11.259, de 2005)
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas no foro do local onde ocorreu
ou deva ocorrer a ação ou omissão, cujo juízo terá competência absoluta para processar a

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causa, ressalvadas a competência da Justiça Federal e a competência originária dos tribunais


superiores.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses coletivos ou difusos, consideram-se
legitimados concorrentemente:
I - o Ministério Público;
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os territórios;
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre
seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada a
autorização da assembléia, se houver prévia autorização estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União e dos
estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério
Público ou outro legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso
de ajustamento de sua conduta às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo
extrajudicial.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por esta Lei, são admissíveis
todas as espécies de ações pertinentes.
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas do Código de Processo
Civil.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no
exercício de atribuições do poder público, que lesem direito líquido e certo previsto nesta Lei,
caberá ação mandamental, que se regerá pelas normas da lei do mandado de segurança.
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não
fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia
do provimento final, é lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação
prévia, citando o réu.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na sentença, impor multa diária
ao réu, independentemente de pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.

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§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em julgado da sentença favorável ao


autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido pelo Conselho dos Direitos da
Criança e do Adolescente do respectivo município.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito em julgado da decisão serão
exigidas através de execução promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos, facultada
igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em
estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano
irreparável à parte.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser condenação ao poder público, o
juiz determinará a remessa de peças à autoridade competente, para apuração da
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se atribua a ação ou omissão.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem
que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao réu os honorários advocatícios
arbitrados na conformidade do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973
(Código de Processo Civil), quando reconhecer que a pretensão é manifestamente infundada.
Parágrafo único. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores
responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados ao décuplo das custas,
sem prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do
Ministério Público, prestando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ação
civil, e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e tribunais tiverem conhecimento de
fatos que possam ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao Ministério Público
para as providências cabíveis.

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Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá requerer às autoridades
competentes as certidões e informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no prazo
de quinze dias.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou
requisitar, de qualquer pessoa, organismo público ou particular, certidões, informações,
exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da
inexistência de fundamento para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento dos
autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.
§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação arquivados serão remetidos,
sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do
Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de arquivamento, em sessão do
Conselho Superior do Ministério público, poderão as associações legitimadas apresentar
razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às
peças de informação.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho
Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento,
designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as disposições da Lei n.º 7.347, de
24 de julho de 1985.

Título VII
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Capítulo I
Dos Crimes
Seção I
Disposições Gerais
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra a criança e o adolescente,
por ação ou omissão, sem prejuízo do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as normas da Parte Geral do Código
Penal e, quanto ao processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.

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Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública incondicionada

Seção II
Dos Crimes em Espécie
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de estabelecimento de atenção à
saúde de gestante de manter registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo referidos
no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à parturiente ou a seu responsável, por ocasião da
alta médica, declaração de nascimento, onde constem as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à
saúde de gestante de identificar corretamente o neonato e a parturiente, por ocasião do parto,
bem como deixar de proceder aos exames referidos no art. 10 desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade, procedendo à sua apreensão
sem estar em flagrante de ato infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade judiciária
competente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão sem observância
das formalidades legais.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela apreensão de criança ou
adolescente de fazer imediata comunicação à autoridade judiciária competente e à família do
apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a
vexame ou a constrangimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa, de ordenar a imediata
liberação de criança ou adolescente, tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:

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Pena - detenção de seis meses a dois anos.


Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta Lei em benefício de
adolescente privado de liberdade:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade judiciária, membro do Conselho
Tutelar ou representante do Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em
virtude de lei ou ordem judicial, com o fim de colocação em lar substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou
recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou
recompensa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou
adolescente para o exterior com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter
lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
Parágrafo único. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude: (Incluído pela
Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena correspondente à violência.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, por qualquer meio, cena
de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela
Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008)
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer
modo intermedeia a participação de criança ou adolescente nas cenas referidas
no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena. (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008)
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente comete o crime: (Redação
dada pela Lei nº 11.829, de 2008)

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I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de exercê-la; (Redação


dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade;
ou (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008)
III – prevalecendo-se de relações de parentesco consangüíneo ou afim até o terceiro
grau, ou por adoção, de tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a
qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela, ou com seu consentimento. (Incluído
pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente: (Redação dada pela
Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº
11.829, de 2008)
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar
por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia,
vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo
criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das fotografias, cenas ou
imagens de que trata o caput deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, cenas
ou imagens de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são puníveis quando o
responsável legal pela prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de desabilitar o
acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou
outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo
criança ou adolescente: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)

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§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de pequena quantidade o


material a que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a finalidade de comunicar às
autoridades competentes a ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e 241-
C desta Lei, quando a comunicação for feita por: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
I – agente público no exercício de suas funções; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
II – membro de entidade, legalmente constituída, que inclua, entre suas finalidades
institucionais, o recebimento, o processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
referidos neste parágrafo; (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
III – representante legal e funcionários responsáveis de provedor de acesso ou serviço
prestado por meio de rede de computadores, até o recebimento do material relativo à notícia
feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou ao Poder Judiciário. (Incluído pela Lei
nº 11.829, de 2008)
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão manter sob sigilo o material ilícito
referido. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou adolescente em cena de sexo explícito
ou pornográfica por meio de adulteração, montagem ou modificação de fotografia, vídeo ou
qualquer outra forma de representação visual: (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda, disponibiliza,
distribui, publica ou divulga por qualquer meio, adquire, possui ou armazena o material
produzido na forma do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.829, de 2008)
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por qualquer meio de
comunicação, criança, com o fim de com ela praticar ato libidinoso: (Incluído pela Lei nº
11.829, de 2008)
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem: (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo cena de sexo explícito ou
pornográfica com o fim de com ela praticar ato libidinoso; (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)

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II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com o fim de induzir criança a se
exibir de forma pornográfica ou sexualmente explícita. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a expressão “cena de sexo
explícito ou pornográfica” compreende qualquer situação que envolva criança ou adolescente
em atividades sexuais explícitas, reais ou simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma
criança ou adolescente para fins primordialmente sexuais. (Incluído pela Lei nº 11.829, de
2008)
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a
criança ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de
12.11.2003)
Art. 243. Vender, fornecer, servir, ministrar ou entregar, ainda que gratuitamente, de
qualquer forma, a criança ou a adolescente, bebida alcoólica ou, sem justa causa, outros
produtos cujos componentes possam causar dependência física ou psíquica: (Redação dada
pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais
grave. (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a
criança ou adolescente fogos de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu
reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer dano físico em caso de utilização
indevida:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais definidos no caput do art.
2o desta Lei, à prostituição ou à exploração sexual: (Incluído pela Lei nº 9.975, de
23.6.2000)
Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa.
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em
que se verifique a submissão de criança ou adolescente às práticas referidas no caput deste
artigo. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de
funcionamento do estabelecimento. (Incluído pela Lei nº 9.975, de 23.6.2000)

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Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele
praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: (Incluído pela Lei nº 12.015, de
2009)
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali
tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
internet. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a
infração cometida ou induzida estar incluída no rol doart. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de
1990. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Capítulo II
Das Infrações Administrativas
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à
saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente
os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos
contra criança ou adolescente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade de atendimento o exercício
dos direitos constantes nos incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por qualquer meio de
comunicação, nome, ato ou documento de procedimento policial, administrativo ou judicial
relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato infracional:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou parcialmente, fotografia de criança ou
adolescente envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe diga respeito ou se
refira a atos que lhe sejam atribuídos, de forma a permitir sua identificação, direta ou
indiretamente.

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§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou emissora de rádio ou televisão,


além da pena prevista neste artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a apreensão da
publicação
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu domicílio, no prazo de
cinco dias, com o fim de regularizar a guarda, adolescente trazido de outra comarca para a
prestação de serviço doméstico, mesmo que autorizado pelos pais ou responsável:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência, independentemente das despesas de retorno do adolescente, se for o caso.
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres inerentes ao poder familiar ou
decorrente de tutela ou guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou Conselho
Tutelar: (Expressão substituída pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado dos pais ou responsável, ou
sem autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou
congênere: (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a autoridade judiciária
poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído
pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta) dias, o
estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua licença cassada. (Incluído pela
Lei nº 12.038, de 2009).
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer meio, com inobservância do
disposto nos arts. 83, 84 e 85 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo público de afixar, em lugar
visível e de fácil acesso, à entrada do local de exibição, informação destacada sobre a natureza
da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de
reincidência.

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Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer representações ou espetáculos, sem
indicar os limites de idade a que não se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada em caso de reincidência,
aplicável, separadamente, à casa de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão, espetáculo em horário diverso do
autorizado ou sem aviso de sua classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada em caso de reincidência a
autoridade judiciária poderá determinar a suspensão da programação da emissora por até dois
dias.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere classificado pelo órgão
competente como inadequado às crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na reincidência, a autoridade poderá
determinar a suspensão do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até quinze
dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de programação em vídeo, em
desacordo com a classificação atribuída pelo órgão competente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade
judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicando-se a pena em caso de
reincidência, sem prejuízo de apreensão da revista ou publicação.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o empresário de observar o que
dispõe esta Lei sobre o acesso de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre sua
participação no espetáculo:
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso de reincidência, a autoridade
judiciária poderá determinar o fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar a instalação e
operacionalização dos cadastros previstos no art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:
(Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de efetuar o
cadastramento de crianças e de adolescentes em condições de serem adotadas, de pessoas ou

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571

casais habilitados à adoção e de crianças e adolescentes em regime de acolhimento


institucional ou familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de estabelecimento de atenção à
saúde de gestante de efetuar imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso de que
tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada em entregar seu filho para
adoção: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três mil reais). (Incluído pela
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência
Parágrafo único. Incorre na mesma pena o funcionário de programa oficial ou
comunitário destinado à garantia do direito à convivência familiar que deixa de efetuar a
comunicação referida no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 258-C. Descumprir a proibição estabelecida no inciso II do art. 81: (Redação
dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Pena - multa de R$ 3.000,00 (três mil reais) a R$ 10.000,00 (dez mil reais); (Redação
dada pela Lei nº 13.106, de 2015)
Medida Administrativa - interdição do estabelecimento comercial até o recolhimento da
multa aplicada. (Redação dada pela Lei nº 13.106, de 2015)

Disposições Finais e Transitórias


Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da publicação deste Estatuto,
elaborará projeto de lei dispondo sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da
política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que estabelece o Título V do Livro II.
Parágrafo único. Compete aos estados e municípios promoverem a adaptação de seus
órgãos e programas às diretrizes e princípios estabelecidos nesta Lei.
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos Fundos dos Direitos da Criança e
do Adolescente nacional, distrital, estaduais ou municipais, devidamente comprovadas, sendo
essas integralmente deduzidas do imposto de renda, obedecidos os seguintes
limites: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido apurado pelas pessoas jurídicas
tributadas com base no lucro real; e (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)

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II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado pelas pessoas físicas na
Declaração de Ajuste Anual, observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de
dezembro de 1997. (Redação dada pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com os recursos captados pelos
fundos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do adolescente, serão
consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de
Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária e as do Plano Nacional pela
Primeira Infância. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 2o Os conselhos nacional, estaduais e municipais dos direitos da criança e do
adolescente fixarão critérios de utilização, por meio de planos de aplicação, das dotações
subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente percentual para incentivo ao
acolhimento, sob a forma de guarda, de crianças e adolescentes e para programas de atenção
integral à primeira infância em áreas de maior carência socioeconômica e em situações de
calamidade. (Redação dada dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da Economia, Fazenda e
Planejamento, regulamentará a comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos deste
artigo . (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a forma de fiscalização da
aplicação, pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos
fiscais referidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 8.242, de 12.10.1991)
§ 5o Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de
1995, a dedução de que trata o inciso I do caput: (Redação dada pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a limite em conjunto com outras
deduções do imposto; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - não poderá ser computada como despesa operacional na apuração do lucro
real. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de 2009, a pessoa física
poderá optar pela doação de que trata o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua
Declaração de Ajuste Anual. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até os seguintes percentuais
aplicados sobre o imposto apurado na declaração: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)

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I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)


II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012. (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012) (Vide)
§ 2o A dedução de que trata o caput: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado na
declaração de que trata o inciso II do caput do art. 260; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
II - não se aplica à pessoa física que: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
a) utilizar o desconto simplificado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
b) apresentar declaração em formulário; ou (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
c) entregar a declaração fora do prazo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
III - só se aplica às doações em espécie; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em vigor. (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data de vencimento da primeira
quota ou quota única do imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da Receita
Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no § 3o implica a glosa definitiva
desta parcela de dedução, ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da diferença de
imposto devido apurado na Declaração de Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na
legislação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual
as doações feitas, no respectivo ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos
Direitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital, estaduais e nacional
concomitantemente com a opção de que trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II
do art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

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Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260 poderá ser
deduzida: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas que apuram o imposto
trimestralmente; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para as pessoas jurídicas que
apuram o imposto anualmente. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que se refere a
apuração do imposto. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei podem ser efetuadas em espécie
ou em bens. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. As doações efetuadas em espécie devem ser depositadas em conta
específica, em instituição financeira pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o
art. 260. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir
recibo em favor do doador, assinado por pessoa competente e pelo presidente do Conselho
correspondente, especificando: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - número de ordem; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e endereço do
emitente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do doador; (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012) (Vide)
V - ano-calendário a que se refere a doação. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode ser emitido anualmente,
desde que discrimine os valores doados mês a mês. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
§ 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve conter a identificação dos bens,
mediante descrição em campo próprio ou em relação anexa ao comprovante, informando
também se houve avaliação, o nome, CPF ou CNPJ e endereço dos avaliadores. (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

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Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador deverá: (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante documentação hábil; (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos, quando se tratar de pessoa
física, e na escrituração, no caso de pessoa jurídica; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
III - considerar como valor dos bens doados: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última declaração do imposto de renda,
desde que não exceda o valor de mercado; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens. (Incluído pela Lei nº 12.594,
de 2012) (Vide)
Parágrafo único. O preço obtido em caso de leilão não será considerado na determinação
do valor dos bens doados, exceto se o leilão for determinado por autoridade
judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e 260-E devem ser mantidos
pelo contribuinte por um prazo de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução
perante a Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das contas dos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
devem: (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
I - manter conta bancária específica destinada exclusivamente a gerir os recursos do
Fundo; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - manter controle das doações recebidas; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do Brasil as doações recebidas
mês a mês, identificando os seguintes dados por doador: (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
a) nome, CNPJ ou CPF; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou em bens. (Incluído pela
Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)

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Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações previstas no art. 260-G, a


Secretaria da Receita Federal do Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério
Público. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais,
distrital e municipais divulgarão amplamente à comunidade: (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
I - o calendário de suas reuniões; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de atendimento à criança e ao
adolescente; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem beneficiados com recursos dos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou
municipais; (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-calendário e o valor dos recursos
previstos para implementação das ações, por projeto; (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação, por projeto atendido,
inclusive com cadastramento na base de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a
Adolescência; e (Incluído pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados com recursos dos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais. (Incluído
pela Lei nº 12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada Comarca, a forma de fiscalização
da aplicação dos incentivos fiscais referidos no art. 260 desta Lei. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
Parágrafo único. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I sujeitará os
infratores a responder por ação judicial proposta pelo Ministério Público, que poderá atuar de
ofício, a requerimento ou representação de qualquer cidadão. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR)
encaminhará à Secretaria da Receita Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo
eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
nacional, distrital, estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos números de
inscrição no CNPJ e das contas bancárias específicas mantidas em instituições financeiras

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públicas, destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos. (Incluído pela Lei nº
12.594, de 2012) (Vide)
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá as instruções necessárias
à aplicação do disposto nos arts. 260 a 260-K. (Incluído pela Lei nº 12.594, de
2012) (Vide)
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da criança e do adolescente, os
registros, inscrições e alterações a que se referem os arts. 90, parágrafo único, e 91 desta Lei
serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca a que pertencer a entidade.
Parágrafo único. A União fica autorizada a repassar aos estados e municípios, e os
estados aos municípios, os recursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei,
tão logo estejam criados os conselhos dos direitos da criança e do adolescente nos seus
respectivos níveis.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as atribuições a eles
conferidas serão exercidas pela autoridade judiciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a
vigorar com as seguintes alterações:
1) Art. 121 ............................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o
crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos.
2) Art. 129 ...............................................................
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136.................................................................
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze
anos.
4) Art. 213 ..................................................................
Parágrafo único. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214...................................................................
Parágrafo único. Se o ofendido é menor de catorze anos:

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Pena - reclusão de três a nove anos.»


Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de 1973, fica acrescido do
seguinte item:
"Art. 102 ....................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da administração direta ou
indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal promoverão
edição popular do texto integral deste Estatuto, que será posto à disposição das escolas e das
entidades de atendimento e de defesa dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 265-A. O poder público fará periodicamente ampla divulgação dos direitos da
criança e do adolescente nos meios de comunicação social. (Redação dada dada pela
Lei nº 13.257, de 2016)
Parágrafo único. A divulgação a que se refere o caput será veiculada em linguagem
clara, compreensível e adequada a crianças e adolescentes, especialmente às crianças com
idade inferior a 6 (seis) anos. (Incluído dada pela Lei nº 13.257, de 2016)
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua publicação.
Parágrafo único. Durante o período de vacância deverão ser promovidas atividades e
campanhas de divulgação e esclarecimentos acerca do disposto nesta Lei.
Art. 267. Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964, e 6.697, de 10 de outubro de
1979 (Código de Menores), e as demais disposições em contrário
.
Brasília, 13 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.
FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Carlos Chiarelli
Antônio Magri
Margarida Procópio
Este texto não substitui o publicado no DOU 16.7.1990 e retificado em 27.9.1990

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4. JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS (LEI N° 9.099/1995) E (LEI N° 10.259/2001)

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI No 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001.

Dispõe sobre a instituição dos Juizados


Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da
Justiça Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça Federal, aos
quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995.
Art. 2o Compete ao Juizado Especial Federal Criminal processar e julgar os feitos de
competência da Justiça Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo, respeitadas
as regras de conexão e continência. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri,
decorrente da aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da
transação penal e da composição dos danos civis. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006)
Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas de
competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários mínimos, bem como executar
as suas sentenças.
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas:
I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado
de segurança, de desapropriação, de divisão e demarcação, populares, execuções fiscais e por
improbidade administrativa e as demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou
individuais homogêneos;
II - sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações públicas federais;

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III - para a anulação ou cancelamento de ato administrativo federal, salvo o de natureza


previdenciária e o de lançamento fiscal;
IV - que tenham como objeto a impugnação da pena de demissão imposta a servidores
públicos civis ou de sanções disciplinares aplicadas a militares.
§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações vincendas, para fins de competência do
Juizado Especial, a soma de doze parcelas não poderá exceder o valor referido no art. 3 o,
caput.
§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado Especial, a sua competência é
absoluta.
Art. 4o O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir medidas cautelares
no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.
Art. 5o Exceto nos casos do art. 4o, somente será admitido recurso de sentença definitiva.
Art. 6o Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível:
I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno porte,
assim definidas na Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996;
II – como rés, a União, autarquias, fundações e empresas públicas federais.
Art. 7o As citações e intimações da União serão feitas na forma prevista nos arts. 35 a 38
da Lei Complementar no 73, de 10 de fevereiro de 1993.
Parágrafo único. A citação das autarquias, fundações e empresas públicas será feita na
pessoa do representante máximo da entidade, no local onde proposta a causa, quando ali
instalado seu escritório ou representação; se não, na sede da entidade.
Art. 8o As partes serão intimadas da sentença, quando não proferida esta na audiência em
que estiver presente seu representante, por ARMP (aviso de recebimento em mão própria).
§ 1o As demais intimações das partes serão feitas na pessoa dos advogados ou dos
Procuradores que oficiem nos respectivos autos, pessoalmente ou por via postal.
§ 2o Os tribunais poderão organizar serviço de intimação das partes e de recepção de
petições por meio eletrônico.
Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas
pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação
para audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de trinta dias.
Art. 10. As partes poderão designar, por escrito, representantes para a causa, advogado ou
não.

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Parágrafo único. Os representantes judiciais da União, autarquias, fundações e empresas


públicas federais, bem como os indicados na forma do caput, ficam autorizados a conciliar,
transigir ou desistir, nos processos da competência dos Juizados Especiais Federais.
Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao Juizado a documentação de que
disponha para o esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da audiência de
conciliação.
Parágrafo único. Para a audiência de composição dos danos resultantes de ilícito
criminal (arts. 71, 72 e 74 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995), o representante da
entidade que comparecer terá poderes para acordar, desistir ou transigir, na forma do art. 10.
Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à conciliação ou ao julgamento da causa,
o Juiz nomeará pessoa habilitada, que apresentará o laudo até cinco dias antes da audiência,
independentemente de intimação das partes.
§ 1o Os honorários do técnico serão antecipados à conta de verba orçamentária do
respectivo Tribunal e, quando vencida na causa a entidade pública, seu valor será incluído na
ordem de pagamento a ser feita em favor do Tribunal.
§ 2o Nas ações previdenciárias e relativas à assistência social, havendo designação de
exame, serão as partes intimadas para, em dez dias, apresentar quesitos e indicar assistentes.
Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.
Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando houver
divergência entre decisões sobre questões de direito material proferidas por Turmas Recursais
na interpretação da lei.
§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas da mesma Região será julgado em
reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presidência do Juiz Coordenador.
§ 2o O pedido fundado em divergência entre decisões de turmas de diferentes regiões ou
da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ será julgado por
Turma de Uniformização, integrada por juízes de Turmas Recursais, sob a presidência do
Coordenador da Justiça Federal.
§ 3o A reunião de juízes domiciliados em cidades diversas será feita pela via eletrônica.
§ 4o Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em questões de direito
material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça -STJ,
a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.
§ 5o No caso do § 4o, presente a plausibilidade do direito invocado e havendo fundado
receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a requerimento do

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interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos quais a controvérsia
esteja estabelecida.
§ 6o Eventuais pedidos de uniformização idênticos, recebidos subseqüentemente em
quaisquer Turmas Recursais, ficarão retidos nos autos, aguardando-se pronunciamento do
Superior Tribunal de Justiça.
§ 7o Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma Recursal ou
Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério Público, no prazo de cinco
dias. Eventuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se manifestar,
no prazo de trinta dias.
§ 8o Decorridos os prazos referidos no § 7o, o relator incluirá o pedido em pauta na Seção,
com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus presos, os
habeas corpus e os mandados de segurança.
§ 9o Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no § 6 o serão apreciados
pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou declará-los prejudicados,
se veicularem tese não acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça.
§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal
Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando a composição
dos órgãos e os procedimentos a serem adotados para o processamento e o julgamento do
pedido de uniformização e do recurso extraordinário.
Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta Lei, será processado e julgado
segundo o estabelecido nos §§ 4o a 9o do art. 14, além da observância das normas do
Regimento.
Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sentença, com trânsito em julgado, que
imponham obrigação de fazer, não fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante
ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da sentença ou do acordo.
Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia certa, após o trânsito em julgado da
decisão, o pagamento será efetuado no prazo de sessenta dias, contados da entrega da
requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a causa, na agência mais próxima da
Caixa Econômica Federal ou do Banco do Brasil, independentemente de precatório.
§ 1o Para os efeitos do § 3o do art. 100 da Constituição Federal, as obrigações ali definidas
como de pequeno valor, a serem pagas independentemente de precatório, terão como limite o
mesmo valor estabelecido nesta Lei para a competência do Juizado Especial Federal Cível
(art. 3o, caput).

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§ 2o Desatendida a requisição judicial, o Juiz determinará o seqüestro do numerário


suficiente ao cumprimento da decisão.
§ 3o São vedados o fracionamento, repartição ou quebra do valor da execução, de modo
que o pagamento se faça, em parte, na forma estabelecida no § 1 o deste artigo, e, em parte,
mediante expedição do precatório, e a expedição de precatório complementar ou suplementar
do valor pago.
§ 4o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no § 1o, o pagamento far-se-á,
sempre, por meio do precatório, sendo facultado à parte exeqüente a renúncia ao crédito do
valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma lá
prevista.
Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por decisão do Tribunal Regional Federal.
O Juiz presidente do Juizado designará os conciliadores pelo período de dois anos, admitida a
recondução. O exercício dessas funções será gratuito, assegurados os direitos e prerrogativas
do jurado (art. 437 do Código de Processo Penal).
Parágrafo único. Serão instalados Juizados Especiais Adjuntos nas localidades cujo
movimento forense não justifique a existência de Juizado Especial, cabendo ao Tribunal
designar a Vara onde funcionará.
Art. 19. No prazo de seis meses, a contar da publicação desta Lei, deverão ser instalados
os Juizados Especiais nas capitais dos Estados e no Distrito Federal.
Parágrafo único. Na capital dos Estados, no Distrito Federal e em outras cidades onde for
necessário, neste último caso, por decisão do Tribunal Regional Federal, serão instalados
Juizados com competência exclusiva para ações previdenciárias.
Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá ser proposta no Juizado Especial
Federal mais próximo do foro definido no art. 4o da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995,
vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.
Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por decisão do Tribunal Regional Federal,
que definirá sua composição e área de competência, podendo abranger mais de uma seção.
Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordenados por Juiz do respectivo Tribunal
Regional, escolhido por seus pares, com mandato de dois anos.
Parágrafo único. O Juiz Federal, quando o exigirem as circunstâncias, poderá determinar
o funcionamento do Juizado Especial em caráter itinerante, mediante autorização prévia do
Tribunal Regional Federal, com antecedência de dez dias.

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Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar, por até três anos, contados a partir
da publicação desta Lei, a competência dos Juizados Especiais Cíveis, atendendo à
necessidade da organização dos serviços judiciários ou administrativos.
Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal e as Escolas de
Magistratura dos Tribunais Regionais Federais criarão programas de informática necessários
para subsidiar a instrução das causas submetidas aos Juizados e promoverão cursos de
aperfeiçoamento destinados aos seus magistrados e servidores.
Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Especiais as demandas ajuizadas até a data de
sua instalação.
Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Federais prestar o suporte administrativo
necessário ao funcionamento dos Juizados Especiais.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor seis meses após a data de sua publicação.

Brasília, 12 de julho de 2001; 180o da Independência e 113o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Paulo de Tarso Tamos Ribeiro
Roberto Brant
Gilmar Ferreira Mendes
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.7.2001

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5. LEI 11.343/2006 - SISTEMA NACIONAL DE POLITICAS PÚBLICAS SOBRE


DROGAS.

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.

Institui o Sistema Nacional de Políticas


Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve
medidas para prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas; estabelece normas para
repressão à produção não autorizada e ao
tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad;
prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e
dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao
tráfico ilícito de drogas e define crimes.
Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os
produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas
atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a
cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou
produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o

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que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas,
de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais
referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e
prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as
atividades relacionadas com:
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e
dependentes de drogas;
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 4o São princípios do Sisnad:
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua
autonomia e à sua liberdade;
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro,
reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros
comportamentos correlacionados;
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o
estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;
V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade,
reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad;
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso
indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso
indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua
produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;

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VIII - a articulação com os órgãos do Ministério Público e dos Poderes Legislativo e


Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a
natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção
social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico
ilícito de drogas;
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido,
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção
não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas
- Conad.
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a
assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros
comportamentos correlacionados;
II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;
III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não
autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo
da União, Distrito Federal, Estados e Municípios;
IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das
atividades de que trata o art. 3o desta Lei.

CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 6o (VETADO)
Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação central e a execução
descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual
e municipal e se constitui matéria definida no regulamento desta Lei.
Art. 8o (VETADO)

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CAPÍTULO III
(VETADO)
Art. 9o (VETADO)
Art. 10. (VETADO)
Art. 11. (VETADO)
Art. 12. (VETADO)
Art. 13. (VETADO)
Art. 14. (VETADO)

CAPÍTULO IV
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES
SOBRE DROGAS
Art. 15. (VETADO)
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social
que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do
respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a
identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas
integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS
CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito
desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a
promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os
seguintes princípios e diretrizes:
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na
qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;

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II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de


orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e
estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam;
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso
indevido de drogas;
IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as
instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e
dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades
socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos
como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos
objetivos a serem alcançados;
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando
em consideração as suas necessidades específicas;
VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de
prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e
respectivos familiares;
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre
outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso
indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino;
XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas,
nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e
aos conhecimentos relacionados a drogas;
XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais
específicas.
Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à
criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo
Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.

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CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL
DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e
respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de
vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de
drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração
ou reintegração em redes sociais.
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente
de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer
condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes
do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do
dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades
socioculturais;
III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e
para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre
que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais
específicas.
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas,
respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta
Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.
Art. 24. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão conceder
benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de
trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.
Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas
da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas

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poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e


financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal,
estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm
garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou
cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministério Público e o
defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva
ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto
capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à
natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se
desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos
antecedentes do agente.
§ 3o As penas previstas nos incisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo
prazo máximo de 5 (cinco) meses.
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do caput deste
artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses.
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários,
entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou
privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou
da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

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§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o caput, nos
incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,
sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator,
gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento
especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6 o do art. 28,
o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade
nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um,
segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o
valor do maior salário mínimo.
Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6o do
art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas.
Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado,
no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir,
extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar,
reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir,
para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais
exigências legais.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia
na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo
lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local,
asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova. (Redação dada pela Lei nº
12.961, de 2014)

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§ 1o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)


§ 2o (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além
das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto no 2.661, de 8 de
julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema
Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
§ 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão expropriadas, conforme o
disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

CAPÍTULO II
DOS CRIMES
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender,
expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever,
ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece,
fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima,
insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a
preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse,
administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar,
para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: (Vide ADI nº
4.274)
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-
multa.

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§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu


relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a
1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser
reduzidas de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes,
não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide
Resolução nº 5, de 2012)
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a
qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou
transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a
2.000 (dois mil) dias-multa.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou
não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200
(mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para
a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33,
caput e § 1o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a
4.000 (quatro mil) dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados
à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700
(setecentos) dias-multa.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o
paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar:

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595

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200


(duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria
profissional a que pertença o agente.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano
potencial a incolumidade de outrem:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo,
cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena
privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) dias-
multa.
Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as
demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-
multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a
dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias
do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de
missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de
fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito
Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

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596

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação


policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e
na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena
reduzida de um terço a dois terços.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto
no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a
personalidade e a conduta social do agente.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz,
atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a
cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos
nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo.
Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre
cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica
do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei são
inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a
conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento
condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente
específico.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito,
proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão,
qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este
apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo,
poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico
adequado.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das
circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da
omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de
acordo com esse entendimento.

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597

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a
necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de
saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda,
observado o disposto no art. 26 desta Lei.

CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-
se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de
Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver
concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na
forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre
os Juizados Especiais Criminais.
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em
flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na
falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e
providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2 o deste artigo
serão tomadas de imediato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a
detenção do agente.
§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2o deste artigo, o agente será
submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária
entender conveniente, e em seguida liberado.
§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei no 9.099, de 1995, que dispõe sobre os
Juizados Especiais Criminais, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de
pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1 o, e 34 a 37 desta
Lei, o juiz, sempre que as circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos
protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei no 9.807, de 13 de julho de 1999.
Seção I
Da Investigação

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598

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará,


imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do
qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro) horas.
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da
materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga,
firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1 o deste artigo não ficará
impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.
§ 3o Recebida cópia do auto de prisão em flagrante, o juiz, no prazo de 10 (dez) dias,
certificará a regularidade formal do laudo de constatação e determinará a destruição das
drogas apreendidas, guardando-se amostra necessária à realização do laudo
definitivo. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 4o A destruição das drogas será executada pelo delegado de polícia competente no
prazo de 15 (quinze) dias na presença do Ministério Público e da autoridade
sanitária. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
§ 5o O local será vistoriado antes e depois de efetivada a destruição das drogas referida
no § 3o, sendo lavrado auto circunstanciado pelo delegado de polícia, certificando-se neste a
destruição total delas. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
Art. 50-A. A destruição de drogas apreendidas sem a ocorrência de prisão em flagrante
será feita por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contado da data da apreensão,
guardando-se amostra necessária à realização do laudo definitivo, aplicando-se, no que
couber, o procedimento dos §§ 3o a 5o do art. 50. (Incluído pela Lei nº 12.961, de 2014)
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado
estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz,
ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia
judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram
à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto
apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias
da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

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599

Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências


complementares:
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser
encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e
julgamento;
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o
agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo
competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta
Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o
Ministério Público, os seguintes procedimentos investigatórios:
I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos
órgãos especializados pertinentes;
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou
outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a
finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico
e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida
desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de
colaboradores.
Seção II
Da Instrução Criminal
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de
Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10
(dez) dias, adotar uma das seguintes providências:
I - requerer o arquivamento;
II - requisitar as diligências que entender necessárias;
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) testemunhas e requerer as demais provas
que entender pertinentes.
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer
defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.

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600

§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá argüir


preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações,
especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), arrolar testemunhas.
§ 2o As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do
Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-
la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias.
§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máximo de 10 (dez) dias, determinará
a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e
julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do
assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração do disposto nos arts. 33, caput e
§ 1o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar
do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão
respectivo.
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta)
dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação
para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a
inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do
Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte)
minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz.
Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou
algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender
pertinente e relevante.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10
(dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.
§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido controvérsia, no curso do processo,
sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto, ou sobre a regularidade do
respectivo laudo, determinará que se proceda na forma do art. 32, § 1 o, desta Lei,

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601

preservando-se, para eventual contraprova, a fração que fixar. (Revogado pela Lei nº 12.961,
de 2014)
§ 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em decisão motivada e, ouvido o
Ministério Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do produto o indicar,
precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do laudo toxicológico. (Revogado
pela Lei nº 12.961, de 2014)
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não
poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim
reconhecido na sentença condenatória.
CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo
indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e
outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes
em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua
prática, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro
de 1941 - Código de Processo Penal.
§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, o juiz facultará ao
acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas acerca da
origem lícita do produto, bem ou valor objeto da decisão.
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela sua
liberação.
§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do
acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens,
direitos ou valores.
§ 4o A ordem de apreensão ou seqüestro de bens, direitos ou valores poderá ser
suspensa pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata possa
comprometer as investigações.
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o
interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização
do juízo competente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos
poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso

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602

indevido, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à


produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas
atividades.
Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o
juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a
expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da instituição à qual
tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos e tributos
anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da
União.
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte,
os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a
prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da
autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de
legislação específica.
§ 1o Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens mencionados
neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua
responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido
o Ministério Público.
§ 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste artigo, e tendo recaído sobre
dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária
que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo competente a intimação do
Ministério Público.
§ 3o Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em caráter cautelar, a
conversão do numerário apreendido em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos
cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos,
e o depósito das correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.
§ 4o Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público, mediante
petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à
alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a União, por intermédio da Senad,
indicar para serem colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos
de inteligência ou militares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e
operações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas,
exclusivamente no interesse dessas atividades.

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603

§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os fins previstos no § 4 o deste


artigo, o requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os demais bens
apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem
os tem sob custódia e o local onde se encontram.
§ 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será autuada em apartado,
cujos autos terão tramitação autônoma em relação aos da ação penal principal.
§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos serão conclusos ao juiz, que,
verificada a presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para a
sua prática e risco de perda de valor econômico pelo decurso do tempo, determinará a
avaliação dos bens relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério Público
e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias.
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o respectivo laudo, o
juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em
leilão.
§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quantia apurada,
até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com os
valores de que trata o § 3o deste artigo.
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões
proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo.
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4 o deste artigo, recaindo a autorização
sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao
equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e
licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido
o uso, ficando estes livres do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o
trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do
produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta Lei e que não
forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da União, serão
revertidos diretamente ao Funad.
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens apreendidos e não leiloados em caráter
cautelar, cujo perdimento já tenha sido decretado em favor da União.

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604

§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imediato


cumprimento ao estabelecido no § 2o deste artigo.
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a
requerimento do Ministério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores
declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se
encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos
termos da legislação vigente.
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados,
com o Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de
drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à
produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de
equipamentos e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de programas
relacionados à questão das drogas.
TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção em assuntos internos,
da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos
regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas
e outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o
Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e
organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:
I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas
voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de
usuários e dependentes de drogas;
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos
conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores
químicos;
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de
drogas e seus precursores químicos.

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

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605

Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1o desta Lei, até que seja
atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias
entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS
no 344, de 12 de maio de 1998.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no 7.560, de 19 de dezembro de
1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às
diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à
atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
Art. 68. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão criar
estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na
prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e
na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou
estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos
serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou
fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou produtos,
incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas
instalações;
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas necessárias
ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
III - dar ciência ao órgão do Ministério Público, para acompanhar o feito.
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou produtos não proscritos referidos no
inciso II do caput deste artigo, só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas
na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao
produto a ser arrematado.
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3 o deste artigo, o produto não arrematado
será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos
Conselhos Estaduais sobre Drogas e do Ministério Público.
§ 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas especialidades farmacêuticas em
condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da
Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.

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606

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se
caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara
federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.
Art. 71. (VETADO)
Art. 72. Encerrado o processo penal ou arquivado o inquérito policial, o juiz, de ofício,
mediante representação do delegado de polícia ou a requerimento do Ministério Público,
determinará a destruição das amostras guardadas para contraprova, certificando isso nos
autos. (Redação dada pela Lei nº 12.961, de 2014)
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito
Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com
os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e
reinserção social de usuários e dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de
2010)
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após a sua publicação.
Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de 1976, e a Lei no 10.409, de 11
de janeiro de 2002.

Brasília, 23 de agosto de 2006; 185o da Independência e 118o da República.


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
Guido Mantega
Jorge Armando Felix
Este texto não substitui o publicado no DOU de 24.8.2006

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6. LEI ESTADUAL N° 14.310/2002 - CÓDIGO DE ÉTICA E DISCIPLINA DOS


MILIOTARES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

O Povo do Estado de Minas Gerais, por seus representantes, decretou e eu, em seu
nome, sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I
Disposições Gerais
CAPÍTULO I
Generalidades
Art. 1º – O Código de Ética e Disciplina dos Militares de Minas Gerais – CEDM – tem por
finalidade definir, especificar e classificar as transgressões disciplinares e estabelecer normas
relativas a sanções disciplinares, conceitos, recursos, recompensas, bem como regulamentar o
Processo AdministrativoDisciplinar e o funcionamento do Conselho de Ética e Disciplina
Militares da Unidade – CEDMU.

Art. 2º – Este Código aplica-se:


I – aos militares da ativa;
II – aos militares da reserva remunerada, nos casos expressamente mencionados neste Código.
Parágrafo único – Não estão sujeitos ao disposto neste Código:
I – os Coronéis Juízes do Tribunal de Justiça Militar Estadual, regidos por legislação
específica;
II - (Vetado); a) (Vetado); b) (Vetado); c) (Vetado).

Art. 3º – A camaradagem é indispensável ao convívio dos militares, devendo-se preservar as


melhores relações sociais entre eles.
§ 1° – É dever do militar incentivar e manter a harmonia, a solidariedade e a amizade em seu
ambiente social, familiar e profissional.
§ 2° – O relacionamento dos militares entre si e com os civis pautar-se-á pela civilidade,
assentada em manifestações de cortesia, respeito, confiança e lealdade.

Art. 4º – Para efeito deste Código, a palavra comandante é a denominação genérica dada ao
militar investido de cargo ou função de direção, comando ou chefia.

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Art. 5° – Será classificado com um dos seguintes conceitos o militar que, no período de doze
meses, tiver registrada em seus assentamentos funcionais a pontuação adiante especificada:
I – conceito “A” – cinquenta pontos positivos;
II – conceito “B” – cinquenta pontos negativos, no máximo;
III – conceito “C” – mais de cinquenta pontos negativos.
§ 1° – Ao ingressar nas Instituições Militares Estaduais –IMEs –, o militar será classificado
no conceito “B”, com zero ponto.
§ 2° – A cada ano sem punição, o militar receberá dez pontos positivos, até atingir o conceito
“A”. CAPÍTULO II Princípios de Hierarquia e Disciplina

Art. 6° – A hierarquia e a disciplina constituem a base institucional das IMEs.


§ 1° – A hierarquia é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das
IMEs.
§ 2° – A disciplina militar é a exteriorização da ética profissional dos militares do Estado e
manifesta-se pelo exato cumprimento de deveres, em todos os escalões e em todos os graus da
hierarquia, quanto aos seguintes aspectos:
I – pronta obediência às ordens legais;
II – observância às prescrições regulamentares;
III – emprego de toda a capacidade em benefício do serviço;
IV – correção de atitudes;
V – colaboração espontânea com a disciplina coletiva e com a efetividade dos resultados
pretendidos pelas IMEs.

Art. 7° – O princípio de subordinação rege todos os graus da hierarquia militar, em


conformidade com o Estatuto dos Militares do Estado de Minas Gerais – EMEMG.

Art. 8° – O militar que presenciar ou tomar conhecimento de prática de transgressão


disciplinar comunicará o fato à autoridade competente, no prazo estabelecido no art. 57, nos
limites de sua competência. CAPÍTULO III Ética Militar

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Art. 9° – A honra, o sentimento do dever militar e a correção de atitudes impõem conduta


moral e profissional irrepreensíveis a todo integrante das IMEs, o qual deve observar os
seguintes princípios de ética militar:
I – amar a verdade e a responsabilidade como fundamentos da dignidade profissional;
II – observar os princípios da Administração Pública, no exercício das atribuições que lhe
couberem em decorrência do cargo;
III – respeitar a dignidade da pessoa humana;
IV – cumprir e fazer cumprir as leis, códigos, resoluções, instruções e ordens das autoridades
competentes;
V – ser justo e imparcial na apreciação e avaliação dos atos praticados por integrantes das
IMEs;
VI – zelar pelo seu próprio preparo profissional e incentivar a mesma prática nos
companheiros, em prol do cumprimento da missão comum;
VII – praticar a camaradagem e desenvolver o espírito de cooperação;
VIII – ser discreto e cortês em suas atitudes, maneiras e linguagem e observar as normas da
boa educação;
IX – abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de assuntos internos das IMEs ou de
matéria sigilosa;
X – cumprir seus deveres de cidadão;
XI – respeitar as autoridades civis e militares;
XII – garantir assistência moral e material à família ou contribuir para ela;
XIII – preservar e praticar, mesmo fora do serviço ou quando já na reserva remunerada, os
preceitos da ética militar;
XIV – exercitar a proatividade no desempenho profissional;
XV – abster-se de fazer uso do posto ou da graduação para obter facilidade pessoal de
qualquer natureza ou encaminhar negócios particulares ou de terceiros;
XVI – abster-se, mesmo na reserva remunerada, do uso das designações hierárquicas:
a) em atividades liberais, comerciais ou industriais;
b) para discutir ou provocar discussão pela imprensa a respeito de assuntos institucionais;
c) no exercício de cargo de natureza civil, na iniciativa privada;
d) em atividades religiosas;
e) em circunstâncias prejudiciais à imagem das IMEs.

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Parágrafo único – Os princípios éticos orientarão a conduta do militar e as ações dos


comandantes para adequá-las às exigências das IMEs, dando-se sempre, entre essas ações,
preferência àquelas de cunho educacional.

Art. 10 – Sempre que possível, a autoridade competente para aplicar a sanção disciplinar
verificará a conveniência e a oportunidade de substituí-la por aconselhamento ou advertência
verbal pessoal, ouvido o CEDMU. TÍTULO II Transgressões Disciplinares

CAPÍTULO I
Definições, Classificações e Especificações

Art. 11 – Transgressão disciplinar é toda ofensa concreta aos princípios da ética e aos deveres
inerentes às atividades das IMEs em sua manifestação elementar e simples, objetivamente
especificada neste Código, distinguindo-se da infração penal, considerada violação dos bens
juridicamente tutelados pelo Código Penal Militar ou comum.

Art. 12 – A transgressão disciplinar será leve, média ou grave, conforme classificação


atribuída nos artigos seguintes, podendo ser atenuada ou agravada, consoante a pontuação
recebida da autoridade sancionadora e a decorrente de atenuantes e agravantes.

Art. 13 – São transgressões disciplinares de natureza grave:


I – praticar ato atentatório à dignidade da pessoa ou que ofenda os princípios da cidadania e
dos direitos humanos, devidamente comprovado em procedimento apuratório;
II – concorrer para o desprestígio da respectiva IME, por meio da prática de crime doloso
devidamente comprovado em procedimento apuratório, que, por sua natureza, amplitude e
repercussão, afete gravemente a credibilidade e a imagem dos militares;
III – faltar, publicamente, com o decoro pessoal, dando causa a grave escândalo que
comprometa a honra pessoal e o decoro da classe;
IV – exercer coação ou assediar pessoas com as quais mantenha relações funcionais;
V – ofender ou dispensar tratamento desrespeitoso, vexatório ou humilhante a qualquer
pessoa;

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VI – apresentar-se com sinais de embriaguez alcoólica ou sob efeito de outra substância


entorpecente, estando em serviço, fardado, ou em situação que cause escândalo ou que ponha
em perigo a segurança própria ou alheia;
VII – praticar ato violento, em situação que não caracterize infração penal;
VIII – divulgar ou contribuir para a divulgação de assunto de caráter sigiloso de que tenha
conhecimento em razão do cargo ou função;
IX – utilizar-se de recursos humanos ou logísticos do Estado ou sob sua responsabilidade para
satisfazer a interesses pessoais ou de terceiros;
X – exercer, em caráter privado, quando no serviço ativo, diretamente ou por interposta
pessoa, atividade ou serviço cuja fiscalização caiba à Polícia Militar ou ao Corpo de
Bombeiros Militar ou que se desenvolva em local sujeito à sua atuação;
XI – maltratar ou permitir que se maltrate o preso ou a pessoa apreendida sob sua custódia ou
deixar de tomar providências para garantir sua integridade física;
XII – referir-se de modo depreciativo a outro militar, a autoridade e a ato da administração
pública;
XIII – autorizar, promover ou tomar parte em manifestação ilícita contra ato de superior
hierárquico ou contrária à disciplina militar;
XIV – agir de maneira parcial ou injusta quando da apreciação e avaliação de atos, no
exercício de sua competência, causando prejuízo ou restringindo direito de qualquer pessoa;
XV – dormir em serviço;
XVI – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
XVII – negar publicidade a ato oficial;
XVIII – induzir ou instigar alguém a prestar declaração falsa em procedimento penal, civil ou
administrativo ou ameaçá-lo para que o faça;
XIX – fazer uso do posto ou da graduação para obter ou permitir que terceiros obtenham
vantagem pecuniária indevida;
XX – faltar ao serviço.

Art. 14 - São transgressões disciplinares de natureza média:


I – executar atividades particulares durante o serviço;
II – demonstrar desídia no desempenho das funções, caracterizada por fato que revele
desempenho insuficiente, desconhecimento da missão, afastamento injustificado do local ou

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procedimento contrário às normas legais, regulamentares e a documentos normativos,


administrativos ou operacionais;
III – deixar de cumprir ordem legal ou atribuir a outrem, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atividade que lhe competir;
IV – assumir compromisso em nome da IME ou representá-la indevidamente;
V – usar indevidamente prerrogativa inerente a integrante das IMEs;
VI – descumprir norma técnica de utilização e manuseio de armamento ou equipamento;
VII – faltar com a verdade, na condição de testemunha, ou omitir fato do qual tenha
conhecimento, assegurado o exercício constitucional da ampla defesa;
VIII – deixar de providenciar medida contra irregularidade de que venha a tomar
conhecimento ou esquivar-se de tonar providências a respeito de ocorrência no âmbito de suas
atribuições;
IX – utilizar-se do anonimato ou envolver indevidamente o nome de outrem para esquivar-se
de responsabilidade;
X – danificar ou inutilizar, por uso indevido, negligência, imprudência ou imperícia, bem da
administração pública de que tenha posse ou seja detentor;
XI – deixar de observar preceito legal referente a tratamento, sinais de respeito e honras
militares, definidos em normas especificas;
XII – contribuir para a desarmonia entre os integrantes das respectivas IMEs, por meio da
divulgação de notícia, comentário ou comunicação infundados;
XIII – manter indevidamente em seu poder bem de terceiro ou da Fazenda Pública;
XIV – maltratar ou não ter o devido cuidado com os bens semoventes das IMEs;
XV – deixar de observar prazos regulamentares;
XVI – comparecer fardado a manifestação ou reunião de caráter político-partidário, exceto a
serviço;
XVII – recusar-se a identificar-se quando justificadamente solicitado;
XVIII – não portar etiqueta de identificação quando em serviço, salvo se previamente
autorizado, em operações policiais específicas;
XIX – participar, o militar da ativa, de firma comercial ou de empresa industrial de qualquer
natureza, ou nelas exercer função ou emprego remunerado.

Art. 15 – São transgressões disciplinares de natureza leve:


I – chegar injustificadamente atrasado para qualquer ato de serviço de que deva participar;

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II – deixar de observar norma específica de apresentação pessoal definida em regulamentação


própria;
III – deixar de observar princípios de boa educação e correção de atitudes;
IV – entrar ou tentar entrar em repartição ou acessar ou tentar acessar qualquer sistema
informatizado, de dados ou de proteção, para o qual não esteja autorizado;
V – retardar injustificadamente o cumprimento de ordem ou o exercício de atribuição;
VI – fumar em local onde esta prática seja legalmente vedada;
VII – permutar serviço sem permissão da autoridade competente.

CAPÍTULO II
Julgamento da Transgressão

Art. 16 – O julgamento da transgressão será precedido de análise que considere:


I – os antecedentes do transgressor;
II – as causas que a determinaram;
III – a natureza dos fatos ou dos atos que a envolveram;
IV – as consequências que dela possam advir.

Art. 17 – No julgamento da transgressão, serão apuradas as causas que a justifiquem e as


circunstâncias que a atenuem ou agravem. Parágrafo único – A cada atenuante será atribuído
um ponto positivo e a cada agravante, um ponto negativo.

Art. 18 – Para cada transgressão, a autoridade aplicadora da sanção atribuirá pontos negativos
dentro dos seguintes parâmetros:
I – de um a dez pontos para infração de natureza leve;
II – de onze a vinte pontos para infração de natureza média;
III – de vinte e um a trinta pontos para infração de natureza grave.
§ 1° – Para cada transgressão, a autoridade aplicadora tomará por base a seguinte pontuação,
sobre a qual incidirão, se existirem, as atenuantes e agravantes:
I – cinco pontos para transgressão de natureza leve;
II – quinze pontos para transgressão de natureza média;
III – vinte e cinco pontos para transgressão de natureza grave.

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§ 2° – Com os pontos atribuídos, far-se-á a computação dos pontos correspondentes às


atenuantes e às agravantes, bem como da pontuação prevista no art. 51, reclassificando-se a
transgressão, se for o caso.

Art. 19 – São causas de justificação:


I – motivo de força maior ou caso fortuito, plenamente comprovado;
II – evitar mal maior, dano ao serviço ou à ordem pública;
III – ter sido cometida a transgressão:
a) na prática de ação meritória;
b) em estado de necessidade;
c) em legítima defesa própria ou de outrem;
d) em obediência a ordem superior, desde que manifestamente legal;
e) no estrito cumprimento do dever legal;
f) sob coação irresistível. Parágrafo único – Não haverá punição, quando for reconhecida
qualquer causa de justificação.

Art. 20 – São circunstâncias atenuantes:


I – estar classificado no conceito “A”;
II – ter prestado serviços relevantes;
III – ter o agente confessado espontaneamente a autoria da transgressão, quando esta for
ignorada ou imputada a outrem;
IV – ter o transgressor procurado diminuir as consequências da transgressão, antes da sanção,
reparando os danos;
V – ter sido cometida a transgressão:
a) para evitar consequências mais danosas que a própria transgressão disciplinar;
b) em defesa própria, de seus direitos ou de outrem, desde que isso não constitua causa de
justificação;
c) por falta de experiência no serviço;
d) por motivo de relevante valor social ou moral.

Art. 21 – São circunstâncias agravantes:


I – estar classificado no conceito “C”;
II – prática simultânea ou conexão de duas ou mais transgressões;

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III – reincidência de transgressões, ressalvado o disposto no art. 94;


IV – conluio de duas ou mais pessoas;
V – cometimento da transgressão:
a) durante a execução do serviço;
b) com abuso de autoridade hierárquica ou funcional;
c) estando fardado e em público;
d) com induzimento de outrem à prática de transgressões mediante concurso de pessoas;
e) com abuso de confiança inerente ao cargo ou função;
f) por motivo egoístico ou para satisfazer interesse pessoal ou de terceiros;
g) para acobertar erro próprio ou de outrem;
h) com o fim de obstruir ou dificultar apuração administrativa, policial ou judicial, ou o
esclarecimento da verdade.

Art. 22 – Obtido o somatório de pontos, serão aplicadas as seguintes sanções disciplinares:


I – de um a quatro pontos, advertência;
II – de cinco a dez pontos, repreensão;
III – de onze vinte pontos, prestação de serviço;
IV – de vinte e um a trinta pontos, suspensão.

TÍTULO III Sanções Disciplinares


CAPÍTULO I Natureza e Amplitude
Art. 23 – A sanção disciplinar objetiva preservar a disciplina e tem caráter preventivo e
educativo.

Art. 24 – Conforme a natureza, a gradação e as circunstâncias da transgressão, serão


aplicáveis as seguintes sanções disciplinares:
I – advertência;
II – repreensão;
III – prestação de serviços de natureza preferencialmente operacional, correspondente a um
turno de serviço semanal, que não exceda a oito horas;
IV – suspensão, de até dez dias;
V – reforma disciplinar compulsória;
VI – demissão;

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VII – perda do posto, patente ou graduação do militar da reserva.

Art. 25 – Poderão ser aplicadas, independentemente das demais sanções ou cumulativamente


com elas, as seguintes medidas:
I – cancelamento de matrícula, com desligamento de curso, estágio ou exame;
II – destituição de cargo, função ou comissão;
III – movimentação de unidade ou fração.
§ 1° – Quando se tratar de falta ou abandono ao serviço ou expediente, o militar perderá os
vencimentos correspondentes aos dias em que se verificar a transgressão, independentemente
da sanção disciplinar.
§ 2° – As sanções disciplinares de militares serão publicadas em boletim reservado, e o
transgressor notificado pessoalmente, sendo vedada a sua divulgação ostensiva, salvo quando
o conhecimento for imprescindível ao caráter educativo da coletividade, assim definido pelo
CEDMU.

CAPÍTULO II
Disponibilidade Cautelar

Art. 26 – O Corregedor da IME, o Comandante da Unidade, o Conselho de Ética e Disciplina


Militares da Unidade – CEDMU –, o Presidente da Comissão de Processo Administrativo-
Disciplinar e o Encarregado de Inquérito Policial Militar – IPM – poderão solicitar ao
Comandante-Geral a disponibilidade cautelar do militar.

Art. 27 – Por ato fundamentado de competência indelegável do Comandante-Geral, o militar


poderá ser colocado em disponibilidade cautelar, nas seguintes hipóteses:
I – quando der causa a grave escândalo que comprometa o decoro da classe e a honra pessoal;
II – quando acusado de prática de crime ou de ato irregular que efetivamente concorra para o
desprestígio das IMEs e dos militares.
§ 1° – Para declaração da disponibilidade cautelar, é imprescindível a existência de provas da
conduta irregular e indícios suficientes de responsabilidade do militar.
§ 2° – A disponibilidade cautelar terá duração e local de cumprimento determinado pelo
ComandanteGeral, e como pressuposto a instauração de procedimento apuratório, não

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podendo exceder o período de quinze dias, prorrogável por igual período, por ato daquela
autoridade, em casos de reconhecida necessidade.
§ 3° – A disponibilidade cautelar assegura ao militar a percepção de vencimento e vantagens
integrais do cargo.

CAPÍTULO III
Execução
Art. 28 – A advertência consiste em uma admoestação verbal ao transgressor.

Art. 29 – A repreensão consiste em uma censura formal ao transgressor.

Art. 30 – A prestação de serviço consiste na atribuição ao militar de tarefa, preferencialmente


de natureza operacional, fora de sua jornada habitual, correspondente a um turno de serviço
semanal, que não exceda a oito horas, sem remuneração extra.

Art. 31 – A suspensão consiste em uma interrupção temporária do exercício de cargo, encargo


ou função, não podendo exceder a dez dias, observado o seguinte:
I – os dias de suspensão não serão remunerados;
II – o militar suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do
cargo, encargo ou função.
Parágrafo único – A aplicação da suspensão obedecerá aos seguintes parâmetros, conforme o
total de pontos apurados:
I – de vinte e um a vinte e três pontos, até três dias;
II – de vinte e quatro a vinte e cinco pontos, até cinco dias;
III – de vinte e seis a vinte e oito pontos, até oito dias;
IV – de vinte e nove a trinta pontos, até dez dias.

Art. 32 – A reforma disciplinar compulsória consiste em uma medida excepcional, de


conveniência da administração, que culmina no afastamento do militar, de ofício, do serviço
ativo da Corporação, pelo reiterado cometimento de faltas ou pela sua gravidade, quando
contar pelo menos quinze anos de efetivo serviço. Parágrafo único – Não poderá ser
reformado disciplinarmente o militar que:

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I – estiver indiciado em inquérito ou submetido a processo por crime contra o patrimônio


público ou particular;
II – tiver sido condenado a pena privativa de liberdade superior a dois anos, transitada em
julgado, na Justiça Comum ou Militar, ou estiver cumprindo pena;
III – cometer ato que afete a honra pessoal, a ética militar ou o decoro da classe, nos termos
do inciso II do art. 64, assim reconhecido em decisão de Processo Administrativo-Disciplinar.

Art. 33 – A demissão consiste no desligamento de militar da ativa dos quadros da IME, nos
termos do EMEMG e deste Código. Parágrafo único – A demissão pune determinada
transgressão ou decorre da incorrigibilidade do transgressor contumaz, cujo histórico e
somatório de sanções indiquem sua inadaptabilidade ou incompatibilidade ao regime
disciplinar da Instituição.

Art. 34 – Ressalvado o disposto no § 1° do art. 42 da Constituição da República, a demissão


de militar da ativa com menos de três anos de efetivo serviço, assegurado o direito à ampla
defesa e ao contraditório, será precedida de Processo Administrativo-Disciplinar Sumário –
PADS –, instaurado quando da ocorrência das situações a seguir relacionadas:
I – reincidência em falta disciplinar de natureza grave, para o militar classificado no conceito
“C”;
II – prática de ato que afete a honra pessoal ou o decoro da classe, independentemente do
conceito do militar.

Art. 35 – No PADS, as razões escritas de defesa deverão ser apresentadas pelo acusado ou seu
procurador legalmente constituído, no prazo de cinco dias úteis do final da instrução.
§ 1° – É assegurada a participação da defesa na instrução, por meio do requerimento da
produção das provas que se fizerem necessárias, cujo deferimento ficará a critério da
autoridade processante, e do arrolamento de até cinco testemunhas.
§ 2° – O acusado e seu defensor serão notificados, por escrito, com antecedência mínima de
vinte e quatro horas de todos os atos instrutórios, sendo que, no caso de seu interrogatório,
esse prazo será de quarenta e oito horas.
§ 3° – É permitido à defesa, no momento da qualificação, contraditar a testemunha, bem
como, ao final do depoimento, formular perguntas por intermédio da autoridade processante.

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§ 4° – Aplicam-se ao PADS, no que couber, as normas do Processo Administrativo-


Disciplinar.
§ 5° – O prazo para conclusão do processo sumário será de vinte dias, prorrogável por mais
dez dias.

Art. 36 – A demissão de militar da ativa com no mínimo três anos de efetivo serviço ocorrerá
por proposta da Comissão de Processo Administrativo-Disciplinar – CPAD –, ressalvado o
disposto no § 1° do art. 42 da Constituição da República.

Art. 37 – A perda da graduação consiste no desligamento dos quadros das IMEs.

Art. 38 – Será aplicado o cancelamento de matrícula, com desligamento de curso, estágio ou


exame, conforme dispuser a norma escolar própria, a discentes de cursos das IMEs, observado
o disposto no art. 34 ou no art. 64, dependendo de seu tempo de efetivo serviço.

Art. 39 – O discente das IMEs que era civil quando de sua admissão, ao ter cancelada sua
matrícula e ser desligado do curso, observando-se o disposto no art. 34 ou no art. 64, será
também excluído da Instituição.

Art. 40 – Quando o militar incorrer em ato incompatível com o exercício do cargo, função ou
comissão, será destituído, independentemente da aplicação de sanção disciplinar, nos termos
do inciso II do art. 25.

CAPÍTULO IV
Regras de Aplicação

Art. 41 – A sanção será aplicada com justiça, serenidade, imparcialidade e isenção.

Art. 42 – O ato administrativo-disciplinar conterá:


I – a transgressão cometida, em termos concisos, com relato objetivo dos fatos e atos
ensejadores da transgressão;
II – a síntese das alegações de defesa do militar;

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III – a conclusão da autoridade e a indicação expressa dos artigos e dos respectivos


parágrafos, incisos, alíneas e números, quando couber, da lei ou da norma em que se enquadre
o transgressor e em que se tipifiquem as circunstâncias atenuantes e agravantes, se existirem;
IV – a classificação da transgressão;
V – a sanção imposta;
VI – a classificação do conceito que passa a ter ou em que permanece o transgressor.

Art. 43 – O militar será formalmente cientificado de sua classificação no conceito “C”.

Art. 44 – O cumprimento da sanção disciplinar por militar afastado do serviço ocorrerá após
sua apresentação, pronto, na unidade. CAPÍTULO V Competência para Aplicação

Art. 45 – A competência para aplicar sanção disciplinar, no âmbito da respectiva IME, é


atribuição inerente ao cargo e não ao grau hierárquico, sendo deferida:
I – ao Governador do Estado e Comandante-Geral, em relação àqueles que estiverem sujeitos
a este Código;
II – ao Chefe do Estado-Maior, na qualidade de Subcomandante da Corporação, em relação
aos militares que lhe são subordinados hierarquicamente;
III – ao Corregedor da IME, em relação aos militares sujeitos a este Código, exceto o
Comandante Geral, o Chefe do Estado-Maior e o Chefe do Gabinete Militar;
IV – ao Chefe do Gabinete Militar, em relação aos que servirem sob sua chefia ou ordens;
V – aos Diretores e Comandantes de Unidades de Comando Intermediário, em relação aos que
servirem sob sua direção, comando ou ordens, dentro do respectivo sistema hierárquico; VI –
aos Comandantes de Unidade, Chefes de Centro e Chefes de Seção do Estado-Maior, em
relação aos que servirem sob seu comando ou chefia.
§ 1° – Além das autoridades mencionadas nos incisos I, II e III deste artigo, compete ao
Corregedor ou correspondente, na Capital, a aplicação de sanções disciplinares a militares
inativos.
§ 2° – A competência descrita no parágrafo anterior é dos Comandantes de Comandos
Intermediários e de Unidades, na respectiva região ou área, exceto, em ambos os casos,
quanto aos oficiais inativos do último posto das IMEs.

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Art. 46 – Quando a ocorrência disciplinar envolver militares de mais de uma Unidade, caberá
ao Comandante imediatamente superior, na linha de subordinação, apurar ou determinar a
apuração dos fatos, adotar as medidas disciplinares de sua competência ou transferir para a
autoridade competente o que lhe escapar à alçada.
§ 1° – Quando duas autoridades de postos diferentes, ambas com ação disciplinar sobre o
militar, conhecerem da falta, competirá à de posto mais elevado punir, salvo se esta entender
que a punição cabe nos limites da competência da outra autoridade.
§ 2° – No caso de ocorrência disciplinar na qual se envolvam militar das Forças Armadas e
militares estaduais, a autoridade competente das IMEs deverá tomar as medidas disciplinares
referentes àqueles que lhe são subordinados.
§ 3° – A competência de que trata este artigo e seus § § 1° e 2° será exercida também pelo
Corregedor da respectiva IME.

Art. 47 – As autoridades mencionadas nos incisos I e II do art. 45 são competentes para


aplicar sanção disciplinar a militar que estiver à disposição ou a serviço de órgão do poder
público, independentemente da competência da autoridade sob cujas ordens estiver servindo
para aplicar–lhe as sanção legal por infração funcional. Parágrafo único – A autoridade que
tiver de ouvir militar ou que lhe houver aplicado sanção disciplinar requisitará a apresentação
do infrator, devendo tal requisição ser atendida no prazo de cinco dias após seu recebimento.

CAPÍTULO VI
Anulação
Art. 48 – A anulação da punição consiste em tornar totalmente sem efeito o ato punitivo,
desde sua publicação, ouvido o Conselho de Ética e Disciplina da Unidade.
§ 1° – Na hipótese de comprovação de ilegalidade ou injustiça, no prazo máximo de cinco
anos da aplicação da sanção, o ato punitivo será anulado.
§ 2° – A anulação da punição eliminará todas as anotações nos assentamentos funcionais
relativos à sua aplicação.

Art. 49 – São competentes para anular as sanções impostas por elas mesmas ou por seus
subordinados as autoridades discriminadas no art. 45.

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TÍTULO IV
Recompensas
CAPÍTULO I
Definições e Especificações

Art. 50 – Recompensas são prêmios concedidos aos militares em razão de atos meritórios,
serviços relevantes e inexistência de sanções disciplinares.
§ 1° – Além de outras previstas em leis e regulamentos especiais, são recompensas militares:
I – elogio;
II – dispensa de serviço;
III – cancelamento de punições;
IV – consignação de nota meritória nos assentamentos do militar, por atos relevantes
relacionados com a atividade profissional, os quais não comportem outros tipos de
recompensa.
§ 2° – A dispensa de que trata o inciso II do § 1° será formalizada em documento escrito em
duas vias, sendo a segunda entregue ao beneficiário.

Art. 51– As recompensas, regulamentadas em normas específicas, serão pontuadas


positivamente, conforme a natureza e as circunstâncias dos fatos que as originaram, nos
seguintes limites:
I – elogio individual: cinco pontos cada;
II – nota meritória: três pontos cada; III – comendas concedidas pela instituição:
a) Alferes Tiradentes na Polícia Militar de Minas Gerais – PMMG – ou equivalente no Corpo
de Bombeiros Militar de Minas Gerais – CBMMG: três pontos;
b) Mérito Profissional: três pontos;
c) Mérito Militar: três pontos;
d) Guimarães Rosa na PMMG ou equivalente no CBMMG: três pontos.
§ 1° – A pontuação a que se refere este artigo tem validade por doze meses a partir da data da
concessão.
§ 2° – A concessão das recompensas de que trata o “caput” deste artigo será fundamentada,
ouvido o CEDMU. CAPÍTULO II Competência para Concessão

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Art. 52 – A concessão de recompensa é função inerente ao cargo e não ao grau hierárquico,


sendo competente para fazê-la aos militares que se achem sob o seu Comando: I – o
Governador do Estado, as previstas nos incisos I, III e IV do
§ 1° do art. 50 e as que lhe são atribuídas em leis ou códigos; II – o Comandante-Geral, as
previstas no § 1° do art. 50, sendo a dispensa de serviço por até vinte dias; III – o Chefe do
Estado-Maior, as recompensas previstas no § 1° do art. 50, sendo a dispensa de serviço por
até quinze dias; IV – as autoridades especificadas nos incisos III a VI do art. 45, as
recompensas previstas no § 1° do art. 50, sendo a dispensa de serviço por até dez dias; V – o
Comandante de Companhia e Pelotão destacados, dispensa de serviço por até três dias.
CAPÍTULO III Ampliação, Restrição e Anulação

Art. 53 – A recompensa dada por uma autoridade pode ser ampliada, restringida ou anulada
por autoridade superior, que motivará seu ato. Parágrafo único – Quando o serviço ou ato
meritório prestado pelo militar ensejar recompensa que escape à alçada de uma autoridade,
esta diligenciará a respectiva concessão perante a autoridade superior competente.

CAPÍTULO IV
Regras para Concessão

Art. 54 – A concessão das recompensas está subordinada às seguintes prescrições: I – só se


registram nos assentamentos dos militares os elogios e as notas meritórias obtidos no
desempenho de atividades próprias das IMEs e concedidos ou homologados por autoridades
competentes; II – salvo por motivo de força maior, não se concederá a recompensa prevista no
inciso II do § 1° do art. 50 a discentes, durante o período letivo, nem a militar, durante o
período de manobras ou em situações extraordinárias; III – a dispensa de serviço é concedida
por dias de vinte e quatro horas, contadas da hora em que o militar começou a gozá-la. Art. 55
– A dispensa de serviço, para ser gozada fora da sede, fica condicionada às mesmas regras da
concessão de férias previstas no EMEMG. TÍTULO V Comunicação e Queixa Disciplinares

CAPÍTULO I
Comunicação Disciplinar

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Art. 56 – A comunicação disciplinar é a formalização escrita, assinada por militar e dirigida à


autoridade competente, acerca de ato ou fato contrário à disciplina.
§ 1° – A comunicação será clara, concisa e precisa, sem comentários ou opiniões pessoais, e
conterá os dados que permitam identificar o fato e as pessoas ou coisas envolvidas, bem como
o local, a data e a hora da ocorrência.
§ 2° – A comunicação deve ser a expressão da verdade, cabendo à autoridade a quem for
dirigida encaminhá-la ao acusado, para que, no prazo de cinco dias úteis, apresente as suas
alegações de defesa por escrito

Art. 57 – A comunicação será apresentada no prazo de cinco dias úteis contados da


observação ou do conhecimento do fato.
§ 1° – A administração encaminhará a comunicação ao acusado mediante notificação formal
para que este apresente as alegações de defesa no prazo improrrogável de cinco dias úteis.
§ 2° – A inobservância injustificada do prazo previsto no § 1° não inviabilizará os trabalhos
da autoridade, operando-se os efeitos da revelia.

CAPÍTULO II
Queixa Disciplinar
Art. 58 – Queixa é a comunicação interposta pelo militar diretamente atingido por ato pessoal
que repute irregular ou injusto.
§ 1° – A apresentação da queixa será feita no prazo máximo de cinco dias úteis, a contar da
data do fato, e encaminhada por intermédio da autoridade a quem o querelante estiver
diretamente subordinado.
§ 2° – A autoridade de que trata o § 1° terá prazo de três dias para encaminhar a queixa, sob
pena de incorrer no disposto no inciso XVI do art. 13 desta lei.
§ 3° – Por decisão da autoridade superior e desde que haja solicitação do querelante, este
poderá ser afastado da subordinação direta da autoridade contra quem formulou a queixa, até
que esta seja decidida. § 4° – Na formulação da queixa, será observado o disposto no art. 56.

CAPÍTULO III
Recurso Disciplinar

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Art. 59 – Interpor, na esfera administrativa, recurso disciplinar é direito do militar que se


sentir prejudicado, ofendido ou injustiçado por qualquer ato ou decisão administrativa.

Art. 60 – Da decisão que aplicar sanção disciplinar caberá recurso à autoridade superior, com
efeito suspensivo, no prazo de cinco dias úteis, contados a partir do primeiro dia útil posterior
ao recebimento da notificação pelo militar. Parágrafo único - Da decisão que avaliar o recurso
caberá novo recurso no prazo de cinco dias úteis.

Art. 61 – O recurso disciplinar, encaminhado por intermédio da autoridade que aplicou a


sanção, será dirigido à autoridade imediatamente superior àquela, por meio de petição ou
requerimento, contendo os seguintes requisitos:
I – exposição do fato e do direito;
II – as razões do pedido de reforma da decisão. Parágrafo único – Recebido o recurso
disciplinar, a autoridade que aplicou a sanção poderá reconsiderar a sua decisão, no prazo de
cinco dias, ouvido o CEDMU, se entender procedente o pedido, e, caso contrário, encaminhá-
lo-á ao destinatário, instruído com os argumentos e documentação necessários.

Art. 62 – A autoridade imediatamente superior proferirá decisão em cinco dias úteis,


explicitando o fundamento legal, fático e a finalidade.

TÍTULO VI
Processo Administrativo-Disciplinar
CAPÍTULO I
Destinação e Nomeação

Art. 63 – A Comissão de Processo Administrativo-Disciplinar – CPAD – é destinada a


examinar e dar parecer, mediante processo especial, sobre a incapacidade de militar para
permanecer na situação de atividade ou inatividade nas IMEs, tendo como princípios o
contraditório e a ampla defesa.

Art. 64 – Será submetido a Processo Administrativo-Disciplinar o militar, com no mínimo


três anos de efetivo serviço, que: I – vier a cometer nova falta disciplinar grave, se

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classificado no conceito “C”; II – praticar ato que afete a honra pessoal ou o decoro da classe,
independentemente do conceito em que estiver classificado.

Art. 65 – A CPAD será nomeada e convocada:


I – pelo Comandante Regional ou autoridade com atribuição equivalente;
II – pelo Chefe do Estado–Maior, ou por sua determinação;
III – pelo Corregedor da IME.

Art. 66 – A CPAD compõe-se de três militares de maior grau hierárquico ou mais antigos que
o submetido ao processo.
§ 1° - Poderão compor a CPAD integrantes dos seguintes quadros:
I - Quadro de Oficiais Policiais Militares – QOPM –;
II - Quadro de Oficiais Bombeiros Militares – QOBM –;
III - Quadro de Oficiais Administrativos – QOA –; IV - Quadro de Praças Policiais Militares
– QPPM –; V - Quadro de Praças Bombeiros Militares – QPBM .
§ 2° – O oficial do QOPM ou QOBM, de maior posto ou mais antigo, será o presidente; o
militar de menor grau hierárquico ou mais moderno, o escrivão; o que o preceder, o
interrogante e relator do processo.
§ 3° – Fica impedido de atuar na mesma Comissão o militar que:
I – tiver comunicado o fato motivador da convocação ou tiver sido encarregado do inquérito
policialmilitar, auto de prisão em flagrante ou sindicância sobre o fato acusatório;
II – tenha emitido parecer sobre a acusação;
III – estiver submetido a Processo Administrativo-Disciplinar;
IV – tenha parentesco consanguíneo ou afim, em linha ascendente, descendente ou colateral,
até o 4° grau, com quem fez a comunicação ou realizou a apuração ou com o acusado.
§ 4° – Ficam sob suspeição para atuar na mesma Comissão os militares que:
I – sejam inimigos ou amigos íntimos do acusado;
II – tenham particular interesse na decisão da causa.
§ 5° – O militar que se enquadrar em qualquer dos incisos dos §§ 3° e 4° suscitará seu
impedimento ou suspeição antes da reunião de instalação da Comissão.

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Art. 67 – Havendo arguição de impedimento ou suspeição de membro da CPAD, a situação


será resolvida pela autoridade convocante.
§ 1° – A arguição de impedimento poderá ser feita a qualquer tempo e a de suspeição até o
término da primeira reunião, sob pena de decadência, salvo quando fundada em motivo
superveniente.
§ 2° – Não constituirá causa de anulação ou nulidade do processo ou de qualquer de seus atos
a participação de militar cuja suspeição não tenha sido arguida no prazo estipulado no § 1°,
exceto em casos de comprovada má-fé.

CAPÍTULO II
Peças Fundamentais do Processo
Art. 68 – São peças fundamentais do processo:
I – a autuação;
II – a portaria;
III – a notificação do acusado e de seu defensor, para a reunião de instalação e interrogatório;
IV – a juntada da procuração do defensor e, no caso de insanidade mental, do ato de
nomeação do seu curador;
V – o compromisso da CPAD;
VI – o interrogatório, salvo o caso de revelia ou deserção do acusado;
VII – a defesa prévia do acusado, nos termos do §1° deste artigo;
VIII – os termos de inquirição de testemunhas;
IX – as atas das reuniões da CPAD; X – as razões finais de defesa do acusado;
XI – o parecer da Comissão, que será datilografado ou digitado e assinado por todos os
membros, que rubricarão todas as suas folhas.
§ 1° – O acusado e seu representante legal devem ser notificados para apresentar defesa
prévia, sendo obrigatória a notificação por edital quando o primeiro for declarado revel ou não
for encontrado.
§ 2° – A portaria a que se refere o inciso II deste artigo conterá a convocação da Comissão e o
libelo acusatório, sendo acompanhada do Extrato dos Registros Funcionais – ERF – do
acusado e dos documentos que fundamentam a acusação.
§ 3° – Quando o acusado for militar da reserva remunerada e não for localizado ou deixar de
atender à notificação escrita para comparecer perante a CPAD, observar-se-ão os seguintes
procedimentos:

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I – a notificação será publicada em órgão de divulgação na área do domicílio do acusado ou


no órgão oficial dos Poderes do Estado;
II – o processo correrá à revelia, se o acusado não atender à publicação no prazo de trinta dias;
III – será designado curador em favor do revel.

Art. 69 – A nulidade do processo ou de qualquer de seus atos verificar-se-á quando existir


comprovado cerceamento de defesa ou prejuízo para o acusado, decorrente de ato, fato ou
omissão que configure vício insanável.
§ 1° – Os membros da CPAD manifestar-se-ão imediatamente à autoridade convocante sobre
qualquer nulidade que não tenham conseguido sanar, para que a autoridade convocante mande
corrigir a irregularidade ou arquivar o processo.
§ 2° – A nulidade de um ato acarreta a de outros sucessivos dele dependentes.
CAPÍTULO III
Funcionamento do Processo

Art. 70 – A CPAD, no funcionamento do processo, atenderá ao seguinte:


I – funcionará no local que seu presidente julgar melhor indicado para a apuração e análise do
fato;
II – examinará e emitirá seu parecer, no prazo de quarenta dias, o qual, somente por motivos
excepcionais, poderá ser prorrogado pela autoridade convocante, por até vinte dias;
III – exercerá suas atribuições sempre com a totalidade de seus membros;
IV – marcará, preliminarmente, a reunião de instalação no prazo de dez dias, a contar da data
de publicação da portaria, por meio de seu presidente, o qual notificará o militar da acusação
que lhe é feita, da data, hora e local da reunião, com até quarenta e oito horas de antecedência,
fornecendo-lhe cópia da portaria e dos documentos que a acompanham;
V – a reunião de instalação terá a seguinte ordem:
a) o presidente da Comissão prestará o compromisso, em voz alta, de pé e descoberto, com as
seguintes palavras: "Prometo examinar, cuidadosamente, os fatos que me forem submetidos e
opinar sobre eles, com imparcialidade e justiça", ao que, em idêntica postura, cada um dos
outros membros confirmará: "Assim o prometo";
b) o escrivão autuará todos os documentos apresentados, inclusive os oferecidos pelo acusado;
c) será juntada aos autos a respectiva procuração concedida ao defensor constituído pelo
acusado;

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VI – as razões escritas de defesa deverão ser apresentadas pelo acusado ou seu procurador
legalmente constituído, no prazo de cinco dias úteis, no final da instrução;
VII – se o processo ocorrer à revelia do acusado, ser-lhe-á nomeado curador pelo presidente;
VIII – nas reuniões posteriores, proceder-se-á da seguinte forma:
a) o acusado e o seu defensor serão notificados, por escrito, com antecedência mínima de
quarenta e oito horas, exceto quando já tiverem sido intimados na reunião anterior, observado
o interstício mínimo de vinte e quatro horas entre o término de uma reunião e a abertura de
outra;
b) o militar que, na reunião de instalação, se seguir ao presidente em hierarquia ou
antigüidade procederá ao interrogatório do acusado;
c) ao acusado é assegurado, após o interrogatório, prazo de cinco dias úteis para oferecer sua
defesa prévia e o rol de testemunhas;
d) o interrogante inquirirá, sucessiva e separadamente, as testemunhas que a Comissão julgar
necessárias ao esclarecimento da verdade e as apresentadas pelo acusado, estas limitadas a
cinco, salvo nos casos em que a portaria for motivada em mais de um fato, quando o limite
máximo será de dez;
e) antes de iniciado o depoimento, o acusado poderá contraditar a testemunha e, em caso de
acolhimento pelo presidente da Comissão, não se lhe deferirá o compromisso ou a dispensará
nos casos previstos no Código de Processo Penal Militar – CPPM;
IX – providenciará quaisquer diligências que entender necessárias à completa instrução do
processo, até mesmo acareação de testemunhas e exames periciais, e indeferirá,
motivadamente, solicitação de diligência descabida ou protelatória;
X – tanto no interrogatório do acusado como na inquirição de testemunhas, podem os demais
membros da Comissão, por intermédio do interrogante e relator, perguntar e reperguntar;
XI – é permitido à defesa, em assunto pertinente à matéria, perguntar às testemunhas, por
intermédio do interrogante, e apresentar questões de ordem, que serão respondidas pela
Comissão quando não implicarem nulidade dos atos já praticados;
XII – efetuado o interrogatório, apresentada a defesa prévia, inquiridas as testemunhas e
realizadas as diligências deliberadas pela Comissão, o presidente concederá o prazo de cinco
dias úteis ao acusado para apresentação das razões escritas de defesa, acompanhadas ou não
de documentos, determinando que se lhe abra vista dos autos, mediante recibo;
XIII – havendo dois ou mais acusados, o prazo para apresentação das razões escritas de defesa
será comum de dez dias úteis;

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XIV – se a defesa não apresentar suas razões escritas, tempestivamente, novo defensor será
nomeado, mediante indicação pelo acusado ou nomeação pelo presidente da Comissão,
renovando-selhe o prazo, apenas uma vez, que será acrescido ao tempo estipulado para o
encerramento do processo;
XV – findo o prazo para apresentação das razões escritas de defesa, à vista das provas dos
autos, a Comissão se reunirá para emitir parecer sobre a procedência total ou parcial da
acusação ou sua improcedência, propondo as medidas cabíveis entre as previstas no art. 74;
XVI – na reunião para deliberação dos trabalhos da Comissão, será facultado ao defensor do
acusado assistir à votação, devendo ser notificado pelo menos quarenta e oito horas antes da
data de sua realização;
XVII – o parecer da Comissão será posteriormente redigido pelo relator, devendo o membro
vencido fundamentar seu voto;
XVIII – as folhas do processo serão numeradas e rubricadas pelo escrivão, inutilizando-se os
espaços em branco;
XIX – os documentos serão juntados aos autos mediante despacho do presidente;
XX – as resoluções da Comissão serão tomadas por maioria de votos de seus membros;
XXI – a ausência injustificada do acusado ou do defensor não impedirá a realização de
qualquer ato da Comissão, desde que haja um defensor nomeado pelo presidente;
XXII – de cada sessão da Comissão o escrivão lavrará uma ata que será assinada por seus
membros, pelo acusado, pelo defensor e pelo curador, se houver.

Art. 71 – Na situação prevista no inciso I do art. 64, a Comissão, atendendo a circunstâncias


especiais de caso concreto e reconhecendo a possibilidade de recuperar o acusado, poderá
sugerir, ouvido o CEDMU, a aplicação do disposto no § 2° do art. 74.
§ 1° – Se, no prazo estabelecido no artigo, o militar cometer transgressão disciplinar, será
efetivada a sua demissão.
§2° – O benefício a que se refere este artigo será concedido apenas uma vez ao mesmo
militar.

Art. 72 – Quando forem dois ou mais os acusados por faltas disciplinares conexas que
justifiquem a instauração de Processo Administrativo-Disciplinar, adotar-se-á o princípio da
economia processual, com instalação de um único processo.

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§ 1° – Quando os envolvidos forem de Unidades diferentes dentro do mesmo sistema


hierárquico, o Comandante da Unidade de Direção Intermediária instaurará o Processo
Administrativo-Disciplinar; quando não pertencerem ao mesmo sistema hierárquico, a
instauração caberá ao Corregedor da IME.
§ 2° – Quando ocorrer a situação descrita neste artigo, o processo original ficará arquivado na
pasta funcional do militar mais graduado ou mais antigo, arquivando-se também cópia do
parecer e da decisão nas pastas dos demais acusados.
§ 3° – A qualquer momento, surgindo diferenças significativas na situação pessoal dos
acusados, poderá ocorrer a separação dos processos, aproveitando–se, no que couber, os atos
já concluídos.

Art. 73 – Surgindo fundadas dúvidas quanto à sanidade mental do acusado, o processo será
sobrestado pela autoridade convocante que, mediante fundamentada solicitação do presidente,
encaminhará o militar à Junta Central de Saúde – JCS –, para realização de perícia
psicopatológica. Parágrafo único – Confirmada a insanidade mental, o processo não poderá
prosseguir, e a autoridade convocante determinará seu encerramento, arquivando-o na pasta
funcional do acusado para futuros efeitos e remetendo o respectivo laudo à Diretoria de
Recursos Humanos para adoção de medidas decorrentes.

CAPÍTULO IV
Decisão
Art. 74 – Encerrados os trabalhos, o presidente remeterá os autos do processo ao CEDMU,
que emitirá o seu parecer, no prazo de dez dias úteis, e encaminhará os autos do processo à
autoridade convocante,
que proferirá, nos limites de sua competência e no prazo de dez dias úteis, decisão
fundamentada, que será publicada em boletim, concordando ou não com os pareceres da
CPAD e do CEDMU:
I – recomendando sanar irregularidades, renovar o processo ou realizar diligências
complementares;
II – determinando o arquivamento do processo, se considerar improcedente a acusação;
III – aplicando, agravando, atenuando ou anulando sanção disciplinar, na esfera de sua
competência;

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IV – remetendo o processo à Justiça Militar ou ao Ministério Público, se constituir infração


penal a ação do acusado;
V – opinando, se cabível, pela reforma disciplinar compulsória;
VI – opinando pela demissão.
§ 1° – Os autos que concluírem pela demissão ou reforma disciplinar compulsória de militar
da ativa serão encaminhados ao Comandante-Geral para decisão.
§ 2° – O Comandante-Geral poderá conceder o benefício da suspensão da demissão pelo
período de um ano, caso o militar tenha sido submetido a processo com base no inciso I do
art. 64. § 3° – Quando for o caso de cumprimento do disposto no § 1° do art. 42 combinado
com o inciso VI do § 3° do art. 142 da Constituição da República, o Comandante-Geral
remeterá o processo, no prazo de três dias, à Justiça Militar, para decisão.

Art. 75 – Se, ao examinar o parecer, a autoridade julgadora verificar a existência de algum


fato passível de medida penal ou disciplinar que atinja militar que não esteja sob seu
comando, fará a remessa de cópias das respectivas peças à autoridade competente.

Art. 76 – A autoridade que convocar a CPAD poderá, a qualquer tempo, tornar insubsistente a
sua portaria, sobrestar seu funcionamento ou modificar sua composição, motivando
administrativamente seu ato. Parágrafo único– A modificação da composição da CPAD é
permitida apenas quando indispensável para assegurar o seu normal funcionamento.

Art. 77 – O Comandante-Geral poderá modificar motivadamente as decisões da autoridade


convocante da CPAD, quando ilegais ou flagrantemente contrárias às provas dos autos.
TÍTULO VII Conselho de Ética e Disciplina Militares da Unidade CAPÍTULO I Finalidade e
Nomeação

Art. 78 – O Conselho de Ética e Disciplina Militares da Unidade – CEDMU – é o órgão


colegiado designado pelo Comandante da Unidade, abrangendo até o nível de Companhia
Independente, com vistas ao assessoramento do Comando nos assuntos de que trata este
Código.

Art. 79 – O CEDMU será integrado por três militares, superiores hierárquicos ou mais antigos
que o militar cujo procedimento estiver sob análise, possuindo caráter consultivo.

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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
referência bibliográfica dos livros e/ou vídeos utilizados.
633

§ 1° – Poderá funcionar na Unidade, concomitantemente, mais de um CEDMU, em caráter


subsidiário, quando o órgão colegiado previamente designado se achar impedido de atuar.
§ 2° – A qualquer tempo, o Comandante da Unidade poderá substituir membros do Conselho,
desde que haja impedimento de atuação ou suspeição de algum deles.
§ 3° – A Unidade que não possuir os militares que preencham os requisitos previstos neste
Código solicitará ao escalão superior a designação dos membros do CEDMU.
§ 4° – Tratando-se de punição a ser aplicada pela Corregedoria da IME, esta ouvirá o
CEDMU da Unidade do militar faltoso.
§ 5° – O integrante do CEDMU será designado para um período de seis meses, permitida uma
recondução.
§ 6° – Após o interstício de um ano, contado do término do último período de designação, o
militar poderá ser novamente designado para o CEDMU.
CAPÍTULO II Funcionamento

Art. 80 – Recebida qualquer documentação para análise, o CEDMU lavrará termo próprio, o
qual será seguido de parecer destinado ao Comandante da Unidade, explicitando os
fundamentos legal e fático e a finalidade, bem como propondo as medidas pertinentes ao caso.

Art. 81 – O CEDMU atuará com a totalidade de seus membros e deliberará por maioria de
votos, devendo o membro vencido justificar de forma objetiva o seu voto. Parágrafo único –
A votação será iniciada pelo militar de menor posto ou graduação ou pelo mais moderno,
sendo que o presidente votará por último.

Art. 82 – Após a conclusão e o encaminhamento dos autos de procedimento administrativo à


autoridade delegante, e havendo em tese prática de transgressão disciplinar, serão remetidos
os documentos alusivos ao fato para o CEDMU.

Art. 83 – O militar que servir fora do município-sede de sua Unidade, ao ser comunicado
disciplinarmente, será notificado por seu chefe direto para a apresentação da defesa escrita,
observandose o que prescreve o art. 57. Parágrafo único – É facultado ao militar comparecer à
audiência do CEDMU.

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634

Art. 84 – Havendo discordância entre o parecer do CEDMU e a decisão do Comandante da


Unidade, toda a documentação produzida será encaminhada ao comando hierárquico
imediatamente superior, que será competente para decidir sobre a aplicação ou não da sanção
disciplinar.
TÍTULO VIII
Disposições Gerais

Art. 85 – A classificação de conceito obedecerá ao previsto neste Código, a partir de sua


vigência.

Art. 86 – Os prazos previstos neste Código são contínuos e peremptórios, salvo quando
vencerem em dia em que não houver expediente na IME, caso em que serão considerados
prorrogados até o primeiro dia útil imediato. Parágrafo único – A contagem do prazo inicia-se
no dia útil seguinte ao da prática do ato.

Art. 87 – A não interposição de recurso disciplinar no momento oportuno implicará aceitação


da sanção, que se tornará definitiva.

Art. 88 – A CPAD não admitirá em seus processos a reabertura de discussões em torno do


mérito de punições definitivas.

Art. 89 – A forma de apresentação do recurso disciplinar não impedirá seu exame, salvo
quando houver má-fé.

Art. 90 – Contados da data em que foi praticada a transgressão, a ação disciplinar prescreve
em:
I – cento e vinte dias, se transgressão leve;
II – um ano, se transgressão média;
III – dois anos, se transgressão grave.

Art. 91 – O Governador do Estado poderá baixar normas complementares para a aplicação


deste Código.

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Art. 92 – Os militares da reserva remunerada sujeitam-se às transgressões disciplinares


especificadas nos incisos II, III e VI do art. 13.

Art. 93 – Para os fins de competência para aplicação de sanção disciplinar, são equivalentes à
graduação de Cadete as referentes aos alunos do Curso Especial de Formação de Oficiais ou
do Curso de Habilitação de Oficiais.

Art. 94 – Decorridos cinco anos de efetivo serviço, a contar da data da publicação da última
transgressão, o militar sem nenhuma outra punição terá suas penas disciplinares canceladas
automaticamente.
§ 1° – As punições canceladas serão suprimidas do registro de alterações do militar, proibida
qualquer referência a elas, a partir do ato de cancelamento.
§ 2° – Após dois anos de sua transferência para a inatividade, o militar classificado no
conceito “C” será automaticamente reclassificado.

Art. 95 – O militar que presenciar ou tomar conhecimento de ato ou fato contrário à


moralidade ou à legalidade praticado por outro militar mais antigo ou de maior grau
hierárquico poderá encaminhar relatório reservado e fundamentado à autoridade
imediatamente superior ou órgão corregedor das IMEs, contendo inclusive meios para
demonstrar os fatos, ficando-lhe assegurado que nenhuma medida administrativa poderá ser
aplicada em eu desfavor.
§ 1° – A comunicação infundada acarretará responsabilidade administrativa, civil e penal ao
comunicante.
§ 2° – A autoridade que receber o relatório, quando não lhe couber apurar os fatos, dar-lhe-á o
devido encaminhamento, sob pena de responsabilidade administrativa, civil e penal.

Art. 96 – Ficam definidas as seguintes regras de aplicação dos dispositivos deste Código, a
partir de sua vigência:
I – o militar que possuir registro de até uma detenção em sua ficha funcional nos últimos
cinco anos fica classificado no conceito “A”;
II – o militar que possuir registro de menos de duas prisões em sua ficha funcional no período
de um ano ou de até duas prisões em dois anos fica classificado no conceito “B”, com zero
ponto;

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III – o militar que possuir registro de até duas prisões em sua ficha funcional no período de
um ano fica classificado no conceito “B”, com vinte e cinco pontos negativos;
IV – o militar que possuir registro de mais de duas prisões em sua ficha funcional no período
de um ano fica classificado no conceito “C”, com cinquenta e um pontos negativos;
V – as punições aplicadas anteriormente à vigência deste Código serão consideradas para fins
de antecedentes e outros efeitos inseridos em legislação específica;
VI – aplicam-se aos procedimentos administrativo-disciplinares em andamento as disposições
deste Código, aproveitando-se os atos já concluídos;
VII – fica abolido o caderno de registros como instrumento de avaliação do oficial da PMMG
e do CBMMG, ficando instituída a avaliação anual de desempenho e produtividade.

Art. 97 – Os casos omissos ou duvidosos, resultantes da aplicação deste Código, serão


normatizados pelo Comandante-Geral, mediante atos publicados no Boletim Geral das IMEs
ou equivalente no CBMMG.

Art. 98 – Esta Lei entra em vigor quarenta e cinco dias após a data de sua publicação.

Art. 99 – Revogam-se as disposições em contrário, especialmente as contidas no Regulamento


aprovado pelo Decreto n° 23.085, de 10 de outubro de 1983, e os arts. 1° a 16 da Lei n° 6.712,
de 3 de dezembro de 1975.

Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, aos 19 de junho de 2002.


ITAMAR FRANCO

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7. LEI N° 4.898 DE 09/12/1965

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.

Regula o Direito de Representação e o processo de


Responsabilidade Administrativa Civil e Penal,
nos casos de abuso de autoridade.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e


penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são
regulados pela presente lei.

Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:


a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade
civil ou militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do Ministério Público que tiver competência para iniciar processo-
crime contra a autoridade culpada.
Parágrafo único. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato
constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do
acusado e o rol de testemunhas, no máximo de três, se as houver.

Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:


a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
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f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional. (Incluído pela Lei
nº 6.657,de 05/06/79)

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:


a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades
legais ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não
autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de
qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja
comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em
lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos
ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à
espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a
título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado
com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança,
deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de
liberdade. (Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89)

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou
função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.

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§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido


e consistirá em:
a) advertência;
b) repreensão;
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de cinco a cento e oitenta dias, com
perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento
de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código
Penal e consistirá em:
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por dez dias a seis meses;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por
prazo até três anos.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou
cumulativamente.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de
qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o
acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de
um a cinco anos.

art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção


administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito
para apurar o fato.
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais,
estaduais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo.
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas reguladoras do
inquérito administrativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da
Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União).

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§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a


decisão da ação penal ou civil.

Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar.

Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou


independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil
ou penal ou ambas, da autoridade culpada.

Art. 10. Vetado

Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil.

Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou


justificação por denúncia do Ministério Público, instruída com a representação da vítima do
abuso.

Art. 13. Apresentada ao Ministério Público a representação da vítima, aquele, no prazo de


quarenta e oito horas, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de
autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de
instrução e julgamento.
§ 1º A denúncia do Ministério Público será apresentada em duas vias.

Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o
ofendido ou o acusado poderá:
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas
qualificadas;
b) requerer ao Juiz, até setenta e duas horas antes da audiência de instrução e julgamento,
a designação de um perito para fazer as verificações necessárias.
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos
verbalmente, ou o apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo a representação poderá conter a indicação de
mais duas testemunhas.

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Art. 15. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia requerer o


arquivamento da representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões
invocadas, fará remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao
qual só então deverá o Juiz atender.

Art. 16. Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta
lei, será admitida ação privada. O órgão do Ministério Público poderá, porém, aditar a queixa,
repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor
recursos e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte
principal.

Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de quarenta e oito horas, proferirá
despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora
para a audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente.
dentro de cinco dias.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à
audiência de instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será acompanhado
da segunda via da representação e da denúncia.

Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo,


independentemente de intimação.
Parágrafo único. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a
intimação de testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para
a realização de diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado,
considere indispensáveis tais providências.

Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de
justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o
representante do Ministério Público ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado
ou defensor do réu.
Parágrafo único. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz.

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integra, pois o objetivo da apostila não é a venda, mas a divulgação de informação, ao final da matéria segue
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Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os
presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.

Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não


dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre dez (10) e dezoito (18) horas, na sede do
Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar.

Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver
presente.
Parágrafo único. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará
imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.

Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra


sucessivamente, ao Ministério Público ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao
advogado ou defensor do réu, pelo prazo de quinze minutos para cada um, prorrogável por
mais dez (10), a critério do Juiz.

Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença.

Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz,
termo que conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os
requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.

Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do Ministério Público ou o


advogado que houver subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.

Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a
observância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente,
até o dobro.

Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do Código de Processo Penal,
sempre que compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.

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Parágrafo único. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recursos e apelações


previstas no Código de Processo Penal.

Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.


Brasília, 9 de dezembro de 1965; 144º da Independência e 77º da República.
H. CASTELLO BRANCO
Juracy Magalhães
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.12.1965

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8. LEI N° 8.072 DE 25/07/1990 DISPÕE SOBRE CRIMES HEDIONDOS

Dispõe sobre os crimes hediondos,


nos termos do art. 5º, inciso XLIII,
da Constituição Federal, e
determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte lei:

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei


no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada
pela Lei nº 8.930, de 1994) (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
I – homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio,
ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2 o, incisos I, II, III,
IV, V, VI e VII); (Redação dada pela Lei nº 13.142, de 2015)
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição; (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído pela Lei nº
8.930, de 1994)
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e
3o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o); (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o); (Redação dada pela
Lei nº 12.015, de 2009)
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930,
de 1994)
VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
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VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins


terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada
pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 1998)
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança
ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº
12.978, de 2014)
Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts.
1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. (Parágrafo
incluído pela Lei nº 8.930, de 1994)

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e


drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide Súmula Vinculante)
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime
fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo,
dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de
3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu
poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989,
nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual
período em caso de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de
2007)

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao


cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em
presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

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"Art. 83. ......................................................................................


V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo,
prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado
não for reincidente específico em crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo
único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte
redação:
"Art. 157. .............................................................
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos,
além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.
Art. 159. ...............................................................
Pena - reclusão, de oito a quinze anos.
§ 1º .................................................................
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º .................................................................
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.
§ 3º .................................................................
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Art. 213. ...............................................................
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
Art. 214. ...............................................................
Pena - reclusão, de seis a dez anos.
Art. 223. ...............................................................
Pena - reclusão, de oito a doze anos.
Parágrafo único. ........................................................
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos.
Art. 267. ...............................................................
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.
Art. 270. ...............................................................
Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

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Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:


"Art. 159. ..............................................................
§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade,
facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal,
quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins ou terrorismo.
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou
quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, §
2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223,
caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos
do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de
reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224também do Código
Penal.

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de
parágrafo único, com a seguinte redação:
"Art. 35. ................................................................
Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se
tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."
Art. 11. (Vetado).
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.


FERNANDO COLLOR
Bernardo Cabral
Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.1990

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9. LEI N° 11.340 DE 07/08/2006– CRIA MECANISMO PARA COIBIR A


VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER.

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a


mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir,
Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação
dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera
o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e
dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar
contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre
a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção
Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros
tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação
dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de
assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar.
Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda,
cultura, nível educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa
humana, sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência,
preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social.
Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições para o exercício efetivo dos direitos à
vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à
justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.
§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem garantir os direitos humanos das
mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las de toda
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

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§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as condições necessárias para o


efetivo exercício dos direitos enunciados no caput.
Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins sociais a que ela se destina
e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de violência doméstica e
familiar.

TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a
mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de
2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio
permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que
são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação
sexual.
Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de
violação dos direitos humanos.

CAPÍTULO II
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CONTRA A MULHER
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou
saúde corporal;

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II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano
emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e
decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento,
vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularizarão, exploração e
limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
psicológica e à autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a
manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação
ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou
manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção,
subtração, de struição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer
suas necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação
ou injúria.

TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR
CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher
far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios e de ações não governamentais, tendo por diretrizes:
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria
Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e
habitação;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a
perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à

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freqüência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados,


a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas
adotadas;
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e
da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência
doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art.
3o e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;
IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em
particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher;
V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência
doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a
difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de
promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-
governamentais, tendo por objetivo a implementação de programas de erradicação da
violência doméstica e familiar contra a mulher;
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do
Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no
inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito
respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos
relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da
violência doméstica e familiar contra a mulher.
CAPÍTULO II
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR
Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada
de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da
Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre
outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso.

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§ 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência


doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e
municipal.
§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para
preservar sua integridade física e psicológica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração
direta ou indireta;
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de
trabalho, por até seis meses.
§ 3o A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá
o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os
serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros
procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual.

CAPÍTULO III
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência doméstica e familiar contra
a mulher, a autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as
providências legais cabíveis.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao descumprimento de
medida protetiva de urgência deferida.
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, a
autoridade policial deverá, entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de imediato ao Ministério
Público e ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro,
quando houver risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a retirada de seus pertences do
local da ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis.

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Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o
registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes
procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se
apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e de suas
circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente apartado ao juiz com o
pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar
outros exames periciais necessários;
V - ouvir o agressor e as testemunhas;
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes
criminais, indicando a existência de mandado de prisão ou registro de outras ocorrências
policiais contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao juiz e ao Ministério
Público.
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela autoridade policial e deverá conter:
I - qualificação da ofendida e do agressor;
II - nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicitadas pela ofendida.
§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento referido no § 1 o o boletim de
ocorrência e cópia de todos os documentos disponíveis em posse da ofendida.
§ 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou prontuários médicos fornecidos
por hospitais e postos de saúde.

TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais
decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as

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normas dos Códigos de Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa à
criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o estabelecido nesta Lei.
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da
Justiça Ordinária com competência cível e criminal, poderão ser criados pela União, no
Distrito Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução
das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.
Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em horário noturno, conforme
dispuserem as normas de organização judiciária.
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os processos cíveis regidos por esta
Lei, o Juizado:
I - do seu domicílio ou de sua residência;
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III - do domicílio do agressor.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência
especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o
Ministério Público.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição
de pena que implique o pagamento isolado de multa.

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas protetivas de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando
for o caso;
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis.
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a
requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.

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§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato,


independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo
este ser prontamente comunicado.
§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e
poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos
reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados.
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida,
conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender
necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério
Público.
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público
ou mediante representação da autoridade policial.
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no curso do processo,
verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais relativos ao agressor,
especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do
advogado constituído ou do defensor público.
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou notificação ao agressor.

Seção II
Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão
competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite
mínimo de distância entre estes e o agressor;

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b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de


comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e
psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de
atendimento multidisciplinar ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na
legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem,
devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público.
§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições
mencionadas no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz
comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência
concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do
agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos
crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz
requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial.
§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e
nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo
Civil).
Seção III
Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de
proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio,
após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a
bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.

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Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de
propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes
medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação
de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos
materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos
incisos II e III deste artigo.

CAPÍTULO III
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte, nas causas cíveis e
criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher.
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras atribuições, nos casos de
violência doméstica e familiar contra a mulher, quando necessário:
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de educação, de assistência social
e de segurança, entre outros;
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de atendimento à mulher em
situação de violência doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas
ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas;
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO IV
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de
violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto
no art. 19 desta Lei.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência doméstica e familiar o acesso
aos serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei,
em sede policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado.

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TÍTULO V
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser
criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por
profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde.
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, entre outras atribuições que
lhe forem reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério
Público e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver
trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e outras medidas, voltados para a
ofendida, o agressor e os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais aprofundada, o juiz
poderá determinar a manifestação de profissional especializado, mediante a indicação da
equipe de atendimento multidisciplinar.
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta orçamentária, poderá prever
recursos para a criação e manutenção da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos
da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra
a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para conhecer e
julgar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher,
observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual
pertinente.
Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas varas criminais, para o
processo e o julgamento das causas referidas no caput.

TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
poderá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de
assistência judiciária.

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Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios poderão criar e


promover, no limite das respectivas competências:
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mulheres e respectivos
dependentes em situação de violência doméstica e familiar;
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes menores em situação de
violência doméstica e familiar;
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saúde e centros de perícia
médico-legal especializados no atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar;
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência doméstica e familiar;
V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.
Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios promoverão a adaptação
de seus órgãos e de seus programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais previstos nesta Lei poderá ser
exercida, concorrentemente, pelo Ministério Público e por associação de atuação na área,
regularmente constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.
Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz quando
entender que não há outra entidade com representatividade adequada para o ajuizamento da
demanda coletiva.
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher serão
incluídas nas bases de dados dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de
subsidiar o sistema nacional de dados e informações relativo às mulheres.
Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal
poderão remeter suas informações criminais para a base de dados do Ministério da Justiça.
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, no limite de suas
competências e nos termos das respectivas leis de diretrizes orçamentárias, poderão
estabelecer dotações orçamentárias específicas, em cada exercício financeiro, para a
implementação das medidas estabelecidas nesta Lei.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras decorrentes dos princípios
por ela adotados.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher,
independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei no9.099, de 26 de setembro de 1995.

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Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de


Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte inciso IV:
“Art. 313. ................................................................................................................
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos da lei
específica, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência.” (NR)
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 61. ...............................................................................................
II - ..................................................................................................
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
........................................................... ” (NR)
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal),
passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129. ...........................................................................................
§ 9o Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,
ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.........................
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for
cometido contra pessoa portadora de deficiência.” (NR)
Art. 45. O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal),
passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 152. ...................................................
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a mulher, o juiz poderá determinar
o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após sua publicação.

Brasília, 07 de agosto de 2006; 185o da Independência e 118o da República.


LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Dilma Rousseff
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.8.2006

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REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA

PALACIO DO PLANALTO. LEI 11.340 DE 07/08/2006. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm> acesso em: 15.
Set. 2016.

PALACIO DO PLANALTO. LEI 8.072 DE 25/07/1990 – Dispõe sobre crimes hediondos.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8072.htm> acesso em: 15. Set.
2016.

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OUTRAS REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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CÂMARA DOS DEPUTADOS. Constituição da República Federativa do Brasil. 35ª


Edição. Biblioteca digital Câmara dos Deputados. Brasília - DF, 2012

JESUS, Damásio de. Teoria geral da constituição. Curso de Direito do Complexo Jurídico.
São Paulo – SP.
(Disponível no site https://www.passeidireto.com/, obs.: site gratuito, mas necessita ser
cadastrado para ver as postagens).

PALÁCIO DO PLANALTO. LEI Nº 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997, define os crimes


resultantes de preconceito de raça ou de cor. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9459.htm> acesso em: 25 de Ago. 2016.

PALÁCIO DO PLANALTO. LEI Nº 9.455, DE 07 DE ABRIL DE 1997,


Define os crimes de tortura e dá outras providências. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9455.htm > acesso em: 25 de Ago. 2016.

PALÁCIO DO PLANALTO. LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990, Dispõe sobre o


Estatuto da Criança e Adolescente. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8069.htm> acesso em: 12 de Set. 2016.

SENADO FEDERAL. Constitucionalismo e as Constituições Brasileiras: I, II e III


módulos. Plataforma de ensino e aprendizagem do ILB. Disponível em:
<http://saberes.senado.leg.br > Acesso em: 17. Jul. 2016.

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