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Ocupação e hipertensão um comparativo com a década de

70/80 com os dias atuais.

Jailza Moura Messias RA: 617.204.149

Renato Aparecido Cândido RA: 618.107.587

Professora:

Eng.ª: Solange
Dutra

São Paulo
2018
1. INTRODUÇÃO

O artigo em estudo é referente ao ano de: 1970 a 1980, sendo uma revisão bibliográfica,
discursando sobre a hipertensão arterial sistêmica entre os trabalhadores.
O grupo de doenças, que naquela época já atingia os trabalhadores, eram as
cardiovasculares. E com o aumento dos óbitos ocorridos, investigou-se que a
hipertensão arterial sistêmica (HAS) estava diretamente ligada a esses óbitos em cerca
de 5%.
No período da pesquisa as bases padrão de aferição eram 120 e 180mmhg (sístole) e 80
e 110mmhg (diástole). A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu como
limites para a caracterização de HAS, valores maiores ou iguais a 160 e 95mmhg.
Estudos naquele período estabeleceram que a HAS estava delimitada a três aspectos:
- Estatísticos: analisaram parte da população e verificaram que os níveis de pressão
arterial eram maiores do que os estabelecidos, tanto para pressão diastólica e sistólica;
- Epidemiológicos: se avaliou os níveis de aumento da pressão arterial em um
determinado grupo de pessoas: riscos de morbidade e mortalidade;
- Clinico; avaliaram os custos e benefícios para a utilização da medicação para os
hipertensivos, favorecendo os efeitos positivos para cada paciente.
Embora todas estas análises envolvidas neste estudo, na época pouco puderam concluir
devido às inúmeras vertentes fatorias que envolvem a patologia. Estudos como o
estresse demonstraram evidências positivas de alterações pressóricas, mas ainda havia
várias convergências entre a comunidade científica quanto o fato real da condição
hipertensiva.

2. OBJETIVO
Comparar o conhecimento atual com a visão científica passada, no que tange: a saúde
ocupacional e a patologia HAS.

3. METODOLOGIA
Foi utilizado o trabalho científico: “Ocupação e Hipertensão” produção da Revista de
Saúde Pública de 1993, e comparado este a estudos científicos atuais de saúde pública
e ocupacional, onde se analisou as mudanças nos padrões de conhecimento científico
sobre a HAS e a influencia do ambiente de trabalho.

4. DESENVOLVIMENTO
A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes internas das artérias
devido ao trabalho do coração ao bombear o sangue. A hipertensão ocorre quando essa
tensão está aumentada nos vasos sanguíneos, danificando-os e exercendo, dessa
forma, um fator de risco para acidentes cardiovasculares e outras doenças. O coração é
uma bomba eficiente que bate de 60 a 80 vezes por minuto e assim manda cerca de 5 a
6 litros de sangue para todo o corpo. Esse sangue é levado por vasos (veias e artérias),
e é a força com que esse sangue é bombeado dentro desses vasos que chamamos de
pressão arterial1.
Na atualidade os padrões de aferição de pressão são para: Hipertensão, valores Igual ou
superior a 140 mmHg sistólica por 90mmHg diastólica. Normotenso: Igual ou inferior 120
mmHg sistólica por 90mmHg diastólica, e Pré Hipertensão: Faixa que vai dos 120 a 139
mmHg 2.
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) tem uma alta prevalência de acometimento no
grupo de indivíduos produtivos. Pesquisa realizada em 15 capitais brasileiras encontrou
os seguintes resultados, assim distribuídos em termos de faixa etária: de 25 a 39 anos,
7,4%; de 40 a 59 anos, 33,5%; acima de 60 anos, 53,7%, onde a maior prevalência de
hipertensão foi em homens de até os 45 anos, após essa idade, o predomínio desta
condição é em mulheres, acarretando um aumento no número de casos de enfermidades
cardiovasculares, sendo responsável por cerca de 14% do total das internações3.
No mundo coorporativo a concorrência econômica ocupa um lugar central. Esta traz a
sociedade retornos favoráveis pelo efeito de um aumento do consumo e uma
melhoria do conforto material.
"Beneficiário da produção, o ser humano é concomitantemente movimento e vítima
do trabalho". Esse é um paradoxo dos objetivos da produção. Para o mundo exterior
à empresa, os objetivos da produção estão ligados à felicidade, enquanto no seu
interior eles são frequentemente, promessa de infelicidade 4. Com consequência a
esta infelicidade o trabalhador entra em sofrimento psicológico o que leva a doença.
Nesse momento o quadro presente é de uma constante pressão, acompanhada de
situações de frustrações, aborrecimentos, medo e até mesmo sentimentos de
impotência 4.
Além destes fatores temos: dislipidemia, tabagismo, sobrepeso e obesidade,
sedentarismo, hábitos alimentares não saudáveis, consumo excessivo de sal, bebidas
alcoólicas, gordura saturada, cafeína, consumo pregresso ou atual de medicamentos ou
drogas que podem elevar a pressão arterial4.
Neste contesto de tantas vertentes que podem levar a HAS, fica muito difícil estabelecer
um limiar para a etiologia da HAS no ambiente ocupacional. Sabe-se que, este contribui
e muito para a doença, mas temos outros diversos fatores complementares de grande
importância.

5. CONCLUSÃO
A pressão arterial elevada é um problema de ordem de saúde publica a nível mundial
englobam vários aspectos que facilitam a detecção e tratamento, porém, pode ser fatal
se não identificada a tempo de um tratamento eficaz2.
Vários fatores podem estar relacionados à hipertensão arterial, como por exemplos:
aspectos psicológicos, estresse, má alimentação, obesidade, sedentarismo,
hereditariedade, e etc.
Em relação ao trabalhador e seu exercício profissional, a hipertensão arterial, esta
relacionado a diversos fatores como o: estresse, ruídos, excesso de jornada, fadiga,
descanso/ sono, cobranças por produtividade, problemas psíquicos condicionais ao
exercício profissional, inter-relação profissional, hierarquia/ forma de liderança, condição
financeira, mais valia. Há também relação com os vícios e vicissitude humana, toda esta
gama de condições influencia na saúde do trabalhador e consequentemente podem levar
a HAS2.
Sendo assim, muito embora se tenha descoberto novos fatores que levam a hipertensão
ainda ficam interrogados a causa simplesmente ocupacional porque temos muitas
variáveis que incidem sobre a patologia.
Hoje o enfermeiro tem responsabilidade pela: “promoção”, prevenção e recuperação da
saúde do trabalhador, a importância do treinamento e orientações, no que tange evitar
muitas doenças e agravos à saúde; no passado visavam-se mais a prevenção e
recuperação.
6. REFERÊNCIAS

1. Pinheiro SP. Assistência do enfermeiro ao paciente hipertenso: o diferencial


nos cuidados educativos. Oshiro ML, Ferreira JS, Oshiro E. Hipertensão
arterial em trabalhadores da estratégia saúde da família. Revista Brasileira de
Ciências da Saúde. 2013; 11(36):20-28.

2. Couto et al. Estresse ocupacional e hipertensão arterial sistêmica. Revista Brasileira


Hipertens. 2007 vol.14(2): 112-115.

3. Sousa HWO et al. portadores de hipertensão arterial: fatores de risco e prática


farmacológica. Revista Tem@. Campina Grande. 2012; 13(18).

4. Dejours, C. Psicodinâmica do trabalho: contribuições da Escola Dejouriana


à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho / C. Dejours, E.
Abdoucheli, C. Jayet; coordenação M. Irene S. Betiol; tradutores M. Irene
S. Betiol ET AL. São Paulo: Atlas, 1994.

5. BRANDÃO. Proposta de assistência de enfermagem para pacientes com


hipertensão arterial sistêmica. TCC. Universidade Nove de julho, 2017.

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