Você está na página 1de 8

O Capital (Se) Move - Brian Massumi (2016)

“O capitalismo contemporâneo está cada vez mais preocupado em criar as condições


para que os seus produtos emerjam. Eles não são feitos apenas para emergir, mas isso
acontece como um subproduto da própria circulação. Há muitos modos de isso ocorrer.
Exemplos disso são tanto os processos de retroalimentação formados entre a
contribuição colaborativa e a prospecção de dados colhidos da internet, do tráfego de
celulares e do uso de cartões de crédito; quanto o desenvolvimento de produtos e a ação
de marketing. A rede se torna uma matriz de emergência para produtos que não
preexistem, mas que ganham forma na e através da circulação em rede. Nas altas e
baixas da maré, os potenciais de marketing surgem como ondas quebrando num mar de
movimentos. Estes são escumados, “garimpados”, para então se concretizarem em
novos produtos a serem vendidos com fins lucrativos. Seria possível ver o lucro gerado
como corporificação de uma “mais-valia de fluxo”: um montante de valor agregado
emergindo da complexidade de movimentos em curso, diretamente como uma função
deles. Filosoficamente falando, o capitalismo aprendeu a se motorizar de um modo
imanente a seus próprios movimentos.” p. 5-6

“O epítome de mais-valia de fluxo é o modo pelo qual os mercados financeiros operam.


Nesse nível, a mais-valia é produzida ao alavancar movimentos do capital, ao jogar com
a rotatividade, ao tocar no compasso das transações, ao predizer as tendências sem
qualquer necessidade de um produto concretizado emergir - isto é, puramente através de
produtos abstratos, de segunda ordem, como os derivativos e os swaps de crédito. Foi
rumo a esse curto-circuito de produção que o centro de gravidade da economia se
moveu, como que em busca de uma alma - como se o espírito do capitalismo se
esforçasse para se livrar do corpo da produção. O capital se autoabstraindo. 0 valor do
setor financeiro é, agora, muitas vezes maior que o do setor manufatureiro nas
economias desenvolvidas. Ainda que a autoabstração nunca possa ser completa, e que a
articulação dos mercados financeiros com a economia dita “real” não possa ser
eliminada, é extremamente significativo que o equilíbrio tenha mudado, e que o esforço
do capital para levitar a si mesmo da esfera da produção concreta tenha assumido o
primeiro plano.” p. 6-7
“[...] A biotecnologia, por sua vez, não abstrai o corpo fora. Ela o abstrai na existência.
Ela desce até o nível vital da matéria emergente, o gene, a fim de manipular os
potenciais de reafloramento da vida. Ela opera num nível infracorpóreo. O capital toma
corpo de modo emergente. O nível infracorpóreo é um nível “imanente" à existência - é
a fonte da qual ele emerge como um poço artesiano que alimenta as muitas correntes da
vida. É o nível do potencial.” p. 8

“[...] Recorporificações biotecnológicas, por sua vez, são mais cultivadas do que
manufaturadas - elas não são fabricadas em si, mas fabricadas para assumir uma forma
através da manipulação dos modos como os potenciais expressam a si mesmos. No
infranível, o que está em questão é um verdadeiro devir, um engendramento de
determinada existência de algo prefigurado apenas no caminho, no influxo de um
potencial, cuja forma é, até então, indefinida. Modular ou manipular aquilo que vem
desse nível constitui uma forma extrema de poder: o poder de fazer ser; o poder de
engendrar; o poder de domar a transformação qualitativa. Chamo isso de ontopoder
(“onto” de “ontogênese”, ou o processo de devir do ser).” p. 8-9

“Eu disse anteriormente que a economia se tornou um regime de poder por si só. O que
eu queria dizer com isso é que o processo capitalista fez de si mesmo um ontopoder.
Isso tem implicações de longo alcance para a democracia liberal quando se considera
que o neoliberalismo, de acordo com seus teóricos - tanto seus mais astutos proponentes
quanto seus críticos não produz apenas objetos, mas também seus próprios sujeitos.
Foucault chamou o sujeito neoliberal de “sujeito de interesse”, enfatizando que a sua
forma é homóloga à da empresa. Os teóricos fundadores do neoliberalismo chamaram
essa empresa-sujeito de “capital humano”. Em meus livros, O poder para além da
economia e Ontopower, tento olhar para o modo como o ontopoder do capitalismo se
estende à produção dos indivíduos assaz capitalizados - as formas de vida do capital -
que povoam o seu campo. O capitalismo encontrou meios de acessar de maneira
produtiva as matrizes de emergência. Ele funciona, agora, cada vez mais no nível
infraindividual, por onde quer que o capital flua - ou seja, por toda parte. O capital se
infiltra no nível afetivo do potencial sentido, antes mesmo de os potenciais vitais se
concretizarem em determinada forma de vida - ali onde a vida ainda está por emergir.”
p. 9-10
“Esse nível se revolve em micromovimentos. Denomino tais movimentos em formação,
isto é, ainda não totalmente formados, de “atividade nua”. No que diz respeito ao infra-
humano, eles são os altos e baixos do desejo, tendência, medo, esperança, interesse
pessoal, simpatia, tensionamentos por ação e aliviamentos em relações. Modular esses
altos e baixos a fim de orientar a sua tomada-de-determinada-forma é tão simples
quanto um clickbait [isca de cliques], O capitalismo aprendeu a descer até o infranível,
até o ponto onde o indivíduo está emergentemente dividido entre as inflexões potenciais
dos seus próprios movimentos autoformativos. Deleuze, ao levar essa autodivisão, essa
“esquize” em consideração, cunhou uma palavra para o sujeito neoliberal: o “divíduo”.”
p. 10-11

“O capitalismo neoliberal emparelha diretamente esse nível infraindividual com o nível


transindividual. Ele se revigora com os efeitos da retroalimentação entre os níveis
“infra-” e os transindividuais de modo a contornartranquilamente o nível intermediário
do indivíduo supostamente autônomo. Esse nível intermediário é o da pessoa social ou
moral: a figura do cidadão, do sujeito de direito e do sujeito de interesse racional. Esse
nível da pessoa - no qual gostamos de pensar que funcionamos - se vê reduzido a um
mecanismo de dobradiça através do qual o “infra-” e o “trans-” se comunicam: um
“modelo de realização” do capital global miniaturizado, ampliado para caber nos
contornos do corpo humano (ou melhor, o padrão dos movimentos do corpo todo
indexando o fluxo de um quantum de devir-capital-humano). O nível transindividual é,
em seu horizonte mais amplo, a rede mundial integrada de movimentos
qualitativamente transformacionais cujas complexidade e contingência escapam não só
ao controle humano individual, mas ao domínio de todo e qualquer Estado-nação
individual.” p. 11-12

“Há um desencontro fundamental entre esse regime multiescalar de ontopoder e a


democracia liberal. A democracia liberal é embasada de forma ostensiva na
inviolabilidade pessoal do sujeito individual de direito, o cidadão cautelosamente
envolto na inviolabilidade soberana do Estado individual. A democracia liberal só sabe
trabalhar nestas duas escalas de individualidade: o cidadão consumado e o Estado
soberano (nenhuma delas ainda é o que pretendia ser). Sua estratégia de aproximação é
o mecanismo da representação - e foi esse mecanismo que degringolou.” p. 12-13
“[...] dispersão simultânea da esquerda e da direita, produzindo uma crescente
polarização. O mecanismo da representação é obsoleto. Ele assume uma identidade
estável em ambas as escalas: um governo que espelha quem os seus cidadãos são, e
cidadãos que encarnam a identidade da nação, num intercurso mutuamente estruturante.
As condições predominantes, no entanto, são as de contínua mudança qualitativa, as de
incessantes movimentos relacionais transformacionais - tão longe de uma estrutura
estável quanto você possa imaginar. O intercurso estrutural foi varrido pelo devir,
atravessado por fluxos que estão cada vez menos sob controle de alguém ou de alguma
instituição em particular. Como resultado disso, o intercurso supostamente racional que
a democracia liberal assume como a condição necessária para sua estrutura de
representação foi inundado pelo afeto revolvido pela instabilidade estruturalmente
desabonada. As marés afetivas sobem e descem. Em tempos de cheia, elas prefiguram
movimentos emergentes posteriores, distantes-do-equilíbrio, cuja direção é cada vez
mais imprevisível.” p. 13-14

“É importante, ao pensar no que a democracia pode vir a ser, tentar teorizar esse devir-
integralmente-afetivo da política e o papel do indivíduo. Isso precisa ser feito sem dar
crédito à ideia de que racionalidade e afetividade são opostos. É preciso ser capaz de
pensar a esse respeito e de experimentar os modos pelos quais a política baseada na
afetividade pode dar origem a formas radicalmente inclusivas de democracia direta.
Vislumbres prefigurativos daquilo que poderia ter sido visto nos movimentos auto-
organizados espontâneos dos anos 2010, com seu poder de contágio para além das
fronteiras da identidade. Nada emergiu como modelo definitivo - mas algo vem se
revolvendo. As políticas por vir provavelmente não terão um modelo definitivo, graças
ao movimento transformativo. Nem um modelo sequer, mas muitas matrizes
relacionais, em ressonância e interferência.” p. 14-15

“[...] no infranível do potencial há revolvimentos em germinação de contrapoderes de


emergência. Há ontopoderes imanentes ao campo processual do capitalismo, ainda não
capturados pela sua lógica. Quando movimentos entram repentina e inexplicavelmente
em erupção, como ocorreu em 2010-2011 - e esporadicamente desde então, num país
após o outro são tais potenciais que germinaram e atingiram uma expressão paroxísmica
que, de repente, coloca tudo em xeque, às vezes até mesmo o próprio capitalismo, para
então soçobrarem tão rapidamente quanto surgiram. Se afiássemos os modos de
entender essas contratendências, percebendo-as em germe, fazendo a curadoria dos
rastros de sua passagem de modo a torná-las reativáveis, então quiçá poderíamos induzi-
las a assumir uma forma mais perene - ou pelo menos repetindo mais frequentemente,
com mais sobreposições relacionais transformacionais - e, como resultado disso, com
maior potencial de contágio. Talvez seja possível extrair mais-valias de movimento
contracapitalistas.” p. 16-17

“Se isso for possível, só o será por meio da ação direta no registro do afeto. Nenhuma
análise ou persuasão ideológica pode ter efeito, já que a política programática está tão
implicada em estruturas de representação e de identidade quanto a democracia liberal,
embora a partir de um outro ângulo (como, por exemplo, um disfarce de “desejo do
povo” encabeçado por uma vanguarda, explicitamente ou na forma implícita de uma
elite tecnocrata). As contratendências de que falo são tão moventes, tão emergentes e,
enfim, tão automáticas quanto a máquina do próprio capitalismo — só que com um
sentido diferente, não monetário e diretamente qualitativo de valor. Um sentido, a saber,
do valor dos movimentos, dos acontecimentos, das relações, em si e por si mesmos; um
sentido de vivacidade, o sentido de intensidade que vem com a experiência da
potencialidade. Essas mais-valias de movimento não monetizáveis se retroalimentam
com sua própria moeda de potencial experienciado, esboçando altereconomias de
relação transformacional. Elas são tendencialmente contraontopoderes anticapitalistas
imanentes ao campo capitalista. Qualquer democracia porvir chegará como
corporificação coletiva de intensidades emergentes da experiência cuja vivência é o seu
próprio valor, imanentes a esse acontecimento vivo - antes de serem engessadas em
algum arcabouço institucional — e com tendência a atravessar e a exceder toda e
qualquer incorporação regulariza d ora ou regulatória, num ciclo perpétuo de captura
estabilizante e de escape revivificante.” p. 17-18

“[...] Um posicionamento que frequentemente acompanha a tese aceleracionista é o de


que, uma vez que capitalismo tem tudo a ver com mobilização, qualquer movimento
que façamos só está alimentando a sua lógica. Em alguns lugares, isso conduziu a uma
crítica do ativismo. Se o capitalismo tem a ver com mobilização - logo, fazer um
movimento é apenas alimentar ainda mais a sua lógica - , então por que tentar fazer
contramovimentos? Daria na mesma. Se não há um fora do capitalismo, a única opção
seria permitir que os movimentos do capitalismo se esgarçassem até não haver mais
volta.” p. 20

“Essa posição ignora o fato de que há tipos de movimento qualitativamente diferentes, e


de que o movimento, enquanto deslocamento, não passa de um índice visível da
variação qualitativa. Ela também pressupõe certas ideias a respeito da natureza do
capitalismo. Dizer que não há um fora do capitalismo - de modo que tudo aquilo que
fazemos está “dentro” dele - é interpretá-lo, implicitamente, como uma estrutura: um
conjunto de elementos em interação cujo funcionamento delineia um espaço de
operação delimitado. O aceleracionista vai redarguir que o problema é justamente o
oposto: o capitalismo opera no espaço não delimitado de sua própria universalidade, e é
precisamente por isso que tudo aquilo que fazemos está nele. Mas esse revide se baseia
num erro lógico. Como é que você pode dizer que um espaço sem fronteiras é uma
interioridade? Acaso um espaço sem fronteiras não é, antes de mais nada, um campo de
exterioridade? Um grande fora. Se o campo de operação do capitalismo é um campo de
exterioridade, então temos de inverter a pergunta. Tendo em vista que tudo se passa
num grande fora, em que circunstâncias nós podemos dizer que algo está dentro?
Deleuze e Guattari respondem: quando mecanismos se acionam de forma a contê-lo.
Quando ele é capturado por um sistema ou estrutura e é encerrado nisso, incorporado a
isso. O campo capitalista é repleto daquilo que Deleuze e Guattari chamam de
“aparelhos de captura”. Há prisões, escolas, sistemas legais, burocracias, partidos
políticos, corporações, organizações não governamentais, todo tipo de instituições e
semi-instituições. Cada qual estabelece suas próprias fronteiras operativas a fim de se
colocar à parte. A separação permite, por uma lógica interna própria ao domínio em
questão, manter o controle dentro dos limites autoerigidos desse território.” p. 20-22

“Ora, um presídio privado está embebido na relação capitalista. Ele participa dela por
todos os lados, inclusive o de dentro. Ele vive em função dos fluxos de capital que
captura e canaliza para a produção de mais-valia. Mas ele também captura fluxos de
criminalidade e os canaliza para outra forma de produção de mais-valia: uma mais-valia
de ordem social, de normalização - ou, ao menos, para a produção de uma mais-valia de
afetos associados a tais fluxos - ainda que as extremidades da ordem social e da
normalização não tenham, efetivamente, se encontrado. Dessa maneira, o presídio
privado, enquanto instituição disciplinar, também se alimenta dos modos de relação que
não são capitalistas, que têm forma própria. Essa forma é a criminalidade, que tem
como função uma lógica institucional de carceralidade própria.” p. 22-23

“O campo capitalista é repleto de tendências que corporificam relações, as quais não


podem ser reduzidas à relação capitalista em si; e não apenas é repleto delas: elas estão
constantemente se automultiplicando e se diferenciando - conduzindo à multiplicação e
à diferenciação correspondente dos dispositivos dedicados às capturar. Cada mecanismo
de captura pega carona numa tendência emergente. No campo capitalista, fervilham
tendências não capitalistas. Estas são cooptadas - articuladas com a relação capitalista -
pelos aparelhos de captura que delas se alimentam. É possível pensar as instituições e
semi-instituições de captura da mesma forma que comentei anteriormente sobre os
objetos em relação ao movimento: nós motorrelacionais que se destacam como
saliências, indexando a atividade de fundo da qual despontam e que continua a sustentá-
los enquanto durarem; como campos de efeito de movimento que chegam a estratificar
o campo da vida.” p. 23-24

“Um processo é indelimitado - mas limitado. É limitado pela sua habilidade de imergir
no ilimitado do grande fora. Essa reserva de atividade nua que ele ladeia é o seu limite
imanente; o que é um modo de dizer que o processo capitalista - enquanto aparelho de
captura de mais-valia monetária em simbiose com qualquer número de instituições e
semi-instituições que compartilhem do seu campo - é paradoxalmente limitado pelo
potencial. Há sempre um excesso de potencial em relação à captura, de atividade nua
em relação à função útil, de recém-despontamento em relação à operação normalizada.
Se você define ação em termos de funcionalidade ou operatividade, então há sempre um
excesso de atividade em relação à ação. No vocabulário de Deleuze e Guattari, há
sempre “linhas de fuga": movimentos tendenciais que, caso não capturados, iriam se
mover em muitas direções diferentes dos canais preestabelecidos. Estes são os
contraontopoderes que mencionei anteriormente.” p. 26-27

“Isso significa que há uma superabundância de potenciais imanentes ao campo do


capitalismo, mas que não estão dentro do seu sistema. Há sempre um excesso de
atividade em andamento que não foi mobilizado à ação. Há sempre um excesso de
potenciais (puissances) se insinuando, mas que ainda não foram canalizados para o
exercício dos poderes (pouvoirs). Não há um fora do capitalismo no sentido de que - em
seu incansável deslocamento de seu limite imanente - não há nada a que ele
potencialmente não possa chegar. Ele está virtualmente em toda parte. O atrator da
relação capitalista é tendencialmente um preenchedor de espaços. É imperialista por
natureza. É universal por vocação. Processualmente falando, porém, ele é um sopro num
grande fora de atividade nua. É difícil descrever a “exterioridade" desse campo de vida
germinal porque não temos palavras para um domínio não espacial.” p. 27-28

“A distinção entre atividade e ação faz com que seja possível – absolutamente
necessário, de fato - afirmar um ativismo contra o capitalismo, e sugere que isso pode
ser feito sem resvalar automaticamente “para dentro” desse mesmo saco. Isto não
significa que seja possível, para qualquer atividade, permanecer fora dele. No grande
fora não há pontos de apoio fixos. O fora absoluto é uma reserva de potencial, não um
lugar de refúgio para se abrigar. No momento em que uma linha de fuga começa a se
delinear, ela começa a entrar no panorama institucional/semi-insitucional. Ainda que
consiga evitar ser capturada por uma formação particular, ela vai necessariamente
navegar no fora relativo das fendas entre instituições - e essa necessidade inflete o seu
curso. Ela também pode se encontrar num confronto direto, quando é imediatamente
identificada nos termos que uma formação particular usa para designar o seu fora
inassimilável: inimigo, criminoso, depravado, refugiado, parasita. Essa nomeação é, em
si mesma, uma assimilação parcial, uma vez que influencia o arco do movimento de
resistência. Há a tendência inelutável de um movimento contraontopotente de recair em
alguma forma de cumplicidade.” p. 28-29

“A duplicidade processual é uma ferramenta ontopoderosa. Não é a mesma coisa que a


desonestidade: é o conjunto difuso de capacidades que um divíduo tem para pertencer
genuinamente a dois conjuntos ao mesmo tempo, mas não da mesma maneira – e sim
com tendências divergentes simultâneas em cooperação. A prática da duplicidade
processual é um modo - limitado pela necessidade, é bem verdade — de prolongar a
“esquize” da atividade nua no panorama institucional; um modo de conservar uma
influência sobre o potencial, de continuarem movimento com um quantum de devir.” p.
29-30

Você também pode gostar