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VIVA MI.]L}IER
Cidadaniae Gênero
..UMA DENUNCIA
NECESSÁRIA"
Comunigraf Editora
Recife, julho de 2004
Coordenação e texto: WilmaLessa Apresentação
Assessoria Juídica: Balcão de Direito -
SPSHIPMO
Capa e Ilustração: Lourenço Ipiranga Thansformar a realidade
Revisão: Doris Gibson
Colaboradores: DPMUL e SOS CORPO enômeno persistente e vergonhoso na sociedade brasileira, a
Márcia Roberta de Lima: Coordenação Executiva violência contra a mulher affavessou cinco séculos de explo'
,uçAo,chegando ao terceiro milênio como algo assustador e intole'
râvel.
Do assédio ao estupro, do espancamento doméstico ao as-
sassinato, dapura discriminação àprostituição, as diversas formas
de sofrimento impostas à muiher depõem contra a nossa cultura,
Apoio além de minar a nossa trajetória coletiva rumo a uma verdadeira
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO democracia.
Govern ador J arbas Vasconcel os A herançapatriarcal que desaguou no machismo emvigorno
Vice-Governador Mendonça Filho país não justifica a grave situação atual, que é mais do que o acúmulo
ãe um vicio histórico. Os valores que cultivamos hoje não se refle-
tem nos dados estarrecedores sobre a violência à mulher - ainda
mais estarrecedores quando se sabe que o silêncio forçado impera
na maioria dos casos, e as denúncias só são feitas no limite da dor
física e moral, ou depois que aS notícias viram estatísticas, quando
jâétarde demais.
É preciso, portanto, transformar essa realidade anacrônica atra-
vés dos instrumentos da cidadania. A começar pelo amplo uso da
informação. A informação que educa, compartilha exemplos e ex-
periência, aponta os culpados, desestimula a impunidade e disse-
mina a consciência do problema, lançando a semente da solução.
Não é possível falar na transformação dessa realidade, sem
citar aluta de mulheres que dedicaram SuaS vidas a essa causa. A
jornalista Wilma Lessa foi uma dessas bravas guerteiras, que fez da
irrÍirrrnação sua principal arma para consci entizar não apenas a
mulher, mas toda a sociedade. A produção desta cartilha foi o últi-
rno trabalho de Wilma, na busca por essa conscientrzaçáo.
Desde o início, esse trabalho mereceu o nosso apoio' Em
conjunto com a ONG Viva Mulhet Wilma iniciou a cartilha que Prefácio
não pode fínalizar.No entanto, a dedicação e a determinação de
SuaS companheiras de luta foram decisivas paruaconclusão deste
trabalho, que se enquadra justamente na busca pelo melhoÍ con-
ceito de cidadania, ao promover açáo e integração.
VIVA MULHER - Cidadania e Gônero é um grupo que
A publicação dessa cartilha, portanto, tem uma simbologia
nasceu sob a marca da luta contra a violência e especifica-
diferente. ÉumahomenagemaWilmae atodas as mulheres que
mente, da violência contra a mulher.
lutam contra a violência e a favor da paz. Para nós do Governo do
Doloroso e árduo tem sido o enfrentamento desta questão
Estado de Pemambuco, o lançamento desta cartilha reforça o nos-
dentro de uma sociedade que a percebe como "natural", e onde
so compromisso de estar ao lado da mulher e de seus direitos, não
prevalecem relações assimótricas e hierárquicas entre homens e
apenas na execução de políticas públicas, mas na busca por cum-
mulheres, a partir das quais um é visto como senhor da "outra".
prir o nosso papel no despertar de uma nova condição feminina,
Nesta lógica, a vivência amorosa ó pervefiida paÍa um jogo perigo-
mais condizente com o espírito de nosso tempo.
so, onde a mulher se torna objeto de desejo alheio que, para sua
realizaçáo,o oufo não hesitaemusar aforçaexplícita ou travestida
de sedução.
Mendonça Filho
Desmanchar esse entedo perigoso tem sido um ato contínuo
V ic e G ov ernado
- r de P e rnamb uc o
dentro do movimento de mulheres. Para desnaturalizar a violôncia
enfre os soxos em nossa cultura, é preciso fransformar as estruturas
sociais e as mentalidades. Os meios para isto são variados. Esta
cartilha se insere neste percurso como lugar de esclarecimento e
denúncia. A lei é transcrita e comentada em uma perspectiva femi-
nista, e a vivência feminina de atos de violôncia ilusfra a realidade.
Conhecer os direitos é um passo fundamental na construção de
uma cidadania que tenha como preÍrogativa essencial a garantia de
viver em liberdade. Um amor solidário enfe iguais será este sem
dúvida o signo de uma nova cultura com a qual sonhamos e pela
quallutamosaguerridamente'
Maria Betania Áv,a
AngélicaMaria jamais terá o prazer de ouvir a alegria
sonorade seu filho(1)
Liberdade pura
Os agressores, segundo publicado na Imprensa: Dacamaenorme
Louçaempilhada
1) Rômulo Tavares Ramos - marido Jornais espalhados
2) André Barbalho - marido Priorizando o que eu quiser,
3) José Ramos - ex-marido Pois minhas asas
4) Antônio Lourenço - noivo Estão abertas ao infinito.
5) José Fer,nando Gomes - ex-marido
6) Carlos Antônio de Assis Callou - Cabo Callou -
companheiro PoemadeWilmaLessa
QUANTAS SOMOS
pelos próprios são infectadas por vírus, alguns fatais, por conta das relações
sexu-
tinham sido assassinadas na Região Meffopolitana, ar-
queS}Todos crimes ocoÍreramnos domicílios das ais extra-conjugais dos parceiros, numa infindável sucessão de
maridos, sendo
madilhas que vitima, especifi camente, a mulher'
vítimas ou de Parentes Próximos'
no âmbito Pior: o algoz éfreqüentemente a pessoa quedeveria ser a de
Decorridos oito anos, muitas mudanças ocofferam
humanos e de proteção maior confiança da vítima; e o local onde os crimes são cometidos,
das políticas públicas de defesa dos direitos
o contingente o espaço privádo, o ninho aconchegante de seu domicílio, onde
uo, ni"ho, mais indefesos da sociedade, entre eles'
nao àstáo previstos mecanismos que lhe facultem o direito de defe-
feminino; entretanto, mesmo com o advento das Delegacias
veicularlas
Especializadas de Proteção à Mulher, as informações
sa.
ll
no âmbito das ci- Vergonhosa esta taça de sangue e dor' Perversa situação da
nos meios de comunicação, as teses defendidas
violêncialnvisível, que todos coúecem, mas ninguém ousa interfe-
I
; ônciasaplicadas,omovimentosocialorganizado'entreoutrosme-
rir. Nossa intenção explícita, com esta publicação é facilitar de uma
tl
assustadoramen-
canismos, a violência contra mulheres recrudesce
forma inequívoca a identificação das várias facetas da violência
teemnossoEstado.Forammulheres,vítimasfatais'emmuitos
específica cometida contra mulheres no Estado de Pernambuco, a
casos,homicídiospraticadoscomrequintesdeselvageria'Aforaas um
muitas vezes' partir dos tratamentos diferenciados em que ela é remetida a
lesões corporais, ameaças, crimes sexuais, morais'
tratamento inferiorizante.
vários deles perpetrados contra a mesma pessoa'
oalcancesocialdoscrimesperpeffadoscontramulheresatin-
OS FALSOS MOTIVOS
gir-rumníveltãoaltodegravidadequetofflou-senecessárioacria-
em gênero para
[an a" uma disciplina acadêmicafundamentada
específica das ações: Somos tantas: meninas, adolescentes, mulheres adultas eidosas,
estudar o assunto, considerand o açaractústica
não teriam sido come- irmanadas peia tragédia comum, das relações entre opressores e opri-
se a vítima não fosse mulher, aqueles crimes
de um corte es- midas, em que elemandae ela obedece.
ticlos naquelas circunstâncias. Trata-se, portanto'
pecializado em meio à violência g enetaTizadatÍpica da nossa
Era. os fatores alegados para tentar justificar a agressão são vários,
sendo o mais usual semregistro especÍficoporflatar-se demotivo
flitil.
missão de doenças venéreas e infecto-contagiosas, como o vírus
O ciúme figura como o primeiro argumento desencadeante
HIV, que encontra nas mulheres de parceiro único e relacionamen-
ribjetivo, mesmo tratando-se, na maioria das vezes, de uma situa-
to estável, o melhor campo para proliferação.
ção imaginária. Figura também neste rol a resistência do macho
nordestino ao"Í7áo", quando é a mulher que decide pela separa-
ONDE OCORREM E ONDE MACHUCAM
ção. Outras vítimas sofrem maus-tratos sem motivos aparentes: por
aludida infidelidade; por discussões comuns em relacionamentos
Os crimes são cometidos em maior número na residência da
íntimos; e até por divergôncias no exercício da sexualidade do ca- vítima, mas extrapolam para as vias públicas, bares, residência do
sal.
acusado e de outros parentes e lugares públicos delazer. As lesões
Problemas familiares, financeiros - incluindo pensões de ali-
aparecem preferencialmente na cabeça e no rosto, mas podem ser
mentos; desavenças com vizinhos; embriagues; guarda, briga ou encontradas escoriações no corpo, braços, mãos, pernas e nos sím-
choro dos filhos; conhecimento de outros crimes perpetrados pelo bolos da feminilidade: os seios e a vagina, nesta ordem. Temos
agressor; questões jurídicas; tambóm são relatados como opção notícias também de olhos extitpados, objetos introduzidos no cor-
parajustificar o injustiflcável: a agressão, quase sempre, fatal. po e fetos retirados à faca do ventre da vítima. Produtos distintos
transfomam:se offi âÍlnâ: ácido sulfúrico, fluido de bateria, thinner,
O QUE UTILIZAM PARA MACHUCAR acetona, cola instantânea, e qualquer outro instrumento que a men-
te deturpada de um agressor puder conceber.
Os métodos e objetos empregados pelos criminosos para E extremamente "democrática" a violôncia contra a mulher,
supliciar a vítima-mulher variam: desde socos, pontapés, mordidas podendo acontecer com mulheres e agressores de todas as ida-
e tentativas de sufocamento à utilização de instrumentos diversos,
rl
des, etnias, classes sociais e profissões as mais diversas.
de uso doméstico ou profissional; os perfuro cortantes; as armas de
Segundo dados das Delegacias de Proteção à Mulher e da
lr
I
fogo; e, extremo da crueldade humana, o ato supremo de se atear Criançae Adolescente; o trabalho pioneiro dos grupos feministas
I
fogo à mulher após ter-lhe encharcado as roupas com líquido infla- de atendimento a vítimas - Viva Mulher, Casa de Passagem, Cen-
mável. tro das Mulheres do Cabo, CasaMeninaMulher, Centro das Mu-
Acrescentamos a este quadro de hor:rores as perseguições, lheres de Vitória de Santo Antão, Associação de Mulheres de
torturas, ameaças; as agressões morais, psicológicas e sexuais; a Nazaré da Mata, paracrtar algumas das entidades componentes
expulsão de casa, o cárcere privado, a invasão domiciliar- quando dos organismos institucionais de Direitos Humanos e Cidadania,
o casal está separado -e a supressão de documentos e objetos
dos poderes municipal e estadual, - que atuam no Estado, além da
pessoais.
Defensoria e o Ministério Público de Pernambuco, a violência co-
A violência psicológica também é largamente utilizada: metida contra mulheres traz emseu bojo uma conotação perversa,
adjetivos que denigrem e ofendem a dignidade feminina ou que de caúúer público, mas que ocorre freqüentemente no privado,
menosprezam o que a mulher oferece como contrapartida na rela- dentro dos lares e das empresas, e, portanto, deve ser objeto de
ção, de coração aberto e amor nos gestos, podem levá-la do ani- ações punitivas contundentes, com apoio da sociedade em todas
quilamento da alma e do corpo até o suicídio.
as instâncias.
Aincla poclemos salientar a indução à prostituição e a trans-
TNFORMAÇÃO E FUNDAMENTAL
t4 l5
r
LESAO CORPORAL
r rll
16 t7
Ora, o que se espera de uma sociedade civilizada é que a
Cornunidade, a Igreja, e os demais aparatos de organização social
não sejam cúmplices de uma culturaretrógrada e violenta que, nos
casos cotidianos de agtessão à mulher pelo marido, apenas ponde-
[e:
o'mal
com ele, pior sem ele". Ou, ainda mais grave, expresse AMEAÇA
humoristicamente um ionceito que revela apenas a perversidade
illli de um cerlo autor degenerado: "mulher normal gosta de apanhar". Art.747 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qual-
I lll
Mentira! Mulher não gosta de apanhar nem pode ser espancada, quer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave.
lllili
lllii segundo as leis vigentes em nosso País. Espancamento é crime e
Pena-Detenção, de 01 (um) a 06 (seis) meses, ou multa.
nada o justifica, muito menos, o simples fato de divergir do despo-
I I rlll
lr;
lll
,l
tismo do companheiro. Reaja, pois depois do primeiro tapa, se-
guir-se-ão agressões cadavezmais covardes e violentas e as mu- Oqueé
lheres que silenciaÍam ante este tratamento, hoje, estão mortas.
Considera-se crime qualquer foflna ameaçadora de diálogo
ou gesto dirigidos a vocô por alguém, que possa lhe proporcionar
algumüpodemal.
Oqueé
20
O que temos a esclarecer
il ilil11
,ll'ttl
assimprocede. lência ou gr av e aÍfleaça.
iilrl Pena - Reclusão de 06 (seis) a 10 (dez) anos.
illil O que as mulheres têm a contar
.
Oqueé
"Depois de três anos de casamento, meu marido começou a
voltar paÍa casa sempre tarde, a sair sem me convidar para Crime Hediondo, ou seja, delito inafiançável, cujaexecução
acompanhá-lo, não mefazianenhum carinho e me desprezava se- da pena não pode usufruir nenhum dos tipos de abrandamento
xualmente dizendo que eu era fria. Fui me entristecendo, ficava sem carceúrio,como regime semi-aberto ou redução de pena por tem-
coragem de me aproximar dele, me sentiafeia"velha. Tinha 26 anos. po de cumprimento oubom comportamento.
Ele diziaque eu era louca, me obrigou a ir a psiquiatras e a tomar Constitui crime atrair uma mulher para ter com ela ato sexual
remédios controlados. Vivia inchada, com sono, e chorava dia e através de violência ou ameâça. Se da violôncia resulta lesão cor-
noite. Aí, numa madrugada, tentei suicídio. Só melhorei depois da poral de fia.orÍezagrave, a pena é de 0B (oito) a 12 (doze) anos de
l' tliltl
llllirl separação." reclusão. Se deste ato resultar a morte, a pena será de 12 (doze) a
rllllll
,iliiil TetezaCristina Guimarães, 32 anos, micro-empresiária. 25 (vinte e cinco) anos. Nos casos em que a vítima for menor de 14
rü
(quatorze) anos, a pena será de 04 (quatro) a 10 (dez) anos, e
ill
aumentada em\\Vo se houverpresunção de violência: 06 (seis) a
lIl
,l 15 (quinze) anos.
r,illi
O que temos a esclarecer
RAPTO
Afi . 219 -Raptar mulher honesta, mecliante vi ol ência, grave ame-
aça ou fiaude, para fim libidinoso.
Pena - Reclusão de 02 (dois) a 04 (quatro) trnos.
Oqueé
',*
'.:
0 que as mulheres têm a contar h:
o'Eu
me casei aos dezenove anos, vivi com meu marido du_
rante dois anos, mas ele me espancava muito, por isso o deixei. um
dia, ele chegou com um amigo dizendo que minha mãe estava do-
ente e eu tinha que socorre-la. Entrei no carro, ele me levou para a
lilil casa desse amigo e fiquei presa lá durante duas semanas, sem ver o
'lli,,rri
meu filho de um ano de idade, e quando eu tentei fugir, ele me
ili,ii
bateu."
li',
Gorete Farias da Silva, 22 anos.
lll
I
0queé
,ll
ll'lirli,
"Eu conheci o pai de meu filho quando tinha 14 anos. E1e Art.125 -Provocar aborto sem o consentimento da gestante.
I
l tinha26 e era amigo do meu irmão. Ele me trazia revistas, discos e
llll
Pena - Reclusão de 03 (três) a 10 (dez) anos.
r
lll
30 31
coNTÁCtO DE, DOENÇAS
t,i VENE,REAS
tl
lr
Ir Art. 130 - Expor alguém, por rneiode relações sexuais ou qual-
quer ato libidinoso, a contágio de moléstia venórea, de que sabe ou
;
,i
I
deve saber que está contaminado'
Pena - Detenção de 03 (três) meses a 01 (urn) ano'
ll
lll
O que as mulheres têm a contar
ilil
verdadeiro de que não podia dispor.
Pena - Reclusão de 02 (dois) a 06 (seis) anos e multa, se o docu-
mento é público, reclusão de 01 (um) a 05 (cinco) anos e multa, se
tiltl
I.lr
O que as mulheres têm a contar pacidade de resistência, a não fazer o que a Lei permite, ou fazer o
que a Lei não manda.
1flil
"Hámuito tempo que meu companheiro vemme ameaçando
de todas as maneiras. Agora resolveu rasgar todos os meus docu-
mentos, na frente dos meus filhos e de mim, avisando que agora eu 0queé
não poderei sair de casa e nem fazer nada contra elejá que não
tenhomaisdocumentonenhum'" Constitui crime levar alguém, através de ato violento ou por
Éster, z,anos. qualquer outro meio, a ser impedido no exercício de sua liberdade
individual.
r4ilur
pt,,
lll I,r
ll
]k,uo,o
rrliii,iii Art. 140- Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
Pena - Detenção de 01 (um) a 06 (seis) meses e multa.
'r'flil|fl
Oqueé
E,rlll
to a externaÍ opiniões, de modo a interferir ou modificar as ordens
l,r' e que silencie por coação e medo de ameaças, saiba que esta pes-
;iri soa vive como escrava, em pleno século XXI. Uma mulher adulta
il não deve obediência a neúum homem, exceção feita a autoridades
'li
ll ilr
no cumprimento da Lei. Reaja e denuncie.
lllillrr
,ifl,il
42
O que as mulheres têm a contar
0queé
O homem que, sem motivo, abandona materialmente esposa
iilfr e filhos, deixando de prover às suas necessidades, e ainda, faltan-
do com a pensão alimentícia e/ou deixando de prestar-lhes socor-
ifl[
ro, em caso de doença ou acidente, está cometendo um crime.
t{ li,
[],
ír'irll
0 que temos a esclarecer
|flflil
Existem maridos ou companheiros que saem de casa "para
comprar cigarros" ou "tentar a vida em São Paulo" ( na verdade,
freqüentemente, para viver com outra mulher) e nunca mais
retornam, sequer para comunicar o novo endereço à família aban-
donada. Entendemos ser fundamental para a mulher trabalhar e ter
seu próprio saliário, mas existem situações muito freqüentes em que
o marido ou companheironão permitemque amulherexerçauma
atividade rentável. Em casos assim, o marido/companheiro é obri-
gado por Lei a assumir não só o sustentos dos filhos, mas também
r&5
l
ADULTERIO
i[ tlil
Art.240 - Contrair conjunção carnal com alguém que não o (a)
cônjuge.
til ii
[']' que tem um reiacionamento sexual com outra pessoa que não, o
fi'rll
ooquem
seu marido. Até mesmo o slogan ama não ffai", só se aplica
rffill
à mulher. É importante lembrarmos que o crime de adultério, pre-
visto na Lei, é valido tanto para homens quanto para mulheres ca-
sados. A velha história de que os homens "precisam" ser polígamos
é inaceitável. Este é mais um conceito enganoso inventado para
oprimir as mulheres, até porque, a mulher costuma pagar com a
vida por este crime, enquanto que o homem adúltero, nada sofre.
^n
FAYORECIMENTO
DAPROSTITUIÇAO
I llir
"Casei-me aos dezoito anos com um homem que parecia me Levar alguém a viver do comórcio sexual, tomando-a proSti-
amar. Logo depois, tive conhecimento de que tentara pÍaticar ato tuta, constitui crime. Se a vítima for maior de 14 (quatorze) e menor
sexual com minha irmã. Fiquei muito chocada porque sei que se de 18 (dezoito) anos, e se o criminoso for seu pai, irmão cônjuge,
fizesse algo parecido seria crucificada. Depois tive conhecimento tutor ou curador, ou pessoa que se responsabilizou pela sua educa-
de que ele me traia com amigas minhas e outras mulheres." çáo, apena será reclusão de02 (dois) a 05 (cinco) anos. Se o
Cida, 23 anos, manicure. crime é cometido mediante grave ameaça ou violôncia, a pena será
ffi de 02 (dois) a 08 (oito) anos de reclusão'
49
I
REGRAS BASICAS
ill
l*, PARA QUEM FOI OU ESTA SENDO AGREDIDA E
f'il
rl PRETENDE MANTER- SE VIVA
,ti
,\
A mulher vítima de violência deve procurar ajuda imediata-
O que as mulheres têm a contar mente.
ll
Jamais esconda de amigos e familiares que foi ou vem sendo
"Eu vivia com a turma, tentando ganhar uma grana, devez agredida.
em quando. Limpava carros, pedia esmola também. Um cara achou A agressão pode ocorer em qualquer lugar: sua casa, na
que se eu topasse, podia ganhar muito dinheiro. pensei que ele casa de parentes, no trabalho ou em locais públicos.
queria me ajudar, mas o que fez foi me obrigar a sair cornoutros Sua primeira atitude deve ser proteger-se, defendendo-se do
homens e dividir o dinheiro com ele. Já fui presa várias vezes e agressor da forma que for possível.
sonho mudar de vida, mas acho que não tem jeito, não.,, Quando uma mulher, no momento da agressão, encolhe-se
§ Maria das Graças Luna, 18 anos. ao invés de se defender, colabora para que o agressor agrida nova-
rl mente.
Leve em conta os indícios de que a agressão vai se repetir.
lr Protej a- se, reaj a e denuncie à Polícia imediatamente.
lrlt Quando o agressor a desrespeita de várias formas: empur-
rões, aperlo nos braços, puxões de cabelos ou murros, além de
$;fi
ameaçá-lacom palavras, gestos ou arrnas, acredite; as agressões
poderão resultar em seu assassinato.
Lembre-se: os indícios estaísticos comprovam que a maioria
dos delitos contra mulheres ocoÍrem dentro de casa e são pratica-
dos por pessoas de confiança da vítima - marido, companheiro,
amante, pai, irmão, outros parentes e amigos e até, vizinhos.
Se você tem vontade de denunciar e não o fez porque come
risco de ser novamente agredida ao voltar para casa, agora, pode
fazê-lo. A Delegacia da Mulher encaminhará você e seus filhos a
$0 51
um abrigo, até que o agressor compareça à delegacia. Se ele não
vier, a Delegada determinará que seja conduzido à força para res-
ponder a intimação.
O inquérito só será instaurado após umarepresentação cri-
minal, exÇeto nos casos de crimes sexuais.
. itfit A vítima que não tiver condições financeiras de arcar com as
O SEU SILENCIO E
ftlm
despesas judiciais, tem a garantia constitr"rcional de acompanhamento
pela Assistôncia Judiciária do Estado.
cÚvTpLICE DO SEU AGRESSOR.
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rr*
IlP
ü;
II
Se não se sentir segura parafazu a denúncia, procure um DENUNCIE!
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dos grupos de mulheres ou a Ordem dos Advogados do Brasil -
t*, i
lÍiiilr
OAB, na Capital ou no interior. Veja onde enconffar as entidades
que podem lhe ser úteis nas listas de endereços mais adiante. SAIBA O QUE ACONTECE QUANDO VOCE
iliufll
!flnilr
DENI.]NCIA A VIOLÊNCIA QUE SOFREU.
As si stência Judiciária
ASAS - Associação de A.ção Solidária
Há inúmeros lugares que prestam serviço à Mulher, Rua Demócrito de Souza Filho, 241 - Madalena / 3445-1087 /
apoiando, orientando, paÍa que ela tenha os meios de de- 3227.6330
nunciar os maus-tratos e violência de que é vítima. Estes CAIS DO PARTO
Rua Maria Ramos, 1212 - Bairro Novo / 3429-3204
lugares são Grupos de Mulheres, Clínicas de Psicologia,
Assistência Judiciária do Estado, Grupos de Apoio aos por- CASA DA MULHER DO NORDESTE
Hi tadores de alcoolismo e seus familiares e, principalmente, Rua Lopes de Carvalho, 320 - Madalena / 3227-0531
as Delegacias Especializadas daMulher, onde todo o efetivo
CASA DE PASSAGEM
H é composto poÍ policiais femininas, numa rede que se am-
Rua Capitão Lima, 310 - Santo Amaro / 3423-3839
lü plia, propondo-se a manter você VIVA.
CASA MENINA MULHER
Rua Leão Coroado, 55 - Boa Vista / 3231-0463
CENDHEC
Rua Gervásio Pires, 921 - Boa V,sta / 3222-6177/323 I -3654
Estrada do Bonji, 570, Casas 3 e 10 / 3227-3693/1519 Rua João Fernandes Vieira, 405 - BoaVista - 3421.3380.
GAJOP
- Curado / 3251-1495 Rua Conselheiro Pereti, 2 I I- Casa Amarela / 3267.24 19.
l3 Maio, 50
CONSELHO TUTELAR - RPA 4
Rua de - Santo Amaro / i221-1801 / 3222.2036 Rua João lvo da Silva, 144 - Madalena - 3227.2771.
CONSELHO TUTELAR - RPA 5
Rua José Natário, 190
- Areias / 3455-2295
I NÚCLEO DO CABO
Unidos, Encruzilhada, Fundão Hipódromo, Linha do Tiro, End. Av. Presidente Vargas,482 (Fórum local).
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I
Tamadneira, Torreão, Aflitos, Coelhos, Derby, Espinheiro, Graças, Fone:XX (81) 3521.0100
I São José e Santo Amaro.
rf
Ir 61
NúclBo TcARASSU Núcr,no »B sÃo LoURENÇo
End. Rua Ricardo da Silva, 84 End. Rua Tito P er eir a, 267
Cruz de Rebouças - Prédio da Fábrica Bisa Fone:XX (81) 35257617.
Fone: XX (81) 35431284 - ramal206 - (Prefeitura)
NÚCT,BO CAMARAGIBE
Núclno DE ITAMlnq.cÁ End. Av. Belmiro Correa 2500(Fórum local)
lf,r End. Av. João Pessoa Guerra, 230 (Fórum local).
Fone:XX (81) 34542482
Fone: (81)35441411
hil
Núcr,Bo DE JABoETÃo NÚcl,no IPOJUCA
n End. Barreto de Menezes s/n Prazeres End. Cel.João SouzaLeão s/n (Fórum)
Anexo a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes Fone: XX (81) 35511290
Fone: XX (81) 34764900
NÚcl,no DE ITAPISSUMA
NúcLno DE MoRENo End. Rua Manoel Lourenço, 201- Centro.
End. Sifronio Portela 3780 - Centro Fone: XX (81) 3548 1139
Fone: XX (81) 3535 9856
IVÚCT,BO DE AFOGADO DA INGAZEIRA
I} Núcr.no DE OLINDA/ExpRESSO crna.nÃo End.Rua Senador Paulo Guerra, 325 - Centro. (Fórum Local)
End.Centro da Moda Peixinhos
Fone:XX (87)3 838 1517
Av. Presidente Kennedy, I 00 1
Fone: XX (8 1 ) 3429 27 8313100
NÚclno DE ARARIPINA
flr End. Rua Ana Ramos Lacerda, s/n Centro. (Fórum Local)
NUCLEO DE PAULISTA
End. Rua Floriano Peixoto s/n (Antigo Fórum) Fone: XX (87) 3873 1811-R21
Av.Senador Salgado Filho s/n
Fone: XX (81) 3433 9868 NÚcI,po DE ARCovERDE
End. Av. Cap. ArlindoPacheco deAlbuquerqte,T2. (Fórum
NÚCI,NO ABREU E LIMA Local)
End. TravessaPedro Machado, 115. Fone: XX (87) 3821 1555
Fone:XX (81) 35423232
62 63
Núclno DE BELo JARDIM NÚCLEO DE GOIANA
End. PraçaTorres Galindo s/n End. Casa da Cidadania
Tancredo Neves. (Fórum local) Rua do Coqueiro Morto s/n
Fone: XX (81) 3726 ll54
NÚcT,BO DE LIMOEIRO
NÚCLEO DE BEZERROS End. Av. Dr. Otávio de Lemos Vasconcelos s/n. (Fórum local)
End. Rua Otavio Pessoa s/n. (Fórumlocal) Fone:XX (81) 36280230
Fone; xx (81)3728 1308
NÚcT-Bo DE MACAPARANA
nÚCU,O DE CARPINA End. Av. João Francisco,327. (Fórum local)
End. Fórum-Av. Conselheiro João Alfredo 820. Fone: XX (81) 3639 1202
Fone: XX (81) 36211255136220508
NÚCLEOS PALMARES
NÚCT,NO DE CARUARU End. Av. Visconde de Rio Branco, 1368.
End.Av Joaquim Tabosai53 - Mauricio de Nassau Fone: XX (81) 3661 0344
Fone: XX (81) 31216t66131226661
NÚcr,no DE PESeUEIRA
NÚCIpO DE ESCADA End. Francisca de Queiroz. (Fórum local)
End. Rua João Manoel Pontual, 220. (Fírumlocal)
Fone: XX (87) 3835 1484
Fone: XX (87)3534 1637 / L380
NÚCInO DE PETRoLINA
NÚCIBO DE FLORESTA
End. Av. Fernando Góes s/n, SouzaFilho. (Fórumlocal)
End. Av. Deputado Audomar FerÍaz . (Fórum local)
Fone: XX (87) 38622633 -R22
Fone: XX (87) 376269636
64 65
DELEGACIAS
NUCLEO DE SAO JOSE DO EGITO
End. Praça Celestino João Pequeno. (Fórum Local) DEPARTAMENTO DE POLÍCIA DA MULHER -
Fone: XX (87) 844 ll9l DPMUL
TitUIAT: MARIA CLÁUDIA AZAMBUJA MOLINA
üil Núcr-Eo DE SALGUEIRO Fones: xx (81) 3303-5426 (clireito), 3301-7610: Apóio Jurídico
$lt' End. Casa da Cidadania
lH Plantão: xX (81) 3303-5421 e3303-5444 - carrório
ui Rua: Otávio Leitinho, s/n.
Endereço: Francisco Jacinto, 195 - Sf Amaro fax do plantão:
Bairro de Santo Antonio
il xx (81) 3222-2622
Fone: XX ( 87) 871 0014
t) t)
67
3' DELEGACIA DE POLÍCIA DA MULHER -
PETROLINA ENDEREÇOS INTERIOR
Fones: XX (87) 3862-0028 I 3862-0200
Endereço : Rua Antônio S antana Filho, 670, Centro' Petrolina-PE
1' DF',PARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO
Cep: 56.300-000 INTERIOR . CARUARU
Endereço: Rua Cristovão Colombo, 99, Centro, Caruaru-PE.
5'DELEGACIA DE POLÍCIA DA MULHER '
(130 km -213.573hab).
CARUARU Fone: (81) 37 21 -8898 I 37 23 .3366 - F ax: 37 25 -4205.
Fones: XX (81) 3723.1,012
Endereço:AvenidaJosóRodriguesdeJesus,204'Indianópolis' 2'DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO
Centro, Caruaru-PE INTERIOR - ARCOVERDE/GEPIN/GGPJ
Endereço: Av. Severino J. Freire, 627,Centto, Arcoverde-PE'
GESTOR DE POLÍCIA DO INTERIOR (256km- 55.790 hab)
Fones:XX(81)3303-4)Zl(direto),Assessoria 3303-4033' Fone: (81) 3821-1488, 3822-2352
Secretaria: XX (81) 3303-4030, Fax: 3303 -4034'
0'A", São José-RecifelPE FAX: (81) 3821-0133
Endereço: RuaLourenço de Sá, 140,
CEP:50.090.540 3'DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO
INTERIOR . GARANHUNS
Endereço : Rua Joaquim Nabuco, I 89, Centro, Garanhuns -PE
(230 km- 103.365 hab)
FonelFax: (87) 37 614106 I 37 624583 I 37 61,2881
(87)31627068 (fax)
6B
clc Santo Antão-PE.
5' DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA
(51 km-106hab)
DE PETROLINA - PETROLINA
Fone/Fax: (81) 3523.17 13
Endereço: Av. 7 de setembro, s/n", Centro-Petrolina-PE'
(774km- 162j29hab)
TO' DEPARTAMENTO IIEGIONAI, DE POLÍCIA
TELEFAX: (87) 3861 .8 I 00, 3861-5520.
DO INTERIOR SEfi,ITÁ TALHADA -
Endereço: RuaEnoque Carvalho, s/n, Bairro AABB.
6' DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO
Serra Talhada -PE. (425 km -72.290htrb)
INTERIOR . MACAPARANA
Fone: (87) 3831-1867,3831.1377 (municipal )
Endereço: Rua João Francisco, 134, Centro, Macaparana-PE'
Fax; 3831.1862
(141km -20.826hab)
FonelFax: (81)3639.1220.
11' DEPARTAMENTO REGIONAL DE POL(CIA
DO INTERIOR - ARARIPINA
7' DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO
Endereço: Rua Henrique Alves Batista, 196, Centro, Araripina-
INTERIOR - PALMARES
PF,. (692km- 60.618 hab)
ANTONIO CARLOS GOMES E CÂMARA Fone: (81)3573.1787 (Fone-Fax) - 3813-2100
Endereço : Rua Clementino Melo, 220, B aitt o Modelo'
Palmares/PE. (116 km-57.318 hab) 12' DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA
Fone: (81)3661.1 023 I 3661-1001 (fax) DO INTERIOR - FLORESTA
Endereço: Avenida Fenaz,193, Centro - CEP: 56.400-000.
DE POLÍCIA DO Fone/Fax: (87)3871 .t367 ,3877 ,1035.
8" DEPARTAMENTO REG;IONAL
INTERIOR _ LIMOEIRO DELEGACIA POLICIAL DE APURAÇÃO DE CRI.
Endereço: Avenida Santo Antônio,70, Centro, Limoeiro-PE MES CONTRA CRIANÇA E ADOLESCENTE _
(76 km - 54.809 hab) DPA C C C CAD/DERC C CA/DPCA
Fone : (8 1 ) 3 62 8 -9 7 27 (fax), 3 628 - 1190, 3 628 -2627 Fones : 33 03 -8 09 9 (direto) 3303 .8092 (permanência)
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