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Projeto

VIVA MI.]L}IER
Cidadaniae Gênero

..UMA DENUNCIA

NECESSÁRIA"

Aprenda a reconhecer e denunciar

Comunigraf Editora
Recife, julho de 2004
Coordenação e texto: WilmaLessa Apresentação
Assessoria Juídica: Balcão de Direito -
SPSHIPMO
Capa e Ilustração: Lourenço Ipiranga Thansformar a realidade
Revisão: Doris Gibson
Colaboradores: DPMUL e SOS CORPO enômeno persistente e vergonhoso na sociedade brasileira, a
Márcia Roberta de Lima: Coordenação Executiva violência contra a mulher affavessou cinco séculos de explo'
,uçAo,chegando ao terceiro milênio como algo assustador e intole'
râvel.
Do assédio ao estupro, do espancamento doméstico ao as-
sassinato, dapura discriminação àprostituição, as diversas formas
de sofrimento impostas à muiher depõem contra a nossa cultura,
Apoio além de minar a nossa trajetória coletiva rumo a uma verdadeira
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO democracia.
Govern ador J arbas Vasconcel os A herançapatriarcal que desaguou no machismo emvigorno
Vice-Governador Mendonça Filho país não justifica a grave situação atual, que é mais do que o acúmulo
ãe um vicio histórico. Os valores que cultivamos hoje não se refle-
tem nos dados estarrecedores sobre a violência à mulher - ainda
mais estarrecedores quando se sabe que o silêncio forçado impera
na maioria dos casos, e as denúncias só são feitas no limite da dor
física e moral, ou depois que aS notícias viram estatísticas, quando
jâétarde demais.
É preciso, portanto, transformar essa realidade anacrônica atra-
vés dos instrumentos da cidadania. A começar pelo amplo uso da
informação. A informação que educa, compartilha exemplos e ex-
periência, aponta os culpados, desestimula a impunidade e disse-
mina a consciência do problema, lançando a semente da solução.
Não é possível falar na transformação dessa realidade, sem
citar aluta de mulheres que dedicaram SuaS vidas a essa causa. A
jornalista Wilma Lessa foi uma dessas bravas guerteiras, que fez da
irrÍirrrnação sua principal arma para consci entizar não apenas a
mulher, mas toda a sociedade. A produção desta cartilha foi o últi-
rno trabalho de Wilma, na busca por essa conscientrzaçáo.
Desde o início, esse trabalho mereceu o nosso apoio' Em
conjunto com a ONG Viva Mulhet Wilma iniciou a cartilha que Prefácio
não pode fínalizar.No entanto, a dedicação e a determinação de
SuaS companheiras de luta foram decisivas paruaconclusão deste
trabalho, que se enquadra justamente na busca pelo melhoÍ con-
ceito de cidadania, ao promover açáo e integração.
VIVA MULHER - Cidadania e Gônero é um grupo que
A publicação dessa cartilha, portanto, tem uma simbologia
nasceu sob a marca da luta contra a violência e especifica-
diferente. ÉumahomenagemaWilmae atodas as mulheres que
mente, da violência contra a mulher.
lutam contra a violência e a favor da paz. Para nós do Governo do
Doloroso e árduo tem sido o enfrentamento desta questão
Estado de Pemambuco, o lançamento desta cartilha reforça o nos-
dentro de uma sociedade que a percebe como "natural", e onde
so compromisso de estar ao lado da mulher e de seus direitos, não
prevalecem relações assimótricas e hierárquicas entre homens e
apenas na execução de políticas públicas, mas na busca por cum-
mulheres, a partir das quais um é visto como senhor da "outra".
prir o nosso papel no despertar de uma nova condição feminina,
Nesta lógica, a vivência amorosa ó pervefiida paÍa um jogo perigo-
mais condizente com o espírito de nosso tempo.
so, onde a mulher se torna objeto de desejo alheio que, para sua
realizaçáo,o oufo não hesitaemusar aforçaexplícita ou travestida
de sedução.
Mendonça Filho
Desmanchar esse entedo perigoso tem sido um ato contínuo
V ic e G ov ernado
- r de P e rnamb uc o
dentro do movimento de mulheres. Para desnaturalizar a violôncia
enfre os soxos em nossa cultura, é preciso fransformar as estruturas
sociais e as mentalidades. Os meios para isto são variados. Esta
cartilha se insere neste percurso como lugar de esclarecimento e
denúncia. A lei é transcrita e comentada em uma perspectiva femi-
nista, e a vivência feminina de atos de violôncia ilusfra a realidade.
Conhecer os direitos é um passo fundamental na construção de
uma cidadania que tenha como preÍrogativa essencial a garantia de
viver em liberdade. Um amor solidário enfe iguais será este sem
dúvida o signo de uma nova cultura com a qual sonhamos e pela
quallutamosaguerridamente'
Maria Betania Áv,a
AngélicaMaria jamais terá o prazer de ouvir a alegria
sonorade seu filho(1)

Silvânia Barbosa tinha todos os planos do mundo.


Dezenove facadas interromperam sua vida e a do bebô que LIBEKIAÇAO
gestava.(2)

MaristelaJust não acompanhará a hospitalização de seus


filhos, Natalia e Zaldinho, vitimados a tiros, no momento em que foi Miúaliberdade
assassinada.(3) Posso medir
Menos por ir vir, a todos os lugares
e
Margareth Martins e I(átia Camarotti resistem, embora O infinitopossível.
irreversivelmente mutil adas. (4 e 5)

Mas por estar só


MônicaFrancisca ardeu em chamas no ápice do seu sofri- Destitr"rída de Paixões
mento, principiado quândo era quase uma menina. (6) Que acorrentam
Aocotidiano
Conhecidas, anônimas, somos muitas. Todas mulheres. Esta De apenas um,
é uma história visível"

Liberdade pura
Os agressores, segundo publicado na Imprensa: Dacamaenorme
Louçaempilhada
1) Rômulo Tavares Ramos - marido Jornais espalhados
2) André Barbalho - marido Priorizando o que eu quiser,
3) José Ramos - ex-marido Pois minhas asas
4) Antônio Lourenço - noivo Estão abertas ao infinito.
5) José Fer,nando Gomes - ex-marido
6) Carlos Antônio de Assis Callou - Cabo Callou -
companheiro PoemadeWilmaLessa
QUANTAS SOMOS

Centenas de mulheres são mutiladas, espancadas, seviciadas,


cer-
ceadas em seu direito de ir e vir e de ter vida própria, simplesmente
pela vontade soberana dos homens de sua vida: pai, irrnão, namo-
iado, marido, companheiro que arvoram-se direitos "naturais" de
ll CRIMES CONTRA MULHERE,S : comando sobre as mulheres, baseados em conceitos falocráticos
UMA VIOLÊNCIA ESPECÍNCA
Ir
em vias de extinção.
It
outras são induzidas à prostituição; abortam como conse-
il
li lur
ll ll á anos. Pernambuco lidera os índices de crimes cometidos
qüência de espancamentos; são levadas ao suicídio em conseqüên-
cia de ter seu amor próprio dizimado por humilhações recorrentes;
#rtâmrmeres' Já emlggl denunciávamos que 233 mulheres
I

pelos próprios são infectadas por vírus, alguns fatais, por conta das relações
sexu-
tinham sido assassinadas na Região Meffopolitana, ar-
queS}Todos crimes ocoÍreramnos domicílios das ais extra-conjugais dos parceiros, numa infindável sucessão de
maridos, sendo
madilhas que vitima, especifi camente, a mulher'
vítimas ou de Parentes Próximos'
no âmbito Pior: o algoz éfreqüentemente a pessoa quedeveria ser a de
Decorridos oito anos, muitas mudanças ocofferam
humanos e de proteção maior confiança da vítima; e o local onde os crimes são cometidos,
das políticas públicas de defesa dos direitos
o contingente o espaço privádo, o ninho aconchegante de seu domicílio, onde
uo, ni"ho, mais indefesos da sociedade, entre eles'
nao àstáo previstos mecanismos que lhe facultem o direito de defe-
feminino; entretanto, mesmo com o advento das Delegacias
veicularlas
Especializadas de Proteção à Mulher, as informações
sa.
ll
no âmbito das ci- Vergonhosa esta taça de sangue e dor' Perversa situação da
nos meios de comunicação, as teses defendidas
violêncialnvisível, que todos coúecem, mas ninguém ousa interfe-
I

; ônciasaplicadas,omovimentosocialorganizado'entreoutrosme-
rir. Nossa intenção explícita, com esta publicação é facilitar de uma
tl
assustadoramen-
canismos, a violência contra mulheres recrudesce
forma inequívoca a identificação das várias facetas da violência
teemnossoEstado.Forammulheres,vítimasfatais'emmuitos
específica cometida contra mulheres no Estado de Pernambuco, a
casos,homicídiospraticadoscomrequintesdeselvageria'Aforaas um
muitas vezes' partir dos tratamentos diferenciados em que ela é remetida a
lesões corporais, ameaças, crimes sexuais, morais'
tratamento inferiorizante.
vários deles perpetrados contra a mesma pessoa'
oalcancesocialdoscrimesperpeffadoscontramulheresatin-
OS FALSOS MOTIVOS
gir-rumníveltãoaltodegravidadequetofflou-senecessárioacria-
em gênero para
[an a" uma disciplina acadêmicafundamentada
específica das ações: Somos tantas: meninas, adolescentes, mulheres adultas eidosas,
estudar o assunto, considerand o açaractústica
não teriam sido come- irmanadas peia tragédia comum, das relações entre opressores e opri-
se a vítima não fosse mulher, aqueles crimes
de um corte es- midas, em que elemandae ela obedece.
ticlos naquelas circunstâncias. Trata-se, portanto'
pecializado em meio à violência g enetaTizadatÍpica da nossa
Era. os fatores alegados para tentar justificar a agressão são vários,
sendo o mais usual semregistro especÍficoporflatar-se demotivo
flitil.
missão de doenças venéreas e infecto-contagiosas, como o vírus
O ciúme figura como o primeiro argumento desencadeante
HIV, que encontra nas mulheres de parceiro único e relacionamen-
ribjetivo, mesmo tratando-se, na maioria das vezes, de uma situa-
to estável, o melhor campo para proliferação.
ção imaginária. Figura também neste rol a resistência do macho
nordestino ao"Í7áo", quando é a mulher que decide pela separa-
ONDE OCORREM E ONDE MACHUCAM
ção. Outras vítimas sofrem maus-tratos sem motivos aparentes: por
aludida infidelidade; por discussões comuns em relacionamentos
Os crimes são cometidos em maior número na residência da
íntimos; e até por divergôncias no exercício da sexualidade do ca- vítima, mas extrapolam para as vias públicas, bares, residência do
sal.
acusado e de outros parentes e lugares públicos delazer. As lesões
Problemas familiares, financeiros - incluindo pensões de ali-
aparecem preferencialmente na cabeça e no rosto, mas podem ser
mentos; desavenças com vizinhos; embriagues; guarda, briga ou encontradas escoriações no corpo, braços, mãos, pernas e nos sím-
choro dos filhos; conhecimento de outros crimes perpetrados pelo bolos da feminilidade: os seios e a vagina, nesta ordem. Temos
agressor; questões jurídicas; tambóm são relatados como opção notícias também de olhos extitpados, objetos introduzidos no cor-
parajustificar o injustiflcável: a agressão, quase sempre, fatal. po e fetos retirados à faca do ventre da vítima. Produtos distintos
transfomam:se offi âÍlnâ: ácido sulfúrico, fluido de bateria, thinner,
O QUE UTILIZAM PARA MACHUCAR acetona, cola instantânea, e qualquer outro instrumento que a men-
te deturpada de um agressor puder conceber.
Os métodos e objetos empregados pelos criminosos para E extremamente "democrática" a violôncia contra a mulher,
supliciar a vítima-mulher variam: desde socos, pontapés, mordidas podendo acontecer com mulheres e agressores de todas as ida-
e tentativas de sufocamento à utilização de instrumentos diversos,
rl
des, etnias, classes sociais e profissões as mais diversas.
de uso doméstico ou profissional; os perfuro cortantes; as armas de
Segundo dados das Delegacias de Proteção à Mulher e da
lr
I
fogo; e, extremo da crueldade humana, o ato supremo de se atear Criançae Adolescente; o trabalho pioneiro dos grupos feministas
I

fogo à mulher após ter-lhe encharcado as roupas com líquido infla- de atendimento a vítimas - Viva Mulher, Casa de Passagem, Cen-
mável. tro das Mulheres do Cabo, CasaMeninaMulher, Centro das Mu-
Acrescentamos a este quadro de hor:rores as perseguições, lheres de Vitória de Santo Antão, Associação de Mulheres de
torturas, ameaças; as agressões morais, psicológicas e sexuais; a Nazaré da Mata, paracrtar algumas das entidades componentes
expulsão de casa, o cárcere privado, a invasão domiciliar- quando dos organismos institucionais de Direitos Humanos e Cidadania,
o casal está separado -e a supressão de documentos e objetos
dos poderes municipal e estadual, - que atuam no Estado, além da
pessoais.
Defensoria e o Ministério Público de Pernambuco, a violência co-
A violência psicológica também é largamente utilizada: metida contra mulheres traz emseu bojo uma conotação perversa,
adjetivos que denigrem e ofendem a dignidade feminina ou que de caúúer público, mas que ocorre freqüentemente no privado,
menosprezam o que a mulher oferece como contrapartida na rela- dentro dos lares e das empresas, e, portanto, deve ser objeto de
ção, de coração aberto e amor nos gestos, podem levá-la do ani- ações punitivas contundentes, com apoio da sociedade em todas
quilamento da alma e do corpo até o suicídio.
as instâncias.
Aincla poclemos salientar a indução à prostituição e a trans-
TNFORMAÇÃO E FUNDAMENTAL

Fica claro, que a desinformação aliadaa hábitos arraigados,


dependência econômica e submissão à força física, condenam jo-
vens a reproduzirem o que vôem, o que ouvem, o que aprendem. HOMICIDIO
As mulheres devem repensar a cultura que promovem, ao
llrl
llll repassar conceitos tradicionais e machistas a seus filhos e filhas, Art.lZl- Mataralguém
llll dos quais elas - as mães e suas filhas - serão as vítimas. Os confli- Pena- Reclusão de 6 (seis) a 2O(vinte) anos
lltt tos entre homens e mulheres são nocivos a todos, pois transformam
Irl
lrl seres humanos em monstros - os agressores; e seres integrais - as Oqueé
llt
vítimas - em sub-seres, amedrontadas e infelizes, quando não, mu-
tiladas ou moftas. É quatificado quando é cometido mediante paga ou promessa de
A noção básica de Direitos Humanos e Cidadania em gône- recompensa, ou por motivo torpe; quando é praticado por motivo
ro; o conhecimento da trajetória da violência específ,ca, que repre- o emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura,
fútil; com
senta apenas a ponta mais visível do imenso iceberg da discrimina- emboscada ou qualquer outra forma que torna difícil ou impossível
çáo; aidentificação e tipificação dos crimes dos quais qualquer à defesa da vítima. No homicídio qualificado a pena é 12 a 30 anos.
mulher pode vir a ser vítima; os lugares e pessoas que podem ofertar Pune-se a tentativa de homicídio com apenacorrespondente ao
apoio e solidariedade, são mecanismos fundamentais para abusca crime consumado, sempre diminuída de7l3 (umterço) aZl3 (dois
de ações afirmativas, onde a tônica será sempre a igualdade de terços). O homicídio é culposo quando cometido pornegligência;
lr,l direitos e deveres.
rll quando o criminoso deixa de prestar socolro à vitima ou não pro-
lrl
Pretendemos colaborar com a revogação de normas cura diminuir as conseqüências e/ou foge para evitar flagrante. A
,til
rl discriminatórias, reforçando e consolidando um cotidiano entre pena pode aumentar de 4 (quatro) a 1 (um ano).
homens e mulheres mais harmonioso e humaruzado.
O que temos a esclarecer

Diariamente mulheres são assassinadas. Não seria diferente


ou mais chocante se estes crimes não fossem praticados, em sua
maioria, por atuais ou ex-companheiros, amantes parceiros. Cruel
acreditarem estes homens tão somente em vagas suspeitas de trai-
ção parajustificar seus atos. Matam as companheiras em nome de
uma suspeitável "legitima defesa da honÍa".

t4 l5
r
LESAO CORPORAL
r rll

Itrll Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou a saúlde de


illl ouffem.
lllli Pena - Detenção de 03 (três) meses a 01 (um) ano
trll
llii
lill
0queé
A lesão corporal pode ser de natüÍeza gÍaYe, seguida de morte ou
Uma mulher não morre somente ao receber tiros ou facadas. culposa. Se alguém espanca através de tapas, socos e pontapés e
Mor:re gradativa e diariamente num relacionamento repleto de se disso resuita incapacidad e paÍa as ocupações habituais da víti-
xingamentos, ameaças, maus-tratos e proibiÇões de toda ordem, rna, como trabalhar ou estudar, por mais de 30 (trinta) dias, cau-
que constituem seu dia-a-dia. Este tipo de convivência ó humana- sando-lhe ainda perigo de vida e aceleraçáo de parto, a pena será
mente inaceitável. Relacionamentos com estas características po- de 01 (um) a 05 (cinco) anos. Se resulta na incapacidade perma-
dem estar traçando a sua morte. nente paruütrabalho, enfermidade incurável (como cegueira ou
perda de membro, função ou sentido (como visão, audição), cau-
tlll
O que as mulheres têm a contar sando arnda aborto, apena será de 02 (dois) a 08 (oito) anos.
illt Quando a lesão corporai é seguida de morte e a forma como foi
"Por causa de uma discussão banal, Oscar Monteiro invadiu causada demonstra que o criminoso não quis o resultado, apenaé
minha casa com um revólver e deu quatro tiros. Um destes tiros de04 (quatro) a12 (doze) anos.
pegou na cabeça de minha filha, Cristina Patrício. Ela passou qua-
tro dias no Hospital da Restauração e moÍreu. Cristina tinha 18 0 que temos a esclarecer
anos, tinha ficado noiva há seis meses, estudava e escrevia poemas.
Ainda se considera comuÍn a mulher ser espancada. Este fato
Seu último poema foi: "É pra isso que servem os amigos".
costurna ser banaiizada e até rnesmo apresentado como peça de
Lrumor pela mídia. Isto aIém de banalizar aviolência, conffibui pma
Davina Patrício Ferreira
reforçar o machismo e o desrespeito à rnulher cidadã, eleitora, tra-
ba-lhadora, con sumidor a, etc.
Outra forma de estimular e proteger o agressor de mulheres
está express ana adágia (im)popular que Íezai "em briga de marido
e mulher, ninguém meüe a colhef'.

16 t7
Ora, o que se espera de uma sociedade civilizada é que a
Cornunidade, a Igreja, e os demais aparatos de organização social
não sejam cúmplices de uma culturaretrógrada e violenta que, nos
casos cotidianos de agtessão à mulher pelo marido, apenas ponde-
[e:
o'mal
com ele, pior sem ele". Ou, ainda mais grave, expresse AMEAÇA
humoristicamente um ionceito que revela apenas a perversidade
illli de um cerlo autor degenerado: "mulher normal gosta de apanhar". Art.747 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qual-
I lll
Mentira! Mulher não gosta de apanhar nem pode ser espancada, quer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave.
lllili
lllii segundo as leis vigentes em nosso País. Espancamento é crime e
Pena-Detenção, de 01 (um) a 06 (seis) meses, ou multa.
nada o justifica, muito menos, o simples fato de divergir do despo-
I I rlll
lr;
lll
,l
tismo do companheiro. Reaja, pois depois do primeiro tapa, se-
guir-se-ão agressões cadavezmais covardes e violentas e as mu- Oqueé
lheres que silenciaÍam ante este tratamento, hoje, estão mortas.
Considera-se crime qualquer foflna ameaçadora de diálogo
ou gesto dirigidos a vocô por alguém, que possa lhe proporcionar
algumüpodemal.

O que as mulheres têm a contar

"Quando meu marido está calmo, chega em casa e não fala


nada. Mas quando chega nervoso, por qualquer besteira me es-
pancâ, chuta, fico com os braços cheiros de beliscões. Uma vez ele
me espancou tanto, que fiquei uma semana sem sair de casa, enver-
gonhada, nem pude ir trabalhar porque estava toda machucada."

Conceição, 34 anos, funcionária pública.


t9
l8
O que temos a esclarecer

Quando seu companheiro, vizinho, amigo ou qualqueroutro


ameaça-la,denuncie. Muita gente que não acreditou em ameaça,
hoje está mutilada ou morta. Peça socorro, denuncie, conte para a
família, paÍa os amigos. Procure apalícia, porque quem aÍfieaça, INDUÇAO AO SUICIDIO
r r|lii pode cumprir, e amanhã, você poderáestarmorta.
lltttt
1irt. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe
llllil
llli
O que as nrulheres têm a contar auxílio para que o faça.
tllll
t/li, Pena - Reclusão de 02 (dois) a 0 (seis) anos, se o suicídio se
rti "Ele não queria a separação. Quando me separei, ele me consuma ou reclusão de 0n (um) a 03 (rês) anos, se da tentativa de
,il
:
disse: você não tem mais direito de ficar com nosso filho. E me suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
ameaçou, dizendo que se eu náo entegasse o menino, eLemataia
miúa mãe, meu cunhado e eu."
Yera, Z0 anos, doméstica.

Oqueé

Considera-se súcídio você matar a si própria afravés de qual-


quer meio. Uma pessoa pode levar oufra ao suicídio induzindo-a a
praticâ-lo,tornando suavida vazia, sofrid4 sem sentido. Pode ain-
da alirnentar nela essa idéia affavés de aconselhamento, incitando-
aapraticá-lo.

20
O que temos a esclarecer

Muitos homens humilham sua companheira a ponto de des-


truir-lhe a auto-estima ,fazenda-aacreditar não ter valor algum, não
merecer ser amada, ser burra, feia, um peso para todos. Esta é a ESTUPRO
llrlllil forma mais comum de alguém induzi-la amatarse, a perder a von-
Art.Zl3 - Constranger mulher à conjunção carnal mediante vio-
I rillll
tade de viver. Peça a ajuda de amigos e parentes e denuncie quem
I

il ilil11

,ll'ttl
assimprocede. lência ou gr av e aÍfleaça.
iilrl Pena - Reclusão de 06 (seis) a 10 (dez) anos.
illil O que as mulheres têm a contar
.
Oqueé
"Depois de três anos de casamento, meu marido começou a
voltar paÍa casa sempre tarde, a sair sem me convidar para Crime Hediondo, ou seja, delito inafiançável, cujaexecução
acompanhá-lo, não mefazianenhum carinho e me desprezava se- da pena não pode usufruir nenhum dos tipos de abrandamento
xualmente dizendo que eu era fria. Fui me entristecendo, ficava sem carceúrio,como regime semi-aberto ou redução de pena por tem-
coragem de me aproximar dele, me sentiafeia"velha. Tinha 26 anos. po de cumprimento oubom comportamento.
Ele diziaque eu era louca, me obrigou a ir a psiquiatras e a tomar Constitui crime atrair uma mulher para ter com ela ato sexual
remédios controlados. Vivia inchada, com sono, e chorava dia e através de violência ou ameâça. Se da violôncia resulta lesão cor-
noite. Aí, numa madrugada, tentei suicídio. Só melhorei depois da poral de fia.orÍezagrave, a pena é de 0B (oito) a 12 (doze) anos de
l' tliltl

llllirl separação." reclusão. Se deste ato resultar a morte, a pena será de 12 (doze) a
rllllll
,iliiil TetezaCristina Guimarães, 32 anos, micro-empresiária. 25 (vinte e cinco) anos. Nos casos em que a vítima for menor de 14

(quatorze) anos, a pena será de 04 (quatro) a 10 (dez) anos, e
ill
aumentada em\\Vo se houverpresunção de violência: 06 (seis) a
lIl
,l 15 (quinze) anos.
r,illi
O que temos a esclarecer

O cstuprador é um criminoso vil, uma ameaçaà comunidade


c u todos de seu convívio. Quando uma mulher
-jovem ou idosa,
virgem ou não, de qualquer cor, credo ou profissão - é estuprada,
Ícvc seu corpo, vontade e direitos violados, numa demonstração
ATENTADO VIOLENTO
dc brutalidade extrema do homem contra a mulher. Não se iluda: AO PI]DOR
nresmo que o estuprador seja considerado bom cidadão, ou for
pai, padrasto ou pessoa de conflança da vítima, o crime é hediondo
Art.2I4-Constranger alguém, rnedizrntc violôrlcia ou grave ame-
c o criminoso não deve ser protegido pelo silêncio. Não se enver-
aça, apratrcar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso
gonhe! Não se lave, não mude de roupa, procure a Delegacia da
diverso da conjunção carnal.
Mulher rnais próxima e exija exame de corpo de delito eperícia
Pena - Reclusão de 06 (seis) a 10 (dez) anos.
médica.
Nas Delegacias Especi alizadas da Mulher o atendimento é
l'eito por mulheres que entendem seu sentimento, mágoa e dor.
euem
tem motivos para envergonhar-se é o estuprador e não, a vítima. 0queé
Caso engravide em decorrência de estupro, lute e exija o cumpri-
mento da lei que permite o aborto legal nesses casos. Crime Hediondo. Forçar alguém a praticar consigo ato sexual
diverso da conjunção carnal, através de violência, constitui crime.
O que as mulheres têm a contar Se dele resultar lesão corporal de natureza grave, a pena será de
08 (oito) a12 (doze) anos de reclusão. Se do fato resultar a mofte,
"Meu pai me estuprou quando eu tinha 10 anos. Desde meni- apenaseráde 12(doze) a25 (vinteecinco) anos dereclusão. Se
na ele me bolinava e não me deixava estudar, namorar, nada que a vítima for menor de 14 (quatorze) anos, a pena será de 04 (qua-
outras meninas faziam. Agora tive um filho dele, porque ele me obri- tro) a 10 (dez) anos. E se, além de menor de 14 (quatorze) anos, a
gava a ter relação sexual e fiquei grávida. Aí minha mãe desconfiou vítimaé alienada ou débil mental ou não pode, por qualquer outra
c cur contei tudo. Ele só me deixou empazpor causa dos pontos, causa, oferecer resistência à agressão, e o agente conhece esta cir-
tlcpois que eu tive nenê." cunstância, a pena será de 06 (seis) a 15 (quinze) anos de reclusão.
SMB - 15 anos.
0 que temos a esclarecer

A maior armação para proteger o estuprador é a lei que con-


sidera estupro, tão somente quando a violência sexual é consuma-
da pela penetração vaginal. O mito da maternidade, utilizado pela
Igreja e outros setores sociais, colabora para que o Judiciário faça
visla grossa ao fato de existirem outras formas de relação sexual,
clc sortc que um criminoso, que ataca indiscriminadamente bebês e
criancinhas de ambos os sexos, não hesitará em recorer à esta
"lci" capenga.

RAPTO
Afi . 219 -Raptar mulher honesta, mecliante vi ol ência, grave ame-
aça ou fiaude, para fim libidinoso.
Pena - Reclusão de 02 (dois) a 04 (quatro) trnos.

Oqueé

Crime Hediondo. Rapto não significa seqüestro. Raptar al-


guém éttar a mulher de casa ou de qualquer outro lugar onde ela
esteja, através de violência, ameaça ou qualquer outra coação,
objetivando forçáJa a relacionamento sexual.
O que as mulheres têm a contar

"Quando eu tinha dez anos, meu pai começou a praticar atos


O que temos a esclarecer
libidinosos comigo. Tirava a rollpa e, totalmente nu, fazia coisas
Pouco importa o tipo de vida que a mulher raptada possa ter.
comigo e me obrigavaafazer coisas com ele. Depois me alreaçava
Apesar de constar no texto da Lei a expressão "mulher honesta",
caso eu quisesse contar para alguém. Eu tinha medo e não falava
mulher alguma - nem mesmo uma prostituta - pode ser raptada e
nacla."
violada sexualmente. Nenhum tipo de discriminação pode ser leva-
MJCB - 14 anos. do em conta. Qualquerrapto ou violação sexual incorrem em Cri-
meHediondo.
SEDUÇAO
Art.2ll - Seduzir mulher virgem, menor de 18 (dezoito) anos e
maior de 14 (quatorze), e ter com ela conjunção carnal, aprovei-
tando-se de sua inexperiência ou justificável confiança.
Pena - Reclusão de 02 (dois) a 04 (quatro) anos.

',*
'.:
0 que as mulheres têm a contar h:

o'Eu
me casei aos dezenove anos, vivi com meu marido du_
rante dois anos, mas ele me espancava muito, por isso o deixei. um
dia, ele chegou com um amigo dizendo que minha mãe estava do-
ente e eu tinha que socorre-la. Entrei no carro, ele me levou para a
lilil casa desse amigo e fiquei presa lá durante duas semanas, sem ver o
'lli,,rri
meu filho de um ano de idade, e quando eu tentei fugir, ele me
ili,ii
bateu."
li',
Gorete Farias da Silva, 22 anos.
lll
I

0queé
,ll

Aproveitar-se de umamenorinexperiente, com o fim de ter


com ela relações sexuais, desvirginando-a.

O que temos a esclarecer

Os meios de comunicação, especialmente as novelas daTV


têm colaborado para a mudança do comportamento dos jovens,
levando-o s a praticar o ato sexual cada v ez mais precocemsnte,
som um preparo adequado. A imposição de comportamentos ina-
TV, favorece especialmente homens
cleqr-rados à juventude, pela
inescrurpulosos, que entendem ser um direito masculino aproveitar-
se da inexperiência das adolescentes entre 14 e 18 anos, atrastan-
do-as à uma vivência sexual precoce. ABORTO PROVOCADO
O que as mulheres têm a contar POR TERCEIROS
lllllir,

ll'lirli,
"Eu conheci o pai de meu filho quando tinha 14 anos. E1e Art.125 -Provocar aborto sem o consentimento da gestante.
I
l tinha26 e era amigo do meu irmão. Ele me trazia revistas, discos e
llll
Pena - Reclusão de 03 (três) a 10 (dez) anos.
r

lll

foi me conquistando. Um tempo depois, ele me convenceu a ir para


t
11 'll
Ir"'
Il
um motel. Engravidei e ele nunca mais voltou, nem para coúecer o Oqueé
lil filho."
Ana Cláudia, 17 anos. Ca.sar aborto em uma mulher sem seu consentimento é cri-
me. O aborto pode ser provocado por espancamento, tortura etc.
A pena pode ser agravada se, em conseqüôncia do aborto, a vítima
tiver lesões corporais gÍaves e pode duplicar se resultar em morte
da gestante.

O que temos a esclarecer

Inúmeras mulheres, vítimas de espancamento e assassinato,


muitas vezes se achavam grávidas no momento da agressão. Os
índices de aborto provenientes de surras, pontapés ou facadas (sem-
pre na barriga da companheira gestante) são bem altos. Não aceite
justificativas paÍa agressões, especialmente se derivadas de possí-
vel ciúme do filho esperado, ou por dúvidas quanto à paternidade
da criança.
Este é o mais brutal dos crimes.

30 31
coNTÁCtO DE, DOENÇAS
t,i VENE,REAS
tl
lr
Ir Art. 130 - Expor alguém, por rneiode relações sexuais ou qual-
quer ato libidinoso, a contágio de moléstia venórea, de que sabe ou
;
,i
I
deve saber que está contaminado'
Pena - Detenção de 03 (três) meses a 01 (urn) ano'
ll
lll
O que as mulheres têm a contar

"Meu primeiro marido me ameaçava muito e desconfiava de Oqueé


mim o tempo todo. Com quatro meses de gravidez, ele me deu um
pontapé na bariga e tive hemorragia. Fui hospitalizada e perdi o Constitui crime ter conhecimento de estar contaminado de do-
bebô." ença venérea e transmitíJa a alguém intencionalmente.
L(tcia, 42 anos, profes sora.
O que temos a esclarecer
(seja quem
Quando o portador consciente de doença venérea
for) mantém relações sexuais sem que a (o) parceira (o) saiba, ó
crime. Se lhe acontecer isso, procure logo um médico e vá à Dele-
gaciadaMulher.
Lembre-se: contaminação pelo vÍrus HIV mata!
DESTRI]IR E ESCONDER
r'lli
ulll'l
DOCUMEI{TOS
rr1

tiilir Aft. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar em benefício próprio ou de


i;'iiii
,
outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular
',tl
ll

ilil
verdadeiro de que não podia dispor.
Pena - Reclusão de 02 (dois) a 06 (seis) anos e multa, se o docu-
mento é público, reclusão de 01 (um) a 05 (cinco) anos e multa, se
tiltl

O que as mulheres têm a contar


o documento ó particular.

"Eu via meu companheiro se coçando, incomodado, e ele não


se importava e brigava comigo quando eu falava sobre isso. Eu
Oqueé
estava com receio de ter relações sexuais com ele, mas ele insistiu
Representa rasgar, esconder ou queimar documentos de ou-
muito, dizendo que eu estava paranóica e o estava ofendendo. No
outro dia, percebi que estava infectada. Chorei muito e o obriguei a
tra pessoa ou retô-los sem que a posse lhe tenha sido autorizada.
i:frlillllii ir comigo ao médico, mas negou sempre. No final, tentou provaÍ
que eu era suspeita." O que temos a esclarecer
,{[tiri
,li
ul
,,
I1ka, 28 anos, vendedora.
rtl Muitos homens - pais, maridos, amantes e até namorados -
llllrrr entendem que a mulher não deve ter um trabalho fora de casa, nem
tliiii
necessita estudar ou votar e por isso, criminosamente, escondem
,tilil
ou destroem seus documentos.
Você só existirá e será reconhecida como cidadã enquanto
dispuser de Certidão de Nascimento, Carleira de Identidade, Car-
teira de Trabalho e Título de Eleitor. A Certidão de Casamento
também é importantepara.as mulheres casadas.
CONSTRANGIMENTO
ilril
ritlll'l
ILEGAL
ilflli
ll',lii
Art.146- Constranger alguém, mediante violôncia ou grave ame-
ii;'lti
I aça, ou depois de lhe haver reduzido, por algum outro meio, a ca-
1'l'11

I.lr
O que as mulheres têm a contar pacidade de resistência, a não fazer o que a Lei permite, ou fazer o
que a Lei não manda.
1flil
"Hámuito tempo que meu companheiro vemme ameaçando
de todas as maneiras. Agora resolveu rasgar todos os meus docu-
mentos, na frente dos meus filhos e de mim, avisando que agora eu 0queé
não poderei sair de casa e nem fazer nada contra elejá que não
tenhomaisdocumentonenhum'" Constitui crime levar alguém, através de ato violento ou por
Éster, z,anos. qualquer outro meio, a ser impedido no exercício de sua liberdade
individual.

O que temos a esclarecer


hllI|i:
ul Ter um emprego, amigos, conversar, opinar, sair de casa para
llllr'l::
lllr,'
liil l
estudar, passeaÍ ou desenvolver atividades do seu interesse é parte
de seus inalienáveis direitos de cidadã. Não aceite que alguém in-
xtlilill
terfira em seu direito de trabalhar, circularlivremente, principalmente
utilizando-se de violência para impedi-la de ser inteira, apta, livre e
fel:z.
CALÚNIA, DIFAMAÇÃO
irfi E INJURIA
ilfl
iliill,i
Cot,r*ro
I ! l,,ll
I
rl,i'i
O que as mulheres têm a contar AÍt. 1 3 8 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamonte fato def,nido
lllilll
comocrime.
"Meu marido não me deixa sair sem autorização, nem mes- Pena - Detenção de 06 (seis) meses a 02 (dois) anos e multa.
mo para ir à casa da minha mãe. Quando volto, é a maior briga. Eu
sempre quis trabalhar e ele nunca deixou. Minha vida é desse jeito:
fazer o cumê, cuidar dos meninos e ajeitar as coisas pra ele." FAMAÇÃO
Otíia, 39 anos, dona-de-casa.
AÍt. 139 - Difamar alguém imputandolhe fato ofensivo à sua repu-
tação.
Pena- Detenção de 03 (três) meses a 01 (um) ano e multa.

r4ilur
pt,,

lll I,r
ll
]k,uo,o
rrliii,iii Art. 140- Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
Pena - Detenção de 01 (um) a 06 (seis) meses e multa.
'r'flil|fl
Oqueé

São crimes que afetam a honra: caluniar, afirmando que você


tenha praticado o que não praticou ou difamando-a ou expondo-a
de maneira imoral; ofendendo sua dignidade atribuindo-lhe culpa
que não é sua ou dando,lhe títulos que você não merece.
SEQUESTRO E
CARCERE PRIVADO
0 que temos a esclarecer
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade mediante seqüestro
A sociedade, afamília e a Igreja atribuem à honra e à reputa- cárcere privado.
ção da mulher uma importância descabida. Isto contribui para que Pena - Reclusão de 01 (um) a 03 (três) anos.
os agressores de mulheres -pais, companheiros, irmãos, vizinhos
-
se juntem à vontade para difundir mentiras ou vantagens prejudici-
Oqueé
ais à reputação da mulher.
Ninguém tem o direito de caluniáJa ou difama-la, atingindo-a CrimeHediondo.
em sua reputação e orguiho. Pare de considerar este crime como
Se o agressor for pai, filho, irmão ou cônjuge da vítima que,
"fato normal". Ao reagir e denunciar, a mulher recupera o respeito
como agravante, seja internada em hospital ou casa de saúde; e se
por si mesma.
a privação da liberdade durar mais de 15 (quinze) dias, a pena
aumentarápara02 (dois) a 05 (cinco) anos.
O que as mulheres têm a contar Caso a vítima sofra emrazáo de maus-tratos, ou haja graves
sofrimentos físicos e/ou morais, apena será de 02 (dois) a 08 (oito)
"Quando eu era casada, meu marido me batia e me xingava anos.
de [rdo, mas principalmente, que eu era uma vagabunda e andava
com tudo que era homem. Inventava até que os colegas dele eram
O que temos a esclarecer
todos meus machos."
Norma, 46 anos, funcionária pública. Há agressores que seqüestram sua companheira e conseguem
aliciar profissionais de saúde que, por falta de ética, mercantilismo
e machismo, aceitam internar mulheres sadias como pacientes psi-
quiátricas, usando de força e sedativos para isto. Após inúmeras
intemações indevidas, a vítima poderá apresentar comprometimento
mental e físico. Nada nem ninguém podem obrigá-la a submeter-se
a situações como essa. Ao primeiro sinal de que isto pode lhe acon-
tecer reaja, lute pelos seus direitos, conte à sua família e seus ami-
gos, denuncie à Polícia.
ESCRAVTZAP.
t, li
iir
li, I Art. 149 - Reduzir alguém à condição análogaà de escravo.
,'ll Pena - Reclusão de 02 (dois) a 08 (oito) anos.
::i,
'"'
!
'iitt O que as mulheres têm a contar 0queé
rt{ill
illhrl
É crime grave levar alguém a viver em condição semelhante à
"Meu ex-marido me levou paraummotel comnosso filho de
de um escravo, ou seja, prendê-la em sua própria casa ou em outro
dois anos. Ficamos presos 1á um dia e uma noite. Ele me espancou
lugar, privando-a da liberdade de ir e vir, mantendo-a em cativeiro.
muito na frente da criança que tinha crises de medo. Depois, tentou
me matar com uma faca e o gargalo de uma gaa:rafa, rasgou toda a
minha roupa e só não me estuprou na frente da criança porque eu O que temos a esclarecer
tive umahemorragia."
Se você tomar conhecimento de que alguém esteve sujeita (o)
Sandra, 26 anos, comerciante.
iql a seruir, atender, obedecer, sem qualquerremuneração e sem direi-
truili

E,rlll
to a externaÍ opiniões, de modo a interferir ou modificar as ordens
l,r' e que silencie por coação e medo de ameaças, saiba que esta pes-
;iri soa vive como escrava, em pleno século XXI. Uma mulher adulta
il não deve obediência a neúum homem, exceção feita a autoridades
'li
ll ilr
no cumprimento da Lei. Reaja e denuncie.
lllillrr
,ifl,il

42
O que as mulheres têm a contar

"Quando eu vivia com meu marido, era só pele o osso. Ele me


obrigava afazer todo tipo de serviço e não me deixava comer. Aí,
quando eu ia buscar água com o carro-de-mão, muitas vezes des- ABANDOI.{O MATERIAL
maiava e os vizinhos me socorriam. Ele não me deixava sair nem
i[ tl falar com ninguém. Outras vezes, ele botava um prato de comida e Art.244 - Deixar, sem justa causa, de prover a subsistência da
dizia: "se você comer, seu fllho fica com fome", aí, eu dava comida cônjuge ou de filho com menos de 18 (dezoito) anos, ou inapto
[1l'i
lrq: pro menino ebebia á.gta." para o trabalho, ou de ascendente inválido, não thes proporcionan-
t",'lr
llr,rr Ceça, 22 anos, artezá.. do recursos necessários, ou faltando ao pagamento de pensão ali-
rirllli
mentíciajudicialmente acordada, flxada, ou majorada; deixar, sem
tfriflii
justa causa, de socorrer descendente ou ascendente gravemente
enfermo.
Pena Detenção de 01 (um) a 04 (quatro) anos, e multa de 01
-
(um) a 10 (dez) salários de referência.

0queé
O homem que, sem motivo, abandona materialmente esposa
iilfr e filhos, deixando de prover às suas necessidades, e ainda, faltan-
do com a pensão alimentícia e/ou deixando de prestar-lhes socor-
ifl[
ro, em caso de doença ou acidente, está cometendo um crime.
t{ li,

[],
ír'irll
0 que temos a esclarecer
|flflil
Existem maridos ou companheiros que saem de casa "para
comprar cigarros" ou "tentar a vida em São Paulo" ( na verdade,
freqüentemente, para viver com outra mulher) e nunca mais
retornam, sequer para comunicar o novo endereço à família aban-
donada. Entendemos ser fundamental para a mulher trabalhar e ter
seu próprio saliário, mas existem situações muito freqüentes em que
o marido ou companheironão permitemque amulherexerçauma
atividade rentável. Em casos assim, o marido/companheiro é obri-
gado por Lei a assumir não só o sustentos dos filhos, mas também

r&5
l

o sustento da ex-esposa, mãe de seus filhos e dona-de-casa. A


vítima deve procurar ajustiça imediatamente.

ADULTERIO
i[ tlil
Art.240 - Contrair conjunção carnal com alguém que não o (a)
cônjuge.
til ii

ta],' Pena - Detenção de 15 (quinze) dias a 06 (seis) meses.


t,,l'
'ln'
l, lil
Oqueé
#iil
O crime de adultério consiste em trair sexualmente a pessoa
com aqual se contraiu casamento. A parte ofendida pode recorrer
O que as mulheres têm a contar à Justiça até 30 (trinta) dias após ter conhecimento do fato, apre-
sentando provas.
"Meu marido saiu de casa me deixando com seis filhos, sendo O adultério deixa de configurar crime quando a pafie ofendi-
um excepcional, dizendo que não daria qualquer tipo de ajuda e me da perdoa o ofensor, renunciando assim a ter o seu direito repara-
ameaçando, caso eu fosse atrás dele pedindo alguma coisa. Disse- do conforme previsto na Lei.
;ill me: vá se virar sozinha."
Marta, 35 anos, dona-de-casa. 0 que temos a esclarecer
r{
,(
A nossa cultura é implacável com a mulher que o'tra7",isto é:
rr

[']' que tem um reiacionamento sexual com outra pessoa que não, o
fi'rll
ooquem
seu marido. Até mesmo o slogan ama não ffai", só se aplica
rffill
à mulher. É importante lembrarmos que o crime de adultério, pre-
visto na Lei, é valido tanto para homens quanto para mulheres ca-
sados. A velha história de que os homens "precisam" ser polígamos
é inaceitável. Este é mais um conceito enganoso inventado para
oprimir as mulheres, até porque, a mulher costuma pagar com a
vida por este crime, enquanto que o homem adúltero, nada sofre.

^n
FAYORECIMENTO
DAPROSTITUIÇAO
I llir

$n Art.228- Induzir ou anair alguém à prostituição, facilita-la ou im-


,
,,|.
pedir que alguém a abandone.
I ':' Pena - Reclusão de 02 (dois) a 05 (cinco) anos'

O que as mulheres têm a contar Oqueé


üil,

"Casei-me aos dezoito anos com um homem que parecia me Levar alguém a viver do comórcio sexual, tomando-a proSti-
amar. Logo depois, tive conhecimento de que tentara pÍaticar ato tuta, constitui crime. Se a vítima for maior de 14 (quatorze) e menor
sexual com minha irmã. Fiquei muito chocada porque sei que se de 18 (dezoito) anos, e se o criminoso for seu pai, irmão cônjuge,
fizesse algo parecido seria crucificada. Depois tive conhecimento tutor ou curador, ou pessoa que se responsabilizou pela sua educa-
de que ele me traia com amigas minhas e outras mulheres." çáo, apena será reclusão de02 (dois) a 05 (cinco) anos. Se o
Cida, 23 anos, manicure. crime é cometido mediante grave ameaça ou violôncia, a pena será
ffi de 02 (dois) a 08 (oito) anos de reclusão'

[| 0 que temos a esclarecer


il,
[t.
ktl Éprâticacorrente nos extratos carentes da nossa sociedade,
que meninas e meninos sejam levados a prostituir-se, devido à ex-
üili trema pobrezaemque vivem. Nos grandes centros urbanos, gâro-
tas abandonadas são aliciadas por pessoas que, a pfetÔxto de aju-
da-las ou protege-las, obrigam-nas à prostituição em ruas e aveni-
das de bairros cadavez mais numerosos. Uma vez enredada na
prostituição, a menina encontra obstáculos os mais violentos se
desejar mudar de vida. Esta dura realidade não pode ser ignorada,
sob pena de conivência pacífica e desprezo brutal pelas crianças e
adolescentes que somos obrigados por Lei a amparar, prover e
educar. Denuncie.

49
I

REGRAS BASICAS
ill
l*, PARA QUEM FOI OU ESTA SENDO AGREDIDA E
f'il
rl PRETENDE MANTER- SE VIVA
,ti
,\
A mulher vítima de violência deve procurar ajuda imediata-
O que as mulheres têm a contar mente.
ll
Jamais esconda de amigos e familiares que foi ou vem sendo
"Eu vivia com a turma, tentando ganhar uma grana, devez agredida.
em quando. Limpava carros, pedia esmola também. Um cara achou A agressão pode ocorer em qualquer lugar: sua casa, na
que se eu topasse, podia ganhar muito dinheiro. pensei que ele casa de parentes, no trabalho ou em locais públicos.
queria me ajudar, mas o que fez foi me obrigar a sair cornoutros Sua primeira atitude deve ser proteger-se, defendendo-se do
homens e dividir o dinheiro com ele. Já fui presa várias vezes e agressor da forma que for possível.
sonho mudar de vida, mas acho que não tem jeito, não.,, Quando uma mulher, no momento da agressão, encolhe-se
§ Maria das Graças Luna, 18 anos. ao invés de se defender, colabora para que o agressor agrida nova-
rl mente.
Leve em conta os indícios de que a agressão vai se repetir.
lr Protej a- se, reaj a e denuncie à Polícia imediatamente.
lrlt Quando o agressor a desrespeita de várias formas: empur-
rões, aperlo nos braços, puxões de cabelos ou murros, além de
$;fi
ameaçá-lacom palavras, gestos ou arrnas, acredite; as agressões
poderão resultar em seu assassinato.
Lembre-se: os indícios estaísticos comprovam que a maioria
dos delitos contra mulheres ocoÍrem dentro de casa e são pratica-
dos por pessoas de confiança da vítima - marido, companheiro,
amante, pai, irmão, outros parentes e amigos e até, vizinhos.
Se você tem vontade de denunciar e não o fez porque come
risco de ser novamente agredida ao voltar para casa, agora, pode
fazê-lo. A Delegacia da Mulher encaminhará você e seus filhos a

$0 51
um abrigo, até que o agressor compareça à delegacia. Se ele não
vier, a Delegada determinará que seja conduzido à força para res-
ponder a intimação.
O inquérito só será instaurado após umarepresentação cri-
minal, exÇeto nos casos de crimes sexuais.
. itfit A vítima que não tiver condições financeiras de arcar com as
O SEU SILENCIO E
ftlm
despesas judiciais, tem a garantia constitr"rcional de acompanhamento
pela Assistôncia Judiciária do Estado.
cÚvTpLICE DO SEU AGRESSOR.
ffia{
rr*
IlP
ü;
II
Se não se sentir segura parafazu a denúncia, procure um DENUNCIE!
t,,ilinr
| ú,rl
dos grupos de mulheres ou a Ordem dos Advogados do Brasil -
t*, i
lÍiiilr
OAB, na Capital ou no interior. Veja onde enconffar as entidades
que podem lhe ser úteis nas listas de endereços mais adiante. SAIBA O QUE ACONTECE QUANDO VOCE
iliufll
!flnilr
DENI.]NCIA A VIOLÊNCIA QUE SOFREU.

O primeiro passo a serdado pelas vítimas de violência é pro-


curar uma Delegacia de Polícia. Se estiver impossibilitada rle
locomover-Se por causa da gravidade dos ferimentos, solicite a al-
guém de sua confiança que tome as providências necessárias.
Qualquer Delegacia de Polícia pode ser procurada, mas dê
preferência à uma Delegacia Especialtzadada Mulher, onde será
recebida por policiais femininas. Estas Delegacias da Mulher foram
criadas porque muitas mulheres sentem vergonha de admitir que
foram vítimas de violência.
Outro aspecto importante é o elevado número de policiais
masculinos que ridicularizarnavítima, ou até mesmo se recusam a
o'nor-
registrar a queixa, por considerarem o ocorrido absolutamente
mal", numa clara demonsfação de que os próprios policiais se iden-
tificam com os agressores de mulheres e os protegem com sua so-
lidariedade.
No caso emque vocô teúaregisffado aqueixa naDelegacia
do seu bairro ou cidade, solicite que a queixa seja transferida para
a Delegacia Especializada da Mulher mais próxima' Para sua maior
segurança, anote o número do Boletim de Ocorrôncia - BO.
6. Ao concluir o Inquérito, o Delegado (a) responsável
encaminhará um relatorio das investigações ao FÓRUM,
onde será examinado por um Promotor de Justiça.

ROTEIRO 7 . O Inquérito poderá apontar um SUSPEITO ou não.

8. PROMOTOR DE ruSTIÇA conclttir que houve


Se o
1. Tudo o que vocô disser na Delegacia, será registrado crime, solicitará ao Juiz da Vara correspondente, que pro-
no BOLETIM DE OCORRÊNCIA. Não simplifique nem cesse o agressor.
diminua nada. Seja rica em detalhes: isto será decisivo para
que aumentem as possibilidades de punição do agressor. 9. O lÍJlZtempocler'es pxaacatar ou não as considera-
ções da Promotoria de Justiça, podendo arquivar um Pro-
2. Se vocêfoi machucada e apresenta arranhões, man- cesso por j:lgá-lo falho nas justificativas e apresentação
chas e ematomas, deve exigir o seu encaminhamento ao de provas.
IML - INSTITUTO VtÉpICO leGAL, não importando
a gravidade das escoriações. O laudo do IML é fato in- 10. Após examinar a denúncia do Promotor de Justiça, o
contestável para acomprovação da agressão. Juiz ouvirá todos os envolvidos e, Íinalmente, o agressor
será JULGADO.
3. No caso de CRIME SEXUAL, é importante que a
vítima não se lave nem se medique antes da perícia no IML,
pois o laudo será fundamental como prova do crime. Exija
ser atendida por uma MɻtCa.

4. Ao fazer a queixa, leve por escrito o nome completo e


o endereço de duas TESTEMLINHAS que não sejam seus
parentes, para que o Inquérito possa seriniciado.

5. Pararealízar o INQUÉRITO, o delegado ouvirá as


I
partes e as testemunhas. O agressor só não será ouvido se
t,
for desconhecido, ou não for localizado.
vocÊ NÃo EsrÁ sozrNHA DENUNCIE E ENCONTRE
lü{ APOIO:
tfl ORGANIZACOES NAO
Há inúmeros lugares que prestam serviço à Mulher, GOVERNAryIENTAIS
hl apoiando, orientando, para que ela tenha os meios de de-

nunciar os maus-tratos e violência de que é vítima. Estes VTVA MULIDR - Cidadania e Gênero
m lugares são Grupos de Mulheres, Clínicas de Psicologia, Ruado Riachuelo,l2Í sala413 Ed. Círculo Católico

As si stência Judiciária
ASAS - Associação de A.ção Solidária
Há inúmeros lugares que prestam serviço à Mulher, Rua Demócrito de Souza Filho, 241 - Madalena / 3445-1087 /
apoiando, orientando, paÍa que ela tenha os meios de de- 3227.6330
nunciar os maus-tratos e violência de que é vítima. Estes CAIS DO PARTO
Rua Maria Ramos, 1212 - Bairro Novo / 3429-3204
lugares são Grupos de Mulheres, Clínicas de Psicologia,
Assistência Judiciária do Estado, Grupos de Apoio aos por- CASA DA MULHER DO NORDESTE
Hi tadores de alcoolismo e seus familiares e, principalmente, Rua Lopes de Carvalho, 320 - Madalena / 3227-0531
as Delegacias Especializadas daMulher, onde todo o efetivo
CASA DE PASSAGEM
H é composto poÍ policiais femininas, numa rede que se am-
Rua Capitão Lima, 310 - Santo Amaro / 3423-3839
lü plia, propondo-se a manter você VIVA.
CASA MENINA MULHER
Rua Leão Coroado, 55 - Boa Vista / 3231-0463
CENDHEC
Rua Gervásio Pires, 921 - Boa V,sta / 3222-6177/323 I -3654

CENTRO DAS MULHERES DO CABO


Rua Padre.Antônio Alves, 20 - Centro / 3521-9366/0785
CBNTRO EULÂMPIO CORDEIRO ORGAOS INSTITUCIONAIS
Rua Rondônia, 100 - Cordeiro / 3228-3200
COORDENADORIA DA MULHER
SOS CORPO PREFEITURA DO RECIFE
Rua. Real da Torue -fone-3445 2086/1905 Cais do Apolo, 925, 8" andar, sala 4 / 3425-8413/8055.
íq,

IH COLETIVO MULHER VIDA CISAM/UPE - Maternidade da Encruzilhada


lirll Av. Marcos Freire, 4263 - Casa Caiada / 3341-7926 Rua Visconde Mamanguape, S/N - Encruzilhada / 3427-391I
rl
l*l ll
GESTOS SOROPOSITMDADE, COMUNICAÇÃO COORDENADORIA DA MULHER DE OLINDA
HI E GENERO Ladeira da Misericórdia,28 - Carmo / i305-1071.
n Rua dos Médices, 68 - BoaVista/ 3421-7727
HOSPITAL AGAMENON MAGALHÃES
GRUPO CURUMIM Centro de Apoio a MulherWilmalessa (24 Hs)
Rua São Félix,70 - Campo Grande / 3427-2023 Estrada do Arraial, 2723 -Casa Amarela/ 3267.1600.

MOVIMENTO TORTURA NUNCA MAIS CONSELHO TUTELAR - RPA 1.

Estrada do Bonji, 570, Casas 3 e 10 / 3227-3693/1519 Rua João Fernandes Vieira, 405 - BoaVista - 3421.3380.

DISK VIOLÊNCIA CONSELHO TUTELAR - RPA 2


Rua Inácio Galvão dos Santos, 3)9-Encruzilhada - 3241.0237.
il Rua Sigismundo Gonçalves, 700 - Carmo / 3439-3177
frl
FUNDAÇÃO Cnl CONSELHO TUTELAR - RPA 3
l
H
BR 232, Km 07, S/N

GAJOP
- Curado / 3251-1495 Rua Conselheiro Pereti, 2 I I- Casa Amarela / 3267.24 19.

l3 Maio, 50
CONSELHO TUTELAR - RPA 4
Rua de - Santo Amaro / i221-1801 / 3222.2036 Rua João lvo da Silva, 144 - Madalena - 3227.2771.
CONSELHO TUTELAR - RPA 5
Rua José Natário, 190
- Areias / 3455-2295

CONSELHO TUTELAR - RPA 6


Rua Paulo Setúbal,46 -Pina/ i327.2400.
DEFENSORIA PUBLICA DO NÚCLEO DA ÁREA III
ESTADO DE PERNAMBUCO End. Rua MaÍque de Amorim,l2T ,BoaVista.
Fone: XX (81) 34215448
Assistência gratuita para população carente
IH Compreende os bairros de: Casa Amarela, Casa Forte, Córrego
b tri
do Jenipapo, Dois Irmãos, Guabiraba, Macaxeira, Monteiro, Nova
[fl DEFENSORIA PÚBLICA GERAL DO ESTADO
Descoberta, Parnamirin, Rosarinho e Vasco da Gama.
h
RuaJose de Alencar, 620
n NÚCLEO DA ÁREA IV
BoaVistaRecife/PE End. Rua Marque de Amorim I27 ,BoaVista.
Fone: XX (81) 3421l2l5 Fone: XX (81) 34215448
E-mail defensor @ fi sepe.pe. gov.br
Compreende os baimos de: Bom Pastor, Bongir, Brasilit, Caxangâ,
Cidade Universitária, Cordeiro, Engenho do Meio, Iputinga,
NÚCLEOS DA ÁNN.q. I Madalena, Monsenhor Fabrício, Prado, San Martin, Torre, Tor-
End. Estrada dos Remédios, 582. rões, VárzeaeZumbi.
Fone: XX (81) 3428166l
Compreende os bairros de: Afogados, Areias, Barros, Coqueiral, NÚcT-BO DA ÁREA V
li Curado, Dois Rios, Estância. Jardim São Paulo, Giquià, mangueira, End.Rua Sartunino de Brito, 355-Cabanga,
Mustardinha, Compreende os bairros de: Boa Viagem, Cabanga, Imbiribeira, Pina,
Tegipiõ, Totõ, Três Carneiros eDois Carneiros. Brasília Teimosa, Jordão e Ibura.

UÚCINO DA ÁREA II uÚcr,Bo DA cRrANÇA E Do ADOLESCENTE


Juizado da Infância eJuventude
End. Rua do hospício, 619.
End. Rua Fernandes Vieira, 405, Boa Vista
Fone: XX (81) 32218944
Fone: XX (81) 3421.5080-32325651
Compreende os bairros de: Água Fria, Arruda, Beberibe, Bomba
do I{emetório, Cajueiro, Campina do Barreto, Campo Grande, Dois
l

I NÚCLEO DO CABO
Unidos, Encruzilhada, Fundão Hipódromo, Linha do Tiro, End. Av. Presidente Vargas,482 (Fórum local).
t
I
Tamadneira, Torreão, Aflitos, Coelhos, Derby, Espinheiro, Graças, Fone:XX (81) 3521.0100
I São José e Santo Amaro.
rf
Ir 61
NúclBo TcARASSU Núcr,no »B sÃo LoURENÇo
End. Rua Ricardo da Silva, 84 End. Rua Tito P er eir a, 267
Cruz de Rebouças - Prédio da Fábrica Bisa Fone:XX (81) 35257617.
Fone: XX (81) 35431284 - ramal206 - (Prefeitura)
NÚCT,BO CAMARAGIBE
Núclno DE ITAMlnq.cÁ End. Av. Belmiro Correa 2500(Fórum local)
lf,r End. Av. João Pessoa Guerra, 230 (Fórum local).
Fone:XX (81) 34542482
Fone: (81)35441411
hil
Núcr,Bo DE JABoETÃo NÚcl,no IPOJUCA
n End. Barreto de Menezes s/n Prazeres End. Cel.João SouzaLeão s/n (Fórum)
Anexo a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes Fone: XX (81) 35511290
Fone: XX (81) 34764900
NÚcl,no DE ITAPISSUMA
NúcLno DE MoRENo End. Rua Manoel Lourenço, 201- Centro.
End. Sifronio Portela 3780 - Centro Fone: XX (81) 3548 1139
Fone: XX (81) 3535 9856
IVÚCT,BO DE AFOGADO DA INGAZEIRA
I} Núcr.no DE OLINDA/ExpRESSO crna.nÃo End.Rua Senador Paulo Guerra, 325 - Centro. (Fórum Local)
End.Centro da Moda Peixinhos
Fone:XX (87)3 838 1517
Av. Presidente Kennedy, I 00 1
Fone: XX (8 1 ) 3429 27 8313100
NÚclno DE ARARIPINA
flr End. Rua Ana Ramos Lacerda, s/n Centro. (Fórum Local)
NUCLEO DE PAULISTA
End. Rua Floriano Peixoto s/n (Antigo Fórum) Fone: XX (87) 3873 1811-R21
Av.Senador Salgado Filho s/n
Fone: XX (81) 3433 9868 NÚcI,po DE ARCovERDE
End. Av. Cap. ArlindoPacheco deAlbuquerqte,T2. (Fórum
NÚCI,NO ABREU E LIMA Local)
End. TravessaPedro Machado, 115. Fone: XX (87) 3821 1555
Fone:XX (81) 35423232

62 63
Núclno DE BELo JARDIM NÚCLEO DE GOIANA
End. PraçaTorres Galindo s/n End. Casa da Cidadania
Tancredo Neves. (Fórum local) Rua do Coqueiro Morto s/n
Fone: XX (81) 3726 ll54
NÚcT,BO DE LIMOEIRO
NÚCLEO DE BEZERROS End. Av. Dr. Otávio de Lemos Vasconcelos s/n. (Fórum local)
End. Rua Otavio Pessoa s/n. (Fórumlocal) Fone:XX (81) 36280230
Fone; xx (81)3728 1308
NÚcT-Bo DE MACAPARANA
nÚCU,O DE CARPINA End. Av. João Francisco,327. (Fórum local)
End. Fórum-Av. Conselheiro João Alfredo 820. Fone: XX (81) 3639 1202
Fone: XX (81) 36211255136220508
NÚCLEOS PALMARES
NÚCT,NO DE CARUARU End. Av. Visconde de Rio Branco, 1368.
End.Av Joaquim Tabosai53 - Mauricio de Nassau Fone: XX (81) 3661 0344
Fone: XX (81) 31216t66131226661
NÚcr,no DE PESeUEIRA
NÚCIpO DE ESCADA End. Francisca de Queiroz. (Fórum local)
End. Rua João Manoel Pontual, 220. (Fírumlocal)
Fone: XX (87) 3835 1484
Fone: XX (87)3534 1637 / L380

NÚCInO DE PETRoLINA
NÚCIBO DE FLORESTA
End. Av. Fernando Góes s/n, SouzaFilho. (Fórumlocal)
End. Av. Deputado Audomar FerÍaz . (Fórum local)
Fone: XX (87) 38622633 -R22
Fone: XX (87) 376269636

NÚCITO DE GARANHUNS NÚcIBo RIO FoRMoSo


End. Praça João Pessoa 48 End. Praça Agamenon Magalhães, 23 - l" andar- Centro.
(FórumLocal)

64 65
DELEGACIAS
NUCLEO DE SAO JOSE DO EGITO
End. Praça Celestino João Pequeno. (Fórum Local) DEPARTAMENTO DE POLÍCIA DA MULHER -
Fone: XX (87) 844 ll9l DPMUL
TitUIAT: MARIA CLÁUDIA AZAMBUJA MOLINA
üil Núcr-Eo DE SALGUEIRO Fones: xx (81) 3303-5426 (clireito), 3301-7610: Apóio Jurídico
$lt' End. Casa da Cidadania
lH Plantão: xX (81) 3303-5421 e3303-5444 - carrório
ui Rua: Otávio Leitinho, s/n.
Endereço: Francisco Jacinto, 195 - Sf Amaro fax do plantão:
Bairro de Santo Antonio
il xx (81) 3222-2622
Fone: XX ( 87) 871 0014

NÚcI,Bo DE SERRA TALHADA CENTRO DE APOIO A MULHER _ CAM


End. Rua Isnório Inácio, s/n. (Fórum Local) Tltular: RAIMUNDA SALMA B. DE MELO
Fone: XX(87) 3831 1867 Fone: XX (8 l)3251-2864 /3455.5366(orelhão)
Endereço: Rua Ary Sérgio Cardim, 37 -Irqtiá,Recife-PE,

UI NÚCI,TO DE SURUBIM CEP:50.771-280


End. Rua Cônego Benigno Lira, s/n, sala I -Térreo
#i Fone: XX (81) 3634 1622
iii 1" DELEGACIA DE POLÍCIA DA MULHER _ DM
{!
t,i Titular: MARILUCE FERREIRA COELHO
b, NÚCI,n,O DE TIMBAUBA
,'* Fones: XX (81) 3222-2622 I 3301-1381,
End. Rua Marçal Emiliano, n268,Cenúo.
plantão : XX (8 1 ) 3303 -5 421 e 3303 -5 444 (carrório)
Endereço: RuaFrancisco Jacinto, 195 - Santo Amaro.
Núcr-Eo DE vrróRra DE sANTo ANTÃo
End. Rua Joaquim Nabtco, 256. (Fórum Local)
Irone: XX (81) 3523 1820 2" DELEGACIA DE POLÍCIA DA MULHER - DM
-R-21
Titular: JUDITE MARIA DOS SANTOS CORTIZO
rl Fones: XX (81) 3416-1376I3416-4565 (orelhão) ,3378-5t35
(fax) Endereço: Rua Dois, 29 - Cajrciro Seco.
Jaboatão dos Guararapes-PE, CEP: 54.330-011

t) t)
67
3' DELEGACIA DE POLÍCIA DA MULHER -
PETROLINA ENDEREÇOS INTERIOR
Fones: XX (87) 3862-0028 I 3862-0200
Endereço : Rua Antônio S antana Filho, 670, Centro' Petrolina-PE
1' DF',PARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO
Cep: 56.300-000 INTERIOR . CARUARU
Endereço: Rua Cristovão Colombo, 99, Centro, Caruaru-PE.
5'DELEGACIA DE POLÍCIA DA MULHER '
(130 km -213.573hab).
CARUARU Fone: (81) 37 21 -8898 I 37 23 .3366 - F ax: 37 25 -4205.
Fones: XX (81) 3723.1,012
Endereço:AvenidaJosóRodriguesdeJesus,204'Indianópolis' 2'DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO
Centro, Caruaru-PE INTERIOR - ARCOVERDE/GEPIN/GGPJ
Endereço: Av. Severino J. Freire, 627,Centto, Arcoverde-PE'
GESTOR DE POLÍCIA DO INTERIOR (256km- 55.790 hab)
Fones:XX(81)3303-4)Zl(direto),Assessoria 3303-4033' Fone: (81) 3821-1488, 3822-2352
Secretaria: XX (81) 3303-4030, Fax: 3303 -4034'
0'A", São José-RecifelPE FAX: (81) 3821-0133
Endereço: RuaLourenço de Sá, 140,
CEP:50.090.540 3'DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO
INTERIOR . GARANHUNS
Endereço : Rua Joaquim Nabuco, I 89, Centro, Garanhuns -PE
(230 km- 103.365 hab)
FonelFax: (87) 37 614106 I 37 624583 I 37 61,2881
(87)31627068 (fax)

4" DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO


INTERIOR . SALGUEIRO
Endereço: Av. Agamenom Magalhães, 982, Centro, Salgueiro -
PF-. (523km-47.214hab
Fone/Fax: (87) 3871.0351 (Del)

6B
clc Santo Antão-PE.
5' DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA
(51 km-106hab)
DE PETROLINA - PETROLINA
Fone/Fax: (81) 3523.17 13
Endereço: Av. 7 de setembro, s/n", Centro-Petrolina-PE'
(774km- 162j29hab)
TO' DEPARTAMENTO IIEGIONAI, DE POLÍCIA
TELEFAX: (87) 3861 .8 I 00, 3861-5520.
DO INTERIOR SEfi,ITÁ TALHADA -
Endereço: RuaEnoque Carvalho, s/n, Bairro AABB.
6' DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO
Serra Talhada -PE. (425 km -72.290htrb)
INTERIOR . MACAPARANA
Fone: (87) 3831-1867,3831.1377 (municipal )
Endereço: Rua João Francisco, 134, Centro, Macaparana-PE'
Fax; 3831.1862
(141km -20.826hab)
FonelFax: (81)3639.1220.
11' DEPARTAMENTO REGIONAL DE POL(CIA
DO INTERIOR - ARARIPINA
7' DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO
Endereço: Rua Henrique Alves Batista, 196, Centro, Araripina-
INTERIOR - PALMARES
PF,. (692km- 60.618 hab)
ANTONIO CARLOS GOMES E CÂMARA Fone: (81)3573.1787 (Fone-Fax) - 3813-2100
Endereço : Rua Clementino Melo, 220, B aitt o Modelo'
Palmares/PE. (116 km-57.318 hab) 12' DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA
Fone: (81)3661.1 023 I 3661-1001 (fax) DO INTERIOR - FLORESTA
Endereço: Avenida Fenaz,193, Centro - CEP: 56.400-000.
DE POLÍCIA DO Fone/Fax: (87)3871 .t367 ,3877 ,1035.
8" DEPARTAMENTO REG;IONAL
INTERIOR _ LIMOEIRO DELEGACIA POLICIAL DE APURAÇÃO DE CRI.
Endereço: Avenida Santo Antônio,70, Centro, Limoeiro-PE MES CONTRA CRIANÇA E ADOLESCENTE _
(76 km - 54.809 hab) DPA C C C CAD/DERC C CA/DPCA
Fone : (8 1 ) 3 62 8 -9 7 27 (fax), 3 628 - 1190, 3 628 -2627 Fones : 33 03 -8 09 9 (direto) 3303 .8092 (permanência)

g, DEPARTAMENTO REGIONAL DE POLÍCIA DO


INTERIOR _ VITORIA DE SANTO ANTÃO
Ilnclcreçç: Avenida Mariana Amá[ a, 345,loj a - 04- Centro, Vito

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