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Mani Alvarez

‘empoderamento’

A visão transpessoal do ‘empoderamento’


como o primeiro passo para uma mudança de
paradigma
Sumário

1. Agradecimento............................................................ 4
2. Empoderamento, eu e a mulher.................................. 5
3. Empoderamento na História...................................... 8
4. Empoderamento e você............................................. 14
5. Comece Agora............................................................ 22
6. Bibliografia / Fontes de Aprofundamento................ 23
“Nosso grande medo não é o de que sejamos incapazes.
Nosso maior medo é que sejamos poderosos além da
medida. É nossa luz, não nossa escuridão, que mais nos
amedronta.
Nos perguntamos: "Quem sou eu para ser brilhante,
atraente, talentoso e incrível?" Na verdade, quem é você
para não ser tudo isso?...Bancar o pequeno não ajuda o
mundo. Não há nada de brilhante em encolher-se para que
as outras pessoas não se sintam inseguras em torno de
você.
E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar,
inconscientemente damos às outras pessoas permissão
para fazer o mesmo.”
Nelson Mandela
Agradecimento

Eu quero agradecer e parabenizar as idealizadoras desse Congresso


Nacional de Empoderamento Negro, e dizer o quanto considero
importante esse momento para uma reflexão em profundidade
sobre o que significa verdadeiramente o poder, sobre essa tomada
de consciência de homens e mulheres no mundo de que podem
mudar o rumo de uma cultura que se tornou insana, egocêntrica,
individualista, e sobre os novos projetos de vida que estão sendo
construídos a partir desse novo olhar, e que podem alicerçar um
novo paradigma para o futuro.

Mani Alvarez
Empoderamento, eu e a mulher

Eu tenho, em minha história, mais de 30 anos de trabalhos com


mulheres, porque eu comecei um movimento, junto a algumas
amigas, na década de 80, criando uma instituição de apoio às
mulheres que sofriam algum tipo de violência, e que foi batizado
com o nome de SOS Mulher.

Naquela época, atos de violência ficavam completamente impunes,


assassinos eram soltos em nome da ‘legítima defesa da honra’, as
mulheres se calavam depois de sofrerem toda sorte de maus tratos,
abusos, violências, eu mesma tive amigas que ficaram mutiladas
depois de serem agredidas pelos maridos. Havia uma espécie de
silêncio cúmplice dos familiares em relação ao abuso sexual infantil
cometido por homens da própria família, enfim, não havia sequer a
consciência por parte das mulheres de que aquilo tudo era um
absurdo, que não era uma coisa natural, e deveria haver uma
punição para esses comportamentos. As mulheres não tinham
consciência de seus direitos.

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Então, eu considero que nossa maior contribuição naquela época foi
conscientizar as mulheres que elas tinham sim, direito a serem vistas
como seres humanos, que elas não podiam consentir em tudo aquilo
que vinham sofrendo em silêncio, que em briga de marido e mulher
a gente tinha sim, de meter a colher...

Paralelamente a isso, nós também questionamos as autoridades, os


delegados de polícia, em relação ás queixas sobre estupro, que quase
sempre faziam recair a culpa na vítima, com perguntas escabrosas.
Passamos a acompanhar as mulheres às delegacias para exigir
respeito às suas queixas. Passamos a fazer passeatas nas ruas diante
do Fórum, com faixas e cartazes, para mobilizar a opinião pública...
começamos a mostrar os números da violência, fizemos estatísticas
para mostrar tudo que estava acontecendo na realidade, e
apresentamos às autoridades. Tudo isso era feito de forma
voluntária, nas horas em que nossos trabalhos profissionais
permitiam.

Mas éramos muitas e fizemos a diferença

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Aos poucos alguns governantes influentes começaram a nos dar
ouvidos, e foram criadas as delegacias de mulheres, os abrigos para
mulheres e seus filhos que tinham fugido de casa e estavam sendo
ameaçadas pelos maridos; foi criado em Brasília o Conselho da
Mulher, surgiram muitos outros SOS pelo país inteiro, e foram
criadas Leis, como a recente Maria da Penha, que punia os agressores
de mulheres.

Não que isso tenha resolvido o problema. Não!

A violência contra a mulher continua em todo o mundo. Isso


significa que temos de continuar trabalhando, talvez agora em outro
nível, com uma visão mais experiente e mais aprofundada do
problema.

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Empoderamento na história

O mundo mudou, as mulheres conquistaram seu espaço, temos hoje


plena consciência de que somos livres e podemos fazer o que
quisermos com nosso corpo e nossa sexualidade.

Mas será que sabemos o alcance disso?

Liberdade requer responsabilidade e comprometimento. E talvez a


questão agora passe por um viés mais sutil, e mais profundo
também.

Falamos em empoderamento, mas será que sabemos


realmente o que é isso? De que poder estamos falando?

Vamos dar uma olhada no entorno. O que temos visto? Muitas


mulheres em plena ascensão de carreira profissional, mulheres em
cargos de chefia, conquistando seu espaço no mundo. Mas... em sua
grande maioria, repetindo o mesmo padrão masculino que tanto
criticamos, o mesmo autoritarismo, as mesmas arbitrariedades. É esse
o empoderamento que queremos?

É esse o empoderamento que vai mudar o paradigma de


poder que assola nossa cultura?
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Eu fiz essas mesmas perguntas há alguns anos, e vi que – na falta de
modelos de um poder não-hierárquico e autoritário -- era preciso
buscar as respostas dentro de nós mesmas, em nosso inconsciente
coletivo, naquele lugar escuro e quase esquecido onde guardamos as
memórias da história da humanidade.

Comecei a pesquisar os arquétipos que falam de deuses da


mitologia, de histórias e lendas do início de nossa civilização,
pesquisei em textos de antropologia, e descobri que em épocas pré-
históricas, a relação entre os gêneros era de absoluta igualdade, sem
predomínio nem exploração de um sobre o outro.

Quando a gente fala em época pré-histórica pode parecer um tempo


onde a cultura era mais primitiva e atrasada, mas não é, isso significa
apenas que não havia a escrita, tal como a conhecemos hoje. Isso
que chamamos de História passou a existir quando começou a
escrita, mas é claro que já havia uma história antes, só que ela
passou a ser chamada de pré-história...Pois bem, esses estudos
revelam que nesses tempos pré-históricos a sociedade era governada
por outros princípios, era pacífica e profundamente ligada aos
mistérios da natureza. As divindades eram femininas e por causa da
relação com a nutrição e a fertilidade, eles cultuavam uma deusa
chamada Grande Mãe, que era a terra, a natureza, a vida.
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Sabemos que toda sociedade humana baseia-se ou num modelo
dominador – com um sistema hierárquico mantido pela força,
ameaças, dominação – ou num modelo de parceria – com um tipo
de sociedade sistêmica, integrativa, de inclusão social. E na
antiguidade, num tempo anterior a instituição do sistema patriarcal,
o modelo era de parceria. Homens e mulheres conviviam
harmoniosamente, pacificamente, e assim mantiveram a terra livre
de guerras, armas e poluição por milhares de anos.

Tudo isso mudou há cerca de 5 mil anos, com o domínio de povos


arianos que chegaram das estepes russas, eles cultuavam deuses
masculinos poderosos, eram guerreiros ferozes e agressivos. Eles
dominaram e escravizaram os povos nativos daquela cultura
matrifocal, porque focada em valores maternais femininos, e aos
poucos foram mudando toda a cultura para uma visão masculina
dominadora, colonizadora e guerreira. Sua religião monoteísta foi
imposta de maneira autoritária e em pouco tempo dominaram todas
as nações do leste europeu, incluindo India, Turquia, Egito, Grécia,
Jordânia e outros.

Essa foi a história tal como foi relatada pela antropologia. Mas, eu
fui além, eu fui buscar nos mitos a história do que ficou daquela era
antiga em nosso inconsciente coletivo.
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Na mitologia pós-patriarcal nós encontramos histórias da luta de
deuses e deusas para impor o poder. Mas a mitologia pré-patriarcal
contava outra história, E foi lá que eu fui resgatar a memória que
guardamos daquele tempo onde as relações não eram ainda de
poder de uns contra os outros, mas de cooperação e parceria. E
descobri que nas deusas da mitologia antiga estavam os
ensinamentos de como era a vida naquela época anterior ao
patriarcado, de como eram as relações entre homens e mulheres, de
como eles lidavam com o poder compartilhado.

Eu acredito que nesse momento, mais que nunca, precisamos


resgatar alguns mitos que podem nos lembrar um modo feminino de
ser que foi esquecido. E foi pensando nisso que criei um curso
chamado de Liderança Feminina Transpessoal para ajudar as
mulheres a se lembrarem desse tempo onde tinham poder, mas não
esse poder sobre o outro que conhecemos tão bem em nossa cultura
patriarcal. Não, nós não podemos repetir os mesmos erros, cometer
as mesmas insanidades que tanto sofrimento trouxeram para a
humanidade, tudo isso em nome do poder.

Precisamos olhar para o feminino, enquanto um princípio inerente


ao ser humano e independente do sexo biológico.

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Esse princípio, o Feminino, não configura apenas uma questão ou
ponto de vista específico da mulher, mas toca profundamente no
paradigma de nossa sociedade atual, no modo como está
organizada.

Temos de lembrar que o modo como administramos os recursos de


um país, sejam eles econômicos, tecnológicos, políticos, não
depende de um sistema, de um partido, ou de um poder instituído,
mas sim, de escolhas que são feitas por pessoas, ou seja, escolhas
humanas. Por exemplo, foram escolhas feitas por homens no poder
que decidiram que decidiram gastar num míssil balístico, ou seja,
numa arma de guerra, uma quantia que seria suficiente para
alimentar 50 milhões de crianças, construir 160 mil escolas e abrir
340 mil postos de saúde.

É disso que estou falando.

De escolhas humanas, portanto, o modo como uma sociedade está


organizada revela como ela se relaciona com o poder.

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O feminino possui o atributo da receptividade, da amorosidade, da
compaixão, e o contrário disso é o sentimento de carência afetiva,
o isolamento afetivo, que gera sempre o sentimento de ser uma
vítima das circunstâncias, e por isso, não se responsabiliza por
qualquer mudança, seja na sua vida pessoal, seja na vida social,
política ou cultural.

Como essa pessoa vai exercer o poder, se não se


responsabiliza por seus atos?

O masculino possui o atributo da realização, o poder da ação, mas


quando desequilibrado se transforma em violência, em intimidação,
em egoísmo, em interesse próprio e até nesse encantamento com a
mente, com a racionalidade, com o intelecto.

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Empoderamento e você

Em nosso curso de Liderança Feminina Transpessoal, nós estudamos


uma deusa grega chamada Hera.

A energia de Hera é tão forte que ela faz da mulher que a recebe
uma líder, uma chefe, alguém que se destaca numa multidão. Hera
foi a escolhida por Zeus, o deus maior do trono olímpico, para ser
sua esposa oficial. Segundo a história, Hera reinava em Samos antes
da chegada dos invasores arianos. De uma linhagem matriarcal, era
uma deusa poderosa e muito venerada pelos gregos. Sendo coagida
a casar-se com o chefe maior dos invasores, muda-se para o Olimpo,
ao norte da Tessália, e torna-se conhecida através do mito como
uma esposa ciumenta, irascível, briguenta e temperamental. Na
realidade, ela reflete a reação de revolta de uma rainha nativa que
foi coagida, mas nunca subjugada por um conquistador estrangeiro.

Quase sempre casada, uma vez que é a deusa que rege o


matrimônio, Hera não quer o poder sozinha; ela deseja mais que
tudo poder compartilhá-lo com o marido ou com um sócio.

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Hoje, o arquétipo de Hera influencia de forma diferente. Quando
uma mulher-Hera se vê no topo de uma hierarquia qualquer, ela
repete o padrão do sistema e muitas vezes se torna tão implacável
ou tirana quanto qualquer outro mandachuva masculino. Por que
isso acontece com uma deusa cujo ensinamento é justamente o
poder compartilhado, e não o ditatorial e hierárquico?

Por que isso acontece com você?

Na verdade, estamos diante de uma das maiores chagas de Hera,


que é a dor da impotência. Sua ânsia de compartilhar o poder foi
frustrada e ela expressa o ódio da deusa relegada no Olimpo,
enquanto que Zeus era reverenciado e amado por todos os mortais.

Muitas mulheres hoje expressam essa revolta, ao sentirem-se


desprestigiadas numa sociedade que não lhes concede uma partilha
igual de poder, embora se exija delas uma igual parcela de sacrifício,
renúncia e trabalho. Muitas são de fato “os braços da casa”,
enquanto que o marido é o “cabeça do casal”. O trabalho igual por
remuneração menor, o esforço pessoal sobrepujado por um colega
incompetente do sexo masculino.

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A frustração acaba despertando um sentimento de desvalor, que é
projetado em expectativas irreais principalmente sobre os filhos,
exigindo deles a realização e o sucesso que elas não tiveram. Por
isso, quase sempre os filhos de mães-Hera sofrem na pele as
frustrações maternas.

O que a deusa Hera vem simbolizar é uma antiga tradição das mais
antigas; o caráter sagrado do casamento. Não é o aspecto erótico
(Afrodite) ou maternal (Deméter) que é cultuado, mas sim, a união
do masculino e do feminino em toda sua plenitude. Em sua
sabedoria, os povos antigos reverenciavam no casamento sagrado
(o hieros gamos = o feminino e o masculino sagrados ) o congresso
dos dois poderes que movem o universo, e que os gregos
representaram como o casamento de um rei e de uma rainha.

Sabiam eles que nós não podemos nos tornar íntegros ou completos
se não pudermos vivenciar os aspectos masculinos e femininos
dentro de nós mesmos. Esse é o ensinamento maior da deusa Hera:
que a mulher volte a ter posse plena de seu poder e sua dignidade
como mulher -- não como objeto sexual, infantilizada ou tornada
clone das fantasias masculinas, mas em sua inteireza.

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O significado mais profundo do hierogamos, o casamento sagrado
entre o deus e a deusa, é a união simbólica entre o masculino e o
feminino, e o patriarcado não conseguia aceitar essa igualdade de
poderes. A cultura patriarcal divinizava no homem todos os
poderes, inclusive o de ter quantas mulheres quisesse, e Zeus foi o
exemplo maior desse costume.

Mas, o que quer uma mulher-Hera do homem?

O que você quer de um companheiro?

Ela quer parceria e igualdade. Isso não significa exatamente ter o


mesmo poder que ele, mas compartilhar as decisões, as vitórias, os
objetivos em comum. A intuição natural feminina pode ser uma
valiosa colaboradora para a ação masculina, e não implica
necessariamente em querer competir ou dominar. Mas os homens
temem justamente essa qualidade (a intuição) que eles não
desenvolveram ainda. Sem espaço para se manifestar, essa
necessidade de compartilhar o poder, numa mulher-Hera frustrada,
se transforma em manipulação, intriga, influência ‘parda’.

Diante dessa realidade, podemos nos perguntar: existe um lugar para


uma mulher-Hera em nossa sociedade?
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É possível se empoderar, exercer suas ambições de poder
sem ameaçar, de alguma forma, a suposta supremacia do
poder masculino?

Para responder essa pergunta, precisamos antes, pensar: Como era a


relação entre homens e mulheres nas sociedades pré-históricas?
Uma interpretação mais profunda desse arquétipo nos lembra que
haviam rituais muito antigos de casamento entre o deus e a deusa
que insinuavam não o aspecto erótico nem o aspecto da
maternidade, mas a união das forças masculinas e femininas em toda
sua plenitude e maturidade. Não representavam a união de dois
amantes nem do par procriador, mas o mistério de uma força que
verdadeiramente move o universo, que é o feminino e o masculino.

Esse ritual era chamado de Matrimônio sagrado, ou Hieros gamos, e


era celebrado em algumas culturas muito antigas, onde a Deusa Mãe
Terra se unia ao Deus Pai Céu na forma do sumo sacerdote e da
suma sacerdotisa que copulavam ritualisticamente sobre um altar no
templo. Esse ritual ainda continuou a ser encenado na ilha de Samos
durante mais de 3 séculos.

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Porque a ideia de uma mulher completa e empoderada
assusta tanto e provoca tantas reações de repúdio em
nossa cultura?

Eu acredito que, enquanto a sociedade patriarcal for dominante no


mundo, não existe possibilidade de um casamento alquímico entre
masculino e feminino.

Seria preciso uma mudança nos princípios que regem a nossa


sociedade, de forma a integrar os aspectos masculinos e femininos de
nossa natureza para nos tornar íntegros, inteiros, completos. Desta
forma poderíamos nos relacionar não mais buscando um amor de
complementaridade no outro, porque não nos faltaria nada, mas
sim, o amor incondicional, aquele amor que une, mas não cria
dependências nem possessividade. Portanto, a cura das feridas de
uma mulher-Hera exige também uma mudança no parceiro, que
também deve buscar a sua completude e inteireza no feminino.

Enquanto a mulher não exigir do homem o mais absoluto


respeito por ela enquanto de posse de toda sua dignidade
como mulher – não como mãe, criança ou objeto amor, ou
ainda um clone feminino das fantasias masculinas – não
haverá realização para uma mulher-Hera em nossa
sociedade. 19
Porque são poucos os homens que conseguem equilibrar as
exigências desse nível numa mulher, e não sentem medo de não
suportar esse imenso poder feminino amadurecido que se esconde
por detrás de um silêncio aprendido desde os tempos antigos.

O empoderamento é um princípio Transpessoal, porque é a


consciência de um poder para além do ego. Por isso o curso chama
Liderança Feminina Transpessoal, porque quanto mais o ser humano
desenvolve sua consciência e sua espiritualidade, mas se sente
empoderado no mais profundo do seu ser.

O empoderamento exige que a pessoa agrege os valores humanos


do amor, da generosidade, da gentileza, da responsabilidade em
todas as suas atitudes. Quando conseguimos alinhar nossas atitudes
do dia-a-dia, nossos propósitos e sonhos, com nossos valores
pessoais, estamos potencializando nossa ação, nossa comunicação e
exercendo plenamente nosso poder pessoal.

E aqui fazemos uma conexão com o modo como as mulheres-Hera


estão lidando com sua impotência na sociedade patriarcal em que
vivemos. Percebemos que todo o processo de empoderamento
começa com o autoconhecimento e com a autoresponsabilidade
sobre si mesmo, sobre suas atitudes e sobre sua vida.
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“O que me preocupa
não é o grito dos
maus. É o silêncio dos
bons.”
Martin Luther King

Como disse um grande pensador contemporâneo, o que mais assusta


é o silêncio dos bons.

Nós diríamos, o que mais assusta é a submissão das mulheres-Hera,


líderes natas, que foram induzidas pela ‘crença’ de que não podem
lutar pelo poder da parceria, o único que as realiza e que manifesta
a sua natureza.

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Comece Agora

Vimos que todas sofreram a terrível influência desmerecedora e


humilhante do patriarcalismo, que as reduziu a amantes, filhas e
esposas, registrando no inconsciente das mulheres a crença em sua
incompetência e incapacidade. Portanto, todas precisam ser curadas,
regeneradas dessa mutilação na natureza feminina mais essencial que
herdamos.

Os valores que fundamentam uma civilização realmente humana,


moldada segundo os princípios da parceria, e não da dominação, só
serão possíveis quando nos sentirmos verdadeiramente empoderadas
com consciência e auto responsabilidade. Esses são os pilares do
empoderamento feminino e também masculino em nossa era.

E se você quer começar agora mesmo, aqui estão 3 dicas que


possibilitarão ser mais empoderada e manter-se sempre assim:

1. Tenha sempre o autoconhecimento como meta.


2. Busque os princípios da parceria em todas as suas
atitudes.
3. Não abra mão dos seus sonhos! Mas assuma a
responsabilidade por eles.
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Bibliografia
Fontes de Aprofundamento

• Baley, Alice A., Os Trabalhos de Hécules, Ed. Fundação Cultural

Avatar – RJ

• Bole, Jean Shinoda, As Deusas e a Mulher – nova psicóloga da

mulheres, Ed Paullus

• Borges, Wagner, Ensinamentos Extrafísicos e Projetivos –

orientações de Sanat Khum Maat, Ed. Madras

• Brandão, Junito, Mitologia Grega, Ed. Vozes

• Houston Jean, A Paixão de Isis e Osiris, Ed. Cultrix – SP

• Houston, Jean , O Herói e a Deusa, Ed. Bertrand Brasil – RJ

• Jung, Carl Gustav, Psicologia e Alquimia, Ed. Vozes – SP

• Stone, Joshua David, Manual Completo da Ascensão, Ed.

Pensamento – SP

• Woolger Roger, A Deusa e a Mulher, Ed. Cultrix

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Sobre a Autora

Mani Alvarez

Diretora do Centro Latino Americano de Saúde Integral - CLASI

Possui formação em Filosofia, com doutorado pela UNICAMP.


Especialização em Psicologia Transpessoal.
Também é Coach em Educação Transpessoal pela Escola Espanhola
de Transpessoal.
Foi uma das fundadora do SOS Mulher em Campinas e estuda as
questões femininas desde 1980, com artigos, livros e pesquisas
publicados.
Dirige o CLASI, Centro Latino-Americano de Saúde Integral e
Coordena cursos de pós graduação em Transpessoal, Educação e
Práticas Complementares em Saúde.
Criou o primeiro curso de Guardiãs do Sagrado Feminino no Brasil,
com foco na formação de lideranças femininas.
Mani Alvarez

‘empoderamento’

A visão transpessoal do ‘empoderamento’


como o primeiro passo para uma mudança de
paradigma

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