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A autoinvenção feminina

Épocas mudam e, com elas, os modelos se reinventam, se recriam. Não muito tempo atrás, "ser
mulher" seguia pressupostos bem definidos e sem possibilidade de negociação. Todas pareciam ter
saído do mesmo molde-fábrica, salvo uma ou outra que, estando adiante do seu tempo, ousava
escapar do determinismo cultural. Estas, mais ousadas, eram perseguidas e incorriam no risco de
represálias graves.
Os tempos mudaram, e desde a década de 70, quando o trânsito de Plutão pelo signo de Libra
sinalizou uma radical transformação no modelo dos relacionamentos humanos, a mulher
paulatinamente se percebeu com maior possibilidade para criar seus próprios modelos. Não se trata,
evidentemente, de um problema resolvido por completo. O liberalismo que possibilita a criação de
um novo modo de "ser mulher" parece se limitar a regiões cosmopolitas do mundo ocidental. Além
disso, muitas vezes de forma sutil, novas imposições são criadas a partir do discurso pretensamente
liberal. Ou seja: sempre que alguém institui o "ter que" a ser seguido por todas, está instituindo uma
nova tirania sobre as mulheres, e muitas seguem tal autoritarismo sorrindo, sem se darem conta do
que está ocorrendo.
Para ficar mais claro, imagine a seguinte situação, nada incomum: você, mulher moderna, escolhe
cuidar do lar e dos filhos, escolhe não dar muita atenção para pós-doutorados e outras ambições de
carreira. Tudo isso é uma escolha sua, inteiramente sua, e você é, conforme dizem, "adulta e
vacinada". Mesmo assim, tem que aguentar o discurso pretensamente liberal, que afirma sem
pudores que você tem que ser ambiciosa, descolada, deixar os filhos com uma babá, trabalhar até
ficar bem famosa ou muito rica. Muitas mulheres simplesmente compram este "dever", mesmo sem
ter muita vontade, pois assim determina o "novo modelo de mulher". Se fizer o contrário, corre o
risco de ser mal vista por outras mulheres. O que muitos não percebem é que este discurso é tão
tirânico, tão autoritário e arrogante quando o discurso oposto, do século passado, que mandava as
mulheres cuidarem de seus maridos e filhos. Em comum, os dois discursos oferecem o "ter que".
Oferecem um molde pré-fabricado no qual a mulher se encaixa, caso contrário sofrerá as
conseqüências.
Os novos tempos nos oferecem uma alternativa maravilhosa, a alternativa da autoinvenção
constante, sem estarmos presos a fórmulas, obrigações, moldes. Assim sendo, se alguém me
pergunta "o que é a nova mulher?", eu devo sempre dar a sincera resposta: se eu disser "o que" é
esta "nova mulher", estarei falando de um molde, de uma definição pré-estabelecida, e isso não tem
nada, absolutamente nada de novo. É tão velho quanto o estilo de vida de minha bisavó, proibida de
trabalhar.
A nova mulher é aquela que faz de sua vida o que bem entender, arcando com as conseqüências de
suas escolhas, não seguindo cegamente modelos pré-estabelecidos e questionando sempre: isso
serve para mim? Além disso, a nova mulher entende que qualquer modelo que abrace não a obriga
necessariamente a uma fidelidade eterna. Modos de ser são contingentes, estão relacionados a
momentos, fases da vida. A nova mulher não "é" coisa alguma. Ela está! E, simplesmente estando,
abre-se à grande aventura de sempre, continuamente, se recriar.

Sobre o autor
Astrólogo há mais de vinte anos, graduado em Filosofia e diretor técnico da Central Nacional de
Astrologia. Autor das interpretações de Astrologia, Tarot e Runas do Personare. Saiba mais »

A riqueza de ser como se é

Muito se diz que a mulher é um ser misterioso. Quantos não gostariam de entender o que as
mulheres querem e desvendar os sentimentos femininos? Talvez essa tarefa tivesse de partir,
primeiramente, das próprias mulheres: conhecer os seus sentimentos, ir fundo na compreensão de
seus mistérios, reconhecer a sua multiplicidade.
Carregamos no corpo o mistério do ciclo vida-morte-vida. Todo ser vivo também carrega essa
experiência, mas o corpo feminino traz essa vivência à luz, torna explícito. Quer um exemplo?
Vivemos tal realidade a cada ciclo menstrual. Primeiro vem a possibilidade de vida, a semente que é
lançada. Se não é fecundado, o óvulo e todo o aparato de preparo do organismo são descartados,
mostrando que não houve o nascimento de uma vida. Depois nosso útero se prepara para novos
ciclos. Com tal movimento variamos também em nossa experiência íntima, com períodos de
abertura e fechamento. Se compreendêssemos melhor esse ritmo em nosso corpo, talvez tivéssemos
menos sintomas de tensões como a maioria das mulheres experimenta na atualidade. Aproveitando
os momentos de fechamento para refletir, recarregar energias, planejar, se sintonizar. Aproveitando
os momentos de abertura para agir, se expor, apresentar-se, ir à luta.
Compreender os ritmos internos e respeitá-los é um baita desafio para nós mulheres. Tão
acostumadas fomos a calar nossos sentimentos e a seguir o ritmo do outro, que agora fica de fato
difícil dedicar um tempo para ouvir a nós mesmas. Tanto tempo de silêncio imposto, que muitas
vezes nossa alma só consegue nos mostrar como estamos nos trazendo sintomas. E mesmo assim, o
que aprendemos? Uma mulher é incansável! Quantas de nós aturam dores crônicas protelando para
amanhã o autocuidado?
De um ser pleno de riquezas, mistérios e belezas, quiseram moldar e construir um outro, mais
domesticado, formatado, domado. A cultura patriarcal fez de tudo para conter a energia que
assustava, para domar aquilo "que não tem medida, nem nunca terá" (tomando emprestadas as
palavras de Chico Buarque). A energia feminina ia contra a ordem que se queria instituir: o controle,
a luta por poder, o individualismo. Tentaram dobrar, amassar, rasgar a alma feminina, para fazê-la
caber no baú de uma cultura inconsciente, para tornar o Feminino se não aceitável ao menos
tolerável. Isso fez com que muitas e muitas mulheres brilhantes fossem tachadas como erros,
aberrações e fossem punidas por simplesmente serem.

O Feminino não se encaixa em padrões.

Precisamos recuperar a autoestima, a alegria de sermos depositárias de tantas características


naturais cheias de beleza. É urgente retomar o contato com nossos anseios e sentimentos, com nossa
garra e nossa sensibilidade, com nossa intuição e nossa criatividade. Pense em maneiras de iniciar
uma relação mais prazerosa com você mesma, mulher! Reconheça em si a união dos aspectos
femininos e masculinos e potencialize o que lhe faz bem. Tome partido de suas múltiplas faces a seu
favor! Não acredite em que lhe diga que você é o sexo frágil (nem se ouvir isso de você mesma!),
retome a força interna que fez com que você chegasse até aqui! E dia da mulher não tem uma só
data. Todo dia é seu dia, todo dia é especial, pois é o agora que se converte em possibilidades.
Permita-se!
Mulheres que correm com os lobos: mitos e arquétipos da mulher selvagem. De Clarissa Pinkola
Estés. Editora Rocco.
A procura do Feminino. De Marisa Sanabria. Editora Ideias e Letras.
A mulher heróica: relatos clássicos de mulheres que ousaram desafiar seus papeis. De Alan B.
Chinen. Editora Summus.

Sobre o autor
Psicóloga, psicodramatista e aromaterapeuta. Trabalha em projetos sociais como facilitadora de
grupos de mulheres e grupos de reflexão sobre o Feminino em Belo Horizonte e interior de MG.
Saiba mais »

Seja completa, só ou acompanhada

"Sou mulher, sou feliz, inteira e plena". Cada vez mais mulheres sentem-se assim, embora nossa
cultura ainda cobre o "ser mulher" como sendo mulher de alguém. Mas encontramos, sim, mulheres
completas em si mesmas com ou sem companheiros. Quantas você conhece?
Nós, mulheres, temos, sim, necessidades físicas, emocionais e mentais de trocas com os outros. Mas
essas necessidades não têm somente como foco o relacionamento amoroso. Elas são supridas na
vida como um todo: no trabalho, nos desafios, nas amizades, na família e em todos os aspectos que
nos nutrem.
Temos que buscar satisfação pessoal e global, isso que dizer: fazer e dar-se por inteira em cada
coisa, em cada situação que a vida nos coloca. E se não estivermos satisfeitas, devemos mudar a
situação.
Quando você estiver em casa, é lá que deve buscar paz interior, cuidar e arrumar suas coisas, deixar
um ambiente gostoso e harmonioso, para si mesma em primeiro lugar! Se estiver no trabalho, faça-o
com dedicação, com gosto. Fazendo o seu melhor você tende a sentir-se cada vez melhor. Com seus
amigos, ouça e seja ouvida com respeito, sinta um carinho específico por cada um. Se estiver na
fase de sair e se divertir, dance, aproveite bastante. Se, pelo contrário, quiser paz e sossego longe de
tudo e de todos, ótimo! Reflita, repense, se renove.
Meu objetivo não é passar a mensagem "Sejamos todas solteiras e felizes!" Não, não é isso. Só
desejo que possamos ser felizes, solteiras ou não! Plenas nos nossos sentimentos, inteiras nas
situações e mulheres a qualquer tempo.
Experimente refletir sobre as suas diversas facetas, os seus vários papeis na vida. Em alguma dessas
situações você se sente incomodada? O que você acha que precisa para sentir-se melhor? Muita
coisa? Pouca? São fatores que dependem de você ou dos outros? Se for depender de você, atire-se,
busque, conquiste. Se você precisa dos outros ou de algo para se sentir feliz... Repense! Faça uma
análise e uma faxina mental, emocional e na vida. Não é fácil, todas sabemos disso, mas impossível
também não. Tente e tente novamente. Se o caminho escolhido até agora lhe trouxe insatisfação,
infelicidade ou dependência, que tal tentar outro?
Com o tempo a gente vai percebendo que para ser feliz não "precisa" de algo ou alguém. O que a
gente precisa mesmo é não precisar... Sem dureza, sem sofrer, sendo cada vez mais leve e plena em
cada gesto, palavra ou olhar.
Cuide-se com carinho. Declare ao Universo que você está aberta à felicidade. Você merece ser feliz,
então seja!
Aprenda a fazer uma faxina interna- http://www.personare.com.br/revista/voce-
hoje/materia/336/que-tal-uma-faxina-interna
Quartzo Rosa para harmonizar relacionamentos -
http://www.personare.com.br/revista/amor/materia/3/pedras-para-harmonizar-relacionamentos-
amorosos

Sobre o autor
Terapeuta Holística. Especialista e estudiosa das pedras e cristais há 15 anos, se dedica à junção de
técnicas para o equilíbrio e harmonização, como Cristalopuntura e Reikristal. Saiba mais »

Entre em contato com você mesma

Os homens que me desculpem, mas ser mulher é uma missão.A mulher moderna desenvolveu a
capacidade de ser várias no mesmo dia e, o que é pior, muitas vezes ao mesmo tempo.
Quantas vezes você se lembra de ter feito duas ou até três coisas simultaneamente? Isso é comum?
E quantas vezes o dia parece não ter horas suficientes para realizar todos seus compromissos? Levar
seus pais ao médico, as crianças na escola, trabalhar, fazer compras no mercado, fazer a depilação,
as unhas, tingir os cabelos. No fim do dia, pegar as crianças na escola, colocá-las no banho e após o
jantar ser aquela namorada maravilhosa com quem seu marido se casou... Isso faz parte da sua
realidade? Pense bem, nossos dias deveriam ter no mínimo 32 horas.
Temos um universo cheio de afazeres, sempre perturbado por ruídos e preocupações e quando
vamos relaxar, ligamos a TV, entramos em blogs, entre outras distrações. Esquecemos que para nos
recuperar física, mental e emocionalmente, devemos nos interiorizar e não nos distrair de nós
mesmas. E o efeito final desta maneira de se comportar só pode acabar gerando, depois de algum
tempo, um vazio enorme, estresse e até doenças físicas.
Os excessos em nossas vidas nem sempre são uma boa escolha. A cultura moderna cultua o exterior
com sua tecnologia e comunicação. Mas para mantermos a harmonia interna temos que investir no
interior. É isto que nos trará equilíbrio.
Para algumas mulheres isto seria insuportável, pois demanda coragem e disponibilidade de se
transformar. Pense uns dias, se observe e veja se você se enquadra em alguns destes perfis.
Sabemos que excessos não nos fazem bem. Então já é hora de equilibrar e trazer a realização da
interiorização para sua vida. Nunca é tarde ou difícil o bastante para se fazer uma coisa nova. Não
se apegue a medos paralisantes. Respire, feche os olhos e sinta-se. Seu interior é único e totalmente
capacitado para lhe trazer todas as respostas das perguntas que rondam sua vida. Acesse o bem-
estar e a paz interior: medite!
Meditar é colocar atenção em alguma coisa. Fique atenta ao seu interior. Como você respira?
Relaxe os ombros, coloque ar no seu ventre. Acalme sua mente prestando atenção a sua respiração e
fique cada vez mais tranquila, livre e natural. Sinta seu coração bater. Perceba como você esta
acomodada. Relaxe ainda mais. Comece a notar seus sentimentos neste momento, aceite-os e fique
com você o máximo possível. Sempre tente mais um pouco. Em poucos dias verá que vale cada
segundo de recolhimento.
Faça a diferença do tempo "para" você, um tempo "com" você. Os limites no seu dia-a-dia são
determinados pelas suas escolhas e atitudes. Se seu dia é curto para mais esta atividade, use sua
criatividade. Vá ao cabeleireiro e em vez de ver revista e ficar conversando, feche os olhos e
responda a si mesma: "Como eu estou me sentindo agora?". Pare, espere a resposta e relaxe.
Lembre-se: respeite seus limites todos os minutos. Viva o agora atenta ao que sente e como sente.
Tente fazer uma coisa de cada vez, pois assim poderá aproveitar cada momento de seu dia.
Receba os presentes de estar presente, realizando suas ações com concentração, respeito e amor.
Comece já: "Como você esta se sentindo neste momento?"

Sobre o autor
Terapeuta Energética. Combina técnicas e dinâmicas energéticas com base na Radiestesia e na
Radiônica. Mantém no Rio de Janeiro o Sanat Kumara Centro de Terapias Energéticas. Saiba mais »

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