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EFEITO DO ALTA FREQUÊNCIA APÓS A DEPILAÇÃO – REVISÃO DE

LITERATURA

Gisele Alves dos Santos1, Patrícia Augusta Alves Novo2.


1. Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Imagem Pessoal da Universidade Tuiuti
do Paraná (Curitiba, PR)
2. Mestre em Educação, Prof. Orientadora da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR)
Endereço para correspondência: Gisele Alves dos Santos, gihiper@gmail.com
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RESUMO: A busca por tratamentos estéticos eficazes tem aumentado muito nos últimos
tempos, devido ao fato de que o cuidado com a aparência saudável possibilita um bem-estar,
bem como, a elevação da auto estima. O mesmo ocorre com a depilação, não só mulheres,
como também homens buscam procedimentos mais eficazes de eliminação dos pelos. Porém,
percebe-se que alguns problemas podem surgir com a frequência aos procedimentos de
eliminação de pelos, como irritações, foliculites e pseudofoliculites. Visando amenizar esses
possíveis problemas foi que buscou-se na literatura, referenciais dos efeitos do aparelho de
alta frequência após a depilação convencional com cera, a fim de verificar a sua real
importância na ação antibacteriana, fungicida e germicida. Este estudo tem como objetivo
discutir o efeito da utilização do aparelho de alta frequência após a realização de depilação
convencional.
Palavras-chave: depilação, alta frequência, bactericida.
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ABSTRACT: The search for effective aesthetic treatments has increased greatly in recent
times due to the fact that the care of their appearance allows a healthy well-being as well as
the elevation of self esteem. The same goes for shaving, not only women but also men seek
more effective procedures for the disposal. However, it is clear that some problems may arise
with the frequency to the clearance procedures, such as irritation, folliculitis and
pseudofolliculitis. Aiming to alleviate these potential problems was that we sought in the
literature, references of the effects of high frequency device after the conventional hair
removal with wax in order to verify its real importance in antibacterial, fungicide and
germicide. This study aims to discuss the effect of using high-frequency device after the
conventional hair removal.
Keywords: hair removal, high frequency, bactericidal.
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INTRODUÇÃO REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A preocupação com a aparência A eliminação de excessos de pelos
saudável do corpo e os cuidados com a já vem há um certo tempo, pessoas de
pele, fazem com que tanto mulheres, como diversas sociedades buscam eliminar esses
homens busquem os tratamentos estéticos excessos tanto para fins estéticos, bem
na tentativa de solucionar incômodos, como de higiene pessoal. Conforme
como é o caso da remoção dos pelos, que Olegário (2010), a história nos revela que
mesmo em pilosidade normal, como a da em 1500 A.C. os homens já removiam os
axila, virilha e barba acabam se pelos com um depilador feito de sangue de
transformando em problemas com a diversos animais, gordura de hipopótamo,
frequente necessidade de se submeter à carcaça de tartaruga e trissulfeto de
processos de remoção, como as irritações antimônio. Os romanos também se
geradas pela simples presença do pelo ou referem a composições depiladoras,
por sua retirada com os métodos algumas das quais continham soda
convencionais depilação com cera, laminas cáustica como um dos ingredientes
e cremes depilatórios. Na tentativa de principais. (OLEGÁRIO, 2010). Cleópatra
amenizar os problemas que são gerados tirava seus tão indesejáveis pelos com
após a depilação como, por exemplo, sinais faixas de tecidos finos banhados em cera
de irritação e foliculites geradas pela quente. Embora os depilatórios químicos
simples presença do pelo ou por sua sejam considerados uma invenção
retirada, é que se analisou a eficácia do contemporânea, o processo para remoção
efeito do aparelho de alta frequência. dos pelos através de decomposição
química surgiu na Antiguidade.
METODOLOGIA (OLEGÁRIO, 2010). Na Grécia antiga era
Neste estudo de revisão usado como instrumento para depilação
bibliográfica, buscou-se analisar diversas uma varinha de 16 a 30 cm chamada
fontes de documentos tais como livros, estrígil. As mulheres entravam num banho
artigos e sites seguros de busca disponíveis quente antes da depilação, passavam uma
na internet. Discutiu-se sobre os efeitos do pasta a base de vegetais e cinzas, depois
aparelho de alta frequência após a retiravam raspando a pele com o estrígil.
depilação convencional e reforçando sua As mulheres muçulmanas depilavam-se
indicação como agente bactericida. por achar que os pelos tinham um aspecto
sujo e maléfico. Mas, é no século XX que

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a depilação se torna uma questão de ocasionando excreção de sebo para a
higiene. Nos décadas de 20 e 30 a superfície.
depilação era feita apenas nas pernas. A Para Du Vivier (2004), o
depilação das axilas tornou-se uma prática desenvolvimento do folículo é iniciado em
a partir da segunda metade do século. E torno do terceiro mês da vida fetal quando
foi nas duas ultimas décadas que a a epiderme começa a enviar invaginações
depilação em geral nas pernas, axilas e para a derme que irão se transformar em
virilha passou a vigorar com ênfase até a folículo piloso e darão origem aos pelos.
atualidade.(OLEGÁRIO, 2010). Por volta do quinto ou sexto mês de vida
intra-uterina, o feto está coberto por uma

PELO fina camada de lanugem, que ele perde

Analisando-se na literatura os antes do nascimento, exceto no couro

aspectos relativos à anatomia, fisiologia e cabeludo, nas sobrancelhas e nos cílios. O

ao ciclo de crescimento do pelo, pois faz- corpo humano ao nascer é revestido por

se essencial para compreensão de como o cerca de cinco milhões de folículos pilosos,

mesmo surge e como se dá a sua remoção. não sendo formados folículos adicionais

O pelo é formado por um folículo após o nascimento.

piloso onde estão anexados uma glândula De acordo com Cucé e Neto (2001),

sebácea e um músculo eretor. Para Cucé e o pelo tem uma haste, parte que se projeta

Neto (2001), as glândulas sebáceas são da superfície da pele e uma raiz,

constituídas de células epiteliais representada pela região mergulhada na

denominadas sebócitos. O sebócito contém pele. A haste do pelo é constituída de três

pouco citoplasma sendo dominado pelo partes: medula, córtex e cutícula. A medula

núcleo, mas durante a diferenciação o é formada por um eixo central de células

citoplasma se distende com gotículas de queratinizadas e mal interconectadas; o

lipídios que rompem a célula, constituindo córtex representa a maior porção do pelo

a secreção do sebo. O músculo eretor do sendo formada por células alongadas mais

pelo é um pequeno feixe de fibras queratinizadas; as células do córtex contém

musculares lisas presas à bainha conjuntiva grânulos de pigmentos que dão cor ao pelo;

do folículo piloso ao nível da porção a cutícula é a camada mais externa da raiz

mediana do mesmo. Sua contração do pelo constituída de células

determina que o pelo fique arrepiado e queratinizadas que o cobrem sob a forma

também comprime as glândulas sebáceas de escamas formando um entrelaçamento


fixando fortemente o pelo no folículo.

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Na extremidade inferior do folículo O pelo é uma estrutura de reposição
está situado o bulbo que é a parte mais constante. Com base em Soriano e
espessa e profunda. Segundo Sampaio e Busquets (1989), cada folículo passa por
Rivitti (2007), o bulbo contém a matriz ciclos de crescimento ativo e de repouso,
germinativa, a qual recobre uma papila de que se traduzem clinicamente como fases
tecido conjuntivo denominado papila de crescimento progressivo e subsequente
dérmica. A papila dérmica é composta de queda, impulsionada pela presença de um
fibroblastos localizados na base do novo pelo que surgirá do mesmo pilo
folículo, controlando o número de células sebáceo.
da matriz e assim o tamanho do pelo. A duração relativa das diferentes
Segundo Sampaio e Rivitti (2007), fases do ciclo variam com a idade do
cada folículo piloso apresenta três bainhas indivíduo e da região do corpo, podendo
envolvendo a raiz do pelo: a bainha ser modificada por diversos fatores como
radicular externa e interna e a bainha fisiológicos e patológicos. O que acontece
conjuntiva. A bainha radicular externa durante o ciclo folicular pode ser
representa uma invaginação da epiderme compreendido pela análise de um folículo
situada entre a matriz germinativa e a no final de um pleno crescimento ativo
superfície; a bainha radicular interna da (SORIANO & BUSQUETS, 1989).
raiz desenvolve-se em torno do pelo Os pelos tem distribuição quase que
separando-o da bainha externa da raiz, e universal na superficie cutânea, de acordo
estende-se apenas parcialmente pelo com Cucé e Neto (2001), sendo ausentes
folículo; a bainha conjuntiva é uma bainha somentes nos lábios, palma das mãos,
de tecido conjuntivo constituindo uma planta dos pés, superficie dorsal das
extensão da derme que envolve toda falanges, distais dos dedos, glande, clitóris.
estrutura epitelial do folículo piloso. Conforme Borges (2006), o pelo
Na fase de crescimento as células apresenta três fases cíclicas de
da matriz germinativa multiplicam-se e se crescimento: anágena é a fase ativa em
movem para cima dentro do folículo que o pelo encontra-se em pleno
diferenciando-se em células do pelo e da crescimento, é caracterizada por intensa
bainha epitelial interna. Entre as células da atividade mitótica da matriz, dura de 2 a 3
matriz germinativas existem os corpos anos, mas no couro cabeludo pode chegar
celulares de melanócitos que liberam até 8 anos; catágena é a fase de transição
melanina conferindo cor ao pelo. em que as células deixam de se multiplicar
cessando sua atividade, os folículos sofrem

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regreção de suas dimensões, durando sétimo ou oitavo mês de gestação ou então
cerca de três semanas; telógena é a fase logo após o nascimento; vêlus é o pelo que
que representa o estágio final do pelo, substitui a lanugem após o nascimento, é
também chamada de fase de repouso que macio, não medulado, fino, curto e
dura aproximadamente seis semanas, é a raramente pigmentado, podendo ser
fase de desprendimento do pelo, o pelo cai encontrado normalmente nas faces das
empurrado por um novo pelo anágeno que mulheres ou na área de calvície dos
começa a nascer, iniciando um novo ciclo homens; pelo terminal: é o pelo que
piloso. substitui o vêlus em determinadas áreas do
Pode-se também constatar que os corpo e em determinada idade da vida, é
pelos crescem de maneira diferente em um pelo mais comprido, mais grosso,
cada indivíduo. As variáveis que pigmentado, visível e medulado, sendo
influenciam essas diferenças são: idade, encontrado nas axilas, regiões pubianas,
região, sexo, estações do ano, peso, sobrancelhas, cílios, barba, bigode e
metabolismo, medicações, hormônios, cabelos do couro cabeludo.
entre outros fatores, porém todos passam Os pelos crescem em fases cíclicas,
por estas fases. em proporções diferentes para diferentes
Conforme Sampaio e Rivitti (2001), partes do corpo e os modelos de
no ser humano os cabelos, os pelos nas crescimento podem variar de um indivíduo
narinas, nos condutos auditivos e nos olhos para outro. (BORGES, 2006).
tem a função de proteção. Entretanto, pelos
e cabelos tem fundamentalmente no FOLICULITE
homem uma importância estética e suas A foliculite é a inflamação do
alterações acarretam problemas folículo piloso geralmente ocasionada por
psicossociais, eventualmente graves, na bactérias que causam uma infecção,
qualidade de vida. irritação ou lesão física nos folículos
Conforme Junqueira e Carneiro pilosos danificando os pelos. (HABIF,
(2004), identificou-se que a pele do corpo 2005).
humano é revestida por diversos tipos de A foliculite afeta a porção externa
pelos: lanugem é o pelo que cobre o feto e do canal do folículo piloso. Podendo surgir
desaparece após o nascimento, é macio, em pacientes que estão em tratamento com
não pigmentado e não medulado, corticóides tópicos potentes. Também
produzido pelos folículos fetais e pode-se ocorrer secundariamente após a
desprendendo normalmente no útero no

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exposição a ceras reutilizadas que possam podem não apresentar uma infecção
estar contaminadas (DU VIVIER, 2004). importante.
O surgimento da foliculite é muito Em geral, segundo Habif (2005), o
comum na população em geral, sendo problema é mais grave entre os homens
considerada um componente de várias durante a realização da barba, nas áreas do
outras doenças cutâneas inflamatórias. pescoço, onde os folículos pilosos tem
Podendo ocorrer espontaneamente ou por mais probabilidade de serem orientados em
outros fatores, como: excesso de suor, ângulos baixos com a superfície da pele,
raspagem de pelos ou depilação de cera, tornando a repenetração da pele mais
fricção, agentes químicos, falta de higiene, provável.
alterações imunológicas. A pseudofoliculite pode se
Porém existem outros fatores que desenvolver em qualquer tipo de pele que
também podem ocasionar a foliculite, tais seja depilada regularmente e em todos os
como o uso de roupas justas que resultam fototipos cutâneos. Nas mulheres esse
no atrito do tecido e da pele, o tratamento distúrbio vem sendo observado comumente
com abrasivos, coçaduras (HABIF, 2005). nas regiões pubianas e axilares.
A foliculite pode atingir tanto Outro aspecto importante a
crianças como adultos, podendo surgir em observar, considerando o que diz Sampaio
qualquer localização onde existam pelos. e Rivitti (2001), é que esse distúrbio
São mais frequentes na barba, entre os também pode ser causado pela raspagem
homens e nas virilhas, entre as mulheres. dos pelos. A raspagem torna os pelos mais
afiados que perfuram o folículo invadindo
PSEUDOFOLICULITE a derme, produzindo uma reação
Pseudofoliculite é o nome científico inflamatória.
dado para o que comumente chamamos de
pelo encravado, conforme cita Du Vivier, DEPILAÇÃO
1995 apud Rescaroli e Silva, 2009. A depilação consiste em retirar
Acontece simplesmente quando o pelo temporariamente os pelos supérfluos, com
nasce e volta para o folículo podendo gerar objetivo estético em função das modas, dos
até um processo inflamatório. hábitos sócio-culturais, além de ser um
Os pelos mais grossos gesto de higiene. A melhor opção
ocasionalmente podem curvar-se e penetrar depilatória varia de pessoa para pessoa,
na pele provocando irritação, porém conforme seu hábito e a sensibilidade da
pele. A lâmina, por exemplo, remove o

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pelo na superfície, o que significa que em descartável, lençol descartável, jaléco, bem
três dias ele estará novamente aparecendo. como, com a aplicação de uma loção pré-
Contudo, raramente dá origem aos pelos depilatória e a higienização das mãos dos
encravados e não engrossa os fios, como clientes com álcool 70% devido ao fato da
explica Martinez e Rettes (2004), que proliferação de bactérias.
discorda de Sampaio e Rivitti (2001),
quando citam que a raspagem do pelo CERA
podem causar a pseudofoliculite. A cera depilatória é um dos métodos
Outro aspecto importante a de eliminação de pelos com maior
observar é que a cera é uma alternativa aceitação pela efetividade de seus
mais duradoura, pois arranca o fio de resultados. Segundo Soriano e Busquets
dentro do bulbo da pele, fazendo com que (1989), se utilizada corretamente consegue
leve cerca de vinte dias para voltar a eliminar o pelo desde a raiz. Em função da
reaparecer, é mais rápida e menos dolorosa temperatura de aplicação, existem alguns
que a cera fria. Para Martinez e Rettes tipos diferentes de cera. Foram analisadas
(2004), tanto a cera quente, como a algumas dessas ceras: cera quente consiste
cera fria podem causar mais pelos basicamente em algumas resinas e ceras
encravados, pois nesses casos, o pelo que diversas, incluindo cera de abelha, ficando
nasce dentro do bulbo não rompe a pele, em consistência sólida ao ser exposta a
enrolando-se sob a superfície e podendo temperatura ambiente, porém com um
ocasionar inflamações. baixo ponto de fusão, que se aplicam sobre
O mesmo autor salienta a a parte a ser depilada em forma semi-
importância de realizar a depilação com sólida. O calor faz com que ocorra uma
um especialista, para evitar manchas, dilatação dos folículos. Ao se solidificar,
cicatrizes e queimaduras, e que o mesmo aderem ao pelo e ao se eliminar o emplasto
adote também boas medidas de assepsia e formado, o pelo se elimina com ele.
não reutilize a cera. Requer destreza em sua aplicação, para
Outro fator importante para se evitar queimaduras e para facilitar a
observar na importância de um especialista operação. Atualmente é um dos métodos
é a escolha de um profissional tecnólogo mais empregados; cera fria, cera de
em estética que mantenha a questão da consistência fluída quando exposta a
assepsia e da biossegurança, com o uso de temperatura ambiente, sua utilização
equipamentos de proteção individual, consiste basicamente em se colocar a cera
como: touca, máscara cirúrgica, luva em um papel celofane e aderir a pele a ser

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depilada, retirando-a a seguir. A sua ozônio na superfície da pele. As faíscas
extração torna-se mais dolorosa por não que saltam entre a superfície do eletrodo e
ocorrer a dilatação do folículo, pois não há a pele geram o ozônio a partir do oxigênio
o fator calor neste procedimento, o que em ambiental.
muitos casos faz com que o pelo não sai O aparelho consiste num gerador de
por completo, ou seja, pela raiz. Demanda alta frequência, um porta eletrodo e em
técnica e agilidade no desenvolvimento diversos eletrodos de vidro, que
deste procedimento. (SORIANO & geralmente são tubos ocos de vidro, onde
BUSQUETS, 1989). há um gás como o neon por exemplo.
Ainda de acordo com Borges (2006), a
ALTA FREQUÊNCIA passagem da corrente provoca uma
O Alta Frequência é um aparelho ionização das moléculas de gás que sob o
que produz uma corrente alternada de impacto energético tornam-se
ondas magnéticas formando um campo fluorescentes.
eletromagnético em torno de um condutor As aplicações mais comuns são
elétrico, cujos padrões de frequência e aplicação direta ou efluviação, que consiste
tensão podem variar de acordo com o na aplicação direta do eletrodo sobre a área
fabricante do aparelho. a ser tratada, efetuando-se uma suave
A passagem de ondas massagem.
eletromagnéticas pelo ar provoca a Com relação a intensidade da
formação de ozônio, de acordo com Winter aplicação, normalmente se busca o
(2001), como acontece na ozonosfera do máximo de faiscamento ou luminosidade
nosso planeta, onde as ondas do eletrodo, associado ao conforto e
eletromagnéticas do sol passam pelo ar tolerância do paciente.
rarefeito da ozonosfera, gerando ozônio. O uso do alta frequência é indicado
Segundo Borges (2006), o principal no tratamento após a depilação como
efeito das correntes de alta frequência ao prevenção, principalmente em locais com
atravessar o organismo é a produção de histórico de foliculite ou pseudofoliculite
calor. Do efeito térmico ocorre a ação que é causada normalmente pela presença
vasodilatadora periférica do local, seguida de bactérias oportunistas que estão na pele
de uma vasoconstrição de onde a ação é e penetram nos poros após a extração do
descongestionante. O efeito bactericida é o pelo.
principal fator do aparelho de alta Sugere-se que pode ser usado após
frequência, ocorre devido à formação de o ato da depilação, e o tempo de aplicação

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indicado é de 10 a 30 minutos dependendo O ozônio possui grande
da reação causada e da área que foi significância no tratamento de
depilada. Deve ser aplicado sobre a área enfermidades causadas por vírus, fungos e
limpa. Após a aplicação é importante fazer bactérias (SUNNEN, 2001 apud
a assepsia do material utilizado, CARDOSO, 2009) podendo ser aplicado
principalmente dos eletrodos. de várias maneiras, como: aplicação tópica
Algumas contra-indicações estão de óleos ozonizados, a insuflação do gás
relacionadas à ação das ondas em regiões enfermas e a injeção da mistura
eletromagnéticas no organismo como de ozônio-oxigênio na região lesionada.
indica Borges (2006): pessoas que tem O ozônio tem propriedades
marca-passo cardíaco, podendo alterar o importantes, tais como:
seu funcionamento; nos três primeiros • Bactericida: profilaxia de algumas
meses de gestação, podendo haver bactérias que colonizam a pele;
problemas na formação do feto; pacientes • Germicida: profilaxia e controle da
com distúrbios de sensibilidade. proliferação de alguns germes;
• Fungicida: ação profiláxica de certos
OZÔNIO fungos.
O ozônio é um gás estruturalmente
parecido com o gás oxigênio. Enquanto o DISCUSSÃO
oxigênio que respiramos tem moléculas Ao analisar-se a revisão
com dois átomos de oxigênio (O2), o bibliográfica acerca do tema proposto,
ozônio tem moléculas formadas por três constatou-se que há muita informação a
átomos de oxigênio (O3). O gás ozônio respeito do fator positivo com relação aos
(O3) tem sido utilizado como agente efeitos do alta frequência após a
terapêutico e esterilizante. depilação. Tanto autores como Borges,
O nome ozônio tem origem na bem como, Soriano e Busquets são
palavra grega “ozein” (cheiro), pelo seu unanimes em sugerir e aprovar o uso
forte odor. O gás ozônio é produzido bactericida, fungicida e germicida do
naturalmente na estratosfera, pela ação aparelho de alta frequência após a
fotoquímica dos raios ultravioleta sobre as depilação convencional com cera.
moléculas de oxigênio, formando assim a Não houve constatação de autores
camada de ozônio, que protege o planeta que se colocassem contra ou
Terra contra os raios solares (SUNNEN, negativamente ao uso do aparelho de alta
2001 apud CARDOSO, 2009).

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frequência após a realização da depilação REFERÊNCIAS
com cera.
BORGES, F. S.; Dermato Funcional:
CONCLUSÃO Modalidades Terapêuticas nas
Há tempos a depilação vem sendo Disfunções Estéticas. São Paulo: Phorte,
realizada para fins estéticos e de cuidados 2006.
com o corpo, a aparência e a higiene
pessoal. A utilização de cera no processo CARDOSO, R. F.; Avaliação do perfil
depilatório é o que mais comumente se antimicrobiano do gás ozônio. Trabalho
utiliza por apresentar resultados mais de Conclusão de Curso. ULBRA
significativos com relação à eliminação (Universidade Luterana do Brasil) Campus
eficaz de pelos, porém, com isso podem Carazinho. Rio Grande do Sul, 2009.
surgir alguns problemas causados pela Disponível em:
exposição da pele a processos depilatórios http://www.ulbracarazinho.edu.br
constantes, como irritações, a foliculite e a Acessado em: maio de 2011.
pseudofoliculite.
Buscando uma solução para CUCÉ, L. C.; NETO, C. F.; Manual de
amenizar esses problemas gerados pela Dermatologia. 2° ed. São Paulo: Atheneu,
depilação, em alguns tipos de pele, bem 2001.
como, no sentido de prevenir possíveis
problemas, foi que buscou-se analisar o DU VIVIER, A.; Atlas de Dermatologia
efeito do aparelho de alta frequência após Clinica. 3° ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
processos depilatórios com cera. 2002.
Obteve-se com a presente revisão
bibliográfica a análise esperada, pois foi DU VIVIER, A.; Atlas de Dermatologia
unanime a defesa da ação antibacteriana, Clinica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
fungicida e bactericida do ozônio formado
durante a aplicação do aparelho de alta GUIRRO, E; GUIRRO, R.; Fisioterapia
frequência, realmente previne e age de Dermato Funcional. São Paulo: Manole,
modo a diminuir, quando os casos já 2004.
existem, problemas com a pele,
justificando, portanto, a importância do HABIF, T. P.; Doenças da Pele:
profissional tecnólogo em estética neste Diagnóstico e Tratamento. Porto Alegre:
processo. Artmed, 2002.

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HABIF, T. P.; Dermatologia Clínica com.br/img_editor:/revistaina2.pdf
Guia Colorido para Diagnóstico e Acessado em: março de 2011.
Tratamento, 4° ed. Porto Alegre: Artmed,
2005. RESCAROLI, A. C.; SILVA, G. M.;
Foliculite e a depilação: sequelas,
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; tratamentos e o papel do tecnólogo em
Histologia Básica. 10° ed. Rio de Janeiro: Cosmetologia e Estética. Artigo
Guanabara Koogan, 2004. Científico UNIVALI (Universidade do
Vale do Itajaí). Santa Catarina, 2009.
MARTINEZ, M. RITTES, P.; Beleza sem Disponível em: http://siaibib01.univali.br
Cirurgia - Tudo o que você pode fazer Acessado em: março de 2011.
para adiar a plástica. SENAC, São Paulo,
2004. SAMPAIO, S. A. P.; RIVITTI, E. A.;
Dermatologia. 2.° ed . São Paulo: Artes
MODESTI, F.; HABITZREUTER, M.; Médicas, 2001.
GALLAS,J.; Ação da Alta Frequência no
processo pós depilatório para o SAMPAIO, S. A. P.; RIVITTI, E. A.;
tratamento da foliculite. Balneário Dermatologia. 3.° ed. São Paulo: Artes
Camburiú, 2007. Médicas, 2007.

OLEGÁRIO, Alexandra. Enfermeira e SORIANO, M. C. D.; BUSQUETS, J. L.


Esteticista. Depilação e Epilação. In: V.; Depilacion Epilacion. Graphic.
Revista Científica INA. Revista online em Barcelona, 1989.
Saúde n.° 2. Santa Catarina, 2010.
Disponível em: http://www.inainstituto. WINTER, W. R.; Eletrocosmética. 3° ed.
Rio de Janeiro: Vida Estética, 2001.

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