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Imagem crítica da Filosofia (Atitude filosófica: indagar)

Três perguntas importantes para a atitude filosófica:


Perguntar o que; Perguntar como; Perguntar por que;

A atitude filosófica inicia-se dirigindo essas indagações ao mundo que nos rodeia e às relações
que mantemos com ele. Pouco a pouco, porém, descobre que essas questões se referem,
afinal, à nossa capacidade de conhecer, à nossa capacidade de pensar.
Por isso, pouco a pouco, as perguntas da Filosofia se dirigem ao próprio pensamento: o que é
pensar, como é pensar, por que há o pensar? A Filosofia torna-se então, o pensamento
interrogando-se a si mesmo. Por ser uma volta que o pensamento realiza sobre si mesmo, a
Filosofia se realiza como reflexão. Reflexão significa movimento de volta sobre si mesmo ou
movimento de retorno a si mesmo. A reflexão é o movimento pelo qual o pensamento volta-se
para si mesmo, interrogando-se a si mesmo. A reflexão filosófica é radical porque é um
movimento de volta do pensamento sobre si mesmo para conhecer-se a si mesmo, para
indagar como é possível o próprio pensamento.
(...) O problema crucial é o seguinte: a filosofia aspira à verdade total, que o mundo não quer.
A filosofia é, portanto, perturbadora da paz. E a verdade o que será? A filosofia busca a
verdade nas múltiplas significações do ser-verdadeiro segundo os modos do abrangente.
Busca, mas não possui o significado e substância da verdade única. Para nós, a verdade não é
estática e definitiva, mas movimento incessante, que penetra no infinito. No mundo, a
verdade está em conflito perpétuo. A filosofia leva esse conflito ao extremo, porém o despe de
violência. Em suas relações com tudo quanto existe, o filósofo vê a verdade revelar-se a seus
olhos, graças ao intercâmbio com outros pensadores e ao processo que o torna transparente a
si mesmo. Quem se dedica à filosofia põe-se à procura do homem, escuta o que ele diz,
observa o que ele faz e se interessa por sua palavra e ação, desejoso de partilhar, com seus
concidadãos, do destino comum da humanidade. Eis por que a filosofia não se transforma em
credo. Está em continua pugna consigo mesma. (Karl Jaspers, Introdução ao pensamento
filosófico. São Paulo, Cultrix, 1971, p.138). Nunca se protele o filosofar quando se é jovem,
nem se canse de fazê-lo quando se é velho, pois que ninguém é jamais pouco maduro nem
demasiado maduro para conquistar a saúde da alma. E quem diz que a hora de filosofar ainda
não chegou ou já passou assemelha-se ao que diz que ainda não chegou ou já passou a hora de
ser feliz. (EPICURO, A Filosofia e o seu objetivo, Coleção Os Pensadores, São Paulo, Abril
Cultural,1985) Por toda parte eu vou persuadindo a todos, jovens e velhos, a não se
preocuparem exclusivamente, e nem tão ardentemente, com o corpo e com a riquezas, como
devem preocupar-se com a alma, para que ela seja quanto possível melhor, e vou dizendo que
a virtude não nasce da riqueza, mas da virtude vem, aos homens, as riquezas e todos os outros
bens, tanto públicos como privados.

Escrever algumas questões filosóficas que se aproximem da vida cotidiana dos alunos a fim de
incentivá-los a formular perguntas da mesma natureza no intuito de criar uma lista de
perguntas (as quais os alunos poderão copiar no caderno).
Exemplo:
Por que existem estilos musicais diferentes?
Por que algumas pessoas têm dinheiro e outras não?
Por que nos apaixonamos?
Por que vivemos?
O que é ser humano?
Problematização Dialógica: Feita a lista de perguntas filosóficas, o professor pode junto dos
alunos escolher uma das questões levantadas e responder conjuntamente. Depois a proposta
é que os alunos formem grupos, escolham três ou mais questões, discutam e escrevam suas
considerações sobre as questões escolhidas.

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